| 17 de JuLho de 2019
Quarta-feira
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Em 17/07/2019
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| | | | | Geração de energia limpa, reuso de água e utilização de frota elétrica estão entre os itens que farão parte do aeroporto de Foz do Iguaçu
Aeroporto Internacional das Cataratas, em Foz do Iguaçu será o mais sustentável do Brasil com a inclusão de medidas para geração de energia e reaproveitamento de água.
O Aeroporto Internacional das Cataratas, em Foz do Iguaçu, deve ser o primeiro aeroporto sustentável do Brasil. No dia 28 de junho, a Infraero e a Itaipu assinaram um protocolo de intenções para marcar o início do projeto que pode representar um marco para as questões ambientais no país.
De acordo com Luiz Felipe Carbonell, diretor de coordenação da Itaipu, o projeto ainda está sendo construído, mas as propostas iniciais incluem a implementação de veículos elétricos ou movidos a biogás, a utilização de painel fotovoltaico para geração de energia elétrica e o reaproveitamento da água. “Estamos discutindo a viabilidade de cada proposta, inclusive as que envolvem a recuperação do meio ambiente, mas tudo isso requer estudo aprimorado”, diz.
O diretor indica que as propostas devem ser aplicadas por meio de convênios e que a Itaipu direcionará os trabalhos. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Infraero ressaltou a importância da parceria com a usina hidrelétrica. “A Itaipu tem forte expertise na área ambiental e está no mesmo raio de ação do aeroporto. É mútuo o nosso interesse em promover ações para aproveitamento de energia renovável e divulgação dos projetos nessa área”.
De acordo com a Infraero, a escolha do aeroporto de Foz do Iguaçu também se deu pelo potencial turístico que tem a cidade. Carbonell complementa: “temos uma área em que o meio ambiente é visto como mote do turismo. Isso é de interesse da comunidade e fortalece um polo brasileiro”.
A Infraero também está elaborando um plano de conscientização para passageiros, usuários, companhias aéreas e comunidade em geral do aeroporto. O objetivo é incentivar a separação de lixo reciclável, a redução do uso de plástico, a preferência por produtos biodegradáveis na limpeza e o consumo de itens orgânicos na alimentação.
Aeroportos sustentáveis no mundo
O primeiro aeroporto famoso por ações sustentáveis foi o O’Hare, em Chicago, nos Estados Unidos. Em 2003, ele foi o responsável por criar um sistema que certifica todos os tipos de procedimentos, desde a manutenção até o que acontece nos hangares, o Sustainable Airport Manual. Desde então, questões como redução dos níveis de ruído, proteção de fauna e flora, assim como a melhoria da qualidade do ar ganharam mais atenção.
Outro exemplo é o aeroporto de Incheon, na Coreia do Sul. Nele, as placas fotovoltaicas são as responsáveis pela eletricidade, sendo que a luz também é fornecida naturalmente por um teto de vidro.
| Gazeta do Povo (publicado em 16-07-2019) | | | | Governador reuniu-se com a vice-governadora do estado americano. Intuito é fortalecer modelos de gestão entre os dois entes para ampliar oportunidades de desenvolvimento econômico e social.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu nesta terça-feira (16) com a vice-governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, e propôs parcerias em diversas áreas, mas principalmente em agricultura, segurança pública e uso de tecnologia para melhorar a vida dos cidadãos. O intuito é fortalecer modelos de gestão entre os dois Estados para ampliar oportunidades de desenvolvimento econômico e social.
O encontro, que fez parte da agenda do governador Ratinho Junior nos Estados Unidos, teve como objetivo aprender e entender como Nova York consegue aproximar de maneira mais concreta a administração pública de soluções para os cidadãos. “Foi uma visita muito produtiva. Agora as equipes técnicas do Governo do Paraná e do Governo de Nova York vão trabalhar para concretizar essa integração e a troca de experiências”, disse o governador.
Um dos temas abordados foi segurança pública. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, o Estado e a cidade de Nova York precisaram revisar os seus procedimentos para impedir novos eventos como aquele. “Conversamos muito sobre esse tema, já que depois dos atendados a cidade e o Estado tiveram que repensar a segurança em todos os níveis. A vice-governadora passou algumas informações e estratégias que as forças de segurança têm adotado ao longo dos últimos anos nessa área”, disse o governador.
Outro aspecto levantado no encontro foi a necessidade de desenvolvimento regional, pilar do plano de gestão do Governo do Estado, com a integração das regiões metropolitanas e grandes corredores de infraestrutura para facilitar a atração de investimentos.
“O Estado de Nova York tem uma política de desenvolvimento regional muito forte, e buscamos entender de que forma podemos usar esses mesmos instrumentos regionais para melhorar a vida das pessoas e, automaticamente, atrair mais investimentos para gerar empregos em nosso Estado”, completou o governador.
Segundo Ratinho Junior, o Paraná ainda apresentou a Kathy Hochul oportunidades de investimento no turismo e o potencial do agronegócio local, como grande celeiro do mundo e produtor em larga escala de soja, trigo e milho, além da cadeia de suínos, frango e leite.
AGRICULTURA - A vice-governadora se impressionou com a iniciativa do Paraná em buscar visibilidade internacional para seus projetos e em tentar novas pontes para melhorar a vida dos seus cidadãos. Ela também destacou a possibilidade de parcerias concretas na agricultura, já que o setor primário responde por apenas 0,5% do PIB do seu Estado.
“Podemos trabalhar muito em parceria na agricultura, encontrar maneiras para incrementar as pesquisas, aprender também como ela funciona no Paraná. Também nos avanços tecnológicos há muitas oportunidades para compartilhar ideias.
E ainda trabalhar em avanços de segurança e no sistema de justiça, achar jeitos para ser mais efetivos para prevenir crimes e trabalhar contra o terrorismo”, afirmou.
Kathy Hochul também parabenizou o Estado pela realização do Paraná Day. “Tivemos uma conversa extremamente produtiva com a delegação liderada pelo governador. Eu fiquei muito impressionada com o quão arrojado é o Paraná de tentar buscar um futuro melhor para o País, mas também em nível internacional. Vir a Nova York e tentar encontrar oportunidades é muito produtivo. Acredito que podemos colaborar juntos”, afirmou.
AGENDA NOS EUA – Na segunda-feira (15), o governador se reuniu com executivos do JP Morgan para tratar de parcerias entre o Estado e a instituição, uma das maiores corporações do sistema financeiro mundial. Uma das ideias apresentadas é a formação de um fundo de longo prazo com a participação do JP Morgan, Fomento Paraná e apoio da Multilateral Investment Guarantee Agency (MIGA), fundo garantidor vinculado ao Banco Mundial.
Ratinho Junior também apresentou na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, os avanços do Paraná na implantação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e reforçou o compromisso do Estado com a Agenda 2030. O governador participou de um painel promovido pela Organização Mundial das Famílias (WFO, na sigla em inglês) e Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (Unitar). O Paraná foi o único Estado brasileiro representado.
Nesta quarta-feira (17) acontece a terceira edição do Paraná Day, a primeira internacional. O encontro empresarial será na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, também em Nova York, e tem parceria do Banco do Brasil.
| Agência de Notícias do Paraná (publicado em 16-07-2019) | | | | Representantes de Portugal, da Finlândia, dos Estados Unidos e do Brasil destacam três pontos principais para o avanço tecnológico. Qualificação da mão de obra e acordos com o governo fazem parte da receita de sucesso
Ter um conglomerado de empresas organizado, firmar uma parceria entre o governo e as instituições de pesquisa e oferecer uma boa qualidade de vida para os trabalhadores da indústria são alguns dos fatores citados por especialistas em inovação quando perguntamos o que é necessário para ter um ecossistema bem-sucedido.
Os representantes de Portugal, da Finlândia e dos Estados Unidos debateram o assunto e deram dicas para o Brasil avançar tecnologicamente no 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Sebrae nos dias 10 e 11 de junho.
Em entrevista à Agência CNI de Notícias, o português Pedro Rocha Vieira, a finlandesa Hanna Marttinen-Deakins, o norte-americano Chad Evans e o brasileiro Pierre Lucena destacaram três pontos importantes para a construção de um cenário tecnológico bem desenvolvido, que podem servir de exemplo para países que buscam um ecossistema de inovação de sucesso. Confira os ingredientes de cada país!
1. Portugal
Pedro Rocha Vieira é o cofundador da Beta-i, plataforma dedicada a construir ecossistemas de inovação e destaca a qualidade de vida e o pensamento global dos portugueses como motivo do sucesso de Portugal.
2. Finlândia
Para Hanna Marttinen-Deakins, diretora da agência governamental da Finlândia “Bussiness Finland”, a parceria entre o governo, as instituições de pesquisa e as pequenas, médias e grandes empresas é o diferencial da Finlândia.
3. EUA
O vice-presidente-executivo do Conselho de Competitividade dos Estados Unidos, Chad Evans afirma com simplicidade que o segredo do país está nas pessoas, nos trabalhadores.
4. Brasil
Pierre Lucena, presidente do parque tecnológico Porto Digital, explica que ter profissionais qualificados é fundamental para que o Brasil avance no mercado e ressalta que as empresas precisam estar “antenadas”.
| CNI (publicado em 16-07-2019) | | | | Colegiado discutiu resultados da atuação da CNI em defesa da reforma trabalhista e as principais ações em curso para simplificar, reduzir burocracia e harmonizar regras de saúde e segurança no trabalho
As conclusões da Comissão de Aplicação de Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), nas quais novamente não apontou qualquer violação à Convenção n.98 pela reforma trabalhista, foi o principal tema de debates no Conselho de Relações do Trabalho (CRT) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Reunido nesta terça-feira (16), em Brasília, o colegiado conheceu as principais linhas de atuação, utilizadas na defesa do caso brasileiro para mostrar que o modelo de negociação coletiva trazido pela nova legislação trabalhista está perfeitamente alinhado aos tratados internacionais.
Em 10 de junho, o Brasil foi incluído, pelo segundo ano consecutivo, na lista de países que teriam seus casos analisados pela Comissão de Aplicação de Normas, órgão de controle normativo da OIT. Novamente, a CNI e a bancada de empregadores do Brasil argumentaram que a inclusão do Brasil carecia de fundamento técnico para que a reforma brasileira fosse debatida. Vale lembrar que a OIT já não havia indicado qualquer incompatibilidade entre a reforma e a Convenção n.98 em 2018, quando a legislação foi analisada sob os mesmos argumentos utilizados neste ano.
Entre os 24 países incluídos na lista curta da comissão, o Brasil foi o que mais movimentou o debate na 108ª Conferência Internacional do Trabalho, que ocorreu entre 10 e 21 de junho, em Genebra. Ao todo, 48 representantes de países, empregadores e trabalhadores se inscreveram para se manifestar sobre o caso brasileiro. Desse total, 33 apoiaram o Brasil na defesa da compatibilidade da reforma com a Convenção n.98. “Foi um resultado muito bom. A representação empresarial brasileira amadureceu muito neste ano e fizemos a diferença”, afirmou o presidente do CRT, Alexandre Furlan.
"A representação empresarial brasileira amadureceu muito neste ano e fizemos a diferença [em Genebra]", afirmou o presidente do CRT, Alexandre Furlan
SAÚDE E SEGURANÇA – O CRT também debateu o atual cenário de implementação do eSocial e possíveis impactos para as empresas decorrentes de adiamentos no cronograma de implementação das obrigações na prestação de informações previdenciárias, trabalhistas e tributárias. Os técnicos da CNI reforçaram que o trabalho tem como foco simplificar e reduzir a burocracia e buscar soluções para problemas que ainda permanecem sem solução, como incompatibilidades entre sistemas do governo que têm trazido insegurança jurídica para o setor privado.
Além disso, os conselheiros debateram o cenário atual das discussões acerca da simplificação e da harmonização das normas regulamentadoras, processo desencadeado pelo governo federal. O objetivo da indústria nesse esforço é contribuir para que os padrões de proteção ao trabalhador possam ser alcançados e cumpridos por meio de obrigações que sejam claras e exequíveis. Nesse sentido, o setor privado tem apresentado propostas concretas sobre o que precisa ser melhorado, sem reduzir níveis de segurança no trabalho já definidos na legislação.
Conselhos da CNI - Os conselhos temáticos são órgãos consultivos da Diretoria da CNI. Formados por 30 representantes de Federações de Indústrias e de Associações Nacionais Setoriais, os Conselhos Temáticos se reúnem periodicamente para discutir e apresentar informações e propostas que orientam as decisões da diretoria e as ações da CNI na defesa de interesses da indústria brasileira.
| CNI (publicado em 16-07-2019) | | | | Queda das commodities e ameaças à globalização são consideradas empecilhos para convergência com emergentes
Duas demissões controversas de tecnocratas de primeira linha, uma em Ancara e a outra na Cidade do México, em um intervalo de três dias, serviram como lembretes de que investir em mercados emergentes é uma aposta de alto risco.
A demissão do presidente do banco central da Turquia, Murat Cetinkaya, por um decreto presidencial dúbio anunciado de madrugada na semana passada, foi seguida pela chocante renúncia de Carlos Urzúa, ministro das finanças do México, que saiu batendo a porta ao se queixar de interferência incompetente na gestão da economia por membros desqualificados da máquina do partido governista.
Os mercados começaram a se agitar de imediato. A lira turca e o peso mexicano caíram em mais de 2% diante do dólar americano, e os analistas alertaram sobre distúrbios a caminho, o que pode ameaçar o crescimento econômico e a capacidade dos dois países para pagar suas dívidas.
Para os investidores veteranos, isso pode parecer turbulência rotineira em mercados onde a perspectiva de crescimento econômico acelerado sempre caminhou de mãos dadas com o risco político. Mas o cálculo básico vem mudando no caso dos mercados emergentes, à medida que seu potencial de crescimento se reduz —e, com ele, parte do arrazoado central para o investimento nessa categoria de ativos.
A partir do começo da década de 1990, a globalização, na forma de comércio internacional ampliado, superciclo das commodities e ascensão das cadeias mundiais de suprimentos, propeliu os países emergentes inexoravelmente —ou assim parecia— a um percurso de convergência com os países desenvolvidos, para muitos investidores, os mercados emergentes se tornaram parte central de suas carteiras, porque ofereciam fortes retornos e crescimento mais rápido, já que os países em desenvolvimento estavam tirando o atraso.
Centenas de milhões de pessoas foram tiradas da pobreza e se tornaram parte das classes consumidoras, o que oferecia novas oportunidades a companhias locais e estrangeiras. O investimento em fábricas, estradas, portos e outros projetos de infraestrutura prometia manter o ímpeto.
Mas a convergência já não é garantida. Hoje, os preços elevados para as commodities são uma memória distante. O comércio internacional está cambaleando e as cadeias mundiais de suprimento estão sendo desordenadas. Longe de recuperar o atraso para com os países desenvolvidos, muitos mercados supostamente emergentes estão crescendo mais devagar do que eles.
A globalização está em risco de entrar em reversão, e muitos investidores estão questionando o que—se é que alguma coisa —vai conduzir o crescimento dessa classe de ativos no futuro, e isso desperta questões sobre o papel dos mercados emergentes em uma carteira de investimentos diversificada.
"O raciocínio todo [que embasava o investimento em mercados emergentes] se baseava em exportação e consumo", disse Bhanu Baweja, estrategista chefe do banco UBS e especialista em mercados emergentes.
"As pessoas chegaram ao nosso setor em um período de hiperglobalização. Mas agora a globalização está perdendo a força, e não só por causa de Donald Trump, mas por razões mais profundas e orgânicas".
Nas duas décadas que se seguiram à criação do índice MSCI de ações de mercados emergentes, a referência do mercado, as ações dos mercados emergentes tenderam a apresentar desempenho largamente superior ao do índice S&P 500, que acompanha as maiores ações dos Estados Unidos. Mas
pela maior parte dos últimos 10 anos, as ações dos mercados emergentes estão estagnadas, e as ações dos Estados Unidos mais que dobraram de valor.
A ameaça à globalização é uma das três grandes mudanças que estão atingindo os mercados emergentes simultaneamente. A segunda é a desaceleração no ritmo de crescimento da China. A terceira é mudança nas condições financeiras mundiais depois de uma década de dinheiro fácil.
Os rumores sobre um recuo da globalização se concretizaram na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a mais recente manifestação daquilo que o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), definiu no mês passado como "uma reação política e social adversa à ordem econômica internacional aberta".
Embora muitas economias emergentes ainda possam aproveitar vantagens de longo prazo tais como uma posição demográfica positiva, em curto e médio prazo os desafios ameaçam ser esmagadores, para algumas delas.
A Argentina é um exemplo. O governo do país está batalhando para se recuperar de uma recessão devastadora, e "a grande questão é determinar [se o país] um dia voltará a crescer", disse Ignacio Labaqui, da Medley Global Advisors. A economia do Brasil, no passado a queridinha dos investidores em mercados emergentes, vem sofrendo de recessão ou crescimento medíocre há uma década.
Os riscos não são iguais para todos. De fato, os destinos das economias emergentes se tornaram tão variados que muitos investidores questionam a lógica de continuar a usar o termo "mercados emergentes".
O grupo é muito díspar, e mal se pode reconhecê-lo como a categoria de ativo que costumava ser nos anos 1990 e começo dos 2000, quando uma crise deflagrada em um quadrante qualquer dos países emergentes logo se espalhava como incêndio para os demais. Nas últimas três décadas, muitos países realizaram reformas monetárias e fiscais, o que permite isolar seu mercados contra conflagrações em outros quadrantes.
O resultado ficou claro durante a onda de vendas de ativos registrada nos mercados emergentes no ano passado. Com o avanço inesperado do dólar americano, muitos investidores foram estimulados a tirar dinheiro dos ativos de mercado emergente, e os países com defesas fracas, especialmente Argentina e Turquia, saíram seriamente queimados enquanto outros escaparam relativamente incólumes.
Mesmo assim, as economias emergentes continuam unidas por sua vulnerabilidade diante das mudanças que estão a caminho, e em sua necessidade de encontrar um percurso para o crescimento que vá além do comércio e da participação nas cadeias internacionais de suprimento industrial que as sustentaram até agora.
"A ideia de que um país em desenvolvimento possa retirar produção industrial dos Estados Unidos e ainda manter acesso ao mercado americano já não é certeza no novo mundo", disse Brian Coulton, economista chefe da agência de classificação de crédito Fitch.
As mudanças no padrão da globalização não fizeram mal a todas as economias emergentes.
O Vietnã, por exemplo, saiu em vantagem na transferência de locais de produção por multinacionais que querem trocar a mão de obra chinesa por trabalhadores mais baratos e, nos últimos 12 meses, como forma de evitar as tarifas impostas pelo governo Trump aos bens feitos na China.
A sorte de Hanói pode não durar, porém: Trump definiu o Vietnã como "o país que mais abusos pratica contra todos", antes da conferência de cúpula do G20 em Osaka, no mês passado.
Mas as companhias não estão simplesmente realocando recursos entre países em desenvolvimento. O investimento estrangeiro direto em mercados emergentes caiu no ano passado à sua marca mais baixa desde a década de 1990, de acordo com o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).
"É nesse ponto que começo a me preocupar com os mercados emergentes de maneira fundamental", disse Robin Brooks, o economista chefe do IIS.
"Nos últimos 20 anos, muita produção industrial foi transferida aos mercados emergentes para aproveitar os diferenciais de salários. Mas essa onda se esgotou".
De fato, o crescimento das economias de mercado emergente vem ficando abaixo das expectativas há alguns anos. Desconsiderados os gigantes populacionais Índia e China, os mercados emergentes vêm crescendo mais devagar do que as economias desenvolvidas, em termos de renda per capita, desde 2015.
Em termos de avanço de produtividade, os países em desenvolvimento vêm decepcionando.
Desde a metade da década de 1990, a contribuição da produtividade para o crescimento da produção, em outros mercados emergentes além da China, não foi maior que a dos mercados desenvolvidos, exceto por uns poucos anos antes da crise financeira da década passada, quando o superciclo das commodities estava em seu pico.
Também foi durante esses anos que a China mais se beneficiou dos avanços de produtividade, com a aceleração da transferência de tecnologia depois que o país foi admitido à Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001.
O período em questão parece cada vez mais anômalo. "Não vemos muita melhora na produtividade dos grandes mercados emergentes nos últimos anos", disse Coulton, da Fitch.
Ele acrescenta que, na verdade, o crescimento recente do países em desenvolvimento é atribuído menos a produtividade do que a fatores demográficos e de investimento. Mas embora as populações continuem a crescer, o investimento agora também se estagnou.
"Elevar [a razão entre] o investimento e o Produto Interno Bruto (PIB) é realmente um grande desafio para os mercados emergentes", ele diz. "Essa vem sendo a história na China há 30 anos —o país investiu muito mais e cresceu muito mais rápido. Não é um cálculo complicado".
Não há como superestimar a importância do crescimento da China para a categoria mais ampla dos ativos emergentes."A China é o pai do crescimento mundial", diz Baweja.
"Os três últimos ciclos de crescimento—2009/10, 2012/3 e 2016/7—foram todos nascidos na China. Amadureceram em outros lugares, mas nasceram na China, e vêm do mesmo talão de cheque—o do governo e do consumidor chinês".
Mas o ritmo de crescimento da China também vem se desacelerando desde a crise financeira mundial. E não só isso: o crescimento do país passou a depender menos de importações de outros países em desenvolvimento.
Quando o investimento em infraestrutura era o propulsor, a fome da China por minério de ferro, cobre e outros insumos era um presente do céus aos exportadores de commodities— do Brasil e Chile à Nigéria e República Democrática do Congo. Mas o investimento chinês caiu, do equivalente a 48% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 a menos de 45% de 2015 para cá. Enquanto isso, o investimento se dirige aos serviços e outras atividades que requerem uso menos intensivo de commodities.
Também existem riscos potenciais para a estabilidade econômica da China. A dívida do setor não financeiro do país disparou, por exemplo. Antes da crise financeira mundial, ela equivalia a 13,5% do PIB, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). No final de 2011, ela chegou a 170%
do PIB, como resultado da resposta do governo à crise. Pelo final de 2016, depois de mais uma rodada de incentivo do governo, a dívida do setor não financeiro atingiu os 235% do PIB.
David Spegel, fundador da Fundamental Intelligence, uma consultoria que acompanha o desempenho de títulos de dívida, diz que a China respondeu por 42% dos títulos emitidos por empresas de países em desenvolvimento, este ano. "A China é um dos grandes riscos", ele disse. "À medida que a economia amadurece, a capacidade das autoridades para ter impacto cai".
Ao mesmo tempo, o crédito está perdendo seu poder de causar crescimento. Desde a década de 2000, o volume de capital necessário para gerar uma unidade de produção na China cresceu em mais de dois terços. Mas a razão entre crédito e crescimento —a "dependência de crédito" chinesa —é mais forte que nunca. A guerra comercial com os Estados Unidos é mais um fator de estresse.
As perspectivas se tornaram mais incertas no exato momento em que a mudança das condições financeiras criou novos desafios para os mercados emergentes. Muitos investidores antecipavam se beneficiar de um dólar mais fraco em 2019, mas não foi o que aconteceu.
No ano passado, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, começou a apertar a política monetária depois de uma década de política expansiva, pós-crise. Este ano, porém, o banco central sinalizou sua disposição de voltar a cortar os juros, em meio a sinais de fraqueza na economia. E em um ambiente de crescimento mundial fraco, os investidores tendem a preferir a segurança comparativa dos ativos denominados em dólares.
"Um das coisas mais decepcionantes para os investidores em mercados emergentes é que o dólar não está passando por uma onda de vendas", disse Baweja.
O resultado é que os mercados emergentes enfrentam condições mais duras em um mundo de crescimento mais lento, no qual a força relativa do dólar torna mais cara a captação. Isso dificulta o investimento, para as empresas e governos, e expõe o fato de que muitos países não conseguiram
colocar suas economias em boa forma nos anos de boom.
De acordo com o IIF, a dívida empresarial total dos mercados emergentes (excluído o setor financeiro) equivalia a 93% de seu PIB agregado, em março, ante 60% duas décadas atrás. Nos mercados desenvolvidos, a dívida das empresas equivalia a 91% do PIB, em março. Mas o dinheiro não parece
ter sido bem gasto, a despeito da melhora generalizada na disciplina monetária e fiscal de alguns dos governos em países de mercado emergente.
"Muitas das economias de mercado emergente se tornaram mais parecidas com os mercados desenvolvidos, por terem dívida empresarial não financeira elevada e baixa inflação", disse Murat Ulgen, diretor mundial de pesquisa de mercados emergentes no banco HSBC. "Mas boa parte dos ganhos associados a reduzir a inflação e conseguir estabilidade monetária já foram colhidos, e por isso as dívidas agora representam um arrasto para o crescimento".
Ele aponta que, em muitos países, o crescimento do crédito entre empresas e domicílios foi maior que o crescimento nominal do PIB, nos 10 últimos anos, enquanto a produtividade caía. O dinheiro captado foi usado em serviços ou consumo, ou no pagamento de dívidas anteriores, em lugar de em investimento produtivo.
Ulgen diz que, em longo prazo, muitos mercados emergentes devem conseguir aproveitar fatores como as tendências demográficas, a urbanização e a tecnologia para retomar sua vantagem ante as economias desenvolvidas, em termos de investimento.
Mas para fazê-lo, precisarão retomar os esforços de reforma deixados de lado por muitos deles nos amos de prosperidade. Isso acontecerá? Brooks, do IIF, não está otimista. "Não existe solução mágica", ele disse. "A única coisa que se pode fazer é trabalhar na transparência das instituições e em outras reformas estruturais, que são tão dolorosas que ninguém deseja realizá-las".
Ele questiona a ideia de que os mercados emergentes convergirão com os desenvolvidos, ao longo do tempo. A admissão da China pela OMC, diz, foi um momento transformador para os mercados emergentes, mas também foi um evento único, cujos benefícios estão sendo solapados e alguns casos revertidos pela ascensão do populismo e do nacionalismo.
"Existe algum motivo para acreditar que a ideia da convergência vai se concretizar?", ele questiona. "Para mim, é bem dúbio. A visão pessimista, que é a minha, é a de que os últimos 20 ou 30 anos foram uma exceção".
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-07-2019) | | | | Um grupo de empresários propôs nesta terça-feira, 16, em São Paulo, a implementação do Imposto Único no País, incidente sobre as movimentações financeiras. A ideia foi colocada durante o lançamento oficial do Instituto Brasil 200. Durante a cerimônia, que na parte fechada à imprensa contou com a participação do vice-presidente da República, General Mourão, foi lançado o “Manifesto da Sociedade Empreendedora pelo Imposto Único”.
Cerca de 400 empresários e representantes de associações de classes patronais e sindicais lotaram um dos auditórios do Hotel Unique, na zona sul da capital paulista, para apoiar o evento. Em defesa da implementação do Imposto Único no País, o presidente do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner, explicou que o tributo, se aprovado pelo Congresso Nacional, mudaria a forma de tributação e a base de arrecadação seria ampliada, de forma a combater a sonegação. “Seria uma grande simplificação que levaria à diminuição da estrutura de fiscalização por parte do Estado”, disse Kanner.
Em resumo, a proposta do Imposto Único prevê a extinção de todos os mais de 90 tributos existentes hoje no Brasil. A eliminação destes impostos daria lugar à tributação sobre as operações financeiras.
“Qualquer transação financeira de conta corrente para conta corrente será tributada em 2,5% no débito e em 2,5% no crédito”, disse o presidente do Instituto Brasil 200, para quem este cálculo é feito para que se mantenha a mesma arrecadação que se tem hoje. A avaliação de Kanner é a de que o imposto manterá o mesmo nível de arrecadação, ainda que diminuindo a alíquota e a quantidade de tributos, porque é um imposto “insonegável”.
“Quem tem conta corrente em banco vai passar a pagar imposto. Portanto, a gente vai alargar a nossa base tributária, vamos passar a pegar todas as pessoas que hoje estão na ilegalidade, que estão na formalidade, mas sonegam, e que dão mais de 30% da nossa economia. Assim vamos alargar a base e trazer uma simplificação para todo mundo”, ponderou o presidente do Instituto Brasil 200.
Congresso
Kanner afirmou que, embora a discussão da reforma tributária no Legislativo só vá começar agora, há um clima bom de apoio à proposta do Imposto Único no Congresso. Ele disse ainda não achar ruim a proposta para a implementação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Até a acha boa, mas diz que se trata de um imposto que apenas melhora o atual sistema tributário brasileiro, que é muito ruim.
Os deputados Luiz Felipe de Orleans e Bragança (PSL-RJ) esteve presente ao evento e manifestou apoio à proposta do Imposto Único, que na essência é muito similar à do professor e agora Secretário Especial da Receita Federal, Marcos Cintra.
“Estamos também conversando com o deputado Jerônimo Goergen(PP-RS), que já está fazendo campanha e defendendo abertamente o Imposto Único para realmente abrir diálogos com os parlamentares, tanto na Câmara quanto no Senado, para defender a nossa proposta e dizer que essa é a proposta que o setor produtivo e os trabalhadores acreditam ser a melhor”, disse.
| Tribuna PR (publicado em 16-07-2019) | | | | O presidente do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner, negou nesta terça-feira, 16, que a implementação de um Imposto Único no Brasil vai aumentar a carga tributária das empresas dos setores de cadeias produtivas mais longas. Para ele, este é um argumento muito usado para criticar o Imposto Único. Os críticos, de acordo com ele, alegam que a cumulatividade oneraria de forma demasiada alguns setores da economia, como a indústria, por exemplo.
“Esse argumento é um mito que foi criado e que repetido insistentemente para tentar desvalorizar ou desacreditar a proposta do Imposto Único. Porém, ele não se sustenta. Não existe um único estudo empírico que comprove essa tese, de que a tributação sobre as movimentações financeiras onerara mais alguns setores do que outros”, rebateu o presidente do Instituto Brasil 200.
Ele disse que há mais de 40 entidades industriais, que representam 55% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, que estão apoiando a proposta do Imposto Único. “Ou seja, os próprios industriais que dizem que serão os mais afetados estão nos apoiando. Então esse argumento não se sustenta”, disse.
Alíquota dobrada
Kanner explicou que a proposta do Imposto Único, que incidiria sobre as transações financeiras, prevê a cobrança de 5% sobre as operações de saques em dinheiro nos bancos. “Ou seja, se você for sacar dinheiro no banco, pagaria 5% na alíquota para sacar”, disse explicando que essa seria uma forma e desestimular as transações com dinheiro vivo.
“A pessoa, quando faz um saque no banco, faz duas transações financeiras. Então a gente estaria tributando essas duas transações financeiras que essa gente estaria fazendo”, explicou.
Imposto de Renda
Kanner explicou que ainda não está certo na proposta do Imposto Único a extinção do Imposto de Renda. De acordo com ele, como o IR é um imposto que reduz a desigualdade social, traz mais justiça social, ele é negociável.
“A discussão vai ser longa daqui para frente e o importante é a gente introduzir o conceito de que a gente precisa mudar o nosso sistema tributário com um imposto sobre transação financeira. Aí os detalhes menores serão discutidos e a alíquota vai depender de quais impostos forem extintos e quais ficarão, Mas o IR pode ser negociado para a gente manter”, afirmou Kanner.
| Tribuna PR (publicado em 16-07-2019) | | | | A proposta do Imposto Único do Instituto Brasil 200 começaria por substituir tributos federais em um período de três meses após sua implantação. Dessa forma, o novo imposto substituiria, numa primeira etapa, os federais Cofins, IPI e INSS Patronal.
De acordo com o presidente do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner, a substituição seria feita de maneira gradual porque é sabido que ninguém quer uma mudança drástica de uma hora para outra.
“O mais provável que aconteça é a gente iniciar esse método de arrecadação no âmbito federal desonerando a folha de cara”, disse. Para ele, quem ganha R$ 2,000,00 brutos no Brasil hoje recebe cerca de R$ 1.700,00 líquidos em sua conta. Com o Imposto Único desonerando a folha, o mesmo trabalhador pagaria R$ 50,00 de tributo e receberia R$ 1.950,00 liquido em sua conta.
“Então, para o trabalhador é melhor já de cara a desoneração da folha e acabaríamos também com PIS, Cofins e IPI, mantendo inicialmente Estados e municípios de fora, mantendo o ICMS e o ISS. E na medida que for avançando a proposta a gente pode incluir os Estados e os municípios e, gradativamente, ir tirando os outros impostos. Porém em uma velocidade muito mais rápida do que nas outras propostas”, observou o presidente do Instituto Brasil 200.
Ele lembra que a proposta do Imposto de Valores Agregados (IVA), a PEC 45, prevê um período de dez nos de transição. “Então, durante dez anos teremos os cinco impostos atuais que eles irão unificar mais o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) que será criado. Isso não será bom para a economia, para os empreendedores e para quem quer produzir”, criticou Kanner.
Seguridade Social
A proposta do Imposto Único, de acordo com o presidente do Instituto Brasil 200, prevê a continuidade do financiamento da Seguridade Social. De acordo com ele, a cada transação bancária seria cobrada uma alíquota de 2,5% no débito e no crédito e desse dinheiro metade cairá na conta do Tesouro Nacional e a outra metade na conta da Seguridade Social. “Isso está previsto na proposta para que o financiamento da Seguridade Social seja automático”, explicou.
| Tribuna PR (publicado em 16-07-2019) | | | | Artigo da petista Maria da Conceição Tavares para a Folha é citado para defender volta do tributo
A proposta de criação de um imposto único sobre movimentações financeiras foi apresentada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasil 200, que reúne empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Ao defender a instituição de um tributo semelhante à CPMF, os empresários citam até um artigo da petista Maria da Conceição Tavares, ex-deputada federal, para a Folha.
O documento Manifesto da Sociedade Empreendedora pelo Imposto Único sobre movimentação financeira, propõe “uma alíquota de 2,81% para quem paga e também para quem recebe”. A proposta foi antecipada pela colunista Mônica Bergamo.
Em caso de saques, o percentual seria dobrado, para tributar as compras em dinheiro.
O Instituto Brasil 200 estima que mais pessoas irão pagar impostos, mas em valores menores, o que manteria a carga tributária no nível atual.
Pela proposta, está prevista a extinção dos seguintes tributos federais: IRPF, IRPJ/CSLL, IPI, IOF, Cofins e contribuições previdenciárias sobre a folha, entre outros.
O imposto único também substitui três tributos estaduais (ICMS, IPVA e ITCD) e três municipais (ISS, IPTU e ITBI).
No manifesto, o instituto defende a progressividade dos tributos sobre movimentações financeiras, citando a CPMF como exemplo.
“Autores concluem que a CPMF é o imposto mais harmonioso do sistema tributário brasileiro”, diz o manifesto citando estudos sobre o tema. “Pode-se concluir que a tese da regressividade da CPMF tem pés de barro.”
Entre os autores citados está a ex-deputada petista Maria da Conceição Tavares. “Segundo ela, é falso o argumento de que o imposto pune basicamente os mais pobres”.
No lançamento do documento, no entanto, o presidente do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner, citou a alíquota de 2,5% como sugestão, caso não seja possível unificar todos os tributos pretendidos.
Ele também criticou as propostas que tramitam no Congresso e que preveem a substituição de alguns dos tributos atuais por um IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Kanner afirmou que o tributo único, ao contrário do IVA, seria “insonegável”.
“No mínimo 30% da economia está na ilegalidade. O IVA não alarga a base tributária, continua onerando quem produz e quem paga impostos. Vai continuar tendo sonegação, e as novas empresas de tecnologia não vão ser tributadas”, afirmou. “A proposta do IVA é boa para o sistema atual, mas podemos ser mais ousados.”
“Como vai tributar o Uber, o Netflix? Essas empresas não pagam impostos hoje. A maior plataforma de varejo é o Mercado Livre, e não tem nenhuma tributação nesse modelo de negócios.”
Ele afirmou que um senador está disposto a subscrever a proposta do instituto. Disse ainda que diversos países já implementaram impostos sobre movimentações financeiras, citando a Argentina e a Hungria.
Também colocou na mesma lista o tributo francês sobre empresas de grande tecnologia criado na semana passada.
A criação de um tributo sobre movimentações financeiras é uma das ideias que podem compor a proposta de reforma tributária do Ministério da Economia, que deve ser apresentada na próxima semana.
Com isso, o governo federal deverá se contrapor às duas propostas que já tramitam no Congresso.
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou em maio o texto do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que está agora em uma comissão especial que irá analisar o tema.
Secretários estaduais de Fazenda já apresentaram sugestões para alterar essa proposta.
O presidente do PSL, Luciano Bivar, apresentou nesta segunda-feira (15) proposta para criar o IUF (Imposto Único Federal) sobre movimentações financeiras, praticamente nos mesmos moldes do Brasil 200.
No Senado, tramita uma proposta nos termos do texto do ex-deputado Luiz Carlos Hauly, apresentado em 2004.
| Folha de S. Paulo | | | | Para Hildo Rocha, proposta que unifica ISS, ICMS, IPI, PIS e Cofins é a mais fácil de ser aprovada
Presidente da comissão especial sobre reforma tributária na Câmara, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) diz que o novo imposto sobre pagamentos em estudo pelo Ministério da Economia e pelo Congresso não vai prosperar por enfrentar rejeição da população e dos parlamentares.
“A população não gosta muito desse tipo de tributo. Aumenta a carga tributária mesmo que tenha uma alíquota baixa. Não acredito que prospere em razão disso.”
Embora veja espaço para negociação sobre aquele que é um dos tripés da reforma do Executivo, Rocha defende que a discussão deve se voltar ao texto do deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
Hildo Rocha.Deputado federal em segundo mandato pelo MDB do Maranhão, é presidente da comissão especial sobre reforma tributária na Câmara
Graças à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de Rossi, a comissão especial sobre reforma tributária foi aberta na Câmara.
Segundo o presidente, as propostas que vierem depois serão apensadas para discussão na comissão, incluindo aquela sendo elaborada pelo Ministério da Economia.
Paralelamente, o Senado já discute uma segunda proposta. A PEC 110 é uma iniciativa de líderes partidários e tem como primeiro signatário o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Para Rocha, Câmara e Senado —que têm hoje propostas distintas— vão ter de chegar a um acordo sobre o texto da reforma em algum momento. “O que vai valer é o consenso.”
Como está o cenário de tramitação na Câmara?
O Baleia Rossi apresentou sua proposta baseada no estudo da C.CiF (Centro de Cidadania Fiscal), do [economista] Bernard Appy.
Essa proposta traz uma mudança radical no mais cruel de todos os impostos, que é sobre o consumo.
Então ele transforma ISS, ICMS, IPI, PIS e Cofins em um tributo só, simplificando o recolhimento. Nossa burocracia é grande demais e justamente em cima do consumo.
Ela tem muito mais facilidade de ser aprovada que as demais porque vai bem no âmago da questão. Está focado naquele tributo que é mais regressivo, que é sobre o consumo.
E a do Senado?
Acredito que temos de ter foco. O [projeto] do Senado é muito mais amplo, e, se quisermos uma reforma mais ampla, acredito que não vamos ter êxito. Temos de focar o mais cruel, que é o imposto sobre consumo.
A proposta do Baleia acaba com os contenciosos, com essas intermináveis brigas de empresas querendo pagar menos por haver várias normas que tratam sobre o mesmo assunto.
A proposta acaba com isso porque diminui as normas. Hoje tem 250 mil normas sobre impostos sobre consumo, tanto em nível federal quanto estadual. Aí ficam brigando na Justiça.
E a proposta de emenda do deputado Luciano Bivar?
A proposta visa à volta da CPMF. Não é muito bem-vista [no Congresso]. Não é muito bem-vista por quase ninguém. Acho que é muito difícil você aprovar uma proposta que já foi rejeitada lá atrás.
A população não gosta muito desse tipo de tributo. Aumenta a carga tributária mesmo que tenha uma alíquota baixa. Não acredito que prospere em razão disso.
Não seria uma simples simplificação, seria um aumento de carga. Hoje a principal proposta é do Baleia, porque ela gerou a comissão especial. Ela está no comando das decisões. As demais têm de ser apensadas a ela.
E a do Executivo também vai ser apensada quando chegar?
Também. É o que diz o regimento.
A reforma do Executivo tem como um dos tripés a criação de um imposto sobre pagamentos. Então há resistência a isso, na sua visão?
Há resistência grande pelo que vejo. Mas isso pode mudar [no Congresso] com negociação.
Como e quando a proposta do Executivo deve chegar ao Congresso?
O Executivo ficou de encaminhar uma proposta de simplificação, e estamos aguardando. Acredito que deve chegar nos próximos dias.
Estamos terminando o sétimo mês, e, para que a gente possa aprovar neste ano, o governo teria de encaminhar [logo], porque as reformas não andam do dia para a noite.
Eles podem negociar para que senadores apresentem a proposta no lugar do Executivo...
Também. Mas acho que o correto é governo mandar sua proposta [própria]. Até para mostrar que quer fazer a reforma.
Por que tantos projetos de reforma tributária neste momento?
Porque o tema é urgente. É um sistema com mais de 50 anos e já se exauriu. Precisamos destravar a economia. O que deu esse nó é a complexidade tributária. Tem muitas normas, não temos segurança jurídica. É mais negócio colocar dinheiro em aplicação do que montar uma empresa.
Também há uma tentativa de protagonismo?
Acredito que seja uma parte também. O Senado vai ter seu momento de protagonismo também, pois temos um sistema bicameral.
De qualquer forma, não vejo uma tentativa de protagonismo de instituições, mas de alguns atores.
O Ministério da Economia acredita que os projetos no Congresso vão travar por mexerem com impostos regionais, enquanto a proposta do Executivo mexe só com os federais. O que o senhor acha?
Não vejo dessa forma, até porque os tributos da União acabam distribuídos para os entes federativos. Discutir apenas os tributos federais não vai resolver o problema. Não vejo por parte dos representantes dos estados cara feia para isso, não.
Nenhum está satisfeito [com o sistema atual]. Até porque os estados têm de modificar o ICMS, ainda mais agora que foi aprovada a convalidação do ICMS [que flexibilizou a concessão de benefícios fiscais de Estados a empresas].
O ICMS faliu, os estados não conseguem mais arrecadar o que precisam. Judicializou demais por causa da grande quantidade de normas. É importante para eles que haja essa mudança.
Há um enfraquecimento do Executivo com o avanço de reformas próprias do Congresso?
Acho que tanto Câmara como Senado estão fazendo o que sempre deveriam fazer, que é ter responsabilidade de mudar a Constituição e modernizar o sistema tributário.
Não vejo isso como um enfraquecimento do Executivo, mas como um fortalecimento do Legislativo.
E como chegar a um consenso com propostas diferentes na Câmara e no Senado?
Vai chegar uma hora em que vamos fazer um acordo, tanto Câmara como Senado, sobre qual vai ser o texto ideal.
Não vai ter dificuldade nenhuma no fim. Cada um vai propor sua reforma e no fim o que vai valer é o consenso, não dissenso.
| Folha de S. Paulo | | | | A Oi anunciou na última terça-feira, 16, seu novo plano estratégico, considerado um passo importante para saída da operadora do processo de recuperação judicial. A empresa, que entrou com pedido de proteção na Justiça contra credores em junho de 2016, com dívidas declaradas de R$ 65 bilhões, poderá sair desse processo a partir de fevereiro, mas ainda deverá continuar mais fraca que seus concorrentes, apurou o Estado.
Quarta maior operadora do País, a Oi pretende, nesse plano, expandir sua atuação em banda larga e telefonia móvel. Para isso, porém, precisa fazer investimentos bilionários para competir de igual para igual com suas rivais Vivo, Claro e TIM. Só que, na prática, ainda não tem dinheiro o suficiente para isso e conta com a venda de ativos não estratégicos – que já levou a mercado anteriormente – para bancar a estratégia.
Diante das dificuldades financeiras que enfrentou nos últimos anos, segundo fonte a par do assunto, a companhia não investiu o suficiente em redes 4G e 5G e não deverá participar do leilão marcado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de novas frequências, previsto para o início de 2020.
Em teleconferência a analistas, a operadora informou que espera arrecadar entre R$ 6,5 bilhões e R$ 7,5 bilhões com a venda de ativos, que correspondem a cerca de 70% do seu valor atual de mercado. A operadora também prevê ainda mais esforços para reduzir seus custos.
Líder em telefonia fixa no País, segmento que não é mais lucrativo, a empresa ainda conta com outros recursos extras em seu caixa. Nas contas da Oi está prevista a entrada total de R$ 12,5 bilhões a R$ 14,5 bilhões, incluindo os R$ 7,5 bilhões, que acredita, venderá. O valor inclui também o aumento de capital de R$ 4 bilhões aprovado no primeiro trimestre e a obtenção de créditos de PIS/Cofins de até R$ 3,1 bilhões, dos quais R$ 650 milhões este ano.
A operadora afirmou ainda que o novo plano estratégico está voltado à melhoria da desempenho operacional e financeiro, com crescimento de receita e geração de caixa. De acordo com o plano, a companhia estima redução de custos de R$ 1 bilhão a ser alcançada até 2021.
Bolsa. Não é a primeira vez que a empresa tenta vender seus ativos. No início deste ano, contratou o do Bank of America Merril Lynch como assessor financeiro. Ontem, as ações ordinárias da Oi fecharam em queda de 3,09% e, as preferenciais, com recuo de 0,56%, embora tenham iniciado o pregão em alta.
A fusão da Oi com outra operadora no País também é apontada como uma saída para a tele. Mesmo antes de entrar em recuperação judicial, havia a expectativa de que a Oi se unisse à TIM, controlada pela Telecom Itália. Várias conversas foram costuradas, mas devido à crise da Oi, principalmente, o negócio não avançou. Nos últimos meses, os controladores da Telecom Itália avaliaram colocar a TIM Brasil à venda para reduzir o endividamento.
A possibilidade de unir os dois negócios ainda existe, mas não deverá ocorrer tão cedo, segundo fontes. Primeiro, a Oi precisa sair da recuperação judicial. O próximo passo seria encontrar um investidor financeiro que possa fazer um aporte para a compra da TIM e promover a união com a Oi.
Em 2013, a Oi se fundiu com a Portugal Telecom. O negócio à época foi feito para fortalecer a companhia, mas desandou. Após a privatização, a companhia tinha como sócios a família Jereissati, o grupo Andrade Gutierrez e o BNDES.
| Tribuna PR | | | | A equipe econômica se prepara para anunciar nas próximas semanas os detalhes de seu ambicioso programa de privatização, mas ainda estuda a melhor estratégia para divulgar o projeto e “desconstruir” a narrativa de que a venda de estatais vai contra os interesses e a soberania do País.
A percepção no Ministério da Economia é de que, embora a resistência à privatização tenha diminuído nos últimos anos, uma parcela da sociedade e do Congresso ainda se opõe ao programa, que poderá render até R$ 450 bilhões para os cofres do governo, de acordo com um levantamento feito pelo Estado com base nas participações diretas e indiretas da União e nas concessões que estão no radar. Até uma alternativa à palavra privatização, que estaria “estigmatizada”, está em discussão no momento.
Em princípio, segundo uma fonte do ministério envolvida no projeto, a ideia é seguir o bem-sucedido modelo adotado para a reforma da Previdência, com a realização de uma grande entrevista coletiva em Brasília.
Na coletiva, o secretário Especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, e seus principais assessores fariam uma apresentação aos jornalistas dos principais veículos de comunicação e responderiam às dúvidas sobre o programa durante o tempo que fosse necessário, de preferência com transmissão em rede nacional por algum canal de TV, como aconteceu com a Previdência.
Outra possibilidade que está sendo analisada é “fatiar” o programa e anunciá-lo por etapas, para não criar resistências desnecessárias, com a divulgação de todos os detalhes de uma vez só.
Apesar de a privatização parecer algo distante do dia a dia da população, enquanto a reforma da Previdência mexe diretamente com o bolso e as expectativas do brasileiro, tudo indica que as dificuldades para o governo tocar o programa serão iguais ou maiores do que as que ele está enfrentando com a mudança nas aposentadorias. Mesmo levando em conta que a privatização também deverá reduzir os gastos públicos, além de permitir ao governo se concentrar nas áreas de educação, saúde e segurança e de contribuir para a diminuição da corrupção e do tráfico de influência.
Resistência. Ainda que a esquerda se oponha à privatização de forma ideológica e mais ruidosa, a resistência engloba nacionalistas e desenvolvimentistas de direita e grupos saudosos dos tempos do regime militar, quando as estatais se multiplicaram em ritmo tão ou mais acelerado do que nos governos de Lula e Dilma.
Dentro do próprio governo, diversos ministros resistem abertamente à privatização de estatais ligadas às suas pastas ou à extinção de empresas deficitárias. Para resolver o impasse e o programa de desestatização deslanchar, o próprio presidente Jair Bolsonaro, que apoiou medidas estatizantes ao longo de sua trajetória política, terá de mostrar que a sua propalada conversão ao liberalismo tem consistência.
| Tribuna PR | | | | Ministro diz que vai encaminhar criação de tributo unificado ao Congresso
O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta terça-feira (16) que sua equipe está finalizando um projeto de reforma de tributária. Ele afirmou ainda que está em discussão a criação um imposto sobre transações financeiras.
As declarações foram dadas por Guedes em Santa Fé, na Argentina. O ministro participa da 54ª Cúpula do Mercosul.
“Tudo tem um timing político. Tínhamos a prioridade com a [reforma da] Previdência. Isso tendo sido processado, nós vamos entrar imediatamente com o pacto federativo, com a reforma tributária”, disse Guedes.
Segundo ele, o governo federal vai encaminhar ao Congresso Nacional a criação de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) para unificar tributos federais. Hoje, já estão em debates reformas tributárias na Câmara e no Senado.
“Vai existir um imposto único federal, os Estados e municípios se resolverem mudar para a base IVA podem acoplar-se ao nosso. Nós somos liberais, acreditamos que cada instância do governo tem sua capacidade de taxação e tributação, nós respeitaremos isso”.
A intenção do governo, segundo Guedes, é desonerar as folhas de pagamentos e reduzir o custo da mão de obra. Por isso, será mudado também o IR (Imposto de Renda).
“Os encargos sobre folha de pagamento são um imposto cruel, perverso, cria milhões de desempregados no Brasil”, afirmou.
O ministro disse que hoje no Brasil há milhões —"20, 30 milhões de brasileiros desempregados, desalentados, que não contribuem para a Previdência". "[Eles] vão envelhecer e vão quebrar a Previdência lá na frente também."
”De acordo com Guedes, a reforma tributária precisa reduzir encargos, sobretudo os trabalhistas. “Nesse contexto, falou-se de tributação de transações para mudar e substituir esses impostos sobre a mão de obra que destroem empregos e minam a própria Previdência Social.”
PREVIDÊNCIA
Ao ser questionado se a reforma da Previdência aprovada na Câmara é a que havia idealizado, Guedes disse que ele “é absolutamente previsível”. “O que eu pedi da reforma da Previdência? [Economia de] R$ 1 trilhão [em dez ano]. Ponto. O resto agora é trabalho do Congresso.”
Ele disse que esse trabalho faz parte da democracia. A proposta inicial do governo previa economia de mais R$ 1,2 trilhão em uma década, mas o texto aprovado na Câmara poupará em torno de R$ 900 bilhões.
Guedes mantém a esperança de implementar no Brasil um regime de capitalização, no qual cada trabalhador faz uma poupança para receber a aposentadoria no futuro. Hoje, o sistema no país é o de repartição. Nele, os trabalhadores da ativa pagam os benefícios dos aposentados e pensionistas.
O ministro se mostrou esperançoso sobre a possibilidade de a capitalização ser mandada no segundo semestre como PEC.
“Sobre a Previdência, eu tenho dito que o sistema de repartição é um sistema condenado, nós gostaríamos de mudar o eixo em direção a um sistema de capitalização, que colocará o Brasil para crescer.”
Segundo Guedes, o sistema de repartição está condenado a parar os pagamentos. “A Previdência hoje é um buraco fiscal, nós queremos consertar o sistema antigo e migrar em direção ao sistema de capitalização, que vai colocar o Brasil para crescer.”
MOEDA ÚNICA E MERCOSUL
Sobre a política econômica internacional, o ministro disse que a participação do Brasil no Mercosul está voltada à ideia de “abrir nossa economia, integrá-la à economia mundial”.
“O mundo cresceu muito mais do que a economia brasileira durante 30 anos. Porque eram economias que estavam integradas, todo mundo crescendo junto e o Brasil ficou para trás. Nós queremos trocar o eixo aí também, ir para um modelo de integração competitiva com as economias globais.
”Guedes foi de novo questionado sobre a possibilidade de Brasil e Argentina adotarem uma moeda única, o peso-real, levantada durante a última visita do presidente Jair Bolsonaro ao país vizinho.
“Quando os países fazem integração comercial, e o melhor exemplo disso é a própria Europa, lá na frente se desemboca numa moeda comum, como foi com o euro.”
Segundo ele, “a integração é facilitada quando se desenvolve uma moeda comum”.
“Como a Argentina está com uma inflação um pouco alta, essa convergência para uma moeda comum poderia ser mais oportuna, mas do ponto de vista mais objetivo não houve nada disso ainda. Estávamos falando de um horizonte mais distante, que viria depois da integração econômica. Não é algo simples, tem de ser estudado.”
Sobre o Mercosul, ele disse que vê neste momento uma janela de oportunidades.
“Com os argentinos e com o Mercosul fizemos o acordo com a União Europeia, continuamos conversando com os americanos, se acertarmos alguma coisa com eles isso é extensivo aos demais membros do Mercosul.”
Guedes disse que compartilha com a visão do presidente Bolsonaro de que “o Mercosul serviu para fechar a economia brasileira, o Mercosul estagnou a economia brasileira, estagnou a economia argentina, porque estava alinhado a uma ideologia obsoleta. O Mercosul tem sido uma ferramenta de atraso”.
Para o ministro, o Mercosul tem de virar uma ferramenta para integrar as economias latino-americanas em torno de uma economia moderna.
Caso contrário, “o Mercosul não nos interessa, e essa é exatamente a visão do presidente Macri, Bolsonaro e [do presidente americano Donald] Trump.”
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-07-2019) | | | | Pouca produtividade do Congresso indica que os deputados e senadores resolveram antecipar em alguns dias o recesso parlamentar de meio de ano.
A sessão deliberativa que a Câmara dos Deputados faria na segunda-feira (15) foi cancelada. Da mesma forma, foram – ou estão sendo – suspensas reuniões de trabalhos de diferentes comissões da Casa. No Senado, as atividades dos últimos dias foram também tímidas. A posse do suplente Siqueira Campos (DEM-TO), que aos 91 anos de idade assumiu uma vaga no lugar do licenciado Eduardo Gomes (MDB-TO), foi o evento de maior relevo da semana até o momento.
O clima de pouca produtividade do Congresso Nacional indica que os deputados e senadores resolveram antecipar em alguns dias o recesso parlamentar de meio de ano, cujo início está, ao menos oficialmente, marcado para quinta-feira (18). Desde o início da semana, são poucos os parlamentares presentes em Brasília.
O chamado "recesso branco", como é apelidado o período em que os parlamentares suspendem as atividades rotineiras mesmo sem autorização formal para tal, tem como principal consequência o adiamento da conclusão da reforma da Previdência na Câmara. Ao longo dos dias que antecederam a votação em primeiro turno, finalizada na última sexta-feira (12), parlamentares de diferentes partidos mostraram interesse em fazer o segundo turno ainda antes da paralisação. Mas o temor de que a semana atual fosse de pouco quórum – e, como consequência disso, a aprovação ficasse comprometida – levou os trabalhos para agosto.
O esvaziamento da Câmara foi reforçado até mesmo pelo presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que optou pela residência oficial para realizar uma reunião com líderes partidários nesta terça-feira (16). Maia, desde que a Câmara deu sinais de que não faria o segundo turno da votação da reforma na Previdência antes do recesso, tem minimizado a importância do episódio. Segundo o presidente da Câmara, a importância do assunto demanda cautela e é preferível fazer o adiamento da votação a votar com riscos de derrota.
De todo modo, a parada informal dos deputados federais e senadores pode levar a um efeito cascata na produtividade do Parlamento, com o adiamento – ou mesmo a paralisia – de outros temas que os parlamentares e o governo de Jair Bolsonaro (PSL) consideram prioritários.
O que fica para depois
A própria reforma da Previdência, que dominou os debates no Legislativo em 2019, é a principal impactada pela paralisação. Como a Câmara ainda precisa se debruçar sobre a proposta, levará mais tempo para que a reforma chegue ao Senado – onde os senadores terão que cumprir rito semelhante ao feito pelos deputados. Há previsões otimistas de que a atividade do Senado sobre o assunto possa ser concluída num período de 40 a 60 dias.
E mesmo que os senadores demonstrem agilidade, o processo pode não ser, por eles, encerrado em definitivo. Porque se o Senado executar modificações no projeto, ele precisará voltar à Câmara para nova apreciação. E uma alteração, que vem sido defendida por membros do governo, por Maia e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é a inclusão de estados e municípios na reforma.
Há a possibilidade que os senadores apresentem uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) específica sobre o tema. Como qualquer PEC, para entrar em vigor, precisa ser aprovada por Câmara e Senado, com quórum qualificado e em duas votações, é possível que o Congresso encerre o ano como começou – discutindo a reforma da Previdência.
Com os debates sobre a Previdência permanecendo no cenário, a reforma tributária pode ter sua tramitação postergada. A alteração no sistema de impostos foi definida por Maia e por integrantes de diferentes partidos como a principal meta da Câmara para o segundo semestre. Outro projeto que deve ter a apreciação adiada é o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Já o debate sobre a ampliação do acesso às armas de fogo é uma questão de honra para os bolsonaristas e motivou um decreto que Bolsonaro baixou e acabou rejeitado, em junho, pelo Senado. O presidente elaborou outros decretos e um projeto de lei sobre o tema. A proposição legislativa está sob análise dos deputados e senadores. Mas também fora das prioridades.
Até a LDO está parada
A falta de conclusão sobre a previdência levou a Câmara a não finalizar a análise sobre uma das principais produções legislativas, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A LDO é construída, a cada ano, por Congresso e governo federal, e decide os rumos dos gastos do Executivo.
Em 2019, os debates em torno da norma envolvem também uma rediscussão sobre a política de desonerações, empreendida principalmente durante as gestões do PT e que têm sua eficácia contestada. O relator da LDO na Câmara, Cacá Leão (PP-BA), confirmou que a Previdência paralisou a produção da lei. A LDO é também relacionada com as emendas no orçamento, muito cobiçadas pelos deputados e senadores, que visam beneficiar suas bases eleitorais.
A falta de produtividade de Câmara e Senado compromete ainda a análise de Medidas Provisórias (MPs). O governo Bolsonaro emitiu MPs sobre diferentes temas – como políticas de preservação ambiental e a liberdade econômica, entre outros tópicos – e algumas deixaram de vigorar justamente por não terem sido apreciadas, até o fim do processo, pelos deputados e senadores. O Congresso também deixou prescrever algumas MPs elaboradas ainda pela gestão de Michel Temer (MDB), como uma que modificava o Estatuto da Metrópole e outra que alterava o marco legal do saneamento no Brasil.
Como funciona o recesso
A interrupção nos trabalhos de deputados federais e senadores está prevista na Constituição. A principal lei do país estabelece o período em que o Congresso deve funcionar, que é de 2 de fevereiro a 17 de julho e entre 1º de agosto a 22 de dezembro. Ou seja, os dias que estão fora desses intervalos são reservados para as férias.
Além das paralisações formais, há outras que marcam o Legislativo com periodicidade. Os segundos semestres dos anos eleitorais são habitualmente de pouca produção. Os parlamentares se envolvem nas disputas (como candidatos ou apoiadores) e, com isso, os trabalhos no Legislativo ficam praticamente paralisados. Festividades como Carnaval, festas juninas e Copa do Mundo de futebol também proporcionam debandadas no Legislativo.
Durante os períodos de recesso, Câmara e Senado montam uma comissão formada por sete senadores e 16 deputados, que gerenciam o Congresso para questões emergenciais. O grupo é chamado de comissão representativa. Em 2018, a comissão teve "deputados-presidiários" entre seus membros. Os hoje ex-deputados João Rodrigues (PSD-SC) e Celso Jacob (MDB-RJ) fizeram parte da comissão durante o período do dia, e às noites regressavam para o Presídio da Papuda, onde cumpriam pena.
| Gazeta do Povo (publicado em 16-07-2019) | | | | Depois de passarem a primeira etapa de negócios com oscilações modestas, próximas à estabilidade, as taxas dos principais contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) ganharam força à tarde e encerraram o pregão regular desta terça-feira, 16, em alta, sobretudo entre os contratos mais longos.
Segundo operadores, com a paralisação das negociações em torno da reforma da Previdência, investidores se apoiaram na alta do dólar e em uma piora do ambiente externo para emergentes no exterior para realizar lucros e calibrar apostas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no fim deste mês (dias 30 e 31). Como ontem, a liquidez foi reduzida em comparação com a semana passada, o que sugere que as altas recentes refletem mais ajustes de posições que mudança de percepção por parte dos agentes.
Nas mesas de renda fixa, está firmada a crença de que a reforma da Previdência será aprovada sem dificuldades em segundo turno na Câmara e que não haverá grande desidratação no Senado. É vista com bons olhos a possibilidade de uma PEC paralela no Senado para inclusão de Estados e municípios. O adiamento da votação, contudo, “traz um pouco de incerteza e gera um ruído, porque atrasa também a perspectiva de novas medidas de estímulo à economia”, segundo um experiente operador de renda fixa, para quem o mercado tende a ficar “de lado”, com ajustes pontuais motivados pelo ambiente externo.
Lá fora, o dia foi de diminuição do apetite por risco, com valorização global do dólar, o que contribuiu para aumentar os prêmios de risco de emergentes. Dados fortes do varejo dos EUA e declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco Central americano), Jerome Powell, esvaziaram as apostas de que um corte de 0,50 ponto porcentual da taxa básica americana – hoje entre 2,25% e 2,50% -, levando a uma alta das taxas dos Treasuries.
Entre as taxas mais longas, mais ligadas à percepção de risco e mais suscetíveis ao cenário externo, a do DI para janeiro de 2025 atingiu 6,97% na máxima e fechou a 6,96%, ante 6,87% no ajuste de ontem. Já a taxa para janeiro de 2023 avançou de 6,32% para 6,37%.
Para Rodrigo Frachini, estrategista da Monte Bravo, o movimento de alta, sobretudo das taxas longas, representa um movimento natural de recomposição de prêmios, depois da queda expressiva antes da aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno no plenário da Câmara. Segundo o estrategista, investidores que esperavam aprovação da Previdência em dois turnos na Câmara antes do recesso parlamentar estão zerando posições prefixadas, o que dá fôlego as taxas. “Essa alta dos juros é um movimento de correção. Essa tendência de recomposição de prêmios tende a permanecer nos próximos dias, mas de uma maneira gradual e bem tranquila”, diz Frachini.
Entre as taxas curtas, os movimentos foram um pouco mais modestos. O DI para janeiro de 2021 terminou o dia praticamente estável (5,57%, ante 5,76% ontem). Já o contrato para janeiro de 2020 – veículo principal para apostas em relação ao destino neste ano – subiu de 5,719% para 5,725% – com investidores refinando as apostas para a decisão do Copom.
Segundo cálculos da gestora de recursos Quantitas, houve um aumento marginal nas chances de que a Selic seja reduzida em 0,25 ponto porcentual, para 6,25% ao ano, neste mês (de 57% ontem para 59% hoje). Grosso modo, o mercado segue dividido entre um corte inicial de 0,25 ponto e uma redução de 0,50 ponto.
| Tribuna PR (publicado em 16-07-2019) | | | | Analistas esperam que o Banco Central (BC) inicie flexibilização da Selic a partir de cortes mais suaves, em 0,25 ponto até o fim do terceiro trimestre; conjuntura interna e externa é favorável
O ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic) do País deve começar entre as reuniões de julho (30 e 31) e setembro (17 e 18) do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC).
As perspectivas mais positivas com relação à aprovação da reforma da Previdência Social permitirão este início da flexibilização, que será ajudado ainda pela expectativa de juros mais baixos em outros países.
Fernanda Consorte, economista-chefe e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, avalia que há uma conjunção de fatores que sugerem queda da Selic já no fim deste mês, em 0,25 ponto, o que levaria a Selic dos atuais 6,50% ao ano, para 6,25%. “O BC tem reforçado que estamos em um cenário de inflação bastante benigno. Os dados do IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] divulgados na semana passada corroboram esse ambiente”, diz Consorte. A inflação acumulada em 12 meses passou de 4,66% em maio, para 3,37% em junho.
“A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados, por 379 votos a favor [contra 131], também sugere uma força para a aprovação final do projeto”, afirma Consorte. Ela lembra que a última ata do Copom destacou que o ciclo de queda da Selic ocorreria diante de “avanços concretos” na agenda previdenciária. “Creio que a votação em primeiro turno casa com as expectativas de ‘avanços concretos’ do BC”, conclui.
Já nas projeções da economista chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto, há uma maior probabilidade da Selic cair a partir de setembro, apesar de não descartar a redução em julho. “Nas minhas projeções, a probabilidade de cortar em julho é de 50%”, diz.
Para Pasianotto, o BC continuará cauteloso, mesmo com a aprovação em primeiro turno da Previdência, e não deverá fazer “movimentos muito agressivos”, como cortar a Selic em 0,50 pontos já na próxima reunião, por exemplo, como espera a maioria dos bancos do País. “O BC deve ir cortando a Selic em 0,25 ponto”, destaca. A projeção dela é que a taxa Selic feche o ano em 5,75%.
Cenário externo
Pasianotto lembra que o Federal Reserve (banco central dos EUA) tem sinalizado que pode cortar a taxa de juros do país (que está entre 2,25% e 2,50%). O presidente do Fed, Jerome Powell, tem indicado, nas últimas semanas, que isso pode ocorrer já no fim deste mês, diante da desaceleração dos investimentos das empresas com a guerra comercial e desaquecimento global. Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) também vem apontando que pode cortar juros.
Em tese, com a redução da taxa nos EUA, o capital investido no país norte-americano tende a se deslocar para outros mercados em busca de maior lucratividade. Ainda que o Brasil corte os juros, a nossa taxa continuará oferecendo maior rentabilidade que a dos EUA e países europeus. Pasianotto diz que o andamento de reformas estruturais no Brasil fortaleceria esse cenário, na medida em que geraria maior credibilidade.
Já Jefferson Laatus, sócio-diretor do Grupo Laatus, acredita que haverá manutenção da Selic em 6,50% na próxima reunião do Copom. Para ele, o BC não deve “gastar a sua munição logo de cara” cortando juros, mas, sim, que tende a esperar o andamento da proposta da Previdência Social no Senado, por exemplo.
“O BC pode querer esperar um timing [momento] mais preciso para diminuir a Selic. Podem acontecer novos impasses durante a tramitação da reforma no Congresso, uma desidratação, um atraso para o texto ir para o Senado, um tempo maior para a análise dos destaques”, afirma Laatus.
| DCI | | | | O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registrou aceleração em seis das sete capitais analisadas na passagem da primeira para a segunda quadrissemana de julho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (17). No período, o indicador avançou de 0,05% para 0,14%.
Por cidades, houve aceleração em Salvador (0,03% para 0,14%), Brasília (-0,07% para 0,09%). Recife (-0,05% para 0,12%), Rio de Janeiro (0,18% para 0,23%), Porto Alegre (-0,19% para -0,07%) e São Paulo (0,13% para 0,21%).
Em contrapartida, Belo Horizonte registrou leve decréscimo na taxa de variação, de 0,25% para 0,24%, segundo a FGV.
| Tribuna PR | | | | Sem previsão de novo comprador, montadora demite 750 em São Bernardo
O capítulo iniciado quando a Ford anunciou que fecharia as portas em São Bernardo do Campo (ABC) neste ano parece se aproximar do fim. E o cenário não é bom para aqueles que esperavam manter os seus empregos.
Sem nenhum acordo fechado sobre um possível comprador da fábrica, a Ford irá demitir 750 funcionários até o fim deste mês. Os metalúrgicos fazem parte da linha de produção do Fiesta, encerrada em junho.
Os trabalhadores deverão garantir indenização, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em reunião nesta terça-feira (16), eles foram orientados pelo sindicato a aderir ao “Pacote 2.0” na demissão, que garante o pagamento de até dois salários por ano de trabalho na fábrica.
A indenização faz parte do PDI (Plano de Demissão Incentivada), negociado entre sindicato e montadora.
O acordo prevê, além dos direitos trabalhistas na rescisão, que os empregados demitidos recebam de 1,5 a dois salários (horistas) e de 0,75 a 1,5 salário (mensalistas) por ano trabalhado.
O índice maior incidiria sobre aqueles que decidissem pedir as contas em definitivo. Já o índice menor valeria para quem optasse por participar de processo de seleção para trabalhar na fábrica depois que ficasse definido o novo comprador.
“Como você vai abrir mão de meio salário por ano trabalhado, aguardando um negócio que ainda não está fechado?”, questiona Wagner Santana, presidente do sindicato dos metalúrgicos.
Buscando amenizar os impactos no município com os desligamentos, o prefeito Orlando Morando (PSDB) diz que vai entrar na Justiça contra a montadora.
“Vamos cobrar a responsabilidade social da Ford e exigir plano de desmobilização, como já foi pedido em duas audiências e a prefeitura foi ignorada pela empresa.”
Ele diz ser contra a orientação dada pelo sindicato para que os funcionários aceitem o acordo como está.
"Qualquer ação [do sindicato] deveria ser no sentido de postergar as negociações, de exaurir todas as possibilidades. Eles não têm que aceitar a demissão e nem o acordo do jeito que está, ainda há que se esperar a definição de um novo comprador", diz Morando.
Rafael Marques, porta-voz do Sindicato dos Metalúrgicos, rebateu a ideia durante discurso a trabalhadores da fábrica nesta terça (16). “Tradição é esgotar processo de negociação, mas quando a questão é trabalhista, somos nós que discutimos entre nós.”
| Folha de S. Paulo | | | | Ideia é permitir que os caminhoneiros saibam o valor mínimo (piso) que poderão cobrar em cada viagem ao fornecer informações sobre valor de pedágio, previsão de parada e pernoite, entre outras.
Caminhoneiros autônomos, categoria que parou o país em uma greve contra o aumento do óleo diesel em maio de 2018, contarão com um aplicativo de celular para que possam calcular o valor do frete rodoviário em cada viagem, a partir dos novos parâmetros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Sem consenso, ANTT faz última audiência para discutir a nova tabela do frete
O recurso tecnológico foi desenvolvido pela estatal Serpro, a pedido do Ministério da Infraestrutura. A última versão do app foi apresentada aos representantes dos caminhoneiros, das transportadoras e do setor produtivo que se reuniram com integrantes do governo na semana passada no “Fórum Permanente para o Transporte Rodoviário de Carga”.
O aplicativo de celular será disponibilizado de forma gratuita nas lojas virtuais. A ideia é permitir que os caminhoneiros saibam o valor mínimo (piso) que poderão cobrar em cada viagem ao fornecer informações sobre valor de pedágio, previsão de parada e pernoite, entre outras.
O governo deve lançar o aplicativo após a publicação da nova tabela de frete, o que está previsto para sexta-feira (19). Na tarde desta terça-feira, a diretoria do órgão deve aprovar resolução com os novos parâmetros de cálculos elaborados pelo grupo de pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
| G1 (publicado em 16-07-2019) | | | | A BHP informou nesta quarta-feira (horário local) que sua produção de minério de ferro se manteve inalterada no segundo trimestre deste ano, na comparação anual, em 238 milhões de toneladas. Na comparação trimestral, houve avanço de 12%, a 63 milhões de toneladas.
Além disso, a mineradora reduziu sua projeção de produção de minério de ferro para todo o ano fiscal, de 270 para 265 milhões de toneladas, refletindo impactos do ciclone tropical Veronica. No entanto, foi mantida a perspectiva de produção de petróleo, cobre e carvão metalúrgico.
A maior mineradora do mundo em valor de mercado também espera arcar com US$ 260 milhões de dólares para desativar a barragem da Samarco, que rompeu na cidade brasileira de Brumadinho.
| Tribuna PR (publicado em 16-07-2019) | | | | Caminhões e motos tiveram mais crescimento. Entre carros, os mais financiados foram usados com 4 a 8 anos.
Venda de veículos financiados cresce no 1º semestre deste ano
As vendas de veículos financiados tiveram alta de 9% no 1º semestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, somando 2,87 milhões de novos e usados.
As informações são da B3, que opera a base integrada de dados que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos oferecidos como garantia em operações de crédito.
Os usados responderam por 63% das vendas: 1,81 milhão de unidades, um crescimento de 8,7% sobre janeiro a junho de 2018.
Na mesma comparação, as vendas de carros, motos e caminhões zero quilômetro subiram 9,7%, totalizando 1 milhão de unidades.
Por segmento
Entre os carros, houve alta de 5,3% no financiamento de zero quilômetro (635,3 mil) e 8,2% no de usados (1,6 milhão), também em relação ao 1º semestre de 2018.
A maior parte dos financiados (875 mil) foi de usados com 4 a 8 anos. Eles também responderam pela maioria das vendas em geral no 1º semestre, de acordo com a Fenauto.
Em seguida, vieram os zero quilômetro (635 mil), depois os usados com 9 a 15 anos (357 mil) e os seminovos (316 mil).
O segmento de caminhões foi o de maior destaque, com altas de 40% nos financiamentos de novos (59,4 mil) e 12% nos usados (69,4 mil).
Os financiamentos de motos também tiveram dois dígitos de crescimento nas vendas a crédito: 14% para as novas (363,7 mil) e 20% para usadas (R$ 83,3 mil).
| G1 | | | | A Wabco anuncia a criação de uma nova divisão de negócios focada em serviços para frotas denominada Fleet Solutions, baseada nas antigas unidades de reposição e de soluções digitais ao clienteobjetivo se tornar uma extensa rede global de serviços integrando diversos segmentos, entre distribuidores de autopeças, oficinas mecânicas, proprietários de bens, locadoras, provedores de serviços de pagamentos e provedores de componentes veiculares entre outros.
O novo negócio de alcance global prevê a combinação de diversos serviços em uma única plataforma, vários deles já oferecidos pela empresa, como gerenciamento de frota. Segundo a companhia, há espaço para a ampliação do leque de opções, principalmente no campo de tecnologias digitais na nuvem.
A ferramenta pode ser uma estratégia para adiantar a integração com a ZF, que comprou a Wabco por US$ 7 bilhões, reforçando a posição da ZF como uma das gigantes globais do setor de soluções para o setor automotivo. A ZF, que espera concluir a transação até o início de 2020, após aprovações regulamentares e de concorrência, também possui sua própria plataforma de serviços Openmatics, que une gestão de frota e serviços conectados.
“O que nos torna únicos é que estamos combinando a avançada tecnologia digital com os muitos serviços de primeira classe que já oferecemos aos nossos clientes hoje para garantir que todas as partes do ecossistema do transporte estejam conectadas e eficazes. Nossa missão é ajudar o setor a alcançar a meta de acidente zero, máxima eficiência ambiental e a entrega de operações radicalmente mais enxutas em seus negócios”, declarou em nota o vice-presidente e líder global de soluções para frotas da Wabco, Philippe Colpron.
No portfólio, a empresa incluirá seu sistema de gerenciamento de frota (Fleet Management System), sistema para diagnóstico remoto, compras de peças de reposição, peças remanufaturadas da marca Provia, serviços de reparos e até a Wabco Academy, programa de treinamento técnico para manutenção, entre outras soluções. A divisão contará ainda com a parceria de mais de 4,6 mil pontos de reparos espalhados em 115 países, além de 3,1 mil centros de serviços credenciados pela rede Wabco Service Partner.
“É uma tarefa complexa que exigirá o envolvimento e o suporte de um número significativo de parceiros de tecnologia e entre setores, fornecendo conhecimento especializado dos muitos segmentos diferentes que atendem esse espaço.
Nós já estamos trabalhando ativamente com muitos desses parceiros hoje, mas também convidamos abertamente todos os que participam deste mercado e que sintam que podem agregar valor à nossa missão, que façam contato. Criar um só ecossistema funcional em torno das operações de transporte exigirá as mentes, a experiência e as capacidades de muitos”, conclui Colpron.
| Automotive Business (publicado em 16-07-2019) | | | | Fabricante terá apoio da Ouro e Prata e outras empresas na criação de soluções para o transporte de passageiros
As empresas Marcopolo, Ouro e Prata, Rodosoft e Innoscience inauguraram um espaço de inovação dentro do Tecnopuc, em Porto Alegre (RS). O objetivo das empresas é desenvolver conceitos e novas soluções para o transporte de passageiros em um modelo de cocriação.
“Temos percebido a necessidade de oferecer cada vez mais soluções de serviços aos passageiros, pensando na experiência e jornada do usuário. Dessa forma estamos focados em construir isso juntos”, afirma Petras Santos, líder de inovação da Marcopolo.
“A Ouro e Prata é parceira de longa data na geração de inovações, portanto acreditamos ser uma ótima oportunidade de colaboração ao lado de outros parceiros, além de participar do ecossistema do Tecnopuc”, recorda Santos.
O Tecnopuc foi escolhido por ser um ambiente colaborativo e apto ao desenvolvimento de inovações. O local permite a interação com startups, com o corpo acadêmico local e também consegue usufruir de todos os benefícios do lugar para criar soluções e oportunidades de negócios para o segmento de transporte rodoviário a partir de novas tecnologias.
O parque tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul incentiva a inovação por meio de ações simultâneas entre academia, instituições privadas e governo. O local abriga atualmente mais de 130 empresas, entre elas Apple Developer Academy, Santander Getnet, Globo.com, Hewlett Packard, Johnson&Johnson, Microsoft Innovation Center, Petrobras, Oracle, Sicredi, Telebras, Thyssenkrupp, Totvs e UOL Edtech.
| Automotive Business (publicado em 16-07-2019) | | | | Fiat Argo/Cronos não atende alguns requisitos e recebe pontuação mediana
Em seu segundo teste de colisão, o Toyota Etios melhora o desempenho na proteção de adultos ao alcançar quatro das cinco estrelas conforme classificação do Latin NCAP, que divulgou os resultados da avaliação do modelo, bem como do Fiat Argo/Cronos na terça-feira, 16 (veja os vídeos dos testes logo abaixo). No primeiro crash test ao qual o modelo foi submetido, na ocasião de seu lançamento, em setembro de 2012, o modelo havia pontuado com apenas duas estrelas. Já na proteção de ocupantes crianças, o Etios manteve a classificação de quatro estrelas. O resultado é válido tanto para a versão hatch como sedã.
Fabricado no Brasil, na planta da Toyota em Sorocaba (SP), o Etios é equipado com dois airbags frontais, conforme determina a legislação brasileira, além do controle eletrônico de estabilidade (ESC), também de série – equipamento que no Brasil só será obrigatório a partir de 2020 para novos projetos e em 2022 para todos os veículos, novos e usados, conforme especifica o Rota 2030.
De acordo com o Latin NCAP, os adicionais no veículo e que ainda não são obrigatórios por lei, como o lembrete do uso do cinto de segurança (SBR) em ambos os assentos dianteiros, e o ESC garantiram a melhora da pontuação do Etios. Além disso, a Toyota recomendou instalar ambos os sistemas de retenção infantil (SRI) com as duas crianças olhando para trás, posição recomendada pelas melhores práticas globais, o que também manteve a boa segurança desses ocupantes durante a colisão.
Em sua avaliação, o Etios só não alcançou a pontuação máxima em segurança de ocupantes infantis devido à falta da sinalização adequada exigida pelo Latin NCAP, como o aviso de notar a presença de um airbag no banco do passageiro e pela falta do dispositivo de desconexão do airbag do passageiro, além da falta da sinalização adequada das ancoragens Isofix.
FIAT ARGO/CRONOS: SEGURANÇA MÉDIA
A falta do controle eletrônico de estabilidade (ESC) fez falta ao Fiat Argo/Cronos nos testes do Latin NCAP. O Argo, fabricado no Brasil na unidade de Betim (MG) e o Argo, montado na planta argentina de Córdoba, ainda não possuem o equipamento, um dos fatores que levaram os modelos a obter apenas três estrelas das cinco possíveis na classificação de segurança para adultos. Além disso, a ausência do lembrete do uso do cinto de segurança (SBR) como item de série também pesou para uma pontuação mediana.
Outros pontos foram apontados pelo relatório do Latin NCAP, como a estrutura do veículo que ofereceu proteção fraca para a região peitoral dos adultos nos bancos da frente em caso de colisão frontal. A estrutura foi considerada instável e no limite da estabilidade. No entanto, a avaliação considera que o modelo da Fiat possui boa projeção de desenvolvimento em sua concepção, o que segundo o Latin NCAP, permite melhorias.
A proteção de ocupantes crianças foi considerada boa no Argo/Cronos, quase atingindo a pontuação máxima de cinco estrelas, graças ao bom desempenho dos sistemas de retenção infantil (SRI) junto as ancoragens Isofix. Contudo, embora o modelo permita a desconexão do airbag se houver um SRI voltado para trás no assento traseiro, a sinalização não atendeu aos requisitos do Latin NCAP, bem como a sinalização das ancoragens Isofix, o que explica a qualificação de quatro estrelas.
Tanto o teste do Fiat Argo/Cronos quanto o do Toyota Etios foram patrocinados: quando a própria montadora oferece o carro para o crash test. Conforme as regras de patrocínio, o carro é escolhido aleatoriamente por representante do Latin NCAP e a montadora arca com os custos.
“As melhorias de segurança desses dois modelos populares são bem recebidas e mostram que os fabricantes estão reagindo aos testes do Latin NCAP, proporcionando segurança para além dos requisitos regulamentares. Foi comprovado, mais uma vez, que os SRIs voltados para trás, para crianças de três anos, trazem benefícios muito importantes”, declarou o secretário geral do Latin NCAP, Alejandro Furas e acrescentou:
“A última plataforma da FCA mostrou bons conceitos em segurança, porém, é preocupante que um fabricante como a FCA ainda não ofereça ESC de série em um carro novo como o Argo/Cronos. Além disso, também é uma preocupação que veículos populares como esses dois modelos ainda não ofereçam proteção padrão de cabeça [airbag de cortina] para impacto lateral.”
| Automotive Business (publicado em 16-07-2019) | | | |
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