| 27 de NOVEMbro de 2019
Quarta-feira
- CNI e Sebrae investirão R$ 21 milhões para estimular exportação em pequenos negócios
- Um incentivo à exportação dos pequenos negócios
- Decreto confirma abertura do acordo marítimo Brasil-Chile em janeiro de 2020
- Capacidade de movimentação de granéis vai crescer 140% em Paranaguá
- Desafio importante do Brasil é aumentar a produtividade, diz secretário
- Brasileiros pagam, em média, 11,4% a mais por produtos industriais para ‘proteger’ produtores, aponta Ipea
- Após alta em outubro, confiança do comércio cai 0,6 ponto em novembro
- Pesquisadores encontram banco de dados exposto com 1,2 bilhão de registros e 622 milhões de e-mails
- Estoque de crédito no Brasil avança 0,3% em outubro, puxado por apetite de famílias
- "O que muda na fiscalização trabalhista com a MP proposta por Bolsonaro
- Governo reduz previsão do salário mínimo de 2020 para R$ 1.031
- Governo adia apresentação de projeto da Lei de Responsabilidade Previdenciária
- Brasil já tem juro menor que zero e dólar mais barato que este governo
- Juro do cheque especial cai e do cartão de crédito sobe em outubro
- Quem ganha e quem perde com a alta do dólar: o impacto do câmbio do turismo à indústria
- Fim da inflação no Brasil é mais desejo do que realidade
- Fiat Chrysler e Peugeot dizem a funcionários que fusão ocorre nas próximas semanas
- Automotive Business e Questtonó firmam parceria para entregar inovação no ABX20
- Fiat vê 2019 como seu ano da virada
- Gerdau compra produtora de aços longos Silat por US$ 111 milhões
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Em 27/11/2019
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Fonte: BACEN
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| | | | | Acordo prevê capacitações, prospecção de mercados no exterior e rodadas de negócios. Serão atendidos mil empresários nos próximos três anos
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assinaram nesta terça-feira (26) um convênio para estimular e capacitar micro e pequenas a internacionalizarem suas operações. Com investimento de R$ 21 milhões, a parceria atenderá mil negócios nos próximos três anos.
O acordo envolve treinamentos, consultorias, rodadas de negócios e apoio para prospecção de mercado, entre outras ações. Conforme estudo do Sebrae feito em 2019, mais de 40% das empresas exportadoras brasileiras são pequenos negócios. Eles foram responsáveis por vendas externas que somaram US$ 1,24 bilhão em 2018.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou a importância de pequenas empresas ampliarem suas exportações. “Ao internacionalizarem as operações, as empresas diversificam o mercado, aumentam o giro no estoque e consolidam a marca, inclusive no mercado interno”, afirmou o presidente. “Há ainda o ganho com a participação em países com realidades distintas da nossa”, completou.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou que, embora sejam numerosas no mundo inteiro, MPEs ainda têm um grande desafio de ampliar as exportações e o faturamento. “É preciso criar a cultura de que as micro e pequenas empresas podem exportar”, observou Melles. “Muitos querem vender seus produtos para fora, mas ainda enfrentam dificuldade”, acrescentou.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, afirmou que, embora ofertem produtos de excelente qualidade, as micro e pequenas empresas muitas vezes não contam com a mesma estrutura das grandes para conseguir exportar. "Vamos trazer condições para que essas empresas se sintam confortáveis e aptas a enfretar o mercado internacional. Elas têm produtos de qualidade, são competitivas, mas precisam se estruturar de uma forma que hoje o mercado internacional exige de todas as empresas", ressaltou.
Presidente da CNI assina convênio de R$ 21 milhões com Sebrae
NEGÓCIOS – O convênio assinado nesta terça-feira prevê a realização de atividades logo após o mapeamento das necessidades dos empresários, a partir de estudos de inteligência comercial. O acordo enfrentará uma das maiores dificuldades encontradas pelas MPE para exportar, que é identificar mercados no exterior, com missões prospectivas e comerciais, possibilitando às empresas conhecer as realidades do mercado alvo, além de intensificar o relacionamento com possíveis clientes. O acordo propõe, ainda, rodadas de negócio no Brasil com compradores estrangeiros ou em eventos internacionais com o objetivo de geração de negócios.
Os empresários receberão capacitações presenciais e virtuais em temas relacionados a mercados e setores, ou transversais ao processo de exportação. O convênio prevê também investigações em mercados potenciais para analisar informações estratégicas sobre acesso, venda, regulamentação, desembaraço e concorrência. O trabalho será feito para grupos de 20 empreendimentos em pelo menos quatro estados, podendo ser dos tipos mercadológico estruturante, mercadológico comercial e tecnológico.
O objetivo do convênio é aumentar o indicador de aptidão para internacionalização das micro e pequenas empresas em 15%, mesmo percentual esperado para que empresas participantes com produtos, serviços ou processos novos ou aperfeiçoados, se adequem ao mercado internacional. A expectativa é ter, pelo menos, 20% das firmas participando de ações de promoção de negócios, e obter 80% de satisfação dos empresários em relação à qualidade dos serviços das equipes dos Centros Internacionais de Negócios e das unidades estaduais do Sebrae.
A iniciativa faz parte da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), coordenada pela CNI para promover a internacionalização das empresas brasileiras por meio de um conjunto de serviços customizados a suas necessidades. Presente nas federações de indústria dos estados e do Distrito Federal, a Rede CIN conta com especialistas em comércio exterior, que desenvolvem soluções encadeadas e complementares para assegurar uma atuação competitiva e sustentável no mercado internacional de empresas brasileiras.
| CNI (publicado em 26-11-2019) | | | | Acordo assinado pelos presidentes do Sebrae e CNI vai possibilitar que micro e pequenas empresas sejam capacitadas para acessar o mercado externo
O Sebrae e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) assinaram nesta terça-feira (26/11) um convênio para estimular e capacitar micro e pequenas empresas (MPE) a internacionalizarem as suas operações. Com um investimento de R$ 21 milhões, as duas instituições pretendem atender mais de mil MPE nos próximos 30 meses.
O acordo envolve treinamento, consultorias, rodada de negócios, apoio para prospecção de mercado, entre outras ações. A parceria vai possibilitar que os pequenos negócios possam exportar mais, gerando renda e empregos. Atualmente, 40% das empresas brasileiras que vendem seus produtos para o exterior são do segmento das MPE.
“As micro e pequenas empresas brasileiras são iguais às demais no resto do mundo, inclusive na contratação de mão de obra, mas quando chega no faturamento, nossas MPE têm a metade do volume dos pequenos negócios de outros países”, explicou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
“Além disso, quando se trata de exportação o percentual é um traço apenas”, acrescenta Melles, ressaltando a importância da parceria com a CNI. “As micro e pequenas empresas não têm tradição de exportar, mas com esse convênio vamos elevar as vendas para o exterior”.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade também elogiou a parceria, ressaltando que as duas instituições já trabalham juntas em outros eventos. “O Sebrae tem sempre ajudado as empresas nos estados”, lembrou.
“Com Melles na presidência, temos discutido programas e projetos conjuntos e, certamente, vamos fazer muito mais coisas”, acrescentou Robson Andrade. O convênio, que prevê ações estaduais e regionais, foi assinado diante de dirigentes de federações das indústrias de todo o país.
Estão previstas atividades nacionais, coordenadas pelo Sebrae e CNI, que serão feitas após a realização de um mapeamento das necessidades dos empresários.
Para enfrentar uma das maiores dificuldades encontradas pelas MPE para exportar, que é identificar mercados em outros países, o convênio vai possibilitar a realização de missões de prospecção e comerciais, para que as empresas envolvidas possam conhecer as realidades dos mercados que pretendem alcançar. Além disso, vai intensificar o relacionamento com possíveis clientes e participar de rodadas de negócio no Brasil e no exterior com compradores internacionais, ou em eventos, como feiras.
Os empresários serão capacitados presencialmente ou por meio virtual sobre mercados e setores, bem como sobre o processo de exportação.
O convênio prevê também os Propects, que são investigações em mercados potenciais com o objetivo de analisar informações estratégicas sobre acesso, venda, regulamentação, desembaraço, concorrência, entre outras. Isso vai gerar relatórios que serão entregues às empresas exportadoras. O trabalho será feito para grupos de 20 empreendimentos em pelo menos quatro estados, podendo ser dos tipos Mercadológico estruturante, Mercadológico Comercial e tecnológico.
| Diário do Comércio | | | | O comércio exterior brasileiro com o Chile passará a contar com mais competição no transporte a partir do próximo ano. O Decreto Presidencial nº 10.121, de 21 de novembro de 2019, confirmou a decisão tomada pelos Ministros da CAMEX, em julho de 2017. A partir de 8 de janeiro de 2020, deixará de existir o convênio que estipula uma reserva de mercado no transporte marítimo entre os dois países.
A partir dessa data, qualquer empresa de navegação interessada poderá operar na rota, independente de sua bandeira. De acordo com estudos da FGV e do IPEA, espera-se um crescimento anual de US$600 milhões na corrente de comércio e uma redução de cerca de 40% nos valores do frete.
O fim do acordo é um pleito em prol da maior competitividade dos produtos brasileiros no Chile, 5° maior mercado de exportação do Brasil. Desde 2015 a CNI vem atuando pelo fim dessa reserva de mercado, em vigor desde 1975.
Caso queira mais informações sobre o fim do acordo de reserva de mercado no transporte marítimo, entre em contato com a Gerência Executiva de Infraestrutura (infra@cni.com.br) ou com a Gerência Executiva de Assuntos Internacionais (cfb@cni.com.br) da CNI.
| CNI | | | | Estão em fase de montagem os equipamentos que vão compor o novo berço 201, com início das operações previsto para o primeiro semestre de 2020. O futuro Corredor de Exportação Oeste vai interligar cinco terminais de granéis e movimentar 6 milhões de toneladas de grãos por ano.
O Porto de Paranaguá deu início à montagem dos equipamentos que vão operar no novo berço 201. O futuro Corredor de Exportação Oeste vai interligar cinco terminais de granéis e movimentar 6 milhões de toneladas de grãos por ano – um aumento de 140% na capacidade atual, que é de 2,5 milhões de toneladas.
A empresa pública Portos do Paraná investe cerca de R$ 210 milhões em obras e estruturas de carregamento, como correias transportadoras e os shiploaders, equipamentos que despejam os grãos nos porões das embarcações.
Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, cada novo equipamento vai carregar 2 mil toneladas de produtos, por hora. “Isso dobra a quantidade operada pelo sistema antigo, que era de 1 mil toneladas/hora, no máximo 1,5 mil toneladas/hora”.
A intenção é que o Corredor Oeste ajude a desafogar o Corredor Leste, antes mesmo da modernização já projetada.
CRONOGRAMA - A montagem dos shiploaders estará completa em até 120 dias e depois os equipamentos serão testados. “Serão feitos ajustes após a montagem final do equipamento, como o trilho, a colocação e ligação com a central de controle”, destaca o diretor de Engenharia e Manutenção, Rogério Barzellay.
A previsão é que o berço 201 comece a operar no primeiro semestre de 2020. “O contrato está em dia e as obras civis estão aproximadamente 97% concluídas e já medidas pela fiscalização”, informa
AVANÇO - A ampliação do cais vai permitir que o Porto de Paranaguá receba navios maiores e que comportam até 80 mil toneladas de carga bruta, sem avançar para o berço 202. Existe ainda a possibilidade de aprofundar a navegação dos atuais 12,5 metros para 13,7 metros.
A revitalização inclui reforço estrutural, instalação de passarela de pedestres, troca de defensas, espaçadores metálicos e a instalação de novo dolfim (coluna) de amarração de navios. A entrega da obra acaba com uma espera de quase 30 anos. O primeiro projeto para a modernização do setor data de 1990.
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Terminais do futuro Corredor Oeste iniciaram interligações
Os terminais que atuam em Paranaguá se preparam para operar em um novo Corredor de Exportação Oeste. De acordo com o chefe da Divisão de Operações, Maurício do Carmo, os dois novos shiploaders serão interligados a três terminais, sendo dois deles novos empreendimentos. “Futuramente, vamos chegar a cinco terminais interligados nesse complexo”, disse.
Os dois novos terminais que vão se interligar ao complexo de exportação de granéis são o Terminal Oeste (Toex), que terá um armazém com capacidade estática para até 88 mil toneladas, e a Moinho Iguaçu, para até 55 mil toneladas, com novos contratos de passagem.
A Moinho Iguaçu já está com o terminal construído. “Agora, estamos terminando a estrutura das correias transportadoras que vão interligar o terminal até o ponto zero, onde começam as esteiras do porto”, explica o diretor do terminal, Alcídes Cavalca Neto.
Segundo ele, essa ligação tem 1.250 metros de extensão. A expectativa é embarcar mais de um milhão de toneladas por ano pela nova estrutura. “A Moinho Iguaçu já movimentava grãos pelos outros terminais do Corredor Leste do Porto de Paranaguá. Agora, vamos operar por terminal próprio”, diz o diretor da empresa.
O Terminal Oeste (Toex) deve construir o armazém próprio em 2020. Até lá, segundo a empresa, eles devem iniciar a operação pela Moinho Iguaçu, com quem fecharam o contrato. Apesar de ainda não ter a estrutura de armazenagem pronta, a empresa também já está construindo os 843 metros de esteiras até o chamado ponto zero.
As duas novas estruturas aéreas são paralelas. As correias correm uma em cima da outra, na mesma estrutura, que é mais larga e mais fechada que as atuais. Além de garantir mais agilidade na operação, as novas correias, enclausuradas, são mais seguras, inclusive para o meio ambiente.
MOVIMENTAÇÃO - Durante as obras, o berço em expansão seguiu em operação, mas com algumas restrições e cuidados. Um dos equipamentos já foi desmontado. O outro antigo continua operante para carregar os navios e será desativado e retirado assim que os novos forem concluídos.
Atualmente, quem opera conectada ao berço 201 é a Bunge (Soceppar). O terminal tem capacidade para armazenar até 210 mil toneladas de granéis sólidos de exportação.
De janeiro a outubro deste ano, cerca de 1,07 milhão de toneladas de granéis de exportação foram movimentadas pelo berço 201, localizado no extremo oeste do cais do Porto de Paranaguá. Em 35 atracações, o principal produto embarcado foi a soja (564.794 toneladas), seguido do milho (221.920 toneladas), do farelo de soja (216.486 toneladas) e do açúcar (66.737 toneladas).
| Agência Estadual de Notícias | | | | O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, avaliou nesta terça-feira, 26, que o problema das contas públicas brasileiras não é o teto de gastos, mas sim a despesa obrigatória. Ele defendeu medida para o aumento de produtividade para que o País não volte a ter períodos curtos de crescimento econômico, chamados "voos de galinha".
"O desafio urgente do Brasil em janeiro de 2019 era o equilíbrio fiscal. Outro desafio importante do Brasil é aumentar a produtividade. Um trabalhador brasileiro hoje é menos produtivo que o trabalhador de dez anos atrás", completou, no debate. "Desafios para 2020, o Brasil que nos aguarda", organizado pelo jornal Correio Braziliense.
O secretário destacou o maior ritmo de crescimento da economia no fim de 2019 e creditou o movimento à credibilidade que a equipe econômica teria conquistado ao longo do ano. "Mantivemos a meta fiscal e teto de gastos, por isso PIB voltou a crescer", argumentou.
Sachsida anunciou ainda que o Saque Aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já tem 1 milhão de adesões.
A partir de 2020, quem optar por essa modalidade poderá sacar um porcentual do fundo todos os anos, mas não poderá mais sacar a integralidade dos recursos em caso de demissão sem justa causa. "A MP do saque do FGTS saiu melhor do Congresso", concluiu.
Ritmo de crescimento e ajuste
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia avaliou que o atual ritmo de crescimento da economia brasileira também é fruto da escolha da equipe econômica pela adoção de medidas estruturais e não apenas conjunturais. "Foi feita a escolha por um ajuste que levasse ao crescimento sustentável de longo prazo. O próprio ministro Guedes disse que não queria voos de galinha. Estamos fazendo ajustes estruturais e esse é um processo lento", afirmou.
Para Sachsida, essa estratégia tem se mostrado correta, mesmo diante de uma expansão do PIB de apenas cerca de 1% em 2019. "Para 2020, haverá uma surpresa positiva. Se pararmos de trabalhar, o PIB crescerá 2% no próximo ano. Mas é isso que queremos? A sociedade está na esquina e tem que decidir: vai cruzar a rua até lugar melhor?", completou.
Por isso, o secretário defendeu ainda a continuidade das reformas econômicas, para que a taxa de crescimento do PIB possa ser maior. "Em uma única palavra para 2020: fé", concluiu.
| Fonte: Isto É Dinheiro (publicado em 26-11-2019) | | | | Custo da proteção tarifária no país tem média de R$ 181 bilhões por ano. Sobrepreço chega a 32,2% para vestuário e acessórios, 29,5% para automóveis e 10,7% para carnes, laticínios e pescados.
As tarifas sobre importação de produtos industriais levam os consumidores brasileiros a pagarem, em média, 11,4% a mais pela produção nacional. É o que mostra um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O levantamento analisou a assistência tarifária, aplicada para proteger a indústria nacional, entre os anos de 2010 e 2016. Constatou-se que, em média, essa proteção tem custo anual de R$ 181,2 bilhões no país.
A tarifa sobre a importação visa proteger o produtor brasileiro. “Se determinado produto custa R$ 100 no mercado internacional e o governo bota uma tarifa de 10% para que ele seja importado, o produtor doméstico aumenta o preço do seu produto para R$ 110 para poder competir com o importado”, explicou Fernando Ribeiro, coordenador de estudos em economia internacional do Ipea.
Foi analisando essa diferença que o Ipea construiu o Indicador de Assistência Efetiva que, em linhas gerais, estima quanto os consumidores estariam transferindo para cada setor de atividade através do sobrepreço pago pelo produto vendido no mercado doméstico em função da existência de tarifas de importação.
“É o consumidor que está pagando essa diferença, por isso que falamos que é uma espécie de transferência implícita desse custo. Quem está se apropriando disso [o sobrepreço] é o produtor”, destacou Ribeiro
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Nos sete anos analisados pelo Ipea neste estudo, o valor acumulado do sobrepreço pago pelos consumidores sobre a produção industrial do país somou R$ 1,27 trilhão. A indústria de transformação foi a mais beneficiada no período, se apropriando de 95% desse montante, o equivalente a R$ 1,20 trilhões. Os 5% restantes ficaram com a indústria agropecuária.
Já a indústria extrativa teve desincentivo que somou R$ 10,4 bilhões nos sete anos. “Esse ramo é prejudicado pela proteção dada a outros setores, pois paga mais caro pelos insumos e não conta com benefício no valor final do produto”, explicou o Ipea.
O Ipea destacou que 50% dos sobrepreços acumulados no período analisado se concentraram em apenas sete dos 36 setores analisados. O mais beneficiado deles foi o de automóveis, caminhões e ônibus, que recebeu R$ 171,2 bilhões, o que equivale a 13,5% do valor total. Outros produtos alimentares aparece em segundo lugar, com R$ 101,1 bilhões ou 8% do montante.
Completam a lista dos mais beneficiados os setores de produção de carnes, vestuário, metal, bebidas e borrachas.
Tarifa baixa, lucro alto
O coordenador da pesquisa, Fernando Ribeiro, ressaltou que “um pequeno aumento de preço se transforma em um grande valor para o setor lá na ponta”. Tomando como exemplo o setor de automóveis, caminhões e ônibus, observa-se que tarifa de importação média foi de 29,5% no período analisado, enquanto o Indicador de Assistência Efetiva para ele foi de 108,4% - este último equivalente ao valor adicionado ao setor.
“Dá para dizer, em linhas gerais, que o setor estaria aumentando a sua margem de lucro nessa proporção de 108,4% aplicando um sobrepreço de 29,5% sobre o produto”, explicou o pesquisador.
Ribeiro ponderou que o valor adicionado não é todo refletido em lucro, “mas a maior parte sim”.
Dentre os 36 setores analisados, um dos que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi o de carnes, laticínios e pescados, cuja tarifa de importação média foi de 10,7% (sobrepreço) e o Indicador de Assistência Efetiva (lucro do produtor) foi de 155,4%.
“Será que faz sentido ter essa tarifa de importação para o setor de carnes, que é competitivo, que exporta muito?”, questionou Ribeiro.
Ele enfatizou que o objetivo da pesquisa é, justamente, servir de ferramenta para os gestores públicos avaliarem os impactos da política tarifária do país. Ponderou, ainda, que a tarifa de importação, embora beneficie o produtor e prejudique o consumidor, gera benefícios como, por exemplo, a manutenção de empregos e a permanência de empresas no país.
“Na nossa avaliação, da nossa equipe de trabalho, esses números evidenciam a necessidade de se fazer, no mínimo, uma revisão da estrutura tarifária brasileira. Tem setores que ganham muito, outros ganham pouco, então tem que avaliar para quais faz sentido dar essa tipo de proteção”, avaliou Ribeiro.
Tendência de queda
A pesquisa mostrou que, embora as taifas de importação terem se mantido estáveis ao longo dos sete anos analisados, o custo da proteção tarifária vem diminuindo desde 2014. Em valor líquido, o mais alto da série foi registrado em 2013, quando somou R$ 193,8 bilhões. Em 2016 ele atingiu o patamar mais baixo, de R$ 148,9 bilhões.
Essa queda, segundo o coordenador da pesquisa, Fernando Ribeiro, tem relação direta com a crise econômica do país, já que a tarifa de importação não teve mudanças significativas.
“O principal fator, já que a tarifa de importação não explica essa queda, é o aumento da exportação. Foram três anos de crise doméstica e as empresas ficaram mais estimuladas a exportar mais que vender no ambiente interno. E a parte que é exportada não recebe essa assistência, ou seja, exporta com o preço internacional, que é mais baixo que o praticado no país. Então, quanto mais o produtor exporta, menos ele recebe em assistência”, explicou o pesquisador.
Considerando a conjuntura econômica, Ribeiro diz que essa tendência de queda já pode ter sido revertida. “Pelos números preliminares, deve ter havido alguma reversão, mas não para os níveis de 2013”, disse.
A pesquisa é feita com base nas Contas Nacionais, calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIB) com uma defasagem de, no mínimo, dois anos. Por isso o levantamento foi feito somente até 2016, já que ainda não foram divulgadas as contas para 2017 e 2018.
“A gente sabe que houve uma melhora do ambiente doméstico. A economia voltou a crescer em 2017, ainda que devagar. Não chegou a ser um crescimento espetacular, mas não teve aquela retração de mais de 3%, com consequente queda do consumo”, apontou.
Segundo a pesquisa, em 2010, primeiro ano da análise, o custo da assistência tarifária correspondeu a 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Entre 2011 e 2014 esse percentual se manteve em 2,7%, caindo para 2,5% em 2015 e para 2,2% em 2016 – nestes dois últimos anos o país teve recessão econômica, com o PIB em queda de 3,5% em ambos.
| G1 | | | | A queda no mês foi influenciada pela redução das expectativas dos empresários do setor
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 0,6 ponto na passagem de outubro para novembro, alcançando 97,8 pontos, informou nesta quarta-feira (27) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador cedeu 0,3 ponto interrompendo uma sequência de três altas seguidas.
Para a FGV, o recuo de novembro confirma uma tendência de estabilização do Icom entre 97 e 99 pontos. "A queda no mês foi influenciada pela redução das expectativas dos empresários do setor, sugerindo dúvidas quanto ao ritmo das vendas nos próximos meses. Já a percepção sobre a situação atual ficou estável no mês após uma alta expressiva em outubro", diz a nota divulgada pela entidade.
Em novembro, a confiança caiu em oito dos 13 segmentos. O Índice de Expectativas, um dos componentes do Icom, recuou 1,0 ponto, de 101,9 para 100,9 pontos. Já o outro componente, o Índice de Situação Atual, caiu 0,2 ponto ao passar de 95,1 para 94,9 pontos. "A manutenção da tendência de recuperação ainda parece incerta, principalmente com relação à sua velocidade", diz a nota.
| Gazeta do Povo (publicado em 27-11-2019) | | | | Informações podem ter sido coletadas de perfis de usuários em redes sociais, mas responsáveis pelo servidor são desconhecidos.
Os pesquisadores de segurança Bob Diachenko e Vinny Troia identificaram um banco de dados completamente exposto na web com 1,2 bilhão de registros. O servidor foi encontrado sem nenhuma proteção de senha ou limitação de acesso, o que caracteriza um vazamento de dados.
O servidor foi retirado do ar após uma denúncia ao FBI, mas o órgão policial não comentou sobre nenhuma medida. O servidor estava alocado na plataforma do Google Cloud, que qualquer empresa pode contratar para armazenar ou processar informações — em outras palavras, não é possível afirmar que os dados pertenciam ao Google.
O banco de dados possuía cerca de 622 milhões de endereços de e-mail e 50 milhões de números de telefone.
Cada registro podia ou não trazer outras informações, entre as quais a localização geográfica, o campo de atuação profissional, uma minibiografia e links para perfis em redes sociais, principalmente do LinkedIn. No total, 4 terabytes de informações estavam expostas.
Acredita-se que o servidor reunia quatro conjuntos de dados, sendo três da People Data Labs (PDL) e um da OxyData. Ambas são empresas especializadas no fornecimento de informações para marketing e recrutamento.
As duas empresas negaram responsabilidade sobre o servidor. A PDL admitiu, porém, que um de seus produtos pode ter sido usado para abastecer o banco de dados exposto.
Os detalhes da coleta desses dados são desconhecidos. Acredita-que que os cadastrados correspondem a informações de perfis redes sociais, que podem ser extraídas com uma técnica conhecida como "scraping" ou "raspagem de dados".
540 milhões de dados de usuários do Facebook ficam expostos em servidores da Amazon
Descubra se os seus dados foram expostos
Os dados deste vazamento foram cadastrados no site Have I Been Pwned, que compila históricos de vazamento e disponibiliza consultas para o público.
Para verificar se o seu e-mail constava entre os 622 milhões de endereços vazados, basta digitá-lo na página do Have I Been Pwned e aguardar o relatório por e-mail.
Quem já tem cadastro no site receberá automaticamente um alerta.
Tecnologia é a mesma de outros vazamentos
O banco de dados exposto foi construído com a plataforma Elasticsearch, que indexa pacotes de dados para facilitar o acesso e a pesquisa de informações. Diversos bancos de dados construídos com essa tecnologia têm sido encontrados expostos na internet, sem qualquer segurança.
Casos aconteceram inclusive no Brasil, em que um banco de dados com dados referentes a 190 milhões de CPFs estava aberto para consultas.
Em agosto, um vazamento em um servidor Elasticsearch atingiu uma empresa de controle de acesso por reconhecimento facial.
| G1 | | | | O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,3% em outubro sobre setembro, a 3,373 trilhões de reais, em mais um mês de alta nos financiamentos a famílias e baixa no saldo de empréstimos fechados por empresas.
No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o estoque geral de crédito no país cresceu 3,5%. Em 12 meses, houve alta de 6,3%, já superior ao percentual de 5,7% que o Banco Central havia projetado para o consolidado de 2019 em estimativa feita em setembro.
Segundo dados divulgados pelo BC nesta quarta-feira, houve elevação de 1,1% em outubro sobre o mês anterior no estoque de crédito às pessoas físicas. Já entre as pessoas jurídicas, houve retração de 0,8%.
Também refletindo uma tendência esboçada nos últimos meses, o crédito livre, em que as taxas são livremente definidas pelas instituições financeiras, subiu 0,5% no mês, ao passo que o crédito direcionado avançou apenas 0,1%.
De janeiro a outubro, o estoque de crédito às famílias avançou 8,9%, enquanto entre as empresas foi verificado um recuo de 3,1%. O estoque de crédito livre, por sua vez, teve expansão de 8,5%, enquanto o direcionado sofreu diminuição de 2,3%.
BARATEAMENTO NO CRÉDITO
Em relação ao custo dos financiamentos no país, os juros médios caíram 1 ponto percentual em outubro sobre setembro, a 35,9% ao ano, dado que considera apenas o segmento de recursos livres.
O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, recuou 0,5 ponto percentual na mesma base de comparação, a 30,3 pontos percentuais.
Por sua vez, a inadimplência em recursos livres ficou estável em 3,9%.
| R7 | | | | MP 905/2019 é uma nova reforma trabalhista, que altera inclusive a forma como é feita hoje a fiscalização trabalhista.
Além de criar o programa Verde Amarelo, de estímulo ao emprego, a medida provisória (MP) 905/2019 é uma nova reforma trabalhista, porque altera inúmeros pontos da CLT, inclusive itens que dizem respeito à fiscalização trabalhista.
A proposta é tornar essas ações mais pedagógicas. Para isso, há mudança nas regras para aplicação das sanções, limitação de valores, duração de termos de ajustamento de conduta (TACs) e atribuição de fiscalização – o Ministério Público do Trabalho (MPT) perde espaço nesta proposta.
A fiscalização trabalhista passa a ser competência exclusiva de auditores fiscais do trabalho, que terão de fazer dupla visita às empresas antes de aplicar de fato algum tipo de punição. Essas novas regras estão estabelecidas no artigo 627.
O texto da MP estipula a necessidade de dupla visita em cinco casos:
quando houver promulgação de novas leis ou instrumentos similares;
na primeira inspeção no estabelecimento após sua inauguração;
para locais com até 20 trabalhadores;
em visitas técnicas de instrução;
ou de infrações de gradação leve
Caso não haja a dupla visita, que permite que a empresa tenha tempo hábil para se adequar, os autos de infração serão anulados.
Na sequência, o texto altera as regras para os TACs, uma das atribuições do MPT. Pelo novo texto, explicitado no artigo 627-A, os TACs passam a ter prazo máximo de dois anos, prorrogáveis pelo mesmo período, e as penalidades passam a ter um valor máximo. Antes, não havia limitação de prazo, tampouco do valor das multas – com a mudança, não ultrapassarão R$ 100 mil. Além disso, as empresas não poderão firmar dois acordos extrajudiciais para a mesma infração.
Outras mudanças trazidas nesse processo de fiscalização dizem respeito à forma de notificação das empresas, acesso de auditores do trabalho às dependências dos estabelecimentos, a apresentação da documentação e apoio de autoridades policiais. Essas mudanças já estão em vigor, de acordo com o texto da MP.
Multas limitadas
Uma mudança que ainda não está em vigor diz respeito aos valores de multa decorrentes de fiscalização trabalhista. Embora a MP já esteja valendo, o texto determina que as alterações nos artigos 634 e 634-A, que estabelecem os parâmetros e valores para as infrações, só serão considerados válidos noventa dias após a publicação da MP.
Esses artigos regulamentam a aplicação de multas por infrações à legislação trabalhista. Foram criados quatro níveis de infrações – leve, média, grave e gravíssima – e dois tipos principais de infrações – de natureza variável ou per capita. A gradação da multa leva em conta, nos dois casos, o porte econômico do infrator.
As multas para infrações variáveis são mais elevadas. As infrações leves podem ser punidas com multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil. As de tipo médio têm infrações que variam entre R$ 2 mil e R$ 20 mil. Para as graves, a multa pode ser de R$ 5 mil até R$ 50 mil. E as ocorrências gravíssimas podem receber multas de R$ 10 mil a R$ 100 mil.
Já as infrações per capita, além do porte econômico, levam em conta o número de empregados em situação irregular. Nesse caso, a infração leve gera multa de R$ 1 mil a R$ 2 mil. As infrações médias podem ser punidas com multas entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. As multas de natureza grave variam entre R$ 3 mil e R$ 8 mil. Já as gravíssimas ficam entre R$ 4 mil e R$ 10 mil.
Empresas individuais, microempresas e as firmas de pequeno porte, com até vinte trabalhadores, e empregados domésticos terão multas reduzidas pela metade. A classificação e enquadramento das multas serão definidas em ato do poder Executivo.
Contraponto às mudanças na fiscalização trabalhista
O Ministério Público do Trabalho questionou as mudanças. Em nota, a instituição diz que está criando um grupo de estudos para analisar as mudanças na fiscalização trabalhista trazidas pela MP, “inclusive sobre a sua regularidade material e formal, tanto no aspecto da sua constitucionalidade como no da convencionalidade”.
O MPT frisa que, mesmo sendo afetado por algumas alterações, não foi consultado. A avaliação é de que essas mudanças “limitam a sua atuação e a do próprio Poder Judiciário na reparação de violações a direitos difusos e coletivos, tendo sido criados empecilhos à recomposição dos bens jurídicos atingidos mediante destinação de indenizações e multas cominatórias, o que será objeto de todas as providências cabíveis visando a correção de tal equivocada interferência, inclusive porque tais disposições não guardam qualquer relação com os objetivos enunciados, de geração de empregos”."
| Gazeta do Povo (publicado em 26-11-2019) | | | | Estimativa considera INPC para este ano em 3,26%; previsão anterior era de R$ 1.039
O governo reduziu a previsão para o salário mínimo no ano que vem. Na mensagem modificativa do Orçamento de 2020, enviada ao Congresso nesta terça-feira (26), o montante estimado passou de R$ 1.039,00 para R$ 1.031,00.
A justificativa é a redução nas projeções para a inflação. A equipe econômica tem usado como referência para as peças orçamentárias um reajuste apenas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Desde o envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), em agosto, houve uma queda nos indicadores de inflação de 2019. A estimativa para o INPC de 2019, que norteia o reajuste do salário mínimo para 2020, caiu de 4,02% para 3,26%.
Com isso, a redução foi de R$ 8. De acordo com os técnicos, o impacto nas contas públicas é de R$ 320 milhões a cada R$ 1 de aumento no salário mínimo. O que leva a um aumento nas despesas federais de R$ 2,56 bilhões ao ano.
O governo tem até o fim do ano para mandar um projeto de lei ao Congresso com o cálculo de reajuste para os próximos anos, mas tem indicado por meio das peças orçamentárias que vai propor o reajuste apenas pela inflação.
Perguntado se o projeto de lei a ser enviado pelo governo ao Congresso vai prever um reajuste apenas pela inflação, Rodrigues disse que ainda não está decidido.
“Temos poucas semanas para o envio dessa nova politica, mas certamente [o reajuste causado apenas pela inflação] é um número referencial. Não temos definição ainda”, afirmou.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 26-11-2019) | | | | Proposta visa estimular que estados e municípios façam ajustes nos regimes de aposentadoria de servidores; texto deve ser divulgado até próxima terça
O governo adiou a apresentação do projeto da Lei de Responsabilidade Previdenciária, cujo objetivo é incentivar que estados e municípios faça adesão à reforma da Previdência e adotem medidas para controlar os gastos com aposentadorias e pensões de servidores.
A iniciativa estava prevista para esta terça-feira (26), mas a proposta deve ser divulgada apenas na quinta (28) ou próxima terça (3).
Parlamentares, técnicos do governo e representantes da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) ainda discutem ajustes pontuais no texto.
O projeto da Lei de Responsabilidade Previdenciária tem como foco as aposentadorias e pensões de servidores da União, estados e municípios. O rombo nos regimes do funcionalismo é um dos motivos para a crise fiscal desses entes.
Um dos itens prevê que, se o governante conceder um aumento salarial a servidores, a medida ficará condicionada ao impacto nas contas da Previdência.
Técnicos do governo afirmam que, assim, será criada uma barreira indireta à elevação de salários do funcionalismo, cuja renda já é mais alta que no setor privado.
Estados e municípios que descumprirem essa norma poderão sofrer penalidades, como o fim de repasses não obrigatórios por parte da União, das garantias dadas em caso de empréstimos ou impedimento de empréstimos em bancos públicos.
A proposta prevê ainda que uma empresa privada poderá ser responsável pelos chamados benefícios de risco, como auxílio-doença e acidente, de servidores públicos.
A gestão desses benefícios seria de uma empresa seguradora, que receberia parte das contribuições pagas pelos servidores.
Com o projeto de lei, o governo quer ainda possibilitar que municípios se juntem em consórcios públicos. Assim, a gestão das aposentadorias dos servidores teria um custo menor e seria possível cumprir os requisitos técnicos para dirigentes e criação de diretorias e conselhos deliberativos para decisões sobre o regime.
Lei de Responsabilidade Previdenciária para regime de servidores
Possibilita contratação de instituições privadas para cobertura de benefícios de risco, como auxílio-doença, em caso de acidente e salário-maternidade
Permite a securitização de receitas. Ativos financeiros, como dívida ativa, arrecadação de royalties e IR retido na fonte, são transformados em títulos e vendidos no mercado
Aumento salarial de servidores fica condicionado ao impacto da medida nas contas da Previdência
Novas regras de gestão; criação de diretoria e conselhos com requisitos técnicos mínimos
Municípios pequenos podem se unir em um consórcio público, que irá gerir a Previdências dos associados
Medidas valem para União, estados e municípios
A proposta terá que ser analisada pela Câmara e pelo Senado para que passe a valer.
O deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) deve ser o autor do projeto, que vem sendo costurado junto com técnicos do Ministério da Economia.
| Folha de S. Paulo (publicado em 26-11-2019) | | | | Afora esquisitice de Brasil já ter juro menor que zero, não há crise financeira
O preço do dólar é um fenômeno “pop” e popular. O povo diz que daqui a pouco o dólar vai poder pegar ônibus em São Paulo, onde a passagem custa R$ 4,30. Apesar da algazarra e queixas de financistas que perderam dinheiro, aconteceu algo de extraordinário no mercado ou na economia?
Na conversa com gente do mercado, ninguém conta nada de excepcional, pelo menos a este jornalista.
O que de mais divertido que se vê por estes dias é que o Brasil agora também já tem taxas de juros negativas, “coisa de Primeiro Mundo”, vejam só. Desde o final da semana passada, o governo paga menos do que zero para quem se dispuser a emprestar dinheiro até 15 agosto de 2020 (comprando NTN-B, o título conhecido como “IPCA mais juros” no Tesouro Direto). Isto é, cobra de quem lhe emprestar algum.
Afora essa graça episódica, talvez uma anomalia técnica, nada muito mais de esquisito. De mais notável, apenas um repiquezinho da expectativa de inflação para 12 meses e um cadinho de alta de juros perceptível apenas para quem negocia zilhões no mercado.
| Folha de S. Paulo | | | | Segundo o Banco Central, taxa do crédito consignado está no menor nível em quase 25 anos e compra de veículos está perto do piso.
Os juros bancários médios cobrados no cheque especial recuaram em outubro, enquanto que as taxas cobradas no cartão de crédito rotativo registraram elevação, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (27). Nas duas linhas de crédito, as taxas continuaram acima de 300% ao ano.
O juro médio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas subiu de 307,8% ao ano, em setembro, para 317,2% ao ano, em outubro deste ano. Na parcial deste ano, o crescimento foi de 31,8 pontos percentuais, pois a taxa estava em 285,4% ao ano no fim de 2018.
Já a taxa média do cheque especial, de acordo com a instituição, recuou de 307,6% em setembro para 305,9% em outubro de 2019. Nos dez primeiros meses deste ano, porém, houve uma queda foi de 6,7 pontos percentuais – pois a taxa somava 312,6% ao ano no fim de 2018.
Apesar de as taxas de juros do cheque especial e do cartão de crédito rotativo terem permanecido acima de 300% ao ano em outubro, o Banco Central observou que outras linhas de crédito, como consignado (desconto em folha de pagamentos) e aquisição de veículos, por pessoas físicas e jurídicas, tiveram redução e chegaram ao piso histórico, ou perto disso.
o juro médio do crédito consignado (desconto na folha de pagamentos) de pessoas físicas recuou de 21,4% ao ano em setembro para 20,9% ao ano em outubro - menor patamar da série histórica, iniciado em janeiro de 2004. Deste modo, atingiu o menor nível em quase 25 anos. O BC informou que essa modalidade de crédito responder por cerca de 1/3 do volume total disponibilizado para pessoas físicas.
a taxa bancária média para aquisição de veículos, por pessoas físicas, caiu de 19,8% para 19,7% ao ano de setembro para outubro, perto da mínima histórica. Segundo BC, esse patamar está, 0,2 ponto percentual acima do menor nível da série histórica, iniciado em junho de 2000. Na compra de veículos, por empresas, a taxa recuou para 12,4% ao ano em outubro, o menor patamar da série histórica, iniciada em março de 2011.
os juros médios em linhas de capital de giro, para empresas, recuou de 15,7% ao ano, em setembro, para 15,2% ao ano em outubro - o menor nível da série histórica, que começou em junho de 2000.
Juro básico e inadimplência
O comportamento dos juros bancários em outubro, e na parcial do ano, acontece em um ambiente de queda da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para controlar a inflação. Essa taxa caiu de 6,5% para 6% ao ano no fim de julho, recuou novamente, para 5,5% ao ano, em setembro, e teve nova redução, para 5% ao ano, no fim de outubro.
Ao mesmo tempo, o crescimento das taxas cobradas pelos bancos foi registrado em um ambiente de estabilidade. A taxa geral de inadimplência para pessoas físicas e para as empresas (com recursos livres) permaneceu em 3,9% em outubro - mesmo patamar de setembro. Em dezembro do ano passado, estava em 3,8%.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, anunciou recentemente que a instituição trabalha em medidas para reduzir os juros do cheque especial - que ainda serão anunciadas. Sobre os juros bancários, de uma forma geral, ele tem afirmado que é importante ter um projeto de organizar a recuperação de garantias dos devedores (processo mais difícil no Brasil).
Ele atentou, ainda, que o Cadastro Positivo, que começou em outubro com a autorização para empresas operarem, e também o chamado "open banking" (compartilhamento de informações financeiras dos usuários), vão melhorar o problema de dificuldade das instituições financeiras conseguirem dados dos clientes.
Linhas de crédito mais caras
O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da sua fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Para usar o crédito rotativo, o consumidor paga qualquer valor entre o mínimo e total da fatura. O restante é automaticamente financiado e lançado no mês seguinte, com juros.
O cheque especial é uma linha emergencial que permite ao correntista gastar um certo limite definido pelo banco, mesmo que ele não tenha dinheiro na conta.
A recomendação de especialistas é de que os clientes evitem essas linhas de crédito ou as utilizem por um período muito curto de tempo, pois as taxas de juros cobradas são extremamente elevadas.
A orientação é que os clientes substituam essas modalidades por linhas mais baratas, como, por exemplo, o crédito consignado, em que as prestações do empréstimo são descontadas da folha de pagamentos.
Juros bancários médios
De acordo com o BC, houve queda nos juros médios das instituições com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) de setembro para outubro.
a taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 36,9% ao ano, em setembro, para 35,9% ao ano em outubro. Na parcial do ano, avançou 0,3 ponto percentual, pois estava em 35,6% ao ano no fim de 2018;
os juros nas operações com pessoas físicas passaram de 51,3% ao ano, em setembro, para 49,7% ao ano, em outubro. Nos dez primeiros meses do ano, subiram 0,8 ponto percentual, pois somavam 48,9% ao ano no fechamento de 2018;
a taxa média cobrada das empresas recuou de 17,8% ao ano, em setembro, para 17,6% ao ano, em outubro. Na parcial deste ano, caiu um 1,2 percentual, pois estava em 18,8% ao ano no fim de 2018.
Spread bancário
O chamado spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) registrou queda de setembro (30,8 pontos percentuais) para 30,3 pontos percentuais, em outubro.
Apesar disso, o spread bancário segue em patamar elevado para padrões internacionais.
Nas operações com pessoas físicas, recuou de 45 pontos para 43,9 pontos de setembro para outubro (contra 40,7 pontos em dezembro de 2018).
O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Juros bancários elevados
Juros bancários elevados inibem o consumo e também os investimentos na economia brasileira. Esse é um dos problemas, segundo economistas, a serem enfrentados pela gestão do presidente Jair Bolsonaro.
Dados do BC mostram que os cinco maiores conglomerados bancários do país detinham, no fim de 2018, 84,8% do mercado de crédito. Esse cálculo inclui os bancos comerciais, os múltiplos com carteira comercial e as caixas econômicas.
No ano passado, a rentabilidade dos bancos brasileiros ficou no maior patamar em sete anos e o lucro líquido dos bancos somou R$ 98,5 bilhões, recorde da série histórica que começa em 1994.
| G1 | | | | Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, efeitos mais imediatos no bolso do consumidor tendem a ser no preço das viagens ao exterior, já que câmbio influencia tanto gastos em dólar quanto preços de passagens e combustíveis.
Na noite de segunda-feira (25), uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, gerou pessimismo no mercado financeiro. "É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e com o câmbio mais alto por um bom tempo", afirmou o ministro, em entrevista em Washington, capital dos Estados Unidos.
A reação veio rápida: o real fechou o dia de ontem cotado R$ 4,239. No dia, chegou a bater R$ 4,27, o maior valor nominal da história sobre o real.
Declaração de Guedes, juros baixos e mais: entenda as razões da alta do dólar
Mas, na memória econômica do brasileiro, o sobe-e-desce da moeda tende a preocupar. A inflação vai subir? Os juros vão aumentar? Como essa alta pode afetar os planos financeiros para o ano que vem?
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, os efeitos mais imediatos no bolso do consumidor tendem a ser no preço das viagens ao exterior — já que o câmbio influencia tanto nos gastos em dólar quanto no preço das passagens, e no preço dos combustíveis. Mas, se a alta persistir e se transformar em tendência permanente, os efeitos podem ser mais amplos, como, por exemplo, na inflação e nos custos para as empresas.
Segundo os analistas, a alta recente do dólar reflete a preocupação de investidores e gestores de recursos com as turbulências na América Latina, como os protestos no Chile e a incerteza política na Bolívia.
"Os gestores trabalham por blocos. Para ele, real e peso argentino não têm grande diferença. [A variação cambial] é um processo que vem acompanhado de algum nível de volatilidade e incertezas na região", diz Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Os preços vão subir (ou os empresários vão lucrar menos)?
Segundo o economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e analista de inflação, a alta do dólar ainda não começou a surtir efeito na inflação.
"Não houve tempo para que a recente desvalorização impacte a inflação. Já os combustíveis — dada a política de reajustes da Petrobras — podem sofrer aumentos repassando efeitos cambiais mais rapidamente", diz.
O repasse da variação cambial para os preços e para a inflação, que na linguagem econômica é chamado de "pass-through cambial", ainda não está ocorrendo, diz Braz.
Analisando um grupo de produtos comercializáveis, ou seja, que podem ser importados e exportados, Braz diz que a variação de preços acumulada em um ano ainda está desacelerando, ou seja: o câmbio não está forçando a alta desses preços.
No futuro, se a alta persistir, o aumento pode ser mais percebido pelo consumidor. "Ainda não vi alimentos com alta por conta de câmbio. O pão francês, por exemplo, dado que é intensivo em trigo (commodity agrícola) que o Brasil importa muito, pode repassar desvalorizações cambiais."
Mesmo a alta dos preços da carne bovina tem mais relação com a demanda da China, que tem aumentado diante de uma queda na produção de suínos no país, do que com o câmbio.
Michael Viriato, professor de finanças do Insper, diz que o desempenho fraco da economia brasileira funciona como um "desacelerador" do repasse da alta do câmbio para os preços ao consumidor. Ele cita o exemplo das vendas de Natal: se os lojistas aumentarem muito os preços podem acabar com produtos encalhados nas prateleiras.
"O que favorece a não repassar é nossa economia estar frágil, os consumidores não conseguem absorver o aumento dos preços. Se os empresários repassarem muito alto as pessoas não vão comprar. O que vai acontecer no curto prazo é um aperto de margem por parte dos empresários."
Para ele, quem vai ser mais favorecido no curto prazo será o turismo local, que abarcará os turistas que desistirem de viajar para fora.
Os exportadores vão ficar mais felizes?
Para entender como o sobe-e-desce do dólar influencia a economia, é preciso adotar uma lógica simples: ganha mais quem recebe pagamentos em dólar, e perde quem tem custos a pagar na moeda americana.
Mas, para os exportadores, a alta precisaria ser mesmo mais prolongada para que o aumento rendesse mais negócios e mais produtos vendidos no exterior. "Bens manufaturados [produtos industriais] não são commodities. A exportação envolve fatores como design, qualidade, serviços conexos, venda, contratos mais longos. Não se troca de fornecedor em um estalar de dedos. A reação leva mais tempo", diz Cagnin, do Iedi.
Desde seu início, 2019 não tem sido um bom ano para exportadores. De janeiro a setembro, o superávit comercial somou US$ 33,6 bilhões (quase R$ 142 bilhões), um montante 20% menor do que no mesmo período de 2018. Por trás desse desempenho fraco estão, inclusive, a profunda desaceleração do comércio mundial e a crise econômica em um parceiro importante como a Argentina.
"Geralmente a alta do dólar é um processo que vem acompanhado de algum nível de volatilidade. Só vai ter esse efeito benéfico se tiver a alta por mais tempo", diz.
Para Cagnin, o dólar pode ter efeitos negativos especialmente para os que dependem de insumos e maquinário importado. "O nível de atividade econômica atual é muito baixo então impacto em preços é menor do que no passado. Mas pode encarecer produtos importados e insumos importados na indústria."
Até quando vai durar essa alta do dólar?
"A volatilidade não é boa para ninguém. Só serve para dificultar as projeções", diz o professor Michael Viriato, do Insper, ilustrando como até para quem estuda muito o tema é difícil prever o futuro do câmbio diante de tanta oscilação.
Para Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, o dólar deve se manter acima dos R$ 4,00 pelo menos até o primeiro semestre de 2020.
Na análise de Bergallo, o aumento na velocidade dos cortes na taxa de juros acabou afastando investidores estrangeiros, afinal, a taxa fica cada vez mais próxima dos juros americanos que, apesar de darem retorno menor, são mais seguros.
"A queda da diferença entre as taxas de juros internas e externas é um dos motivos. Reduziram-se em muito os atrativos para que haja um fluxo de dólares para o mercado brasileiro. O Banco Central acelerou o ciclo de cortes dos juros básicos, trazendo-os a inéditos 5% ao ano e com perspectiva de chegarmos em 4,5% nos próximos meses."
Nas projeções do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com a projeção de economistas para os principais indicadores, a moeda americana fechará o ano de 2019 cotada a R$ 4,10 — a projeção era de R$ 4 na semana passada. Para o fechamento de 2020, a previsão é de R$ 4 por dólar.
Em relatório divulgado nesta semana, a consultoria LCA afirmou que "cresceu a chance de que, em breve, passemos a projetar, nesse nosso cenário base, dólar e Selic um pouco mais altos do que ora projetamos. E cabe alertar que aumentaram os riscos de um quadro frustrante no ano que vem, com elevação de incertezas políticas e sociais ameaçando o andamento da agenda econômica".
Por que subiu tanto?
Em sua fala nos Estados Unidos na segunda-feira, o ministro Paulo Guedes disse não haver motivo para preocupação, porque a inflação está controlada e porque o câmbio desvalorizado facilita a exportação. Para ele, a valorização do dólar sobre o real reflete uma mudança de políticas no Brasil, que tem baixado os juros. Atualmente, a taxa Selic está em 5% ao ano.
Viriato, do Insper, diz que as turbulências políticas na América Latina criaram certo receio por parte dos investidores em relação aos ativos da região. "Recentemente, todas as moedas da região estão se desvalorizando (em relação ao dólar)."
Para a LCA Consultores, a alta do dólar também reflete a frustração dos mercados com os leilões dos blocos exploratórios de petróleo e gás do pré-sal, que resultaram na entrada de menos dólares do que se esperava. Além disso, reflete "a percepção de que os fundamentos das contas externas podem estar piorando. A revisão das contas externas divulgadas pelo Banco Central esta semana revelou que o déficit em conta corrente tem sido maior do que apontavam as estatísticas preliminares".
A LCA prevê, no entanto, que a pressão do câmbio tende a se acomodar, permitindo que os juros continuem caindo até chegar a 4,25% ao ano até fevereiro.
| G1 | | | | Impacto de medidas econômicas é de médio e longo prazo, e Brasil não tratou de vetores para ter PIB acima de 2 ou 2,5%
Como a maioria sabe, as taxas de juros no Brasil se encontram nos patamares mais baixos da história moderna do país. Entendemos que existiram dois vetores fundamentais para explicar esse movimento forte de queda das taxas de juros.
O primeiro deles foi a recessão, seguida de crescimento irrisório, que fizeram com que o chamado hiato do produto brasileiro (a diferença entre o quanto o país cresce e o seu real potencial de crescimento) ficasse negativo (com todas as suas consequências em termos de desemprego e capacidade ociosa). Em segundo lugar, pesa um ambiente internacional com redução do crescimento e forças deflacionárias aparecendo na grande maioria dos países do G7, sendo a China a maior força deflacionária do mundo.
Mas o cenário está mudando. Vemos com maior probabilidade para os próximos 12 a 24 meses inflação e juros mais altos no Brasil.
Diga-se de passagem, a recente alta do dólar põe em risco, inclusive, o corte de 0,5 ponto esperado pelo mercado na reunião de dezembro do Copom do BC (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
Vamos aos dados. Ao projetarmos os possíveis cenários para inflação e juros no Brasil, damos maior peso para dois destes cenários:
(a) mundo volta a apresentar um pouco mais de crescimento graças a políticas monetárias e fiscais expansionistas das economias centrais. Forças deflacionárias mundiais perdem intensidade. Brasil volta a crescer algo próximo de 2,5% ao ano;
(b) políticas monetárias e fiscais das economias centrais se mostram ineficientes para fazer o mundo voltar a crescer. Tensão social sobe. Forças deflacionárias no mundo aumentam. Brasil volta a apresentar crescimento mais próximo de 0,5% e, dependendo da severidade dos acontecimentos no mundo, volta a um processo recessivo.
Nosso entendimento é que juros e inflação serão estruturalmente mais altos que atualmente nos dois cenários. Para chegar a essa conclusão, destacamos os seguintes e principais vetores estruturais que nos chamam a atenção:
Câmbio: como a diferença de juros entre Brasil e exterior está nas mínimas históricas, a tendência é termos uma força constante na direção da desvalorização cambial. No cenário (a) acima, mais benéfico, trabalhamos com câmbio próximo de R$ 4,40 ou R$ 4,50. No cenário (b) acima, mais recessivo, câmbio pode ir acima de R$ 6.
Falta de investimento em infraestrutura: os gargalos no Brasil seguem elevados e serão sentidos, em especial no cenário (a), que inclui retomada do crescimento. Inflação deve voltar por este vetor quando o hiato (a diferença entre o potencial de crescimento e o crescimento real) se aproximar de zero.
Falta de mão de obra qualificada: outro vetor estrutural que mudou muito pouco ou nada no Brasil. Sem mão de obra qualificada, nosso crescimento potencial é estruturalmente menor, significando que o hiato do produto chegará mais rápido para o nível nulo.
Instabilidade institucional e jurídica: este vetor afeta de forma significativa os outros três acima.
Não há assim, probabilidade alta para que o juro permaneça nas mínimas históricas, seja porque o hiato do produto volta para próximo de zero, seja porque uma desvalorização mais intensa do câmbio transite para os índices de preço via preços livres e combustíveis.
Reconhecemos as virtudes da diversas iniciativas lideradas pelo governo: aprovação da reforma da Previdência, privatizações, MP da liberdade econômica, medidas microeconômicas, início das discussões sobre reforma tributária, entre outras iniciativas. Mas o impacto destas é de médio e longo prazo, e o Brasil ainda não tratou de vetores fundamentais para que tenha um PIB potencial acima de 2 ou 2,5%.
Temos juntos mais de 50 anos de mercado financeiro. Já vimos muita coisa acontecer e quais foram os efeitos em preços de ativos. Acertamos alguns movimentos, erramos outros, mas temos convicção de que pouco mudou na realidade de curto prazo (seja por choques ou dores do crescimento) e que o fim da inflação no Brasil pode ser mais um desejo do que uma realidade estrutural.
Miraglia é economista e sócio da Quasar Asset Management; Maggioli é presidente-executivo da Quasar Asset Management.
| Folha de S. Paulo | | | | Fusão criará a quarta maior montadora do mundo
A FCA (Fiat Chrysler) e a PSA, proprietária da Peugeot, disseram a seus funcionários que assinarão um acordo vinculativo de fusão nas próximas semanas.
Em dois comunicados separados enviados por canais internos, obtidos pela Reuters nesta terça-feira (26), os dois grupos disseram aos funcionários que mais de 50 pessoas estavam envolvidas no processo.
A FCA e a PSA estão em negociações para finalizar uma fusão que criará a quarta maior montadora do mundo.
Nove grupos de trabalho foram estabelecidos, liderados pelo tesoureiro e chefe global de desenvolvimento de negócios do Grupo FCA, David Ostermann, e pelo vice-presidente de estratégia da PSA, Olivier Bourges, acrescentaram os documentos.
O presidente do conselho da FCA John Elkann disse na semana passada que não estava preocupado com um processo judicial da General Motors e que estava confiante em chegar a um acordo vinculativo de fusão com a PSA, proprietária da Peugeot, até o final deste ano.
| Folha de S. Paulo (publicado em 26-11-2019) | | | |
Empresas se unem para tornar o evento ainda mais relevante para as lideranças do setor automotivo e de mobilidade
As grandes respostas são construídas de forma colaborativa. Por isso, Automotive Business firmou parceria com a Questtonó, premiada consultoria de inovação e design, para levar ainda mais relevância para o ABX20 – Automotive Business Experience, principal encontro do segmento. O evento acontece em 27 de maio de 2020 e já está com inscrições abertas.
Em uma ação inédita no setor, Automotive Business vai cocriar o evento com sua comunidade de leitores e público, contando com o apoio da Questtonó na condução deste processo. “Queremos que o ABX20 seja uma ferramenta efetiva de informação e networking para empresas automotivas e de mobilidade. Para isso, decidimos engajar a nossa comunidade na construção do evento”, conta Paula Braga, diretora executiva de AB.
TIME DE EMBAIXADORES
Esta criação coletiva foi centralizada em um time de embaixadores do evento. São cerca de 30 profissionais que se dispuseram a compartilhar sua bagagem e conhecimento, contribuindo para que o evento entregue respostas ainda mais eficientes ao público. Este grupo se reuniu na terça-feira, 26, em um workshop na Questtonó promovido para gerar ideias para o evento.
“A Indústria automobilística será completamente reinventada nos próximos dez anos, algo muito desafiador para todo o setor, mas que também pode ser uma jornada muito estimulante. Acreditamos que o ABX20 deve ser um farol que ajude a nortear as lideranças deste setor e, para isso, ele também precisa ser constantemente reinventado” diz Barão Di Sarno, sócio da Questtonó.
“Ao engajar profissionais com conhecimento tão profundo sobre os desafios e oportunidades impostos pela nova mobilidade nós ampliamos o nosso olhar. Passamos a enxergar discussões e temas relevantes que talvez não tivéssemos notado como uma plataforma de conteúdo isolada”, diz Paula Braga.
O workshop não ficou restrito à reflexão sobre os conteúdos que precisam estar no palco do ABX20. O evento também fomentou a construção de ideias sobre qual deve ser a melhor jornada possível para o público do evento e como garantir que elas tirem o máximo das oportunidades reunidas ali.
| Automotive Business (publicado em 26-11-2019) | | | | Com estimativa de vendas 6% maiores, participação de mercado volta a subir
Para a Fiat, 2019 é o seu ano da virada: após encerrar 2018 com queda em sua participação de mercado, a companhia agora espera crescimento de 6,1% das vendas neste ano e com isso elevar sua fatia em 0,8 ponto porcentual para 14%, mesmo índice que prevê para 2020. Se seu desempenho for confirmado, a empresa terá emplacado 20 mil veículos a mais do que no ano passado e encerrará 2019 com mais de 345,7 mil automóveis e comerciais leves vendidos.
No entanto, manter a mesma fatia de mercado é um desafio para uma marca como a Fiat que diferente de outras concorrentes, não possui na linha de produtos um SUV para chamar de seu. O segmento é o que mais cresce no mercado nos últimos cinco anos, mesmo período em que a empresa vem perdendo espaço e vendas substanciais.
Seu único modelo que se assemelha a um utilitário esportivo é uma picape, a Toro, que para o alívio da companhia, é a vice-líder de sua categoria, justamente atrás de sua picape menor, a Strada. Juntas, as duas representam 41% das vendas totais de picapes no Brasil.
A Fiat confirma que pretende preencher a lacuna dos utilitários esportivos, mas só a partir de 2021, com o lançamento de dois SUVs.
“Tem um cenário bastante favorável para a Fiat no ano que vem e nos próximos anos”, estima o diretor comercial da marca, Herlander Zola. “Estamos nos preparando para voltar a ser protagonista no mercado brasileiro com uma cobertura muito maior sob a ótica de portfólio de produtos”, completa.
Ele acrescenta que mesmo sem SUVs na linha, a marca cobre quase 70% dos nichos do mercado.
ENQUANTO OS SUVS NÃO VÊM
Por enquanto, a companhia comemora os feitos deste ano, quando despontou como a marca que mais cresceu em vendas no varejo. Os números de mercado apontam que embora seus volumes sejam mais baixos do que concorrentes tradicionais, como GM e Volkswagen, a Fiat elevou em 0,9 ponto porcentual as vendas para o consumidor final, à frente de Caoa Chery, que cresceu 0,7 p.p., VW e Renault, ambas com 0,6 p.p. a mais. Além de Toro e Strada, a empresa atribui o resultado ao bom momento de nichos atendidos por seus comerciais leves, como Ducato e Fiorino, que também detém 41% das vendas em sua categoria.
“Estamos recuperando espaço no varejo, o que é resultado de um trabalho que vem sendo feito ao longo de todo o ano, com uma relação mais estreita com os concessionários e também com clientes”, ressalta Zola.
Para isso, a Fiat vem investindo na modernização de sua rede, que hoje conta com 520 concessionárias, além do lançamento de novos produtos e serviços, como as concessionarias digitais, conceito apresentado em 2018 para otimização da experiência do cliente na revenda. Atualmente, a rede conta com duas unidades modelo, uma na Avenida Pacaembu e outra em Campinas, ambas no estado de São Paulo. Segundo o executivo, serão mais duas até o fim deste ano, uma em Cabo Frio (RJ) e outra em Fortaleza (CE). Até o fim de 2020, a Fiat planeja doze concessionárias digitalizadas na rede.
| Automotive Business (publicado em 26-11-2019) | | | | Siderúrgica está localizada em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza.
A Gerdau anunciou nesta quarta-feira (27) a aquisição da Siderúrgica Latino-Americana (Silat), por US$ 110,8 milhões (o equivalente a R$ 470 milhões), para expandir alcance no país.
A Silat, instalada em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, é uma laminadora de aços longos com capacidade para 600 mil toneladas anuais.
O acordo envolveu compra de 96,35% da Silat das espanholas Hierros Añon e Gallega de Mallas, afirmou a Gerdau em comunicado.
A Silat é focada no mercado de construção civil, produzindo vergalhões, telas soldadas, malhas de aço e treliças. A empresa se implantou no Ceará em 2012 e o projeto previa ainda em uma segunda etapa a produção de 700 mil toneladas por ano de chapas laminadas para uso na indústria naval, torres eólicas, linha branca e automotiva, segundo dados do governo do Ceará.
Haveria ainda uma terceira fase de expansão da empresa, com produção de tarugos. O investimento na primeira fase seria de R$ 300 milhões, segundo o governo cearense.
| G1 | | | |
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