| 23 de Outubro de 2019
Quarta-feira
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Em 23/10/2019
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| | | | | Aos poucos a indústria do Paraná retoma a criação de vagas de trabalho. É uma boa notícia para quem está em busca de um emprego formal, embora ainda longe do ritmo ideal. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE, que avalia o mercado de trabalho. De abril a junho de 2019, a indústria paranaense manteve 903 mil pessoas empregadas. Alta de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
O setor da construção civil foi o que registrou a maior movimentação, com 436 mil pessoas empregadas no Paraná. Crescimento de 4,8% na comparação com igual período de 2018. Só para se ter uma ideia da força de trabalho no setor industrial, o agronegócio registrou queda de 5,3% e o comércio, de 2,9% no segundo trimestre deste ano ante o primeiro.
Para o economista da Fiep, Evânio Felippe, a recuperação do emprego na indústria passa pela maior confiança do empresário na economia. "A pesquisa de setembro já revelou que pelo terceiro mês seguido houve aumento no índice de confiança do empresário e isso pode se refletir numa oferta maior de vagas e no aumento de pessoas procurando emprego", avalia.
A pesquisa do IBGE mostra que, no Paraná, aumentou 2,3% o número de pessoas na força de trabalho, total de pessoas disponíveis no mercado, neste segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2018. Outra consequência é o aumento de pessoas desocupadas. "Quanto mais gente disposta a trabalhar, maior a taxa de desocupados porque o mercado não consegue absorver todos na mesma velocidade", explica.
"A taxa de desemprego no Paraná se manteve estável no primeiro semestre de 2019, 9%. Porém, no segundo trimestre a trajetória era de leve alta em razão do aumento de mão-de-obra disponível, pessoas dispostas a retornar ao mercado de trabalho. Como as contratações não ocorrem no mesmo ritmo para absorver toda esta demanda, a taxa de desemprego tende a crescer", justifica Felippe.
Movimentação do emprego no mês
O economista da Fiep também avaliou a evolução do emprego de acordo com a pesquisa mensal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), fornecida PELA Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.
No Brasil, a indústria de transformação empregou 1,88 milhão de pessoas e demitiu 1,75 milhão. O saldo acumulado de janeiro a setembro de 2019 é de 126,2 mil novas vagas. O resultado é um pouco menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, que foi de 126,6 mil novas vagas criadas, com redução de 0,3%.
As atividades que mais contribuíram foram alimentos (34,5 mil), petróleo (14,5 mil), manutenção de máquinas e equipamentos (11,2 mil), confecção e artigos do vestuário (9 mil) e fabricação de produtos de metal (8,9 mil).
Paraná
No estado, os dados do Caged mostram que 180 mil pessoas foram contratadas na indústria de transformação, de janeiro a setembro deste ano, e 172,8 mil foram desligadas. O saldo ficou em 7,2 mil novas vagas. No Paraná, a queda foi bem mais acentuada quando comparada com o mesmo período de 2018, redução de 31% no número de vagas abertas.
O setor de alimentos, por exemplo, um dos principais do estado, não gerou nem 20% das vagas ofertadas em igual período do ano anterior. Foram 750 contra 4.158 em 2018. O da madeira, que ano passado havia criado 1.393 vagas, no mesmo período deste ano fechou 1.275.
As que mais criaram postos de trabalho até agora no estado foram confecções e artigos do vestuário (1.213), produtos de metal (1.027), e Borracha e materiais plásticos (910). "O saldo é positivo, mas o ritmo de contratações está bem mais lento do que o verificado no mesmo período de 2018", afirma o economista.
Construção civil
No Brasil, o saldo entre admitidos e demitidos no setor da construção civil até setembro ficou em 110,4 mil. Crescimento de 59,5% em relação ao ano passado, quando o resultado ficou em 69,2 mil novos postos de trabalho. No Paraná, o saldo de empregos de janeiro a setembro deste ano teve aumento expressivo em relação a 2018. São 9.702 admitidos agora contra 3.893 no ano passado.
"A redução na taxa de juros no Brasil pode beneficiar o setor da construção civil porque os custos para financiamento de imóveis ficam mais baixos. Considerando que boa parte das moradias no Brasil são adquiridas por meio de financiamentos bancários, isso pode contribuir para uma melhora na venda de imóveis. No Paraná, o crescimento da atividade de forma mais acentuada pode estar atrelado a uma melhora na atividade econômica, melhor do que a registrada em nível nacional", sugere Evânio Felippe.
No Paraná, somando indústria de transformação e construção foram admitidos contratados 261,5 mil trabalhadores, sendo 69% na indústria de transformação. Mas, quando se analisa o saldo, diferença entre admitidos e demitidos, o desempenho da construção civil é superior. Perto de 57% dos postos de trabalho criados no Paraná ficaram no segmento da construção. Em 2018, o resultado era inverso. Cerca de 71% das vagas criadas naquele ano estavam na indústria de transformação.
Setembro no Paraná
Em setembro, o emprego formal teve saldo positivo no Paraná. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram abertas 9.218 novas vagas com carteira assinada. Foram 97.884 contratações e 88.666 demissões no estado.Com a criação de 4.341 novos postos formais, o setor de Serviços foi o destaque do mês. Também tiveram saldo positivo a Indústria de Transformação, com 1.923, e o Comércio, com saldo de 1.723.
| Diáio dos Campos ( publicado em 22 -10-2019) | | | | Uruguai e Paraguai já concordaram em redução de alíquotas de importação em 80% dos itens
O Brasil cogita deixar o Mercosul caso a Argentina não concorde com a redução de alíquotas de importação a serem praticadas pelo bloco dentro de quatro anos. Uruguai e Paraguai já fecharam com o Brasil em 80% dos mais de 10 mil itens negociados.
A estratégia, revelada por representantes dos países, será uma saída drástica para que o Brasil possa levar adiante o plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, de promover a abertura da economia e o aumento da produtividade —medidas que estavam previstas para serem retomadas com mais força pelo governo após a reforma da Previdência.
A saída do bloco geraria um novo impasse em relação ao acordo de livre-comércio com a União Europeia. O governo já faz consultas para saber se o tratado valeria para o Brasil mesmo fora do Mercosul.
A Folha teve acesso à última proposta tarifária discutida entre os países, revelada pelo jornal Valor Econômico. Por ela, a indústria será a mais afetada, com redução média do imposto de importação para o setor de 13,6% para 6,4%.
Em cada dez itens, seis teriam descontos superiores a 50%. Na média, a TEC (Tarifa Externa Comum, imposto de importação cobrado sobre bens de outros países para entrar nos territórios de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) ficaria em 6,8%, com uma redução de 40%.
Veículos de passeio passariam dos atuais 35% para 12%. Na cadeia do aço, a tarifa média cairia de 10,4% para 3,7%.
Laminados planos, insumo da produção de veículos, seriam taxados a 4% em vez de 14%. Alguns tipos de plástico teriam corte de 12% para 8%. Na indústria que fornece o insumo (polipropileno), a queda seria de 14% para 4%.
Se ele for implementado, o setor têxtil nacional, por exemplo, poderá ter tarifas equivalentes às do Canadá. As alíquotas de adubos e fertilizantes estariam niveladas com a dos EUA e até menores que as da União Europeia.
Entidades do setor de ônibus e calçados afirmam que as reduções da TEC ajudará invasão chinesa.
Além de questionar a metodologia, a Argentina nem sequer enviou sua proposta para os itens em discussão.
Representantes de Brasil, Uruguai e Paraguai dizem acreditar que a Argentina deve travar o acordo caso a chapa de Alberto Fernández e da ex-presidente Cristina Kirchner vença as eleições presidenciais. Eles são protecionistas. A redução precisa do aval dos quatro países-membro.
Neste caso, Guedes teria de “virar a mesa do bloco”, nas palavras de um negociador, e convencer o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a abandonar o Mercosul.
Essa situação será discutida na próxima reunião do Mercosul, em dezembro, no Rio Grande do Sul.
No governo, a abertura comercial enfrenta resistência. O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, defende uma transição escalonada das alíquotas.
Para ele, setores da economia, particularmente a indústria, podem ser engolidos por produtos mais competitivos, principalmente da China. Por outro lado, defende o governo, a abertura facilitaria a entrada de insumos.
O tamanho da redução das tarifas e a velocidade dos cortes sugeridos pelo governo desagradam representantes do setor produtivo.
Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), um corte de 50% na tarifa reduzirá o PIB (Produto Interno Bruto) de pelo menos 10 dos 23 setores industriais até 2022.
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes, afirma que o ritmo de abertura sugerido pelo governo é apressado.
“Precisamos da abertura e a defendemos, mas de forma gradual. A redução unilateral, apressada e sem essa redução do custo Brasil, pode ser danosa para o país”, afirma
| Folha de S. Paulo | | | | Documento prevê corte unilateral da TEC para automóveis, calçados, têxteis, químicos e aço
O plano de abertura da economia desenhado pelo governo Jair Bolsonaro prevê um corte unilateral das alíquotas de importação sobre produtos industriais de 13,6% para 6,4%, na média, em quatro anos - o que deixaria o Brasil com níveis de proteção tarifária à indústria equivalentes aos dos países mais ricos do mundo.
O Valor teve acesso à simulação feita pelo governo brasileiro e compartilhada com os demais sócios do Mercosul para reduzir a Tarifa Externa Comum (TEC). A intenção do Ministério da Economia e do Itamaraty é avançar nas discussões em encontro de cúpula presidencial do bloco pré-marcado para os dias de 4 e 5 de dezembro, em Bento Gonçalves (RS), com a presença do argentino Mauricio Macri e menos de uma semana antes da conclusão de seu mandato na Casa Rosada.
Pela simulação, que representa o primeiro exercício efetivo nas discussões sobre o futuro da TEC, as alíquotas aplicadas sobre automóveis de passageiros trazidos do exterior devem cair de 35% para 12%. Diminuiria também, de 35% para 12%, a tarifa cobrada de produtos têxteis e vestuário. Em um momento de sobreoferta e excesso de capacidade global, laminados de aço a quente teriam queda de 12% para 4%. Ônibus passariam de 35% para 4%. O polipropileno, um dos principais bens da indústria petroquímica produzidos no Brasil, baixaria de 14% para 4%.
Integrantes da equipe econômica já haviam dito, em entrevistas, que o Brasil submeteria ao Mercosul um plano de corte médio e não linear da TEC pela metade. Representantes do setor privado reclamam que, desde então, não têm conseguido abrir um canal de diálogo com o governo para falar sobre o assunto.
O que revela a proposta obtida pelo Valor é que, para diversos setores da indústria de transformação, o corte poderia ir muito além de 50% da tarifa de importação praticada hoje. Enquanto isso, o agronegócio ficaria com alíquotas praticamente inalteradas.
O documento foi apresentado ao “Grupo Ad Hoc para Analisar a Consistência e Dispersão da TEC” e ainda não teve resposta dos outros sócios do bloco - Argentina, Uruguai e Paraguai.
Há sugestões de alíquotas para 10.270 NCMs, como são conhecidas as nomenclaturas comuns do Mercosul. Cada NCM abrange um produto específico ou uma pequena categoria de produtos.
Quando se levam em conta segmentos industriais como um todo, o “choque tarifário” também fica evidente: o estudo é de redução da TEC para calçados (31,8% para 12%), equipamentos médico-hospitalares (11,2% para 3,8%), móveis (17,6% para 8,8%), produtos plásticos (10,8% para 4,8%), siderúrgicos (10,4% para 3,7%), máquinas, material e aparelhos elétricos (12% para 4,2%).
A forte abertura da indústria, no entanto, contrasta com um movimento bem mais tímido de liberalização da agricultura e do agronegócio - justamente os setores nos quais o Brasil tem mais competitividade e, em teoria, não precisaria tanto de proteção.
A simulação feita para a tarifa dos vinhos, cujo polo gaúcho de produção fica em base eleitoral do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), é manter a alíquota no mesmo nível da praticada hoje (20%). A TEC para o etanol seria mantida em 20%, o que pode conter a insatisfação dos usineiros do Nordeste, com viés mais protecionista e já contrariados com a ampliação recente - de 600 milhões para 750 milhões de litros - da cota livre de tarifas pelo período de um ano.
Outro segmento sem mudança é o dos produtores de banana. A tarifa atual é de 10% e ficaria assim. Em março, Bolsonaro fez questão de “pedir desculpas para o pessoal do Vale do Ribeira”, onde passou a adolescência, pelas importações de bananas do Equador.
Em 2017, após anos de negociações, o Ministério da Agricultura reconheceu o país andino livre de um vírus apontado como risco fitossanitário ao Brasil. “Como é que pode uma banana sair do Equador, andar 10 mil quilômetros, passando pelo canal do Panamá e pelo porto de Santos, e chegar a um preço competitivo lá no Ceagesp, se a 150 quilômetros de São Paulo você tem o Vale do Ribeira, cuja economia em grande parte é a banana?”, questionou Bolsonaro.
Reservadamente, um alto funcionário do governo brasileiro afirma que a iminência de uma derrota de Macri deve postergar o desfecho das discussões sobre a nova TEC. Até meados do ano, segundo essa fonte, Brasília vinha trabalhando com um cenário de reeleição do atual presidente e um clima mais favorável para a maior reestruturação da tarifa comum do Mercosul em 25 anos.
Como essa aposta não vingou e a chapa oposicionista Alberto Fernández-Cristina Kirchner tem ampla vantagem para ganhar já no primeiro turno, nas eleições presidentes deste domingo, o cronograma está sendo repensado.
Segundo a fonte ouvida pelo Valor, seria “imprudente” bater o martelo em torno das novas alíquotas na cúpula do Mercosul e deixar um constrangimento ao novo governo argentino, que toma posse em 10 de dezembro. Agora, a ideia é avançar nos trabalhos e ter uma decisão em estágio adiantado, para ser tomada depois de conversas com o provável governo Fernández sobre o futuro do bloco.
Como é uma união aduaneira, mesmo cheia de imperfeições (já que muitos produtos têm regimes próprios ou fazem parte de listas de exceções), o Mercosul pratica uma tarifa comum para importações provenientes de outros países. A visão dominante na equipe econômica é que o corte unilateral das alíquotas deve ser feito com ou sem a Argentina.
Se o país vizinho recusar a proposta de abertura, seguindo a tradicional linha kirchnerista de maior protecionismo, haveria uma espécie de beco sem saída para o Mercosul: a união aduaneira precisaria regredir para uma zona de livre-comércio.
| Valor Econômico (publicado em 22-10-2019) | | | | O texto-base foi aprovado nesta terça (22), mas dois destaques que tratam da aposentadoria especial não foram votados
O Senado Federal deve concluir nesta quarta-feira (23) a votação da reforma da Previdência. A sessão está prevista para começar às 9h.
O texto-base foi aprovado nesta terça (22), mas dois destaques —votações que podem alterar trechos específicos da proposta— que tratam da aposentadoria especial não foram votados. Esse tipo de benefício é devido ao trabalhador que exerceu atividade exposto a agentes nocivos à saúde.
Os senadores chegaram a rejeitar outros dois destaques, mas, após um impasse no plenário, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), adiou a conclusão da votação.
Um destaque do PT e outro da Rede ficaram para a sessão desta quarta diante do risco de o governo sofrer uma derrota. Houve uma discussão sobre uma sugestão do senador Paulo Paim (PT-RS) que, segundo a equipe econômica, prevê a recriação de uma aposentadoria especial por categoria para quem trabalha em condições perigosas. Isso foi extinto em 1995.
Se o plenário aprovasse esse item, o impacto da reforma da Previdência seria reduzido em R$ 23,2 bilhões em uma década.
Senadores de partidos independentes, como MDB, pediram esclarecimentos sobre o efeito desse trecho da reforma. Assim, a sessão será retomada nesta quarta às 9h para que o plenário possa decidir sobre o texto. Paim quer retirar um trecho que proíbe a concessão de aposentadoria especial por periculosidade por categoria.
O destaque da Rede prevê a retirada do critério de idade mínima para trabalhadores expostos a agentes nocivos.
Para derrotar as duas investidas da oposição, o governo precisa de apoio de 49 dos 81 senadores.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que é normal o adiamento da votação, principalmente por causa do risco de o governo perder na votação patrocinada por Paim.
O atraso na conclusão da reforma é um revés para o Palácio do Planalto, cujos interlocutores atuaram durante todo o dia com o objetivo de encerrar a tramitação da proposta.
72 milhões de afetados
O texto principal da reforma teve 60 votos a favor (eram necessários no mínimo 49) e 19 contra --houve uma ausência.
Na versão do texto-base, a reforma pode alterar regras de aposentadorias e pensões para mais de 72 milhões de pessoas, entre trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos. Esse número, no entanto, pode ser alterado a depender da conclusão da votação.
Após oito meses de tramitação, a reforma impõe idade mínima para todos os trabalhadores do setor privado, altera regras de benefícios como a pensão por morte e muda o valor da contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), entre outras mudanças.
Até mesmo o ministro Paulo Guedes (Economia) foi ao plenário do Senado diante da expectativa de que a reforma terminaria todo o rito no Congresso.
No Japão, onde está em viagem oficial, o presidente Jair Bolsonaro comemorou a aprovação. "Foi um placar bastante largo. A gente agradece a articulação do Davi Alcolumbre", disse em conversa com um grupo de jornalistas, da qual a Folha participou.
Ele ainda ironizou seu desafeto, o ex-líder de seu partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), que perdeu o posto para seu filho Eduardo Bolsonaro (SP). "Não articulei nada, não sei articular. Quem articulou foi o Delegado Waldir."
Se a votação da reforma for concluída nesta quarta, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reformulação da Previdência vai à promulgação pelo Congresso Nacional. Ainda não há data para isso.
Segundo Alcolumbre, o ato pode ser em 5, 12 ou 19 de novembro. A medida não depende de nenhum aval de Bolsonaro. Somente após uma dessas datas é que a reforma entra em vigor.
Alcolumbre, que também é presidente do Congresso, disse que deve esperar Bolsonaro voltar ao Brasil da viagem pela Ásia e pelo Oriente Médio.
"Eu quero dizer ao governo que o Congresso Nacional cumpre com as suas responsabilidades. O Parlamento brasileiro entrega a maior reforma da previdência da história desse país para o Brasil e para os 210 milhões de brasileiros", discursou Alcolumbre.
Segundo ele, o Congresso mostrou maturidade política. "O Senado da República, o Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados enfrentaram, neste ano, uma das matérias mais difíceis, mas, ao mesmo tempo, mais importantes para a Nação brasileira", disse o senador.
Bolsonaro enviou a proposta ao Congresso em 20 de fevereiro. Por mexer na Constituição, a reestruturação precisou do apoio de 60% dos deputados e senadores, em dois turnos de votação em cada Casa.
O presidente ficou distante da articulação e do convencimento de parlamentares em favor do projeto. Guedes e Marinho foram os principais interlocutores para que a Câmara aprovasse a reforma, em agosto, e o Senado, em outubro.
R$ 800 milhões
Apesar das concessões, os principais pilares da reforma foram mantidos.
A estimativa do governo é um corte de gastos de cerca de R$ 800 bilhões em dez anos. A versão original da PEC, enviada por Bolsonaro, teria impacto de R$ 1,2 trilhão em uma década.
Questionado se a economia estimada é suficiente para o ajuste fiscal, Guedes disse que, se estados e municípios forem incluídos, o cenário será positivo para o país. Os entes foram retirados da proposta original e tramitam em uma PEC paralela no Senado.
"Se vêm os estados e municípios com outros R$ 400 bilhões, não faz mal a nossa não chegar a R$ 1 trilhão, porque não adianta o federal ter R$ 1 trilhão e os estados e municípios, não. O ideal é que estados e municípios venham juntos", afirmou. Ele disse que isso "seria extraordinário para o Brasil".
Ao aprovar ampla reforma neste ano, o governo Bolsonaro fica atrás só do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, em 2003, obteve o aval do Congresso em pouco mais de sete meses e meio.
A restruturação de Lula, porém, foi focada no funcionalismo público. A proposta de Bolsonaro atinge o setor público e o privado.
Assim que a reforma for promulgada, quem ainda vai entrar no mercado de trabalho terá que completar 65 anos, se homem, e 62 anos, se mulher, para cumprir o requisito de idade mínima para aposentadorias. Quem já está na ativa poderá se aposentar antes da idade mínima.
Há cinco regras de transição para a iniciativa privada. Para servidores públicos, há duas. O trabalhador poderá optar pela mais vantajosa.
As regras de transição também entram em vigor assim que a PEC for promulgada. O mesmo vale para o novo cálculo das aposentadorias, que considera todo o histórico de contribuições do trabalhador. A fórmula atual é mais vantajosa, pois considera só 80% das contribuições mais elevadas.
A reforma também torna mais rígido o cálculo de pensões por morte, que corta o valor do benefício para 60% mais 10% para cada dependente adicional. Hoje, não há esse redutor. As pensões, porém, não podem ficar abaixo de um salário mínimo (R$ 998).Não é a primeira vez que o Congresso teve que decidir sobre a criação de uma idade mínima para aposentadorias.
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) apresentou reforma com idade mínima em 1995. Ele levou mais de três anos e oito meses para aprovar a reforma e foi derrotado em relação a esse item, por apenas um voto.
Com esse histórico, os articuladores de Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram cautelosos no calendário da reforma de 2019. Maia foi um dos principais fiadores da medida e está alinhado à agenda reformista e liberal de Guedes.O governo também enviou ao Congresso um projeto para reestruturar o regime de Previdência dos militares. Essa proposta, porém, ainda está em análise da Câmara.
Para o time de Guedes, o pacote da reforma inclui o pente-fino nos benefícios pagos pelo INSS, cuja lei foi aprovada pelo Congresso no primeiro semestre.
Agenda reformista
Após a Previdência, o governo já planeja dar sequência à agenda reformista.
Na próxima semana, deve ser apresentado ao Congresso pacote de medidas para elevar o controle das contas públicas, desvincular o Orçamento e ampliar os repasses a estados e municípios. A reforma tributária ficou para 2020.
O amplo pacto federativo deve ser dividido em três PECs, informou o líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).O objetivo é que medidas sejam adotadas caso seja identificado que o governo irá descumprir a chamada regra de ouro, norma impede a emissão de títulos públicos para poder pagar despesas correntes, como aposentadorias.
A Constituição veda essa prática, mas o Congresso pode autorizar o Executivo a descumprir a regra de ouro. O governo, contudo, pretende acabar com isso, fazendo um ajuste fiscal. Além disso, Guedes quer prever que estados e municípios tenham que adotar medidas para ajustar os gastos, em especial com servidor e com aposentadorias.
A proposta envolverá uma ampla desvinculação do Orçamento e extinção de fundos constitucionais e infraconstitucionais.
Logo após o pacto federativo, o governo estuda propor uma ampla revisão no funcionalismo público. Chamado de reforma administrativa, o projeto deve ser apresentado ao Congresso no começo de novembro, começando a ser analisado pela Câmara.
| Folha de S. Paulo | | | | Senado deve esperar o presidente Bolsonaro voltar de viagem ao Japão para marcar promulgação da PEC
As novas regras nas aposentadorias de trabalhadores do setor privado e servidores públicos federais deverão começar a valer em novembro, segundo informações do Senado Federal. "A promulgação da PEC da Previdência será em novembro, em data ainda a ser definida", diz nota do órgão.
A validade da reforma da Previdência ocorre com a promulgação e a publicação da PEC (proposta de emenda à Constituição). A sessão solene da Câmara e do Senado para promulgação deverá ser marcada pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP) somente após o fim da viagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Japão. Ele ficará fora por 12 dias.
O texto-base da reforma foi aprovado no Senado nesta terça (22), com 60 votos a favor e 19 contrários. Após a votação, os senadores iniciaram a apreciação de destaques. Os dois primeiros foram rejeitados. Eles tratavam de regra de transição para servidores e conversão de tempo especial em comum.
Nesta quarta (23) serão analisados mais dois destaques, do PT e da Rede. Um deles trata da aposentadoria especial para quem trabalha em atividade de risco. O outro quer a retirada da idade mínima no benefício especial.
Desde que foi entregue ao Congresso em fevereiro, a reforma da Previdência teve várias alterações, mas o pilar básico, que é a instituição de idade mínima nas aposentadorias, foi mantido.
Após a emenda constitucional, as mulheres vão se aposentar aos 62 anos e os homens, aos 65 anos. A regra valerá para os trabalhadores que contribuem com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), para os servidores públicos federais e para os parlamentares.
Também terão idade mínima no benefício trabalhadores rurais, pescadores, trabalhadores de garimpos e quem vive da economia familiar. Profissionais cujas atividades sejam consideradas especiais estão entre as categorias que vão se aposentar com idade mínima, assim como os professores da redes pública e privada.
O tempo mínimo de contribuição para ter o benefício será de 15 anos, para mulheres, e de 20 anos para homens que ingressarem no mercado de trabalho. Quem já está filiado a um dos regimes conseguirá se aposentar com 15 anos. Haverá regras de transição para quem já trabalha.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 22-10-2019) | | | | Os brasileiros que já estão no mercado de trabalho ou já contribuíram para a Previdência terão direito à regra de transição que lhes for mais vantajosa entre as diversas opções. Há alternativas específicas para servidores públicos federais, professores, policiais e trabalhadores expostos a agentes nocivos à saúde, como quem trabalha na mineração.
O objetivo das regras de transição, segundo o governo, é permitir que os atuais trabalhadores se aposentem antes das idades mínimas finais estabelecidas pela reforma da Previdência aprovada no Senado.
Como regra geral, a aposentadoria para os novos trabalhadores será possível a partir de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, com diferenças para categorias como policiais e professores.
No INSS, existem quatro opções de transição para quem tinha perspectiva de se aposentar por tempo de contribuição (aos 30 anos para mulheres e 35 anos para homens).
Quem está a dois anos da aposentadoria ainda poderá se aposentar pelas regras de tempo de contribuição anteriores à reforma, cumprindo apenas um pedágio de 50% sobre o tempo que falta hoje para a aposentadoria (ou seja, no máximo um ano a mais de trabalho). No entanto, ficará sujeito ao fator previdenciário, regra que na prática reduz o valor do benefício.
Já os trabalhadores que não quiserem um valor tão baixo precisarão optar uma entre as demais regras. Na transição por pontos, a ideia é aproveitar a regra “86/96”, já em vigor, que passaria a operar como exigência de acesso à aposentadoria. Hoje essa fórmula (que resulta da soma da idade com o tempo de contribuição) é usada apenas para saber se o segurado terá direito ao benefício integral – mesmo sem completar os pontos ele pode pedir a aposentadoria, mas com benefício menor.
A pontuação desta transição, que passa a ser exigência para acessar o benefício, começa em 86/96 e sobe um ponto por ano, até chegar a 100 pontos no caso das mulheres e 105 pontos no caso dos homens.
Uma terceira regra de transição exige, além do tempo de contribuição de 30 ou 35 anos, o cumprimento de idades mínimas, que começam em 56 anos para mulheres e 61 anos para homens. Essas idades sobem seis meses a cada ano, até chegarem a 62 e 65, respectivamente.
Há ainda a possibilidade de escolher a transição que exige pedágio maior, de 100% sobre o tempo restante de contribuição, mas aceita idade mínima menor, de 57 anos para mulheres e 60 anos para homens – sem subir ao longo do tempo como nas demais regras.
Para trabalhadores de menor renda, que geralmente se aposentam por idade, as mudanças são menores. Apenas a idade da mulher subirá paulatinamente de 60 anos para 62 anos. A idade exigida do homem nesse caso já é atualmente de 65 anos.
Os servidores públicos federais, por sua vez, podem optar pela regra do pedágio de 100% e também pela pontos. No caso da regra de pontos, eles precisam adicionalmente cumprir idades mínimas de 56 anos para mulheres e 61 anos para homens, que subirão a 57 e 60 respectivamente em 2022.
| Tribuna PR (publicado em 22-10-2019) | | | | O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vai usar um parecer da consultoria da Casa para tentar um acordo que mantenha o texto da reforma da Previdência sem alterações. O Senado ainda precisa analisar duas tentativas de alteração na proposta.
Um dos destaques, apresentado pelo PT, procura garantir aposentadoria especial para trabalhadores em atividades com grau de periculosidade, como vigilantes.
O destaque causou impasse na sessão da véspera. Senadores procuram um entendimento que responda à seguinte pergunta: a Constituição atualmente permite aposentadoria diferenciada por periculosidade? Se sim, os parlamentares resistem em manter o texto original da reforma e retirar esse direito.
O governo argumenta que esse tipo de benefício não está previsto desde 1995, ou seja, o Congresso não estaria retirando um direito garantido.
O parecer da consultoria do Senado aponta no mesmo sentido. Além disso, de acordo com Alcolumbre, não há risco de o texto retornar à Câmara. “Nem volta para a Câmara nem está retirando direito. Não existe esse direito hoje em lugar nenhum”, afirmou Alcolumbre.
Alcolumbre propôs ainda tratar o tema em um projeto de lei.
| Tribuna PR (publicado em 23-10-2019) | | | | Após fecharem em alta nesta terça-feira, 22, os juros futuros recuam na manhã desta quarta (23), em reação à aprovação do texto-base da reforma da Previdência em segundo turno no plenário do Senado. No câmbio e na Bolsa, a expectativa de aprovação foi precificada ontem na atitude otimista do investidor.
Dois destaques que ainda faltam devem ser votados nesta Quarta-feira. O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), previu mais cedo a conclusão do texto final até o meio desta quarta.
Às 9h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 estava em 4,510%, na mínima, de 4,537% no ajuste de terça. O DI para janeiro de 2023 exibia 5,480%, de 5,520%, enquanto o vencimento para janeiro de 2025 marcava 6,150%, na mínima, de 6,200% no ajuste anterior.
| Tribuna PR (publicado em 23-10-2019) | | | | O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou deflação de 0,07% na terceira quadrissemana de outubro, informou nesta quarta-feira, 23, a Fundação Getulio Vargas (FGV). É a segunda taxa negativa para o índice, que registrou -0,01% na segunda quadrissemana do mês, após duas variações seguidas de 0,0% nas leituras anteriores.
Cinco das oito classes de despesa do indicador registraram decréscimo em suas taxas de variação. A maior pressão para baixo sobre o IPC-S foi do grupo de Habitação (-0,14% para -0,32%), com queda na taxa puxada pela tarifa de eletricidade residencial (-1,70% para -2,63%).
Ainda apresentaram decréscimos os grupos Alimentação (-0,37% para -0,35%), pela deflação de aves e ovos (0,12% para -0,75%); Comunicação (0,22% para 0,11%), com contribuição da tarifa de telefone móvel (0,65% para 0,27%); Educação, Leitura e Recreação (0,15% para 0,06%), influenciada pela queda nos preços de teatro (-0,49% para -1,80%); e Vestuário (0,26% para 0,18%), pela queda nos calçados (0,15% para -0,17%).
Por outro lado, dois grupos apresentaram aceleração nas suas taxas: Despesas Diversas (0,19% para 0,27%), com influência do aumento de cigarros (0,30% para 0,49%); e Saúde e Cuidados Pessoais (0,23% para 0,26%), com preços de aparelhos médico-odontológicos (0,15% para 0,31%).
O grupo de Transportes repetiu a taxa de variação de 0,23% da quadrissemana anterior, já que a variação de óleo diesel (3,35% para 3,93%) compensou a queda do seguro facultativo para veículo (0,66% para -0,26%).
| Tribuna PR (publicado em 23-10-2019) | | | | Geralmente, liberdade de mercado gera mais concorrência e melhores preços
Em princípio, a venda direta de combustíveis aos postos seria positiva para o consumidor. O motivo é simples: sempre que há intermediários os preços aumentam. Quem tem dúvida, pergunte ao produtor por quanto vende uma caixa de tomates, e compare a que paga pelo quilo nos supermercados, depois de passar por várias etapas de venda.
Seria válida desde que a fiscalização e ações de defesa da concorrência fossem adotadas para evitar concentração do mercado nas mãos de meia dúzia de empresas —isso seria ainda mais nocivo do que os intermediários.
Não vejo problema, também, que refinarias e distribuidoras sejam donas de postos de combustíveis. Novamente, com a ressalva de que haja ações preventivas e reativas para evitar concentração de mercado que jogue os preços na lua.
Geralmente, liberdade de mercado gera mais concorrência e melhores preços. Mas, no Brasil, sempre há o risco de criação de monopólios, oligopólios, dumping e outras práticas comerciais nocivas.
Sabemos, porém, que quase a metade do preço da gasolina na bomba se deve aos impostos. E esses tributos não são revertidos para aumentar a produção nem para facilitar o acesso a carros elétricos, por exemplo. Muito menos para melhorar as condições do transporte público, das ciclovias etc.
Então, a venda direta de combustíveis poderia ter efeito positivo no preço final, mas os impostos também deveriam ser reduzidos. Até porque os custos de transporte recaem sobre toda a cadeia produtiva, e aparecem lépidos e fagueiros nas etiquetas dos produtos nas gôndolas dos supermercados.
A propósito, não adianta criticar o cidadão por usar veículo particular para fugir dos ônibus superlotados na hora do rush. A saída continua sendo o metrô. Mas obras fundamentais andam a passo de tartaruga em São Paulo, uma das maiores regiões metropolitanas do mundo.
É o que tem acontecido, por exemplo, na Linha 6 - Laranja do metrô paulista, que terá 15 quilômetros de extensão e percorrerá cinco universidades. As obras começaram em 2016, mas o consórcio ficou sem financiamento em consequência de envolvimento das empresas na Lava Jato.
Agora, tudo deve recomeçar, a se confirmar a venda da concessão para uma companhia chinesa. O prazo final para o negócio será 11 de novembro próximo. Vamos ver se as obras serão retomadas, e quando ficarão prontas.
Lentidão administrativa e trânsito, definitivamente, não combinam.
Maria Inês Dolci - Advogada especialista em direitos do consumidor, foi coordenadora da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).
| Folha de S. Paulo | | | | Montadora quer recuperar liderança entre as marcas premium, perdida para a BMW
Em 2020 a Mercedes acredita que voltará à liderança do segmento premium, perdida no Brasil para a BMW em abril deste ano. A aposta é de Holger Marquardt, diretor de marketing e vendas para automóveis na América Latina. A provável volta ao topo terá como motivo o lançamento de sete utilitários esportivos no próximos nove meses, a começar pelo GLC 220d.
“Os SUVs têm grande aceitação dos consumidores em todo o mundo e também aqui no Brasil”, afirma o executivo.
Atualmente, os utilitários esportivos respondem por cerca de 40% das vendas da Mercedes-Benz no País, que fechará 2019 com cerca de 10 mil automóveis. Ele admite que essa fatia dos SUVs aumentará no ano que vem.
Marquardt também acredita em crescimento nas vendas da Mercedes em 2020, mas evita projeções: “A Bolsa de Valores tem fechado em alta, o que sinaliza confiança no governo, mas a desvalorização do real permanece acentuada”, recorda.
Ele recorda que há outras incertezas atuais por causa de problemas econômicos em diferentes países do continente americano como Argentina, Venezuela, Equador e agora com o Chile.
| Automotive Business (publicado em 22-10-2019) | | | | Projeto de R$ 32,9 milhões une empresas automotivas e de energia para a instalação de 30 eletropostos em até três anos
Sete empresas dos setores automotivo e elétrico se uniram em um consórcio para criar a primeira rede de recarga para carros elétricos em São Paulo. Liderado pela EDP, empresa do ramo de energia, o projeto prevê o investimento de R$ 32,9 milhões pelos próximos três anos para a instalação de 30 pontos de recarga (eletropostos) ao longo de rodovias do Estado (veja a relação das rodovias no fim do texto). Do valor total anunciado, 80% serão aplicados pela própria EDP, enquanto os demais 20% serão aportes das demais parceiras.
Enquanto a ABB, Electric Mobility e Siemens vão fornecer a tecnologia de carregamento, Audi, Porsche e Volkswagen vão realizar os testes com os seus veículos elétricos para fins de homologação da infraestrutura. O Gesel, Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também participa do projeto.
A EDP instalou um eletroposto para demonstração durante o evento de anúncio do projeto à imprensa, realizado na terça-feira, 22, em São Paulo. Participaram do evento Andreas Marquardt, diretor presidente da Porsche Brasil; Johannes Roscheck, CEO e presidente da Audi; Eduardo Sousa, diretor da Eletric Mobility Brasil; Pablo Di Si, presidente e CEO da VW América Latina; Antonio Mexia, CEO global da EDP; André Clark, presidente e CEO da Siemens; Rafael Paniagua, presidente da ABB; e Miguel Setas, presidente da EDP Brasil.
O presidente da EDP no Brasil Miguel Setas explica que o plano de trabalho começou há três anos e atende a uma chamada pública da Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, para o tema mobilidade elétrica eficiente. No total, os projetos de mobilidade elétrica apresentados pela EDP na chamada pública da Aneel somam R$ 50 milhões, via Fundo de Pesquisa e Desenvolvimento da Aneel, recursos próprios e de parceiros.
No projeto de recargas ultrarrápidas em São Paulo, serão instalados carregadores do tipo ultrarrápido, capazes de reabastecer 80% da bateria de um carro entre 25 e 30 minutos. Serão 29 eletropostos de 150kW e uma unidade de 350kW. Segundo Setas, os eletropostos terão um raio médio de 100 a 150 quilômetros de distância e a tarifa de recarga (o preço da energia a ser paga) ainda não tem definição.
“O preço da energia no posto de recarga é um assunto que permeia nosso plano de negócio, que está sendo desenhado. Ainda não temos uma tarifa definida”, afirma Setas.
OS ELÉTRICOS VÊM PARA O BRASIL
A nova rede de recarga ultrarrápida se unirá a outras já existentes, como o corredor elétrico da Rodovia Presidente Dutra, que conta com seis eletropostos entre São Paulo e Rio de Janeiro: inaugurada em julho do ano passado também é uma parceria da EDP com a BMW.
Considerando outras redes, como uma que está sendo implementada também pela EDP no Espírito Santo, com oito postos de recarga em fase de instalação, a empresa calcula que vai conectar um total de 64 pontos de carregamento que interligam São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória (ES), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC), formando um corredor de abastecimento de automóveis elétricos com mais de 2.500 quilômetros de extensão.
“Pela primeira vez, uma parceria público-privada está trabalhando junta com o mesmo objetivo; é um projeto divisor de águas”, declarou o presidente e CEO da Volkswagen para a América Latina, Pablo Di Si.
Ele lembrou que a VW planeja lançar seis carros, entre híbridos e elétricos, para a região nos próximos cinco anos: o primeiro deles será apresentado para a imprensa especializada no início de novembro, o Golf GTE híbrido plug-in, cuja autonomia somada dos dois motores (um a combustão e outro elétrico) chega a 900 quilômetros, dos quais 50 km podem ser rodados só no modo elétrico.
Por sua vez, a Audi confirma a chegada do 100% elétrico e-Tron SUV até maio de 2020 no mercado brasileiro, com pré-venda a partir de novembro. “Estamos construindo um futuro e no Brasil esse futuro também será elétrico”, disse o CEO e presidente da Audi do Brasil, Johannes Roscheck.
Sobre a integração das redes de recarga para veículos elétricos, o diretor-presidente da Porsche Brasil, Andreas Marquadt, ressaltou a importância de promover a expansão dos corredores visando o aumento da participação do carro elétrico na frota nacional. Estima-se que até 2030, os elétricos serão cerca de 2 milhões de unidades no Brasil. “Participar desse projeto demonstra o compromisso da Porsche com a mobilidade elétrica e nos permite oferecer aos clientes tornar o futuro elétrico mais presente.”
Marquadt confirmou que o 100% elétrico Taycan chega ao Brasil em 2020. A Porsche é uma das parceiras globais da ABB para o desenvolvimento do carregar ultrarrápido de 350kW.
“A estação de carregamento rápido de 350kw é capaz de carregar 80% da bateria do Taycan em apenas 22,5 minutos, o equivalente a um alcance aproximado de 400 quilômetros”, destacou.
As rodovias paulistas que receberão os eletropostos são:
•Tamoios
•Imigrantes
•Carvalho Pinto
•Governador Mário Covas (conexão com o litoral paulista e Espírito Santo)
•Dom Pedro
•Washington Luís
•Régis Bittencourt (conexão com corredores do Paraná e Santa Catarina).
| Automotive Business (publicado em 22-10-2019) | | | | Medida é publicada no diário oficial e prevê descontos de ICMS para novos projetos de veículos a serem feitos no Estado
O governo do Estado de São Paulo sancionou e publicou na edição do Diário Oficial de terça-feira, 22, sob a lei nº 17.185/2019 o IncentivAuto, Regime Automotivo para Novos Investimentos, medida que autoriza a concessão de descontos de ICMS para empresas do setor automotivo em novos projetos de veículos a serem fabricados no Estado.
Anunciado pelo governador João Dória em março deste ano o regime foi desenhado para estimular novos investimentos do setor automotivo no estado.
Dez dias depois de o Estado divulgar a medida, o presidente da GM para a América do Sul, Carlos Zarlenga, anunciou um novo investimento em duas fábricas da companhia localizadas em São Paulo, a de São Caetano do Sul e de São José dos Campos.
Com isso, a GM foi a primeira a receber os incentivos do Estado, uma vez que o IncentivAuto já concedia descontos do ICMS para investimentos em curso, conforme o próprio governador havia prometido.
No IncentivAuto, os fabricantes de veículos credenciados obtêm financiamento vinculado ao programa, concedido em função do ICMS gerado por projetos de investimento previamente apresentados. São previstos descontos para pagamento antecipado das parcelas do financiamento, que podem alcançar até 25% do saldo devedor, para investimentos a partir de R$ 10 bilhões. Aos projetos intermediários serão atribuídos descontos crescentes de acordo com o valor do investimento.
Entre os projetos, são admitidas propostas de novas fábricas, desenvolvimento de novos veículos e expansão de plantas industriais alocadas no Estado. O projeto deve contemplar a aplicação integral do investimento, de pelo menos R$ 1 bilhão, em território paulista, sendo necessário gerar, no mínimo, 400 novos postos de trabalho.
No entanto, o governador vetou um parágrafo do projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa, que alterou a proposta original do Governo do Estado por meio de uma emenda que previa condições diferenciadas para concessão do desconto, de acordo com etapas fabris ou desenvolvimento de sistemas alternativos de propulsão.
Segundo nota da Secretaria da Fazenda, essas alterações tornariam mais complexo o acompanhamento dos projetos de investimento e, em alguma medida, “introduziriam um componente de incerteza que poderia comprometer os resultados esperados”.
| Automotive Business (publicado em 22-10-2019) | | | | Tecnologia da companhia israelense chegou ao mercado local 2018 e deve ganhar escala em equipamentos originais
Na busca pela constante pelo desenvolvimento do carro autônomo, uma série de empresas ganha espaço entre os fornecedores da indústria automotiva. Uma das que ganharam mais fama nos últimos anos é Mobileye, que produz sistemas de sensores e câmeras que permitem aos veículos enxergar e traçar cenários. A companhia chegou ao Brasil em 2018, representada pela FFTech, e já tem planos de montagem local de seus kits de sensores.
“Queremos estabelecer uma fábrica no Brasil no segundo semestre do ano que vem”, conta Celso Gitelman, CEO da representante exclusiva da empresa no País. Segundo ele, já então em avaliação potenciais locais para receber o projeto, que deve sair do papel com parte do investimento vindo da própria matriz israelense da companhia.
Por enquanto, a empresa vende no Brasil apenas um produto importado: um kit de sensor e visor que pode ser acoplado no para-brisa do veículo e emite alertas de segurança ativa para uma série de situações, como mudança de faixa de rodagem, controle de farol alto, alerta de colisão, entre outras funções.
“A solução só é fornecida localmente no pós-venda e na adaptação para clientes especiais de algumas marcas”, diz, citando a Mercedes-Benz e a Volkswagen Caminhões e Ônibus. Com estas entregas, a demanda local pelo kit já saltou de 2 mil unidades em 2018 para 8 mil previstas para este ano.
“Estamos negociando o fornecimento do equipamento original às montadoras e, com isso, o nosso volume deve subir para 50 mil kits em 2020”, estima.
CRESCIMENTO RÁPIDO
Fundada em 1999 por dois pesquisadores, a empresa sempre teve o propósito de oferecer visão computacional de alta definição para aumentar a segurança dos veículos. Celso conta que foram anos de pesquisa sem qualquer lucratividade, mas que o amadurecimento da tecnologia e a ascensão da demanda da indústria impulsionaram as vendas e a expansão da companhia nos últimos anos.
“Já temos mais de 40 milhões de veículos rodando com tecnologia Mobileye no mundo”, conta.
Diante do alto potencial, o controle majoritário da empresa foi comprado pela Intel em 2017. A empresa conta ainda com contratos de fornecimento com dezenas de fabricantes de carros globalmente, além de parcerias com algumas delas para pesquisa e desenvolvimento de carros automatizados.
| Automotive Business (publicado em 22-10-2019) | | | | Nova linha instalada em 61 mil m2 recebeu investimento de R$ 1,9 bilhão; antiga planta está desativada
Após quase três anos do início das obras, a General Motors inaugurou oficialmente outra fábrica de motores em Joinville (SC), quatro vezes maior que a primeira aberta em fevereiro de 2013 com aporte de R$ 350 milhões. A nova unidade recebeu investimentos de R$ 1,9 bilhão e começou a operar há cerca de um mês, produzindo a moderna linha de motores tricilíndricos 1.0 (aspirado e turbinado) que equipa a nova família Onix produzida em Gravataí (RS) – o sedã foi lançado em setembro e o hatch será em novembro.
Localizada bem ao lado, a antiga planta de 14 mil metros quadrados foi desativada e a produção dos motores 1.4 e 1.0 de quatro cilindros que eram feitos lá foi integralmente transferida para o complexo industrial da GM em São José dos Campos (SP), que já produzia os mesmos modelos e também a versão 1.8. A velha geração de propulsores, com mais de 30 anos de mercado recebendo algumas atualizações, seguirá equipando a geração anterior do Onix, na linha de entrada Joy, e tende a ser gradualmente encerrada nos próximos anos, conforme a demanda.
A nova fábrica ocupa área de 174 mil metros quadrados e tem capacidade para produzir até 410 mil motores por ano – quase duas vezes e meia mais do que a antiga planta que chegou ao pico de 174 mil/ano. Além dos modelos de 1 litro, até o próximo ano as versões 1.2 três-cilindros aspirada e turbinada também deverão entrar em produção em Joinville.
“A fábrica de Joinville, que já era uma das mais modernas e sustentáveis do mundo, agora é uma das operações de motores com o maior nível de automação, o que foi viabilizado com os investimentos recentes”, disse Marcos Munhoz, vice-presidente da GM América do Sul.
Durante a cerimônia de inauguração oficial na terça-feira, 22, o executivo que se aposenta da GM no fim deste ano lembrou que participou das negociações para a instalação da fábrica de motores em Joinville, no início da década. “Começamos com capacidade de 120 mil/ano e chegamos a 140 mil alguns anos depois com investimentos em produtividade. Mas nada se compara ao que fizemos agora, com investimento muito maior que deu origem a uma planta com alto nível de automação e qualidade”, destacou.
FÁBRICA 4.0
Linha de usinagem de blocos na nova fábrica de motores da GM em Joinville: alto nível de automação
Quase todas as operações na nova fábrica da GM são robotizadas e interligadas em rede digital, no conceito de manufatura 4.0, em que os equipamentos se comunicam entre si, geram pedidos de componentes e regulam o fluxo produtivo. São duas linhas de usinagem para blocos, outras duas para cabeçotes – os componentes de alumínio fundido são fornecidos pela Nemak, de Minas Gerais – e uma linha de montagem final.
Todas as linhas de usinagem são automáticas de ponta a ponta, robôs colocam e tiram as peças de cada etapa dentro das máquinas CNC. O abastecimento e retirada de componentes prontos é feita por meio de empilhadeiras autoguiadas, que são chamadas pelos funcionários com um simples toque de um botão para trazer peças ou buscá-las para encaminhamento à montagem final. Todas as partes usadas na produção são rastreadas, de forma que é possível saber em qual parte do processo e em qual motor está cada uma.
Segundo a GM, construir a nova fábrica consumiu 410 mil horas de trabalho para instalar 627 equipamentos, incluindo 90 robôs. Foram recebidos 512 contêineres de 15 países com máquinas e componentes para a planta. A produção seriada encontra-se em fase gradual de aceleração, em apenas um turno e ainda com poucas dezenas de funcionários na operação.
A planta de Joinville também é reconhecida por sua sustentabilidade ambiental. Parte da energia consumida é solar, gerada por painéis fotovoltaicos instalados no teto – que também abastecem duas escolas vizinhas. No interior da fábrica as luminárias de LED são autorreguláveis, aumentando ou baixando a intensidade conforme a necessidade. Todos os resíduos industriais e orgânicos são reciclados e tratados, nada é enviado a aterros. As águas das chuvas são reaproveitadas e tratadas por osmose, sem produtos químicos.
| Automotive Business (publicado em 22-10-2019) | | | |
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