| 18 de fevereiro de 2020
Terça-feira
- Educação e emprego são as principais prioridades para 2020
- Recuperação da atividade industrial prossegue e perspectivas são favoráveis
- Especialização em Indústria 4.0 promovida pela VDI-Brasil ganha novas datas
- Atividade econômica no Sul cresce 0,1% no trimestre até novembro, diz BC
- Economia segue em processo de recuperação gradual, diz BC
- FGV: economia brasileira cresceu 1,2% em 2019
- Varejo paranaense tem crescimento de 3,24% em 2019
- Quem ganhou e quem perdeu com a minirreforma ministerial do governo Bolsonaro
- Reforma tributária é mais importante que a administrativa, diz Maia
- Sociedade pagou a conta na Previdência e empresas devem arcar na tributária, diz Maia
- Maia reage a empresários de serviços e defende reforma tributária da Câmara
- Empresários de comércio e serviços protestam contra PECs 45 e 110
- Seguro-desemprego pode ter taxação opcional
- Drones ajudam a avaliar erosão e compactação do solo no Paraná
- Dólar opera em alta e volta a bater R$ 4,35
- Juros: taxas renovam máximas, na esteira do dólar forte ante real e outras moedas
- Balança comercial tem superávit de US$ 684 milhões na 2ª semana de fevereiro
- IPC-Fipe sobe 0,27% na 2ª quadrissemana de fevereiro
- TST diz que greve na Petrobras é ilegal e que petroleiros devem voltar ao trabalho
- Empregados se mobilizam para manter empregos em fábrica da Petrobras no Paraná
- Oposição quer usar greve na Petrobras contra privatizações
- Petrobras notifica sindicatos da decisão do TST e pede que funcionários retornem
- Petrobras tenta conter maior greve desde 1995 com oferta de dinheiro para quem não aderir a paralisação
- É um colado ao outro’, diz Bolsonaro sobre preço de combustível e alta do dólar
- Um método de impressão 3D inovador permite imprimir objetos inteiros em segundos
- BR e Golar se unem para distribuir GNL no Brasil
- Cummins registra lucro recorde em 2019
- Vendas de consórcio para veículos podem crescer até 15% em 2020
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Câmbio
Em 18/02/2020
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Compra
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Venda
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Dólar
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4,349
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4,349
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Euro
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4,706
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4,708
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Fonte: BACEN
| | | | | As perspectivas da população para 2020 são positivas. Praticamente metade dos entrevistados (49%) acreditam que a economia vai melhorar ou vai melhorar muito. No que diz respeito às ações do governo, as prioridades, segundo a população, devem ser promover a geração de empregos e melhorar a qualidade da educação, ambas escolhidas por 32% dos entrevistados.
| CNI (publicado em 17-02-2020) | | | | O desempenho da indústria de pequeno porte manteve o ritmo de recuperação no final de 2019 e a situação financeira voltou a melhorar. O Índice de Perspectivas e a confiança dos empresários da pequena indústria iniciaram 2020 em alta.
| CNI (publicado em 17-02-2020) | | | | O Programa de Especialização em Indústria 4.0, realizado pela Aliança Brasil-Alemanha para Indústria 4.0, tem novas datas: o primeiro módulo, realizado em Berlim, na Alemanha, terá início no dia 23 de abril. A capacitação traz módulos teóricos e práticos para apresentar o que há de mais avançado em Indústria 4.0.
Composta pela VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha), pelo Instituto Fraunhofer de Sistemas de Produção e Tecnologia de Design (IPK), pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK-SP) e pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH São Paulo), a Aliança Brasil-Alemanha para Indústria 4.0 decidiu adiar a capacitação, inicialmente prevista para março, a fim de favorecer àqueles que possuem interesse em participar da Hannover Messe, principal feira do mundo para tecnologia industrial. A feira acontece de 20 a 24 de abril.
O programa foi criado para apresentar conceitos, melhores práticas e fomentar projetos no setor da Indústria 4.0, tornando os profissionais participantes do curso agentes de transformação em suas empresas.
A primeira fase do Programa, “Inspiration to i4.0”, acontece na sede do Instituto Fraunhofer IPK na cidade de Berlim, na Alemanha, de 23 a 29 de abril.
Durante os 5 dias de imersão, os participantes serão introduzidos ao conceito de Indústria 4.0, visitando laboratórios e centros de pesquisa e entendendo seus principais pilares e desafios, bem como a estratégia e as tecnologias necessárias para a transformação digital.
Já a segunda fase, “Hands-on to i4.0”, oferece aos participantes do curso a oportunidade de colocar na prática o que foi aprendido no primeiro módulo, desenvolvendo durante três meses um projeto-piloto para implementação em sua empresa com workshops e mentorias realizados no ITA, em São José dos Campos.
As inscrições para o Programa de Especialização em Indústria 4.0 estão abertas até dia 20 de março. Interessados na capacitação podem adquirir mais informações no botão abaixo ou entrar em contato pelo e-mail inovacao@ahkbrasil.com.
| Ind 4.0 | | | | A atividade econômica da região Sul avançou 0,1% no trimestre encerrado em novembro, ante o trimestre finalizado em agosto, quando houve alta de 0,6%, conforme a série dessazonalizada. A informação é do Boletim Regional do Banco Central (BC), divulgado nesta terça-feira, 18.
De acordo com o BC, o nível de atividade na região “manteve processo de recuperação gradual ao final de 2019, refletindo resultado positivo no comércio, diminuição na produção fabril e apropriação de colheita menos favorável nas lavouras de inverno”.
A instituição ponderou ainda que, na região, “o consumo das famílias deve permanecer estimulado pelos saques do FGTS, pelo retorno da inflação a patamar mais baixo e pela disponibilidade de crédito, em contexto de taxas de juros baixas”. “Esse ambiente, aliado ao aumento da confiança dos agentes, tende a favorecer a atividade econômica.”
O BC ponderou, sem citar diretamente o surto do novo coronavírus, que a desaceleração do crescimento mundial “poderá agravar o desempenho da região, que vem sendo negativamente impactado por reduções das compras da China e Argentina”.
A instituição divulga o Boletim Regional em Recife (PE). No documento, a análise da atividade nas regiões leva em conta os dados até novembro deste ano.
| Tribuna PR | | | | Boletim apresenta visão econômica das regiões do país
A economia brasileira continua a mostrar sinais de recuperação gradual. Essa é a conclusão do Banco Central (BC), que divulgou hoje (18) o Boletim Regional – publicação trimestral cujo objetivo é trazer uma visão das regiões do país a partir de dados e indicadores econômicos.
“Regionalmente, observa-se ritmo mais sustentado de crescimento da economia em todas as regiões do país, refletido na maior disseminação das taxas de expansão das diversas atividades econômicas e do mercado de trabalho”, diz o boletim.
Norte
O boletim destaca que “a evolução recente da economia do Norte foi beneficiada, no trimestre encerrado em novembro, pelo aumento das vendas no varejo, pela continuidade da recuperação no setor de serviços e pela produção agrícola recorde”. “Esses fatores mitigaram os efeitos da retração da produção industrial, resultado da combinação de queda na atividade extrativa (com participação relevante na região) e aumento na transformação, destacando impressão e reprodução de gravações, no Amazonas, e metalurgia no Pará”.
Nordeste
A atividade econômica no Nordeste segue em menor ritmo de expansão na comparação com as demais regiões. “Esse desempenho ocorre em cenário de recuperação gradual do mercado de trabalho, com geração de postos formais, em especial, no setor de serviços e na construção civil. Adicionalmente, houve recuperação da indústria na margem, após quatro trimestres de retração, com destaque para a fabricação de derivados de petróleo e vestuário e acessórios”, diz o BC.
Centro-Oeste
No Centro-Oeste, “a atividade econômica arrefeceu no trimestre encerrado em novembro, após crescimento no trimestre anterior quando foi impulsionada pela colheita recorde da safra de inverno e seus desdobramentos nas atividades relacionadas à cadeia produtiva do agronegócio”. “Houve menor dinamismo da atividade [econômica] nos segmentos de agricultura, transporte e setor público, cujos impactos foram parcialmente neutralizados pelo desempenho favorável da indústria de transformação, construção civil e comércio. As perspectivas seguem positivas para a região, com aumento esperado na safra de soja e nas exportações de carne”.
Sudeste
Segundo o BC, dados econômicos da região Sudeste indicaram aceleração da atividade recentemente. “A economia da região foi estimulada pela retomada consistente da produção industrial e do setor de serviços, enquanto os mercados de trabalho e de crédito continuaram em expansão gradual. No setor de serviços, observou-se retomada mais vigorosa no trimestre encerrado em novembro, acompanhando o ambiente de maior confiança e movimento de gradual e persistente de recuperação do consumo das famílias”.
Sul
No Sul, o Boletim Regional também destaca o processo de recuperação da economia. “A atividade econômica no Sul manteve processo de recuperação gradual ao final de 2019, refletindo, em parte, resultados positivos no setor de comércio e serviços cujos efeitos se sobrepuseram aos da diminuição na produção fabril e da apropriação de colheita menos favorável nas lavouras de inverno. O mercado de trabalho formal segue em trajetória de expansão, com melhora na geração de postos em todos os setores. A economia da região deve permanecer estimulada, influenciada pela continuidade de expansão do crédito e pela perspectiva de safra agrícola favorável”.
| Agência Brasil | | | | Dados estão no Monitor do PIB, divulgado pela Fundação Getulio Vargas
O Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - cresceu 1,2% em 2019, segundo dados do Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). De acordo com a pesquisa, divulgada hoje (18), o resultado foi provocado, sob a ótica da demanda, pelos crescimentos de 2,7% na formação bruta de capital fixo (investimentos) e de 1,8% no consumo das famílias.
As importações também cresceram (1,4%) no período. As exportações, por outro lado, tiveram queda de 2,2% no ano.
Sob a ótica da produção, os três grandes setores cresceram: serviços (1,3%), indústria (1,5%) e agropecuária (0,5%).
| Agência Brasil | | | |
O varejo paranaense encerrou 2019 com crescimento de 3,24% nas vendas, conforme aponta a Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). As lojas de departamentos tiveram o melhor desempenho entre os setores analisados, com alta de 21,82% em relação a 2018. Os setores de combustíveis (7,87%), óticas, cine-foto-som (7,46%), concessionárias de veículos (6,06%) e supermercados (4,33%) também comemoram os lucros obtidos no ano passado.
Análise regional
A região de maior destaque foi o Sudoeste, com alta de 11,28% no acumulado do ano passado. Depois de um 2018 difícil, o varejo desta região voltou a crescer, especialmente as concessionárias de veículos (24,57%), lojas de departamentos (11,17%) e de materiais de construção (8,55%).
Curitiba e Região Metropolitana também tiveram bom desempenho, com aumento de 4,87% no faturamento do comércio, principalmente nas categorias lojas de departamentos (22,72%), óticas, cine-foto-som (12,20%), concessionárias de veículos (5,81%) e supermercados (3,72%).
As vendas do varejo de Ponta Grossa apresentaram crescimento de 3,37%, com destaque para as lojas de departamentos (26,35%), farmácias (10,80%), autopeças (8,41%) e concessionárias de veículos (5,10%).
Já na região Oeste, houve elevação de 2,17%, motivada pelo alto fluxo de vendas das lojas de departamentos (20,91%), combustíveis (9,38%) e óticas, cine-foto-som (6,97%).
Em Londrina os estabelecimentos comerciais registraram vendas 1,48% superiores em relação a 2018. Os ramos que mais cresceram foram as lojas de departamentos (21,61%) e concessionárias de veículos (21,20%).
Apenas a região de Maringá apresentou redução de 0,21% no faturamento do comércio, apesar dos bons resultados das lojas de departamentos (13,63%), vestuário e tecidos (4,82%) e supermercados (4,41%), os setores de livrarias e papelarias (-12,07%) e materiais de construção (-8,09%) tiveram redução nas vendas.
Natal
As vendas de Natal não foram tão promissoras como o esperado. Apesar do movimento adicional de 8,26% em relação a novembro, o faturamento do varejo em dezembro do ano passado ficou no mesmo nível de 2018, com crescimento de apenas 0,06%.
Isso porque setores tradicionalmente movimentados com as compras de Natal venderam menos do que no mesmo mês do ano anterior, tais como vestuário e tecidos (-9,09%), materiais de construção (-8,23%), supermercados (-2,42%) e calçados (-2,11%). Por outro lado, os ramos de concessionárias de veículos (11,28%), combustíveis (8,28%) e móveis, decorações e utilidades domésticas (4,78%) cresceram em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2018.
| Bem Paraná | | | | O presidente Jair Bolsonaro dá posse nesta terça-feira (18) ao general Braga Netto e a Onyx Lorenzoni nos ministérios, respectivamente, da Casa Civil e da Cidadania. As trocas serão a sexta e a sétima no primeiro escalão de Bolsonaro desde o início do seu mandato. E representam uma espécie de indicativo de que o segundo ano da gestão Bolsonaro se desenvolverá com uma nova dinâmica de forças, tanto no Palácio do Planalto quanto na Esplanada dos Ministérios.
O ritmo de modificações que Bolsonaro faz em seu primeiro escalão é inferior, por exemplo, ao adotado por Dilma Rousseff (PT) no início de seu primeiro mandato. Em 2011, a petista dispensou sete ministros em um curto prazo de tempo, processo que foi apelidado de "faxina ética". Ainda assim, as alterações promovidas por Bolsonaro contrariam declarações recentes do próprio presidente, de que uma reforma ministerial não estaria em seus planos.
Braga Netto assume a Casa Civil no lugar de Onyx, que foi deslocado para o Ministério da Cidadania após um processo de fritura. O antigo titular da pasta Osmar Terra (MDB) reassumirá mandato na Câmara dos Deputados. Na semana anterior, a modificação que se concretizou foi a entrada de Rogério Marinho no Ministério do Desenvolvimento Regional, em substituição a Gustavo Canuto – que foi direcionado para a presidência do Dataprev.
Mesmo com pouco tempo passado, 2020 também já registrou modificações como a queda do presidente do INSS, Renato Vieira, substituído por Leonardo Rolim; a ascensão de Bruno Bianco para a Secretaria Especial da Previdência (cargo que era de Rogério Marinho); a demissão do secretário da Cultura Roberto Alvim após a publicação de um vídeo com inspiração nazista; e a quase certa – mas ainda não oficializada – indicação da atriz Regina Duarte para a vaga.
A temporada de especulações e cortes, por outro lado, faz com que outras figuras do primeiro escalão do governo estejam se fortalecendo. Ao "sobreviverem" à derrocada, mostram que podem amplificar seus poderes ao longo deste segundo ano da gestão Bolsonaro. O processo ainda não está concluído – nomes hoje com estabilidade podem ter seus status modificados por conta de circunstâncias ainda não consideradas.
Quem ganhou
Ala militar
Não há dúvida: a minirreforma ministerial ampliou a influência da chamada “ala militar”, que desde o início do governo trava uma queda de braço com a “ala ideológica”, da qual são adeptos os filhos do presidente da República.
O grupo foi turbinado com a chegada de Braga Netto à Casa Civil, a escolha do almirante Flávio Rocha para chefiar a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), o indicativo de Bolsonaro de estar feliz em ter "o terceiro andar do Palácio do Planalto militarizado" e a baixa reação contrária, ao menos em público, por parte do Congresso Nacional.
Outro detalhe: Braga Netto é um militar da ativa e até semana passada chefiava o Estado-Maior do Exército. Além disso, traz consigo a experiência adquirida como interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, em 2018. Vai trabalhar junto com outro general da ativa, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que se tornou um dos conselheiros mais próximos de Jair Bolsonaro.
Hamilton Mourão
O vice-presidente foi tema de uma brincadeira recente de Bolsonaro – o presidente disse que Mourão era a única figura garantida no governo por ter seu mandato garantido via eleição. Agora, o general começou 2020 em alta: foi "premiado" com a recriação do Conselho da Amazônia. O órgão foi criado em 1995, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, e estava desativado. Retornará sob a coordenação de Mourão e com a presença de 14 ministérios.
Apesar da condição, o general Mourão não desfrutou de um ambiente pacífico em 2019, principalmente no início do ano. Foi tema de críticas do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, e do guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, e de um pedido de impeachment apresentado pelo deputado Marco Feliciano (Podemos-SP), aliado de primeira hora do Palácio do Planalto.
Abraham Weintraub
O ministro da Educação saiu de férias no fim do ano passado sob risco de não retornar ao cargo. Seu estilo virulento nas redes sociais chamava a atenção e incomodava aliados do governo. A isso se somou a série de problemas na aplicação do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. Weintraub depois se tornou alvo de pesadas críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de um pedido de impeachment assinado por um grupo de deputados federais e senadores.
A série de controvérsias, porém, não levou à queda do ministro. Ao contrário: parece ter proporcionado uma espécie de fortalecimento. Nesta segunda-feira (17), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, declarou que "Weintraub é o melhor ministro da Educação". O titular da pasta, dias antes, havia sido beneficiado com uma campanha nas redes sociais veiculada por bolsonaristas, que viralizaram a hashtag #somostodosweintraub. Os deputados Hélio Lopes (PSL-RJ) e Carla Zambelli (PSL-SP) estiveram entre os que saíram em defesa do ministro.
Rogério Marinho
O novo titular do Ministério do Desenvolvimento Regional é outro que sai fortalecido com as modificações recentes. A ascensão como ministro é a coroação de um processo que se iniciou no início do governo Bolsonaro, quando foi nomeado secretário da Previdência. Marinho foi um dos responsáveis pelo principal projeto econômico do país em 2019, a reforma do sistema de aposentadorias e pensões do INSS.
Ele se destacou na condução da reforma, em especial no relacionamento com o Congresso, e assim se cacifou junto a Bolsonaro. Um reerguimento na carreira que parecia improvável em outubro de 2018, quando registrou 20 mil votos a menos do que na eleição anterior e não conseguiu renovar seu mandato de deputado federal pelo Rio Grande do Norte.
Sergio Moro
Quem também está com tudo neste início de ano é o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O ministério comandado pelo ex-juiz da Lava Jato foi alvo de uma especulação em janeiro sobre uma possível divisão de suas atribuições – com Justiça de um lado e a Segurança Pública de outro.
O nome do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) chegou a ser especulado como comandante do "Ministério da Segurança Pública", que teria a Polícia Federal como subordinada, e chegou a dar entrevistas criticando a suposta falta de experiência de Moro na área. A opinião pública e o ex-juiz não reagiram bem à proposta – Moro teria dito a aliados que pediria demissão se isso acontecesse –, e Bolsonaro arquivou a iniciativa rapidamente."
Quem perdeu
Onyx Lorenzoni
Onyx foi uma das primeiras figuras relevantes da política de Brasília a acreditar na possibilidade de Bolsonaro ganhar a eleição presidencial. Após a vitória nas urnas, coube a Onyx coordenar a transição governamental. Ocupou a Casa Civil sem maiores sobressaltos ao longo de 2019 e, sempre que possível, valorizava sua conexão com Bolsonaro.
Mas uma série de episódios foi gerando desgastes entre ele e o presidente da República. Onyx foi criticado por interferir na negociação entre o Planalto e o Congresso – atribuição que deveria ser exclusiva do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos – e acabou sendo afetado pela viagem que o então secretário-executivo da Casa Civil fez em um avião da FAB entre a Suíça e a Índia. O episódio levou à demissão de Vicente Santini e também a um esvaziamento das funções da Casa Civil. A destituição de Onyx do cargo acabou se mostrando uma etapa natural.
O agora ex-ministro da Casa Civil se preocupou em minimizar os impactos do episódio. Divulgou um vídeo em que dizia "não importar o número da camisa", desde que continuasse servindo ao governo. Antes de ter a sua indicação ao Ministério da Cidadania confirmada, viu seu nome considerado a voltar à Câmara.
Osmar Terra
O deputado federal do MDB assumiu no começo do governo um superministério da Cidadania, que tinha entre suas atribuições o Bolsa Família, a política antidrogas, as secretarias de Cultura e Esporte, e o projeto Pátria Voluntária, tocado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro. Um ano depois foi demitido por “falta de desempenho”, segundo interlocutores do Planalto.
Terra vinha sofrendo um processo de esvaziamento: primeiro o Pátria Voluntária saiu do guarda-chuva da Cidadania para o Palácio do Planalto. Depois, Terra perdeu a pasta da Cultura, que foi para o Ministério do Turismo.
Também causou desgaste o aumento da fila do Bolsa Família, que tinha sido zerada no governo do ex-presidente Michel Temer. Além disso, Terra assinou um contrato do ministério com uma empresa de tecnologia da informação alvo da Polícia Federal por irregularidades no governo Temer – e ele fez isso mesmo alertado da investigação.
Filipe Martins
Outro que perdeu espaço com as modificações recentes foi o assessor especial para assuntos internacionais Filipe Martins. Ele viu a assessoria sob seu comando sair da alçada da Presidência da República para o comando da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que passou a ser chefiada por outro militar, o almirante Flávio Rocha.
Martins, discípulo do filósofo Olavo de Carvalho e tido como um dos principais membros da "ala ideológica" do governo, viu sua influência ser diminuída.
Quem ainda pode balançar
O momento do governo contempla ainda integrantes do primeiro escalão que por ora estão poupados, mas podem ser incluídos em uma leva de novas modificações.
Um exemplo é o do chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), Fábio Wajngarten. Ele passou a encarar um fogo cruzado desde que reportagens da Folha de São Paulo identificaram que ele é sócio de uma empresa que recebe verbas de publicidade do governo federal – destinadas pela própria Secom. Bolsonaro bancou Wajngarten e criticou a imprensa, mas uma possível demissão prossegue no radar.
E outra hipótese é a do desligamento do titular das Minas e Energia, Bento Albuquerque. A saída do ministro, que é almirante, era dada como certa por pessoas do setor no fim do ano passado. A demissão não ocorreu, mas o desligamento pode ocorrer – ainda que de modo mais nobre, com a indicação de Albuquerque para uma vaga no Superior Tribunal Militar.
Já o ministro Paulo Guedes, da Economia, não chegou a ser ameaçado de demissão, mas é possível dizer que seu status perante Bolsonaro deixou de ser inabalável. O presidente não gostou da declaração de Guedes sobre a alta do dólar, a de que a elevação do valor da moeda americana tinha como benefícios impedir que "domésticas" viajassem para a Disney.
Habitualmente enérgico na defesa dos seus auxiliares, Bolsonaro não se mobilizou para rebater as críticas ao ministro: "pergunta para quem falou isso, eu respondo pelos meus atos", disse, quando questionado sobre o tema. Dias antes, Guedes já havia causado controvérsia ao comparar servidores públicos a "parasitas".
| Gazeta do Povo ( publicado em 17-02-2020) | | | | Presidente da Câmara vai propor desoneração progressiva da folha de pagamentos
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a reforma tributária é mais importante neste momento do que a administrativa.
"Se só puder fazer uma, a tributária é mais importante do que a administrativa", afirmou Maia, que disse achar possível aprovar as duas reformas.
O presidente deu entrevista para o My News, canal de notícias na internet, nesta segunda-feira (17) em Brasília.
"Como você tem PEC do Teto de Gastos, ela vai limitar os gastos públicos ao longo dos próximos 17 anos, então se você falar 'só pode ter uma' eu iria na tributária, porque é o sistema tributário que gera ineficiência e a falta de produtividade do setor privado brasileiro", disse.
"Mas eu tenho convicção de que é possível fazer as duas, principalmente da forma como o governo vai mandar a administrativa, mexendo com os novos servidores. Acho que isso tira muitos dos conflitos, não todos, porque os atuais na verdade não quer que tenha outro sistema", disse.
Maia afirmou que a Câmara estuda apresentar, dentro do projeto de reforma tributária, uma proposta de desoneração progressiva da folha de pagamentos –plano diferente daquele defendido pela equipe econômica do governo.
A primeira etapa seria uma isenção da contribuição patronal apenas sobre o primeiro salário mínimo de cada funcionário. A desoneração total viria nos anos seguintes de implementação da reforma.
"Essa é uma das hipóteses. O que eu estou propondo é que se faça simulações daquilo que é possível, já na reforma tributária, para trazer o debate da desoneração", disse. "Tem que ser feito de forma escalonada, porque não há recursos para fazer a desoneração da forma como o ministro Paulo Guedes quer."
Essa solução, segundo o presidente da Câmara, seria a maneira de evitar a criação de um novo pagamento para compensar as perdas com a isenção dessa contribuição. A equipe do governo chegou a cogitar a criação de um tributo nos moldes da antiga CPMF –o que é descartado pelo Congresso.
Segundo Maia, os cálculos feitos pelos economistas que auxiliam a Câmara na elaboração da proposta colocam que a desoneração do primeiro salário mínimo reduziria a arrecadação do governo em R$ 70 bilhões por ano. A desoneração total custaria R$ 200 bilhões por ano.
"É caro. Não adianta a gente achar que, da noite para o dia, resolve R$ 200 bilhões, porque a solução para resolver isso aí é mais imposto, e a sociedade já paga 36%", declarou.
"O governo vai propor a criação de um imposto e vai acabar com quantos? Com nenhum? Vamos concentrar o benefício da desoneração da folha em parte do setor econômico e toda a sociedade vai pagar a conta?", questionou.
"Não estou contra a desoneração. Estou dizendo que não é tão simples assim, você vai desonerar e vai gerar emprego."
| Folha de S. Paulo ( publicado em 17-02-2020) | | | | Presidente da Câmara também disse que o governo mudou sua agenda de privatizações
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a sociedade pagou a conta na reforma da Previdência e que as empresas devem arcar com eventuais custos de uma reforma tributária.
“Muitas vezes a elite também erra, quer que a sociedade pague a conta da redução do custo de alguns setores da economia. Temos que ter a coragem de falar a verdade. Na reforma da Previdência, a sociedade pagou mais a conta do que os empresários”, disse Maia durante o evento CEO Conference Brasil 2020 do banco BTG Pactual, nesta terça-feira (18), em São Paulo.
Segundo Maia, alguns empresários “ressuscitaram o Everardo (Maciel, ex-secretário da Receita) como garoto-propaganda da CPMF”.
“Se algum setor está preocupado, tem que dialogar e entender que a parte da contribuição dos empresários deve existir da mesma forma que o brasileiro também colaborou com a reforma da previdência”, afirmou.
O presidente da Câmara também disse que o governo mudou sua agenda de privatizações.
“A maior empresa que o governo vai privatizar é a Eletrobras. Não tem grandes privatizações. Quando as pessoas estão na oposição, falam que tem que privatizar Caixa, BB e Petrobras, mas quando senta na cadeira muda. Aí, a função social dos bancos é enorme.”
Maia afirma que o Senado ainda resiste sobre a privatização da Eletrobras e que após resolver essa questão, o assunto deve andar rápido na Câmara.
Ele diz, no entanto, que a privatização dos Correios enfrenta mais resistência. “Meu WhatsApp é mais atacado quando trato desse tema”, diz ele, que defende a quebra do monopólio da estatal.
| Folha de S.Paulo | | | | Movimento Brasil 200, que defende nova CPMF, e MBL se opõem ao projeto
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu reagir à ofensiva de representantes do setor de serviços que questionam a reforma tributária da Casa.
"Em vez de a gente estar em uma grande mesa de debate com a sociedade, parte dos empresários está fazendo campanha contra. Não foi assim que eles trabalharam na Previdência, mas a Previdência eles não pagam a conta", afirmou.
Maia disse que é preciso que todos os brasileiros arquem com os custos das reformas de reorganização do Estado.
"Os brasileiros mais simples já deram a sua pequena contribuição na [reforma] previdenciária", disse.
"A gente já está tratando da tributária há muito tempo, o que não se pode aceitar são informações distorcidas", disse.
Além das declarações, Maia compartilhou vídeo na internet dizendo que "alguns donos do poder decidiram financiar a indústria das fake news para confundir a sociedade".
O vídeo compartilhado por Maia defende a PEC (proposta de emenda à Constituição) 45, de autoria deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
O texto foi feito com base em estudo do economista Bernard Appy e unifica cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em um único Imposto sobre Bens e Serviços.
Segundo a peça, a proposta da Câmara trará mais justiça ao reduzir os impostos sobre consumo e aumentar aqueles sobre serviços.
Como os mais pobres consomem mais bens que serviços, diz o narrador, o sistema tributário ganharia mais progressividade. Ou seja, os mais ricos pagariam mais.
Um dos principais grupos que contestam a PEC é o Brasil 200.
O instituto tem no conselho empresários como Flavio Rocha, das lojas Riachuelo, e Luciano Hang, da varejista Havan.
O grupo publicou há cerca de uma semana na internet, por exemplo, uma entrevista em vídeo com Edgard Corona, fundador das redes de academia Bio Ritmo e SmartFit, criticando a proposta da Câmara.
"Estou vendo uma série de empresários preocupados com o formato. O nosso setor especificamente vai ser dizimado. As margens já são muito pequenas, de 10% a 12%, e vamos ter um aumento de imposto de 14%, 16%. Nosso setor deixa de existir ou vai todo para a informalidade", afirma.
Nesta segunda-feira (17), lideranças de entidades coordenadas pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) participaram de um ato contra o aumento de impostos, o desemprego e as duas PECs de reforma tributária no Congresso, a 45 e a 110.
"Chegamos à conclusão de que a população, os empresários e a sociedade não estão sendo ouvidos", diz o presidente da ACSP, Alfredo Cotait, em nota.
Segundo ele, a entidade quer falar aos políticos para que as opiniões dos empresários sejam consideradas.
Outro grupo que resolveu se posicionar contra a proposta é o MBL (Movimento Brasil Livre), que defendeu o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
O grupo se juntou a empresários e entidades do setor de serviços para fazer campanha contra a proposta de reforma tributária em discussão no Congresso.
Nos estudos de sua proposta própria de reforma tributária, o Ministério da Economia já havia absorvido parte das preocupações e estudava um tratamento diferente para alguns setores, como educação e transportes.
Mas o Executivo ainda não enviou suas sugestões, à espera da instalação da comissão mista da Câmara e do Senado.
Maia afirmou que o debate sobre a criação do imposto unificado, o IVA (Imposto de Valor Agregado), deve avançar quando o texto do governo para a reforma tributária chegar ao Congresso.
"O governo está participando, mas, quando ele encaminhar sua reforma nos próximos dias, de IVA nacional, vai nos ajudar a juntar as duas peças e fazer a aprovação de um IVA único, que é o que nós defendemos", afirmou.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 17-02-2020) | | | | Ao lado do ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra e do empresário Flavio Rocha, um grupo de entidades dos setores de comércio e serviços lançaram nesta segunda-feira, 17, um movimento para trabalhar contra os projetos de reforma tributária que tramitam no Congresso, a PEC 45, que está na Câmara, e a PEC 110, que corre no Senado. Eles propõem que seja feita outra reforma, que se basearia em proposta que Cintra defendia quando estava no governo Jair Bolsonaro, com desoneração da folha de pagamento e criação de imposto sobre movimentações financeiras, chamada à época de nova CPMF.
O lançamento do movimento contra as PECs ocorreu no Clube Esperia, na zona norte de São Paulo, em um momento em que as discussões para uma reforma tributária voltam a ganhar a força, depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter indicado que o tema poderia ser superado ainda neste ano, antes das eleições municipais. Também esteve presente no evento o senador Major Olímpio (PSL-SP), anunciado pelas lideranças empresariais como o representante do grupo no Congresso.
Para os empresários dos setores de comércio e serviços que iniciaram o movimento hoje, os projetos que tramitam no Congresso só beneficiariam os bancos, as grandes indústrias e o setor de bebidas alcoólicas, enquanto os setores representados por eles, além do agronegócio, seriam os mais prejudicados.
Chegaram a insinuar que a PEC 45, elaborada pelo tributarista Benard Appy e apresentada na Câmara pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP), teria sido encomendada pelos setores que se beneficiaram das mudanças tributárias.
“Analisando as duas propostas, chegamos à conclusão de que a sociedade civil, as empresas, as entidades empresariais e os trabalhadores não estão sendo ouvidos”, disse Alfredo Cotait, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que organizou o encontro. “Queremos alertar os nossos deputados para o dano que essas duas propostas representariam para a sociedade e para os empresários, para que haja melhor explicação do que está sendo discutido”, afirmou também.
O presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, foi enfático ao pedir a desoneração da folha de pagamento e argumentou que as empresas de comércio e serviços são as que mais empregam no Brasil. Para compensar a perda de arrecadação que o governo teria, ele propôs que fosse criado um imposto sobre movimentações financeiras em depósitos à vista nos bancos, com alíquota de 0,81% e sem atingir poupança e outras aplicações financeiras.
O empresário Flavio Rocha, da Riachuelo, lamentou que tenha sido disseminada a ideia de que todas as reformas são positivas. Para ele, a reforma da Previdência ocorreu porque a maioria das pessoas foi às ruas e pediu. Na visão do empresário, as reformas tributárias em discussão no Congresso não vão melhorar o sistema. “Eu fico admirado que, com essas reformas, estão conseguindo piorar o impiorável”, disse.
Marcos Cintra, um dos últimos a falar, repetiu alguns dos argumentos que usava quando estava à frente da Receita Federal e criticava a PEC 45. Para ele, a reforma tributária tem de ser moderna, sem que se recorra a tributos que só eram inovadores na época da economia analógica.
Também disse que a proposta tem de ser justa, para não sobrecarregar setores específicos. Afirmou ainda que a reforma tem de ser eficiente. “A PEC 45 é uma reedição do que vem discutido desde 1995 em reforma tributária. Mas é burrice fazer a mesma coisa e esperar resultado diferente”, disse.
O senador Major Olímpio chegou a lembrar uma frase atribuída ao economista Roberto Campos, avô do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ao dizer que, na discussão da reforma tributária, é preciso ter “cuidado para não aperfeiçoar o obsoleto”. Em seguida, citou o deputado Tiririca (PL-S), que tem como o bordão a frase “pior do que está não fica”, para dizer que pode ficar pior, sim.
“Defendo o governo, mas estamos diante de uma omissão. A cada momento temos um anúncio diferente. Em uma vez, dizem que o projeto do governo será apresentado na semana seguinte. Depois, afirmam que o governo não enviará mais nenhum projeto”, criticou o senador.
| Tribuna PR (publicado em 17-02-2020) | | | | Cobrança proposta pelo governo é obrigatória e varia de 7,5% a 9%; relator sugere de 5% a 5,5%
Para tentar reduzir as críticas ao pacote de medidas de geração de emprego, a taxação sobre o seguro-desemprego poderá se tornar opcional e mais baixa do que o anunciado pelo governo.
A ideia em estudo pela equipe do relator da proposta, deputado Cristino Áureo (PP-RJ), é que a cobrança fique entre 5% e 5,5%. Esses recursos seriam transferidos para o INSS e, por isso, contariam como tempo de contribuição para aposentadoria.
Ao anunciar o pacote de emprego, incluindo o contrato Verde e Amarelo, o governo também apresentou uma proposta para taxar o seguro-desemprego.
A medida gerou fortes críticas no Congresso e impulsionou uma onda de rejeição à MP (medida provisória).
A cobrança proposta pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, não é optativa e varia de 7,5% a 9%, dependendo o valor do benefício.
Congressistas criticaram o programa de Guedes, pois taxa pessoas desempregadas e concede incentivos tributários a empresas que criarem novas vagas.
Para estimular o mercado de trabalho, o contrato Verde e Amarelo prevê isenção ou descontos para o patrão sobre encargos trabalhistas.
O objetivo é reduzir entre 30% e 34% o custo da contratação. Os benefícios se aplicam apenas a novos postos de trabalho e são vedados para substituição de mão de obra.
A taxação do seguro-desemprego foi apresentada como forma de bancar o programa. Áureo avalia mudanças para amenizar as resistências no Congresso à MP.
O relatório deve ser apresentado nesta quarta (19) na comissão formada por deputados e senadores para avaliar a proposta.
O governo Jair Bolsonaro argumenta que a contribuição previdenciária sobre o seguro-desemprego é uma forma de que a pessoa, mesmo sem contrato fixo de trabalho, possa continuar contando tempo para se aposentar e garantir direitos a benefícios do INSS, como auxílio-doença e salário-maternidade, por mais tempo.
Diante do embate político, o relator busca alternativa à proposta da equipe de Guedes.
A taxa próxima de 5% é uma possibilidade, uma vez que é o percentual pago pelo MEI (Microempreendedor Individual).
Outra alteração em estudo é para reduzir as benesses prevista para empresários. Mas isso ainda depende de acertos a serem feitos com o Ministério da Economia.
Uma ideia é que, em vez de ter desoneração total da contribuição patronal ao INSS, as empresas que optarem pelo Verde e Amarelo poderão ter de pagar uma taxa, porém bem abaixo dos 20% sobre a folha de pagamento (quando não há incentivo fiscal).
Áureo ainda está finalizando a nova versão do pacote de estímulo ao emprego, mas já afirmou que quer ampliar o público desse novo tipo de contratação para trabalhadores acima de 55 anos e que estejam fora do mercado de trabalho formal há mais de 12 meses.
O programa, criado por MP e que precisa de aval do Congresso, reduz obrigações patronais da folha de pagamento para contratação de jovens de 18 a 29 anos, que conseguem o primeiro emprego formal e com remuneração de até um salário mínimo e meio (R$ 1.567,50).
O governo chegou a estudar que os incentivos tributários também valessem para contratações de trabalhadores acima de 55 anos, mas desistiu por causa da dificuldade de encontrar uma forma de bancar a medida mais ampla.
Áureo, agora, analisa a inclusão desse grupo no programa, mas mantendo a limitação salarial (R$ 1.567,50)
| Folha de S.Paulo | | | | Imagens de satélite têm amplitude maior, mas resolução e visibilidade menores
As máquinas agrícolas ficam maiores e mais pesadas. Os produtores, para aproveitar melhor a janela ideal de plantio, se utilizam cada vez mais de sementes precoces, que encurtam o período da safra.
O resultado é que as máquinas, mais pesadas, entram no campo para a colheita ainda em períodos úmidos.
Na sequência, também em um período de solo úmido, entram os tratores, da mesma forma pesados, para o plantio.
Aos poucos, e muitas vezes sem o produtor perceber, aumenta a compactação do solo, o que resulta em uma perda de produtividade.
Para detectar esse fenômeno e orientar os produtores sobre a necessidade de um bom manejo do solo, pesquisadores da Embrapa estão utilizando a combinação de imagens de drones e de satélites para monitorar os sistemas de produção no campo. Eles querem criar padrões para um acompanhamento contínuo do que ocorre nas lavouras e no solo.
Esse é um dos projetos que Júlio Franchini, pesquisador da Embrapa Soja (PR), está desenvolvendo em Sertaneja, em Sertanópolis, em Primeiro de Maio e em Cambé, cidades no norte do Paraná.
A área avaliada é de 250 mil hectares, e o foco é acompanhar o manejo de solo feito pelo produtor. O desenvolvimento desse projeto pode dispensar a vistoria a campo e permitir a ampliação do controle para as outras regiões do estado.
As imagens do satélite têm uma amplitude maior, mas resolução e visibilidade menores. Há períodos em que as nuvens dificultam a visibilidade das imagens por até um mês.
O drone permite imagens mais nítidas e sem interferência de nuvens. Elas identificam o início do processo de compactação ou de erosão.
Entre os cuidados com o solo está o aumento da palhada, e a Embrapa recomenda o consórcio entre milho e braquiária por duas ou três safras, ou o plantio isolado do capim no período da segunda safra.
A palhada tem uma grande importância no solo, segundo Franchini. Em uma área com consórcio de milho e de braquiária, a raiz da soja chega a ter dois metros na safra seguinte. Sem o consórcio, fica em apenas 70 centímetros.
Para o pesquisador, isso faz uma diferença muito grande para a planta, principalmente em período de pouca chuva.
A braquiária abre espaço poroso para que a planta desenvolva as raízes. A taxa de infiltração de água no solo é duas vezes mais quando feito o consórcio. Além disso, ela enfraquece o desenvolvimento das ervas daninhas, como buva e capim amargoso.
A qualidade do manejo tem piorado no Paraná, devido à baixa diversificação de culturas. E o foco do projeto é apontar soluções.
A Embrapa tem o apoio da usina de Itaipu, interessada na qualidade do solo. Quanto menor a erosão no Paraná, menores os problemas para a represa e para as turbinas.
As conclusões da Embrapa são levadas ao produtor via Emater paranaense, atualmente renovada e oxigenada, segundo Franchini.
A empresa de pesquisa repassa, ainda, resultados dos estudos para técnicos, cooperativas e contatos diretos com os produtores em “Dias de Campo” ou em feiras.
RITMO MENOR
As exportações de algodão diminuíram 35%, neste mês, em comparação com as de janeiro, mas ainda mantêm elevação de 96% em relação às de fevereiro do ano passado, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex)
Suco de laranja
Os estoques globais de suco brasileiro em poder das empresas associadas à CitrusBR somaram 854 mil toneladas no fim do ano passado, 42% mais do que em igual período de 2018.
Carnes
As exportações da segunda semana deste mês perderam o ritmo acelerado da primeira, mas ainda estão aquecidas.
Quanto foi
Segundo a Secex, o país exportou 26% mais carne de frango neste mês do que em janeiro. As vendas de carnes bovina e suína subiram 15% e 14%, respectivamente, no mesmo período.
| Folha de S.Paulo | | | | Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,68%, a R$ 4,3290.
O dólar segue em trajetória de alta nesta terça-feira (18), voltando a bater R$ 4,35, acompanhando o movimento de valorização de moedas seguras no exterior em meio a temores sobre o impacto econômico do surto de coronavírus.
Às 14h02, a moeda norte-americana subia 0,5%, negociada a R$ 4,3507. Na máxima até o momento, chegou a R$ 4,3560. Já o dólar turismo era vendido a R$ 4,55, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras). Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,68%, a R$ 4,3290, após ter encerrado a semana passada em queda.
Na parcial do mês, a moeda norte-americana tem alta de 1,03%. No ano, já subiu 7,96%. Na quarta-feira passada (12), o dólar alcançou a cotação recorde de fechamento de R$ 4,3505. A máxima intradia foi registrada no dia 13 de fevereiro (R$ 4,3830).
Os temores com a disseminação do coronavírus voltaram ao radar dos agentes financeiros nesta terça-feira, após o alerta da Apple de que não conseguirá cumprir as metas de receita no período entre janeiro e março por causa da doença.
Já os preços do petróleo recuavam pós ter subido nas cinco sessões anteriores, com o Brent caindo abaixo de US$ 57 por barril.
Segundo a Reuters, o Banco Central ofertará nesta terça-feira até 13 mil contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, para rolagem de contratos já existentes.
Além das preocupações sobre o impacto do coronavírus na economia global, o dólar mais valorizado nas últimas semanas também tem refletido os juros em mínimas históricas no Brasil e as perspectivas sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira em 2020.
“No início do ano, havia otimismo e as previsões para o crescimento econômico do Brasil eram superiores a 2%. À medida que o ano começou a avançar, as previsões tiveram de ser reduzidas significativamente”, disse à Reuters You-Na Park-Heger, estrategista de câmbio do Commerzbank. Para ela, o mercado continuará focado nos dados nas próximas semanas e os indicadores “precisariam ser muito positivos para conter a especulação sobre mais flexibilização monetária”.
A redução sucessiva da Selic desde julho de 2019 diminuiu o diferencial de juros entre Brasil e outros pares emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para estrangeiros e gerar um fluxo de saída de dólar. Isso elevaria a cotação da moeda.
Perspectivas
O mercado brasileiro manteve a previsão para a taxa Selic no fim de 2020 em 4,25% ao ano, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira. Atualmente, a taxa de juros já está neste patamar.
Já a previsão do mercado para a alta do PIB em 2020 foi reduzida para 2,23%. A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 permaneceu em R$ 4,10 por dólar. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 4,10 para R$ 4,11 por dólar.
Enquanto Legislativo e Executivo expõem ruídos sobre o curso da agenda reformista, departamentos econômicos e gestoras começam a reduzir as projeções para o crescimento da economia, citando potenciais efeitos do surto de coronavírus e a divulgação de indicadores que sinalizaram um fim de 2019 menos animador para a economia.
A reforma tributária, a administrativa (que mexe com o funcionalismo público) e a PEC emergencial (a qual aciona gatilhos para evitar o descumprimento de regras fiscais) são as três principais propostas no radar do mercado para 2020. Privatizações e mais concessões também estão no cenário.
| G1 | | | | Os juros futuros renovam máximas em toda a curva nesta terça-feira, 18, após a abertura e acompanham a alta do dólar ante real e outras moedas emergentes nesta manhã refletindo o temor global com impactos econômicos do coronavírus após alerta da empresa americana Apple. O movimento é mais acentuado nas taxas médias e longas, mas a alta é limitada, de ao redor de 3 ou 4 pontos-base.
Às 9h10, a taxa do depósito interfinanceiro para janeiro de 2021 estava em R$ 4,225%, na máxima, de 4,220%. O DI para janeiro de 2022 subia a 4,740%, na máxima, de 4,710% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2023 estava em 5,300%, na máxima, de 5,260%, enquanto o vencimento para janeiro de 2025 avançava para 6,000%, na máxima, de 5,870% no ajuste anterior.
| Tribuna PR | | | | A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 684 milhões na segunda semana de fevereiro (10 a 16), segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 17, pelo Ministério da Economia. No período, as exportações somaram US$ 3,812 bilhões e as importações, US$ 3,129 bilhões.
Com o resultado da semana, no mês, a balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 1,787 bilhão, resultado de exportações de US$ 8,411 bilhões menos importações de US$ 6,624 bilhões.
No ano, o saldo comercial deixou de ser deficitário e passa a acumular um pequeno superávit de US$ 52 milhões até a segunda semana de fevereiro. As vendas externas totalizam US$ 22,850 bilhões e as importações, US$ 22,799 bilhões no período.
Análise semanal
De acordo com os dados divulgados, a média das exportações da segunda de fevereiro foi de US$ 762,4 milhões, o que representou uma queda de 17,1% em relação à média exportada na primeira semana do mês (US$ 919,7 milhões).
Essa redução ocorreu em razão da queda nas exportações das três categorias de produtos: semimanufaturados (-43,8%, de 128,6 milhões para US$ 72,3 milhões, por conta de semimanufaturados de ferro/aço, ferro-ligas, celulose, ouro em formas semimanufaturadas, açúcar em bruto); manufaturados (-22,6%, de US$ 326,7 milhões para US$ 252,8 milhões, em razão de óleos combustíveis, tubos flexíveis de ferro ou aço, gasolina, centrifugadores e aparelhos para filtrar ou depurar, bombas, compressores e ventiladores) e básicos (-5,9%, de US$ 464,5 milhões para US$ 437,3 milhões, por conta de minério de ferro, carnes de frango, bovina e suína, minério de cobre, fumo em folha, café cru em grão).
Com relação às importações, a média diária foi de US$ 625,7 milhões, uma retração de 10,5% na comparação com a semana anterior (US$ 699,1 milhões).
Essa queda pode ser explicada, principalmente, pela redução nos gastos com equipamentos eletroeletrônicos, farmacêuticos, veículos automóveis e partes, combustíveis e lubrificantes, filamentos e fibras sintéticas e artificiais.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 17-02-2020) | | | |
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,27% na segunda quadrissemana de fevereiro, acelerando em relação à alta de 0,19% verificada na primeira quadrissemana deste mês, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na segunda leitura de fevereiro, três dos sete componentes do IPC-Fipe migraram para inflação, subiram com mais força ou reduziram deflação. Foi o caso de Habitação (de -0,17% na primeira quadrissemana para 0,16% na segunda quadrissemana), de Saúde (de 0,25% para 0,40%) e de Despesas Pessoais (de -0,58% para -0,45%).
Por outro lado, os demais itens aumentaram de forma mais contida ou passaram a cair: Alimentação (de 0,42% na primeira quadrissemana para 0,40% na segunda quadrissemana), Transportes (de 0,85% para 0,68%), Vestuário (de 0,01% para -0,02%) e Educação (de 2,51% para 1,80%).
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na segunda quadrissemana de fevereiro:
– Habitação: 0,16%
– Alimentação: 0,40%
– Transportes: 0,68%
– Despesas Pessoais: -0,45%
– Saúde: 0,40%
– Vestuário: -0,02%
– Educação: 1,80%
– Índice Geral: 0,27%
| Tribuna PR | | | | Com 17 dias de duração, essa é a maior greve da categoria desde 1995
O ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Ives Gandra decretou ilegal a greve dos petroleiros, que chegou ao 17º dia esta segunda (17). A Petrobras diz ter solicitado que seus empregados voltem às suas atribuições imediatamente.
De acordo com a FUP (Federação Única dos Petroleiros), cerca de 21 mil empregados da estatal aderiram à greve. Há mobilizações em 121 instalações da companhia, entre plataformas, refinarias, usinas térmicas e outras. A Petrobras diz, porém, que a produção não foi afetada.
Em decisão publicada nesta segunda, Gandra estabelece multas entre R$ 250 mil e R$ 500 mil em caso de descumprimento da ordem de suspender a greve. Ele já havia dado decisões semelhantes desde o início da mobilização, mas as ordens não foram cumpridas.
Os sindicatos estavam recorrendo das decisões anteriores na Seção de Dissídios Coletivos do TST, mas desta vez, Gandra cita decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, que autoriza a cassação de greves por decisão monocrática.
Em sua decisão, ele diz que a greve é abusiva e ilegal, pois "tem motivação política e desrespeita ostensivamente a lei de greve". Gandra diz também que os petroleiros vêm desrespeitando ordens judiciais ao não manter contingentes mínimos nas unidades operacionais.
A categoria protesta contra cerca de mil demissões provocadas pelo fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná. Questionam também mudanças feitas pela área de recursos humanos da empresa em temas como turnos e horas extras sem consulta a sindicatos.
A FUP alega que, nos dois pontos, a estatal descumpre acordo coletivo de trabalho –assinado no ano passado depois de longo processo de mediação com o TST e algumas ameaças de greve. Nesta segunda, a entidade disse que ainda não havia sido notificada da última decisão de Gandra.
Com 17 dias de duração, é a maior greve da categoria desde 1995, quando os petroleiros ficaram parados por 32 dias. Eles vêm protestando também contra a privatização de ativos da Petrobras e a política de preços dos combustíveis da estatal.
O QUE OS PETROLEIROS QUEREM
Protestam contra o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná
Todos os 396 trabalhadores da unidade serão demitidos
Os petroleiros acusam a empresa de desrespeitar o acordo coletivo de trabalho ao anunciar as demissões sem negociação com sindicatos
O QUE DIZ A PETROBRAS
A Petrobras alega que a fábrica dá prejuízo
Depois de uma tentativa fracassada de venda, decidiu fechar a unidade, que foi adquirida da Vale em 2012
A empresa tem parecer do TST impedindo a transferência dos empregados para outras unidades, já que não foram admitidos por concurso
| Folha de S. Paulo ( publicado em 17-02-2020) | | | | Estatal oferece acordos de R$ 50 mil a R$ 200 mil, manutenção de plano médico e de auxílio educacional
A placa acima de uma das barracas dos acampados anuncia: são 28 dias de espera por negociações diante do iminente fechamento da Ansa (Araucária Nitrogenados), antiga Fafen-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná).
Os cerca de 1.000 trabalhadores —396 empregados e 600 terceirizados— foram comunicados pela Petrobras ainda em janeiro da hibernação da estrutura, a ocorrer num prazo máximo de 90 dias. Na manhã desta segunda-feira (17), ao menos 30 deles estavam mobilizados em frente ao local pela permanência da fábrica e manutenção dos empregos.
O Sindiquímica-PR (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Paraná) afirma que, até então, não houve negociação coletiva diante das demissões em massa, o que violaria um acordo coletivo de trabalho com a empresa.
Retrato focado na camisa de um homem; ela é laranja e tem escrito "não estamos à venda" com o logo da petrobras embaixo
“É sabido que outras unidades fecharam e foram privatizadas, mas não de maneira abrupta como aconteceu aqui. O trabalhador não conseguiu se preparar, o sindicato e a federação não foram envolvidos para fazer uma conversa. Foi uma decisão unilateral e radical”, aponta Alexandre dos Santos, diretor do sindicato.
Há 15 anos, Santos atua como técnico em segurança do trabalho na unidade que fica em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.
A fabricante aproveita o resíduo asfáltico da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), a poucos metros dali, e produz compostos de fertilizantes. Chega a gerar 700 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia por ano. Também é considerada a maior planta do mundo na produção de Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), produto que misturado ao diesel reduz a emissão de poluentes.
“Vivi vários períodos na empresa, mas jamais imaginei que, com a vinda da Petrobras, ia fechar —muito pelo contrário”, aponta o ex-operador da Ansa Otêmio Garcia de Lima. Ele se aposentou antes do anúncio de desmonte, em novembro de 2019, após 33 anos de serviço. Mesmo fora da ativa, integra o coro para manutenção da empresa no acampamento em frente ao local.
Retrato de Otêmio é pequeno, tem cabelo e barbas e grisalhos. O aposentado veste uma camisa laranja da Petrobras
A venda da fábrica pela Vale Fertilizantes para a Petrobras ocorreu em 2013. Desde então, segundo comunicado da estatal, só acumulou prejuízos, já que a matéria-prima ficou mais cara que o produto final. Segundo a Petrobras, foram R$ 250 milhões em perdas só em 2019.
“A gente não deve [esse dinheiro]. Se a matéria-prima vem da Petrobras, a Petrobras está cobrando da Petrobras. O que ocorreu é que chutaram tanto nossa unidade que, quem ia comprar [a fábrica], desistiu”, retruca o supervisor de mecânica Gerson Henrique Maciel.
Empregado há 17 anos, ele foi um dos cerca de 150 funcionários da Ansa que já recebeu uma carta da empresa na tentativa de fechar acordos individuais de demissão.
Depois de uma tentativa fracassada de venda, decidiu fechar a unidade, que foi adquirida da Vale em 2012
A empresa tem parecer do TST impedindo a transferência dos empregados para outras unidades, já que não foram admitidos por concurso
A empresa está oferecendo pacotes com adicionais que variam de R$ 50 mil a R$ 200 mil, de acordo com a remuneração e o tempo de trabalho, manutenção de plano médico e odontológico, benefício farmácia e auxílio educacional por até 24 meses, além de uma assessoria especializada em recolocação profissional por seis meses.
Segundo o Sindiquímica, menos de uma dezena de funcionários aderiu ao plano da empresa, na maioria aposentados que ainda estavam na ativa.
“Pra mim dói ver que em 17 anos que estou aqui e pelo que todo mundo lutava, uma empresa desse tamanho veio e jogou no lixo. Vi muita gente que chorou devido à perda estamos tendo”, desabafa Maciel.
O desmonte da fábrica de fertilizantes em Araucária também acendeu o alerta dos integrantes do Sindipetro do Paraná. A poucos metros da Ansa, eles também aderiram à greve nacional dos petroleiros e mantêm acampamento em frente à Repar. A unidade de refino do estado integra o pacote de privatizações do governo federal.
Segundo o sindicato, dos cerca de 700 trabalhadores da unidade, a adesão é de 90% na área operacional e de 40% do administrativo. Apesar disso, nesta segunda-feira (17) pela manhã, apenas 40 pessoas se reuniam no local.
Alguns deles tentavam convencer colegas que diariamente entram na unidade com proteção policial a integrarem o movimento. A greve se estende desde o dia 1º de fevereiro.
“Desde o início do atual governo não há negociação com a Petrobras em momento algum”, reclama o diretor do Sindipetro no Paraná Mário Dal Zot. Ele resume a paralisação como uma resposta “ao descaso” da atual gestão com o trabalhador da empresa.
Para Zot, a mobilização dos petroleiros pode ser tornar exemplo para outras categorias de trabalhadores em relação às políticas de privatização da gestão do presidente Jair Bolsonaro.
ONDE A GREVE TEVE ADESÃO, SEGUNDO A FEDERAÇÃO ÚNICA DOS PETROLEIROS
8 plataformas
que representam 44% do total de unidades marítimas de produção operadas pela Petrobras
46% da produção
nacional de petróleo em dezembro, ou 1,4 milhão de barris, vieram dessas plataformas
11 refinarias
Há adesão em todas as grandes unidades do país
24 terminais
8 campos terrestres
8 termelétricas
3 térmicas
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de asfalto
2 unidades industriais
3 bases administrativas
Fontes: FUP e ANP
“A gente conseguiu pautar na sociedade a questão do preço dos combustíveis. O Brasil tira o petróleo do pré-sal, refina a baixíssimo custo e a população, que é a verdadeira acionista da Petrobras, não tem isso reflexo na bomba de combustível e no botijão de gás”, avalia.
Para o técnico em manutenção Ricardo Marinho, há 31 anos funcionário da Petrobras, ocorre um desmonte na estatal, o que prejudica, além dos empregados, o desenvolvimento do país.
“Estão olhando única e exclusivamente para a parte econômica e esta não é a forma correta, não é melhor para o país, deveríamos estar hoje ampliando as refinarias e não privatizando”, avalia.
Trabalhador no refino paranaense há 18 anos, Paulo Henrique Debiasi diz acreditar ainda que a Lava Jato exerceu papel negativo na visão dos brasileiros sobre a estatal, o que contribuiu para o encolhimento da empresa.
“Com o intuito de combater a corrupção, tornaram a Petrobras corrupta como um todo, quando na realidade não é isso”.
Em nota, a Petrobras informou que os sindicatos estão descumprindo decisão judicial de manutenção de 90% do efetivo necessário para manter a operação, mas que tem mantido a produção com equipes de contingência e de empregados que não aderiram ao movimento, o que afastaria a possibilidade de desabastecimento.
A estatal ressaltou ainda a decisão do ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Ives Gandra que declarou inconstitucional a incorporação dos trabalhadores da Ansa aos quadros da Petrobras, uma vez que não são concursados.
| Folha de S.Paulo | | | | Apesar de decisões judiciais contrárias, paralisação já tem cerca de 21 mil adesões
Em sua segunda semana, a greve dos petroleiros vem angariando apoio de partidos de oposição, que esperam que o movimento sirva de estopim para outras mobilizações contra o programa de privatizações do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
A greve chegou ao seu 17º dia nesta segunda-feira (17) e, segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), já tem a adesão de 21 mil empregados. Há mobilizações em 121 unidades da estatal, entre plataformas de produção de petróleo, refinarias e terminais.
A categoria pede a suspensão de quase mil demissões (396 próprios e 600 terceirizados) com o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná, e protesta contra mudanças em temas como troca de turno e pagamento de horas extras que, segundo eles, foram definidas sem negociação prevista no acordo coletivo.
Em primeiro plano, um homem veste um macacão laranja e ergue o braço; ao fundo da foto estão outros trabalhadores trajando a mesma roupa
O pano de fundo, porém, é o programa de venda de ativos iniciado no governo Dilma Rousseff (PT) e reforçado por Bolsonaro. “Entendemos [que o processo de demissões no Paraná] é um balão de ensaio, um teste para o modelo a ser aplicado nas refinarias”, diz o diretor da FUP Deyvid Bacelar, uma das lideranças dos petroleiros.
Com o apoio à maior greve dos petroleiros desde a paralisação de 32 dias em 1995, a expectativa da oposição é que o movimento contra as privatizações ganhe força após o carnaval.
“A política de deliberada destruição da Petrobras só interessa aos concorrentes estrangeiros da empresa e aos inimigos do desenvolvimento soberano do Brasil”, disse o PT em nota de apoio aos petroleiros divulgada nesta segunda.
Em transmissão ao vivo pela internet, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, disse que “quem quer um Brasil democrático, que tem soberania popular, tem a obrigação de apoiar e se manifestar em favor da greve”. Nesta terça (18), a bancada petista definirá, com o ex-presidente Lula, estratégias de ampliação do movimento.
Candidato à presidência pelo PSOL nas últimas eleições, o coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos, estará nesta quarta (19) em ato em frente à sede da estatal, onde um grupo de trabalhadores faz vigília desde o início da greve.
Segundo ele, a oposição enfrentou no ano passado dificuldade para fazer grandes mobilizações, fato que relaciona à “perplexidade” diante do novo governo. Por isso, diz, o ato desta quarta é simbólico. “Virou um grande movimento em defesa da Petrobras.”
ONDE A GREVE TEVE ADESÃO, SEGUNDO A FEDERAÇÃO ÚNICA DOS PETROLEIROS
8 plataformas
que representam 44% do total de unidades marítimas de produção operadas pela Petrobras
46% da produção
nacional de petróleo em dezembro, ou 1,4 milhão de barris, vieram dessas plataformas
11 refinarias
Há adesão em todas as grandes unidades do país
24 terminais
8 campos terrestres
8 termelétricas
3 térmicas
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de asfalto
2 unidades industriais
3 bases administrativas
Fontes: FUP e ANP
“Jamais nos afastaremos de defender a Petrobras, seus trabalhadores e os interesses da pátria”, disse o presidente do PDT, Carlos Lupi, que classifica a venda de ativos da empresa como “crimes de lesa pátria”.
A direção da estatal classifica a greve como política e vem tentando suspender o movimento na Justiça. Em decisões recentes, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou que os petroleiros garantam um efetivo mínimo de 90% do pessoal necessário em cada unidade e aplicou multas aos sindicatos.
O tribunal já declarou que é inviável transferir trabalhadores da fábrica do Paraná para outras unidades, já que não foram contratados por concurso —a Araucária Nitrogenados foi adquirida da Vale, em 2012. O ministro do TST Ives Gandra condicionou a abertura de um processo de mediação à suspensão da greve.
Gandra também voltou a declarar que a greve é ilegal e pediu sua suspensão, mas os sindicatos disseram que ainda não foram notificados. Eles recorreram de duas decisões semelhantes antes. Já a Petrobras disse que notificou as entidades e aguarda que os empregados retornem às suas atribuições imediatamente.
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) as 58 plataformas em greve listadas pela FUP produziram, em dezembro, 1,4 milhão de barris de petróleo por dia. Entre as refinarias, todas as 11 grandes unidades do país aderiram à greve, diz a FUP.
O QUE OS PETROLEIROS QUEREM
Protestam contra o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná
Todos os 396 trabalhadores da unidade serão demitidos
Os petroleiros acusam a empresa de desrespeitar o acordo coletivo de trabalho ao anunciar as demissões sem negociação com sindicatos
O QUE DIZ A PETROBRAS
A Petrobras alega que a fábrica dá prejuízo
Depois de uma tentativa fracassada de venda, decidiu fechar a unidade, que foi adquirida da Vale em 2012
A empresa tem parecer do TST impedindo a transferência dos empregados para outras unidades, já que não foram admitidos por concurso
A Petrobras não comenta esses números. Diz, porém, que a produção não foi afetada e que nenhuma unidade teve adesão total à paralisação.
A empresa está operando com equipes de contingência, formadas por empregados que têm cargo de confiança, aposentados, trabalhadores terceirizados e, segundo a companhia, e empregados que não aderiram à greve.
Executivos do setor de combustíveis ouvidos pela Folha dizem que não há relatos de problemas de abastecimento.
Na semana passada a ANP enviou ofício ao TST alertando para o risco de problemas caso a paralisação se estenda por mais tempo. Bacelar, da FUP, diz que a categoria não está disposta a ceder.
Além do combate à privatização, os petroleiros têm reforçado críticas contra a política de preços dos combustíveis, tema que também entrou no radar do governo Bolsonaro diante do aumento de questionamentos em redes sociais.
A bandeira dos combustíveis uniu nesta segunda petroleiros e caminhoneiros, que em geral apoiam Bolsonaro, em protesto em Santos contra o preço do diesel e o novo zoneamento do porto de Santos.
Na semana passada, os grevistas fizeram campanhas de venda de combustíveis “a preços justos” para angariar apoio. Também ofereceram botijões de gás por R$ 35 a R$ 40 em diversos estados. Em Macaé, ofereceram a motoristas vouchers de R$ 20 para comprar gasolina.
A busca por apoio popular é vista como fundamental para uma categoria que encerrou sua maior paralisação, que durou 32 dias em 1995, em meio a protestos por problemas de abastecimento —e acusada de fazer vista grossa para os crimes de corrupção investigados pela Operação Lava Jato.
“A sociedade brasileira entendeu que os preços dos combustíveis são abusivos”, diz Bacellar, que faz parte da “comissão permanente de negociação” que ocupa há 18 dias uma sala de reuniões no edifício sede da Petrobras. Segundo ele, até agora não houve conversas com a empresa.
| Folha de S.Paulo | | | | A Petrobras afirmou ter notificado as entidades sindicais da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que definiu como abusiva e ilegal a greve dos petroleiros iniciada no primeiro dia deste mês. Em nota divulgada à imprensa, acrescentou que “aguarda que todos os empregados retornem às suas atribuições imediatamente”.
A empresa também reiterou que a paralisação não interferiu na sua produção, mantida por “equipes de contingência e de empregados que não aderiram ao movimento”. E acrescentou que a produção diária e os estoques de combustíveis garantem a oferta ao mercado e evitam o desabastecimento.
As equipes de contingência são formadas por funcionários da Petrobras, temporários e de empresas contratadas. Eles cumprem carga horária diferenciada, com pelo menos 12 horas diárias de descanso, segundo a empresa.
“A Petrobras informa regularmente à ANP o volume de combustíveis produzidos em suas refinarias, assim como a produção de petróleo, não sendo observada queda dos estoques, o que evidencia a normalidade das operações”, complementa a direção da Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa.
Logo após o TST liberar sua decisão, no início da noite, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que lidera a paralisação, informou ainda não ter sido notificada.
| Tribuna PR (publicado em 17-02-2020) | | | | Empresa anunciou uma antecipação do pagamento do prêmio por performance dos funcionários
Enquanto a paralisação dos petroleiros chega a seu 18º dia e já reúne 21 mil funcionários em pelo menos 120 unidades da Petrobras, a empresa tenta conter a greve com pagamentos "aos que estão atuando para a continuidade das atividades da companhia".
Em email interno obtido pela BBC News Brasil, a companhia anunciou uma antecipação do pagamento do prêmio por performance dos funcionários —que substitui o pagamento de participação nos lucros da empresa, extinto desde o ano passado.
"Em reconhecimento aos empregados que têm trabalhado para garantir a realização das atividades normais da companhia desde 1º de fevereiro, a Petrobras decidiu antecipar parte do pagamento do Prêmio por Performance (PPP) 2019", diz o comunicado interno.
No comunicado, a petroleira promete pagar 30% do valor total prometido pelo PPP a cada funcionário no dia 28 de fevereiro —três meses antes do previsto.
"O pagamento ocorrerá no dia 28 de fevereiro e um contracheque específico estará disponível no próximo dia 22. A quitação do PPP 2019 a todos os empregados elegíveis será paga no dia 29 de maio de 2020, após a deliberação da Assembleia Geral Ordinária, de acordo com as regras do programa e após a avaliação de cumprimento de metas e desempenho individual", afirma a empresa na mensagem interna.
Procurada pela reportagem, a Petrobras confirmou o anúncio do adiantamento, mas não quis informar quanto dinheiro a empresa deve gastar com os pagamentos.
A maior greve da Petrobras desde 1995 —que durou 32 dias— vem sendo marcada por uma intensa disputa de narrativas entre a empresa e os grevistas.
O ponto de partida da greve, segundo os sindicatos, foi o fechamento de uma fábrica de fertilizantes no Paraná, com a demissão de 396 funcionários diretos e 600 terceirizados.
GUERRA DE VERSÕES
Segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), estão paralisadas 58 plataformas, 11 refinarias, 24 terminais, 8 campos terrestres, 8 termelétricas, 3 unidades de tratamento de gás, uma usina de biocombustível, uma fábrica de fertilizantes, uma fábrica de lubrificantes, uma usina de processamento de xisto, duas unidades industriais e três bases administrativas.
A empresa, por outro lado, anunciou a contratação emergencial de pessoal durante a greve e disse que "as unidades estão operando nas condições adequadas, com reforço de equipes de contingência quando necessário, e não há impactos na produção até o momento, diz que não houve impactos na produção".
Nesta segunda, o ministro Ives Gandra, do TST (Tribunal Superior do Trabalho), decretou que a greve é ilegal porque teria "motivação política, e desrespeita ostensivamente a lei de greve e as ordens judiciais de atendimento às necessidades inadiáveis da população em seus percentuais mínimos de manutenção de trabalhadores em atividade".
Em nota, a Petrobras afirma que "já notificou as entidades sindicais da decisão e aguarda que todos os empregados retornem às suas atribuições imediatamente".
Os sindicatos, por outro lado, criticam a "decisão monocrática" do ministro Gandra e afirmam que vão recorrer à decisão.
"A orientação é que os petroleiros mantenham a greve e sigam as recomendações dos sindicatos em relação às tentativas de intimidação e assédio dos gestores da Petrobras", diz a Federação Única dos Petroleiros."
ESTOPIM
Para os petroleiros, a Petrobras teria desrespeitado o acordo coletivo do setor ao demitir os empregados da Ansa (Araucária Nitrogenados) sem negociar com sindicatos.
Já a empresa diz que a Ansa, comprada pela Petrobras em 2013, gera "recorrentes prejuízos".
"Na época da aquisição, os atuais empregados já faziam parte dos quadros da empresa. A continuidade operacional da Ansa não se mostra viável economicamente", diz a Petrobras.
Segundo a empresa e o Tribunal Regional do Trabalho, a incorporação dos trabalhadores da fábrica em outros setores da petroleira seria inconstitucional "uma vez que são empregados não concursados".
Esta é uma das principais demandas dos sindicatos, que afirmam que além dos quase 1000 funcinários próprios e terceirizados demitidos, o fechamento da empesa impacta outros 4 mil trabalhadores indiretos como funcionários de fornecedores e distribuidoras.
A Petrobras afirma que oferece um pacote adicional de benefícios aos demitidos.
"Além das verbas rescisórias legais, os funcionários receberão um pacote adicional de benefícios que inclui um valor monetário adicional entre R$ 50 mil e R$ 200 mil, de acordo com a remuneração e o tempo de trabalho; manutenção de plano médico e odontológico, benefício farmácia e auxílio educacional por até 24 meses, além de uma assessoria especializada em recolocação profissional", diz a petroleira.
POR QUE MINISTRO DO TST DECIDIU QUE A GREVE É ILEGAL?
Em decisão proferida nesta segunda-feira (17), o ministro do Tribunal Superior do Trabalho Ives Gandra Filho afirmou a atividade petroleira demanda um "percentual mínimo de 90% de trabalhadores em atividade", sob o argumento de que maquinário e operações podem ser "substancialmente afetados" por causa das "condições especiais da atividade de extração e refino de petróleo e gás natural". Esse percentual foi reafirmado em decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Nesta segunda-feira, porém, a FUP falava em adesão de mais de 60% dos petroleiros das áreas operacionais da empresa. Em sua sentença, Gandra Filho afirma que medidas anteriores contra a FUP e sindicatos do setor não surtiram efeito, como retenção do repasse de mensalidades, contratação de funcionários temporários e bloqueio de contas bancárias. Segundo o ministro, contas foram esvaziadas previamente e os contratados emergencialmente são hostilizados pelos grevistas.
E assim ele decide reforçar uma medida mais dura contra os sindicatos grevistas (que havia sido tomada no dia 4): multas diárias de até R$ 500 mil em caso de descumprimento da decisão de cessar o movimento paredista. FUP e sindicatos disseram que vão recorrer da decisão e manter a greve. Para as entidades, Gandra Filho "decide monocraticamente pela ilegalidade de um movimento legítimo".
| Folha de S.Paulo | | | | O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta terça-feira, 18, que o preço do combustível no Brasil e a alta do dólar estão juntos na escala de preocupação do governo. “É um colado ao outro, né?”, reagiu ao ser questionado sobre qual dos dois o preocupa mais.
Bolsonaro voltou a reclamar do preço da gasolina. O mandatário defende que o ICMS seja cobrado em cima do preço da refinaria, e não da bomba. A proposta, no entanto, enfrenta forte resistência de governadores de diversos Estados.
“Se bem que a gasolina baixou 10% em janeiro na refinaria e na bomba não baixou nada. Sabem o que estou falando, não quero encrenca com ninguém, mas é a verdade e a verdade dói”, continuou o presidente em conversa com jornalistas, pela manhã.
| Tribuna PR | | | | Pesquisadores do Laboratório de Dispositivos Fotônicos Aplicados da EPFL (LAPD), na Suíça, desenvolveram um método inovador de impressão em 3D que poderia turbinar toda uma indústria.
A impressão 3D convencional envolve a construção de um objeto a partir do zero, camada por camada, através de um processo conhecido como manufatura aditiva. É eficaz, mas também bastante entediante. Além disso, a resolução ou nível de detalhe geralmente não é tão boa assim.
Um método de impressão 3D inovador
Esta nova técnica é baseada nos princípios da tomografia. Começa com uma cuba de líquido transparente (plástico líquido ou gel biológico, dependendo da saída desejada) que é inserida na impressora. Ele começa a girar e, quase como que por mágica, o objeto começa a aparecer no recipiente. Em cerca de 30 segundos, está tudo pronto.
Damien Loterie, CEO da Readily3D (a empresa criada para ajudar a desenvolver e comercializar a tecnologia), disse que tudo se resume à luz. Assim, um laser é usado para endurecer o líquido no tanque através de um processo chamado polimerização. Ele acrescentou:
Dependendo do que estamos construindo, usamos algoritmos para calcular exatamente onde precisamos direcionar os feixes, de quais ângulos e em que dose.
Atualmente, a nova técnica pode fabricar objetos de dois centímetros com uma precisão de 80 micrômetros ou o diâmetro do cabelo. Porém, no futuro, eles esperam poder imprimir estruturas de até 15 centímetros.
Por fim, é evidente que os casos de uso potenciais são abundantes. Por exemplo, Christophe Moser, chefe do LAPD, disse que pode ser útil na criação de pequenas peças de silicone ou acrílico que não precisam de acabamento após a impressão. Além disso, existem promessas nas áreas de medicina e biologia, pois essa técnica poderia ser usada para objetos macios, como aparelhos auditivos e protetores bucais.
| Ind 4.0 (publicado em 17-02-2020) | | | | Empresas querem desenvolver negócio de abastecimento em pequena escala
A BR Distribuidora e a Golar anunciam parceria para a distribuição de gás natural liquefeito, o GNL, em pequena escala no Brasil. O objetivo é desenvolver o negócio utilizando a infraestrutura e know how de ambas em suas áreas de atuação e tornar o combustível disponível em regiões ainda não abastecidas. O acordo ainda está sujeito ao cumprimento de condições.
Para Rafael Grisolia, CEO da BR Distribuidora, a atual conjuntura referente à abertura do setor de gás natural no Brasil, somado à busca por combustíveis alternativos é um impulsionador do negócio.
“A empresa já vinha avaliando oportunidades para atuar no negócio de distribuição de GNL no Brasil e agora estamos otimistas com a parceria”, afirma em nota.
Dados da Golar apontam que 95% dos municípios brasileiros não recebem gás natural liquefeito - a liquefação do gás reduz seu volume em 600 vezes, facilitando o transporte.
“Ao longo dos últimos anos temos trabalhado na infraestrutura de base para viabilizar um projeto de tamanha envergadura e, agora, teremos um parceiro robusto que permite a penetração de uma solução disruptiva em um País de dimensões continentais como o Brasil. Estamos extremamente satisfeitos com essa parceria que vem se desenhando há meses e promete ser algo verdadeiramente transformador”, complementa Eduardo Antonello, CEO da Golar Power.
| Automotive Business ( publicado em 17-02-2020) | | | | E faturamento diminui 1% na comparação com o ano anterior
A Cummins registrou lucro recorde em 2019, apesar de verificar faturamento levemente menor no período em comparação com o ano anterior, informa em comunicado divulgado na segunda-feira, 17.
Segundo a companhia, o lucro chegou a US$ 2,3 bilhões no ano passado, aumento de 9,5% sobre o resultado de 2018.
No entanto, a empresa verificou queda de 1% na receita de 2019 ao faturar US$ 23,6 bilhões – um ano antes, a receita foi de US$ 23,8 bilhões, valor recorde para a companhia. Em nota, a Cummins destaca que as receitas aumentaram 3% na América do Norte e as vendas internacionais caíram 6% por causa da menor demanda na Europa e na Índia.
O Ebitda fechou o ano passado em US$ 3,6 bilhões representando 15,3% das vendas – em 2018, o resultado era de US$ 3,5 bilhões ou 14,6% das vendas.
Segundo Tom Linebarger, CEO da Cummins, as ações que a empresa adotou para diminuir os custos vão ajudar a reduzir ainda mais a desaceleração em 2020, o que para ele, posicionará a companhia com um desempenho mais forte quando a demanda do mercado melhorar.
“Apesar das condições desafiadoras em muitos de nossos maiores mercados no último semestre de 2019, a Cummins obteve lucros recordes e fluxo de caixa operacional no ano passado. Continuaremos a investir em novas tecnologias e produtos para gerar forte crescimento e lucratividade para a empresa no curto e no longo prazo”, disse.
Com os resultados, a organização devolveu um valor recorde de US$ 2 bilhões aos acionistas na forma de dividendos e recompras de ações.
| Automotive Business ( publicado em 17-02-2020) | | | | Previsão da Abac aponta alta de até 10% para leves e de até 20% nos pesados
As vendas de consórcio para veículos podem crescer entre 7% e 15% em 2020, de acordo com as projeções para o ano divulgadas na segunda-feira, 17, pela Abac, associação das administradoras de consórcios.
O setor de veículos responde por mais de 80% de todas as cotas vendidas pelo sistema, que também financia outros setores, como imóveis e serviços. Na projeção geral, a entidade considera a soma de modelos leves, como automóveis e utilitários, e pesados, entre caminhões, ônibus e máquinas agrícolas, além de motocicletas. O presidente da Abac revela as previsões para cada segmento.
“Não é fácil fazer projeções, especialmente quando vivenciamos constantes influências internas e externas. Acreditamos em avanços entre 7% e 10% para veículos leves, em até 20% para veículos pesados e alta de 4% a 7% para motocicletas”, projeta o presidente da Abac, Paulo Rossi.
Segundo a Abac, as previsões são baseadas no viés positivo esperado para o mercado em 2020 e projetado tanto pelas fabricantes de veículos (Anfavea) como pelas concessionárias (Fenabrave).
BALANÇO POSITIVO DE CONSÓRCIOS EM 2019
A projeção positiva para 2020 vem após um bom ano para o setor de consórcios: em 2019, as vendas de novas cotas para a aquisição de veículos cresceram 7,6% com 2,42 milhões de novas cotas sobre o resultado do ano anterior.
Com isso, o total de participantes interessados em veículos chegou a 6,18 milhões, aumento de 1% no comparativo anual. Deste total, 1,1 milhão de pessoas foram contempladas (quando o consorciado recebe o crédito para a compra do bem). O volume ficou estável com relação a 2018. O crédito disponível pelo sistema de consórcio em 2019 somou R$ 34,1 bilhões, crescimento de 3,3% sobre o resultado do ano anterior.
Por segmento, o de veículos leves – automóveis e utilitários – teve um aumento de 9,5% nas vendas para um total de 1,27 milhão de novas cotas. O segmento lidera o sistema de consórcio com mais de 3,68 milhões de consorciados no fechamento de 2019.
Para os pesados, as vendas de consórcios cresceram 28,8% em 2019, para pouco mais de 91,6 mil cotas, volume que considera caminhões, ônibus, implementos rodoviários e máquinas agrícolas.
Já as motocicletas encerraram o ano com alta de 4% em novas cotas ao somar 1,06 milhão de unidades. O segmento registrou menos participantes no período de um ano, passando de 2,18 milhões de consorciados (2018) para 2,16 milhões no ano passado.
| Automotive Business ( publicado em 17-02-2020) | | | |
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