| 03 de fevereiro de 2020
Segunda-feira
- Economia Solidária beneficia 100 mil trabalhadores no Paraná
- Empresários esperam presença de filhos de Bolsonaro na Fiesp
- Fiep registra aumento de consultas sobre crédito em 2019
- Conheça o novo método usado no treinamento de indústrias de todo o Brasil
- Novo programa tentará elevar produtividade de pequenas e médias empresas
- Confiança em queda da dívida pública é ilusão fiscal
- Senado quer ampliar aposentadoria especial a profissões de risco
- Mulheres devem ter mais autoestima para negociar salário como os homens, diz Nathalia Arcuri
- Trabalho por conta própria é o que mais cresce em sete anos
- Bolsonaro anuncia projeto para mudar cobrança de ICMS sobre combustíveis
- Governo adia entrada em vigor de trecho da Lei da Liberdade Econômica
- Bolsa brasileira ainda está longe de uma bolha, dizem economistas
- Robô de investimento vira opção para fugir de renda fixa
- IPC-S desacelera a 0,59% em janeiro, de 0,77% em dezembro, revela FGV
- Dólar recua com realização de ganhos após acumular alta de 6,81% em janeiro
- PMI Industrial avança para 51,0 em janeiro, revela IHS Markit
- Previsão de alta do PIB de 2020 passa de 2,31% para 2,30% no Focus do BC
- Ministro da Infraestrutura é cobrado por sindicalista sobre zoneamento de portos
- Petroleiros iniciam greve em refinarias e plataformas
- Mercedes-Benz projeta crescimento de 18% na venda de caminhões
- Caio fecha 2019 com 60% do segmento urbano
- Suzuki cria série especial para o Jimny
- Troller passa a oferecer opção automática
- Dunlop supera marca de 25 milhões de pneus no Paraná
- Máquinas e equipamentos fecha 2019 com alta de 0,7%
- Ford cria porcas personalizadas em 3D para evitar o furto de rodas
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Em 03/02/2020
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Fonte: BACEN
| | | | | Governador Ratinho Junior assinou a regulamentação da lei que institui a Polícia Estadual de Economia Solidária. Iniciativa visa fomentar o desenvolvimento de empreendimentos baseados em cooperação, com gestão inovadora e a criação de redes.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou a regulamentação da Lei número 19.784/18, que institui a Política Estadual de Economia Solidária. A iniciativa visa fomentar o desenvolvimento de empreendimentos baseados em cooperação, com gestão inovadora e a criação de redes, por meio de parcerias entre a sociedade e o poder público.
Estima-se que cerca de dois mil empreendimentos e 100 mil trabalhadores sejam beneficiados. São exemplos, cooperativas de catadores de resíduos sólidos e recicláveis (plásticos, alumínio, PET, cobre e papel), associações, cooperativas, federação de artesanato e entidades como a Cáritas, pertencente à igreja católica, que tem inúmeros projetos de economia solidária; projetos desenvolvidos pelas universidades Federal do Paraná, Federal Tecnológica do Paraná, PUC-PR e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) que tem, inclusive, experiências com Incubadoras de empreendimentos solidários na região dos Campos Gerais. Outros exemplos são organizações não governamentais, como o Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo.
“A medida vai facilitar os empreendimentos desta natureza, uma importante ferramenta para minimizar o desemprego no Paraná”, afirma o secretário da Justiça, Família e Trabalho do Paraná, Ney Leprevost, que também assinou a regulamentação da lei.
Com a regulamentação, a Política Estadual de Economia Solidária será organizada nos eixos educacional (formação, assessoria técnica e qualificação social e profissional); de acesso a serviços de finanças solidárias e créditos; de fomento à comercialização, consumo responsável e cooperação; de fomento à recuperação de empresas por trabalhadores organizados em autogestão e apoio à pesquisa e ao desenvolvimento.
COLETIVA - A Política Estadual de Economia Solidária, vinculada ao Departamento do Trabalho e Estimulo à Geração de Renda da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, tem por finalidade organizar a produção de bens, serviços e consumo que tenha por base os princípios da cooperação, da inclusão social, da gestão democrática, da solidariedade, da distribuição equitativa das riquezas produzidas coletivamente, do desenvolvimento local integrado e sustentável, do respeito ao equilíbrio dos ecossistemas, da valorização do ser humano e do trabalho e o estabelecimento de relações igualitárias entre homens e mulheres.
| Agência Estadual de Notícias | | | | Presidente será recebido em almoço na entidade; centrais sindicais protestam
Prato feito Empresários convidados para o almoço com Jair Bolsonaro na sede da Fiesp nesta segunda-feira (3) estão na expectativa de que os filhos do presidente Flávio e Eduardo também compareçam ao evento.
Hambúrguer No ano passado, Paulo Skaf recebeu Eduardo Bolsonaro em um jantar preparado exclusivamente para o deputado. Na época, setores da indústria ainda tinham esperança de ver o filho do presidente indicado para o cargo de embaixador em Washington.
Apetite A recepção desta segunda promete ser agitada. Além dos cerca de 250 empresários esperados no almoço da Fiesp, com lotação máxima da casa, do lado de fora, a CUT e outras centrais sindicais farão um protesto por empregos na porta da entidade.
Carteira assinada Bolsonaro fica em terceiro lugar entre os presidentes eleitos desde 1994 quando o assunto é geração de emprego no primeiro ano do mandato inicial. Os 644 mil postos anunciados pelo Caged em 2019 ficaram abaixo dos 649 mil de Lula em 2003, e do patamar de 1,5 milhão de vagas abertas no ano de largada de Dilma.
Painel S.A.
Jornalista, Joana Cunha é formada em administração de empresas pela FGV-SP. Foi repórter de Mercado e correspondente da Folha em Nova York.
| Folha de S. Paulo | | | | Movimento no Núcleo de Acesso ao Crédito cresceu 22%, sendo 70% dos atendimentos destinados a micro e pequenos empresários
As medidas implementadas pelo governo no segundo semestre de 2019 para estimular o crescimento da economia tiveram impacto direto na busca por informações sobre crédito. O Núcleo de Acesso ao Crédito da Fiep, por exemplo, registrou um aumento de 22% nas consultas demandadas pelas empresas no ano passado, principalmente de julho a dezembro. A maioria, 70% delas, de micro e pequeno porte.
O resultado acompanhou, de forma mais acentuada, o balanço divulgado pelo Banco Central no início deste ano. Houve crescimento de 7,8% na concessão de crédito no Paraná em 2019, cerca de R$ 2,8 bilhões, puxado principalmente pela alta de 10,3% para pessoa física. Crédito para empresas teve crescimento menor, de 4,2%, em relação a igual período de 2018.
A entrada em vigor da Lei de Liberdade Econômica, com expectativa de reduzir a burocracia e dar mais segurança jurídica aos negócios, as sucessivas quedas da Selic, a taxa básica de juros da economia, hoje em 4,5% ao ano, o controle da inflação e a liberação do saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foram outros fatores que animaram o mercado.
“Esta melhora no ambiente de negócios teve impacto direto na confiança do empresário, que foi buscar recursos para colocar em prática seu planejamento. Isso se refletiu aqui, com aumento de demanda por informações sobre crédito, principalmente dos pequenos empreendedores”, destaca o especialista em crédito da Fiep, João Baptista Guimarães.
Ele conta que o comportamento do empresário muda de acordo com o cenário econômico. Em 2016, 30% dos consultados no setor buscavam crédito para capital de giro. Em 2017, essa modalidade subiu para 45% dos pedidos. E, em 2018, chegou a 48%. “No ano passado, apesar de uma demanda ainda alta por capital de giro, em torno de 45%, percebemos que estava atrelada à retomada da atividade econômica, com foco em recursos para compra de insumos e renovação de estoque para suas atividades. Vemos isso com bons olhos”, analisa.
A lista segue com 40% dos atendimentos para investimento fixo, recursos para viabilizar obras, reformas, ampliações, compra de máquinas e equipamentos ou para projetos de inovação e eficiência energética e outros 15% destinados para outras finalidades.
O especialista recomenda que o industrial preste sempre atenção nos prazos, priorize créditos de longo prazo que têm condições melhores e são mais baratos. ”Quem tem pressa paga sempre mais caro”, avisa. Em média, entre a busca por informações, andamento da documentação exigida e a concessão, os bancos levam em torno de 60 a 90 dias para liberar os recursos de um financiamento. O ideal é fazer o planejamento com antecedência para conseguir uma negociação mais vantajosa.
Crédito no Brasil
Na opinião de Guimarães, o custo do crédito no Brasil ainda é muito caro muito em decorrência do domínio de apenas cinco bancos, que detêm 80% do mercado de crédito, o que é pouco para um país tão grande. Entra no custo do crédito ainda a margem de lucro dos bancos, impostos, taxas de serviços, provisões de inadimplência e outros custos operacionais que acabam impactando no valor final.
O NAC atua como um agente estratégico para o industrial que está em busca de recursos financeiros. A principal vantagem é receber informações precisas e ter confiança de que a sugestão indicada será sempre a melhor alternativa para a empresa e não para a instituição financeira.
”Aqui trabalhamos com linhas que oferecem boas condições para o empresário. Mapeamos opções adequadas à sua necessidade, fazemos uma triagem e orientamos sobre a documentação exigida. Muitas vezes o empresário pode ganhar tempo e iniciar o processo no próprio NAC porque a Fiep é correspondente de algumas instituições financeiras, como a Fomento Paraná”, reforça.
A consultoria do NAC é uma contrapartida da Fiep ao industrial paranaense e não tem nenhum custo. O NAC fica na sede central da Fiep em Curitiba (Avenida Cândido de Abreu, 200) e, no interior, diretamente nas Casas da Indústria das Cidades de Maringá, Londrina e Cascavel. Mais informações podem ser obtidas no site www.fiepr.org.br/credito , pelo e-mail nacpr@sistemafiep.org.br ou pelos telefones (41) 3271-9038/ 9082 ou 9411.
BNDES expande crédito para médias empresas
O BNDES expandiu a linha BNDES Crédito Pequenas Empresas também para as médias, que tenham faturamento anual de até R$ 90 milhões. O limite por operação é de R$ 10 milhões por empresa, e a taxa de juros é variável, partindo de 1,09% ao mês, com carência de até 24 meses, e prazo de pagamento de até 60 meses.
A linha é bastante flexível e permite financiar não apenas máquinas, mas também a compra de insumos e ações de marketing. “É o que esperamos do BNDES, mais flexibilidade e menos burocracia como deve ser um banco de desenvolvimento, financiando a produção e ajudando as empresas a crescer”, destaca João Baptista Guimarães. Segundo ele, os principais bancos devem operar com esta linha. Para mais informações, os interessados devem procurar o Núcleo de Acesso ao Crédito da Fiep (NAC), onde funciona o Posto de Informações do BNDES no Paraná.
Mais segurança
Antes de recorrer ao crédito é necessário avaliar a necessidade real para não correr risco de inviabilizar o negócio por endividamento. O especialista em crédito da Fiep elencou cinco passos para que o empresário fique atento antes de recorrer aos bancos.
Organizar as finanças da empresa: fazer boa gestão dos recursos, controlando fluxo de caixa, avaliando o resultado anual e mensal da atividade com ajuda de ferramentas de análise e controle financeiro.
Recorrer aoautofinanciamento, buscando recursos dentro da própria empresa antes de tomar empréstimos. Isso pode ser feito ao otimizar custos operacionais, com redução de desperdícios, melhor gestão de estoques, ao utilizar venda de ativos ociosos, negociando preços e prazos de pagamento com fornecedores e clientes, adotando políticas de incentivo para o pagamento antecipado e reinvestindo o lucro da empresa, além de buscar aporte dos sócios.
Montar umplano de financiamento, que deve conter o valor total do financiamento e seu detalhamento por itens financiados, a que se destinam os recursos, como por exemplo, para fins de obras e reformas, aquisição de máquinas e equipamentos (nacionais e importadas), projetos de inovação, compra de insumos, pagamento de fornecedores ou exportação de bens. E também priorizar os créditos de longo prazo, que geralmente tem condições melhores e são mais baratos.
Pesquisar o mercado e buscar instituições financeiras e bancos que ofereçam as melhores condições para sua necessidade de crédito. Além do próprio banco que a empresa tem relacionamento, é importante buscar as condições dos bancos de desenvolvimento, agências de fomento, fintechse cooperativas de crédito.
Ficar atento aprazos e documentos necessários para apresentar à instituição financeira escolhida. Estar com todas as certidões exigidas em dia e com a documentação contábil atualizada para agilizar o processo de financiamento.
Este exercício é importante porque os bancos operam com linhas e produtos financeiros específicos para cada item com condições diferenciadas. Desta forma o empresário pode conseguir uma taxa final menor por ter detalhado melhor o orçamento do crédito”, conclui Guimarães.
| Agência Fiep ( publicado em 31-01-2020) | | | | Lean Game é um treinamento imersivo e divertido realizado por meio de um jogo que simula o funcionamento do chão de fábrica. Metodologia foi desenvolvida no SENAI do Espírito Santo
Lean Game é um treinamento imersivo e divertido realizado por meio de um jogo que simula o funcionamento do chão de fábrica
A metodologia desenvolvida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Espírito Santo e que vem ajudando empresas de diversos portes a aumentar a produtividade e reduzir desperdícios agora poderá ser utilizada em todo o Brasil. A Mentoria Lean foi selecionada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para ser replicada em outros estados do país.
Uma das consultoras em Lean Manufacturing do SENAI, Simere Mendes Carvalho, contou como foi a experiência com a primeira turma que recebeu o treinamento para multiplicar o conhecimento sobre a Mentoria Lean. “Dez estados vão passar pelo treinamento. Esses locais funcionarão como multiplicadores da metodologia”, explicou Simere.
Para ensinar como funciona a Mentoria Lean e o Lean Game, um jogo que simula o funcionamento do chão de fábrica de uma empresa, também desenvolvido pelo SENAI/ES, Simere e o consultor Jorgean Rodrigues estiveram em Brasília, onde apresentaram o funcionamento da metodologia. “Replicamos a metodologia estruturada, as regras, como se joga, os pontos de atenção; a estruturação e aplicação do jogo. Além disso, cada departamento regional participante ganhou um exemplar do jogo”, declarou.
Treinamento é para possibilitar a vivência dos participantes nos princípios do lean manufacturing (manufatura enxuta)
Saiba o que é e como funciona o Lean Game
O Lean Game é um treinamento imersivo e divertido realizado por meio de um jogo que simula o funcionamento do chão de fábrica de uma empresa. Os participantes devem, ao longo da atividade, aplicar as ferramentas e conceitos de manufatura enxuta para melhorar os resultados e aumentar a eficiência do negócio.
O objetivo do treinamento é possibilitar a vivência dos participantes nos princípios do lean manufacturing (manufatura enxuta) e de lean office, estimulando e desmistificando sua aplicação de forma lúdica e inovadora na rotina das empresas.
Essa metodologia de jogos para a disseminação da cultura Lean está inserida na Metodologia SENAI de Educação Profissional (MSEP), instituindo um modelo dinâmico na aplicação dos conhecimentos de modo sistêmico. Ela estimula os participantes a desenvolverem capacidades e competências requeridas pelo mundo do trabalho, integrando teoria e prática.
Ao final, os jogadores estarão aptos a aplicar os fundamentos e capacidades em sua prática profissional, onde os objetivos traçados e as ações a serem executadas estão baseadas nos preceitos de minimização dos custos para maximização dos resultados através da utilização de ferramentas lean, que obedecem a busca de otimização operacional e de recursos.
| CNI (publicado em 31-01-2020) | | | | Com o diagnóstico de baixa produtividade da economia brasileira e de olho em aumentar as chances de integrar o "clube dos países ricos" da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o governo lançará neste mês um novo programa para aumentar a produtividade de pequenas e médias empresas.
A iniciativa deve ser anunciada pelo Ministério da Economia no fim de fevereiro e atender de 250 mil a 300 mil empresas até 2022. Rebatizado de "Brasil Mais", o programa é uma expansão reformulada do "Brasil Mais Produtivo", lançado no governo Dilma Rousseff e que atendeu 3 mil empresas entre 2016 e 2018.
"As pequenas e médias empresas brasileiras têm em média 20% da produtividade das grandes. Queremos chegar à média da OCDE, que é de 50%. Se isso ocorrer, o Brasil poderá crescer mais de 4% ao ano", disse o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa.
O Brasil Mais incluirá uma consultoria individualizada para a empresa melhorar processos de gestão, planejamento e desenvolvimento de produtos. Prevê também a participação de empresários e funcionários em cursos online e ações para digitalização das empresas, além do fornecimento de softwares e plataformas com tecnologia para controle de vendas e estoques, entre outros. Haverá uma contrapartida paga pela empresa, que irá de R$ 1.150 a R$ 6.000.
Ainda não há uma meta numérica para o novo programa, mas a ideia é que isso seja estabelecido no primeiro ano do Brasil Mais. Um piloto com 24 empresas que foram submetidas ao novo formato mostrou um aumento de até 64% na produtividade.
Os custos ainda estão sendo calculados e serão bancados por entidades do Sistema S, como parte do acordo firmado pelo governo no ano passado que prevê o redirecionamento desses recursos e a redução dos encargos sobre a folha de pagamento que financiam as entidades. "Queremos garantir que os recursos estejam alinhados com as políticas públicas e tenham efetividade", acrescentou Costa.
O programa será tocado pelo Senai, com foco no atendimento de indústrias, pelo Sebrae, para comércio e serviços, e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que será responsável por desenvolver plataformas e cursos digitais. Não haverá recursos do orçamento da União.
Digital. Além de aumentar o número de empresas em relação ao antecessor, o "Brasil Mais" expandiu os atendimentos para os setores de comércio e serviços, além da indústria, que já era contemplada.
A principal diferença, no entanto, é que parte da consultoria será agora feita digitalmente, reduzindo as horas da visita de consultores em cada empresa, o que representava o principal custo do programa.
Se no anterior os consultores ficavam 180 horas em cada empresa, no novo cairá para menos de 60 horas. O restante do processo será feito digitalmente ou em turmas.
Ainda na transição, o então "Brasil Mais Produtivo" chamou a atenção da equipe de Guedes pelo custo baixo e retorno significativo. Com orçamento de R$ 50 milhões, o programa aumentou em 52% a produtividade das empresas.
| Bem Paraná ( publicado em 03-02-2020) | | | | Sem as devidas reformas, o aumento gradual de receitas poderá ser convertido em novas despesas
Será um erro estratégico confiar na expectativa de queda na trajetória da dívida pública em vez de focar na consolidação fiscal baseada na restruturação do gasto obrigatório e na melhor realocação dos recursos nos orçamentos públicos.
As projeções de mercado para a trajetória da dívida pública caíram substancialmente e tendem a cair ainda mais. Isso poderá levar à redução do senso de urgência das propostas de emendas constitucionais para controle de gastos obrigatórios, enfraquecendo-as como prioridade máxima para a consolidação fiscal.
A contabilidade da queda do endividamento aponta para dois fatores principais: desmontagem das operações parafiscais que impulsionaram o crédito subsidiado nos bancos públicos; e redução do custo de rolagem da dívida pública, em função da queda tanto da taxa neutra de juros quanto da percepção de risco fiscal.
Este último fator decorre da aprovação do teto de gastos (2016).
A diminuição à metade do déficit primário (de 2,6% em 2016 para 1,3% do PIB em 2019) é mais explicado pelo aumento de receitas do que pela redução de despesas. Estas últimas decorreram, especialmente, da queda de subsídios e da compressão de investimentos.
Ou seja, as principais fontes do ajuste primário até aqui foram as receitas extraordinárias do programa de repatriação, dos leilões do pré-sal e de outras concessões, embora tenha ocorrido também algum ajuste primário recorrente.
Por outro lado, fatores parafiscais (financeiros) e monetários contribuíram com grande parte da desalavancagem da trajetória da dívida bruta observada recentemente.
No total, foram cerca de 7 pontos percentuais do PIB (Produto Interno Bruto), entre 2015 e 2019, por conta de devoluções antecipadas ao Tesouro, tanto dos empréstimos ao BNDES (R$ 480 bilhões, com R$ 45 bilhões de juros pagos a menos) quanto das emissões de IHCD (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida) em favor dos bancos públicos (R$ 12 bilhões).
Houve ainda a recente venda de reservas internacionais, com subsequente redução do volume de compromissadas (na ordem de 2 pontos percentuais do PIB).
Estimamos que o desmonte dos estímulos parafiscais possa a vir a explicar cerca de 10,5 pontos percentuais do PIB na redução da dívida bruta entre 2015 e 2022.
Se desde 2015 já foram 7 pontos percentuais do PIB, com uma possível devolução plena dos créditos ao BNDES e dos IHCDs em até três anos outros 3,5 pontos percentuais seriam deduzidos da dívida.
Somando isso à hipótese de redução adicional de US$ 35 bilhões das reservas internacionais, a dívida bruta teria potencial para cair mais 5,5 pontos percentuais do PIB até 2022 (dos atuais 75,8% do PIB).
Fatores monetários, por sua vez, como a queda do juro estrutural e do risco soberano, explicariam juntos ao menos outros 7 pontos percentuais do recuo da dívida.
Por exemplo, se no início de 2016 a NTN-B de 10 anos era emitida a um custo real na ordem de 7,5% ao ano, as emissões mais recentes captaram a custos próximos a 3,15% ao ano. A aprovação de uma reforma da Previdência contribuiu para redução adicional do risco soberano e do juro de equilíbrio, pois impediu o total colapso das contas públicas devido ao crescimento descontrolado de despesas obrigatórias.
De maneira geral, se nos concentrarmos, por hipótese, apenas no ajuste parafiscal, teríamos a dívida bruta convergindo para 70% do PIB no final do atual período de gestão.
Esse raciocínio embute enorme risco.
Em primeiro lugar, o nível da dívida ainda representaria algo 40% maior que a média dos emergentes. Ademais, o desmonte do endividamento pelas operações com bancos públicos é finito e, da mesma forma, a venda de reservas terá um limite testado antes de adicionar riscos desnecessários à estabilidade macroeconômica (especialmente antes da solução do desequilíbrio fiscal).
A aprovação de medidas emergenciais para desindexação temporária de gastos obrigatórios pode assegurar sobrevida ao teto dos gastos, mas não resolverá o crescimento persistente e automático dessas despesas, muito menos sua baixa eficácia para a sociedade.
Sem as devidas reformas, o aumento gradual de receitas poderá ser convertido em novas despesas, em vez de superávits primários capazes de estabilizar a dívida, depois de reduzi-la.
Se imperar o conforto com o nível mais baixo da dívida, eventual interrupção do ajuste fiscal ou até a “flexibilização” do teto dos gastos irá nos penalizar com o aumento do risco soberano e, por consequência, das taxas de juros estruturais, colocando a perder parte do esforço de redução do endividamento público, o qual certamente voltará a subir, desta vez sem mais espaço para desalavancagens.
Melhor seria não passar pela ilusão do ajuste mais fácil.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 01-02-2020) | | | | Lobby por regras mais brancas na Previdência pode beneficiar de vigilantes a comissários e pilotos de avião
Sob pressão de categorias, o Senado articula retomar a discussão e votar no início dos trabalhos legislativos o projeto de lei que cria regras especiais de aposentadoria para algumas profissões, como vigilantes.
A proposta é vista com ressalvas pelo governo diante do lobby de diversas carreiras por benefício semelhante.
Para aprovar a reforma da Previdência, em outubro, o Ministério da Economia teve de ceder e deixou uma brecha para regras especiais de aposentadoria em caso de profissões de risco, como vigilantes armados e guardas municipais.
Hoje, não existem condições diferenciadas para essas categorias. No entanto, a equipe econômica quer que uma lei defina critérios claros para que um trabalhador se enquadre em grupo de risco.
A versão original, elaborada pelo governo, era mais enxuta e previa regras mais amenas para vigilantes, guardas noturnos e guardas municipais.
Mas, assim que o texto chegou ao Senado, líderes de partidos de oposição e independentes ao Palácio do Planalto ampliaram a lista de categorias que poderiam ser beneficiadas.
Mineiros, profissionais em contato com amianto, eletricistas expostos a alta tensão, metalúrgicos e vigilantes não armados passaram a ser beneficiados no projeto relatado pelo senador Esperidião Amin (PP-SC).
Agora, a medida sofre pressão de outras categorias, como motoboys, oficiais de justiça e aeronautas.
A ampliação dos beneficiados tende a elevar o impacto negativo do projeto para as contas públicas.
Amin planeja uma reunião técnica já na segunda-feira (3). A ideia é fazer um balanço das demandas setoriais e discutir, ainda em fevereiro, o assunto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), líderes partidários e o governo.
O relator estima que a votação da proposta na Casa ocorra até março. “Tenho me reunido com algumas categorias para ouvir os argumentos. Mas só vou incluir ou excluir alguma categoria após conversar com todos envolvidos”, disse o relator.
O acordo, fechado em outubro, previa que as regras especiais para vigilantes e guardas seriam aprovadas até a promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que endureceu os requisitos de aposentadoria e pensão de trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos.
A reforma da Previdência entrou em vigor em novembro, mas, até hoje, o projeto está parado no Senado —o Congresso volta do recesso legislativo nesta segunda.
Um trecho da PEC vedava a criação de requisitos diferenciados para que trabalhadores de ocupações perigosas se aposentassem.
Diferentes categorias, como vigilantes, entram na Justiça alegando que, por causa da periculosidade, têm direito a se aposentar mais cedo. E juízes geralmente concedem esses benefícios ao comparar esses profissionais a quem trabalha exposto a agentes nocivos, como mineiros.
Atualmente, existe uma aposentadoria especial apenas para quem tem atividade de risco à saúde.
O senador Paulo Paim (PT-RS) fez campanha para derrubar o trecho da PEC que impedia requisitos diferenciados para profissionais expostos a periculosidade. A investida teve apoio, por exemplo, do MDB, maior bancada do Senado.
O acordo com líderes da Casa previa aprovação rápida do projeto de lei para delimitar quem poderá ter critérios diferenciados de aposentadoria diante do risco da profissão.
Mas a proposta, na avaliação de técnicos, pode acabar se tornando uma forma de o Congresso aprovar bondades para mais setores do que aqueles negociados no ano passado.
Entre as categorias representadas com maior força na comissão está a de serviços aéreos embarcados,
que inclui comissários de bordo e pilotos.
NOVAS REGRAS
Com a promulgação da nova Previdência, a idade mínima para aposentadoria é de 60 para mulheres e 65 para homens, com tempo de contribuição de 15 anos
ENTENDA A APOSENTADORIA ESPECIAL
Quem tem direito à aposentadoria especial?
Quem exerce atividade com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde
Profissões de risco
Regras para quem entrou no mercado de trabalho agora e tiver atividade prejudicial à saúde:
Quatro senadores apresentaram emendas para liberar a aposentadoria especial a esses trabalhadores.
Os congressistas argumentam que, atualmente, esses profissionais precisam demonstrar efetiva exposição a agentes prejudiciais à saúde de forma constante, o que dificulta a concessão dos benefícios e leva à judicialização dos pedidos.
Para incluir a categoria, os senadores afirmam que os chamados aeronautas exercem suas atividades em ambientes de baixa pressão e elevado nível de ruído, além de fazerem jornadas noturnas.
Em outra emenda que se repete na comissão, os motoboys serão incluídos no rol das atividades que fazem jus à aposentadoria especial.
“Essa atividade é uma das mais arriscadas profissões do país. Dados da seguradora responsável pela administração do seguro DPVAT mostram que, nesta década, 2,5 milhões de brasileiros tiveram incapacidade permanente para o trabalho e 200 mil faleceram por causa de acidentes com motocicletas”, afirma o senador Paulo Paim (PT-RS).
Na área da segurança, foram apresentadas propostas para incluir no texto vigilantes de diversas áreas, como seguranças pessoais e de bens, serviços, locais públicos, portos, estações de trem e metrô, bem como responsáveis por transporte de valores.
O benefício será válido mesmo que esses profissionais não atuem com arma de fogo.
Entre os possíveis contemplados com regras mais brandas também estão enfermeiros e auxiliares de enfermagem, oficiais de Justiça e profissionais do setor de petróleo.
Uma das emendas ainda dá tratamento igualitário a trabalhadores privados e da esfera pública. Pela proposta, o benefício da aposentadoria especial será estendido a todos os servidores públicos que atuam nas áreas definidas pelo projeto.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 02-02-2020) | | | | Fundadora de canal de finanças com 4,5 milhões de inscritos diz que o Brasil está perdendo a eficiência em educação financeira
Mulheres precisam lutar contra a baixa autoestima para aprenderem a negociar seus salários e ganhar mais. A dinheirofobia é uma barreira cultural que o Brasil deve combater com educação financeira nas escolas para elevar a poupança nacional.
Essas são algumas das percepções de Nathalia Arcuri, jornalista, especialista em finanças e fundadora do canal Me Poupe!, no Youtube.
Depois de uma semana em Davos, no Fórum Econômico Mundial, Arcuri afirma que ainda é embrionária a discussão sobre o poder do investidor para forçar empresas a serem mais responsáveis.
Como surgiu a oportunidade de ir para Davos?
O Me Poupe! é o maior canal de finanças no Youtube, e temos uma parceria super bacana, já palestrei para o time do Youtube em Los Angeles e Nova York. Nesses encontros, conheci a responsável pelos canais de ONGs. Eles decidiram organizar uma comitiva de criadores para levar a Davos, com a ideia de que pudéssemos mostrar, para o maior número de pessoas, o que estava acontecendo lá. Foram convidados cinco criadores do mundo inteiro. Do Brasil, fui eu.
Como foi a experiência de entrevistar o ministro da Economia Paulo Guedes? Você abordou um assunto polêmico.
Pois é. O ministro estava falando dos sin taxes [impostos do pecado] e disse que queria avaliar qual impacto financeiro traria uma possível taxação sobre o açúcar.
E, ali mesmo, em Davos, na rua principal, tinha um estande onde as pessoas iam para entender o negócio da cannabis. Eu pensei ‘Ele está falando de imposto sobre pecado e acredito que a maconha deve estar incluída nisso, assim como a cannabis [a base para outros produtos derivados]. Será que é possível que ninguém vai falar nada?’.
Então, eu perguntei o que ele tinha a dizer sobre a legalização da maconha e a taxação sobre o produto. Disse que eu achava que traria uma boa grana, ainda mais se o Brasil fosse produtor e começasse a criar não apenas para fins recreativos, mas medicinais. Para mim, não faz sentido um ministro da Economia abrir mão de uma receita gigantesca em prol de ideologia religiosa.
Como você entrou no mundo das finanças pessoais?
Sou de família classe média. Nenhum luxo, mas também nunca faltou nada. Quando eu tinha uns oito anos, uma amiga da escola falou que o pai dela tinha feito uma poupança para comprar um carro para ela quando ela tivesse 18 [anos].
Fiquei com aquela história na cabeça e fui perguntar para o meu pai se eu tinha uma poupança para comprar um carro. E ele falou ‘Que carro, que poupança? Não tenho dinheiro nem para gente.’ Então, comecei a guardar dinheiro aos oito anos para ter o carro.
Você guardava o que, exatamente?
Dinheiro do lanche, que não era sempre que tinha. Eu não ganhava mesada. Comecei a pedir dinheiro de Natal, de aniversário, de Páscoa, de tudo. Adolescente, comecei a fazer miçanga, camiseta tie dye [técnica de tingimento de tecidos], a fazer de tudo.
No fim, você não comprou o carro, não é? Você o ganhou.
Pois é. Minha madrinha foi sorteada num consórcio quando eu fiz 18, e me deu a carta de crédito. Com o dinheiro que sobrou pensei: agora, vou investir para comprar meu apartamento.
Investir é isso: ir de sonho em sonho?
Sim. Descobri que era mais uma questão de foco, disciplina, prioridade, investimento, boas decisões, autoconhecimento do que uma questão matemática, técnica.
Quando você percebeu que sua experiência pessoal podia ser aplicada em um negócio para fazer com que as pessoas poupassem?
Demorou um tempo. Em 2014, veio o grande gatilho. Eu tinha muito medo de sair da TV [Record]. Ganhava bem, R$ 13 mil. Estava me separando e, na mesma semana, fiz uma série para a TV de mulheres vítimas de abuso. Descobri que a maioria se submete a relacionamentos abusivos porque são dependentes financeiramente.
Meu ex-marido queria vender o apartamento para cada um ficar com a sua parte. Mas decidi comprar a parte dele —e me senti tão bem de poder comprar a minha liberdade. Tudo fez sentido, e eu decidi que ia me dedicar a ajudar as pessoas a serem livres assim.
Autonomia financeira, então, é liberdade?
Com certeza. A gente vive numa sociedade capitalista. Ter dinheiro, e controle sobre ele, significa fazer o que você quiser. Existe um dado claro: 70% das mulheres que não conseguem se separar de um agressor, quando têm filhos, é porque temem que o cara vá pedir a guarda. Elas passam a vida inteira ali porque têm uma renda menor.
Não apenas no Brasil, mas no mundo, as mulheres ganham menos do que os homens. A que você atribui isso?
Há uma série de fatores, mas acredito que as mulheres não se sentem confiantes o suficiente para brigar pelo seu espaço, para negociar uma contratação, por exemplo. Mulheres aceitam, homens negociam. Tem uma questão de desenvolvimento de autoestima nisso: Eu posso, eu valho, eu sei o que eu valho.
Eu fiquei um período na Record. Todo ano, negociava meu salário. Passaram-se três anos, uma vez, eu estava conversando com uma repórter e descobri que ela nunca tinha renegociado o salário. Nem reajuste de IPCA [inflação]. Nada. Mas tem espaço para fazer isso quando você quer.
Eu tripliquei meu salário em 45 minutos quando fui chamada para Record. Me ofereceram R$ 6.000 e, mesmo ganhando R$ 3.000 no SBT, eu disse que era pouco para mim, e que eu não iria por menos de R$ 10.000. Eles me retornaram a ligação em 30 minutos me oferecendo R$ 9.000.
Você fala com desenvoltura de quanto ganha, algo que um americano faz tranquilamente, mas que o brasileiro tem pânico. Como você define a relação do brasileiro com dinheiro?
Isso está no primeiro capítulo do meu livro: dinheirofobia. É uma questão cultural, religiosa. É feio falar sobre dinheiro. E uma mulher falar sobre dinheiro é mais feio ainda. Parece que está querendo se achar, querendo contar vantagem, mas é só um número. A gente precisa mudar isso. Aqui na empresa, por exemplo, todo mundo sabe quanto cada um recebe.
Como mudar essa relação com o dinheiro no Brasil?
Com educação financeira —o que a gente faz aqui. O pessoal não sabe nem fazer conta de matemática, não sabe o que é Selic [taxa básica de juro], spread [diferença entre o valor pago para captar e emprestar]. Precisa levar isso para as escolas.
Já pedi para conversar no Ministério da Educação várias vezes. Não quero cobrar nada, mas gostaria de poder contribuir mais com a educação. Nunca me responderam.
Você quer levar o Me Poupe! para a rede pública?
Sim. Levar a educação financeira como um todo. Precisamos de uma educação que atraia as crianças e os jovens. Estamos perdendo a eficiência por causa disso. Para mim, as duas coisas não conseguem ser desassociadas. Me parece querer fugir da realidade não perceber como essas duas máximas [economia do país e finanças pessoais] se encontram.
Com a queda da taxa de juros, o brasileiro está indo para Bolsa. Um gestor conceituado, Luis Stuhlberger, disse que há uma bolha lá. Como você tem lidado com o tema?
Não sou portadora do apocalipse. Não posso também ser otimista demais. Meu papel é educar. Falar ‘olha, esses são os riscos’. Explicar que, na Bolsa, tem gente que investe para o curto prazo. Eu invisto para longo prazo, baseada nos fundamentos das empresas em que acredito.
Essa semana coloquei no ar o vídeo da minha carteira de ações. Pedi para um analista montar, porque eu não posso indicar ações, e disse que não queria bancos de varejo. Não posso ganhar dinheiro com a fudência [slogan da empresa] do outro, né? Se eu prego o não endividamento bancário, não faz sentido eu ganhar dinheiro com Itaú e Bradesco. Na carteira também não pode ter empresa investigada na Lava Jato ou envolvida com tragédias ambientais.
Uma carteira de ações precisa refletir os valores da pessoa?
Eu acredito nisso, mas cada um é cada um. Voltando a Davos. Klaus Schwab [criador do fórum] fala que a política e a cultura da empresa não devem ser voltadas apenas a dar dinheiro a acionistas, que todo mundo pode se dar bem. E já tem empresa com essa política. Acredito que se a gente educar as pessoas, elas, como investidores, vão forçar as empresas a terem mais responsabilidade. Eu queria ter visto um pouco mais dessa discussão em Davos. Mas não vi.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 03-02-2020) | | | | Empreendedorismo de necessidade e novas formas de trabalho levam a crescimento no número de trabalhadores com ou sem CNPJ
A redução no número de trabalhadores desocupados no Brasil em 2019 ocorreu principalmente pelo avanço de uma categoria que vem crescendo nos últimos anos e que, segundo especialistas, pode indicar uma mudança no mercado de trabalho: o trabalhador por conta própria.
Nos oito anos em que o IBGE faz a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), 3,9 milhões de pessoas passaram a trabalhar de forma autônoma.
Percentualmente, o aumento é de 19% desde 2012 e só fica atrás dos empregadores (alta de 24,5% para 4,4 milhões).
O avanço pode sinalizar uma questão conjuntural --sempre que há menos emprego formal, mais pessoas vão para a informalidade ou se tornaram prestadores de serviço pessoa jurídica– e outra estrutural, ou seja, mais profunda no mundo do trabalho.
A crise que elevou o desemprego nos últimos anos empurrou o trabalhador para a informalidade. Uma vez que o trabalhador se adapta a essa nova condição, aponta o pesquisador Miguel Foguel, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o que era temporário passa a ser a nova realidade do trabalhador.
Ou seja, o que era uma situação conjuntural –a falta de vagas formais– acaba alterando de forma estrutural o mercado de trabalho. Em outras palavras, o provisório torna-se permanente.
Isso pode ser notado pelo aumento da formalidade entre os autônomos. O ano passado terminou com 19,4 milhões trabalhadores por conta própria na informalidade, um avanço de menos de 2% sobre 2018. Já o número de autônomos formais, com CNPJ –como é o caso do MEI (Microempreendedor Individual)–, cresceu quase 9%, para 5,1 milhões.
O professor da Fipecafi, Samuel Oliveira Durso, considera que as atividades por conta própria ganham força com novas tecnologias, como é o caso de motoristas e entregadores de aplicativos.
Desde 2012, os setores que mais ganharam trabalhadores foram nos segmentos de alojamento e alimentação –alta de 43,60%–, onde estão, por exemplo, aqueles que vendem comida na rua, e de transporte, armazenagem e correio (18,41%), categoria em que se encaixam motoristas de apps.
"Esse tipo de trabalho torna-se mais atrativo em períodos de crise. Mas é mais inseguro, com menos direitos", diz.
Especialistas estimam que trabalho por conta própria deve continuar crescendo, assim como a formalidade no setor, por opção de trabalhadores que decidem deixar a rotina de um emprego formal, seja para atuar como prestador de serviços ou criar seu próprio negócio.
É o caso da cozinheira Isis Talita Marimon, 33 anos, que deixou o emprego em um restaurante em 2017 para se dedicar ao buffet que havia montado em paralelo um ano antes.
Depois de dois anos e meio como MEI, mudou de categoria e tornou-se microempresária e contrata mão de obra, geralmente temporária.
"De outubro para cá foi uma grande mudança. Tem mês que eu tenho até folha de pagamento", conta.
Nem todos, porém, estão satisfeitos com o trabalho autônomo e querem uma vaga de emprego com carteira assinada.
A artesã Vanessa Selivon, 42, chegou a trabalhar em banco, mas acumulou experiência no setor de produção de eventos. Em 2016, quando perdeu o último emprego com carteira assinada, começou a produzir bolsas e nécessaires.
A costura, que até então era um hobby, assumiu papel de renda principal. "Quando a tal crise apareceu, as coisas ficaram mais devagar. Reduziram as equipes nas agências e eu parti para os freelas", diz.
"Como não conseguia nada fixo, decidi investir na costura criativa, intercalando com os eventos freelas que fazia."
Vanessa é MEI e, com isso, é segurada da Previdência Social e garante tempo para a aposentadoria. Mesmo assim, segue procurando trabalho —na semana passada, passou por duas entrevistas de emprego.
Para Daniel Duque, pesquisador do Ibre/FGV, a melhora no emprego ainda é lenta. A força de trabalho (os que trabalham ou buscam emprego) vem crescendo de modo devagar. A renda média dos trabalhadores, está estável.
A publicitária Eliane Aparecida de Souza, 40, passou 2019 entre aulas de estilismo de moda, pequenos trabalhos informais e envio de currículos.
“Estou sem trabalho formal desde 2016. Fiz revisão de texto e umas coisinhas só para preencher mesmo”, diz.
Enquanto isso, segue rotina que inclui checar ofertas na internet. Todos os dias, envia ao menos três currículos.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 01-02-2020) | | | | No Twitter, presidente culpou os chefes dos executivos estaduais por não baixarem preço nas bombas
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (2) que vai encaminhar ao Congresso um projeto de lei para que o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) de combustíveis, recolhido pelos estados, tenha um valor fixo por litro.
A proposta foi anunciada no Twitter, em meio a críticas a uma suposta sanha arrecadatória dos governadores em sua política tributária para o setor.
O presidente culpou os chefes dos executivos estaduais pelo fato de os valores não baixarem nas bombas, apesar de medidas de alívio tomadas pelo governo federal.
Jair M. Bolsonaro
1. “- Pela 3a vez consecutiva baixamos os preços da gasolina e diesel nas refinarias, mas os preços não diminuem nos postos, por que?
“Pela terceira vez consecutiva, baixamos os preços da gasolina e diesel nas refinarias, mas os preços não diminuem nos postos por quê?”, questionou.
“Porque os governadores cobram, em média, 30% de ICMS sobre o valor médio cobrado nas bombas dos postos e atualizam apenas de 15 em 15 dias, prejudicando o consumidor”, respondeu em seguida.
Bolsonaro disse que, “como regra”, os governadores “não admitem perder receita, mesmo que o preço do litro nas refinarias caia para R$ 0,50 o litro”.
Ele acrescentou que, diante do quadro, vai encaminhar o projeto de lei ao Legislativo e lutar “pela sua aprovação”.
O presidente não deu detalhes do projeto. Adiantou apenas que pretende aprovar uma nova lei complementar para que o tributo tenha “valor fixo por litro”, e não mais seja calculado sobre a “média dos postos”.
Hoje o ICMS é uma porcentagem estabelecida por cada estado.
Outras medidas vão constar da proposta, segundo o presidente, que não as detalhou. Questionado pela Folha, o Ministério de Minas e Energia ainda não se pronunciou.
Na maior parte dos estados, o cálculo do ICMS é baseado em um preço médio ponderado ao consumidor final, atualizado quinzenalmente pelos seus governos.
Isso significa que o valor final praticado pelos revendedores pode ser alterado sem que tenha havido mudança na política da Petrobras ou mesmo que o governo federal tenha tomado medidas de sua competência para baixar o valor.
Geralmente, os estados consideram a pesquisa de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) para estipular o preço médio ponderado. Em alguns casos, a decisão se baseia em pesquisas próprias, a partir de notas fiscais eletrônicas de venda de combustíveis.
Como noticiou a Folha em dezembro, segundo especialistas, os governos estaduais vêm garantindo arrecadação extra ao não repassar ao ICMS as variações dos preços da gasolina.
Isso porque as correções do tributo não são feitas no mesmo ritmo das oscilações de valor.
A estratégia é vista pelo setor como uma manobra para enfrentar a crise financeira em detrimento do consumidor.
Para Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a mudança defendida por Bolsonaro é positiva. Ele ressalta, no entanto, que deve haver resistência dos governadores.
"Eu acho positivo porque você vai reduzir a volatilidade no preço da bomba e vai diminuir a sonegação. Mas provavelmente ele [Bolsonaro] vai ter resistência dos estados, porque o dinheiro do ICMS do combustível é uma das principais fontes de arrecadação".
Os preços dos combustíveis são um fator importante de desgaste do governo com a população e, em especial, com os caminhoneiros, que ameaçam recorrentemente fazer paralisações por conta dos aumentos do diesel.
Bolsonaro tem atribuído aos estados a responsabilidade pela manutenção dos valores em patamares mais altos que os do passado.
Os governos locais resistem em mudar sua política de tributação e devem influenciar suas bancadas no Congresso a votarem contra propostas que gerem perda de receitas.
O governador de São Paulo, Joao Doria (PSDB), possível adversário do presidente nas eleições presidenciais de 2022, afirmou em 8 de janeiro que “não se estuda e não se vai estudar” a redução de ICMS sobre combustíveis para atenuar uma eventual alta da gasolina.
Na ocasião, as tensões entre Estados Unidos e Irã pressionavam a cotação do barril de petróleo no mercado internacional e Bolsonaro sugeriu aos estados uma mudança na tributação.
“Não há a menor chance de o governo federal depositar essa conta [da alta da gasolina] nos governos estaduais. Não faz o menor sentido isso”, declarou.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 02-02-2020) | | | | Dispositivo que dá autorização tácita quando administração pública não se manifesta precisa ser regulado
Contra o tempo O governo Bolsonaro adiou para abril a entrada em vigor o trecho da Lei da Liberdade Econômica, segundo o qual, quando um órgão do governo não atende um pedido em tempo hábil, ele está tacitamente aprovado. O dispositivo valeria a partir deste sábado (1º).
Demorou De acordo com a advogada Renata de Abreu Martins, do escritório Siqueira Castro, o adiamento era necessário porque os órgãos da administração federal ainda não editaram instruções regulando o assunto.
Passado o ministério da Economia afirma ter feito a alteração após detectar mais tipos de licenciamento do que inicialmente esperado. "Esta é a primeira vez que um mapeamento completo [das espécies de licenciamento existentes] em uma listagem única é feito na União, e isso traz desafios que envolvem, por exemplo, a pesquisa de normativos vigentes desde o Império."
| Folha de S. Paulo ( publicado em 01-02-2020) | | | | Pequeno investidor sustenta valorização e maior número de negócios, mas não distorce preços
Em menos de quatro anos, a Bolsa brasileira praticamente dobrou de tamanho e se aproximou dos 120 mil pontos, isso enquanto a economia do país patinava e insistia em crescer modestos 1% ao ano. No mesmo período, o número de pequenos investidores com ações cresceu 200%, mesmo com o desemprego em taxas ainda elevadas, limitando a capacidade de poupança dos brasileiros.
Esses dados eram conhecidos pelo mercado. Mas, na semana passada, um dos mais respeitados gestores de fundos do país, Luis Stuhlberger, da Verde Asset Management, afirmou que há um “efeito bolha na Bolsa”.
Foi seguido pelo presidente do Santander, Sérgio Rial: “Não existe capitalismo sem capital na mão de brasileiros, mas é preciso mudar a educação para pessoas terem noção de risco e não criarmos bolhas.”
Painel Ibovespa; Bolsa de Valores brasileira praticamente dobrou de tamanho em menos de quatro anos
Eles ficaram, porém, praticamente sozinhos no lado pessimista do debate. Economistas e gestores ouvidos pela Folha ao longo da semana discordaram de que haja uma bolha no mercado, ainda que alertem para a dificuldade de vê-la antes que estoure.
Na definição clássica, a bolha acontece quando um ativo, ou um conjunto de ativos, estão com um preço muito elevado, descolado do que seria seu valor real, o que geralmente acontece após longos períodos de valorização.
A ida dos “órfãos do CDI”, como Stuhlberger chamou os investidores de renda fixa brasileiros, para o mercado de ações estaria inflando as cotações. De 2018 a 2019, o número de pessoas físicas na Bolsa alcançou 1,7 milhão. Como os papéis disponíveis no mercado não cresceram na mesma proporção, o preço se eleva.
A preocupação está no efeito manada: brasileiros estão acostumados a investir em renda fixa, as oscilações do mercado, sujeito ao humor de investidores e fatores externos, podem afugentá-los por completo, o que causaria uma enorme pressão de venda, derrubando cotações.
Esse movimento foi visto há pouco mais de uma década: em 2007, com muitas aberturas de capital, brasileiros voltaram a comprar ações, mas saíram em disparada quando estourou a crise financeira de 2008.
O Brasil tem ainda uma bolha famosa, da década de 1970.
À época, o governo permitiu dedução de parte do imposto de renda devido caso o contribuinte usasse a quantia na compra de fundos de ações. Muitos foram à Bolsa, mas o mercado brasileiro tinha poucos papéis, o que levou a uma forte alta dos ativos.
Após alguns meses, as cotações chegaram a se valorizar 400%, e investidores passaram a vender para embolsar lucro, gerando um pânico no mercado. As vendas seguiram até 1973, com forte desvalorização das Bolsas, especialmente a do Rio de Janeiro, o que levou a de São Paulo ao protagonismo que exerce até hoje. O evento é visto por economistas como uma bolha especulativa, que inflou até estourar.
“Não tínhamos estrangeiros e nem fundos na Bolsa à época, e pessoas físicas eram cerca de 80% do volume”, diz José Carlos de Souza Santos, professor da FEA-USP.
Desde 2019, a participação de pessoas nas operações de compra e venda acelerou, mas ainda são minoria, correspondendo a cerca de 20% do total transacionado. O aumento, contudo, levou o volume ao nível recorde de R$ 23 bilhões na média diária.
“O movimento do mercado financeiro é de boiada, mas o movimento atual não é bolha, não estamos nem perto disso”, diz Antonio Lanzana, professor da FEA e copresidente da Fecomercio-SP.
Para George Sales, professor do Ibmec SP, o que poderia gerar um forte distúrbio no mercado é a saída de estrangeiros do Ibovespa, já que eles correspondem a quase metade do volume de negócios. Nesse caso, o aumento de brasileiros na Bolsa funciona como uma diminuição de risco.
“Mesmo subindo absurdamente o número de pessoas físicas na Bolsa, ainda são menos de 1% dos brasileiros. Temos muito espaço para crescer”, acrescenta Salles.
Ele acrescenta que a educação financeira do brasileiro está melhor do que nas outras vezes em que houve migração para a Bolsa, o que diminui o risco na participação de pessoas físicas. “Com a internet, pessoas têm mais acesso à informação, especialmente com redes sociais e canais de YouTube. Tem de tudo: picareta e gente boa, mas, no geral, esse movimento é benéfico”.
Para especialistas, o fato do Ibovespa não estar em seu valor máximo quando descontada a inflação também é um sinal de que não há bolha no mercado acionário.
“A bolha é um preço maior do que o justo, mas ninguém sabe avaliar direito o preço justo da Bolsa. Comparado com o que ao mercado acionário cresceu lá fora, ainda estamos baratos”, diz Bruno Giovannetti, professor da FGV.
Uma das métricas para se analisar o valor de uma ação é o múltiplo preço/lucro (P/L), ou seja, o preço do papel dividido pelo lucro por ação. Ele mostra quantos anos seriam necessários para o investimento em determinada ação se pagar pela distribuição anual de lucros da empresa, via dividendos, bônus ou juro sobre capital próprio.
O P/L médio de todas as 70 empresas do Ibovespa está em 18. O do S&P 500, índice das maiores empresas americanas, está em 21,3.
Para o presidente do banco central americano (Fed), Jerome Powell, o P/L das empresas listadas em Nova York “está alto, mas não no extremo” e não oferece grande risco ao sistema financeiro.
Algumas companhias brasileiras, contudo, estão com o múltiplo mais elevado. Um exemplo é a Magazine Luiza, que acumula valorização de 3.263% desde o fim de 2016.
“A própria Magazine Luiza pode ser uma bolha. Uma análise fundamentalista [dos números da companhia] não justifica seu atual valor de mercado, mas como falta papel no mercado, o investidor continua comprando”, diz Sales.
Novas ofertas de ações poderiam reduzir a pressão do mercado sobre algumas companhias, avalia.
“Ninguém sabe direito como as bolhas nascem. Pode ser que, de repente, sem motivo aparente, a Bolsa saia de 120 mil para 90 mil pontos. Aí você percebe, ‘nossa, estávamos em uma bolha!’”, diz Giovannetti.
“Uma bolha é algo que está na frente de todo mundo, mas não se enxerga. Ela é transparente, surge e estoura sem você perceber. Você só sente o respingo”, diz Sales.
Apesar de ver risco, Stuhlberger, do Verde, não mudou sua estratégia: mantém 20% de seu portfólio em ações.
Conheça algumas bolhas do mercado:
1637: Tulipas
No século 17, tulipas causaram uma euforia coletiva na Holanda. Além de comercializar flores e bulbos, tidos como artigos de luxo, as pessoas passaram a vender derivativos, investimentos atrelados ao preço das tulipas. Os valores alcançaram níveis tão exorbitantes que algumas pessoas venderam suas casas para investir. O preço, no entanto, despencou subitamente à véspera da primavera, quando muitos contratos se mostraram falsos
1929: Crash
de Nova York
Depois da Primeira Guerra Mundial, a economia americana estava superaquecida. Com juros baixos, o crescente lucro das companhia atraiu investidores para a Bolsa. As ações não paravam de subir, gerando uma forte especulação que fez o preço dos papéis descolar do valor real das empresas. A produção industrial então desacelerou e, para conter a especulação, o banco central dos EUA aumentou os juros. O resultado foi uma queda de 12% na Bolsa de Nova York em um dia e uma forte depressão econômica
1999: Pontocom
Com a popularização da internet no fim da década de 1990, investidores passaram a apostar no setor, o que elevou o preço das ações de companhias a patamares descolados dos valores reais das empresas. Quando muitas não se mostraram tão rentáveis quanto o esperado, o preço despencou, derrubando a Bolsa de tecnologia Nasdaq
2008: Subprime
Nos anos 2000, o mercado imobiliário americano estava aquecido pela alta oferta de crédito. Os financiamentos eram feitos com garantia em imóveis, e bancos repassavam esses créditos como investimentos. No entanto, tomaram crédito pessoas que não tinham como pagar (subprime, ou, de segunda linha, em inglês), gerando calote em série e a queda brusca do preço dos investimentos e dos imóveis. O banco de investimento Lehman Brothers, que negociava esses papéis, faliu em 2008
| Folha de S.Paulo | | | | Em um cenário de juros baixos, os investidores brasileiros têm sido obrigados a diversificar sua carteira para conseguir maior retorno financeiro. Manter todo o patrimônio aplicado em renda fixa já não garante os melhores resultados. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram essa tendência: em 2019, os fundos de renda fixa tiveram resgate líquido de R$ 69,3 bilhões, enquanto os de ações foram os que mais captaram, com entrada líquida de R$ 86,2 bilhões, aumento de 195% em relação a 2018.
A plataforma de comparação de produtos do mercado financeiro Yubb também registrou a mudança de comportamento. A procura por renda variável aumentou nos últimos meses e, particularmente, pelos robôs de investimento. Em dezembro, 23% das buscas realizadas no site foram sobre os robôs.
Em primeiro lugar nas buscas na plataforma, no entanto, ainda aparecem os fundos de investimento, que incluem, fundos imobiliários, ETFs (fundos negociados em Bolsa), fundos de ações e previdência privada. Em seguida estão as ações, negociadas diretamente na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.
Os robôs de investimento são plataformas que montam, de forma automatizada, com base em algoritmos, portfólios com produtos de renda fixa e variável de acordo com o perfil do investidor - a custos, em geral, mais baixos que as taxas cobradas do aplicador de pequeno porte. Cada casa especializada pode cobrar taxas de administração e até mesmo de performance.
O fundador do Yubb, Bernardo Pascowitch explica que os robôs de investimento surgem como uma possibilidade interessante por causa das facilidades que eles oferecen ao investidor iniciante. Antes de se definir onde o dinheiro será aplicado, o robô faz uma análise do perfil do investidor, considerando, por exemplo, os riscos que ele está disposto a tomar, o prazo e o volume da aplicação.
A publicitária Camila Coelho, de 24 anos, apostou nos robôs para se iniciar no mercado financeiro - seja pela falta de tempo para se dedicar a estudar as modalidades de investimento, seja pela falta de disposição para tomar decisões para cada ativo que possui. "Esse dinheiro é para ser usado em acontecimentos no futuro. Se tiver alguma emergência, vou usar. Caso contrário, deixo lá, não mexo."
Ela se considera conservadora e a forma como seus investimentos estão alocados comprova isso. "Eu não queria 100% de renda fixa porque sei que rende menos. Coloquei apenas 5% em renda variável para entender como funciona, mas também não queria perder", diz a publicitária. Com mais confiança no mercado, em breve pretende colocar 25% do seu patrimônio em renda variável. "Hoje, me sinto mais preparada para o risco."
De acordo com Luciano Tavares, fundador da Magnetis, gestora especializada em investimentos com tecnologia que tem R$ 375 milhões alocados, o maior desafio ainda é fazer o investidor entender como funciona o produto. "Quando conhece, gosta", afirma.
O diretor de produtos da Monetus, gestora de investimentos digitais especializada em robôs com R$ 160 milhões alocados, Vinícius Soares, diz que a empresa faz o balanço entre tecnologia e pessoas. "Operamos com um modelo híbrido que une o melhor dos dois mundos: a capacidade de raciocínio analítico de um gestor profissional com a capacidade de executar milhares de operações em poucos segundos de um computador."
Segundo o Yubb, o prazo mais buscado para o investimento por meio de robôs é de 12 a 24 meses, com valores de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
| Bem Paraná | | | | O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,59% em janeiro, informou nesta segunda-feira, 3, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou 0,18 ponto porcentual abaixo do fechamento de dezembro, quando a inflação medida pelo indicador avançou 0,77%, e 0,03 ponto acima da penúltima divulgação de janeiro, quando a alta foi de 0,56%.
O dado também superou a mediana das expectativas de mercado apurada pelo Projeções Broadcast, que indicava variação de 0,56% para o IPC-S. O resultado foi próximo do teto do levantamento, que previa alta de 0,60%. O piso das projeções era de avanço de 0,50% para o indicador.
Frente à terceira quadrissemana do mês, apenas dois grupos tiveram acréscimo nas taxas. A maior contribuição partiu de Educação, Leitura e Recreação (0,95% para 2,30%), puxado pela aceleração da passagem aérea (-7,31% para -1,86%).
O grupo Habitação também pressionou o indicador, passando de 0,04% para 0,36% devido ao comportamento da tarifa de eletricidade residencial (-0,64% para 0,97%).
Em contrapartida, os outros seis grupos mostraram alívio nas taxas. O decréscimo mais forte foi observado em Alimentação (1,12% para 0,64%), que continua beneficiado pelo comportamento das carnes bovinas (0,67% para -2,62%), seguido por Transportes (0,90% para 0,59%), puxado pela desaceleração da gasolina (2,08% para 1,07%).
Também houve redução nas taxas de Vestuário (-0,12% para -0,35%), por causa de roupas (-0,38% para -0,63%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,37% para 0,32%), devido aos artigos de higiene e cuidado pessoal (0,49% para 0,30%); Comunicação (0,18% para 0,14%), com a desaceleração de mensalidade para TV por assinatura (1,09% para 0,80%); e Despesas Diversas (0,28% para 0,25%), beneficiado por alimentos para animais domésticos (1,37% para 0,74%).
Influências individuais
Os principais responsáveis pela aceleração marginal do IPC-S no fechamento de janeiro foram curso de ensino fundamental (4,05% para 6,07%), curso de ensino superior (2,22% para 3,42%) e tomate (16,15% para 16,73%), além da gasolina e da tarifa de eletricidade residencial.
Por outro lado, ajudaram a conter a inflação a tarifa de táxi (-3,70% para -8,44%), contrafilé (-0,50% para -4,50%), carne moída (-1,53% para -4,83%) e alcatra (-1,09% para -4,49%), além da passagem aérea.
| Bem Paraná | | | | O dólar opera em baixa no mercado doméstico nesta segunda-feira e em relação a outras moedas emergentes ligadas a commodities, respondendo a um movimento de realização de ganhos recentes na esteira dos temores com o impacto do surto do novo coronavírus na economia chinesa e mundial. A percepção de especialistas é de que esse surto tem rápida disseminação pelo mundo, mas seria menos letal que outros surtos recentes, como a epidemia de SARS.
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou janeiro em nova máxima histórica, em R$ 4,2850. O ganho acumulado em janeiro somou 6,81% ante o real, o maior desde agosto de 2019, quando o mercado se estressou com a Argentina, por conta das baixas chances de Mauricio Macri ser reeleito.
Nesta segunda, o Banco Central retoma os leilões diários de swap cambial, para rolar vencimentos de abril. A oferta de swap nesta segunda é de até 13 mil contratos (US$ 650 milhões), para os vencimentos de 3 de agosto de 2020, 1º de outubro de 2020 e 1º de dezembro de 2020, às 11h30.
Há expectativa pela decisão de juros do Copom, nesta quarta-feira. A percepção predominante é de mais corte de juros – a aposta majoritária é de redução de 0,25 ponto – em meio ainda à possibilidade de políticas monetárias mais frouxas no mundo por causa dos impactos do coronavírus.
Na China, para tentar reduzir o pânico na volta dos mercados nesta segunda-feira, o banco central (PBoC) injetou 1,2 trilhão de yuans (US$ 173 bilhões) em liquidez no sistema financeiro por meio de uma oferta de contratos de recompra reversas (repos) de sete e 10 dias, reduzindo os juros dessas operações em 10 pontos-base, a 2,4% e 2,55%, respectivamente.
Apesar da agressiva intervenção do PBoC, os últimos indicadores da China desagradaram. O índice de gerentes de compras (PMI) industrial chinês caiu de 51,5 em dezembro para 51,1 em janeiro. Já dados oficiais mostraram que o lucro de grandes empresas industriais da China caiu 3,3% em 2019. Apenas em dezembro, a redução anual nos lucros foi de 6,3%, maior do que a de novembro, de 5,4%.
Logo após o Copom, o IPCA de janeiro, na sexta-feira, fica no foco, diante da expectativa de arrefecimento dos preços após o choque das carnes. Deve ajudar na inflação o acionamento da bandeira verde na conta de luz em fevereiro, em substituição à amarela vigente em janeiro.
Hoje o relatório Focus mostrou que as projeções para câmbio seguem em R$ 4,10 para 2020, mas passaram de R$ 4,00 para R$ 4,05 em 2021. A projeção para o IPCA deste ano caiu de 3,47% para 3,40% e a estimativa é de estabilidade em 3,75% para 2021. As projeções para Selic em 2020 seguem em 4,25% ao ano e para 2021, passaram de 6,25% para 6,00%. A estimativa para alta do PIB em 2020 passou de 2,31% para 2,30%, e segue em 2,50% para 2021.
Às 9h55, o dólar à vista caía 0,36%, aos R$ 4,2695, após ter fechado em recorde histórico de R$ 4,2885 na sexta-feira. O dólar futuro para março recuava 0,31%, aos R$ 4,2750.
| Tribuna PR | | | | O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial brasileiro avançou a 51,0 pontos em janeiro, de 50,2 em dezembro, na série com ajuste sazonal, segundo a IHS Markit. Acima de 50 pontos, o indicador mostra melhora na comparação com o mês anterior.
As empresas relataram o oitavo aumento consecutivo nas vendas, mas a recuperação foi modesta, de acordo com a empresa. Houve crescimento nas categorias de bens intermediários, enquanto os bens de consumo ficaram estáveis e os bens de capital se deterioraram.
A IHS Markit também destaca que houve um retorno à criação de empregos, com o maior ritmo de crescimento desde setembro de 2019 após a primeira redução do número de funcionários em cinco meses, que aconteceu em dezembro. Este movimento foi puxado pelas expectativas de crescimento das vendas e de investimentos, diz a empresa.
“O grau robusto de otimismo em relação aos negócios indicados no início de 2020 deverá garantir que tanto o investimento quanto o nível de empregos aumentarão no curto prazo, o que é um bom presságio para uma expansão econômica. A IHS Markit prevê um crescimento do PIB de 1,7% este ano, tendo em vista que os cortes nas taxas de juros dão um impulso no consumo e nos investimentos”, diz, em nota, a economista Pollyanna de Lima, da IHS Markit.
Em janeiro, também foi captada a continuidade da diminuição do volume de pedidos de exportação. O levantamento também viu que, com a demanda contida, os produtores tendem a se focar mais na conclusão de negócios pendentes, com uma redução da quantidade de pedidos em atraso em ritmo acentuado.
O levantamento ainda captou que, embora haja otimismo nas perspectivas de negócios – 78% dos entrevistados preveem crescimento da produção no próximo ano -, os produtores continuam relutantes em manter estoques excedentes, com os inventários de insumos e produtos diminuindo no início de 2020.
| Tribuna PR | | | | A expectativa de crescimento da economia em 2020 passou de 2,31% para 2,30%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 2,30%.
Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
Em dezembro, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2020, de alta de 1,8% para elevação de 2,2%.
No Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de alta de 2,10% para 2,21%. Há um mês, estava em 2,19%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,50%, igual a quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 foi de 57,80% para 56,90%. Há um mês, estava em 58,08%. Para 2021, a expectativa seguiu em 58,00%, ante 59,20% de um mês atrás.
| Tribuna PR | | | | O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, foi interpelado na quarta (29), em Santos, por Francisco Nogueira, presidente do sindicato dos portuários —que cobrou dele a elaboração do plano de desenvolvimento e zoneamento de terminais.
As cantoras Raquel Virgínia e Assucena Assucena e o músico Rafael Acerbi se apresentaram no show de lançamento do curta “O Fervo”, da apresentadora Adriana Couto, na Casa Natura Musical, na quarta (29). As cantoras Liniker e Tássia Reis também participaram do show. A deputada Erica Malunguinho compareceu.
O subprocurador Aurélio Rios foi ao lançamento do livro “Escravidão Contemporânea”, do jornalista Leonardo Sakamoto, na terça (28), em SP. O auditor Renato Bignami, o procurador Tiago Muniz Cavalcanti e o educador Xavier Plassat estiveram lá
CURTO-CIRCUITO
O advogado Luiz Cláudio Lopes Moreira inaugura a Federal Law, voltada para o ensino de advogados.
A Faculdade Anhanguera abre nova unidade em Itaquera, na zona leste de São Paulo.
A drag Aretuza Lovi será a atração principal do bloco de pré-carnaval Gambiarra. Na Audio, dia 7 de fevereiro.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 01-02-2020) | | | | Segundo sindicatos, a greve já tem adesões em 12 refinarias, 12 plataformas e 4 terminais de armazenagem de petróleo e combustíveis
Sindicatos ligados à FUP (Federação Única dos Petroleiros) iniciaram neste sábado (1) uma greve por tempo indeterminado em protesto contra demissões e outras medidas tomadas pela companhia. Eles garantem, porém, que não haverá impactos ao abastecimento de combustíveis.
De acordo com a entidade, a greve já tem adesões em 12 refinarias, 12 plataformas e 4 terminais de armazenagem de petróleo e combustíveis. As refinarias e os terminais estão sem troca de turno. Nas plataformas, os grevistas estão fazendo levantamentos de questões de segurança e efetivo.
Um grupo de diretores da FUP ocupa uma sala na sede da estatal desde sexta (31) para tentar forçar negociações. A Petrobras diz que não houve paralisação de atividades em nenhuma de suas unidades operacionais.
Os sindicatos reclamam que o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná, pode resultar em cerca de mil demissões. Há 12 dias, um grupo de trabalhadores ocupa a unidade. As demissões estão marcadas para 24 de fevereiro.
A Petrobras decidiu sair do setor de fertilizantes e chegou também a suspender as atividades em outras fábricas, na Bahia e em Sergipe, que depois foram arrendadas. A unidade de Araucária chegou a ser negociada com a russa Acron, mas o negócio não foi concretizado.
A FUP diz ainda que a Petrobras vem descumprindo o acordo coletivo de trabalho, ao tomar medidas unilaterais que impactam a vida dos trabalhadores, como mudança em tabelas de turnos, problemas na apuração de horas extras e transferência de empregados sem negociação com os sindicatos.
A entidade vem ameaçando fazer greve desde meados do ano passado, quando o acordo coletivo de trabalho era mediado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho). Na época, o impasse era visto pelo governo como justificativa para uma greve política, contra a venda de ativos da estatal.
Após acordo no TST, a FUP lançou a campanha "Privatização da Petrobras: isso é da sua conta", contra a venda de ativos da companhia. A entidade defende que o processo trará prejuízos à empresa e ao país.
A Petrobras diz entender que o movimento é "descabido" e afirma ter tomado providências para garantir a produção de petróleo, gás e combustíveis.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 01-02-2020) | | | | Para 2020, fabricante aposta em um mercado de 120 mil unidades
Em linha com a projeção da Anfavea, associação das fabricantes de veículos, a Mercedes-Benz espera que as vendas totais de caminhões cresçam 18% em 2020 no mercado brasileiro e atinjam o volume de 120 mil unidades. A previsão considera um PIB em alta de 2,5% este ano, bem como uma taxa Selic em 4,5%.
Segundo o vice-presidente de vendas e marketing para caminhões e ônibus, Roberto Leoncini, os caminhões pesados (ou extrapesados) que em 2019 responderam por 57% das vendas totais, ainda deverão liderar o mercado, mas em um ritmo de crescimento menor com relação ao que foi visto no ano passado. Ao mesmo tempo, a empresa vê uma melhora nas entregas de caminhões leves e médios.
“Em geral, o mercado dobrou desde o fim da crise e vem com uma tendência de crescimento. Sempre dizemos que venda de caminhão tem a ver com PIB, mas depende de cada segmento; há um descolamento porque cada um reage de uma forma. O extrapesado foi o dono da festa em 2019, mas os leves devem recuperar o mix este ano e os números vão ficar um pouco mais interessantes”, comenta Leoncini.
Com quase 30 mil caminhões emplacados em 2019, a Mercedes foi líder de vendas pelo quarto ano consecutivo com 30% de participação. Em 2020 espera elevar ainda mais sua fatia no mercado com a chegada da nova geração do Actros, lançada na última Fenatran. As entregas começam em abril e até agora a empresa já vendeu 500 unidades do modelo novo, dos quais 150 equipados com a câmera-retrovisor digital mirrorcam.
“O Actros 2651 foi o nosso caminhão mais vendido; a chegada da nova geração amplia o leque e provavelmente a participação vai ficar um pouco melhor em 2020”, analisa.
A fabricante aposta na retomada do setor de construção civil em 2020, o que pode dar uma ajuda extra ao segmento de caminhões pesados. No ano passado, as vendas para este tipo de aplicação responderam por apenas 15% das vendas; logística (61%) e agronegócio (24%) foram os grandes impulsionadores desta categoria.
“Acreditamos que a partir do segundo semestre deste ano haverá um crescimento forte dentro da construção civil, com pico em 2021 e 2022, pelos contratos de infraestrutura que já foram fechados”, indica Leoncini.
Para a Mercedes, as vendas maiores deverão ser acompanhadas pelo aumento da demanda de serviços, cujos negócios quase dobraram no último ano. Dados da empresa mostram que 38% dos caminhões negociados em 2019 saíram com algum plano de manutenção contratado: no ano anterior, essa fatia era de 27%. Além disso, a empresa alcançou o número de 12 mil caminhões conectados no Brasil.
“Para nós, este ainda não é um número bom, porque queremos 100% da frota conectada. A intenção é crescer, mas a demanda vem do cliente e cada vez mais eles estão querendo ter a informação; há casos de compradores tradicionais que nunca tinham cogitado o serviço e agora passaram a ser clientes também nesse quesito”, conta.
ÔNIBUS
Para o mercado de ônibus, a Mercedes-Benz também projeta o mesmo número da Anfavea e espera que o mercado passe de 20 mil para 23 mil. Leoncini lembra que o desempenho deste mercado também dobrou as vendas nos últimos dois anos. Em 2019, o segmento, que cresceu 43% sobre o ano anterior, registrou aumento dos volumes em todas as categorias, menos em ônibus de fretamento. Os urbanos e os rodoviários continuaram como os carros-chefe das vendas em 2019 e a Mercedes comemora porque também liderou o mercado de chassis de ônibus, com 54% ou 11,1 mil unidades.
Embora espere aumento das vendas para o ano, Leoncini admite que 2020 será um ano curto para o segmento, principalmente para a categoria de ônibus urbanos, por ser ano de eleições municipais.
“Estamos otimistas com o mercado, tanto para caminhões quanto para ônibus, e por causa disso vamos investir fortemente em inovações”, ressalta. O executivo reforça que para este ano, a empresa deverá lançar três novos veículos, entre caminhões e ônibus.
| Automotive Business ( publicado em 31-01-2020) | | | | Empresa atribui bom momento a ampliações, renovações de frota e aumento da confiança na economia
A fabricante de carrocerias Caio terminou 2019 com 60% de participação nas vendas para o segmento de ônibus urbanos. Sua produção para o mercado interno cresceu 62% sobre 2018. A empresa atribui a recuperação do segmento de transporte de passageiros a renovações e ampliações de frota, puxadas tanto por licitações em grandes cidades como pelo aumento da confiança dos frotistas na economia.
“As expectativas para 2020 são positivas, com a esperança de manter a produção no mesmo ritmo de 2019. Para o segundo semestre é aguardada uma oscilação de vendas ao mercado interno por causa das eleições municipais. Para o mercado externo temos boas perspectivas”, afirma o diretor comercial da empresa, Paulo Ruas.
A Caio tem duas fábricas, ambas no Estado de São Paulo (Botucatu e Barra Bonita). Cada uma tem capacidade instalada para 50 unidades por dia. A empresa gera 5 mil empregos diretos. Tem representantes de vendas em todo o Brasil e no exterior, além de equipe de assistência técnica para manutenção e peças de reposição.
| Automotive Business ( publicado em 31-01-2020) | | | | Forest chega por R$ 94.990 com suspensões mais altas e proteção extra para uso off-road
A Suzuki criou no Brasil a série especial Forest do utilitário Jimny. O jipinho fabricado em Catalão (GO) é pintado sempre de verde-floresta e recebe detalhes de acabamento grafite. O carro é vendido por R$ 94.990. As modificações do Forest incluem suspensões mais altas e protetores na parte de baixo da carroceria.
Na área sob as portas foi acrescentada uma estrutura proteção tubular. Há também uma chapa sob a caixa de transferência e quatro protetores dos braços da suspensão. A montadora aplicou ainda um amortecedor de direção, que melhorou o uso do carro em terrenos acidentados.
O bagageiro em forma de cesta é outro item desenvolvido para o Forest. Os bancos utilizam forração especial com bolsas laterais, costura cinza e estampa semelhante a marcas de pneus.
A central multimídia recebe tela de sete polegadas com espelhamento para smartphones Android e IOS. Como em toda a linha Jimny nacional, o Forest tem motor 1.3 a gasolina com 85 cavalos, tração 4x4 e reduzida.
| Automotive Business ( publicado em 31-01-2020) | | | | Novo jipe TX4 chega por R$ 167.530; transmissão vem da Ford Ranger, como o motor
Com um mês de atraso, a Troller começou a vender a versão automática de seu jipe, o TX4. Ele mantém o motor turbodiesel de 200 cavalos. A nova transmissão tem seis marchas. O preço sugerido é de R$ 167.530. O conjunto motor-câmbio e outros componentes são herdados da picape Ford Ranger (como se sabe, a Ford controla a fabricante cearense de jipes).
Além do câmbio automático, o TX4 recebe diferencial traseiro blocante com acionamento elétrico por botão no console central e outros itens exclusivos. “Ouvimos os clientes, que há muito tempo pediam a opção automática, e acrescentamos outros equipamentos de funcionalidade e estilo para criar o TX4”, afirma o gerente de marketing, vendas e serviços da Troller, Demétrio Fleck.
O executivo acredita que a nova opção vai atrair clientes de outros segmentos, como os compradores de SUVs pequenos, médios e de picapes. A lista de equipamentos do jipe automático inclui snorkel, para-choques, estribos e protetores dianteiro e traseiro feitos de aço, pneus fora-de-estrada, faróis com acendimento automático, faróis auxiliares, pintura e interior exclusivos, ganchos Isofix para cadeirinhas infantis e cintos de três pontos para todos os ocupantes.
| Automotive Business ( publicado em 31-01-2020) | | | | Fábrica de Fazenda Rio Grande produz pneus para automóveis e veículos pesados
A divisão brasileira da Dunlop superou a marca de 25 milhões de pneus produzidos na fábrica de Fazenda Rio Grande, no Paraná. A unidade foi inaugurada em 2013 e, segundo a empresa, os números de produção vêm crescendo. Somente em 2019 a produção de pneus para automóveis ultrapassou os 5,7 milhões. Também em 2019 a empresa passou a fabricar pneus para veículos pesados.
“As novas técnicas desenvolvidas pelo grupo Sumitomo Rubber são aplicadas na fábrica, que se transformou em referência”, afirma o presidente da Dunlop no Brasil, Yoshinori Wakitani.
Todos os pneus Dunlop fabricados no Brasil utilizam a tecnologia Taiyo (Sun) System, sistema de fabricação sem emendas nas partes de borracha do pneu, o que garante produtos mais uniformes, mais conforto, estabilidade e menor consumo de combustível.
O setor de pneus de carga no Brasil é o primeiro da Dunlop no mundo a produzir pneus sem emenda para a categoria de veículos pesados. Além da Dunlop, a Sumitomo Rubber detém as marcas Falken e Sumitomo.
| Automotive Business ( publicado em 31-01-2020) | | | | A indústria de máquinas e equipamentos fechou o ano de 2019 com crescimento de apenas 0,7%. De acordo com a Abimaq, “o bom desempenho das vendas no mercado doméstico foi determinante para a manutenção do patamar positivo do setor em relação a 2018”. As vendas para o mercado interno cresceram 7,1% ao longo do ano passado (com destaque para o segmento de bens por encomenda, em especial para as áreas de celulose e consumo), enquanto as exportações caíram 7,2% no período.
Para 2020, o setor se mostra otimista, com expectativa de crescimento de dois dígitos nas vendas ao mercado interno (veja em http://www.usinagem-brasil.com.br/14679-setor-de-maquinas-se-mostra-bastante-otimista-com-2020/pa-1/ ). Como as previsões indicam continuidade da retração econômica nos principais mercados consumidores de bens de capital mecânicos brasileiros, e portanto nova queda nas exportações, estima-se que a receita total do setor terá alta em torno de 5% este ano.
Mercado Externo - Segundo a Abimaq, o desempenho negativo nas exportações está relacionado à redução no ritmo de crescimento das principais economias mundiais. “Essa retração de demanda ocorreu principalmente por países da zona do Euro e da América do Sul”. A redução das exportações no ano passado foi observada em quase todos os segmentos fabricantes de máquinas e equipamentos. Houve crescimento apenas nas vendas de Componentes que passaram a representar mais de um quarto das exportações do setor (27,4%).
A América Latina, região que no passado já respondeu por mais de 50% das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos, teve sua participação reduzida nas vendas externas do setor em 18,1%, na comparação com 2018 (no Mercosul a queda foi de 26,8%). Além da diminuição das vendas para a Argentina, de 28,1%, outros países também apresentaram quedas importantes, como Paraguai (23,8%) e Chile (9%). As vendas para México, Colômbia, Bolívia, Equador e Uruguai também registraram retração.
Já as importações cresceram 19,5%. Segundo a Abimaq, parte da explicação para este aumento se deve às alterações legais decorrentes do Repetro-Sped. A nova legislação faz com que equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural que já se encontravam internalizados, mas de propriedade de subsidiárias localizadas no exterior (a maioria da Petrobras), sejam transferidos para empresas sediadas no Brasil. Se prevê que este processo de “nacionalização” promova interferências nas estatísticas do setor (tanto nas importações, quanto no item consumo aparente) até o final de 2021, quando deve se encerrar.
| Usinagem Brasil ( publicado em 02-02-20202) | | | | A Ford Europa decidiu recorrer à impressão 3D para evitar um aborrecimento comum aos motoristas de várias partes do mundo: o furto de rodas. A companhia desenvolveu uma tecnologia que permite personalizar as porcas de fixação das rodas, usando a voz do cliente ou detalhes do próprio veículo para criar um desenho único e extremamente difícil de copiar.
O projeto, naturalmente, nasceu de uma demanda criada pelo próprio mundo do crime. De fato, o uso de sistemas de segurança mais sofisticados, se ajudou a reduzir o furto de veículos, levou os ladrões a se voltarem para os acessórios, como as rodas de liga leve.
Para inibir essa prática foram criadas as porcas antifurto, que são aplicadas uma em cada roda e precisam de uma chave ou adaptador especial para serem parafusadas. No entanto, a proteção fornecida por este sistema é limitada.
As porcas personalizadas foram desenvolvidas pela Ford europeia em parceria com a EOS, empresa especializada em soluções de prototipagem rápida. O diferencial destas porcas de fixação é ter o desenho baseado na voz do motorista, que assim como a íris e a impressão digital, pode ser usada na identificação biométrica.
Na prática, os engenheiros gravam a voz do motorista por no mínimo um segundo, dizendo algo como “eu dirijo um Ford Mustang”, e usam um software para converter essas ondas sonoras em um padrão físico. Este padrão então é transformado em um círculo e usado para desenhar o entalhe da porca e da chave.
A porca e a chave são então impressas em 3D como uma peça só, em aço inoxidável resistente a ácidos e à corrosão. No final do processo, a porca e a chave são separadas, recebem um pequeno polimento e estão prontas para o uso.
O design inclui também recursos de segurança para evitar a cópia ou clonagem da peça. Os dentes internos da porca têm espaços desiguais que se alargam no fundo para evitar moldes de cera, pois o material se quebra ao ser puxado.
Além da voz, o desenho da peça pode ser inspirado no logotipo do veículo, nas iniciais do nome do cliente ou até em temas aleatórios de seu interesse, como o traçado de um autódromo famoso.
| Usinagem Brasil ( publicado em 02-02-2020) | | | |
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