| 18 de JUNHO de 2020
Quarta-feira
Câmbio
Em 18/06/2020
|
|
Compra
|
Venda
|
Dólar
|
5,354
|
5,355
|
Euro
|
6,004
|
6,006
|
Fonte: BACEN
| | | | O SINDIMETAL/PR divulga o informativo do Sistema Fiep que trata das recentes portarias publicadas pelo Ministério da Economia. São três importantes portarias que tratam de prorrogação de prazos em caráter excepcional.
Para acessar o informativo completo basta clicar na imagem abaixo.
| SINDIMETAL/PR | | | | O SINDIMETAL/PR divulga o e estudo atualizado do Observatório do Sistema Fiep - Coordenação de Economia, Fomento e Desenvolvimento, sobre o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), com dados divulgados e projeções para os próximos meses.
Clique na imagem e abra o documento completo
| | | | | Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
GOVERNO FEDERAL
Resolução nº 52, de 17 de junho de 2020, do Ministério da Economia. Concede redução temporária, para zero por cento, da alíquota do Imposto de Importação ao amparo do artigo 50, alínea d, do Tratado de Montevidéu de 1980, internalizado pelo Decreto Legislativo nº 66, de 16 de novembro de 1981, tendo por objetivo facilitar o combate à pandemia do Corona Vírus / Covid-19.
Instrução Normativa nº 1.960, de 16 de junho de 2020, do Ministério da Economia. Estabelece medidas para redução dos impactos econômicos decorrentes da doença pelo Coronavírus identificado em 2019 (Covid-19) com relação aos beneficiários do Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial de que tratam as Instruções Normativas RFB nº 1.291, de 19 de setembro de 2012, e nº 1.612, de 26 de janeiro de 2016.
Portaria nº 680, de 17 de junho de 2020, do Ministério da Economia. Estabelece orientações quanto às medidas protetivas para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia do coronavírus (COVID 19).
Resolução nº 6, de 9 de junho de 2020, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Dispõe sobre o estabelecimento de reuniões remotas a serem realizadas pelo Plenário do CNPCT, em caráter excepcional, em razão da pandemia global do novo coronavírus (Covid-19).
GOVERNO ESTADUAL
Portaria nº 108/2020, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - IAPAR-EMATER. Dispõe no âmbito do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - IAPAR-EMATER, de novas medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública, decorrente do Novo coronavírus-COVID19.
Resolução nº 142, de 15 de junho de 2020, da Secretaria da Segurança Pública. Acrescenta § 7º ao artigo 37 da Resolução nº 64, de 20 de março de 2020 da Secretaria de Estado da Segurança Pública, determinando s prorrogação por mais 30 (trinta) dias o prazo previsto no caput, ressalvada a
possibilidade, por força de decisão judicial, dos advogados terem acesso aos seus clientes presos através do parlatório virtual.
GOVERNO MUNICIPAL
Decreto nº 28.205, de Foz do Iguaçu. Estabelece horário de funcionamento das atividades comerciais, gastronômicas e de serviços como medida de controle e prevenção para o enfrentamento da emergência em saúde pública de importância internacional decorrente da Pandemia do Novo Coronavírus – COVID-19.
Decreto nº 858, de Maringá. Dispõe sobre a prorrogação de prazo para requerimento de benefícios tributários durante o estado de emergência de que trata o decreto nº 445/2020, para fins de enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (covid-19).
Decreto nº 874, de Maringá. Dispõe sobre a fruição de férias e outras medidas para os profissionais da área da saúde durante o período de enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (covid-19).
Decreto nº 862, de Maringá. Dispõe sobre medidas adotadas para restringir a propagação do covid-19 para fins de enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (covid-19).
Decreto nº 875, de Maringá. Dispõe sobre a análise de produtividade para fins de aferição da Gratificação de Produtividade e Desempenho – GPD relativa ao cargo de Auditor Tributário e Agente Fiscal, durante o período de emergência em saúde pública para fins de enfrentamento da COVID-10.
Decreto nº 856, de Maringá. Dispõe sobre atividades proibidas de funcionar nos dias 12 e 13 de junho; alterações no decreto municipal 798/2020 com reflexo nos decretos municipais 566/202, 578/2020 e 690/2020 publicados durante o período de emergência em saúde pública e outras medidas tomadas para fins de enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (covid-19) e dá outras providências.
Decreto nº 796, de Curitiba. Estabelece medidas sanitárias complementares para o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública, decorrente do novo Coronavírus (COVID-19), e dá outras providências.
Portaria Conjunta nº 3, de Curitiba. Revogar a Portaria Conjunta nº 02/2020 IPMCSMAP, incluir nova redação na Portaria Conjunta nº 01/2020 IPMC – SMAP e dar outras providências.
Decreto nº 779, de Curitiba. Altera o Decreto Municipal n.º 421, de 16 de março de 2020, e dá outras providências.
| Sistema FIEP | | | |
Indicadores conjunturais e estruturais selecionados – produção, nível de estoques, confiança do empresário, custos, produtividade, entre outros.
Em abril de 2020, os principais indicadores da indústria apresentaram as quedas mais acentuadas desde o início de suas respectivas séries históricas.
Na comparação com março, a produção caiu 18,8%, o faturamento caiu 23,3% e o emprego caiu 2,3%, considerando as séries livres de efeitos sazonais.
| CNI (publicado em 16-06-2020) | | | Pesquisa Industrial Anual Empresa foi divulgada hoje pelo IBGE
Pesquisa Industrial Anual Empresa (PIA Empresa), divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o Brasil tinha 309 mil empresas ativas no setor em 2018, com um ou mais empregados, que ocuparam 7,7 milhões de pessoas e pagaram um total de R$ 308 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
A receita líquida de vendas, apurada pelo setor industrial no ano pesquisado, somou R$ 3,4 trilhões, dos quais R$ 3,2 trilhões foram gerados pelas indústrias de transformação e R$ 192 bilhões pelas indústrias extrativas. As grandes empresas participaram com 67,8% da receita líquida de vendas em 2018, revelando expansão em relação a 2009 (67,1%). Os dados foram coletados no ano passado.
A PIA Empresa mostra ainda que a atividade industrial gerou R$ 1,4 trilhão de valor na transformação industrial. Esse total é resultado da diferença entre um valor bruto da produção industrial, de R$ 3,1 trilhões, e os custos de operações industriais, de R$ 1,7 trilhão. As indústrias de transformação contribuíram com 90,6% desse montante.
O faturamento bruto total das empresas em 2018 alcançou R$ 4,8 trilhões, sendo 77,8% da venda de produtos e serviços industriais (contra 74,7%, em 2009); 8,6% decorrentes da receita gerada por atividades não industriais (6,5%, em 2009);e 13,6% por outras receitas, como rendas de aluguéis, juros relativos a aplicações financeiras, variações monetárias ativas e resultados positivos de participações societárias, contra 18,8% em 2009.
Empregos
A atividade industrial empregou cerca de 7,7 milhões de pessoas em 2018, sendo 7,5 milhões nas indústrias de transformação e 0,2 milhão nas indústrias extrativas. O IBGE destacou, porém, que nos últimos dez anos, o pessoal ocupado nas indústrias extrativas cresceu 14,4%, enquanto as indústrias de transformação, que são responsáveis por 97,6% do total de pessoas ocupadas na indústria, perderam cerca de 203,2 mil empregos. Isso gerou queda de 2,3% no total de empregos no setor.
As atividades da indústria de transformação que apresentaram maior crescimento no número de pessoas ocupadas entre 2009 e 2018 foram manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (27,9%), fabricação de bebidas (28,1%) e fabricação de produtos alimentícios (15,5%). As maiores quedas foram observadas na fabricação de produtos de madeira (-21%), na fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-17,7%) e na confecção de artigos de vestuário e acessórios (-18,6%).
Entre as indústrias extrativas, o destaque foi para a atividade de extração de petróleo e gás natural, que registrou em 2018 aumento de 597,6% na ocupação. A queda mais significativa foi registrada na extração de carvão mineral (-33,5%), seguida da fabricação de produtos de madeira (-21%).
Salários
O salário médio mensal na indústria, medido em salários mínimos, foi de 3,2 em 2018, contra 3,4 em 2009, segundo a PIA Empresa. As indústrias extrativas, que pagavam 5,4 salários mínimos em 2009, reduziram para 4,8 em 2018. Queda foi registrada também nas indústrias de transformação, que pagavam 3,4 salários mínimos em 2009 e reduziram para 3,2 em 2018.
Os salários mais altos foram pagos, respectivamente, pela indústria de extração de petróleo e gás natural (25,2 salários mínimos), atividades de apoio à extração de minerais (10,3) e fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustiveis (8,6). Em média, cada empresa industrial empregou 25 pessoas em 2018, contra 26 em 2009.
No ano da pesquisa, o empregado das indústrias extrativas gerou, em média, R$ 678,2 mil em termos de produtividade, contra R$ 163,1 mil do trabalhador da área de transformação. A média de concentração no setor industrial brasileiro subiu de 21,4%, em 2009, para 24,2%, em 2018.
No período de dez anos, tanto as indústrias extrativas quanto as indústrias de transformação ampliaram o nível de concentração de 67,7% para 74% e de 20,4% para 22,3%, respectivamente. A PIA Empresa identificou um total de 187,7 mil unidades locais industriais, com cinco ou mais pessoas ocupadas. Segundo o IBGE, uma unidade local é o espaço físico no qual são desenvolvidas as atividades econômicas de uma empresa.
De acordo com a sondagem, a participação das indústrias extrativas na geração de valor no total da indústria evoluiu de 9,6%, em 2009, para 14,7%, em 2018, atingindo o maior índice da série, iniciada em 2007. Por outro lado, as indústrias de transformação mantiveram participação predominante em 2018, com 85,3%, embora tivessem recuado no período de dez anos. Em 2009, sua presença na geração de valor da indústria era de 90,4%.
Por regiões
Em termos regionais, a pesquisa revela que a liderança no ranking de produção no Brasil em 2018 foi exercida pela Região Sudeste, com 58,3% do valor da transformação industrial, seguida pelas regiões Sul (19,0%), Nordeste (10,3%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (5,5%). Na comparação com 2009, entretanto, o Sudeste caiu 2,4 pontos percentuais. A Região Centro-Oeste mostrou a maior evolução em termos de composição nacional do valor da transformação industrial em dez anos, de 1 ponto percentual.
| Agência Brasil | | | Ranking das atividades em 2018 foi liderado por produtos alimentícios
O valor das vendas industriais no país atingiu R$ 2,6 trilhões em 2018, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual Produto (PIA Produto), divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram pesquisados 3.400 produtos fabricados pelas 32,5 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e suas 39 mil unidades locais industriais. A PIA Produto constitui a principal fonte de informações sobre a produção de bens e serviços industriais no Brasil.
O ranking das atividades em 2018, em comparação ao ano anterior, foi liderado pela fabricação de produtos alimentícios, cuja participação no valor de vendas alcançou 16,9%. A fabricação de produtos químicos aparece em segundo lugar, com 10,3%, seguido da fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis (10,1%).
Os maiores aumentos de participação no valor das vendas, em relação a 2017, foram observados na fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis, da ordem de 1 ponto percentual, seguido de extração de petróleo e gás natural (0,9 pp) e de metalurgia (0,7 pp). A maior queda na participação no valor de vendas foi registrada na fabricação de produtos alimentícios (-1,8 pp).
A pesquisa do IBGE mostra que os dez maiores produtos ou serviços industriais representaram, em conjunto, 20,8% do valor das vendas em 2018. A liderança coube a óleos brutos de petróleo e diesel, cujas participações atingiram 3,4% e 3,2%, espectivamente.
Cem maiores
De acordo com a pesquisa, os 100 produtos industriais com maior valor de vendas registraram, em 2018, receita de R$ 1,4 trilhão ou o equivalente a 54,7% do total das unidades locais industriais das empresas com 30 trabalhadores ou mais pessoas ocupadas.
Os maiores ganhos de posição no ranking foram observados nos produtos zinco e ligas de zinco em formas brutas (lingotes, placas), que passaram da 152ª posição para a 93ª colocação, nafta (da 112ª para 69ª), ligas de alumínio em formas brutas (da 111ª para 84ª), caminhão-trator (cavalo mecânico) para reboques e semirreboques (da 56ª para 30ª) e máquinas para colheita (da 105ª para 80ª).
Em contrapartida, as maiores perdas de posição foram sentidas em sabões ou detergentes em pó (da 68ª para 100ª colocação) e leite em pó (da 63ª para 90ª).
Análise regional
A sondagem revela ainda que tomando por base o fator regional, a participação na distribuição do valor de vendas no período 2009/2018 aumentou em todas as regiões brasileiras, à exceção do Sudeste, onde caiu de 62% para 55,4%. O destaque positivo foi para as regiões Nordeste, que subiu de uma participação de 8,6%, em 2009, para 11%; Norte, de 6,6% para 6,9%; Sul, de 18,8% para 20,2%; e Centro-Oeste, de 4% para 6,5%.
Os principais produtos no valor de vendas em cada grande região, no ano da pesquisa, foram minério de ferro no Norte, com participação de 19,3%; carne bovina fresca ou refrigerada no Centro-Oeste (12,6%); óleos brutos de petróleo no Sudeste (6,1%); óleo diesel no Nordeste (5,9%); e óleo diesel no Sul (3,9%).
A PIA Produto mostrou também que, à exceção de óleos brutos de petróleo da Região Sudeste, que entraram no ranking entre 2009 e 2018, todos os principais produtos citados que lideraram a participação no valor de vendas nas quatro demais regiões subiram na década analisada.
| Agência Brasil | | | Novas regras devem impactar também na lotação dos ônibus
O governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu, nesta quarta-feira (17), por videoconferência, com os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) e apresentou algumas deliberações sanitárias que o Governo do Estado deve adotar, via decreto, a partir de amanhã, para reduzir a propagação do novo coronavírus na região.
As medidas propostas deverão diminuir a circulação de pessoas e evitar o colapso nos leitos disponíveis para atendimento a pacientes infectados pela Covid-19 nas redes pública e privada. O encontro contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, e do diretor-presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, Gilson Santos.
Entre as medidas em estudo estão escalonamento das atividades comerciais para evitar aglomerações em horários específicos; escalonamento dos funcionários terceirizados das administrações municipais; fechamento dos shopping centers aos finais de semana; proibição do ingresso de crianças menores de 12 anos em supermercados; reforço na orientação de isolamento social para idosos com mais de 60 anos; proibição de consumo de bebidas alcoólicas nas ruas depois das 22 horas; e proibição de aglomerações em pátios de postos de combustíveis, praças e parques.
A minuta do decreto estadual será encaminhada para deliberação interna na Assomec antes da publicação. A ideia é construir um texto coeso em conjunto com os interesses específicos das prefeituras municipais. A RMC é a região mais atingida pela pandemia no Estado. Até ontem eram 3.508 caasos e 146 óbitos.
Segundo o prefeito de Fazenda Rio Grande e presidente da instituição, Márcio Wozniak, as orientações do Governo do Estado ajudam a achar as melhores alternativas. “As cidades metropolitanas vivem na Capital, as pessoas circulam, precisamos pensar coletivamente. A pandemia começa a ter nome, atinge pessoas conhecidas, e é hora de novas decisões nesse enfrentamento”, afirmou.
Realidade da pandemia no Estado mudou nos últimos 15 dias, diz secretário de Saúde
Segundo o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, a decisão conjunta para a Região Metropolitana de Curitiba será fundamental para manutenção da qualidade no atendimento dos hospitais para a população. Ele disse que o Paraná vive o momento mais delicado da pandemia desde que os primeiros casos foram detectados, em 12 de março, e que a evolução da pandemia é dividida em dois momentos no Estado: uma realidade de 75 dias e uma nos últimos 15 dias.
“Conseguimos evitar a transmissão descontrolada do vírus com as interrupções das atividades e da mobilidade. Mas depois tivemos grandes movimentos com auxílio emergencial do governo federal, Dia das Mães, Dia dos Namorados. Esse contexto está repercutindo nos números, passamos a uma média mais alta de novos casos por dia”, afirmou Beto Preto. “A tendência é de espiral ascendente. Se não tivermos as medidas necessárias de isolamento domiciliar e distanciamento social vamos continuar todos os dias dando maiores possibilidade ao contágio”.
A 2ª Regional de Saúde, que engloba 29 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, é a que apresenta maior índice de casos e de óbitos. A macrorregião Leste também tem 74% de taxa de ocupação nos 230 leitos de UTI disponíveis para a Covid-19 na rede pública.
Por isso a necessidade de se unificar o regramento. “Temos que cadenciar as decisões para chegar ao final dessa maratona. Curitiba sozinha não vai suportar toda a demanda por conta da relação comercial dos municípios vizinhos com a capital. Temos um grande problema no transporte público, queremos diminuir a circulação nessa região. Os municípios têm que nos ajudar a tomar uma decisão conjunta. Não podemos perder o ritmo que estamos adotando”, complementou Ratinho Junior. “Não adianta Curitiba fechar e os outros municípios não”.
| Bem Paraná ( publicado em 17-06-2020) | | | O governador Ratinho Junior (PSD) sancionou, ontem, a Lei 20.240/2020 que estabelece diretrizes para a criação da Força Estadual da Saúde do Paraná (FES-PR). O projeto foi idealizado pelo deputado estadual Michele Caputo (PSDB) e foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa. Iniciativa pode contribuir já na pandemia do Novo Coronavírus.
Com a lei, o Paraná irá formar um cadastro permanente de profissionais de saúde, especialistas, pesquisadores, estudantes e voluntários que serão convocados para atuar em ocasiões críticas que pressionem o sistema de saúde.
| Bem Paraná ( publicado em 17-06-2020) | | | Medidas para reduzir a propagação do novo coronavírus na capital e cidades do entorno foram discutidas nesta quarta-feira pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec).
O governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu nesta quarta-feira (17), por videoconferência, com os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) e apresentou algumas deliberações sanitárias que o Governo do Estado deve adotar, via decreto, a partir de sexta-feira (19) para reduzir a propagação do novo coronavírus.
As medidas propostas deverão diminuir a circulação de pessoas e evitar o colapso nos leitos disponíveis para atendimento a pacientes infectados pela Covid-19 nas redes pública e privada. O encontro contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, e do diretor-presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, Gilson Santos.
Entre as medidas em estudo estão escalonamento das atividades comerciais para evitar aglomerações em horários específicos; escalonamento dos funcionários terceirizados das administrações municipais; fechamento dos shopping centers aos finais de semana; proibição do ingresso de crianças menores de 12 anos em supermercados; reforço na orientação de isolamento social para idosos com mais de 60 anos; proibição de consumo de bebidas alcoólicas nas ruas depois das 22 horas; e proibição de aglomerações em pátios de postos de combustíveis, praças e parques.
O governador destacou que o Paraná chegou perto dos 100 dias de pandemia com uma situação razoavelmente controlada, estabilidade na transmissão, no número de leitos disponíveis e manutenção das atividades essenciais. Ele também pontuou que o aumento no número de testes do padrão ouro (RT-PCR) e da distribuição de mais de 300 mil testes rápidos aos municípios ampliou o número de casos identificados e que esse mapeamento indica a necessidade de adotar novas medidas sanitárias.
“Nos últimos 30 anos o Estado alcançou 1.200 leitos de UTI entre hospitais públicos e filantrópicos. Vamos fechar a semana que vem com cerca de 750 novos leitos e mais três hospitais regionais. Isso mostra a organização da Secretaria da Saúde e das secretarias municipais”, destacou Ratinho Junior. “Mesmo assim não é possível atender todo mundo sem controle e distanciamento social, que é o único método disponível. Esse é um problema comum e temos que pensar ele de forma coletiva e estratégica. É um trabalho pontual para a Região Metropolitana de Curitiba nesse momento, mas ele pode ser ampliado para outras regiões do Estado”.
A 2ª Regional de Saúde, que engloba 29 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, é a que apresenta maior índice de casos (3.413) e de óbitos (135), segundo o boletim epidemiológico publicado nesta terça-feira (16). A macrorregião Leste também tem 74% de taxa de ocupação nos 230 leitos de UTI disponíveis para a Covid-19 na rede pública.
“Temos que cadenciar as decisões para chegar ao final dessa maratona. Curitiba sozinha não vai suportar toda a demanda por conta da relação comercial dos municípios vizinhos com a capital. Temos um grande problema no transporte público, queremos diminuir a circulação nessa região. Os municípios têm que nos ajudar a tomar uma decisão conjunta. Não podemos perder o ritmo que estamos adotando”, complementou Ratinho Junior. “Não adianta Curitiba fechar e os outros municípios não. Nossa missão é salvar o máximo de vidas”.
PRECAUÇÃO – Segundo o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, a decisão conjunta para a Região Metropolitana de Curitiba será fundamental para manutenção da qualidade no atendimento dos hospitais para a população. Ele disse que o Paraná vive o momento mais delicado da pandemia desde que os primeiros casos foram detectados, em 12 de março, e que a evolução da pandemia é dividida em dois momentos no Estado: uma realidade de 75 dias e uma nos últimos 15 dias.
“Conseguimos evitar a transmissão descontrolada do vírus com as interrupções das atividades e da mobilidade. Mas depois tivemos grandes movimentos com auxílio emergencial do governo federal, Dia das Mães, Dia dos Namorados. Esse contexto está repercutindo nos números, passamos a uma média mais alta de novos casos por dia”, afirmou Beto Preto. “A tendência é de espiral ascendente. Se não tivermos as medidas necessárias de isolamento domiciliar e distanciamento social vamos continuar todos os dias dando maiores possibilidade ao contágio”.
O secretário citou que o Paraná já tem 660 leitos de UTI e 1.126 leitos de enfermaria disponíveis para enfrentar a Covid-19, e que novos leitos serão ativados na macrorregião Leste, principalmente no Hospital do Rocio, em Campo Largo.
“Estancamos o movimento nas universidades e escolas, uma queda de cerca de 20% na mobilidade das pessoas, mas só isso não basta. Estamos estudando no Comitê de Operações e Emergência em Saúde, e é importante que esse decreto seja um guarda-chuva para a Região Metropolitana”, acrescentou Beto Preto. “Todas as nossas orientações já são restritivas. Mesmo assim estamos vendo a circulação e ampliação de casos graves. É hora de agir”.
REPERCUSSÃO – A minuta do decreto estadual será encaminhada para deliberação interna na Assomec antes da publicação. A ideia é construir um texto coeso em conjunto com os interesses específicos das prefeituras municipais.
Segundo o prefeito de Fazenda Rio Grande e presidente da instituição, Márcio Wozniak, as orientações do Governo do Estado ajudam a achar as melhores alternativas. “As cidades metropolitanas vivem na Capital, as pessoas circulam, precisamos pensar coletivamente. A pandemia começa a ter nome, atinge pessoas conhecidas, e é hora de novas decisões nesse enfrentamento”, afirmou.
“O governador é muito lúcido ao propor um regramento metropolitano. A ideia é que tenhamos uma postura sanitária comum para salvar vidas. É hora de desafogar as UTIS”, disse Rafael Greca, prefeito de Curitiba.
PRESENÇAS – Participaram do encontro o vice-governador Darci Piana; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; os secretários João Debiasi (Comunicação e Cultura), Norberto Ortigara (Agricultura e Abastecimento), Valdemar Bernardo Jorge (Planejamento e Projetos Estruturantes) e João Carlos Ortega (Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas); o diretor-geral da Saúde, Nestor Werner Júnior; a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes; e o diretor-presidente da Comec, Gilson Santos.
| Agência de Notícias do Paraná ( publicado em 17-06-2020) | | | Curitiba e demais municípios da região metropolitana seguirão protocolo único para enfrentamento da pandemia do coronavírus. As regras devem ser publicadas nesta sexta-feira (19/6) pelo Governo do Estado.
A decisão foi tomada em videoconferência realizada nesta quarta-feira (17/6), pela manhã, reunindo o prefeito Rafael Greca, os prefeitos dos demais municípios da região metropolitana e o governador Ratinho Júnior, durante assembleia da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec).
As regras comuns a todos os municípios da região metropolitana vão regulamentar o horário de funcionamento das atividades comerciais, industriais e de serviços; escalonamento de atividades; permissão/proibição de atividades comerciais, sociais e religiosas.
“Aguardamos o regramento comum proposto pela Secretaria de Estado da Saúde. Todos nós, prefeitos, decidimos ser parceiros e ouvir as recomendações do governador, para poupar a nossa região e o nosso Paraná da grave emergência sanitária que nos empurra para um lockdown, que nenhum de nós deseja”, afirmou o prefeito Rafael Greca.
“Juntos somos mais fortes no enfrentamento do novo coronavírus”, completou.
Participaram da reunião o vice-governador Darci Piana; o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto; o secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas, João Carlos Ortega; e o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.
| Prefeitura de Curitiba ( publicado em 17-06-2020) | | |
Após decisão do STF, contaminação de trabalhador por coronavírus foi considerada doença ocupacional; veja situações em que regra é aplicada e as consequências para empregado e empresa.
Ao analisar a Medida Provisória que flexibiliza contratos de trabalho durante a pandemia, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que os casos de contaminação de trabalhadores por coronavírus (Covid-19) podem ser enquadrados como doença ocupacional.
De acordo com Mateus Freitas, advogado do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, esse reconhecimento permite que trabalhadores de setores essenciais que forem contaminados possam ter acesso a benefícios como auxílio-doença, protegidos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
“Isso é considerado uma vitória para os profissionais da saúde, pois são os principais expostos na linha de frente do combate à doença”, diz.
Luara Rezende, advogada trabalhista e coordenadora da Equipe Trabalhista de São Paulo do Marcos Martins Advogados, explica que doença ocupacional é a adquirida ou desencadeada em função da realização de atividades cotidianas no trabalho. Entre as mais comuns, por exemplo, estão a Lesão Por Esforço Repetitivo (LER), lombalgias, hérnias, doenças de audição e visão e até psicológicas, como a depressão e a ansiedade.
A advogada alerta que, com exceção dos casos de profissionais que trabalham em serviços essenciais, que são obrigados a se expor diariamente ao risco de contrair o vírus, dificilmente o INSS irá considerar a contaminação como doença ocupacional. E a consequência disso será uma avalanche de processos trabalhistas no Judiciário. Por isso, todas as circunstâncias deverão ser analisadas antes de se chegar à conclusão de que a doença ocorreu em decorrência do trabalho.
“Apesar de abrir margem para que todos os colaboradores em atividade presencial que desenvolverem a doença possam se utilizar da lei para responsabilizar a empresa por sua enfermidade, a constatação não será simples. Na esfera administrativa, o INSS deverá se utilizar de um crivo multifatorial para avaliar se o ambiente de trabalho realmente oferecia um risco para as equipes”, diz.
Veja abaixo o tira-dúvidas com advogados trabalhistas sobre as consequências da decisão do STF para os trabalhadores:
A medida só vale se a Covid-19 for adquirida durante o trabalho presencial e durante o deslocamento para o local de trabalho ou também em home office?
Fernando de Almeida Prado, sócio do BFAP Advogados: O contágio por Covid-19 somente será considerado como doença ocupacional se ocorrer em razão de trabalho presencial ou no deslocamento para o trabalho. Isso porque entendemos que a análise desses casos deve se pautar pelo princípio da razoabilidade, no sentido de que não é possível imputar ao empregador responsabilidade por eventual descuido do empregado em razão do não cumprimento do isolamento.
Ricardo Pereira de Freitas Guimarães, professor da pós-graduação da PUC-SP: Há duas formas de responsabilidade. A objetiva, que independe de culpa, que ocorrerá apenas nas situações em que a atividade do empregado se vincula ao risco de adquirir a doença, exemplo médicos, enfermeiros, etc.
E a responsabilidade subjetiva, quando há culpa do empregador em não tomar as medidas necessárias de proteção ao empregado em razão da pandemia, que serve, em tese, para as atividades que não possuem em si o risco direto da contaminação.
Nas duas hipóteses há necessidade de concorrerem dois fatores: nexo e dano. Na primeira hipótese, o nexo é presumido e, na segunda hipótese, tem que ser provado.
Eduardo Pragmácio Filho, professor e presidente da Escola Superior de Advocacia do Ceará (ESA-CE): Para que uma doença seja considerada ocupacional, é necessário que ela seja “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente”, isto é, que haja um nexo causal entre a doença e o trabalho.
Não é considerada doença ocupacional “a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho”.
Como a Covid-19 é uma doença endêmica, em princípio, não seria considerada uma doença ocupacional, salvo se, na perícia do INSS, o médico perito entender que existe o nexo causal. Assim, o simples fato de um empregado ser diagnosticado com Covid-19 não implica automaticamente o reconhecimento de doença do trabalho. Mesmo que o INSS conceda o benefício acidentário, a empresa ainda pode recorrer dessa decisão, juntando contestação médica e documentação pertinente.
A decisão recente do STF não modifica o entendimento de que é necessário que um médico perito do INSS caracterize o nexo causal para declarar o Covid-19 como doença do trabalho.
O que o trabalhador terá que fazer para comprovar que adquiriu a doença em função da realização das atividades?
Fernando de Almeida Prado: A Justiça do Trabalho entenderá que cabe à empresa comprovar que o contágio não ocorreu em suas dependências, em razão da adoção de todas as medidas de proteção e higiene necessárias e indicadas pelo governo.
Atribuir tal ônus ao empregado seria o mesmo que permitir a produção da denominada "prova diabólica", que é impossível de ser realizada.
Ainda assim, para comprovação, o empregado pode demonstrar que a empresa não fornecia, por exemplo, equipamentos de proteção individual, que não realizava a correta higiene do local de trabalho, entre outros aspectos.
Quem checa se a doença foi contraída em função do trabalho? O INSS?
Fernando de Almeida Prado: A declaração de doença ocupacional pode ocorrer por meio de perícia do INSS – o médico perito é que vai declarar o nexo entre a Covid-19 e o trabalho; perícia judicial, se o trabalhador entrar na Justiça com uma reclamação trabalhista; ou auditoria da Secretaria do Trabalho, ligada ao Ministério da Economia.
O trabalhador pode pedir indenização? Para isso, ele terá de entrar na Justiça do Trabalho? O que ele pode pedir na ação?
Fernando de Almeida Prado: Sim, para que seja concedida indenização é necessária a judicialização da questão. O empregado deve comprovar lesão a direito moral ou material decorrente de contágio de Covid-19 nas dependências da empresa ou decorrentes do deslocamento até o local de trabalho. Os pedidos podem ser embasados em eventual redução de incapacidade laborativa, decorrente de sequelas da doença ou mesmo no risco a que foi exposto o trabalhador e pessoas de seu convívio.
Ricardo Pereira de Freitas Guimarães: O empregado que tenha sofrido outros danos em razão da doença, inclusive eventual dano moral, poderá pleitear de seu empregador eventual indenização na Justiça.
Pela via judicial, que circunstâncias deverão ser analisadas antes de se chegar à conclusão de que a doença foi contraída em decorrência do trabalho?
Fernando de Almeida Prado: Em caso de ajuizamento de reclamação trabalhista, a Justiça deverá determinar a produção de provas técnicas, principalmente para análise do ambiente de trabalho e das condições fornecidas pelo empregador. Deverá ainda designar perícia médica, na hipótese de alegação de sequelas decorrentes da doença. Depoimentos de testemunhas também devem ser levados em consideração.
O que as empresas devem fazer para se precaver de processos? Medidas de prevenção bastam?
Fernando de Almeida Prado: As empresas devem atuar fortemente na prevenção da disseminação da Covid-19, adotando todas as medidas de higiene e segurança indicadas em normas específicas e em recomendações do governo para evitar o recebimento de demandas judiciais sobre o tema. Caso seja possível, é também ideal que a empresa evite o trabalho de forma presencial ou reduza o número de empregados que devem comparecer à sede da empresa, mantendo os demais em regime de teletrabalho.
Luara Rezende: As empresas devem ter uma estratégia assertiva para proteger seus funcionários. É preciso se precaver juridicamente e documentar tudo: a empresa faz campanhas de conscientização da doença? Há frascos de álcool em gel disponíveis em diversos locais? Houve a oferta suficiente de máscaras e recomendação para o seu uso? A disposição do ambiente favorece o distanciamento social? A higienização dos espaços está sendo feita de maneira correta?
Não existe a possibilidade de as empresas se omitirem da responsabilidade de adotar todas as medidas de prevenção, alegando desconhecimento das recomendações de autoridades de saúde.
Os empregadores precisarão refletir: preciso expor meus funcionários ao risco, não só no ambiente de trabalho, mas também no deslocamento? É realmente inviável ficar em home office, é possível criar alternativas para o trabalho presencial, como e-commerce ou migração do negócio para aplicativos de delivery?
Quais os direitos do trabalhador que tiver reconhecida a Covid-19 como doença ocupacional?
Eduardo Pragmácio Filho: Quando um empregado é afastado por doença ocupacional, ele recebe um auxílio-doença acidentário e a empresa é obrigada a pagar o FGTS do período de afastamento, além de ter que dar estabilidade de 12 meses após a alta do INSS.
Mateus Freitas: Os trabalhadores que comprovarem que foram contaminados no ambiente de trabalho terão direito a 15 dias de afastamento pagos pela empresa e o auxílio-doença pago pelo INSS a partir do 16º dia. Após o período fora de serviço, o funcionário tem 12 meses de estabilidade no emprego e não pode ser dispensado sem justa causa.
Por ser considerada uma doença ocupacional, não existe prazo de carência para solicitar o auxílio. E o cálculo pode ser feito da seguinte maneira:
Salário de benefício (100% da média aritmética dos seus salários)
Aplica-se a alíquota de 91%(por exigência da lei)
O valor é limitado à média dos 12 últimos salários de contribuição
Além disso, a empresa é obrigada a continuar pagando o FGTS, uma vez que esse auxilio é de categoria "acidentário".
Em caso de óbito decorrente de Covid-19 contraída no local de trabalho, há mudança no cálculo da pensão por morte, por se tratar de acidente de trabalho:
Será feita uma média com 100% das contribuições até a data do falecimento.
Posteriormente será pago 50% do valor da aposentadoria por incapacidade permanente a que teria direito a receber na data do óbito, acrescido de 10% para cada dependente adicional, limitado a 100% do benefício.
Exemplo: segurado com dois dependentes que falecer decorrente de acidente de trabalho, com 20 anos de contribuição, com base em 100% da renda mensal inicial de R$ 2.000, receberá 50% + 10% para cada dependente adicional, totalizando R$ 1.400,00.
Após decisão do STF, contaminação de trabalhador por coronavírus foi considerada doença ocupacional; veja situações em que regra é aplicada e as consequências para empregado e empresa.
Ao analisar a Medida Provisória que flexibiliza contratos de trabalho durante a pandemia, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que os casos de contaminação de trabalhadores por coronavírus (Covid-19) podem ser enquadrados como doença ocupacional.
De acordo com Mateus Freitas, advogado do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, esse reconhecimento permite que trabalhadores de setores essenciais que forem contaminados possam ter acesso a benefícios como auxílio-doença, protegidos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
“Isso é considerado uma vitória para os profissionais da saúde, pois são os principais expostos na linha de frente do combate à doença”, diz.
Luara Rezende, advogada trabalhista e coordenadora da Equipe Trabalhista de São Paulo do Marcos Martins Advogados, explica que doença ocupacional é a adquirida ou desencadeada em função da realização de atividades cotidianas no trabalho. Entre as mais comuns, por exemplo, estão a Lesão Por Esforço Repetitivo (LER), lombalgias, hérnias, doenças de audição e visão e até psicológicas, como a depressão e a ansiedade.
A advogada alerta que, com exceção dos casos de profissionais que trabalham em serviços essenciais, que são obrigados a se expor diariamente ao risco de contrair o vírus, dificilmente o INSS irá considerar a contaminação como doença ocupacional. E a consequência disso será uma avalanche de processos trabalhistas no Judiciário. Por isso, todas as circunstâncias deverão ser analisadas antes de se chegar à conclusão de que a doença ocorreu em decorrência do trabalho.
“Apesar de abrir margem para que todos os colaboradores em atividade presencial que desenvolverem a doença possam se utilizar da lei para responsabilizar a empresa por sua enfermidade, a constatação não será simples. Na esfera administrativa, o INSS deverá se utilizar de um crivo multifatorial para avaliar se o ambiente de trabalho realmente oferecia um risco para as equipes”, diz.
Veja abaixo o tira-dúvidas com advogados trabalhistas sobre as consequências da decisão do STF para os trabalhadores:
A medida só vale se a Covid-19 for adquirida durante o trabalho presencial e durante o deslocamento para o local de trabalho ou também em home office?
Fernando de Almeida Prado, sócio do BFAP Advogados: O contágio por Covid-19 somente será considerado como doença ocupacional se ocorrer em razão de trabalho presencial ou no deslocamento para o trabalho. Isso porque entendemos que a análise desses casos deve se pautar pelo princípio da razoabilidade, no sentido de que não é possível imputar ao empregador responsabilidade por eventual descuido do empregado em razão do não cumprimento do isolamento.
Ricardo Pereira de Freitas Guimarães, professor da pós-graduação da PUC-SP: Há duas formas de responsabilidade. A objetiva, que independe de culpa, que ocorrerá apenas nas situações em que a atividade do empregado se vincula ao risco de adquirir a doença, exemplo médicos, enfermeiros, etc.
E a responsabilidade subjetiva, quando há culpa do empregador em não tomar as medidas necessárias de proteção ao empregado em razão da pandemia, que serve, em tese, para as atividades que não possuem em si o risco direto da contaminação.
Nas duas hipóteses há necessidade de concorrerem dois fatores: nexo e dano. Na primeira hipótese, o nexo é presumido e, na segunda hipótese, tem que ser provado.
Eduardo Pragmácio Filho, professor e presidente da Escola Superior de Advocacia do Ceará (ESA-CE): Para que uma doença seja considerada ocupacional, é necessário que ela seja “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente”, isto é, que haja um nexo causal entre a doença e o trabalho.
Não é considerada doença ocupacional “a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho”.
Como a Covid-19 é uma doença endêmica, em princípio, não seria considerada uma doença ocupacional, salvo se, na perícia do INSS, o médico perito entender que existe o nexo causal. Assim, o simples fato de um empregado ser diagnosticado com Covid-19 não implica automaticamente o reconhecimento de doença do trabalho. Mesmo que o INSS conceda o benefício acidentário, a empresa ainda pode recorrer dessa decisão, juntando contestação médica e documentação pertinente.
A decisão recente do STF não modifica o entendimento de que é necessário que um médico perito do INSS caracterize o nexo causal para declarar o Covid-19 como doença do trabalho.
O que o trabalhador terá que fazer para comprovar que adquiriu a doença em função da realização das atividades?
Fernando de Almeida Prado: A Justiça do Trabalho entenderá que cabe à empresa comprovar que o contágio não ocorreu em suas dependências, em razão da adoção de todas as medidas de proteção e higiene necessárias e indicadas pelo governo.
Atribuir tal ônus ao empregado seria o mesmo que permitir a produção da denominada "prova diabólica", que é impossível de ser realizada.
Ainda assim, para comprovação, o empregado pode demonstrar que a empresa não fornecia, por exemplo, equipamentos de proteção individual, que não realizava a correta higiene do local de trabalho, entre outros aspectos.
Quem checa se a doença foi contraída em função do trabalho? O INSS?
Fernando de Almeida Prado: A declaração de doença ocupacional pode ocorrer por meio de perícia do INSS – o médico perito é que vai declarar o nexo entre a Covid-19 e o trabalho; perícia judicial, se o trabalhador entrar na Justiça com uma reclamação trabalhista; ou auditoria da Secretaria do Trabalho, ligada ao Ministério da Economia.
O trabalhador pode pedir indenização? Para isso, ele terá de entrar na Justiça do Trabalho? O que ele pode pedir na ação?
Fernando de Almeida Prado: Sim, para que seja concedida indenização é necessária a judicialização da questão. O empregado deve comprovar lesão a direito moral ou material decorrente de contágio de Covid-19 nas dependências da empresa ou decorrentes do deslocamento até o local de trabalho. Os pedidos podem ser embasados em eventual redução de incapacidade laborativa, decorrente de sequelas da doença ou mesmo no risco a que foi exposto o trabalhador e pessoas de seu convívio.
Ricardo Pereira de Freitas Guimarães: O empregado que tenha sofrido outros danos em razão da doença, inclusive eventual dano moral, poderá pleitear de seu empregador eventual indenização na Justiça.
Pela via judicial, que circunstâncias deverão ser analisadas antes de se chegar à conclusão de que a doença foi contraída em decorrência do trabalho?
Fernando de Almeida Prado: Em caso de ajuizamento de reclamação trabalhista, a Justiça deverá determinar a produção de provas técnicas, principalmente para análise do ambiente de trabalho e das condições fornecidas pelo empregador. Deverá ainda designar perícia médica, na hipótese de alegação de sequelas decorrentes da doença. Depoimentos de testemunhas também devem ser levados em consideração.
O que as empresas devem fazer para se precaver de processos? Medidas de prevenção bastam?
Fernando de Almeida Prado: As empresas devem atuar fortemente na prevenção da disseminação da Covid-19, adotando todas as medidas de higiene e segurança indicadas em normas específicas e em recomendações do governo para evitar o recebimento de demandas judiciais sobre o tema. Caso seja possível, é também ideal que a empresa evite o trabalho de forma presencial ou reduza o número de empregados que devem comparecer à sede da empresa, mantendo os demais em regime de teletrabalho.
Luara Rezende: As empresas devem ter uma estratégia assertiva para proteger seus funcionários. É preciso se precaver juridicamente e documentar tudo: a empresa faz campanhas de conscientização da doença? Há frascos de álcool em gel disponíveis em diversos locais? Houve a oferta suficiente de máscaras e recomendação para o seu uso? A disposição do ambiente favorece o distanciamento social? A higienização dos espaços está sendo feita de maneira correta?
Não existe a possibilidade de as empresas se omitirem da responsabilidade de adotar todas as medidas de prevenção, alegando desconhecimento das recomendações de autoridades de saúde.
Os empregadores precisarão refletir: preciso expor meus funcionários ao risco, não só no ambiente de trabalho, mas também no deslocamento? É realmente inviável ficar em home office, é possível criar alternativas para o trabalho presencial, como e-commerce ou migração do negócio para aplicativos de delivery?
Quais os direitos do trabalhador que tiver reconhecida a Covid-19 como doença ocupacional?
Eduardo Pragmácio Filho: Quando um empregado é afastado por doença ocupacional, ele recebe um auxílio-doença acidentário e a empresa é obrigada a pagar o FGTS do período de afastamento, além de ter que dar estabilidade de 12 meses após a alta do INSS.
Mateus Freitas: Os trabalhadores que comprovarem que foram contaminados no ambiente de trabalho terão direito a 15 dias de afastamento pagos pela empresa e o auxílio-doença pago pelo INSS a partir do 16º dia. Após o período fora de serviço, o funcionário tem 12 meses de estabilidade no emprego e não pode ser dispensado sem justa causa.
Por ser considerada uma doença ocupacional, não existe prazo de carência para solicitar o auxílio. E o cálculo pode ser feito da seguinte maneira:
Salário de benefício (100% da média aritmética dos seus salários)
Aplica-se a alíquota de 91%(por exigência da lei)
O valor é limitado à média dos 12 últimos salários de contribuição
Além disso, a empresa é obrigada a continuar pagando o FGTS, uma vez que esse auxilio é de categoria "acidentário".
Em caso de óbito decorrente de Covid-19 contraída no local de trabalho, há mudança no cálculo da pensão por morte, por se tratar de acidente de trabalho:
Será feita uma média com 100% das contribuições até a data do falecimento.
Posteriormente será pago 50% do valor da aposentadoria por incapacidade permanente a que teria direito a receber na data do óbito, acrescido de 10% para cada dependente adicional, limitado a 100% do benefício.
Exemplo: segurado com dois dependentes que falecer decorrente de acidente de trabalho, com 20 anos de contribuição, com base em 100% da renda mensal inicial de R$ 2.000, receberá 50% + 10% para cada dependente adicional, totalizando R$ 1.400,00.
| G1 | | | Indústria de transformação encolheu nos dez anos encerrados em 2018, mas permaneceu como predominante do setor. Número de pessoas ocupadas na indústria geral teve queda de 2,3% na década.
A indústria extrativa ganhou mais relevância na produção industrial brasileira até 2018. Em dez anos, ela aumentou sua participação no setor em 5,1 pontos percentuais (p.p.) em detrimento da indústria de transformação, que encolheu na mesma proporção. É o que aponta a Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados são de 2018, quando a participação da indústria extrativa na geração de valor para o setor industrial brasileiro atingiu sua máxima histórica, de 14,7%. Em 2009, sua participação era de apenas 9,6%. A indústria de transformação, no entanto, permaneceu como a predominante no setor, mas teve sua participação reduzida de 90,4% para 85,3% na década.
Com pandemia, produção industrial tem tombo recorde de 18,8% em abril, diz IBGE
De acordo com o IBGE, as atividades que mais contribuíram para a expansão da indústria extrativa foram as atividades de extração de minerais metálicos e extração de petróleo e gás natural. Estas duas atividades registraram aumento, respectivamente, de 3,9 p.p. e de 3,7 p.p. do valor agregado ao setor.
Já a indústria de transformação sofreu impacto negativo da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que encolheu 3,8 p.p. de sua participação em valor agregado à indústria na década.
Em contrapartida, a fabricação de produtos químicos aumentou sua participação em 1,3 p.p. no mesmo período, alterando o ranking de atividades por valor agregado à transformação industrial.
A fabricação de produtos alimentícios se manteve no topo do ranking. Em 2018, ela respondeu por 18,3% do valor agregado à transformação industrial, com ganho de 2,6 p.p. em dez anos. Na segunda posição, permaneceu a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis.
A terceira posição do ranking foi invertida na comparação com 2009. A fabricação de produtos químicos superou a de veículos automotores, que passou para o quarto lugar em geração de valor. Na quinta posição, permaneceu a atividade de metalurgia.
Perda de 180 mil postos de trabalho
Em 31 de dezembro de 2018, a indústria brasileira empregava cerca de 7,7 milhões de trabalhadores. Na comparação com 2009, houve queda de 2,3% desse número de pessoal ocupado, o que equivale a aproximadamente 180 mil postos de trabalho fechados na década.
De acordo com o IBGE, o fechamento de postos ocorreu nas indústrias de transformação. Isso porque as indústrias extrativas registraram 14,4% de aumento na ocupação em dez anos.
Apesar disso, a indústria de transformação permanece responsável pela maior parte do pessoal ocupado na indústria geral. Segundo o IBGE, em 2018, 97,6% de todos os trabalhadores industriais brasileiros estavam ocupados em indústrias de transformação.
Participação regional
De acordo com o IBGE, a Região Sudeste se manteve como líder regional da produção industrial, embora tenha reduzido sua participação em dez anos. Em 2018, ela respondia por 58,3% do valor da transformação industrial, 2,4 p.p. a menos que em 2009.
Nem segundo lugar no ranking, se manteve a Região Sul, representando 19% da indústria. Em seguida, ficaram as regiões Nordeste (10,3%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (5,5%).
Embora não tenha alterado o ranking, a perda de participação da Região Sudeste favoreceu as regiões Centro-Oeste e Norte, que ampliaram sua participação, respectivamente, em 1,0 p.p e 0,9 p.p. na década.
“No primeiro caso, isso pode ter decorrido da substituição de plantas tradicionalmente agroindustriais dedicadas à Fabricação de produtos alimentícios por uma nova fronteira viabilizada pela expansão dos biocombustíveis. O avanço da Região Norte, por sua vez, pode estar associado à valorização dos preços internacionais do minério de ferro nesse período”, destacou o IBGE.
O instituto destacou, também, que a redução da participação da Região Sudeste tem relação direta com mudanças de sua própria dinâmica produtiva, uma vez que a indústria paulista, maior parque industrial do país, teve sua participação reduzida em 5,2 p.p. em dez anos.
“Esse movimento pode guardar relação com o desempenho de sua indústria automotiva, que recuou cerca de 4,7 p.p. nesse período e saiu da primeira para a quarta posição no ranking daquele Estado”, esclareceu.
Em contrapartida, a indústria mineira teve avanço de 2,3 p.p. na mesma década, impulsionada pela extração de minerais metálicos e da metalurgia.
| G1 | | | É a maior retração mensal da série histórica, iniciada em 2003
Em meio aos efeitos da pandemia de covid-19, a atividade econômica registrou forte queda em abril. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), dessazonalizado (ajustado para o período), apresentou retração de 9,73% em abril em relação a março deste ano, segundo dados divulgados hoje (18), em Brasília, pelo Banco Central (BC). Esse foi a maior retração mensal da série histórica, iniciada em janeiro de 2003.
Foi o segundo mês seguido de queda, de acordo com dados revisados pelo BC. Em janeiro, houve crescimento de 0,06%, em fevereiro de expansão de 0,31% e, em março, recuo de 6,16% em comparação com o mês anterior.
No quarto mês do ano, na comparação com abril de 2019, a retração chegou a 15,09% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais).
Em 12 meses encerrados em abril, o indicador apresentou queda de 0,52%. No ano, o IBC-Br acusou retração de 4,15 %.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira mensalmente e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
Mas o indicador oficial para mensurar o desempenho da economia é o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado trimestralmente.
| Agência Brasil | | | Indicadores melhoram com flexibilização de quarentenas após serviços, indústria e varejo desabarem
A divulgação nesta quarta-feira (17) dos dados do setor de serviços fecha a rodada dos principais indicadores de abril, que deve ficar marcado como o pior mês para a atividade econômica neste ano.
Indicadores antecedentes de maio, sintetizados em um índice criado pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), mostram ligeira recuperação no quinto mês do ano.
Alguns números preliminares para junho também indicam recuperação a partir da flexibilização das medidas de isolamento social nas principais cidades do país.
De acordo com o economista do Itaú Unibanco Luka Barbosa, a maioria dos dados até o momento sugere uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 8,7% no segundo trimestre, abaixo dos 10,6% projetados há cerca de três semanas, em relação ao trimestre anterior. A instituição ainda projeta retração de 4,5% para o ano.
Ele afirma que parte da recuperação que se esperava somente a partir de julho já está sendo vista neste momento. “A gente está vendo sinais melhores para a atividade econômica, tanto em maio como em junho. Isso também gera um carrego estatístico positivo para o terceiro trimestre."
O economista diz que havia dúvidas sobre se a flexibilização do isolamento se traduziria imediatamente em uma melhora na atividade e que isso vem se confirmando. Afirma, no entanto, que o maior risco ainda é uma nova onda de contaminação que reverta esse processo de reabertura.
Paulo Picchetti, pesquisador responsável pelo indicador do Ibre, afirma que, apesar de os indicadores antecedentes mostrarem recuperação, isso se dá sobre uma base muito baixa de comparação e com riscos associados à propagação do vírus
“As variáveis de sondagem e expectativas e também o comportamento do Ibovespa e dos juros futuros, tudo isso está tendo uma influência de curto prazo por conta da expectativa da reabertura aqui e no restante do mundo”, afirma.
Ele cita ainda possíveis sequelas que serão deixadas pela crise atual sobre o mercado de trabalho, as empresas e as contas públicas. “É bem diferente de uma situação em que está tudo pronto para virar a chave e voltar a crescer como se não tivesse acontecido nada”, afirma.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 17-06-2020) | | |
Abril registrou recuo recorde em indicadores econômicos e levou país ao fundo do poço
O volume de serviços teve recuo recorde para um mês de abril. As vendas do comércio registraram o pior desempenho da história. A indústria recuou como nunca antes. E quase 5 milhões de postos de trabalho foram perdidos. Segundo economistas, o Brasil já pode se considerar mergulhado em uma depressão econômica. E deve demorar a se recuperar.
No “Dicionário de Economia do Século 21”, Paulo Sandroni define depressão como uma fase do ciclo econômico em que a produção entra em declínio acentuado, gerando queda nos lucros, perda do poder aquisitivo da população e desemprego.
Esses indicadores são mostrados nas divulgações feitas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o desempenho da economia em abril, o primeiro mês a sentir por completo os efeitos do distanciamento social causados pela pandemia da Covid-19, que causou impactos econômicos desastrosos.
"Chegamos no fundo do poço", apontou Otto Nogami, economista do Insper. "Isso é sem precedentes na história do Brasil. Nem em 2008 ou 2014, nem nas crises da década de 70 ou 80 tivemos nada similar em termos de redução do nível de atividade econômica. Só temos parâmetros equivalentes na depressão da década de 30", apontou Luiz Carlos Prado, professor do instituto de economia da UFRJ.
Nesta quarta (17), o IBGE divulgou que o setor de serviços recuou 11,7% na comparação com o mês anterior, registrando a pior desde o início da série histórica, em 2011.
Antes, o instituto já havia mostrado que os efeitos do distanciamento social ainda derrubaram a indústria, que teve queda de 18,8%, e o comércio, com recuo de 16,8%, ambos os piores números já registrados. Esse desempenho refletiu no mercado de trabalho e contribuiu para que um recorde 4,9 milhões de postos de emprego fossem perdidos no trimestre encerrado em abril.
Outro indicador que aponta como a economia vem mal é a deflação do país, segundo Luiz Carlos Prado. Em maio, a menor pressão dos preços dos alimentos e forte recuo nos combustíveis fez o índice recuar 0,38%, o resultado mais baixo para o mês desde que a inflação começou a ser calculada, em 1980. Em abril, o índice já foi de deflação de 0,31%, nível só visto em 1998.
"A queda nos preços leva à quebra de empresas e é sinal de situação econômica muito difícil. Uma situação como essa abre espaço para gastos públicos. Nessa hora, o governo tem margem para operar e fazer política para segurar pequenas e médias empresas, vulneráveis nesse momento", disse Prado.
Otto Nogami acrescenta que tudo vai depender de como o governo vai conduzir o processo de recuperação da atividade econômica. "Na medida que demora na elaboração de um mecanismo para ajudar o pequeno, o microempresário, quanto mais ele demorar para implementar isso, maior será o dano estrutural em cima da economia", analisou o economista.
Luana Miranda, pesquisadora FGV Ibre, tem uma visão pessimista sobre a recuperação econômica do Brasil e prevê que ela retomará o patamar pré-pandemia no segundo semestre de 2022.
"Vamos demorar bastante tempo para superar, pela situação crítica das nossas contas fiscais, que gera incerteza e trava investimento. Também teremos desemprego muito alto. Já era antes [da pandemia], com muita informalidade, mas vai crescer ainda mais e prejudicar a retomada via consumo das famílias", analisou Luana.
De acordo com a pesquisadora, os serviços prestados às famílias corresponde a 24% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. E o desempenho do setor já registra perda acumulada de 61,6% durante a pandemia. O recuo é visto principalmente no ramo de alojamentos e alimentação, que chega a 64,4% de retração.
Cristiano Melles, presidente da ANR (Associação Nacional de Restaurantes), aponta ainda que a situação piorou depois de abril. A estimativa é que 22% dos estabelecimentos, o que representam cerca de 200 mil locais, não devem reabrir as portas, podendo chegar a 80%. E aproximadamente 1 milhão de empregos já foram perdidos.
"O fundo do poço cada dia fica mais fundo. O fluxo de caixa vai acabando, você vai ficando sem acesso a crédito, aquele pequeno fluxo de caixa que eventualmente colocou em abril acabou em maio e só vai piorando. Cada vez mais operações estão sendo fechadas", lamentou Melles.
O setor vem sendo deixado por último nas flexibilizações das medidas de distanciamento social, o que vem contribuindo para que mais estabelecimentos fiquem endividados. "Por que dar prioridade a concessionárias e não aos restaurantes, que são feitos em sua grande maioria de micro e pequenos empresários que dependem daquilo para viver?", questionou.
Para o economista Luiz Carlos Prado, o governo deve promover políticas de crédito e garantias aos restaurantes, bares e outros serviços para ajudá-los a manter os trabalhadores e impedir uma desarticulação ainda mais profunda no setor.
"Qualquer política que segure essas atividades vai permitir uma retomada mais rápida. Nessas horas, gasto público não tem que ser problema. Os preços estão caindo e existe espaço para o governo fazer política do tipo. Dados assustadores como esses exigem ações mais ativas por parte do setor público. Não há preocupação de que teria risco de endividamento, nessa hora não existe isso", apontou Prado.
Outro ramo que vem em queda livre na pandemia é o do transporte aéreo. Segundo o IBGE, a perda acumulada da pandemia é de 80,9%. O presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, diz que abril foi o pior mês da história da aviação.
"Tivemos uma redução das malhas aéreas, caindo de 2,6 mil voos diários para apenas 180", apontou. A expectativa, porém, é que uma lenta recuperação vá acontecendo nos meses seguintes. Em maio, já foram realizados em média 262 voos diários, além de 353 em junho e uma previsão acima de 500 em julho.
A queda no transporte aéreo é acompanhada por recuo de 68,1% do setor turístico no país durante a pandemia, em ramo que representava até fevereiro 13% do volume de serviços do Brasil.
A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgou estudo que aponta que o setor perdeu cerca de R$ 90 bilhões e pode reduzir 727,8 mil postos de trabalho formais desde o começo da pandemia, em março. Segundo o Ministério do Turismo, os hotéis atingiram os seus menores índices de ocupação e as agências de viagens têm recebido mais de 50% dos cancelamentos de pacotes turísticos.
A Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens) aponta perdas entre 90% e 95% do faturamento na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a organização, até que se tenha uma sinalização com relação ao término das medidas de isolamento social, as projeções sobre como e quando o turismo terá a sua retomada são menos precisas, mas a expectativa é que isso aconteça a partir do segundo semestre.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 17-06-2020) | | | O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu na noite desta quarta-feira, 17, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica da economia) em 0,75 ponto porcentual, de 3,00% para 2,25% ao ano. Este é o oitavo corte consecutivo da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de estabilidade. Com isso, a Selic está agora em um novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
Em função do corte, o Brasil também passou a registrar juro real (descontada a inflação) negativo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que, com a Selic a 2,25%, o juro real brasileiro passou a ser de -0,78% ao ano. O País possui agora o 14º juro real mais baixo do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes.
O corte desta quarta da Selic era esperado pela maioria dos economistas do mercado financeiro. Isso porque, com a pandemia do novo coronavírus, a atividade econômica despencou no Brasil, assim como a inflação. A avaliação era de que o BC seria levado a reduzir novamente a Selic para estimular a economia.
De um total de 54 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 52 esperavam por um corte de 0,75 ponto da Selic, para 2,25% ao ano. Duas casas aguardavam pela redução da taxa básica em 0,50 ponto, para 2,50% ao ano.
O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2020 é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00 a 5,00%).
| Bem Paraná ( publicado em 17-06-2020) | | | Mesmo com rendimento menor, retorno da poupança ainda supera o de muitos fundos de renda fixa, aponta Anefac.
Com o novo corte na taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, a caderneta de poupança passará a render ainda menos.
Nesta quarta-feira (17), o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa de juros de 3% para 2,25%, confirmando as expectativas do mercado.
Com isso, os ganhos da poupança cairão dos atuais 2,10% ao ano (0,17% ao mês) para 1,58% ao ano (0,13% ao mês), segundo cálculo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Segundo a regra em vigor desde 2012, quando a Selic está abaixo de 8,5% a correção anual da caderneta de poupança é limitada a um percentual equivalente a 70% dos juros básicos mais a Taxa Referencial (TR, que está em zero desde 2017). Já os depósitos feitos até abril de 2012, a chamada "velha poupança" continuam rendendo 6,17% ao ano (0,50% ao mês).
Mercado financeiro estima inflação de 1,60% em 2020
Mesmo rendendo menos, a rentabilidade da caderneta de poupança ainda continua batendo a de aplicações como funfos de renda fixa, quando se considera as taxas de administração e o valor líquido, descontando o imposto de renda.
"A poupança vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano", afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac, destacando que os rendimentos nessa popular modalidade de aplicação financeira são isentos do pagamento de imposto de renda e de taxa de administração.
"Considerando uma aplicação em CDB o investidor teria que obter uma taxa de juros de cerca de 85% do CDI para atingir o mesmo ganho obtido pela poupança nova já que as aplicações em CDBs pagam igualmente IR de acordo com o prazo de resgate da aplicação", acrescenta.
Simulações feitas pela a associação mostra que com o novo corte na Selic, a poupança deixará de perder até mesmo para fundos com taxa de administração de até 1% ano ano.
"Este fato deverá provocar em reduções nos custos das taxas de administração dos bancos para não perderem clientes", avalia Oliveira.
Recorde de ingresso líquido de recursos na poupança
Em maio, os depósitos de recursos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 37,201 bilhões. Segundo o Banco Central, foi o maior ingresso líquido de recursos desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995 – ou seja, em 26 anos.
Esse foi o terceiro mês de ingresso líquido de recursos na poupança em 2020. Em janeiro, R$ 12,356 bilhões foram retirados das cadernetas. Em fevereiro, outros R$ 3,571 bilhões saíram dessa modalidade de investimento. Em março os depósitos superaram os saques em R$ 12,168 bilhões.
O maior ingresso de recursos na poupança ocorre em um momento de queda da renda e dúvidas sobre a retomada da economia, e reflete também o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, cuja boa parte dos valores tem sido depositada em contas poupança.
O Tesouro Direto também tem registrado um aumento da procura. Em abril, as aplicações de investidores somaram R$ 2,965 bilhões e, com isso, voltaram a superar os resgates de papeis – que totalizaram R$ 1,397 bilhão. Isso não acontecia há cinco meses.
Embora a busca por maior rentabilidade seja do interesse de todos, analistas lembram que a regra de ouro nos investimentos continua sendo planejamento, acompanhamento dos mercados, diversificação e formação de uma reserva de emergência.
“Apesar do menor patamar de juros da história, o investidor tem que ter renda fixa na carteira, pois é extremamente importante na composição de investimentos para não correr riscos de oscilação de mercado e garantir rendimento.
No entanto, é fundamental continuar olhando para outros tipos de produtos, como Bolsa, Fundos de Multimercado, Fundos Imobiliários, que estão cada vez mais importantes para a diversificação da carteira e que entregam retornos melhores no médio e longo prazo”, afirma Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest.
| G1( publicado em 17-06-2020) | | | Copom reduziu taxa básica de juros para 2,25% ao ano
Entidades empresariais avaliaram nesta quarta-feira (17) que o novo corte na taxa básica de juros da economia, a Selic, foi uma medida acertada. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa para 2,25%, o menor valor da série histórica.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acesso ao crédito em meio à pandemia do novo coronavírus é fundamental para atravessar a crise. “Mais este corte na taxa Selic certamente contribuirá para a queda do custo de financiamento das empresas e, também, da população, que, mais do que nunca, necessitam de crédito para atravessar a fase aguda da crise econômica decorrente da pandemia da covid-19”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nota.
Para a entidade, a decisão do Copom não compromete o alcance da meta para a inflação e funcionará como estímulo à retomada da atividade econômica. A entidade justifica que a retração na atividade causada pela crise do novo coronavírus provocou queda nos preços de diversos bens e serviços. Com isso, as projeções de inflação para 2020 encontram-se bem abaixo do centro da meta definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4% ao ano.
Firjan
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também considerou acertada a decisão do Copom. A federação entende que a nova redução da taxa básica de juros vai na direção correta, pois a expectativa é que a inflação encerre 2020 abaixo do piso da meta.
“Esse resultado decorre, sobretudo, da forte queda da demanda e massa salarial por conta dos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Ademais, dados do segundo trimestre indicam que a contração da atividade econômica poderá ser significativamente superior à prevista anteriormente”, disse a entidade, em nota divulgada à imprensa.
De acordo com a Firjan, há necessidade de menor rigidez nas condições de oferta de crédito, para que seja possível se adequar ao novo cenário causado pela covid-19. “As instituições financeiras precisam dar celeridade à sua contribuição para destravar os financiamentos neste período crítico de crise sanitária. Só assim será possível preservar empregos e garantir a retomada mais rápida da atividade econômica”, defendeu a Firjan.
| Agência Brasil (publicado em 17-06-2020) | | | Autoridade monetária sinalizou que vai manter taxa neste patamar na próxima reunião
Como havia sinalizado ao mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, decidiu cortar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a 2,25% ao ano nesta quarta-feira (17). Em comunicado, o BC indicou que vai manter a Selic nesse patamar na próxima reunião.
O colegiado avaliou que "considera que a magnitude do estímulo monetário já implementado parece compatível com os impactos econômicos da pandemia da Covid-19."
A decisão é fruto da deterioração do cenário econômico por causa do avanço do novo coronavírus no país. Com isso, a taxa renova a mínima histórica. É a oitava redução seguida na taxa básica de juros.
O comitê, no entanto, considerou fazer "ajustes residuais" nas próximas reuniões. Isso significa que a indicação é de manutenção da taxa, mas que o BC deixou a porta aberta para um novo corte, só que de menor magnitude.
"O Comitê vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual", frisou o comunicado.
De acordo com o comunicado, no cenário híbrido, com a taxa de juros a 2,25% a.a. em 2020 e 3% em 2021, e o dólar constante a R$ 4,95, as projeções do Copom para a inflação são de 2,0% para 2020 e 3,2% para 2021.
Já no cenário com taxa de juros constante a 3% a.a. e taxa de câmbio constante a R$ 4,95, as projeções para a inflação são de torno de 1,9% para 2020 e 3,0% para 2021.
O Copom destacou, na decisão, que permanecem fatores de risco para a inflação em duas direções. A queda da atividade econômica puxa a inflação para baixo.
"Esse risco se intensifica caso a pandemia se prolongue e provoque aumentos de incerteza e de poupança precaucional e, consequentemente, uma redução da demanda agregada com magnitude ou duração ainda maiores do que as estimadas", avaliou.
Entretanto, políticas fiscais de enfrentamento à Covid-19 e possível frustração na continuidade das reformas podem elevar o risco e empurrar a inflação para cima.
"Adicionalmente, os diversos programas de estímulo creditício e de recomposição de renda, implementados no combate à pandemia, podem fazer com que a redução da demanda agregada seja menor do que a estimada, adicionando uma assimetria ao balanço de riscos. Esse conjunto de fatores implica, potencialmente, uma trajetória para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária", ponderou.
O Copom reforçou a necessidade de continuidade das reformas e analisou que "alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia".
Para o colegiado, os efeitos da política monetária na crise devem ser limitados.
"O Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para utilização da política monetária é incerto e deve ser pequeno."
Na reunião passada, em maio, quando a Selic foi a 3% ao ano, o comitê sinalizou que faria um novo corte de até 0,75 ponto "para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19".
Na ocasião, dois membros do Copom ponderaram que, mesmo com a possibilidade de elevação da taxa de juros estrutural, poderia ser oportuno prover todo o estímulo necessário de imediato (com corte maior), com a indicação de manutenção da taxa para a próxima decisão, para reduzir os riscos de descumprimento da meta para a inflação de 2021.
]"Entretanto, foi preponderante a avaliação de que, frente à conjuntura de elevada incerteza doméstica, o espaço remanescente para utilização da política monetária é incerto e pode ser pequeno. Assim, o Copom optou por uma provisão de estímulo mais moderada, com o benefício de acumular mais informação até sua próxima reunião", detalhou a nota do BC.
O mercado prevê, de acordo com o relatório Focus do BC desta semana, inflação de 1,60% no fim de 2020, abaixo da meta de 4%, com tolerância de 1,5 ponto para baixo ou para cima, fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
A inflação de maio foi negativa (deflação) pelo segundo mês seguido e ficou em -0,38%. No ano, a deflação foi de 0,16%.
A crise fez com que o PIB (Produto Interno Bruto) caísse 1,5% no primeiro trimestre deste ano.
Analistas dizem acreditar que a queda será ainda mais acentuada até o fim do ano.
Segundo o Focus, a previsão é de queda de 6,51% no PIB de 2020. A projeção para o dólar no fechamento do ano é de R$ 5,20.
No comunicado, o Colegiado admitiu que a queda da atividade econômica será maior que a observada no primeiro trimestre. "Indicadores recentes sugerem que a contração da atividade econômica no segundo trimestre será ainda maior."
Apesar disso, houve melhora no cenário externo, com sinais de melhora na economia dos Estados Unidos e trégua da pandemia na Europa e na China.
"No cenário externo, a pandemia da Covid-19 continua provocando uma desaceleração pronunciada do crescimento global. Nesse contexto, apesar da provisão significativa de estímulos fiscal e monetário pelas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador", trouxe comunicado.
O superintendente de pesquisas macroeconômicas do Santander, Mauricio Oreng, ressaltou que a comunicação do BC surpreendeu o mercado.
"A gente imaginava que deixariam a porta entreaberta, sem dizer que é o fim do ciclo, mas frisando que o espaço é limitado. A interpretação é que parece que [o comunicado] está falando de uma pausa, que não pretende cortar na próxima reunião, mas que pode reavaliar lá na frente", ressaltou.
Em seu ponto de vista, eventuais estímulos serão limitados, "Imaginamos que o ‘residual’ seria em torno de 0,25 ponto, não mais que isso", disse.
"A interpretação é que cortes desta magnitude não serão mais feitos porque o espaço está acabando e qualquer ajuste residual para baixo será feito, mas serão menores, somente para manter uma trajetória de 0,25 ponto, mas eles vão avaliar a performance da economia", analisou o professor o professor de contabilidade e finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Marcelo Cambria.
Para Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, o corte já era esperado e é adequado para o cenário atual. "Com deflação, a expectativa era de uma redução nessa magnitude mesmo", afirmou.
Segundo ele, os impactos da política monetária serão sentidos no médio e longo prazos. "É uma política claramente expansionista, com o objetivo de oferecer liquidez na economia. No curto prazo o impacto não é tão significativo, o maior efeito veremos no médio prazo", opinou.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, avaliou que o ciclo de baixa da Selic chegou ao fim.
"O BC sinaliza para uma interrupção dos cortes, uma vez que já começamos a ver sinais de que o fundo do poço já passou. Evidentemente que os sinais precisam ser mantidos e nosso cenário contempla a perspectiva de recuperação gradual ao longo de junho e do segundo semestre", destacou.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 17-06-2020) | | | Ministério diz que programa não é um novo Refis porque atende apenas a contribuintes em dificuldade financeira
O governo anunciou nesta quarta-feira (17) um programa de renegociação de dívidas tributárias para pessoas físicas e empresas. Serão oferecidos descontos de até 70% do valor total dos débitos.
A ação é uma resposta à crise financeira provocada pelo novo coronavírus. O objetivo é permitir a regularização de contribuintes afetados pela pandemia, ao mesmo tempo em que o governo recupera parte dos créditos que tem a receber em um momento de forte queda da arrecadação.
A chamada transação excepcional terá benefícios maiores para pessoas físicas, micro e pequenas empresas, Santas Casas, instituições de ensino e outras organizações da sociedade civil.
Nesses casos, haverá desconto até 100% sobre multas, juros e encargos, respeitando o limite de 70% do valor total da dívida. O cálculo da redução também levará em conta o impacto sofrido com a pandemia do novo coronavírus.
Para empresas de médio e grande porte, o desconto será de até 100% sobre multas, juros e encargos, limitado a 50% do valor total da dívida.
Técnicos do Ministério da Economia rejeitam classificar o programa como um novo Refis. O argumento é de que enquanto o Refis cria parcelamentos com desconto para qualquer contribuinte, a transação anunciada agora vai beneficiar apenas empresas e pessoas em situação financeira frágil.
Para aderir à renegociação, será necessário comprovar capacidade insuficiente de pagamento dos débitos. Para isso, serão analisados indicadores financeiros do candidato ao parcelamento.
Dados da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) apontam que mais de 80% dos contribuintes que se beneficiaram dos programas de Refis feitos até agora não estavam em situação de dificuldade e teriam condições de arcar com os tributos sem a concessão de descontos.
"Transação tributária não é Refis. O Refis concede benefício linear. A transação tributária tem viés mais refinado, no sentido de avaliar a situação de cada contribuinte", disse o procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano de Alencar.
A criação do programa pelo governo é uma forma de tentar evitar a aprovação de planos mais amplos pelo Congresso, que poderiam gerar perdas maiores aos cofres públicos. Na Câmara, ao menos dois projetos para refinanciamento de dívidas tributárias foram apresentados após o agravamento da pandemia.
A dívida ativa da União reúne hoje débitos de aproximadamente R$ 2,4 trilhões.
A PGFN estima que essa rodada de renegociações tem potencial para gerar R$ 56 bilhões aos cofres da União. Desse total, cerca de R$ 8,2 bilhões seriam arrecadados nos dois primeiros anos do programa, até 2022.
O fôlego nas contas representa apenas uma fração do que o governo deve perder em arrecadação de tributos neste ano por conta da crise do novo coronavírus.
Ainda sob efeito parcial da pandemia, o governo Jair Bolsonaro já projeta um recuo de R$ 134 bilhões na arrecadação federal em 2020. A equipe econômica espera uma perda de aproximadamente 10% de todas as receitas estimadas inicialmente para o ano.
O dado ainda deve ser revisado para pior diante das consecutivas revisões para baixo do PIB, que afetam a arrecadação.
Pelo novo programa, no primeiro ano após a assinatura da renegociação, chamado de período de estabilização, haverá cobrança de 4% do valor do débito. Em seguida, o parcelamento para quitar a dívida terá 133 meses para as categorias com benefício maior. No caso das empresas médias e grandes, o prazo será de 72 meses.
Se as dívidas forem referentes a cobranças previdenciárias, o prazo máximo adicional será de 48 meses.
O programa foi instituído por meio de uma portaria publicada nesta quarta-feira.
Não será autorizado renegociar dívidas com o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), o Simples Nacional e multas criminais inscritas na dívida ativa.
RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS
Pessoas jurídicas em geral
- Desconto: até 100% sobre multas, juros e encargos, observados o limite máximo de 50% do valor total da dívida, a capacidade de pagamento do contribuinte e o impacto sofrido em razão da pandemia – situação fiscal analisada no momento da adesão.
Pagamento: 4% do valor da dívida em 12 meses. Depois, parcelamento em até 72 meses
Pessoas Físicas, Micro e pequenas empresas, Santas Casas, instituições de ensino e demais organizações da sociedade civil
- Desconto: até 100% sobre multas, juros e encargos, observados o limite máximo de 70% do valor total da dívida
Pagamento: 4% do valor da dívida em 12 meses. Depois, parcelamento em até 133 meses.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 17-06-2020) | | | Programa foi apresentado por videoconferência ao presidente da Alerj
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) entregou hoje (17) à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) um conjunto de sugestões para impulsionar a recuperação da economia fluminense. O programa foi apresentado por videoconferência e prevê medidas como ampliação de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), mudanças regulatórias e tributárias e incentivo ao complexo industrial de saúde.
A apresentação foi feita ao presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), e a parlamentares estaduais. O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêia Vieira, contou em entrevista à Agência Brasil que o conjunto de sugestões é fruto de um debate interno no setor e que foi solicitado pela própria Alerj.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, durante entrega da Medalha do Mérito Industrial.
"Essa capacidade de aglutinação de percepções, em função dessa tragédia que estamos passando, talvez seja a única coisa positiva. Na tragédia, nos afastamos eventualmente de alguma divergência e tentamos procurar a convergência para o benefício da sociedade como um todo".
Entre as estimativas mostradas aos parlamentares está a previsão de queda de 6,4% no Produto Interno Bruto do estado em 2020. A Firjan também prevê que a arrecadação do estado deve cair de R$ 72 bilhões para cerca de R$ 56 bilhões.
Entre as sugestões apresentadas pela Firjan estão 142 possíveis concessões e parcerias público-privadas, além da expansão de concessões rodoviárias atuais. Segundo a federação, os contratos poderiam atrair R$ 54,8 bilhões em investimentos.
Concessões e tributos
O presidente da Firjan acredita que a crise internacional causada pela pandemia de covid-19 não inviabiliza o investimento privado, e argumenta que concessões oferecem uma oportunidade de longo prazo para investidores, que se torna mais atraente em um cenário de juros baixos em vários países: "Existe liquidez no mundo. Com juros reais praticamente negativos no mundo, e no Brasil também, os investidores procuram investimentos reais, e nada mais real e de longo prazo que as concessões".
Na área tributária, uma das propostas é replicar incentivos fiscais de outros estados do Sudeste, para dar mais competitividade ao Rio de Janeiro. A Firjan afirma que essa medida não seria contrária ao Regime de Recuperação Fiscal, e que as mudanças propostas não representariam perda de receita para o estado, que deve arrecadar em 2020 quase R$ 16 bilhões a menos do que era previsto no início do ano. "Nenhuma dessas propostas fere o orçamento do estado", afirmou Gouveia Vieira.
As mudanças tributárias teriam como um dos beneficiários o parque industrial de saúde. O presidente da Firjan argumenta que o fortalecimento desse setor se beneficiaria da mão de obra especializada na área, com d percepção de que é preciso reduzir a dependência em relação ao mercado externo no fornecimento de equipamentos hospitalares.
"Vimos agora aviões cruzando metade do planeta com equipamentos de saúde, e voos sendo ameaçados de serem arrestados. O Ocidente ficou muito dependente da produção da Ásia nesse setor, e o Rio tem uma estrutura admirável de pesquisa e tecnologia voltada à saúde".
Emprego
Segundo a Firjan, 20 mil trabalhadores formais foram demitidos na indústria fluminense até maio. Gouvêa Vieira acredita que é cedo para dizer se esse ritmo de demissões continuará, uma vez que a recuperação depende do controle da curva de transmissão e do retorno da confiança do consumidor. "Toda a cadeia produtiva depende do ponto final, que é alguém que vai comprar o produto produzido que é vendido pelo comércio", disse ele, que acredita que a tendência observada na Europa e na Ásia é de recuperação dos empregos após a reabertura da economia.
| Agência Brasil ( publicado em 17-06-2020) | | | Esforços de ambos os lados buscam facilitar negócios como primeiro passo para acordo mais amplo
O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, afirmou nesta quarta-feira (17) que neste momento os EUA não têm planos de fechar um acordo de livre-comércio com o Brasil.
Durante audiência na Comissão de Orçamento e Assuntos Tributários da Câmara dos EUA, o chefe do USTr foi questionado por uma deputada democrata sobre preocupações do governo Donald Trump diante de valores democráticos que parlamentares americanos dizem que o Brasil não cumpre sob Jair Bolsonaro.
Lighthizer se ateve a uma fala rápida e reduziu as dimensões das tratativas comerciais com o Brasil.
"O que estamos fazendo agora com o Brasil é tentar resolver problemas específicos para que o país se abra e crie empregos para a América. No momento, não temos planos para um acordo de livre-comércio com o Brasil", disse Lighthizer.
Como mostrou a Folha, as negociações comerciais entre Brasil e EUA não previam um acordo de livre-comércio, ou seja, a eliminação de tarifas e outras barreiras entre os países.
Desde março, quando o presidente Jair Bolsonaro esteve em Washington e se encontrou com Donald Trump, os esforços dos técnicos de ambos os lados são no sentido de criar facilitação de negócios como um primeiro passo para um acordo mais amplo.
Alguns integrantes do governo e o próprio Bolsonaro, porém, seguiam falando em livre-comércio.
A fala de Lighthizer foi em resposta à deputada democrata Stephanie Murphy, da Flórida, estado americano com que o Brasil mantém forte relação comercial.
Em uma sessão de mais de quatro horas, China, México e Reino foram países bastante citados pelos parlamentares e por Lighthizer. O Brasil apareceu na abertura da sessão, como um dos países com quem os EUA discutem acordos e, depois, na pergunta da deputada.
Há duas semanas, o presidente da comissão, Richard Neal, comunicou oficialmente a Lighthizer que o comitê se opunha ao acordo comercial entre Brasil e EUA em uma carta assinada por 24 dos 25 deputados de oposição a Trump que compõem a comissão.
Murphy foi a única que não chancelou o documento e, nesta quarta, citou as exportações de seu estado como justificativa, mas disse que compartilhava das preocupações dos colegas.
Como revelou a Folha, o governo brasileiro respondeu aos parlamentares dias depois da carta enviada a Lighthizer e disse que eles tinham uma visão "deturpada e desinformada" sobre Bolsonaro.
Indicado a embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster foi escalado a enviar a resposta à presidência da mais importante comissão do Congresso americano.
Na carta, saiu em defesa de Bolsonaro, disse que os deputados levantam informações erradas ou imprecisas para ilustrar seus pontos de vista e fez inclusive críticas à lei trabalhista americana, afirmando que a legislação do Brasil neste caso é mais ampla e abrangente.
"Escrevo em relação à carta que você [Neal] e outros 23 democratas enviaram a Robert Lighthizer [...] na qual expressa 'fortes objeções à busca de um acordo comercial ou parceria econômica ampliada com o Brasil do presidente Jair Bolsonaro', a quem descrevem como 'um líder que desconsidera o estado de direito e tem desmantelado o árduo progresso nos direitos civis, humanos, ambientais e trabalhistas.' Esta é uma afirmação errônea, que parece se basear em deturpações e desinformação", diz o documento do governo brasileiro.
O diplomata disse que seu texto serviria de porta ao diálogo aos parlamentares mas não acreditava que a posição contrária deles impediria o andamento do acordo --ele é justamente um dos que não usa o termo livre-comércio para tratar do tema, mas sim acordo comercial bilateral.
Forster diz que, em outras ocasiões, integrantes da Comissão de Orçamento e Assuntos Tributários da Câmara também se opuseram a acordos que acabaram sendo fechados --como o que substituiu o Nafta, trato entre EUA, México e Canadá.
Os democratas têm maioria no colegiado que, muitas vezes, precisa dar autorização ao presidente americano para negociar determinados acordos comerciais que não sejam emendados pelo Congresso.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 17-06-2020) | | | Modelo a ser oferecido a funcionários está em discussão na estatal
A Petrobras decidiu manter cerca da metade de sua equipe administrativa trabalhando em casa permanentemente, disse a empresa à agência de notícias Reuters, em um dos exemplos mais fortes até agora de como a pandemia fez empresas repensarem o conceito de escritório.
Desde março, a petroleira mandou para casa até 90% de seus 21 mil funcionários da área administrativa, de forma a conter a disseminação do novo coronavírus.
A experiência se mostrou bem sucedida em termos de produtividade e revelou oportunidades para economia de custos com espaço de escritório, disse a empresa em resposta a questionamentos.
O modelo a ser oferecido a funcionários está em discussão, assim como sua data de implementação.
A estatal está entre as primeiras empresas de energia a planejar uma migração ampla e permanente para o trabalho remoto.
Produtoras como Exxon Mobil, Royal Dutch Shell e BP estenderam seus períodos de trabalho em casa para a maioria dos funcionários de escritório enquanto a pandemia durar, mas não anunciaram grandes mudanças em caráter permanente.
Empresas de tecnologia como o Twitter tomaram a dianteira em anunciar a adoção do trabalho remoto permanente no pós-pandemia, em uma transformação que está se espalhando para diferentes setores, com empresas buscando reduções de custos, flexibilidade para seus funcionários, ou ambos.
O programa da Petrobras no momento não contempla pessoal operacional, como técnicos de plataformas e de refinaria.
A companhia disse que a migração para trabalho remoto será opcional, com meta de atingir mais de 10 mil funcionários da área administrativa.
A Petrobras espera alta adesão devido à demanda dos próprios trabalhadores.
Por enquanto, a estatal manterá a equipe em número mínimo para conter a propagação do vírus.
A Petrobras já discutiu com gerentes a possibilidade de retorno parcial de funcionários aos escritórios. Mas ainda não há data prevista para retornar à sede, disse a empresa.
ROTAÇÃO
Trabalhadores de pelo menos dois departamentos estão discutindo um possível sistema de rotação entre os funcionários, no qual eles passam uma semana no escritório e uma semana em casa.
A Petrobras disse que rotação de funcionários está entre as opções estudadas para um retorno gradual.
Embora a decisão esteja tomada, a empresa ainda estuda diferentes modelos para mover quase um quinto de seus 46,4 mil funcionários para o trabalho remoto.
A ideia já foi ventilada também na subsidiária de transporte Transpetro. A medida deve ser aplicada prioritariamente operações da Petrobras no Brasil, já que boa parte do efetivo no exterior é operacional.
Uma das possibilidades na mesa seria a criação de escritórios inteligentes, ou “smart offices”, com mesas compartilhadas e salas de reunião que seriam reservadas por empregados para uso temporário, por demanda.
Desta forma, funcionários que optarem por trabalhar de casa poderiam ir ao escritório esporadicamente de acordo com sua necessidade, sem ociosidade do espaço de trabalho.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, está em uma cruzada para reduzir custos desde que assumiu o cargo em janeiro de 2019.
No ano passado, ele anunciou um plano de corte de custos de 8,1 bilhões de dólares até 2023, incluindo programas de demissão e redução de espaço de escritório.
Desde então, ele decidiu diminuir o número de representações no exterior de 18 para cinco, encerrando escritórios em Nova York, Cidade do México, Líbia, Angola, Nigéria, Tanzânia, Irã e Tóquio, entre outros.
Em Houston, a empresa manteve operação, mas reduziu o espaço de seis para um andar de um prédio corporativo.
Em 2013, antes da crise gerada pela queda do preço do petróleo no mercado internacional e pela Lava Jato, a Petrobras tinha diversos prédios no centro do Rio, próprios e alugados, para acomodar um efetivo duas vezes maior do que o atual.
Recentemente, a estatal tem desocupado prédios inteiros para se concentrar em seu icônico edifício-sede, conhecido como Edise, onde o custo por mesa de trabalho é menor.
Em reação à queda dos preços do petróleo, a empresa rapidamente cortou o valor de seus ativos para refletir uma expectativa mais baixa do valor da commodity no longo prazo, um movimento seguido pela BP nesta semana.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 17-06-2020) | | | Co-Pilot 360 chega aos Estados Unidos e Canadá para concorrer com o Autopilot da Tesla. Primeiro modelo a receber a tecnologia será o Mustang Mach-E, em 2021.
A Ford anunciou nesta quinta-feira (18) o desenvolvimento da tecnologia de condução semiautônoma Co-Pilot 360. O sistema que permitirá andar no carro "sem as mãos ao volante" chegará 6 anos depois do Autopilot da Tesla, que realiza funções similares, e 4 anos depois da GM.
De acordo com a montadora, o Co-Pilot 360 será lançado em 2021 nos Estados Unidos e Canadá. A princípio, poderá ser utilizado no elétrico Mustang Mach-E.
A fabricante diz que o sistema permite ao motorista rodar por mais de 160 mil quilômetros nos dois países com a utilização do modo semiautônomo.
"O estresse das longas rodovias continua sendo um grande problema para os motoristas em todo o mundo", disse Hau Thai-Tang, chefe de desenvolvimento de produtos e compras da Ford, em comunicado.
"Com a introdução de tecnologias de assistência ao motorista como o Active Drive Assist, a versão da Ford de mãos livres, estamos permitindo que nossos clientes se sintam mais confiantes sempre que estiverem ao volante", afirmou.
Para tornar o sistema uma realidade, os engenheiros da fabricante norte-americana fizeram testes por mais de 1 milhão de quilômetros. Seu funcionamento é baseado em uma série de câmeras e sensores para assumir o controle do veículo.
Uma câmera principal fica voltada para o motorista, analisando a posição da cabeça e o olhar do motorista, evitando que este perca a atenção da estrada.
| G1/Auto Esporte | | |
Veículo vendido ao Grupo Charrua vai transportar GNV para indústrias e postos de combustível da região
A Scania entregou nesta semana o quinto caminhão movido a GNV e/ou biometano do Brasil para o Grupo Charrua. O veículo é o primeiro desse tipo na Região Sul. Com a nova venda, a marca chega a 23 modelos comercializados, sendo 18 para a Pepsico.
A concessionária Brasdiesel (RS) foi a responsável pela venda e dará o suporte operacional e da manutenção do modelo R 410 6x2. O caminhão será usado no transporte de gás natural veicular pela Charrua Gás para atender clientes do Rio Grande do Sul, como indústrias e postos de combustível.
“O objetivo das empresas é a transição para um sistema de transporte mais sustentável. A Scania vem liderando esta transformação. Para nós, não existe apenas um modelo sustentável e cada país adotará as tecnologias que melhor se encaixem em sua realidade”, afirma o vice-presidente de operações comerciais da montadora, Roberto Barral.
“O Grupo Charrua está sempre se atualizando e saindo na frente em seus negócios. A vantagem do motor a gás, de imediato, despertou o interesse”, afirma o gerente de vendas da Brasdiesel Lajeado, João Elton Heinen. A Scania investiu R$ 30 milhões em São Bernardo do Campo (SP) para produzir os modelos a gás.
Os veículos a gás natural veicular (GNV) e/ou biometano fabricados pela montadora são apropriados para médias e longas distâncias. Seus motores de ciclo Otto (mesmo conceito dos automóveis a gasolina, etanol ou flex) consomem 100% gás, biometano ou a mistura de ambos. Não se trata de motores convertidos do diesel para o gás. Eles têm garantia de fábrica e são 20% mais silenciosos, segundo a Scania.
| Automotive Business | | | | Instituto indica como manter produtividade e qualidade com boas práticas de preservação da saúde dos diante da pandemia de coronavírus
O IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) está lançando o Programa AutoRetorno, que indica e certifica a adoção das melhores práticas para a retomada com segurança e eficiência das atividades em empresas do setor automotivo, incluindo montadoras, concessionárias, fabricantes de autopeças, distribuidores, varejistas e oficinas de reparação. A certificação leva em conta a adoção de protocolos diante da pandemia de coronavírus para preservar a saúde dos empregados, clientes e fornecedores da cadeia, e ao mesmo tempo assegurar a produtividade e qualidade dos processos.
O AutoRetorno tem o objetivo de atestar as melhores práticas implementadas pelas empresas no seu retorno às atividades pós-pandemia, por meio de dois credenciamentos: Certificação de Saúde e Segurança das Operações e Certificação da Eficácia das Operações Produtivas.
“Diante do atual cenário, é necessário às empresas demonstrar confiança e transparência perante seus colaboradores, clientes e partes interessadas. Desenhamos o AutoRetorno para assegurar a retomada eficaz dos negócios e produção, garantindo proteção à saúde das pessoas”, afirma Alexandre Xavier, superintendente do IQA.
Para elaborar a certificação de segurança sanitária, o IQA fez parceria com a Consultoria em Saúde do Hospital Sírio-Libanês, que também dará suporte a treinamentos e capacitação de pessoal sobre medidas preventivas contra a Covid-19, programa de saúde corporativa, telemedicina, medicina diagnóstica e testes laboratoriais. Os requisitos de avaliação para esta certificação estão no Guia de Boas Práticas, que pode ser utilizado pelas organizações como referência em sua preparação e implementação, com protocolos validados pelo Sírio-Libanês.
Já a certificação de eficácia das operações produtivas leva em consideração os requisitos essenciais para o reinício das atividades, de forma a manter a integridade dos processos e qualidade dos produtos, desde o planejamento, produção, controle e inspeção e embarque ao cliente.
PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
Após a adoção das práticas preconizadas pelo programa AutoRetorno, o processo de certificação é feito em quatro fases: mapeamento da organização, análise de risco, controles e boas práticas, monitoramento. A avaliação é feita presencialmente na empresa, utilizando-se de aplicativos de auditoria. Se todos os requisitos forem cumpridos, será emitido um certificado de conformidade que confere o direito de uso do Selo de Certificação AutoRetorno, que serve para garantir confiança a colaboradores, clientes e sociedade.
Como é um serviço personalizado para cada cliente, não há um preço fixo para fazer a certificação do AutoRetorno. O cálculo do valor a ser investido depende de fatores como número de colaboradores, tamanho da empresa e nível de risco, entre outros. A validade do certificado é de seis meses, após esse período a empresa deve passar por nova auditoria do IQA caso tenha interesse em manter a certificação ativa.
“Ao aderir ao novo serviço AutoRetorno a empresa garantirá a retomada dos negócios com segurança, por meio de diretrizes e requisitos criados e validados por duas organizações de referência no mercado em que atuam: saúde (Sírio-Libanês) e automotivo (IQA)”, resume Xavier.
| Automotive Business ( publicado em 17-06-2020) | | | |
Nesta semana linhas voltaram parcialmente ao trabalho em São José dos Campos e Gravataí
Após quase três meses de paralisação, a General Motors retomou esta semana a produção nas fábricas de Gravataí (RS), que na segunda-feira, 15, voltou a fabricar o Onix e Onix Plus, enquanto em São José dos Campos (SP) a linha da S10 e Trailblazer foi reiniciada na terça-feira, 16.
Com isso, todas as cinco unidades industriais da GM no País regressaram ao trabalho, mas de forma gradual, em apenas um turno e com adoção de protocolos de saúde para evitar a propagação da Covid-19, doença trazida pela pandemia de coronavírus que paralisou boa parte das atividades econômicas no Brasil em abril e maio.
“O reinício da produção de veículos da GM no Brasil ocorreu sem problemas, graças ao forte trabalho em equipe. Nossos procedimentos de segurança estão funcionando bem e nossos fornecedores fizeram um ótimo trabalho implementando suas estratégias de retorno ao trabalho e manuais de segurança”, informa a GM em nota.
A primeira unidade da GM no País a reiniciar as atividades, em 4 de maio, foi a fábrica de peças de reposição em Mogi das Cruzes (SP). Depois, em 11 de maio, foi retomada a produção de motores em Joinville (SC). A linha de São Caetano do Sul (SP) voltou em 18 de maio a produzir o novo SUV Tracker – lá também são feitos o Onix Joy, Spin e Montana.
No dia 29 próximo está programada o retorno ao trabalho na fábrica da GM em Rosário, na Argentina, onde é produzido o sedã Cruze.
| Automotive Business ( publicado em 17-06-2020) | | | | Empresa prevê retorno gradual, puxado pela demanda de mercado
A PSA Peugeot Citroën voltará a produzir seus veículos em Porto Real (RJ). A data definida foi o dia 23 de junho, terça-feira. A empresa informa que o retorno será gradual, já que a fabricação dos carros ocorre a partir da demanda, que começou a cair em março e foi muito baixa em abril e maio.
Nos últimos dois meses as duas marcas tiveram pouco mais de 1,2 mil automóveis e comerciais leves emplacados. A fábrica local produz os Peugeot 208, 2008 e os Citroën C3, Aircross e C4 Cactus, além de transformar em vans de passageiros os furgões Citroën Jumpy e Peugeot Expert montados no Uruguai. Os 800 colaboradores da produção retornam no dia 23, além de funcionários de áreas administrativas ligadas diretamente à montagem dos veículos.
A PSA retomaria a produção em 1º de junho, mas estendeu a paralisação por causa da queda de demanda e pelo fato de as concessionárias estarem fechadas em mercados importantes.
A montadora informa que o retorno vai ocorrer a partir da adoção de medidas sanitárias de combate ao coronavírus adotadas pelo setor automobilístico, como monitoramento da temperatura de cada colaborador antes de entrar na fábrica, fornecimento de álcool em gel, máscaras, maior distância entre funcionários e aumento da frequência de limpeza, entre outras medidas.
| Automotive Business ( publicado em 17-06-2020) | | | | Fábrica de Córdoba vai exportar 100% da produção da caixa MQ281, de 6 marchas
A Volkswagen iniciou oficialmente na terça-feira, 16, a produção em Córdoba, na Argentina, da nova caixa de câmbio manual de seis marchas MQ281. A fábrica recebeu investimento de US# 150 milhões para produzir a transmissão, que será 100% exportada para unidades do Grupo VW em Portugal, México, Polônia e Índia, segundo informou Thomas Owsianski, presidente da empresa no país.
A fábrica de Córdoba tornou-se uma das poucas do Grupo VW com especialidade em produzir transmissões manuais, por isso já mandava para fora do país 100% da produção para 10 países, incluindo Brasil, Alemanha, Espanha, República Tcheca, Eslováquia, China, Índia, África do Sul, Estados Unidos e México, que agora se somam a Portugal, Polônia e Índia. As transmissões argentinas equipam os modelos Volkswagen como Golf, Vento e T-Roc; Seat Ibiza, León e Toledo; Skoda Fabia e Octavia; Audi A1 e Q2.
Graças à sua vocação exportadora, a planta de Córdoba foi a primeira da Volkswagen a retomar a produção na América do Sul após as paralisações provocadas pela pandemia de coronavírus. A unidade voltou a operar desde 29 de abril e o ritmo atual já supera 8 mil caixas de câmbio por semana.
| Automotive Business ( publicado em 17-06-2020) | | | |
|
| | |
|
|