| 29 de Outubro de 2019
Terça-feira
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Em 29/10/2019
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| | | | O empresário Carlos Valter Martins tomou posse ontem na presidência da Fiep e defendeu o fomento das indústrias no interior do Paraná. “Precisamos fomentar que, cada vez mais, as diferentes regiões tenham apoio tecnológico e de formação profissional para que suas indústrias consigam evoluir, agregar mais tecnologia e produtividade”, disse Martins nesta entrevista exclusiva a ADI.
“Aprimorar a nossa infraestrutura é um dos caminhos para reduzir custos e aumentar a competitividade da indústria paranaense. Existem melhorias que precisam ser feitas em todos os modais de transporte”, defende o novo presidente da Fiep sobre os investimentos necessários em infraestrutura no Estado.
A eleição foi acirrada, decisão apertada e até contestada. Agora, como o senhor pretende unir os industriais em projetos comuns em interesses ao Paraná?
Tivemos, nessa eleição, a presença de 100% dos sindicatos da indústria habilitados a votar. Essa participação expressiva mostra a importância que Fiep, Sesi, Senai e IEL têm para a indústria do Paraná. A partir de agora, é preciso ficar claro que o Sistema Fiep existe em função da indústria de todo o Paraná. E toda a indústria do Paraná tem que ser beneficiada pelos serviços prestados pela casa. Agregando valor a esses serviços, para o bem da indústria, vamos conseguir a união de todos.
Quais são os planos da Fiep para o interior?
Pretendemos valorizar a indústria do Paraná como um todo. A região metropolitana de Curitiba ainda prepondera porque concentra a maioria das indústrias, mas existem importantes polos industriais em todas as regiões do estado. Precisamos fomentar que, cada vez mais, as diferentes regiões tenham apoio tecnológico e de formação profissional para que suas indústrias consigam evoluir, agregar mais tecnologia e produtividade. Assim, teremos cada vez mais produtos importantes e a evolução da indústria regional. O Sistema Fiep tem condições de prestar esse apoio e é o que vamos fazer.
As reformas da previdência, tributária, política e pacto federativo são considerados importantes para a retomada do crescimento e dos investimentos no País. Este é mesmo o roteiro para o país sair da crise, ampliar o consumo e impactar na abertura de novos postos de trabalho?
Precisamos recuperar nossa condição competitiva. Com essas reformas, como a da Previdência, e esperamos também a Tributária e até a Política, podemos dar um passo à frente no Brasil. Temos uma situação de déficit fiscal que não pode persistir, e a Previdência é um dos componentes principais. Precisamos combater isso para que consigamos ter uma retomada do crescimento econômico. Somos a quinta população do mundo, temos um grande mercado, e precisamos fazer com que esse mercado seja potencializador para a evolução da indústria, gerando empregos, renda e riquezas para toda a sociedade.
No caso do Paraná, as obras de infraestrutura, ferrovia Dourados (MS)-Paranaguá, novo porto, duplicação de rodovias, concessões de 4 mil quilômetros de estradas, faixa de infraestrutura do litoral. São esses os nossos gargalos? Como a Fiep avalia essas propostas do governo do Estado?
Sem dúvida alguma, aprimorar a nossa infraestrutura é um dos caminhos para reduzir custos e aumentar a competitividade da indústria paranaense.
Existem melhorias que precisam ser feitas em todos os modais de transporte. As soluções para esses gargalos passam por uma união de esforços entre poder público e iniciativa privada, dependendo de planejamento e investimentos. Vamos atuar em parceria com as demais entidades representativas do setor produtivo do Paraná, articulando junto às diferentes esferas governamentais para buscar a viabilização dessas obras necessárias.
Há uma sensível queda na produção industrial no País e já uma alta competição de produtos importados, a indústria brasileira, em especial a do Paraná, está preparada para essa disputa agressiva?
De fato, tenho 38 anos como industrial e nunca vi uma crise tão perniciosa e tão duradoura como esta. E ela provocou feridas profundas no meio produtivo do país. Esses anos de crise tiraram muito da capacidade do investimento na tecnologia e na evolução da qualificação, em função de custos de um mercado recessivo. Agora é hora de retomar isso e a nossa casa existe para prestar esse apoio.
A indústria do Paraná e do Brasil como um todo precisa de evolução tecnológica, aumentar a produtividade para buscar competitividade. Com a representação da Fiep e, principalmente, com os serviços que temos dentro do Sistema Fiep, tanto o Senai na questão da qualificação profissional e no apoio tecnológico, quando no Sesi em relação à saúde e segurança do trabalhador, e o IEL, estamos prontos para auxiliar nessa retomada.
O Mapa do Trabalho Industrial feito pelo Senai prevê dificuldades aos trabalhadores para manter seus empregos por causa das transformações tecnológicas. Ao todo, o País terá de qualificar cerca de 10,5 milhões de trabalhadores para o setor industrial, entre 2019 e 2023. O Paraná está preparado? Como esta qualificação pode ser agilizada pela Fiep?
Realmente, o Paraná e o Brasil têm um grande desafio pela frente no que se refere à qualificação técnica para que especialmente a indústria aumente sua competitividade e produtividade por meio da tecnologia. Porém, é importante olhar essa questão não pelo viés da ameaça, mas das oportunidades trazidas por essa nova realidade.
A indústria como um todo é um excelente lugar para o desenvolvimento de carreiras. Hoje, os avanços tecnológicos e a normatização que existe sobre a indústria a tornaram muito atrativa para quem quer ingressar em uma carreira mais técnica. Nesse processo, o Sistema Fiep, por meio do Senai, possui uma ampla estrutura e conhecimento para capacitar trabalhadores dos mais diversos setores, já levando em conta as últimas tendências que têm sido aplicadas na indústria. Queremos agregar cada vez mais valor a essa formação, preparando os profissionais que a indústria vai demandar quando houver uma retomada efetiva dos investimentos e da produção.
A Fiep integra o G7 que articula no Estado alcançar os objetivos do milênio, que alia da erradicação da pobreza ao desenvolvimento sustentável. Como alcançar essas metas se temos um governo central com uma agenda contrária, principalmente na questão ambiental?
O Sistema Fiep, por meio do Sesi, tem sido, desde 2004, um dos principais articuladores para a mobilização da sociedade paranaense em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entendemos que o desenvolvimento de uma indústria forte e responsável, capaz de gerar empregos de qualidade, renda e riquezas, pode contribuir para o alcance de diversas das metas estabelecidas pela ONU, mas esse é um esforço que deve envolver todos os setores da sociedade. Em relação à questão ambiental, especificamente, não vejo que exista uma agenda contrária.
O meio ambiente deve ser preservado e a indústria cada vez mais desenvolve soluções e tecnologias para aplicar práticas sustentáveis a seus processos produtivos. O que ocorre é que, no Brasil, criou-se uma burocracia excessiva especialmente para licenciamentos ambientais, que acaba retardando e elevando custos para investimentos produtivos, muitas vezes até inviabilizando alguns deles. Entendo que o que o atual governo busca é uma simplificação e maior eficiência nos processos de licenciamento, e isso não significa deixar de lado a necessária preocupação com o desenvolvimento sustentável.
Como a Fiep avalia os acordos de leniência, a redução das tarifas de pedágio. Há críticas que acordos atendem mais concessionárias que estarão aptas a participar das próximas licitações das concessões de pedágio. Como deve o próximo modelo, além da redução considerável das tarifas?
O modelo de pedágio adotado no Anel de Integração sofreu inúmeras distorções e ingerências ao longo dos anos e, como mostram os acordos de leniência, oneraram os usuários da rodovia além do que seria justo. Por isso, tornou-se mais um entre tantos fatores que aumentam os custos para o setor produtivo paranaense. As recentes reduções nas tarifas provam que é possível encontrar um modelo mais coerente, que leve em conta as necessidades dos usuários, com valores mais baixos de pedágio e a realização das obras necessárias. A Fiep sempre esteve atenta a essa questão e, em conjunto com as demais entidades do setor produtivo, busca contribuir no que está ao seu alcance para a construção desse novo modelo.
Perfil
Carlos Valter Martins nasceu em Maringá, começou sua jornada como industrial há mais de 30 anos, como sócio administrador e fundador da ZM Bombas, especializada na produção de bombas hidráulicas, hidrolavadoras de pressão e sistemas eólicos para bombeamento e energia. A empresa atua em todo o mercado nacional, América do Sul e Central e África do Sul.
O industrial também é presidente do Sindimetal Maringá, do qual foi fundador, e foi conselheiro de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Foi presidente do Conselho Regional do Senai no Paraná e é vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim). Preside a Fundação Tecnópolis de Maringá e o Conselho Gestor da Incubadora Tecnológica de Maringá. Além disso, foi presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), integra o Conselho Temático do Setor Metalmecânico do Paraná (G19) e é diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
| Redação ADI-PR Curitiba | | | | Com o compromisso de que as ações do Sistema Fiep terão foco total na indústria paranaense, foi empossada na noite desta segunda-feira (28), em Curitiba, a nova diretoria da Federação das Indústrias do Paraná. A solenidade, que contou com a presença de mais de 600 convidados, incluindo o governador Carlos Massa Ratinho Junior e outras autoridades, marcou o início da gestão que comandará a entidade pelos próximos quatro anos. A nova diretoria é liderada pelo presidente Carlos Valter Martins Pedro, que substitui Edson Campagnolo no cargo, e conta com industriais de todas as regiões do Estado.
“A nossa missão e a razão de nossa atuação é única e exclusivamente promover ações e prestar serviços que agreguem valor para a indústria”, afirmou Carlos Valter em seu discurso. “Tudo o que fazemos deve ser voltado para o benefício de todos os industriais, de todos os setores e de todas as regiões do nosso Estado.
Em cada projeto, em cada serviço ou ação que Fiep, Sesi, Senai e IEL promoverem dentro de suas missões, vamos buscar atender as reais necessidades das indústrias. Esse é o compromisso que assumimos, em prol de uma indústria mais produtiva e competitiva”, completou. Outro compromisso assumido pela nova diretoria é com o fortalecimento dos sindicatos industriais filiados à Fiep.
Carlos Valter também afirmou que a entidade está à disposição para atuar em parceria com o governo estadual em ações que promovam o desenvolvimento da indústria. “O governo foi eleito pelo povo paranaense para gerir o Estado.
Uma boa gestão, o sucesso da sua administração e os resultados positivos que forem alcançados trarão benefícios para o setor produtivo e para toda a sociedade paranaense. Principalmente no que tiver relação com a evolução da nossa indústria e da nossa economia, podem contar com o total apoio desta casa e desta diretoria”, declarou, acrescentando que o Sistema Fiep também está aberto a colaborar com os poderes Legislativo e Judiciário no que estiver a seu alcance.
O novo presidente afirmou ainda que pretende intensificar a atuação em conjunto com outras instituições da iniciativa privada. Entre elas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as Federações das Indústrias estaduais e o G7, grupo que reúne as principais entidades representativas do setor produtivo paranaense. “Ressalto que a missão da Fiep é atuar na defesa dos interesses da indústria. Mas, como integrantes do G7, queremos unir cada vez mais as forças de nossas entidades para a defesa de temas que sejam transversais a toda a classe produtiva de nosso Estado”, disse.
Já o ex-presidente Edson Campagnolo, que transmitiu o cargo a Carlos Valter, destacou que seus oito anos de gestão foram um período de muito aprendizado e de muitas turbulências, superadas com a união do setor produtivo de todo o estado do Paraná. “Mesmo com as dificuldades que o país enfrentou ao longo desse tempo, a indústria do Paraná conseguiu se sobressair. Chegando em 2019, a gente percebe que toda a persistência do industrial paranaense tem trazido resultados, apesar ainda de uma instabilidade na economia que não é a ideal”, disse. “Espero que o presidente Carlos Valter consiga fazer melhor do que nós fizemos”, completou.
Autoridades
Ao saudar a nova diretoria da Fiep, o governador Retinho Junior ressaltou que a Fiep é fundamental para colaborar com o bom momento que o Paraná vive. “Temos que remar para a mesma direção para que o Paraná continue sendo o Estado mais moderno do país, evoluindo cada vez mais”, disse.
“Desejo ao Carlos Valter e à nova diretoria uma boa sorte. O desafio de substituir o Campagnolo e sua equipe não é fácil, mas tenho certeza que a sua experiência como empresário, conhecedor da indústria paranaense, sem dúvida alguma vai fazer com que o Paraná, junto com a Fiep, alce voos ainda mais altos”, acrescentou.
Já prefeito de Curitiba, Rafael Greca, destacou as ações em parceria que o Sistema Fiep desenvolve com o município. “A Federação das Indústrias é uma grande parceira de Curitiba no programa dos Liceus de Ofício, que ensinam profissões, e também na causa da inovação, da geração de empregos novos com a economia disruptiva”, declarou. “Carlos Valter vai continuar, com brilhantismo, o trabalho de inovação do presidente Edson Campagnolo”, concluiu.
O vice-presidente executivo da CNI, Glauco José Côrte, que representou a entidade na solenidade, afirmou que Carlos Valter assume a presidência da Fiep em claro compromisso com o associativismo empresarial. “Nossos sindicatos são a célula-mãe do associativismo. É salutar ver em seu programa de gestão o compromisso com os interesses da indústria do Paraná. O senhor e sua diretoria contam com o apoio de seus companheiros da CNI”, ressaltou.
Entre outras autoridades, também participaram da posse o secretário especial de Relacionamento Externo da Casa Civil do governo federal, Abelardo Lupion; o senador Flávio Arns; e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano. Estiveram presentes ainda diversos deputados estaduais e federais, secretários de Estado, prefeitos, vereadores e lideranças do setor produtivo paranaense
| Tribuna PR | | | | O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,00 ponto e atingiu 94,6 pontos em outubro ante os 95,6 de setembro, informou nesta terça-feira, 29, a Fundação Getulio Vargas (FGV). É o menor resultado desde outubro de 2018, quando o ICI atingiu a marca de 94,2 pontos. Mesmo assim, a média móvel trimestral permanece estável frente à última divulgação, em 95,3 pontos.
A maior retração aconteceu no Índice de Expectativas (IE), que perdeu 1,3 ponto e foi a 93,9 pontos, menor valor desde julho de 2017. O resultado foi puxado por uma retração de 2,0 pontos no indicador de emprego previsto, com a piora das expectativas das empresas sobre a evolução do pessoal ocupado nos próximos três meses.
A proporção de estabelecimentos que projetam redução do quadro de pessoal cresceu de 15,1% em setembro para 19,2% em outubro, enquanto a parcela que projeta aumento nas contratações ficou estável em 14,9%.
A economista Renata de Mello Franco, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, avalia que o resultado do Índice de Expectativas de outubro mostra um aumento na cautela dos empresários, impulsionada por um início morno de quarto trimestre.
“Este indicador, que vinha oscilando desde maio em torno dos 95 pontos, atingiu o menor nível desde outubro de 2018, sinalizando que ainda há muito caminho a percorrer até a recuperação da confiança dos empresários.”
O Índice de Situação Atual (ISA) também apresentou retração – de 0,5 pontos – em outubro, atingindo 95,4 pontos. O resultado foi influenciado pela piora na percepção dos empresários quanto ao nível de demanda corrente e quanto aos negócios como um todo.
No mês, o indicador de demanda total caiu 1,7 ponto para 95,1 pontos e o indicador de situação atual dos negócios recuou 1,9 ponto para 93,4 pontos. É o menor valor para ambos os indicadores desde novembro de 2018, quando atingiram, respectivamente, 94,4 pontos e 93,4 pontos.
Mesmo assim, em médias móveis trimestrais, o ISA interrompeu a sequência de cinco quedas consecutivas e apresentou alta de 0,3 ponto, para 95,6 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), por outro lado, avançou 0,3 ponto porcentual, retornando ao mesmo nível de agosto, de 75,8%. Em médias móveis trimestrais, é o sétimo avanço consecutivo, para 75,7%.
| Tribuna PR | | | | Há potencial para ampliar o entendimento sobre políticas públicas e serviços do governo
O enorme volume de informações hoje disponíveis é recurso decisivo para o avanço da nossa economia. Com base nos dados, empresas conseguem identificar potenciais compradores para seus produtos. Aplicativos de trânsito disponibilizam, em tempo real, as melhores rotas de deslocamento. O uso de dados para embasar decisões estratégicas está aí e veio para ficar.
E por que não usar os dados pessoais a serviço do país e sua população? O governo, grande detentor de informações cadastrais coletadas nas diversas esferas da administração pública, também deveria usá-los a seu favor, otimizando a provisão de serviços públicos de forma inteligente e a baixo custo.
Além do uso em processos gerenciais e administrativos do governo, dados pessoais permitem que diferentes informações dos cidadãos sejam integradas, constituindo importante insumo na avaliação de políticas públicas.
Essas, em geral, afetam diversos domínios dos indivíduos —saúde, educação, mercado de trabalho— e precisam ser avaliadas pelo conjunto da obra, tanto no curto quanto no longo prazo, através da vinculação de dados vindos de diferentes fontes. Aqui, vale notar que os dados pessoais servem apenas como ligação entre as informações, não sendo a própria informação pessoal objeto de estudo ou avaliação.
Ainda que as vantagens do uso de dados pessoais para a melhoria de serviços e políticas públicas sejam claras, a unificação de registros e compartilhamento das informações cadastrais é tarefa difícil para nossa administração pública.
A vinculação de dados esbarra na difícil harmonização dos múltiplos números de identificação pessoais existentes, como NIS, CPF, número de identidade, título de eleitor, número SUS. Além disso, a decisão de compartilhamento de dados fica a cargo dos próprios gestores públicos, que podem ser pessoalmente responsabilizados por eventual má conduta no uso dos dados cedidos.
Nesse sentido, o decreto 10.064 publicado no início do mês traz importantes avanços.
Ele estabelece uma base unificadora com dados dos cidadãos, que permitirá a integração de informações que no momento encontram-se completamente isoladas. O decreto também trata, de forma mais explícita, dos diversos níveis de compartilhamento previstos entre os entes públicos.
Já o decreto 10.047 abriu margem para o compartilhamento de informações com entidades privadas, uma grande conquista no aumento da transparência das ações e políticas governamentais, que passam a ficar sujeitas a avaliações externas.
Resta, assim, apenas o questionamento sobre o uso antiético e o vazamentos de informações pessoais e sensíveis, em possível violação ao direito de privacidade agora amparado pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).Por óbvio, há limites éticos no uso das informações pessoais, assim como também há preocupação com o sigilo e a segurança dos dados. Mas a mera existência de riscos não deve ser o freio desse enorme progresso.
Na ponderação entre riscos e retornos, os benefícios do uso de dados dos cidadãos na administração pública são gigantescos. Já os riscos podem ser bastante mitigados com a definição de protocolos que garantem a segurança dos dados, protocolos estes ainda não especificados pela LGPD, que entra em vigor em agosto de 2020 trazendo enorme risco de paralisia no já modesto compartilhamento de informações dos cidadãos.
O uso dos dados dos cidadãos tem grande potencial para ampliar nosso entendimento sobre as políticas públicas e os serviços prestados pelo governo. Precisamos apenas garantir que eles sejam usados para o bem e com segurança, com base nas melhores práticas de acesso a dados pessoais e sensíveis
Cecilia Machado - Economista, é professora da EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças) da FGV.
| Folha de S. Paulo | | | | O Brasil está há pelo menos duas ou três décadas atrasado na agenda de reformas econômicas, e isso por culpa “exclusivamente nossa”, independentemente dos diferentes cenários da economia global, na avaliação do ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco.
Para ele, embora a aprovação dos ajustes nas regras da Previdência seja importante e a agenda de modernização proposta pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes esteja na “direção correta”, a “intensidade” não é boa, principalmente por falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro. A consequência de seguir atrasado na agenda de reformas é que o Brasil continuará para trás na trilha do crescimento econômico.
O ex-presidente do BC participará do painel Economia e poder, no Estadão Summit, nesta quarta-feira, 30. Leia os principais trechos da entrevista.
As turbulências na economia global, com destaque para a disputa comercial entre China e EUA, dificultam o avanço das reformas no Brasil?
Talvez seja até mais fácil. Com todas as incertezas no quadro internacional, ele continua sendo benigno. Não dá para dizer que tenha alguma tempestade no caminho. Tem noticiário, mas não quer dizer que tenha crise ou tempestade. O problema que temos são 20 ou 30 anos de atraso em avançar com a agenda de reformas. Isso é culpa nossa, não é culpa de ninguém. A nossa própria incompetência em fazer reformas modernizadoras nos mantém numa situação de certa mediocridade econômica, nos faz ficar num nível de renda per capita estagnado em relação ao Primeiro Mundo.
Como o sr. está vendo a atual agenda de reformas do governo?
A direção é correta, mas a intensidade não é. O presidente da República não foi eleito com essa bandeira das reformas. Ele foi eleito com outras bandeiras. Ele assumiu as bandeiras das reformas pró-mercado, liberais, trazendo para dentro o (ministro da Economia) Paulo Guedes, num segundo momento. Não foi por causa disso que ele ganhou. Por isso, essa agenda não é para o presidente tão prioritária quanto outras coisas que parecem mais próximas dele.
Atrasar mais a agenda de reformas amplia o círculo vicioso?
Estamos fazendo agora reformas que deveríamos ter feito 20 ou 30 anos atrás. Já deveríamos estar na terceira ou quarta gerações de reformas nesses mesmos temas: Previdência, tributária, trabalhista. Nem conseguimos começar direito a trabalhista e a abertura (comercial). O Brasil continua hoje uma economia tão fechada quanto era nos anos 80.
E ainda há vozes falando sobre o gradualismo da abertura. É inacreditável. O Brasil é o país da procrastinação. Estamos estagnados há quase quatro décadas. Desse jeito, vamos reproduzir, no século 21, o que foi o século 20 da Argentina, que recuou para o século 19. É triste, mas a nossa timidez em atacar as reformas econômicas tem um prejuízo de longo prazo horrível.
O governo não foi protagonista da articulação política para a aprovação das reformas. Qual o risco disso?
Diferentes presidentes têm diferentes estilos de relacionamento com o Legislativo. Este presidente em particular optou por ter um relacionamento mais distante, ele não tem uma base parlamentar e tem um relacionamento diferente com os líderes do Congresso.
Não sou do ramo para opinar se esse é o melhor sistema. A questão é em que medida é prioridade para este presidente a reforma econômica que está na cabeça do ministro Paulo Guedes e que muita gente no Brasil gostaria de ver acontecer.
O ambiente é muito mais hospitaleiro, as pessoas querem reforma. Passamos a reforma da Previdência sem que o presidente da República tivesse de se empenhar pessoalmente nisso. É extraordinário. Os outros governos todos tiveram enormes dificuldades com esse tema em particular. Passou neste governo que parecia nem tão empenhado e interessado, com exceção das pessoas da área econômica.
| Tribuna PR | | | | Medida ainda será assinada pelo presidente e busca atrair aéreas de baixo custo
O ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta segunda-feira (28), que o presidente Jair Bolsonaro vai assinar uma medida provisória em breve com medidas para estimular o turismo.
Uma delas acabará com a cobrança de um adicional de US$ 18 na taxa de embarques internacionais.
A medida servirá de atrativo para que empresas aéreas de baixo custo (low cost) se instalem no país oferecendo voos na faixa de US$ 50 para países vizinhos. Com a taxa de US$ 18, esse negócio seria inviável.
O adicional incide sobre todas as partidas internacionais e o valor final varia dependendo do aeroporto. Em Guarulhos, ele passará de R$ 122 para cerca de R$ 50 com o fim do adicional, uma redução de 41% quando a medida entrar em vigor.
Ministro Tarcísio de Freiras, da Infraestrutura, durante fórum de investimentos em São Paulo - Amanda Perobelli-11.out.2019/Reuters
A cobrança dos US$ 18 a mais nas tarifas de embarque internacional foi criada em 1999. Atualmente, os recursos são direcionados para o FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil). No ano passado, esse adicional rendeu cerca de R$ 700 milhões.
“O adicional [de tarifa de embarque para voos estrangeiros] foi criado lá atrás para recompor a dívida mobiliária da União e ficou”, afirmou o ministro durante um evento do setor aéreo em Brasília.
Tarcísio de Freitas, no entanto, não revelou como essa frustração de receita será compensada.
O ministro disse ainda que estuda a flexibilização ou até mesmo o fim de barreiras regulatórias para tornar o ambiente de negócios mais favorável.
O governo analisa, por exemplo, alternativas para o preço do querosene de aviação, item que representa o maior custo das passagens.
O ministro também disse que, até o final do mandato de Bolsonaro, serão 63 aeroportos concedidos à iniciativa privada.
“Vamos usar os recursos das concessões para conectar aeroportos menores, nos mais longínquos destinos, no interior da Amazônia, no Centro-Oeste, interior do Nordeste e Sul do país com aeroportos concedidos”, disse.
O ministro ainda afirmou que projeta uma movimentação de 200 milhões de passageiros, em mais de 200 localidades, em 2025. Hoje, a movimentação é de 120 milhões de passageiros, em 140 localidades.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-10-2019) | | | | Comércio e serviços estão contratando em todo o estado; veja como concorrer
Os profissionais em busca de emprego devem encontrar, neste final de ano, ao menos 44 mil vagas temporárias em todo o estado de São Paulo. A previsão é da FCDLESP (federação dos lojistas de São Paulo).
As chances estão disponíveis, principalmente, no setor comercial, mas há postos também para a área de serviços. Segundo Maurício Stainoff, presidente da federação, a geração de empregos deve ser 7% maior do que no ano passado.
“Para nós representa um otimismo grande; 7% é um número bem interessante e mostra que os empresários acreditam que vai melhorar bastante. Eles não sentiram ainda, mas acreditam que a economia vai crescer”, diz.
Os interessados nas oportunidades devem buscar as vagas em três principais locais: agências de emprego, sites das grandes redes varejistas e próprias lojas, quando se tratar de micro e pequenos empresários.
Os salários oferecidos chegam a R$ 1.996, mas é possível ganhar mais com gorjetas e comissões. Os lojistas buscam profissionais com 28 anos e com experiência. “Quem tem experiência sempre terá vantagem em relação aos outros.”
O levantamento da federação mostra que há expectativa de crescimento de contratações também no interior e no litoral.
Em Franca (400 km de SP), devem ser abertas mil vagas. Em Jundiaí (58 km de SP), a previsão é contratar 2.000 funcionários. No litoral paulista, os lojistas de Santos preveem a possibilidade de abertura de 800 vagas na região.
Quatro em dez empresários afirmam que vão efetivar
Levantamento da federação dos lojistas mostra que 4 em cada 10 empresários pretendem efetivar seus temporários.
Segundo Maurício Stainoff, presidente do órgão, o segundo semestre é um momento de boa chance de empregabilidade. Ele indica que, para garantir a vaga fixa, o profissional deve mostrar comprometimento com o trabalho.
Stainoff reforça o otimismo não só com o crescimento de vendas neste período, já que há pagamento do 13º salário, mas também com a iniciativa de liberação de até R$ 500 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). “Se não for otimista, nem levanta a porta.”
Contratações | Previsão de crescimento
As vagas temporárias no estado de São Paulo devem somar 44 mil neste final de ano
A estimativa é que as contratações sejam 7% maiores do que no ano passado
Setores que mais vão empregar:
Lojas de roupas, sapatos e acessórios
Eletrônicos
Restaurantes
Cosméticos
Perfil do trabalhador
Os empresários estão em busca de profissionais em torno de 28 anos, mas também há chances para mais novos e mais velhos
Quem tem experiência sai na frente, principalmente em comércio e serviços
Demonstre comprometimento
Profissionais comprometidos têm mais chances de serem efetivados
Não falte, não se atrase e se empenhe na função
4 em cada 10 empresários pretendem fazer contratações fixas no ano que vem
Salários
As remunerações são até dois salários mínimos, o que dá R$ 1.996
Há ainda os ganhos extras com comissões e gorjetas, por exemplo
Como concorrer
O trabalhador pode buscar as vagas em:
Agências de emprego
Site das grandes redes varejistas
Diretamente nas lojas
| Folha de S. Paulo/FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo | | | | Setores se consideram prejudicados e tentam alterar reformas tributárias do Congresso
Representantes de hospitais, planos de saúde e escolas particulares se dizem prejudicados pela criação de um imposto único sobre bens e serviços e pressionam deputados e senadores a alterarem as propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso.
Quase 40 emendas, mais de 10% das 350 apresentadas aos projetos da Câmara (PEC 45) e do Senado (PEC 110), se referem a esses setores, segundo levantamento feito pela equipe escritório Bichara Advogados a pedido da Folha.
Para os gestores dessas áreas, as propostas de unificação de tributos da Câmara e do Senado elevam a carga de impostos dessas empresas e levarão ao aumento nos preços de serviços como mensalidades escolares e planos de saúde, de até 20%, que seria o percentual estimado de aumento da carga tributária desses serviços.
Entre as emendas apresentadas por parlamentares, sugeridas pelos dois setores, está a adoção de uma alíquota menor para as áreas educação e saúde no IBS (Imposto sobre Bens e Serviços, uma espécie de IVA, que surgirá a partir da fusão de cinco tributos que recaem sobre o consumo). Outra emenda prevê a compensação por meio da desoneração total da folha de pagamento desses setores.
Como as propostas de reforma preveem manter a carga tributária total no nível atual, a redução de alíquota para um setor terá de ser compensada por um imposto maior para os demais.
“Podemos trabalhar com essas duas alternativas. O setor de serviços não tem como se desonerar, como a indústria tem. O nosso grande custo é folha de pagamento”, afirma Breno Monteiro, presidente da CNSaude (Confederação Nacional de Saúde).
Monteiro diz que o setor paga hoje, em média, cerca de 9% considerando os tributos tratados nas propostas do Congresso. Por isso, pede que uma alíquota 60% menor do IBS. Se o tributo for de 25%, com estimado pelos autores da proposta, o setor pagaria 10%.
Na Câmara, há várias emendas nesse sentido, que visam modificar o texto na comissão especial que trata do assunto. No Senado, o relator do texto, que está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, já atendeu à demanda e propôs uma alíquota diferenciada para as duas áreas.
O argumento desses setores é que a alíquota nominal será de 25% para todas as empresas, mas a alíquota efetiva será menor para quem puder gerar mais créditos tributários, o que beneficiaria, principalmente, a indústria.
Isso porque o novo sistema tributário prevê que o imposto pago sobre insumos seja devolvido ao contribuinte, que será tributado apenas sobre o valor que agregar ao produto. No caso dos serviços, os créditos podem ficar restritos, por exemplo, a despesas com energia elétrica.
“É pouco valor para se creditar. Estamos propondo a desoneração total do setor, pedimos isenção ou uma tabela diferente. Tanto no Senado como na Câmara nossas emendas são nesse sentido”, afirma Ademar Batista Pereira, presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares).
Amábile Pacios, presidente da ABMES (associação das mantenedoras de ensino superior), diz que a entidade também defende a isenção ou uma emenda já apresentada por parlamentares para reduzir em 70% da alíquota do tributo para o setor educacional, que hoje é tributo entre 5% e 8%, quando se considera dos tributos alvo da reforma.
“Nosso mercado já está saturado. Não tem como repassar essa diferença de imposto. Nem compensamos nem os que nos contratam podem compensar”, diz Amábile.
“Teria de aumentar em 20% a mensalidade”, diz Ademar Pereira, presidente da Fenep.
Nas escolas particulares, a mudança atingiria 20% das instituições, tributadas com PIS/Cofins e ISS. As outras 80% estão no Simples, sistema tributário que continuará opcional, ou são filantrópicas.
Pereira afirma, no entanto, que vê o risco de extinção do Simples ou de revisão da legislação sobre filantrópicas.
Os dois setores também argumentam que a prestação de serviços particulares de saúde e educação contribuem para reduzir a demanda por serviços públicos e os gastos do governo nas duas áreas.
Um dos autores da PEC da Câmara, o economista Bernard Appy, do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), afirma que, do ponto de vista distributivo, faz sentido tributar saúde e educação privado com a mesma alíquota dos demais setores, pois são serviços mais utilizados, proporcionalmente, por famílias mais ricas do que pelas mais pobres.
A pesquisa de orçamento familiar do IBGE divulgada recentemente mostra que, para os mais pobres, planos de saúde representam 0,4% das despesas. Educação, 1,9%. Entre os mais ricos, as duas despesas representam, respectivamente, 2,9% e 5,1% dos gastos.
“Do ponto de vista distributivo, se justifica. Mas, ao mesmo tempo, o sistema privado está absorvendo parte da demanda por saúde e educação pública”, afirma Appy. “É um tema politicamente sensível, mas existe mais de uma forma de tratar essa questão.”
Segundo Appy, países que adotaram nos últimos 30 anos o modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado) previsto na PEC 45 utilizaram o sistema de alíquota única, mas que, de forma geral, é comum haver tratamento diferenciado para as áreas de saúde e educação.
O advogado Pedro Siqueira Neto, da área tributária do escritório Bichara Advogados, afirma que as duas propostas de reforma preveem um tributo diferenciado para produtos cujo consumo se quer desestimular, como cigarros e bebidas, mas não para atividades que se quer incentivar.
“Nas não tem uma válvula de escape para externalidades positivas, como saúde e educação, que são dois setores em que, se você se vale da iniciativa privada, você está tirando uma obrigação do setor público”, afirma.
| Folha de S. Paulo | | | | Há no momento um impasse em relação à questão tributária
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta segunda-feira (28) que a reforma tributária é tão importante quanto a administrativa, e que, sem a primeira, dificilmente se aprovará a segunda.
“Eu disse hoje à assessora do ministro Paulo Guedes e ao secretário [adjunto de Fazenda] Esteves [Colnago Junior] que para a gente não tinha isso da [reforma] administrativa ser mais importante que a reforma tributária. As propostas são todas fundamentais e urgentes”, afirmou Maia no evento Brasil de Ideias, do Grupo Voto, sobre reforma tributária.
“Vamos ter dificuldade em avançar na administrativa se não tivermos condições de avançar na tributária”, disse Maia.
Mais tarde, em um evento sobre competitividade organizado pelo Todos pela Educação, o presidente da Câmara afirmou que será necessário fazer com que as categorias afetadas pela reforma administrativa compreendam o efeito da reorganização do gasto público.
Na reforma administrativa, a PEC que será apresentada deverá conter uma ampla mudança na jornada do servidor, da seleção pública até a forma de vinculação com o Estado. Também está previsto o enxugamento de carreiras e redesenho nas tabelas salariais.
Para Maia, aprovar as modificações dependerá de debate que mostre que a eficiência do gasto público vai melhorar a qualidade dos serviços.
"Com qualidade dos serviços, a sociedade está atendida e o político está fortalecido", disse.
Maia disse que, para ele, o importante é entender como colocar produtividade no gasto público. Além disso, seria necessário desfazer o que "a gente fez nos últimos 30 anos", em referência à estrutura do funcionalismo público.
"A Câmara de Deputados custa R$ 5,5 bilhões. Sem deputado, custa R$ 4,2 bilhões. Sem deputado e sem gabinete de deputado. O salário médio do servidor estatutário é R$ 30 mil. Então é R$ 1,6 bilhão de salário, mais R$ 1 bilhão e pouco, dá R$ 3 bilhões e pouco de salário e aposentadoria de servidor público", afirmou.
"Todos os consultores [da Câmara] começam ganhando R$ 31 mil. A Polícia Legislativa, R$ 14 mil. Em cinco anos, todos do concurso de ensino superior estão no teto, e em nove, todos do ensino médio", afirmou.
Ele disse que a reforma da Previdência foi o primeiro passo nessa reorganização de gastos públicos. O próximo, disse, é a mudança na estrutura administrativa. "Acho que reduzindo essas despesas, a gente pode pensar em ter recursos para investir em áreas fundamentais."
Impasse
Há no momento um impasse em relação à reforma tributária. A Câmara e o Senado, em busca de protagonismo sobre o tema, avaliam propostas distintas sobre o tema. Ambas tratam da unificação de cinco tributos sobre bens e serviços.
Já o governo federal montou um grupo para elaborar uma outra proposta, que deve unificar apenas dois tributos federais (PIS e Cofins).
Além disso, o ministro da Economia quer priorizar a reforma administrativa, que trata das carreiras e salários de servidores públicos.
Também presente no evento Brasil de Ideias, o economista Bernard Appy, um dos autores da Proposta de Emenda Constitucional 45, que está em discussão na Câmara, disse que espera que o Congresso aprove uma proposta para reforma tributária que resolva tanto os problemas técnicos quanto políticos.
“Obviamente o Congresso vai aprovar aquilo que for possível politicamente, e, espero eu, tecnicamente, simultaneamente. Espero que resolva questões técnicas e políticas”, disse.
Segundo Appy, o texto que está na Câmara é um ponto inicial para a discussão sobre o assunto e não é uma criação totalmente brasileira para adequar seus tributos, mas uma adaptação de modelos propostos por autores de diversos países.
“Na verdade, o ponto de chegada da PEC 45 não tem nada de original. Não é invenção nossa. É aquilo que a literatura internacional recomenda sobre tributação de valor adicionado.”
Ele disse, ainda, que embora na teoria seja mais fácil que na prática, um bom sistema tributário sempre pode contar com espaço para tributos ambientais.
“Acho que existe espaço para a tributação verde, mas é preciso pensar no que está sendo proposto.” “Porque muita vezes tributos bem-intencionados são mal desenhados”, afirmou.
Rota 2030
Rodrigo Maia também afirmou que não concordou com a aprovação do programa Rota 2030 no ano passado. O Rota 2030 é um programa que estabelece isenção fiscal à indústria automobilística.
“No final do ano, infelizmente, o Congresso fez parte disso, eu infelizmente fiz parte disso, e aprovamos o Rota 2030, que eu era particularmente contra. Mas eu não sou dono do Parlamento e vivemos em uma democracia, então aprovamos a renovação do incentivo", afirmou.
Maia lamentou a aprovação do projeto porque, enquanto o setor automotivo foi beneficiado com a medida, nenhuma proposta concreta para o transporte coletivo foi levada ao Congresso.
“Nós estimulamos há 50, 60 anos, a produção de carro no Brasil, em detrimento do transporte de massa. É óbvio que nós fizemos isso. São Paulo tem quantos quilômetros de metrô? 100, 120? Xangai em dez anos construiu 450.”
A cidade de São Paulo tem 97,1 km de linhas de metrô e 86 estações.
Na avaliação do presidente da Câmara, quando a política transfere seu poder para terceiros, a sociedade fica desconfiada.
“Porque nós pegamos o Orçamento, que é para transformar a vida das pessoas, e transformamos a vida de poucas pessoas”, disse.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-10-2019) | | | | O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta segunda que avisou à equipe do ministro Paulo Guedes que não considera a reforma administrativa mais importante que a tributária. Segundo ele, as duas propostas são “fundamentais e urgentes” e ponderou ainda que haverá muita dificuldade de avançar nas mudanças administrativas se não se avançar paralelamente nas alterações tributárias.
“Eu disse à assessora do Paulo Guedes e ao secretário Esteves que para a gente não tinha administrativa mais importante que tributária, as propostas são todas fundamentais e urgentes. E acho que vão ter muita dificuldade na Câmara de avançar na administrativa se não tivermos condições de avançar na tributária”, disse durante evento organizado pelo Grupo Voto em São Paulo.
Ele afirmou ainda que, durante sua visita a Londres e Irlanda – uma tentativa de diminuir o impacto negativo na imagem do país após os ruídos acerca do desmatamento na Amazônia -, percebeu que a imagem do País lá fora “não parece muito boa neste momento”. “Se não resolvermos isso, não adianta fazer reforma tributária, administrativa. Há uma relação muito forte entre investimento internacional com meio ambiente”, disse.
| Tribuna PR (publicado em 28-10-2019) | | | | O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta segunda-feira que não concordou com a aprovação do Rota 2030, programa de incentivo ao setor automotivo.
“Eu não queria, mas graças a Deus não sou dono do Parlamento”, disse, durante evento do Grupo Voto.
Maia disse ainda que reconhece a legitimidade tanto da Câmara quanto do Senado em realizar a reforma tributária. E afirmou que, desde que se aprove uma reforma que simplifique o sistema atual, não há diferenças entre a reforma ser aprovada em qualquer uma das duas casas.
“Eu não tenho problema em que Câmara e Senado trabalhem juntos ou cada um aprove um projeto”, disse.
| Tribuna PR (publicado em 28-10-2019) | | | | Os juros futuros abriram esta terça-feira, 29, com viés de alta, seguindo o dólar, mas foram perdendo força junto com a moeda americana e por volta das 9h rondavam os ajustes de segunda-feira, 28, num dia de cautela no exterior e expectativa com anúncio de medidas do governo para conter gastos públicos (15h).
O pacote tem cinco eixos: 1) reforma administrativa (para reduzir o número de carreiras e o salário inicial dos servidores e mexer na estabilidade dos novos); 2) PEC emergencial (para cortar gastos obrigatórios e abrir espaço para investimentos); 3) PEC DDD (desvincular, desindexar e desobrigar – tirar as “amarras” – dos gastos do Orçamento); 4) pacto federativo (uma nova divisão dos recursos de Estados e municípios, com repartição dos recursos do pré-sal); e 5) programa de ajuda aos Estados.
Às 9h11 desta teraça, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 estava em 4,400%, na mínima, de 4,387% no ajuste de segunda. O DI para janeiro de 2023 exibia 5,370%, na mínima e mesma taxa do ajuste anterior, enquanto o vencimento para janeiro de 2025 marcava 6,030%, na mínima e mesma taxa de ontem.
| Tribuna PR | | | | Empresa de serviços de engenharia cresce com a maior demanda de projetos com novas tecnologias
Quase tudo que está transformando os veículos e seus fabricantes em velocidade nunca antes vista, como digitalização de processos e produtos, sistemas de assistência ao motorista e direção autônoma, eletrificação do powertrain, conectividade e manufatura 4.0, para citar algumas das principais tendências, forma um cenário ideal para a Edag crescer mais rápido em meio à disrupção da indústria automotiva.
A evolução é tão grande e tão rápida que montadoras e seus fornecedores não conseguem fazer tudo ao mesmo tempo, precisam recorrer no todo ou em parte à inteligência externa: no caso, os serviços de engenharia fornecidos pela empresa alemã, que incluem projetos de sistemas, arquitetura eletroeletrônica, veículos inteiros e linhas de produção.
“A disrupção pode ser vista como um desafio ou como uma oportunidade. Estamos no segundo caso, porque a demanda por tecnologia e inovação nunca foi tão grande, os consumidores pagam por isso, nossos clientes precisam atender e não conseguem fazer tudo no espaço de tempo cada vez mais rápido. Por isso nosso negócio está em crescimento, temos competência para gerenciar 360 graus de um projeto no momento que os clientes precisam de nós”, afirma Cosimo De Carlo, CEO global da Edag.
Nascida como um escritório de engenharia automotiva na Alemanha em 1969, a Edag está completando 50 anos de atividades com 8,6 mil funcionários em 60 endereços pelo mundo para atender 20 fabricantes de veículos e 120 fornecedores diretos (tier 1) – incluindo o Brasil, onde a subsidiária completou 25 anos com cerca de 200 empregados e 10 clientes.
Com capacidade para atender um projeto de ponta a ponta, do primeiro risco ao planejamento da produção, a demanda tem crescido ano a ano. Em 2018 o faturamento global foi recorde, chegou a € 792 milhões, 10% acima de 2017, e a tendência é de crescimento para atender aos pedidos cada vez mais urgentes da indústria automotiva.
De Carlo esteve no Brasil para visitar clientes e participar do Congresso SAE, realizado entre os dias 15 e 17 deste mês em São Paulo. O executivo conta que está entre seus objetivos aumentar o faturamento da Edag fora da Alemanha, onde hoje estão concentrados 70% das receitas.
Nesse sentido, ele antevê boas oportunidades de crescimento dos negócios no mercado brasileiro, onde os fabricantes de veículos preparam muitos lançamentos para os próximos anos e necessitam integrar diversas tecnologias aos modelos produzidos aqui. Ele explica que não basta apenas adaptar sistemas, pois ao mesmo tempo que os projetos são globais, existem demandas cada vez mais específicas para cada país.
“O Brasil está entre os 10 maiores mercados de veículos do mundo, é parte importante dos nossos negócios, quase todos os clientes que atendemos no mundo estão aqui também. As novas tecnologias estão chegando, como conectividade e ADAS (sistemas avançados e assistência ao motorista), o País não poderá ficar isolado, vai precisar de muita engenharia para viabilizar todas as inovações”, pondera De Carlo, que está no comando da Edag há um ano e meio, vindo da concorrente francesa Altran.
Entre as novas oportunidades que a disrupção da indústria oferece, o CEO da Edag cita as startups, que chegam com ideias novas de mobilidade e muita pressa de colocar soluções no mercado. “Já estamos atendendo algumas, são projetos que surgem com muita rapidez e precisam da experiência de empresas como a nossa para viabilizar processos e produtos. Também é uma oportunidade que temos de pensar ‘fora da caixa’, modificar conceitos e continuar nos renovando. Costumo dizer que não somos bons porque ficamos velhos, mas ficamos velhos porque somos bons no que fazemos”, diz.
ANTECIPANDO O FUTURO
O conceito CityBot da Edag apresentado no Salão de Frankfurt: visão de veículo autônomo e elétrico para transportar pessoas e realizar serviços nas cidades do futuro
Além de atender as demandas dos clientes, a Edag também procura se antecipar a elas, para mostrar sua capacidade de desenvolvimento, sempre lançando conceitos de carros que costumam ser apresentados ao público em exibições internacionais de automóveis.
O mais recente movimento dessa estratégia foi no Salão de Frankfurt, em setembro passado, quando a empresa apresentou o CityBot, um projeto próprio de veículo urbano de múltiplas funções, elétrico (com células de hidrogênio) e autônomo, com chassi sobre o qual é possível montar diversos tipos de carroceria, para transporte de passageiros, carga ou até mesmo coleta de lixo e limpeza de ruas.
“O CityBot pode parecer um simples experimento, mas é mais do que um estudo, porque combinamos nele todas as nossas competências reais de engenharia veicular, eletroeletrônica e soluções de produção”, explica De Carlo. “O modelo oferece tudo que as cidades do futuro vão precisar, é um veículo limpo, seguro, acessível, amigável, silencioso e inteligente. Já fomos contatados por algumas cidades interessadas em implantar conceito parecido com o que estamos propondo”, acrescenta.
Segundo estimativas da Edag, 100 CityBots em circulação seriam suficientes para atender as necessidades de mobilidade urbana e serviços de mil habitantes de uma cidade, em substituição a 527 automóveis que atendem o mesmo número e levam, em média, 1,5 pessoa por viagem e ficam parados sem uso em estacionamentos a maior parte de sua vida útil.
| Tribuna PR (publicado em 28-10-2019) | | | | Trabalhadores e sindicato vivem agora expectativa de compra, ainda indefinida, pela Caoa
A Ford encerrará a produção de caminhões em sua fábrica de São Bernardo do Campo (SP) na quarta-feira, dia 30. A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que realiza uma assembleia com os trabalhadores remanescentes na manhã de terça-feira, 29.
Os metalúrgicos vivem a expectativa da compra da unidade pelo Grupo Caoa, que no início de setembro confirmou a intenção de concluir o negócio em cerca de 45 dias. Como já se passaram 54 dias, o anúncio pode ocorrer até o fim desta semana.
Quando confirmou a intenção de compra, o fundador do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, afirmou que não tomaria empréstimo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para conclusão do negócio, mas notícias recentes indicam que a transação ainda não ocorreu por falta de apoio financeiro local, restando como alternativa bancos da China.
A Ford anunciou sua decisão de fechar a fábrica de São Bernardo do Campo em 20 fevereiro deste ano. Segundo o sindicato dos metalúrgicos, naquele dia a unidade tinha 2,7 mil funcionários. Nesse meio-tempo, 1,5 mil trabalhadores foram demitidos, em regra pela adesão a um Programa de Demissão Voluntária (PDV). A fábrica do ABC também montava o Fiesta hatch, cuja produção se encerrou em julho. Restam cerca de 600 funcionários na linha de montagem.
Eles fazem parte de um total de 1,8 mil candidatos a apenas 750 vagas a ser criadas pela Caoa, caso esta realmente compre as instalações. Neste caso os caminhões Ford continuarão em linha. Dentro da Ford há também outros 600 trabalhadores em funções administrativas, que permanecerão trabalhando para a própria Ford.
| Automotive Business (publicado em 28-10-2019) | | | | A produção na fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP) será encerrada nesta quarta-feira, com a demissão dos cerca de 600 funcionários que ainda trabalham na linha de montagem no dia seguinte, 31 de outubro. A informação é do Sindicado dos Metalúrgicos do ABC, que realiza amanhã assembleia com os trabalhadores a partir das 8h, em frente à Portaria 5 da montadora.
O término das atividades na fábrica, operada pela Ford desde 1967, acontece em meio a uma indefinição nas negociações entre a marca oval azul e a Caoa para eventual aquisição das instalações no ABC paulista - e absorção de parte dos demitidos.
No dia 3 de setembro, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governo do Estado de São Paulo confirmou o interesse da Caoa na compra, na presença de executivos de ambas empresas. Na ocasião, o governador João Doria anunciou que haveria um desfecho das tratativas dentro de 45 dias - o prazo expirou no último dia 18.
No dia 17, em reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo", Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e do Planejamento do Estado paulista, afirmou que Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o dono da Caoa, ainda buscava financiamento para efetivar o negócio. UOL Carros procurou Ford e Caoa, solicitando posicionamento oficial das companhias, mas ainda não obteve resposta.
Wagner Santana, o Wagnão, presidente do sindicato, informou, por meio da assessoria de imprensa, que irá se manifestar somente amanhã, após a realização da assembleia.
Fiesta saiu de linha em julho
De acordo com a entidade sindical, a fábrica de São Bernardo hoje produz exclusivamente caminhões, enquanto a montagem do Fiesta foi encerrada em meados de julho, com a demissão de aproximadamente 750 trabalhadores envolvidos na produção do hatch compacto.
Desde fevereiro, quando a Ford anunciou que iria encerrar as atividades na unidade do ABC até o fim deste ano, cerca de 1,2 mil colaboradores diretos já foram desligados no total, muitos dos quais aderiram ao PDI (programa de demissão incentivada) proposto pela Ford - com o pagamento de benefícios previamente acordados com o Sindicato dos Metalúrgicos. Os 600 que serão demitidos na quinta-feira também integram o PDI, diz a entidade.
Ainda há aproximadamente mil funcionários ligados à área administrativa, dos quais uma parcela menor é composta de terceirizados. Desse setor, os contratados da Ford devem manter os empregos.
Na coletiva de 3 de setembro, Wagnão disse que a Caoa planeja absorver aproximadamente 750 funcionários para manter no ABC a fabricação de caminhões Ford sob licenciamento, pagando royalties à montadora norte-americana. Na ocasião, Andrade revelou que também planeja fabricar um automóvel de passeio na unidade paulista, sem revelar quais seriam o modelo e a marca.
Hoje uma das maiores revendedoras autorizadas da Ford, a Caoa mantém fábricas em Anápolis (GO), de onde saem os SUVs Tiggo 5X e Tiggo 7, da Chery, e também os utilitários esportivos ix35 e New Tucson, da Hyundai; e em Jacareí, no interior paulista, responsável pela produção do sedã Arrizo 5 e do SUV Tiggo 2, ambos da Chery.
| UOL (publicado em 28-10-2019) | | | | Volume de vendas diminui 6% no acumulado de nove meses
O Grupo Renault apurou faturamento 5,1% menor no acumulado de janeiro a setembro, conforme balanço financeiro divulgado pela empresa. Os ganhos totalizaram € 39,3 bilhões contra € 41,4 bi registrados em iguais meses do ano passado. O resultado se deve às vendas 6% menores no período, que passaram de 2,97 milhões para 2,79 milhões de unidades em todo o mundo.
Enquanto a divisão automotiva registrou faturamento 6,7% abaixo do apurado há um ano, para € 36,9 bilhões (resultado não considera a AvtoVaz), a divisão financeira (Banco RCI) viu seus ganhos aumentarem 5,5% no período, para € 2,54 bi. A AvtoVaz, por sua vez, encerrou os nove meses completos do ano com € 2,34 bilhões, 11,6% acima do resultado de mesmo período do ano passado.
A companhia que reúne as marcas Renault, Dacia, AvtoVaz e Lada, verificou volumes de vendas menores em todas as regiões globais. A pior queda foi registrada na região que compreende África, Oriente Médio, Índia e Pacífico, onde as vendas tiveram queda de 25,5%.
Na Europa, o volume foi apenas 1% abaixo do mesmo acumulado do ano passado, puxado pela queda de 2,9% na França. Esta queda, segundo a Renault, se explica parcialmente por uma base de comparação elevada, quando as vendas dos consumidores foram antecipadas, gerando altos volumes de vendas antes setembro de 2018, quando entrou em vigor o novo ciclo WLTP para carros de passeio. Também se deve as perdas nas vendas com a disponibilidade gradual do novo Clio na Europa. Na região da Eurásia, as vendas diminuíram 2,9%.
Nas Américas, os negócios caíram 2,9% no acumulado até setembro, com a venda de 315,2 mil unidades. A empresa destaca que no terceiro trimestre, a participação de mercado avançou 0,2 ponto na região e no Brasil, os volumes cresceram 5,6%, pouco compensando a queda de 37,7% dos volumes na Argentina no mesmo período.
Na China, os volumes do grupo foram 21,3% menores em um ano no maior mercado global do mundo e que continua em queda
REVISÃO DAS PERSPECTIVAS 2019
Ao divulgar seu balanço, o Grupo Renault revisou suas projeções para o ano nas principais regiões onde atua. Para a companhia, o mercado global de veículos deve ter uma queda na ordem de 4% com relação a 2018 – sua previsão anterior apontava queda de 3%.
Para a Europa, o grupo agora espera um resultado entre crescimento zero e queda de 1% contra a previsão anterior de um mercado estável. Na Rússia, a companhia também piorou sua análise, passando de uma queda de 2% para 3% neste ano.
O único alento do grupo deve ser o mercado brasileiro, onde a Renault acredita que as vendas totais de veículos devam crescer em torno de 7%, embora este resultado seja pior do que a previsão anterior, que esperava aumento das vendas totais em 8%.
| Automotive Business (publicado em 28-10-2019) | | | | VWAT quer dispor da tecnologia no mercado a partir da segunda metade da próxima década
A VW anunciou na segunda-feira, 28, a nova divisão de negócios Volkswagen Autonomy (VWAT) para o desenvolvimento de sistemas de direção autônoma (SDS, na sigla em inglês) de Nível 4 para todas as marcas do Grupo Volkswagen. Com sede em Munique e Wolfsburg (Alemanha), a subsidiária contará com mais duas unidades, uma no Vale do Silício (Califórnia, EUA) em 2020 e outra na China a partir de 2021.
A nova empresa será liderada por Alexander Hitzinger, vice-presidente de direção autônoma do Grupo VW e membro do conselho de administração para a marca Volkswagen, responsável pelo desenvolvimento técnico da divisão de veículos comerciais (VWCV).
O Nível 4 (numa escala que vai de 1 a 5) se caracteriza por automação elevada, quando o veículo é capaz de realizar tarefas de direção sozinho em certas circunstâncias. Nela, o motorista pode ter a opção de controlar o veículo.
Pelos planos da VWAT, as soluções de mobilidade autônoma em áreas urbanas, como entregas, serão o primeiro caso de aplicação de seu sistema autônomo. Essa aplicação estará atrelada à cooperação para direção autônoma anunciada pela VW e pela Ford em julho deste ano, o que inclui uma participação da VW no Argo AI, uma empresa especializada no desenvolvimento de software com base em inteligência artificial para direção autônoma. A ideia é que a VWAT desempenhe um papel com foco na engenharia e industrialização dos sistemas com o objetivo de estabelecer um módulo padrão para uso de todas as marcas do Grupo VW no futuro.
Veículos especiais como táxis, vans, utilitários e comerciais leves serão os primeiros modelos a utilizar o SDS da VWAT, que será co-criado em parceria com a VWCV.
“Queremos estabelecer a Volkswagen Autonomy como uma empresa global de tecnologia, onde agregamos conhecimento das indústrias automotiva e de tecnologia, combinando a agilidade e a criatividade de uma cultura de alto desempenho com orientação e escalabilidade de processos”, diz em nota Alexander Hitzinger, diretor da VWAT. “Continuaremos a usar sinergias em todas as marcas do grupo para reduzir o custo dos veículos autônomos, bem como dos computadores de alto desempenho e sensores. Planejamos começar a dispor a direção autônoma em larga escala por volta da metade da próxima década”.
Até o fim deste ano, os recursos de pesquisa do Grupo Volkswagen dedicados à direção autônoma serão transferidos para a VWAT. Considerando as três unidades, mais da metade da equipe estará concentrada nas sedes de Munique e Wolfsburg. A unidade de Munique foi escolhida como um local adicional na Alemanha, pois a empresa do grupo Autonomous Intelligent Driving (AID) já está sediada lá, ao mesmo tempo em que se tornará a sede europeia da Argo AI.
O Vale do Silício foi selecionado como outro local para esse tipo de desenvolvimento devido à sua proximidade com o Argo AI e também pelo know how local para a direção autônoma. Além disso, a legislação do estado oferece condições favoráveis para o desenvolvimento desse tipo de sistema.
Na China, é necessário o desenvolvimento local de SDS para cumprir os requisitos legais de uso de direção autônoma. Segundo a montadora, o país tem um papel importante por ser o maior mercado do Grupo Volkswagen e também por sua característica de alta complexidade do tráfego.
“A condução autônoma apresenta a toda a indústria grandes desafios: altos custos de desenvolvimento, demandas extremamente altas em tecnologia de sensores, além da falta de sistemas regulatórios e padrões regionais heterogêneos", acrescenta Hitzinger. “Nosso objetivo é criar uma equipe de desenvolvimento ágil e de alto desempenho com o know-how para realizar um sistema autônomo pronto para o mercado".
| Automotive Business (publicado em 28-10-2019) | | | | Nova opção ABS sai por R$ 13.190 e mantém principais itens de série do modelo
A linha 2020 do scooter Honda PCX 150 recebeu uma quarta opção, ABS, com sistema de freio antitravamento e preço sugerido de R$ 13.190. A novidade se posiciona logo acima do PCX 150 CBS, que recebe apenas freios combinados (sem o recurso eletrônico antitravamento) e é tabelado em R$ 11.990.
A nova opção mantém características que acompanham o scooter desde o lançamento, como o Idling Stop System (ISS), que funciona como o sistema Start Stop dos automóveis, desligando e religando o motor no trânsito congestionado para ajudar a reduzir o consumo de combustível.
Tem também o enhanced Smart Power (eSP), que reduz a rotação do motor em velocidades constantes, outro item que favorece a economia e reduz as emissões de CO2.
Além das cores disponíveis, a principal diferença entre a nova opção ABS e as versões Sport ABS e DLX ABS (que já existiam) é que estas duas recebem chave presencial e sistema de partida por botão.
Toda a linha PCX utiliza um motor de 149,3 cc e 13,2 cavalos. O tanque de combustível comporta oito litros de gasolina. Debaixo do banco há um porta-objetos com capacidade para 28 litros. Cabe um capacete e ainda sobre espaço para outros itens menores. Abaixo do guidão há um porta-luvas com tomada de 12 volts para recarga de equipamentos.
LÍDER ENTRE OS SCOOTERS DESDE 2014
O PCX 150 foi lançado em abril de 2013 e se tornou o scooter mais vendido do Brasil já em 2014. Em menos de sete anos superou as 165 mil unidades vendidas. Em 2019, de 1º janeiro até a sexta-feira, 25 de outubro, 26,5 mil unidades do PCX foram emplacadas, mais que o dobro do Yamaha NMax 160, seu principal concorrente. A nova linha PCX chega às concessionárias no fim de novembro.
Veja abaixo os preços e cores da linha 2020:
PCX 150 CBS: R$ 11.990 (cinza metálico e azul escuro perolizado)
PCX 150 ABS: R$ 13.190 (cor cinza metálico)
PCX 150 Sport ABS: R$ 13.590 (prata metálico)
PCX 150 DLX ABS: R$ 13.590 (branco perolizado).
| Automotive Business (publicado em 28-10-2019) | | | | Solução amplia em 350 km a autonomia dos modelos Kangoo e Master na Europa
A Renault oferecerá a solução de célula de hidrogênio para seus veículos utilitários elétricos já no fim deste ano para o Kangoo e no primeiro trimestre de 2020 para o Master na França. Com a célula de hidrogênio, os modelos ganham autonomia adicional de 350 quilômetros, enquanto o tempo de recarga varia de cinco a dez minutos.
Desenvolvida em parceria com a Symbio, subsidiária do Grupo Michelin, a tecnologia vem sendo testada pela montadora desde 2014. A célula de combustível combina o hidrogênio de seus tanques com o oxigênio do ar para produzir eletricidade, que por sua vez alimenta o motor elétrico. Segundo a empresa, a célula de combustível permite atender as necessidades de profissionais ainda não contemplados pelos veículos elétricos, principalmente para viagens de longa distância.
Com isso, o Renault Master Z.E Hydrogen vai triplicar sua autonomia, passando de 120 km para 350 km; o modelo é disponível no mercado francês nas versões furgão e chassi-cabine, totalizando quatro opções. Ele vem equipado com dois tanques de hidrogênio localizados sob a carroceria e que pesam 200 kg, mas não reduzem o volume de carga, que continuam de 10,8 m3 a 20 m3, dependendo da versão.
Já o Kangoo Z.E. Hydrogen oferecerá autonomia real de 370 km: sua versão puramente elétrica possui autonomia de 230 km no ciclo WLTP. A versão, que será lançada no mercado local no fim deste ano, oferece volume de carga de 3,9 m3, com um adicional de 110 kg. A Renault estipula um preço de € 48.300 sem impostos (incluindo a compra da bateria).
| Automotive Business (publicado em 28-10-2019) | | | | Há potencial para ampliar o entendimento sobre políticas públicas e serviços do governo
O enorme volume de informações hoje disponíveis é recurso decisivo para o avanço da nossa economia. Com base nos dados, empresas conseguem identificar potenciais compradores para seus produtos. Aplicativos de trânsito disponibilizam, em tempo real, as melhores rotas de deslocamento. O uso de dados para embasar decisões estratégicas está aí e veio para ficar.
E por que não usar os dados pessoais a serviço do país e sua população? O governo, grande detentor de informações cadastrais coletadas nas diversas esferas da administração pública, também deveria usá-los a seu favor, otimizando a provisão de serviços públicos de forma inteligente e a baixo custo.
Além do uso em processos gerenciais e administrativos do governo, dados pessoais permitem que diferentes informações dos cidadãos sejam integradas, constituindo importante insumo na avaliação de políticas públicas.
Essas, em geral, afetam diversos domínios dos indivíduos —saúde, educação, mercado de trabalho— e precisam ser avaliadas pelo conjunto da obra, tanto no curto quanto no longo prazo, através da vinculação de dados vindos de diferentes fontes. Aqui, vale notar que os dados pessoais servem apenas como ligação entre as informações, não sendo a própria informação pessoal objeto de estudo ou avaliação.
Ainda que as vantagens do uso de dados pessoais para a melhoria de serviços e políticas públicas sejam claras, a unificação de registros e compartilhamento das informações cadastrais é tarefa difícil para nossa administração pública.
A vinculação de dados esbarra na difícil harmonização dos múltiplos números de identificação pessoais existentes, como NIS, CPF, número de identidade, título de eleitor, número SUS. Além disso, a decisão de compartilhamento de dados fica a cargo dos próprios gestores públicos, que podem ser pessoalmente responsabilizados por eventual má conduta no uso dos dados cedidos.
Nesse sentido, o decreto 10.064 publicado no início do mês traz importantes avanços.
Ele estabelece uma base unificadora com dados dos cidadãos, que permitirá a integração de informações que no momento encontram-se completamente isoladas. O decreto também trata, de forma mais explícita, dos diversos níveis de compartilhamento previstos entre os entes públicos.
Já o decreto 10.047 abriu margem para o compartilhamento de informações com entidades privadas, uma grande conquista no aumento da transparência das ações e políticas governamentais, que passam a ficar sujeitas a avaliações externas.
Resta, assim, apenas o questionamento sobre o uso antiético e o vazamentos de informações pessoais e sensíveis, em possível violação ao direito de privacidade agora amparado pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).Por óbvio, há limites éticos no uso das informações pessoais, assim como também há preocupação com o sigilo e a segurança dos dados. Mas a mera existência de riscos não deve ser o freio desse enorme progresso.
Na ponderação entre riscos e retornos, os benefícios do uso de dados dos cidadãos na administração pública são gigantescos. Já os riscos podem ser bastante mitigados com a definição de protocolos que garantem a segurança dos dados, protocolos estes ainda não especificados pela LGPD, que entra em vigor em agosto de 2020 trazendo enorme risco de paralisia no já modesto compartilhamento de informações dos cidadãos.
O uso dos dados dos cidadãos tem grande potencial para ampliar nosso entendimento sobre as políticas públicas e os serviços prestados pelo governo. Precisamos apenas garantir que eles sejam usados para o bem e com segurança, com base nas melhores práticas de acesso a dados pessoais e sensíveis
Cecilia Machado - Economista, é professora da EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças) da FGV.
| Folha de S. Paulo | | | | Novo Thunder ganha agilidade em bairros com topografia acidentada
Com o objetivo de ampliar suas vendas no Rio de Janeiro, sobretudo na região de Petrópolis, a Neobus desenvolveu uma versão mais curta de seu micro-ônibus Thunder +, com 8 metros em vez de 8,8 m, e mantendo o peso bruto total (PBT) de 9 toneladas. Com balanço traseiro menor, o veículo poderá trafegar em locais com acesso mais difícil e em bairros serranos com topografia mais acidentada.
A nova opção encurtada utilizou o chassi Mercedes-Benz LO 916. Tem capacidade para transportar 34 passageiros (22 sentados), recebe preparação para sistema de monitoramento com quatro câmeras e elevador do tipo escada para acessibilidade.
A nova versão foi elaborada para a empresa Cascatinha, um antigo cliente da região serrana. “Essa proximidade permitiu que desenvolvêssemos um modelo exclusivo em uma região de aplicação severa”, destaca o diretor da Neobus, Paulo Ledur.
| Automotive Business (publicado em 28-10-2019) | | | | Objetivo principal é trocar airbags Takata com defeito; 100 mil clientes serão contatados até o fim do ano
A Nissan iniciou uma campanha com os clientes que não atenderam a diferentes recalls. A montadora vai adotar ações para conscientizar os proprietários. O alvo principal serão os airbags defeituosos fornecidos pela Takata, que podem disparar fragmentos metálicos para dentro do carro, causando ferimentos graves e até fatais. Até o fim do ano a empresa fará cerca de 100 mil contatos.
O Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) ligará para proprietários de veículos inscritos em convocações e que ainda não compareceram às concessionárias. Também serão feitos contatos por e-mail, SMS e por carta mostrando a numeração de chassi e a campanha não atendida.
“Quando iniciamos um recall é porque identificamos que o carro realmente precisa passar por algum procedimento técnico. A ação é regulamentada por uma legislação específica, mas sabemos que muitos motoristas brasileiros não atendem aos chamados. Por isso decidimos ir além”, afirma o diretor de satisfação do cliente e desenvolvimento de rede, Rodolfo Possuelo.
| Automotive Business (publicado em 28-10-2019) | | | |
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