| 12 de mARÇO de 2020
Quinta-feira
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Em 12/03/2020
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Fonte: BACEN
| | | | | Foi o crescimento mais disseminado desde a greve dos caminhoneiros. Principal destaque foi São Paulo, com alta de 2,3%.
A produção industrial teve alta, na passagem de dezembro para janeiro, em 13 das 15 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme dados divulgados nesta quinta-feira (12). Foi o crescimento mais disseminado desde junho de 2018, após a greve dos caminhoneiros que paralisou o setor.
O principal destaque no mês foi São Paulo, maior parque industrial do país e que funciona como um espelho do setor nacional. Lá, a indústria registrou avanço de 2,3%, puxando a alta do indicador nacional. Segundo o analista responsável pela pesquisa, Bernardo Almeida, boa parte deste resultado é explicado pela base de comparação baixa.
“A indústria paulista vem de dois meses negativos, em que acumulou queda de 3,7%. O resultado de janeiro foi o mais alto desde agosto de 2019 (3,2%). Essa alta foi impulsionada pelos setores de veículos automotores, máquinas e equipamentos e metalurgia”, disse.
Na média geral do país, a indústria avançou 0,9% em janeiro após dois meses seguidos de queda. Foi o melhor resultado para o primeiro mês do ano desde 2017, mas o setor ainda acumula queda de 1% em 12 meses.
O Rio de Janeiro foi responsável pela segunda maior influência positiva sobre o indicador nacional, segundo o IBGE. A produção fluminense teve alta de 3,9%, influenciada pelos setores de veículos e derivados de petróleo. Segundo Almeida, foi o maior resultado do estado desde julho do ano passado e permitiu eliminar o recuo de 3,9% registrado em dezembro.
Outro destaque foi a produção da Bahia, que registrou crescimento de 10,3% no mês e foi o terceiro impacto positivo na média nacional. Puxada pelos setores de produtos químicos, veículos automotores e derivados do petróleo, a produção baiana teve o melhor resultado desde junho de 2018, quando cresceu 16,3%.
Também registraram crescimento da produção em janeiro Pernambuco (8,7%), na Região Nordeste (3,2%), Rio Grande do Sul (2,7%), Espírito Santo (2,5%), Minas Gerais (1,9%), Paraná (1,7%), Ceará (1,5%), Goiás (1,3%), Amazonas (1,2%) e Santa Catarina (0,8%).
De acordo com o levantamento, somente Pará e Mato Grosso registraram queda na produção industrial em janeiro, respectivamente de -4,2% e -2,3%. O IBGE destacou que a queda da indústria paraense foi a mais intensa desde setembro do ano passado e foi puxada pelo setor extrativo. Já a mato-grossense foi a segunda queda seguida, acumulando 7,2% de perdas no período.
Comparação anual
Já na comparação com janeiro de 2019, sete das 15 regiões pesquisadas apresentaram redução da produção, o que refletiu na queda de 0,9% da indústria nacional nesta base de comparação.
“Isso ainda é reflexo do estouro da barragem de Brumadinho, que derrubou a produção de minério de ferro, ferronióbio e produtos siderúrgicos. A indústria mineira caiu 14,2% e impactou o Espírito Santo (-20,9%). O setor extrativo do Pará também recuou 6,6%”, destacou o analista da pesquisa Bernardo Almeida.
Além de Minas Gerais e Espírito Santo, também tiveram queda Pará (-6,6%), Mato Grosso (-5,7%), Goiás (-2,0%), Rio Grande do Sul (-1,6%) e Santa Catarina.
Pelo lado das altas, se destacaram Rio de Janeiro (9,8%) e Bahia (8,3%) tiveram os avanços mais intensos no mês. Pernambuco (6,7%), Região Nordeste (6,7%), Amazonas (4,4%), Ceará (4,1%), Paraná (2,6%) e São Paulo (2,3%) completam o grupo que registrou taxas positivas no mês.
Impactos do coronavírus e perspectivas
Ao divulgar os resultados da indústria nacional na última terça-feira (10), o gerente da pesquisa do IBGE André Macedo disse, quando questionado, que ainda é cedo para apontar reflexos da pandemia do coronavírus no setor industrial brasileiro.
"A principio os resultados não parecem ter algum tipo de efeito [do coronavírus]. Mas, a gente sabe que pode trazer algum impacto na parte de insumos pra abastecer o mercado doméstico, mas a gente não sabe quando vai aparecer e com qual peso", disse o pesquisador.
Em meio ao abalo provocado pelo coronavírus na economia global, os economistas avaliam que a economia brasileira deve crescer menos que o inicialmente esperado em 2020.
De acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, o mercado financeiro baixou a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2020, de 2,17% para 1,99%. Foi a quarta queda consecutiva do indicador.
Já a previsão dos analistas para a alta da produção industrial em 2020 foi reduzida de 2,41% para 2%.
| G1 | | | | Depois de dois meses negativos, todos os Indicadores Industriais registraram alta em janeiro
Indicadores Industrias, da CNI, mostram que janeiro/2020 foi positivo para indústria brasileira
O mês de janeiro foi positivo para indústria brasileira, após um último bimestre de 2019 de resultados em sua maioria negativos. É o que revelam os Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
No primeiro mês do ano, todos os índices da publicação registraram alta. Destaque para a elevação do faturamento real em 1,5%, que reverte a queda acumulada no último bimestre de 2019 e reposiciona o indicador em trajetória ascendente.
As horas trabalhadas na produção aumentaram 1% frente a dezembro de 2019, já considerando a correção sazonal, e a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) atingiu 78%, uma alta de 0,4 ponto percentual em comparação com dezembro. Os demais indicadores – emprego, massa salarial e rendimento médio real – registraram crescimentos mais modestos.
“Apesar do bom resultado de janeiro, a indústria segue enfrentando dificuldades para entregar um crescimento significativo”, pontua a publicação mensal da CNI. “Faturamento real e UCI mostram tendência gradual de recuperação; horas trabalhadas e emprego permanecem praticamente inalterados há anos; enquanto a massa salarial e rendimento real exibem tendência de queda”, completa o documento.
Faturamento - Em 2019, o faturamento cresceu por cinco meses até outubro, quando teve dois meses de baixa. O dado de janeiro de 2020 é 3,2% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior.
Horas trabalhadas e emprego – A alta de 1% desconsiderando o impacto da sazonalidade nas horas trabalhadas mantém o indicador ao mesmo patamar em que ele tem oscilado nos últimos três anos. O dado de janeiro é 0,2% negativo em relação ao mesmo mês de 2019.
Emprego - O movimento próximo à estabilidade também é observado no emprego industrial que, com um aumento de 0,2%, não conseguiu se descolar do patamar em que ele tem oscilado desde o início de 2017.
Massa salarial e rendimento – Os indicadores que tratam dos valores recebidos pelos trabalhadores registraram quedas na comparação com janeiro de 2019.
Apesar de ter crescido 0,4% na comparação com dezembro, a massa salarial ficou 2,2% menor que a registrada em janeiro de 2019. Movimento similar pode ser observado no rendimento médio, que variou positivamente em 0,2% em relação a dezembro, mas caiu 1,9% na comparação com o primeiro mês do ano anterior.
| CNI (publicado em 12-03-2020) | | | | Ano se inicia com melhora da indústria
Após dois meses de resultados majoritariamente negativos, os Indicadores Industriais de janeiro de 2020 mostram-se positivos: todos os índices registraram alta no mês. Apesar do bom resultado de janeiro, a indústria segue enfrentando dificuldades para engrenar um crescimento significativo.
| CNI (publicado em 12-03-2020) | | | | Processo pode aumentar o lucro, melhorar a competitividade e reduzir o risco com a diversificação de clientes e parceiros
Empresas que querem se manter competitivas precisam, cada vez mais, considerar a opção de expandir seus negócios para o exterior. Ao contrário do que se pode acreditar, esse processo não é apenas para as grandes, mas também para as micros, pequenas e médias empresas. De acordo com a última pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre o perfil das empresas exportadoras, 77,3% são MPEs e 22,7% são grandes.
A gerente de Serviços de Internacionalização da CNI, Sarah Saldanha, explica que entre os benefícios do processo de internacionalização estão o ganho de competitividade e a redução do risco com a diversificação de clientes ou parceiros. “Com o apoio adequado, é possível buscar novos mercados, aumentar o lucro com novas vendas e deixar a empresa menos exposta às ocilações do mercado doméstico”, comentou Sarah.
A internacionalização é entendida como qualquer vínculo de uma empresa com o mercado exterior. Além de exportação e importação, encaixam-se nesse conceito a parceria com empresas internacionais e a montagem de uma operação fora do Brasil. Para ajudar as empresas nesse processo, a Agência CNI de Notícias listou cinco passos que as empresas interessadas em internacionalizarem a sua operação precisam seguir. Confira:
1. Comece pelo planejamento
O primeiro passo é saber qual o nível de maturidade da empresa e definir o que se pretende com a internacionalização. O objetivo é aumentar o lucro ou dar mais segurança à empresas para enfrentar eventuais oscilações do mercado interno? Os objetivos são fundamentais para buscar a capacitação e inteligência comercial.
2. Defina onde a sua empresa quer estar
Estudos, pesquisas e uma assessoria adequada ajudam a definir os mercados adequados para cada produto. Com ferramentas e informações corretas, é possível se preparar e antecipar tendências. Cada país tem regras específicas para exportação e é preciso conhecê-las antes de iniciar a operação. A apuração de informações estratégicas sobre potenciais parceiros ou concorrentes também é necessária. Feiras e missões internacionais ajudam muito nesta etapa.
3. Vai ser necessário se adequar
Após conhecer o mercado, o empresário deve voltar o seu olhar para a sua empresa, processos e produtos para checar quais adequações precisarão ser feitas. A definição de prazos e preços dos produtos também é essencial para o empresário definir quais condições podem ser aplicadas em cada situação. Meio de transporte, tempo de entrega, formas de pagamento e impostos são componenetes fundamentais da equação.
4. Exercite sua habilidade de negociação
Pesquise potenciais clientes e participe de encontros de negócios no Brasil e no exterior. Tenha flexibilidade e busque, dentro do possível, ajustar as propostas à realizade do comprador. Quanto melhor as etapas anteriores tiverem sido realizadas maiores as chances da negociação serem bem sucedidas.
5. Tenha um contrato claro e aproveite os acordos comerciais
É fundamental formalizar o contrato com todas as condições acordadas - volume, prazo, descrição do produto, responsabilidades mútuas - para diminuir riscos. A CNI, por meio de todas as federações de indústria oferece o Certificado de Origem, um documento que garante benefícios tarifários aos produtos nos países com os quais o Brasil tem acordo comercial e pode funcionar como um diferencial de mercado nos demais.
| CNI (publicado em 11-03-2020) | | | | O governo federal poderá editar uma medida provisória (MP) liberando emergencialmente cerca de R$ 5 bilhões para que o Ministério da Saúde reforce no país a estrutura de combate ao coronavírus.
A informação foi dada na noite desta quarta-feira (11) pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, líderes partidários do Congresso, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo Davi, Mandetta já encaminhou ao Congresso um ofício requisitando a liberação dos recursos, que serão destinados às mais de 40 mil unidades básicas de saúde, nos mais de 5 mil municípios do país, para que o primeiro atendimento à população atingida pela covid-19 seja de boa qualidade.
Ele explicou que consultores legislativos do Senado se mostraram favoráveis à edição da MP, porque o dinheiro seria liberado imediatamente e não ficaria limitado pelo teto de gastos, estando amparado na legislação por conta do caráter emergencial do problema.
— O Parlamento sabe o tamanho da sua responsabilidade neste momento. Esses recursos serão votados e autorizados, se for realmente através de uma MP — afirmou.
De todo modo, Davi e Rodrigo Maia poderão se reunir nesta quinta-feira (12) com o presidente Jair Bolsonaro para acertar a maneira com a qual será procedida a liberação dos recursos.
A reunião dessa quarta também serviu para que o ministro da Economia e o presidente do Banco Central fizessem uma avaliação sobre possíveis impactos econômicos da epidemia. O presidente do Senado lembrou que três quartos da economia brasileira estão no setor de serviços, um dos que mais preocupam o governo, ao lado da aviação.
— É [preciso] avaliar esses serviços, fazer um comitê de crise, de acompanhamento, de avaliação permanente a partir de hoje, que vá unificar os ministérios e dialogar com a sociedade — disse Davi.
O senador também destacou que o ministro Mandetta alertou para o papel preponderante da população no combate à disseminação do vírus, tomando os cuidados necessários para evitar o contágio.
Senadores
Alguns senadores que participaram da reunião avaliaram que a situação é delicada e precisa da união de todas as forças políticas.
— O relato passado pelo ministro da Saúde, no meu sentimento, é dramático. Temos que pedir tranquilidade à população, mas a situação não é simples, é gravíssima — disse Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Ele explicou que, de acordo com o governo, a partir da próxima semana, a propagação da doença no país deve acelerar, com um impacto muito forte sobre o sistemas de saúde público e privado. Disse ainda que, no momento, os recursos do Ministério da Saúde são insuficientes para enfrentar a epidemia em território nacional.
— Sou o líder da oposição no Senado, mas, neste momento, não pode ter nem governo nem oposição. Este é um momento de unidade de todas as forças políticas do Congresso — afirmou.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) elogiou o ministro Mandetta pela transparência na condução do problema. E ressaltou que o Brasil precisará de uma agenda emergencial de curto prazo para que a economia possa dar suporte às políticas de saúde pública e privada.
— Quero destacar a correção e a transparência com que o ministro está enfrentando a questão, o que traz credibilidade a sua atuação. Creio que o governo deverá mostrar essa agenda [emergencial], pois será necessária para enfrentar a questão do coronavírus — disse.
O ministro da saúde também foi elogiado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE). Para ele, Mandetta fez uma exposição técnica e precisa sobre o problema. Em relação ao pedido de recursos, o senador disse que tem toda a boa vontade em trabalhar junto com o ministério e que é preciso liberar o que for preciso para atender bem a população.
Rogério reclamou, no entanto, do ministro da Economia, Paulo Guedes. Na opinião do senador, o ministro estaria fazendo "terrorismo fiscal", ao insistir na necessidade de o Congresso aprovar reformas para fortalecer o país diante dos impactos econômicos da epidemia.
— Suspendam o teto de gastos por dois anos, ou taxem as grandes fortunas, ou façam uma reforma tributária que alivie a classe média e a classe baixa, cobrando os super-ricos. Mas não venha o ministro Guedes querer afundar mais a economia como solução para uma crise de saúde pública.
| Senado Notícias ( publicado em 12-03-2020) | | | | A OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu, nesta quarta (11), declarar que há uma pandemia do novo coronavírus em curso no mundo. Mas afinal, o que é pandemia e qual seu impacto para as pessoas e países que possuem pacientes infectados?
De acordo com a OMS epidemia é um surto regional de uma doença que se espalha de forma inesperada. Em 2010, a entidade classificou como pandemia o espalhamento mundial de uma nova doença que afeta um grande número de pessoas.
Segundo o médico infectologista da Universidade Positivo Mauro Tamessawa, a mudança de classificação de surto para epidemia também tem relação com o fato da doença se propagar em vários países, simultaneamente.
“O surto é quando você tem um aumento de casos em relação a normalidade. Como a dengue no Paraná, que atualmente temos 40 mil casos da doença dengue, o que é muito maior que o esperado nos últimos anos. Uma pandemia são vários surtos em diferentes locais do mundo, ao mesmo tempo, em que as transmissões são comunitárias estão acontecendo de maneira persistente”, explica Tamessawa.
Coronavírus: surto x pandemia
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarar pandemia de novo coronavírus nesta quarta-feira não significa que a situação está fora de controle nem que mundo deve abandonar as medidas de contenção e passar a pensar em mitigação.
“Nas últimas duas semanas, o número de casos de covid-19 fora da China cresceu 13 vezes e o número de países afetados triplicou. Há agora mais de 118 mil casos em 114 países e 4.291 pessoas perderam suas vidas”, disse Ghebreyesus, que, em seguida, afirmou que espera-se que esses números cheguem a níveis ainda mais altos nas próximas semanas.
Ainda segundo o diretor-geral da OMS, nunca se viu uma pandemia provocada por um coronavírus, mas, ao mesmo tempo, nós nunca vimos uma pandemia que pode ser controlada. Segundo ele, é um momento que deve envolver a ação de todos os setores e indivíduos.
Ghebreyesus também fez um pequeno guia de como os países devem se comportar: preparar-se e estar prontos, detectar, proteger, tratar e reduzir a transmissão, inovar e aprender.
Quarentena e fechamento de escolas e comércio
Não há uma regra clara sobre fechar ou não estabelecimentos, escolas, aeroportos e fazer grandes quarentenas, afirma Michael Ryan, chefe do departamento de emergência da OMS em Genebra. Acaba sendo uma decisão com base na avaliação de risco de cada país. O especialista deu o exemplo de que na China escolas foram fechadas, enquanto em Singapura, não —dois países usados como exemplos positivos da contenção do vírus.
“Em países com números menores de casos [como é o caso do Brasil], distanciamento social não tem o mesmo impacto imediato de rastrear contatos com pessoas doentes, isolamento desses contatos e de casos, e quarentena de contato. Isso significa que você está perseguindo o vírus”, afirmou Ryan.
“Quando você perde o fio do vírus, você precisa criar distanciamento social entre todo mundo, porque você não sabe quem está contaminado. É uma substituição pobre para ações de saúde pública agressivas no início, mas pode ser a única opção quando você não sabe mais onde o vírus está.”
| Tribuna PR ( publicado em 11-03-2020) | | | | A chegada do novo coronavírus ao Brasil pode alterar o cotidiano em escritórios, fábricas e outros ambientes de trabalho, já que o vírus é transmissível de pessoa para pessoa. Mas quais são os direitos dos trabalhadores que precisarem ficar afastados de suas funções?
A chegada do novo coronavírus ao Brasil pode alterar o cotidiano em escritórios, fábricas e outros ambientes de trabalho, já que o vírus é transmissível de pessoa para pessoa.
O Ministério da Saúde já confirmou 52 casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no país.
Uma das principais medidas de contenção recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para casos suspeitos ou pacientes com confirmação, mas sem sintomas graves, é a quarentena doméstica de, no mínimo, 14 dias.
Assim, é possível que, assim como em outros países, o Brasil chegue ao cenário em que pessoas precisem abandonar o trabalho e outras atribuições durante esse período.
Mas o que determina a legislação trabalhista casos como esses? E se a pessoa trabalhar como autônoma, o que ela pode fazer? Quais são as obrigações dos empregadores em relação a seus funcionários?
A BBC News Brasil ouviu advogados e professores de direito trabalhista para esclarecer essas dúvidas: Gisela Freire, sócia da Área de Trabalhista do Cescon Barrieu; a advogada e professora de direito trabalhista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Daniela Muradas e o também advogado e professor de direito trabalhista da Universidade Federal de Pernambuco Carlo Cosentino.
Apenas uma parte da população poderá receber benefícios caso adoeça, já que o país tem muitos trabalhadores na informalidade e desempregados.
O Brasil fechou o ano de 2019 com 12,6 milhões de pessoas desocupadas, 38,4 milhões de trabalhadores informais e 33,7 milhões de empregados no setor privado com carteira assinada.
Para os trabalhadores informais que não contribuem para o INSS, dizem especialistas, não está previsto na legislação um sistema de apoio caso peguem a doença.
Há alguma legislação especial para o coronavírus?
Uma lei sobre coronavírus foi sancionada no dia 7 de fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro e tem previsão para vigorar enquanto durar a emergência internacional do surto, decretada pela OMS no fim de janeiro — nesta quarta-feira (11), a organização declarou que o mundo já enfrenta uma pandemia.
O texto brasileiro determina que, diante de uma situação de emergência, o governo poderá colocar cidadãos em isolamento ou quarentena, sob condições estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
Também poderá realizar compulsoriamente exames e testes laboratoriais, coletar amostras para análises e aplicar vacinas e tratamentos médicos específicos.
Não adotar medidas como quarentenas, isolamento rápido de pessoas doentes e transparência na divulgação de informações pode agravar a disseminação da doença e levar à perda de controle sobre a cadeia de transmissão do vírus de uma pessoa para outra — estima-se que, no caso do novo coronavírus, uma pessoa infectada contamime até outras três, em média.
Para os trabalhadores, a lei diz que a ausência nesses casos de quarentena ou isolamento será considerada falta justificada.
O que vale para cada tipo de trabalhador?
Empregados
Em condições normais, a lei trabalhista para aqueles que trabalham em regime de emprego (carteira assinada, carteira com regime intermitente, carteira com regime de teletrabalho, carteira em regime de aprendiz, terceirizado ou temporário) garante pagamento de salário integral por 14 dias. A partir do 15º, a Previdência Social passa a se responsabilizar pelo pagamento de auxílio-doença.
A lei referente ao coronavírus, no entanto, diz que será considerada falta justificada a ausência por quarentena ou isolamento durante o período de emergência, o que significa, na leitura dos especialistas, que a empresa deverá arcar com o pagamento dos salários pelo tempo que essa ausência compulsória durar, mesmo que passe de 15 dias.
A quarentena mínima que vem sendo aplicada é de 14 dias, determinada com base no período de incubação do coronavírus — tempo decorrido entre o contágio e o máximo já identificado para o surgimento dos primeiros sintomas.
No entanto, o período de infecção pelo vírus varia de pessoa para pessoa. Uma pessoa saudável pode ter os sintomas por poucos dias. Para outras, que já têm problemas de saúde, como uma doenças respiratórias, por exemplo, a recuperação pode levar semanas.
Estudo da OMS com base em dados preliminares disponíveis da China diz que o tempo médio desde o início da infecção até a recuperação clínica é de aproximadamente 2 semanas e de 3 a 6 semanas para pacientes com doença grave ou crítica.
É possível trabalhar de casa?
Sim, se a empresa assim determinar.
Freire diz que o home office pode ser uma opção. Segundo a advogada, o home office geralmente não está previsto nos contratos, mas pode ser adotado como política corporativa mesmo assim.
Um funcionário não pode, no entanto, exigir trabalhar de casa, a não ser que esteja sendo exposto a risco iminente no trabalho. Ela sugere que funcionários sigam primeiro o caminho do diálogo.
"Se seu escritório não tem sabão no banheiro, por exemplo, o ideal é conversar e pedir que a empresa providencie esse material", diz ela.
E quem trabalha por conta própria?
Prestadores de serviço, profissionais liberais, pessoas que não têm um empregador, mas contribuem para a Previdência, podem acionar o INSS e solicitar o benefício do auxílio-doença.
No entanto, a lei que versa sobre o coronavírus não deixa claro se um cliente deve pagar o contratado pelo período em que ele estiver afastado. "Nesse caso deve prevalecer o contrato de prestação de serviço, que pode trazer previsões sobre esse tipo de situação", diz Freire.
O que as empresas devem oferecer aos seus funcionários?
A CLT determina que o empregador providencie aos seus funcionários um ambiente salubre.
Normas regulamentadoras que descrevem as condições de trabalho para cada categoria citam a necessidade de haver sabonete ou outro material para higienização das mãos. Não há previsões específicas para doenças que não sejam ligadas à atividade laboral, como é o caso da covid-19. A nova lei sobre coronavírus não faz referência ao tema.
No entanto, a OMS divulgou orientações para reduzir o risco em ambientes de trabalho. Algumas delas são:
Posso me recusar a trabalhar? Que tipo de conflito trabalhista pode surgir?
O Artigo 483 da CLT diz que um funcionário não é obrigado a trabalhar em áreas que lhe ofereçam risco ou perigo iminente.
Se a empresa insistir em colocar o funcionário em risco, ele pode até mesmo exigir a rescisão do contrato se estiver correndo "perigo manifesto de mal considerável", como diz a lei trabalhista.
No entanto, não é qualquer cenário que configura risco iminente. Alguns poderiam se encaixar nessa categoria, avaliam especialistas.
Se um empregador recusar um atestado médico, por exemplo, estaria colocando em risco seus funcionários. Esses trabalhadores podem se recusar a frequentar aquele ambiente.
Outra situação que pode gerar conflito é a de trabalhadores da área de saúde que não recebem equipamento de proteção adequado.
Os especialistas dizem que trabalhadores que viajam para lugares onde a contaminação está endêmica também podem recusar essas tarefas, por ser um comportamento arriscado.
"Recomendamos que as empresas não façam isso, para evitar uma situação de contágio. Mas se houver extrema necessidade, acho que vale o diálogo, já que as autoridades não estão, até o momento, impondo restrições de viagem", diz Freire.
E se meus filhos não puderem ir à escola?
Algumas escolas particulares de São Paulo, onde estão os casos confirmados da doença covid-19, recomendaram quarentena para crianças que voltaram de países onde a doença está mais disseminada. No entanto, ainda não houve cancelamento de aulas.
Se houver e os pais não tiverem com quem deixar as crianças, não poderão, em tese, se ausentar do trabalho para ficar com elas. Nesse caso, não há justificativa prevista em lei, portanto a empresa poderia até mesmo descontar a ausência do salário.
Até agora, no entanto, nenhuma criança de até nove anos morreu em decorrência do covid-19. Casos entre crianças têm sido raros.
A resposta para isso passa por pelo menos três teorias: as crianças teriam um sistema imunológico mais forte, levando a menos complicações e, consequentemente, menos diagnósticos oficiais; o início do surto coincidiu com o período de férias expondo as crianças a menor risco de contágio e há também a possibilidade de o coronavírus ser mais um do rol de vírus com sintomas mais brandos em crianças, como o da catapora, o que também gera menor detecção formal pelo sistema de saúde.
| G1 | | | | Até o momento o isolamento domiciliar tem sido a principal resposta aos casos de pessoas infectadas pelo coronavírus no Brasil. Apesar disso, existem muitas dúvidas de como essa quarentena realmente acontece e, principalmente, de como os pacientes e parentes devem se comportar em uma situação como essa. O Estado ouviu especialistas para saber, afinal, detalhes sobre o tema.
A primeira questão é saber se o paciente deve ficar completamente isolado em sua residência ou, no caso de morar com a família, ocupar apenas um cômodo da casa e manter distância dos demais moradores.
Existem duas ponderações sobre esse questionamento: o que é ideal e aquilo que é possível. Para o infectologista Jean Gorinchteyn, o ideal seria que o paciente ficasse sozinho em casa. "Neste caso, ele elegeria uma pessoa para ser o seu elo com o mundo externo - pode ser um amigo, um parente, assistente social ou médico. Durante esse contato, o paciente deve usar máscara e seguir todo o protocolo de cuidados", disse. "Esse escolhido, o elo, seria a pessoa responsável por fazer compras, cuidar das contas e coisas cotidianas", completou.
Mas, em outro estágio do avanço da doença no País, pedir para que pessoas deixem suas casas pode não ser factível. "Então, o viável seria isolar esse paciente em um único cômodo da casa - limitando o contato a apenas uma pessoa", comentou o também infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Junior. Tanto no caso em que a pessoa elege um "elo" com o mundo externo ou naquele em que divide a casa com familiares, todas as pessoas envolvidas precisam testar para o coronavírus.
Segundo os especialistas, não existe a necessidade que a pessoa passe o dia inteiro usando a máscara em casa. O uso só é recomendável quando ela está em contato com outra pessoa.
Independentemente do isolamento absoluto ou com algum familiar sob o mesmo teto, algumas regras são básicas. Os talheres da pessoa infectada pelo coronavírus não devem ser compartilhados. Mais do que isso, o talher precisa ser lavado com uma esponja que também não seja usada em outros talheres da casa. A pessoa que for lavar esses itens precisam usar luvas. E, claro, existe a hipótese do uso de talheres descartáveis.
Outro ponto importante: a roupa do indivíduo diagnosticado com coronavírus precisa ser manipulada (lavada, passada) separada das peças do restante da família ou das demais pessoas que, por ventura, o paciente tenha tido contato. O mesmo vale para peças de cama, toalhas etc.
A princípio não há restrições alimentares ou dieta específica para ser seguida. Em relação ao consumo de álcool, os médicos advertem que ele não é recomendado em nenhum quadro de infecção ou doença - mas não há proibição expressa.
As condições clínicas do paciente é que vão definir o que ele pode ou não em termos de alimentação ou atividades físicas. Se não existir um indicativo para repouso absoluto, o paciente poderia, por exemplo, "fazer esteira" ou usar a bicicleta ergométrica.
| Bem Paraná | | | | Antes mesmo do Paraná confirmar os prováveis primeiros casos de coronavírus, as instituições de ensino pública e privada já se preparavam para a iminente chegada da doença. Além das recomendações padrões para doenças infecto-contagiosas, como o uso de álcool gel, limpeza reforçada e abertura de janelas e portas das salas de aula para ventilação do ar, a restrição ao uso de bebedouros e até mesmo a antecipação das férias de julho são medidas que estão em pauta.
O Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), por exemplo, relata que ainda no começo de fevereiro encaminhou a toda a rede privada uma série de recomendações e explicações sobre o Covid-19. Entre as medidas sugeridas estão a presença de álcool gel nas portas das salas de aula e que os alunos passassem a utilizar garrafas de água individuais, em vez dos bebedouros.
“Hoje estamos meio que ladeados de doenças: coronavírus, sarampo, dengue, meningite... Então pedimos para as famílias que, caso notassem qualquer alteração nas crianças, para que avisem a escola. Não sabemos o que pode vir, mas esatamos seguindo as normativas do Ministério da Saúde”, explica Esther Cristina Pereira, presidente do Sinepe.
Ainda segundo ela, ainda é prematuro falar sobre antecipação das férias de julho ou suspensão das aulas por algum período. “O Ministério da Saúde está fazendo estudos, pensando nessa questão. Mas vamos aguardar, porque se isso acontecer, vai vir uma medida. Hoje recebemos um documento, pode acontecer em cidades específicas, com mais casos”, afirma.
Em Curitiba, no entanto, já há instituições preparadas para uma situação dessas, em que haja necessidade de suspensão das aulas por conta do risco de contágio. É o caso do Colégio Positivo, que há 10 anos, quando houve a epidemia de Gripe A (H1N1), chegou a suspender as aulas por duas semanas.
“É uma possibilidade que trabalhamos, adiantar as férias, recesso de julho. Se isso acontecer, não vamos deixar os alunos desamparados. Vamos publicar aulas online, cobrar exercícios, fazer com que não diminuam o ritmo de aprendizado. Espero que não aconteça, mas estamos preparados”, comenta Celso Hartmann, diretor do Colégio Positivo. “Minha preocupação maior é agora, que vem outono e inverno”, ressalta.
Isolamento
Outra medida adotada pelo Colégio Positivo e também pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) foi recomendar aos alunos que viajaram para países que já enfrentam surto da doença que permaneçam em isolamento domiciliar por um período de 14 dias. A PUC, inclusive, montou uma Central do Coronavírus para orientar os estudantes que retornam de viagem.
“No Carnaval, que passou agora, muitas famílias estava O telefone é (41) 3271-1515 (selecione a opção 0) ou o e-mail coronavirus@pucpr.br.m com viagens programadas e foi quando o surto atingiu a Europa, um destino turístico bastante procuramos. Mandamos uma carta de conscientização para os pais, adicionando que quem viajou para áreras de risco para que não enviassem as crianças para a escola, por uma questão de humanidade. Foi uma sugestão, não proibimos a entrada. Creio que fomos pioneiros. Depois, várias escolas em São Paulo seguiram a mesma conduta”, afirma Celso Hartmann, diretor do Colégio Positivo.
Instituições abordam o tema em sala de aula
Nas instituições de ensino pública e privada do Paraná, também teve início há mais de mês a preparação para a chegada da doença em território brasileiro. Ainda em fevereiro, por exemplo, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) encaminhou a todas as 2,1 mil escolas do Paraná orientação a respeito da prevenção da doença.
Tais informações, destacou a Seed por meio de nota, foram respaldadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e também foi realizada webconferência com os servidores da rede sobre a nova doença. “Ainda, a Sesa disponibilizou material gráfico para as escolas imprimirem e alocarem em seus murais, salas e corredores”, explica a Secretaria de Educação.
A pasta também ressaltou ter enviado às escolas sugestões de encaminhamentos metodológicos para abordar temáticas relacionadas à doença em sala. Os encaminhamentos são tanto gerais – como a realização de rodas de conversa e produção de murais informativos – quanto específicos para os componentes curriculares de Arte e Sociologia, Ciências e Biologia, Filosofia e Língua Portuguesa.
Nas escolas municipais, a Prefeitura de Curitiba começou a encaminhar na última semana kits com produtos de higiene e o material pedagógico produzido pela equipe do Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal da Educação. Escolas, creches municipais e faróis do saber estão recebendo esses kits, compostos por água sanitária, desinfetante, álcool gel, álcool 70%, sabonete, papel toalha, máscara e pulverizador (bombinha).
Ministro da Educação sugere aulas remotas
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, divulgou nesta quarta-feira um vídeo nas redes sociais com conselhos para as escolas lidarem com uma eventual situação de emergência do coronavírus no Brasil. No vídeo, ele recomenda que instituições trabalhem com planos de contingência e ainda sugere aulas remotas como forma de evitar aglomerações.
Além do vídeo, o ministro tuitou que “não há razão alguma para pânico”, mas que a pasta orienta instituições de ensino a se planejarem para “medidas emergenciais pontuais”.
- Recomendações da Secretaria de Educação às escolas
- Deixar abertas as janelas das salas de aula e demais espaços da instituição de ensino para propiciar uma maior circulação de ar;
- Disponibilizar dispensers com álcool gel 70%;
- Orientar estudantes e servidores em relação à importância de higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel 70%, depois de tossir ou espirrar, após utilizar o banheiro e antes das refeições;
- Orientar estudantes e servidores sobre a importância de, ao tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com o braço;
- Orientar estudantes e servidores a não compartilhar objetos de uso pessoal, como garrafas, copos, talheres e pratos.
| Bem Paraná | | | | Resultado seria, então, metade o previsto hoje; quadro mais realista, avalia ministro, é crescimento de 1,8%
No mesmo dia em que a equipe econômica revisou de 2,4% para 2,1% a sua projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2020, o ministro Paulo Guedes (Economia) disse que o resultado pode ser ainda pior por causa da pandemia do coronavírus.
Para Guedes, no pior cenário, o PIB seria de 1%, ou seja, o crescimento da economia seria menor do que o resultado de 1,1% 2019. Seria o quarto ano seguido de baixo crescimento após a recessão.
O ministro, no entanto, considera que o quadro mais realista é de uma perda de 0,3 ponto percentual. Nesse caso, o PIB cresceria 1,8% neste ano.
"Primeiros estudos nossos: se for uma coisa suave, 0.1 [ponto percentual] de perda de PIB. Se for uma coisa mais grave, pode chegar a 0.3, 0.4 até 0.5 [p.p de corte]", disse Paulo Guedes em reunião com congressistas na noite desta quarta-feira (11).
"Se, ao contrário, a pandemia tomar conta do Brasil e nós não fizermos as nossas reformas, pode chegar até 1%", disse.
Segundo o ministro, se a população mantiver seus hábitos, o efeito do coronavírus sobre a economia será muito menor, apesar de as chances da contaminação serem maiores.
"Se nós continuarmos com as nossas formas de vida, a economia resiste um pouco mais —porque nós vamos continuar saindo, almoçando, indo a jogo de futebol— e a contaminação aumenta. Se nós, por outro lado, mudamos nosso comportamento, a contaminação desce, mas a economia afunda", afirmou.
Guedes foi ao Congresso depois de os parlamentares aprovarem uma despesa extra de R$ 20 bilhões ao ano para o governo.
Na reunião, convocada de emergência a pedido do Palácio do Planalto, Guedes disse a deputados e senadores que a solução para a crise gerada pela pandemia é do Legislativo e que o sistema pode entrar em colapso.
"A solução é política, é de todos os senhores. O mapa técnico nós temos, sabemos como ligar as torneiras, com despejar o dinheiro, como realocar o dinheiro. Temos esta capacidade, vamos acelerar as reformas", afirmou.
"Agora, tem uma coisa que é inescapável: a solução é política. Por exemplo, se nós conturbarmos o ambiente político por um lado, o Congresso reage por outro lado e aprova mais despesas, não são as que nós queremos, derrubamos o teto [de gastos], vamos para a Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo trava os recursos. Onde nós vamos parar?", indagou.
A reunião de Guedes com os parlamentares ocorreu um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter dito, sobre a crise do coronavírus, que "muito do que falam é fantasia". Na segunda (9), Guedes havia dito que o governo está sereno e que a melhor resposta para a crise são as reformas.
Mais cedo, o Congresso derrubou um veto de Bolsonaro à ampliação do BPC (benefício assistencial a idosos carentes e deficientes). Após a derrota, Guedes e Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, foram ao Palácio da Alvorada reunir-se com Bolsonaro.
Pouco depois, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocaram líderes partidários para uma reunião de emergência, a portas fechadas.
Desta reunião também participaram Guedes e os ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
A ida dos ministros ao Congresso foi lida por alguns líderes e parlamentares presentes na reunião de emergência como uma sinalização que o governo pode tentar reaver o total dos recursos do Orçamento que ficaram nas mãos do relator, Domingos Neto (PSD-CE).
Durante a tarde, líderes tentavam costurar um entendimento para destinar R$ 5 bilhões dos R$ 15 bilhões dessas emendas ao combate à pandemia do coronavírus. Em contrapartida, queriam que o governo mantivesse o acordo para votar os projetos de lei enviados pelo governo e aprovados na CMO (Comissão Mista de Orçamento) e, assim, garantissem a palavra final de parte dos recursos com o Congresso.
Parlamentares disseram à Folha que o cenário apresentado por Mandetta na reunião foi catastrófico.
"A exemplificação vívida do ministro Mandetta mostra a gravidade desta pandemia do ponto de vista da dimensão de saúde pública. O sistema pode entrar em colapso, xeque, dependendo da velocidade de contágio. Os primeiros modelos sugerem que ela pode ser alta. É um quadro de extraordinária gravidade", disse Paulo Guedes aos congressistas.
De acordo com relatos, os parlamentares reagiram à manifestação de Guedes e foi preciso que Alcolumbre interviesse.
"Vamos aguardar e ouvir o ministro da Economia, o ministro da Saúde, as autoridades do governo e vamos fazer a nossa parte no Congresso. Depois a gente discute no plenário", disse Alcolumbre.
Um congressista contra-argumentou que o Congresso sempre fez sua parte.
IMPACTOS
Guedes falou sobre os impactos imediatos já sentidos nos setores aéreo e de turismo e que esse cenário pode se agravar e chegar a outras áreas de serviços conforme a duração da pandemia.
"O impacto econômico vai depender muito de como os nossos agentes econômicos vão reagir. Suponhamos que nós todos vamos nos trancar em casa e vamos parar de nos movimentar. Vai acontecer uma queda forte no setor de serviços. E aí vamos ter que reagir a isso como? Nós vamos ter que, aí sim, soltar recursos especiais. De alguma forma vou gastar para amenizar o impacto", afirmou.
"Vocês vão ter que tomar decisões de todo o tipo", disse Guedes.
Rodrigo Maia cobrou de Guedes um quadro claro dos impactos econômicos previstos.
O ministro ponderou com os deputados e senadores que não se pode precipitar algum tipo de plano sem entender onde haverá os maiores impactos.
"Você ainda não sabe onde vai ser o maior impacto. Falam muito que o comércio com a China pode nos atingir. Os chineses, tendo coronavírus ou não, querem se alimentar de proteínas. E as exportações para China aumentaram tanto de proteína animal ou de soja. Há efeitos inesperados. Não adianta agora falar que vou lançar um programa de apoio a quem comercializa com a China se a exportação nesse período cresceu 30 a 40% em comparação com o ano passado".
Guedes lembrou ainda que os bancos públicos dispararam linhas para pequenas e médias empresas para evitar a quebra desses setores.
Após o ministro, o presidente do BC, Campos Neto, fez um panorama geral da economia apontando para a possibilidade de um cenário de recessão caso a pandemia evolua.
Declarado pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quarta, o coronavírus virou uma justificativa do governo para rever as condições do acordo que previa deixar em torno de R$ 15 bilhões desses R$ 30,8 bilhões sob controle do Congresso.
Parlamentares aceitaram o compromisso de destinar cerca de R$ 5 bilhões das emendas do relator, deputado Domingos Neto (PSD-CE), para o combate à doença, mas queriam manter no mínimo R$ 10 bilhões em seu poder.
Uma outra alternativa discutida nesta noite foi a apresentação de uma medida provisória para garantir os recursos demandados pela Saúde para a crise sanitária.
"Consultores do Senado se manifestaram a favor de uma medida provisória emergencial porque ela libera os recursos imediatamente e não tem problema relacionado ao teto de gastos, porque é uma questão emergencial", disse Alcolumbre.
O líder do PP na Câmara, Arhtur Lira (AL), deixou a reunião antes do fim e disse que o governo não sabe o quanto vai precisar em recursos para enfrentar a pandemia. Lira também criticou o presidente do Senado, que não comandou as sessões do Congresso desta terça (10) e quarta-feira, quando se deveria tentar votar os projetos que tratam da distribuição dos R$ 30,8 bi que estão nas mãos do Congresso.
"Se o presidente Davi tivesse sentado na cadeira [de presidente do Congresso] ontem e hoje, a gente já teria resolvido. Pode ser que ele queira sentar amanhã", afirmou.
| Folha de S.Paulo | | | | Quase 55% dos empregos formais concentram-se em micro ou pequenas empresas, segundo o Sebrae
Os cinemas chineses perderam mais de US$ 1,49 bilhão por estarem fechados no feriado do Ano-Novo Lunar, informou o jornal britânico Financial Times.
Após o pico do coronavírus no país, as entregas em caminhões a grandes companhias estão em 60% do volume anterior à crise. Para as pequenas, ainda não passam de 26%.
Na Itália, agora em quarentena, 94,6% das empresas têm menos de dez funcionários. Só 0,1% (3.231 companhias) tem mais de 250 contratados.
No mundo desenvolvido, pequenas e médias empresas somam 65% dos trabalhadores e 55% do PIB, segundo a Organização Mundial do Comércio.
Lojas populares de importados, na Galeria Pagé, que incluem produtos irregulares, tem atraso na chegada de novos produtos - Gabriel Cabral/Folhapress
Ao contrário do que o pandemônio com ações de grandes companhias nas Bolsas sugere, o grosso do PIB global é gerado por pequenas e médias companhias. E elas serão as maiores vítimas do aperto de liquidez que a crise do covid-19 provoca.
Com menos consumidores nas ruas e dinheiro no caixa, o capital de giro delas está secando na Europa. Isso provocou, nos últimos dias, declarações de autoridades para tentar tranquilizar os proprietários desses negócios.
Segundo o Banco Mundial, companhias de pequeno porte já têm dificuldades históricas em tomar empréstimos bancários. Só nos países emergentes, a carência de financiamentos para manter ou ampliar negócios atinge US$ 5,2 trilhões todos os anos.
No cenário de queda de faturamento como o atual —e de garantias menores para empréstimos—, o quadro tende a piorar muito, e rapidamente, se novos canais de financiamento não forem criados; e os existentes, desentupidos.
Após a crise global de 2008, por intransigência alemã, o Banco Central Europeu demorou a criar mecanismos de socorro a empresas em dificuldade na zona do euro, sobretudo em países em situação fiscal frágil à época, como Itália, Grécia e Portugal.
Desta vez, a chanceler Angela Merkel diz que a região fará "o que for necessário" para ajudar os afetados. "Não vamos nos perguntar todos os dias o que isso significa para os nossos déficits", disse.
Nos últimos anos, vários países europeus trabalharam para a diminuição de seus déficits fiscais e, agora, parecem dispostos a ampliá-los.
A Itália diz que injetará cerca de € 25 bilhões na economia e deu mais tempo aos que não puderem pagar financiamentos imobiliários. A Alemanha ampliou subsídios em créditos à exportação.
A França promete uma resposta "contundente" às empresas. Do outro lado do canal da Mancha, o Reino Unido anunciou corte na taxa básica de juro e outras medidas que permitam aumentar em US$ 387 bilhões os créditos bancários às empresas.
No Brasil, quase 55% de todos os empregos formais concentram-se em micro ou pequenas empresas com até R$ 4,8 milhões de receita bruta anual, segundo o Sebrae.
Juntas, as micro e pequenas (até 99 empregados) criaram 731,4 mil vagas formais no ano passado. Já as médias e grandes (cem ou mais pessoas) demitiram 88,1 mil.
Diante da precariedade do mercado de trabalho nos últimos anos, muitos brasileiros empreenderam e pegaram o gosto por ter um negócio, gerando muitos empregos.
Para eles, nada foi sinalizado como providência para a crise que chega. Nem mesmo o reconhecimento, por Jair Bolsonaro, de sua gravidade.
| Folha de S.Paulo | | | | Órgão recomenda medidas rápidas para conter a insolvência de empresas
Em várias economias, sobretudo na Europa, o setor privado está ficando sem capital de giro, o que ameaça a solvência das empresas.
Segundo Luiz de Mello, 53, diretor de Políticas Públicas do Departamento Economia da OCDE (o clube dos países ricos), países que hoje têm espaço fiscal devem socorrer, com linhas de crédito e outras medidas, os mais afetados.
Ele não descarta que o endividamento recorde das empresas no mundo afete o setor financeiro. "Mas, do lado sistêmico, os bancos estão bem mais preparados do que antes para enfrentar essas pressões."
O luso-brasileiro Luiz de Mello, 53, é diretor de Políticas Públicas do Departamento de Economia da OCDE, doutor em economia pela Universidade de Kent, no Reino Unido, e ex-economista do FMI (1999-2004) - Michael Dean/OCDE
Antes do coronavírus, a economia internacional não vinha bem e havia dúvidas sobre a munição de que os bancos centrais dispõem. A Europa opera com juros negativos desde 2014, e os Estados Unidos já reduziram muito a taxa. Há ferramentas disponíveis contra a epidemia? Desde meados do ano passado, a economia dava sinais de que perderia o dinamismo. No fim do ano, tivemos a expectativa de uma certa estabilização, com a volta da confiança. Aí vem esse vírus, que causa, basicamente, um choque de oferta. E a política monetária não é a ferramenta ideal para lidar com isso.
De fato, os juros já estão muito baixos. O que os bancos centrais podem fazer? Primeiro, manter o compromisso com uma política monetária acomodativa, como vêm fazendo. Segundo, restaurar a confiança dos mercados dizendo que questões de liquidez pontuais serão prontamente atendidas. O banco central da China foi o primeiro a atuar nesse sentido. O banco central americano, o único entre os grandes que ainda tem espaço para reduzir os juros, também baixou a taxa recentemente.
Como há pouca munição e efetividade dos bancos centrais para lidar com um choque de oferta, é preciso evitar que isso não se transforme também em um choque de demanda. E isso passa por manter a confiança no sistema.
O mundo se acostumou nos últimos dez anos a períodos de volatilidade muito baixa e de pouca aversão ao risco. Qualquer evento que possa mudar a percepção dos mercados em relação a riscos tem provocado reações abruptas. O ideal é cuidar para que esse tipo de reprecificação ocorra de forma gradual.
Se a política monetária não tem eficácia, haverá, por outro lado, pressão por mais gastos em áreas como saúde. Na Europa, houve muita resistência após a crise de 2008 em aumentar a expansão fiscal. Isso mudou? Já estamos vendo mudanças. Um dos aspectos é o emergencial, de garantir o funcionamento dos sistemas de saúde e de que haja apoio às empresas que estejam em dificuldades para obter capital de giro. Pois há economias que já estão parando por causa disso.
No caso da Itália, já foram anunciados aumentos nos prazos para o pagamento de hipotecas e para saldar dívidas com fornecedores. Tudo isso para evitar que um problema de liquidez se torne de insolvência. E que não haja uma quebra generalizada de empresas, principalmente as mais frágeis.
Do ponto de vista da política fiscal, acho que já há uma percepção de que existe mais espaço para atuar por esse canal. Canadá, Alemanha, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido já estão implementando políticas compensatórias.
Os países que hoje têm espaço fiscal e endividamento menor devem usar isso para apoiar a demanda neste ano e no ano que vem, dependendo dos impactos desse choque. Como estamos falando de crise de oferta, também há espaço nesse sentido, aprofundando reformas estruturais a fim de elevar a produtividade e os investimentos públicos.
Ao contrário da crise anterior, quando os problemas estavam concentrados nos bancos e nas famílias, desta vez os maiores endividados são as empresas não financeiras. Qual o risco de isso afetar o sistema financeiro? Após aquela crise, houve vários esforços regulatórios e de capitalização para tornar os bancos mais robustos. Como consequência não desejável, houve uma certa transferência de risco dos bancos para o setor não bancário. Mas esse elevado endividamento das empresas acabará tendo impacto no setor financeiro não bancário [nos mercados de títulos corporativos e debêntures, por exemplo].
Há riscos também para bancos mais expostos a setores afetados pela crise, como petroleiro, de aviação e turismo. Mas, do lado sistêmico, os bancos estão bem mais preparados do que antes para enfrentar essas pressões. Já a emissão de dívidas corporativas com nota "BBB", a mais baixa para ter grau de investimento, foi preponderante nos últimos anos. Isso pode fazer com que toda uma montanha de débitos passe para o lado frágil da distribuição de riscos.
Isso pode criar tensão nos mercados de dívida e de renda fixa de um modo geral, afetando o setor financeiro. É preciso lembrar também que o endividamento global desde a crise de 2009 cresceu se levarmos em conta famílias, bancos, empresas e governos.
Então temos dívidas recordes, sobretudo as corporativas, em um quadro de choque de oferta que pode virar de demanda... E dentro de um quadro de longo prazo que implica a desaceleração do crescimento da produtividade, o envelhecimento da população, que cria mais pressões fiscais, e questões climáticas complicadas. Uma série de "megatrends" que elevam aspectos de vulnerabilidade ligados às finanças públicas.
Não é um cenário bonito. Não é um cenário bonito porque ele expõe as fragilidades da economia global. Mas que deve ser interpretado não como uma realidade da qual não podemos escapar. Ao contrário, que precisa destacar as reformas a serem feitas. Sobretudo as que aumentem a produtividade e o crescimento potencial.
A Bolsa de Valores brasileira e o real estiveram entre os mais afetados. O que está por trás dessa fragilidade? A fragilidade do Brasil é fiscal. Por isso, as reformas em andamento são essenciais para a sustentabilidade da dívida pública e da política fiscal.
O Brasil se beneficiou muito nos últimos anos de um contexto global, ainda que de crescimento baixo, de menor aversão ao risco e de predisposição dos investidores em aplicar em ativos brasileiros. O Brasil é uma economia grande. Em qualquer reprecificação como a atual, é natural que os números sejam grandes.
O que pode ajudar o Brasil é manter a liquidez no mercado, controlar a situação fiscal e continuar com reformas que tragam choques positivos nas expectativas. E, num momento como o atual, é mais fácil passar o sentido de urgência que essas reformas realmente têm.
| Folha de S.Paulo | | | |
Ações vão desde a proibição de viagens internacionais até a triagem prévia de visitantes
A disseminação do coronavírus no Brasil tem provocado reações preventivas adicionais nas empresas que compartilham condomínios comerciais.
Além da restrição aos voos internacionais e das instruções para higienização das mãos com álcool em gel, algumas empresas passaram a recomendar home office para seus funcionários, além de aumentarem a frequência da limpeza de suas instalações, cancelarem os acessos à empresa por biometria digital e até mesmo realizarem triagens prévias em todos os visitantes do prédio.
O São Paulo Corporate Towers, condomínio comercial que fica na Vila Olímpia, em São Paulo, já concentra todas essas ações.
O condomínio possui escritórios de diversas empresas, como Microsoft, HSBC, BNP Paribas e Visa, além da XP Investimentos –maior corretora do país e que já confirmou dois casos do coronavírus entre seus funcionários.
Na XP, as instruções aos colaboradores já mudaram desde 1º de março, quando foi confirmado o primeiro caso da doença entre os trabalhadores da companhia. Na época, a recomendação da corretora era para que todos os colaboradores que não apresentassem sintomas ou não tivessem tido contato próximo com alguém diagnosticado com o vírus continuassem suas rotinas normalmente.
Já no comunicado interno enviado nesta terça-feira (10), quando o segundo caso foi confirmado, a recomendação era para que todos os trabalhadores que pudessem trabalhar de forma remota optassem pelo home office.
Além disso, a sugestão da empresa era para que os funcionários evitassem transitar em outras áreas da empresa, além de outros andares ou torres do complexo. As reuniões presenciais entre colabores ou com fornecedores e prestadores de serviços também deveriam ser alteradas para teleconferências ou evitadas quando possível.
Fontes afirmaram que a gestão do prédio já cancelou o acesso de funcionários por meio de biometria digital (agora, a entrada é permitida apenas pelo crachá) e redobrou a limpeza dos botões dos elevadores e das áreas comuns.
O vírus é transmitido pelo ar ou pelo contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão ou o contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
No BNP Paribas, os relatos são de que, apesar de o banco ter optado por manter a rotina de trabalho inalterada, as viagens internacionais estão proibidas e a orientação é para que as pessoas que viajaram a potenciais zonas de risco passem, no mínimo, 15 dias trabalhando de forma remota.
Além disso, uma fonte afirmou que o BNP Paribas também já adotou, em outros países, uma política de divisão de trabalho, na qual parte da equipe se desloca até o escritório e a outra faz home office.
A Visa também foi outra empresa que tomou medidas adicionais. Em nota, a companhia afirmou que já liberou seus funcionários para trabalharem de forma remota e que aprimorou a limpeza regular de suas instalações.
Além disso, a Visa também afirmou – sem dar mais detalhes – que passou a realizar uma triagem prévia a todos os visitantes, seguindo um protocolo de prevenção com base nas orientações das autoridades locais e de especialistas médicos.
A WMcCann, que também possui escritórios no São Paulo Corporate Towers, afirmou que fez o afastamento imediato para pessoas com doenças respiratórias e febre, além de promover um programa de treinamento e suporte técnico sobre home-office e de preparação do time em como atuar em caso de eventual necessidade de fechamento do escritório.
“Não tivemos nenhum caso confirmado, mas estamos monitorando os casos de retorno de viagem ou outros que tiveram contato direto com portadores confirmados do Covid-19 e solicitando home office por 14 dias caso ou encaminhamento aos hospitais no caso de aparecimento de sintomas”, afirmou a diretora de RH da companhia, Paula Molina.
| Folha de S.Paulo | | | | Desde a volta do Carnaval, Ibovespa acumula queda de 25%, o que reduz valor de mercado das companhias
Juntas, as 285 empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira perderam R$ 1 trilhão em valor de mercado desde a volta das negociações pós-Carnaval, de acordo com dados da Economatica. Neste período, mercados globais tiveram as piores quedas desde a crise financeira de 2008 com o avanço do coronavírus fora da China e a guerra por preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia.
O Ibovespa, índice das maiores companhias listadas na B3, acumula queda de 25% desde a quarta-feira (26) de Cinzas. Nesta quarta (11), o índice caiu 7,6%, a 85.171 pontos, menor patamar desde dezembro de 2018.
A maior desvalorização desde o Carnaval é da Petrobras, que perdeu cerca de metade de seu valor de mercado. No ano, a estatal perde R$ 196,5 bilhões e, encerrou o pregão desta quarta valendo R$ 210 bilhões, menor patamar desde junho de 2018, quando a estatal se recuperava de perdas decorrentes da paralisação dos caminhoneiros, quando adotou programa de subvenção e o preço do diesel caiu.
A Petrobras sofre não apenas com a desaceleração da economia global em decorrência do coronavírus, mas com a forte queda no preço do petróleo nesta semana em decorrência do aumento de produção da matéria-prima pelos sauditas, de modo a pressionar a Rússia, depois que o país se negou a entrar em acordo com a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para reduzir a produção e elevar o preço do óleo.
No ano, a commodity acumula queda de 45%, com o barril do Brent cotado a US$ 35,79.
Em seguida, os bancos Bradesco e Itaú têm as maiores quedas. Além de serem prejudicados por um menor crescimento da economia, o setor é impactado com a Selic na mínima histórica, a 4,25% ao ano. O mercado precifica que, na próxima quarta (18), o Banco Central reduza ainda mais a taxa, em 0,25 ponto percentual ou 0,5 ponto percentual.
O setor é impactado ainda com as perdas do mercado financeiro, já que são grandes acionistas de muitas companhias.
A quarta mais afetada é Vale, cuja receita está atrelada ao preço do minério de ferro e à economia chinesa, em desaceleração pelo coronavírus. A mineradora perde R$ 48 bilhões em valor de mercado no ano. No momento, vale R$ 215 bilhões.
Dentre as empresas que mais se desvalorizaram também estão Ambev e Magazine Luiza, que dependem do crescimento no consumo brasileiro. Com a economia fraca e coronavírus paralisando atividades, o consumo tende a cair.
Além disso, a Ambev vem de uma série de resultados ruins, com perda de fatia no mercado de bebidas. Já a Magazine Luiza estava com as ações muito valorizadas, tendo um dos maiores crescimentos da Bolsa nos últimos anos.
A B3, operadora da Bolsa de Valores de São Paulo, também tem uma das maiores perdas. O mercado precifica uma forte saída de investidores da renda variável e um número menor de aberturas de capital no ano, o que deve reduzir as estimativas de lucro da companhia.
| Folha de S.Paulo | | | | Benefício passa a valer para filhos e irmãos que ficaram inválidos após 21 anos
O INSS passará a cumprir em todo o país uma determinação judicial para que o direito à pensão por morte de trabalhadores e aposentados seja ampliado a filhos e irmãos que ficarem inválidos após terem completado 21 anos ou emancipados.
A regra para pedir a pensão continuará a exigir que a incapacidade do dependente tenha se manifestado antes da morte do titular.
Antes desse novo posicionamento do órgão, havia garantia do benefício a filhos e irmãos inválidos desde que a incapacidade tivesse surgido antes dos 21 anos de idade.
A portaria com as instruções sobre a ampliação do direito foi publicada no último dia 6 de março no “Diário Oficial da União”.
A ACP (ação civil pública) que determinou a mudança é de Minas Gerais, mas tem validade nacional.
A regra vale para todos os casos em que a DER (Data de Entrada do Requerimento) ocorreu a partir de 19 de agosto de 2009. Pedidos negados deverão ser revisados, segundo a portaria.
Alerta
Para o advogado previdenciário Rômulo Saraiva, a medida facilitará o acesso a um direito que não era reconhecido pelo INSS.
Saraiva afirma, porém, que os segurados e seus respectivos procuradores precisam ficar atentos ao cumprimento da decisão nas agências da Previdência.
“O fato de sair uma decisão com abrangência nacional não significa que será recepcionado imediatamente em todos os postos do INSS no Brasil, haja visto que, às vezes, falta coerência no trato dos funcionários com os segurados nas agências”, alerta.
BENEFÍCIO | PRINCIPAIS REGRAS
Veja as regras da pensão para mortes ocorridas a partir do dia 13/11/2019:
1) Se o segurado que morreu já era aposentado
O valor será de 50% da aposentadoria que o segurado recebia mais 10% por dependente
Uma viúva sem filhos menores, por exemplo, receberá 60% da renda
2) Se o segurado que morreu ainda não recebia aposentadoria
O valor da pensão vai seguir a regra da aposentadoria por incapacidade
A pensão será de 60% da média de todos os salários pagos desde julho de 1994, mais 2% a cada ano que superar 20 anos de contribuição
Após chegar a esse resultado, aplicam-se os redutores por dependentes
Em caso de dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, a pensão será integral até o valor do teto do INSS
O benefício não pode ser menor do que o salário mínimo, mesmo com os redutores
Duração variável
A pensão será de quatro meses se a morte do segurado ocorreu antes do recolhimento de 18 contribuições mensais ou se o casamento ou união tem menos de dois anos
Se houve 18 contribuições ou mais e se o casamento ocorreu há mais de dois anos, a pensão varia de três anos a vitalícia, conforme a idade do dependente na data da morte do segurado
| Folha de S.Paulo | | | | Secretário de Política Econômica afirma que medida teria potencial de reduzir juros cobrados nessa modalidade
O governo estuda que trabalhadores possam usar recursos de suas contas no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como garantia em operações do cartão de crédito, o que teria o potencial de reduzir os juros cobrados nessa modalidade, afirmou o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, nesta quarta-feira (11).
Em rápida fala a jornalistas após coletiva de imprensa, ele disse ainda que o Conselho Curador do FGTS deverá analisar neste mês a regulamentação do uso do saque aniversário do FGTS como garantia, abrindo um mercado novo de crédito.
Atualmente, 2,7 milhões de trabalhadores já aderiram ao saque aniversário do FGTS, sendo que o saldo de suas contas vinculadas é de R$ 20 bilhões. Pelas regras do saque aniversário, eles estão aptos à retirada de R$ 3,7 bilhões este ano.
Como a ideia é que a nova regulamentação permita aos bancos antecipar até três anos de saque aniversário, cerca de R$ 11,1 bilhões poderiam ser liberados pelas instituições financeiras, indicou Sachsida.
Mês de aniversário Período de saque
Janeiro e Fevereiro Abril a Junho de 2020
Março e Abril Maio a Julho de 2020
Maio e Junho Junho a Agosto de 2020
Julho Julho a Setembro de 2020
Agosto Agosto a Outubro de 2020
Setembro Setembro a Novembro de 2020
Outubro Outubro a Dezembro de 2020
Novembro Novembro a Janeiro de 2021
Dezembro Dezembro a Fevereiro de 2021
| Folha de S. Paulo ( publicado em 11-03-2020) | | | | Entidades enviarão aditivo ao STF nesta quarta (11); plano Collor 1 também foi incluso
Os poupadores que ainda não aderiram ao acordo dos planos econômicos poderão ter mais cinco anos de prazo para habilitarem seus cadastros.
A medida vem como proposta do novo aditivo que entidades de defesa do consumidor e os bancos vão enviar ao STF (Supremo Tribunal Federal) ainda nesta quarta-feira (11).
O prazo para adesão do acordo original se encerra nesta quinta-feira (12). Segundo apurado pela Folha, mais de 75% dos poupadores elegíveis ao tratado vigente ainda não habilitaram seus cadastros para receber a indenização por esses prejuízos.
O aditivo também traz a proposta de ampliação do acordo coletivo para abranger poupadores que se sentiram prejudicados pelo plano Collor 1 e para aqueles que entraram na Justiça com ações coletivas até dezembro de 2017 –o acordo original previa processos judiciais apenas até dezembro de 2016.
Nos próximos cinco anos haverá, ainda, correção monetária pela inflação para o pagamento das indenizações.
Segundo o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, o intuito da prorrogação é permitir que mais pessoas possam aderir ao acordo. Além disso, afirmou que o processo para adesão também foi aperfeiçoado, com investimentos para melhoria da plataforma e mutirões presenciais.
Outra proposta do documento é o aumento dos honorários pagos pelos bancos aos advogados, aumentando de 10% para a 15% do valor a ser pago aos poupadores. A medida também prevê a implementação de meses de negociações diretas com os bancos, como forma de estimular e facilitar as adesões.
Processos de bancos abrangidos pelo Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) também entram na proposta do aditivo.
Para o presidente da Febrapo (Frente Brasileira dos Poupadores), Estevan Pegoraro, a extensão do prazo é boa para todo o sistema econômica, uma vez que permitirá aos poupadores a efetivação do direito já reconhecido pelo STF.
O acordo, que foi promulgado pelo STF em março de 2018 prevê que os bancos paguem aos poupadores o valor correspondente à diferença entre o índice inflacionário vigente no período e o índice de atualização monetária efetivamente utilizado para correção dos depósitos de poupança (os chamados expurgos inflacionários).
Em contrapartida, os poupadores devem desistir das ações judiciais cobrando as revisões. A adesão ao acordo é facultativa.
Os planos contemplados são o Bresser (1987), o plano Verão (1989) e o plano Collor 2 (1991).
Entregarão os aditivos o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a Febrapo , a Consif (Confederação Nacional do Sistema Financeiro) e a Febraban.
Segundo o Idec, apesar de não existir uma expectativa em relação ao prazo que o STF deve levar para responder sobre a aceitação do aditivo, o primeiro acordo levou cerca de três meses para ser promulgado. Ainda que o STF não dê uma resposta até quinta-feira, as ações dos poupadores que não aderiram ao ajuste seguirão normalmente na Justiça.
PLANO COLLOR 1
- Pagamentos serão feitos respeitando os montantes mínimos
- Caso o saldo em poupança seja maior ou igual a Cr$ 50 mil (Cinquenta mil cruzeiros), o poupador recebera, no mínimo, R$ 3.000.
- Já se o saldo for menor do que Cr$ 50 mil, mas maior do que Cr$ 30 mil (Trinta mil cruzeiros), o poupador receberá, no mínimo, R$ 2.000.
- Caso o saldo seja menor do que Cr$ 30 mil, por fim, o poupador receberá, no mínimo, R$ 1.000.
- O pagamento de todos os planos será feito em uma única parcela até 15 dias úteis após a validação da adesão ao acordo.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 11-03-2020) | | | | Estatal informou nesta quinta-feira que vai reduzir o preço do diesel em 6,5% e o valor da gasolina em 9,5% a partir desta sexta.
A Petrobrás informou nesta quinta-feira (12) que vai reduzir o preço do diesel em 6,5% e o da gasolina em 9,5% nas refinarias a partir desta sexta (13). O movimento ocorre num momento em que a cotação do petróleo acumula forte queda diante do avanço coronavírus no mundo e dos possíveis impactos do vírus na atividade econômica global.
Nesta quinta-feira, os preços do petróleo seguiam em forte queda após as restrições a viagens impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma tentativa de parar a disseminação do coronavírus.
Os preços do petróleo já acumulam queda de cerca de 50% desde máximas tocadas em janeiro. Na segunda-feira, eles tiveram a maior queda percentual diária desde 1991, com a Guerra do Golfo, após a Arábia Saudita ter iniciado a guerra de preços.
Preços nos postos
O repasse de ajustes dos combustíveis nas refinarias para o consumidor final nos postos, no entanto, não é imediato e depende de diversos fatores, como consumo de estoques, impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.
Na semana passada, os preços do diesel e da gasolina recuaram nos postos, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O valor médio do litro da gasolina para o consumidor recuou 0,09%, a R$ 4,531, na sexta queda consecutiva. O preço do litro do diesel caiu 0,44% no período, para R$ 3,661, pela sétima semana seguida.
| G1 | | | | Wilson Bricio, consultor e presidente honorário da VDI, fala sobre os avanços necessários para que o setor automotivo nacional garanta espaço na nova mobilidade no mundo
A indústria automotiva brasileira precisa trabalhar para entender qual papel vai ocupar globalmente com o avanço da nova mobilidade. Esta é a visão de Wilson Bricio, consultor e presidente honorário da VDI (Associação da Engenharia Brasil-Alemanha). O especialista também é embaixador do #ABX20 – Automotive Business Experience, evento essencial a quem atua no setor automotivo e de mobilidade.
O executivo tem propriedade para tratar da realidade da indústria, já que desempenhou por 14 anos a função de presidente da ZF para a América do Sul. Segundo ele, este é o momento das lideranças investirem no desenvolvimento de novos modelos de negócios e tecnologias, na busca por inovar e em soluções capazes de agregar valor à mobilidade globalmente.
“Se não nos movimentarmos, em 10 anos o que a indústria automotiva brasileira tem a oferecer não vai valer nada”, resume. Na entrevista a seguir, ele detalha quais caminhos podem contribuir para que a indústria permaneça relevante no contexto global.
Quais são as discussões sobre mobilidade e setor automotivo mais necessárias ao Brasil neste momento?
Precisamos tirar um pouco o foco da busca por produtividade com tecnologias antigas e pensar em quem queremos ser dentro da nova mobilidade. Sabemos que o futuro será do carro elétrico, autônomo, conectado e dos deslocamentos otimizados para o usuário. A questão é o que queremos produzir nesse contexto: ofereceremos o hardware, o software ou as duas coisas? Quais outras decisões precisamos tomar?
Discutimos pouco tudo isso e investimos menos do que o necessário na pesquisa de novas soluções. Seguimos correndo atrás do que sempre fizemos. Falta o espírito de inovação na indústria para assumir um posicionamento.
Com o mundo caminhando para uma direção, se continuarmos focados nas mesmas tecnologias, no motores a combustão, não teremos espaço no futuro.
De que forma o Brasil pode contribuir para a evolução da nova mobilidade no mundo?
Temos alguns potenciais claros, como o desenvolvimento de soluções de geração de energia limpa e renovável. Um exemplo são as tecnologias para captação e armazenamento de energia solar. Com dedicação, podemos nos tornar um polo do assunto. Ainda nesse campo, há as soluções para baterias, com pesquisa de materiais, que podem fazer muito sentido para o Brasil.
Do ponto de vista humano, temos grandes talentos trabalhando em inteligência artificial e uma competência enorme para esta área. Poderíamos investir nisso e desenvolver conceitos de mobilidade que pudessem ser aplicados em mercados semelhantes ao Brasil, gerando valor ao contexto global. O que não faz sentido é continuarmos na busca por soluções de curto prazo, pensando em defender o nosso mercado.
Se não nos movimentarmos, em 10 anos o que a indústria automotiva brasileira tem a oferecer não vai valer nada.
Diante deste contexto, o que acha essencial que o #ABX20 coloque em pauta?
A política econômica e as questões de curto prazo são problemas para as associações e entidades de classe resolverem. O papel do #ABX20 é buscar esta resposta sobre o que queremos ser na nova mobilidade. O evento chega com a missão de pautar estas discussões pertinentes ao futuro e é por isso que acredito e estou engajado neste projeto.
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Tem o desafio de desenvolver negócios e soluções relacionados com o setor automotivo e a nova mobilidade? Participe do #ABX20 e acompanhe o que Wilson Bricio e outros 180 palestrantes e principais especialistas no tema têm a dizer.
| Automotive Business ( publicado em 12-02-2020) | | | | Equipamento desenvolvido para carros compactos entra em produção na Coreia do Sul e na China
A ZF apresentou o Front EBP, primeiro freio de estacionamento elétrico dianteiro. Segundo a fabricante, o sistema é ideal para veículos de pequeno porte porque substitui as alavancas ou pedais de acionamento por um botão. Outra vantagem é a redução de peso do sistema.
O início da produção em série do Front EBP ocorre na Coreia do Sul e na China. Além da função de estacionamento, o EPB também atua no sistema de auxílio de partida em rampas, impedindo que o carro desça naquele pequeno intervalo em que o motorista tira o pé do freio para pisar no acelerador.
“Com esse novo produto, a ZF leva os benefícios da tecnologia EPB para montadoras de carros menores e mais acessíveis, que normalmente utilizam freios a tambor no eixo traseiro”, afirma o vice-presidente sênior de engenharia de segurança ativa da ZF, Manfred Meyer.
Segundo a companhia, a utilização do EBP requer apenas pequenas modificações nas pinças de freio dianteiras e sua integração à eletrônica de bordo existente no automóvel.
| Automotive Business ( publicado em 11-03-2020) | | | | Plataforma de avaliação e venda de veículos intermediou 10 mil transferências em 2019
Com a interessante fórmula “C2B” de oferecer ao vendedor de um carro a possibilidade de negociar rapidamente seu bem usado com uma rede de quase 3 mil revendas via leilão on-line, a InstaCarro vem aumentando em progressão geométrica os volumes de negócios.
No ano passado a plataforma intermediou a venda de 10 mil veículos e em 2020 a expectativa é dobrar o número para 20 mil, segundo projeta Luca Cafici, CEO da startup fundada por ele em 2015, que desde então já recebeu R$ 100 milhões de fundos de investimentos.
A acelerada expansão dos negócios virá da ampliação orgânica do raio de ação da InstaCarro, que hoje concentrada seu atendimento a vendedores de carros localizados no Estado de São Paulo. Este ano a cobertura da plataforma irá atingir mais estados, possivelmente Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde deverão ser treinados novos avaliadores e instalados novos pontos de avaliação. Cafici informa que o processo “ainda está em estudo” mas vai acontecer este ano, para apoiar o rápido crescimento da plataforma.
Outra ação para ampliar a rede de captação de carros é a instalação de contêineres da InstaCarro em estacionamentos de supermercados e shopping center. Já estão em atividade sete lojas-container localizadas em pontos de grande fluxo de veículos em São Paulo, São Caetano, São Bernardo e Osasco. Cada ponto tem um consultor e dois profissionais para vistoria do veículo que poderá ser colocado à venda on-line. O plano, conta Cafici, é colocar em operação cerca de 20 contêineres até o fim do ano.
VENDA RÁPIDA
“Nossa proposta C2B facilita a vida de quem quer ou precisa vender um carro usado rápido, sem complicações e pela melhor oferta, ao mesmo tempo em que criamos estoque diversificado e confiável de veículos para as revendas”, explica Luca Cafici.
O InstaCarro não vende carros ao consumidor final, só faz avaliações e coloca o bem à venda em um leilão on-line dirigido exclusivamente a revendas de automóveis. Embora a cotação de um bem usado por um revendedor nunca seja a mais alta, pois o intermediário também precisa ficar com sua parte, a plataforma criada por Cafici ganha o freguês pela comodidade e rapidez. “Ficamos em um meio termo, um pouco abaixo do preço negociado entre particulares, mas acima do praticado em uma concessionária”, aponta.
Funciona assim: o vendedor do usado entra em contato com a InstaCarro, que fará uma avaliação física de 150 a 180 itens (o proprietário pode levar o veículo até um ponto ou receber o avaliador treinado em casa, sem nenhum custo em ambos os casos); depois o bem é colocado em um leilão on-line e as propostas das revendas começam a chegar imediatamente; se aceitar alguma o carro é vendido e o dinheiro recebido em questão de poucas horas, sem nenhum contato físico com o comprador.
“O vendedor não precisa fazer nada além de avaliar o carro e aceitar alguma proposta. Todo o resto nós fazemos: depositamos o valor combinado, retiramos o carro, providenciamos a transferência e o envio à revenda compradora”, diz Cafici. Ele destaca que esse processo custa perto de R$ 350, mas nada é cobrado de quem vende, todo o acerto de contas, inclusive a comissão pela intermediação do negócio, é feito entre a InstaCarro e os lojistas.
Segundo números da InstaCarro, 50% dos usuários da plataforma querem vender seu carro rápido para comprar outro, enquanto 33% precisam vender o bem por necessidade de fazer dinheiro rapidamente, os 20% restantes têm motivos diversos, o que inclui não querer mais ter um automóvel próprio.
FINANCIAMENTO
Uma das ações previstas para apoiar o crescimento da plataforma será a oferta de crédito aos clientes revendedores da InstaCarros. “Hoje o prazo de pagamento é de apenas três dias, é o tempo que leva para comprarmos o veículo do vendedor, retirar, entregar e receber da revenda. Se pudermos oferecer financiamento ao lojista ele poderia fazer mais negócios, que às vezes ficam limitados pela indisponibilidade de caixa”, explica Cafici.
O empreendedor argentino conta que algumas revendas já têm compradores dedicados a acompanhar os leilões on-line promovidos diariamente entre 9h e 18h pela InstaCarro, para não perder as melhores ofertas que surgem.
| Automotive Business ( publicado em 11-03-2020) | | | | Evento ocorrerá na Turquia entre os dias 25 e 28 de junho, não mais no começo de abril
A epidemia de Covid-19 causada pelo coronavírus provocou o adiamento da Automechanika Istambul, feira internacional realizada na Turquia. Em vez de ocorrer de 2 a 5 de abril, o evento será realizado entre os dias 25 e 28 de junho de 2020.
A expectativa para este ano era superar os recordes obtidos em 2019: 1,4 mil expositores de 37 mercados e 48,7 mil visitantes provenientes de 130 países. A grande velocidade de propagação da doença forçou os organizadores da feira à decisão.
Ainda de acordo com os organizadores, as principais associações do setor e partes interessadas na realização do evento acharam prudente transferir a data para o fim de junho.
“Levamos em consideração o impedimento que as restrições a viagens internacionais e domésticas na Turquia poderiam causar a visitantes e expositores. Também pensamos em nosso dever de eliminar os riscos à saúde pública”, conclui o comunicado.
| Automotive Business ( publicado em 11-03-2020) | | | | Divisão produz itens para veículos a diesel, máquinas e também responde pela marca Fleetguard
A Cummins Filtros completou, no início de março, 20 anos de presença no mercado brasileiro com um evento em sua fábrica, localizada em Guarulhos (SP), que contou com a presença da presidente mundial da empresa, Amy Davis, além de colaboradores. A fabricante também é responsável pelos sistemas de filtração e de fluidos da marca Fleetguard, atual líder mundial no segmento de motores pesados a diesel.
Segundo a empresa, o desenvolvimento em paralelo com os motores Cummins e o esforço da equipe contribuíram para solidificar o nome da fabricante, hoje presente tanto no mercado de reposição como no fornecimento a montadoras. A Cummins Filtros emprega 140 funcionários e tem cinco linhas de produção: filtros de ar, Spin-On (filtros de lubrificante), módulos filtrantes (combustível), coolant (líquido de arrefecimento) e cabeçote (filtro separador de água).
“A Cummins Filtros representa 10% das vendas globais da Cummins Filtration, divisão da fabricante de motores dedicada aos filtros. Abastece o mercado nacional, América Latina, Europa, Estados Unidos e Canadá”, explica o diretor de vendas da divisão para a América Latina, Antonio Almeida. “Hoje, cerca de 150 produtos saem da fábrica de Guarulhos mensalmente e, no ano passado, registramos crescimento de 16% em vendas aftermarket”, completa.
Nos últimos anos, a Cummins Filtros investiu cerca de R$ 1 milhão por ano em melhorias em suas instalações e o desafio nos próximos anos será equilibrar os bons resultados obtidos no pós-venda e ampliar a presença nas montadoras.
| Automotive Business ( publicado em 11-03-2020) | | | | Fabricantes de Manaus montaram perto de 195 mil unidades no período, puxadas pelo mercado interno
A produção de motos em fevereiro atingiu 94,4 mil unidades, volume apenas 5,8% mais baixo que o de janeiro, apesar do carnaval e da menor quantidade de dias úteis (18, ante 22). O acumulado do primeiro bimestre teve 194,7 mil motocicletas fabricadas, 5,1% a mais que no mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados pela Abraciclo, associação que reúne fabricantes instalados em Manaus (AM).
“O mercado continua aquecido pela oferta de crédito tanto das instituições financeiras tradicionais e das montadoras como dos bancos digitais”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
VENDAS NO ATACADO TAMBÉM CRESCERAM
Em fevereiro, as vendas no atacado (das fábricas para as concessionárias) somaram 93,8 mil motos. O volume foi 3,3% melhor que o de janeiro. As entregas no bimestre somaram 184,5 mil unidades, crescendo 4,2% na comparação interanual.
EXPORTAÇÕES DESPENCAM NO BIMESTRE
Em janeiro e fevereiro, as fabricantes instaladas em Manaus exportaram apenas 4,1 mil motocicletas. O total é 47,9% menor que o anotado em iguais meses do ano passado. A redução decorre da queda de demanda no mercado argentino. De acordo com a Abraciclo, Chile, Bolívia e Venezuela também devem gerar impacto negativo nas exportações.
Por causa das legislações de segurança e emissões vigentes no Brasil, as motos locais perderam competitividade no continente ante as asiáticas. A situação econômica da região também impacta o comércio externo. Em 2017 o Brasil exportou 82 mil motos. Em 2018 foram 68 mil unidades e em 2019, 38,6 mil. A projeção para 2020 é de apenas 28 mil unidades para o mercado externo.
EMPLACAMENTOS E MÉDIA DIÁRIA
No primeiro bimestre foram licenciadas no Brasil 171,5 mil motos, um total 2% mais baixo na comparação com iguais meses do ano passado. Vale recordar que o carnaval de 2019 caiu em março e que a comparação entre os primeiros trimestres tende a virar para o positivo.
A média diária de emplacamentos em fevereiro foi de 4,4 mil unidades, número semelhante ao de novembro do ano passado. Se for mantida nesse patamar em março, dá para esperar mais de 96 mil motos licenciadas no mês.
| Automotive Business ( publicado em 11-03-2020) | | | |
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