| 05 de Agosto de 2020
Quarta-feira
- MEDIDAS EMERGENCIAIS ANUNCIADAS PELOS GOVERNOS – ATUALIZADO – 05/08/2020
- Inovação Low Cost: Quanto preciso para inovar? Inscreva-se na live
- Conselho de Mineração da CNI apresenta propostas à ANM para crescimento do setor
- Congresso terá papel crucial para Brasil superar a crise, afirma presidente da CNI
- Atividade industrial cresceu, em junho, pelo segundo mês consecutivo, afirma CNI
- Faturamento da indústria cresce 9,3% em junho, diz CNI
- Setor de serviços do Brasil permanece em contração em julho com fortes perdas de emprego, segundo PMI
- SENAI abre vagas gratuitas em curso a distância de Segurança Cibernética
- Sanepar divulga tabela de racionamento em Curitiba e RMC até 7 de agosto
- Paraná recebe quase 100 mil ampolas de medicamentos para intubação, mas alerta continua
- Produção Industrial avança em 24 das 26 atividades em junho ante maio
- Fenaban e sindicato dos bancários buscam acordo sobre trabalho remoto
- Latam vai demitir 2,7 mil pela internet até o fim da semana
- Governo pagou só um terço do previsto para programa de manutenção do emprego
- Reforma não é adequada, afirma presidente do Itaú
- Artigo: Os fins e os meios nas reformas do Estado
- A complexa saída da crise global
- Processo de globalização terá cara nova
- Auditores fiscais defendem tributar 'super-ricos' e dizem que propostas do governo prejudicam os mais pobres
- Como a reforma tributária pode unir liberais e desenvolvimentistas
- Para economistas, nova CPMF Não pode cobrir Previdência
- Imposto de Renda: governo estuda diminuir alíquota máxima e acabar com deduções
- MP 950, do setor elétrico, cai da pauta e aumentam chances de texto caducar
- Inflação para famílias de renda mais baixa fica em 0,50% em julho
- Consumo de energia volta a patamares de 2019
- Governo estuda cortar alíquota máxima de IR para 23% a 25% e acabar com deduções médicas
- Preço do ouro chega a US$ 2 mil pela primeira vez, por conta da Covid-19 e do medo de inflação
- IPC-C1 (baixa renda) sobe 0,50% em julho ante 0,33% em junho, diz FGV
- Nova lei do gás promete “choque de energia barata” e bilhões de reais em investimentos
- Braspress investe R$ 105 mi em frota após transporte crescer puxado por ecommerce
- Importadores da Abeifa registram vendas melhores em julho
- Emplacamentos crescem 31,4% em julho com Volks T-Cross no topo do ranking
- BMW tem prejuízo de quase US$800 mi no 2º tri
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Câmbio
Em 05/08/2020
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Compra
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Venda
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Dólar
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5,292
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5,293
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Euro
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6,295
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6,298
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Fonte: BACEN
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Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
Para acessar o documento, clique AQUI
GOVERNO FEDERAL
Portaria nº 18.560, de 4 de agosto de 2020, do Ministério da Economia. Altera a Portaria SEPRT nº 10.486, de 22 de abril de 2020, para dispor sobre os procedimentos operacionais relativos ao cumprimento de exigências e à interposição de recursos administrativos em face de decisões relativas ao Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda - BEm, de que trata a Lei nº 14.020, de 6 de julho de 2020.
GOVERNO ESTADUAL
Diário Oficial do Paraná dos dias 04 e 05 de agosto não disponibilizados no Portal Oficial de Imprensa do Estado até às 9h.
GOVERNO MUNICIPAL
Decreto nº 28.373, de Foz do Iguaçu. Inclui dispositivo ao Decreto no 28.337, de 22 de julho de 2020, que estabelece os protocolos de segurança sanitária para a retomada das atividades turísticas no Município de Foz do Iguaçu no enfrentamento da emergência em saúde pública de importância internacional decorrente da Pandemia do Novo Coronavírus – COVID-19, e dá outras providências.
Decreto nº 28.379, de Foz do Iguaçu. Altera a Decreto no 28.303, de 13 de julho de 2020, que Dispõe sobre a retomada das atividades comerciais, estabelece novos horários de funcionamento e consolida as medidas já estabelecidas no Município de Foz do Iguaçu de controle e prevenção para o enfrentamento da emergência em saúde pública de importância internacional decorrente da Pandemia do Novo Coronavírus – COVID-19.
Decreto nº 28.380, de Foz do Iguaçu. Revoga os Decretos nos 28.357 e 28.358, ambos de 27 de julho de 2020, que Estabeleceram Estado de Alerta Laranja no Bairro Cidade Nova; e Estado de Alerta Vermelho no Bairro Morumbi, como medida de controle e prevenção para o enfrentamento da emergência em saúde pública de importância internacional decorrente da Pandemia do Novo Coronavírus – COVID-19.
Decreto nº 1.057, de Maringá. Dispõe sobre medidas adicionais adotadas para fins de enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (covid-19).
Decreto nº 085, de Almirante Tamandaré. Dispõe sobre novas medidas de enfrentamento da emergência em saúde pública, em decorrência da Infecção Humana pela COVID-19, conforme deliberações do Fórum Metropolitano de Combate a COVID-19.
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| Sistema Fiep | | | | Em reunião do Comin nesta terça-feira (4), Sandro Mabel destacou pedido para que a Agência Nacional de Mineração aumente a quantidade de áreas que serão disponibilizadas para fins de pesquisa de minerais
Ampliação das áreas para pesquisas visa estimular a atração de investimentos e empregos
O Conselho Temático de Mineração (Comin) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou contribuições à Agência Nacional de Mineração (ANM), que abriu consulta pública sobre o Edital de Disponibilidade de Áreas. O certame pretende ofertar, inicialmente, 500 áreas para fins de pesquisa de minerais usados preferencialmente para infraestrutura e construção civil, o que inclui areia, brita, argila, cascalho, gesso, entre outros.
Durante reunião do Comin, realizada nesta terça-feira (4), os conselheiros debateram propostas para o setor e ouviram do presidente do Conselho, Sandro Mabel, e do vice-presidente, Luís Azevedo, o teor das propostas encaminhadas à ANM. Um dos pleitos apresentados pelo Comin é pela ampliação da quantidade de áreas colocadas em disponibilidade.
Na avaliação de Sandro Mabel, 500 é um número baixo se levada em conta a estimativa de haver mais de 50 mil áreas com potencial para serem pesquisadas e que poderiam resultar em investimento, criação de empregos e geração de renda.
“Ampliar as áreas em disponibilidade é uma medida necessária para estimular a atração de investimentos nacionais e internacionais no setor, ampliando o conhecimento do solo, proporcionando a descoberta de novas jazidas e fortalecendo o setor mineral nacional”, afirmou o presidente do Comin.
“A mineração é uma atividade geradora de desenvolvimento. Precisamos transformar o potencial mineral nacional em atividade produtiva, gerando emprego e renda para a população”, acrescentou Sandro Mabel, que também preside a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG).
O presidente do Comin, juntamente com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), se reuniu no fim de julho com a Diretoria Colegiada da ANM. Segundo Sandro Mabel, os diretores se mostraram sensíveis à proposta de aumentar a quantidade de áreas colocadas em disponibilidade para pesquisa mineral e adiantaram que devem lançar outros editais ainda em 2020.
“A reunião foi excelente. A diretoria da ANM se mostrou sensível ao problema e se comprometeu a atuar para ampliar a quantidade de áreas em disponibilidade”, disse Mabel.
Durante a reunião do Comin, os conselheiros debateram propostas para colocar em evidência os benefícios da mineração para a sociedade, eliminar entraves do setor e possibilitar o seu desenvolvimento. No encontro, foram apresentadas, ainda, as propostas de reforma tributária em tramitação no Poder Legislativo e seus impactos para o setor produtivo.
| CNI | | | | Em artigo publicado no jornal Correio Braziliense, Robson Braga de Andrade avalia que a reforma tributária viabilizará expressiva melhora no ambiente de negócios, com simplificação na cobrança dos impostos, fim da cumulatividade e desoneração das exportações
Congresso Nacional terá papel fundamental para que o Brasil consiga enfrentar a profunda recessão provocada pela pandemia da Covid-19 e retomar, de forma sustentável, o crescimento da economia. É na Casa do Povo, principal sede do debate amplo e democrático, que estão em análise projetos e iniciativas essenciais para a superação da crise devastadora do ponto de vista sanitário e econômico.
Os líderes partidários estão conscientes da importância do Congresso, que é ainda maior no atual contexto. Apesar das restrições provocadas pelo isolamento social, deputados e senadores têm debatido e votado, mesmo que em sessões virtuais, temas da mais alta relevância para a sobrevivência das empresas e a manutenção dos empregos.
Foi assim, por exemplo, com o auxílio de R$ 600 para os trabalhadores informais e desempregados, com o programa que possibilita a redução proporcional da jornada de trabalho e dos salários, e outras medidas emergenciais. A aprovação do novo marco legal do saneamento básico, por sua vez, significou importante avanço ao possibilitar a participação de empresas privadas, nacionais e estrangeiras, nessa área essencial para a melhora da qualidade de vida dos brasileiros.
No conjunto, algumas propostas que tramitam no Congresso Nacional representam verdadeira agenda para o desenvolvimento econômico e social. A reforma tributária, por exemplo, já em estágio avançado de discussão, viabilizará expressiva melhora no ambiente de negócios no país, com simplificação na cobrança dos impostos, fim da cumulatividade e desoneração das exportações. A redução dos custos tributários para as empresas possibilitará a atração de investimentos e, consequentemente, a geração de mais empregos.
Ao longo dos últimos meses, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as federações estaduais e as associações setoriais apresentaram 69 propostas ao Congresso Nacional e ao governo federal para reduzir os danos econômicos da pandemia e viabilizar uma retomada consistente das atividades industriais. Dessas, 41 foram adotadas integralmente e nove parcialmente. É preciso que o governo e o Congresso avancem, de forma mais rápida, em outros pontos essenciais para que as empresas consigam atravessar as turbulências atuais.
No setor tributário, além de uma reforma mais ampla, medidas pontuais são urgentes. Uma delas é o pagamento imediato dos créditos de tributos federais já homologados pela Receita Federal. Outra é reduzir, de 360 dias para 90, o prazo de análise dos pedidos de ressarcimento e compensação de créditos tributários de modo geral.
Na área do crédito, as medidas adotadas até agora ainda não surtiram efeito para imensa parcela das empresas, especialmente as de pequeno porte. É preciso ampliar os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) diretamente às empresas, facilitar as operações de crédito a quem está em recuperação judicial, estimular o uso das linhas especiais com recursos dos fundos constitucionais de financiamento e reforçar as linhas de capital de giro, entre outras iniciativas.
Existem, ainda, providências a serem tomadas em áreas como comércio exterior, regulação e infraestrutura. É importante que o Congresso entre mais fortemente no debate sobre as concessões de serviços públicos e privatizações de estatais como a Eletrobras, que precisa ter a capacidade de investir com mais agilidade. Concessões e privatizações são indispensáveis para aumentar a participação privada nesses setores e a competitividade da economia brasileira.
Embora menos abrangentes, outras reformas são igualmente decisivas para destravar o crescimento econômico. Entre elas, está a nova lei do gás natural, que aumenta a competição e diminui os preços desse insumo industrial, cujas cotações chegam até mesmo ao triplo das vistas em países concorrentes. Não se pode deixar de citar, também, a nova lei de licenciamento ambiental, que pretende dar mais segurança jurídica e celeridade na autorização dos empreendimentos.
A aprovação desses e de outros projetos vai ajudar o Brasil a atrair investimentos externos, sem os quais será difícil recuperar a economia e acelerar o ritmo de crescimento. Diversos fundos estrangeiros só esperam a melhora do ambiente de negócios, com mais segurança jurídica, para voltar a investir no país. Temos certeza de que o Congresso Nacional, que desempenhou papel decisivo na superação de crises anteriores, continuará dando valiosa contribuição para que o país volte, o mais breve possível, à trilha do desenvolvimento econômico e social.
Robson Braga de Andrade - presidente da CNI
| CNI | | | | Os Indicadores Industriais mostram aumento em todos os cinco fatores que compõem o índice em relação a maio. No entanto, ainda não suficiente para cobrir as baixas de abril e primeiro semestre foi negativo
Os Indicadores Industriais de junho, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram aumento de 9,3% no faturamento real, 8,8% na massa salarial, 8,1% no rendimento médido real do trabalhador, 6,8% nas horas trabalhadas na produção e de 0,2% no emprego. O crescimento do emprego, ainda que pequeno, interrompe uma sequência de quatro quedas. Todos os dados são de junho deste ano em relação ao mês anterior.
No entanto, primeiro semestre ficou negativo, pois atividade industrial ainda não se recuperou o tombo de abril, no auge do isolamento social, devido ao Covid-19, quando a demanda desapareceu. Entre janeiro a junho, o faturamento real encolheu 7,1% na comparação com o primeiro semestre de 2019, e a renda média caiu 3,5%. As horas trabalhadas foram 9,1% menor. E o emprego caiu 2,4%.
De acordo com o o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, indicadores industriais mostram, mensalmente, a evolução de curto prazo da atividade industrial, mais especificamente da indústria de transformação. Os estados pesquisados respondem por mais de 90% do produto industrial brasileiro.
“A retomada da atividade em maio e junho foram significativas. Mas ainda não temos todos os elementos para afirmar que a indústria seguirá nesse ritmo nos próximos meses. Ainda temos que esperar o resultado de julho para falarmos em tendência. Os dados são positivos para o curto prazo”, o gerente de Análise Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo.
A pesquisa mostra ainda aumento da capacidade instalada, que está em 72%.
| CNI | | | | De acordo com os Indicadores Industriais divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, 5, o faturamento das fábricas brasileiras cresceu pelo segundo mês em junho, registrando alta de 9,3% ante maio, já considerando os efeitos sazonais entre os dois meses. Na comparação com junho do ano passado, porém, houve recuo de 2,6%.
A melhoria nos últimos dois meses não foi suficiente para reverter os recuos nos meses anteriores e, no ano, o faturamento acumula queda de 7,1% em relação ao mesmo, período de 2019.
Já o emprego na indústria cresceu 0,2% em junho ante maio, depois de quatro meses de recuo. Continua caindo 4,4%, porém, na comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a junho, o emprego no setor encolheu 2,4%.
A recuperação no faturamento teve reflexo nas horas trabalhadas nas fábricas, que cresceram 6,8% em relação a maio, considerando o ajuste sazonal.
Com isso, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) na indústria chegou a 71,8% em junho, alta de 0,9 pontos porcentuais em relação ao mês anterior.
Já a massa salarial real na indústria aumentou 8,8% em relação a maio, mas recuou 8,7% na comparação com junho de 2019. O rendimento médio real no setor teve alta de 8,1% no mês, mas queda de 4,5% no comparativo anual.
"Essas altas de junho podem ser explicadas pelo fim de acordos de suspensão do contrato de trabalho e/ou redução de jornada e de salário", disse a CNI.
| Jornal O Estado de Minas | | | | De acordo com os Indicadores Industriais divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, 5, o faturamento das fábricas brasileiras cresceu pelo segundo mês em junho, registrando alta de 9,3% ante maio, já considerando os efeitos sazonais entre os dois meses. Na comparação com junho do ano passado, porém, houve recuo de 2,6%.
A melhoria nos últimos dois meses não foi suficiente para reverter os recuos nos meses anteriores e, no ano, o faturamento acumula queda de 7,1% em relação ao mesmo, período de 2019.
Já o emprego na indústria cresceu 0,2% em junho ante maio, depois de quatro meses de recuo. Continua caindo 4,4%, porém, na comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a junho, o emprego no setor encolheu 2,4%.
A recuperação no faturamento teve reflexo nas horas trabalhadas nas fábricas, que cresceram 6,8% em relação a maio, considerando o ajuste sazonal.
Com isso, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) na indústria chegou a 71,8% em junho, alta de 0,9 pontos porcentuais em relação ao mês anterior.
Já a massa salarial real na indústria aumentou 8,8% em relação a maio, mas recuou 8,7% na comparação com junho de 2019. O rendimento médio real no setor teve alta de 8,1% no mês, mas queda de 4,5% no comparativo anual.
"Essas altas de junho podem ser explicadas pelo fim de acordos de suspensão do contrato de trabalho e/ou redução de jornada e de salário", disse a CNI.
| Jornal O Estado de Minas | | | | A pandemia de Covid-19 continuou a pesar sobre o setor de serviços em julho e manteve a atividade em contração, com fortes quedas de novos trabalho e do emprego, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira.
Ainda assim, o PMI do setor de serviços mostrou melhora no mês e reduziu o ritmo de contração a 42,5, de uma leitura de 35,9 em junho, o que leva o índice ao maior patamar em cinco meses.
Mas a atividade seguiu em queda, já que o índice permaneceu abaixo de 50, que separa crescimento de retração.
O resultado de serviços mostra contraste em relação ao desempenho da indústria, que registrou expansão recorde em julho, com melhora da demanda. Diante disso, o PMI Composto do Brasil permaneceu em território de contração em julho ao mostrar leitura de 47,3, mas acima da marca de 40,5 de junho e no melhor desempenho para o setor privado desde fevereiro.
“Mais um mês de atividade decepcionante no setor dos serviços, especialmente se comparado com o desempenho recorde para a pesquisa observado no setor industrial”, destacou o diretor de Economia do IHS Markit, Paul Smith. “O distanciamento social e a hesitação generalizada da população em se comprometer com despesas estão pesando fortemente sobre o desempenho do setor de serviços no início do terceiro trimestre.”
Algumas empresas fornecedoras de serviços relataram que permaneceram fechadas em julho, com a demanda ainda prejudicada pelo coronavírus. Os clientes teriam se mostrado ainda hesitantes em se comprometer com novos contratos devido à incerteza generalizada e aos desafios de condução dos negócios.
Assim, o volume de novos trabalhos diminuiu pelo quinto mês consecutivo, embora tenha atingido o seu ponto mais fraco nessa sequência. Fatores semelhantes, segundo o IHS Markit, tiveram impacto no comércio para exportação, que caiu pelo sétimo mês consecutivo e mais do que em junho.
A falta de pressão sobre a capacidade somada à tendência negativa no volume de novos trabalhos levou as empresas, segundo a pesquisa, a reduzir ainda mais o número de funcionários em julho.
Por trás disso estão ainda questões de custos, uma vez que os preços de insumos continuaram a aumentar e em um grau muito maior do que a taxa de junho, quando o ritmo de elevação foi o menor já registrado pela pesquisa.
“As despesas estão aumentando acentuadamente e, com as empresas tendo que dar descontos para apoiar as vendas, a lucratividade está sendo pressionada”, completou Smith.
A inflação foi impulsionada pelos combustíveis e pelas taxas de câmbio desfavoráveis. Equipamento de proteção individual (EPIs), como luvas e desinfetantes, foram também citados como fator inflacionário.
Entretanto, isso não foi repassado aos clientes e os preços cobrados foram reduzidos pela quarta vez seguida, com os entrevistados citando clima difícil de negócios e necessidade de apoiar as vendas.
Ainda assim, as expectativas positivas continuaram a se fortalecer em julho, atingindo o seu ponto mais alto em cinco meses. As empresas indicaram que esperam aumento acentuado dos volumes de novos negócios diante da retomada da atividade do mercado, mas somente quando a pandemia de Covid-19 estiver sob controle.
| Reuters | | | | Programa em parceria com a CISCO oferece capacitação e selecionará jovens para segunda etapa de qualificação. Melhores candidatos poderão ser selecionados por empresas parceiras da multinacional
O curso é uma forma de qualificar jovens profissionais para poderem evitar ciberataques
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a multinacional Cisco Brasil firmaram uma parceria voltada à capacitação de profissionais para trabalhar com segurança cibernética. O Programa CiberEducação Cisco do Brasil tem o objetivo de ampliar a oferta de jovens profissionais com esse tipo de qualificação para a indústria brasileira, uma vez que houve um aumento nos ciberataques durante o período de pandemia.
Após primeira etapa introdutória, 2 mil alunos seguirão para um processo de avaliação profissional, divididos em duas ondas que ocorrerão em 2020 e 2021. Os melhores alunos serão selecionadas para vagas em empresas parceiras da Cisco ou outras organizações interessadas em absorver estes profissionais.
“Em nossas permanentes conversas com o mercado, com os 28 setores industriais, a gente percebe o quão importante é a preparação de profissionais para trabalhar nesse tipo de função”, explica o diretor de operações do SENAI, Gustavo Leal, destacando que a Segurança de Dados se tornou prioridade para as indústrias.
“O Programa CiberEducação Cisco Brasil dará oportunidade para milhares de jovens interessados em ingressar em um segmento em constante crescimento, que é o de cibersegurança, e a parceria com instituições como o SENAI Nacional é fundamental para criarmos um legado educacional na área de TI no Brasil, aumentando a empregabilidade e a inclusão dos estudantes”, afirma Gabriel Bello Barros, líder do Cisco Networking Academy no Brasil.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), entre 2020 e 2024, deverão ser geradas mais de 350 mil novas vagas na área de Tecnologia da Informação (TI), sendo mais de 37 mil delas em Segurança da Informação.
O SENAI já detectou um aumento na preocupação do setor produtivo com relação aos prejuízos que podem surgir por causa da vulnerabilidade de dados. “Ataques a sistema de dados podem causar a interrupção de processos e queda na produtividade. Sem contar com a exposição do nome da empresa, colocando em risco sua credibilidade”, explica Rafael Lucchesi, diretor do SENAI.
Inscrições estão abertas até 28 de agosto no Mundo SENAI
O público-alvo do programa são pessoas que já possuem alguma formação em TI, ou que estejam fazendo o curso técnico ou superior. A partir de 1º de agosto, os interessados poderão se inscrever no site Mundo SENAI para a primeira etapa de capacitação, chamada Learn-a-Thon.
Serão dois cursos autoinstrucionais: Introdução à Cibersegurança (inscrição aqui), de 15h de duração, e Fundamentos em Cibersegurança (inscrição aqui), de 30h. Em conjunto com outras instituições associadas ao programa da Cisco, a expectativa dos organizadores é de que mais de 15 mil alunos se inscrevam para esta fase, nas duas ondas do programa.
Melhores alunos concorrerão a vagas de estágio e de emprego
Depois dessa etapa totalmente autoinstrucional – sem a ajuda de um tutor –, 1 mil alunos (por onda) de todo o Brasil serão selecionados para a segunda fase que formará a nova geração de jovens profissionais em cibersegurança. Os alunos selecionados realizarão dois cursos de educação profissional gratuitos mediados pela plataforma (https://www.netacad.com/pt-br) com instrutores SENAI credenciados na Cisco Networking Academy.
No final do processo, os melhores alunos concorrerão a vagas de estágio ou emprego em empresas do ecossistema formado pela Cisco e parceiros. A expectativa é de que no ano que vem seja realizado a segunda onda de capacitação com novas possibilidades de emprego.
| CNI | | | | A Sanepar divulgou nesta terça-feira (04) a tabela de rodízio de abastecimento para Curitiba e Região Metropolitana até o dia 07 de agosto. O agravamento da estiagem e as chuvas abaixo da média têm levado a Sanepar a manter o rodízio no sistema de abastecimento da Região Metropolitana de Curitiba.
Veja aqui a tabela de rodízio
A Sanepar alerta para que a água seja utilizada com prioridade para alimentação e higiene pessoal. Atividades como limpeza de calçadas, quintais, rega de jardins e lavagem de carros devem ser adiadas.
Segundo a Sanepar, atualmente as barragens do Sistema de Abastecimento Integrado da RMC estão com os seguinte níveis:
Iraí: 11,72%
Passaúna: 34,17%
Piraquara I: 17,21%
Barragem Piraquara II: 93,06%
Média: 31,09%
| Bem Paraná | | | | O Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) recebeu nesta terça-feira (4) quase 100 mil ampolas de relaxantes neuromusculares utilizados no processo de intubação de pacientes internados com Covid-19. Os medicamentos foram enviados pelo Ministério da Saúde, num investimento de aproximadamente R$ 1 milhão, e fazem parte da parceria firmada entre Governo Federal e Governo Estadual há aproximadamente duas semanas, quando o ministro-interino da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve no Paraná.
Mesmo o lote adicional de medicamentos, a Secretaria da Saúde continua monitorando a situação dos insumos, que diante do aumento de casos de internamento em UTI, precisam estar à disposição de pacientes da Covid-19.
“Este quantitativo de medicamentos vai auxiliar os 54 hospitais do plano de atendimento exclusivo à Covid-19, no processo de intubação e manutenção de pacientes. Mas continuamos vigilantes neste assunto, fazendo o uso racional e necessário do insumo”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
AÇÕES – O Paraná também fez uma compra em caráter emergencial de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Parte do lote já está no Cemepar e o restante deve chegar nos próximos dias. Além disso, a Secretaria buscou mais um quantitativo de medicamentos no Rio de Janeiro na semana passada, em uma ação articulada em parceria com o Ministério da Saúde.
“O Governo Federal se comprometeu ainda com o envio de novos insumos nos próximos dias, e graças a essa força-tarefa do Governo do Estado e Ministério da Saúde, poderemos garantir medicamentos para ao menos duas semanas, nos hospitais que fazem parte do plano”, disse o assessor especial do gabinete da Secretaria, César Neves.
MONITORAMENTO – Neste momento de pandemia, o Estado tem monitorado o estoque dos hospitais e contingenciado os medicamentos para que nenhum paciente fique desassistido. Até este momento, não houve falta de medicamentos no Paraná.
“Possuímos um painel de monitoramento destas unidades para definir semanalmente a quantidade de medicamentos a ser enviada a estas unidades, contingenciando os estoques e garantindo que todos possam ser atendidos de maneira justa”, explicou o assessor.
| Bem Paraná | | | | A alta de 8,9% na indústria em junho ante maio foi disseminada, alcançando 24 das 26 atividades pesquisadas, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A influência positiva mais relevante sobre a média global foi do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 70,0%, impulsionado pelo retorno à produção de unidades paralisadas por causa da pandemia da covid-19.
"A produção tinha sido quase toda paralisada, especialmente em abril", ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
A fabricação de veículos acumulou uma alta de 495,2% em dois meses consecutivos de crescimentos, mas ainda opera 53,7% abaixo do patamar de fevereiro, período pré-pandemia.
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria em junho ante maio foram de bebidas (19,3%), indústrias extrativas (5,5%), produtos de borracha e de material plástico (17,3%), outros equipamentos de transporte (141,9%), produtos de minerais não-metálicos (16,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (24,4%), outros produtos químicos (7,1%), máquinas e equipamentos (10,6%), produtos de metal (13,1%), produtos têxteis (34,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (15,1%), impressão e reprodução de gravações (63,4%) e móveis (28,5%).
Na direção oposta, os dois resultados negativos ocorreram em produtos alimentícios (-1,8%) e coque e produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%).
Comparação com junho de 2019
A queda de 9,0% na produção industrial em junho de 2020 ante junho de 2019 foi decorrente de resultados negativos em 21 dos 26 ramos, segundo o IBGE.
O efeito-calendário foi positivo - o mês de junho de 2020 teve 21 dias, ante 19 dias úteis em junho de 2019 -, mas o ritmo da produção industrial permanece menos intenso, ainda influenciado pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus.
"Junho de 2020 teve dois dias úteis a mais que junho de 2019, o que de alguma forma pode ter também contribuído para essa taxa negativa ter sido menos intensa, para além dessa volta gradual à operação", observou André Macedo.
A queda na indústria em junho foi a oitava taxa negativa consecutiva, mas os resultados de maio (-21,8%) e abril (-27,5%) tinham superado os dois dígitos em decorrência da pandemia.
Em junho de 2020 ante junho de 2019, o setor de veículos automotores encolheu 51,6%, maior influência negativa na média global da indústria, pressionada pela menor fabricação de automóveis, caminhões, autopeças, caminhão-trator para reboques e semirreboques e veículos para o transporte de mercadorias.
Também houve contribuições negativas relevantes dos ramos de metalurgia (-25,3%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-46,8%), máquinas e equipamentos (-19,7%), couro, artigos para viagem e calçados (-44,7%), produtos têxteis (-23,7%), produtos de borracha e de material plástico (-9,7%), outros produtos químicos (-5,7%), produtos diversos (-28,7%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-17,7%), produtos de minerais não-metálicos (-6,3%), produtos de metal (-5,3%), outros equipamentos de transporte (-16,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,0%) e de indústrias extrativas (-1,0%).
Entre as cinco atividades em alta, a de maior contribuição positiva foi a de produtos alimentícios (8,0%). Produtos farmoquímicos e farmacêuticos cresceram 13,1%; bebidas, 7,8%; e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal, 12,1%.
O índice de difusão, que mostra o porcentual de produtos com avanços na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, subiu de 16,8% em maio para 36,1% em junho. Apesar da melhora, o indicador ainda ficou abaixo dos 50% em todas as categorias de uso, lembrou Macedo.
| Bem Paraná | | | |
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários não entraram em acordo durante a reunião realizada nesta terça-feira, por videoconferência, para tratar das condições de trabalho remoto, ou home office.
A categoria quer que a responsabilidade do fornecimento e a manutenção dos equipamentos necessários para a realização do teletrabalho conste em um aditivo do contrato. Segundo o Comando Nacional dos Bancários, as reivindicações vieram de uma pesquisa com 11 mil trabalhadores em todo o país.
"Para diminuir custos, os bancos querem manter os trabalhadores em home office, e reivindicamos o fornecimento de equipamentos adequados para que o trabalhador possa executar suas tarefas; o pagamento pelo banco dos gastos, como energia elétrica e internet por exemplo; condições de saúde e segurança, com respeito às Normas Regulamentadoras; o controle da jornada; e garantia de todos os direitos previstos na CCT", diz a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva.
De acordo com a pesquisa nacional, a maioria dos profissionais não têm equipamentos adequados e trabalham de forma improvisada: no quarto, na sala ou na cozinha. O levantamento também mostrou que 78% dos bancários tiveram aumento de gastos com conta de luz, 72% com contas do supermercado, além de aumentos significativos nas contas de água, gás e internet. Outro problema é a dificuldade, principalmente para as mulheres, para conciliar o trabalho em casa com afazeres domésticos e a relação com familiares.
A respeito da vontade de manter o home office ou voltar ao trabalho presencial após a pandemia, 42% disseram que gostariam de um regime misto - alguns dias em casa e outros no banco.
A categoria elencou nove principais reivindicações para o home office: fornecimento de equipamentos, incluindo mobiliário ergonômico e iluminação adequada; pagamento dos custos relacionados, como energia elétrica e internet; preparação de chefes e subordinados para o respeito aos períodos de repouso garantidos por lei; telefone de contato para emergências; reuniões marcadas com antecedência de pelo menos 24 horas; controle da jornada; acesso do sindicato aos trabalhadores; as metas do home office não podem ser superiores às do trabalho presencial, e as cobranças não podem ser feitas pelo WhatsApp ou outro aplicativo; instalação de um grupo de acompanhamento do home office, formado por representantes dos trabalhadores e do banco.
A próxima reunião dos bancários com os patrões acontece na quinta, dia 6, com o tema emprego. Os trabalhadores aguardam a assinatura de pré-acordo garantindo a ultratividade, princípio que garante a manutenção das cláusulas da CCT até a assinatura da nova convenção.
De acordo com o Comando Nacional dos Bancários, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2019, foram reduzidos 70 mil postos de trabalho no país. Entre o primeiro trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020, os cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander) fecharam 11,5 mil postos no Brasil.
| Bem Paraná | | | | Com as operações prejudicadas pela crise do novo coronavírus, a Latam vai demitir 2,7 mil pilotos, copilotos e comandantes nos próximos dias. A covid-19 dificultou até os processos de desligamento, que serão feitos de forma online pela aérea, afirmou o diretor de recursos humanos da Latam Brasil, Jefferson Cestari, em entrevista ao Estadão/Broadcast. "Todo o processo vai ser feito remotamente por causa das limitações", disse.
A empresa está em uma situação fragilizada e luta para seguir em operação. No início de julho, a Latam Brasil passou a fazer parte do processo de recuperação judicial do Grupo Latam nos Estados Unidos.
A empresa travou disputa com os aeronautas para tentar reduzir de forma permanente a remuneração da categoria, enquanto Gol e Azul cortaram de forma temporária. A Latam alega que paga uma remuneração maior do que seus concorrentes no Brasil e que o pleito, anterior à pandemia, ganhou prioridade agora. Os profissionais, entretanto, não aceitaram. A última rodada de conversas foi encerrada no dia 31. Depois disso, a Latam confirmou que vai demitir no mínimo 2,7 mil, ou 38% da equipe, de 7 mil pessoas.
A empresa iniciou então a adesão a um processo de demissão voluntária, que terminou ontem. Os desligamentos ocorrerão entre sexta-feira e o dia 14.
Antes, a Latam já havia concluído a negociação com cerca de 10 sindicatos que representam os aeroviários (profissionais em solo). Com o ajuste, a empresa saiu de 15 mil funcionários na categoria para algo perto de 12,5 mil. As rivais também fizeram cortes semelhantes.
Depois de concluir os cortes, a Latam Brasil conseguiu organizar uma economia na sua folha de pagamentos na ordem de 30%, afirmou Cestari. "Essa redução de pessoas já leva em consideração toda a retomada que a gente tem pela frente. A operação não vai ser impactada pela saída", disse o executivo.
A aérea foi a mais prejudicada entre as companhias no Brasil, sobretudo por causa da maior exposição ao mercado internacional. A Latam, que chegou a ter 750 voos por dia no Brasil, chegou a apenas 30 decolagens diárias no ápice da crise, em abril.
A turbulência não veio apenas para ela. Em junho, a demanda por voos no mercado doméstico (medida em passageiros quilômetros pagos, RPK) teve queda de 85% na comparação com junho de 2019, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Do outro lado, a ajuda do governo via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda é uma incógnita Para a Latam, a dúvida é maior ainda, uma vez que sua permanência no pacote é incerta após o braço brasileiro ter entrado na recuperação judicial.
A Latam Brasil pretende aumentar as operações no mercado nacional para 244 voos por dia em setembro, ainda bem abaixo dos 750 voos diários operados em 2019, mas acima dos 110 vistos em julho.
| Bem Paraná | | | | Uma das principais iniciativas do governo Jair Bolsonaro para aliviar efeitos da crise na pandemia do novo coronavírus, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda pagou até 17 de julho um terço do total previsto para benefícios.
Dos R$ 51,6 bilhões reservados em orçamento, R$ 16,5 bilhões (32%) foram efetivamente desembolsados para complementar os ganhos de brasileiros que tiveram os contratos de trabalho suspensos ou os salários cortados, com correspondente redução de jornada.
Os dados constam de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), obtida pela Folha, que considera baixa a execução dos recursos, tendo em vista principalmente que o programa foi criado em abril para ter "vigência de três meses", mas não havia consumido o grosso de sua verba em meados do terceiro mês.
Relatório do tribunal sobre o desempenho da política pública, cujo julgamento está previsto para esta quarta-feira (5), aponta ainda possíveis fraudes, como o pagamento de benefícios a pessoas mortas antes mesmo do acordo de redução salarial ou de suspensão do contrato ser feito.
Também foram apurados casos de trabalhadores recebendo por múltiplos vínculos de emprego, até nove numa mesma empresa.
Os números da execução orçamentária indicam que a adesão do empresariado foi aquém do esperado pelo governo —embora a política tenha, segundo a corte de contas, contribuído para evitar que o desemprego aumentasse em velocidade maior.
Outros fatores podem ter afetado a performance do programa.
Passados quase três meses de sua criação, ainda não haviam sido implementados pelo Ministério da Economia os mecanismos de apresentação e de análise de recursos contra casos de negativa do benefício, concessão por tempo inferior ao devido ou pagamentos feitos a menor. Nem sequer as regras disciplinando os procedimentos estavam prontas.
"A Strab [Secretaria de Trabalho] e a Dataprev [empresa de tecnologia de informações] não conseguiram ainda implementar o módulo de recursos, provocando represamento dos casos de solicitações indeferidas, sem que os solicitantes possam fazer nada para reverter a situação", constatou o TCU.
O benefício emergencial pago por meio do programa é mensal e se destina a trabalhadores que formalizaram acordo com empregadores para suspensão do contrato de trabalho ou redução proporcional de jornada e de salário.
Até 17 de julho, 12,1 milhões de pactuações haviam sido feitas. Nesta terça-feira (4), o Ministério da Economia contabilizava 15,5 milhões e um desembolso de R$ 18,7 bilhões.
A medida provisória que instituiu a política pública, de abril, previa, no caso de interrupção do contrato, vigência máxima de dois meses; em situações de redução de carga horária e de vencimentos, até três meses. Decreto editado em julho, no entanto, estendeu as duas modalidades para até quatro meses.
Quem tem cargo ou emprego público é vetado no programa, assim como quem recebe alguns benefícios da Previdência. O TCU, no entanto, achou indícios desses e de outros tipos de fraude.
Cerca de 3,1 milhões de parcelas foram pagas a quem tem mais de um vínculo de emprego com a mesma empresa. Isso não é proibido, mas o tribunal detectou inúmeros casos de beneficiários com quatro vínculos ou até mais mais.
Houve caso de trabalhador com nove vínculos. Trata-se de uma forte evidência de desvio, dada a impossibilidade de cumprir a carga horária de tantas ocupações simultâneas.
O TCU também tentou descobrir se havia pessoas recebendo três ou mais benefícios, independentemente do empregador. Identificou 717.231 parcelas pagas nessa situação, totalizando R$ 622,3 milhões.
"É importante registrar que em algumas situações foram encontrados até 27 benefícios pagos para uma mesma pessoa."
Ao todo, foram apontados indícios de fraude de R$ 150 milhões.
Embora pontuais, outras ocorrências chamaram a atenção. Ao menos 179 parcelas, que somam R$ 128 mil, foram depositadas nas contas de pessoas que haviam morrido antes da data do acordo. Outras 1.094, de R$ 1 milhão, foram para a conta de quem faleceu após a pactuação.
Houve também situações de concessão do benefício a trabalhadores de empresas que, antes da data do acordo, constavam como baixadas ou suspensas nos registros da Receita Federal —ou seja, oficialmente sem funcionamento. Foram identificadas 7.918 parcelas pagas nessa situação (R$ 6,9 milhões).
O Ministério da Economia informou que o modelo de orçamento para o programa tem "uma lógica de capacidade máxima, de modo a assegurar que a totalidade do público-alvo possa usufruir integralmente de seus benefícios", sem que a disponibilidade de recursos fosse "uma restrição à preservação dos empregos e da renda dos trabalhadores".
"O modelo previu que poderiam ser firmados até 23 milhões de acordos, ao custo de R$ 51 bilhões. Os resultados atingidos mostram que as estimativas sobre os percentuais de distribuição entre os acordos de suspensão contratual e redução de jornada foram bem dimensionados", afirmou a pasta em nota.
Segundo a pasta, o programa termina em 31 de dezembro.
O ministério afirmou que a sistemática de recursos do programa (criado em abril) foi implantada em 23 de junho.
"Tanto o trabalhador quanto o empregador podem apresentar recursos, respectivamente pela Carteira Digital de Trabalho, ou pelo portal Empregador Web, que é a ferramenta de envio e tratamento dos acordos para as empresas", disse, em nota.
De acordo com a pasta, nos últimos 30 dias foram apresentados 230 mil recursos, o que representa apenas 1,5% do total de acordos.
Questionado sobre as fraudes, o ministério sustentou que os casos apontados pelo TCU são, "na verdade, a materialização de um esforço conjunto entre o ministério, o TCU e a CGU [Controladoria-Geral da União], que permitiu que diversas tentativas de fraude fossem descobertas e encaminhadas para as devidas providências legais e judiciais".
Detectada irregularidade, segundo o ministério, ocorre o bloqueio e a fiscalização do trabalho é acionada.
| Folha de S. Paulo | | | | O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que a busca pelo equilíbrio fiscal é essencial após o aumento do endividamento público por causa da pandemia, mas não deve ocorrer via a elevação de impostos. A atual reforma tributária em discussão, na sua visão, não é a mais "adequada" e "ideal" na medida em que eleva a carga para o sistema financeiro, o que deve aumentar o custo do dinheiro.
"O equilíbrio fiscal após a expansão de gastos necessária em função da crise é muito importante, mas não deve ser buscado em função da carga de impostos, que já é extremamente elevada", disse, em teleconferência com a imprensa ontem.
Para ele, o aumento de impostos atua no "sentido contrário da expansão da economia". É preciso buscar, conforme ele, a simplificação de impostos e aqueles que "atrapalham menos o funcionamento da economia".
"Esperamos uma reforma tributária racional e que simplifique impostos. A que estamos vendo, não avaliamos todos os pontos, tem aumento de carga no sistema financeiro, o que inexoravelmente provoca aumento do custo do dinheiro. Não me parece adequada, ideal", destacou o presidente do Itaú.
A primeira fase da reforma tributária proposta pelo governo federal prevê a Contribuição de Bens e Serviços (CBS), resultado da unificação do PIS e Cofins. No caso dos bancos, está prevista uma alíquota de 5,8%, acima do que os pagam hoje, de 4,65%.
Ele também não vê como positiva a criação de um imposto semelhante à CPMF. "A CPMF não me parece ser o imposto mais eficiente, além de prejudicar cadeias econômicas com muitos agentes", avaliou.
| Bem Paraná | | | | Pensa-se que as reformas do Estado e tributária são obstáculos a serem removidos
Quando dois ou três economistas sentam para dialogar, sempre se chega a quatro ou cinco opiniões diferentes.
Hoje a situação está tão complicada que lhes impõe um diagnóstico comum: o de que o Brasil necessita de duas reformas; 1º) a da "administração do Estado", para dar mais eficiência a seus "gastos correntes" que aumentam o bem-estar da sociedade e garantem um nível adequado de investimento em infraestrutura e 2º) a "tributária", para dar maior eficiência ao instrumento que o Estado usa para subtrair recursos do setor privado com o mínimo de distorção sobre o sistema de preços relativos para não destruir os "sinais" que o levam a alocar seus recursos com maior produtividade.
Infelizmente, entretanto, o "diagnóstico" comum que no fundo objetiva aumentar a produtividade do trabalho (a definição própria para desenvolvimento econômico) não leva a uma recomendação única de como obtê-la.
É preciso lembrar que o economista não tem o poder político para determinar os objetivos da sociedade. Não é ele quem pode dizer qual deve ser o nível das despesas governamentais ou se a prioridade deve ser a "saúde", a "educação" ou os "gastos militares". Nem lhe cabe propor diminuir as desigualdades de renda ou de riqueza. Por quê? Porque o seu poder político restringe-se ao seu voto no universo de todos os cidadãos que podem votar.
Ele tem que aceitar que seu importante papel é o de encontrar os meios mais econômicos para atingir os objetivos políticos expressos pela sociedade nas eleições.
Nas repúblicas democráticas pluripartidárias constrangidas por uma Constituição, eles podem ser engessados (como é o nosso caso) ou deixados para serem decididos pelos governos eleitos periodicamente, o que responde melhor à evolução demográfica e identitária que se processa naturalmente com as novas necessidades sociais e econômicas trazidas pelo "espírito do tempo".
Seu papel é mostrar, qualitativa e quantitativamente, as consequências --e às vezes as inconsequências-- das propostas do Legislativo e do Executivo, que frequentemente confundem os "meios" com os "fins" desejados (como agora na decisão sobre o Fundeb).
Parece que a sociedade introjetou que a reforma do Estado e a reforma tributária são obstáculos que precisam ser removidos para que voltemos a um crescimento mais robusto depois de 30 anos de regressão relativa em comparação com o mundo.
É hora de Legislativo e Executivo, apesar da pandemia, juntarem esforços para tocar as duas ao mesmo tempo. Está nas mãos do presidente Rodrigo Maia e do ministro Guedes abrir as portas de um melhor 2021 para o nosso Brasil.
Antonio Delfim Netto - Economista, ex-ministro da Fazenda (1967-1974). É autor de “O Problema do Café no Brasil”.
| Folha de S. Paulo | | | | Em entrevista à Revista Indústria Brasileira, o diretor geral da OMC, Roberto Azevêdo, analisa as ações possíveis para destravar o comércio
Em Genebra, na Suíça, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e diplomata brasileiro, Roberto Azevêdo, está à frente da maior entidade comercial do planeta formada por 162 países-membros. No enfrentamento da Covid-19, Azevêdo afirma que a organização está atuando, por exemplo, para evitar restrições às exportações de alimentos e de produtos médicos.
Nesta entrevista à Revista Indústria Brasileira, ele alerta sobre a recuperação econômica nos vários países, que vai depender da capacidade de cada um deles de controlar a pandemia e de medidas monetárias, fiscais e comerciais eficazes. Confira a entrevista completa a seguir:
REVISTA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Quais as principais medidas que a OMC está tomando para estimular o comércio internacional durante e depois da pandemia?
ROBERTO AZEVÊDO - Estamos trabalhando, em colaboração com outras organizações internacionais, para monitorar e avaliar a situação e informar melhor os tomadores de decisão. Buscamos estimular os países a evitar medidas comerciais contraproducentes, como restrições às exportações de alimentos e de produtos e equipamentos médicos. Para isso, participamos ativamente dos debates no G20.
Criamos uma força-tarefa especializada, envolvendo todas as áreas da OMC. Elaboramos uma série de estudos para informar os membros em suas decisões. Monitoramos as medidas adotadas e garantimos sua transparência. Criamos também um espaço na nossa página na internet com informações comerciais relevantes relacionadas à Covid-19. Estamos, ainda, em contato direto com o setor privado, buscando identificar gargalos e possíveis alternativas. Enfim, trabalho não falta.
REVISTA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Nesse contexto, quais são as tendências para os novos acordos comerciais em curto e médio prazo?
ROBERTO AZEVÊDO - Na OMC temos discussões sobre comércio eletrônico, facilitação de investimentos, regulação doméstica em serviços e participação das micro, pequenas e médias empresas no comércio internacional. Temos também as negociações em agricultura e subsídios da pesca. Todos esses debates se tornaram ainda mais críticos no contexto atual.
A economia digital, o comércio agrícola e de serviços, os investimentos e a integração dos atores menores na economia global terão papel central na recuperação econômica no curto e no médio prazo. A questão ambiental, presente nas negociações em pesca, também se destaca. Fora da OMC, nas negociações de acordos regionais e bilaterais, a inclusão de cláusulas sobre esses temas já vinha acontecendo. Não vejo motivo para que essa tendência se altere.
REVISTA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Ainda no cenário da Covid-19, como a OMC poderia colaborar para que novos acordos comerciais não desfavoreçam as indústrias dos países em desenvolvimento?
ROBERTO AZEVÊDO - No que diz respeito aos acordos que são feitos dentro da OMC, todos os interessados participam das negociações. Os países em desenvolvimento têm a chance de defender seus interesses ao longo dos debates. Quanto aos acordos que são negociados fora da OMC, também muito comuns, normalmente eles se valem do arcabouço geral das disciplinas multilaterais. Isso em si já é uma ajuda na questão de nivelar o campo de jogo.
REVISTA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Como o comércio internacional, nesse contexto, pode colaborar para impedir o aumento do desemprego e o crescimento da pobreza no mundo?
ROBERTO AZEVÊDO - Eu tenho insistido muito que a recuperação econômica nos vários países vai depender, principalmente, de duas coisas: da nossa capacidade de controlar e superar a pandemia e de medidas de estímulo que sejam eficazes, sobretudo nos planos monetário, fiscal e comercial. Essas três esferas precisam atuar na mesma direção.
O comércio global viabiliza o aumento de escala de produção e a diminuição nos custos do produto final. Com isso, você aumenta o poder de compra da população e o consumo, incentiva o investimento e gera empregos. Políticas comerciais acertadas são parte vital dessa equação.
REVISTA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Segundo a Confederação Nacional da Indústria, o acordo comercial em negociação entre o Mercosul e a Coreia do Sul prejudicaria 51 setores econômicos no Brasil e beneficiaria apenas 11. Qual seria o papel da OMC nesse acordo?
ROBERTO AZEVÊDO - Os acordos bilaterais e regionais são negociados fora da OMC, mas precisam ser compatíveis com as regras multilaterais. Esse equilíbrio de ganhos e perdas, avaliado pelos países que estão negociando, é um aspecto natural e comum nas negociações desse tipo de acordo.
Mas vale lembrar aqui que, uma vez que esses acordos são finalizados, eles passam pelo escrutínio do Comitê de Acordos Regionais ou do Comitê de Comércio e Desenvolvimento, na OMC, dependendo do tipo de notificação. Eles são detidamente examinados e todos os países-membros da organização têm o direito de fazer perguntas sobre o conteúdo do acordo.
| CNI | | | | O diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, diz que esse processo não será interrompido com pandemia, mas sim alterado, e o Brasil precisa se preparar
O Brasil precisa se preparar e aprofundar sua inserção a fim de conquistar mais desenvolvimento
O novo desenho do comércio internacional passa pela adaptação do processo de globalização, que não vai se perder mesmo com pressões para maior protecionismo geradas pela pandemia, e o Brasil precisa se preparar e aprofundar sua inserção a fim de conquistar mais desenvolvimento.
Esse foi um dos grandes temas do evento “Diálogo Empresarial: novos desafios e oportunidades no comércio internacional”, realizado nesta terça-feira (04), que contou com a presença do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo; do presidente do Conselho Superior da Câmara de Comércio Internacional no Brasil (ICC Brasil), Daniel Feffer; e do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
“A globalização não tem volta, mas ela pode ter uma cara nova “, afirmou Azevêdo.
Segundo ele, essas adaptações devem passar por um processo que chamou de “just in case”, ou seja, estar preparado para eventuais mudanças drásticas, eventos não controlados e que podem mudar as cadeias globais de valor. Assim, trabalhar para minimizar riscos de abastecimento tende a ganhar espaço dentro das empresas e com reflexos no comércio internacional.
O debate sobre a necessidade de autossuficiência das economias, que ganhou corpo com a pandemia, também teve espaço no debate e, na visão do diretor-geral da OMC, trata-se de uma preocupação válida neste momento. Mas não é sustentável a longo prazo pelos elevados custos e riscos. “Concentração da produção expõe o país a todos os riscos, concentrados em seu território”.
Cooperação é fundamental para superar crises globais
Dentro deste conceito, Feffer, da ICC Brasil, disse que a cooperação é fundamental para superar crises globais. “O comércio internacional é um fator-chave que gera maior prosperidade econômica e social aos países, maior competitividade para suas economias e mais empregos para seus cidadãos.”
Azevêdo também foi questionado sobre a importância do meio ambiente no desenvolvimento do comércio internacional. Para ele, essa é uma questão que veio “para ficar”, mas ressaltou que é preciso evitar que se torne motivo para se criar formas de protecionismos.
O presidente da CNI acrescentou que, com a crise atual gerada pela pandemia, os países tendem a ficar mais fechados e a proteger mais as suas empresas e empregos, o que traz a necessidade de um olhar mais atento para esse cenário.
"Isso tem impactado tanto as economias internas como o comércio internacional. O Brasil, como grande produtor de commodities, tem apresentado resultados nessa área", afirmou Robson Braga de Andrade.
Pequenas e médias empresas são agentes de recuperação econômica
Neste contexto, todos presentes no debate ressaltaram a importância das pequenas e médias empresas no Brasil como importantes agentes de recuperação econômica e a necessidade de ganharem mais espaço no comércio internacional. Para o diretor-geral da OMC, no entanto, é fundamental que elas sejam capacitadas para essa realidade, sobretudo no comércio on-line, e que haja menor burocracia.
Azevêdo também afirmou que a disputa "China x Estados Unidos" é um eixo geopolítico e econômico que continuará ditando a política internacional a longo prazo, e que não haverá uma reforma ampla e rápida na OMC, como é de desejo de alguns países.
Ele está deixando a liderança da OMC em breve, depois de ficar por sete anos como diretor-geral, e fez uma avaliação do principal aprendizado que teve neste período: “ter absoluta consciência de que cooperação internacional não funciona se você não estiver disposto a entender a diversidade”.
| CNI | | | | Para eles, desonerar a folha com nova CPMF beneficia pessoas de maior renda
Associações de auditores fiscais afirmam que é necessário mudar o foco das propostas de reforma tributária, deixando de lado a questão dos tributos sobre consumo e folha de pagamento e priorizando o aumento da arrecadação em cima da renda e patrimônio dos mais ricos.
Na avaliação dessas instituições, tanto o projeto do governo já apresentado de reforma do PIS/Cofins, como os estudos de substituição de parte da contribuição previdenciária por um tributo sobre transações, nos moldes da antiga CPMF, prejudicam as pessoas de menor renda.
Nesta semana, os auditores vão apresentar oito propostas que aumentam a arrecadação de União, estados e municípios em R$ 292 bilhões e incidem sobre as altas rendas, com foco em quem ganha mais de R$ 23 mil por mês ou tem patrimônio acima de R$ 10 milhões. Isso inclui uma revisão da tabela do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), a tributação de lucros e dividendos e um imposto sobre grandes fortunas.
“Em face desse contexto de pandemia, a agenda de reforma tributária tem de mudar para a questão da renda e do patrimônio. Temos uma visão crítica dessa simplificação, pois não reduz a carga tributária sobre o consumo e pode até aumentar, a julgar por essa proposta que o governo mandou, o que onera mais os pobres e a classe média”, afirma o presidente da Fenafisco (Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital), Charles Alcantara.
“É preciso ter recursos novos. Não ha saída da crise sem receitas novas. A nova tabela do IR desonera as rendas mais baixas, injeta recursos na base da sociedade. Empresas do Simples também estão sendo desoneradas”, afirma o auditor Dão Real Pereira dos Santos, um dos autores da proposta.
Os dois afirmam que a ideia do governo de desonerar a folha de pagamentos com uma contribuição sobre transações financeiras vai tirar recursos de áreas como Previdência e Saúde.
“Desonerar a folha é reduzir recursos para a seguridade social, que é a área mais afetada pela crise. Até propusemos desonerar a folha, mas não dessa forma”, afirma Dão, citando que a nova proposta teve como base a chamada Reforma Tributária Solidária, emenda apresentada à comissão do Congresso que trata do tema.
“O imposto sobre transações é um imposto fácil, simples, mas extremamente desigual, cumulativo, que afeta os mais pobres. As propostas que têm sido apresentadas não passam de tentativas de fugir do tema central, enfrentar a enorme concentração de renda e riqueza.”
O presidente da Fenafisco diz que a afirmação do governo de que é necessário desonerar a folha de pagamento para gerar emprego é uma falácia. “Isso ganhou status de verdade e ajuda a evitar o debate principal, que é a tributação progressiva no Brasil. A reforma trabalhista foi feita com base nessa mesma argumentação”, afirma.
Trabalho do Ipea (órgão do Ministério da Economia) concluiu, em 2018, que a programa de desoneração criado no governo Dilma Rousseff não gerou mais empregos. O texto foi assinado pelo atual secretário de Política Econômica do ministério, Adolfo Sachsida.
Há cerca de dois meses, o CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), que ajudou na elaboração da reforma tributária que tramita na Câmara, elaborou uma proposta de desoneração parcial da folha de pagamento, que reduz o custo de contratação em todas as faixas de salário, e coloca as contribuições praticamente no mesmo nível dos benefícios gerados. A perda de arrecadação seria compensada por mudanças no IRPF de forma a desonerar os mais pobres e tributar os mais ricos.
O CCiF é contra uma desoneração muito ampla da folha, o que poderia beneficiar as pessoas de maior renda, uma vez que elas não pagariam contribuição previdenciária suficiente para financiar o benefício do INSS que receberiam posteriormente.
NOVA ALÍQUOTAS DO IRPF
A proposta dos auditores elevaria a carga tributária de três a quatro pontos percentuais, para cerca de 36% do PIB (Produto Interno Bruto), e também ajudaria a compensar a queda na arrecadação esperada por conta da pandemia, além de tornar o sistema tributário nacional menos regressivo, segundo os autores.
Com a retomada do crescimento, a carga tributária poderá ser reequilibrada, reduzindo-se a tributação que incide sobre o consumo e sobre a folha nas faixas de menor renda, diz o trabalho.
A principal proposta é a revisão da tabela do IRPF, cuja alíquota máxima subiria de 27,5% para 45%. A nova tabela progressiva aumenta o limite de isenção para 34% dos contribuintes e amplia a alíquota para quem tem rendimentos líquidos mensais superiores a R$ 23.850, cerca de 1 milhão de pessoas ou 3,6% dos contribuintes.
Segundo os autores, nos EUA, a alíquota máxima atingiu 94% após a Segunda Guerra Mundial e estabilizou-se em torno de 90% até o início dos anos 1980, quando começou a ser reduzida (atualmente é de 37%).
Haveria contribuição adicional de 10% para salários a partir de R$ 60 mil para financiamento da seguridade social.
Outra proposta é um Imposto sobre Grandes Fortunas com alíquotas progressivas de 0,5% a 1,5% para a parcela do patrimônio acima de R$ 10 milhões, com arrecadação dividia entre estados e municípios, além de mudanças nas regras do imposto sobre doações e heranças.
Pelo lado das empresas, haveria aumento da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) temporário para bancos e empresas do setor mineral, por quatro anos, desoneração para as empresas do Simples e tributação da distribuição de lucros e dividendos pela nova tabela do IRPF.
No Brasil, segundo os autores, renda e patrimônio respondem por 23% da arrecadação, ante 40% na média dos países da OCDE (organização que reúne as economias mais desenvolvidas). Na tributação do consumo, que afeta proporcionalmente mais os mais pobres, os percentuais são de 50% no Brasil e 32% na média da OCDE.
Assinam a iniciativa a Fenafisco, Anfip (associação dos auditores da Receita Federal), Sindifisco Nacional e os movimentos Auditores Fiscais pela Democracia e Instituto Justiça Fiscal.
| Folha de S. Paulo | | | | Não é incomum ler economistas debatendo nos jornais sobre a importância da política setorial para o desenvolvimento econômico. O Estado deve priorizar uns setores, em detrimento de outros? A composição setorial (ou estrutura produtiva) importa? A indústria é mais relevante do que a agricultura no processo de desenvolvimento? Essa discussão teórica tem alguma utilidade, mas recebe um espaço desproporcional no debate econômico.
Um exemplo está no debate sobre a desindustrialização. Em 2019, a indústria de transformação teve sua menor participação no PIB (11%) desde 1995, quando se inicia a série de dados comparáveis. Alguns economistas se referem também a séries históricas não-comparáveis para afirmar que a participação da indústria de transformação no PIB está no menor nível desde 1947.
Quais as origens da desindustrialização brasileira? Quando dois economistas param para debater esse fenômeno, em geral caímos no velho tema da política setorial. Trata-se de um fruto da velha polarização entre liberais e desenvolvimentistas, ortodoxos e heterodoxos. Ao invés de prosseguir no debate das velhas divergências, o país ganha mais quando encontramos convergências. O momento exige novas pontes, ao invés de novos muros.
Segundo um estudo recente da Firjan com dados referentes a 2016, a carga tributária da indústria de transformação correspondeu a 44,8% do PIB associado a este setor. Aqui, vale a pena apertar a tecla SAP: indústria de transformação é aquela que, como indica o nome, transforma matéria-prima em bens intermediários ou finais. Já os serviços industriais de utilidade pública, como os de água e energia elétrica, tiveram carga tributária de 40,2%, segundo o mesmo estudo da Firjan.
Em contraste, o setor agropecuário e extrativo teve uma carga tributária de 6,7% do PIB setorial. Ou seja, a carga tributária da indústria de transformação corresponde a quase 8 vezes a carga do setor agropecuário e extrativo. Deste modo, a desindustrialização é praticamente uma política pública, dado o incentivo fornecido pelo sistema tributário.
Este fenômeno se reflete noutras pesquisas, como um recente levantamento da Fiesp, no qual 83% dos industriais ouvidos apontaram a tributação como maior entrave ao crescimento do setor. O segundo entrave mais citado é a burocracia, também relacionada ao manicômio tributário brasileiro.
Quando os economistas debatem políticas setoriais, a pergunta em geral é a seguinte: a composição setorial da economia deve ser determinada pelo Estado ou por mecanismos de mercado? A partir daí, vem um segundo ponto: o Estado deve praticar políticas que priorizem a indústria?
Esses debates são infrutíferos porque frequentemente tomam como ponto de partida uma economia teórica e abstrata. Em termos concretos, a composição setorial da economia brasileira não é determinada por mecanismos de mercado. A política tributária evidencia claramente que o setor agroextrativista é priorizado em detrimento da indústria.
Para que o mecanismo de mercado possa ditar a composição setorial do PIB brasileiro, é preciso que todos os setores sejam tratados da mesma forma. Deste modo, a produtividade de cada empresa e cada setor, assim como as preferências do consumidor brasileiro, guiariam a decisão dos investidores.
Sendo assim, uma agenda de isonomia tributária – tratar todos os setores com as mesmas regras – é capaz de atrair liberais e desenvolvimentistas, ortodoxos e heterodoxos. Se você acha que a indústria é mais importante do que a agricultura, a agenda de unificação das alíquotas é urgente. Se, por outro lado, você acredita que a composição setorial da economia deve ser determinada pelo mercado, a mesma agenda faz sentido.
Ao invés de perder tempo com pequenas divergências, o momento do país exige que os economistas foquem nesta importante convergência para gerarmos um sistema tributário mais justo e eficiente. No debate da reforma tributária, não faltarão lobistas dedicados a pensar em parcelas da sociedade, em detrimento do todo. Seria desastroso se aqueles que pensam no bem comum continuassem divididos por picuinhas que só beneficiam as forças do atraso.
Pedro Menezes - Editor e fundador do instituto Mercado Popular, Pedro Menezes é dedicado ao estudo de políticas públicas e escreve às terças-feiras na Gazeta do Povo.
| Gazeta do Povo | | | | A proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de usar parte da arrecadação da novo CPMF para cobrir a redução dos impostos que as empresas pagam sobre os salários dos funcionários coloca o impacto de quase uma nova reforma inteira da Previdência dentro da reforma tributária.
A recriação do imposto sobre movimentações financeiras pretende cobrir a redução de R$ 750 bilhões em contribuições dos empregadores ao INSS em dez anos. Aprovada no ano passado, a reforma das aposentadorias garantiu ao governo uma economia de R$ 800 bilhões no mesmo período.
Como mostrou o Estadão, a modelagem para a CPMF levada por Guedes ao presidente Jair Bolsonaro prevê a redução de 20% para 15% da alíquota das empresas para INSS com um custo de R$ 50 bilhões de perda de arrecadação federal. Além disso, a contribuição das empresas ao INSS do trabalhador que ganha até um salário mínimo (hoje, R$ 1.045) será isenta para o patrão, ao custo de R$ 25 bilhões por ano para os cofres da União.
Esses valores seriam repostos à Previdência com a arrecadação da nova CPMF. Com uma alíquota de 0,25% sobre qualquer movimentação financeira - na entrada e na saída dos recursos nas contas -, a equipe econômica espera arrecadar R$ 125 bilhões por ano com o novo imposto. Pelas contas da pasta, o montante seria suficiente para cobrir a desoneração da folha de salários e ainda conceder desonerações à indústria de eletrodomésticos e ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF), atualmente em R$ 1,9 mil.
Compensação
Economistas ouvidos pelo Estadão, no entanto, são contra o uso da nova CPMF para compensar a redução de contribuições para a Previdência. "Estão misturando alhos com bugalhos. Não se deve mexer no INSS na reforma tributária, principalmente porque não há segurança nenhuma do resultado dessa conta na arrecadação. A desoneração da folha não pode vir com esse risco embutido de faltar recursos para as aposentadorias, ainda mais depois da reforma aprovada em 2019", critica o especialista em finanças públicas Raul Velloso.
O diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto, aponta que a proposta de Guedes nem mesmo desonera por completo a folha de salários. "A tributação sobre a folha continuaria existindo e sendo elevada, mas ganharíamos de presente outro tributo. O risco que vejo é os imprevistos e emergências começarem a justificar aumentos sucessivos na nova CPMF. A tentação seria grande", afirma o economista.
O Ministério da Economia foi procurado para comentar o modelo de atrelar a arrecadação do novo tributo à Previdência, mas não quis se manifestar.
| Bem Paraná | | | | A equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro estuda diminuir a alíquota máxima do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), de 27,5% para algo entre 23% e 25%, segundo apurou o jornal Folha de S. Paulo.
Para compensar a diminuição e equilibrar a arrecadação, o governo acabaria com as deduções de despesas médicas, porque esse tipo de benefício abarca, apenas, os 20% mais ricos da população. Os estudos do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, incluem, também, a diminuição da primeira faixa do IRPF, de 7,5% para 6,9%.
O governo avalia, ainda, a possibilidade de tributar em 35% a renda dos que ganham acima de R$ 39 mil. As alterações devem constar em uma das próximas etapas da reforma tributária do governo, ainda não enviadas ao Congresso Nacional."
| Gazeta do Povo | | | | A Câmara dos Deputados não irá votar nesta terça-feira (4) a Medida Provisória 950, que instituiu a isenção temporária na conta de luz de famílias de baixa renda em razão da pandemia, além de abrir caminho para a operação de socorro as distribuidoras, conhecida como Conta-Covid. A MP vence nesta quarta-feira (5) e, para não caducar, teria de ser analisada no mesmo dia pela Câmara e Senado, o que é considerado muito difícil de ocorrer.
Como mostrou mais cedo o Broadcast Energia sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, integrantes dos ministérios da Economia e de Minas e Energia já apostam na caducidade da medida, já que o relatório do deputado Léo Moraes (RO), líder do Podemos, não foi bem recebido pelo governo. Técnicos entendem que o parecer trouxe custos excessivos ao setor, além de ter atropelado competências da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A avaliação é de que não haverá prejuízos para os empréstimos ao setor caso o texto prescreva, já que o assunto já está regulamentado por decreto e resolução da Aneel. Além disso, o período de isenção na conta de luz já se encerrou no fim de junho.
O relatório inicial de Moraes previa a extensão desse desconto por mais dois meses - julho e agosto; a vedação do corte no fornecimento de energia por inadimplência até o fim do ano para uma série de casos; e a suspensão da aplicação de aumentos tarifários decorrentes de reajustes e revisões, também até 31 de dezembro.
Numa busca por apoio, o deputado chegou a apresentar nesta terça-feira uma nova versão do relatório, que reduziu o alcance desses benefícios. Por exemplo, a isenção na tarifa para famílias de baixa renda iria até julho, e não mais agosto. No entanto, o plenário da Câmara aprovou um requerimento para retirar de pauta a MP 946, sobre os saques do FGTS - movimento que trava até amanhã a votação de qualquer medida provisória.
| Bem Paraná | | | | A taxa ficou acima do 0,33% de junho, diz FGV
O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação da cesta de consumo de famílias brasileiras com renda até 2,5 salários mínimos, registrou inflação de 0,50%. A taxa ficou acima do 0,33% de junho. Segundo os dados, divulgados hoje (5) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPC-C1 acumula taxa de inflação de 3,08% em 12 meses.
O IPC-C1 também ficou acima das taxas registradas pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que mede a variação da cesta de consumo para todas as faixas de renda, e que teve inflações de 0,49% em julho e de 2,40% em 12 meses.
De junho para julho, quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram alta em suas taxas de variação: habitação (de 0,07% em junho para 0,90% em julho), saúde e cuidados pessoais (de 0,11% para 0,54%), transportes (de 1,03% para 1,12%) e despesas diversas (de 0,10% para 0,25%).
Por outro lado, quatro grupos tiveram queda na taxa de junho para julho: alimentação (de 0,53% para 0,13%), comunicação (de 0,72% para 0,40%), educação, leitura e recreação (de -0,37% para -0,61%) e vestuário (de -0,10% para -0,25%).
O IPC-C1 é calculado com base em preços coletados em sete capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife e Salvador.
| Agência Brasil | | | | Retomada é puxada pela indústria e reduz risco de tarifaços até o fim do ano
Depois de despencar mais de 10%, o consumo de energia no Brasil começa a retomar a níveis anteriores à crise do coronavírus. A recuperação pode reduzir a necessidade de novos reajustes nas tarifas para compensar o efeito da queda nas vendas sobre a receita futura do setor.
A crise levou o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) a ter que desperdiçar energia das grandes hidrelétricas da região Norte, que atingiram a plena capacidade justamente em um momento de queda abrupta na demanda por eletricidade no país.
"Pela primeira vez, tivemos à disposição todo o potencial do Norte. Concluímos a usina de Belo Monte, tínhamos 100% das usinas do rio Madeira e o sistema de transmissão estava pronto", diz o diretor de Operação ONS, Sinval Zaidan Gama. "Mas, como teve redução da carga, acabamos ficando com muito mais energia disponível no sistema."
Dados preliminares do operador apontam, porém, que, desde o fim de julho, o consumo vem ultrapassando os volumes verificados no mesmo período do ano anterior. Para agosto, a expectativa é de crescimento de 1,3%, na mesma base de comparação.
Gama diz que a temperatura mais elevada em julho ajudou a melhorar o consumo, ma so fator preponderante é a retomada das atividades econômicas com o relaxamento das restrições à circulação de pessoas.
"Tivemos em julho temperaturas superiores às de julho de 2019. Mas nós também monitoramos a questão do isolamento social e toda vez que o isolamento diminui numa certa região, a carga tende a voltar", comentou o executivo.
Em abril, considerado o pior momento da crise, a demanda ficou 11,6% menor do que a verificada no mesmo mês de 2019. A queda nas vendas levou o governo a elaborar um pacote de socorro, com empréstimo de R$ 14,8 bilhões às distribuidoras de eletricidade.
A ajuda teve como objetivo garantir liquidez às empresas para o pagamento de seus contratos de compra de energia e de uso da rede de transmissão. Com menos receita, as distribuidoras se viram com dificuldades de caixa para cumprir os compromissos feitos nos últimos anos.
De acordo com dados da CCEE (Câmara Comercializadora de Energia Elétrica), o crescimento da demanda foi puxado pelos setores de saneamento, comércio, alimentícios e bebidas, que experimentaram em julho elevações superiores a 10% em seu consumo de energia.
A entidade calcula que, entre os dias 1 e 24 de julho, o consumo nacional de energia ficou apenas 1,2% abaixo do verificado no mesmo mês do ano anterior. Em abril, pelas suas contas, a queda na mesma base de comparação foi de 12,1%. A recuperação foi maior no mercado livre, onde estão os grandes consumidores, que cresceu 1,7% no período.
"Está diminuindo bastante o isolamento, muitas cidades estão abrindo, os shoppings voltando, ainda que com restrições e muitas atividades industriais retomando as operações", comenta o professor Nivalde de Castro, do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico) da UFRJ.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a produção industrial brasileira cresceu acima de 8% por dois meses consecutivos, puxada principalmente pela reabertura das fábricas de automóveis, um dos setores mais atingidos pela pandemia. Ainda assim, o desempenho está longe de retomar a perda de 26,6% dos primeiros meses de crise.
Para especialistas no setor, a retomada do consumo reduz o risco de novo tarifaço até o fim do ano, quando a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve começar a discutir pedidos de distribuidoras para revisão tarifária extraordinária para adequar os contratos ao novo cenário.
O empréstimo de R$ 14,8 bilhões antecipou às empresas recursos que seriam com o reajuste anual, este ano pressionado pelos efeitos do câmbio sobre as tarifas de Itaipu, pela entrada de novas linhas de transmissão e por maior gasto com subsídios. Sem o socorro, defende o governo, o reajuste médio das tarifas poderia superar os 12%.
Mas as distribuidoras de eletricidade querem também discutir os impactos futuros da crise em suas contas: com uma perspectiva de redução das vendas no longo prazo, precisam de tarifas maiores para cumprir seus contratos. As regras desse debate são hoje discutidas pela Aneel.
Castro lembra que uma retomada mais rápida minimiza essas perdas. "Consequentemente, pode não haver a necessidade de revisões tarifárias extraordinárias", diz.
Segundo o MME (Ministério de Minas e Energia), houve grande redução também no nível de inadimplência do setor, o que ajuda a melhorar o fluxo de caixa das distribuidoras. Nos últimos 60 dias, o indicador de inadimplência ficou em 0,73%, bem abaixo da média de 2,4% registrada no primeiro semestre de 2019.
Desde o início da pandemia, a taxa está em 6,6% - até o início de junho, o indicador chegou a 8,4%, quase quatro vezes maior do que o normal. O ministério não avalia as razões para a queda da inadimplência ainda em um cenário de crise econômica.
Mesmo com o aumento da demanda, ainda não é possível dizer se o Brasil precisará acionar térmicas em um volume que justifique a retomada das bandeiras tarifárias cobradas na conta de luz, diz o diretor do ONS.
Segundo ele, o Brasil está usando no momento apenas aquelas térmicas inflexíveis, que não podem para de gerar, como as nucleares ou usinas a gás cujos contratos preveem uma operação mínima. O sistema está operando com cerca de cinco mil megawatts de térmicas, quase um terço do verificado em agosto de 2019.
| Folha de S. Paulo | | | | Remoção de benefício renderia R$ 15 bi e permitiria corte em percentuais, diz ministério
O governo estuda reduzir a alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Física de 27,5%, atualmente a maior na tabela da Receita. Os números finais ainda foram calculados, mas técnicos citam percentuais entre 23% e 25%.
A redução seria compensada por outra medida em análise desde o ano passado, o corte de deduções médicas feitas pelas pessoas físicas nas declarações anuais de ajuste do IR.
Estudo do Ministério da Economia aponta que as deduções representam o valor mais expressivo —R$ 15,1 bilhões ao ano— dentre os chamados gastos tributários do governo com saúde. Isso representa quase um terço dos subsídios na área.
Na avaliação de técnicos, o benefício precisa ser revisto por contemplar classes mais altas da população. O diagnóstico é que a dedução é usada de forma concentrada pelos 20% mais ricos da sociedade.
Por isso, o governo estuda reduzir os descontos que concede no IR para quem usa a rede privada de saúde.
No ano passado, a proposta de criar um teto para controlar esse abatimento também esteve em estudo —uma espécie de trava para impor limites a famílias mais ricas e com alto gasto em saúde privada.
Uma simulação feita pelos técnicos indica que, com o corte nas deduções médicas, seria possível reduzir também as demais alíquotas.
Enquanto o patamar máximo seria de aproximadamente 25%, a primeira faixa recuaria de 7,5% para 6,9%, por exemplo.
Esse estudo, porém, considera o efeito da extinção total desses descontos no IR. Os números ainda são calibrados.
O corte de deduções e alíquotas é estudado após o Ministério da Economia estabelecer que a redução ou o ganho de receitas em um imposto precisa ser compensado, quando possível, no mesmo tributo.
Uma exceção a essa lógica é a ampliação da isenção para classes mais baixas. Na engenharia financeira pensada pelo Ministério da Economia, esse item não seria bancado por mudanças no Imposto de Renda, mas sim pelo novo imposto sobre pagamentos.
"Se houver uma base ampla nova [com a criação do novo imposto], ela permite extinguir vários impostos: fogão, geladeira, máquina de lavar roupa, aumentar faixa de isenção [do Imposto de Renda]", disse o ministro Paulo Guedes (Economia) na semana passada.
A pasta também defende que a reforma tributária seja neutra, isto é, não aumente nem diminua a carga tributária do país (cálculo que inclui tanto impostos como benefícios).
Guedes diz não ser possível baixar impostos com o cenário orçamentário do país, mas também nega elevações e defende que haverá uma substituição de tributos. "Não vamos aumentar impostos. É uma redistribuição de carga", já afirmou.
Estudo de especialistas da FGV (Fundação Getulio Vargas) afirma, no entanto, que a primeira parte da proposta do governo já aumentaria a arrecadação. Segundo Fábio Goto e Manoel Pires, a fusão de PIS e Cofins na nova CBS com alíquota de 12% elevaria o recolhimento federal em R$ 50,3 bilhões.
As mudanças em deduções estão dentro de um conjunto maior de alterações estudadas pela equipe econômica no Imposto de Renda.
O ministério já anunciou oficialmente ações como uma redução da tributação sobre empresas (para um máximo de 25%, conforme proposta ventilada no fim do ano passado).
Outro ponto já anunciado é a tributação sobre dividendos, para contornar a menor arrecadação causada pela chamada pejotização (quando pessoas físicas firmam contratos de trabalho como se fossem empresas, prática que evita tributação).
O secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, disse no mês passado que as mudanças nos impostos sobre a renda viriam após o governo apresentar as alterações ligadas ao consumo (o que compreenderia a fusão de PIS e Cofins na nova CBS e a reforma do IPI, que viraria um "imposto do pecado" a ser aplicado em bens como bebidas e cigarro).
Mas a ordem das propostas anunciada por ele não é mais uma garantia, já que membros do Ministério da Economia falam em apresentar já em agosto o novo imposto sobre pagamentos (ligado ao que seria a última fase da reforma, a desoneração da folha de pagamentos).
De qualquer forma, Tostes diz que o objetivo do governo ao mexer com o Imposto de Renda é diminuir a carga tributária para empresas e dar mais igualdade no recolhimento entre pessoas físicas.
"Vai se buscar uma redução da tributação sobre as empresas e uma maior equidade sobre a pessoa física com a tributação sobre dividendos, reduzindo a atratividade da pejotização para estimular os investimentos", disse ele há duas semanas, quando o governo apresentou a primeira parte da reforma (que une PIS e Cofins).
Paralelamente, membros do Ministério da Economia voltaram a mencionar nos últimos dias a possível criação de uma nova faixa de alíquota, para os mais ricos.
Como já mostrou a Folha no ano passado, membros do governo avaliavam tributo de 35% para os que ganham acima de R$ 39 mil.
No ano passado, o governo Jair Bolsonaro também já sinalizou um possível corte de todas as alíquotas de Imposto de Renda, apesar de membros do Ministério da Economia não repetirem a ideia neste ano.
O presidente tem mencionado que sua equipe busca a redução do IR, sem entrar em detalhes.
A Câmara e o Senado já discutem paralelamente propostas de reformulação no sistema tributário do país. Mesmo assim, a equipe econômica planeja acelerar a apresentação da proposta própria de reforma e liderar o debate mais amplo do tema.
MUDANÇAS EM ESTUDO NO IMPOSTO DE RENDA:
Alíquotas do IR hoje: 0%, 7,5%, 15,% 22,5% e 27,5%
Governo planeja redução e máximo pode cair para patamar entre 23% e 25%
Medida seria possível com uma trava a deduções médicas no IR
Por ano, mais de R$ 15 bilhões deixam de ser arrecadados por causa desse desconto
AVALIAÇÃO SOBRE AS DEDUÇÕES MÉDICAS:
Segundo o governo, 80% da população não é beneficiada por essa medida
Assim, os descontos favorecem os 20% mais ricos
Equipe econômica quer distribuir essa renúncia fiscal
Uma simulação indica que, com o fim das deduções médicas, seria possível reduzir as alíquotas
A alíquota máxima seria, portanto, de aproximadamente 25% neste cenário
| Folha de S. Paulo | | | | Alta de 32% registrada este ano fez do metal um dos ativos de melhor desempenho no planeta
O ouro atingiu o preço de US$ 2 mil por onça troy nesta terça-feira (4), um marco que coroa uma alta recorde propelida pela queda no rendimento dos títulos e pelo medo quanto ao impacto da Covid-19 sobre a economia mundial.
A alta de 32% registrada este ano fez do ouro um dos ativos importantes de melhor desempenho no planeta, refletindo preocupações entre os investidores sobre o número elevado de casos de coronavírus, especialmente nos Estados Unidos, e o impacto dos trilhões de dólares em medidas de estímulo adotadas por governos e bancos centrais em todo o mundo.
A disparada no preço do metal precioso, muitas vezes usado como porto seguro em períodos de desgaste, deriva em parte da demanda dos investidores por cotas negociadas em bolsa de fundos de investimento lastreados por ouro, cujo volume de negociação bateu recordes.
Os investidores estacionaram um total líquido de US$ 7,4 bilhões em fundos lastreados por ouro, em julho, de acordo com dados do Conselho Mundial do Ouro – o que elevou o recorde de US$ 40 bilhões que já haviam investido no primeiro semestre.
O ouro pode se beneficiar de uma queda continuada nos rendimentos dos títulos e de um possível surto inflacionário, disse Jim Luke, administrador de fundos no grupo de investimento Schroders. O rendimento real dos títulos de 10 anos do Tesouro americano, que leva em conta a inflação, bateu um recorde histórico de baixa e caiu a 1,02% negativo este mês. “Estamos em um mundo no qual a inflação vai superar as metas e os juros reais serão significativamente mais baixos do que agora”, disse Luke.
Tipicamente, o ouro sofre desvantagem com relação aos títulos públicos – outro refúgio clássico para os investidores nervosos – por não oferecer dividendos ou pagamentos de juros. No entanto, as medidas agressivas de relaxamento adotadas pelos bancos centrais, entre as quais grandes programas de compra de títulos pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, significam, que os retornos disponíveis para novos compradores de títulos são magros. O título de 10 anos do Tesouro americano, a referência do mercado, agora tem rendimento de cerca de 0,5%.
Muitos títulos públicos oferecem rendimentos negativos, o que significa que os compradores têm prejuízo garantido caso retenham o papel até seu vencimento. Isso torna o ouro ainda mais atraente em termos relativos.
Os governos de todo o planeta anunciaram US$ 20 trilhões em medidas de estímulo para combater o impacto do coronavírus, de acordo com o Bank of America, o equivalente a pouco mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
O banco afirmou que o impacto do coronavírus e as tensões entre Estados Unidos e China podem conduzir o preço do ouro para perto dos US$ 3 mil por onça troy, nos próximos 18 meses.
O ouro continua sub-representado nas posições dos investidores mundiais, se comparado às ações, de acordo com o Bank of America, com um total de menos de 3% dos ativos totais de investimento retidos em forma do metal. Em 1980, essa proporção chegava a até 6,2%, segundo os analistas do banco.
“Ainda vemos amplo espaço para que os operadores considerem elevar a participação do ouro em suas carteiras”, eles acrescentaram.
O preço do ouro ainda não bateu seu recorde histórico, se considerarmos a inflação. Fahad Kamal. estrategista chefe de mercado do banco Kleinwort Hambros, disse que, “se computada a inflação, o pico histórico da cotação do ouro foi de cerca de US$ 2,5 mil... atingido quando os tanques soviéticos invadiram o Afeganistão em 1979”.
Luke, do Schroders, disse que a alta do ouro tem espaço para crescer à medida que os investidores se adaptam aos juros reais negativos e à alta avaliação das ações.
“As pessoas que se interessam por ouro às vezes são chamadas de ‘gold bugs’, e algumas delas tem essa mentalidade de fé cega”, ele disse. “Mas o que está atraindo os investidores ao ouro agora não é a fé no metal em si, e sim, em medida muito maior, a falta de fé em outras coisas – bancos centrais, governos e, especialmente, a falta de fé na disponibilidade de retornos reais em outros segmentos. O ouro é o inverso disso”.
O ouro fechou o dia sendo negociado a US$ 1.955,22 por onça troy, com alta de 0,95%, depois de chegar à marca de US$ 2.000,11 por breve período.
| Folha de S. Paulo | | | | O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) subiu 0,50% em julho, depois de uma alta de 0,33% em junho, informou nesta quarta-feira, 5, a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O indicador é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,66% no ano. Em 12 meses, o indicador acumulou avanço de 3,08%.
Em julho, o IPC-C1 ficou acima da variação da inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos, obtida pelo Índice de Preços ao Consumidor Brasil (IPC-BR), que teve elevação de 0,49% no mês. No acumulado em 12 meses, a taxa do IPC-BR também foi inferior, aos 2,40%.
Pressões
A alta no preço da gasolina e na tarifa de energia elétrica pressionou o IPC-C1 em julho, segundo a FGV.
Quatro das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas: Habitação (de 0,07% em junho para 0,90% em julho), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,11% para 0,54%), Transportes (de 1,03% para 1,12%) e Despesas Diversas (de 0,10% para 0,25%).
Houve pressão dos itens tarifa de eletricidade residencial (de -0,88% para 2,33%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,64% para 0,52%), serviço de reparo em automóvel (de 0,12% para 0,94%) e conserto de bicicleta (de 0,51% para 1,57%).
Na direção oposta, as taxas foram mais baixas nos grupos Alimentação (de 0,53% para 0,13%), Comunicação (de 0,72% para 0,40%), Educação, Leitura e Recreação (de -0,37% para -0,61%) e Vestuário (de -0,10% para -0,25%), sob impacto de itens como hortaliças e legumes (de -3,07% para -12,48%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 2,12% para 1,02%), cursos formais (de -1,05% para -1,55%) e roupas (de -0,14% para -0,40%).
| Bem Paraná | | | | O governo afirma que o novo marco legal para o mercado de gás natural – que deve ser votado em agosto pela Câmara dos Deputados – vai gerar um “choque de energia barata” no país e ajudar na retomada da economia após a pandemia de Covid-19.
A expectativa é de que a nova legislação reduza o preço do gás para a indústria de US$ 13 para US$ 6 por milhão de BTU (unidade térmica britânica), e do botijão de R$ 80 para R$ 60. Também são estimados R$ 630 bilhões de investimentos e 1 milhão de empregos diretos e indiretos em dez anos.
As estimativas são da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia. A pasta considera a chamada nova lei do gás prioridade número um para aprovação em agosto, dando prosseguimento à agenda de marcos legais que podem ser aprovados neste segundo semestre pelo Congresso. O primeiro foi a nova lei do saneamento básico, que abriu o setor para a iniciativa privada, com potencial de universalizar o serviço até 2033 e atrair até R$ 700 bilhões em investimentos.
O projeto que cria a nova lei do gás natural teve o seu regime de urgência aprovado na quarta-feira passada (29) pelo plenário da Câmara dos Deputados. O requerimento foi apresentado pelo partido Novo e foi aprovado por 323 votos a 113. Somente os partidos de oposição foram contra a urgência e pediram mais tempo de discussão. Com a aprovação do requerimento, o texto não precisa mais passar por novas comissões e pode ser votado direto no plenário.
A intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é votar o projeto neste mês, de preferência na primeira quinzena. O relator em plenário será o deputado Laércio Oliveira (PP-SE), que é favorável à nova lei e não pretende fazer modificações no texto já aprovado, em outubro do ano passado, na Comissão de Minas e Energia da Câmara, sob relatoria do deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).
Segundo o relator, o projeto vai ajudar a reindustrializar o país ao promover a abertura do mercado para que o preço do gás natural caia. “Esse projeto é a legislação base para tudo acontecer. Ele vai promover a abertura do mercado para que o preço do gás natural caia. E o que isso significa? Duas coisas. Primeiro, diminuição do preço da energia elétrica, porque parte das usinas térmicas usam o combustível para gerar eletricidade. E segundo, reindustrialização do país, já que o gás é um produto importante para produzir piso, plástico, vidro, produtos de limpeza, fertilizantes e até remédios”, explicou.
Oliveira também diz que o consumidor de botijão de gás também será beneficiado. “O projeto vai permitir que produtores tragam para a terra muito gás natural e também muito gás de cozinha juntos. Esse projeto vai permitir que levemos o gás para todos [indústria e consumidor final].”
Nova lei do gás muda regime de exploração
O novo marco legal abre para a iniciativa privada o setor de gás natural, hoje dominado pela Petrobras e pouco explorado no país. A promessa é reduzir o preço do gás natural, fonte de energia usada principalmente pelas indústrias e geradores de energia elétrica. Também deve baratear o preço do botijão, já que ambos os combustíveis são extraídos juntos.
O principal avanço do projeto é alterar para autorização o regime de exploração de gasodutos no Brasil. Atualmente, o regime mais comum utilizado é o de concessão. Com o novo regime, as empresas que quiserem explorar o setor não precisaram mais participar de leilões. Elas deverão apenas apresentar um projeto e pedir autorização à Agência Nacional do Petróleo (ANP), a quem caberá conceder a autorização ou não.
Toda a cadeia do setor de gás natural poderá ser prestada via autorização: importação, exportação, estocagem subterrânea, escoamento, tratamento, liquefação, gaseificação e serviços de transporte, além da construção de gasodutos e de unidades de processamento e tratamento de gás natural.
O projeto também regulamenta a contratação do transporte de gás natural para dar mais segurança jurídica às empresas e estabelece o acesso de terceiros a gasodutos, unidades de armazenamento e terminais de gás natural, infraestrutura essencial para a movimentação do combustível. Hoje, o acesso à essa infraestrutura é restrito, devido a legislações locais.
A Petrobras dominou a produção, transporte e distribuição de gás natural no país. A estatal controla a produção de gás natural, que é obtido na extração de petróleo. E até 2016 era dona de toda a rede de gasodutos no país. Uma lei de 2009, também chamada Lei do Gás, tentou abrir o mercado para que empresas privadas tivessem acesso à infraestrutura, mas sem sucesso. Ao todo, o Brasil tem 9,4 mil quilômetros de gasodutos.
A extensão é considerada pequena para o tamanho do país. Isso aconteceu porque o gás natural é considerado um subproduto no país. Parte do gás extraído junto na exploração de petróleo é simplesmente queimada e outra é reinjetada nos poços. Isso acontece por falta de demanda, por problemas no combustível e por falta de acesso dos poucos players privados à rede de gasodutos.
O projeto de lei que abre o mercado de gás natural está em tramitação na Câmara desde 2013. Ele ganhou um impulso ao ser incluído dentro do que o governo chama de "novo mercado de gás", um programa lançado em julho do ano passado pela equipe econômica e pelo Ministério de Minas e Energia como o objetivo de gerar um "choque de energia barata" no país.
| Gazeta do Povo | | | | Salto de 65 mil para 95 mil entregas diárias na pandemia levou empresa a comprar 235 caminhões da Mercedes-Benz
Aproveitando a bonança do setor de ecommerce na pandemia, a transportadora Braspress teve uma alta de 46% nas suas entregas diárias de mercadorias. O movimento resultou na expansão de sua frota, com aporte de R$ 105 milhões em 235 novos caminhões da Mercedes-Benz.
Com o varejo digital ganhando 5,7 milhões de consumidores entre abril e junho, o transporte no país se pulverizou. Se antes uma empresa de logística focava em levar um produto de uma empresa para outra (o chamado B2B), agora na pandemia, com lojas fechadas, as mercadorias compradas pela internet vão direto para a casa do consumidor.
É nesse cenário que a Braspress viu seu serviço de logística subir de 65 mil para 95 mil entregas diárias, numa alta de 46%.
"Vimos o número crescer na segunda quinzena de abril e assim se manteve até agora", disse Urubatan Helou, diretor-presidente da Braspress. "Estamos investindo para ampliar a nossa frota e reduzir a idade média dela, que estava em torno de 5,5 anos e agora deve ir para 3 anos e 8 meses."
A venda de caminhões novos no Brasil cresceu 8,6% na relação junho e julho deste ano, segundo dados da Fenabrave (entidade que representa os distribuidores) divulgados nesta terça-feira (4). No acumulado do ano, as vendas somam 47,1 mil veículos, número bem abaixo dos 55,8 mil comercializados no mesmo período em 2019.
Apesar dessa diferença, o cenário se mostra menos pior do que o projetado no início da pandemia, na avaliação de Roberto Leoncini, vice-presidente de marketing da Mercedes-Benz.
"No começo havia uma certa preocupação das empresas com seus caixas. Hoje já vemos uma solicitação de análise de crédito de níveis pré-pandemia", afirmou. "É preciso lembrar que a taxa Selic está baixa, o que ajuda no financiamento"
Dos R$ 105 milhões investidos pela Braspress, mais da metade foi destinado à compra dos veículos, enquanto o restante ficou com encargos, documentação e instalação de rastreadores.
Segundo Urubatan, hoje o faturamento da transportadora está 2,5% abaixo de todo o ganho de 2019. A projeção é que 2020 feche com um crescimento de 12% em relação ao ano anterior, com receita de R$ 1,45 bilhão.
A entrega dos veículos para a Braspress está programada para ocorrer entre os meses de outubro e dezembro deste ano. Segundo Leoncini, da Mercedes, outros segmentos têm demonstrado interesse pela compra dos caminhões.
"Temos outras grandes transportadoras também fazendo alguns movimentos, seja assumindo operações que estavam nas mãos de terceiros ou baixando a idade média da frota", disse.
"Há [interesse] tanto no setor de transporte de produtos perigosos, quanto do agronegócio, como oportunidades na área de celulose."
Em julho, a Mercedes havia anunciado a venda de 100 unidades do caminhão Actros para a transportadora Contatto, especialista na logística de produtos químicos e combustíveis. A entrega está programada para ocorrer até dezembro.
| Folha de S. Paulo | | | | Na comparação com junho, volume é 11% maior; no acumulado do ano, emplacamentos seguem em queda
As importadoras de veículos associadas à Abeifa registram vendas melhores em julho, ao anotaram volume 11% maior na comparação com junho, segundo dados de mercado divulgados na segunda-feira, 3. Os dados da entidade mostram que os emplacamentos alcançaram pouco mais de 2,8 mil unidades no mês passado contra as 2,5 mil do mês imediatamente anterior.
No entanto, o resultado do acumulado entre janeiro e julho representa queda de 25,4% na comparação com iguais meses do ano passado, passando de 19,1 mil para 14,3 mil emplacamentos.
“Aos poucos, as nossas associadas retomam vendas mais expressivas, mesmo diante dos impactos da pandemia e da valorização do dólar e do euro. Vale lembrar, no entanto, que essas vendas ainda estão ligadas a estoques com preços anteriores aos dessa elevação acentuada do câmbio”, explica João Oliveira, presidente da Abeifa.
Segundo o executivo, mesmo com o câmbio desfavorável, as 15 associadas da entidade têm conseguido cumprir seu papel de trazer veículos muitas vezes com maior pacote tecnológico. Dados da Abeifa mostram que suas marcas membro foram responderam por 46% dos veículos híbridos e elétricos vendidos no Brasil até agora.
Entre suas 15 marcas associadas, quatro delas fabricam no Brasil: BMW, Caoa-Chery, Land Rover e Suzuki. Em julho, sua produção atingiu 2,7 mil unidades, 27% a mais do que junho. Em sete meses, as quatro fabricaram 14,5 mil veículos, queda de 15,4% sobre igual período do ano passado.
Em julho, considerando apenas os veículos importados pela Abeifa – um total de 2.831unidades – representou 1,7% de participação de mercado total de veículos naquele mês. Na soma de importados e produção nacional – 5,5 mil veículos – a participação sobe para 3,4% de um mercado total acima de 163 mil veículos emplacados em julho no País, considerando apenas o mercado de automóveis e comerciais leves.
No acumulado de janeiro a julho, a Abeifa contabiliza 14,3 mil carros importados, market share de 1,5%. Considerando importados e sua produção nacional, a entidade totaliza 28,8 mil veículos, fatia de 3,1% do mercado total no período.
| Automotive Business | | | | As vendas de veículos no mês de julho confirmam a retomada do segmento automotivo no país, embora os números sigam bem abaixo dos registrador em 2019.
De acordo com a Fenabrave (entidade que representa os distribuidores), foram emplacados no último mês 174,5 mil carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Houve alta de 31,4% na comparação com junho.
Em relação a julho de 2019, as vendas caíram 28,4%.
No acumulado do ano, 983,3 mil veículos foram licenciados no Brasil. Em comparação ao sete primeiros meses de 2019, houve queda de 36,6%.
Para Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, o resultado mostra que já ocorre uma estabilização do segmento, que se adapta a uma nova realidade.
A média diária de comercialização ficou próxima de 7.000 unidades em julho. No início de março, houve picos de 10 mil emplacamentos diários.
A grande surpresa do mês de julho está no topo do ranking de vendas. O utilitário esportivo T-Cross foi o automóvel mais vendido do país, com 10.211 unidades emplacadas.
O resultado se deve principalmente à procura pelo carro no segmento de vendas diretas com isenção de impostos, que beneficiam pessoas com necessidades especiais.
O Chevrolet Onix ficou em segundo lugar com 9.716 emplacamentos, seguido pelo Hyundai HB20 (7.852).
Os resultados de vendas antecipam um mês de retomada também para a produção de veículos. Modelos recém-lançados começam a ganhar escala de produção, a exemplo do Volkswagen Nivus e da nova Fiat Strada.
Todas as fábricas instaladas no país produziram veículos -em maior ou menor escala- durante o mês de julho. Contudo, a Renault está com as atividades paralisadas desde o dia 21, quando a montadora confirmou o desligamento de 747 trabalhadores.
Em assembleia nesta segunda (3), o sindicado dos metalúrgicos da Grande Curitiba decidiu pela continuidade da paralisação.
Os dados da indústria serão divulgados na sexta (7) pela Anfavea (associação das montadoras).
| Folha de S. Paulo | | | | A BMW estima obter lucro operacional em 2020, apesar do prejuízo de 666 milhões de euros (787 milhões de dólares) no segundo trimestre, em meio à queda nas vendas de seus carros de luxo durante medidas de isolamento em razão do coronavírus.
A fabricante alemã de BMWs, Minis e Rolls-Royces disse nesta quarta-feira que as entregas começaram a se recuperar, inclusive na China, mas que a recuperação não seria suficiente para compensar o déficit nas vendas perdidas pela pandemia.
A BMW também disse que sua perspectiva não levava em consideração o impacto potencial de uma segunda onda de infecções por Covid-19, nem a perspectiva de uma recessão mais sustentada ou mais profunda em seus principais mercados.
A margem de lucro antes dos juros e impostos (Ebit) da BMW para carros passou para menos 10,4%, ante 6,5% no segundo trimestre do ano passado, quando o lucro operacional chegou a 2,2 bilhões de euros. A montadora entregou 485.464 carros no segundo trimestre, queda de 25% em relação ao ano anterior.
Em maio, a BMW alertou que registraria um prejuízo no segundo trimestre e reduziria suas perspectivas, prevendo uma margem Ebit automotiva de 0% a 3% para 2020 em comparação com a faixa de 2% a 4% esperada antes da pandemia.
“Agora, estamos olhando para o segundo período de seis meses com otimismo cauteloso e continuamos a mirar uma margem Ebit entre 0% e 3% para o segmento automotivo em 2020”, disse o presidente-executivo da BMW, Oliver Zipse, em comunicado.
A BMW reiterou que esperava que o lucro antes dos impostos fosse significativamente abaixo dos níveis de 2019 e que as entregas de carros aos clientes caíssem significativamente este ano.
| Reuters | | | |
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