| 23 de JUNHO de 2020
Terça-feira
- Avisos de Licitação - SESA-FUNSAUDE / FUNEAS
- Importante - Orientações para a Indústria: Negociações Copel Mercado Livre
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- Sebrae e CNI promovem uma série de webinars sobre internacionalização de pequenos negócios
- Senado vota nesta terça adiamento de eleições e medida provisória do Sistema S
- Micro e pequenas empresas precisam de R$ 200 bi em socorro. Educação e alimentação sofrem mais
- O coronavírus e a valorização da indústria nacional
- Pandemia e crise fazem proprietários renegociar contratos de aluguel
- Crise do coronavírus cria ambiente favorável para aprovar reforma tributária, diz Maia
- Com sistema de saúde em xeque pela Covid-19, Paraná começa semana mais crítica
- OMS faz um alerta para subnotificação no Brasil
- Recuperação econômica pode ser mais rápida, diz ata sobre estímulos do governo
- Esboça-se alguma recuperação da confiança
- Estender auxílio emergencial por um ou dois meses não quebrará País, diz Maia
- Maia: crédito a empresas é questão mais grave; vamos aprimorar MPs no Parlamento
- IR 2020: Ainda não entregou declaração? Falta 1 semana para o fim do prazo
- Receita investiga fraudes em restituições do IR; valor chega a R$ 15 mi
- Artigo: ETF, um caminho para os novos investidores
- Criar emprego será o desafio no pós-crise, dizem economistas
- 40% dos profissionais qualificados buscam novas oportunidades por medo de perder o emprego, diz pesquisa
- Parceria com iniciativa privada transforma o Porto de Paranaguá
- Ford, Toyota e Nissan retomam produção de veículos no Brasil
- Nissan demite 398 empregados que estavam com contratos suspensos
- Nissan paga multa dentro da MP de suspensão de contrato para demitir 398 funcionários
- Com 43% da frota parada, locadoras concedem desconto e fazem parcerias
- Balança comercial atinge marca de US$ 20 bilhões de superávit na parcial do ano
- Ata: para a maioria do Copom, limite mínimo da Selic seria maior em emergentes
- Projeção para IPCA 2020 no cenário híbrido está em 2%, diz ata do Copom
- IPC-S tem inflação de 0,09% na 3ª quadrissemana de junho, revela FGV
- FGV: consumidores esperam inflação de 4,8% em 12 meses a partir de junho
- Trajetória fiscal em 2021 será decisiva para determinar prolongamento do estímulo
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Câmbio
Em 23/06/2020
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Dólar
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5,160
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Euro
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Fonte: BACEN
| | | | | O SINDIMETAL/PR divulga os Avisos de Licitação publicados no dia 23/06/2020, conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, contendo as seguintes informações:
Federal
Sem novas licitações
Paraná
Pregão Eletrônico 469/2020 (469/2020 interno) - SESA-FUNSAUDE - Fundo Estadual de Saúde – SESA
Objeto: A presente licitação tem por objeto a prestação de serviços contínuos de Manutenção Preventiva e Corretiva em Equipamento Médico Hospitalar para atender a demanda do Complexo Hospitalar do Trabalhador.
Pregão Eletrônico 512/2020 (50/2020 interno) - FUNEAS - Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná
Objeto: MATERIAIS MÉDICO HOSPITALARES
| SINDIMETAL/PR | | | | Importante: Negociações Copel Mercado Livre
Indústrias clientes da Copel Mercado Livre poderão renegociar faturas e a demanda contratada neste período de pandemia.
Saiba mais neste informativo.
Clique na Imagem e abra o documento.
| SINDIMETAL/PR | | | | Os dados do último boletim do coronavírus mostram que a pandemia tem ganhado velocidade em Curitiba, assim como a ocupação dos leitos destinados ao tratamento da Covid-19 em Curitiba pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Nesta segunda-feira, 22 de junho, a Capital contabilizou 3.032 casos da Covid-19 - 147 a mais que do boletim anterior. O novo boletim também mostra mais cinco mortes causadas pela doença.
Na segunda, 267 pessos estavam internadas em hospitais públicos e particulares da Capital, sendo que 94 estavam em UTIs, a maior ocupação até o momento. Esses números aparecem junto com os dados sobre a ocupação dos leitos, que já mostram a ausência de leitos em alguns hospitais, caso do Hospital Evangélico e Hospital do Trabalhador, conforme dados do portal Coronavírus, mantido pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.
A taxa de ocupação das 223 UTIs do SUS exclusivas para Covid-19 na capital é de 79% - todos aqueles que deram entrada no internamento com sintomas de síndromes respiratórias agudas graves vão para leitos exclusivos Covid-19 e não apenas os com casos confirmados.
Ainda no boletim, há 423 casos suspeitos, 2.630 descartados e 1.783 recuperados.
Veja como estava a ocupação dos leitos nesta segunda-feira, 22 de junho, dos leitos destinados ao tratamento da Covid-19
Hospital Cruz Vermelha
7 leitos de UTI, com 6 ocupados
10 litos da enfermaria , com 7 ocupados
Hospital Erasto
10 leitos UTI, com 8 ocupados 2 livres
30 leitos de enfermaria, com 9 ocupados 21 livres
Hospital Santa Casa
10 leitos UTI, com 7 ocupados 3 livres
10 lelitos enfermaria, com 9 ocupados 1 livre
Hospital de Clínicas
48 leitos UTI, com 31 ocupados e 17 livres
47 leitos de enfermaria, com 47 ocupados
Hospital Pequeno Principe
10 leitos UTs, com 6 ocupados e 4 livres
20 leitos de enfermaria, com 8 ocupados e 12 livres
Hospital Evangélico
23 leitos UTI adulto, com 23 ocupados
48 leitos de enfermaria adulto, com 34 ocupados 14 livres
Hospital Evangélico
6 UTIs pediátricas nenhuma ocupada
10 leitos de enfermaria pediátrico, com 2 ocupadas e 8 livres
Hospital do Idoso
30 leitos UTI, com 28 ocupados e 2 livres
23 leitos enfermaria com todos ocupados
Hospital do Trabalhador
22 leitos UTI com 22 ocupados
34 leitos de enfermaria, com 30 ocupados e 4 livres
Hospital de Reabilitação
52 leitos UTIs, com 41 ocupados e 11 livres
32 leitos de enfermarias com 10 ocupados e 22 livres
| Bem Paraná | | | |
Com pandemia controlada até a metade de maio, Curitiba teve explosão repentina de doentes e está com sistema de saúde no limite.
Pouco mais de 100 dias após registrar os cinco primeiros casos de coronavírus, Curitiba, capital do Paraná, passou de uma situação confortável para dramática em relação à pandemia. Até metade de maio, eram 600 casos de Covid-19 e taxa de ocupação de UTIs que não ultrapassava os 50%. Em março, quando entraram em vigor as medidas de isolamento social, a adesão dos curitibanos foi boa, bem como a obrigatoriedade do uso de máscara nos locais públicos.
Com o surto controlado, a prefeitura de Curitiba relaxou as regras e permitiu a reabertura de shoppings e academias no dia 20 de maio. O resultado: os casos quintuplicaram.
Na segunda-feira (22), eram 3.032 casos confirmados e 114 óbitos. Na terça-feira passada (16 de junho), houve recorde de 510 registros. Em todo o Paraná, são 14.336 casos e 460 mortes, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Na segunda, também foi confirmada a morte do primeiro médico no Paraná pelo coronavírus no exercício da atividade: Caio Martins Guedes, de 33 anos. Ele era residente no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul (Região Metropolitana de Curitiba). Tanto o hospital como o Conselho Regional de Medicina do Paraná emitiram notas de pesar sobre a morte precoce do médico.
A ocupação dos 223 leitos de UTI do SUS exclusivas para a Covid-19 na cidade beira a 80%. Na semana passada, esse porcentual chegou a 85%. Dados da Sesa do dia 22 de junho mostram que hospitais como Evangélico e Hospital do Trabalhador (ambos em Curitiba) estavam com 100% das UTIs de Covid ocupadas.
A situação é dramática também em cidades como Cascavel (95% de ocupação no Hospital Universitário) e Francisco Beltrão (100% de ocupação no Hospital Regional do Sudoeste).
"Isso é consequência direta do relaxamento das medidas de distanciamento social. Se circularmos normalmente, teremos várias oportunidades ao longo dos dias de transmitir ou contrair o vírus" alerta o infectologista e professor da Escola de Medicina da PUC-PR, Giovani Breda.
Nas Unidades de Saúde de Curitiba, os profissionais também sentiram o aumento brusco. Médico da família e comunidade e coordenador das recomendações Covid-19 da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, Rogerio Luz Coelho Neto conta que, na última semana, os atendimentos "explodiram" na Unidade de Saúde Osternack, uma das regiões de maior vulnerabilidade social da capital paranaense.
"A gente vinha atendendo de seis a sete pessoas por dia. Na semana passada, 27 pessoas, às vezes 30. E aconteceu bem 15 dias depois do relaxamento. Isso preocupou a gente", fala o médico, que trabalha na área de avaliação da Covid-19 fazendo a triagem, encaminhamento dos pacientes e o teste de PCR.
"Antes não tínhamos aceso ao teste. O paciente precisava estar internado para fazer. Hoje posso solicitar e, caso o resultado seja positivo, conseguimos realizar o rastreamento com a família" explica Rogerio.
'A gente sabia que a Covid chegaria'
Atualmente no patamar laranja (risco médio), conforme o Protocolo de Responsabilidade Sanitária e Social, sistema de monitoramento adotado na cidade para rastrear a doença, e que estabelece quais medidas devem ser tomadas em cada nível, a Prefeitura de Curitiba restringiu acessos, mas não totalmente, o que, invariavelmente, propicia a circulação de pessoas. Impôs horários reduzidos ao comércio de rua, aos restaurantes e shoppings (que não operam aos finais de semana), mas os manteve abertos, apostando na colaboração da população.
A estratégia não funcionou: a cidade voltou à normalidade no início do mês. Comércios (como supermercados) que antes mantinham medidas rígidas de higiene e de controle de pessoas passaram a não limitar o número de clientes, e restaurantes ficaram cheios.
"A gente fez uma escolha para proteger a sociedade, equilibrando economia e saúde. Como a onda veio tardia, o que é bom porque ganhamos expertise nas nossas equipes e no manejo dos pacientes, a população cansou. Um pouco também é negação e ausência de lideranças na esfera federal. A gente fica falando sozinho" lamenta a secretária municipal da Saúde, Marcia Huçulak.
O setor de urbanismo da Prefeitura apertou as fiscalizações no último fim de semana, e tenta dar conta de denúncias particulares que chegam, como a de festas particulares com mais de 40 convidados e pessoas com Covid-19 que moram em condomínios de luxo e não tomam os cuidados necessários.
"Recebemos informação de uma família inteira que está contaminada e circula sem máscara pelo prédio, não faz o isolamento corretamente. O que você faz com uma pessoa assim? Não sei. Eu começo a desacreditar na humanidade."
Marcia está presente em boa parte das lives diárias da prefeitura com o boletim dos casos, que é transmitida via Facebook. Conhecida pelo tom assertivo, ela reitera a necessidade de baixar a contaminação urgentemente para evitar o colapso do sistema de saúde, mesmo com a abertura de mais 95 leitos de UTI até o fim do mês.
"Você pode conseguir leitos, respirador, mas precisa de um intensivista, enfermagem especializada em UTI, técnicos. E isso não se forja da noite pro dia". Ela não descarta a possibilidade de a cidade decretar a bandeira vermelha, uma espécie de lockdown — ação que não dependeria de um decreto estadual, explica o advogado, mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Coimbra e proferir da FAE Centro Universitário, André Portugal.
"No Brasil, a Constituição Federal institui o federalismo cooperativo, ou seja, não existe hierarquia dos entes federativos. O que há são previsões para que a união coordene ações e Estados e municípios complementem com medidas para o seu território. O que vemos é que com esse governo federal fica só no plano da fantasia."
DESFEDERALIZAÇÃO: Pandemia levou 23 estados e o DF a implementarem auxílios econômicos próprios; e 17 estados a fecharem rodovias, aponta levantamento
A guerra do setor fitness
As academias de ginástica se destacam entre as atividades que mais pressionam pela volta do funcionamento integral em Curitiba — no sábado (13), quando o alerta laranja foi decretado, empresários fizeram um "buzinaço"e protestaram em frente ao apartamento do prefeito Rafael Greca (DEM), no bairro Batel.
Em reunião na segunda-feira (15), o setor se reuniu com a prefeitura para definir mais regras de funcionamento, mas logo voltou atrás e manteve a restrição. "Investimos pesado em medidas para segurança dos alunos, mas a gente fica perdido. Saímos de uma reunião com tudo acordado, e logo a regra muda", queixa-se o proprietário da rede de academias Studio Corpo Livre, Raphael Bonatto.
Coronavírus: Prefeitura interdita 30 estabelecimentos em Curitiba por irregularidades
Ele argumenta que "antes do aspecto econômico", o segmento quer a reabertura baseada em "evidências científicas". "A atividade física é fundamental na prevenção e curas de doenças, desde um cardiopata até controle de diabetes. Pessoas morrem muito mais por sedentarismo do que por coronavírus", diz Bonatto.
Apesar de o sedentarismo ser uma causa de morte importante no Brasil — segundo dados do Ministério da Saúde, 34 mil óbitos registrados no Brasil em 2017 estão ligadas a doenças cardiovasculares, diabetes e cânceres como o de mama e cólon, doenças que podem ser influenciadas pela falta de atividade física.
No entanto, a Covid-19 vitimou, em três meses, mais de 50 mil pessoas no país. O número é o último divulgado pelo levantamento do consórcio dos veículos de imprensa com base nos dados das secretarias de saúde. O vírus matou mais brasileiros até agora do que todo o trânsito em 2019.
| G1 | | | | O projeto de lei 321/2020, que obriga repartições públicas e estabelecimentos de uso coletivo a medir a temperatura corporal de seus servidores, funcionários e visitantes, recebeu quatro emendas de plenário e com isso retorna à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa. As emendas foram apresentadas durante a sessão plenária remota desta segunda-feira (22).
O texto é assinado pelos deputados Luiz Claudio Romanelli (PSB), Ademar Traiano (PSDB), Tercílio Turini (CDN), Alexandre Curi (PSB) e Michele Caputo (PSDB) e é votado em segunda discussão na forma de um substitutivo geral, apresentado pela CCJ.
Uma das emendas, apresentada pelos deputados Tiago Amaral e Luiz Claudio Romanelli (ambos do PSB), prevê que ficam dispensados da obrigatoriedade os estabelecimentos de uso coletivo que possuam menos de dez funcionários registrados ou prestadores de serviço contratados e cujo público frequentador seja inferior a 50 pessoas simultaneamente.
Outras duas emendas apresentadas pelos deputados Alexandre Amaro (Republicanos) e Do Carmo (PSL), também seguem a mesma linha de proteção à micro e pequenas empresas. Elas mantém, a realização de aferição da temperatura corporal das pessoas na entrada das repartições públicas e estabelecimentos de uso coletivo, enquanto perdurar a pandemia do novo coronavírus.
A emenda também determina que o estabelecimento será responsável pela adequada orientação do funcionário que utilizará o equipamento, bem como por sua higienização, conforme indicações do fabricante e que fica concedido o prazo de 30 dias para que os estabelecimentos referidos nesta Lei se adequem às exigências.
Nos casos, em que a pessoa apresentar febre, ela deverá ser orientada a procurar atendimento médico e impedida de entrar no estabelecimento.
Outra emenda assinada pelo deputado Alexandre Amaro pretende excluir do cumprimento da obrigação de aferir temperatura corporal das pessoas, as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos, uma vez que tal obrigação implicaria na impossibilidade de funcionamento de tais instituições, até mesmo porque, muitas delas não possuem condições para adquirir os equipamentos necessários.
| CBN | | | | Eventos online fazem parte do Programa Indústria Global, criado para programa preparar os empresários para atuar no mercado internacional.
As micro e pequenas empresas que querem buscar o mercado internacional como alternativa de negócio, mas não sabem por onde começar, podem participar, na próxima quarta-feira (24), às 11h, da 8º webinar sobre internacionalização, promovida pela parceria entre Sebrae e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O tema abordado será “Barreiras Comerciais e seus Impactos Durante a Pandemia do Coronavírus” com mediação do especialista em política comercial da CNI, Leandro Barcelos.
O evento online faz parte de uma série de webinars que discutem o comércio exterior como oportunidade para os pequenos negócios interessados em ampliar seus negócios fora do Brasil com apoio, inclusive, na promoção comercial. Até o momento, as webinars já alçaram mais de 16 mil visualizações no Facebook e Linkedin, que são as redes sociais onde estão disponíveis, com mais de 5 mil interações.
No final do ano passado, o Sebrae e a CNI assinaram um convênio para estimular e capacitar micro e pequenas empresas (MPE) a internacionalizarem as suas operações. Com um investimento de R$ 21 milhões, as duas instituições pretendem atender mais de mil MPE em por 30 meses.
O acordo envolve treinamento, consultorias, rodada de negócios, apoio para prospecção de mercado, entre outras ações. Em breve deve ser lançado um edital pelas duas instituições, para contemplar projetos e iniciativas de apoio a internacionalização das micro e pequenas empresas com o apoio do Sebrae e das Federações da Indústrias nos estados.
Atualmente, 40% das empresas brasileiras que vendem seus produtos para o exterior são do segmento das micro e pequenas empresas, sendo a maioria delas no ramo industrial e comercial.
Para participar do próximo webinar no dia 24 de junho, às 11h, basta fazer a inscrição no site do Programa Indústria Global, clicando aqui.
| CIMM | | | | A PEC 18/2020, que trata do adiamento, e a MP 932/2020, sobre o Sistema S, são as duas matérias da pauta do Senado para esta terça-feira
Proposições legislativas
O Senado analisa em sessão remota nesta terça-feira (23) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2020, que adia as eleições municipais, inicialmente previstas para outubro, em decorrência da pandemia de coronavírus.
O relator da proposta, senador Weverton (PDT-MA), deve apresentar seu relatório até a manhã desta terça-feira. Ele quer reunir no parecer as sugestões feitas durante a sessão temática sobre o assunto realizada pelo Senado nesta segunda-feira (22). A sessão contou com a participação de especialistas em saúde e direito eleitoral, além do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
A PEC inclui o artigo 115 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) para adiar as eleições deste ano para prefeito, vice-prefeito e vereador.
Apesar do adiamento, o fato de as eleições continuarem previstas para este ano garante que o período dos atuais mandatos e a data da posse dos eleitos permaneçam inalterados. Prefeito, vice-prefeito e vereadores têm mandato de quatro anos e tomam posse em 1º de janeiro.
A proposta torna sem efeito, somente para as eleições municipais deste ano, o artigo 16 da Constituição, segundo o qual qualquer lei que alterar o processo eleitoral só se aplicará à eleição que ocorrer após um ano de sua vigência.
Por acordo de líderes, os senadores devem votar os dois turnos da PEC na sessão desta terça-feira. Se aprovada, a proposta seguirá para análise da Câmara dos Deputados.
Sistema S
Além da PEC, os senadores vão apreciar também a Medida Provisória (MP) 932/2020, que, em seu texto original, corta pela metade a contribuição devida por empresas para financiar o Sistema S durante os meses de abril, maio e junho. Aprovada na Câmara como Projeto de Lei de Conversão 17/2020, a medida integra o pacote do governo federal para minimizar os impactos da pandemia de coronavírus na economia.
A MP original determina um corte de 50% dessas contribuições nos meses de abril, maio e junho, mas o projeto aprovado pela Câmara restringiu o corte aos meses de abril e maio, mantendo as contribuições no valor cheio em junho.
O Sistema S reúne um conjunto de entidades privadas vinculadas ao sistema sindical patronal responsável por aplicar recursos na formação profissional e na prestação de serviços sociais aos trabalhadores. As entidades são mantidas pelas contribuições, pagas compulsoriamente pelos empregadores, que incidem sobre a folha de salários com alíquotas variadas.
A medida alcança as contribuições cobradas pelas seguintes entidades: Sescoop (setor de cooperativas), Sesi e Senai (indústria), Sesc e Senac (comércio), Sest e Senat (transporte) e Senar (rural).
| Senado Notícias | | | | A pandemia do novo coronavírus escancarou um problema estrutural da economia brasileira: a dificuldade das empresas de acessarem linhas de crédito. A situação é particularmente grave para as de pequeno porte, que têm pouco capital de giro para manter o negócio funcionando.
Estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgado nesta terça-feira (23), estima que as micro e pequenas empresas precisam de de R$ 200 bilhões adicionais para atravessarem a pandemia e mitigarem os efeitos sociais da crise.
São 17,3 milhões de empreendimentos entre microempreendedores individuais (MEI), que faturam até R$ 81 mil ao ano; microempresas (ME), com faturamento até R$ 360 mil ao ano; e empresas de pequeno porte (EPP), que faturam até R$ 4,8 milhões ao ano. Juntas, as três categorias somam R$ 3,52 trilhões de faturamento anual.
“A limitação da oferta de crédito faz com que, na maioria das vezes, recursos próprios sejam utilizados para investimento em capital fixo e, se houver sobra, utilizados para investimento em capital de giro”, alertam os pesquisadores Lauro Gonzalez, Bruno Barreira e Arthur Ridolfo, que assinam o relatório.
Como as sobras são geralmente insuficientes, as vendas são cruciais para financiar o capital de giro, sobretudo pela antecipação de recebíveis, por exemplo, antecipando o recebimento de vendas no cartão de crédito. Mas com a queda abrupta na receita os empresários se veem obrigados a cortarem custos e funcionários, o que aumenta o desemprego.
Com base nos dados de 2019 do Banco Central, os pesquisadores calculam que a demanda de crédito neste ano vai somar R$ 472 bilhões, mas que apenas R$ 270 bilhões serão concedidos. Uma diferença de 202 bilhões.
A simulação traça também um cenário mais otimista, no qual a lacuna seria de "apenas" R$ 116 bilhões, e um mais pessimista, onde a diferença pode chegar a R$ 289 bilhões.
De acordo com o assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingues, a dificuldade de liberar o crédito reside na própria estrutura do sistema financeiro, concentrado nas mãos de poucos grandes bancos que concedem empréstimos só para quem tem capacidade de oferecer garantias. A pandemia só potencializou a má distribuição dos financiamentos.
“As micro e pequenas empresas são as que menos têm acesso ao crédito. Elas se financiam por meio do cheque especial, que é uma jabuticaba brasileira, depois por meio dos fornecedores, depois por empréstimo familiar e só lá no final por empréstimo bancário”, explicou o integrante da equipe econômica numa live sobre o tema transmitida nesta segunda-feira (22).
Os setores que mais sofrem
Segundo o estudo da FGV, o setor mais impactado pela crise da Covid-19 é o da educação. As empresas do ramo sofrem uma contração média de 65% no faturamento. Na sequência aparecem os segmentos da alimentação (-58%) e do comércio varejista (-55%).
De acordo com o presidente da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, 25% dos estabelecimentos do setor não vão sobreviver à crise econômica. Ele diz que o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) está se revelando um “fiasco”.
O plano, lançado em junho pelo governo, disponibiliza linhas de crédito garantidas pelo Tesouro para 4,58 milhões de micro e pequenas empresas, mas o dinheiro não está chegando na ponta. “Não tem um associado da Abrasel que conseguiu tomar um centavo do Pronampe” critica Solmucci.
Impacto da Covid-19 sobre o faturamento das MMPEs por setor
No estado de São Paulo, 87% das empresas não estão tendo acesso ao crédito e 71% dos empresários têm a percepção que as medidas do governo não estão chegado ao seu negócio, segundo boletim de junho do Sindicato das Micros e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi). Apenas 22% das empresas estão funcionando normalmente e 15% dos empresários dizem correr risco de fechar nos próximos 30 dias.
É o caso de escolas particulares que, com a suspensão das aulas, tiveram uma queda drástica na receita. Enquanto alunos migram para a rede pública, cresce a inadimplência das mensalidades. Os que mais sofrem são as creches e as pequenas universidades, segundo a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep).
“O dinheiro [do Pronampe] não é tão barato [a taxa de juros máxima é pós-fixada em Selic mais 1,25% ao ano]. Não é muito bom, mas é para [ajudar] quem vai quebrar”, afirma o presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira.
Cada escola infantil precisaria entre R$ 150 mil e R$ 200 mil de crédito para não fechar as portas. As universidades particulares necessitam, ao todo, de algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em crédito para enfrentar o cancelamento e o trancamento de matrículas causados pela pandemia, segundo Batista.
Para ajudar as famílias, ele defende a implementação em escala nacional de um "coronavoucher" voltado para o ensino infantil, como ocorreu em Niterói (RJ), onde a prefeitura lançou um programa de bolsas de estudos no valor de R$ 1 mil mensais para crianças de dois e três anos.
Comércio: CNC confia no Pronampe
Com o comércio funcionando à sanfona, abrindo e fechando ao sabor de decretos municipais e estaduais, o varejo também está na lona. As cooperativas, que representam 60% do crédito já concedido a micro e pequenas empresas, não têm mais recursos para atender a demanda atual, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
“O Pronampe está chegando agora e é a grande linha de crédito para micro e pequenas empresas. Atende aos interesses do setor e vai ajudar muito”, avalia Antônio Everton, economista da CNC.
Segundo José Roberto Tadros, presidente CNC, “esses estímulos [ao crédito] têm que existir no Brasil, que é um pais de dimensão continental, com realidades diferentes. Tem que ter um conceito mais ou menos uniforme da realidade, da diversidade, não só cultural, mas também econômica e de suas instâncias territoriais”, afirmou em live com deputados nesta segunda (23)."
| Gazeta do Povo | | | | Apesar de um crescimento abaixo do esperado, a economia brasileira terminou 2019 com um cenário mais promissor do que nos anos anteriores. Um quadro de inflação controlada, juros em patamares mais honestos e um maior controle sobre os rumos da política econômica criaram a expectativa de que 2020 seria um ano de efetiva retomada após uma das recessões mais perniciosas de nossa história recente. No caso da indústria paranaense, o otimismo era nítido.
A pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), apontava que 80% dos industriais do estado entravam neste ano com expectativas favoráveis para seus negócios. Desses, 82% pretendiam realizar novos investimentos, principalmente no aumento da sua capacidade produtiva.
Todo e qualquer planejamento, no entanto, foi por terra ainda no primeiro trimestre, quando o mundo foi paralisado pela pandemia do novo coronavírus. Uma situação completamente inesperada, que exigiu a adoção de medidas para restringir a circulação de pessoas, reduzir a disseminação do vírus e preservar a saúde pública.
O fechamento temporário de fábricas inicialmente na China, um dos principais fornecedores de produtos, peças e insumos para o resto do mundo, teve impacto em toda a cadeia global de produção, começando a afetar alguns setores industriais no Brasil. Posteriormente, com o aumento de casos da doença no país, o fechamento do comércio fez despencar a demanda pelos produtos industrializados, comprometendo fortemente o faturamento das empresas e colocando em risco os empregos que geram.
Mais do que levar o Brasil ao rumo de uma nova recessão, essa crise sem precedentes também trouxe alguns alertas sobre a estrutura produtiva do país. Em especial no que se refere a itens essenciais utilizados por profissionais de saúde para sua própria proteção ou para o tratamento da Covid-19, ficou claro que somos extremamente dependentes de produtos importados.
Desde máscaras cirúrgicas até respiradores mecânicos, poucos desses itens eram fabricados em território nacional. Devido à grande demanda por esses produtos em todo o mundo, chegamos ao ponto de carregamentos destinados ao Brasil serem confiscados durante escalas em outros países.
Essa realidade fez com que indústrias brasileiras, até pelo fato de precisarem buscar alternativas para seus negócios, passassem a produzir alguns desses itens. No Paraná, um dos principais exemplos se concentrou na indústria do vestuário.
Empresas que fabricavam roupas, bonés e outras peças de confecção adaptaram suas linhas de produção e começaram a fabricar máscaras e aventais hospitalares. Indústrias metalmecânicas, por sua vez, investiram em pesquisas para desenvolver respiradores nacionais. Esses são apenas alguns dos tantos exemplos que o industrial brasileiro vem dando, mesmo com todas as dificuldades, de que tem uma capacidade empreendedora e produtiva estupenda.
Esse potencial precisa ser mais bem explorado para que o país não dependa tanto de produtos importados, seja em tempos de crise quanto de normalidade. O que se observou nas últimas décadas no Brasil, no entanto, foi uma grande depreciação da indústria de transformação nacional.
Esse setor, que nos anos 1970 chegou a responder por 21,4% do Produto Interno Bruto (PIB), foi responsável por apenas 11% do PIB em 2019. Um estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que analisou a evolução da indústria em 30 países nesse período, mostra que o Brasil foi um dos que apresentaram maior recuo em seu parque fabril.
Muito dessa retração se deve aos altos custos de produção que o industrial brasileiro enfrenta e que tiram a competitividade de seus produtos em relação aos fabricados em outras partes do mundo. Custos que vão desde a incidência de inúmeros tributos ao longo da cadeia produtiva até o cumprimento de diversas exigências burocráticas, que obrigam as empresas a gastos indiretos para cumprir todas as suas obrigações. Isso sem contar diversos problemas estruturais do país, como a infraestrutura deficiente e o baixo nível educacional, entre tantos outros que reduzem a produtividade da indústria nacional.
Neste momento, todas as atenções do país devem estar voltadas à superação da questão sanitária, colocando como prioridade a preservação da vida e da saúde de seus cidadãos, além da redução dos impactos econômicos. Porém, como legado, o Brasil deve sair desta crise com a consciência de que precisa, mais do que nunca, estruturar seu crescimento em longo prazo.
E isso passa, obrigatoriamente, por uma estratégia que permita ao país ter condições de suprir suas próprias necessidades, com menos dependência de produtos importados. Não se trata de criar mecanismos de proteção ao produto nacional, mas sim de implantar uma política industrial efetiva, que permita que as empresas brasileiras, com toda a sua capacidade, produzam em igualdade de condições com seus concorrentes estrangeiros.
Entre tantas mudanças de hábitos e comportamentos que esta crise vem trazendo, esperamos que ela sirva também para que todos nós, sociedade e governos, reflitamos sobre o tipo de desenvolvimento que queremos para nosso país no futuro.
Carlos Valter - presidente da FIEP
| Sistema Fiep (publicado em 17-06-2020) | | | | A perda de renda devido à crise econômica causada pela pandemia de coronavírus levou muitos inquilinos a buscarem a renegociação dos aluguéis. Um levantamento da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) indica que pelo menos um em cada cinco aluguéis residenciais passaram por processo de renegociação nos últimos meses no estado de São Paulo.
Segundo o presidente da associação, José Roberto Graiche Júnior, os descontos nos aluguéis variaram entre 10% e 50%, por períodos de aproximadamente três meses. Segundo ele, em 90% dos acordos, os valores foram reduzidos apenas temporariamente e deverão ser repostos em parcelas nos próximos meses. Apenas 10% foram reduções sem retorno.
Esse processo de acerto entre os moradores dos imóveis e os proprietários evitou, na avaliação de Graiche, um aumento expressivo da inadimplência, que permaneceu baixa, mesmo com a crise. “Inadimplência não aumentou, tendo em vista que houve essa composição entre os proprietários e inquilinos”, disse. Em média, antes da crise, os atrasos dos pagamentos de aluguel representavam 1,8% do total dos contratos de locação e ficaram, de acordo com ele, em 2,8% nos últimos dois meses.
Negociar para não perder
O vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Sindicato da Habitação (Secovi) de São Paulo, Mark Turnbull, disse que a orientação é negociar, lembrando que para os donos, pode ser mais caro deixar a casa ou o apartamento vazio do que uma redução do valor do aluguel. “Não vale a pena para o proprietário perder esse inquilino, que é uma renda. Se perde o inquilino, fica sem o aluguel e tem despesas fixas”, diz.
Os dados do Secovi referentes a abril já refletem a desaceleração sofrida pelo mercado de aluguéis na crise. Segundo a pesquisa mensal, o tempo que um apartamento pode ficar vazio até ser feito novo contrato ficou entre 27 e 57 dias na cidade de São Paulo. No mesmo período de 2019, esse tempo variava entre 24 e 49 dias. Para as casas, o tempo de espera por novos inquilinos aumentou de 18 a 43 dias no ano passado para 20 a 53 dias no último mês de abril.
Turnbull destaca que a crise vai definir os rumos dos aluguéis daqui para a frente. “O que vai continuar daqui para a frente é a negociação. Quem vai querer pagar, vai querer pagar menos”, enfatiza. Mesmo os reajustes anuais dos contratos, que costumam seguir a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), devem ser repensados. “O proprietário não vai fazer esse ajuste, ou vai fazer até metade disso”, afirma sobre o percentual do índice de inflação, que acumula alta de 7,24% nos últimos 12 meses.
Quando negociar
Caso o inquilino perceba que a perda de renda vai dificultar o pagamento do aluguel estipulado para o imóvel onde vive, o ideal é procurar o proprietário ou a administradora e buscar um acerto, recomenda o vice-presidente da comissão de Direito Contratual da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo, Victor Cerri. “O exercício que tem que se fazer é ver se aquela inadimplência surgiu por causa da pandemia”, diz o advogado sobre a avaliação que os donos de imóveis devem fazer na hora de negociar com os locatários.
Ele lembra que os inquilinos também devem ser flexíveis e entender as necessidades do dono do imóvel. “O locador, muitas vezes, tem isso como única renda”, diz Cerri. Um levantamento do Secovi mostra que 70% dos proprietários têm só um ou dois imóveis.
“O que a gente orienta é fazer concessões recíprocas. Talvez postergue o pagamento desse aluguel que ficou aberto, talvez não onerando o locatário com multas”, exemplifica o advogado a respeito de possibilidades que podem ir para a mesa de negociação. Ele diz que caso as primeiras conversas não deem resultado, o inquilino pode buscar um mediador para tentar conduzir os termos. “Procurar um intermediário, uma administradora, uma imobiliária. Não sendo eficaz, talvez buscar um advogado habilitado”, acrescenta.
Cerri ressalta ainda que mesmo nos casos em que não há um contrato formalizado por escrito, os locatários têm os direitos assegurados por lei.
A produtora Marina Barbosa, de 26 anos, foi uma das que buscaram readequar o aluguel da casa onde vivia na zona oeste da capital paulista. “Os trabalhos diminuíram, alguns acabaram. Teve gente que ficou praticamente sem trabalho”, contou, ao falar sobre como a pandemia afetou a vida profissional dela e das duas amigas com quem dividia a moradia.
“A gente tem amigos que acabaram tendo boas resultados com a negociação”, lembra sobre o impulso para pedir a redução do valor que pagava pelo imóvel. Mas, apesar das cartas enviadas à imobiliária e à proprietária, e o auxílio de uma advogada, o resultado acabou ficando aquém do esperado. “Não teve negociação”, resume. No final das conversas, foi concedido um desconto de R$ 130 do valor total de aluguel, R$ 1,5 mil, muito abaixo dos 50% pedidos inicialmente.
| Isto É | | | | Presidente da Câmara afirma que momento de dificuldade gera incentivos para debate e prevê votação em agosto
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (22) que a crise provocada pelo novo coronavírus criou um ambiente mais favorável para a aprovação da reforma tributária.
Em videoconferência promovida pelo site Congresso em Foco, o deputado disse que a proposta que trata do tema deve ficar pronta para votação na Câmara na segunda quinzena de agosto.
Na avaliação de Maia, o momento de dificuldade criado pela pandemia criou incentivos para que estados e municípios participem do debate e estimulem um impulso na tramitação.
“Temos condições de retomar esse debate logo e ter o texto pronto na segunda quinzena de agosto para a Câmara começar a votar na comissão especial e no plenário”, disse.
Apesar de técnicos do Ministério da Economia participarem de debates com parlamentares, o governo Jair Bolsonaro não apresentou uma proposta própria de reforma tributária. Os textos em análise em comissão mista do Congresso já tramitam desde o ano passado e foram apresentados por parlamentares.
Para o presidente da Câmara, a criação de um fundo para estados que sofrerem perdas de arrecadação com a reforma é um incentivo para a votação do texto. A proposta é apoiada pelo ministro Paulo Guedes (Economia).
No início deste ano, Guedes disse que poderia ser criado um mecanismo para compensação de perdas de receitas pelos entes.
“Temos a previsão da construção de um fundo que certamente vai interessar muito a estados e municípios, que no período pós-pandemia estarão em situação muito difícil. Acho que a organização do sistema tributário, junto com um fundo de desenvolvimento que o ministro Paulo Guedes já citou, é muito importante. Por isso, acho bem mais favorável a realização dessas reformas no pós-pandemia”, afirmou.
Na videoconferência, Maia ainda defendeu que o governo envie ao Congresso a proposta de reforma administrativa, que reestrutura as carreiras do serviço público. Parte do governo defende que a medida apenas seja apresentada em 2021.
“[A reforma administrativa] vai ser muito importante, até para que a gente volte a ter condições de realizar concursos, porque a gente não pode ficar achando que vai contratar temporário o tempo todo, terceirizado o tempo todo”, disse.
A Folha mostrou nesta semana que, sob orientação de Guedes, o governo congelou concursos e não autorizou nenhuma nova seleção neste ano. Por outro lado, foi autorizada a contratação de quase 20 mil temporários.
O presidente da Câmara avaliou ainda que a reforma da Previdência, aprovada no ano passado, não gerou o efeito esperado no crescimento da economia, mesmo antes da crise do coronavírus.
“A reforma da Previdência muitos, inclusive do próprio governo, acreditavam que poderia gerar um crescimento rápido no momento seguinte. Mas o que a gente viu antes da pandemia, em fevereiro, é que as projeções internas de muitas consultorias e bancos já mostravam um crescimento abaixo de 2%, o que não era a expectativa de ninguém com a aprovação da reforma da Previdência”.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 22-06-2020) | | | | Com avanço rápido no número de infecções pelo novo coronavírus e o consequente aumento na quantidade de óbitos e na taxa de ocupação dos leitos de UTI do SUS e da rede privada, o Paraná enfrenta nesta semana o momento mais crítico desde o início da crise sanitária, em meados de março. Inclusive, uma pesquisa divulgada ontem pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) traz um alerta e, também, um alento.
Começando pela notícia ruim, o Doutor José Rocha Faria, do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica da PUCPR, avisa que, se mantida a taxa de crescimento da doença, sem a disponibilização de novos leitos, as UTIs do sistema público de saúde voltadas exclusivamente para o atendimento de pacientes com Covid-19 estarão saturadas em menos de duas semanas.
A boa notícia, por outro lado, é que a maior parte das pessoas que precisarão ser internadas em unidades de terapia intensiva daqui a duas semanas ainda não está infectada. “Portanto, está em nossas mãos mudar esse cenário”, ressalta Faria.
Ainda conforme o estudo da PUCPR, a situação mais crítica neste momento está localizada na região Oeste do Estado, que apresenta ocupação de 76% dos leitos de UTI do SUS destinados para pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19.
A cidade de Cascavel, inclusive, apresenta a maior incidência de casos desde o início da pandemia: 533 casos/100.000 habitantes. Além disso, na última semana o número de casos em todo o Estado cresceu 51%, mas em Cascavel e em Toledo o avanço foi de 68 e 83%, respectivamente.
Na região Leste do Paraná, onde está Curitiba, a situação também preocupa. Na Capital, o número de casos cresceu 43% na última semana e a taxa de ocupação dos leitos SUS de UTI estava em 79%, ontem.
“Ainda que essa taxa de ocupação seja apenas 10% maior do que há uma semana, não há muito o que comemorar: o crescimento foi pequeno porque mais leitos foram disponibilizados (eram 338, agora são 385). Na realidade, o número de pacientes em UTI cresceu 25% em apenas uma semana”, explica Faria.
‘Abrimos antes de fechar e talvez sejamos a economia mais arrasada’, diz médica
Médica intensivista do Complexo Hospitalar do Trabalhador e integrante do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências Médicas e Terapia Intensiva (CEPETI), Mirella Cristine de Oliveira comenta que as projeções feitas por pesquisadores pelo mundo inteiro com relação ao Brasil não são positivas. E um dos motivos para isso, segundo ela, é que o país ‘abriu antes de fechar’, ou seja, a quarentena foi afrouxada antes do tempo.
“Eu tenho lido predições internacionais e a expectativa é que o Brasil seja o país com maior tempo de quarentena. Nós abrimos antes de fechar. Talvez tenhamos o maior número de contaminados, o segundo maior número de mortes e talvez a economia mais arrasada”, comenta a médica.
“Um fator importante para economia é fechar no tempo certo e abrir com segurança, que daí tem mais tempo para recuperar a economia. Esse vai e vem é prejudicial. Falta visão, governança, inclusive para setores empresariais”, critica a especialista.
Estatísticas mostram que dois infectados transmitem o vírus para três pessoas
Dados levantados pelo departamento de Estatística da UFPR mostram que a taxa de transmissão do coronavírus estava em 1,52 no último domingo. Traduzindo, isso significa que cada duas pessoas contaminas está infectando outras três, em média. Além disso, houve um leve aumento na comparação com o domingo da semana anterior, quando essa taxa, chamada de R, estava em 1,48.
Segundo Mirella de Oliveira, os países que reabriram a economia, em sua maioria, tinham R de 1 ou abaixo, o que significa que a doença já estava em fase de supressão. “Agora, quando você abre sem que tenha controle do R, isso [explosão das infecções] está fadado a acontecer”, afirma a especialista. “Houve um comportamento social inadequado, com fila em shopping, loja de departamento, em um momento que não havia supressão de contaminação, o que fez que o R subisse. Infelizmente, as pessoas não tentendem que subiu o R e nas últimas duas semanas [a pandemia] explodiu”, complementa.
Incidência da Covid-19
(casos/100 mil habitantes)
Cascavel: 533,1
Brasil: 516,32
Cornélio Procópio: 464
Cianorte: 326,8
Toledo: 305,76
Londrina: 192,2
Paranavaí: 185,57
Maringá: 170,42
Curitiba: 128,65
Paraná: 126,82
Curitiba passa dos 3 mil casos e tem 114 mortes confirmadas
A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba confirmou, ontem, mais cinco óbitos de moradores da cidade por Covid-19 e outros 147 novos casos confirmados da doença. A cidade já tem 114 mortos pelo novo coranavírus.
O boletim da Secretaria Municipal da Saúde mostra ainda 147 novos casos confirmados da doença em moradores da cidade. Todos os resultados são por teste RT-PCR (padrão ouro). Agora são 3.032 pessoas que testaram positivo na capital paranaense.
“Notamos que as doenças agudas vêm se agravando e os casos de internamentos por síndrome respiratória têm cada vez mais confirmação para covid-19”, disse a médica infectologista Marion Burger, do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde.
Estado
A Secretaria de Estado da Saúde, em informe emitido ontem, divulgou 612 novos casos da Covid-19 e 18 óbitos pela infecção no Paraná. O Estado soma 14.948 diagnósticos confirmados e 460 mortos em decorrência da doença. Há um ajuste de município de residência de caso confirmado.
As 18 pessoas que faleceram estavam internadas. São nove mulheres e nove homens, com idades que variam de 20 a 89 anos. Os óbitos ocorreram entre os dias 16 e 22 de junho. 330 cidades paranaenses têm ao menos um caso confirmado pela Covid-19. Borrazópolis e Espigão Alto do Iguaçu tiveram registro pela primeira vez. Em 118 municípios há óbitos pela doença.
Brasil
O Brasil teve 654 novas mortes por covid-19 confirmadas ontem, de acordo com atualização do Ministério da Saúde. Com esse acréscimo às estatísticas, o país chegou a 51.217 óbitos em função da pandemia do novo coronavírus. O balanço também teve 21.432 novos casos registrados, totalizando 1.106.470.
| Bem Paraná ( publicado em 22-06-2020) | | | | A Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou preocupação nesta segunda-feira, 22, com a alta porcentagem de resultados positivos nos testes de covid-19 no Brasil - na casa dos 31%, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente. Segundo a entidade, o número elevado indica baixa testagem e uma provável subnotificação de casos, uma vez que a taxa média de positivos, em outros países, costuma ser de 17%.
"Precisamos entender como quase um terço dos testes dá positivo. Provavelmente, há uma subestimação do número verdadeiro de casos. A taxa em países com testagem em massa chega até a 5%, e essa tendência não é um resultado de realizar vários testes", esclareceu Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS.
Na semana passada, Ryan afirmou que havia uma "estabilização" da doença no País. Questionado nesta segunda-feira sobre a declaração, ele justificou que os números de casos apresentaram um padrão durante as semanas de junho. O diretor, porém, chamou a atenção para os dados divulgados pelo Ministério da Saúde na sexta-feira, quando houve recorde absoluto na atualização oficial diária, de 54.771 novos infectados - resultado de uma subnotificação anterior na plataforma.
A diretora técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, acrescentou que é necessário reduzir a análise das estatísticas ao menor indicador possível. Segundo ela, é importante identificar as variações no comportamento do vírus em cada local, pois ele não se dissemina de forma equivalente ao redor de cada país. "Pode haver diferenças em intensidade e em transmissão na comparação entre Estados. É importante ir ainda mais a fundo."
| Bem Paraná | | | | Apesar de projetar uma forte contração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2020 em decorrência da pandemia de covid-19, o Comitê de Política Monetária (Copom) considera que a atividade pode se recuperar mais rapidamente graças aos impactos dos programas de estímulo creditício e de recomposição de renda sobre a demanda agregada.
"Na avaliação do Comitê, esses programas têm potencial de recompor parte significativa da demanda agregada que seria perdida devido aos efeitos da pandemia. Com isso, a recuperação da economia pode ser mais rápida que a sugerida no cenário base", considerou o colegiado, na ata da última reunião.
Reformas
O Banco Central reafirmou na ata do último encontro do Copom que perseverar o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia.
"O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia", voltou a alertar a autoridade monetária.
Estas ideias já haviam sido expressas pelo BC no comunicado do último encontro do Copom, divulgado na quarta-feira passada (17). Na ocasião, o colegiado reduziu a Selic de 3,00% para 2,25% ao ano.
| Bem Paraná | | | | Houve melhora das expectativas empresariais, sob influência da flexibilização do isolamento nos Estados
Em contraste com o registro de altos níveis de incerteza, indicadores de confiança elaborados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) sinalizam recuperação nos índices. O mais relevante dos levantamentos preliminares de confiança está no fato de que foram apurados em 15 de junho, ou seja, têm grande atualidade, refletindo melhor os primeiros efeitos da flexibilização da quarentena, que beneficiam mais os segmentos de indústria e comércio. As expectativas são melhores do que a situação corrente.
"Só pesquisei', diz autor que 'previu' coronavírus
Em relação ao final de maio, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) da FGV registrou alta de 14,5 pontos, para 80 pontos, sendo 100 o divisor do nível positivo e do nível negativo. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 8,9 pontos, para 71 pontos. Como nota a economista Viviane Bettancourt Senna, "a prévia das sondagens de junho sinaliza uma aceleração do movimento de recuperação da confiança perdida no bimestre março-abril".
Viviane acrescenta: "Embora ambos os índices continuem baixos em termos históricos, houve descolamento entre a confiança de empresas e consumidores. Houve melhora das expectativas empresariais em relação aos próximos meses, sob influência da anunciada flexibilização de medidas restritivas em diversos Estados brasileiros. Já os consumidores se mostram ainda insatisfeitos com a situação presente e desconfiados quanto a possíveis melhoras no curto prazo".
O comércio recuperou em junho 60% da confiança perdida no bimestre março-abril, calcula a consultoria LCM. A indústria recuperou 47%; os serviços, 45,3%; e os consumidores, 43,2%. O resultado mais fraco foi o da construção, que retomou 30,9% da confiança.
A recuperação do setor de serviços é significativa, mas não se deve esquecer de que foi a mais intensa entre os vários segmentos de atividade dada a quase paralisação de áreas como turismo, lazer, alimentação fora do domicílio, salões de beleza e academias.
A melhora decorrente da redução dos níveis de isolamento social deve ser acompanhada com cuidado, pois novos casos de pessoas atingidas pela covid-19 continuam muito elevados e o risco de uma segunda onda da pandemia não pode ser descartado. Estes são fatores determinantes da intensidade da retomada econômica, se esta se confirmar.
| Terra.com | | | | O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira que estender o auxílio emergencial de R$ 600 pago a trabalhadores informais, desempregados e autônomos por mais um ou dois meses não vai "quebrar" o País financeiramente.
"É exagero de quem diz isso", disse o parlamentar em videoconferência promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro alegou em uma transmissão ao vivo pelas suas redes sociais que vetaria eventual proposta do Congresso Nacional que estipulasse o pagamento pelo governo federal de mais duas parcelas do benefício com o valor atual. O Ministério da Economia defende que o auxílio seja estendido por dois meses, mas seguindo a quantia de R$ 300.
Para o presidente da Câmara, é necessário pensar em um "grande programa com foco na renda dos mais vulneráveis". No entanto, Maia fez a ressalva de que pagar os R$ 600 por tempo indeterminado seria "inviável".
Ele criticou o cadastro utilizado pelo governo federal para o pagamento do auxílio emergencial, que "gerou confusão" e não aproveitou os dados já detidos pelos municípios. Na avaliação do parlamentar, a gestão de Jair Bolsonaro deveria pensar em um pente fino na lista dos beneficiados pelos R$ 600 para eliminar aqueles que não precisam da quantia ou o receberam indevidamente.
Nesse sentido, Maia ressaltou a necessidade de organizar esses desembolsos "no curto prazo" e, depois, estudar a criação de uma renda mínima aos mais vulneráveis baseada no cadastro único do INSS e na lista de beneficiários do Bolsa Família.
| Jornal O Estado de Minas | | | | O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (23) que o fato de as medidas de fomento ao crédito a micro, pequenas e médias empresas não ter chegado à ponta é a questão "mais grave" na frente econômica do combate à pandemia do novo coronavírus.
Em videoconferência promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil, o parlamentar disse que as medidas provisórias (MPs) editadas pelo governo federal sobre esse tema serão aprimoradas no Congresso Nacional.
Ele louvou ainda a qualidade demonstrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no enfrentamento à covid-19 e ressaltou que o problema está na economia.
Sobre as reformas estruturantes, Maia repetiu que a prioridade da Câmara dos Deputados será a retomada da tramitação da tributária. Ele apontou ter a informação de que a reforma administrativa só será enviada pelo Palácio do Planalto no ano que vem.
Maia alertou sobre como a eventual chegada da relação entre a dívida pública brasileira e o Produto Interno Bruto (PIB) à marca de 100% seria um custo "muito pesado" para a sociedade.
O presidente da Câmara dos Deputados afirmou, ainda, que houve algum apaziguamento dos conflitos institucionais do Poder Executivo com os Poderes Legislativo e Judiciário, mas cobrou uma agenda para o período pós-pandemia do governo federal.
O parlamentar sugeriu que o presidente Jair Bolsonaro convocasse uma reunião com os representantes dos três Poderes para se chegar a uma "pactuação". Maia pontuou também que a participação de Bolsonaro em atos antidemocráticos em Brasília "não ajuda" as relações institucionais.
| Jornal O Estado de Minas | | | | A Receita Federal passou a investigar um esquema de fraude na restituição do Imposto de Renda. Foram identificadas cercar de 1,2 mil declarações de pessoa física, de 2015 a 2019, de um grupo de quase 500 pessoas, com deduções em desacordo com a legislação. Todas foram enviadas de um mesmo computador.
Os documentos continham deduções relacionadas à pensão alimentícia, inclusão de dependentes e despesas médicas de instrução referente a eles de forma irregular. Com isso, os contribuintes conseguiam um aumento na restituição.
De acordo com a apuração feita até o momento pela Receita Federal, o valor das deduções de pensão alimentícia chega a R$ 15 milhões.
Ainda de acordo com a Receita, parte dos contribuintes foi notificada. De acordo com eles, as deduções indevidas foram feitas por um profissional sem anuência deles.
Os contribuintes suspeitos terão a oportunidade de regularizar a situação fazendo uma declaração retificadora e com o pagamento das diferenças. Quem não fizer isso será chamado a prestar esclarecimentos e pode ser autuado com multas acrescidas em até 150% sobre o valor, além de juros.
Caso a investigação apure que o profissional citado enganou os clientes ou os induziu ao erro, ele pode responder por um processo criminal.
| UOL ( publicado em 22-06-2020) | | | | O prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda 2020 termina daqui a uma semana, no dia 30 deste mês. Cerca de 10 milhões de contribuintes ainda não prestaram contas à Receita. Segundo o balanço mais recente, foram entregues quase 22 milhões de declarações. São esperadas para este ano cerca de 32 milhões.
Quem é obrigado a declarar?
Se você se enquadra em pelo menos uma das situações abaixo, é obrigado a entregar a declaração do IR 2020. Basta se encaixar em qualquer uma das situações, não precisa ser em todas.
- Recebeu mais de R$ 28.559,70 de renda tributável no ano (salário, aposentadoria ou aluguéis, por exemplo); ou
- Ganhou mais de R$ 40 mil isentos, não tributáveis ou tributados na fonte no ano (como indenização trabalhista ou rendimento de poupança); ou
- Teve ganho com a venda de bens (casa, por exemplo); ou
- Comprou ou vendeu ações na Bolsa; ou
- Recebeu mais de R$ 142.798,50 em atividade rural (agricultura, por exemplo) ou tem prejuízo rural a ser compensado no ano-calendário de 2019 ou nos próximos anos; ou
- Era dono de bens de mais de R$ 300 mil; ou
- Passou a morar no Brasil em qualquer mês de 2019 e ficou aqui até 31 de dezembro; ou
- Vendeu um imóvel e comprou outro num prazo de 180 dias, usando a isenção de IR no momento da venda.
Baixe o programa
O primeiro passo é instalar o programa de preenchimento da declaração do IR 2020 no seu computador. Você pode baixar aqui o programa. Escolha a versão compatível com o sistema operacional da sua máquina (Windows, Mac, Linux etc).
Caso você ainda tenha instalado no seu computador o programa usado no ano passado, para preencher a declaração do IR 2019, não adianta tentar atualizá-lo. É necessário instalar o novo programa, específico para o IR 2020.
Recupere declaração do ano passado
Se você fez declaração no ano passado, provavelmente deve ter uma cópia do arquivo salva no computador ou uma versão impressa.
Esse arquivo vai agilizar o preenchimento de diversos campos da declaração do IR 2020, especialmente a relação de bens.
Se você não se lembra onde salvou o arquivo ou perdeu a declaração, veja aqui como proceder para tentar recuperá-lo ou pedir uma cópia à Receita Federal.
Uma vez encontrado esse arquivo, abra o programa do IR 2020, clique em "Nova" declaração, selecione a opção "Iniciar importando declaração de 2019" e indique a pasta do seu computador onde ela está salva.
Vai declarar pela primeira vez?
Se você for declarar IR pela primeira vez, vai precisar dos números do seu CPF (Cadastro de Pessoa Física) e do seu título de eleitor, além dos dados residenciais e da sua profissão. Se a declaração for feita em conjunto com seu cônjuge, o programa também vai pedir o CPF dele(a).
Tire CPF dos dependentes
Caso você tenha dependentes ou alimentandos, precisará informar os CPFs de todos eles na declaração, inclusive das crianças. Bebês nascidos a partir do final de 2017 já têm o número de CPF informado na própria Certidão de Nascimento.
Se algum dos seus dependentes ainda não tem o CPF, você pode solicitar o documento por email, gratuitamente, à Receita (veja aqui como pedir o CPF).
Peça informe de rendimentos do trabalho
As empresas tinham até 28 de fevereiro para entregar o informe de rendimentos de 2019 aos seus funcionários. Consulte o RH da sua empresa.
Nesse documento será informado quanto você recebeu de salário e quanto pagou de Imposto de Renda na fonte e de INSS. O informe pode trazer outros detalhes, como gastos com o plano de saúde ou aplicações no plano de previdência, quando esses benefícios são oferecidos pela empresa.
Você também vai precisar dos comprovantes de rendimentos do seu cônjuge e dos seus dependentes caso eles trabalhem ou recebam pensão e façam a declaração em conjunto com você ou sejam seus dependentes.
Foi demitido em 2019? Pegue informe na antiga empresa
Se você foi demitido ou trocou de emprego em 2019, procure a papelada da rescisão, os comprovantes de recebimento do FGTS e do seguro-desemprego.
Peça ao RH da empresa antiga para enviar o comprovante de rendimentos do período que você ainda estava lá.
Aposentado pode baixar informe do INSS
Se você recebe aposentadoria ou pensão pelo INSS, não se esqueça de pegar o comprovante dos rendimentos. O documento está disponível no site da Previdência.
Banco deve fornecer documentos
Todas as suas informações financeiras, como saldo em conta corrente, poupança e quanto renderam seus investimentos em 2019, serão detalhadas no informe de rendimentos fornecido pelo banco. O documento deverá estar disponível pela internet ou na sua agência.
Se você tem conta ou investimentos em mais de um banco, é preciso pegar os informes de todas as instituições. Isso também vale para quem tem investimentos no Tesouro Direto ou negociou ações. Peça o documento no banco ou corretora onde você fez a compra dos papéis.
Se você contribui para um plano de previdência privada (PGBL/VGBL) ou fundo de pensão, ou se já está recebendo benefício, a instituição que administra o plano também deverá disponibilizar o comprovante com os valores pagos ou recebidos no ano passado.
Modelo completo ou simplificado?
O contribuinte pode escolher entre o modelo completo ou o simplificado para preencher sua declaração. No modelo simplificado, é aplicado um desconto padrão de 20%, até o limite de R$ 16.754,34. Já o modelo completo permite utilizar as deduções legais para abater o valor do imposto a pagar ou aumentar a restituição.
Na dúvida, preencha todos os campos da declaração. No final, o programa informará a você qual é a opção mais vantajosa —se usando as deduções que você informou no completo, ou utilizando o desconto padrão do modelo simplificado.
Pegue recibos de médicos e dentistas
As despesas com médicos, dentistas e outros profissionais de saúde, exames, internações e planos de saúde podem ser deduzidas no Imposto de Renda, sem limite de valor.
Porém, nem todas as despesas com saúde são dedutíveis. Gastos com remédios na farmácia, por exemplo, ficam de fora. Veja aqui o que pode e o que não pode ser lançado na declaração para abater o imposto.
Separe todos os recibos, notas fiscais e boletos de despesas pagas ao longo do ano passado. Você deve guardar os papéis por, no mínimo, cinco anos, caso a Receita Federal resolva verificar a veracidade das informações.
Confira se os papéis discriminam o nome do prestador, endereço, serviço prestado, valor, CPF ou CNPJ de quem prestou o serviço, além do seu nome completo e CPF.
Caso a despesa tenha sido feita por seu dependente ou alimentando, o nome e CPF dele devem aparecer no documento.
Fique atento aos reembolsos de consultas e exames feitos pelo plano de saúde. Esses valores devem ser deduzidos das despesas médicas efetivamente pagas por você, e não podem ser usados para dedução do Imposto de Renda. Peça um informe detalhado à operadora do plano.
Atenção às despesas com educação
O tema é uma dúvida recorrente dos contribuintes. A Receita Federal só aceita a dedução de despesas com escolas de ensino fundamental, médio, superior, pós-graduação ou técnico.
Não vale lançar gastos com cursos extracurriculares, como inglês ou balé, nem com cursinhos preparatórios para a faculdade. Despesas com compra de livros, uniforme ou qualquer tipo de material escolar também não são aceitas.
Junte os boletos ou recibos de pagamento, que devem trazer o nome da escola e o CNPJ, além do nome do aluno. Além das despesas próprias com educação, você também pode abater os gastos dos dependentes ou alimentandos até o limite de R$ 3.561,50 por pessoa no ano.
INSS de empregado doméstico não pode mais ser deduzido
A partir do IR 2020, a Receita Federal não permitirá mais que o contribuinte use os gastos com INSS do empregado doméstico, a chamada contribuição patronal, para reduzir o valor do Imposto de Renda.
No IR 2019, quem tinha empregado com carteira assinada em casa podia abater até R$ 1.200,32 da contribuição previdenciária recolhida ao longo do ano.
Comprou ou vendeu imóvel ou carro? Veja como agir
Você comprou ou vendeu um carro, moto, casa, apartamento ou qualquer outro bem no ano passado? Então, busque o contrato, escritura, nota fiscal ou recibo e anote as informações principais, como nome e CPF/CNPJ de quem comprou ou vendeu, se o negócio foi pago à vista, a prazo ou financiado.
No caso de financiamento, anote também o nome banco, número do contrato, o montante financiado, número e valor das prestações, além do valor de entrada. Todos esses detalhes deverão ser descritos na declaração de bens.
Teve lucro na venda do bem? Imposto pode estar atrasado
Se houve lucro na venda do bem, você precisa preencher o programa de Ganhos de Capital referente a 2019 (GCAP 2019), disponível no site da Receita Federal, e depois transportar as informações para o programa do IR 2020.
Porém, você pode já estar devendo à Receita, porque o imposto sobre ganho de capital deve ser recolhido no mês seguinte à venda do bem. Se a venda ocorreu em maio de 2019, por exemplo, o imposto deveria ser pago até junho.
Mas há algumas exceções, como usar todo o dinheiro da venda de um imóvel residencial para compra de outro no prazo de seis meses. Se o seu caso não se enquadra nas exceções e o programa GCAP acusou imposto a pagar, acerte a dívida o quanto antes para evitar multas maiores, além de correr o risco de ter sua declaração retida na malha fina.
Recebeu aluguel? Deve recolher o carnê-leão
Trabalhadores autônomos e as pessoas que recebem outras fontes de renda, como aluguel e pensão alimentícia, com valor superior a R$ 1.903,98 por mês, devem recolher o Carnê-Leão, uma espécie de antecipação do Imposto de Renda do ano seguinte.
Se você recebeu alguma dessas fontes de renda ao longo do ano passado, mas não pagou o Carnê-Leão 2019, baixe o programa específico no site da Receita e faça os pagamentos atrasados o quanto antes para evitar multas maiores e retenção da sua declaração na malha fina.
O programa do IR 2020 permite importar as informações lançadas no programa do Carnê-Leão 2019, o que agiliza o preenchimento da declaração.
Detalhes sobre imóveis e veículos continuam opcionais
Na declaração deste ano, o contribuinte ainda não será obrigado a incluir os detalhes sobre seus imóveis e veículos, como número da matrícula no registro de imóveis, número do IPTU do imóvel e o Renavam do veículo.
Desde 2018, o programa de preenchimento da declaração conta com espaços para o contribuinte preencher esses dados, mas a informação não era obrigatória.
Para quem já preencheu os dados anteriormente, basta importar o programa do IR 2019 que as informações serão transportadas automaticamente para os campos da declaração do IR 2020.
Junte papéis de consórcio, empréstimos, heranças e pensões
Há, ainda, alguns casos específicos que merecem atenção redobrada na hora de preencher a declaração do Imposto de Renda, como pagamentos de pensão alimentícia, doações, recebimento de heranças, contratação de empréstimos ou de consórcios de bens.
Se você fez alguma dessas operações no ano passado, organize os documentos para agilizar o preenchimento da declaração do IR 2020.
Informar número do recibo do IR 2019 não é mais obrigatório
Devido à pandemia do Coronavírus, a Receita Federal desistiu de obrigar quem teve renda anual a partir de R$ 200 mil a informar o número do recibo do IR 2019 na declaração deste ano. A exigência poderia provocar filas nas agências da Receita, que estão com atendimento restrito.
Continua obrigatório colocar o número do recibo da declaração anterior apenas no caso de retificação da declaração.
Declaração pré-preenchida para quem tem certificado digital
A Receita manteve a opção de usar a declaração pré-preenchida. Ela está disponível apenas para contribuintes com Certificado Digital, no centro virtual de atendimento (e-CAC).
É preciso que o contribuinte tenha entregado declaração em 2019 e que as fontes pagadoras já tenham enviado as informações do contribuinte para a Receita.
Prazo de entrega termina em 30 de junho
Caso você note que está faltando algum documento ou recebeu informe com dados incorretos, há tempo de sobra para resolver o problema.
O prazo de entrega da declaração vai até as 23h59 do dia 30 de junho, pelo horário de Brasília. A Receita espera receber 32 milhões de declarações do IR 2020. Em 2019, foram entregues 30,677 milhões de declarações.
Quem atrasar a entrega terá de pagar multa de 1% sobre o imposto devido ao mês. O valor mínimo é de R$ 165,74 e o máximo, de 20% do imposto devido.
| UOL | | | | Diante da chegada de novos investidores ao mercado de ações nos últimos meses, mesmo em meio à pandemia, muitos questionam por onde começar e quais caminhos seguir. São questionamentos absolutamente normais para qualquer novato entrando em um segmento diferente daquele que está acostumado.
Por outro lado, com o sucesso na comunicação mais informal e serviços de tecnologia mais simples e rejuvenescidos, os novos investidores têm um benefício se comparados àqueles que chegaram há pouco mais de cinco anos: justamente a informação, que passou a ser acessível, seja do lado das empresas listadas em bolsa ou das plataformas digitais que disponibilizam facilidades.
Dessa forma, sempre costumo comentar que, nos primeiros passos, é importante ter em mente qual o seu perfil de investidor, se é conservador, moderado ou agressivo, e depois ter um objetivo para o valor a ser aplicado: é acumulação de capital? Ou viver de renda, especular no mercado, entre outros. Após essa definição e a do prazo pelo qual o dinheiro ficará aplicado podemos encontrar o direcionamento correto. Um deles pode ser pelos ETFs, Exchange Traded Funds ou fundos de índice, em português.
É simples resumir as características desse ativo; é como se um fundo negociasse suas cotas na bolsa de valores, possibilitando assim uma alternativa de diversificação a baixo custo. Dentre as principais vantagens, pode-se citar maior diversidade na comparação com a compra de ações livres no mercado, a possibilidade de acesso a diferentes mercados e um mix por segmentos, países ou regiões, por commodities e até mais recente no Brasil, em renda fixa.
Do lado dos riscos, podemos afirmar que andam praticamente juntos com grande parte do mercado como a liquidez dos ativos, ou seja, demanda e oferta por eles, risco cambial em relação aos que possuem moedas ou ativos no exterior em carteira e risco de mercado de renda variável como um todo.
No Brasil, atualmente, segundo dados da B3, temos 17 ETFs de renda variável sendo negociados. O primeiro e mais antigo, o PIBB (PIBB11), já é conhecido de grande parte do público apesar de não ter essa nomenclatura (ETF) desde seu lançamento. Sua negociação foi iniciada em 2004 e este fundo mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta por 50 selecionadas entre as ações mais negociadas na B3 em termos de liquidez. Importante frisar que a taxa de administração anual cobrada sobre o ativo é de 0,06%.
Por outro lado, o mais conhecido e mais negociado é o Bova (BOVA11), índice composto pelas ações emitidas por companhias que respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro da Bolsa. Digamos que ele pode ser considerado um termômetro do Ibovespa e, portanto, das principais empresas do país.
Para aqueles que admiram empresas que visam a sustentabilidade, há o ETF Índice de Carbono Eficiente (ECOO11), que mede o retorno sobre um portfólio com empresas do índice IBX-50, que concordaram em participar da iniciativa, adotando práticas transparentes de eficiência de emissão de gases causadores do efeito estufa. As ações deste índice são balanceadas por critérios de negociabilidade e níveis de emissão de gases do efeito estufa.
Além dos mencionados acima, aponto outras duas alternativas interessantes. O primeiro um ETF que permite acesso às principais ações americanas através de um único produto, o IVVB11, fundo de índice constituído no Brasil e que busca retornos de investimentos que correspondam, de forma geral, à performance do Índice S&P 500 em reais. Por fim, há os recém listados ETFs de renda fixa como o FIXA11, por exemplo, fundo negociado em Bolsa que busca refletir as variações e a rentabilidade, antes de taxas e despesas, de índices de renda fixa cujas carteiras teóricas são compostas, majoritariamente, por títulos públicos ou privados.
Por mais que não seja um ativo amplamente conhecido ou corriqueiro para o entrante em bolsa, é importante mostrar que há alternativas para aqueles que dão seus primeiros passos no mercado de investimentos e que possivelmente não tenham grande disposição em estudar, mas que gostariam de seguir algum índice por alguma razão especifica. Este é o ETF, muito prazer.
Roberto Indech- colunista do jornal Gazeta do Povo
| Gazeta do Povo (publicado em 22-06-2020) | | | | Na avaliação de economistas ouvidos pelo Estadão, os impactos da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho devem marcar uma geração de brasileiros que já sofria com a recuperação acanhada dos empregos após a recessão de 2015 e 2016. Em abril, a taxa de desocupação era de 12,6%, de acordo com dados da Pnad Contínua, do IBGE, mas as projeções são de que deve chegar a 17% ou 18% até o fim do ano.
Quando a crise passar, o desafio será impulsionar setores que geram mais emprego, como o de infraestrutura, em uma realidade de consumo das famílias ainda reprimido e endividamento público elevado.
Para Hélio Zylberstajn, professor sênior da Universidade de São Paulo (USP), o governo precisa ser estratégico e aproveitar as carências do País para promover setores geradores de emprego. Ele lembra que, na quarta-feira, o Senado deve votar o novo marco regulatório do saneamento básico, que pode destravar investimentos.
"Uma das grandes vantagens de ser um País com tanta coisa a ser feita é poder vislumbrar saídas para o ano que vem, quando se espera que a economia poderá começar a ser recuperada. O Brasil, se tiver dirigentes com a cabeça no lugar, tem tudo para voltar a crescer. Mas é preciso bom senso e confiança", diz Zylberstajn.
Planejamento
Segundo Clemente Ganz Lúcio, sociólogo e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é preciso que o governo pense no dia seguinte à quarentena, planejando ações e medidas para garantir a renda dos brasileiros sem emprego.
"Além disso, é preciso organizar iniciativas públicas capazes de criar milhões de novas ocupações no curto prazo. Caso seja mantida a dinâmica anêmica da economia brasileira observada antes da crise, o País levará 20 anos para gerar os postos de trabalho necessários para ocupar esse contingente de pessoas", avalia Ganz Lúcio.
Para ele, mesmo assim é difícil imaginar o dia seguinte, porque não se sabe quanto tempo vai ser preciso para vencer a crise. "Podemos ter de conviver com isolamentos parciais, de tempos em tempos. Por isso, será preciso uma reorganização da economia."
Ele ressalta que o governo deveria parar de semear crises e se mobilizar em torno de uma estratégia pela geração de empregos, com investimentos e financiamentos de longo prazo. "É preciso ter o Estado como indutor de investimentos em infraestrutura. Só que, enquanto outros países trabalham para construir a saída, o governo brasileiro quer voltar à agenda do ano passado. Como é possível, se o País não será o mesmo?"
Para Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a recuperação do emprego, pelo menos em um primeiro momento, se dará pelo mercado informal. "Em outras crises, a volta do emprego acabou ocorrendo pelo mercado informal e isso faz sentido — quem perde o emprego de carteira assinada vai para a informalidade.
Para Balassiano, "esta crise atual tem milhões de diferenças, mas a recuperação tende a se dar primeiro pelo trabalho sem carteira assinada. O segundo passo a ser dado pelo governo é reforçar a ponte de crédito para que empresas saudáveis consigam atravessar esse período".
Ele lembra que, nos últimos sete anos, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou, em média, 1,3% ao ano. "Algumas pessoas acham que a economia pode ser ligada e desligada de uma hora para outra. Não é assim. Mesmo depois que o pior passar, a recuperação será lenta."
Sobrevivência
Enquanto a crise não passa e as soluções ainda se mostram distantes, os trabalhadores precisam descobrir como sobreviver à pandemia. O representante comercial Gabriel Nascimento, de 29 anos, por exemplo, conta que não foi apenas a queda na circulação de pessoas nas ruas por conta das medidas de isolamento que fizeram a família deixar de vender acessórios de moda para consumidores em São Paulo "O medo da covid-19 também pesou. É difícil ter de escolher entre pagar as contas ou ficar doente."
| UOL ( publicado em 22-06-2020) | | | | De acordo com levantamento da Robert Half, 29% dos profissionais tiveram o salário ou a renda mensal reduzida.
A pandemia de Covid-19 tem motivado 41% dos profissionais qualificados e empregados (com 25 anos ou mais e formação superior) a procurarem novas oportunidades no mercado de trabalho com receio de perderem os atuais empregos, segundo pesquisa da Robert Half, empresa de recrutamento de cargos de média e alta gerência.
Veja vagas de emprego pelo país
Os dados fazem parte da 12ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), que também indica mudança na confiança do mercado, em decorrência das incertezas e inseguranças causadas pela crise do novo coronavírus.
O ICRH consolidado para a situação atual caiu de 37,5 para 25,2 pontos, enquanto para a situação futura (próximos seis meses) passou de 56,7 para 44,2 pontos, pouco abaixo do campo otimista, que é acima de 50 pontos.
A pesquisa foi feita entre os dias 12 e 26 de maio com 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas); e profissionais qualificados empregados e desempregados (com 25 anos de idade ou mais e formação superior).
“É natural que, em meio a um cenário de incertezas, muitos profissionais empregados busquem novas oportunidades por receio de perderem seus postos de trabalho. No entanto, é fundamental uma análise realista do panorama e agir com planejamento.
É preciso ter clareza sobre os pontos de insatisfação como: perspectiva de carreira, qualidade de vida, relação com o chefe ou pares, remuneração, benefícios, cultura corporativa e distância entre a casa e o trabalho para não tomar uma decisão motivada apenas por desespero”, pontua Mario Custodio, diretor de recrutamento da Robert Half.
De acordo com o levantamento, 29% dos profissionais tiveram o salário ou a renda mensal reduzida.
Do total dos entrevistados, apenas 12%, no entanto, estão exercendo alguma atividade extra para complementar a renda.
Entre os profissionais que tiveram perda de renda no período, o decréscimo se deu da seguinte forma:
Até 10% - 13% dos profissionais
De 11% a 20% - 17%
De 21% a 30% - 40%
De 31% a 40% - 15%
De 41 a 50% - 8%
Mais de 50% - 7%
| G1 | | | | Nesta semana, começou a funcionar um novo shiploader, equipamento usado para carregar navios, no berço 206. Também está sendo instalado um novo guindaste móvel para descarga de fertilizante, nos berços 208, 209 e 211.
A parceria entre autoridade portuária e operadores da Portos do Paraná está transformando o Porto de Paranaguá. Nesta semana, começou a funcionar um novo shiploader, equipamento usado para carregar navios, no berço 206. Também está sendo instalado um novo guindaste móvel para descarga de fertilizante, nos berços 208, 209 e 211.
Os investimentos são privados e fazem parte dos contratos firmados entre as empresas operadoras, arrendatárias e o poder público. “O modelo de gestão atual obedece às linhas landlord, em que a autoridade portuária é responsável pela administração do porto e por oferecer a estrutura necessária às atividades de movimentação de cargas. Já a iniciativa privada é responsável pela superestrutura: equipamentos, armazéns e mão de obra”, explica o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Neste modelo, os bens reversíveis, adquiridos pelo setor privado, passam a integrar o patrimônio da União após o período de contrato.
SHIPLOADER - O investimento de R$ 30 milhões no berço 206 é da Bunge. O equipamento fez a primeira operação essa semana e carregou 32 mil toneladas de farelo de soja no navio Siana, que partiu com destino a Cingapura.
O shiploader faz parte de um projeto de modernização da faixa portuária e possui sistema de captação de pó, que reduz a emissão de partículas no ar durante o carregamento de navios. “Ele permite um carregamento mais direcionado e com isso evita a emissão de poeira no embarque. O resultado é uma operação mais limpa no Porto de Paranaguá”, diz o diretor de Operações, Luiz Teixeira.
MHC - A Rocha Terminais Portuários vai instalar uma nova grua móvel para desembarque de fertilizantes, nos berços 208, 209 e 211. O investimento é de 3,6 milhões de Euros (€). O guindaste tem capacidade de 100 toneladas de carga e grabs de descarga de 28 metros cúbicos. O equipamento chegou no último dia 06 e deve entrar em operação nos próximos dias.
PORTÊINER - Em julho, dois equipamentos para movimentação de contêineres usados no porto completam um ano. Os portêineres são os maiores do Brasil, com 66 metros de lança e 50 metros de vão livre a partir do trilho, podendo alcançar até 24 fileiras no navio.
A aquisição faz parte da ampliação do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Os investimentos superam R$ 600 milhões, sendo considerada a maior obra do setor portuário do Brasil nos últimos anos.
MAIS UM BERÇO - O terminal da Fospar, operadora de graneis sólidos de importação nos berços 200 e 200A, no Porto de Paranaguá, prevê um aumento de 600 mil toneladas por ano, a partir deste ano, com a conclusão dos recentes investimentos - cerca de R$ 225 milhões - e retomada de utilização do berço interno do píer (200A).
Em um projeto próprio de otimização, que teve início em 2016 e foi concluído no ano passado, a empresa construiu um novo armazém, fez a dragagem do berço interno e equipou o terminal com novos sistemas de correias transportadoras para a descarga (dos navios) e também para o carregamento de caminhões e vagões, bem como a implantação de sistemas e tecnologias de ponta para dinamizar a operação logística.
Com as recentes melhorias, a empresa passa a contar com dois armazéns, dois sistemas de correias de descarga de produtos, e outros quatro sistemas de retomada para carregamento, que servem para carregar tanto vagões como caminhões que levam os produtos para o destino.
As novas estruturas bem como a retomada da utilização do berço interno foram operacionalizadas a partir de março após a obtenção de todas as autorizações dos órgãos competentes.
ARMAZENAGEM - Na retroárea, um grande investimento em expansão foi realizado, este ano, pela empresa Cattalini, uma das principais operadoras dos graneis líquidos no Porto de Paranaguá. Desde abril está em operação o novo centro de tancagem, o CT4.
Como informa a empresa, na área de 25.700 metros quadrados são 17 tanques com capacidade de armazenar até 91.000 m3 de líquidos. O novo CT, segundo a Cattalini, aumenta a capacidade estática da empresa em 17,5%.
Com as novas instalações, a operadora dispõe de 133 tanques, 610 mil m³ para armazenagem de diversos produtos, distribuídos em cinco Centros de Tancagens (CTs) alfandegados e entrepostados.
| Agência Estadual de Notícias (publicado em 22-06-2020) | | | | Marcas estão entre as últimas a continuarem suas atividades no país após a paralisação pela pandemia do coronavírus.
Ford, Toyota e Nissan retomaram a produção de veículos no Brasil nesta segunda-feira (22). As fabricantes estão entre as últimas a continuarem suas atividades no país após cerca de 3 meses de paralisação, medida adotada para conter o avanço da pandemia do coronavírus.
Coronavírus: veja a situação de cada fábrica no Brasil
Para a Ford, o retorno em Camaçari (BA) será gradual e os empregados que puderem exercer seus trabalhos remotamente permanecerão em regime de home office. Em Taubaté (SP), a retomada será em 1º de julho.
“A aceleração da produção será feita gradualmente, conforme os trabalhadores se ajustarem aos novos protocolos de saúde e segurança e toda a cadeia de fornecedores ganhe velocidade”, disse a marca em um comunicado.
Entre os protocolos adotados estão o uso obrigatório de máscaras faciais e/ou óculos de segurança de acordo com a atividade (ambos fornecidos pela empresa aos funcionários), autodiagnóstico diário de saúde, medição de temperatura corporal e maior intervalo de tempo entre os turnos.
Na Toyota, a retomada é para as unidades de São Bernardo do Campo, que produz peças de reposição e motores, Indaiatuba, que fabrica o Corolla, e Porto Feliz, que produz motores. A fábrica de Sorocaba, que produz Etios e Yaris, retornará no próximo dia 26. Todas ficam no interior paulista.
Para garantir a segurança dos trabalhadores há medição de temperatura corporal diária, disponibilidade de álcool em gel em locais de circulação, sinalizações no piso para distanciamento seguro e uso obrigatório de máscaras (cada um receberá um kit diário com 10 unidades).
Nos refeitórios haverá escalas, os colaboradores sentarão de forma alternada e as refeições serão entregues em porções embaladas (não mais em self service). Para o administrativo, haverá rodízio de trabalho presencial e remoto, e todas as reuniões serão por videoconferência.
No caso da Nissan, o retorno em Resende (RJ) é feito com protocolos exigidos pelas autoridades sanitárias. Entre as medidas estão uma ferramenta online que permitirá um autodiagnóstico dos funcionários antes de saírem de casa e a organização deles em turnos.
O G1 questionou a marca sobre mais detalhes das ações. A unidade de Resende é responsável pela produção dos modelos March, Versa e Kicks.
Quem não voltou
Até esta segunda-feira (22), apenas 5 das 31 fábricas brasileiras ainda não retomaram suas atividades, enquanto uma está com situação indefinida.
Entre as que ainda não voltaram a produzir estão duas unidades da Honda, em Sumaré e Itirapina, ambas no interior paulista e com previsão de retorno para 13 de julho, a unidade da Ford em Taubaté (SP), que voltará em 1º de julho, e a da Toyota em Sorocaba (SP), que retornará em 26 de junho.
A fábrica da PSA (Peugeot e Citroën), em Porto Real (RJ), voltará às atividades na próxima terça-feira (23), enquanto a Troller, em Horizonte (CE) segue fechada e sem previsão de retorno. Nesta segunda, o G1 questionou a Ford, responsável pela Troller, se já há uma nova posição e aguarda resposta.
A unidade da CAOA em Anápolis (GO), que produz Hyundai e Chery, tem a situação indefinida. O G1 procurou pela empresa para saber se a produção já foi retomada ou se há uma previsão para que isso aconteça, e aguarda retorno.
| G1/Auto Esporte ( publicado em 22-06-2020) | | | | Empresa diz que busca se adequar à nova situação do mercado e precisou tomar novas medidas para garantir a sustentabilidade da sua operação no país.
As demissões no setor automotivo devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus têm início com a Nissan. A montadora fez um corte de 398 funcionários da fábrica de Resende (RJ) nesta segunda-feira (22).
Os trabalhadores das linhas de montagem estavam afastados há três meses, sendo um em férias coletivas e dois no regime de suspensão de contrato. A empresa decidiu pagar a multa e os salários para fazer a redução de pessoal, pois a produção será reduzida nesse período de retomada.
Coronavírus: veja os efeitos na indústria automotiva
O corte equivale a 15,9% do quadro de funcionários em Resende, que era de 2.500 empregados. A fábrica de Resende produz os modelos March, Versa e Kicks, que custam entre R$ 59 mil e R$ 109,8 mil.
Em nota, a montadora diz que “vem buscando adequar o seu negócio à nova situação do mercado automotivo no Brasil em decorrência dos reflexos da pandemia de Covid-19 e, em função da manutenção do cenário atual de forte retração, a empresa precisou adotar novas medidas para garantir a sustentabilidade da sua operação no país.”
A produção no complexo industrial de Resende será retomada nesta quarta-feira (24), em apenas um turno. Desde março de 2017, a fábrica vinha trabalhando em dois períodos, o que levou à contratação de 600 funcionários na época.
Parte dos trabalhadores foi realocada. Um executivo da montadora explicou que a empresa fez o possível para manter o maior número de trabalhadores, por se tratar de mão de obra altamente qualificada e em uma área que se tornou polo de produção automotiva.
A região composta pelos municípios de Resende, Porto Real e Itatiaia abriga linhas de montagem da Volkswagen Caminhões, da Jaguar Land Rover e do grupo PSA Peugeot Citroën, além de diversos fabricantes de componentes e de maquinário pesado.
Os cortes ocorrem às vésperas de a marca japonesa renovar sua linha de produtos no país, com o lançamento das novas gerações dos sedãs Versa e Sentra. Ambos serão, a princípio, importados do México. A montadora ainda não revelou se há futuros modelos previstos para a fábrica de Resende.
Produção de veículos no Brasil despenca 99% em abril, diz Anfavea
A montadora japonesa já havia iniciado cortes globais em 2019, antes da pandemia. O plano de redução de custos está sendo ampliado agora e em maior escala, pois envolve as demais marcas da Aliança Renault Nissan Mitsubishi.
No Brasil, os cortes são puxados pela queda no emplacamento de veículos. A Anfavea (associação das montadoras instaladas no Brasil) prevê retração de 40% nas vendas de veículos leves e pesados neste ano na comparação com 2019.
A retomada da produção tem ocorrido em apenas um turno, o que gera preocupação com cortes futuros em outras fábricas que retornam no mesmo regime. Com a desvalorização do real e as contas feitas pelas matrizes em dólar, há o temor de outras empresas optarem pelo pagamento da multa e do período de contrato suspenso para fazer cortes.
O Brasil tem 65 unidades de produção de automóveis, caminhões, implementos rodoviários e maquinário agrícola. As empresas associadas à Anfavea empregam 125 mil trabalhadores.
Mas a cadeia é extensa e inclui centenas de fornecedores que, de acordo com o Sindipeças, empregam 248 mil funcionários diretos.
A retomada nas linhas de produção ocorre de forma gradativa, sempre se ajustando à demanda. Tradicionalmente mais cautelosas, as montadoras japonesas são as últimas a retornar às atividades fabris.
74% dos empregados da indústria automotiva têm contrato suspenso ou jornada reduzida temporariamente
A Toyota volta a fabricar seus carros nesta semana em todas as quatro fábricas paulistas. Nesta segunda (22) as unidades de São Bernardo do Campo, Indaiatuba e Porto Feliz voltaram a operar, enquanto a unidade de Sorocaba volta na sexta (26).
A Honda Automóveis tem retorno previsto para o dia 13 de julho em Sumaré e em Itirapina, cidades do interior de São Paulo.
| G1/ Auto Esporte (publicado em 22-06-2020) | | | | As demissões no setor automotivo devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus têm início com a Nissan. A montadora fez um corte de 398 funcionários da fábrica de Resende (RJ) nesta segunda (22).
Os trabalhadores das linhas de montagem estavam afastados há três meses, sendo um em férias coletivas e dois no regime de suspensão de contrato autorizado pelo programa do governo federal para evitar demissões enquanto perdurar a crise.
O programa tem um dispositivo pelo qual as empresas se comprometem a não demitir por período equivalente ao da suspensão do contrato de trabalho e, caso queriam cortar, precisam pagar uma multa ao demitidos.
Em nota, o departamento jurídico da Nissan afirmou que o valor pago aos funcionários é uma indenização, não multa.
Nissan paga multa dentro da MP de suspensão de contrato para demitir 398 funcionários - MEHRI / AFP
O corte equivale a 15,9% do quadro de funcionários em Resende, que era de 2.500 empregados. A fábrica de Resende produz os modelos March, Versa e Kicks, que custam entre R$ 59 mil e R$ 109,8 mil.
Em nota, a montadora diz que “vem buscando adequar o seu negócio à nova situação do mercado automotivo no Brasil em decorrência dos reflexos da pandemia de Covid-19 e, em função da manutenção do cenário atual de forte retração, a empresa precisou adotar novas medidas para garantir a sustentabilidade da sua operação no país.”
A produção no complexo industrial de Resende será retomada nesta quarta-feira (24), em apenas um turno. Desde março de 2017, a fábrica vinha trabalhando em dois períodos, o que levou à contratação de 600 funcionários na época.
Parte dos trabalhadores foi realocada. Um executivo da montadora explicou que a empresa fez o possível para manter o maior número de trabalhadores, por se tratar de mão de obra altamente qualificada e em uma área que se tornou polo de produção automotiva.
A região composta pelos municípios de Resende, Porto Real e Itatiaia abriga linhas de montagem da Volkswagen Caminhões, da Jaguar Land Rover e do grupo PSA Peugeot Citroën, além de diversos fabricantes de componentes e de maquinário pesado.
Os cortes ocorrem às vésperas de a marca japonesa renovar sua linha de produtos no país, com o lançamento das novas gerações dos sedãs Versa e Sentra. Ambos serão, a princípio, importados do México. A montadora ainda não revelou se há futuros modelos previstos para a fábrica de Resende.
A montadora japonesa já havia iniciado cortes globais em 2019, antes da pandemia. O plano de redução de custos está sendo ampliado agora e em maior escala, pois envolve as demais marcas da Aliança Renault Nissan Mitsubishi.
No Brasil, os cortes são puxados pela queda no emplacamento de veículos. A Anfavea (associação das montadoras instaladas no Brasil) prevê retração de 40% nas vendas de veículos leves e pesados em neste ano na comparação com 2019.
A retomada da produção tem ocorrido em apenas um turno, o que gera preocupação com cortes futuros em outras fábricas que retornam no mesmo regime. Com a desvalorização do real e as contas feitas pelas matrizes em dólar, há o temor de outras empresas optarem pelo pagamento da multa e do período de contrato suspenso para fazer cortes.
O Brasil tem 65 unidades de produção de automóveis, caminhões, implementos rodoviários e maquinário agrícola. As empresas associadas à Anfavea empregam 125 mil trabalhadores.
Mas a cadeia é extensa e inclui centenas de fornecedores que, de acordo com o Sindipeças, empregam 248 mil funcionários diretos.
A retomada nas linhas de produção ocorre de forma gradativa, sempre se ajustando à demanda. Tradicionalmente mais cautelosas, as montadoras japonesas são as últimas a retornar às atividades fabris.
A Toyota volta a fabricar seus carros nesta semana em todas as quatro fábricas paulistas. Nesta segunda (22) as unidades de São Bernardo do Campo, Indaiatuba e Porto Feliz voltaram a operar, enquanto a unidade de Sorocaba volta na sexta (26).
A Honda Automóveis tem retorno previsto para o dia 13 de julho em Sumaré e em Itirapina, cidades do interior de São Paulo.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 22-06-2020) | | | | Segmento que mais dá retorno no país para as grandes, aluguel diário é o mais afetado pela crise
O distanciamento social paralisou 43% da frota das locadoras de automóveis no Brasil, segundo a Abla (associação das locadoras brasileiras). Para contornar a forte retração, as empresas ajustam preços e buscam fazer parcerias para atravessar o momento mais crítico da pandemia.
Dados da Abla mostram que, no fim de 2019, a frota do setor no Brasil contava 997 mil veículos. Entre a segunda quinzena de março e a primeira semana de maio, quando foi feito o levantamento mais recente, 430 mil estavam estacionados em pátios das empresas ou em locais improvisados para receber os veículos no pico do distanciamento social.
Aplicar descontos nos valores de locação foi a primeira reação do setor.
A Localiza reduziu a tarifa média diária por carro de R$ 69 no primeiro trimestre para R$ 47 em abril. Na mesma linha, o valor na Unidas caiu de R$ 70 para R$ 51 em abril.
Outra grande empresa do segmento, a Movida também ofereceu descontos no valor dos contratos de aluguel para evitar que ocorresse um retorno em massa dos veículos para a empresa.
“Lançamos bônus e plano com redução de valor para o motorista de aplicativo. Ele só paga se roda. Se resolver ficar em casa, paga uma tarifa muito baixa. Com isso, perdemos um pouco de receita, mas conseguimos minimizar as devoluções”, afirmou Renato Franklin, presidente-executivo da companhia.
O setor de locação de automóveis no Brasil está apoiado em três tipos de negócio: locação (o de turismo ou diário, chamado pelo termo em inglês rent a car), terceirização de frota e venda de seminovos. O mais impactado pela redução na circulação de pessoas foi o aluguel diário, seguido pela venda de seminovos.
Terceirização de frota apresentou mais resistência.
Ocorre que locação vinha sendo o segmento mais rentável para as grandes empresas.
Projeção do banco suíço UBS, do início de junho, estima que o rent a car represente 76% da receita da Localiza, 72% da Movida e 44% da Unidas. Para a agência de classificação Fitch, a redução da demanda vai afetar a geração de caixa de empresas com maior exposição à locação, mas é preciso ter em mente que o baque é mais expressivo durante o pico do isolamento.
Ao longo do tempo, acreditam os analistas da agência, quando o mercado começar a se reestruturar, essas empresas devem contornar o cenário da paralisação, com uma ressalva: pode haver uma reestruturação no setor, porque nem todas têm estrutura para resistir ao momento adverso.
“Um eventual excesso de capacidade no pós-crise afetaria primeiro as locadoras de menor porte. No médio prazo, é provável um aumento da participação de mercado de Localiza, Unidas e Movida na locação de veículos”, avaliou a Fitch em relatório.
Para quem acompanha o setor no Brasil, a avaliação é que as locadoras serão beneficiadas no pós-pandemia pelo modelo de negócio brasileiro, que opera tanto com contratos diários e de curto prazo como também com serviços mais duradouros.
“Há uma grande diferença entre o perfil de negócio das locadoras brasileiras e o das de outros países. O principal ponto é o quanto estão expostas a operações em aeroportos, pois sabemos como está o movimento nesses locais”, disse Carolina Chimenti, analista do setor para a Moody’s.
“Nos Estados Unidos, o leasing é feito com as próprias montadoras. As pessoas compram o carro, utilizam e devolvem para a montadora. Aqui, não tem essa modalidade. A operação semelhante é feita pelas locadoras. Essa forma é mais estável e está dando respiro para as companhias agora”, afirmou Paulo Miguel Junior, presidente da Abla.
A comparação com os EUA não é à toa. Em 22 de maio, a Hertz entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça americana. A empresa sofre com ordens do governo do país que restringem viagens, fazendo praticamente desaparecer o aluguel de carros em aeroportos, de onde vem grande parte da sua receita.
Além disso, no Brasil, os motoristas de aplicativo não concorrem com as locadoras, pois acabam alugando carros das próprias empresas, o que é diferente do que ocorre na Ásia, na Europa e nos EUA, onde eles disputam mercado.
Há ainda outro ponto relevante para entender o cenário no país. Enquanto a Hertz, por exemplo, tenta se reestruturar há anos, no Brasil, as companhias de locação surfaram no segmento de locação para motoristas de aplicativo nos últimos anos. Algumas delas, portanto, chegaram à crise com uma situação financeira bastante confortável.
Segundo relatório do começo de abril da agência de classificação de risco Fitch, Movida, Unidas e Localiza “possuem robusta posição de caixa e devem conseguir acomodar até um trimestre de demanda muito fraca, sem prejuízo significativo a seus perfis financeiro e de crédito”.
Na análise mais recente, deste mês, a Fitch lembra também que em 2019 essas três marcas responderam por mais de 15% da venda de veículos novos e seminovos no país.
Mesmo com uma configuração peculiar no Brasil, o setor das locadoras vem se ajustando para atravessar esse período de paralisação. E isso não está restrito apenas à redução de diárias e a descontos.
Quando a paralisação começou e muitos motoristas começaram a devolver os carros alugados, surgiu uma preocupação para as empresas: onde colocar tanto veículo? A solução foi fazer negócios com quem também estava sendo impactado pela economia parada.
“Tivemos essa preocupação [de onde colocar os carros], mas, como tudo parou, conseguimos negociar estacionamentos por bons preços com aeroportos, shoppings e até com outros varejos. Porque afetou nosso setor, mas os outros também”, disse Carlos Sarquis, diretor-chefe da área de aluguel da Unidas.
Mas não foi só essa saída encontrada. Houve quem buscasse parcerias com comércio, bares e restaurantes para manter de pé o serviço de aluguel dos motoristas de aplicativo.
“Já fechamos acordos com algumas empresas para entrega exclusiva, mas estamos abertos para outras parcerias”, disse Helio Netto, presidente-executivo da Vai Car, startup de locação, criada em 2018 para atender o mercado de motoristas de app na grande São Paulo.
“Não queremos especular, mas, salvo algumas exceções, ninguém tem caixa para mais de 90 dias. Fora isso, você tem que ter ajuda de governo, de banco ou de investidor.”
| Folha de S.Paulo ( publicado em 22-06-2020) | | | | Saldo, apesar de positivo, é 15,7% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. Apenas no mês de junho, até o dia 21, superávit é de US$ 4,79 bilhões.
A balança comercial registrou superávit de US$ 20,366 bilhões no acumulado de 2020, até este domingo (21), informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (22).
O superávit acontece quando as exportações superam as importações. Quando ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.
Apesar do montante positivo, o resultado é 15,7% menor que o saldo de US$ 24,154 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
De acordo com o governo, no acumulado deste ano, as exportações somaram US$ 96,742 bilhões (queda de 5,7% na comparação com o mesmo período do ano passado). A média diária foi de US$ 834 milhões.
As importações somaram US$ 76,377 bilhões, com recuo de 3,2% em relação ao mesmo período de 2019. A média diária foi de US$ 658 milhões.
Mês de junho
No acumulado deste mês, até o dia 21, a balança comercial registrou superávit de US$ 4,794 bilhões, informou o Ministério da Economia.
Na parcial deste mês, as exportações somaram US$ 12,225 bilhões, valor 9,9% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Já as importações totalizaram US$ 7,431 bilhões, recuo de 22,6% na mesma comparação.
De acordo com dados oficiais, houve queda nas vendas na Indústria Extrativa (-24,3%) e de produtos da Indústria de Transformação (-18,3%). Por outro lado, foi registrado aumento nas exportações de agropecuária (+30,2%).
Já no caso das importações, caíram os gastos, principalmente, com agropecuária (-14,2%), com a indústria extrativa (-2,1%) e também com produtos da indústria de transformação (-24,3%).
| G1 ( publicado em 22-06-2020) | | | | Após sinalizar na semana passada que um eventual novo corte na Selic (a taxa básica da economia) será apenas residual, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) relatou nesta terça-feira que o colegiado retomou a discussão sobre um "potencial limite efetivo mínimo" para o juro básico brasileiro. Na última quarta-feira (17), a diretoria do Banco Central (BC) reduziu a Selic de 3,00% para 2,25% ao ano.
"Para a maioria dos membros do Copom, esse limite seria significativamente maior em economias emergentes do que em países desenvolvidos devido à presença de um prêmio de risco. Foi ressaltado que esse prêmio é dinâmico e tende a ser maior no Brasil, dadas a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva", detalhou o documento.
Desta forma, o colegiado entendeu que o atual ciclo já estaria próximo do nível a partir do qual novos cortes na Selic poderiam acarretar "instabilidade nos preços de ativos" com potencial para comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos.
"O Comitê também refletiu sobre a importância relativa dos componentes principais do custo de crédito, e ressaltou que o prêmio por liquidez parece prevalecer no momento. Por fim, o Comitê concluiu que esse conjunto de fatores e questões prudenciais justificam cautela na condução da política monetária", completou a ata.
Inflação no curto prazo
O Banco Central pontuou na ata que a inflação no curto prazo no Brasil "tende a mostrar elevação refletindo, principalmente, os impactos da reversão do comportamento dos preços internacionais de petróleo e de reajustes de preços de itens administrados que foram postergados".
O último Relatório de Mercado Focus, divulgado na segunda-feira pelo BC, mostra que a projeção mediana do mercado financeiro é de inflação de 0,19% em junho, 0,30% em julho e 0,16% em agosto.
| Bem Paraná | | | | A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada nesta terça-feira, indicou que a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 no cenário híbrido com Selic variável e câmbio fixo está em 2,0%. Já a projeção para 2021 está em 3,2%.
As estimativas já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom reduziu a Selic (a taxa básica de juros) de 3,00% para 2,25% ao ano. Para o cálculo, o BC utilizou taxa de câmbio constante em 4,95% e a Selic com trajetória conforme projeções da pesquisa Focus.
Na ata da reunião anterior, de 5 e 6 de maio, as projeções neste cenário híbrido eram de inflação de 2,4% para 2020 e 3,4% para 2021.
Assim como no documento da reunião anterior, a ata do Copom não trouxe agora as projeções do BC para a inflação no cenário de mercado, que considera as trajetórias de câmbio e juros da pesquisa Focus.
Preços administrados
O Banco Central alterou na ata sua projeção para a alta dos preços administrados em 2020. O índice calculado foi de 0,7% para 1,3% no cenário híbrido, que utiliza câmbio constante e Selic do relatório Focus.
No caso de 2021, o porcentual passou de 3,9% para 3,8%. As estimativas anteriores constavam na ata da reunião anterior, de 5 e 6 de maio.
No cenário de referência, que utiliza câmbio constante a R$ 4,95 e Selic fixa a 3,00% ao ano, a projeção para a alta dos preços administrados em 2020 também passou de 0,7% para 1,3%. No caso de 2021, permaneceu em 3,8%.
As projeções para os preços administrados ajudaram a formar a base para que o colegiado cortasse na semana passada a Selic (a taxa básica de juros) de 3,00% para 2,25% ao ano. Foi o oitavo corte consecutivo na taxa.
| Bem Paraná | | | | O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) voltou a território positivo e subiu 0,09% na terceira quadrissemana de junho, após cair 0,13% na anterior, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). É a primeira vez que o indicador registra inflação desde a terceira leitura de abril (0,07%).
Sete das oito classes de despesas que compõem o IPC-S tiveram aceleração nas taxas. A maior contribuição para cima sobre o indicador partiu dos Transportes, que inverteram o sinal e avançaram 0,32%, após queda de 0,42% na leitura anterior, puxados pelo comportamento da gasolina (-1,76% para 0,69%).
Também houve acréscimo nas taxas de Educação, Leitura e Recreação (-1,73% para -1,16%), com alívio na queda de passagem aérea (-15,08% para -8,0%); Comunicação (0,19% para 0,47%), devido a combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,43% para 1,16%); Vestuário (-0,27% para -0,01%), por causa de roupas (-0,17% para 0,13%); Alimentação (0,49% para 0,52%), por laticínios (-0,15% para 0,64%); Despesas Diversas (0,19% para 0,23%), com despachante (0,31% para 0,88%); e Habitação (-0,13% para -0,12%), com máquina de lavar roupas (0,86% para 2,86%).
Na outra ponta, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve desaceleração na taxa, de 0,24% para 0,16%. A variação foi puxada pelo item de artigos de higiene e cuidado pessoal, que ampliou a deflação de 0,20% para 0,50%
| Bem Paraná | | | | A expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses ficou estável no mês de junho, em 4,8%, seguindo no menor patamar histórico, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve redução de 0,6 ponto porcentual.
"Apesar de a mediana da expectativa da inflação dos consumidores permanecer no nível de maio, houve diminuição da inflação projetada pelas famílias dos extremos de renda da pesquisa. A boa notícia fica por conta do comportamento da renda mais alta que, pela primeira vez, encontra-se abaixo do patamar de 4%, convergindo cada vez mais para a expectativa dos especialistas de mercado", afirmou Renata de Mello Franco, economista da FGV/Ibre.
Em junho, 55,2% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação (4,0%), a maior parcela nos últimos seis meses, enquanto a proporção de consumidores projetando acima do limite superior da meta de inflação (acima de 5,5%) para 2020 diminuiu 1,7%, de 32,1% para 30,4%.
Na análise por faixas de renda, somente as famílias entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil de renda familiar mensal ajustaram para cima suas expectativas para a inflação nos 12 meses seguintes. No sentido contrário, entre as famílias com renda superior a R$ 9,6 mil mensais, as expectativas caíram 0,3 ponto porcentual, para 3,7%, o menor valor histórico da série.
| Bem Paraná | | | | O Banco Central afirmou nesta terça-feira, por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que a trajetória fiscal do Brasil ao longo de 2021 será "decisiva" para determinar o prolongamento da atual fase de estímulo monetário.
Na semana passada, o BC reduziu a Selic (a taxa básica de juros) em 0,75 ponto porcentual, de 3,00% para 2,25% ao ano. Ao mesmo tempo, sinalizou que eventual novo corte, na reunião marcada para 4 e 5 de agosto, será "residual".
"O Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para utilização da política monetária é incerto e deve ser pequeno", pontuou o BC na ata agora divulgada. Esta mensagem já apareceu no comunicado da semana passada.
"O Comitê avalia que a trajetória fiscal ao longo do próximo ano, assim como a percepção sobre sua sustentabilidade, são decisivas para determinar o prolongamento do estímulo", acrescentou a instituição.
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