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25 de MARÇo de 2019
Segunda-feira
Câmbio
Em 25/03/2019
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Fonte: BACEN
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| | | | | No Rio e DF, juízes autorizaram cobrança direta nos salários
Sindicatos e partidos travam uma batalha no Judiciário para derrubar a medida provisória (MP) do presidente Jair Bolsonaro que determina o pagamento da contribuição sindical apenas por boleto.
No STF (Supremo Tribunal Federal), há quatro ações que contestam a constitucionalidade da MP, que proibiu o desconto da taxa diretamente nos salários.
Mas o prazo é curto. A contribuição sindical é paga normalmente em abril, referente ao mês de março.
Por isso, sindicatos acionaram também a Justiça Federal em estados e alguns conseguiram suspender os efeitos da medida provisória.
A contribuição sindical passou a ser optativa após o Congresso aprovar a reforma trabalhista do ex-presidente Michel Temer.
Às vésperas de os trabalhadores escolherem se querem ou não pagar o imposto que financia os sindicatos, o governo editou, em 1º de março, uma MP mudando regras para fazer a contribuição.
Por entender que não houve tempo para que os sindicatos se adaptassem às regras, a Justiça Federal do Rio de Janeiro concedeu liminares para manter os descontos na folha de salários para alguns sindicatos.
Os juízes entenderam que a decisão de Bolsonaro poderia prejudicar a atividade dos sindicatos, que representam, por exemplo, servidores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
No Distrito Federal, a Justiça também autorizou a cobrança direta nos salários dos filiados do Sindpol (Sindicato dos Policiais Civis do DF) que optarem pelo pagamento da taxa.
“A alteração legislativa (de vigência imediata), às vésperas da data prevista para o fechamento de folha, desestabiliza as entidades em tela, sem conferir tempo hábil para adequação às novas regras”, diz a juíza federal Ivani Silva da Luz, da 6ª Federal Cível do Distrito Federal.
Antes de o presidente assinar a MP, o trabalhador tinha que fazer uma autorização prévia para que o patrão descontasse do salário do mês de março o valor referente à contribuição para o sindicato.
Ao alterar as regras, o governo quer que o empregado informe expressamente, e por escrito, o desejo de ajudar no financiamento da atividade sindical e, depois de receber o boleto, faça o pagamento.
Além disso, Bolsonaro impede que assembleias ou convenções coletivas determinem a obrigatoriedade de contribuição sindical aos trabalhadores.
O caso ainda não foi julgado pelo STF. Deputados ligados a entidades sindicais pressionam para que o Supremo julgue as ações o mais cedo possível.
O PDT, partido de oposição ao governo, é autor de um dos processos para derrubar a MP.
“Março sempre foi o mês da contribuição sindical. A medida provisória anula convenções coletivas que já haviam sido firmadas e tira do Congresso o poder de legislar. Isso é inferir em outro Poder”, afirma o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE).
A MP também irritou o Solidariedade, sigla independente ao Palácio do Planalto, mas que pode parcialmente apoiar a proposta de reforma da Previdência.
“O governo quer acabar com os sindicatos”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical.
Procurada, a Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia não se manifestou sobre as decisões judicias contra a medida provisória e sobre as ações no Supremo, relatadas pelo ministro Luiz Fux.
A AGU (Advocacia-Geral da União), em um dos processos no STF, argumentou que a Constituição prevê a plena liberdade de associação sindical.
“A medida provisória veio ao encontro da necessidade de se garantir às entidades associativas um distanciamento apto a conferir plena efetividade das atividades sindicais, mediante afastamento de qualquer ingerência estatal, inclusive aquelas que possam interferir com a garantia de auto-sustentação desses entes."
| Folha de S. Paulo | | | | O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de fevereiro caiu de 1,9 ponto em relação ao dado fechado de fevereiro, para 97,1 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, 25.
Conforme a prévia, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 1,3 ponto em março, para 97,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,4 pontos ante fevereiro, para 96,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria indicou uma elevação de 0,2 ponto porcentual em relação ao patamar de fevereiro, passando de 74,7% para 74,9% em março. Se confirmado, será o segundo avanço após quatro quedas consecutivas, entre outubro e janeiro.
A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 780 empresas entre os dias 1º e 21 de março. O resultado final da pesquisa será divulgado na próxima sexta-feira, dia 29.
| Tribuna PR | | | |
Fazer parcerias com instituições de ensino, procurar ferramentas gratuitas e buscar linhas de crédito são opções
Investir em tecnologia parece difícil para os pequenos e médios empresários. Com recursos limitados, eles têm de tomar cuidado para não se endividar tentando otimizar processos.
Antes de fazer um investimento do tipo, o consultor do Sebrae-SP Leonardo Paiva recomenda que o empreendedor procure saber se o que ele quer comprar lhe será útil.
“Quando se fala em tecnologia, as pessoas costumam pensar sempre no produto que é o suprassumo do setor, mas muitas vezes a empresa não precisa disso”, afirma. Ele sugere começar com aplicações mais
Foi isso que a Nogueira Brinquedos fez. A empresa, que tem 60 empregados e fabrica equipamentos de entretenimento para áreas de lazer, estava quase falindo em 2016.
Sem dinheiro para grandes mudanças e precisando modernizar seus processos internos, a companhia investiu pontualmente: contratou um serviço de consultoria para ensinar os funcionários a lidar com programas e ferramentas de gestão já disponíveis no mercado.
“O consultor criou planilhas de controle e nos ensinou a usar. São programas simples, mas que ajudaram bastante nos nossos processos. Não precisamos de um software caro para vender mais”, diz o sócio David Gaspri Júnior, 39.
“Podia ter o melhor programa, mas pensei: ‘O que há de barato e disponível?’.”
Ele conta ter gasto cerca de R$ 100 mil no processo, que levou mais de um ano.
Quando a empresa voltou a crescer —numa média de 30% ao ano desde 2016—, sobrou dinheiro para aplicar em outras tecnologias, essas embutidas em maquinário mais moderno para a fábrica.
A Lustres Yamamura, companhia de médio porte com quatro lojas em São Paulo e ecommerce, também investiu pontualmente para melhorar com tecnologia um de seus gargalos.
Toda vez que vendia algo para outro estado brasileiro, era necessário destacar algum funcionário para lidar com a guia de recolhimento de impostos, já que cada unidade federativa tem suas alíquotas.
“Tinha funcionário que ficava o dia inteiro aqui só fazendo isso manualmente”, afirma Carlos Vidal, 57, gerente da empresa.
A Yamamura aplicou o dinheiro a conta-gotas: contratou uma empresa especializada nesse serviço, chamada Dootax, que, por meio de um software, lê os dados da venda, emite a guia, paga-a e envia as informações ao cliente.
O dinheiro gasto anualmente pelo serviço, que solucionou o problema e liberou os funcionários para outras atividades, é menor que 0,5% do faturamento da companhia, conta Vidal.
Há ainda outras opções para atualizar processos tecnológicos gastando pouco. Se o empresário quer começar a vender online, por exemplo, uma alternativa é buscar os marketplaces —sites que, em troca de comissão por cada venda, permitem que empresas anunciem seus produtos.
Dessa forma, explica Cesar Caselani, professor de finanças da FGV, o empreendedor não precisa contratar alguém para desenvolver uma página de compras online só sua.
André Duarte, professor de operações no Insper, diz que uma outra opção é procurar linhas de crédito específicas para a área tecnológica, com taxas mais atraentes.
Esse tipo de financiamento, conta, existe no BNDES, na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e no Desenvolve SP.
Além disso, pode-se firmar parcerias para que instituições de ensino desenvolvam uma tecnologia específica para o seu negócio.
“Na parceria com escolas, a empresa não tem praticamente nenhum custo. O que tem de ser alinhado é o ‘timing’, porque às vezes o empreendedor precisa do produto logo e as pesquisas para desenvolvê-lo levam tempo”, diz Duarte.
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-03-2019) | | | | Além do efeito da crise, grupo está mais inclinado a aceitar regimes flexíveis
Uma análise mais aprofundada dos dados sobre o mercado de trabalho desde 2012 mostra que a oferta de vagas com carteira assinada caiu dramaticamente para um segmento bem específico: os mais jovens.
O número de vagas formais no setor privado entre jovens de até 24 anos recuou mais de 25% de 2012 a 2018. A redução de postos com carteira assinada no período foi de 1,9 milhão apenas nesse segmento.
O trabalhador mais jovem foi, de longe, o mais afetado pela crise, mostra o levantamento feito por Cosmo Donato, economista da LCA Consultores, com base nos microdados da Pnad, a pesquisa por amostra de domicílios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O saldo de empregos com carteira assinada no grupo de pessoas com idade entre 25 e 44 anos também foi negativo, mas numa intensidade bem inferior —queda de 481,3 mil.
Acima dos 45 anos, o saldo de vagas formais foi positivo em quase 1 milhão.
Sem os jovens, o saldo de vagas no setor privado com carteira assinada —considerado o empregado por excelência— teria sido positivo no período em mais de 500 mil postos.
No geral, com pouca experiência e qualificação, os jovens formam o grupo que, historicamente, mais sofre em situações de instabilidade no mercado de trabalho.
Após uma das maiores recessões da história, a taxa de desocupação entre pessoas de até 24 anos fechou 2018 em 27,2% —bem mais do que o dobro da média registrada pelo mercado em geral, de 11,6%.
Especialistas identificam, porém, fenômeno ainda inicial que também pode explicar a queda na contratação formal no segmento: entre os jovens, em especial os mais escolarizados, haveria uma maior disposição a aceitar regimes de contratação mais flexíveis.
Seria uma forma de ganhar um pouco mais e, ao mesmo tempo, encontrar vagas com um perfil mais próximo às pretensões desse grupo.
Pesquisa do Datafolha de setembro do ano passado apontou que metade dos eleitores brasileiros até 24 anos prefere ser autônomo, com salários mais altos e pagando menos impostos, ainda que sem benefícios trabalhistas, a ter carteira assinada.
Na faixa seguinte, entre 25 e 34 anos, a opção pela autonomia foi ainda maior (55%). A preferência, no entanto, caía para 47% entre 45 e 59 anos e 46% acima de 60 anos.
Ramon Barreto, 24, é um desses jovens. Ele atua na área de marketing de eventos esportivos e passa pela primeira experiência como PJ (pessoa jurídica que presta serviços a uma empresa via contrato).
Barreto conta que participou de outros processos seletivos até tomar a decisão de aceitar a vaga sem carteira assinada e sentiu insegurança, pois não conhecia os trâmites para abertura de empresa e emissão de notas fiscais.
"Mas, colocando tudo na balança e pensando no que era bom para mim profissionalmente, meio que compensava não ter os benefícios da CLT."
José Roberto Afonso, pesquisador do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), diz que a preferência efetiva do jovem pelo trabalho autônomo é uma hipótese que só pode ser testada em períodos de normalidade --algo descolado do que viveram os trabalhadores nos últimos anos.
Como mostram os números, muitos jovens estão, na verdade, desempregados. Outros podem ter sido levados pela situação de crise a aceitar vaga sem carteira.
Ainda assim, Afonso diz que, para além da pejotização —fenômeno mais antigo e desencadeado pela alta tributação no mercado de trabalho—, já é possível identificar um processo novo e mais global, em que o trabalho é exercido sem contrato, sem local definido e sem horário fixo, em um contexto no qual o corte por idade é fundamental.
"Há um trabalhador jovem com menor preferência por ser empregado CLT, pois pode optar por mais flexibilidade, em linha com as mudanças tecnológicas", diz Juliana Damasceno, também economista do Ibre e coautora de textos sobre o tema com Afonso.
Após alguns meses trabalhando como PJ, Barreto diz que atuar como pessoa jurídica traz flexibilidade para todos os envolvidos.
"Eu tenho um horário acertado, mas, se eu consigo entregar as demandas, não existe a rigidez de ter que bater ponto. Isso facilita para mim e para a empresa, que não tem um funcionário cumprindo horário por tabela e pode contar com o comprometimento do profissional para as entregas."
Responsável pela pesquisa dos dados, Donato, da LCA, afirma que ainda é cedo para entender se a retomada do emprego decorrente da recuperação econômica levará os mais jovens a serem contratados novamente no regime CLT ou se as mudanças ocorridas na recessão têm caráter mais permanente.
"Ainda não dá para entender se os arranjos informais estabelecidos pelos mais jovens e seus empregadores no mercado de trabalho vieram para ficar", diz Donato.
Bruno Ottoni, pesquisador da consultoria IDados, concorda. "Questões mais estruturais são mais difíceis de discutir. É cedo para falar de automação em um país como o Brasil", afirma ele.
Após quatro anos de recessão e crise, não há, até agora, sinal de recuperação da formalidade, afirma João Saboya, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e especialista em mercado de trabalho.
"E, enquanto não houver crescimento econômico mais forte, não vejo sinal de recuperação da carteira assinada entre os mais jovens", diz ele.
Do alto de seus 24 anos, Barreto afirma que, quando avalia a dinâmica do mercado de trabalho e as opções que têm sobre a mesa, acredita que existem chances de que volte a ter a carteira assinada. Mas a tendência mais forte, diz ele, é a flexibilização.
| Folha de S. Paulo (publicado em 24-03-2019) | | | | Informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgadas nesta segunda-feira pelo Ministério da Economia
A economia brasileira gerou 173.139 empregos com carteira assinada em fevereiro deste ano, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta segunda-feira (25) pelo Ministério da Economia.
O saldo positivo é a diferença entre as contratações (1.453.284) e as de demissões (1.280.145).
Trata-se do melhor resultado para meses de fevereiro desde 2014, quando foram criados 260.823 empregos formais. Deste modo, é o melhor saldo para esse mês em cinco anos.
O secretário-especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, avaliou que o número da geração de empregos formais em fevereiro foi "bastante expressivo", ficando bem acima do que o mercado financeiro estimava (ao redor de 82 mil vagas criadas).
"É uma demonstração de que as mudanças propostas na economia, com flexibilização, desburocratização, retirada de entraves e uma visão mais liberal, passam confiança à economia real no sentido de retomar o processo de contratações", declarou ele.
Marinho acrescentou que a expectativa da área econômica do governo é de que essa "pegada" na criação de vagas com carteira assinada seja mantida, para que a confiança na economia se traduza em medidas concretas.
"A pauta mais importante do governo é o equilíbrio fiscal, representado pela reforma da Previdência, que hoje é uma pauta de todo o país. Do Executivo, do Legislativo e do Judiciário", concluiu.
| G1 | | | | Entre 2011 e 2020, economia brasileira deve avançar em média 0,9% ao ano, aponta FGV. Taxa é menor que o 1,6% da chamada 'década perdida', nos anos 1980.
A fraqueza da economia deve dar ao Brasil uma triste marca ao fim do ano que vem. A taxa média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da atual década deve ser a mais baixa dos últimos 120 anos.
Mercado reduz estimativa de crescimento do PIB para 2019 e 2020
De 2011 a 2020, o crescimento médio do Brasil deve ser de apenas 0,9% ao ano, projeta um estudo do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Se a previsão for confirmada, a economia brasileira vai registrar um desempenho mais fraco até mesmo do que o observado nos anos 1980, período chamado de "década perdida", quando o PIB avançou em média apenas 1,6% ao ano no período.
O levantamento do Ibre utiliza como base a série histórica do PIB apurada pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea) e as projeções para 2019 e 2020 do relatório Focus, do Banco Central, que colhe a avaliação de analistas para a economia brasileira.
O desempenho atual é explicado, segundo os analistas, pela piora das condições macroeconômicas do Brasil. Desde 2014, a economia brasileira tem colhido sucessivos déficits nas contas públicas, o que levou a um aumento acelerado da dívida do país e, consequentemente, da desconfiança com a saúde financeira, afetando diretamente a taxa de crescimento da economia.
"Houve uma grande desarrumação da economia nesta década. Os erros de política econômica levaram a uma queda muito forte do PIB em alguns anos e agora produzem uma lenta recuperação", afirma o pesquisador do Ibre/FGV e responsável pelo estudo, Marcel Balassiano.
Em 2015 e 2016, por exemplo, a atividade econômica recuou 3,5% e 3,3%, respectivamente. Foi um marco negativo para a histórica econômica do país. O Brasil não registrava um dois anos seguidos de recessão desde 1930 e 1931, quando o mundo foi afetado pelos efeitos da crise econômica de 1929, quando ocorreu a quebra da bolsa de Nova York.
Para piorar o cenário da década atual, os sinais da lenta retomada estão se consolidando. Nos últimos dois anos, o PIB avançou apenas 1,1%. Em 2019, o desempenho da economia começou de forma lenta, e os analistas já reduziram a projeção de crescimento de 3% para 2%. Na última sexta-feira (22), o ministério da Economia também reduziu sua previsão de alta do PIB para este ano, de 2,5% para 2,2%.
PIB do Brasil cresce 1,1% em 2018 e ainda está no patamar de 2012
"A saída da recessão mais recente está mais difícil por algumas razões", afirma o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale. "Na saída da recessão, não tínhamos disponíveis os instrumentos clássicos de política monetária e fiscal para estimular a economia: a inflação estava em dois dígitos e o fiscal era a origem do problema."
Além dos problemas de características mais estruturais apontados pelos economistas, fatores pontuais têm prejudicado a retomada. Em 2018, a greve dos caminhoneiros e a incerteza com o quadro eleitoral afetaram a atividade. A desaceleração da economia mundial, sobretudo da Argentina, importante parceira comercial do Brasil, também está colaborando para minar uma retomada mais forte.
"Este ano ainda temos um pouco de resquícios desses choques: a Argentina e o mundo seguem em desaceleração, afetando o crescimento do começo de 2019", diz Vale.
O fraco desempenho do PIB na década atual
Se quiser acelerar o crescimento da economia nos próximos anos, o governo vai ter de endereçar a questão das contas públicas, de acordo com analistas. No centro do debate, está a reforma da Previdência. Ela é considerada fundamental para o acerto das contas do governo e, dessa forma, pode contribuir na atração de investimentos para acelerar o crescimento econômico.
A proposta apresentada pela equipe econômica liderada pela administração Bolsonaro projeta uma economia de R$ 1,16 trilhão em 10 anos. A equipe econômica e política do governo avalia que a proposta deve ser aprovada ainda no primeiro semestre.
Entenda a proposta da Previdência ponto a ponto
"O nosso problema fiscal é enorme e precisa ser resolvido para permitir a volta de algum crescimento mais robusto", afirma Balassiano, do Ibre – neste ano, a meta do governo é de um déficit de até R$ 139 bilhões.
Sem a aprovação da reforma, os analistas avaliam que o crescimento deste ano tende a ser ainda mais baixo do que os 2% projetados atualmente.
Crise dos anos 1980
Até a década atual, o período de mais baixo crescimento do país foi registrado nos anos 1980. Naquele período, a economia brasileira enfrentou uma combinação perversa.
No cenário internacional, houve uma piora das condições financeiras, com alta de juros pelas principais economias. Internamente, o Brasil passava pelo período de redemocratização, lidando com um quadro de baixo crescimento, descontrole fiscal e aumento da inflação - o país enfrentou vários planos de estabilização.
"Entre os principais fatores que levaram ao quadro de instabilidade dos anos 80 está o esgotamento do modelo de industrialização promovido pelo Estado desde os anos 30, com um endividamento público agudo", afirma a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro.
Em 1987, o governo brasileiro chegou a declarar moratória e suspendeu o pagamento de credores internacionais.
| G1 | | | |
Trecho passa a garantir apenas o salário-maternidade
A reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro (PSL) retira da Constituição trecho que garante proteção à maternidade e à gestante nas regras previdenciárias.
Hoje, o inciso II do artigo 201 da Constituição, que trata das normas aplicadas ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), estabelece "proteção à maternidade, especialmente à gestante".
Na PEC (Proposta de Emenda à Constituição), o trecho é modificado e garante apenas o salário-maternidade como um dos direitos previdenciários.
Parte de especialistas em direito constitucional e previdenciário ouvidos pela Folha vê com preocupação a mudança. Há quem discorde do fim de proteção, porque o novo inciso garantiria a assistência às mulheres.
"Maternidade e gestante deixam de ser fatores geradores para a hipótese de cobertura previdenciária. No lugar, entra um benefício definido", critica Érica Barcha Correia, doutora em direito social pela PUC-SP e professora universitária.
Para ela, o texto pode dificultar a ampliação da concessão administrativa de benefícios do INSS no futuro. "A intenção também é acabar com discussões judiciais, limitar a judicialização", diz.
A opinião da professora é compartilhada pelo advogado Roberto de Carvalho Santos, presidente do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários). "Quando há na Constituição uma proteção à gestante, há uma abertura maior [a direitos]", afirma.
Ele cita decisões judiciais que têm concedido ampliação da licença-maternidade quando há o nascimento de um bebê prematuro. Por lei, o prazo é de 120 dias.
"Na minha opinião, o objetivo da PEC é, cada vez mais, tentar evitar que o Judiciário venha estabelecer ou conceder benefícios além daquilo que está taxativamente previsto na lei", diz Santos.
Uma decisão da 17ª Vara Federal de Porto Alegre, por exemplo, garante que todas as seguradas do país com gravidez de risco recebam o auxílio-doença, mesmo que não tenham contribuído por 12 meses ao INSS.
"A Constituição Federal previu, no capítulo destinado à Previdência Social, a proteção à maternidade, especialmente à gestante, como um dos pilares a serem respeitados pelo legislador e pelos aplicadores da lei", escreveu o juiz Bruno Risch Fagundes de Oliveira na decisão.
A ação civil pública foi ajuizada pela Defensoria Pública da União. O INSS recorre.
Para o professor de direito constitucional da FGV Direito SP Roberto Dias, a mudança para as gestantes representa um retrocesso.
"O Brasil está vinculado a tratados internacionais, entre eles o Pacto de San José da Costa Risca [Convenção Americana de Direitos Humanos], que apontam que os direitos humanos sejam implementados de forma progressiva", afirma Dias.
Em nota, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho afirma que "a mudança não retira nenhum direito da gestante, apenas especifica que a proteção a ser oferecida pela Previdência Social é o salário-maternidade".
"A seguridade social continuará ofertando outros serviços e programas de proteção à maternidade por meio da assistência social, conforme previsto expressamente no inciso I do artigo 203", diz.
O trecho citado da Constituição afirma que a assistência social é prestada a quem necessitar e tem por objetivos: "A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice".
Na opinião da advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), não haverá prejuízo à gestante porque a garantia previdenciária de afastamento na gestação em caso de doença ou incapacidade ainda consta do inciso I do próprio artigo 201 da PEC.
"Quando se olha a gestante, qual seria o benefício previdenciário que a protegeria? Seria a incapacidade temporária ou permanente, que está no inciso I", afirma Bramante.
"Então, se a gestante tem algum problema de saúde durante a gestação, ela teria direito ao benefício por incapacidade. Não vejo como um prejuízo nesse sentido", diz.
Tonia Galleti, do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados), diz acreditar que a mudança, na prática, possa fazer com que a proteção seja ampliada, garantindo direitos a homens cujas mulheres morrem e, até mesmo, a casais homossexuais.
Ela diz que a PEC está desconstitucionalizando boa parte da proteção social, mas a mudança do termo proteção à gestante para salário-maternidade garante o pagamento desse benefício.
"É até mais abrangente que especialmente à gestante, porque hoje não se protege apenas com salário-maternidade a mulher, mas também o homem em caso de morte da mulher", diz ela.
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-03-2019) | | | |
Exterior também piora, mas ainda não afeta ganho do ano, que depende da Previdência
A briga política travada entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já custa caro a investidores: 7.000 pontos do Ibovespa, o principal índice do mercado acionário brasileiro, em apenas três dias.
E o posicionamento do pequeno investidor por manter, vender ou comprar ações daqui para frente dependerá da revisão das próprias expectativas sobre a viabilidade da reforma da Previdência após a turbulência política.
"A situação da reforma é muito mais frágil do que o mercado imaginava. A piora foi muito rápida", afirma Victor Candido, economista-chefe da Guide Investimentos.
"A realidade não era o que a gente estava vendo no começo da semana [passada]", acrescenta Michael Viriato, professor de finanças do Insper.
Antes de despencar do recorde de quase 100 mil pontos para os atuais 93 mil, investidores tinham a sensação de que a Bolsa brasileira iria em uma linha reta de valorização, avalia Viriato.
O ganho do ano, porém, não está completamente perdido. A queda entre quarta (20) e sexta-feira (22) foi de 5,9%, mas desde o início de 2019 o índice Ibovespa ainda acumula ganho de 6,7%.
Viriato se considera entre o grupo de conservadores e projeta que o Ibovespa poderá terminar o ano ao redor de 110 mil pontos. Representaria uma valorização de 25% no ano e de 17% ante o fechamento de sexta, mas é preciso que a reforma saia.
Projeções otimistas chegaram a apontar o Ibovespa em 140 mil pontos em dezembro.
"Esse é o momento de fazer posição. Ninguém ganha dinheiro em dia bonito. Quem comprou na segunda [quando a Bolsa bateu pela primeira vez os 100 mil pontos] perdeu dinheiro", afirma Candido.
Fazer posição, no jargão do mercado, é comprar ou vender um ativo baseado em suas expectativas futuras.
Resumindo: quem acredita que a reforma passará poderia comprar ações, enquanto o investidor pessimista após a crise deveria vendê-las. Isso seguindo a avaliação majoritária do mercado de que apenas as novas regras para aposentadoria serão capazes de fazer a economia crescer.
Após o dominó de notícias frustrantes —como a proposta de reforma dos militares, a queda de popularidade de Bolsonaro e a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB)—, o mercado financeiro começou a questionar a viabilidade de aprovação das novas regras para a aposentadoria.
A dúvida é ainda maior sobre a economia necessária —o projeto prevê corte de R$ 1,1 trilhão em dez anos.
O medo de que a disputa política coloque tudo a perder levou a uma enxurrada de declarações de economistas e analistas do mercado financeiro, em público e privado, até mesmo com comparações entre Bolsonaro e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
"Esse choque é educativo: se o governo não aprender com isso, o mercado vai rever posições", diz Candido. Essa é a pressão para que o presidente ceda na queda de braço com o presidente da Câmara.
No sábado (23), Bolsonaro e Maia continuaram o bate-boca sobre a responsabilidade de articulação da reforma.
Para o presidente, seu papel está cumprido ao submeter o texto ao Congresso, enquanto Maia afirma que há terceirização de responsabilidade. Neste domingo (24), o líder do PSL na Câmara, Major Vitor Hugo, se reuniu com Bolsonaro para uma reaproximação.
Analistas lembram que, além da deterioração do cenário doméstico, no exterior a virada também foi rápida.
Na quarta, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) sinalizou que a desaceleração americana já justifica a manutenção dos juros do país entre 2,25% e 2,5%. Depois, dados da economia alemã ajudaram a disseminar o pânico de recessão global.
A possível crise apareceu na inversão da curva de juros dos EUA, o que ocorre quando os juros de longo prazo ficam abaixo dos de curto prazo.
Mantida a inversão, é um indicativo de que a economia do país passará por uma recessão, com risco de contágio. Com ou sem reforma, o Brasil não passaria incólume.
MINIMIZE OS RISCOS NA BOLSA DE VALORES
Para quem já é investidor
Aplicações devem mirar longo prazo, portanto a crise não deveria levar a uma mudança de estratégia do investidor
Comprar: é para quem acredita que a desvalorização recente não se sustentará e que a Bolsa agora está barata
Vender: recomendado apenas para quem vê uma piora de longo prazo na economia
Manter: investidor vê turbulência no curto prazo e não se dispõe a correr mais riscos, mas vê melhora na economia no longo prazo
O investidor que, após a queda recente, está no prejuízo, também deveria manter o investimento para recuperar o valor aplicado
919 mil são os investidores pessoa física com aplicações na Bolsa brasileira
Para quem não investe em Bolsa
O investidor só deve entrar na Bolsa agora se acreditar que a crise é passageira. Ele também deve acreditar que o mercado chegou a uma espécie de piso e que não irá cair muito antes de se recuperar
Aplicações devem ser feitas mirando o longo prazo e não as oscilações trazidas pela turbulência política
5%
é o percentual do patrimônio que um investidor de perfil moderado poderia investir em ações
Como minimizar riscos na Bolsa
Especialistas recomendam um portfólio de pelo menos cinco ações, de segmentos distintos da economia. Compare recomendações de papéis de diversas corretoras e casas de análises
É possível investir por meio de fundos de ações, que têm gestores contratados para escolher as ações e acompanhar as oscilações de mercado para tomar as melhores decisões
É possível investir em fundos de índice (ETFs), que acompanham a movimentação dos índices da Bolsa, como o Ibovespa. Como têm gestão passiva, os custos são menores
11,36% é o ganho acumulado no ano de fundos de ações livres, segundo a Anbima (associação do mercado de capitais)
| Folha de S. Paulo | | | |
Expectativa de crescimento do PIB recuou de 2,01% para 2%
Economistas reduziram pela segunda vez seguida a expectativa para a taxa básica de juros no final de 2020, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (25). O índice vem após o BC indicar que vê a economia aquém do esperado e balanço equilibrado de riscos.
O relatório mostrou que a expectativa para a Selic passou a 7,50% no próximo ano, de 7,75% previstos antes, e em linha agora com a projeção do Top-5, grupo daqueles que mais acertam as previsões. Para este ano, permanece a estimativa de taxa básica de juros a 6,50%.
O Banco Central indicou na última semana que, diante da retomada econômica abaixo do esperado, o balanço de riscos para a inflação tem pesos iguais tanto para cima quanto para baixo.
A decisão do BC, que manteve a taxa básica de juros em 6,5% na última semana, tira o impedimento explícito que a autoridade vinha apontando para possivelmente diminuir os juros à frente.
O levantamento semanal continuou apontando piora do cenário econômico, com reduções de 0,01 ponto percentual e de 0,02 ponto para as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), respectivamente em 2019 e 2020, a 2,0 e 2,78 por cento.
A pesquisa com economistas apontou ainda que não houve mudanças nas expectativas para a alta do IPCA - o índice oficial de inflação -, permanecendo em 3,89% para 2019 e 4,00% em 2020.
O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
| Folha de S. Paulo | | | | O processo de reestruturação global da indústria automobilística que fez da Ford do ABC paulista sua primeira vítima no Brasil já levou ou levará em breve ao fechamento de pelo menos 20 fábricas, a maior parte na Europa e nos EUA. Em busca de receitas para aplicar em tecnologias e produtos para atender a uma nova demanda de consumidores, as multinacionais estão se desfazendo de operações deficitárias ou de baixo retorno financeiro. Novas baixas vão ocorrer nos próximos anos.
O efeito sobre o emprego será “brutal”, diz o presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Veículos (Acea), Carlos Tavares, também presidente da francesa PSA Peugeot Citroën.
Segundo ele, só neste ano, foram anunciadas 30 mil demissões. Para Tavares, as mudanças estão sendo feitas rápido demais para atender as novas legislações, principalmente, nos países europeus.
Paralelamente, as montadoras se preparam para acompanhar as mudanças tecnológicas se juntando a empresas que dominam mais o tema. Na última década, adquiriram 443 startups em especial dos setores de manufatura 4.0, eletrificação, compartilhamento e conectividade.
Um exemplo é a General Motors, que vai fechar dez fábricas na América do Norte, Ásia e Austrália. Por outro lado, investiu em 44 startups, das quais 22 ligadas à eletrificação e manufatura digital, segundo estudo da consultoria KPMG.
No Brasil, após concluir negociações com governos, funcionários, revendas e fornecedores para reduzir custos, a GM anunciou, semana passada, novo plano de investimento de R$ 10 bilhões.
Em janeiro, a presidente mundial da empresa, Mary Barra, disse que não continuaria investindo na América do Sul “para perder dinheiro” e exigiu a volta da lucratividade este ano.
Para o economista e sócio da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, “a indústria automobilística mundial passa por um furacão e trava uma luta pela sobrevivência”.
O que impressiona, diz ele, é que o setor enfrenta quatro ameaças simultâneas: a posse do carro já não é desejo de muitos jovens; o modelo de negócios deixa de ser só de produção e venda de carros e inclui prestação de serviços; a mudança do motor a combustão para os elétricos e, depois, autônomos; e o uso maior da tecnologia embarcada. “São quatro linhas de mudanças globais definitivas que exigem desafio gigantesco”.
Ociosidade
Além de atender a uma nova demanda voltada a utilitários-esportivos (SUVs) e picapes, e no médio e longo prazos à produção voltada a elétricos e autônomos, o movimento de reestruturação tenta aliviar a alta ociosidade das fábricas.
Dados da PricewaterhouseCoopers (PwC) mostram que, neste ano, 41,8 milhões de veículos vão “sobrar” nas fábricas de todo o mundo (ver quadro). Desse total, 2 milhões são no Brasil, onde a indústria tem capacidade para 5 milhões de veículos.
No mundo, as montadoras têm capacidade para 139,7 milhões de automóveis e comerciais leves, mas a produção prevista para este ano é de 98 milhões. A ociosidade de 40% começará a regredir até chegar em 28% em 2025.
Ainda assim, haverá “sobra” de 32 milhões de veículos, pois a capacidade produtiva continuará crescendo, ainda que em ritmo menor. Segundo Mendonça de Barros, mesmo sem o fenômeno dos elétricos e autônomos, que exigirá profunda mudança no jeito de se produzir veículos, “teria de ocorrer uma concentração porque há mais fábricas do que demanda, no Brasil e no mundo”.
Novo negócio
“Há uma necessidade das grandes fabricantes de se reposicionarem para um ambiente de negócios muito diferente do atual”, afirma Ricardo Bacellar, diretor da KPMG. “Elas precisam buscar novos negócios para oferecer serviços de mobilidade e, para crescer numa área precisa tirar de outra.”
No caso da Ford, a decisão da matriz foi abandonar a produção de sedãs e focar em SUVs e picapes, modelos mais atraentes ao consumidores e mais lucrativos. Também desistiu dos caminhões, o que levará ao fechamento da fábrica do ABC.
“Infelizmente estamos vendo a indústria automotiva mundial num processo de reestruturação, com fechamento de unidades, o que é muito preocupante”, diz Valter Sanches, secretário-geral do IndustriALL, entidade que reúne 608 sindicatos de 140 países. “O impacto vai muito além dos trabalhadores e suas famílias, pois impostos deixam de ser arrecadados, o que é ruim para os países.”
Além do Brasil, a Ford fechará fábricas em vários países. Em 2018, o grupo fez uma aliança global com a Volkswagen para o desenvolvimento de picapes, vans e novas tecnologias.
Trabalho de pai para filho
Tomas Ormundo tinha um ano quando o pai, migrante recém-chegado da Bahia, conseguiu emprego na Ford como supervisor de manutenção e lá trabalhou por 30 anos até se aposentar. Ele sempre admirou o trabalho do pai e, aos 20 anos, seguiu seu caminho e ingressou na montadora como mecânico de manutenção.
Hoje, aos 51 anos, é analista de processos e teme a demissão. É com seu salário e o da mulher, Alessandra, que consegue manter o sustento da família, da casa e da escola dos quatro filhos: Rafaela, de 9 anos, os gêmeos Pedro e Maria Júlia, de 10, e Isabela, de 19.
Toda a família, quando pode, acompanha Ormundo nas manifestações contra o fechamento da fábrica e pela manutenção dos empregos dos cerca de 3 mil funcionários diretos e 1,5 mil terceirizados. “Conversamos abertamente com as crianças sobre a situação e elas sabem dos problemas que podemos ter.”
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o salário médio dos funcionários é de R$ 6 mil, similar ao de outras montadoras da região.
Quem também seguiu o exemplo do pai – operário da Ford por 18 anos – e do tio – na empresa há 28 anos – é o montador Ramon Voga, de 38 anos. Formado em Farmácia, trabalhou por sete anos na área, mas sonhava em produzir carros. Em 2008, conseguiu a vaga e, desde então, vinha crescendo profissionalmente. “Eu amo o que faço”, diz. “A notícia do fechamento chocou a todos, pois muitos sonhos serão interrompidos.” Pai de gêmeas de 3 anos, Voga teme pela perda de renda e diz que a direção da empresa é desrespeitosa com os trabalhadores da forma como está agindo.
Jailson dos Santos, de 48 anos, trabalhou em três fábricas da Ford nos últimos 24 anos. Começou em 1995 na unidade de fundição em Osasco (SP), que fechou as portas três anos depois. Foi transferido para a de caminhões no bairro do Ipiranga, onde ficou até 2001, quando a Ford vendeu a área e concentrou a produção em São Bernardo. Hoje, teme pelo que vem pela frente, pois não há mais chance de transferência. “Se perder esse emprego dificilmente consigo outro igual”, diz.
Ele mora em Carapicuíba (SP) com a mãe e três irmãos, um deles especial. “Me preocupo muito, pois pago caro por um convênio bom para ele e, sem trabalho, o impacto nas despesas será grande.”
| Tribuna PR | | | | O novo Porsche 911 já está no Brasil. O primeiro contato com a oitava geração do esportivo mais longevo da história ocorre no Autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (a 164 km de São Paulo).
Após algumas instruções sobre o carro e a pista, há pouco tempo para ajustar assento, volante e espelhos. É preciso seguir um Porsche GT3 guiado por um piloto profissional, e ele logo coloca seu carro em movimento.
O comboio com outros três Porsches novíssimos vai atrás. A bordo de um 911 Carrera S, sente-se o peso de guiar um carro que custa R$ 679 mil na versão mais em conta. Os primeiros movimentos são cautelosos, até demais.
Falta ritmo na primeira volta, e o GT3 começa a sumir na pista. O piloto pede para que o comboio se aproxime e logo se percebe que é possível seguir o trajeto feito por ele.
Cones marcam os pontos de entrada e saída das curvas, orientação que evita barbeiragens. O profissional anda rápido com seu GT3, mas reduz o ritmo ao ver que os aprendizes estão ficando para trás.
O que foi dito na apresentação pode ser sentido na pista. O 911 Carrera S está ainda mais rígido, a carroceria não torce nas curvas fechadas.
Na reta, é o momento de liberar os 450 cv de potência. O câmbio automático de oito marchas e dupla embreagem faz as trocas por conta própria, e o velocímetro logo chega aos 150 km/h. Passaria fácil dos 200 km/h se houvesse mais chão e mais habilidade.
Na terceira volta, um pouco de empolgação faz a traseira ameaçar se desgarrar em uma curva. Se isso acontecesse, o 911 rodaria na pista. Porém, os controles de tração e de estabilidade atuam prontamente. O carro segue adiante.
O passeio pela pista é acompanhado pelo ronco do motor turbo de seis cilindros: um botão permite escolher o nível de ruído do escapamento.
Há outros truques mais úteis. O 911 é capaz de detectar a água na estrada e se adequar a essa situação para evitar acidentes. Há, também, sensores que monitoram o trânsito e acionam os freios em caso de emergência.
Como opcional, o Porsche pode ser equipado com câmera de imagem térmica. Pessoas ou animais na beira da estrada são percebidos à distância, o que reduz o risco de atropelamento.
O piloto que puxa o comboio se dirige para os boxes e o teste chega ao fim. Parado, o 911 revela pontos em comum com as gerações anteriores e também exclusividades.
Com 21 polegadas, as rodas traseiras são maiores que as dianteiras (aro 20). A diferença na largura dos pneus é expressiva: 245 mm na frente, 305 mm atrás.
Segundo a Porsche, o novo 911 Carrera S pode ir do 0 aos 100 km/h em 3,7s. É cerca de meio segundo mais rápido que o anterior, resultado obtido com redução de peso e 30 cv a mais de potência.
Além dos 911 disponíveis para o teste, há outros modelos da marca enfileirados no autódromo. São 22 carros, todos com placas da Alemanha.
Rodrigo Soares, gerente de relações públicas da Porsche, explica que os modelos rodam o mundo em eventos para clientes da montadora. É um circo itinerante que inclui pneus, mecânicos e pilotos. Até as bandeiras no autódromo cruzaram o oceano.
Nas próximas duas semanas, possíveis compradores e clientes fiéis irão ao Velo Città para conhecer o 911. Já há unidades reservadas, mas o carro só chega às lojas em maio.
A iniciativa custa alguns milhões de dólares e é justificada pela ambição da empresa, que não estabelece um limite para crescer no Brasil.
A Porsche vendeu 1.450 carros em 2018, número expressivo para uma importadora cujos veículos menos caros custam R$ 329 mil. Esse é o valor pedido pelas versões mais simples do utilitário Macan e do cupê Cayman.
Segundo Werner Schaal, diretor de vendas da Porsche, o antigo 911 teve 211 unidades emplacadas em 2018. O cupê mais caro da geração anterior é o GT3 que puxou o comboio na pista: R$ 1,2 milhão.
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-03-2019) | | | | Nova empresa terá sede em Chengdu, metrópole chinesa com forte presença de tecnologia da informação
A joint venture chinesa FAW-Volkswagen está criando a MOS Intelligent Connectivity Technology, uma segunda joint, mas voltada à área de digitalização e conectividade. A MOS será estabelecida em Chengdu, metrópole chinesa com forte presença de tecnologia da informação (TI).
O investimento total será de 1 bilhão de yuans na nova empresa, que vai desenvolver e oferecer serviços digitais para os próximos veículos da FAW-Volkswagen, incluindo os carros elétricos baseados na nova plataforma MEB.
A Volkswagen trata a nova joint venture como uma forma de estender seu ecossistema automotivo na China. “À medida que conectamos nossos carros surge a oportunidade de ampliar a oferta de serviços digitais”, afirma o CEO da VW na China, Stephan Wöllenstein. Os serviços serão desenvolvidos pela cooperação entre especialistas da Volkswagen na China e na Alemanha.
| CIMM | | | |
O iTENDO, de expansão hidráulica, é o primeiro no mundo a supervisionar real time
A SCHUNK Intec Brasil, subsidiária brasileira da SCHUNK GmbH & Co. KG, empresa familiar multinacional alemã, líder competente em sistemas de garras e tecnologias de fixação traz para o mercado brasileiro o iTENDO, primeiro porta-ferramenta de expansão hidráulica inteligente do mundo, que monitora o processo de usinagem direto na ferramenta e permite o controle em tempo real dos parâmetros de corte.
Vibrações, marcas de trepidação, falha de ferramenta são assuntos que têm tirado o sono de muitos operadores de máquinas, mas o iTendo, projetado pela SCHUNK, com o apoio da Universidade de Tecnologia de Viena e a startup TOOL IT GmbH, resolverá estes problemas. “O iTENDO é um marco na tecnologia de porta-ferramentas”, enfatiza o diretor-executivo da SCHUNK, Henrik A. Schunk.
O porta-ferramentas utiliza o potencial total de monitoramento de processo integrado diretamente onde o chip é formado. A SCHUNK chama esta estratégia de “mais próxima da peça”, na qual a inteligência é integrada ao primeiro elemento sem desgaste do equipamento da máquina que está mais próximo da peça a ser trabalhada.
“Pela primeira vez, nós combinamos as propriedades mecânicas excepcionais do nosso principal produto TENDO com as possibilidades do processo de monitoramento digital”, disse o diretor de conselho do Instituto de Tecnologia de Manufatura (IFT), da Universidade de Tecnologia de Viena e fundador da TOOL IT, Friedrich Bleicher.
A ferramenta inteligente é oferecida na primeira etapa em combinação com o porta-ferramentas de expansão hidráulica SCHUNK TENDO, de 2019, permitindo a documentação completa da estabilidade do processo, monitoramento do valor limite de depreciação, detecção de quebra de ferramenta e controle em tempo real da velocidade de rotação e taxa de alimentação.
“A tecnologia de sistemas incorporados combina o mais alto grau de transparência do processo com o potencial de controle autônomo sem que os usuários tenham que privar-se da qualidade e desempenho comprovados do porta-ferramenta de precisão”, explica Bleicher.
Geometria e desempenho permanecem inalterados com sensores de dados
O porta-ferramentas com processo inteligente integrado têm os mesmos contornos de interferência que as montagens convencionais de equipamento do mesmo tipo. O uso de lubrificante de arrefecimento é possível como de costume. Equipado com um sensor, bateria e unidade de transmissão, o sistema inteligente grava o processo diretamente na ferramenta, transmite os dados via wireless para uma unidade de entrada na sala de máquina e, posteriormente, via cabo para uma unidade de avaliação e controle, onde os dados são analisados.
Um algoritmo determina continuamente um parâmetro para a estabilidade do processo. Dependendo da particularidade da aplicação, um serviço web pode ser usado para definir os limites exatos de ambos e reagir de acordo caso eles sejam excedidos. Todos os dados do processo permanecem dentro do loop de controle fechado da máquina, garantindo a máxima segurança dos dados.
Controle permanente do processo e regulação
Durante a usinagem, o porta-ferramentas inteligente analisa permanentemente o processo. Caso se torne instável, pode ser parado em tempo real e sem nenhuma intervenção do operador, reduzido aos parâmetros básicos definidos previamente, ou adaptado enquanto o corte retorna para a faixa estável.
Por um lado, o sistema permite a completa documentação e monitoramento de valor limite bem como um aperfeiçoamento da qualidade da usinagem ajustando automaticamente os dados de corte durante a vibração.
Além disso, o porta-ferramentas inteligente deve permitir, adicionalmente, uma análise da condição da ferramenta bem como um aumento na taxa de remoção de metal. O sistema é extremamente fácil de ser modernizado sem a necessidade de modificação ou substituição dos componentes da máquina. Desde que os algoritmos corram de forma autônoma e o operador defina apenas limites e reações exatas, não é necessária nenhuma avaliação especializada dos dados determinados, em vez disso, o sistema gerencia o processo de forma autônoma e em tempo real baseado nas especificações.
Peças do programa padrão de 2019
Em um primeiro momento, a SCHUNK oferece o porta-ferramentas inteligente em montagens customizadas para projetos. No início de 2019, a padronização está planejada dentro do programa de porta-ferramentas.
Além da expansão do porta-ferramentas hidráulico TENDO, os próximos porta-ferramentas do programa de ferramental total da SCHUNK serão equipados com sistemas de sensores inteligentes no futuro.
| CIMM | | | | General Motors (GM) anunciou investimento nas fábricas de São Caetano do Sul (SP) e São José dos Campos (SP)
A General Motors (GM) vai investir R$ 10 bilhões em suas fábricas no Estado de São Paulo. O valor será aplicado nas plantas de São José dos Campos e São Caetano do Sul entre 2020 e 2024.
Segundo informações da GM e a InvesteSP, órgão do governo paulista que cuida de investimentos no Estado, isso vai preservar 15 mil empregos na unidade da federação. Além disso, criará outros 1.200 – sendo 400 diretos e 800 indiretos.
Os investimentos têm como objetivo colocar em produção a nova geração de compactos da Chevrolet. Os próximos Prisma e Onix serão feitos em São Caetano do Sul – atualmente, saem da planta de Gravataí, que continuará fabricando o Onix Joy.
Também serão produzidos em São Caetano um inédito SUV compacto, a ser feito sobre a base do Onix, e a nova geração da minivan Spin. A fábrica produzirá ainda novos motores de três cilindros turboalimentados.
Em São José dos Campos, o investimento será aplicado na nova geração da picape S10 e também em um SUV baseado na picape, mas não necessariamente um novo Trailblazer, conforme antecipou a Automotive Business.
Programa de incentivos do governo foi chave para a GM
O anúncio da GM veio na sequência da confirmação do IncentivAuto. O programa foi criado pelo Governo do Estado de São Paulo para, basicamente, dar descontos de até 25% no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
As duas principais medidas para receber o incentivo e ser aceito no programa são injetar, no mínimo, R$ 1 bilhão no Estado e gerar ao menos 400 novos postos de trabalho.
Todo o investimento deverá ser feito no Estado. Entre os critérios, poderão ser aceitas propostas de novas fábricas, novas unidades de produção, novos produtos e expansão de plantas industriais já instaladas.
| CIMM (publicado em 24-03-2019) | | | | A ZF se empenha para definir novos padrões para mobilidade autônoma e soluções de transporte
A ZF Friedrichshafen AG adquiriu uma participação de 60% da 2getthere B.V. A empresa fornece sistemas completos e automatizados de transporte, e está sediada em Utrecht/Holanda, com escritórios em São Francisco, Dubai e Singapura. As aplicações variam desde sistemas elétricos de transporte sem condutor em aeroportos, empresas e parques temáticos até infraestruturas dedicadas de transporte urbano.
Com este investimento, a ZF continua a executar sua estratégia de mobilidade para a próxima geração, conhecida como Next Generation Mobility, fortalecendo suas bases nos mercados crescentes de Mobilidade como Serviço e de veículos conduzidos automaticamente, além de complementar suas atividades existentes.
“A 2getthere tem mais de três décadas de experiência no mercado de veículos autônomos de transporte de passageiros, assim como competências únicas em engenharia e software. Esta aquisição suporta a estratégia de nos tornarmos um fornecedor líder de sistemas de transporte autônomo no crescente e novo mercado de mobilidade”, disse Wolf-Henning Scheider, Chairman do Board of Management da ZF Friedrichshafen AG. Com este investimento estratégico, a ZF está fortalecendo sua posição nos mercados crescentes de soluções em Mobilidade como Serviço, sistemas autônomos de transporte e veículos autônomos compartilhados.
As ações maioritárias na 2getthere complementam os investimentos e cooperações existentes da ZF, como o e.GO Moove, uma joint venture com a e.GO Mobile AG, que objetiva a produção do micro-ônibus autônomo e.GO Mover, e também a Transdev, uma operadora e fornecedora mundial de soluções integradas de mobilidade.
A 2getthere foi fundada em 1984. Desde então, acumulou mais de 100 milhões de quilômetros de rodagem autônoma com sistemas de transporte de passageiros e carga sem condutor nas maiores cidades ao redor do mundo, incluindo Rotterdam, Abu Dhabi e Singapura, assim como vários portos e aeroportos. Os sistemas sem condutor da 2getthere, em serviço comercial no parque empresarial Rivium (Capelle aan den IJssel) e Masdar City (Abu Dhabi) transportaram mais de 14 milhões de pessoas, de forma totalmente elétrica e confiável. A confiabilidade dos sistemas instalados pela 2getthere, incluindo controles de veículos e arquitetura de software ultrapassa 99,7%.
“O mercado para sistemas elétricos de transporte sem condutor está se desenvolvendo dinamicamente. Queremos continuar liderando o mercado, e o envolvimento da ZF está nos ajudando a realizar nossos planos de crescimento, acelerar nosso mapa de tecnologia e fornecer segurança para clientes novos e existentes”, disse Carel C. van Helsdingen, fundador e CEO da 2getthere. “A cooperação tecnológica com a ZF apoiará o trabalho da 2getthere pela entrega de um mix de aplicações de trânsito como o Rivium e o Aeroporto de Bruxelas”. Olhando somente para os três últimos anos, a receita da empresa cresceu 60%.
No futuro, a ZF e a 2getthere trabalharão em estreita proximidade para desenvolver ainda mais tecnologias para sistemas autônomos de transporte. “Nós nos tornamos um fornecedor completo de sistemas para funções automatizadas e, portanto, estamos em uma posição perfeita para apoiar a 2getthere. Podemos entregar driveline de acionamento elétrico, soluções para tecnologias de sensores, computação de alto desempenho e atuadores para todos os níveis de aplicações automatizadas”, explicou Scheider.
Por outro lado, a ZF também se beneficiará da vasta experiência em campo da empresa holandesa e de sua ampla competência em engenharia e software, considerando a configuração e implementação de sistemas autônomos completos de transporte. Espera-se que as equipes de engenharia e desenvolvimento de softwares da 2getthere em Utrecht, Holanda, cresçam significativamente nos próximos anos, aproximadamente dobrando os atuais 60 funcionários.
As duas empresas concordaram em não divulgar o volume da transação.
| CNI (publicado em 24-03-2019) | | | | Já pensou em bombear líquidos usando luz, sem que a bomba precise ter nenhuma peça se movendo?
Bombeando líquidos com luz
Já pensou em bombear líquidos usando luz, sem que a bomba precise ter nenhuma peça se movendo?
Foi o que conseguiram Shuai Yue e seus colegas da Universidade de Houston, nos EUA.
A microbomba funciona com base em um princípio optofluídico descoberto pela mesma equipe em 2017, quando eles demonstraram um acoplamento entre a fotoacústica e um fluxo acústico - em termos simples, um laser gera uma onda ultrassônica que impulsiona um líquido.
Agora, a equipe fabricou uma microbomba recobrindo uma pastilha de quartzo (óxido de silício) de cerca de um centímetro quadrado com uma finíssima camada de átomos de ouro - eles calculam em 1016 átomos de ouro por centímetro quadrado.
Quando um pulso de laser atinge a pastilha, as nanopartículas de ouro geram uma onda ultrassônica, que então empurra o líquido em sua superfície via fluxo acústico.
Uma vantagem imbatível da bomba de luz é que as nanopartículas oferecem um número quase ilimitado de alvos para o laser, que pode ser direcionado com muito mais precisão do que uma microbomba
Nós podemos usar o laser para fazer os líquidos se moverem em qualquer direção," disse o professor Jiming Bao.
Além da imaginação
O fato de usar ouro não deve ser um grande empecilho à aplicação prática dessa microbomba optofluídica devido às minúsculas quantidades usadas - as memórias e a maioria dos contatos dos computadores usam ouro em quantidades maiores.
Seu principal uso deverá ser nos biochips e microlaboratórios, aplicações de uma tecnologia conhecida como microfluídica.
A equipe admite que ainda não sabe explicar em detalhes o fenômeno que ocorre na pastilha para impulsionar o líquido com tanta precisão. Mas eles pretendem descobrir.
"Nós queremos entender melhor os mecanismos de funcionamento desse negócio, o que poderá descortinar algo além da nossa imaginação," disse o pesquisador Wei-Kan Chu.
| CIMM (publicado em 24-03-2019) | | | | Plataforma especializada no comércio de usados promoveu a negociação de 24,7 mil veículos no período
A Auto Avaliar, plataforma que conecta 2,8 mil concessionárias e 30 mil lojistas multimarcas, promoveu a venda de 24,7 mil veículos no primeiro bimestre de 2019, registrando alta de 72% sobre o mesmo período do ano passado. Até o fim do ano a empresa estima crescimento de 54% em veículos leves e 88% e comerciais pesados.
“O mercado de repasse de veículos pela internet é um dos mais promissores do setor automobilístico”, afirma o presidente da Auto Avaliar, J. R. Caporal. A utilização da plataforma é feita mediante uma assinatura mensal. O concessionário ou lojista que adere tem uma série de facilidades, que começam a partir da chegada do cliente com seu veículo usado: a partir deste momento o pedido de avaliação do modelo é registrado na plataforma.
Com o aplicativo de avaliação, um profissional fotografa o veículo e insere informações detalhadas sobre ele, identificando o preço justo de mercado a ser pago. Esse veículo pode ser posto à venda nos principais portais de comércio eletrônico ou na própria área de negócios da Auto Avaliar.
Essa área conecta vendedores e compradores, favorecendo a rapidez na negociação por um valor adequado. Para garantir esse ciclo, a plataforma da Auto Avaliar é formada não só pelo aplicativo de avaliação, mas também pelo portal de repasse (que conecta concessionárias e lojas multimarcas), pela integração automática com os principais portais do Brasil e por uma ferramenta de análise, que permite ao cliente monitorar a performance do seu negócio.
A Auto Avaliar foi fundada em 2012. Hoje faz mensalmente 150 mil avaliações de usados. Em 2018 o comércio eletrônico de veículos seminovos no Brasil movimentou R$ 6 bilhões, o que representou avanço de 66% sobre 2017.
| Automotive Business (publicado em 25-03-2019) | | | | Os preços médios do etanol hidratado subiram em 22 Estados na semana passada, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Houve recuos apenas no Acre, no Distrito Federal, em Goiás e em Sergipe. Não houve avaliação no Amapá.
Na média dos postos brasileiros pesquisados pela ANP houve alta de 0,24% no preço médio do etanol na semana passada ante a anterior, de R$ 2,962 para R$ 2,969.
Em São Paulo, principal Estado produtor e consumidor, a cotação média do hidratado avançou 0,07% sobre a semana anterior, de R$ 2,831 para R$ 2,833 o litro. A maior alta semanal, de 6,21%, foi no Piauí.
Na comparação mensal os preços do etanol subiram em 21 Estados e no Distrito Federal, recuaram quatro unidades e no Amapá não houve avaliação. Na média brasileira o preço do etanol pesquisado pela ANP acumulou aumento de 8,20% na comparação mensal, com destaque para São Paulo, a maior alta nos preços do biocombustível no período, de 10,71%.
O preço mínimo registrado na semana passada para o etanol em um posto foi de R$ 2,349 o litro, em Mato Grosso, e o máximo individual ficou em R$ 4,700 o litro, no Acre. Mato Grosso tem também o menor preço médio estadual, de R$ 2,607 o litro, e o maior preço médio ocorreu nos postos do Rio Grande do Sul, de R$ 4,067 o litro.
Competitividade
Os preços médios do etanol hidratado permanecem vantajosos ante os da gasolina em apenas quatro Estados brasileiros – Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, e São Paulo. O levantamento da ANP compilado pelo AE-Taxas considera que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso.
Em Mato Grosso, o hidratado é vendido em média por 58,49% do preço da gasolina, em Minas Gerais a 67,76%, em Goiás a 66,40% e em São Paulo por 69,74%.
Na média dos postos pesquisados no País, a paridade é de 68,74% entre os preços médios do etanol e da gasolina, também favorável ao biocombustível.
A gasolina segue mais vantajosa em Roraima, com a paridade de 94,27% para o preço do etanol.
| Tribuna PR (publicado em 25-03-2019) | | | |
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