| 08 de Agosto de 2019
Quinta-feira
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Em 08/08/2019
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Com queda de 5,9%, Rio de Janeiro puxou o resultado negativo do país; extração de petróleo e gás pesou nos dados divulgados pelo IBGE.
A produção da indústria nacional teve queda em dez dos quinze locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em junho deste ano. O pior resultado foi registrado no Rio de Janeiro, onde a produção teve queda de 5,9% em relação ao mês anterior – e o que mais contribuiu para a queda de 0,6% na produção do país.
O setor extrativo foi o que mais pesou no desempenho negativo do Rio, com destaque para o petróleo. “Ela está relacionada a extração de petróleo e gás natural. Podemos destacar, ainda, a influência negativa do setor de derivados de petróleo, principalmente refino”, afirma em nota Bernardo Almeida, analista da pesquisa.
Também pesou no resultado nacional o resultado da indústria paulista, cuja produção encolheu 2,2% no mês. Embora não esteja entre os piores desempenho, o estado tem o maior peso nos dados nacionais.
A indústria paulista foi pressionada pelo setor de veículos automotores, que vem sofrendo efeitos da conjuntura da economia. "Com a crise na Argentina, que é o principal mercado para as exportações de veículos brasileiros, a produção não escoa. Além disso, o desemprego no Brasil causa menor produtividade e faz cair a demanda, o que gera cautela nas decisões de investimento e consumo”, explica Almeida.
Pará é destaque positivo
No lado positivo, o Pará aparece como destaque da pesquisa, com alta de 4,9% na produção industrial. Foi a segunda taxa positiva seguida, período em que acumulou alta de 68% – revertendo a queda de 38,6% acumulada nos três meses anteriores.
“O setor extrativo de minério de ferro tem 88% da indústria paraense. É preciso aguardar para ver como o setor irá se comportar, mas, até aqui, conseguiu reverter a queda acumulada e mantem uma trajetória ascendente”, aponta Almeida.
Junho contra junho
Na comparação com junho de 2018 – em que a indústria nacional teve queda de 5,9% – houve queda em 11 dos 15 locais pesquisados.
Os mais intensos foram registrados em Mato Grosso (-13,6%), Espírito Santo (-13,2%) e Minas Gerais (-12,0%). Região Nordeste (-8,6%), Bahia (-8,5%), Pernambuco (-7,0%) e São Paulo (-6,1%) também registraram taxas negativas mais acentuadas do que a média nacional (-5,9%), enquanto Rio de Janeiro (-5,3%), Paraná (-3,3%), Goiás (-2,2%) e Santa Catarina (-1,8%) tiveram quedas menores.
Por outro lado, Amazonas (5,4%) apontou o avanço mais intenso em junho de 2019. Rio Grande do Sul (3,5%), Pará (2,7%) e Ceará (0,7%) também mostraram taxas positivas.
Trimestre
No acumulado do segundo trimestre, a indústria teve queda de 1% – menor que as registradas nos três meses anteriores, de 2,3%.
Segundo o IBGE, a menor intensidade do recuo foi explicada pelo ganho de ritmo verificado em nove dos quinze locais pesquisados, com destaque para Amazonas (de -5,0% para 4,2%), Ceará (de 0,4% para 5,9%), Pernambuco (de -2,4% para 2,8%), Bahia (de -3,4% para 0,6%), Rio Grande do Sul (de 6,1% para 9,8%), Santa Catarina (de 2,9% para 6,4%) e São Paulo (de -2,7% para 0,7%).
Por outro lado, Espírito Santo (de -7,6% para -16,3%), Pará (de -0,7% para -8,0%) e Minas Gerais (de -2,5% para -8,4%) apontaram os recuos mais acentuados entre os dois períodos.
| G1 (publicado em 07-08-2019) | | | | A produção industrial paranaense teve o quarto maior recuo em junho sobre maio, entre os 15 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na PIM (Pesquisa Industrial Mensal) divulgada nesta quarta-feira (7). O desempenho caiu 2,3%, atrás apenas de Rio (-5,9%), de Pernambuco (-3,9%) e da Bahia (-3,4%).
Em relação a junho do ano passado houve diminuição de 3,3% na produção industrial paranaense. Por outro lado, o Estado tem o segundo melhor resultado no acumulado de janeiro a junho, com alta de 7,8%, e nos últimos 12 meses, com aumento de 5,1%, sempre na comparação com o mesmo período anterior. Os gaúchos, que começam a se recuperar de uma grave crise e por isso tem uma base de dados anterior mais baixa, lideram com crescimento de 8,0% neste ano e de 9,4% em 12 meses.
Segundo levantamento divulgado anteriormente pela Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), que tem metodologia diferente do IBGE por se basear no faturamento real, o setor ficou estagnado em junho sobre maio, com leve alta de 0,3%. A retração foi de 12,2% ante o mesmo mês do ano passado e de 1,0% no acumulado do ano.
Os dados da Fiep que ajudam a explicar o pior desempenho produtivo indicado pelo IBGE são as quedas de 0,1% no número de horas trabalhadas, de 0,7% na massa salarial real, de 0,7 ponto percentual no uso de capacidade instalada e de 0,7% no rendimento real. Todas essas comparações são relativas a junho sobre maio.
NO PAÍS
Houve queda em dez dos 15 locais analisados pelo IBGE. A indústria também ficou negativa em São Paulo (-2,2%), Santa Catarina (-1,2%), Ceará (-0,9%), Minas Gerais (-0,9%) e Mato Grosso (-0,6%), além do Nordeste (-1,2%), que é a única região pesquisada de forma conjunta.
Tiveram alta o Pará (4,9%), Rio Grande do Sul (2%), Amazonas (1,8%), Espírito Santo (1%) e Goiás (0,1%).
Na comparação com junho de 2018, onze dos 15 locais pesquisados tiveram queda. Os maiores recuos foram observados no Mato Grosso (-13,6%), Espírito Santo (-13,2%) e em Minas Gerais (-12%). Apenas quatro estados tiveram alta: Amazonas (5,4%), Rio Grande do Sul (3,5%), Pará (2,7%) e Ceará (0,7%).
No acumulado do ano, nove locais tiveram recuo na produção industrial, sendo o maior deles registrado no Espírito Santo (-12,0%). No acumulado nos últimos 12 meses, perdas também foram registradas em nove locais, com destaque também para o Espírito Santo (-4,5%). O estado é fortemente afetado pela indústria naval e petroleira. (Com Vitor Abdala - Agência Brasil)
| Folha de Londrina (publicado em 07-08-2019) | | | | Todos os destaques com mudanças nas regras de aposentadorias e pensões foram rejeitados
Em uma vitória do governo Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os deputados concluíram nesta quarta-feira (7) a votação em segundo turno da reforma da Previdência após rejeitar mudanças no texto aprovado em primeiro turno.
Com o fim da análise no texto na Câmara, a reforma vai ao Senado.
O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou, em uma rede social, que o texto, ao chegar nesta quinta (8), será encaminhado imediatamente à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
"Agora é com o Senado!", escreveu. Ele afirmou que quer "uma reforma única que atenda a União, estados e municípios".
Após a sessão na Câmara, Maia afirmou que "o resultado foi muito positivo". "Acho que, no segundo turno [com] uma conscientização maior dos destaques, a matéria sai com uma ótima economia", afirmou.
Ao final da votação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve no plenário para cumprimentar Maia.
"Estou muito satisfeito e vim aqui cumprimentar o excelente trabalho da Câmara. Agradecer a aprovação da reforma, agradecer o excelente trabalho de coordenação pelo presidente Rodrigo Maia", disse.
Guedes afirmou ainda ter "a melhor expectativa possível" em relação à votação no Senado.
O Palácio do Planalto espera que ampla maioria dos senadores aprove a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) até o fim de setembro. A reforma, assim, iria para promulgação e entraria em vigor.
Ao encerrar a sessão, Maia agradeceu aos partidos que apoiaram a reforma e declarou que a aprovação do texto foi resultado de um trabalho coletivo.
A reforma prevê regras mais rígidas para aposentadoria de trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos federais.
Pela proposta, passa a ser exigida uma idade mínima –65 anos, se homem, e 62 anos, se mulher.
Mas há regras mais suaves para quem já está no mercado laboral. Cada trabalhador poderá escolher o modelo de transição mais vantajoso para sua aposentadoria.
A reforma prevê também um critério de tempo mínimo de contribuição. Para trabalhadores urbanos, esse período é de 15 anos para quem já está no mercado de trabalho e de 20 anos para aqueles que ainda não tiveram emprego formal.
As trabalhadoras do setor privado precisarão contribuir ao menos 15 anos em ambos os casos.
Para conseguir aprovar a reforma na Câmara, o governo teve de ceder em alguns pontos. Isso reduziu a economia prevista com a PEC de R$ 1,2 trilhão em dez anos para R$ 933 bilhões.
O objetivo de Guedes é controlar o crescimento dos gastos previdenciários —de grande peso nas contas públicas— e indicar uma política de controle fiscal para retomar investimentos e o crescimento.
Contrariando o discurso de campanha, Bolsonaro e os interlocutores do Planalto negociaram emendas e cargos para agradar deputados favoráveis à reforma.
Às vésperas da votação em segundo turno, o presidente enviou um projeto abrindo espaço no Orçamento de diversos ministérios para garantir o pagamento de emendas parlamentares —destinação de recursos para obras e investimentos nos redutos eleitorais de congressistas.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, negou que o objetivo seja cumprir o compromisso na negociação com congressistas. Interlocutores de Bolsonaro confirmam, porém, que o projeto libera ao menos R$ 2 bilhões para emendas.
A articulação política e a atuação de Maia —um dos principais fiadores da proposta— garantiram margem bastante superior aos 308 votos necessários para aprovar a PEC.
No texto-base, a Câmara aprovou a reforma por 379 votos, no primeiro turno, e 370 votos, no segundo.
Os oito destaques que caíram
Todos os destaques com mudanças nas regras de aposentadorias e pensões foram rejeitados
Calculo da média dos salários
Apresentada pelo PT, queriam contar como contribuição pagamento inferior ao mínimo exigido. O placar foi de 364 a 130.Pensão por morte
Apresentada pelo do PC do B, queriam que a pensão por morte nunca fosse inferior a um salário mínimo. Placar foi de 339 a 153.
Benefício para idosos carentes (BPC)
Proposta do PT, objetivo era tirar da reforma parte que restringe o acesso ao BPC. Placar foi de 346 a 146.
Abono salarial
Proposta do PSOL, queriam retirar o trecho da reforma que restringe o acesso ao abono salarial PIS/Pasesp. Placar foi de 345 a 139.
Pedágio de regras de transição para aposentadoria
Proposta do Novo, objetivo era mudar as regras de transição para servidores público federais, professores e segurados do INSS. Placar foi de 394 a 9, com uma abstenção.
Transição
Proposta do PDT, queriam o fim da exigência de pedágio 100% do tempo de contribuição que falta para aposentadoria do trabalhador. Placar foi de 352 a 136.
Servidores expostos a agentes prejudiciais à saúde
Proposta do PSB, objetivo era nudar as regras de transição para aposentadoria especial de trabalhadores expostos a agentes nocivos. Placar foi de 347 a 137.
Cálculo do benefício
Proposta do PT, queriam mudar as novas regras de cálculo do valor da aposentadoria. Placar foi de 352 a 135.
Por ampla maioria, os deputados mantiveram, por exemplo, regras mais duras para pensão por morte, aposentadoria especial por exposição a agentes prejudiciais à saúde, pagamento do abono salarial (uma espécie de 14º salário para trabalhadores de baixa renda).
A oposição não conseguiu apoio de partidos de centro para aprovar critérios mais brandos para esses benefícios.
Estados, municípios e capitalização
Maia, na Câmara, e Alcolumbe, em rede social, falaram sobre estados e municípios na Previdência.
A Câmara decidiu poupar servidores estaduais e municipais do endurecimento das regras de aposentadoria por causa da campanha de governadores e prefeitos contra a reforma.
Segundo o presidente da Câmara, esse tema poderá ser tratado pelos senadores, mas dependerão de todos os partidos. "Vamos precisar de todos os partidos da Casa votando sim", afirmou.
Alcolumbre, por sua vez, afirmou que, "para que a reforma seja de todos os brasileiros, o Senado, como Casa da Federação, está comprometido em fazer desta reforma única que atenda a União, Estados e municípios".
De acordo com ele, os senadores trabalharão para que o Brasil volte a crescer.
Maia disse possível "construir um texto" que inclua a capitalização na PEC paralela que está sendo aventada no Senado para incluir os demais entes da Federação.
"Aqui não avançou [o projeto de a capitalização] porque não estava maduro. A gente já viu que um texto híbrido, com uma garantia de renda mínima, tem espaço para avançar", afirmou.
Apesar do tom otimista após vitórias na Câmara, o governo não quer se descuidar da PEC da reforma da Previdência no Senado.
Somente após a aprovação da PEC principal é que começará a tramitar a chamada PEC paralela, na qual o Senado pretende incluir estados e municípios na reforma. Outras alterações também podem ser incluídas neste novo texto. O relator da reforma da Previdência será Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Cenário positivo
Diante do cenário favorável à reforma na Câmara, o governo começou a falar em uma agenda pós-reforma, o que inclui outras medidas para controlar os gastos previdenciários.
Já foi instalada nesta quarta a comissão especial da Câmara para analisar o projeto de lei cujo objetivo é elevar a arrecadação de recursos devidos por empresas à Previdência Social.
“Devemos concluir isso em até dois meses. Vejo uma convergência na Câmara a respeito desse projeto”, disse o relator, deputado Arthur Maia (DEM-BA).
Na próxima semana, deve ser destravada a tramitação do projeto de reforma nas regras para que militares entrem na inatividade.
O governo espera economizar cerca de R$ 10,45 bilhões em uma década com esta medida, pois o Bolsonaro decidiu também propor aumento salarial de bônus para as Forças Armadas.
A comissão ainda não foi instalada, mas esse será um dos projetos da agenda da Câmara no segundo semestre.
Enquanto isso, a equipe econômica deve acelerar os estudos para lançar um plano para reduzir o peso das aposentadorias por invalidez, noticiado pela Folha em abril.
Hoje, em média, 18% das aposentadorias concedidas por ano são desse tipo. A meta seria baixar para 10%. De acordo com técnicos do ministério, essa proporção é mais adequada à média mundial.
O projeto em estudo envolve aprimorar as perícias médicas para que pessoas ainda em condições de trabalhar, mesmo que em função diferente, possam continuar na ativa.
Outra medida que deve ser destravada é a criação de um centro único para gestão do regime previdenciário da União. Isso reduziria custos.
Hoje, cada órgão público tem servidores próprios para administrar os benefícios. Isso vale para os ministérios, o Banco Central, o TCU (Tribunal de Contas da União), as universidades etc.
| Folha de S. paulo ( publicado em 07-08-2019) | | | | Emendas feitas à MP enviada pelo governo criaram uma espécie de “minirreforma trabalhista” dentro do projeto de desburocratização da economia.
Emendas feitas à MP enviada pelo governo criaram uma espécie de “minirreforma trabalhista” dentro do projeto de desburocratização da economia.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Com o prazo apertado para a aprovação da chamada Medida Provisória da Liberdade Econômica (MP 881), que perde a validade no dia 27 deste mês, o governo já aceita abrir mão de pontos do texto contanto que o “coração da medida” seja preservado.
O secretário especial de Desburocratização e Gestão do Ministério da Economia, Paulo Uebel, disse que o governo defenderá a manutenção dos artigos da “declaração de direitos da liberdade econômica”, que preveem, por exemplo, o fim da necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco.
De repente, uma reforma trabalhista: MP da Liberdade Econômica sugere mudanças na CLT
A equipe também trabalha para manter no texto a proibição do “abuso regulatório”, como a criação de regras para leis para reserva de mercado ou controle de preço. O governo também vai trabalhar para manter os pontos de uma outra MP (876), que já caducou, e foram incluídos no relatório da 881, como a simplificação de abertura e fechamento de empresas. “Se for necessário, seremos favoráveis (a mudanças no texto), o importante é que o coração da medida seja preservado”, afirmou.
Uebel passou os últimos dias em articulação pela votação da MP, mas enfrenta a concorrência da reforma da Previdência, que, admite, é a prioridade do governo. O secretário, no entanto, acredita que o texto da Liberdade Econômica pode ser votado no plenário da Câmara na semana que vem e, no Senado, na seguinte.
As questões que podem ser derrubadas
Na opinião do secretário, questões polêmicas devem acabar caindo na votação nos plenários das duas Casas, como a ampliação de receitas com corridas de cavalo, a possibilidade de termo de compromisso lavrado por autoridade trabalhista ter precedência sobre ajuste de conduta como os firmados pelo Ministério Público e o fim do adicional de periculosidade para motoboys. Ele ressaltou que todos os pontos estão em negociação com os parlamentares.
Uebel disse que o governo ainda não “fechou opinião” sobre o relatório do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que ampliou o escopo da MP, e que queria um texto “mais focado”, mais próximo do original. Ele, no entanto, defendeu alterações incluídas no relatório, como mudanças na legislação trabalhista que permitem o trabalho três domingos por mês e mudanças no controle de ponto. “Vejo de forma positiva, o Brasil tem 13 milhões de desempregados, o Estado não pode ficar escolhendo quem pode e quem não pode trabalhar no domingo, por exemplo”, afirmou.
Minirreforma trabalhista
As alterações criaram polêmica e associações e sindicatos reclamaram que a MP estaria fazendo uma espécie de “minirreforma trabalhista”, o que Uebel nega. “São ajustes muito pontuais que não devem significar nem 2% da CLT”, afirmou.
Além da demora de 45 dias para a instalação da Comissão Especial que analisou a MP, o prazo também foi prejudicado pelo “recesso branco” feito pelo Congresso em julho.
O secretário disse que o governo não cogita enviar um projeto de lei caso a MP não seja aprovada porque está “otimista e focado” na aprovação do texto.
| Gazeta do Povo | | | | Apesar de acordo por uma só proposta para tramitar no Legislativo, governo não abre mão de projeto que cria uma CPMF ampliada
Embora tenha participado de acordo para que só um projeto de reforma tributária tramite no Congresso, o Ministério da Economia não vai mudar a estratégia de apresentar proposta própria para reestruturar a arrecadação e distribuição de impostos.
Instrumento que encontra resistência entre parlamentares, a contribuição sobre pagamentos, uma espécie de CPMF ampliada, será mantida na proposta, informaram à Folha membros da equipe econômica que participam da elaboração do texto.
Atualmente, diferentes ideias de reforma tributária são gestadas em ao menos cinco frentes. Além do governo, Câmara e Senado têm projetos próprios. Há ainda sugestões trabalhadas por governadores e por empresários.
Presidente Jair Bolsonaro durante almoço com Lideranças Evangélicas, em Brasília - Douglas Gomes/PRB Liderança
Somente após a apresentação do texto ao Congresso, o governo pretende abrir o diálogo e começar a negociar eventuais alterações ou fusões com trechos de outros textos.
Interlocutores do ministro Paulo Guedes afirmam que o governo está disposto a ceder em parte da proposta para uma reforma de consenso.
Na segunda (5), após reunião entre Guedes e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi anunciado acordo para ser construído apenas um texto que atenda a interesses de todas as partes envolvidas.
Membros do Ministério da Economia afirmam que, ainda assim, o governo vai apresentar sua proposta.
O texto do governo Jair Bolsonaro (PSL), formatado pelo secretário da Receita, Marcos Cintra, deve prever a fusão de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, CSLL e IOF) no imposto único federal.
Como forma de buscar apoio, o governo vai incluir um dispositivo para que os estados tenham direito a aderir ao novo regime tributário depois que o modelo já estiver em funcionamento.
Para permitir uma desoneração da folha de pagamentos, a proposta cria a contribuição sobre pagamentos, aplicável sobre qualquer transação.
Ainda estão previstas alterações no Imposto de Renda para pessoas físicas e empresas, com redução das alíquotas máximas e aumento da faixa de isenção.
Internamente, membros do Ministério da Economia esperam que todos os agentes envolvidos na discussão abram mão de parte de suas propostas em prol de uma reforma possível.
Nessa negociação, o governo deve se mostrar irredutível em alguns pontos. A equipe econômica não aceita, por exemplo, a proposta apresentada por secretários estaduais de Fazenda que deixa a União de fora do comitê gestor de impostos, além de inverter a distribuição dos recursos, que seriam administrados pelos governos regionais e parcialmente repassados à União.
Guedes planeja apresentar a proposta de reestruturação de tributos depois que a Câmara encerrar a votação da reforma da Previdência.
Ele prepara uma exposição ampla dos planos do ministério para os próximos meses. A reforma tributária será tratada como prioridade.
A ideia do ministro é levar simultaneamente ao Congresso a discussão sobre o pacto federativo, retirando amarras do Orçamento federal para que seja possível reorganizar a distribuição dos recursos públicos entre União, estados e municípios.
Para interlocutores de Guedes, isso dará impulso para governadores e parlamentares apoiem a reforma tributária.
| Folha de S. Paulo | | | | Empresa diz que vai recorrer de decisão de Santa Catarina e nega irregularidades
A BRF foi condenada pela Justiça do Trabalho por recusar ou diminuir o número de dias prescritos em atestados médicos de funcionários em sua unidade em Chapecó (SC).
Na decisão, o juiz Carlos Frederico Fiorino Carneiro, da 1ª Vara do Trabalho, afirma que a BRF “mantém a prática de recusar ou reduzir atestados médicos externos de seus empregados, sem qualquer justificativa, efetuando descontos dos dias respectivos dos salários”.
A ação civil pública foi proposta pelo Sintracarnes (Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Carnes e Derivados de Chapecó).
O presidente da entidade, Jenir Ponciano de Paula, estima que cerca de 1.000 empregados, dos 5.000 que trabalham no frigorífico, foram afetados nos últimos cinco anos.
Cerca de 150 atestados foram anexados ao processo, de acordo com o advogado do sindicato, Paulo Roberto Lemgruber.
Na sentença, de 17 de julho, o juiz condenou a empresa a pagar o equivalente a duas vezes o último salário do trabalhador, “para cada empregado ou ex-empregado que tenha tido recusado ou reduzido o tempo de afastamento médico recomendado por atestado médico de profissional externo”.
A BRF afirmou, por meio de nota, que está recorrendo da decisão em 1ª instância.
Uma das testemunhas, mencionada na sentença, afirma que em duas ocasiões seu médico particular lhe recomendou o afastamento por 60 dias, mas a empresa não acatou os atestados.
O médico da BRF, de acordo com o relato, não questionou sobre o histórico de saúde da funcionária e não concedeu nenhum período de afastamento.
Ao retornar ao trabalho, a testemunha conta que passou mal e precisou ser retirada de maca, “com dores intensas e sintoma de paralisia na perna”.
Em outros casos, segundo a decisão, o trabalhador apresentava um atestado, mas a empresa reduzia o tempo de afastamento prescrito.
Há também relatos de que, em certos setores, o funcionário nem sequer conseguia chegar ao médico da BRF.
“A empresa tem a prática de que, para ir na medicina mostrar o atestado, o trabalhador precisa passar pela mão do supervisor, que autoriza ou não”, disse De Paula, do sindicato, à Folha.
A entidade afirma, segundo trecho da sentença, que a empresa punia os empregados com “cortes de salários, suspensão e até demissão”.
O juiz determinou que a empresa se abstenha de desconsiderar atestados, que comunique os acidentes de trabalho ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e, no caso de afastamentos superiores a 15 dias, encaminhe os funcionários à perícia do órgão, como previsto em lei.
A BRF, em nota, que “não compactua com qualquer prática ilegal e reporta corretamente todos os acidentes de trabalho”.
“A BRF esclarece ainda que a unidade de Chapecó possui ambulatório próprio com médicos, enfermeiros e técnicos que prestam atendimento a todo funcionário que apresente atestado ou solicite consulta.”
A procuradora do trabalho em Chapecó Mariana Casagranda, que acompanhou o processo, diz que o parecer do MPT foi pelo acolhimento do pedido do sindicato.
Ela considera que a prática da empresa é grave e ficou demonstrada ao longo da ação.
“A sentença é importante porque busca preservar o direito fundamental à saúde do trabalhador e o resguardo da sua dignidade, com a intenção de garantir o completo restabelecimento da saúde”, disse.
Segundo ela, como as atividades em um frigorífico são repetitivas, forçar um empregado lesionado, por exemplo, a voltar ao trabalho antes da sua plena recuperação pode agravar o seu estado de saúde ou contribuir para o surgimento de alguma doença.
Em depoimento no processo, uma enfermeira da BRF disse que “de modo geral atestados oriundos do SUS [Sistema Único de Saúde] são ampliados, e da rede privada reduzidos”.
O juiz destaca, na sentença, que essa prática mostra que a empresa “parte do pressuposto de que existe alguma fraude nos atestados da rede privada, sem qualquer critério efetivo”.
Ele reforça que a BRF não demonstrou nenhum caso de fraude.
Segundo especialistas, o trabalhador tem o direito de apresentar atestado de médico especialista ou de sua confiança.
“A jurisprudência é pacífica em relação a isso. Pode ser do SUS, particular ou do trabalho, só precisa ser médico”, diz a professora de direito do trabalho da PUC-SP Fabiola Marques.
Para recusar um atestado, a empresa precisa apresentar uma justificativa, embasada em exame clínico e, de preferência, documentada, dizem especialistas.
Segundo o advogado Paulo Roberto Lemgruber, que defendeu o sindicato, o processo trata principalmente de casos de doenças ocupacionais.
“As atividades de frigorífico, especialmente no setor de aves, têm um ritmo intenso, com metas, é muito penoso. Eles acabam adquirindo lesões, problemas do sistema ósseo-muscular. Essas doenças, para fins previdenciários, se equiparam a acidentes do trabalho.”
De Paula, do sindicato, afirma que doenças como bursite, síndrome do túnel do carpo e problemas na coluna são comuns entre trabalhadores de frigoríficos.
“A temperatura ambiente precisa ser de 10 a 12 graus, e o frango, vem em 5 graus. Isso gela a mão e os dedos. E precisa ficar em pé e pendurar 10, 30 coxas por minuto. O frio e o trabalho repetitivo adoecem muito o trabalhador”, afirma.
“A empresa tem obrigação de avisar toda vez que há um afastamento superior a 15 dias, que possa caracterizar um acidente de trabalho. E isso vai repercutir inclusive na tributação paga pela empresa, que é calculada pelo índice de acidentes”, diz Otavio Pinto e Silva, professor de direito do trabalho da USP.
Guedes planeja apresentar a proposta de reestruturação de tributos depois que a Câmara encerrar a votação da reforma da Previdência.
Ele prepara uma exposição ampla dos planos do ministério para os próximos meses. A reforma tributária será tratada como prioridade.
A ideia do ministro é levar simultaneamente ao Congresso a discussão sobre o pacto federativo, retirando amarras do Orçamento federal para que seja possível reorganizar a distribuição dos recursos públicos entre União, estados e municípios.
Para interlocutores de Guedes, isso dará impulso para governadores e parlamentares apoiem a reforma tributária.
| Folha de S. Paulo | | | | Segundo relatório global sobre a desigualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial, diferença salarial em 2018 era de 51%
Jornalista em Londres, Kate (nome fictício) já vinha pensando em deixar seu emprego em um jornal de circulação nacional no Reino Unido.
Em fevereiro, finalmente tomou a decisão depois de receber uma oferta de uma empresa muito maior que quase dobraria seu salário.
O aumento salarial foi, sem dúvida, um grande diferencial, mas a relutância de seus ex-empregadores em publicar as diferenças salariais entre homens e mulheres também era motivo de incômodo.
A disparidade salarial entre homens e mulheres é a diferença nos salários médios pagos a representantes do sexo masculino e feminino.
Empresas do Reino Unido com 250 funcionários ou mais têm de publicar um relatório anual de remuneração por gênero. Mas alguns fatores podem mascarar desequilíbrio
Ela é influenciada por múltiplos fatores: mulheres passando a trabalhar meio período para cuidar dos filhos, homens subindo mais rápido e tendo menos interrupções de carreira, bem como —em alguns casos— discriminação direta.
Desde 2017, todas as empresas do Reino Unido com 250 funcionários ou mais são obrigadas a publicar um relatório anual de diferenças salariais entre homens e mulheres, estabelecendo a média e a mediana de salário para cada gênero, bem como informações sobre bônus e discriminação de cada gênero em diferentes grupos salariais.
Diretrizes abarcam todos os setores, não deixando dúvidas sobre quais funcionários devem ser contados, mas algumas empresas parecem ter identificado maneiras de contornar a legislação.
Kate, que é natural da Irlanda, diz que, embora fosse pequena, sua antiga empresa empregava dezenas de freelancers e trabalhadores informais. Se todos os terceirizados fossem contratados, diz ela, o número de funcionários certamente atingiria os 250.
"Pessoalmente, senti como que, se não denunciasse, a empresa estaria se esquivando da lei e não me sentiria bem comigo mesmo", diz. "A mídia tem dado bastante cobertura ao assunto; por isso, ao não agir de acordo com o que dizem acreditar, eles estão realmente comprometendo sua própria integridade."
A BBC prometeu reduzir a zero a disparidade salarial entre homens e mulheres até 2020, mas informou que, em 2018, pagou às mulheres 8,4% menos do que aos homens, contra 10,7% no ano anterior. A diferença média de remuneração foi de 7,6%, frente a 9,3% em 2017.
Problema global
As novas diretrizes do Reino Unido seguem as medidas implementadas por outros países para coibir a desigualdade salarial entre gêneros.
As nações escandinavas foram pioneiras. Na Noruega, as declarações de impostos de renda (e, portanto, informações sobre salários) estão disponíveis ao público há anos, enquanto, em 2018, a Islândia se tornou o primeiro país do mundo a estabelecer regras para impor legalmente a igualdade salarial.
Na Austrália, o partido de oposição prometeu introduzir uma legislação semelhante à do Reino Unido. No Brasil, a legislação garante a igualdade salarial entre homens e mulheres na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde 1943.
Globalmente, o quadro continua sombrio: de acordo com o relatório global sobre a desigualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial, publicado em dezembro de 2018, a diferença salarial entre homens e mulheres no ano passado era de 51%. No ritmo atual, seriam necessários 202 anos para que as mulheres ganhassem o mesmo que os homens e tivessem as mesmas oportunidades de emprego.
Quando foram divulgados no início de abril, os últimos dados sobre as disparidades salariais no Reino Unido não apresentaram melhora significativa na comparação anual —a diferença salarial média passou de 9,7% para 9,6%.
No entanto, o problema é muito mais profundo: empresas do Reino Unido estão fazendo suas próprias auditorias e há inúmeras brechas que podem ser exploradas para disfarçar a extensão do desequilíbrio salarial.
Heejung Chung, da Escola de Política Social da Universidade de Kent, no Reino Unido, diz que um dos grandes problemas está relacionado à terceirização. Grandes instituições, como universidades, tendem a ter contratos de terceirização para serviços como limpeza.
"Muitas vezes esses funcionários são mal pagos e frequentemente do sexo feminino", diz Chung. Se fossem incluídos como empregados, a disparidade salarial entre homens e mulheres certamente aumentaria, acrescenta ela.
Helene Reardon Bond, ex-diretora de igualdade de gênero do governo do Reino Unido, diz que ouviu consultorias aconselhando empregadores a criar novas entidades legais "para que as empresas possam acomodar seus negócios de acordo com seus interesses". Em outras palavras: departamentos onde os salários são menores são registrados como outras pessoas jurídicas.
Também não existem medidas para impedir que as empresas se dividam em várias entidades menores, com menos de 250 funcionários, isentando-as de precisar publicar quaisquer dados sobre diferenças salariais entre homens e mulheres.
Contracheques inadequados
No ano passado, consultorias e escritórios de advocacia foram criticados por argumentar que seus empregados com os salários mais altos, em sua maioria do sexo masculino, eram "proprietários" e não "funcionários", tirando-os, portanto, dos cálculos de diferenças salariais.
Posteriormente, as empresas cederam à pressão do governo e reatualizaram seus números, passando a incluir os salários dos sócios. Mas algumas ainda têm consultores altamente remunerados que não aparecem na folha de pagamento. O argumento é que eles são terceirizados.
Em um nível mais básico, mesmo depois de os dados terem sido registrados, os mecanismos para verificar sua autenticidade são muito limitados.
Empresas do Reino Unido estão fazendo suas próprias auditorias e há inúmeras brechas que podem ser exploradas para disfarçar a extensão do desequilíbrio salarial
Uma investigação realizada pelo Financial Times em 2018 mostrou que um em cada 20 relatórios sobre diferenças salariais entre gêneros era estatisticamente improvável e, portanto, provavelmente impreciso.
Por exemplo, 16 empresas originalmente declararam pagar a homens e mulheres salários idênticos. Várias —incluindo a grife Hugo Boss— foram obrigadas a revisar seus números.
No Reino Unido, cabe à Comissão de Igualdade e Direitos Humanos a tarefa de fiscalizar a aplicação da legislação, mas Bond diz que os poderes da comissão são "bastante ultrapassados para este tipo de processo e exigências de publicação".
Charles Cotton, conselheiro sênior de remuneração e recompensas do Chartered Institute of Personnel and Development do Reino Unido, que assessora o governo sobre questões legais como salários, demissões e pensões, diz que ainda não viu evidências de empresas manipulando ativamente seus números. Apesar disso, diz estar preocupado com a veracidade das estatísticas.
É fácil cometer erros nos relatórios, diz ele, particularmente "se os dados forem divididos em folha de pagamento, pessoas e sistemas financeiros que não se comunicam entre si".
Mas alguns críticos dizem que as empresas podem estar apenas se comprometendo verbalmente com a lei. No ano passado, quando o governo britânico anunciou que não estenderia as exigências de relatórios de desigualdade salarial entre homens e mulheres para empresas menores, a deputada Rachel Reeves disse que continuaria "a pressionar as empresas (...) para garantir que os dados reportados sejam relevantes".
Soluções
É muito mais fácil implementar sanções se uma empresa não está fazendo nada para melhorar a diversidade —por exemplo, quando o corpo de executivos é formado apenas por homens. É aí que a mudança —embora a um ritmo bem devagar— parece estar acontecendo.
Dezenas de grandes investidores, particularmente gestores de ativos na França como Axa, Amundi e BNP Paribas Asset Management, se concentraram nos últimos anos em fundos socialmente responsáveis não investem em empresas que vendem álcool e tabaco, promovem jogos de azar, estão envolvidas indiretamente em conflitos armados ou contribuem para a degradação ambiental.
E a diversidade pode ser a próxima fronteira quando se trata dos parâmetros éticos para os investimentos.
Em fevereiro, a Hermes Investment Management, com sede no Reino Unido, que administra mais de 33 bilhões de libras (R$ 165 bilhões) em ativos, disse que seria mais rigorosa a investir em empresas que não se comprometam com a igualdade salarial entre os gêneros. Outros fundos de investimento poderiam seguir o exemplo.
Cotton, da CIPD, aponta para a Alemanha e a França como países que dão exemplos positivos quando se trata de melhorar a transparência e, assim, efetuar mudanças.
"Na Alemanha, todos os funcionários podem solicitar uma comparação salarial contra seis funcionários comparáveis do sexo oposto", explica ele. "As pessoas podem ir à Justiça se acreditarem que foram discriminadas. Até o momento, houve relativamente poucas solicitações de funcionários, mas é provável que isso mude à medida que mais pessoas se conscientizem desse dispositivo legal".
Como no Reino Unido e no Brasil, é ilegal na Alemanha pagar salários diferentes para homens e mulheres pelo mesmo trabalho. Mas discrepâncias facilitadas por uma cultura de sigilo de pagamento ainda existem e são um fator que contribui para a disparidade salarial entre homens e mulheres.
Enquanto isso, na França, empresas com mais de 1 mil funcionários recebem uma pontuação de zero a 100 com base em critérios que incluem diferença salarial e taxas de promoção. Os empregadores com pontuação abaixo de 75 recebem um prazo de três anos para melhorar seu status. Se não o fizerem, têm de pagar uma multa equivalente a 1% da sua folha de pagamento.
A França também anunciou que lançará um software especial para monitorar as folhas de pagamento corporativas por diferenças salariais entre homens e mulheres.
Bond diz que são os países escandinavos que "se destacam com auxílio-creche universal, excelentes pacotes de licença maternidade e paternidade". Isso importa, diz ela, porque a diferença salarial entre homens e mulheres se torna mais pronunciada quando o casal decide começar uma família. As políticas na Suécia incentivam os pais a também interromper a carreira para cuidar das crianças.
| Folha de S. Paulo (publicado em 07-08-2019) | | | | Modalidade foi implementada na reforma trabalhista de 2017
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) derrubou, pela primeira vez, uma decisão contrária ao trabalho intermitente. A modalidade de contrato foi criada com a reforma trabalhista de 2017.
Em recurso apresentado pelo Magazine Luiza, os ministros da Quarta Turma decidiram nesta quarta-feira (7) que o trabalho intermitente é válido.
O caso trata de um funcionário que ajuizou um processo contra a rede varejista. A forma de contrato permite prestação de serviços em períodos alternados, conforme a demanda do empregador.
O acórdão, de relatoria do ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, aponta “patente desrespeito ao princípio da legalidade” em uma decisão do TRT-3 (Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região), de Minas Gerais, ao julgar o processo.
Gandra foi acompanhado pelos ministros Alexandre Ramos e Guilherme Caputo Bastos. Cabe recurso.
A rede varejista levou o caso à corte após um funcionário com contrato intermitente reclamar na Justiça do Trabalho. A Primeira Turma do TRT-3 mudou a decisão de primeira instância e ainda criticou a nova modalidade.
“Entende-se, portanto, que o trabalho em regime intermitente é lícito de acordo com a nova legislação, todavia, deve ser feito somente em caráter excepcional, ante a precarização dos direitos do trabalhador”, decidiram os desembargadores.
Segundo eles, o contrato serve “para atender demanda intermitente em pequenas empresas, sobretudo, não podendo ser utilizado para suprir demanda de atividade permanente, contínua ou regular”.
Na visão dos magistrados do TRT-3, o contrato não deve ser firmado para o preenchimento de posto de trabalho efetivo na empresa. Eles decidiram pela nulidade do contrato.
O relator no TST rebateu os argumentos dos desembargadores. Para Gandra, a decisão se choca com a legislação.
“A lei define e traça os parâmetros do contrato de trabalho intermitente como sendo aquele descontínuo e que pode ser firmado para qualquer atividade, exceto aeronauta”, escreve o ministro.
O TRT-3, segundo Gandra, cria mais parâmetros e limitações ao afirmar que a contratação intermitente tem caráter excepcional. O ministro diz ainda que a rede varejista respeitou a lei.
“Mas o 3º Regional [TRT-3], refratário à reforma trabalhista, por considerá-la precarizadora das relações de trabalho, invalida a contratação, ao arrepio de norma legal votada e aprovada pelo Congresso Nacional”, afirma.
Luiz Alexandre Liporoni, gerente jurídico corporativo do Magazine Luiza, diz que a decisão do TST dá segurança jurídica para a maior aplicação do trabalho intermitente pelas empresas.
A companhia mantém vínculo com 4.200 trabalhadores intermitentes, segundo ele. No total, a empresa tem cerca de 27 mil funcionários.
Segundo Liporoni, a modalidade não retira empregos com jornada completa. Em vez disso, possibilita trabalhar com mais funcionários em épocas de maior demanda.
"O trabalho intermitente permite tirar pessoas do desemprego e oferecer um emprego legítimo com amplitude de direitos", afirma o executivo.
Ele também diz que, desde a reforma, quase 2.000 trabalhadores intermitentes tiveram sua jornada ampliada e passaram a trabalhar na empresa em tempo integral.
José Carlos Wahle, sócio da área trabalhista do Veirano Advogados, diz que a decisão sobre o caso do Magazine Luiza aumenta a confiança para outras empresas que queiram adotar o trabalho intermitente.
Por outro lado, ele diz que o julgamento, apesar de oferecer orientação sobre como o Judiciário tratará o tema no futuro, não garante que todas as decisões em instâncias inferiores seguirão o mesmo entendimento.
"É uma expressão de como o tribunal superior interpreta aquela lei, funciona quase como uma recomendação para os tribunais regionais e juízes de primeira instância, mas eles são independentes."
O advogado Alexandre de Almeida Cardoso, sócio da área trabalhista do TozziniFreire, diz considerar a decisão positiva por, em sua visão, ter sido tomada analisando o conteúdo da lei, sem interferência ideológica.
"É um passo importante no processo de amadurecimento desse ponto da reforma trabalhista, que foi um dos que levantaram maiores discussões", diz.
O STF (Supremo Tribunal Federal) ainda vai julgar a constitucionalidade do trabalho intermitente. Ações na corte questionam a forma de contratação introduzida pela reforma trabalhista do governo Michel Temer (MDB).
A PGR (Procuradoria-Geral da República) deu aval à nova forma de trabalho em parecer enviado ao STF. A AGU (Advocacia-Geral da União) também aponta a constitucionalidade da regra.
| Folha de S. Paulo ( publicdo em 07-08-2019 | | | | Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária. Em pronunciamento, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Proposições legislativas
Por 46 votos favoráveis e 21 contrários, o Plenário do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (7) o projeto que proíbe a exclusão de empresas “adimplentes e de boa-fé” do Programa de Recuperação Fiscal (Refis). A regra vale mesmo que as parcelas pagas pelas pessoas jurídicas não sejam consideradas suficientes para amortizar a dívida com a União.
De autoria do então deputado federal Jutahy Junior, o O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 115/2018 altera a lei que regula o Refis (Lei 9.964, de 2000) para determinar que as pessoas jurídicas que estejam com as parcelas em dia não poderão ser excluídas do Refis, mesmo que essas parcelas mensais “sejam consideradas de pequeno valor”. O projeto determina que essas empresas “permanecerão como devedoras até o total pagamento da dívida, independentemente do número de parcelas, conforme estabelecido no acordo inicial”. O projeto foi aprovado na Câmara em agosto de 2018.
O Refis foi instituído no ano 2000 para permitir a regularização de débitos com a Receita Federal, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e o Instituto Nacional do Seguro Social. De acordo com o programa, as parcelas a serem pagas são calculadas com base em percentuais de receita bruta mensal das empresas, sem a fixação de prazo máximo de quitação da dívida. Mas a Receita começou a retirar contribuintes do Refis por entender que as parcelas são insuficientes para a amortização da dívida.
O PLC recebeu voto favorável do relator, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Para ele, a proposta pretende restabelecer a segurança jurídica para as empresas que aderiram ao Refis na esperança de poderem negociar seus débitos junto à União e, assim, reconquistarem a regularidade fiscal para o exercício de suas atividades.
O PLC retornará para análise da Câmara dos Deputados devido à aprovação de emenda de Plenário oferecida por Rodrigo Pacheco. Enquanto o texto original definia que as pessoas jurídicas optantes do Refis, desde que adimplentes e de boa-fé, não poderiam ser excluídas do programa “mesmo quando as parcelas mensais de pagamento sejam consideradas de pequeno valor”, a emenda define a imunidade à exclusão do Refis quando as parcelas mensais de pagamento forem inferiores a 180 avos do valor total da dívida.
| Senado Notícias (publicado em 07-08-2019) | | | | O Comitê Gestor do Simples Nacional publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira a Resolução 148 que inclui a profissão de Motorista de Aplicativo Independente entre as ocupações que podem se inscrever no Microempreendedor Individual (MEI).
Ao optar pelo MEI, o profissional passa a contribuir para o INSS, com alíquota de 5% sobre o valor do salário mínimo. Além disso, deve pagar o ISS para o município, no caso de atividades de prestação de serviços e transportes municipal.
No caso dos motoristas de aplicativo, não haverá cobrança do ICMS, que no caso do MEI é devido apenas para atividades de indústria, comércio e transportes de cargas interestadual.
| Triuna PR (publicado em 08-08-2019) | | | | Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza reunião com 15 itens. Na pauta, o PL 1.928/2019, que cria o visto temporário de trabalho simplificado para jovens. Em pronunciamento, à bancada, senador Paulo Paim (PT-RS). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Proposições legislativas
Trabalhadores terceirizados e contratados que exerçam funções idênticas em condomínios poderão ter direitos trabalhistas equiparados. A isonomia é prevista no Projeto de Lei do Senado (PLS) 342/2018, que teve sua aprovação final nesta quarta-feira (7) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A proposta recebeu parecer favorável, com emenda de redação, do relator, senador Paulo Paim (PT-RS).
O projeto, apresentado pelo ex-senador Lindbergh Farias, prevê equiparar terceirizados e funcionários de condomínios para os direitos previstos no artigo 4º-C da Lei 6.019, de 1974. Entre esses direitos está alimentação, quando oferecida em refeitórios; serviços de transporte, se oferecidos aos empregados; o direito ao atendimento médico ou ambulatorial nas dependências da contratante ou em local por ela designado; e treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. Além disso, estão previstas medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e o trabalho em instalações adequadas à prestação do serviço.
“A trabalho idêntico devem corresponder idênticos direitos, em consonância com os princípios gerais do direito do trabalho”, sintetizou Paim no parecer.
Originalmente o projeto de Lindbergh assegurava aos empregados de empresa prestadora de serviços a condomínios os mesmos direitos dos empregados do contratante, desde que haja identidade de funções. No entanto, Paim, numa emenda de redação, incluiu a possibilidade de reconhecimento dos instrumentos coletivos referentes às empresas de terceirização quando estiverem em benefício do trabalhador, garantindo-lhes as condições mais favoráveis.
Se não houver recurso para votação pelo Plenário do Senado, o PLS 342/2018 será enviado, em seguida, à Câmara dos Deputados.
| Senado Notícias ( publicado em 07-08-2019) | | | | A alta nos preços dos alimentos e na energia elétrica pressionaram a inflação ao consumidor dentro do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em julho, informou nesta quinta-feira, 8, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) teve um avanço de 0,31% em julho, após uma queda de 0,02% em junho.
Quatro das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas, com destaque para o grupo Habitação, que passou de queda de 0,10% em junho para alta de 1,02% em julho. A tarifa de eletricidade residencial saiu de redução de 2,21% para aumento de 5,56% no período.
Os demais acréscimos ocorreram nas taxas de variação dos grupos Alimentação (de -0,09% para 0,35%), Transportes (de -0,70% para -0,48%) e Despesas Diversas (de -0,43% para 0,35%), sob influência de itens como frutas (de -4,02% para 3,38%), gasolina (de -2,53% para -1,93%) e alimentos para animais domésticos (de -1,78% para 2,32%).
Na direção oposta, as taxas foram mais baixas em Educação, Leitura e Recreação (de 0,85% para -0,03%), Vestuário (de 0,49% para -0,24%), Comunicação (de 0,24% para 0,03%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,41% para 0,38%). Houve contribuição dos itens passagem aérea (de 20,34% para -3,55%), roupas (de 0,58% para -0,49%), pacotes de telefonia fixa e internet (de 0,91% para 0,02%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,77% para 0,27%).
Núcleo
O núcleo do IPC-DI registrou alta de 0,20% em julho, ante um avanço também de 0,20% em junho. Dos 85 itens componentes do IPC, 42 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, foi de 59,47% em julho, 10,95 pontos porcentuais acima do resultado de 48,52% registrado em junho.
| Tribuna PR | | | | O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo das famílias com renda até cinco salários mínimos, ficou em 0,10% em julho deste ano. Essa é a taxa mais baixa para o mês desde 2013, quando havia registrado deflação (queda de preços) de 0,13%.
De acordo com os dados divulgados hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa também ficou abaixo do 0,19% registrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, em julho deste ano.
Apesar disso, a taxa ficou acima de 0,01% registrado em junho. O INPC acumula taxas de inflação de 2,55% no ano e de 3,16% em 12 meses.
Conforme o IBGE, os produtos alimentícios tiveram deflação de 0,05% em julho, enquanto os não alimentícios tiveram inflação de 0,17% no período.
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| Agência Brasil | | | | Dólar encostou em R$ 4 e fechou em R$ 3,98 nesta quarta
Com a economia ainda fraca, varejo e indústria acompanham a volatilidade do câmbio. Caso se firme em patamar mais elevado, haverá dificuldade em repassar para os preços dos produtos.
“Como as importações foram feitas no passado, com câmbio menor ou hedge, se protege o produto por um tempo. Precisamos ficar atentos à permanência do dólar em patamar mais elevado, que pode gerar efeito negativo”, diz o assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze.
Bolsa de Valores de São Paulo
Thiago Berka, economista da Apas (associação paulista de supermercados) estima que talvez venha algum aumento, mas pouco grave, em produtos de higiene e beleza e limpeza porque têm componentes vindos do exterior.
Na indústria farmacêutica, que tem 95% de matéria-prima importada, qualquer oscilação incomoda, afirma Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma (sindicato do setor). Mas é quase impossível repassar, segundo ele. Além do tabelamento de preços, a concorrência se aprofunda na economia parada.
O setor cafeeiro espera que a alta não se prolongue, diz Ricardo Silveira, presidente da Abic, associação da indústria do café.
“A alta do dólar não estava no plano, mas a expectativa é que não dure muito. Estamos em plena colheita, por isso o valor já está baixo. Sempre é um baque quando sobe demais, mas os preços se acomodam.”
Joana Cunha - jornalista, é formada em administração de empresas pela FGV-SP. Foi repórter de Mercado e correspondente da Folha em Nova York.
| Folha de S. Paulo | | | | A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou julho com alta de 0,19% ante um avanço de 0,01% em junho, informou nesta quinta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo da mediana (+0,25%) das estimativas calculada pelo Projeções Broadcast a partir do intervalo que ia de alta de 0,16% até 0,30%.
A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,42%. O IPCA em 12 meses ficou em 3,22%, abaixo da mediana das projeções (3,28%) mas dentro do intervalo das estimativas que ia de 3,19% a 3,34%.
| Tribuna PR | | | | O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho variou 0,19%, 0,18 ponto percentual (p.p.) acima do resultado de junho (0,01%). Este foi o IPCA mais baixo para um mês de julho desde o ano 2014, quando ficou em 0,01%. A variação acumulada no ano ficou em 2,42% e, em relação aos últimos 12 meses, o índice recuou para 3,22%, abaixo dos 3,37% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2018, a taxa foi de 0,33%.
Período TAXA
JULHO de 2019 0,19%
Junho de 2019 0,01%
Julho de 2018 0,33%
No ano 2019 2,42%
Acumulado nos 12 meses 3,22%
O índice de julho ficou concentrado no grupo Habitação, cuja variação de 1,20% correspondeu a um impacto de 0,19 p.p. O grupo Alimentação e bebidas, com variação de 0,01% apresentou estabilidade no nível de preços de junho para julho. Já os grupos Vestuário (-0,52%), Saúde e cuidados pessoais (-0,20%) e Transportes (-0,17%) apresentaram deflação no índice do mês.
Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Junho Julho Junho Julho
Índice Geral 0,01 0,19 0,01 0,19
Alimentação e Bebidas -0,25 0,01 -0,06 0,00
Habitação 0,07 1,20 0,01 0,19
Artigos de Residência 0,02 0,29 0,00 0,01
Vestuário 0,30 -0,52 0,02 -0,03
Transportes -0,31 -0,17 -0,06 -0,03
Saúde e Cuidados Pessoais 0,64 -0,20 0,08 -0,02
Despesas Pessoais 0,15 0,44 0,01 0,05
Educação 0,14 0,04 0,01 0,00
Comunicação -0,02 0,57 0,00 0,02
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços
O destaque no grupo Habitação (1,20%) ficou com o item energia elétrica, com as contas de luz ficando em média 4,48% mais caras para o consumidor. A variação do item, cujo impacto é de 0,17 p.p., oscilou entre a queda de 0,40%, em Rio Branco, e a alta de 7,59% na região metropolitana de São Paulo.
Em julho, além da incidência da bandeira tarifária amarela, que onera as contas em R$ 1,50 a cada 100kwh consumidos, as seguintes áreas tiveram reajuste nas tarifas de energia elétrica: São Paulo (7,59%), reajuste de 7,03% em uma das concessionárias a partir de 4 de julho; Curitiba (3,18%), reajuste médio de 3,41% em vigor desde 24 de junho e Porto Alegre (3,36%), onde duas das três concessionárias de energia que atendiam a região fundiram-se e, de modo a unificar suas tarifas, foram concedidos reajustes médios de 3,61% e 6,19%, a partir de 19 de junho.
Ainda no grupo Habitação ressalta-se a variação de 0,73% na taxa de água e esgoto, que reflete os seguintes reajustes:
Salvador (1,95%) – reajuste de 4,70%, a partir de 12 de junho;
Goiânia (5,40%) – reajuste de 5,79%, a partir de 1º de julho;
Porto Alegre (3,50%) – reajuste de 7,69% nas tarifas de uma das concessionárias, a partir de 1º de julho;
Recife (3,67%) – reajuste de 6,00%, a partir de 13 de julho;
Em Fortaleza (-3,66%), no dia 2 de julho, houve redução, de 15,86% para 4,31%, do reajuste concedido inicialmente em fevereiro. No entanto, a partir do dia 9 de julho, a redução foi cancelada e o reajuste de 15,86% voltou a vigorar.
Nos demais grupos que apresentaram variação positiva, destacam-se, em Despesas pessoais (0,44%) os itens excursão (4,43%) e empregado doméstico (0,24%). Em Comunicação (0,57%), sobressai o item telefone celular (1,46%), cuja alta reflete o reajuste médio de 10,00% nos planos de uma das operadoras, a partir de 6 de julho.
Respondendo por cerca de 1/4 das despesas das famílias, o grupo Alimentação e bebidas (0,01%) apresentou estabilidade no nível de preços de junho para julho. De um lado da balança tem-se a cebola (20,70% e 0,03 p.p.), as frutas (2,51% e 0,03 p.p.) e as carnes (1,10% e 0,03 p.p.). Do outro o tomate (-11,28% e -0,04 p.p.), o feijão-carioca (-8,86% e -0,02 p.p.), as hortaliças (-4,98% e -0,01 p.p.) e a batata-inglesa (-3,68% e -0,01 p.p.).
No lado das quedas, o grupo Vestuário (-0,52%) apresentou a maior variação negativa dentre os grupos, com destaque para a roupa feminina (-1,39%). O grupo Saúde e cuidados pessoais (-0,20%), após a alta de 0,64% em junho, reflete os descontos e promoções no item higiene pessoal (-2,01%).
No grupo dos Transportes (-0,17%), a queda foi impulsionada pelos combustíveis (-2,79%), com destaque para a gasolina (-2,80% e -0,12 p.p.) que representou o maior impacto individual negativo no índice do mês, com as áreas variando entre -6,89% na região metropolitana de Salvador e 1,11% na região metropolitana de Porto Alegre. O etanol apresentou queda de 3,13%, após -5,08% em junho. No óleo diesel, a queda foi de 1,76% e, no gás natural, de 1,47%.
Por outro lado, ainda nos Transportes, o item passagem aérea apresentou variação de 18,63% e impacto de 0,08 p.p. Cabe ressaltar, também, o item ônibus interestadual, cuja variação de 5,21% reflete o reajuste, a partir de 1º de julho, de 3,20% no coe?ciente para cálculo do valor da passagem referencial para cada mercado e o ônibus urbano (0,10%), cuja variação deveu-se ao reajuste 9,09% nas tarifas em Belém (1,70%) em vigor desde 05 de junho.
Quanto aos índices regionais, a região metropolitana de Porto Alegre (0,54%) apresentou a maior variação, em função das altas observadas nas frutas (5,72%) e na energia elétrica (3,36%) onde duas das três concessionárias de energia que atendiam a região se fundiram e, de modo a unificar suas tarifas, foram concedidos reajustes médios de 3,61% e 6,19%, a partir de 19 de junho. O menor índice foi em Goiânia (-0,22%), influenciado pela queda nos preços do tomate (-20,28%) e da gasolina (-4,20%).
Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação Acumulada (%)
Junho Julho Ano 12 meses
Porto Alegre 8,40 -0,41 0,54 2,51 3,57
Rio de Janeiro 12,06 0,05 0,30 2,57 3,18
São Paulo 30,67 -0,04 0,28 2,48 3,38
Belo Horizonte 10,86 0,14 0,23 2,54 3,14
Brasília 2,80 0,13 0,22 1,89 2,54
Recife 4,20 -0,08 0,19 2,74 3,10
Aracaju 0,79 -0,12 0,13 3,24 4,27
Vitória 1,78 0,54 0,04 2,26 3,52
Curitiba 7,79 0,21 0,04 1,85 2,39
Belém 4,23 0,16 0,03 2,60 3,60
Campo Grande 1,51 0,18 -0,01 2,56 3,33
Salvador 6,12 0,01 -0,14 2,13 2,94
Fortaleza 2,91 0,26 -0,15 3,15 3,79
São Luís 1,87 -0,24 -0,16 2,61 3,35
Rio Branco 0,42 -0,14 -0,21 2,20 3,96
Goiânia 3,59 -0,10 -0,22 1,60 3,06
Brasil 100,00 0,01 0,19 2,42 3,22
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de junho a 29 de julho de 2019 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de maio a 28 de junho de 2019 (base).
INPC varia 0,10% em julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC do mês de julho apresentou variação de 0,10%, 0,09 p.p. acima da taxa de junho (0,01%). O resultado é o menor, para um mês de julho, desde 2013, quando registrou -0,13%. A variação acumulada no ano ficou em 2,55% e, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice recuou para 3,16%, abaixo dos 3,31% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2018, a taxa foi de 0,25%.
Os produtos alimentícios tiveram queda de 0,05% em julho enquanto, no mês anterior, registraram -0,18%. O agrupamento dos não alimentícios ficou com variação de 0,17%, enquanto em junho havia registrado 0,09%.
No que diz respeito aos índices regionais, a região metropolitana de Porto Alegre (0,55%) apresentou a maior variação, em função das altas observadas nas carnes (2,88%) e na energia elétrica (3,39%) onde duas das três concessionárias de energia que atendiam a região se fundiram e, de modo a unificar suas tarifas, foram concedidos reajustes médios de 3,61% e 6,19%, a partir de 19 de junho. O menor índice foi em Rio Branco (-0,26%), influenciado pela queda nos preços do item higiene pessoal (-1,44%) e da gasolina (-3,34%).
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
| Agência IBGE | | | | O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), variou 0,68% em julho deste ano. A taxa é superior ao 0,35% registrado no mês anterior. O índice também é maior do que o verificado no mesmo mês do ano passado (0,52%).
O Sinapi funciona como fonte oficial de referência de preços de insumos e de custos de composições de serviços. No ano, o índice acumula taxas de 2,66% no ano e, no acumulado de 12 meses, 4,42%.
O custo nacional da construção, por metro quadrado, passou para R$ 1.143,65 em julho deste ano.
A maior alta foi observada no custo de mão de obra, que ficou 0,92% mais cara, chegando ao valor de R$ 545,73 por metro quadrado. Já os materiais de construção tiveram inflação de 0,47%, passaram a custar R$ 597,92 por metro quadrado.
| Agênncia Brasil | | | | A Comissão de Minas e Energia da Câmara realiza audiência pública hoje para discutir o sistema tarifário de energia elétrica. O deputado Júnior Ferrari (PSD-PA), um dos solicitantes do debate, cita o exemplo do Pará, onde foram instaladas as usinas hidrelétricas de Tucuruí e Belo Monte.
Ele afirma que as tarifas cobradas pela companhia elétrica do estado (Celpa) sacrificam em excesso os paraenses, e portanto algo deveria ser pensado em termos de redução de tarifas para compensar a população pelos prejuízos causados pela instalação de hidrelétricas.
“A implantação dessas usinas gera impactos ambientais, sociais, econômicos e culturais. Não é justo que as tarifas pagas por esses consumidores seja a mesma daqueles localizados distantes das usinas geradoras de energia”, considera Ferrari.
Os deputados Airton Faleiro (PT-PA) e Rubens Otoni (PT-GO) também solicitaram audiência sobre o sistema tarifário de energia elétrica.
Foram convidados para o debate:
- um representante do Ministério de Minas e Energia;
- o superintendente de Gestão Tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Davi Antunes Lima;
- um representante do Governo do Pará;
- O presidente da Federação das Associações dos Municípios do Estado do Pará, prefeito Nélio Aguiar;
- Álvaro Antonio Bressan, o representante da Concessionária de Energia Elétrica do Pará (Celpa), Álvaro Antonio Bressan;
- um representante do Movimento Basta Celpa; e
- o dirigente dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Pará, Raimundo Nonato Franco Antunes.
A audiência ocorrerá às 10 horas no plenário 14.
| Agência de Notícias /Câmara dos Deputados | | | | Sedã não é mais oferecido com câmbio manual, mas tem seis airbags de série
A Honda se prepara para enfrentar a nova geração do Toyota Corolla deixando a linha 2020 do Civic mais competitiva. Para isso, fez mudanças pontuais no visual do sedã, criou nova versão de entrada e recheou o sedã de equipamentos.
No visual, o Civic usa muitos detalhes da reestilização feita na versão americana, com detalhes cromados nos para-choques e na grade. Só na Sport, que as peças prateadas são pintadas de preto. Por dentro nada muda além dos revestimento, que pode ser preto ou cinza, dependendo da cor da carroceria.
A nova configuração é a LX, única abaixo dos R$ 100 mil. Por R$ 97.900, já traz itens como controles de tração e de estabilidade, seis airbags, ar-condicionado digital e câmbio CVT. A transmissão manual deixa de ser oferecida. O Civic era o único sedã médio com esse tipo de câmbio.
A versão Sport, que até então era a mais barata, agora custa R$ 104.100. A partir dela, todas as configurações já passam a contar com central multimídia de 7" com suporte para Android Auto e Apple Carplay e câmera de ré. No visual, além das peças pretas, tem um pequeno aerofólio sobre a tampa do porta-malas.
A EX (R$ 107.600) tem sistema de áudio com oito alto-falantes, bancos em couro e retrovisor interno fotocrômico (que regula a intensidade dos reflexos automaticamente). Depois vem a EXL, de R$ 112.600, que acrescenta chave presencial e saídas de ar para o banco traseiro.
Todas essas configurações usam o motor 2.0 flex de até 155 cv de potência, sempre acompanhado do câmbio CVT (sem trocas). Apenas a versão Touring, a mais cara (R$ 134.900), que adota o 1.5 turbo de 173 cv. Além da motor mais potente, ganha carregador de celular sem fio, sistema de som premium e ajuste elétrico do banco do motorista.
| Folha de S. Paulo (publicado em 08-08-2019) | | | | A pouco mais de dois meses de fechar a fábrica de São Bernardo do Campo, o presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters, disse manter negociações com um interessado em adquirir a unidade no ABC paulista e espera anunciar um desfecho nas próximas semanas. Ele confirmou, porém, que toda a produção será desativada em outubro.
O grupo Caoa, do empresário brasileiro Carlos Alberto de Oliveira Andrade, único a confirmar interesse, ainda busca a fórmula para bancar a compra, segundo fontes do mercado, pois não obteve crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Sou otimista sobre a possibilidade de surgir um comprador local, mas a janela (de tempo) está se fechando”, disse Watters durante evento em São Paulo para confirmar a chegada ao mercado do SUV Territory.
Desde o anúncio do fechamento da fábrica, em fevereiro, há uma busca por um comprador, liderada pelo governador de São Paulo, João Doria. Em agosto, a produção do Fiesta foi interrompida e, em outubro, será a vez da linha de caminhões.
A fábrica tinha 2,8 mil funcionários e hoje emprega cerca de 1,2 mil, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Muitos já aderiram ao pacote de benefícios que a Ford propôs, com pagamento de salários extras. Outros aguardam o desfecho das negociações para tentar manter o emprego. Procurado, o grupo Caoa não comentou o tema.
SUV chinês. Pela primeira vez em 100 anos, a Ford vai importar um veículo feito na China para vender no Brasil e na Argentina. Futuramente, o Territory deve ser produzido na Argentina, embora inicialmente o Brasil tenha sido cotado.
Desenvolvido pelas engenharias da Ford dos EUA e da China, o utilitário-esportivo foi lançado no país asiático no início deste ano e os mercados brasileiro e argentino serão os primeiros a vendê-lo fora da Ásia, a partir de meados de 2020.
O Territory disputará mercado no segmento de SUVs de médio porte, no qual estão modelos como o Jeep Compass, que custa a partir de R$ 114 mil e vendeu 34,2 mil unidades neste ano.
“É um veículo com muita tecnologia e conectividade e marca o começo do futuro para a Ford na América do Sul”, disse Watters. Segundo ele, “será um produto economicamente viável”.
O Territory tem câmera 360 graus, que permite a visão de todo o entorno do veículo, piloto automático adaptativo, estacionamento automático, alerta de permanência em faixa e monitoramento de ponto cego, entre outros itens.
Rogelio Golfarb, vice-presidente da montadora, disse que o novo SUV “indica a direção para onde a Ford está indo”, no sentido de espelhar o consumidor de uma geração conectada, móvel e ativa. O modelo será mostrado no Rock in Rio, que a Ford patrocina pela primeira vez.
A Ford foi pioneira no País no segmento de SUVs com a produção do EcoSport, hoje em 6º lugar em vendas na categoria. A marca é a única entre as seis maiores do País que registrou queda de vendas neste ano, de 4%, num mercado que cresceu 10,9% até julho ante 2018.
| Tribuna PR | | | | Após importação, SUV médio deverá ser fabricado na Argentina
Após quase um ano de dissimulações e rodeios, a Ford finalmente confirmou o que parecia óbvio desde a exposição ao público brasileiro no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro de 2019, do seu SUV médio chinês Territory.
A fabricante confirmou na quarta-feira, 7, que irá vender o modelo a partir de 2020 nos mercados do Brasil e da Argentina. Segundo executivos da Ford, o carro será “inicialmente” importado da China, onde é produzido desde o ano passado em sociedade (joint venture) com a JMC (Jiangling Motors Corporation).
O que também parece óbvio sobre o SUV, mas ainda não confirmado oficialmente pela Ford, é que o Territory deverá ser produzido localmente no Mercosul, mais precisamente na planta argentina de General Pacheco, que hoje só produz a picape média Ranger e opera com ociosidade em torno de 40%.
Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, confia que o Territory trará um novo alento à marca na região, que hoje padece com poucas novidades e apenas três modelos produzidos no Brasil (Ka, Ka Sedan e EcoSport) e um na Argentina (Ranger). Ele quase que confirma a produção local do novo SUV quando usou a expressão “inicialmente importado da China” para anunciar a vinda do Territory para a região.
“Produtos são o coração de nossa empresa. O lançamento do Territory no Brasil e na Argentina em 2020 marcará o início de uma nova era da Ford na região”, disse Lyle Watters.
Sintomaticamente também presente ao evento da quarta-feira em São Paulo, junto com jornalistas argentinos, o presidente da Ford Argentina, Gabriel López, em seu discurso quase que confirmou a produção do Territory no país vizinho.
“Conseguimos consolidar o produto Argentina. O Territory será um excelente agregado para fortalecer a imagem da linha Ford no país, que já tem 106 anos de história e contando”, disse Gabriel López.
ADAPTAÇÕES, TECNOLOGIA E CONECTIVIDADE
Segundo Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul responsável por relações institucionais da empresa, a decisão de lançar o Territory nos mercados brasileiro e argentino foi tomada logo após a exibição do carro no Salão de São Paulo, em novembro de 2018.
“Vimos que a aceitação foi boa e decidimos que tínhamos de trazer o carro”, disse. Ele informa ainda que desde o início deste ano a engenharia local começou a trabalhar em uma série de adaptações que serão aplicadas ao modelo para os clientes brasileiros e argentinos.
Golfarb afirma que não é possível trazer o Territory antes de 2020 “porque essas adaptações levam tempo, os brasileiros gostam de dinâmica de direção e desempenho diferentes dos chineses, temos de preparar uma série de modificações de engenharia antes de começar a vender o carro”.
Uma das principais qualidades do Ford Territory é o generoso espaço interno, mas no Brasil os bancos brancos têm poucas chances, deverão ser substituídos pelos tradicionais revestimentos pretos e cinza
Com dimensões generosas, 4,58 m de comprimento, 1,94 m de largura, 1,67 m de altura, o Territory é um SUV médio que no Brasil deverá enfrentar concorrentes como o Jeep Compass (o mais vendido da categoria) e outros coadjuvantes do mesmo porte em tamanho e conteúdo como Chevrolet Equinox, Caoa Chery Tiggo 7, Peugeot 3008 e Hyundai New Tucson.
Para brigar nessa faixa de mercado, além da oferta do bom espaço interno (o maior da categoria nos assentos traseiros, segundo a montadora), a Ford aposta em muita conectividade a bordo, carregamento sem fio para celular, central multimídia e painel de instrumentos com telas de 10 polegadas, sistemas tecnológicos de assistência ao motorista como câmera de visão 360 graus com visão virtual de cima (bird eye), piloto automático adaptativo (ACC), estacionamento automático, alerta de permanência em faixa e monitoramento de ponto cego.
A Ford quer que o Territory seja uma referência em conectividade, com funcionalidades inéditas no mercado brasileiro. O SUV tem um modem embarcado que mantém o carro conectado e rastreado o tempo todo, em ligação direta com o aplicativo FordPass, que permite ao motorista travar, destravar, dar partida, localizar e obter informações de telemetria do carro remotamente, por meio de um smartphone. Esse recurso também poderá viabilizar a oferta de novos serviços, como seguros baseados no uso do cliente.
A Ford ainda esconde a maioria dos detalhes técnicos do Territory a ser vendido aqui, não confirma nem mesmo a motorização – mas faz sentido esperar que o carro venha da China equipado com o mesmo powertrain usado lá, 1.5 turbo de 145 cv e câmbio automático tipo CVT, mas é provável que uma das adaptações de engenharia para o Brasil seja a introdução de um módulo flex para o motor funcionar com etanol ou gasolina.
| Automotive Business (publicado em 07-08-2019) | | | | Para a Siemens, as fábricas inteligentes ajudam indústria a acompanhar megatendências e atender aos anseios do consumidor
A digitalização é um dos motores para crescimento sustentável da indústria automotiva brasileira, acredita o CEO e presidente global da Siemens, Joe Kaeser. Ele participou do Siemens Forum 2019, realizado em São Paulo na quarta-feira, 7. No evento que tratou de como maximizar negócios por meio de ecossistemas conectados, o executivo destacou que o setor automotivo é um dos setores mais pressionados a promover sua transformação digital.
"Estamos atendendo as 20 maiores montadoras globais", informou Kaeser, destacando que a quarta revolução industrial está mudando de forma significativa os processos de produção. Ele ressalta que as fábricas inteligentes, propostas pela indústria 4.0 como caminho para reduzir custos e gerar mais competitividade.
Como exemplo disso, o presidente global da Siemens mencionou a adoção de gêmeos digitais, sistemas que fazem a simulação virtual de ambientes reais da fabricação, diminuindo em até 50% o tempo de manufatura. "O produto chega duas vezes mais rápido ao mercado", afirmou, acrescentando que, diante do contexto de transformação, "só vão sobreviver os mais fortes".
DIGITALIZAÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR, PUXADA PELO SETOR AUTOMOTIVO
O presidente da Siemens Brasil André Clark, constata que a transformação digital está na agenda da indústria brasileira. Ele lembra que há dez anos, quando as empresas decidiam montar uma fábrica, a primeiras preocupações eram com o terreno e terraplenagem. A automação e digitalização sempre ficavam para depois da construção da obra. "Agora esse é o item número 1 dos negócios", diz.
O executivo observa que o setor automotivo é um dos que mais vêm investindo em novas tecnologias para atender os anseios do consumidor da era digital. Entre as quais ele cita soluções de internet das coisas (IoT), inteligência artificial e sistemas para analisar dados para tomada de decisão com mais assertividade.
"A indústria automotiva é inovadora até pelos desafios que vem passando", comenta o presidente da Siemens Brasil.
Clark observa que a indústria automotiva está sendo demandada a produzir carros mais sofisticados como os autônomos, elétricos e conectados, prontos para o compartilhamento. Entregar tudo isso aos consumidores, segundo ele, exige que as montadoras se preocupem não mais apenas com a fabricação dos carros. Elas precisam convergir também para colaborar com empresas do setor elétrico, de infraestrutura e com governos que estão construindo cidades inteligentes.
MUDANÇAS NO MODELO DE NEGÓCIO
Andrea Kollmorgen, executiva responsável pela área de Connected e Mobility da Siemens global, avalia que o grande desafio das montadoras está justamente na conectividade. Segundo ela, são obrigadas a seguir as quatro megatendências (carro autônomo, elétrico, compartilhado e a nova mobilidade) de forma acelerada, já que o desenvolvimento de cada uma destas frentes acontecerá de forma simultânea.
"As montadoras precisam ter um olho no presente e outro no futuro. A Siemens pode ajudá-las na modernização das fábricas", afirma Andrea. Segundo ela, a digitalização é importante para que essas empresas possam enfrentar o turbilhão de mudanças que ocorre no setor e buscar novos modelos de negócios.
A executiva explica que novas formas de mobilidade estão ganhando espaço nas cidades, como é o caso das bicicletas, patinetes e dos táxis por aplicativo, fazendo com que menos consumidores comprem carros. Essa tendência, segundo Andrea, abre novas oportunidades para as indústrias. Um exemplo é a mobility as a service (mobilidade como serviço). Isto é, o consumidor contrata um carro para usar pelo tempo que quiser.
| Automotive Businees ( publicado em 07-08-2019) | | | | Aumento de porcentual mínimo é aprovado pela ANP após testes do Instituto Nacional de Tecnologia
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou na quarta-feira, 7, o aumento da mistura de biodiesel de 10% para 11% no diesel comum e que entra em vigor em 1º de setembro.
A decisão, que estabelece o porcentual mínimo, foi aprovada após resultados satisfatórios nos testes feitos pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT). A medida fixa um porcentual de até 15% do biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final, que agora, com a nova medida, ganha um novo porcentual mínimo, conforme o cronograma previsto na Resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) nº 16 de 2018.
De acordo com nota divulgada pela ANP, a mesma medida eleva o valor da estabilidade oxidativa do biodiesel de oito para doze horas, tornando obrigatório o uso de aditivo antioxidante na produção do biocombustível. A medida atesta ainda os resultados satisfatórios dos testes e ensaios para validação da utilização do B15 em motores e veículos.
Atualmente, cerca de 80% do biodiesel no Brasil é produzido a partir do óleo de soja. “O biodiesel é parte fundamental das metas previstas na política do RenovaBio e o aumento da mistura no diesel comum está alinhado com a tendência mundial de redução na emissão de gases de efeito estufa”, avalia em nota a Abiove, Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais.
| Automotive Business (publicado em 07-08-2019) | | | |
Inciativas com funcionários de todas as empresas do grupo visam criação de soluções para demandas internas
A Randon lança dois programas com foco em inovação e empreendedorismo para envolver os funcionários de todas as empresas do grupo a fim de desenvolver equipes para a criação conjunta de soluções para demandas internas. Ambos os projetos fazem parte do do Instituto Hercílio Randon (IHR), instituição que apoia as unidades no fortalecimento da cultura de inovação.
A primeira é a Randon Exo, que já teve outras duas edições em outro formato, e que agora será ampliada contemplando pela primeira vez profissionais de todas as nove empresas controladas pela Randon. Para um total de quinze pessoas, a iniciativa prevê a criação de uma célula de inovação composta por funcionários de diferentes áreas e formações, que serão deslocados de suas áreas e empresas para criarem soluções conectadas às startups para demandas internas da companhia. A meta é criar até quinze novos projetos de inovação em até seis meses. Para esta atividade, os funcionários participantes serão deslocados de suas funções atuais.
Já o Empreende Randon é um programa de empreendedorismo interno e que contará com a parceria do TecnoUCS, Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Também prevê uma equipe de quinze funcionários das Empresas Randon de diferentes áreas e que vão dedicar parte do tempo para se qualificarem enquanto empreendedores, com foco em identificar problemas, validar hipóteses e testar soluções e serviços da empresa. A proposta é que o grupo contribua para que a companhia encontre ou crie soluções para desafios reais.
“Sabemos que o futuro do trabalho nos reserva uma série de disrupções, tendo em vista todas as tendências que cada vez se aproximam com mais velocidade, como a inteligência artificial, os avanços tecnológicos e a reinvenção dos negócios.
É papel das companhias contribuir para que os profissionais possam se desenvolver para estarem aptos a atender aos comportamentos que serão cada vez mais necessários. Assim, geramos os resultados que precisamos como companhia e damos espaço para perfis profissionais diversos”, declara o diretor de planejamento e RH das Empresas Randon, Daniel Ely.
| Automotive BUsiness ( publicado em 07-09-2019) | | | | Duas tendências mundiais - energia limpa e uso de carro compartilhado - são apostas da empresa paulista para o lançamento, que será ainda neste ano, de seu novo automóvel de três rodas
Pé na estrada: empresa já tem 120 veículos encomendados para 2019
Pouco difundido no País, os carros elétricos são a aposta da Gaia Electric Motors para se destacar no competitivo mercado automotivo brasileiro. Para sustentar o crescimento, a empresa pretende aproveitar outra tendência mundial: o universo dos veículos compartilhados.
Unindo essas duas tendências, a empresa acaba de lançar um veículo de três rodas, conectado à internet, que roda 200 quilômetros com apenas R$ 8 de energia elétrica. As primeiras unidades, que estarão à venda até o final deste ano, já contam com uma fila de 120 veículos com início das entregas previstas para outubro. “Na verdade nós não miramos o mercado particular, e sim o empresarial. Entretanto recebemos uma grande procura. Já temos 120 veículos na fila, de pessoas que pagaram a taxa de prioridade.”, comenta o CEO e Fundador da Gaia Electric Motors, Ivan Gorski.
Em seu site oficial, a Gaia Electric Motors tem disponível um sistema de pré-vendas, em que o interessando paga R$ 300 para entrar na lista prioritária e receber o seu Gaia ainda este ano. A reserva pode ser cancelada a qualquer momento e o reembolso solicitado.
De acordo com Gorski o universo dos carros compartilhados se encaixa no perfil do automóvel, uma vez que não possui chave física, apenas uma virtual que libera a porta mediante a interação no aplicativo da empresa. Essa chave pode ser compartilhada via e-mail e WhatsApp.
O veículo também é o primeiro a contar com um chip de internet integrado que possibilita uma série de usos para o carro. Uma dessas funções é a mobilidade compartilhada, que faz grande sucesso em diversas cidades do País, com as bicicletas e patinetes elétricos.
“Nosso objetivo é Business to Business. E futuramente, por exemplo, nós poderíamos fornecer para a Beepbeep os veículos da Gaia”, explica o executivo, fazendo menção à recém-lançada operação da Beepbeep, empresa de transporte compartilhado de veículos elétricos em São Paulo.
Ele avalia ainda que outro uso para o veículo sustentável seria dentro de empresas, na criação de um sistema de transporte com carros elétricos. O que, de acordo com Ivan, geraria uma economia de mais de 30% nos gastos com transporte, além de garantir para a empresa créditos pela redução de carbono. “A Gaia Eletric Motors nasce para acelerar a adoção do transporte elétrico. Levar para o mercado algo acessível”, detalha.
| DCI | | | | Crise no país vizinho impactou os negócios das montadoras brasileiras, que almejam melhorar competitividade para conseguir expandir participação em outros mercados nos próximos anos
A indústria estima um crescimento de 11,9% da produção em 2019
As montadoras de automóveis estão elaborando um plano setorial de exportações para abrir novos mercados e diminuir a dependência do mercado argentino, que enfrenta grave crise e reduziu o volume de compras.
“Discutimos um plano de exportação para os próximos anos para trazer previsibilidade e um horizonte de planejamento. A indústria quer buscar outros mercados e não ficar dependente da Argentina”, declarou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (6).
Dados da entidade mostram que a indústria automotiva brasileira tem 87,9% de participação de mercado no Brasil e 63,1% na Argentina. Nos demais países e regiões, as participações mais relevantes são na América Latina (excluindo México, Argentina e Brasil), com 9,2% e no México, com 5,8%.
O dirigente explicou que aumentar a presença brasileira em outros mercados é difícil por conta da competitividade. “Um exemplo prático real do custo Brasil é o crédito de ICMS [imposto sobre circulação de mercadorias e serviços] acumulado pelos exportadores que ficam retidos”. De acordo com a Anfavea, a cada R$ 100 milhões acumulados, as empresas perdem cerca de 20%.
Moraes disse que o pagamento dos créditos retidos está sendo discutido com os governos estaduais. “Estamos dialogando, sempre levando em conta a situação fiscal difícil dos estados, para que tenhamos um cronograma de liberação parcial.”
Ele também contou que a entidade conversa com o ministério da Economia para elevar o percentual de ressarcimento tributário para exportação (Reintegra). “Trabalhamos considerando o déficit fiscal do Estado, verificando o que é possível. Entendemos que também é interesse do governo estimular uma retomada econômica por meio do crescimento das exportações.”
Moraes destacou que, caso a reforma da Tributária elimine resíduos como a retenção de créditos do ICMS, o Reintengra deixa de ser necessário. “O novo sistema tributário não pode ter essa distorção que não existe em outro lugar do mundo.”
A expectativa da entidade é que o plano seja apresentado no próximo ano. Para 2019, a estimativa é de queda de 28,5% nas exportações de veículos. Em julho, foi registado crescimento de 4,2% nos embarques sobre junho. “Tivemos um crescimento na Colômbia e no México, mas ainda são mercados pequenos. Não compensa a Argentina”, ressaltou o dirigente. A queda acumulada das exportações de janeiro a julho é de 38,4%.
Balanço
A produção de veículos automotores cresceu 8,4% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando 266,4 mil unidades. A informação foi divulgada nesta terça-feira (6) pela Anfavea. No acumulado de janeiro até julho, a produção de veículos cresceu 3,6% e atingiu 1,74 milhão de unidades.
As vendas totais de veículos no mercado interno cresceram 12% em relação a julho de 2018. No mês passado, foram emplacadas 243,6 mil unidades. Com o resultado, as vendas acumulam no ano uma alta de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado, com 1,55 milhão de unidades emplacadas.
O segmento de caminhões apresentou crescimento acumulado de 13,5% na produção e 44,3% nas vendas. Já as exportações tiveram queda expressiva de 54,6% no período.
As vendas de máquinas agrícolas caíram 17,2% no mercado interno na comparação com julho do ano passado. No acumulado do ano a queda foi de 3,4%. Porém, as exportações cresceram 18,1% na comparação anual e 1,3% no acumulado dos primeiros sete meses de 2019.
| DCI (publicado em 07-08-2019) | | | |
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