| 06 de Agosto de 2020
Quinta-feira
- Hospital de Curitiba começa a testar vacina chinesa contra o coronavírus na sexta
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- Bolsonaro sanciona projeto que permite renegociação de dívidas de empresas do Simples
- Indicadores recentes sugerem recuperação parcial da atividade, avalia BC
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- Agências registram aumento de 92% de novos empregos em julho
- Por 7 a 4, STF derruba contribuição previdenciária sobre salário-maternidade
- Pesquisa aponta que afazeres domésticos dificultam home office para 64,5% das mulheres
- Indicador Antecedente de Emprego avança 9,2 pontos em julho ante junho, diz FGV
- Justiça anula demissão em massa e manda Renault readmitir 747 trabalhadores no PR
- Brasil tem maior taxa de desemprego em 3 anos no 2º tri, com queda recorde de ocupados
- Quase 9 milhões ficam sem trabalho em três meses e taxa de desemprego vai a 13,3%
- Mercado de trabalho brasileiro segue mostrando recuperação em julho, diz FGV
- Reforma tributária terá que enfrentar os privilégios para ser justa e solidária
- Projeto de reforma tributária aumenta impostos pagos por profissionais liberais
- Governo está aberto para debater metodologia de alíquota de imposto, diz Guedes
- Quem tem poder político e econômico no Brasil não paga imposto, diz Guedes
- Varejo paulista fatura R$ 53,7 bi em maio; queda é de 13%, diz FecomercioSP
- Governo vai reduzir IPI da linha branca, diz Guedes
- Artigo: Onde investir com juro real negativo?
- BC cita 'incertezas' sobre economia e põe Selic a 2%
- BB tem lucro líquido ajustado de R$ 3,311 bi no 2º tri; queda é de 25,3% em 1 ano
- IGP-DI de julho sobe 2,34%, ante 1,60% em junho, diz FGV
- Artigo: Os juros da compra da casa, do carro e a Selic chegam ao piso
- Firjan diz que redução da Selic foi acertada e defende continuidade de reformas
- Copom reduz Selic de 2,25% para 2% ao ano, no menor patamar da história
- SKA Connect 2020 debate a realidade da indústria 4.0 e como trazer as melhores práticas para o negócio
- Dormer Pramet anuncia novo aplicativo de calculadora de usinagem
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Em 06/08/2020
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Fonte: BACEN
| | | | | O Hospital de Clínicas do Paraná (HC) inicia na próxima sexta (7) os testes com com a vacina chinesa CoronaVac, da farmacêutica Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan.
A vacina será testada em 852 voluntários, todos trabalhadores da linha de frente do combate, selecionados nos últimos dez dias. A vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias. Caso seja comprovado o sucesso da vacina, ela começará a ser produzida pelo Instituto Butantan. Os testes com a CoronaVac no Brasil serão realizados em nove mil voluntários.
Metade dos voluntários receberá a vacina e e outra metade, placebo. Serão duas doses, sendo a segunda 14 dias após a primeira. "Os pacientes não saberão durante a avaliação se receberam a vacina ou o placebo. Durante os seis meses, serão chamados para consultas e a cada dois meses farão testes para verificar se criaram anticorpos.
Nosso trabalho é fazer o acompanhamento da segurança da vacina, se apresentou febre, reação, se teve sintomas respiratórios e comparar os grupos que receberam placebo e a vacina. Neste período, os participantes poderão procurar nossa equipe quando precisar", explicou a coordenadora do estudo no HC. Participam da equipe do HC neste estudo, médicos, enfermeiros e estudantes.
A parceria internacional entre Brasil e China também prevê a troca de conhecimento e tecnologia para a produção em larga escala por meio do Instituto Butantan e Sinovac, empresa chinesa responsável pela pesquisa internacional. O HC foi incluído pelo Instituto Butantan no estudo porque as duas instituições já eram parceiras em outras pesquisas. Nas duas primeiras fases, o laboratório chinês testou a vacina em aproximadamente mil voluntários do país de origem. Aplicado em animais, o produto se mostrou muito promissor.
Nesta quarta (5) as vacinas começaram a ser aplicadas em profissionais da saúde na Universidade de Brasília (UnB) e, nesta quinta(6), no Hospital das Clínicas na Unicamp, em Campinas (SP). Na sexta-feira (7), os testes também começam na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP). No sábado (8), será vez do Hospital São Lucas, da PUC do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Até o momento, já há cinco centros de pesquisa em operação para os testes.
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) foi o primeiro a aplicar a CoronaVac, no dia 21 de julho. Na quinta-feira (30) e na sexta-feira (31), os testes começaram no Instituto de Infectologia Emílio Ribas; na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); na Universidade Municipal de São Caetano do Sul; e no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Ao todo, 12 núcleos científicos foram selecionados para a realização da terceira e última fase de ensaios clínicos do imunizante. O cronograma para início da aplicação das vacinas nos dois últimos centros - o Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, e o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro – deverão ser anunciados em breve.
A vacina - A CoronaVac é uma das vacinas contra o novo coronavírus (covid-19) em fase mais adiantada de testes. Ela já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. O laboratório chinês já realizou testes do produto em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.
A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus inativos. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19. No teste, metade das pessoas receberão a vacina e metade receberá placebo, substância inócua. Os voluntários não saberão que vacina receberão.
| Bem Paraná | | | | A covid-19 deixou um rastro de contaminação e de tristeza na família Souza (nome fictício), moradores do bairro CIC, em Curitiba. Além da morte da matriarca, todos os contatos próximos a ela, como o marido, filhos e netos, foram infectados. O vírus circulou ainda na família de uma das noras, e nesse caminho foram 21 contaminados.
Toda a família foi testada e permaneceu em isolamento domiciliar, com o acompanhamento da equipe da Unidade de Saúde Barigui, responsável pelo rastreamento que chegou aos infectados.
A família Souza integra a lista de 33 mil pessoas já acompanhadas pelo trabalho de investigação epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, com envolvimento direto de todas as unidades de saúde, que percorrem os bairros da cidade para acompanhar, orientar, cuidar e ajudar a romper a circulação acelerada do novo coronavírus.
“A investigação epidemiológica dá mais efetividade aos testes e também ajuda a interromper a transmissão, tirando de circulação os doentes e parte dos indivíduos que interagiram com ele e, por isso, podem carregar o vírus sem saber”, disse Márcia Huçulak, secretária municipal da Saúde.
A ação rastreia os contados de moradores de Curitiba suspeitos ou confirmados com a covid-19, pacientes que passaram pelos serviços de saúde públicos ou privados ou ainda pela Central de Teleatendimento.
A partir dos confirmados, chamados de caso índice, as unidades de saúde mobilizam equipes de enfermeiros, técnicos e agentes de saúde para investigar todo o histórico dos contaminados: com quem tiveram contato no período da infecção, onde circulou, sintomas, entre outros dados.
As equipes fazem contato telefônico, agendam visitas, orientam sobre os cuidados de isolamento, agendam testes para confirmar ou descartar a infecção.
“É um corpo a corpo mesmo. A gente liga, conversa e também faz visitas para orientar, instruir, entregar os testes”, disse a enfermeira Luciana Moraski, da unidade de saúde Jardim Aliança, no Santa Cândida.
Além da orientação sobre como deve ser o isolamento dentro de casa, as equipe entregam o Termo de Isolamento quando necessário. O documento com respaldo da lei trabalhista tem validade de atestado médico para o afastamento temporário do trabalho dos infectados e sintomáticos.
O motorista Paulo Godoi recebeu o Termo de Isolamento da US Barigui para cumprir o isolamento em casa. “A empresa aceitou, sem problema nenhum.” A esposa de Paulo foi o caso índice que levou a Unidade de Saúde até ele. Com o teste positivo, ele recebeu o documento e ficou fora de circulação por 14 dias.
| Prefeitura de Curitiba | | | | O Secretário de Produtos de Defesa (SEPROD) do Ministério da Defesa, Marcos Degaut, proferiu palestra na quinta-feira (30), para os alunos do III Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa. Ao abordar o tema: “A Base Industrial de Defesa segundo a Estratégia Nacional de Defesa: perspectivas para o setor produtivo”, o Secretário destacou que é fundamental fortalecer o debate sobre a Defesa, a Segurança e a Base Industrial de Defesa (BID), como elementos que considera essenciais para uma grande estratégia nacional, e fatores indissociáveis para a elaboração de uma política externa em qualquer país que almeje ser “global player”.
Degaut ressaltou que é necessário estabelecer uma nova agenda para o setor de Defesa, adequando-a aos novos tempos. “Infelizmente, ainda pesa sobre o setor o estigma da desconfiança, provocada por percepções preconceituosas e anacrônicas, além do desconhecimento sobre o tema Defesa”. A consequência foi, ao longo dos anos, a exclusão do tema do eixo político nacional.
Para fortalecer o setor no País, o secretário destaca que é necessária a construção de uma agenda estratégica de Defesa, baseada em quatro eixos. Um deles é o fortalecimento da cultura estratégica, fundamental para o país entender a sua relação com o resto do mundo. “Essa cultura é focada em grandes estratégias de Estado que uma Nação precisa conjugar para alcançar seus interesses a longo prazo”, explica.
Outro eixo destacado pelo Secretário Degaut é o fortalecimento da Base Científica Tecnológica e Industrial de Defesa. “Se nós queremos ter capacidade de inovação e ter uma base mobilizável longínqua, precisamos fazer investimentos em pesquisa e desenvolvimento agora.
Semear hoje o que nós vamos colher no futuro. São fundamentais a preservação e o aperfeiçoamento de indústrias de interesse estratégico que possam sustentar os projetos estratégicos das Forças Armadas”, afirmou. Em sua visão, não se pode conceber soberania e autonomia sem produtos de Defesa fortes e uma indústria de Defesa autossustentável, com capacidade de desenvolvimento tecnológico, que possa funcionar também como grande vetor de exportações.
O Secretário ainda reforçou que o Ministério da Defesa tem buscado derrubar barreiras e inovar em soluções que ampliem e fortaleçam a BID brasileira, com destaque para ações focadas em novas formas de financiamentos e garantias para o setor; aperfeiçoamento da Tríplice Hélice (que congrega ações envolvendo Academia, Estado e Iniciativa Privada) e isonomia normativa e tributária, que permita uma concorrência em igualdade de condições entre a indústria nacional e os fabricantes internacionais.
O terceiro vetor diz respeito à maior convergência entre o setor de Defesa e a Diplomacia. “Essa articulação é necessária para eliminarmos ruído e harmonizarmos percepções. Mas o mais importante é que essa convergência fortalecerá a cultura estratégica”. Além disso, o Secretário aponta avanços como: racionalização de procedimentos administrativos, eficiência na promoção comercial, efetividade na prevenção, combate e repressão a ilícitos transfronteiriços e aumento do capital político do País no cenário internacional, como consequência dessa convergência.
O quarto eixo refere-se ao necessário reaparelhamento das Forças Armadas, com o benefício adicional de sua utilização também em projetos de melhoria da infraestrutura nacional. “Estamos tendo um envolvimento maior em projetos sociais. Essas ações são importantes porque acabam fortalecendo a cultura estratégica nacional”, explicou.
Após a palestra, os participantes fizeram perguntas e tiraram dúvidas com o Secretário de Produtos de Defesa. A videoconferência foi acompanhada pelo Comandante da ESG, Almirante de Esquadra Wladmilson Borges de Aguiar, e pelo Subcomandante da Escola, Major Brigadeiro do Ar Leonidas de Araújo Medeiros Júnior.
O III Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa conta com oito semanas de programação 100% on line, que aborda aspectos de Defesa, Infraestrutura, Desenvolvimento e perspectivas para o cenário pós-pandemia. O evento é realizado pela Escola Superior de Guerra (ESG) e pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC). Além de integrantes das duas entidades, o Ciclo também conta com a participação das Federações das Indústrias dos Estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Tocantins e Minas Gerais.
| Governo Federal/ Ministério da Defesa | | | | O presidente Jair Bolsonaro anunciou, em transmissão pelas redes sociais nesta quarta-feira (5), a sanção do projeto de inclusão de micro e pequenas empresas na Lei do Contribuinte Legal, que regulamenta a negociação de débitos com a administração federal.
"Foram várias medidas propostas pelo governo desde o início da pandemia, já que a atribuição de medidas restritivas, por exemplo, segundo o Supremo Tribunal Federal coube a Estados e Municípios. Então, aqui nós estamos praticamente fechando o leque de atendimento para manutenção de emprego", disse ele. O senador Jorginho de Mello (PL-SC), relator do projeto, participou da transmissão ao lado de outros parlamentares."
| Gazeta do Povo | | | | Segundo Ministério da Economia, micro e pequenas empresas têm R$ 116 bilhões em débitos do regime especial inscritos na dívida ativa
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira (5) um projeto de lei que permite a renegociação de dívidas de micro e pequenas empresas inscritas no Simples Nacional com o governo.
O presidente anunciou a sanção numa live acompanhado por parlamentares que trabalharam na tramitação da proposta no Congresso Nacional.
A proposta agora sancionada pelo presidente permite que as empresas optantes do Simples Nacional renegociem suas dívidas através da chamada transação tributária —que permite a celebração de acordo para a extinção do passivo.
Essa possibilidade já existia para empresas que deviam impostos federais, mas não se estendia ao regime especial de tributação do Simples.
Assessor especial do Ministério da Economia, o ex-ministro Guilherme Afif afirma que hoje há cerca de 1,3 milhão de micro e pequenas empresas com débitos referentes ao Simples inscritos na dívida ativa da União, num montante que chega a R$ 116 bilhões.
"Essa transação tributária vai dar condições a eles [pequenos e micro empresários] de fazerem uma negociação combinada com o governo sem aquela história de isenta tudo como é o Refis", disse o senador Jorginho Mello (PL-SC), relator da medida no Senado, que participou da live com Bolsonaro.
O Palácio do Planalto ainda não forneceu informações oficiais sobre a proposição, mas o senador afirmou que o presidente sancionou integralmente o texto.
"[Foram] várias medidas propostas pelo governo, desde o início da pandemia. Já que atribuição de medidas restritivas, segundo o Supremo, coube a estados e municípios. Então estamos basicamente fechando o leque de atendimento para a manutenção do emprego no Brasil", disse Bolsonaro.
O texto foi aprovado por unanimidade pelo Senado em meados de julho.
A redação também amplia prazos para que micro e pequenas empresas façam a opção pelo Simples.
"Neste momento é uma coisa muito importante, principalmente para as milhões de empresas que estão em dificuldade e que agora sabem que têm uma mão que possa auxiliá-las", disse Afif.
| Folha de S. Paulo | | | | No comunicado sobre a decisão de cortar a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 2,25% para 2% ao ano, o Comitê de Política Monetária do Banco Central destacou que os indicadores recentes sugerem uma "recuperação parcial" da atividade econômica doméstica.
Ainda assim, o BC lembrou que os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social (como os serviços) permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. O comunicado reforçou ainda que a pandemia da Covid-19 segue provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão.
"Apesar de alguns sinais promissores de retomada da atividade nas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador", completou o Banco Central. Segundo o colegiado, as diversas medidas de inflação subjacente continuam abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta para o IPCA."
| Gazeta do Povo | | | | O auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo governo federal com foco na população vulnerável e informais foi, possivelmente, o maior acerto entre as medidas de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Previsto inicialmente para durar três meses, o benefício já foi prorrogado por mais dois e pode ser ampliado até o fim do ano, ainda que com valor menor. O socorro alcançou mais de metade dos brasileiros, direta ou indiretamente, e ajudou a manter alguma atividade na economia pelo consumo.
Mas o benefício extraordinário não vai durar eternamente. Com problemas fiscais graves e em processo de ajuste, a União já está gastando mais do que poderia para enfrentar a crise causada pelo coronavírus – o déficit primário no primeiro semestre foi de R$ 417,2 bilhões e que pode chegar até R$ 877,8 bilhões no ano, de acordo com projeção da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado.
Com data de validade por uma imposição da situação fiscal, o fim do auxílio vai deixar marcas tanto na economia quanto na vida de quem estava recebendo o socorro. Grosso modo, a tendência é de que a atividade econômica diminua o ritmo da retomada, com impactos amplos em toda cadeia produtiva.
A situação das pessoas em vulnerabilidade é mais delicada. Nesta semana, o governo ampliou em 1,15 milhão a quantidade de pessoas elegíveis para receber o auxílio emergencial, aumentando o total de beneficiários do programa para 66,2 milhões. Direta ou indiretamente, a ajuda atingiu pelo menos 125,4 milhões de brasileiros, mais da metade da população de 209 milhões de habitantes estimada pelo IBGE. Essa multidão precisará de oportunidades de trabalho – e não se sabe se elas virão.
Auxílio emergencial tem prazo de validade fiscal, mas sustentou economia
O auxílio emergencial ajudou, sim, a sustentar parte da economia brasileira, especialmente no período mais agudo da crise. O socorro, no entanto, tem prazo de validade determinado pela questão fiscal. O presidente Jair Bolsonaro vem reiterando esse discurso. No final de semana, ele declarou que tornar o benefício que tem custo mensal estimado de R$ 50 bilhões “arrebentaria o Brasil”.
Na quarta-feira (5), ele voltou a ressaltar a impossibilidade de manter o pagamento e aproveitou para criticar os governadores. “Não dá para continuar muito porque por mês custa R$ 50 bilhões. A economia tem que continuar. E alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado”, disse. No mesmo dia, o ministro da economia, Paulo Guedes, sinalizou que se o valor do benefício fosse de R$ 200 ou R$ 300, “dava para segurar seis meses, um ano”.
Luana Miranda, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre), considera que postergar o fim do auxílio emergencial e estendê-lo ao longo de 2021 é uma faca de dois gumes para um país que possui tantas restrições fiscais. “Tem o lado do consumo, subsistência das famílias, mas tem também a situação fiscal. Se a gente não impuser uma âncora fiscal, traçar uma trajetória de equilíbrio das contas públicas, vamos desequilibrar a economia como um todo, com subida de juros, inflação descontrolada”, alerta.
Mas é fato que o benefício veio num momento em que as pessoas precisavam de ajuda e que, embora não seja efetivo para resolver toda a situação econômica, ele reduziu muito a pressão. “Ele tem uma efetividade boa dentro da economia. O tombo era inevitável, mas ele é menor do que seria em parte pelo auxílio”, avalia a professora de economia do Insper Juliana Inhasz.
Se o auxílio emergencial teve mais capilaridade na população, outros socorros do governo, como os saques emergenciais do FGTS e o programa de manutenção do emprego, tiveram um impacto tão forte, sobretudo na renda, que fortaleceram a economia de um modo geral.
Luana Miranda, do Ibre, lembra que, graças aos benefícios, a massa ampliada de rendimento da população chegou a crescer no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa tendência deve se repetir no terceiro trimestre, pela manutenção do benefício. “Teve a queda de renda do emprego mas, do outro lado, com essas políticas, o governo mais do que compensa a queda com as transferências”, explica.
A preocupação é com o quarto trimestre, especialmente se não houver continuidade dessas políticas. O cenário de incerteza já desponta no horizonte, indicando uma possibilidade de freada na recuperação econômica.
A pesquisadora explica que, especialmente no segundo trimestre, houve uma resposta muito positiva de alguns setores, sobretudo o consumo de bens – impactado diretamente pelo aumento da renda do brasileiro. Luana lembra que o consumo das famílias é responsável por, em média, 65% do PIB e vinha crescendo mais do que a própria economia desde 2017, na esteira da recuperação da recessão dos dois anos anteriores.
Sem o auxílio, esse componente será impactado, mas ela lembra que na atual conjuntura do Brasil há um impedimento físico para a recuperação. Com a reabertura de restaurantes ocorrendo lentamente e outras áreas que nem chegaram a essa discussão – especialmente turismo, cinemas e teatro –, sobra para o consumo de bens e comércio eletrônico a responsabilidade de impulsionar a atividade econômica.
Para o ano que vem, as projeções são ainda mais complexas por variáveis que devem se desenrolar nos próximos meses, como a continuidade ou não do auxílio, e a retomada do setor de serviços.
O problema, para Juliana Inhasz, é planejar 2021. “A gente tem uma necessidade evidente de endereçar a solução pro próximo ano. É fundamental, porque a situação vai ficar apertada. Precisa tentar encaminhar reformas e resolver o problema fiscal, pois o risco é grande e temos uma fragilidade assistencial extrema”, pondera.
Na outra ponta, das pessoas que foram diretamente beneficiadas pelo auxílio emergencial, o efeito positivo foi imediato, mas há o risco de elas se tornarem ainda mais vulneráveis quando ele for interrompido. O economista Lucas Assis, da Tendências Consultoria, lembra que antes da pandemia o Brasil já tinha uma população vulnerável mais numerosa e que esse ciclo econômico, com os impactos negativos da pandemia, vai acabar se refletindo em indicadores de pobreza e pressionar mais fortemente a camada mais pobre da população.
A extensão do benefício para além dos três meses iniciais mudou o cenário com que a consultoria trabalhava, justamente pelo incremento na renda, mas não foi capaz de interromper a mudança de nível social de muitos brasileiros. “Mesmo com as transferências governamentais para os mais vulneráveis, vai ter inchaço das classes D e E e encolhimento da classe média”, aponta. As projeções da Tendências indicam que mais 3,8 milhões de famílias engrossarão as classes D e E, e a classe C vai perder 1,2 milhão de famílias.
“O principal fator pra isso é desemprego dos menos escolarizados. Na perspectiva dos empregadores, os trabalhadores menos qualificados são os mais dispensáveis. Na pandemia, o setor de serviços foi um dos que mais sofreu e, tradicionalmente, eles já ocupam pessoas de menor escolarização”, diz.
A avaliação de Juliana Inhasz, do Insper, é de que o grande problema do fim do auxílio emergencial será o de fragilizar quem já é frágil. A partir do perfil de quem perdeu renda e dependeu do auxílio – morador de periferia, com menos qualificação e sem carteira assinada –, a suspensão do benefício vai impactar até mesmo na recuperação da economia.
“Sem o auxílio, esse cara ficará ainda mais exposto e você vai fragilizar ainda mais o trabalhador e o trabalho em si, porque as pessoas terão de aceitar condições de trabalho muito piores, salários menores, e se sujeitar a condições que não são adequadas simplesmente por estarem em uma posição desfavorável na economia”, argumenta.
Esse processo culmina em mais diferenciação social e pior distribuição de renda. “Isso piora a desigualdade social e dificulta o processo de retomada, porque essas pessoas terão renda menor e condições diferentes dentro do mercado de trabalho, com uma recolocação que acontece de forma muito custosa e impacta no consumo”, explica.
Marcas expostas no mercado de trabalho
Ainda que a transferência de renda tenha segurado a economia, a situação do mercado de trabalho é mais delicada. Houve retração e é difícil estimar a real taxa de desemprego, frente à quantidade de pessoas desalentadas, que deixaram de procurar por trabalho.
A maior questão é o que vai acontecer com essa população informal, baixa escolaridade, sem a ajuda. “As cicatrizes no mercado de trabalho são bem evidentes e após o fim do auxílio, essas pessoas vão ficar sem suporte para se reinserir”, avalia Lucas Assis, da Tendências Consultoria.
Para o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, o verdadeiro problema social do pós-pandemia será o desemprego. Dados da Pnad, do IBGE, e do Caged, do Ministério da Economia, mostram que milhares de brasileiros perderam o emprego. Os números apontam que a população desocupada está aumentando, mas a taxa de desemprego se mantém no mesmo patamar.
“Só é desempregado quem está procurando. E, devido ao isolamento e ao coronavoucher [auxílio emergencial], muita gente não está procurando emprego. Essas medidas não vão durar para sempre e quando esse contingente começar a procurar emprego, a taxa de desemprego vai disparar para 19%, 20%”, estima Oliveira.
Para ele, com a economia passando por transformações rápidas, esse contingente não será absorvido no pós-pandemia, principalmente porque a recuperação do setor de serviços deve ser mais lenta. “Mesmo que o governo consiga de algum modo postergar o fim do coronavoucher para dezembro, ele estará empurrando o problema com a barriga e criando um problema fiscal maior”, diz.
E o PIB? Cairá menos pelo auxílio
Apesar de tantas incertezas, há uma tendência de que o PIB brasileiro não recue tanto quanto chegou a ser estimado, especialmente por organismos internacionais, que projetaram até queda de 9%. A projeção do Ibre é de 5,5% no ano. “Não é o cenário mais otimista, nem pessimista”, explica a pesquisadora Luana Miranda. A revisão recente da instituição levou em conta a recuperação do consumo de bens mais rápida, indústria e varejo bem, apesar de o setor de serviços ainda estar mal.
A professora de economia do Insper Juliana Inhasz avalia que os organismos internacionais fizeram uma avaliação mais cética, mas mediram a reação do Brasil à pandemia pela régua internacional e o que ocorreu aqui foi diferente – não em relação a questão sanitária, mas às especificidades econômicas.
“Aqui as pessoas não tiveram alternativa. A periferia teve de ir pra rua, as pessoas não pararam. A gente esperava que tivesse um lockdown da economia e não aconteceu, porque, no limite, uma parte da população não podia ter lockdown”, pondera.
Ela lembra que várias dessas projeções consideram atividades totalmente paralisadas, o que, na prática, não aconteceu por aqui, a não ser em casos pontuais. “Estamos voltando agora quando teve gente que nem parou.”
Oliveira, do Banco Fibra, aposta em retração máxima de 6% para o PIB esse ano, mas assinala preocupação com 2021. “A política fiscal conseguiu mitigar um pouco a queda da demanda na economia. É provável que o consumo das famílias tenha um recuo menor mas, ano que vem, sem esse auxílio emergencial e contando com o desemprego que vai reduzir muito gradualmente, talvez a demanda decepcione”, avalia
| Gazeta do Povo | | | | As unidades que mais colocaram trabalhadores no mercado em julho foram Umuarama (493), Curitiba (207), Cafelândia (196), Cascavel (195), Rolândia (185).
As Agências do Trabalhador do Paraná registraram, no mês de julho, aumento de 92% na quantidade de trabalhadores inseridos no mercado de trabalho, se comparado com o mês de abril, início da pandemia.
Para se ter uma ideia da importância destes números, basta fazer uma retrospectiva de quantos trabalhadores conseguiram emprego desde o início da pandemia. No mês de abril foram 2.966 pessoas empregadas, em maio mais 3.940 profissionais, em junho 4.019 paranaenses conseguiram emprego via Agências do Trabalhador, e no mês de julho 5.695 tiveram a carteira assinada.
“Estamos conseguindo bons resultados nas Agências do Trabalhador do Paraná. Mesmo com toda a situação de calamidade da Covid-19 que afetou diretamente a empregabilidade e a oferta de vagas em todo o Estado e mesmo com todas as dificuldades, a rede Sine vem se destacando na intermediação de mão de obra”, disse o secretário estadual da Justiça, Família e Trabalho, Mauro Rockenbach.
As unidades que mais colocaram trabalhadores no mercado em julho foram Umuarama (493), Curitiba (207), Cafelândia (196), Cascavel (195), Rolândia (185). Sendo que os setores que mais empregaram neste mesmo período foram auxiliar de linha de produção, e abatedor de aves.
Aos 26 anos, Erick Augusto, estudante de engenharia mecânica, atua como operador de telemarketing na empresa SoftMarketing, desde o dia 28 de julho, quando foi contratado pela intermediação da Agência do Trabalhador. “Fiz o agendamento pelo site e fui até a agência no dia marcado para receber o atendimento. Me ofereceram uma vaga de acordo com o meu perfil, essa foi a única vaga que era para meu tipo de trabalho, e fui muito feliz em ser encaminhado e consequentemente contratado”.
Erick foi um dos trabalhadores prejudicados pela pandemia, perdeu seu emprego já tinha dois meses, pois faz parte do grupo de risco e teria que permanecer em teletrabalho. Hoje novamente contratado, exerce sua função em home office. “Conseguir ser contratado para atuar em teletrabalho é muito gratificante pois sei que estamos passando por um momento difícil num período tão complicado”.
O curitibano Carlos Alberto Bertuol conseguiu o primeiro emprego com carteira registrada por meio também da Agência do Trabalhador e começou a trabalhar dia 23 de julho. Ele foi contratado por uma rede de supermercados para exercer a função de operador de padaria e repositor de mercadorias. “Essa é uma ótima oportunidade, pois como muitas empresas estão fechando as portas pela crise, conseguir emprego neste momento vai me ajudar”, disse Carlos.
O atendimento de cada Agência do Trabalhador do Estado é feito pelas prefeituras municipais, com supervisão do Governo do Estado – exceto a de Curitiba, que é de responsabilidade do Departamento do Trabalho da Secretaria.
“Resultados animadores que mostram possibilidades de crescimento em nossas agências. Os números sempre são resultados de muito esforço e dedicação de uma equipe comprometida com o bom atendimento aos trabalhadores. Hoje constatamos melhoria no recrutamento e seleção de mão de obra em toda a nossa Rede”, disse Walmir dos Santos.
PARCERIA – Para a gestora de RH do Condor Super Center e do Instituto Joanir Zonta, Charmoniks Maria da Graça Heuer, a parceria com a Agência do Trabalhador é dinâmica e produtiva. “Temos uma rede com 13 mil colaboradores, atuamos na linha de frente, como serviços essenciais, e continuamos com o processo de contratação diário para atendimento ao cliente, para limpeza, ampliamos o delivery para atendimentos aos colaboradores, então tivemos que nos adaptar e aumentar a contratação de novos funcionários”.
Charmonikis reforça ainda a atuação em conjunto com a Agência do Trabalhador para novas contratações. “Nós atuamos muito junto da Agência do Trabalhador. Várias vagas são preenchidas, e é este um caminho assertivo para contratação de novos profissionais. Temos vagas abertas toda semana, encaminhamos para os postos do Sine os números, com setores e as vagas para contratação imediata”.
PROCURA DE VAGAS – Para consultar as vagas disponíveis na sua cidade, basta acessar o aplicativo SINE FÁCIL que pode ser baixado gratuitamente pela Play Store ou Apple Store, ou pelo site empregabrasil.mte.gov.br. Para acessar o SINE FÁCIL é necessário um QRCODE que pode ser solicitado diretamente no site da Sejuf pelo Chat do Trabalhador.
Também é possível buscar atendimento presencial nas Agências do Trabalhador que estão atendendo ao público, mediante agendamento prévio no site www.justica.pr.gov.br/trabalho.
| Agência Estadual de Notícias | | | | Por 7 a 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que é inconstitucional a contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade.
O julgamento, concluído às 23h59 da última terça-feira, 4, ocorreu no plenário virtual da Corte, uma ferramenta online que permite que os ministros analisem casos a distância, sem se reunirem presencialmente. Segundo estimativas do próprio governo, o impacto da decisão do Supremo aos cofres públicos é de R$ 1,34 bilhão por ano.
O salário-maternidade tem atualmente natureza remuneratória, sendo tributado como um salário regular. Dessa forma, é aplicada sobre ele alíquota do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de 8%, 9% ou 11%.
O caso discutido no Supremo girou em torno do Hospital Vita Batel S, de Curitiba, que alegou que a incidência da contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade afronta a Constituição. O hospital sustentou que o salário-maternidade foi incorporado ao Plano de Benefícios da Previdência Social e, portanto, não se enquadraria nos critérios de "folha de salários". Também apontou que a exigência de contribuição de previdência sobre o salário-maternidade torna mais onerosa a mão de obra feminina, gerando discriminação em relação à masculina.
Como o processo possui repercussão geral, o entendimento do Supremo deve ser seguido por todas as instâncias judiciais.
Relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso concordou com os pontos levantados pelo hospital. Para Barroso, admitir a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade "importa permitir uma discriminação incompatível com o texto constitucional e com os tratados internacionais sobre direitos humanos dos quais o Brasil é signatário".
"Isso porque há oneração superior da mão de obra feminina, comparativamente à masculina, restringindo o acesso das mulheres aos postos de trabalho disponíveis no mercado, em nítida violação à igualdade de gênero preconizada pela Constituição", observou Barroso.
"Em outras palavras, admitir uma incidência tributária que recai somente sobre a contratação de funcionárias mulheres e mães é tornar sua condição biológica, por si só, um fator de desequiparação de tratamento em relação aos homens, desestimulando a maternidade ou, ao menos, incutindo culpa, questionamentos, reflexões e medos em grande parcela da população, pelo simples fato de ter nascido mulher", concluiu o ministro.
O voto de Barroso foi acompanhado pelos ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e pelo vice-presidente do STF, Luiz Fux.
"Na verdade, o salário-maternidade é um benefício previdenciário, assegurado a quem detiver essa condição, ao segurado da Previdência Social enquanto detiver e preencher aqueles requisitos previstos em lei", observou Rosa.
Votaram pela validade da contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e o presidente do STF, Dias Toffoli.
"Em verdade, trata-se de uma discussão tributária travestida de discussão de gênero, onde a defesa da igualdade entre o trabalho dos homens e das mulheres aparece como uma cortina de fumaça para obtenção de mais lucros, e para não contribuir em um sistema previdenciário que é, como todos sabemos, solidário", criticou Moraes.
"Tudo está a demonstrar que a preocupação não é com a igualdade de gênero. Se, de fato, fosse esse o ponto, outras medidas poderiam ser adotadas pelas empresas, como, por exemplo, a ampliação do acesso de mulheres aos mesmos cargos ocupados por homens, desde a base até ao nível de direção, com a consequente equiparação salarial", completou Moraes.
Repercussão
Para a advogada Luiza Lacerda, sócia da área tributária do BMA, a decisão do Supremo foi acertada. "É de suma importância que a sociedade combata cada fator que possa contribuir para a desigualdade de gênero no mercado de trabalho para que possamos chegar finalmente a uma igualdade plena entre trabalhadores homens e mulheres."
| Bem Paraná | | | | Pesquisa Datafolha para banco C6 sobre trabalho na pandemia mostra ainda que 40% tiveram o sustento da casa em risco
No contexto da pandemia, quando o assunto são finanças, vida profissional e cuidados com a casa e com a família, as mulheres brasileiras estão mais estressadas e ansiosas que os homens, como aponta pesquisa inédita do Datafolha.
Isso porque, além das crises sanitária, financeira e de trabalho, a pandemia da Covid-19 embaralhou fronteiras entre vida pessoal e profissional, deflagrando uma crise do cuidado.
De acordo com a pesquisa, encomendada pelo C6 Bank, 57% das mulheres que passaram a trabalhar em regime de home office disseram ter acumulado a maior parte dos cuidados com a casa. Entre os homens, este percentual é de 21%.
Outra pesquisa, realizada pela Gênero e Número em parceria com a Sempreviva Organização Feminista (SOF) a partir de dados coletados com 2.641 mulheres de todo o país, apontou para uma maioria absoluta que teve aumento da demanda de preparar ou servir alimentos (80,5%), lavar louça (81%) e limpar a casa (81%).
Andrea Silva Paiva, 44, executiva da área da saúde, divorciada e mãe de duas crianças pequenas, passou a trabalhar em casa e conta que os cuidados com os filhos aumentaram muito durante a pandemia. Pesquisa mostra uma crise do cuidado impactando de maneira desigual a vida das mulheres.
A demanda por cuidado, no entanto, extrapola a questão doméstica. De acordo com a pesquisa, intitulada "Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia", 50% das mulheres passaram a apoiar ou a se responsabilizar pelo cuidado com outra pessoa, seja ela um familiar (80,6%), um amigo (24%) ou um vizinho (11%). Entre mulheres negras, este percentual é de 53%, enquanto, entre brancas, é de 46%.
"O cuidado está no centro da dinâmica da sociedade e das famílias, e vínhamos terceirizando esse serviço", explica Giulliana Bianconi, diretora da Gênero e Número, uma organização que atua na produção e análise de dados para o debate de direitos e gênero. "Este é um momento de reflexão sobre isso porque ficou clara a total incapacidade das instituições de darem suporte neste contexto, abrindo uma crise do cuidado."
Dentre as mulheres que exerciam atividades de cuidado com idosos, por exemplo, 72% viram a demanda aumentar ou aumentar muito depois do início da pandemia. E 77% das que já cuidavam de crianças menores de 12 anos também viram a intensidade desta atividade aumentar com a pandemia.
É o caso de Andréa Silva Paiva, 44, divordiada e mãe de dois meninos, de 4 e 6 anos, ela trabalha como executiva de uma empresa da área de saúde e viu seu trabalho no escritório adentrar a casa e, com a pandemia, se intensificar como nunca.
"Antes, ficava com meus filhos antes da escola, que começava 8h, e de noite, além de finais de semana alternados. Agora é o dia inteiro. Ficou difícil pra mim, pra eles e para a minha ajudante, da qual não pude abrir mão senão meu trabalho seria inviável", explica.
Ao acompanhar o intenso cotidiano de trabalho da mãe, as crianças colocaram sobre ela também uma pressão emocional extra, além de reforço na culpa que em geral acompanha a maternidade. "Muitas vezes eles pedem para eu trabalhar menos. E tem dias em que tenho de interromper o trabalho para ficar um pouco com eles e, depois que dormem, retomo o que ficou para trás."
Economicamente desvalorizado, ou mesmo invisível, o cuidado com pessoas e com a casa é algo, em geral, incontornável.
"Não podemos dizer que essas sejam atividades exclusivas das mulheres, mas, pelo histórico das relações de gênero, esse é um trabalho que recai mais sobre as mulheres", diz Giulliana. "A pesquisa mostra que uma parcela expressiva das mulheres não viu uma melhor distribuição das tarefas de cuidado desempenhadas por elas."
Segundo dados de 2019 do IBGE, mulheres dedicavam 18,5 horas semanais, em média, aos afazeres domésticos e aos cuidados com as pessoas, ou 80% mais tempo do que as 10,3 horas semanais médias dos homens.
Durante a pandemia, 64% das entrevistadas indicaram que a distribuição das tarefas de cuidados com a casa e com pessoas permaneceu igual, 23% avaliam que a participação de outras pessoas nessas atividades diminuiu e apenas 13% aponta que aumentou.
"A pandemia agrava essa desigualdade de condição, algo que tende a se aprofundar a médio prazo já que o isolamento está se estendendo para muito mais do que os dois meses inicialmente previstos", destaca a diretora da Gênero e Número.
Para 64,5% das entrevistadas, a responsabilidade com o trabalho doméstico e de cuidado dificulta a realização do trabalho remunerado, e 40% afirmam que a pandemia e o isolamento social colocaram o sustento da casa em risco.
A pesquisa Datafolha apontou que 18% das mulheres haviam perdido o emprego desde a chegada do coronavírus no Brasil, enquanto, entre homens, o percentual foi de 11%. A pesquisa Gênero e Número/SOF encontrou percentual semelhante ao olhar para o desemprego gerado pela pandemia apenas no universo feminino: 15%.
Entre as mulheres que afirmaram “estar desempregada”, 58,5% são negras e 39% são brancas.
Por isso, o levantamento do Datafolha aponta que enquanto 49% dos homens estão preocupados com a vida profissional, entre mulheres esse percentual é de 59%.
Para Giulliana, esse contexto de estresse das mulheres que vivenciam um aumento das demandas de cuidados e de pressão do trabalho remunerado tende a ser resolvido entre as próprias mulheres, quando deveria gerar um debate estruturante sobre a questão do cuidado. "Com isso, mulheres pobres e negras, mais precarizadas, acabam pressionadas a retomarem suas atividades para render outras mulheres em seus afazeres."
| Folha de S. Paulo | | | | O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 9,2 pontos na passagem de junho para julho, para 65,9 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado foi o terceiro avanço consecutivo, período em que o índice recuperou aproximadamente metade das perdas acumuladas entre fevereiro e abril. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp cresceu 8,7 pontos no mês passado.
"A terceira alta consecutiva do IAEmp sugere continuidade no movimento de recuperação do mercado de trabalho. Contudo, apesar das altas significativas, o indicador se mantém em níveis muito baixos em termos históricos, sugerindo cautela das empresas para contratar em função da elevada incerteza e da dificuldade em se vislumbrar uma retomada rápida da economia. Para os próximos meses, a expectativa é de continuidade desse cenário de retomada gradual", avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 0,2 ponto em julho ante junho, para 97,2 pontos.
"O resultado de julho mostra o ICD acomodado em patamar elevado. Depois de registrar piora no início da pandemia, o indicador vem recuperando parte do que foi perdido sugerindo ligeira melhora na taxa de desemprego", completou Rodolpho Tobler.
O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto menor o patamar, menos satisfatório o resultado.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
No IAEmp, todos os sete componentes avançaram em julho. O item de Emprego Previsto na Indústria subiu 20,6 pontos, enquanto a Tendência de Negócios da Indústria aumentou 20,3 pontos. Ambos os componentes registraram uma sequência de quatro altas consecutivas, mas permanecem abaixo do patamar pré-pandemia.
No ICD, a maior contribuição para a ligeira queda de julho foi das famílias de maior poder aquisitivo, que recebem acima de R$ 9,6 mil mensais.
| Bem Paraná | | | | Em decisão, na noite desta quarta (5), a Justiça do Trabalho da 9ª Região deu causa favorável à ação impetrada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e determinou a anulação das demissões dos 747 trabalhadores da montadora Renault, em São José dos Pinhais, realizadas pela empresa no dia último dia 21 de julho. A decisão determina multa diária de R$ 100.000, caso a montadora descumpra a decisão.
Na decisão, a Juíza Sandra Mara de Oliveira Dias, entendeu que a Renault descumpriu um Termo de Compromisso que a própria empresa havia firmado com o Ministério Público do Trabalho onde se comprometia a negociar com o Sindicato da categoria qualquer programa de dispensa e ainda que “qualquer dispensa coletiva sem negociação prévia viola garantias constitucionais além de configurar ato antissindical, pois subtrai do sindicato a prerrogativa de servir como defensor dos direitos e interesses da categoria representada, conforme garantido pelo art. 8º, inciso III, da CF/88”.
Além disso, “a dispensa coletiva sem prévia negociação coletiva (efetiva e não meramente formal) viola frontalmente a Constituição Federal, em especial os princípios constitucionais da intervenção sindical nas questões coletivas trabalhistas (art. 8º, III e VI), do diálogo social e da valorização da negociação coletiva (art. 114, § 1º e 2º). Desse modo, tem-se por configurada a inconstitucionalidade de dispensas coletivas sem prévia negociação coletiva”, concluiu a decisão.
Veja a decisão na íntegra
A decisão da Justiça será comunicada em assembleia dos trabalhadores, nesta quinta (06), às 14 horas, em frente à fábrica, quando os trabalhadores também devem suspender a greve. “Essa é uma vitória dos trabalhadores que mesmo com todo o tipo de retaliação por parte da empresa foram corajosos e mantiveram a união para suportar todos esses dias até conseguirem a reintegração.
Durante todo esse tempo, o Sindicato sempre esteve disposto e reivindicou o bom senso por parte da empresa para que aceitasse sentar para negociar e achar uma solução razoável tanto para os trabalhadores como para a empresa. Infelizmente, a Renault preferiu radicalizar e a alternativa, além da luta em porta de fábrica, foi a Justiça que nos deu razão e determinou que a era de radicalizar acabou. Aqui no Paraná, a prerrogativa é a negociação”, diz o presidente do SMC, Sérgio Butka.
Relembre
No último dia 21 de julho, a Renault demitiu 747 trabalhadores, uma boa parte com problemas de saúde como Covid-19, isolamento obrigatório e doenças ocupacionais e comuns. No dia seguinte, os trabalhadores definiram, em assembleia, entrar em greve até que a empresa suspendesse as demissões e negociasse com Sindicato.
A empresa manteve uma postura radical e foi contra o apelo de várias entidades como o Ministério Público do Trabalho, o governo estadual e de vários deputados federais que pediam diálogo e negociação. O Sindicato denunciou como a empresa estava descumprindo a lei 15.426, de 2007, criada pelo então deputado Ratinho Junior, e que proíbe empresas que recebem incentivos fiscais, caso da Renault, de demitir em massa. Como a empresa se manteve irredutível, a greve dos trabalhadores chegou nesta quarta (5) ao 15º dia.
A unidade da Renault em São José dos Pinhais possui cerca de 7.300 trabalhadores que produzem os modelos Sandero Stepway, Logan, Kwid, Duster, Oroch, Master e Captour. A fábrica ainda conta com uma unidade de motores e injeção de alumínio.
A reportagem do Bem Paraná aguarda a manifestação da Renault sobre a decisão da Justiça.
| Bem Paraná | | | | O Brasil encerrou o segundo trimestre com a maior taxa de desemprego em três anos e redução recorde no número de pessoas ocupadas, como consequência das medidas de contenção da pandemia de coronavírus, que deixou 12,8 milhões de desempregados no período.
Homem mostra carteira de trabalho em fila para procurar oportunidades de emprego no centro de São Paulo 29/03/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Entre abril e junho, a taxa de desemprego chegou a 13,3%, de 12,2% no primeiro trimestre. O resultado da Pnad Contínua divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) igualou a taxa do trimestre encerrado em maio de 2017 e mostrou ainda forte piora em relação aos 12,0% de desemprego no segundo trimestre de 2019.
A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 13,2% por cento no período.
As medidas de paralisação para conter a propagação do coronavírus em todo o país fecharam empresas e consequentemente provocou perdas generalizadas de vagas de trabalho.
Entre abril e junho, houve queda recorde de 9,6% no número de pessoas ocupadas na comparação com os três primeiros meses do ano, o que representa 8,876 milhões. Em relação ao mesmo período de 2019 o recuo foi de 10,7%.
Já o número de desempregados no Brasil chegou a 12,791 milhões, um recuo de 0,5% em relação ao primeiro trimestre e alta de 0,2% sobre o mesmo período do ano passado.
De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, a taxa de desemprego subiu por causa da redução da força de trabalho, que soma as pessoas ocupadas e desocupadas.
“Essa taxa é fruto de um percentual de desocupados dentro da força de trabalho. Então como a força de trabalho sofreu uma queda recorde de 8,5% em função da redução no número de ocupados, a taxa cresce percentualmente mesmo diante da estabilidade da população desocupada”, explicou ela.
A pesquisa mostrou ainda que os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada somavam 8,639 milhões no segundo trimestre, de 11,023 milhões nos três meses imediatamente anteriores.
Já os que tinham carteira assinada no setor privado no trimestre até junho eram 30,154 milhões, de 33,096 milhões no primeiro trimestre, chegando ao menor patamar da série histórica iniciada em 2012.
“Isso faz com que a gente chegue ao menor contingente de trabalhador com carteira assinada na série histórica e mostra que essa queda na ocupação está bem disseminada por todas as formas de inserção, seja o trabalhador formalizado, seja o não formalizado”, completou Berenguy.
COMÉRCIO
Todas as atividade analisadas pela pesquisa sofreram queda em relação ao número de ocupados, sendo o comércio o mais afetado. Um total de 2,137 milhões de pessoas perderam suas vagas no setor, uma redução de 12,3% em relação aos três primeiros meses do ano.
Ao mesmo tempo, o número de desalentados, grupo de pessoas que não buscaram trabalho mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar, chegou a 5,7 milhões de pessoas no trimestre encerrado em junho, maior número desde oinício da série histórica.
“Tem muita gente fora da força sem procurar trabalho, alegando pandemia e isolamento. Quando houver menos receio de procurar trabalho, essas pessoas vão procurar e se empregar ou entrar na fila do desemprego, fazendo com que a taxa de desocupação aumente cada vez mais nos próximos trimestres”, alertou Berenguy.
“Pessoas querendo trabalhar não falta, mas não sabemos como e quanto o mercado vai absorver”, completou.
Nos três meses até junho, o rendimento médio do trabalhador chegou a 2.500 reais, mais elevado da série histórica, de 2.389 reais no primeiro trimestre. Esse aumento, entretanto, decorre segundo o IBGE da forte redução da população ocupada, sendo a maior parte dos trabalhadores informais, que são os de menor rendimento.
De acordo com a pesquisa Focus mais recente divulgada pelo Banco Central, A expectativa do mercado é de que a economia vai contrair 5,66% este ano, registrando um crescimento de 3,50% em 2021.
| Reuters | | | | Taxa de desemprego vai a 13,3%, recorde para um segundo trimestre
A primeira pesquisa de desemprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que pegou três meses completos de pandemia no Brasil trouxe uma sucessão de recordes negativos. Segundo o instituto, 8,9 milhões de brasileiros perderam o trabalho no período, a maior queda desde que a pesquisa começou a ser realizada no formato atual, em 2012.
O Brasil fechou o segundo trimestre com o menor número de pessoas empregadas da série histórica, o que levou a taxa de desemprego para 13,3%, alta de 1,1% com relação ao trimestre anterior e a maior para um segundo trimestre desde 2012.
A taxa de subutilização também foi recorde, assim como o número de pessoas desalentadas, aquelas que gostariam de trabalhar mas desistiram de buscar por uma vaga. Os resultados da pesquisa reforçam ainda a percepção de que a pandemia afetou de maneira mais dura trabalhadores menos qualificados e informais.
De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em junho, 83,3 milhões de brasileiros tinham trabalho, 9,6% a menos do que nos três primeiros meses do ano. Já entre aqueles fora da força de trabalho atingiu o maior contingente da série, com 77,8 milhões de pessoas, ou 10,5 milhões a mais do que no trimestre anterior.
Em maio, a pesquisa indicou pela primeira vez que mais da metade da população em idade de trabalhar estava sem emprego. Em junho, a situação se agravou: apenas 47,9% dos brasileiros tinham alguma ocupação.
O comércio foi o setor mais atingido, com o fechamento de 2,1 milhões de postos de trabalho. Na construção civil, foram 1,1 milhão a menos. Entre os empregados domésticos, houve 1,3 milhão de demissões.
A categoria alojamento e alimentação também teve redução de 1,3 milhão de pessoas. Nesta categoria estão hotéis, restaurantes e os vendedores de comida na rua, por exemplo. O setor de serviços é o único grande setor da economia que ainda não mostrou sinais de retomada.
Ao contrário de outras crises econômicas, quando ocupações informais se tornavam alternativas à perda do emprego com carteira assinada, agora a taxa de informalidade cai, mesmo com o fechamento de vagas. Em junho, segundo o IBGE, essa taxa chegou a 36,9%, a menor da série histórica.
"Essa taxa é menor não porque os trabalhadores estão migrando para a formalidade, mas porque eles estão perdendo a ocupação", disse a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. Os dados mostram que a queda no número de trabalhadores foi maior entre aqueles sem vínculo do que entre os com carteira assinada.
No setor privado, por exemplo, o primeiro grupo recuou 21,6%, enquanto o segundo caiu 8,9%. Entre os trabalhadores domésticos também houve grande diferença. No grupo dos que têm carteira assinada, o número de trabalhadores recuou 13,9%. Entre os informais, o corte foi de 23,7%.
O aumento da renda média do trabalhador, que subiu 4,6% para R$ 2.500, é outro indicador de que os trabalhadores menos qualificados sofrem mais os efeitos da crise, pois indica que os maiores salários estão sendo mais preservados.
"No curto prazo, estamos no breu, estamos no porão do buraco", diz o economista Otto Nogami, do Insper, para quem a lenta retomada da indústria e do comércio não serão suficientes para reverter o cenário desolador no mercado de trabalho.
"A base de comparação está extremamente baixa. A indústria automobilística cresceu 80% [em junho] mas chegou a ter apenas 13% da capacidade. Em vários setores, ainda estamos abaixo do pior momento da história", afirma.
Nogami avalia que o mercado de trabalho seguirá pressionado pelo fechamento de pequenas empresas com dificuldades de caixa para manter as portas abertas e pela baixa confiança do consumidor. "A gente observa nos shoppings que as pessoas estão meio reticentes. Vão por necessidade, mas não para gastar por gastar."
Com o isolamento social, muitos brasileiros desistiram de ir às ruas atrás de uma vaga, levando o número de desalentados a crescer 19,1%, para 5,7 milhões de pessoas. A população subutilizada chegou a 31,9 milhões de pessoas, 15,7% a mais do que no trimestre anterior.
Pela primeira vez na história, a força de trabalho potencial, que soma as pessoas em idade de trabalhar que não tinham emprego nem estavam em busca de uma vaga, ultrapassou o número de pessoas desempregadas. São 13,5 milhões de pessoas nessa situação.
Muitos deles, diz o instituto, deixaram de procurar emprego por causa da pandemia. Quando voltarem ao mercado em busca de vaga, devem pressionar a taxa de desemprego para níveis ainda superiores aos atuais.
"Isso vai depender muto de como o mercado vai demandar esses trabalhadores. A oferta de mão de obra vai existir, mas se essas pessoas serão alocadas, a gente não sabe", disse a analista do IBGE.
A expectativa do governo é que, com o fim do auxílio emergencial, previsto para ser pago apenas mais este mês, a taxa dê um repique em setembro, o que demandaria maior atenção a políticas sociais. Nesta quarta (5), porém, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que "não dá para continuar muito" o benefício, diante de seu alto custo.
| Folha de S. Paulo | | | | O mercado de trabalho brasileiro mostrou continuidade em sua recuperação em julho ao registrar sua terceira alta mensal consecutiva, de acordo com o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado nesta quinta-feira.
O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, teve alta de 9,2 pontos em julho, para 65,9 pontos, recuperando nos últimos três meses cerca de metade das perdas do trimestre de fevereiro a abril.
“A terceira alta consecutiva do IAEmp sugere continuidade no movimento de recuperação do mercado de trabalho”, disse em nota o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler.
“Contudo, apesar das altas significativas, o indicador se mantém em níveis muito baixos em termos históricos, sugerindo cautela das empresas para contratar em função da elevada incerteza e da dificuldade em se vislumbrar uma retomada rápida da economia”, acrescentou.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, teve variação negativa de 0,2 ponto, para 97,2 pontos. O comportamento do ICD é semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado.
Segundo Rodolpho Tobler, o ICD está acomodado em um patamar elevado, mas, “depois de registrar piora no início da pandemia, o indicador vem recuperando parte do que foi perdido sugerindo ligeira melhora na taxa de desemprego.”
| Reuters | | | | Devemos lembrar que o imposto sobre grandes fortunas está previsto na Constituição, embora nunca tenha sido regulamentado na forma da lei
O debate é recorrente, mas nunca se deu na intensidade dos últimos tempos. Em 2020, já são dez propostas de taxação de milionários tramitando no Congresso Nacional. Devemos lembrar que o imposto sobre grandes fortunas está previsto na Constituição de 1988, embora nunca tenha sido regulamentado na forma da lei.
A crise sanitária e a paralisação da economia causada pela pandemia da Covid-19 reabriram o debate sobre a capacidade financeira do Estado e, portanto, sobre as finanças públicas. O governo sinaliza com uma reforma tributária, mas em uma perspectiva conservadora. O retorno de uma possível CPMF, a ênfase na taxação de transações, simplesmente “o mais do mesmo” oculta o cerne do debate distributivo e que nunca é focado quando da discussão tributária.
O Brasil é desigual. A renda é extremamente mal distribuída, e a carga tributária, em vez de corrigir as distorções, inexoravelmente as reforça.
Esse debate é crucial para a população negra. A pandemia vem explicitando as fragilidades das periferias e a maior necessidade de que o Estado venha a cumprir suas funções na proteção da população ante a tragédia que se concretiza com a pandemia.
Documento recente da Oxfam Brasil traz algumas propostas, após explicitar que os ricos aqui pagam menos impostos que os pobres, proporcionalmente à sua renda. Uma distorção que advém do fato de que, no nosso sistema tributário, o foco está mais no consumo. Se quisermos reduzir as desigualdades, os tributos deverão focar mais a renda e o patrimônio.
As propostas priorizam: imposto sobre as grandes fortunas; imposto sobre resultados extraordinários de grandes corporações; redução de impostos para quem está em situação de pobreza; elevar ou criar taxas sobre rendimentos de capital.
Essas pautas ainda incomodam e provocam uma grande reação dos ricos brasileiros. Colocam em prontidão o lobby do sistema financeiro, que é imenso, mobilizando também a resistência dos grandes empresários e provocando-os a influir sobre o Congresso, impedindo que as propostas alternativas entrem na pauta.
Uma das mais frequentes justificativas contra o imposto sobre grandes fortunas é o temor de que provoque a “fuga de capital”, que, na verdade, seria a “fuga dos mais abastados”, que iriam preferir levar seu capital para o exterior, em vez de contribuir para o país, ainda que tenham se enriquecido nele.
Vale lembrar que, de março a julho de 2020, período da pandemia, 42 bilionários do Brasil aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões, ao mesmo tempo que mais de 600 mil micro, pequenas e médias empresas brasileiras fecharam (Sebrae 2020) e mais da metade dos brasileiros não tem trabalho (Pnad 2020).
A recorrente falta de vontade política dos parlamentares para discutir a taxação de grandes fortunas coloca uma questão ética e moral sobre qual é o papel do Legislativo diante da desigualdade que atinge a população brasileira.
Somos uma das sociedades mais desiguais do mundo, e o perfil tributário corrobora esse cenário, que vem desestabilizando toda a sociedade e impedindo o desenvolvimento do país. As discussões no Congresso vêm focando a simplificação da tributação sobre o consumo, o que não resolve as distorções do sistema.
Não podemos nos descomprometer com a reconstrução social e econômica pós-pandemia do Brasil. É tarefa de todos os segmentos da população brasileira. Inclusive dos setores mais abastados.
A reforma tributária terá que enfrentar os privilégios para ser justa e solidária e para reduzir as desigualdades.
Cida Bento - Diretora-executiva do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), é doutora em psicologia pela USP
| Folha de S. Paulo | | | | A nova etapa da reforma tributária em estudo pelo governo vai modificar o modelo de tributação de profissionais liberais que prestam serviços por meio de empresas e conseguem receber remunerações em forma de lucro livre do pagamento de impostos.
Escritórios de advocacia, contabilidade, assessoria econômica e de comunicação, que hoje pagam alíquota de 3,65% de PIS/Cofins e distribuem cerca de 85% do que faturam sem pagar impostos, estão se mobilizando contra a proposta de criação da nova Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e, principalmente, contra a volta da tributação sobre lucros e dividendos (pagamentos que os acionistas recebem pelo lucro gerado).
O modelo atual levou à famosa "pejotização": trabalhadores mais qualificados deixam de ser contratados como pessoa física por uma empresa e passam a prestar serviço como pessoa jurídica. O PJ, pessoa jurídica, paga cerca de um terço, ou até menos, de tributos em comparação a um empregado registrado, mesmo exercendo tarefas idênticas. Para o consultor Thales Nogueira, o fenômeno da "pejotização" contribui para aumentar a desigualdade de renda no Brasil nos últimos anos ao tributar menos quem ganha mais.
De acordo com os dados mais recentes do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), o porcentual médio de renda isenta dos profissionais liberais chega a 76% entre os advogados, 75% entre economistas, 71,6% entre agentes e representantes comerciais, e 68,6% entre produtores rurais (ver quadro).
Embora a proposta do governo federal só esteja tratando do PIS/Cofins, a alíquota prevista de 12% é muito maior do que os 3,65% pagos atualmente por esses profissionais. No caso do novo imposto que deve substituir o PIS/Cofins, especialistas ouvidos pelo Estadão lembram que essas empresas poderão usar o crédito que vão gerar ao longo da cadeia produtiva (à medida que forem comprando produtos) para abater no pagamento do imposto, mas quando o serviço for prestado a uma pessoa física (consumidor final), não haverá crédito a ser abatido e, portanto, a carga tributária será mesmo maior.
Arrecadação
Já a retomada da tributação dos lucros e dividendos, que existia até 1996, deve ser incluída na reforma tributária do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o objetivo de aumentar a arrecadação para bancar o novo programa social estudado pelo governo, o Renda Brasil, que deve substituir o Bolsa Família, com um benefício maior e mais famílias contempladas. Essa tributação deve ser progressiva, ou seja, quem distribuir mais lucros, pagará uma alíquota maior - nos moldes do Imposto de Renda.
Hoje, esses profissionais pagam imposto sobre o lucro da empresa, mas os porcentuais são bastante baixos em função dos regimes simplificados de tributação. "É praticamente um caso de dupla não tributação dos lucros", diz o economista Sérgio Gobetti, lembrando que o Brasil é um dos poucos países do mundo que isenta os dividendos distribuídos pelas empresas.
As propostas de reforma que estão sendo discutidas na comissão mista do Congresso não alteram a tributação de lucros e dividendos, mas o debate se acirrou na esteira das Criticas de profissionais liberais de que haverá aumento da carga tributária com a alíquota mais alta da CBS de 12%.
O descontentamento foi maior entre os advogados. O presidente do Conselho Federal da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, chegou a declarar que a entidade "iria à guerra" no Congresso contra a proposta.
"Os dados da Receita para 2018 mostram que nenhuma ocupação se beneficiou mais do privilégio do que os advogados", disse Pedro Fernando Nery, consultor do Senado. Segundo ele, com a isenção vigente sobre lucros e dividendos, os brasileiros mais ricos se livram de pagar o imposto de renda sobre a pessoa física.
O procurador tributário da OAB, Luiz Bichara, rebate às críticas e argumenta que é preciso entender que o uso da sistemática não é uma prerrogativa dos advogados. "O que alguns burocratas entendem por 'benefício' nada mais é do que um regime válido para a esmagadora maioria dos empreendedores brasileiros", diz.
| Bem Paraná | | | | O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira, 5, que o governo está aberto a debater a metodologia que levou à estimativa de alíquota de 12% na proposta de criação da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS) para substituir o PIS e a Cofins. "Se for possível baixar para 8%, 9% ou 10%, por erro nosso, é o que queremos", afirmou, em audiência pública na Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária.
O secretário especial da Receita Federal, José Tostes, justificou a alíquota de 12% citando a extinção do regime cumulativo do PIS/Cofins e a exclusão de outros tributos da base de cálculo. "Só isso retira R$ 1,8 trilhão da base de contribuição. Também há a manutenção de alguns benefícios, que exigem uma alíquota calibrada para manter o nível de arrecadação", argumentou.
Guedes criticou a estimativa de 25% para o imposto único nas propostas mais amplas de reforma tributária que já tramitam no Congresso. "Achamos que o cálculo de 25% para substituir PIS, Cofins, ICMS, ISS e outros impostos é totalmente impróprio. Os cálculos apontam uma alíquota cima de 30%, que nós não queremos. É preciso explicitar a metodologia de cálculo dessas propostas", acrescentou.
O ministro prometeu ainda reduzir a alíquota do novo imposto sempre que o governo detectar um aumento da carga tributária. "A todo aumento de arrecadação que tivermos, vamos reduzir a alíquota", afirmou. "Vamos acelerar as privatizações ou vamos cortar na própria carne, mas não queremos mais onerar o povo brasileiro", completou.
Fatiamento
Após parlamentares criticarem o fatiamento pela equipe econômica da proposta de reforma tributária do governo, Guedes respondeu que enviar tudo de uma vez só dificultaria o entendimento das mudanças. "Gosto de música e toco piano. Se tocar seis movimentos ao mesmo tempo, é um barulho. Se tocar cada movimento em separado, todos entendem a peça. Mas se quiserem, estamos prontos e podemos aumentar o barulho, mas acho que não será tão bom", rebateu.
O ministro ainda reclamou das comparações entre a proposta de tributação digital sobre transações financeiras estudada por ele com a extinta CPMF. "Por maldade ou por ignorância falam que é a CPMF, mas o tempo é o senhor da razão. Queremos uma base de incidência maior, mas vamos debater isso em outra hora", limitou-se a responder.
Transações eletrônicas
Guedes defendeu o debate sobre a criação de um novo imposto sobre transações eletrônicas, que ele insiste em dissociar da antiga CPMF. Segundo Guedes, da mesma forma que a equipe econômica não pode impor esse tributo, ninguém poderia interditar a discussão. "Não podemos ter nenhuma sombra de absolutismo: nem acharem que o ministro pode impor um imposto à sociedade e nem acharem que podem proibir esse debate. Nem o ministro pode impor um imposto que a sociedade não quer, e nem um relator, presidente da Câmara, Senado ou da República pode impedir que se debata qualquer imposto", respondeu na audiência.
Lucros e dividendos
Questionado pelos parlamentares, Guedes reafirmou que a equipe econômica pretende tributar lucros e dividendos, que hoje pagam zero de imposto.
Até agora, o governo só apresentou a proposta de criação da CBS com alíquota de 12%, para substituir o PIS e a Cofins. "Faço um mea culpa de que poderíamos estar mais avançados na reforma tributária", reconheceu. "Mas quem dá o timing das reformas é a política, e não o ministro", citando a demora na aprovação da reforma da Previdência no ano passado e a pandemia de covid-19 como justificativas para só agora a proposta do governo para a reforma tributária ter sido enviada.
Reconhecimento
O ministro da Economia reconheceu que não tem conseguido explicar as propostas do governo para a reforma tributária. "Passamos no governo a maior parte do tempo nos defendendo, em vez de conseguirmos explicar alguma coisa. Vem aí a nova CPMF, vem isso , vem aquilo. Você não tem nem tempo de argumentar, só fica se defendendo", afirmou, na audiência pública na Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária.
Segundo ele, era mais importante tomar medidas emergenciais durante a pandemia de covid-19 do que falar das reformas nos últimos meses. Ainda assim, o ministro reiterou que o governo tem o compromisso de acertar a reforma tributária neste ano.
| Bem Paraná | | | | Ministro afirma que sistema atual é ruim e que deduções ultrapassam R$ 300 bi
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (5) que grupos com poder político e econômico conseguem criar estratégias para recolher menos impostos, por meio de desonerações previstas na lei ou simplesmente por contestações às cobranças.
"Temos um regime tão ruim que tem [mais de] R$ 300 bilhões em desoneração [ao ano]. Ou seja, quem tem poder político consegue desoneração", disse. "E [há] outros R$ 3,5 trilhões de contencioso. Quem tem poder econômico simplesmente não paga e entra na Justiça", afirmou.
Na visão do ministro, isso deve ser corrigido. "É um sistema perverso, regressivo, ineficiente, é literalmente um manicômio tributário", disse o ministro.
A primeira parte da proposta do governo, já enviado ao Congresso (que funde PIS e Cofins na nova CBS), elimina diferentes regimes especiais de desoneração, mas grupos privados querem mantê-los e o governo passou a estudar alternativas para manter certos benefícios, como no setor de óleo e gás.
Durante a reunião da comissão mista, Guedes foi cobrado pelo relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e por outros parlamentares sobre o envio da proposta completa do governo para as mudanças no sistema tributário.
Aguinaldo Ribeiro voltou a defender uma reforma mais ampla e que inclua estados, e sugeriu que o governo envie a proposta inteira de reforma. O deputado usou uma metáfora musical para defender que a equipe econômica encaminhe um único texto com todas as alterações que quer fazer no sistema.
“Se a gente pensar como sinfonia, e o ministro aqui falou em movimentos, primeiro movimento, segundo movimento, terceiro movimento...eu queria sugerir que, como vamos ter pouco tempo para a apresentação dessa sinfonia, nós pudéssemos avançar na discussão e que tivemos uma única apresentação dessa sinfonia como um todo, juntando todos esses movimentos, para fazer um debate mais amplo”, afirmou.
O parlamentar afirmou que isso ajudaria a otimizar a discussão nos cerca de três meses que seriam necessários para debater a reforma. O senador major Olimpio (PSL-SP) também criticou o envio picado da reforma, assim como a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
Guedes, no entanto, defendeu o envio gradual da proposta do governo. “Eu tenho a impressão de que se colocarmos tudo, de uma vez só, dificulta o entendimento”, afirmou. “Se você tocar seis movimentos ao mesmo tempo, é um barulho. Se fizer o primeiro movimento, o segundo movimento, o terceiro movimento, todo mundo entende a peça e vai ser agradável e rápido.”
Apesar disso, o ministro disse que o governo está pronto para encaminhar uma proposta só. “Podemos aumentar o barulho, vamos jogando uma coisa, outra, vamos jogando ao mesmo tempo. Eu acho que não será tão bom.”
| Folha de S. Paulo | | | | O comércio paulista registrou um recuo de 13,3% no faturamento de maio deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2019. Foram R$ 53,7 bilhões arrecadados em 2020, R$ 8,2 bilhões a menos do que o valor apurado em maio do ano passado, de acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que coletou dados de nove setores varejistas.
Segundo a entidade, o resultado de maio foi o quarto pior para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2008. O desempenho do varejo paulista no período foi prejudicado pelo funcionamento parcial do comércio, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Mesmo com o mau desempenho em maio, o índice teve queda menor do que registrou em abril. No acumulado do ano, o recuo é de 4,5%. Já no período que compreende os últimos 12 meses, o saldo ainda é positivo, com alta de 2%.
Dos nove setores pesquisados pela FecomercioSP, apenas o de supermercados atingiu resultado positivo em maio, com faturamento 20,1% maior na comparação anual. De acordo com a Federação, isso se dá pois os consumidores seguiram focados na compra de itens essenciais.
Dentre o restante dos segmentos que apresentaram baixa, a entidade destaca os de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-64,4%), concessionárias de veículos (-53,5%) e outras atividades (-26,34%). Em conjunto, o impacto negativo gerado foi de 17,1 pontos porcentuais.
Para a FecomercioSP, a liberação do auxílio emergencial teve efeito positivo para o varejo paulista e foi capaz de atenuar os prejuízos para os comerciantes em maio. Com o fim do benefício em setembro e a alta do desemprego, a entidade não espera um retorno rápido da economia, com retração das vendas no dia dos pais.
"O dia dos pais, que já não é uma data de destaque para vendas, tenderá a ser pior neste ano, com quedas de 5,1%, no Brasil, e de 4,5%, no varejo paulista, em comparação a agosto do ano passado. O setor de vestuário, que teria potencial de se beneficiar, deve sofrer quedas de 14,8%, no Brasil, e de 8,4%, em São Paulo. Assim, no atual cenário de crise, a comemoração não terá capacidade de minimizar as perdas do período", avaliou a Federação.
| Bem Paraná | | | | Medida será adotada para para contribuir com processo de retomada da economia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo vai reduzir o IPI (imposto sobre produtos industrializados) incidente sobre a linha branca, em medida que deve contribuir para o processo de retomada da economia.
"Nós vamos reduzir alguns IPIs, da linha branca por exemplo, geladeira, máquina de lavar roupa", disse Guedes em entrevista à Record News, exibida na noite de quarta-feira (5).
Listando as medidas que devem contribuir para o crescimento da atividade ao longo do próximo ano, Guedes citou também o consumo da baixa renda, um "boom" da construção civil e investimentos privados em áreas como petróleo e gás natural.
Fileira de geladeiras e fogões em supermercado
Segundo o ministro, as projeções que hoje vê como mais "simpáticas" para o desempenho da economia brasileira apontam para um crescimento de 3,5% a 4% no ano em 2021, após uma retração de cerca de 4%-4,5% este ano.
Questionado sobre a nomeação do executivo André Brandão para a presidência do Banco do Brasil, Guedes disse que ele foi convidado após indicação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e que já aceitou o cargo e acertou sua saída do banco HSBC, onde ocupa posição em Nova York.
"O contrato de uma pessoa assim não é do dia para noite que ele desfaz, precisa de algum tempo, por isso que a coisa demora um pouco", afirmou Guedes, acrescentando que Brandão só estará liberado a assumir o BB em "30, 40 dias".
| Folha de S. Paulo | | | | Especialistas dão dicas para preservar o capital contra a inflação
Com a redução da Selic de 2,25% para 2% ao ano, o Brasil deve ter um juro real (juro nominal descontado da inflação) negativo em 0,71% nos próximos 12 meses, segundo cálculo da Infinity Asset.
Neste cenário, para que o dinheiro não perca valor, é preciso buscar investimentos que rendam acima dos 2,97% de inflação esperada para o período, segundo o boletim Focus. Neste cálculo, a barra da rentabilidade fica nos 156% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa baseada na Selic que determina o rendimento anual de uma série de investimentos.
Segundo levantamento do buscador de investimentos Yubb, os produtos de renda fixa com maior rentabilidade são CDBs (Certificado de Depósito Bancário) de bancos pequenos no mercado secundário, que chegam a render 155% do CDI.
Eles são títulos de dívidas de BMG, Fibra, NBC Bank e PAN, que estão sendo revendidos pela corretora após o credor primário fazer o resgate antes do vencimento.
Como são instituições financeiras de menor porte, o risco de calote é relativamente maior, por isso o retorno mais expressivo. Apesar do CDB ter cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), a garantia é limitada a R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
O CDB, porém, tem incidência do imposto de renda, o que reduz a rentabilidade líquida.
Já a poupança, mesmo isenta de IR, tem retorno menor por render apenas 70% da Selic ao ano para depósitos posteriores a maio de 2012, com retoro de 1,4%, ao ano e 0,12% ao mês.
O rendimento da poupança antiga segue em 0,5% ao mês.
Já os títulos do Tesouro Direto prefixados e atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, têm rendimentos mais expressivos, que variam de 3,9% a 6,7% ao ano.
VEJA COMO FICA A RENDA FIXA COM A REDUÇÃO DA SELIC:
RENTABILIDADE DA RENDA FIXA COM SELIC A 2% AO ANO
Levantamento feito pela Yubb, com base na rentabilidade média de cada investimento
Debênture
Rentabilidade bruta anual de 5,04%
Letra Financeira (LF)
Rentabilidade bruta anual de 4,64%
Recibos de Depósito Bancário (RDB)
Rentabilidade bruta anual de 4,48%
Debênture Incentivada
Rentabilidade líquida anual de 4,35%
LC (Letra de Câmbio)
Rentabilidade bruta anual de 4,23%
CDB (Certificado de Depósito Bancário)
Rentabilidade bruta anual de 3,77%
LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
Rentabilidade líquida anual de 2,68%
LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
Rentabilidade líquida anual de 2,37%
Tesouro Selic
Rentabilidade bruta anual de 2%
Poupança
Rentabilidade líquida anual de 1,40%
Segundo especialistas, para proteger o capital da inflação, é preciso diversificar a carteira, combinando ativos de renda fixa e variável, com foco no longo prazo.
“O investidor conservador vai ter que tomar mais risco, até mesmo na renda fixa, com um título do governo mais longo, um CDB [Certificado de Depósito Bancário] de banco menor ou uma debênture”, diz Rodrigo Moliterno, diretor de renda variável da Veedha.
Para identificar o seu perfil de risco (agressivo, arrojado, moderado ou conservador), é preciso fazer testes disponíveis em corretoras e bancos, que levam em conta patrimônio, idade, objetivo, tolerância ao risco, entre outros.
“O investidor não precisa necessariamente ser mais arrojado, mas pensar mais no longo prazo. É preciso combinar o perfil de risco com o objetivo do investimento para encontrar a melhor composição da carteira”, diz Jayme Carvalho, planejador financeiro CFP pela Planejar.
Ele afirma que, para investir na Bolsa de Valores, o objetivo deve ser de, no mínimo, dois anos.
O especialista recomenda atenção a taxas cobradas pelo banco ou corretora em cada produto, que podem reduzir os rendimentos.
“As pessoas precisam parar de pensar em investimentos como algo para ficarem ricas, e sim algo para preservar patrimônio”, diz Carvalho.
De acordo com Moliterno, da Veedha, o investimento em imóveis ganha atratividade com o juro baixo. “Comprar ou alugar um apartamento vai ser mais vantajoso do que deixar o dinheiro no banco por menos de 2% ao ano.”
Antes de investir, é preciso garantir a reserva emergencial. Ela consiste em, no mínimo, seis meses de gastos mensais alocados em um investimento de renda fixa que possa ser resgatado no mesmo dia sem perda de valor, como o Tesouro Selic, fundos DI e CDBs. Essa reserva deve ser utilizada em caso de desemprego ou de emergências médicas para evitar a contração de dívidas.
COMO SABER SEU PERFIL DE INVESTIDOR
Conservador
O conservador preza estabilidade do investimento. Ele quer saber qual será o rendimento ao fim do mês, sem arriscar perder dinheiro ou ter surpresas no meio do caminho. No passado, mantinha toda a carteira em renda fixa, mas, com a queda da rentabilidade, analistas recomendam uma pequena alocação em fundos multimercado.
Moderado
O moderado aceita mais oscilações nos investimentos, especialmente a longo prazo, mas também preza a garantia do retorno. Sua carteira é mais diversificada do que a do conservador, com maior espaço para a renda variável.
Arrojado
O arrojado está mais disposto a correr risco em nome do retorno maior. Ele tem mais tranquilidade para lidar com oscilações bruscas do mercado de renda variável, que ocupam boa parte da carteira.
Agressivo
O agressivo não tem medo de perder em algumas aplicações para ganhar em outras. Ele tem sangue frio para aguentar o tranco de uma queda brusca de ações.
É importante destacar que investimentos devem ser encarados como de médio a longo prazo. Investimentos com retornos de curto prazo podem ser muito arriscados e levar a prejuízos.
Geralmente, corretoras e bancos avaliam o seu perfil, de acordo com idade, renda profissão e objetivos.
COMO DIVERSIFICAR INVESTIMENTOS
Depende do apetite a risco, pessoas de perfil conservador devem ter a menor parte da carteira em ações, por exemplo. Veja diferentes tipos de investimento:
Pós-fixados
Acompanham a taxa de juros. Se o juro sobe, a rentabilidade aumenta; se ele cai, o ganho diminui. São os investimentos mais seguros, e mesmo as pessoas mais arrojadas têm uma parcela de seu dinheiro nesses produtos. CDBs de bancos pequenos, vendidos em corretoras, pagam mais que os grande bancos. A aplicação é longo prazo, e o dinheiro fica parado até o vencimento.
Opções: poupança, CDBs, LCA e LCI, Tesouro Selic e fundos DI
Prefixados
Têm uma taxa de juros combinada no momento da aplicação, que não muda mesmo que a Selic suba ou caia. Há risco em caso de venda antecipada e é o primeiro patamar de diversificação.
Opções: Tesouro prefixado e CDBs de bancos pequenos
Inflação
São investimentos que pagam uma taxa de juros fixa mais a variação da inflação no período. Mudam de preço todo dia, então, para evitar risco perdas, o investidor precisa mantê-los até o vencimento.
Opções: Tesouro IPCA+ e CDBs de bancos pequenos
Fundos multimercados
Investem em mais de um tipo de ativo. Geralmente combinam aplicações conservadoras, como títulos públicos, com ativos mais arriscados, que podem ser dívidas em empresas, ações e dívidas de empresas no exterior. Para saber no que um fundo investe, é preciso ler o informativo
Ações
Ações são a menor fração de capital de uma empresa, podendo ser negociada em Bolsa. Este tipo de investimento é indicado para pessoas de perfil arrojado. É possível escolher papéis individualmente ou investir por meio de fundos de ações ou que acompanham um índice (ETFs).
GLOSSÁRIO DOS INVESTIMENTOS
Os principais investimentos de renda fixa de bancos são CDBs, LCAs e LCIs; quanto maior o banco, menor a remuneração, porque o risco de calote é menor; as letras de crédito são isentas de IR; em caso de calote, há cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira
Empresas emitem debêntures, e o dinheiro vai para financiar investimentos; quem compra uma debênture corre o risco de calote da empresa, já que não há garantia do FGC; ao investir em uma debênture, corre-se o o risco de calote da empresa; quando o dinheiro é destinado a obras de infraestrutura, há isenção de Imposto de Renda
No investimento prefixado, o rendimento é conhecido na hora da aplicação; é vantajoso quando há expectativa de queda de juros; no momento atual, os títulos mais longos consideram que as taxas vão subir mais que o mercado considera que vá acontecer; por isso, há chances de rendimento maior em outros tipos de renda fixa
O Tesouro IPCA+ paga uma taxa de juros fixa mais a variação da inflação; esse investimento garante o poder de compra do dinheiro em aplicações de longo prazo, mas pode sofrer oscilações de preços e gerar perdas em caso de resgate antes do vencimento
CDI é uma taxa de juro que acompanha a Selic e costuma ser referência para remuneração de investimentos de renda fixa emitidos por bancos. Com a queda da Selic ela passa de 3,65% para cerca de 2,90% ao ano
ETFs são fundos que replicam um índice de ações, como o Ibovespa; o ganho desse fundo será, ao final de um período, o mesmo registrado pela Bolsa; como é um fundo passivo (não há um gestor tomando decisões de investimento), tem taxas mais baixas
| Folha de S. Paulo | | | | Em mais um movimento para estimular a economia durante a crise provocada pelo novo coronavírus, o Banco Central cortou a Selic (a taxa básica de juros) pela nona vez consecutiva. Em decisão unânime, os dirigentes da autarquia citaram "incertezas" sobre a atividade para reduzir a taxa em 0,25 ponto porcentual, de 2,25% para 2% ao ano. Este é o menor juro básico já registrado no Brasil.
Para os próximos meses, o BC sinalizou que os juros seguirão em níveis baixos, mas que há pouco espaço para novos cortes. A Selic no piso histórico reduz ganhos com aplicações financeiras, como a caderneta de poupança e os investimentos em renda fixa.
Com juros a 2% ao ano, o Brasil possui agora o 15º juro real mais baixo do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes. Os cálculos são do site MoneYou e da Infinity Asset Management.
Com a atividade sob pressão e a inflação em níveis comportados, a expectativa dos analistas era de que o BC, de fato, cortasse mais uma vez a Selic ontem. De um total de 50 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 43 esperavam por um corte de 0,25 ponto, para 2% ao ano. Sete casas aguardavam pela manutenção da taxa básica em 2,25% ao ano.
No comunicado que acompanhou a decisão, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC qualificou o ambiente para as economias emergentes como "desafiador" e citou a incerteza sobre o ritmo de crescimento do Brasil - em especial a partir do fim de 2020, quando os efeitos dos auxílios emergenciais arrefecerem.
Ao mesmo tempo, o BC alertou que as políticas do governo de resposta à pandemia podem fazer com que a redução da demanda por produtos e serviços seja menor que a estimada, o que poderia dar força à inflação.
Por trás do comentário, está o receio de que programas adotados durante a pandemia - como o auxílio emergencial de R$ 600 - possam se tornar permanentes, elevando ainda mais o rombo fiscal do governo. Com isso, o BC poderia ser obrigado a subir a Selic.
Na visão do BC, enquanto a inflação projetada estiver abaixo das metas - como visto atualmente - não haveria motivos para a Selic subir.
| Bem Paraná | | | | O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,311 bilhões no segundo trimestre deste ano, queda de 25,3% na comparação com o mesmo intervalo de 2019.
O resultado, último sob a gestão do economista Rubem Novaes, de saída da instituição, foi impactado pelos maiores gastos com o reforço do colchão para perdas em meio à pandemia. Em relação ao primeiro trimestre, o lucro do BB encolheu 2,5%.
"O resultado foi influenciado, principalmente, pela resiliência da margem financeira bruta, pressão nas receitas com prestação de serviços, diminuição das despesas com risco legal e aumento da provisão (PCLD ampliada)", diz o banco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
No primeiro semestre, o lucro líquido ajustado do BB foi de R$ 6,706 bilhões, cifra 22,7% menor que a vista um ano antes.
A divulgação dos resultados do banco ocorre em meio às expectativas de troca de comando no BB. Alegando motivos familiares e cansaço com o ambiente político de Brasília, o economista Rubem Novaes renunciou ao cargo.
Seu substituto, ao menos até aqui, deverá ser o diretor do HSBC, André Brandão. Dentre os desafios que o executivo terá estão uma agenda de desinvestimentos, já em curso, mas atropelada pela pandemia, e ainda preparar o banco público para a revolução tecnológica que tem transformado o setor financeiro.
Depois de conseguir voltar a crescer em crédito no primeiro trimestre, a carteira no conceito 'ampliado' diminuiu. O saldo foi a R$ 721,559 bilhões ao fim de junho, recuo de 0,5% em relação a março. Em um ano, porém, cresceu 5,1%.
Tanto a pessoa física quanto a jurídica tomaram menos recursos no BB no segundo trimestre frente ao primeiro. A carteira voltada a empresas diminuiu em 1,1%, influenciada, principalmente, pelo segmento grandes contas, na contramão dos players privados. Já o crédito voltado a indivíduos teve queda trimestral de 0,2%. No ano, porém, as carteiras de pessoa física e jurídica entregaram incremento de 6,3%. Agronegócio, foco no BB, cresceu em ambas as comparações.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, refletida no indicador RSPL, seguiu sob o efeito do aumento das provisões por conta da pandemia. No critério mercado, chegou a 11,9% no segundo trimestre contra 12,5% no primeiro. No conceito ajustado, foi de 10,0% ante 10,5%, nesta ordem.
O BB detinha patrimônio líquido de R$ 114,836 bilhões no segundo trimestre, 12,7% maior em um ano. Em relação aos três meses anteriores, cresceu 2,2%.
Em ativos totais, o BB registrava R$ 1,710 trilhão ao fim de junho, elevação de 9,7% em um ano. Ante o trimestre imediatamente anterior, aumentou 7,0%.
O BB comenta seus resultados do primeiro trimestre em teleconferência com a imprensa nesta quinta-feira, às 10 horas, com o atual presidente do banco, Rubem Novaes, e os vice-presidentes da instituição.
| Bem Paraná | | | | O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 2,34% em julho, após um avanço de 1,60% em junho, divulgou nesta quinta-feira, 6, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O resultado do indicador ficou dentro do intervalo das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, que ia de alta de 1,88% a 2,53%, mas acima da mediana de 2,24%.
Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma elevação de 6,98% no ano.
Em 12 meses, a taxa ficou em 10,37%.
Composição
A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve elevação de 3,14% em julho, ante um aumento de 2,22% em junho.
O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, subiu 0,49% em julho, após o avanço de 0,36% em junho.
Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, teve elevação de 1,17% em julho, depois da alta de 0,34% em junho.
O período de coleta de preços para o índice de julho foi do dia 1º ao dia 31 do mês.
Núcleo
O núcleo do IPC-DI de julho subiu 0,26%, após a elevação de 0,19% registrada em junho.
O núcleo do IPC-DI é usado para mensurar tendências e calculado a partir da exclusão das principais quedas e das mais expressivas altas de preços no varejo.
Ainda de acordo com a FGV, o núcleo acumulou uma elevação 1,77% no ano e alta de 2,92% em 12 meses.
| Bem Paraná | | | | Afora desastres, taxa básica da economia não cai mais e deve ficar estável até 2021
A taxa média de juros para quem quer comprar casa ou carro, poucos, não caiu durante a epidemia e, na verdade, mal se mexe desde o final do ano passado, para tratar de duas taxas importantes para a economia e para o consumidor. São também as taxas menos salgadas nos bancos, perto de 7% ao ano para imóveis e de 19% ao ano para carros, segundo as estatísticas do Banco Central.
Logo, para variar, quem vai ligar para a fato de a Selic ter baixado de 2,25% para 2% ao ano, como decidiu nesta quarta-feira (5) a diretoria do Banco Central? Afora o povo da finança e economistas, praticamente ninguém (ainda menos agora, pois o BC praticamente disse que a Selic deve ficar no nível em que está a perder de vista).
Dadas as expectativas de inflação (e, pois, de juros) e o nível já baixo da Selic, qualquer redução adicional, minúscula, também não deve fazer efeito relevante nas taxas de juros bancários e no custo do dinheiro no mercado de capitais.
No entanto, ainda seria bom prestar atenção ao fato de que:
mesmo com Selic a 2% ao ano, a inflação fica na meta até 2022. Previsão de qualquer coisa até 2022 tem algo de ficção científica, é verdade, mas o que importa é o efeito dessa estimativa no presente. O que está implícito é que a taxa básica de juros deve ficar negativa, em termos reais (descontada a inflação), pelo menos até meados de 2022;
a Selic é o custo de financiamento do governo no curto prazo. Cada vez mais o governo se financia no curto prazo e assim será até e quando sairmos desta crise. Apesar de rumores de que as taxas de prazo mais longo subiriam, tal coisa não aconteceu. As taxas de até sete anos ainda estão salgadas, mas voltaram aos níveis do imediato pré-pandemia (início de fevereiro). Ou seja, dá para manter mais baixo o custo de financiamento da imensa dívida do governo;
a taxa de câmbio, o “preço do dólar”, não disparou. Ao contrário, caiu um tanto em flutua na casa dos R$ 5,2 e R$ 5,3.
Em suma, não há histeria na praça financeira.
No entanto, afora desastres, o Banco Central afirma que a Selic não deve cair mais, ressalte-se. Desastres: contravolta no ajuste fiscal (mexida no teto de gastos, por exemplo) ou algum remelexo forte da finança mundial ou da política, grandes a ponto de provocarem uma desvalorização relevante do real. Pode ser também que o BC reaja caso a economia caia em depressão. Ou seja, que volte a piorar depois do fim dos pagamentos de auxílios emergenciais e similares, o que, parece, ainda devem continuar depois de setembro, mesmo que em escala reduzida.
Mas o BC disse também que a Selic não deve subir tão cedo (uma orientação, uma dica, que é meio novidade), exceto no caso de expectativas de inflação chegando à meta em 2021, meta que é de IPCA em 3,75%, ou explodindo em 2022. A expectativa relevante de inflação para o ano que vem está em 3%. Estamos bem longe da meta, pois.
No resumo da ópera: o BC não vai adotar nenhuma política heterodoxa, mesmo agora tendo poderes para tanto. O piso da Selic é esse aí, positivo em termos nominais, afora desastres.
FLEXÕES DE GASTO
“Por outro lado, acho que tem de haver uma certa flexibilização. Há obras paradas no Brasil há mais de dez anos. Acredito que o Paulo Guedes vai ter que dar um jeito de arrumar mais um dinheirinho para a gente dar continuidade a essas ações que têm impacto social e na infraestrutura”, disse Flavio Bolsonaro em entrevista ao jornal “O Globo” de quarta-feira.
Jair Bolsonaro casou-se com o centrão, chutou Sérgio Moro, detonoa a Lava Jato. Está treinando para aumentar imposto e chutar o teto de gastos.
Vinicius Torres Freire - Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).
| Folha de S. Paulo | | | | A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) elogiou a decisão do Copom de reduzir a taxa básica da economia em 0,25 ponto porcentual, mas acrescentou que a agenda de reformas é essencial para a retomada do crescimentos sustentável.
"a Firjan reafirma que o governo deve seguir adotando outras medidas, aliadas à política monetária, que impulsionem a retomada da economia. A continuidade da agenda de reformas estruturais será fundamental para o crescimento sustentável e a manutenção das expectativas dentro da meta", escreveu a entidade em nova.
Segundo o texto, a despeito dos dados divulgados em junho darem sinais de que a economia começa a reagir, a Firjan entende que os efeitos da pandemia são "devastadores", levando as empresas brasileiras ao maior nível de ociosidade da história. "Não por acaso, a prévia da inflação de julho veio abaixo das estimativas esperadas pelo mercado, o que reforça essa decisão do Comitê", continuaram.
| Bem Paraná | | | | O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na noite desta quarta-feira, 5, por unanimidade, reduzir a Selic, a taxa básica juros, em 0,25 ponto porcentual, de 2,25% para 2% ao ano. Este é o nono corte consecutivo da taxa no atual ciclo. Com isso, a Selic está agora em um novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
A redução era esperada pela maioria dos economistas do mercado financeiro. Isso porque, com a pandemia do coronavírus, a atividade econômica despencou no Brasil, assim como a inflação. A avaliação majoritária era de que o BC seria levado a reduzir novamente a Selic para estimular a economia.
De um total de 50 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 43 esperavam por um corte de 0,25 ponto, para 2,00% ao ano. Sete casas aguardavam pela manutenção da taxa básica em 2,25% ao ano.
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a Selic, buscando o cumprimento da meta de inflação. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão formado pelo Banco Central e Ministério da Economia.
O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2020 é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00 a 5,00%).
Quando a inflação está alta ou indica que ficará acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito e freando o consumo, assim, reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação tende a cair.
A redução da Selic também afeta aplicações financeiras como a caderneta de poupança e os investimentos em renda fixa. No caso da poupança, a regra atual de remuneração prevê que os rendimentos estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.
Nesse cenário, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo Banco Central. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.
Com o juro da economia em 2% ao ano, a correção da poupança será de 70% desse valor - o equivalente a 1,4% ao ano, mais a Taxa Referencial.
Em função do corte da Selic de hoje, o Brasil também segue com juro real (descontada a inflação) negativo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que, com a Selic a 2,00%, o juro real brasileiro passou a ser de -0,71% ao ano. O País possui agora o 15º juro real mais baixo do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes.
| Bem Paraná | | | |
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