| 29 de JuLho de 2019
Segunda-feira
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Em 29/07/2019
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| | | | | A revolução digital mudou a forma de trabalhar das empresas da ‘velha’ economia. Gigantes como Whirpool, Unilever, Natura e Vivo, por exemplo, tentam copiar o modelo rápido e flexível das startups. A antiga rotina – na qual um projeto levava meses e até anos para ser concluído e, quando terminava, muitas vezes já estava ultrapassado – começa ser substituída por métodos mais ágeis, na velocidade da economia digital.
A quantidade de empresas que começou a quebrar os muros que separam os seus departamentos para obter resultados mais rápidos é crescente nos últimos dois anos. Elas passaram a organizar os trabalhos em pequenos grupos de funcionários, misturando diferentes áreas. Eles trabalham fisicamente lado a lado, sem barreiras burocráticas ou de hierarquia. Com isso, conseguem resolver problemas ou colocar um projeto de pé o mais rápido possível, ainda que não esteja 100% pronto.
Batizados de squads (esquadrão, em inglês), essa forma de organizar o trabalho em pequenos grupos começou nos anos 2000, com a startup sueca Spotify, de serviço de streaming de música. Virou referência no mundo da administração por causa dos ganhos de produtividade alcançados que, a depender do caso, podem ser quatro vezes maiores, se comparados ao de uma empresa tradicional.
O pulo do gato para conseguir esses resultados é a multidisciplinaridade dos grupos, explica Carlos Felippe Cardoso, sócio-fundador da K21, uma das primeiras consultorias especializadas em fazer essa transição de modelo nas empresas. Nos grupos, como há redução de uma série de entraves burocráticos, ganha-se tempo e produtividade. Além disso, os resultados são entregues a conta-gotas. A cada 15 dias, por exemplo, uma nova funcionalidade do site é colocada no mercado, no caso de projetos digitais, onde essa forma de trabalho já é mais familiar. Isso permite que o projeto seja testado e, se necessário, modificado, enquanto é feito.
Explosão
O jeito de trabalhar das startups vem ganhando a adesão de empresas dos mais variados setores. “Neste ano, houve no País uma explosão, e quase todos os segmentos de mercado têm empresas adotando ou, no mínimo, experimentando o trabalho em squads”, diz Cardoso.
Desde fevereiro, a Whirpool, fabricante de eletrodomésticos, começou a trabalhar com o novo modelo. Hoje, tem 50 funcionários agrupados em cinco grupos. Até dezembro, quer dobrar esse número. “Não acho que a companhia inteira vá trabalhar dessa forma”, diz o diretor de marketing digital, Renato Firmiano.
Como uma grande indústria, baseada nas formas tradicionais de linha de montagem, a empresa decidiu usar squads nas áreas ligadas ao atendimento ao consumidor. E alcançou resultados: em menos de quatro meses, dois grupos voltados ao tema inteligência artificial puseram em prática projetos de um assistente virtual que atende aos clientes em várias demandas e também vende os produtos.
Já a Natura, tradicional fabricante de cosméticos, começou antes. Em 2012, iniciou um projeto-piloto, focado no canal online para as suas consultoras. Mas o modelo ganhou velocidade no último ano, conta Luciano Abrantes, diretor de Inovação Digital. Hoje, são 52 squads trabalhando, e a empresa quer chegar a 100 até dezembro.
O grande salto ocorreu em 2018, quando a companhia passou a usar essa forma de trabalho para desenvolver os cosméticos. “É algo arrojado, que acelera bastante o ritmo de lançamentos, ao se comparar com o modelo tradicional.” O diretor também pondera que não há intenção de transformar toda a companhia em squads, só nas áreas onde faz sentido.
Na Unilever, gigante de alimentos e itens de higiene e limpeza, o quadro é semelhante. A empresa começou a usar squads faz três anos. “Na época, tínhamos a preocupação de trazer a agilidade das startups para uma empresa que neste ano completa 90 anos no País”, diz Carolina Mazziero, diretora de RH. Atualmente, há grupos de trabalho espalhados em áreas específicas da companhia. Na fábrica, por exemplo, há squads voltados para a redução de perdas, outros são para resolver demandas do consumidor.
Competição
Para Luiz Medici, vice-presidente de Inteligência Artificial da Vivo, o grande impulso para começar a organizar o trabalho em squads veio das empresas digitais. A Vivo viu a entrada de players digitais alcançando resultados muito rápidos e entendeu que um dos catalisadores disso era a forma de trabalho em ambientes colaborativos. “Para competir nesse mercado novo digital, precisamos nos reinventar.” A operadora começou a usar grupos de trabalho em 2018, com o laboratório digital. Agora, são mais de 100 squads em funcionamento.
| Tribuna PR (publicado em 29-07-2019) | | | | O governo vai facilitar a importação de bens de capital e de informática com impostos reduzidos. Enquanto a abertura comercial do setor prometida pelo presidente Jair Bolsonaro não sai, a equipe econômica tenta agilizar a retirada de tributos para a compra de bens que não tenham similar produzido no Brasil – como máquinas pesadas, equipamentos industriais e partes de computadores.
Além de simplificar processos, o governo quer definir critérios mais claros para decidir se um bem tem ou não equivalente nacional. Esse movimento, no entanto, tem gerado preocupação na indústria local e entre representantes da Zona Franca de Manaus, que temem uma abertura “velada” do mercado nacional a bens do exterior sem melhorias do ambiente de negócios para os empresários brasileiros.
Hoje, após autorização do governo, já é possível importar produtos que não têm similar nacional com imposto reduzido. No ano passado, foram concedidos ou renovados 4,3 mil pedidos de importações de bens de capital e informática, que resultaram em uma importação estimada em US$ 7,69 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia. Atualmente, existem cerca de 7 mil produtos enquadrados como “ex-tarifários”, o que reduz o imposto de importação de uma média de 14% para algo entre zero e 2%.
A atual equipe econômica, no entanto, considera que os critérios utilizados até agora para definir quais bens podem ser enquadrados como “ex-tarifários” são subjetivos. Se há uma declaração da indústria brasileira de que o setor poderia produzir determinado produto, o benefício não é concedido, o que pode abrir margem para fraudes, na avaliação do governo. “Vamos simplificar e facilitar o processo”, afirmou ao Estadão/Broadcast o secretário da Indústria da Secretaria de Produtividade, do Ministério da Economia, Caio Megale.
No fim de junho, o Ministério da Economia publicou uma portaria para definir os novos critérios para o enquadramento. Pelo texto, poderão receber o benefício produtos importados que tiverem preço menor do que o cobrado pelo similar brasileiro e também aqueles cujo prazo de entrega for menor do que o pedido pelo produtor nacional.
Reação
Essa portaria gerou forte reação entre representantes do setor privado, além de parlamentares da Região Norte – preocupados com o efeito que a redução de tributos sobre a importação teria nas indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus. Deputados e senadores intercederam, e o governo adiou a entrada em vigor das novas regras para o fim de agosto. Até lá, prepara uma regulamentação para dirimir as principais dúvidas dos industriais.
“Não existe nenhuma explicação técnica ou macroeconômica para uma portaria que tem impacto profundamente negativo sobre a produção nacional e que certamente agravará o quadro já dramático de desemprego no Brasil”, afirmou o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM). “Se o governo não negociar com parlamentares e fabricantes uma medida alternativa, capaz de garantir o emprego dos mais de 2 milhões de brasileiros que trabalham no setor de bens de capital e informática, a saída será aprovar um decreto legislativo que derruba a portaria.”
Para tranquilizar o setor privado, o governo decidiu não analisar novos pedidos de ex-tarifários até a regulamentação da portaria, segundo Megale. Ele e sua equipe têm feito reuniões com representantes de industriais e importadores para levantar possíveis dúvidas.
Mas, de acordo com o secretário, os critérios de preço e prazo para definir se um produto tem equivalente nacional devem ser mantidos. “Vamos fazer uma regulamentação detalhada e fechar buracos que poderiam levar a consequências indesejadas. Vamos facilitar para quem usa e deixar claro que simplificar é o objetivo”, afirmou.
| Tribuna PR (publicado em 27-07-2019) | | | | A indústria brasileira avalia que a flexibilização das regras para redução de tributos de importação é o primeiro passo da abertura comercial. A preocupação é a de que as novas normas abram o leque de importação não apenas para maquinário pesado e para a produção, como é hoje, mas também para bens de consumo final, como celulares e laptops.
“A primeira interpretação que tivemos foi a de que a facilitação para ex-tarifário está fazendo uma abertura velada da economia. Guedes nos garantiu que a abertura seria feita gradualmente, junto com as reformas que tem de ser feitas, e não de uma vez”, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato.
Ele afirma que a importação de equipamentos sem impostos pode gerar uma “concorrência desleal” com a indústria local.
Barbato citou a preocupação com a possibilidade de importação de equipamentos usados sem impostos, que poderiam entrar pelo critério de prazo de entrega menor. “É claro que o prazo de entrega de um usado é menor. Ele não precisa ser produzido. Pedimos a revogação da portaria ou que seja modificada”.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Veloso, ressaltou que há dificuldades para se fazer a comparação de preços, já que são milhares de máquinas, com características específicas. Segundo ele, a associação apresentará, na próxima semana, sugestão de modificações na portaria. “Estamos trabalhando para um consenso.”
Pouco antes da publicação da portaria, Bolsonaro postou no Twitter que o governo estudava reduzir de 16% para 4% a alíquota do Imposto de Importação incidente sobre produtos de tecnologia da informação, como computadores e celulares.
O secretário da Indústria do Ministério da Economia, Caio Megale, afirma, no entanto, que são dois processos separados. “A portaria não tem conexão com a abertura comercial. Ela visa a facilitar a importação de bens desde que não tenha similar nacional. Vamos ser rigorosos na análise desses bens.”
Para o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos (Abimei), Paulo Castelo Branco, a portaria vai proporcionar uma redução de custo para a indústria, o que deve se refletir em preços menores para o mercado doméstico e para a exportação. “Houve uma desindustrialização nos últimos anos. Se não fizermos uma ação para capacitar a indústria tecnologicamente, não conseguiremos ser competitivos”, diz.
Castelo Branco afirma que as empresas não deixam de comprar máquinas no exterior por causa do tributo. Esse custo, porém, é repassado para o bem final, tornando o produto brasileiro menos competitivo. “Protegem as máquinas, mas não o bem final. Então, na verdade, é um tiro no pé. Com isso, deixam de possibilitar que empresas se instalem no Brasil, invistam e gerem empregos.”
| Tribuna PR (publicado em 27-07-2019) | | | | Impulsionado pelo acordo entre Mercosul e União Europeia, o governo trabalha para viabilizar uma parceria comercial entre o bloco sul-americano e o Japão. Aproveitando o ambiente político favorável, a expectativa do Palácio do Planalto e de setores da indústria é que o anúncio oficial sobre o início das tratativas para um acordo de livre-comércio entre as partes possa ser feito até o fim deste ano.
A formalização deve ocorrer durante visita do presidente Jair Bolsonaro a Tóquio, em outubro, para a cerimônia de entronização do novo imperador do Japão, Naruhito. A viagem deve ocorrer no mesmo período em que o presidente visitará China, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Outra possibilidade é que o anúncio da parceria seja feito em novembro, caso o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, aceite o convite para vir ao Brasil.
Na próxima semana, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação Empresarial do Japão (Keidanren) vão assinar uma declaração conjunta para defender o início das negociações do acordo. O documento será apresentado na reunião anual do Conselho Empresarial Brasil-Japão, que acontece na próxima Segunda-feira (29), em São Paulo.
“Há enorme potencial para maior cooperação econômica e industrial entre os dois países. A liberalização do comércio de bens e serviços, assim como a celebração de novos marcos legais, pode despertar o potencial e construir laços econômicos mutuamente benéficos entre Brasil e Japão – e também para os membros do Mercosul”, diz trecho da declaração conjunta, obtida com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.
Últimos passos
Segundo o gerente executivo de Assuntos Internacionais da CNI, Diego Bonomo, faltava um “empurrão político” para o início das negociações entre Mercosul e Japão. Na visão dele, o acordo com a União Europeia foi crucial pois, agora, há uma “baliza”.
“É a primeira vez que o Mercosul faz um acordo de livre-comércio com um bloco formado por países desenvolvidos, e isso abre uma porta para acordos com outros países desenvolvidos”, disse Bonomo, em referência ao Japão e aos Estados Unidos.
As tratativas entre os setores industriais do Brasil e Japão vêm sendo costuradas desde 2015, inicialmente com foco em relações bilaterais. Com o aumento da convergência entre os países membros, o desenho do acordo foi ampliado para contemplar o Mercosul como um todo.
Com o acordo, haveria abertura de mercado de lado a lado. Da parte brasileira, há interesse principalmente na exportação de produtos do agronegócio e de alguns setores da indústria.
Segundo a CNI, as exportações do bloco sul-americano para o país asiático cresceram 136% entre 2000 e 2017. No sentido inverso, as exportações japonesas para os quatro países subiram 31%.
Em relação às exportações brasileiras, o Japão é o quinto principal destino de produtos nacionais, com 2,4% do valor total embarcado, atrás da China (21,8%), União Europeia (16%), Estados Unidos (12,5%) e Argentina (7,2%).
| Tribuna PR (publicado em 27-07-2019) | | | | A agenda do secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, no Brasil nesta semana será dividida entre a pauta com o governo brasileiro e os encontros com a comunidade empresarial. Nos dois grupos, um assunto virá à tona: a possibilidade de negociação de um acordo de livre-comércio com o Brasil. Na primeira parada, em São Paulo, Ross será confrontado com o pedido dos empresários pelo avanço em uma negociação “gradual”.
O acordo é listado em primeiro lugar entre as propostas que a Amcham (Câmara Americana de Comércio) pretende entregar a Ross no documento “Brasil-EUA: 10 Propostas para uma Parceria Mais Ambiciosa”.
Mas a aposta dos empresários é em um avanço realista, com discussões sobre temas que não envolvam tarifas e, portanto, não precisem ser combinados entre todo o Mercosul. Negociar sem debater temas tarifários também é uma forma de abrir portas com o governo Donald Trump, que nos últimos dois anos já se retirou ou renegociou acordos de livre-comércio, como o TPP e o Nafta.
“Qualquer negociação de livre-comércio é um exercício de médio e longo prazos. Nós temos exemplos de sucesso como o acordo com Chile, que tratou de inúmeros temas menos a questão das tarifas. Isso foi um passo muito importante e que serve de inspiração para que possamos fazer a mesma coisa com os EUA”, afirma Deborah Vieitas, presidente da Amcham, em entrevista ao Estado. A Amcham estima que um acordo de livre-comércio com os EUA contribuiria para um aumento em até 1,3% do PIB do País em 2030.
O ideal, diz ela, seria começar a negociação de medidas para reduzir burocracia, custo e prazo no comércio bilateral. “De qualquer forma são medidas que fariam parte no caso de uma assinatura de um acordo de livre-comércio. Significa que se avança onde é menos sensível, aplaina o terreno para uma próxima etapa”, afirma.
Ross participará do evento de cem anos da Amcham, que representa mais de 5 mil empresas brasileiras e americanas. A viagem do secretário é considerada um passo natural após a visita do presidente Jair Bolsonaro a Donald Trump, em março, quando os países concordaram em reduzir barreiras de comércio e investimentos – o que foi chamado de “parceria para a prosperidade” na declaração conjunta.
Entre os outros nove itens da lista de propostas que a comunidade empresarial apresentará a Ross, há dois considerados de fácil execução no curto prazo: um acordo para evitar a bitributação e a participação do Brasil no programa Global Entry, para facilitar a entrada de empresários nos EUA. No caso do programa de entrada “pré-aprovada”, Receita e Polícia Federal precisam concordar com a troca de dados com os EUA.
Na lista dos empresários está ainda a continuidade do apoio dos americanos para a entrada do Brasil na OCDE e o avanço de uma agenda bilateral em mecanismos como o fórum de CEOs dos dois países, que foi reativado neste ano.
Outros pontos do documento é a facilitação de comércio – como o reconhecimento mútuo de exportadores para agilizar trâmite. O governo brasileiro esperava que fosse possível avançar no reconhecimento mútuo, que deve facilitar as operações aduaneiras, a tempo da visita de Bolsonaro a Washington, em março, mas acabou frustrado.
A Amcham também pede cooperação regulatória para aproximar exigências dos dois países e conversão do projeto piloto de análise acelerada de patentes em um acordo permanente.
Otimismo
O bom humor entre os dois governos, na avaliação da presidente da Amcham, pode gerar resultados concretos. “Os sinais que temos recebido e interesse que temos constatado nos faz acreditar que dessa vez temos, sim, oportunidade de fazer diferente. A própria negociação de um acordo comercial pode começar no curto prazo. O sucesso do acordo Mercosul-União Europeia pode ser chamado de estimulante para essa discussão. A vinda do secretário é uma demonstração de que nós podemos seguir em frente nesse projeto de melhorar e ampliar a relação com os EUA”, afirma Deborah.
Ross terá reuniões com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
| Tribuna PR (publicado em 28-07-2019) | | | | Se investir em uma empresa estrangeira já parece atrativo em tempos de juros baixos no Brasil, aportar recursos em uma gigante da tecnologia – como Google, Microsoft ou Facebook – pode ser ainda mais interessante. As principais formas de fazer isso incluem recibos emitidos por aqui, que espelham o desempenho das ações lá fora, e o investimento feito com uma conta aberta no exterior.
A escolha depende, sobretudo, dos recursos que o investidor tem à mão e de quanto está disposto a arriscar.
Para quem não tem muito dinheiro disponível, uma alternativa são os Certificados de Operações Estruturadas (COE). Com esse produto, o investidor não compra a ação da empresa no exterior, mas adquire um papel que reflete o desempenho de um grupo de empresas por um período determinado. O investimento mínimo costuma ser de R$ 5 mil e o prazo, de pelo menos cinco anos.
Esse produto surgiu em 2014 e foi se diversificando desde então. Hoje, há opções para quem se interessa por empresas de tecnologia. Um produto que uma corretora oferece atualmente, por exemplo, tem seus rendimentos calculados a partir do desempenho de ações da Netflix, Amazon e da Disney.
“Há opções emitidas por grandes bancos brasileiros e do exterior. O Brasil sempre teve uma cultura de juros altos e se acostumou com produtos simples. Ainda estamos descobrindo opções de investimentos”, diz Maite Kattar, especialista em COEs da XP Investimentos.
As regras de remuneração variam, mas costuma funcionar assim: em um COE que acompanha ações de empresas de tecnologia, se todos os papéis tiverem subido ao fim do período, o investidor recebe o capital investido mais o porcentual de alta do ativo e uma taxa fixa, de 9% a 10% ano, geralmente. Em caso de queda no preço do ativo, o investidor recebe só o capital que ele havia investido.
“Com os juros em um patamar historicamente baixo e com perspectiva de queda, esse tipo de produto fica mais atrativo”, diz Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão, Commodities e Novos Negócios da B3.
Uma desvantagem é o tempo em que o capital fica parado sem remuneração, caso as ações não tenham um bom resultado. Uma opção são os COEs autocallables, que podem ser encerrados antes. Em um investimento de cinco anos, por exemplo, a cada seis meses é verificado se as ações subiram ou caíram. Se tiverem subido, o contrato é encerrado e o prêmio, pago.
Lá de fora
Uma saída para quem mira em empresas de tecnologia no exterior é fazer um investimento direto, abrindo uma conta em uma corretora estrangeira. O investidor vira sócio direto da empresa que ele comprar a ação e não é necessário ser um investidor qualificado (que tem pelo menos R$ 1 milhão investidos). Além disso, ele pode ter acesso a mais opções de ativos no exterior.
O gerente de sistemas José de Paula, 35 anos, acha que vale a pena ampliar o portfólio de investimentos quando conseguir abrir uma conta para receber o dinheiro nos Estados Unidos. “Quero ficar de olho em ações de tecnologia, como Apple e Google, e no setor entretenimento, sobretudo a Disney, que tem mostrado bons resultados de bilheteria de cinema.”
“Quando o investidor olha as empresas da B3, a maioria já está madura e sem crescimento exponencial para o futuro”, diz Enrico Trotta, analista do setor de tecnologia do Itaú BBA. Ele avalia que, por conta do atual cenário econômico, muitos investidores, inclusive os conservadores, têm migrado da renda fixa para a variável. “E há uma geração de millennials que busca empresas de tecnologia.”
Algumas desvantagens, porém, devem ser consideradas. “É preciso arcar com encargos para enviar capital a uma corretora lá fora, que chega a 1,3% de spread e de 1,1% de IOF. Quanto maior o investimento, mais baratos ficam os encargos”, diz Alberto Amparo, da Suno Research. E o investidor precisa considerar a variação cambial, que pode fazer com que o investimento acabe não valendo a pena.
Espelho
Outra opção é investir nos chamados Brazilian Depositary Receipts (BDR), certificados que representam ações de empresas estrangeiras negociadas no Brasil. Os papéis são comprados aqui e espelham os resultados das ações no exterior.
“Mesmo sendo caros, os papéis de empresas de tecnologia têm grande potencial de crescimento. Elas estão criando serviços que serão essenciais”, diz Roberto Teperman, diretor de vendas da Legg Mason no Brasil.
As opções de BDRs no País são limitadas, mas entre os títulos não patrocinados (os mais comuns) disponíveis na B3 estão os de grandes empresas de tecnologia, como Alphabet (do Google), Apple, Facebook e Amazon.
Em 2018, o volume negociado de BDRs foi de R$ 22,9 milhões, quase três vezes mais que no ano anterior. Entre os recibos mais negociados, o da Amazon foi o papel mais líquido, respondendo por 8,26% dos negócios da Bolsa, seguido por Apple (6,22%) e Google (5,54%).
Segundo a B3, porém, é preciso ser um investidor qualificado para ter acesso a esse produto, ou seja, ter mais de R$ 1 milhão investidos, o que restringe esses investimentos. Para investidores comuns, uma alternativa é buscar fundos que tenham esses papéis. No mercado, há opções em torno de R$ 25 mil.
| Tribuna PR | | | | O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o “choque de energia barata” buscado pelo governo, que pretende reduzir o preço das tarifas residenciais e empresariais, tem capacidade para promover uma reindustrialização do Brasil.
“A energia barata pode permitir reindustrializar o País. Podemos conseguir mais 10% de PIB, Produto Interno Bruto, industrial ao final de dez anos”, discursou Guedes para empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). “A própria Vale falou que se cair o preço da tarifa eu compro 30 anos de energia”, comentou.
Segundo o ministro, um estudo feito pelo economista Carlos Langoni – diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas e conselheiro informal de Guedes – aponta que o preço do gás pode cair em 40% em dois anos.
Guedes comemorou algumas boas notícias dos primeiros sete meses de governo, como avanços em negociações internacionais e acerca da cessão onerosa, além da queda nos juros, medidas em prol da competitividade e liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“Ao contrário de Temer, que soltou só contas inativas, estamos soltando também as ativas”, ponderou Guedes. “A gente não quer atingir a construção civil. Calculamos o limite de saque exatamente para não pegar a construção civil”, completou.
Presente ao evento, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, complementou a defesa de Guedes sobre redução de tarifas e privatizações.
“Sou obcecado por energia barata, sou um dos maiores obcecados por privatizar”, afirmou o governador, dizendo que avançará com a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) assim que for concluída a mudança no marco regulatório do setor.
| Tribuna PR (publicado em 26-07-2019) | | | | O Brasil ainda não conseguiu recuperar o patamar da economia que registrou no pico de atividade antes do início da crise, há cinco anos. Ao redor do País, porém, o desempenho econômico não foi uniforme. O Centro-Oeste e o Sul, segundo o índice Itaú para a atividade econômica – que reúne empregos formais, comércio, indústria e agricultura -, foram as duas regiões que atingiram ou superaram o movimento que exibiam em março de 2014. Foi nesse ponto, segundo o banco, que começou a espiral de decadência do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
“As commodities, que abastecem o mercado externo, beneficiaram o Sul e o Centro-Oeste, pois a demanda internacional foi mais alta do que a das atividades que dependem do mercado interno”, explica Paula Yamaguti, economista do Itaú Unibanco. Nas demais regiões, Norte e Nordeste tiveram desempenho semelhante à média nacional, enquanto o Sudeste ficou na lanterninha. “A indústria foi o indicador com a pior performance nesses anos – e como a maior parte da indústria está em São Paulo, isso puxou o resultado para baixo”, ela diz.
Em todo o Brasil, segundo o levantamento do Itaú, a economia está pouco mais de 4 pontos porcentuais abaixo do nível que exibia cinco anos atrás. Entre as regiões (ver mapa acima), a única que, no primeiro trimestre de 2019, superava com folga a atividade de cinco anos atrás foi o Centro-Oeste. Já o Sul ficou no zero a zero no período (no fim de março, estava 0,25 ponto porcentual abaixo do nível de 2014).
O Estado de São Paulo, com desempenho abaixo da média nacional, foi prejudicado pelo próprio gigantismo, segundo o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. “São Paulo sofre porque concentra a maior parte das indústrias, mas não existe questão estrutural pressionando a economia paulista. Com a aprovação das reformas, há chance real de recuperação.”
Não se pode dizer o mesmo de Minas Gerais e Rio de Janeiro, de acordo com Mendonça de Barros. “O Rio, em especial, vive a tempestade perfeita, um esfarelamento do sistema regional, algo que vai demorar muito tempo para ser reconstruído.”
O Rio de Janeiro, ao lado de Bahia e Sergipe, está entre as economias mais frágeis. Segundo o índice de atividade do Itaú, o nível da economia nesses Estados está mais de 8 pontos porcentuais abaixo do exibido em 2014. O Rio lidera o fechamento de empregos formais no País – de cada 100 postos de trabalho com carteira assinada que o Estado concentrava há cinco anos, 13 foram fechados. Os dados vão até março de 2019 e, portanto, já incluem a recente retomada da indústria fluminense de petróleo.
Para Samuel Pessôa, pesquisador do Ibre/FGV, a situação da economia do Rio tem tintas políticas. Além de citar casos de corrupção no Estado, Pessôa lembra que as regras dos governos petistas para a exploração das reservas do pré-sal, que determinaram a Petrobrás como operadora principal de todos os campos de produção, prejudicaram a economia fluminense. “Com medo dos gringos, os governos petistas seguraram os leilões do pré-sal. Agora parece que isso vai mudar, mas um efeito mais estruturado para a economia vai vir só daqui a uns cinco anos.”
Mendonça de Barros acrescenta outra camada que prejudicará, nos próximos anos, o desempenho de Estados como Rio e Minas Gerais: as dificuldades orçamentárias, com forte comprometimento da receita com folha de pagamento de servidores na ativa e aposentados. “Os efeitos são perversos, pois não é algo que se nota da noite para o dia. Quando o Estado está quebrado, ele deixa de investir em hospitais e estradas. Na hora em que se percebe, as estruturas já foram desmontadas.”
Emprego vem se recuperando de forma mais lenta que a economia
Os dados do Itaú mostram que, em todo o País, o emprego vem se recuperando de forma mais lenta do que a economia. De cada 100 vagas existentes em 2014, apenas 94,5 estão abertas atualmente, na média. Além disso, apenas seis Estados recuperaram o total de empregos formais de 2014, ao passo que oito chegaram ao mesmo PIB de cinco anos atrás.
Além do Rio, Pernambuco e Amazonas também perderam mais de 1 de cada 10 empregos que tinham há cinco anos, aponta o Itaú. O primeiro foi prejudicado pelo fim de obras que geraram muitas vagas – como a polêmica Refinaria Abreu e Lima, agora posta à venda pela Petrobrás – e o segundo, pelas demissões na Zona Franca de Manaus.
Mesmo nos Estados que voltaram ao total de vagas formais de 2014, os índices mostram alta no desemprego, pois os cálculos do Itaú consideram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e não a taxa de desocupação.
Indústria em Santa Catarina
Em grandes empresas de Santa Catarina, como a gigante industrial Weg, a crise econômica já é tratada como um assunto superado. A fabricante de motores elétricos e outros equipamentos está em fase de aumento de mão de obra após registrar, no primeiro trimestre, expansão de 14,9% em receita e o maior lucro em oito anos. Mesmo após ter contratado 1,3 mil pessoas em 2019, a Weg tem hoje 340 vagas. “Durante a recessão, fomos obrigados a fazer ajustes, mas essa fase ficou para trás”, diz o diretor financeiro, André Luis Rodrigues.
Segundo o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, a vantagem econômica catarinense passa pela estruturação de uma indústria com vocação exportadora. “São empresas que podem conseguir tirar vantagem do acordo entre a União Europeia e o Mercosul (que foi assinado no fim de junho)”, diz. Santa Catarina é um dos quatro Estados brasileiros que conseguiram recuperar tanto o total de vagas formais quanto o nível da economia, ante 2014.
O mercado externo tem peso importante no negócio da empresa catarinense: de cada R$ 5 que entram no caixa da Weg, quase R$ 3 vêm de fora do País. Com o câmbio bom para os exportadores e um mercado chinês crescendo a dois dígitos, a companhia tem planos de investir R$ 530 milhões no Brasil e em outros países – recursos que serão destinados à ampliação e modernização de fábricas. Parte da mão de obra da Weg é treinada dentro de casa, em um núcleo de capacitação mantido pela empresa a um custo anual de R$ 23 mil por aluno. Por ano, são formados 200 jovens.
Vocação exportadora ajuda Estado
A empresa de Jaraguá do Sul tem ajudado a puxar para cima os indicadores econômicos da região norte do Estado. A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina aponta um crescimento de 8,23% na região norte, enquanto a economia catarinense, segundo esse mesmo índice (Iper-SC), avançou 7% no ano passado.
“Somos uma exceção”, diz o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Aleixo Lunelli. “Hoje, aqui no município só está desempregado quem quer.” Mesmo as indústrias têxteis de Jaraguá, como Malwee e Marisol, que ainda sentem os efeitos da crise, voltaram a contratar. O grupo de moda Lunelli, da família do prefeito, demitiu 1 mil dos 5,2 mil empregados no auge da crise e começou a recontratá-los no ano passado. Boa parte das 400 vagas abertas foi preenchida por antigos funcionários.
Em Joinville, principal polo econômico do Estado, também já se percebe a retomada. Nos últimos 18 meses, o número de companhias sediadas no parque industrial da cidade subiu de 160 para 220, enquanto o total de funcionários subiu de 5,1 mil para 8 mil. O índice de ociosidade do Perini Business Park, que chegou a 14% na crise, hoje gira em torno de 6%.
Entre as companhias que ampliaram a ocupação do parque industrial está a XPM, que oferece armazenagem a importadores: sua área passou de 4 mil para 14 mil metros quadrados no fim de 2018. “Em 2015, quase fechamos as portas”, diz André Xavier, diretor-geral da XPM. Do fim do ano passado para cá, o cenário mudou. “Só no mês passado, fechamos três novos contratos, coisa que em um ano inteiro não acontecia.”
Em Duque de Caxias, 27 mil vagas fechadas em três anos
Segundo maior polo econômico do Estado, atrás da capital, a cidade de Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, é o retrato da situação do emprego fluminense. Nos últimos três anos, o município fechou mais de 27 mil vagas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em 2018, cidades do Rio ligadas à indústria do petróleo começaram a reabrir vagas, mas Duque de Caxias fechou mais 4,5 mil postos de trabalho.
Depois de operar por 40 anos, a fabricante de sacolas plásticas Salix, que gerava 100 postos de trabalho, se viu obrigada a fechar as portas. Segundo Bete Bior, uma das proprietárias do negócio, a Salix vinha sofrendo com a alta de custos e a carga tributária. Acabou vencida pela crise: “Não tinha como repassar para os preços, por causa da concorrência.”
O trabalhador de serviços gerais Marcelo Alves, 35 anos, buscava uma vaga no posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Caxias no início deste mês, após ser demitido de uma distribuidora atacadista com outros 20 funcionários.
Vagas na região são disputadas
No dia da visita da reportagem ao Sine havia só uma oportunidade aberta no sistema, de serralheiro, para um total de 270 candidatos. No primeiro semestre, 20 mil pessoas buscaram atendimento, mas somente 400 vagas foram ofertadas.
Edson Pinheiro dos Santos, 54 anos, foi dispensado de uma filial das Casas Bahia em Caxias e está dando entrada no seguro desemprego. Com 32 anos de experiência no comércio, ele diz que pretende se aposentar para se dedicar à atuação como pastor evangélico.
“A crise na indústria fechou portas para muita gente. Isso explica por que estamos sentindo tanto em outras áreas, como o comércio. É um efeito dominó.”
O presidente da representação da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) em Duque de Caxias, Cláudio Lopes, diz que a situação reflete a dificuldade de reação da indústria, principal atividade local. O PIB industrial brasileiro já acumula dois trimestres consecutivos de retração.
Em 2014, a Marcopolo, que fabrica carrocerias para ônibus e caminhões, chegou a ter 2,5 mil empregados em Duque de Caxias. Nos últimos anos, com o esfriamento da economia e a queda na produção, ajustou o quadro a menos da metade. Em 2019, a empresa deve desmobilizar cerca de 600 contratados para produzir ônibus escolares dentro de uma licitação, agora encerrada, passando a empregar 1,1 mil funcionários.
Apesar de o estudo do Itaú Unibanco mostrar que seis Estados – Mato Grosso, Roraima, Tocantins, Piauí, Goiás e Santa Catarina – já chegaram ao nível de empregos formais que tinham em suas economias há cinco anos, a taxa de desemprego subiu em todos os Estados no período.
Isso ocorre porque os dados do Itaú consideram apenas as vagas formais – conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) -, e não o desemprego medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), que considera diversas outras variáveis, entre elas o crescimento da População Economicamente Ativa (PEA).
Mesmo nos seis Estados com melhor desempenho segundo o Itaú, a taxa de desemprego média do País cresceu nos cinco anos entre o primeiro trimestre de 2014 e março de 2019. Conforme o IBGE, a taxa de desemprego saltou de 7,2%, no início da base de comparação, para 12,7%, ao fim do período.
Diferenças. A região com os menores índices de desemprego é o Sul, com três Estados com taxa abaixo de 10%: Paraná (8,9%), Santa Catarina (7,2%) e Rio Grande do Sul (8%).
De acordo com o IBGE, oito Estados tinham, em março, taxa de desocupação superior a 15%, com metade deles concentrada no Norte (Acre, Amazonas, Roraima e Amapá). Na mesma situação aparecem três Estados do Nordeste (Pernambuco, Alagoas e Sergipe) e um do Sudeste (Rio de Janeiro).
| Tribuna PR (publicado em 28-07-2019) | | | | Secretaria do Trabalho reforça iniciativas voltadas à construção de uma cultura de prevenção de acidentes em todo o país
O Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, celebrado neste sábado (27), marca o esforço de toda a sociedade por melhorias nas condições de saúde e segurança. A data se tornou oficial em 1972, depois de regulamentada a formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho.
A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia desenvolve anualmente políticas públicas e ações de fiscalização com o objetivo de reduzir o número de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
Nos últimos anos, o país vem registrando grandes avanços nessa área. A taxa de incidência de acidentes caiu de 21,64 para cada mil trabalhadores, em 2009, para 13,74 por mil, em 2017. É uma queda de 36,5%. O mesmo ocorre com a taxa de mortalidade, que diminuiu de 7,55 por 100 mil trabalhadores para 5,24, no mesmo período, o que representa retração de 30,6%.
Em 2018, de acordo com números preliminares do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), foram registrados, por meio de CATs (Comunicações de Acidente de Trabalho), 466.980 acidentes de trabalho, sendo que 353.293 foram registradas como acidentes típicos, que ocorrem com o trabalhador a serviço da empresa. Desse total, 105.245 foram identificados como acidente de trajeto, ocorrido no percurso entre residência e local de trabalho (ida ou volta), e 8.442 como doença do trabalho.
Canpat 2019
Para incentivar a adoção de medidas preventivas e de conscientização, e consequentemente reduzir ainda mais os índices de acidente e adoecimento no trabalho, a Secretaria conta anualmente com a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Canpat). Este ano, o tema escolhido foi a “Gestão de Riscos Ocupacionais – O Brasil contra acidentes e doenças do trabalho”. Durante todo o ano serão realizadas atividades em todo o país para fomentar uma cultura de prevenção no trabalho.
A campanha parte da premissa de que ambientes seguros e saudáveis propiciam ganhos para todos: empregadores, trabalhadores, governo e sociedade. Com a redução dos acidentes relacionados ao trabalho, os empregadores podem ter aumento de produtividade, competitividade e diminuição do absenteísmo.
Por sua vez, os trabalhadores demonstram aumento de satisfação no trabalho, além da redução de doenças e mortes. Para o governo, resulta na redução de despesas com benefícios e pensões, despesas com assistencialismo e aumento da competitividade nacional. E para a sociedade, como um todo, pode significar a diminuição de impostos e aumento da justiça social.
| Ministério do Trabalho ( publicado em 26-07-2019) | | | | Por acordo individual, empregado e empregador poderão marcar apenas faltas, folgas e horas extras
A MP (medida provisória) da Liberdade Econômica dispensa trabalhadores de todas as categorias de bater cartão. Relatório aprovado em comissão mista do Congresso autoriza o chamado registro de ponto por exceção.
Pelo modelo, um funcionário de qualquer empresa poderá fazer acordo individual com empregador para não bater ponto. Sendo assim, ele poderá chegar ao trabalho, cumprir todo o expediente e ir embora sem fazer nenhuma anotação.
O trabalhador ficará liberado de marcar horário de entrada, saída ou almoço. Somente exceções —como diz o nome do sistema de registro— serão obrigatoriamente anotadas. Entre elas estão horas extras, folgas, faltas e férias.
Pela regra atual, prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o empregador é responsável por controlar a jornada em empresa com mais de dez funcionários. Qualquer mudança se dá por meio de acordo coletivo.
A alteração da CLT não consta do texto enviado ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro em abril. A MP institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica. Segundo o governo, ela desburocratiza o ambiente de negócios.
As mudanças, como não bater ponto e o trabalho aos domingos para todas as categorias, foram inseridas pelo relator da MP, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
O conjunto de medidas é considerado uma minirreforma trabalhista por especialistas. Conforme mostrou a Folha em 12 de julho, 36 artigos da CLT serão alterados.
“A empresa que quiser vai buscar o ponto por exceção, poderá acabar com o ponto”, diz Otavio Pinto e Silva, sócio do escritório Siqueira Castro e professor de direito do trabalho da USP.
Segundo ele, a proposta flexibiliza o controle da jornada. “O empregador vai usar a lei para dizer que uma hora extra foi feita e marcada pelo ponto de exceção. Ficará o ônus [da prova] com o trabalhador”, afirma.
Na Justiça do Trabalho, hora extra está entre os assuntos mais recorrentes nas ações. Até maio, segundo dados do TST (Tribunal Superior do Trabalho), foram feitos mais de 550 mil pedidos de indenização em primeira instância.
“A tendência é cair drasticamente os pedidos de hora extra”, diz Ricardo Calcini, professor de direito do trabalho da FMU. “O trabalhador vai ter de produzir a prova mais robusta, e isso, na prática, vai ficar cada vez mais difícil.”
À Folha Goergen afirma que põe na lei uma prática existente nas empresas e chancelada pela Justiça trabalhista.
“Estou atualizando a legislação. Eu coloquei na lei aquilo que já é decisão”, diz. “É uma burocracia a menos. Se a Justiça já decide dessa forma [pelo registro de ponto por exceção], não tem de discutir na Justiça. Já reconheço assim.”
O sistema, porém, é polêmico na Justiça do Trabalho. A aceitação do registro de ponto por exceção ainda é discutida em primeira instância e também em tribunais regionais.
Como a Folha mostrou em abril, uma decisão do TST, de relatoria do ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, avalizou o modelo pela primeira vez na SDC (Seção de Dissídios Coletivos).
Tratava-se de um acordo coletivo específico —entre um sindicato de metalúrgicos e uma empresa no Espírito Santo. Com a MP, o registro de ponto por exceção valerá por acordo individual por escrito, convenção ou acordo coletivo.
“A importância de ser individual é que cria possibilidade daquela linha de raciocínio da própria reforma trabalhista [do governo Michel Temer] de que [o que] vai valer mesmo é o contrato”, diz Goergen.
Para ele, o contrato será fortalecido, sem mudança estrutural na lei. “Ao fazer isso, estamos criando a valorização de acordo que interessa a trabalhador e empregador.”
Segundo Luiz Antonio dos Santos Junior, sócio do Veirano Advogados, a jurisprudência é controvertida até mesmo em acordos e convenções.
A proposta de Goergen, para o advogado, é um avanço. “Amplia o escopo da jurisprudência porque passa a ser individual”, afirma.
“Particularmente entendo que é válida, porque não está tirando nenhum direito constitucional. Ela está meramente regulamentando a forma de controle de ponto.”
Além de permitir o registro de ponto por exceção, a MP mantém o controle manual, mecânico ou eletrônico do horário de trabalho. Empresas com mais de 20 funcionários terão de fazer a marcação.
O texto precisa ser aprovado até o dia 10 de setembro.
Motoboys
Ponto polêmico da MP da Liberdade Econômica, o fim do adicional de periculosidade para motoboys deverá cair.
“Isso é compromisso meu. Foi errado. A ideia era melhorar para o motoboy e ficou horrível”, diz o relator Jerônimo Goergen (PP-RS).
O adicional de 30% existe desde 2014. Segundo ele, a intenção era manter o benefício para a categoria e impedir que quem vai para o trabalho de moto, como meio de locomoção, pudesse reivindicá-lo.
“Isso não vai ficar no texto. Isso é um erro de redação. Vamos corrigir em plenário”, afirma Goergen. “Eu mesmo vou apresentar um destaque [contra o fim do adicional].”
| Folha de S. Paulo | | | | O Banco do Brasil anuncia um plano de reorganização institucional que envolve funções e agências. O impacto financeiro do programa será divulgado até o final de agosto. O banco afirma que o programa será implementado neste segundo semestre e não altera o guidance para 2019.
Conselho do BB aprova ações para reorganização institucional; não altera guidance
O conselho de administração aprovou "revisão e redimensionamento da estrutura organizacional" tanto nos níveis estratégico, de direção geral, quanto "tático", que são as superintendências, além das áreas de apoio regional e nas agências.
Para acelerar a transformação digital, será criada a Unidade Inteligência Analítica, voltada a Inteligência Analítica e Inteligência Artificial. Já para obter melhor experiência aos clientes e incrementar a eficiência operacional, serão criadas 42 novas Agências Empresas até outubro, e transformadas 333 agências em Postos de Atendimento Avançado (PAA), ao mesmo tempo em que 49 postos vão virar agências.
Os funcionários serão distribuídos conforme o Programa Adequação de Quadros (PAQ), o qual visa equacionar "as situações de vagas e de excessos nas unidades do Banco", sendo que será oferecido um plano de desligamento incentivado. As condições para tal não foram detalhadas no fato relevante, divulgado nesta segunda-feira, 29, tampouco a quantidade prevista de desligamentos.
"O Banco do Brasil reitera que estas e outras iniciativas se alinham ao propósito de ampliar a competitividade, por meio da transformação digital e do dinamismo do modelo de atendimento e relacionamento", conclui a nota.
| Terra ( publicado em 29-07-2019) | | | | Os dados mais recentes do Banco Central mostram que segue em curso a mudança de perfil do mercado de crédito brasileiro. Enquanto o peso do financiamento com recursos direcionados vem diminuindo, a busca por outros instrumentos de crédito, como debêntures e notas comerciais, tem aumentado.
Um dos resultados é que, no primeiro semestre de 2019, o saldo de crédito ampliado para famílias e empresas subiu 2,1% e atingiu R$ 5,420 trilhões, o equivalente a 77,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em termos nominais, é o maior valor da série histórica do BC, iniciada em 2013.
Em processo iniciado ainda no governo de Michel Temer, o crédito direcionado – aquele que utiliza recursos da poupança e do BNDES – vem perdendo espaço em relação ao crédito livre e ao financiamento feito por meio de outros instrumentos de crédito. Os dados do BC mostram que, em junho, o saldo total do crédito direcionado atingiu R$ 1,462 trilhão. No pico histórico, visto em janeiro de 2016, o montante chegou a R$ 1,590 trilhão.
Neste mesmo período – de janeiro de 2016 a junho deste ano – o saldo de crédito com recursos livres subiu de R$ 1,618 trilhão para R$ 1,834 trilhão.
Além de acessar mais o crédito livre, as famílias e, em especial, as empresas têm buscado recursos em outras fontes.
Os dados do BC para o crédito ampliado – que reúne informações sobre as operações tradicionais de crédito via Sistema Financeiro Nacional (SFN) e das operações com outros tipos de títulos e certificados – mostra um avanço contínuo no saldo.
Os números sugerem que as empresas estão trocando o crédito tradicional pelo financiamento via títulos privados (debêntures e notas comerciais). Além disso, a dívida proveniente de títulos emitidos no mercado externo também tem sido trocada por títulos privados domésticos.
De agosto de 2018 (pico histórico) a junho deste ano, o saldo de crédito de famílias e empresas ligado a títulos emitidos no mercado externo caiu 41,2%, de R$ 188,6 bilhões para R$ 110,9 bilhões. No mesmo período, o saldo de crédito ligado a títulos privados (debêntures e notas comerciais) emitidos no mercado doméstico subiu 21,2%, de R$ 358,0 bilhões para R$ 434,0 bilhões.
| Tribuna PR (publicado em 26-07-2019) | | | | Com inflação abaixo da meta, Copom pode anunciar queda na taxa básica de juros
Com economia fraca, inflação abaixo da meta e expectativa de queda de juros americanos e europeus, o mercado financeiro espera em quatro cortes na taxa básica de juros brasileira, de 0,25 ponto percentual, ainda neste ano.
O primeiro deles é esperado para esta quarta-feira (31), na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
A Selic está em 6,5% ao ano desde março de 2018.
Nas últimas atas, o Copom estabeleceu um avanço concreto da reforma da Previdência como condição para fornecer estímulos monetários para a economia —ou seja, para reduzir os juros.
Com a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados no início deste mês, a redução da Selic se torna iminente e quase um consenso no mercado financeiro.
O mercado futuro de juros, que precifica expectativas, já aponta uma taxa básica menor. O contrato de setembro deste ano leva o preço de uma Selic a 6% ao ano.
“A economia está muito fraca, há muita ociosidade. Estímulos são necessários. Sem esse corte, a inflação fica abaixo da meta em 2020”, afirma Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs.
A estimativa para a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) está em 3,78% no ano, abaixo da meta de 4,25% definida pelo Banco Central.
Para 2020, a estimativa é de 3,90% contra a meta de 4%. Em junho, a inflação do país foi a menor do ano, em 0,01%.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve deflação em 7 das 16 cidades pesquisadas, até mesmo em São Paulo —em maio, haviam sido apenas duas nessa situação.
Ramos ressalta, no entanto, que apenas cortes na taxa básica não são suficientes para estimular a economia.
“A queda na Selic ajuda na margem, mas não vai salvar a economia. O crescimento não é determinado pelos juros. O BC não consegue entregar crescimento. Caso contrário, não havia país pobre”, diz o economista.
Para gerar impacto maior no cenário econômico, há quem aposte em corte mais incisivo nesta quarta, como o Itaú.
O banco espera corte de 0,5 ponto percentual, seguido por reduções semelhantes nas reuniões de setembro e outubro, com a Selic a 5% antes do fim do ano, patamar que, segundo o Itaú, deve se manter em 2020.
“A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara veio forte, com ampla margem de votos e um impacto fiscal maior do que o esperado”, afirma Fernando Gonçalves, superintendente de pesquisa econômica do Itaú Unibanco.
Em maio, antes da votação do projeto no plenário da Câmara, o banco previa corte apenas em setembro. A expectativa era que a Selic terminaria o ano em 5,75% ao ano.
O movimento segue a tendência americana e europeia. Com a desaceleração dessas economias, com inflação fraca e dados econômicos nada animadores, os bancos centrais têm adotado postura aberta a estímulo monetário.
Na mesma data, o Fed (banco central americano) divulga sua decisão sobre a taxa básica de juros americana. Por lá, as previsões também indicam um corte de 0,25 ponto. O movimento fortalece o cenário para corte de juros no Brasil, que não ficaria defasado em relação aos Estados Unidos.
Esperava-se o mesmo do BCE (banco central europeu), que frustrou as expectativas do mercado e manteve a taxa de juros inalterada na quinta (25). O banco, porém, abriu margem para um corte de juros nas próximas reuniões.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-07-2019) | | | | O governo anunciou que, a partir deste ano, o lucro do FGTS será dividido de forma integral entre os contribuintes. Entre 2015 e 2018, o repasse era de 50% da rentabilidade. Com a novidade, a rentabilidade do fundo – que é de 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (que está zerada) – vai subir.
De acordo com cálculos do economista Alexandre Cabral, professor no IBMEC São Paulo, isso pode fazer do fundo a opção mais lucrativa dentre os produtos de renda fixa do mercado brasileiro, superando a caderneta de poupança, o CDB vendido pelos bancos médios, o Tesouro Selic e até os fundos DI.
Os cálculos do economista levam em conta a manutenção da meta da Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 6,5% ao ano desde março de 2018. No cenário atual, a rentabilidade líquida do FGTS com divisão total dos lucros deve ficar em 6,20%, considerando um aporte de R$ 500 por 360 dias. Isso significa que, após um ano, o saldo chegaria a R$ 531, com ganho de R$ 31.
Os dados de Cabral apontam na mesma direção dos números divulgados pelo Ministério da Economia. A previsão do governo também é de que a rentabilidade do FGTS chegue a 6,20% ao ano. Segundo a pasta, em 2018, o ganho para o trabalhador teria sido de 7% com a regra atual – bem acima dos 5,6% que de fato ocorreram.
Ainda segundo as projeções de Cabral, o melhor investimento depois do FGTS seria a o Certificado de Depósito Bancário (CDB), com rentabilidade de 104% do CDI, geralmente pago por bancos de médio porte. O ganho do CDB é de R$ 27,49, com rentabilidade líquida de 5,5%. A diferença entre o FGTS e o CDB parece pouca, mas quem optar pela poupança – que tem a pior rentabilidade entre os produtos analisados – pode ter um ganho de apenas 4,84% ao final de um ano.
Cabral alerta que os cálculos consideram o cenário atual. “Lucro passado pode não ser lucro futuro. Não há uma promessa de que todas essas taxas vão continuar valendo amanhã”, explica. Ainda assim, é provável que o FGTS continue sendo a melhor opção nos próximos meses, se as expectativas para a Selic e CDI se confirmarem.
O boletim Focus mais recente, divulgado pelo Banco Central no início de julho, previu que a Selic no fim do ano deve estar em 5,5%. Já o CDI nos próximos meses deve chegar a 5,43%, segundo o mercado. Neste cenário de queda dos índices, a projeção de Cabral é de que o CDB recuaria para um rendimento líquido de 4,66% ao ano. Já a poupança deve cair para 3,87%.
FGTS x CDB
Apesar dos rendimentos atraentes do FGTS, a planejadora financeira pessoal Eliane Tanabe, do instituto Planejar, alerta para o tempo que o recurso deve ficar investido no fundo. Para ela, por não poder contar com o dinheiro no momento em que o investidor precisar, o FGTS pode não compensar.
“Se a opção for ficar preso no FGTS para buscar essa rentabilidade, de que eu vou abrir mão?” Ela lembra que o CDB, mesmo que fique um pouco abaixo no retorno oferecido em relação ao FGTS, pode ser sacado a qualquer momento. Tanabe acrescenta que o CDB pode apresentar ganhos maiores do que o FGTS, dependendo da instituição emissora do título. É preciso procurar entre as instituições menores.
A coordenadora do curso de Economia do Insper, Juliana Inhasz, alerta que o FGTS foi criado como uma “poupança forçada” para proteger o trabalhador. “Como é um aporte baixo, a pessoa pode achar que não vai fazer falta e gastar. Mas a ideia é que o dinheiro seja para comprar uma casa ou se aposentar, ter uma velhice mais tranquila.”
Uma opção de uso dos recursos é o pagamento dívidas. Segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 40% dos brasileiros têm dívidas de até R$ 500, valor liberado pelo programa Saque Certo. Para a economista Paula Sauer, a retirada do fundo não pode ser uma decisão impulsiva. “Se os R$ 500 não quitarão as dívidas nem serão suficientes para comprar bens de consumo duráveis, esse dinheiro não também pode estimular a compra de bens de consumo de curtíssimo prazo.”
| Tribuna PR | | | | Dinheiro do trabalhador, quem diria, pode ajudar a aquecer a economia
O governo decide, mais uma vez, liberar parte do saldo do FGTS, com a esperança de aquecer a enfraquecida economia, produzindo um sopro no consumo das famílias.
A medida é vista com bons olhos pelos que usam a lente da macroeconomia para fazer a leitura de seu impacto; a equipe econômica espera injetar R$ 30 bilhões no mercado. Isoladamente, sem as reformas que precisam ser feitas, a chama logo se extingue.
Empresas do ramo da construção civil não apoiam a medida porque receiam que pode faltar recurso para as obras do Minha Casa Minha Vida, considerando que os financiamentos para a compra e a construção das casas usam recursos do FGTS.
Não é possível antecipar como as famílias usarão o dinheiro; consumindo mais, como deseja o governo, pagando dívidas, como desejam as instituições financeiras credoras, ou investindo, mantendo uma reserva financeira, necessária para atravessar períodos difíceis, como o atual.
O trabalhador, dono do dinheiro, deve utilizar os recursos em seu próprio benefício, independentemente dos impactos na economia, e tem, basicamente três opções.
1) Consumo: antes de consumir, deve verificar se existem outras prioridades na fila, não comprar nada por impulso só porque a economia do país precisa da sua contribuição. Adquirir bens ou serviços de primeira necessidade; as vontades podem esperar um pouco mais.
Ultrapassar o limite disponível, contrair dívida ou parcelar a compra, perigo à vista. A recomendação é gastar somente o que for liberado.
2) Amortizar empréstimos: fazer pequenos pagamentos, amortizando pelo menos parte da dívida, sinaliza ao credor a boa-fé do devedor em relação ao compromisso assumido, abrindo espaço para renegociar o montante da dívida.
Se as instituições financeiras percebem a intenção de resolver o problema, tendem a propor uma solução negociada, reduzindo ou perdoando os juros e aumentando o prazo para que as prestações caibam no orçamento do cliente.
3) Investir: se a necessidade de sobrevivência está resolvida, investir é, de longe, a melhor opção. Os recursos depositados no FGTS são miseravelmente remunerados, com juros de apenas 3% ao ano. Menos da metade da taxa básica da economia, bem inferior à remuneração dos depósitos em poupança. Com rendimento abaixo da inflação, entrega ao trabalhador juros reais negativos, corroendo o capital depositado no FGTS ano após ano.
Optar por investir, em detrimento do consumo, demonstra coerência com o objetivo pelo qual o FGTS foi criado, o de permitir acumulação de recursos de longo prazo, formação de uma reserva financeira para aposentadoria, desemprego ou aquisição de casa própria, entre outras motivações.
O raciocínio é o seguinte: manter o dinheiro aplicado, em segurança, melhorando os rendimentos. Trocar rentabilidade nominal líquida de 3% ao ano por outra cerca de 70% melhor. Investir com baixíssimo risco, rentabilidade boa, liquidez imediata e baixo custo. Que aplicação reúne todos esses atributos? O Tesouro Direto. E não precisa ser rico para ter acesso a essas condições.
O título Tesouro Selic remunera 100% da taxa Selic. Deduzido o custo de investir de 0,25% ao ano (taxa de custódia da B3) e o Imposto de Renda de 15% (prazo superior a dois anos), o retorno do trabalhador sobe para 5,30% ao ano. Bem melhor do que 3%, não é?
O cobertor é curto. Quem optar pelo consumo não amortizará dívidas nem poupará para o futuro. Compete ao trabalhador, dono do dinheiro, escolher o que é melhor para ele.
Marcia Dessen - Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”
| Folha de S. Paulo | | | | A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira, 26, que as contas de luz vão ter a bandeira vermelha em seu primeiro patamar no mês de agosto, com taxa extra de R$ 4,00 a cada 100 quilowatts-hora consumidos (kWh). Em julho, as tarifas estavam com a bandeira amarela, também com custo adicional para o consumidor.
“Agosto é um mês típico da estação seca nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN)”, informou a Aneel. “A previsão hidrológica para o mês sinaliza vazões abaixo da média histórica e tendência de redução dos níveis dos principais reservatórios. Esse cenário requer o aumento da geração termelétrica.”
No sistema de bandeiras tarifárias, em vigor desde 2015, a cor verde não tem cobrança de taxa extra, indicando condições favoráveis de geração de energia no País. Na bandeira amarela, com condições menos favoráveis, a taxa extra é de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos. A bandeira vermelha pode ser acionada em um dos dois níveis cobrados. No primeiro nível, o adicional é de R$ 4,00 a cada 100 kWh. No segundo nível, a cobrança extra é de R$ 6,00 a cada 100 kWh.
As bandeiras tarifárias indicam o custo da energia gerada para possibilitar o uso consciente de energia. Antes do sistema, o custo da energia era repassado às tarifas no reajuste anual de cada empresa, e tinha a incidência da taxa básica de juros. A bandeira tarifária que vai vigorar em setembro será divulgada pela Aneel no dia 30 de agosto
| Tribuna PR (publicado em 26-07-2019) | | | | O mercado de câmbio operou descolado do exterior nesta sexta-feira, 26, ao contrário do resto da semana. O dólar fechou em queda, enquanto se fortaleceu no mercado internacional. Contribuiu para a baixa um leilão de recursos do Banco Central e operadores ressaltam que também houve ingresso de capital externo, além de um movimento de realização de lucros após as altas recentes, que levaram a moeda americana a bater nos negócios de ontem em R$ 3,80.
O dólar à vista fechou a sexta-feira em R$ 3,7725, em queda de 0,25%. A moeda subiu 0,71% na semana, a segunda consecutiva de alta. Mas no mês, o dólar recua 1,77% e no ano, 2,55%.
Passada a semana relativamente calma no noticiário doméstico e internacional, e com baixa liquidez no mercado, a expectativa é que as mesas de operação fiquem mais agitadas na semana que vem. O evento mais esperado é a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que começa na terça-feira, 30, e termina no dia seguinte e pode ter o primeiro corte de juros nos Estados Unidos em anos. No mercado local de câmbio, no mesmo dia é a definição da taxa Ptax, usada para contratos cambiais e em balanços corporativos e o Banco Central também inicial sua reunião de política monetária.
“Hoje houve um pouco de realização de lucros, após as altas dos últimos dias”, destaca o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. “O leilão do BC também deu tranquilidade ao mercado”, completa. O Banco Central ofertou US$ 1 bilhão em linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra).
Para a reunião de política monetária do Fed, principal evento para o mercado de moedas da semana que vem, os estrategistas do banco JPMorgan esperam corte de 0,25 ponto porcentual nos juros americanos, em reunião que pode ser marcada por ao menos um voto dissidente. O Fed deve reconhecer ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano mostrou perda de fôlego, ressalta o JP.
Hoje, dados do segundo trimestre mostraram avanço de 2,1% do PIB americano, acima do 1,9% esperado por Wall Street, o que ajudou a fortalecer o dólar no mercado internacional, sobretudo ao ajudar a reduzir as apostas de corte mais intenso de juros pelo Fed, de 0,50 ponto. Para os estrategistas do Rabobank, desde que a tensão comercial entre a China e os Estados Unidos não aumente nas próximas semanas, o corte de juros pelo Fed pode estimular a busca por ativos de risco e a ida de investidores para emergentes no curto prazo, em busca de retorno. Com isso, as moedas de emergentes devem se fortalecer.
| Tribuna PR (publicado em 26-07-2019) | | | | Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA – o índice oficial de preços – em 2019. O Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano passou de alta de 3,78% para elevação de 3,80%. Há um mês, estava em 3,80%. A projeção para o índice em 2020 permaneceu em 3,90%. Quatro semanas atrás, estava em 3,91%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa foi de 3,65% para 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
As projeções mais recentes do BC, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 3,6% em 2019, 3,9% em 2020 e 3,9% em 2021. Elas constaram no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de junho.
No Focus desta segunda, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 passou de 3,87% para 3,81%. Para 2020, a estimativa do Top 5 foi de 3,81% para 3,93%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,72% e 4,00%, nesta ordem.
No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,80%, ante 3,75% de um mês atrás. A projeção para 2022 no Top 5 permaneceu em 3,80%, ante 3,75% de quatro semanas antes.
A projeção mediana para o IPCA de 2019 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis passou de 3,77% para 3,80%. Há um mês, o porcentual calculado estava em 3,79%.
No caso de 2020, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis seguiu em 3,90%. Há um mês, estava em 4,00%. A atualização no Focus foi feita por 77 instituições.
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em julho de 2019, de alta de 0,22% para 0,23%. Um mês antes, o porcentual projetado indicava inflação de 0,20%.
Para agosto, a projeção no Focus passou de alta de 0,12% para 0,16% e, para setembro, foi de elevação de 0,25% para elevação de 0,22%. Há um mês, os porcentuais de alta eram de 0,11% e 0,25%, respectivamente.
No Focus desta segunda, a inflação suavizada para os próximos 12 meses seguiu em 3,68% de uma semana para outra; há um mês, estava no mesmo patamar.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta de 4,94% para elevação de 4,90%. Para 2020, a mediana passou de alta de 4,43% para elevação de 4,42%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 5,10% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,43% em 2020.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 3,9% em 2019 e 4,6% em 2020.
IGP-M
O Relatório de Mercado Focus mostrou que a mediana das projeções do IGP-M de 2019 passou de alta de 6,63% para 6,65%. Há um mês, estava em 6,53%. No caso de 2020, o IGP-M projetado foi de 4,11% para elevação de 4,09%, ante 4,14% de quatro semanas antes.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
| Isto É Dinheiro | | | | Economistas de instituições financeiras consultados pelo Banco Central mantiveram as projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), para a taxa básica de juros (Selic) e para o dólar em 2019. A estimativa para a inflação subiu.
Veja as projeções desta semana do Boletim Focus para o final de 2019, divulgadas pelo Banco Central:
• PIB: mantido em 0,82%
• Inflação: subiu de 3,78% para 3,8%
• Dólar: mantido em R$ 3,75
• Taxa de juros: mantida em 5,5% ao ano
PIB encolheu no primeiro trimestre
O PIB do Brasil caiu 0,2% de janeiro a março em relação ao trimestre anterior, impactado pela tragédia em Brumadinho (MG) e por quedas da agropecuária e dos investimentos.
Foi o primeiro resultado negativo trimestral desde o quarto trimestre de 2016 (-0,6%). Em relação ao primeiro trimestre de 2018, o PIB cresceu 0,5%.
Juros e inflação
No mês passado, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano.
A meta oficial de inflação do governo para 2019 é de 4,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Em 2018, o IPCA fechou o ano com avanço de 3,75%, sendo que o centro da meta era de 4,5%.
| UOL | | | | Terminou mais uma vez sem acordo a reunião entre a Petrobras e os sindicatos que representam os empregados da estatal nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Insatisfeitos com a proposta de ajuste salarial de 1% da estatal, contra a reposição da inflação reivindicada pela categoria, os sindicatos propõem uma semana de mobilizações a partir da próxima segunda-feira também contra a privatização da companhia.
“A proposta, que foi rejeitada por todas as assembleias da categoria, ela (Petrobras) considera um avanço”, ironiza o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e diretor do Sindipetro Norte Fluminense, José Maria Rangel. “Mais uma reunião do acordo coletivo, e mais uma vez eles vêm com muita conversa e pouca ação concreta”, completou em um vídeo de divulgação.
Para mostrar o descontentamento com a proposta da empresa, que além do ajuste abaixo da inflação quer retirar várias cláusulas consideradas conquistas da categoria pelos sindicatos, a FUP e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) estão convocando os empregados para fazer uma mobilização na próxima semana também contra a privatização da companhia, que tem vendido ativos relevantes nos últimos tempos, como a BR Distribuidora esta semana.
“O acordo coletivo é também uma forma de ir contra a privatização da Petrobras”, disse Aedson Costa, diretor da FNP. “Temos que dar um basta para defender nossos irmãos que estão ficando desempregados”, completou.
| Tribuna PR (publicado em 26-07-2019) | | | | A Bosch e a Daimler conquistaram um marco histórico no caminho para a direção autônoma: as duas empresas obtiveram a aprovação de relevantes autoridades em Baden-Württemberg, na Alemanha, para o sistema de estacionamento autônomo na garagem do Museu da Mercedes-Benz, em Stuttgart. A tecnologia é acessada por um aplicativo de celular e não requer um motorista para manobras. Isso torna o sistema de estacionamento totalmente autônomo (SAE 4)1 o primeiro do mundo a ser aprovado para uso diário.
“A decisão tomada pelas autoridades mostra que inovações como o estacionamento autônomo são possíveis na Alemanha”, afirma Markus Heyn, membro da direção mundial do Grupo Bosch. “A direção e o estacionamento autônomo são importantes pilares para a mobilidade do futuro.
Além disso, o sistema mostra o quão longe já avançamos neste caminho de desenvolvimento”. “Esta aprovação das autoridades de Baden-Württemberg estabelece um precedente para obter no futuro validação para o serviço de estacionamento em garagens do mundo todo”, diz Dr. Michael Hafner, líder da área de Condução Autônoma da Daimler AG. “Como uma pioneira na direção autônoma, nosso projeto abre caminho para que o sistema entre em produção em massa no futuro”.
Foco em segurança: dois parceiros com um objetivo em comum
Desde o início, a prioridade das empresas foi tornar o estacionamento autônomo seguro. Como ainda não há um processo de aprovação oficial para funções autônoma sem motorista, as autoridades locais de Stuttgart e o Ministério do Transporte do Estado de Baden-Württemberg supervisionaram o projeto desde a fase inicial junto com especialistas do serviço de inspeção técnica alemã TÜV Rheinland. O objetivo foi avaliar a segurança operacional da tecnologia automotiva e de estacionamento.
O resultado é um conceito abrangente de segurança com critérios apropriados de teste e aprovação que podem ser aplicados além deste projeto piloto. Na concepção, os desenvolvedores definiram como o veículo autônomo reconhece pedestres e outros carros que estão no caminho, bem como ele para de forma confiável ao reconhecer um obstáculo. Ademais, estabeleceram comunicações seguras entre os componentes do sistema e tomaram medidas para garantir a ativação confiável da manobra de estacionamento.
A tecnologia por trás do estacionamento autônomo
Dirigir até a garagem, sair do carro e direcioná-lo até o espaço correto de estacionamento apenas tocando a tela do smartphone – a tecnologia não precisa de um motorista para manobrar. Uma vez que o motorista deixou o estacionamento, o carro dirige-se para um espaço determinado – mais tarde, o carro retorna ao ponto de partida exatamente da mesma maneira.
O processo depende da interação entre a infraestrutura inteligente da garagem, fornecida pela Bosch, e da tecnologia automotiva da Mercedes-Benz. Os sensores da Bosch no estacionamento realizam o monitoramento dos corredores e de seus arredores, fornecendo as informações necessárias para guiar o veículo. A tecnologia no carro converte os comandos da infraestrutura em manobras de direção. Desta forma, os carros podem até subir e descer rampas para deslocamento entre os corredores da garagem e, caso os sensores da infraestrutura identifiquem obstáculos, o veículo para imediatamente.
Marcos do projeto
A Bosch e a Daimler começaram a desenvolver o projeto de estacionamento totalmente autônomo em 2015. Dois anos depois, no verão de 2017, a solução piloto no estacionamento do Museu Mercedes-Benz, em Stuttgart, alcançou um importante marco: estacionamento autônomo em condições reais – com e sem motoristas no volante – foi apresentado ao público pela primeira vez. Esta estreia foi seguida por uma fase intensiva de testes para lançamento da solução. Em 2018, os visitantes do museu conseguiram usar o serviço de estacionamento, acompanhados por profissionais treinados em segurança, e compartilhar suas experiências.
Um aspecto do projeto piloto foi testar conceitos de iluminação no veículo: a iluminação turquesa, por exemplo, indicava e informava aos passageiros e aos outros usuários que o veículo estava no modo de direção autônoma. Os insights desses testes são refletidos no padrão recentemente emitido pela SAE 3134. A aprovação final das autoridades é mais um marco para a Bosch e a Daimler: logo, os interessados poderão experimentar diariamente o novo serviço de estacionamento autônomo na garagem Museu da Mercedes-Benz sem a supervisão adicional de um motorista profissional.
| Ind4.0 | | | | Uma publicação no site da vale, informou que a mineradora investiu R$ 66 bilhões para instalar e ampliar o uso do processamento a seco do minério de ferro produzido em suas operações no Brasil nos últimos 10 anos. Além disso, nos cinco próximos anos, a estimativa é aplicar mais R$ 11 bilhões (US$ 2,5 bilhões) em instalações de processamento similares. Hoje, cerca de 60% da produção da Vale ocorre a seco e a meta é chegar a até 70%, informou a mineradora Vale.
A economia de água equivale ao abastecimento anual de uma cidade de 400 mil habitantes, segundo a mineradora.
Esse tipo de processamento está presente em diversas unidades de Minas Gerais, como Brucutu, Alegria, Fábrica Nova, Fazendão, Abóboras, Mutuca, Pico e Fábrica. Para os próximos anos, o objetivo é empregá-lo em outras localidades de Minas Gerais, como por exemplo os projetos Apolo e Capanema, que atualmente encontram-se em fase de licenciamento ambiental.
O processamento a seco está vinculado à qualidade do minério de ferro extraído na frente de lavra. Em Carajás/ PA, como o teor de ferro já é elevado (acima de 64% de ferro), o material somente é britado e peneirado, para ser classificado por tamanho (granulometria). Já em Minas Gerais, o teor médio é de 40% de ferro, contido em rochas conhecidas como itabiritos.
Para aumentar o teor, o minério é concentrado por meio do beneficiamento realizado a úmido, ou seja, com água. O rejeito, composto basicamente por sílica, é depositado com a água nas barragens. O minério de alto teor resultante do processo pode ser, então, transformado em pelotas nas usinas de pelotização, aumentando o valor agregado do produto.
As usinas que operam a seco em Minas dependem da disponibilidade de minérios com teores mais altos – em torno de 60% – ainda encontrados em algumas minas do Estado. Para atingir a qualidade necessária e ser incorporada no portfólio de produtos da Vale, é necessária a blendagem (mistura) com os minérios de Carajás, realizada nos centros de distribuição da Vale na China e na Malásia. O processo permite oferecer um minério de ótima qualidade e em linha com a necessidade dos clientes.
Empilhamento a seco
A blendagem do produto a umidade natural não elimina a necessidade de concentração a úmido dos itabiritos de baixo teor, usados na produção de pelotas. Mas, para reduzir a utilização de barragens, a Vale estuda investir, entre 2020 e 2023, aproximadamente R$ 1,5 bilhão (US$ 390 milhões) na implementação de tecnologia de empilhamento de rejeito a seco (dry stacking) em Minas Gerais.
A técnica permite filtrar e reutilizar a água do rejeito e possibilita que este último seja empilhado, reduzindo, assim, o uso das barragens. O objetivo é alcançar até 70% do rejeito disposto nos próximos anos, contudo o sucesso depende do aprimoramento da tecnologia e de questões externas, como licenças ambientais.
Hoje não existe operação de empilhamento a seco na escala de produção da Vale e em região com índices pluviométricos como os do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais. A tecnologia de empilhamento a seco disponível é usada em pequena escala no mundo – no máximo até 10 mil toneladas de rejeito produzida por dia – em regiões desérticas ou com baixa incidência de chuva.
Em Minas Gerais, a escala de produção de rejeito da Vale está, em média, em 50 mil toneladas/dia por unidade. Em 2011, a empresa desenvolveu um projeto piloto na pilha Cianita, em Vargem Grande, com um investimento de R$ 100 milhões. Os estudos foram concluídos em 2018 e os técnicos avaliaram o comportamento geotécnico da pilha em condições chuvosas. Os próximos testes serão aplicados em escala industrial na mina do Pico, no município de Itabirito.
| CIMM | | | | Central será transferida do Japão para o complexo industrial de Zárate, em Buenos Aires
A Toyota vai transferir do Japão para a Argentina sua central administrativa para coordenar as operações de importadores independentes da marca na América Latina. O novo escritório será instalado dentro do complexo industrial que a empresa mantém em Zárate, na região de Buenos Aires. O anúncio foi feito na sexta-feira, 26, pelo chairman da Toyota, Takeshi Uchiyamada, em audiência com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, na casa presidencial da cidade de Olivos, nas imediações da capital.
O encontro também contou com a presença do CEO da montadora para América Latina e Caribe, Masahiro Inoue, e do presidente da Toyota na Argentina, Daniel Herrero, entre outros representantes do governo local, como o ministro da produção e trabalho, Dante Sica.
O novo escritório coordenará a operação de 37 distribuidores independentes que a empresa possui em 36 países da América Latina e Caribe. A transferência permitirá que mais funcionários sejam incorporados à operação local ao mesmo tempo em que incentiva o desenvolvimento de profissionais argentinos
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| Automotive Business (publicado em 26-07-2019) | | | | Pesquisa feita com usuários da Webmotors apurou intenção de compra maior para veículos usados
Em pesquisa realizada com 5 mil usuários, a plataforma on-line de compra e venda de veículos Webmotors apurou que mais de 70% dos consumidores ouvidos pretendem trocar de carro ou comprar um ainda este ano. Dos respondentes, 68% (3.106 pessoas) já tem carro e 79% (2.075) destes disseram que pretendem trocar por outro nos próximos seis meses. Dos 32% (1.480) que disseram não ter um automóvel, 71% (760) pretendem comprar um até dezembro.
Para os 79% dos ouvidos que já têm carro e querem trocar, 88% pensam em um modelo usado e 21% em um novo. Já para aqueles que não possuem veículo e querem comprar, 93% optam pelo produto de segunda-mão, não fazem questão do zero-quilômetro.
Em relação ao tipo de veículo desejado, 33% dos clientes com intenção de trocar o automóvel este ano querem um modelo sedã, enquanto 26% preferem um SUV e 23% um hatch. A escolha de um carro mais caro pode ser explicada pela disponibilidade do valor do usado para a entrada, partindo assim para um produto de maior valor agregado.
Comprova essa tendência o fato de a grande maioria (43%) dos que não possuem um veículo – e portanto vão partir do zero para comprar um – escolher um hatch como primeira opção. Neste caso a opção por um sedã cai para 30% e 15% para os SUVs.
Ter o não um veículo como valor de entrada também incluencia bastante a forma de pagamento escolhida pelos usuários da Webmotors. Independentemente se será uma troca ou a compra do bem, a maioria tem a intenção de financiar parcialmente o novo carro, mas o porcentual é de 51% para quem vai trocar e de 33% para quem quer comprar.
A mesma diferença de porcentuais se verifica para os que podem pagar à vista: 32% no caso de quem já tem um carro e quer trocar, a segunda opção depois do financiamento parcial, enquanto pagar de uma só vez seria a escolha 23% dos que pensam passar a ter um veículo este ano, que fica atrás daqueles que vão procurar pelo financiamento de 100% do bem (29% do grupo dos sem-carro).
| Automotive Business (publicado em 26-07-2019) | | | | Empresas associadas poderão contar com a expertise do instituto para obter certificações
A Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, e o IQA, Instituto da Qualidade Automotiva, firmaram uma nova parceria para promover o aumento da qualidade na indústria de implementos. Pelo acordo, os associados à Anfir poderão contar com a expertise do IQA para obter certificações que atestam qualidade de gestão, processos, produtos e serviços.
Entre as certificações, o instituto possui know how para análise dos processos para obtenção de sistemas de gestão de qualidade, como as ISO 9001, ISO 14001, nas certificações de produtos a partir de portarias do Inmetro, de serviços laboratoriais, de serviços e auditorias em distribuidores e postos de atendimento autorizados, entre outros.
A parceria também prevê treinamentos e material de conteúdo, como publicações técnicas.
O IQA se dedica ao fomento da qualidade na indústria automotiva como um todo e é formado por membros, na sua maioria, de engenheiros ou outros especialistas da própria indústria, representantes de montadoras e de fabricantes de autopeças.
| Automotive Business (publicado em 26-07-2019) | | | |
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