| 02 de JUNHO de 2020
Terça-feira
- Lives da Semana
- Medidas emergenciais anunciadas pelos governos atualizado- 02/06/2020
- Pandemia: Ministério da Economia esclarece rescisão contratual de trabalho por fato do príncipe e força maior
- Extensão da redução de salários suscita debate sobre a estabilidade
- TST faculta à empresa ampliar prazo de normas coletivas na pandemia
- Editada MP que facilita crédito para pequenas e médias empresas
- Bolsonaro institui programa para facilitar crédito a pequenas e médias empresas
- Demanda por crédito tem queda recorde de 25,7% em abril, diz Serasa Experian
- Para Campos Neto, há descompasso entre demanda e volume de crédito
- Confiança do empresário do comércio em maio tem a maior queda da série, diz CNC
- Projeto suspende prazos de garantia de produtos e serviços durante pandemia
- Fluxo de capital para emergentes fica positivo em US$ 4,1 bi em maio, diz IIF
- Maia sobre pandemia: Acho que será necessário renovar MP 936 para alguns setores
- Mansueto: Não podemos entrar em briga tola, infantil contra globalização
- Mansueto: Para aprovar reforma tributária será preciso diálogo político
- Com queda de juros, planos miram ações
- Segundo trimestre deve ser bem pior para o PIB, diz presidente do BC
- PMI industrial sobe de 36,0 em abril para 38,3 em maio, diz IHS Markit
- Inadimplência sobe em abril e atinge 4,1%, aponta Banco Central
- IPC-S tem deflação em todas as 7 capitais pesquisadas pela FGV em maio
- PSA vai manter home office após pandemia e planeja 100% de adesão até fim de 2020
- Brasil foi país que mais sofreu com desvalorização cambial, diz presidente do BC
- Consumo de energia cai 6,6% em abril, diz EPE
- Previsão de demissões no comércio é a mais alta desde 2016, diz setor
- Volkswagen retoma produção em São Bernardo do Campo em um turno
- Volkswagen retoma produção em São Bernardo com 2.500 funcionários e turno único
- Grupo PSA estende paralisação na fábrica de Porto Real
- Vendas de maio seguem sufocadas pela pandemia
|
Câmbio
Em 02/06/2020
|
|
Compra
|
Venda
|
Dólar
|
5,237
|
5,238
|
Euro
|
5,847
|
5,849
|
Fonte: BACEN
| | | | |
LIVE:
OS IMPACTOS DA PANDEMIA E O FUTURO DA INDÚSTRIA
DIA 03/06/2020 - às 19h
Quais os impactos da pandemia da Covid-19 na indústria e no comércio? O futuro e as dores destes dois setores diante da crise que o mundo está passando é tema do próximo Pauta Online ADVB Paraná, que acontece nesta quarta-feira (3 de junho), às 19h.
O evento, promovido pela FIEP, contará com a participação do nosso presidente, Carlos Valter, e do vice-governador e presidente da Fecomércio, Darci Piana. A mediação será feita pela jornalista Thays Beleze e pelo diretor da ADVB Paraná, Paulo Nauiack.
LIVE:
ENERGIA PARA SAIR DA CRISE
DIA 05/06/2020 - às 15h
A CNI, em parceria com a ABRACE, irá realizar uma live sobre como gerar energia a preços competitivos nessa sexta-feira, 5/6, às 15h.
O assunto será debatido por especialistas no Facebook e LinkedIn da CNI, em transmissão ao vivo.
Participem!
| CNI | | | | Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
GOVERNO FEDERAL
Medida Provisória nº 975, de 1 de junho de 2020, do Poder Executivo. Institui o Programa Emergencial de Acesso a Crédito e altera a Lei nº 12.087, de 11 de novembro de 2009, e a Lei nº 13.999, de 18 de maio de 2020.
Mensagem nº 315, da Presidência da República. Encaminha ao Congresso Nacional do texto do projeto de lei que "Abre aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, em favor de diversos órgãos do Poder Executivo, crédito suplementar no valor de R$ 3.364.687.357,00, para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente”.
Resolução nº 1, de 1 de junho de 2020, da Presidência da República. Dispõe sobre a forma de definição do Preço Fabricante (PF) e do Preço Máximo ao Consumidor (PMC) dos medicamentos em 31 de maio de 2020, estabelece a forma de apresentação do Relatório de Comercialização à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED, disciplina a publicidade dos preços dos produtos farmacêuticos e define as margens de comercialização para esses produtos.
Portaria nº 86, de 1 de junho de 2020, do Ministério da Cidadania. Aprova recomendações gerais para o atendimento às mulheres em situação de violência doméstica e familiar na rede socioassistencial do Sistema Único de Assistência Social - SUAS no contexto da Pandemia do novo Coronavírus, Covid-19.
Portaria nº 92, de 27 de maio de 2020, do Ministério da Economia. Altera a Portaria DRF/BSB nº 34/2020, que disciplina excepcionalmente o atendimento ao contribuinte e o agendamento de senhas no âmbito do Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC) da Receita Federal do Brasil em Brasília.
Portaria nº 53, de 29 de maio de 2020, do Ministério da Economia. Dispõe sobre o atendimento externo ao contribuinte na ARF Tangará da Serra-MT em decorrência do Coronavirus (COVID-19).
Portaria nº 34, de 29 de maio de 2020, do Ministério da Economia. Prorroga o prazo a que se refere a Portaria ALF/PPA Nº 27, de 23 de março de 2020, publicada no Diário Oficial da União em 25 de março de 2020, referente à alteração temporária do horário de atendimento do plantão aduaneiro da ALF/PPA.
Portaria nº 35, de 29 de maio de 2020, do Ministério da Economia. Prorroga o prazo a que se refere a Portaria ALF/PPA Nº 26, de 23 de março de 2020, publicada no Diário Oficial da União em 25 de março de 2020, referente à suspensão temporária do atendimento presencial no CAC da ALF/PPA como medida de proteção ao Coronavírus (Covid-19).
Portaria nº 111, de 29 de maio de 2020, do Ministério da Economia. Disciplina os procedimentos relacionados ao agendamento de posicionamento de cargas nos recintos alfandegados e à verificação remota de mercadorias por meio de imagens, na importação e na exportação, com o propósito de aperfeiçoar o processo de despacho aduaneiro, tornando-o mais eficiente e moderno.
Resolução nº 4.820, de 29 de maio de 2020, do Ministério da Economia. Estabelece, por prazo determinado, vedações à remuneração do capital próprio, ao aumento da remuneração de administradores, à recompra de ações e à redução de capital social, a serem observadas por instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, considerando os potenciais efeitos da pandemia do coronavírus (Covid-19) sobre o Sistema Financeiro Nacional.
Resolução nº 36, de 1 de junho de 2020, do Ministério de Minas e Energia. Altera os arts. 1º e 3º da Resolução nº 28, de 24 de março de 2020, que estabelece os casos cujos prazos processuais e matérias serão suspensos, com a fixação de prazo inicial e final de suspensão, bem assim outros procedimentos correlatos.
Portaria nº 1.448, de 29 de maio de 2020, do Ministério da Saúde. Dispõe sobre a transferência da segunda parcela do auxílio financeiro emergencial às santas casas e aos hospitais filantrópicos sem fins lucrativos, nos termos da Lei nº 13.995, de 5 de maio de 2020, e do art. 3º da Portaria nº 1.393/GM/MS, de 21 de maio de 2020.
Portaria nº 88, de 1 de junho de 2020, do Conselho Nacional do Ministério Público. Altera o Anexo da Portaria CNMP-PRESI nº 245, de 10 de dezembro de 2019, que institui o calendário de sessões ordinárias do Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público para o 1º semestre do exercício de 2020, e convoca a 6ª Sessão do Plenário por Videoconferência de 2020.
Resolução Normativa nº 290, de 23 de abril de 2020, das Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais. Dispõe sobre as diretrizes de estruturação e operacionalização do Fundo Nacional de Auxílio Financeiro Emergencial (FNAFE) e do Programa de Manutenção Provisória dos Serviços Essenciais (PROMPSE) no âmbito do Sistema CFQ/CRQ.
Portaria nº 34, de 1 de junho de 2020, das Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais. Prorroga medidas de combate e prevenção ao contágio do coronavírus no Conselho Regional de Contabilidade do Amazonas.
Resolução nº 124, de 30 de maio de 2020, das Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais. Dispõe sobre novas medidas adotadas em razão da pandemia do COVID-19.
Resolução nº 6, de 1 de junho de 2020, das Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais. Define e disciplina técnica à distância por comando remoto como estratégia de fiscalização nos locais de trabalho, quer sejam públicos ou privados, durante a pandemia da COVID19
GOVERNO ESTADUAL
Decreto nº 4.708, do Poder Executivo. Introduz alteração no RICMS e introduz alteração no Decreto nº 4.410, de 2 de abril de 2020, que dispõe sobre a base de cálculo para retenção do imposto nas operações com produtos farmacêuticos, de que trata a Seção XXIV do Anexo IX do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 7.871, de 29 de setembro de 2017, para o período que especifica.
Resolução SESA nº 704/2020, da Secretaria da Saúde. Compõe Comissão Permanente de Licitação para processar e julgar os procedimentos licitatórios relativos às contratações de bens e serviços diversos.
Decreto nº 4.757, do Poder Executivo. Cria a Comissão de Coordenação e Controle das Operações de Crédito e Concessão de Garantias – COPEC e estabelece procedimentos para a contratação de operações de crédito que afetem a dívida pública estadual.
Resolução COPED nº 002, de 19 de maio de 2020, da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho. Dispõe sobre GT para acompanhamento das medidas na área da Educação durante a pandemia do Covid-19.
Resolução nº 115, de 26 de maio de 2020, da Secretaria da Segurança Pública. Prorroga, por mais trinta dias, dispositivos da Resolução nº 64, de 20 de março de 2020, que regulamenta o Decreto Estadual nº 4.320, de 16 de março de 2020, acerca da prevenção à disseminação do COVID-19 na Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Portaria nº 152/2020, da Receita Estadual do Paraná. Prorroga, para até 30 de junho de 2020, o prazo para a emissão das ordens de serviço de fiscalização específicas voltadas a atender o projeto piloto do Sistema e-PAF.
Resolução DPG nº 137, de 27 de maio de 2020, da Defensoria Pública do Estado. Prorroga contratos de Estágio no âmbito da Defensoria Pública do Estado do Paraná em razão da Pandemia de COVID-19.
GOVERNO MUNICIPAL
Ato nº 28, de Toledo. Altera dispositivos do Ato nº 26, de 22 de maio de 2020, que dispõe sobre os procedimentos e regras para fins de prevenção à infecção COVID-19, causada pelo coronavirus SARS-CoV-2, no âmbito da Câmara Municipal de Toledo.
| Sistema FIEP | | | | Segundo o documento, muitos empregadores têm usado a rescisão contratual pelo "fato do príncipe" e por "força maior" para rescindir contratos de trabalho e não pagar as verbas rescisórias devidas.
O ministério da Economia elaborou uma nota informativa para esclarecer entendimento sobre alegação de "fato do príncipe" ou de "força maior como motivo" para rescindir contratos de trabalho. O texto serve de orientação para os auditores-Fiscais do Trabalho do RJ na condução de seus procedimentos fiscais durante a crise da covid-19.
Segundo o documento, muitos empregadores têm usado a rescisão contratual pelo "fato do príncipe" e por "força maior" para rescindir contratos de trabalho e não pagar as verbas rescisórias devidas. No caso das alegações de factum principis, a situação é ainda mais grave, pois há casos de empregadores que sequer quitam o saldo de salário devido pelo trabalho já prestado pelo obreiro no mês da rescisão, sustentando que o pagamento de todas as verbas rescisórias, salariais ou indenizatórias, ficará a cargo do governo responsável.
Fato do príncipe
De acordo com a nota informativa, não se admite "paralisação parcial" de trabalho para fins de incidência da hipótese do art. 486 da CLT, o qual dispõe que:
"Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável."
A nota orienta que, apenas quando existir ato de autoridade municipal, estadual ou Federal suspendendo totalmente a atividade será admitida a rescisão do contrato de trabalho com base no fato do príncipe. A incidência da hipótese do art. 486 da CLT não autoriza o não pagamento de verbas de natureza salarial devidas na rescisão contratual.
Assim, o auditor-fiscal do Trabalho, sempre que se deparar com a alegação de fato do príncipe como motivo para rescisão contratual, deve:
- Verificar se houve paralisação (total) do trabalho e não continuidade das atividades empresariais, seja temporária, seja definitiva;
- Verificar se existe ato de autoridade municipal, estadual ou federal suspendendo totalmente a atividade - se há restrição parcial, não se admitirá o fato do príncipe;
- Verificar se foram quitadas as verbas rescisórias, na forma e prazo estabelecidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, procedendo à lavratura dos autos de infração pertinentes, quando concluir pela violação de preceito legal;
- Abster-se de exigir o recolhimento, pelo empregador, da indenização compensatória do FGTS prevista no art. 18, §1º, da lei 8.036/90.
Força maior
A incidência da hipótese do art. 502, da CLT, apenas autoriza a redução pela metade da indenização compensatória do FGTS. O referido artigo assim dispõe:
De acordo com a nota, não se admitirá alegação de “força maior” como motivo para rescindir contratos de trabalho se não houve extinção da empresa ou do estabelecimento em que trabalhe o empregado.
"Art. 502 - Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa, ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este, quando despedido, uma indenização na forma seguinte:
I - sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478;
II - não tendo direito à estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisão sem justa causa;
III - havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei, reduzida igualmente à metade."
O auditor-fiscal do Trabalho, sempre que constatar "força maior" como motivo para rescisão de contratos de trabalho, deve:
- Verificar se há indícios de extinção da empresa ou do estabelecimento em que trabalhe o empregado;
- Notificar o empregador para que este apresente o registro do ato dissolução da empresa na junta comercial ou órgão equivalente, para fins de comprovação do início do processo de extinção;
- Verificar se foram quitadas as verbas rescisórias, na forma e prazo estabelecidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, procedendo à lavratura dos autos de infração pertinentes, quando concluir pela violação de preceito legal;
- Verificar se o empregador recolheu, pela metade, a indenização compensatória do FGTS, nos termos do disposto no art. 502, incisos II e III, da CLT, c/c o art. 18, §2º, da lei 8.036/90 - se comprovada a extinção da empresa ou estabelecimento.
- Caso não tenha ocorrido a extinção, verificar se o empregador recolheu integralmente a indenização compensatória do FGTS, nos termos do disposto no art. 18, §1º, da lei 8.036/90.
| Granadeiro Guimarães | | | | Texto votado pelos deputados permite prorrogar corte de jornada e de rendimento até o fim deste ano
O projeto de lei de conversão da MP 936 aprovado pela Câmara dos Deputados deve provocar um debate sobre a “estabilidade” do emprego aos trabalhadores submetidos à suspensão de contrato de trabalho e à redução de jornada e de salários. O texto votado pelos deputados permite ao Poder Executivo prorrogar essa redução de jornada e a suspensão de salários pelo período que durar o estado de calamidade pública, previsto para terminar no fim de 2020.
Para advogados trabalhistas, com a perspectiva de prolongamento maior que o esperado da crise, empresas em dificuldade não terão como cumprir a estabilidade e, em muitos casos, tenderão a optar pela demissão, em vez da prorrogação de medidas de redução de jornada ou suspensão de trabalho. O Projeto de Conversão em Lei da MP 936 (PLV 15/2020) ainda será votado no Senado.
Os prazos originalmente estabelecidos pela MP 936 eram de 90 dias para redução de jornada e de 60 dias para suspensão de contrato de trabalho. As medidas foram estabelecidas como forma de tentar preservar os empregos por empresas afetadas pela pandemia e, por isso, contemplam auxílios devidos pelo governo federal, conforme a faixa de renda e o nível de redução de jornada.
Como medida de proteção ao trabalhador, a MP também estabeleceu a chamada “garantia provisória de emprego”, espécie de estabilidade por igual período em que houver a redução de jornada. Se houver redução por 90 dias, por exemplo, o empregado tem outros 90 dias de estabilidade.
“Se isso for mantido e a empresa estender por 90 dias adicionais a suspensão de jornada, isso quer dizer que o período de estabilidade será de 180 dias”, avalia Eduardo Fleury, sócio do escritório FCR Law. “Isso, além de ser bastante polêmico, pode ser prejudicial às empresas. Não é momento de criar muitas obrigações às companhias porque elas podem não ter demanda suficiente para garantir empregos ao fim do período de redução de jornada. Para muitas será preferível demitir agora. Não adiantar resolver o problema por dois ou três meses e depois soltar uma bomba para a empresa lá na frente.”
O advogado trabalhista Marcelo Fortes, sócio do Fortes & Prado Advogados, diz que a estabilidade é uma obrigação “pesada”. Algumas empresas que reduziram a jornada já veem dificuldade à frente para garantir o emprego. “Muitas empresas certamente irão demitir em vez de fazer nova prorrogação e se comprometer com uma estabilidade maior, mesmo que o custo da demissão seja grande.”
Clemente Ganz Lúcio, consultor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), diz que a prorrogação da redução de jornada tem apoio das centrais sindicais para este momento específico de pandemia. Ele defende que qualquer extensão de prazo da medida seja feita sob as condições estabelecidas originalmente pela MP, o que inclui tanto forma de cálculo do benefício pago pelo governo federal quanto a estabilidade garantida aos trabalhadores. Ele explica que as centrais pleitearam o aumento do benefício pago pela União, mas o dispositivo caiu na votação dos deputados.
Pela MP, se houver demissão sem justa causa no período de estabilidade, o empregador deverá pagar, além das verbas rescisórias, uma indenização pelo período remanescente da garantia de emprego. No caso de reduções de jornada de 25%, por exemplo, a indenização é de 50% dos salários que aos quais o empregado teria direito.
Os advogados lembram que o PLV 15/2020 não estabelece a forma pela qual o Executivo poderá prorrogar os prazos de redução de jornada. “Teoricamente poderia ser até por decreto”, diz Fleury. Mas isso não seria recomendado, afirma ele, porque poderia causar insegurança jurídica e tornar ainda mais polêmico o debate sobre a estabilidade.
O instrumento mais indicado e apropriado para essa prorrogação, diz Fortes, seria uma outra medida provisória. Nesse caso, salienta, o governo poderia propor novas condições, inclusive para a estabilidade. Mas a nova MP, lembra, se sujeitaria também à aprovação no Legislativo.
Além de prorrogar os prazos de redução de jornada e de suspensão de contrato de trabalho, o texto aprovado pelos deputados também incluiu dispositivos que não constavam originalmente da MP 936. Um deles é sobre o benefício emergencial de R$ 600 pago pelo governo federal. A MP garante o benefício, explica Fortes, a trabalhadores com contrato intermitente de salário que não preenchem os requisitos necessários ao seguro-desemprego.
Outra disposição incluída pelos deputados, aponta Fleury, é a da chamada desoneração de folha, benefício pelo qual empresas de alguns setores, como tecnologia da informação (TI) e têxteis, podem optar por pagar contribuição previdenciária sobre um determinado percentual da receita bruta em vez de 20% calculados sobre a folha de salários. O benefício seria extinto ao fim deste ano e foi prorrogado até dezembro de 2021.
| Granadeiro Guimarães | | | | Liminares do TRT haviam estendido a validade das normas pelo prazo previsto na MP 927, considerando que com o isolamento social não é possível realizar negociações
A presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Maria Cristina Peduzzi, suspendeu duas liminares que mantinham normas coletivas de trabalhadores do Metrô de São Paulo com prazo vencido durante a pandemia. A decisão esclarece previsão da Medida Provisória nº 927, de 2020, e afasta as normas coletivas até o julgamento do mérito dos processos.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo e o Estado pediram no TST a suspensão de duas liminares do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região. Ambas permitiram que normas trabalhistas acordadas com o Sindicato dos Metroviários e o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo tivessem validade estendida porque não puderam ser renegociadas durante a pandemia (ultratividade).
A chamada ultratividade envolve benefícios que são acordados em convenções coletivas. É um tema controverso na área trabalhista. Pela Súmula nº 277 do TST só poder haver a revogação pela empresa se isso for decidido em outra convenção. Porém, o artigo 614 da CLT, incluído pela reforma trabalhista, fixa prazo máximo de dois anos para a duração dos acordos, com expressa vedação à ultratividade.
Em 2017, o ministro Gilmar Mendes concedeu uma liminar (ADPF 323) que determinou a suspensão de processos que tratem da ultratividade. Com a pandemia, a Medida Provisória 927 estabelece que acordos e convenções coletivos vencidos ou que vencerão em 180 dias poderão ser prorrogados, a critério do empregador, por 90 dias.
No pedido de suspensão de liminar julgado pelo TST, os sindicatos tentavam manter a validade de acordos coletivos que, entre outros pontos, tratavam de um adicional por hora extra. Na ação, o Metrô afirma que precisa reduzir gastos, não possui os recursos necessários para pagar os salários no próximo mês e depende de aportes financeiros do Estado de São Paulo.
As liminares do TRT estenderam a validade das normas pelo prazo previsto na MP 927, considerando que com a pandemia e isolamento social não é possível realizar as negociações.
Já a presidente do TST afirmou em sua decisão que na redação da MP 927 há a expressão “a critério do empregador” para delimitar a possibilidade de ampliar a vigência de normas coletivas no período da pandemia. Por isso, para a ministra, a conclusão pela possibilidade de realizar a prorrogação sem o consentimento do empregador viola o texto.
“Entender que o Poder Judiciário, no exercício anômalo do poder normativo, pode prorrogar a vigência de instrumento coletivo independentemente da vontade do empregador não concretiza a Medida Provisória nº 927, de 2020, ao contrário, menospreza seus sentidos mínimos”, afirma (1000617-20.2020.5.00.0000).
Para Cláudio Ribeiro, procurador do Estado de São Paulo, a decisão deixa claro que a MP 927 trata a prorrogação da vigência de normas coletivas durante a pandemia como uma faculdade do empregador e não uma obrigação. Além disso, considera que o TST confirmou que normas coletivas não têm ultratividade. As decisões do TRT trariam um impacto financeiro grande para o Metrô, segundo o procurador. A queda na arrecadação foi de quase 30% por causa da retração de movimento com a pandemia.
Para a advogada Letícia Ribeiro, sócia trabalhista do Trench Rossi Watanabe, não é razoável impor ao empregador a manutenção de condições previstas em acordo ou convenções coletivas, após o término de sua vigência, sem considerar a realidade atual. “A decisão é uma das primeiras levadas ao TST como resultado da pandemia, imagino que seja a primeira de algumas”.
Segundo ela, há dificuldade em negociar com alguns sindicatos neste momento, enquanto outros se dispõem a negociar em condições excepcionais, buscando manter empregos.
Procurado pela reportagem , o Sindicato dos Metroviários não retornou até o fechamento.
| Granadeiro Guimarães | | | | O índice que mede a confiança do empresário do comércio, Icec, atingiu em maio sua pior queda mensal da série histórica iniciada em março de 2011 pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), um recuo de 20,9% em relação a abril. O Icec caiu a 94,5 pontos, pior pontuação desde setembro de 2016, entrando na zona de insatisfação (abaixo de 100 pontos).
Segundo a CNC, o resultado foi impactado pela crise econômica causada pela covid-19, com o isolamento social levando à queda drástica da demanda e fechamento ou redução das atividades comerciais. Com 75 pontos, o indicador que mede a satisfação dos empresários com as condições atuais apresentou retração mensal de 26,5%.
O item que mede o pessimismo com a economia recuou 32,8% com relação a abril, registrando a maior redução na comparação com o mês anterior e atingindo 62,5 pontos, o menor patamar desde setembro de 2018.
A proporção de empresários do comércio que espera a piora da economia nos próximos meses dobrou de 15,3% em abril para 39,8% em maio. Com 122 pontos, o item atingiu em 2020 o menor nível para meses de maio na série histórica. Dos empresários 32% acreditam que o comércio vai piorar no curto prazo, contra 12,9% em abril e 6,1% em março.
O índice que avalia as intenções de investimento também registrou variações negativas: -15,1% (mensal) e -14,7% (anual). Com 88 pontos, o item chegou ao menor patamar desde julho de 2017.
A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, aponta a queda na intenção de contratar como um dos principais pontos de atenção.
"A disposição do empresário para empregar alcançou o pior resultado desde junho de 2016, com 89,8 pontos. Do total de comerciantes entrevistados, 56,8% afirmaram que têm intenção de reduzir o quadro de funcionários, contra 35,5%, em abril, e 30,2% em maio de 2019", disse a economista em nota.
| Jornal O Estado de Minas | | | | Programa Emergencial de Acesso a Crédito, criado pela MP, beneficia empresas com receita bruta anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões
O governo federal instituiu o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, com o objetivo de preservar empresas de pequeno e médio porte diante dos impactos econômicos decorrentes da pandemia de coronavírus no país. A Medida Provisória (MPv) 975/2020, que cria o programa, está publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (2).
A MP altera a Lei 12.087, de 2009, que trata da participação da União em fundos garantidores de risco de crédito para micro, pequenas e médias empresas e para produtores rurais e suas cooperativas; e também a Lei 13.999, de 2020, que instituiu o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Sob a supervisão do Ministério da Economia, o Programa Emergencial de Acesso a Crédito se destina a empresas que tenham sede ou estabelecimento no Brasil e obtido, em 2019, receita bruta superior a R$ 360 mil e inferior ou igual a R$ 300 milhões. A MP 975 autoriza um acréscimo de R$ 20 bilhões de recursos da União ao Fundo Garantidor para Investimentos (FGI). Valores não utilizados até 31 de dezembro de 2020 para garantia das operações ativas serão devolvidos posteriormente à União.
Cobertura
Segundo a MP, o FGI vinculado ao novo programa não contará com nenhum tipo de garantia ou aval por parte da União e responderá por suas obrigações. O aumento da participação será feito por meio da subscrição de cotas em até quatro parcelas sequenciais no valor de até R$ 5 bilhões, observado o limite global. A integralização da primeira parcela ocorrerá após a abertura de dotação orçamentária, a ser atestada por meio de ato do ministro da Economia.
As parcelas subsequentes serão integralizadas quando o limite máximo de cobertura de inadimplência referente às operações atingir o equivalente a 85% do patrimônio já integralizado, desde que o Ministério da Economia ateste a existência de dotação orçamentária suficiente. Na hipótese de não haver recursos orçamentários suficientes ou de não ser atingido o limite pretendido pela MP dentro do prazo, não haverá obrigação por parte da União de integralizar a totalidade dos valores.
Conforme a MP, a cobertura pelo FGI da inadimplência suportada pelo agente financeiro será limitada a até 30% do valor total liberado no âmbito do Programa Emergencial de Acesso a Crédito. O texto também determina que os agentes financeiros adotarão os procedimentos necessários à recuperação dos créditos das operações realizadas, em conformidade com suas políticas, e não poderão interromper ou negligenciar o acompanhamento desses processos.
Regras específicas sobre o funcionamento da MP para os agentes financeiros que aderirem ao programa ainda serão divulgadas em ato a ser publicado pelo Ministério da Economia.
Tramitação
A MP 975/2020 tem força de lei e já está em vigor. Mas ainda precisará ser apreciada pelos plenários do Senado e da Câmara, seguindo rito sumário de tramitação definido pelo Congresso Nacional para o período de calamidade pública em decorrência da pandemia de covid-19.
| Senado Notícias | | | | Em meio a um quadro de perda de confiança, emprego e renda, somado à paralisação do comércio de produtos considerados não essenciais, a procura dos brasileiros por crédito teve em abril o maior tombo em 12 anos de estatísticas da Serasa Experian.
O indicador de demanda por financiamentos recuou 25,7% em abril na comparação com o mesmo mês de 2019, na queda mais acentuada da série histórica iniciada em janeiro de 2008 pela empresa que fornece informações para análises de crédito.
Na comparação anual, foi o terceiro mês consecutivo de baixa na procura por crédito. Em relação a março, a retração em abril foi de 13,5%.
A avaliação da Serasa é de que os consumidores, em razão do ambiente de incertezas e perda de renda, estão menos propensos a tomar crédito, sobretudo na camada dos brasileiros com renda mensal inferior a R$ 500, onde a redução da demanda foi de 27,5%.
De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o consumidor passou a priorizar gastos de primeira necessidade, geralmente feitos à vista ou com crédito pré-aprovado, em detrimento de financiamentos de médio e longo prazos para a aquisição de bens como carros ou imóveis.
"As pessoas que não possuem uma reserva financeira e dependem de sua renda mensal para sobreviver estão menos dispostas a adquirir despesas futuras, pois não têm segurança para arcar com grandes compromissos financeiros", comenta Rabi.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | Segundo Roberto Campos Neto, não cabe ao BC definir meta de crédito, mas sim direcionar a liquidez do mercado
Fator medo pode adiar retomada do setor de serviços, diz presidente do BC
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que existe um “descompasso” entre o volume de créditos disponível para empresas e a demanda por esses recursos em meio à pandemia da covid-19. Campos Neto participou nesta segunda-feira (1º) de uma audiência pública remota da comissão mista que acompanha as medidas adotada pelo governo federal no enfrentamento ao novo coronavírus.
A posição do presidente do BC foi manifestada após parlamentares questionarem a exposição inicial de Campos Neto durante audiência, quando ele classificou como “mito” a crítica de que o crédito estaria em baixa no Brasil. O relator da comissão, deputado Francisco Jr. (PSD-GO), cobrou uma estimativa do Banco Central sobre as necessidades de crédito das empresas para superação da crise e apontou a baixa execução de programas como o que financia a folha de salários. Dos R$ 40 bilhões disponíveis, apenas R$ 1,9 bilhão foi financiado.
— Por mais que se esteja esforçando e por mais que o senhor use a expressão "não é verdade" e "mitos" que nós temos que romper, nós temos que trazer essa verdade à tona. Mas, então, qual é o nosso objetivo para que as pessoas percebam isso, para que as empresas percebam isso de forma mais consistente? — questionou o deputado.
Em resposta, Campos Neto disse que não cabe ao BC definir uma “meta” de crédito, mas direcionar a liquidez do mercado. Segundo o presidente do BC, a crise causada pelo novo coronavírus interrompeu o fluxo de caixa de muitas empresas e, como os bancos não têm como atender essa demanda, nem colocando mais liquidez no sistema, há um “ descompasso entre uma oferta que está aumentando, ainda que pouco, e uma demanda que está aumentando muito mais”.
— Como é que isso tem sido feito nos outros países? Nos outros países, tem sido feita uma parte de liquidez pelo Banco Central, para garantir o crédito, e uma parte de transferência direta, que é direto do governo, porque não é uma política do Banco Central, é uma política fiscal. O Banco Central não faz política fiscal —apontou.
Segundo o economista, grande parte da ajuda para enfrentar a pandemia foi direcionada para ajudar "a pessoa física". Ele reconheceu que é preciso aprimorar a ajuda às empresas.
— Se nós pegamos o auxílio emergencial, foram R$ 148 bilhões, três meses; se for estendido, será um valor adicional. Nós não temos um volume tão grande que foi empregado em empresa. Então, eu acho que essa correção que tem que ser feita está sendo feita — disse.
Com relação à baixa execução do programa de financiamento da folha, Campos Neto manifestou apoio a uma sugestão do senador Esperidião Amin (PP-SC) de retirar o piso de faturamento para empresas aderirem ao Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese), mas disse considerar ainda mais importante aumentar o teto. Pela MP 944/2020, que criou o Pese, apenas empresas que tinham faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões podem ter acesso a essa linha de crédito. O presidente do BC sugere a inclusão de empresas com faturamento bruto anual em 2019 entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões.
— Em relação à sugestão no programa de tirar o mínimo, nós estamos de acordo com a sugestão. Quando nós olhamos o que tem sido feito até agora, é verdade que tem se concentrado mais perto dos 10 milhões do que mais para baixo. Por quê? Porque esse é um produto folha de pagamento. Geralmente o produto folha de pagamento é feito com o banco quando uma empresa tem um número "x" de funcionários que vale à pena para o banco ter aquele produto. Então, ele acabou sendo mais perto de R$ 10 milhões do que mais perto de baixo — avaliou Campos Neto.
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e outros parlamentares questionaram a possibilidade de os bancos reduzirem as taxas de financiamento e passarem aos patamar da taxa Selic, que hoje está em 3%. Campos Neto ressaltou o custo operacional dos bancos e apontou que “uma punição em relação à remuneração” levaria ao aumento do spread, ou seja, a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador e o quanto a instituição cobra para emprestar o mesmo dinheiro.
— Se todos os bancos tivessem tudo na remuneração da Selic, eles quebravam, porque o banco tem que ganhar acima da Selic para compensar todos os custos transacionais, custos de agência, de logística, todos os custos operacionais que o banco tem. Se a gente fizer uma punição muito grande em relação à remuneração, provavelmente o que vai acontecer é que o spread vai subir, porque os bancos vão ter que reagir subindo o spread. Então, essa não é a solução — defendeu.
Emissão de moeda
Sobre a possibilidade de emissão de moeda para combater a crise causada pelo novo coronavírus, Roberto Campos Neto disse não ser favorável à ideia por considerar que a medida pressionaria a inflação para cima. A "impressão de dinheiro" já foi defendida por economistas como o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.
— No nosso ponto de vista, do Banco Central, atingir essa dinâmica que nós temos hoje, de inflação baixa, de credibilidade na moeda, levou um tempo enorme. Até recentemente, no governo anterior, a gente teve momentos em que você tinha uma inflação alta, com crescimento para baixo, uma falta de credibilidade, com a meta de inflação sempre rodando acima da meta. Então, a gente acha que, se for criada uma simetria de, quando a inflação estiver alta, subir os juros, e, quando a inflação estiver baixa, emitir moeda, provavelmente, na visão do mercado, a inflação vai ser sempre acima — você vai criar um viés de alta de inflação.
Auxílio emergencial
A concentração dos pagamentos do auxílio emergencial na Caixa Econômica e a possibilidade de falta papel moeda em circulação também foram abordadas pelo presidente do BC em resposta aos parlamentares. Segundo Campos Neto, o auxílio emergencial e a crise do coronavírus levaram muitas pessoas a guardar dinheiro em casa, mas ele afirmou o Banco Central trabalha com uma margem de segurança.
— Não existe problema de falta de dinheiro em nenhum ATM, em nenhum caixa, nem vai existir. O Banco Central trabalha com uma margem de segurança, mas, quando entendemos que a margem de segurança está ficando menor, nós alertamos os bancos para que tentem entender a situação incentivando sempre o retorno das cédulas — disse.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) perguntou sobre a possibilidade de outros bancos serem acionados para executar o pagamento do auxílio emergencial.
— Não seria possível analisar a distribuição para outras instituições financeiras estatais e até privadas do pagamento do auxílio emergencial? — indagou.
Campos Neto afirmou que "dorme e acorda” pensando em como fazer o dinheiro chegar mais rápido na ponta.
— Eu acho que existe a preocupação de como as medidas podem chegar mais rápido. A gente dorme e acorda todo dia pensando em como a gente vai fazer o dinheiro chegar na ponta, como vai chegar no pequeno empresário, qual é o programa que eu posso fazer. Este final de semana mesmo, a gente trabalhou em novas medidas que vão ser anunciadas, mas todas com direcionamento — disse.
Banco do Brasil
Já a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) perguntou sobre a possibilidade de privatização do Banco do Brasil, defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O presidente do BC destacou o valor da instituição, mas ressaltou não poder manifestar opinião pelo fato de o Banco Central ser o regulador do mercado.
— Em relação à privatização ou não do Banco do Brasil, o Banco Central é regulador, eu sou regulador dos bancos. Então, como regulador, não posso ter opinião de se deveria ser privatizado ou não. Eu acho que isso é uma política do governo, que tem que ser discutida. Acho que o Banco do Brasil tem uma marca que tem um valor enorme e que ele tem prestado um enorme serviço à sociedade — disse.
A comissão mista é presidida pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO), que apresentou perguntas feitas pelos internautas por meio do portal e-Cidadania ao presidente do BC.
| Senado Notícias( publicado em 01-06-2020) | | | | Em Medida provisória (MP) publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (2), o governo federal instituiu o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, que autoriza um acréscimo de R$ 20 bilhões de recursos da União ao Fundo Garantidor para Investimentos (FGI).
A quantia visa cobrir operações de crédito a pequenas e médias empresas, por meio de instituições financeiras que aderirem ao programa. O texto classifica "pequenas e médias empresas" como aquelas com receita bruta superior a R$ 360.000 e igual ou inferior a R$ 300 milhões em 2019.
Regras específicas sobre o funcionamento da MP (Nº 975/2020) para os agentes financeiros que aderirem ao programa ainda serão divulgadas em ato a ser publicado pelo Ministério da Economia.
A expectativa é que a medida possibilite maior oferta de crédito às pequenas e médias empresas até 31 de dezembro de 2020, com disponibilização de garantias que visam facilitar a abertura de crédito.
O ato, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Economia Paulo Guedes assinam o ato, entra em vigor a partir da publicação, mas pode posteriormente ser alterada pelo Congresso Nacional.
Segundo o texto, a MP visa "facilitar o acesso a crédito por meio da disponibilização de garantias e de preservar empresas de pequeno e de médio porte diante dos impactos econômicos decorrentes da pandemia de coronavírus (Covid-19), para a proteção de empregos e da renda".
Condições ainda serão divulgadas
As condições de remuneração para os agentes financeiros que aderirem ao programa serão conhecidas em ato ainda a ser publicado pelo Ministério da Economia, que definirá os limites e os critérios de alavancagem aplicáveis.
Já está definido, porém, que será "vedada a remuneração do administrador em percentual superior a 1% ao ano sobre o valor dos ativos do Fundo vinculado ao Programa Emergencial de Acesso a Crédito".
Segundo o texto, os riscos de créditos assumidos no âmbito do programa por instituições financeiras autorizadas a operar pelo Banco Central serão garantidos "direta ou indiretamente".
Inadimplência
O texto cita regras para cobrir inadimplência nos pagamentos aos agentes financeiros que aderirem ao programa.
Segundo a MP, "a cobertura pelo FGI da inadimplência suportada pelo agente financeiro será limitada a até 30% do valor total liberado para o conjunto das operações de crédito do agente financeiro no âmbito do Programa Emergencial de Acesso a Crédito".
Será permitida a segregação dos limites máximos de cobertura da inadimplência por faixa de faturamento dos tomadores e por períodos.
R$ 20 bilhões ao FGI
Para viabilizar o programa, a União fica autorizada a aumentar em até R$ 20 bilhões a sua participação no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O aumento da participação será feito por meio da subscrição de cotas em até quatro parcelas sequenciais no valor de R$ 5 bilhões cada, em aportes que deverão ser concluídos até 31 de dezembro de 2020.
O pagamento da primeira parcela será realizado após ato do Ministério da Economia. Já as outras parcelas devem ser integralizadas quando o limite máximo de cobertura de inadimplência referente ao programa atingir o equivalente a 85% do patrimônio já integralizado.
Valores não utilizados até 31 de dezembro de 2020 para garantia das operações ativas serão devolvidas posteriormente à União.
| CNN Brasil | | | | De acordo com o autor do projeto, senador Roberto Rocha, período de calamidade pública pandemia impossibilita serviços de assistência técnica ou concessionárias autorizadas
Coronavírus: propostas de enfrentamento aprovadas no Senado
Proposições legislativas
PL 2.929/2020
Os prazos de garantia legal e contratual de serviços e produtos duráveis ficarão suspensos até o final do estado de calamidade pública gerado pela pandemia do coronavírus. É o que estabelece o Projeto de Lei (PL) 2.929/2020, do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que aguarda votação no Plenário do Senado.
Os prazos estarão suspensos a partir da aprovação do projeto até o fim da validade do Decreto Legislativo 6, de 2020, que reconheceu o estado de calamidade pública. Em caso de descumprimento, os infratores ficarão sujeitos às penas e sanções estabelecidas no artigo 56 da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor).
Roberto Rocha argumenta que os cidadãos em isolamento social, conforme recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e autoridades sanitárias, encontram-se impossibilitados de recorrer à assistência técnica ou concessionárias autorizadas em razão da pandemia. O senador destaca ainda que o comércio não essencial fechou as portas por longo período ou ainda permanece fechado em algumas cidades brasileiras.
“Dessa maneira, entendemos existir o risco de que, em algumas situações, as garantias referentes às relações de consumo não puderam ou não poderão ser acionadas em tempo hábil, razão pela qual é mister a suspensão desses prazos durante o período de calamidade pública”, observa o senador na justificativa do projeto.
Roberto Rocha considera “essencial” a suspensão dos prazos das revisões periódicas de veículos novos durante a emergência sanitária, sob pena de eventual perda de sua garantia contratual, a qual depende do fiel cumprimento de revisões obrigatórias em concessionárias da marca do veículo.
“De modo análogo, torna-se imperiosa a suspensão dos prazos de garantia legal e contratual dos demais produtos durante o período de calamidade pública, dado que os consumidores não conseguirão usar as garantias para os reparos de produtos defeituosos”, conclui o autor.
| Senado Notícias ( publicado em 01-06-2020) | | | | O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) estima que o fluxo de capital nos mercados emergentes ficou positivo em US$ 4,1 bilhões em maio. O resultado, porém, é inferior aos US$ 18,6 bilhões de abril. De qualquer modo, o IIF diz em relatório que houve nas últimas semanas uma "mudança de sentimento" em relação a esses países, que a entidade considera positiva.
O fluxo em ações ficou positivo em US$ 700 milhões em maio e o fluxo em dívida foi positivo em US$ 3,5 bilhões, diz o IIF, que reúne as 450 maiores instituições financeiras do mundo. Ele afirma que os mercados emergentes estão engajados na reabertura de suas economias, em meio à pandemia de coronavírus, mas também aponta que em alguns países a taxa de infecções "dá poucos sinais de recuar".
O IIF aponta que durante o mês de março houve um choque nos mercados emergentes, por causa da pandemia. Durante abril e maio, o cenário deixou alguns emergentes com um quadro ainda de "depressão", enquanto outros "se estabilizaram".
Além da pandemia, o IIF aponta que a tensão entre Washington e Pequim pode pesar sobre o sentimento, com a eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos também no radar. "O foco também estará em se o PBoC deixará o yuan desvalorizar mais", diz o IIF, referindo-se ao Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês).
Os fluxos de dívida continuaram sua recuperação nos emergentes, embora em ritmo mais fraco, enquanto entre as ações a tendência é "negativa", para o IIF. Excetuando-se a China, houve fluxo negativo em ações de US$ 4,1 bilhões nos emergentes, enquanto nas ações chinesas houve fluxo positivo de US$ 4,8 bilhões, o que "mostra o desempenho divergente entre a China e o restante do complexo dos emergentes".
Regionalmente, o resultado positivo no fluxo em dívida foi distribuído entre os emergentes da Ásia e da Europa, ambos com fluxo positivo de US$ 1,4 bilhão, seguida por América Latina (US$ 1,3 bilhão de fluxo positivo). O IIF diz também que o sentimento negativo em relação aos emergentes chegou a "níveis extremos há algumas semanas", mas se seguiu a um período de estabilização, com mais discussões sobre riscos e oportunidades nesses mercados.
"Nós vemos esta mudança no sentimento como saudável, refletindo valorizações muito reduzidas em muitos locais, o que significa que os resultados econômicos adversos e o crescimento fraco estão em grande medida precificados", acredita o IIF.
Dívida em moeda estrangeira
O IIF afirma que, diante da pandemia de coronavírus, companhias altamente alavancadas nos países emergentes podem enfrentar dificuldade com o serviço de suas dívidas, em um quadro de dívidas sobre as perspectivas para receita e lucro.
Em relatório, o IIF nota ainda que a emissão global de bônus corporativos atingiu US$ 4,8 trilhões até agora neste ano, mais do que o dobro da média histórica, e também destaca que a dívida em moeda estrangeira das empresas nos emergentes mais que dobrou desde 2009, atingindo US$ 7 trilhões, o que segundo ele representa menos de um quinto da dívida total corporativa dessas nações.
O IIF comenta também que mais de US$ 365 bilhões de bônus corporativos e empréstimos denominados em moeda estrangeira nos mercados emergentes vencem até o fim de 2020. Segundo ele, o relaxamento gradual das restrições de quarentenas devem dar "algum espaço para respirar" aos países, mas a perspectiva para a pandemia e a atividade econômica "continua incerta".
Na avaliação do instituto, desde o fim de março houve cortes nas estimativas de lucros concentradas nos Estados Unidos e na zona do euro. "Embora as revisões para baixo tenham sido menos pronunciadas na China e mais amplas na Ásia emergente, a incerteza sobre a perspectiva econômica tem sido um freio importante nas estimativas de lucro em muitos mercados emergentes, particularmente na América Latina", alerta o IIF.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta segunta-feira, 1º, que o Congresso haja rápido para garantir a renovação e o aperfeiçoamento de medidas provisórias como a 936, que autoriza a redução de jornada para os trabalhadores, e 944, que libera crédito para pagamentos de salários e foca em micro e pequenas empresas. Além disso, Maia disse ser favorável ao debate sobre a renda mínima universal, desde que se tenha em mente os limites orçamentários do País. As falas de Maia aconteceram em entrevista ao jornalista Tales Faria, do portal UOL.
Sobre a prorrogação do auxílio emergencial, Maia disse que ele "custa muito, mas temos que abrir espaço no orçamento para que ele possa permanecer por mais algum período. Para ser definitivo você tem que discutir todas as políticas públicas para ver onde se tem espaço orçamentário. Eu sou a favor desse debate urgente, desde que ele seja lastreado pela nossa realidade fiscal. Temos teto de gastos, que não pode ser desrespeitado, temos a Lei de Responsabilidade Fiscal", lembrou Maia. Sobre a MP 936, disse que sua renovação será necessária "para alguns setores" mais afetados pela pandemia.
De acordo com o deputado, deve haver uma nova votação sobre a MP 944 entre terça, 2, e quarta, 3. Maia defende que a medida provisória seja alterada. "Temos que mudar o escopo dela porque menos de 10% dos recursos foram utilizados. Precisamos melhorar as regras para que as empresas possam pegar esses recursos", explicou.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que o Brasil precisa expandir a presença no mercado internacional e aumentar tanto as exportações quanto as importações. Ele afirmou que a tarefa será um desafio, já que vários países do mundo já estavam se tornando mais protecionistas antes mesmo da pandemia da covid-19. O secretário, no entanto, defendeu a globalização e o resgate da Organização Mundial do Comércio (OMC) e disse que a solução para a crise não é se fechar.
"Precisamos aprender a cooperar no comércio internacional, não nos fechar", afirmou Mansueto, em webinar promovido pelo site Focus.jor. "Não podemos entrar numa briga tola e infantil contra a globalização. Todos perderão com isso", acrescentou.
Segundo Mansueto, após a crise da covid-19, o mundo voltará a procurar investimentos rentáveis, e o setor privado precisa ter confiança no Brasil para aplicar recursos em infraestrutura. Essa confiança, afirmou Mansueto, também pode influenciar o câmbio. Ele ponderou, no entanto, que esse assunto é da alçada do Banco Central. "Se o câmbio vai recuar mais ou não, depende de nós criarmos um ambiente favorável aos investimentos."
Mansueto reconheceu que o real foi a moeda que mais perdeu valor frente ao dólar nos últimos meses. Ele mencionou a pandemia e também o receio de investidores em relação às disputas políticas e o receio sobre a aprovação de reformas. "Para onde vai o câmbio é uma pergunta em aberto", afirmou.
Ainda sobre os efeitos da globalização, ele disse que a divisão do trabalho aumentou a produtividade e foi boa para vários países, inclusive para o Brasil, pois barateou os preços de itens que antes eram considerados artigos de luxo, como telefones. "Se queremos produzir tudo dentro da fronteira, teremos produtos ruins e muito caros", afirmou Mansueto.
O secretário ressaltou ainda a importância da construção de acordos comerciais pela OMC, fundamentais, segundo ele, para a construção do estado de bem estar social no pós-guerra. "Precisamos respeitar fóruns e aprender a cooperar no comércio internacional, não nos fechar", afirmou. "Proteção não leva a mais crescimento. Não adianta aumentar tarifas. Tenho muito medo e temos de ter cuidado com essa onda protecionista. Todo mundo vai perder."
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que o governo vai precisar de muito diálogo político para aprovar uma reforma tributária. Segundo ele, o desafio é reduzir o número de impostos e acabar com a cumulatividade e a regressividade, além de simplificar as regras tributárias para que elas sejam sujeitas a interpretações e mudanças frequentes.
"O que se paga em imposto de renda deve depender da renda, e não do tipo de contrato de trabalho", afirmou, em webinar promovido pelo site Focus.Jor.
Sobre a ajuda a Estados e municípios em meio à pandemia, Mansueto afirmou que essa é uma obrigação da União e que tanto a equipe econômica quanto o presidente Jair Bolsonaro entendem isso. O secretário afirmou que a maioria dos governadores entendeu a necessidade de não reajustar salários.
A ajuda, segundo Mansueto, será de R$ 60 bilhões, dividida em quatro transferências, considerando o período mais crítico da pandemia. Além disso, os Estados não precisarão pagar o serviço da dívida até o fim do ano e também poderão renegociar termos com bancos públicos.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | Antes da pandemia, os fundos de pensão tinham iniciado um movimento de diversificação dos investimentos em Bolsa para compensar a queda dos juros e cumprir as metas de rentabilidade. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), até novembro de 2019 (último dado disponível) a renda fixa representava 73,5% dos ativos dos fundos e os investimentos em ações, 18%.
Naquele mês, com os juros em queda, a rentabilidade dos investimentos ficou negativo em 0,15%, enquanto a renda variável (ações) ficou positiva em 0,5%. O resultado era um indicativo de que as carteiras precisavam apostar em ativos de maior risco.
"O sistema estava iniciando um movimento para aumentar o risco de seus investimentos e cumprir as metas atuariais", diz o presidente da Abrapp, Luis Ricardo Martins. Esse movimento vinha num crescente tão grande que os fundos de pensão estavam ocupando espaço até então dos investidores estrangeiros na Bolsa, acrescenta o economista José Roberto Afonso.
O entrave agora é que a Bolsa despencou com a crise do coronavírus, ainda que haja indícios de recuperação. Enquanto isso, os investimentos conservadores - como títulos do Tesouro - estão com rentabilidade baixa. Eles são atrelados à Selic, que está em 3%, menor nível da história.
"Os ativos precisam crescer numa taxa semelhante ao atuarial. Sem esse equilíbrio, os fundos têm de mudar suas estratégias", diz professor da FEA/USP José Roberto Savoia, ex-secretário de Previdência Complementar. Diretor de investimentos do Postalis, Alexandre Miguel diz que, antes da pandemia, os investimentos em títulos públicos já não batiam a meta. "Víamos a necessidade de tomar mais risco."
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 1º de junho, que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ser "bem pior" no segundo trimestre de 2020, em função da pandemia do novo coronavírus. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB recuou 1,5% no primeiro trimestre, ante os três meses anteriores. O porcentual refletiu apenas os primeiros efeitos da pandemia sobre a atividade.
"O PIB do primeiro trimestre só teve um pouco do efeito (da pandemia) em março", afirmou Campos Neto.
Ele pontuou, no entanto, que o setor agrícola segue com resultados positivos, inclusive no primeiro trimestre. "O segundo trimestre deve ser bem pior para o PIB. Esperamos recuperação do PIB a partir do terceiro trimestre."
Ao avaliar os dados de atividade, Campos Neto também afirmou que houve uma piora crescente da expectativa entre agentes econômicos sobre o PIB.
De fato, no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda, a projeção mediana para o PIB já indica queda de 6,25% em 2020. Sobre o mercado de trabalho, ele afirmou que a queda do emprego registrada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi "sem precedentes". Apenas em abril, foram fechadas no Brasil 860.503 vagas de trabalho com carteira assinada.
Juros
O presidente do Banco Central reafirmou que não é possível manter uma taxa de juros estruturalmente baixa no Brasil "se o fiscal não estiver arrumado". Atualmente, a Selic (a taxa básica de juros) está em 3,00% ao ano, no menor nível da história.
Campos Neto afirmou ainda que a dívida bruta é um conceito contábil "um pouco distorcido" no Brasil. "É como uma empresa olhar o passivo, mas não olhar todos os ativos. As reservas não entram na conta", afirmou.
A dívida bruta brasileira atingiu 79,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em abril, conforme os dados do próprio BC. Já a dívida líquida - que leva em conta as reservas internacionais - atingiu 52,7% do PIB no fim de abril.
Campos Neto descartou ainda a venda de reservas internacionais para o abatimento da dívida bruta ou para o investimento na infraestrutura. Segundo ele, isso é um "tema contábil" e não faria sentido.
"Alguns países acumulam reservas porque têm superávit. O Brasil se endividou para comprar um ativo, que são as reservas", explicou Campos Neto.
Segundo ele, com a venda de reservas, ainda sobraria a dívida.
As declarações de Campos Neto foram feitas em audiência pública virtual da comissão mista do Congresso voltada para o acompanhamento das medidas econômicas do governo durante a pandemia do novo coronavírus.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla inglês) do setor industrial do Brasil voltou a subir timidamente em maio, para 38,3, após atingir a mínima histórica em abril, em 36,0, informou a IHS Markit nesta segunda-feira, 1º de junho. Porém, o PMI industrial ainda está bem aquém da marca de 50 - que separa a contração da expansão da atividade -, sinalizando, portanto, uma deterioração sem precedentes na saúde do setor, destaca a instituição.
"Apesar de ter se atenuado em relação aos recordes de taxas observados em abril, as empresas voltaram a indicar contrações graves no volume de produção e na quantidade de novos pedidos, levando a atividade de compras a atingir um recorde de contração para a pesquisa. As perdas de empregos continuaram a aumentar a um ritmo significativo", resume a IHS Markit, em nota.
A queda da produção, ainda que menos severa do que a de abril, continuou sendo atribuída pelas empresas às restrições para limitar a pandemia de coronavírus no País.
Quanto aos preços, os relatos dos participantes é de aumento dos insumos devido ao patamar do dólar, o que tem provocado repasse para o comprador dos produtos industrializados mesmo com a queda de demanda.
Em relação ao próximo ano, o grau de otimismo melhorou bastante entre abril e maio, pontua a IHS Markit. "As empresas indicaram certo otimismo de que, uma vez que a COVID-19 tenha sido controlada, haveria uma recuperação no volume de produção e na demanda. Contudo, algumas empresas estão preocupadas com uma recessão global prolongada devido à pandemia."
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | Índice que indica atraso nos pagamentos de veículos é o maior desde agosto de 2017
A inadimplência nos financiamentos de veículos atingiu 4,1% em abril, o maior índice de atraso nos pagamentos desde agosto de 2017, quando também chegou a 4,1%, segundo relatório preliminar do Banco Central sobre as estatísticas do sistema financeiro. Em março, o dado fechou em 3,8%. Em termos comparativos, o maior índice de inadimplência do ano passado foi de 3,4% e em 2018 foi de 3,8%.
Vale lembrar que o índice começou a cair em setembro de 2017 (3,9%) justamente quando o mercado de veículos dava os primeiros sinais de recuperação após a crise iniciada em 2014. De lá para cá, os atrasos nos pagamentos ficaram sempre na casa dos 3% e foram diminuindo, chegando aos menores índices da série histórica exatamente há um ano, em abril de 2019, quando a inadimplência era de 3,2%. Os dados se referem a pessoas físicas.
A inadimplência no setor de financiamento de veículos tem sido, nos últimos anos, a menor em comparação com outros setores do sistema financeiro, como cartões de crédito, cheque especial ou crédito pessoal, alguns deles na casa dos dois dígitos, considerando pessoas físicas.
Para pessoa jurídica (PJ), a inadimplência avançou de 1,1% em março para 1,3% em abril, sendo o maior índice para este ano até agora.
Outros dados do Banco Central também mostram a deteriorização do sistema de crédito para veículos, em parte já impactado pela nova crise causada pelo novo coronavírus. A taxa média de juros fechou abril em 20,4% contra 19,8% em março. A taxa começou o ano em 19,7%, mesmo com uma Selic em seu menor nível histórico (leia aqui).
Para PJ, o crédito também ficou mais caro em abril, atingindo juro médio de 12,3% - em março, este índice foi de 11,5%.
A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus afetou drasticamente a liberação de crédito para a compra de veículos e caiu pela metade (50,6%) em abril ao somar R$ 4,26 bilhões. Em março, a concessão de crédito para o mercado tinha sido de R$ R$ 8,64 bilhões.
Com isso, o saldo das carteiras diminuiu 1,5%, passando de R$ 209,3 bilhões em março para R$ 206,2 bilhões em abril.
| Automotive Business ( publicado em 01-06-2020) | | | | O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou deflação em todas as sete capitais que compõem a amostra no fechamento de maio, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). No mês, o indicador cheio caiu 0,54% e ficou 0,36 ponto porcentual abaixo da taxa de abril (-0,18%).
Na passagem da terceira quadrissemana para o fechamento de maio, quatro das sete capitais pesquisadas tiveram acréscimo nas suas taxas de variação: Brasília (-0,90% para -0,67%), São Paulo (-0,70% para -0,60%), Rio de Janeiro (-0,13% para -0,09%) e Belo Horizonte (-0,77% para -0,75%). Na outra ponta, aprofundaram a tendência de deflação Salvador (-0,32% para -0,39%), Recife (-0,20% para -0,22%) e Porto Alegre (-0,59% para -0,71%).
| Bem Paraná | | | | O grupo francês PSA, que no Brasil tem uma fábrica que produz carros das marcas Peugeot e Citröen, se planeja para que os funcionários da área administrativa na América Latina continuem a trabalhar de casa, de maneira definitiva, mesmo após o fim do período de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus. A meta é que 100% dos empregados que não fazem parte da produção já estejam, até o fim do ano, em esquema de trabalho remoto, o chamado home office.
O grupo já tinha um programa de home office desde 2015, porém mais modesto. Antes da pandemia, dos três mil funcionários da área administrativa na América Latina, cerca de 600 trabalhavam um ou dois dias da semana em casa, dos quais a metade no Brasil, onde o grupo tem sua a principal fábrica da região, localizada em Porto Real, no interior do Rio de Janeiro, com capacidade para produzir 150 mil veículos por ano.
Após o período da pandemia, no qual todos os funcionários estão em casa, o grupo fará um retorno gradual aos escritórios, seguindo protocolos de segurança, para depois começar uma transição para o home office. A ideia, contudo, não é que os empregados fiquem todos os dias da semana em casa, no modelo definitivo. Durante pelo menos um dia ou um dia e meio os trabalhadores irão aos escritórios, para trabalhar em ambientes de trabalho também modificados, mais voltados ao conceito do compartilhamento.
"O home office veio para ficar", disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) a vice-presidente de Recursos Humanos do grupo PSA na América Latina, Lindaura Prado. Segundo ela, pesquisas feitas internamente durante o período de isolamento social sugerem uma visão positiva dos trabalhadores, inclusive entre funcionários e gestores que antes eram mais resistentes ao trabalho de casa.
Lindaura afirmou também que o home office forçado durante a pandemia não é, naturalmente, o modelo que se busca para depois do período de isolamento social. "O home office de agora, sem poder sair de casa, e com acúmulo de tarefas domésticas, é um modelo que gera mais ansiedade, mais estresse, para se desdobrar em várias atividades. É algo que temos monitorado nos nossos funcionários, mas, por enquanto, os níveis de ansiedade e estresse estão em níveis aceitáveis", disse.
A executiva disse ainda que o retorno aos escritórios, depois da pandemia, não será imediato. "Vamos tentar adiar ao máximo", ela afirmou. Além disso, quando for iniciada ao transição para o home office definitivo, o tempo pode variar para cada departamento, pois algumas atividades podem exigir um período maior de adaptação.
O grupo tem cerca de mil funcionários administrativos no Brasil. Quando estiverem definitivamente no home office, estarão seguindo um movimento global da empresa. A cidade de São Paulo será o piloto do projeto na América Latina.
A retomada da produção de veículos em Porto Real, antes prevista para o início de junho, agora não tem mais uma data. A empresa aguarda o melhor momento, nos aspectos de saúde e economia, para poder voltar a produzir.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu nesta segunda-feira, 1º de junho, que o Brasil foi o país que "mais sofreu" com a desvalorização cambial na crise provocada pelo novo coronavírus. "Tivemos melhora na última semana", acrescentou, durante audiência virtual pública no Congresso. Na esteira da crise, o Brasil já registra em 2020 um avanço de 33,66% do dólar ante o real.
Campos Neto pontuou ainda que os agentes de mercado acreditam que, na crise, o "mundo desenvolvido tem mais ferramentas para lutar contra a crise, que os emergentes", afirmou.
O presidente do BC avaliou ainda que os mercados financeiros estão "seguindo a curva de contaminação do coronavírus, tanto para pior quanto para melhor".
Flutuante
Campos Neto reforçou que o câmbio é flutuante no Brasil e que a autarquia realiza intervenções quando há "gap (lacuna) de liquidez".
Questionado a respeito da conveniência de uma meta de inflação menor que a atual - de 4,00% para 2020 e 3,75% para 2021 -, Campos Neto lembrou que o parâmetro é estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O BC tem um dos três votos do CMN. "Não acho que deveríamos mudar a meta de inflação", afirmou Campos Neto, lembrando que, com a crise provocada pela pandemia, houve um "desvio" da inflação da meta.
'Não exaurida'
O presidente do Banco Central reforçou também que a política monetária no Brasil "não está exaurida". Atualmente, a Selic (a taxa básica de juros) está em 3,00% ao ano, no menor nível da história. Entre economistas e no próprio BC há discussões sobre o quanto a taxa ainda pode cair neste período de crise.
Campos Neto afirmou que utilizar "outros instrumentos" para combater os efeitos da covid-19 sobre a economia vai criar "uma distorção em nosso princípio de política monetária". "O sistema poderia perder credibilidade", disse.
PIX
O presidente do BC também reafirmou que a autarquia pretende lançar em novembro o PIX - sistema de pagamentos instantâneos no Brasil. Em outro momento da audiência pública, ele defendeu que a liberação do auxílio emergencial à população de baixa renda, no valor de R$ 600, foi "bastante rápida quando comparada com outros países".
Campos Neto também afirmou, durante a audiência, que a autarquia não liberou R$ 1,3 trilhão aos bancos. "Isso depende dos bancos. Estamos acompanhando", afirmou.
Na última quinta-feira, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) informou que, após dois meses, o BC liberou apenas 21% dos mais de R$ 1,2 trilhão anunciados para as instituições financeiras em março.
As declarações de Campos Neto foram feitas em audiência pública virtual da comissão mista do Congresso voltada para o acompanhamento das medidas econômicas do governo durante a pandemia do novo coronavírus.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | |
A Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de abril registrou uma queda de consumo de energia elétrica de 6,6%, para 37.116 gigawatts-hora (GWh), refletindo pela primeira vez o impacto em um mês inteiro da pandemia do covid-19.
O setor comercial foi o mais atingido, com queda de 17,9%, seguido pela indústria, com perda de 12,4% no consumo. Já o setor residencial subiu 6%, sinalizando aumento da demanda trazida pelo isolamento social, que obrigou as pessoas a ficarem mais em casa, informou a EPE.
"O fechamento temporário de estabelecimentos e lojas do setor de comércio e serviços não essenciais impactou de forma expressiva as vendas do comércio (varejista e atacadista) e as atividades de hotéis e restaurantes, setores mais afetados negativamente. Com a redução da atividade econômica do setor, todas as regiões do país apresentaram queda no consumo de eletricidade na classe comercial, sendo que o Nordeste (-21,7%) e o Sudeste (-19,3%) foram as regiões que tiveram as maiores retrações no consumo", informou a EPE em nota.
A região Sudeste, além de sofrer pelas restrições nas atividades de comércio e serviços, também sofreu influência do clima mais ameno em relação ao mês de abril de 2019.
"Mesmo com os ciclos de faturamento mais alongados, em relação à período equivalente do ano anterior, em algumas distribuidoras com participação expressiva no mercado total, esse efeito sobre o consumo da classe não foi suficiente para compensar a queda causada pela interrupção parcial da atividade econômica", explicou a EPE.
Entre as principais quedas registrada pela indústria, as mais intensas foram sentidas pelo setor automotivo (-47,3%), têxtil (-28,5%) e produtos metálicos exceto máquinas e equipamentos (-24,9%).
Além de mais tempo da população em casa, o resultado residencial também foi influenciado, por ciclos de faturamento com mais dias em relação à período equivalente no ano anterior nas distribuidoras com participação significativa no mercado de distribuição.
"Descontado esse efeito, o crescimento verificado na classe residencial em abril seria em torno de 2%. Na região Sudeste, que corresponde à metade do consumo na classe residencial, a taxa de +1,1% passaria a cerca de -1% sem o efeito do ciclo de faturamento, refletindo também a influência do clima mais ameno comparativamente a abril de 2019", explicou a EPE.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | Confiança no comércio tem maior recuo mensal da história, segundo pesquisa da CNC
A confiança do empresário do comércio caiu 21% em maio na comparação com abril, o maior recuo mensal da série histórica elaborada pela CNC (confederação do setor). A queda levou o índice a 94,5 pontos, o menor nível desde setembro de 2016, atingindo a zona considerada pessimista, o que não ocorria desde março de 2017.
A intenção de contratar funcionários alcançou o patamar mais baixo desde junho de 2016, com 89,8 pontos, redução de 24% em relação a abril, e de 28% quando a comparação é feita com maio do ano passado.
Cerca de 57% dos entrevistados afirmaram ter intenção de cortar o quadro de funcionários. É o nível mais alto desde junho de 2016.
Segundo o levantamento da CNC, quase 40% dos empresários do setor esperam uma piora da economia nos próximos meses, a maior proporção de respostas negativas desde maio de 2016. A porcentagem também mais do que dobrou em relação à expectativa em abril.
| Folha de S.Paulo | | | | A fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo voltou a produzir nesta segunda-feira, 1º de junho, depois de dois meses em que a operação ficou suspensa por causa da pandemia do novo coronavírus.
A empresa decidiu parar à época com a intenção de reduzir o risco de contágio entre funcionários, assim como as outras montadoras instaladas no Brasil. Além disso, a demanda por carros despencou e os estoques eram suficientes.
Agora, as seis fábricas da Volkswagen na América do Sul - quatro no Brasil (São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, no estado de São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná) e duas na Argentina (Pacheco e Córdoba) - estão operando regularmente.
Todas estão em produzindo em apenas um turno.
A de São Bernardo, antes da pandemia, estava em ritmo de três turnos. A fábrica produz os modelos Nivus, recém-lançado, Polo, Virtus e Saveiro.
Segundo a Volkswagen, os funcionários que retornam à fábrica terão de seguir 80 regras e medidas que fazem parte do protocolo de segurança.
Os empregados da área administrativa continuam o trabalho remoto e voltarão de forma gradual em data a ser definida.
| Bem Paraná ( publicado em 01-06-2020) | | | | Proximidade na linha de montagem obriga o uso de protetor facial por causa da pandemia
“Você teve contato com alguma pessoa que contraiu Covid-19 (diagnosticado positivo) nos últimos 14 dias?” A pergunta está no formulário que todos os visitantes precisam preencher ao acessar a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). A linha de produção voltou à ativa nesta segunda (1º), em turno único.
Os 2.500 trabalhadores chegaram pouco antes das 6h e foram recebidos por funcionários com termômetros digitais em punho. A maioria veio nos 106 ônibus fretados pela montadora —antes, eram 65. O aumento se deve à necessidade de manter a distância entre as pessoas, regra válida em todas as partes da fábrica.
Há protocolo de segurança até na fila para bater o cartão de ponto: marcações no chão indicam onde cada um deve ficar, e o uso de máscara é obrigatório.
Os bancos de concreto espalhados pela fábrica exibem um “X” amarelo na parte central. É um lembrete para que ninguém sente naquele ponto, liberando mais espaço entre as pessoas.
Os únicos lugares em que se veem operários sem máscaras são as áreas externas reservadas aos fumantes. Nas linhas de produção, os trabalhadores devem usar também luvas e o “face shield”, um escudo de acrílico que cobre o rosto e é preso à cabeça.
Ricardo Petti, supervisor na Volkswagen do Brasil, explica que a proteção extra é necessária devido à proximidade entre os funcionários na linha de montagem. Três trabalham ao mesmo tempo na instalação da parte elétrica de um Polo, por exemplo.
Mesas próximas aos operários estão repletas de frascos com álcool em gel ou uma solução sanitizante para limpar as ferramentas compartilhadas, como as parafusadeiras.
A alameda central da área visitada passou a ser higienizada diariamente. Antes da pandemia do novo coronavírus, a limpeza era semanal.
O ritmo de trabalho parece estar mais lento do que o normal, mas isso não se deve às medidas de segurança, mas, sim, ao momento.
“A velocidade da fábrica será ajustada de acordo com o mercado”, diz Pablo Di Si, presidente da Volkswagen na América do Sul. Ele afirma que os estoques da empresa estão baixos, mas ainda é difícil prever como serão as próximas semanas, quando o comércio começará a funcionar gradativamente Brasil afora.
Com concessionárias e Detrans fechados em vários estados, as vendas em maio foram fracas. De acordo com dados prévios do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), houve 62,2 mil emplacamentos no período. É uma queda de 74,7% em relação ao mesmo mês de 2019. Ainda assim, o resultado é melhor que o de abril, que teve 55,7 mil unidades comercializadas.
Pablo diz que as medidas de segurança sanitária quase dobraram os gastos com transporte de funcionários, mas que isso é uma gota no oceano diante das perdas de receita nos últimos meses. A montadora recorreu aos bancos em busca de liquidez e levou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, os problemas vividos pelos fornecedores, que estão em risco.
“O que passamos nos últimos dias foi violento”, afirma o presidente da Volks.
Pablo calcula que, no total, 6.000 trabalhadores estão de volta às fábricas. Ainda há cerca de 9.000 em férias ou programas de flexibilização das regras trabalhistas, como a interrupção temporário do contrato.
Vanessa Oliveira Leite está entre os que retornaram à fábrica de São Bernardo. Ela é coordenadora do time de amassados, que verifica problemas ocorridos em peças durante a montagem ou o transporte.
Após ficar afastada em férias, Vanessa voltou com carga horária plena. Seu trabalho no momento se concentra no controle de qualidade do Nivus, modelo que começa a ser produzido para chegar às lojas no fim do mês.
Enquanto se prepara para o almoço, Vanessa diz que a volta está sendo tranquila. A fila do refeitório também traz marcas no assoalho, que definem a distância mínima. Uma funcionária distribui luvas descartáveis na entrada, e os talheres estão ensacados.
As mesas agora comportam apenas dois funcionários –antes erram quatro– e estão mais espaçadas. Há indicações de distância também no bufê, que nesta segunda ofereceu arroz (branco ou integral), feijão, salada verde, cupim e farofa.
A turma se alimentou com máscaras penduradas em uma das orelhas. Outros viriam depois: agora há pequenos turnos para evitar aglomeração no restaurante.
Após mais um ritual de higienização, os trabalhadores retornaram à linha de produção em uma das fábricas mais icônicas da indústria automotiva nacional. Às 14h50, no fim do expediente, se deslocaram para o pátio e começaram a embarcar nos 106 ônibus fretados pela Volkswagen.
| Folha de S. Paulo | | | | Retorno ainda não tem data definida como consequência dos efeitos da pandemia
O Grupo PSA decidiu estender a paralisação de sua fábrica instalada em Porto Real, cidade do sul fluminense. A produção da unidade deveria ser retomada na segunda-feira, 1º de junho. A montadora ainda não informa uma nova data para o retorno.
A fabricante atribui a decisão à situação atual gerada pela pandemia de Covid-19. A unidade de Porto Real monta o hatch Peugeot 208 e os utilitários esportivos Peugeot 2008 e Citroën C4 Cactus, além de transformar os furgões Citroën Jumpy e Peugeot Expert (produzidos no Uruguai) em versões para transporte de passageiros.
| Automotive Business ( publicado em 01-06-2020) | | | | Emplacamentos cresceram 10% sobre abril, mas em queda de 76% sobre mesmo mês de 2019
As vendas de veículos leves em maio permaneceram sufocadas pela pandemia de coronavírus que fechou concessionárias e deflagrou a maior crise de confiança que se tem notícia. No mês foram emplacados 56.618 carros e comerciais leves, o que representa crescimento de 10,2% em relação a abril (51.362), mas queda de 75,8% em relação a maio de 2019, quando foram licenciados 234.173 zero-quilômetro, quase cinco vezes mais do que o nível atual do mercado. Os números foram obtidos pela Autoinforme
A média de emplacamentos permanece abaixo das 3 mil unidades/dia – calculando 20 dias úteis em maio, uma vez que os feriados antecipados pela Prefeitura de São Paulo e pelo governo paulista nos dias 20, 21 e 25 não afetaram os números. O Estado representa quase 30% das vendas de veículos no País, mas as concessionárias seguiram fechadas no mês todo, com negócios feitos somente via on-line, e o Detran estadual continua paralisado, realizando poucos emplacamentos.
Por causa do fechamento dos Detrans em vários estados, o volume de emplacamentos não representa a quantidade real de vendas, alguns especialistas apontam que podem ser até 30% maiores do que os licenciamentos registrados. Ainda assim, mesmo se todas os veículos vendidos fossem emplacados, o mercado seguiria deprimido no nível mais baixo dos últimos 50 anos.
O tamanho real do mercado pós-quarentena só será de fato conhecido a partir da reabertura das concessionárias e dos Detrans. Com os números fechados até maio, a retração anual vai se aprofundando após dois meses de forte recessão no setor. No acumulado de janeiro a maio foram emplacados 640,5 mil automóveis e comerciais leves no País, o que representa queda de 38% na comparação com o mesmo período do ao passado, quando as vendas já tinham ultrapassado a marca de 1 milhão de unidades (1,03 milhão).
RANKING EMBOLA, MAS GM SEGUE À FRENTE
A GM conseguiu sustentar em maio sua liderança do mercado brasileiro de veículos leves, com 9.968 unidades emplacadas e 17,6% de participação. Para o segundo lugar subiu a Fiat, que vendeu 8.773 unidades, com 15,5% de participação, superando com uma diferença muito pequena a Volkswagen, que fechou o mês com 8.696 carros vendidos e 15,4%.
A Toyota ficou na quarta colocação, com 4.647 unidades (8,2%), seguida pela Hyundai em quinto (4.523 e 8%) e em sexto lugar ficou a Renault (4.511). Completam a lista das dez marcas mais vendidas Ford (4.421), Jeep (2.577), Honda (2.433) e Nissan (1.612).
Para se ter ideia do tamanho da recessão, somente dois carros, Chevrolet Onix e Hyundai HB20, venderam mais de 2 mil unidades em maio. Foram registrados 3.296 emplacamentos do Onix e 2.218 do HB20.
A Fiat Strada foi o modelo que mais se aproximou dos líderes, ficou em terceiro lugar no ranking com 1.983 unidades vendidas e liderou a lista das picapes (mesmo às vésperas da chegada da nova geração do modelo ao mercado). Além da Strada, outra picape Fiat, a Toro, também integrou a lista dos dez mais vendidos no mês, ficou em oitavo lugar, com 1.662 emplacamentos. Toyota Hilux (1.444), Ford Ranger (1.400) e Chevrolet S10 (1.266) também venderam acima de mil unidades.
Vale destacar a boa presença do Kwid no ranking de maio, o carro da Renault vendeu 1.818 unidades e foi o quarto mais vendido. Fiat Argo, Ford Ka, Chevrolet Onix Plus e os Volkswagen Gol e Polo completam a lista dos dez mais. Destaque também para o recém-lançado Chevrolet Tracker, da GM, 11º colocado com 1.564 licenciamentos no mês.
| Automotive Business ( publicado em 01-06-2020) | | | | Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil totalizaram 62,197 mil unidades em maio, queda de cerca de 75% em relação ao mesmo mês de 2019, mas alta de 11,6% na comparação com abril, informou nesta terça-feira a Fenabrave, associação que representa os concessionários.
De acordo com o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior, em maio a abertura de algumas concessionárias em determinados Estados e o retorno de funcionamento de parte dos Detrans (incluindo São Paulo) já resultaram em pequena melhora para o setor da distribuição.
“Se o Estado e a capital paulista estivessem operando normalmente, os resultados seriam ainda mais expressivos, já que São Paulo representava, antes da crise, mais de 26% das vendas de veículos e passou a representar apenas 0,9%, em abril, e 1,6%, em maio”, explicou em nota.
Segundo a entidade, as vendas de carros e comerciais leves despencaram quase 78% em maio na comparação anual, enquanto as vendas de caminhões tombaram 48,5%. Os emplacamentos de ônibus tiveram baixa de 60,78%. Na comparação com abril, houve aumento em todas as categorias.
No acumulado de 2020, as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil já mostra baixa de cerca de 38%, a 675,971 mil unidades.
A Fenabrave também afirmou que não revisará as projeções para 2020 até o fechamento do primeiro semestre em razão das incertezas que cercam a economia e o desempenho do setor da distribuição de veículos, que ainda sofre os efeitos do isolamento social e lockdown em algumas regiões.
“Ainda é prematuro, pois não sabemos quando as atividades retornarão em todos os estados e municípios, tampouco, como reagirá a economia e a oferta de crédito para consumo....Assim como o PIB, devemos ter um resultado inferior ao de 2019, mas só teremos como projetar isso após a retomada plena de todas as concessionárias”, disse o presidente da entidade.
| Reuters | | | |
|
| | |
|
|