| 21 de Outubro de 2019
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Em 21/10/2019
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| | | | | A confiança do empresário da indústria se manteve estável em outubro. O ICEI oscilou para 59,3 pontos, 0,1 ponto menor que o índice de setembro. Esse resultado mostra que a confiança do empresário industrial segue elevada.
| CNI (publicado de 18-10-2019) | | | | ICEI mostra que os industriais percebem leve melhora nas condições atuais dos negócios e mantêm o otimismo em relação ao desempenho das empresas e da economia nos próximos seis meses
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) ficou estável em 59,3 pontos neste mês. É o terceiro mês consecutivo que o indicador permanece no mesmo patamar. “Esse resultado mostra que a confiança do empresário industrial segue elevada”, diz a pesquisa divulgada nesta sexta-feira (18), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Com a queda de apenas 0,1 ponto frente a setembro, o ICEI está 4,7 pontos acima da média histórica e 5,6 pontos superior ao registrado em outubro do ano passado. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão acima dos 50 pontos mostram que os empresários estão confiantes.
A pesquisa mostra uma pequena melhora na percepção dos empresários em relação à situação atual das empresas e da economia e uma queda nas expectativas para os próximos seis meses. O indicador de condições atuais alcançou 52,1 pontos e está, pelo terceiro mês consecutivo, acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa da avaliação favorável para a desfavorável.
O indicador de expectativas subiu para 62,8 pontos e está 5 pontos acima do registrado em outubro do ano passado, mostrando que os industriais estão otimistas com o desempenho das empresas e da economia nos próximos seis meses.
“A alta da confiança veio com os avanços da reforma da Previdência na Câmara em julho. Avanços adicionais na agenda das reformas alavancarão ainda mais a confiança do empresário da indústria”, afirma o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
PORTE E REGIÕES - A confiança é maior entre as grandes indústrias. Nesse segmento, o ICEI ficou em 60,2 pontos. Nas médias empresas foi de 59,1 pontos e, nas pequenas, de 57,5 pontos. Nas regiões geográficas, o ICEI é maior entre os empresários do Norte (62 pontos) e do Centro-Oeste (61 pontos). No Nordeste, o indicador ficou em 59,8 pontos, no Sul em 59,2 pontos e, no Sudeste, em 57,9 pontos.
O ICEI antecipa tendências da economia. Empresários confiantes têm mais propensão a fazer investimentos, aumentar a produção e contratar trabalhadores. Tudo isso é fundamental para acelerar o crescimento da economia.
Esta edição do ICEI foi feita entre 1º e 11 de outubro, com 2.452 empresas. Dessas, 978 são pequenas, 892 são médias e 582 são grandes.
SAIBA MAIS: Acesse a página de Estatísticas do Portal da Indústria e leia a íntegra do ICEI de outubro.
| CNI (publicado em 18-10-2019) | | | | Foram registrados 9.335 acordos no setor, seguido de 4.303 no comércio
Em setembro, houve 18.395 demissões por acordo —quando tanto patrão quanto empregado querem o desligamento—, considerando o total de 12.105 empresas.
Isso representa 1,5% do total de demissões do mês, segundo dados do Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados), da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
Segundo a nova CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o empregado que pedir demissão nesses termos recebe metade das verbas trabalhistas a que tem direito.
Ele terá 50% do aviso-prévio e 50% da multa do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
No caso do fundo, a multa paga pelo patrão é de 40%, por isso, o empregado recebe 20%.
Em setembro, foram registrados 9.335 acordos no setor de serviços, 4.303 no comércio e 2.833 na indústria de transformação.
No modelo de trabalho intermitente, foram registradas 12.169 admissões e 6.154 demissões.
O trabalho em regime de tempo parcial registrou 6.609 admissões e 4.802 desligamentos.
| Folha de S. Paulo | | | | Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em junho deste ano, o índice de produção industrial no Brasil estava no mesmo patamar que o apresentado em junho de 2004. A crise econômica ainda traz seus impactos sobre o setor, mas as oportunidades de retomada do crescimento são reais.
Segundo levantamento da ABDI , a estimativa de redução de custos de uma indústria que digitaliza sua operação e entra para o mundo 4.0 é de, no mínimo, R$ 73 bilhões ao ano. Neste valor, estão incluídos os ganhos de eficiência (R4 34 milhões/ano), a economia no custo de manutenção de máquinas (R$ 31 milhões/ano) e a economia de energia (R$ 7 milhões/ano).
Ou seja, a resposta para a retomada efetiva do desenvolvimento industrial está na otimização dos processos pela Indústria 4.0. Além de diminuir os gastos com manutenção e dar mais eficiência, a digitalização protege as indústrias de eventuais instabilidades econômicas.
Chegou a hora do setor abraçar a transformação digital para criar novas oportunidades e reforçar a presença do Brasil no mapa do desenvolvimento industrial.
Existem, no entanto, diversos desafios. Com base no que observo no meu dia a dia na Aquarius , muitas indústrias ainda não possuem sistemas integrados, o que dificulta muito o desenvolvimento de novas tecnologias. Diversas empresas também não sabem como lidar de modo eficiente com seus dados, mantendo números em papeladas e dificultando uma visão geral dos problemas e oportunidades daquela companhia.
Mas como saber onde a minha indústria está situada na transformação digital? Um bom diagnóstico pode ser feito por meio do Modelo de Maturidade do Gartner.
O processo começa de dentro para fora. Por isso, o primeiro passo é a reação, ou seja, utilizar soluções para responder a algum problema. Isso pode se dar através de sistemas autônomos, por exemplo. Depois, com mais expertise, vem a capacidade de antecipação aos fatos, que traz mais eficiência e inteligência à operação.
Com essa estrutura consolidada, a indústria deverá fazer a integração dos seus sistemas. A partir daí, o processo vem de fora para dentro, e a operação passa a trabalhar orientada a resultados. Neste momento, entra a colaboração entre o chão de fábrica, o setor de tecnologia e a área corporativa. Por último, tudo isso é orquestrado, permitindo uma visão geral do negócio e consolidando a digitalização.
Independente da etapa de maturação da indústria, promover a transformação digital pressupõe três etapas lógicas, segundo a GE Digital, principal parceira estratégica de tecnologia da Aquarius:
1. Conectar, com soluções como HMI e Scada, facilitando a visualização e análise dos dados;
2. Integrar operações de maneira vertical e horizontal, coordenando as fábricas, pessoas e processos com soluções como o MES e a gestão de ativos;
3. Otimizar operações utilizando, por exemplo, Big Data.
Antes de tudo, é preciso arrumar a casa: alinhar os times executivos, definir os recursos, criar comprometimento em torno dos projetos. São muitas as oportunidades e é longo o caminho que a indústria brasileira tem à sua frente para completar a jornada da digitalização.
| IND4.0 | | | | A Indústria 4.0 busca um cenário mais abrangente e unificado para os negócios. Como maior interação de humanos com máquinas e maior volume de tecnologias para facilitar processos. Mas, claro, essa é apenas uma parte do conceito.
De olho nesse cenário, uma das maiores empresas do ramo alimentício do mundo, a BRF começou, há cerca de dois anos, um projeto voltado para a Indústria 4.0. Antonio Carlos Cesco, diretor Global TI da BRF, explica que o propósito era “aumentar a eficiência das fábricas, com uma visão real-time de todo processo produtivo”.
A empresa foi vencedora do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI, promovido pela IT Mídia em parceria com a PwC, na categoria Indústria de alimentos, bebidas e fumos.
O projeto da BRF, com análise e desenho da solução, é focado “em automação, IoT, cloud e analytics, a fim de aumentar a eficiência das fábricas, gerando dados para confecção de modelos preditivos de análise e melhoria dos processos”.
O projeto teve início com a melhoria de processos, incluindo sistemas robotizados, porém não integrados; limitações nos formatos de etiquetas de caixas e paletes que impactam na logística.
Com ele, a BRF prevê uma “nova jornada”. A necessidade de digitalização e integração na gestão da manufatura foi um dos grandes impulsionadores. Dessa forma, pensando no aumento de eficiência e gestão em tempo real, o projeto também prevê:
- Aumento da eficiência operacional e rastreabilidade a partir da captura automática de dados (big data e analytics);
- Aporte de infraestrutura;
- Arquitetura;
- Tecnologia;
- Sensores (IoT);
- Dispositivos móveis de segurança.
Foram realizadas provas de conceito (POCs) em uma das unidades fabris da companhia e considerados aspectos de machine vision, sensores de IoT, cloud computing, controle de sobrepeso e rastreabilidade de etiquetas. A partir da POC, foram comprovados ganhos sobre o que o projeto Indústria 4.0 se propõe, que é eficiência e rastreabilidade a partir dos dados coletados em tempo real.
“O que se discute hoje não é mais a transformação digital, mas qual a velocidade que damos a ela”, afirma Cesco. Ele aponta que o data lake atual da companhia possui mais de 6 TB de dados.
A partir deles, como cita o executivo, a companhia pode ter mais agilidade “na construção e análises de cenários, modelos preditivos e auxílio e antecipação na tomada de decisões”.
Sociedade 5.0 e meio ambiente
Digitalizar uma companhia e integrá-la a novos dispositivos certamente não é uma tarefa fácil. O projeto prevê que a adoção de mais tecnologia, mobilidade e conectividade em um modelo menos operacional e repetitivo de gestão, é benéfico para os trabalhadores.
A visão da companhia, neste caso, vem alinhada ao modelo de Sociedade 5.0. Para a BRF, a ideia é de adaptação por parte das pessoas na interação com a transformação tecnológica. A empresa cita que isso acontece “em um futuro já real de Inteligência Artificial, Robótica, Big Data e novas formas de trabalho”.
“Não há inovação ou transformação digital sem o forte envolvimento e a interação com as pessoas”, diz Cesco. O executivo relaciona que as novas tecnologias contribuem “para uma maior inclusão do ser humano no processo” de transformação digital.
“Podemos citar exemplos como a redução das atividades operacionais e dar a melhor experiência de usabilidade para as pessoas. É neste momento que encontramos a solução para os desafios e facilitamos o dia-dia da equipe envolvida.”
A Sociedade 5.0 também prevê que as pessoas sejam mais conscientes perante o meio ambiente. Para a BRF, isso significa uma aplicação de melhor uso de energia limpa nas fábricas
Sobre a adoção de tecnologias de IoT e infraestrutura digital no projeto, Cesco afirma que isso “contribui para a sustentabilidade porque possibilitam o uso de informações variáveis como vapor, água e energia elétrica”. Em resumo, isso apresenta uma melhor condição para melhorar a eficiência energética nas fábricas.
Modelo evolutivo e conectado
“Nós enfatizamos o case de Indústria 4.0 que contribui para a transformação das atividades operacionais da companhia e na evolução das novas competências dos nossos colaboradores”, afirma Cesco.
A ideia de digitalizar e integrar novas tecnologias aparece em meio a um cenário de transformação. Muitos setores ainda caminham a passos mais curtos, enquanto outros se aproximam de uma maior interação do homem com a máquina.
Nesse processo, como já vimos anteriormente no conceito de Sociedade 5.0, o ser humano é o centro da discussão, com tecnologias que chegam para facilitar a sua vida. Isso, claro, nos campos de trabalho e social.
“Dessa forma, nós consideramos o modelo evolutivo e conectado às novas tecnologias que têm surgido”, diz o executivo. Sobre a transformação interna, Cesco afirma que o projeto “promove uma força de trabalho com diferenciais, sendo inovadora e alinhada às nossas necessidades.”
O “pós-projeto Indústria 4.0”
A meta da BRF, segundo o executivo, é de que “a inovação represente 10% da receita da empresa até 2023”. Para a TI, a companhia visa, entre outros, um plano de potencialização de laboratórios e equipes, “conectado ao ecossistema de startups, atuando tanto no modelo de solução de problemas de negócio, como também na proposição de soluções”.
Para tal, a BRF destaca o aproveitamento de tecnologias como Inteligência Artificial, Blockchain, IoT, Advanced Analytics e outras que podem viabilizar a jornada digital da companhia.
“A inovação na TI da BRF é uma das nossas principais prioridades, já que está integrada a transformação dos processos e negócios”, diz Cesco. Ele exemplifica também o portal brfHub, que lida com o conceito de inovação aberta e é um dos canais de conexão com as startups.
“Com ele, podemos nos conectar aos desafios de processos ou negócios e as startups, por sua vez, podem apresentar suas propostas de solução, selecionadas posteriormente como as mais indicadas”, afirma.
Relacionando o case Indústria 4.0, Cesco diz que a empresa também pensa no potencial competitivo de inovação. “Estamos tratando de uma iniciativa muito importante para a BRF e que nos permite um diferencial competitivo de inovação, rastreabilidade e controle do processo produtivo”, finaliza.
Finalistas do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI na categoria Indústria de alimentos, bebidas e fumos:
1º BRF - Antonio Carlos Cesco, diretor Global de TI
2º Premium Foods - Marco Fain, gerente de TI
3º Embaré - Cassio Castro, gerente de TI e Inovação
| Ind.4.0 | | | | Segundo a pesquisa “Manufatura Avançada e Indústria 4.0”, realizada pela FIESP, com 227 empresas, 32% dos entrevistados nunca ouviram falar em quarta revolução industrial, Indústria 4.0 ou Manufatura Avançada.
Entre outras descobertas, o estudo mostrou ainda que, mesmo que 90% concordem que a Indústria 4.0 “vai aumentar a produtividade” e que “é uma oportunidade ao invés de um risco”, apenas 5% se sentem “muito preparados” para enfrentar esses desafios, enquanto 23% se sentem “nem um pouco preparados”.
Isso acontece porque a jornada rumo à Indústria 4.0 não exige apenas novas máquinas, sistemas e ativos, mas, principalmente, uma gestão de alta performance – algo que abrange não apenas tecnologias, mas pessoas e processos cada vez mais eficientes. O sucesso na indústria depende da capacidade de conquistar resultados de valor para seus clientes e isso exige, além de tecnologias, a capacidade de engajar pessoas em processos eficientes.
Não por acaso, a gestão Lean – e consequentemente os métodos ágeis – despontam como alternativa à gestão tradicional de projetos e como base para a Indústria 4.0, pois permite aprimorar processos, aumentar a produtividade e encurtar os ciclos de entrega com o envolvimento de equipes cada vez mais multidisciplinares e focadas, resultando em melhor qualidade.
Atuando no aperfeiçoamento de processos, a pensamento Lean consiste na busca constante pela redução de custos e pelo aumento de produtividade, impulsionando as empresas a superar os desafios da indústria, combatendo desperdícios, facilitando a identificação e a correção de falhas e, principalmente, engajando colaboradores e lideranças no objetivo estratégico de aumentar a eficiência operacional.
Métodos ágeis adicionam abordagens voltadas à eficiência e à produtividade, simplificando processos antigos e oferecendo uma maneira mais direta de lidar com os problemas encontrados.
Essa base é fundamental para os projetos voltados para modernização e Indústria 4.0. Com a implantação de metodologias ágeis, é possível otimizar os resultados dos projetos e reduzir os riscos de adoção de novas tecnologias, sistemas e soluções, garantindo que os investimentos vão trazer o máximo de retorno e vão, de fato, trazer ganhos em produtividade e redução de custos.
Dados como os divulgados pela FIESP mostram que já é de conhecimento da indústria brasileira que a quarta revolução industrial vai trazer uma série de ganhos em eficiência operacional, e que existe uma grande necessidade de desenvolvimento e implantação de sistemas e soluções que permitam alcançar os benefícios esperados com a transformação digital. Porém, antes de tudo, cada negócio precisa analisar em que estágio estão dessa jornada.
Nem todas as empresas já construíram a base necessária para extrair todos os benefícios dessa revolução, e as metodologias ágeis se encaixam perfeitamente nesse cenário, ajudando a pavimentar este caminho ao garantir um alinhamento de excelência entre pessoas, processos e tecnologias.
| Ind4.0 (publicado em 21-10-2019) | | | | Tratado internacional tem, nos 35 países que o ratificaram, dificultado a geração de novos postos de trabalho e restringido a participação de jovens e de trabalhadores de baixa qualificação no mercado
Uma eventual ratificação da Convenção n.158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) traria graves efeitos sobre a capacidade de geração de empregos e inserção de jovens no mercado de trabalho no Brasil. Além disso, replicaria os efeitos negativos que têm apresentado nos 35 países – na grande maioria, economias pouco desenvolvidas – que optaram por incorporar o tratado internacional às legislações: o estímulo à informalidade e a judicialização das relações do trabalho.
O alerta foi feito por especialistas e representantes do setor empresarial em audiência pública, na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (15), para discutir o tema. Adotada pela OIT em 1982, a Convenção 158 proíbe o instrumento da demissão sem causa e instaura uma série de procedimentos que precisam ser cumpridos por uma empresa para que consiga encerrar o vínculo de um empregado. Na prática, a convenção confere uma quase estabilidade no setor privado.
“Qualquer desligamento acaba se sujeitando à confirmação da Justiça, o que contribui para o aumento do conflito. A convenção instaura um procedimento tão burocrático e oneroso que apenas 35 países a ratificaram. E em muitos destes predominam elevadas taxas de informalidade”, disse o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional Indústria (CNI), Alexandre Furlan. “E, nos países com mercado de trabalho formal, os efeitos foram o aumento de postos de trabalho temporários e a restrição da capacidade de adaptação das empresas à economia e às novas tecnologias”.
Países que ratificaram a Convenção n.158 da OIT
ENTRAVES AO EMPREGO – José Pastore, professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em relações do trabalho, apontou um conjunto de riscos que uma eventual ratificação da Convenção n.158 da OIT poderia trazer para o mercado de trabalho brasileiro. Ele citou estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Banco Mundial que analisaram os efeitos do tratado internacional sobre as economias e o mercado de trabalho dos países que adotaram as regras do tratado.
Uma evidência, aponta Pastore, de que a convenção pode ter surtido efeitos contrários aos pretendidos é que apenas um país a ratificou nos últimos dez anos – a Eslováquia. “A Convenção 158 envelheceu, perdeu a atualidade. Ela reduz a rotatividade, mas à custa da geração de novos postos de trabalho. Regras muito rígidas acabam não só comprometendo o emprego, mas também o crescimento econômico, porque quando se fecha a porta de saída, também será fechada a porta de entrada para o emprego”, analisou.
INCONSTITUCIONALIDADES – Os especialistas também apontaram uma série de incompatibilidades da Convenção n.158 com a Constituição brasileira. Além de desmontar o instrumento da demissão por justa causa, ela entra em confronto com o sistema de proteção já existente no Brasil, que é o modelo de indenização ao trabalhador que é desligado de forma injustificada. Vale lembrar, uma empresa paga a indenização de 40% sobre o saldo acumulado do FGTS e o aviso prévio. Além disso, o trabalhador tem acesso aos recursos do FGTS e ao seguro-desemprego.
Furlan lembrou também que o Congresso Nacional optou, na década de 1960, por eliminar um regime de estabilidade geral no setor privado, como o que seria instituído pela ratificação da Convenção n.158. O secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério do Trabalho, Rogério Marinho, lembrou que os países desenvolvidos que adotaram o tratado estão buscando formas de contornar as regras como forma de dar mais dinamismo a seus mercados de trabalho. “É preciso mostrar bom senso. As regras criam maior propensão à informalidade, porque o empregador se sente ainda mais receoso de estabelecer o vínculo pelas maiores restrições ao desligamento. Não podemos gerar mais insegurança jurídica sobre o tema”, disse.
| CNI (publicado em 16-10-2019) | | | | Para executivo do setor financeiro, apoio no Congresso é um dos pilares para sustentação de um governo
Pilares A crise no PSL tem sido acompanhada com cautela por presidentes de empresas com potencial de investimento. Os próximos capítulos do racha no partido, dizem, devem ser observados com a lupa econômica. Segundo um alto executivo do setor financeiro, um presidente precisa ter ao menos um de dois pilares para tocar seu mandato: Congresso ou economia.
Equilíbrio Conforme essa leitura, Dilma Rousseff sobreviveu sem o Congresso até a economia estourar e Michel Temer foi segurado pelos congressistas na esteira de uma recuperação econômica pífia, mas Bolsonaro precisa estar ciente de que a paciência de 12,6 milhões de desempregados tem limite.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 21-10-2019) | | | | Mais carteiras de trabalho devem ser assinadas em 2020, mas o ritmo de crescimento do emprego vai ser ditado pela recuperação da atividade econômica. A tendência é de que os salários tenham reajustes, principalmente nas áreas em que há mais demanda. "Há um otimismo cauteloso no ar", diz Humberto Wahraftig, diretor do Page Group.
É um avanço no comportamento registrado ao longo desde ano. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra que nos nove primeiros meses do ano foram criados 761,8 mil postos de trabalho, 5,93% a mais do que no ano anterior. O salário médio praticamente teve uma pequena queda na comparação com 2018, encerrando agosto em R$ 2.184, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Há uma tendência de aquecimento no número de contratações", afirma Wilma Dal Col, diretora da Manpowergroup. A expectativa é motivada pelas projeções de crescimento da economia brasileira para o próximo ano. Instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central projetam uma expansão de 2% no PIB do próximo ano.
O gerente de recrutamento da Robert Half, Leonardo Berto, aponta que reajustes devem acontecer em cargos altamente especializados em setores como tecnologia, atendimento ao consumidor e vendas técnicas. "São áreas diretamente ligadas à estratégia de crescimento das empresas”, diz. Nessas áreas, aponta o especialista, chega a haver dificuldades para contratar pessoal.
Outras áreas que podem ter um grande incremento de oportunidades são a de finanças e contabilidade. Segundo a Robert Half, muitas empresas que aguardavam as decisões políticas para direcionar seus investimentos, agora estão diante de um cenário mais concreto para colocar os planos em ação.
As engenharias também devem registrar mais contratações, com possibilidade de reajustes salariais. Um dos motivos é o aquecimento da construção civil. "O setor vem demonstrando reação", destaca Warhaftig. O número de lançamentos cresceu 15,4% no primeiro semestre, comparativamente a igual período de 2018, destaca a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e as vendas aumentaram 12,1%.
O estudo da Robert Half lembra que, para os engenheiros, também há oportunidades em negócios que tenham relação com a tecnologia, como o e-commerce, e nas áreas médica e odontológica, em especial para cargos relacionados a equipamentos e dispositivos médicos. Áreas de energia, educação e pós-venda também estão em alta para os engenheiros.
O segmento de tecnologia também deverá ter boas oportunidades em 2020, repetindo uma tendência verificada ao longo dos últimos anos. “A conexão digital e o conceito de inovação já tomaram conta do mundo e esse cenário não será revertido. As organizações que excluírem a área de TI das estratégias de negócio não vão prosperar. Isso deixou de ser uma questão de escolha para ser um meio de sobrevivência”, aponta a Robert Half.
Dificuldades para encontrar mão de obra
A pesquisa mostra que 81% dos líderes afirmam que o avanço da tecnologia tem dificultado a busca por mão de obra qualificada. “Entre os motivos, está o fato de que as mudanças são rápidas e as atualizações dos profissionais, muitas vezes, não acontecem na mesma velocidade, porque dependem da proatividade de cada um", aponta o estudo.
Outra dificuldade, de acordo com Wilma, da Manpowegroup, é a dificuldade do mercado em achar profissionais com determinadas características comportamentais.
"O mercado está valorizando quem tem flexibilidade cognitiva e capacidade de aprender com mais velocidade."
O que os candidatos procuram
A pesquisa também mostra que ao participarem de um processo seletivo, além do salário, os profissionais valorizam a possibilidade de crescimento dentro das organizações para as quais estão se candidatando. Além disso, estão de olho no pacote de benefícios e também nos valores e propósito da empresa.
Segundo Berto, a busca por propósitos está relacionado a outras habilidades cobiçadas pelas empresas, como o intraempreendedorismo e o engajamento.
"Isto é mais evidente entre os mais jovens que buscam uma conexão do trabalho com os objetivos da vida. Já os profissionais mais maduros dão atenção à preocupação social das empresas", diz Wilma Dal Col, da Manpowergroup.
| Gazeta do Povo (publicado em 20-10-2019) | | | | De inúmeros pilares e sub-itens do Índice de Competitividade Global, recentemente publicado pelo Fórum Econômico Global, em que o Brasil tem desempenho medíocre, existe um no qual o país amarga, já há alguns anos, o último lugar entre todas as nações pesquisadas: o chamado “peso da regulamentação governamental”.
Os entrevistados são questionados sobre o quão trabalhoso é para as empresas arcar com todas as exigências da administração pública, como permissões e alvarás, regulamentações e relatórios. Daí extrai-se uma nota que vai de 1 (extremamente pesado) a 7 (nada pesado), que por sua vez resulta em um índice de zero a 100, em que, quanto maior o indicador, menos burocrático é o país.
Ao longo da última década, o Brasil praticamente não saiu do lugar. Em todas as edições do ranking publicadas neste período, o país sempre ocupou a última ou penúltima colocação, e apenas em 2012 e 2013 conseguiu uma nota 2; depois disso, a avaliação foi caindo gradativamente até chegar ao ponto mais baixo (1,6) no relatório do ano passado, subindo para 1,7 no índice deste ano.
Por mais que a burocracia pareça ser uma praga mundial – mesmo em Cingapura, líder do ranking, a nota ficou em 5,5 de 7, ou 74,4 pontos no escore de zero a 100 –, não há justificativa razoável para que o Brasil seja um paraíso para os burocratas.
Nossos negócios não poderão realizar todo o seu potencial enquanto estiverem amarrados pela burocracia
E, quando falamos em “justificativa razoável”, é porque sabemos que há outros motivos mais ou menos inconfessáveis. Eles vão da mentalidade que trata o empreendedor como inescrupuloso até prova em contrário, e por isso é preciso impor a ele todo tipo de obrigação para se ter certeza de que não sairá da linha, até a conhecida ideia de “criar dificuldades para vender facilidades”, que está na origem de inúmeros escândalos que envolvem estruturas de fiscalização Brasil afora.
A quantidade de regras a cumprir é tão absurda que sempre haverá algum alvará faltando, algum item fora do padrão, algum prazo que não foi cumprido – e, em muitos casos, alguém disposto a fazer vista grossa em troca de sabe-se lá que favores. Enquanto isso, o empreendedor é obrigado a realizar um esforço hercúleo para vencer a burocracia, gastando energia, tempo e pessoal que poderiam ser empregados na melhoria dos produtos ou serviços oferecidos. Não à toa existe relação direta entre burocracia e competitividade.
Felizmente, atacar esse emaranhado burocrático tem sido uma das prioridades da equipe econômica do governo Bolsonaro, capitaneada por Paulo Guedes. Um passo importantíssimo foi dado com a edição da MP da Liberdade Econômica, que, com a aprovação no Congresso, tornou-se Lei da Liberdade Econômica.
Ela retirou uma série de exigências desproporcionais que eram impostas a negócios considerados de “baixo risco”, um critério que envolve, por exemplo, o tipo de atividade da empresa e as instalações físicas necessárias para seu funcionamento.
Ao presumir a boa fé do empreendedor, citada explicitamente nos três primeiros artigos da Lei da Liberdade Econômica, o governo ataca exatamente o aspecto cultural que embasava a atuação dos burocratas, que presumiam a má intenção para, então, impor todo tipo de obrigação ao empresário.
Embora sejam tratadas em itens diferentes no ranking de competitividade global, a estrutura tributária e as regras trabalhistas também podem ser incluídas no peso que a burocracia tem sobre o empreendedor – outro ranking, o Doing Business, do Banco Mundial, coloca o Brasil em um incontestável último lugar quando se trata do tempo gasto para cumprir todas as obrigações com o fisco. Também estas áreas estão na mira dos poderes Executivo e Legislativo: o governo quer aprofundar o trabalho iniciado com a reforma trabalhista de Michel Temer, aprovada em 2017, e o Congresso Nacional analisa duas propostas de reforma tributária, enquanto o Planalto hesita em enviar o próprio projeto.
Este esforço é tão fundamental para o Brasil quanto as grandes reformas macroeconômicas. Nossos negócios não poderão realizar todo o seu potencial enquanto estiverem amarrados pela burocracia, enquanto patrões e funcionários precisarem gastar tempo e energia cumprindo exigências absurdas quando poderiam estar produzindo mais e melhor.
| Gazeta do Povo (publicado em 20-10-2019) | | | |
Após mudanças nas regras da aposentadoria, outras novidades virão para celetistas e servidores que busquem se aposentar
Quando se fala que a Constituição Federal é a maior lei do país, é justamente por que serve de referência para as demais normas. Uma espécie de bússola das leis.
Como em breve irá mudar significativamente com a reforma da Previdência, outras novidades virão para celetistas e servidores que busquem se aposentar.
Engana-se quem achar que apenas o texto apresentado pelos parlamentares, e divulgado pela imprensa, é o que efetivamente vai inovar.
Mesmo após a promulgação, a literalidade em si do que foi escrito pode gerar dúvidas e interpretações distantes daquilo que se imaginava ser. Embora ostente o título de guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal pode gerar polêmica, inclusive nos judiciários locais.
Assim, novas metamorfoses sobre como resolver problemas país afora se multiplicarão. E essas divergências custarão anos até chegarem nas mãos dos ministros do Supremo e estes fixarem coerência e segurança jurídica na solução de conflitos.
A nova Previdência irradiará modificações no terreno legislativo para adaptar leis, decretos, resoluções, portarias, instruções normativas, entre outros, que de alguma forma adotaram a Constituição como inspiração.
E a própria reforma autoriza que pequenas e medianas reformas sejam feitas em menos tempo. Essa "desburocracia" poderá fazer com que mais temas sejam regulamentados ou criados por leis complementares.
Essa é a quarta reforma previdenciária com maior abrangência e profundidade. Logo, demorará tempo maior até que o Judiciário assimile e decante a melhor maneira de resolver demandas semelhantes. Enquanto isso não acontecer, chega a dar medo o emaranhado de divergências na aplicação da nova Previdência.
Rômulo Saraiva - Advogado, professor e consultor de Previência
| Folha de S. Paulo | | | | Na avaliação da agência de risco, há ainda entraves políticos, como a falta de apoio do governo no Congresso que pode atrasar reformas
Quatro anos após retirar o selo de bom pagador do Brasil, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings (antiga Standard & Poor's) avalia que os quase dez meses da gestão de Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes (Economia) não possibilitam uma melhora de visão sobre a nota do país.
"O que vimos até agora é coerente com uma perspectiva estável", diz à Folha Livia Honsel, analista principal da S&P para o rating soberano do Brasil.
A agência, primeira a retirar o grau de investimento do país em 2015, deve publicar nos próximos meses um novo relatório com a nota brasileira.
O Brasil conquistou o grau de investimento em 2008, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Perdeu cerca de sete anos depois, no governo Dilma Rousseff (PT), em meio à deterioração fiscal.
Hoje, o país tem nota BB- (três degraus abaixo do selo de bom pagador).
Honsel afirma que a melhora da nota depende de medidas para reduzir o déficit e estimular o crescimento de longo prazo. Mas há dificuldades para a continuidade da agenda, principalmente no Congresso.
"A reforma da Previdência tinha um consenso relevante na opinião pública e ainda não foi completamente aprovada. No caso da reforma tributária ou da reforma das despesas não nos surpreenderia se também fosse [um processo] lento", diz.
No começo do ano, a agência esperava um PIB com avanço de 2,4% em 2019. Mas cortou a projeção recentemente (para 0,8%), justamente por notar um ritmo mais devagar que o esperado na implementação das reformas. Para 2020, a agência projeta crescimento de 2%.
A expansão do PIB em 2020 é vista como um fator fundamental tanto para a melhora da nota como para o apoio parlamentar à agenda econômica.
"O Congresso vai continuar apoiando as reformas se o crescimento acelerar no ano que vem", afirma.
| Folha de S. Paulo | | | | Segundo equipe econômica, menor participação do Estado já está dando novo impulso à economia
O governo prepara uma nova revisão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
A visão na equipe econômica é que efeitos de ações como a liberação dos saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ainda podem levar a um aumento da taxa, estimada hoje em 0,85%.
Os novos parâmetros devem ser divulgados no começo de novembro. Aumento no crescimento do PIB ajuda a amenizar o rombo nas contas públicas por se traduzir em maior previsão de receitas, mas o impacto desta vez deve ser pequeno, já que a maior parte delas em 2019 já foi computada (a previsão maior, portanto, impulsionaria o fim do ano).
O mercado projeta há semanas um avanço de 0,87% em 2019, segundo o levantamento do boletim Focus (do Banco Central). Internamente, a equipe econômica estima um avanço ainda maior, de 0,90%.
Essa taxa coincide com estimativas de fora do governo, como é o caso dos cálculos do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Já o Itaú Unibanco passou a considerar um crescimento superior nesta semana, de 1%.
Na equipe econômica, são considerados como importantes para os cálculos fatores ainda não totalmente absorvidos nos cálculos do mercado.
Estão na conta os saques do FGTS e maiores atividades no setor de óleo e gás. “Está melhorando. Provavelmente vai mexer para cima”, diz Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica.
Segundo técnicos do Ministério da Economia, os indicadores começam a dar sinais de avanço também em razão de perspectivas de maior equilíbrio fiscal. A secretaria considera que o ritmo de crescimento do PIB representa uma retomada ainda lenta.
No entanto, o órgão acredita que os números detalhados indicam o começo de uma mudança estrutural na economia, puxada pelo avanço do setor privado (com retração do gasto público).
Os sinais do novo cenário, segundo técnicos, já aparecem nos dados do segundo trimestre, quando o crescimento do PIB do setor privado cresceu 1,69% em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, o PIB do setor público encolheu 1,56%.
Os dados foram calculados pela SPE (Secretaria de Política Econômica) usando números de Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A análise conclui que a força-motriz do crescimento está mudando, com o setor privado em expansão mais robusta.
Vladimir Kuhl Teles, subsecretário de Política Macroeconômica, diz que a reforma da Previdência já teria sido um fator responsável por evolução no ambiente privado. “Se não tivesse ocorrido, certamente a economia no quaro trimestre seria muito pior do que o observado hoje”, afirma.
A reforma da Previdência tramita no Senado, e a expectativa é que o texto seja votado em segundo turno na próxima semana.
Os números apresentados mostram que o descolamento entre público e privado não é inédito —já foi observado em 2017. Mesmo assim, a atual diferença entre as taxas (de 3,25 pontos percentuais) é historicamente maior que a média de 0,66 ponto percentual observada desde 1997.
A SPE diz que o movimento é um sinal do “crowding in”, quando investimentos privados passam a substituir os investimentos públicos.
Isso, na visão da equipe econômica, ocorre não apenas porque o setor público está sob contenção, mas também porque as condições para o desenvolvimento do setor privado estariam se tornando mais favoráveis por um conjunto de fatores que incluem taxas de juros menores e inflação baixa.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 19-10-2019) | | | | As debêntures, que levaram anos para cair no gosto dos investidores brasileiros, estão perdendo apelo com a queda na taxa básica de juros, a Selic. Os prêmios, que junto com o CDI ou as NTN-Bs, compõem as taxas de remuneração dos papéis, não estão mais compensando a redução nos juros básicos. "Os investidores estão desacelerando a compra de debêntures e indo para ativos mais interessantes, como fundos imobiliários e de ações", disse o sócio-diretor do ModalMais, Ronaldo Guimarães.
A debênture é um título de crédito privado - um papel de dívida emitido por uma empresa e negociado pela Bolsa de Valores. O título pode ser prefixado, atrelado, em geral, ao CDI ou às NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional série B), com rentabilidade definida pelo IPCA (inflação) mais uma taxa fixa, chamada de prêmio, ou pós-fixado, indexado a índices como a Selic.
O professor dos MBAs da Fundação Getulio Vargas Pedro Leão Bispo explica que as debêntures pós-fixadas estão sujeitas às variações econômicas de forma direta: se durante a vigência do título a taxa de juros for cortada, a expectativa de rentabilidade também cai. "Como qualquer decisão de investimento, é preciso fazer uma análise. Uma debênture de três ou cinco anos pode sofrer oscilação na taxa de juros no período", explica Bispo.
Nos títulos prefixados, a rentabilidade é garantida, desde que seja respeitado o prazo de vencimento do papel. Ao negociar no mercado secundário, porém, o investidor fica exposto às variações da economia.
Além das possíveis perdas relacionadas a indexadores e prazos, as debêntures têm o risco de mercado.
Bispo explica que, por se tratar de uma negociação direta entre a empresa emissora do título e o investidor, os papéis não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Em caso de falência ou calote, portanto, o processo de ressarcimento pode ser longo e burocrático.
Com números que chegavam a 180% do CDI, a rentabilidade na época de juros altos costumava compensar os riscos de mercado. Com a Selic no piso histórico de 5,5% ao ano, porém, os investidores só estão aceitando papéis que ofereçam prêmio de 4% somado ao IPCA, de acordo com um especialista que não quis se identificar.
O IPCA acumulado em 12 meses até setembro está em 2,89%, de acordo com o IBGE, e a projeção dos analistas do mercado é que feche o ano em 3,42%, segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central no dia 14.
Nos últimos 90 dias, a taxa das NTN-Bs com vencimento em 5 anos (2024) e 15 anos (2035) caíram 20% e 12%, respectivamente, para 2,28% e 3,26%, de acordo com a cotação da semana passada. "Em uma operação com vencimento médio de oito anos, com base na NTN-B 2030, que está rendendo IPCA + 2,95% ao ano, se o investidor fala que quer papel que rende IPCA + 4% ao ano, o prêmio tem que ser 1,05%, que para a maior parte das companhias com ótimo risco soa alto", comentou a fonte.
Demanda fraca
Mesmo com títulos com prazo longo, a empresa de transmissão de energia elétrica Taesa teve na última emissão para pessoas físicas procura menor do que seria esperado em operação semelhante no início do ano: a demanda foi de 1,16 vez a oferta de R$ 450 milhões e a empresa captou R$ 509 milhões, pagando prêmio de 4,5% somado ao IPCA para papéis com vencimento em 2045.
A Petrobras é outro exemplo de como a queda da Selic vem comprometendo a atratividade dos papéis. Ao contrário de janeiro, quando teve demanda de R$ 12 bilhões para a emissão de R$ 3 bilhões, a petroleira recebeu propostas de até R$ 3,5 bilhões para captação de mesmo tamanho feita em setembro. As duas séries de debêntures da Petrobras têm vencimento em 2029 e 2034 e ofereceram remuneração atrelada ao IPCA somado a um prêmio de 3,6% e 3,9%, respectivamente.
A dificuldade em encontrar retorno faz, ao mesmo tempo, alguns investidores tomarem mais risco. "A queda das taxas futuras de juro, especialmente após a última reunião de política monetária (em setembro), tornou o mercado mais competitivo e seletivo. Está difícil escolher papéis. Especialmente porque alguns deles oferecem pouco prêmio para o risco do crédito", disse a consultora de investimentos da Órama Sandra Blanco.
| Tribuna PR | | | | Fundo diz acreditar que é preciso ir além da Previdência para atingir crescimento de 'médio e longo prazo' no país
O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou nesta sexta-feira (18) que o sistema tributário é o principal obstáculo para investimentos no Brasil e que é preciso medidas concretas –que vão além da reforma da Previdência-- para que o país atinja um crescimento econômico no médio a longo prazo.
O diretor para Hemisfério Ocidental do Fundo, Aasim Husain, afirmou a jornalistas que é preciso tornar o sistema tributário brasileiro mais eficiente e manter a inflação e os juros baixos para criar um ambiente mais favorável aos investidores. Segundo o economista, enquanto a inflação se mantiver "bem comportada", há espaço para manter uma política monetária acomodatícia, ou seja, de juros baixos.
"O sistema tributário no Brasil tem sido identificado como o principal impedimento para investimento no país. A reforma tributária e tornar o sistema mais eficiente são áreas que poderiam ser significativamente melhoradas."
"Além disso, a liberalização comercial, o recente acordo entre União Europeia e Mercosul, assim como o plano de privatizações são outros elementos de reformas estruturais que vão contribuir para elevar a produtividade do crescimento no médio a longo prazo", completou.
Há alguns meses, os investidores nos Estados Unidos têm adiado suas apostas no Brasil pois afirmam que, apesar do discurso de que reformas estão avançando no Congresso, não há reflexo dessas medidas nos índices de crescimento econômico do país. Eles têm preferido colocar seu dinheiro em nações emergentes da Ásia, por exemplo.
As previsões de crescimento feitas pelo FMI para o Brasil seguem esse desânimo. Os números divulgados na terça-feira (15), durante a reunião anual do Fundo, não são animadoras mesmo se comparadas aos dados previstos para a economia mundial –em forte desaceleração– ou aos esperados neste ano para países emergentes ou em desenvolvimento.
O Fundo espera um crescimento de apenas 0,9% do PIB (Produto Interno Brasileiro) para este ano –a previsão de abril era de 2,5%–, enquanto as expectativas para os demais emergentes, por exemplo, foram revistas de 4,5% para 3,9%.
Em 2020, o crescimento do PIB brasileiro pode chegar a 2%, de acordo com o Fundo, mas Husain pondera que será possível quantificar o impacto das reformas na economia de fato somente quando "os planos se tornarem medidas específicas."
"Na ausência dessas medidas, como fazemos em todos os países, não incorporamos isso [quantificação do impacto] em nossas previsões até que as medidas reais estejam em vigor."
| Folha de S. Paulo ( publicado em 18-10-2019) | | | | São três principais razões: falta de competição, legislação e direcionamento de crédito
Para famílias e empresas, o Brasil tem os juros mais altos do mundo, mesmo com a Selic em mínima histórica.
A razão para isso se chama repressão financeira.
Nosso mercado de crédito é desenhado para desencorajar a concessão de empréstimos. Assim, quando um empréstimo sai, é caríssimo.
Seria fácil resolver o problema se os juros fossem altos por causa da exploração pelo capital —malvados banqueiros sugando a sociedade brasileira. Mas é muito mais complicado que isso.
Há três principais razões para nossos juros estratosféricos: falta de competição —amparada pelo Banco Central—, legislação e direcionamento de crédito.
A falta de competição tem uma razão histórica: o conservadorismo do Banco Central depois da crise financeira da década de 90, que só não foi pior pelo Proer e pelo Proes, programas de reestruturação do setor financeiro.
Desde então, o Banco Central sustenta que sua missão é manter um sistema financeiro sólido e eficiente. Sólido o sistema é, mas eficiente não.
Altos níveis de reservas, monitoramento de transações em tempo real e bênção para consolidação do sistema, com bancos grandes comprando pequenos e corretoras, priorizam segurança em detrimento da competição (em 2000, os ativos dos cinco maiores bancos eram 50% dos ativos bancários totais; agora, são mais de 80% e crescendo).
É mais fácil monitorar poucos grandes bancos. Além disso, só em dezembro de 2018 o Bacen autorizou a primeira fintech a operar como sociedade de crédito direto, enquanto no mundo, há anos, milhares podem conceder empréstimos.
Esse comportamento não está necessariamente errado. Afinal, a crise financeira mundial de 2008 não afetou a estabilidade do nosso sistema financeiro. Mas o custo disso sentimos no bolso.
O elevado grau de direcionamento de crédito também limita a sua oferta. Mesmo que os bancos quisessem competir por aumentar crédito, barateando-o (um grande se, já que o mercado bancário brasileiro é clássico caso de oligopólio), não conseguiriam.
Em tese, bancos captam dinheiro no mercado para emprestar. Mas, para recursos à vista, 21% são reservas compulsórias, 30% para crédito rural e 2% para microcrédito (além de exigência mínima de cumprimento de 65% sobre os montantes de depósitos à vista). Para poupança, 20% de reservas e 65% para operações imobiliárias, e até recursos a prazo têm alto recolhimento, de 31%.
O crédito livre para pessoa jurídica era 37% do total emprestado para empresas em 2010. Em valores nominais, pouco cresceu desde então e hoje é relativamente muito menor, somente 26% do total.
Para piorar, se há inadimplência, é custoso e difícil executar garantias.
O Brasil, numa comparação feita pelo Banco Mundial, é classificado como o pior país emergente na capacidade do sistema financeiro de recuperar crédito de inadimplentes (148º lugar entre 183 países).
No mundo, os juros estão historicamente baixos. Títulos alemães têm taxa de juros nominais negativas; investidores pagam para o governo pelo direito de emprestar dinheiro para o governo alemão.
Em países emergentes, como Tailândia, Chile, Malásia e Senegal, empresas conseguem empréstimos a menos de 5% ao ano. Aqui, estamos parados no tempo.
Há 25 anos tínhamos os juros mais altos do mundo. Nada mudou. Faltam incentivos à competição. O cadastro positivo ajuda um pouco, mas precisamos de muito mais para furar nossa repressão financeira.
Rodrigo Zeidan - Professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 19-10-2019) | | | | Mesmo com a taxa Selic a 5,50% ao ano, o investidor brasileiro não parece disposto a abandonar a segurança da renda fixa. Levantamento produzido pela Planejar, entidade que certifica os planejadores financeiros, aponta que dos quase R$ 6 trilhões aplicados no Brasil (R$ 5,9 trilhões, para ser exato), 86,5% estão alocados em produtos conservadores atrelados aos juros básicos da economia.
Os principais destinos são a caderneta de poupança, que responde por 15,82% dos recursos da renda fixa e a previdência privada (aberta e fechada), com 32,44%. Para chegar a esses dados, a pesquisa cruzou informações fechadas do mês de agosto e coletadas na B3, Anbima, Tesouro Nacional, Banco Central e Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho.
O resultado aponta para uma concentração de investimentos em produtos que, hoje, oferecem margens muito estreitas de rentabilidade, com potencial de se aproxima do zero caso as previsões de novos cortes na Selic realmente se confirmem.
| Gazeta do Povo | | | | Proposta para o mercado de etanol está pronta para votação na comissão de Minas e Energia
Tanque O debate sobre a venda direta de combustíveis para postos esquenta no Congresso. Nas próximas semanas, deve entrar na pauta a votação do projeto de decreto a favor da medida para o etanol.
Mamadeira A mudança foi defendida na quarta (16) na comissão de Minas e Energia pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), que, para criticar o papel das distribuidoras no processo, comparou a venda do combustível com a de leite. “As crianças bebem leite e não tem esse tipo de regra. Motor de carro é mais importante do que gente?”, disse.
Visita Já os parlamentares com visão oposta, apontando risco de concentração de mercado, aprovaram requerimento para convocar o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, pela segunda vez. Querem que ele explique o debate na agência para autorizar a venda de gasolina diretamente da refinaria aos postos.
Bomba Paulo Miranda, presidente da Fecombustíveis (federação de comércio dos combustíveis) afirma que a entidade não é contrária à venda direta de etanol, mas se preocupa com a falta de regras tributárias da proposta. “Se as usinas não concordarem em recolher os impostos, vai aumentar a sonegação."
| Folha de S. Paulo | | | | Parte das motos recebeu tecnologia eletrônica que melhora o controle do piloto em diferentes condições
A Harley-Davidson incluiu na linha 2020 uma nova tecnologia eletrônica de segurança. O conjunto de recursos passa a equipar diferentes modelos na família Touring e na divisão CVO. Chamado Reflex Defensive Rider System (RDRS), o sistema aumenta a segurança na pilotagem.
Esse pacote tecnológico foi criado para adequar o desempenho da moto à tração disponível durante aceleração, desaceleração e frenagem, utilizando a tecnologia mais recente em motor, controle de freio eletrônico e controle de chassi.
Com esse recurso, o sistema de freios ABS e o controle de tração foram aprimorados para atuar também em curvas, não apenas em linha reta. Há ainda sistema de monitoramento de pressão dos pneus.
Além do RDRS, a Harley CVO Limited (foto) recebeu novos materiais de acabamento nos bancos do piloto e do garupa, novos defletores de ar e fone de ouvido sem fio projetado para interface com o sistema multimídia Boom Box GTS.
| Automotive Business (publicado em 18-10-2019) | | | | Empresa de Pernambuco vai fornecer e gerenciar módulos importados da CATL para Eletra e VW Caminhões e Ônibus
Com os primeiros contratos recém-negociados, a Moura já planeja os próximos passos para surfar na onda de veículos elétricos que começa a chegar também ao Brasil. A primeira fase desse novo desenvolvimento da fabricante brasileira de baterias de Pernambuco foi criar, em 2018, uma divisão dedicada ao negócio de lítio. A segunda etapa desse processo está acontecendo agora: este mês a Moura foi escolhida para fornecer e fazer a gestão do ciclo de vida de módulos de baterias importados da chinesa CATL, que vão equipar o ônibus híbrido DualBus da Eletra e os modelos que serão produzidos pelo e-Consórcio da VWCO, que começa a fabricar o caminhão leve e-Delivery até o fim de 2020.
A Moura foi formalizada pela Volkswagen Caminhões e Ônibus no e-Consórcio na Fenatran 2019, que aconteceu de 14 a 18 deste mês. Neste modelo de negócio, os integrantes investem e participam da montagem dos veículos elétricos que será feita em Resende (RJ), mas suas funções extrapolam os limites da fábrica, como é o caso da Moura, que também fará a gestão do ciclo de vida das baterias, com assistência técnica e encaminhamento para reutilização ou reciclagem, aproveitando sua experiência de mais de 50 anos na produção e reciclagem de baterias automotivas de chumbo-ácido. “Nos próximos meses vamos definir como será o desenho da operação completa”, conta Fernando Pontual Castelão, diretor da Divisão de Lítio da empresa.
“Assim que a demanda para justificar o investimento, a intenção é importar as células e começar a montar aqui os módulos de baterias de lítio. Nesse primeiro momento o objetivo foi trazer para cá a solução que o cliente precisava. É o desenvolvimento natural de um novo negócio, que está só começando e tende a crescer nos próximos anos”, afirma Fernando Castelão, da Moura.
EVOLUÇÃO DA ELETRIFICAÇÃO NO BRASIL
Se montar os módulos de baterias para veículos elétricos no Brasil é algo que começa a ser tornar visível no horizonte de dois a três anos, segundo Castelão, fazer as células de lítio aqui é algo bem mais complicado. “É uma tecnologia bastante complexa e fazer uma fábrica desses componentes exige investimentos bilionários, no momento distante de nossa realidade”, avalia. Em recentes anúncios nos últimos anos, fabricantes de veículos europeus divulgaram investimentos em unidades de produção de baterias de lítio que variam de € 900 milhões a € 2 bilhões.
Castelão vislumbra que no Brasil a eletrificação do powertrain vai acontecer mais rapidamente para caminhões e ônibus, isso porque apesar de o pacote de baterias ainda custar quase o mesmo que um veículo inteiro a diesel, o uso comercial da tecnologia se paga com a sensível redução de mais de 50% nos custos de operação, pois elétricos têm menos componentes e necessitam de pouca manutenção.
O executivo destaca que o fornecimento de baterias para elétricos ou híbridos só é possível quando se participa diretamente do projeto. “É algo que já nasce com o modelo, com configurações projetadas pela montadora”, explica. Por isso ele avalia que a Moura deverá evoluir com o fornecimento de baterias de lítio para veículos projetados no Brasil, como é o caso dos caminhões Volkswagen.
A Moura aposta que pode se beneficiar de algumas vertentes da eletrificação no Brasil, como é o caso da combinação do powertrain elétrico com motores a etanol – caso do recém-lançado Toyota Corolla híbrido flex. Também está no alvo o crescente mercado de ônibus elétricos ou híbridos, que serão necessários para o cumprimento de metas de redução de emissões. Castelão lembra do projeto da cidade de São Paulo de cortar 100% das emissões de CO2 em escala gradual nos próximos 20 anos. “Se São Paulo fizer isso outras grandes cidades do País certamente vão fazer o mesmo”, espera.
O executivo calcula que começa a se tornar viável uma fábrica de montagem de módulos a partir da capacidade de 1 GW (gigawatt) por ano, o suficiente para abastecer cerca de 2,5 mil ônibus elétricos por ano. É apenas uma pequena parcela do que está para acontecer no mundo. Hoje a capacidade instalada estimada de produção de baterias de lítio é de 250 GW/ano e até 2025 este índice deve subir para 1.250 GW/ano.
| Automotive Business (publicado em 18-10-2019) | | | | Se confirmado, valor será recorde para a feira, que termina na sexta-feira, 18
A Volvo prevê encerrar sua participação na Fenatran com mais de R$ 1 bilhão em negócios realizados durante o evento, que começou na segunda-feira, 14, e termina na sexta, 18. Se for confirmado, o valor será recorde para a feira. O valor se refere à soma da venda de caminhões, planos de manutenção e serviços financeiros como seguros e consórcio.
“Esperamos atingir mais um recorde de vendas, com o maior volume de negócios já alcançado pela Volvo em toda a história da Fenatran”, comemora o presidente do Grupo Volvo na América Latina, Wilson Lirmann.
O resultado esperado pela montadora também quase o dobro do volume de negócios registrado na edição anterior da feira, realizada em outubro de 2017.
“Além de um importante momento para poder lançar novos produtos e serviços e apresentar as novas tecnologias de transporte, a Fenatran sempre foi um evento de negócios para a Volvo. E nesse ano sentimos um otimismo ainda maior dos clientes, que estão vendo sinais positivos no mercado de transportes e decidiram investir para renovar suas frotas”, comenta o diretor comercial de caminhões da Volvo no Brasil, Alcides Cavalcanti.
O caminhão mais procurado pelos transportadores na Fenatran 2019 foi o FH 540cv na opção 6x4, o modelo mais vendido da marca no Brasil. A empresa também bateu recordes de vendas de planos de manutenção, de seguros e de consórcio: atualmente, 70% dos caminhões vendidos pela empresa tem algum tipo de plano de manutenção.
Até às 21 horas desta sexta-feira 18, estima-se que terão passado mais de 10 mil pessoas pelo estande da Volvo, entre clientes e visitantes em geral. A empresa aproveitou o evento para comemorar seus 40 anos de Brasil.
| Automotive Business (publicado em 18-10-2019) | | | | Acumulado até setembro registra queda de 1,5% puxada pelo mercado chinês
As vendas mundiais do Grupo Volkswagen somaram no acumulado do ano 8 milhões de veículos, registrando queda de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A retração ainda é puxada pela China, onde as entregas nestes nove meses somaram 2,95 milhões de unidades e caíram 2,8% na comparação interanual.
O mercado europeu absorveu 3,44 milhões de veículos nestes nove meses. Cresceu apenas 1%, mas ajudou a atenuar a queda do grupo no período. Somente na Alemanha, berço da VW, as vendas superaram 1 milhão de veículo e anotaram alta de 2,7%.
A América do Norte ainda exerce impacto negativo nos números do grupo. A região absorveu 702,9 mil veículos, anotando queda de 1,5%. A retração regional é causada pelo México. Os Estados Unidos absorveram 485 mil unidades e registraram crescimento de 1,3%.
As vendas no Brasil somaram 341,1 mil unidades, resultando em alta de quase 20% no período, mas o crescimento na América do Sul foi de apenas 2,4% por causa do impacto negativo da Argentina, onde as vendas totais caíram quase 50% no período.
VENDAS POR MARCA
A análise dos números por marca mostra também que a queda é puxada pelos automóveis Volkswagen, que somaram 4,5 milhões de unidades e anotaram queda de 2,3%, forçada também pelo menor desempenho do mercado chinês.
Pelo mesmo motivo as vendas da Audi (1,36 milhão de veículos no acumulado do ano) caíram 3,6%. A Seat apresentou o crescimento mais expressivo no período, 454,9 mil veículos e alta de 9,5%. Na divisão de pesados é notável o crescimento de 8,9% da Scania, com 74,7 mil veículos entregues.
| Automotive Business (publicado em 18-10-2019) | | | | Unidade na Thuringia fará células e módulos de bateria íon de lítio visando a mobilidade elétrica
A gigante chinesa CATL (Contemporary Amperex Technology Co) iniciou a construção de sua primeira fábrica de baterias íon de lítio na Alemanha, a primeira do tipo no país focada em eletromobilidade. A unidade será localizada no estado da Thuringia, na região centro-leste do país e será dedicada à produção tanto de células quanto de módulos de baterias de íon de lítio.
Desenhada para ser uma fábrica inteligente com conceitos de indústria 4.0, a planta terá uma capacidade de produção de 14 GWh até 2022. O local onde funcionará era uma antiga propriedade da Solarworld e foi comprado pela CATL, que vem atuando na planta desde junho. A empresa estima que serão criados 2 mil novos empregos até 2025. Além disso, a companhia também identificará e qualificará fornecedores locais de materiais, componentes, sistemas e serviços, o que deve gerar empregos adicionais na região.
"A Alemanha abriga importantes clientes do setor automotivo e vários da CATL. Nós cremos que a combinação da tradição industrial da Alemanha com a tradição da CATL em tecnologia inovadora para baterias vai acelerar grandemente a eletrificação da indústria automotiva na Europa. A CATL desenvolveu parcerias mutuamente benéficas com uma enorme quantidade de empresas do setor automotivo, incluindo a BMW, Volkswagen, Daimler, Volvo e Bosch”, comenta o co-presidente da CATL, Matthias Zentgraf.
Fundada em 2011, a CATL é uma empresa chinesa especializada na fabricação de baterias de íon de lítio para veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia, bem como sistemas de gerenciamento de baterias (módulos).
| Automotive Business (publicado em 18-10-2019) | | | | Integrante do e-Consórcio da VWCO, companhia dividirá a responsabilidade pela montagem de caminhões leves 100% elétricos no Brasil.
A WEG anuncia que, dando sequência a sua parceria com a Volkswagen Caminhões e Ônibus para a fabricação do primeiro caminhão leve 100% elétrico do Brasil, será uma das empresas participantes do e-Consórcio, anunciado oficialmente ontem, pelo CEO da Volkswagen (VWCO), Roberto Cortes, durante a abertura da Fenatran, em São Paulo/SP.
O e-Consórcio é um modelo de negócios inédito no Brasil que prevê a criação de todo um ecossistema voltado à mobilidade elétrica, e que congrega e harmoniza fornecedores parceiros os quais, sob coordenação da VWCO, dividirão a responsabilidade pela respectiva cadeia de valor, em especial a montagem de caminhões elétricos dentro do complexo da empresa em Resende/RJ bem como, o oferecimento de alternativas de carregamento aos clientes. A iniciativa envolve a fabricação em série do e-Delivery, primeiro caminhão leve 100% elétrico do Brasil.
A WEG, além de integrante do e-Consórcio, será responsável pelo fornecimento do sistema Powertrain, formado por um motor elétrico de tração mais um inversor de frequência, para a família de caminhões e-Delivery, da VWCO. Adicionalmente, a companhia também fornecerá motores elétricos e inversores para sistemas auxiliares.
Com longa tradição no desenvolvimento de sistemas de tração elétrica para ônibus, trólebus, trens, navios e aeronaves, além de sistemas para recarga de veículos elétricos, a WEG agora avança na fabricação em série do Sistema Powertrain para veículos elétricos de entregas urbanas. “Nossa tecnologia, desenvolvida ao longo de anos, testada e aprovada agora será comercializada em grande escala. Além de referência no mercado de mobilidade elétrica, estamos definitivamente inseridos no cenário mundial da indústria automotiva”, explica Manfred Peter Johann, Diretor Superintendente da WEG Automação.
| CIMM | | | | Uma fábrica de capital chinês está investindo R$ 30 milhões em seu parque industrial que já opera em Porto Alegre. A Suntex Brasil já aplicou parte dos recursos na compra de equipamentos para a linha de produção de laminados sintéticos de poliuretano, material alternativo ao couro, e na ampliação da estrutura física. A produção da empresa focada em laminados planos e tubulares de material plástico começou em julho em área alugada na zona norte da Capital.
Com a ampliação da capacidade, projetada para entrar em operação em 2020, serão gerados 30 novos empregos a partir do próximo ano para atuação em um turno. O quadro de pessoal passará dos atuais 50 para 80 empregados brasileiros. Outros 17 profissionais terceirizados chineses que estão na unidades para auxiliar no treinamento das equipes. Diogo Yan, representante da Suntex, diz que o futuro deve ser implantado segundo turno, o que dobrará o número de trabalhadores.
Projeto aprovado pelo Escritório de Licenciamento da prefeitura autoriza a Suntex a ampliar em 31% a área útil das instalações, que originalmente eram de 11,6 mil metros quadrados. A sede da empresa, área com cerca de 40 mil metros quadrados, fica no 4º Distrito de Porto Alegre. Hoje o 4º Distrito soma mais de 8 mil empresas, de grandes indústrias até microcervejarias, informa a prefeitura.
O CEO da Suntex Brasil, Alex Yan, que reside há 25 anos no Rio de Janeiro, abriu a empresa em 2016 para dar a largada ao projeto. Yan disse que pesou na escolha da localização a proximidade com o polo calçadista, setor que é um dos mercados da unidade, e a logística. A instalação de máquinas no pavilhão alugado em Porto Alegre começou em fevereiro de 2018. No mesmo local, haverá a ampliação. A produção já é feita desde julho deste ano.
Os produtos abastecem o mercado do Brasil e, no futuro, os planos é de exportar para outros países da América do Sul. A empresa fornece laminados sintéticos para indústrias de calçados, bolsas, móveis, acessórios de moda e componentes de veículos.
O prefeito Nelson Marchezan Júnior visitou as instalações nesta terça-feira (15) para entregar as aprovações dos projetos da nova fase. Marchezan tem feito estas incursões em empreendimentos que projetam investimentos. "Com isso, a empresa está oficialmente liberada para concluir as obras de adequação e ampliação de seu parque fabril", informa, em nota, a administração municipal. Marchezan comentou, na nota, que a operação da Suntex estaria atraindo interesse de mais empreendedores chineses em investir na Capital.
| CIMM (publicado em 20-10-2019) | | | |
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