| 15 de JUNHO de 2020
Segunda-feira
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Em 15/06/2020
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| Sistema FIEP | | | Passa a ser dispensado o reconhecimento de firma e autenticação de cópias pelos cartórios de qualquer documento apresentado nas juntas comerciais para arquivamento.
O Ministério da Economia anunciou uma instrução normativa para simplificar o registro público de empresas. Todas as regras passam a ser concentradas em norma publicada nesta segunda-feira (15) no "Diário Oficial da União".
De acordo com o Ministério da Economia, passa a ser dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de cópias pelos cartórios de quaisquer documentos apresentados nas juntas comerciais para arquivamento.
Pela nova norma, os atos de constituição, alteração e extinção de empresário individual, empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) e sociedade limitada, assim como de constituição de cooperativa, deverão ser aprovados automaticamente quando os empreendedores optarem pela adoção de instrumento padrão – nos moldes estabelecidos pelo Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (Drei).
"O processo de revisão também contou algumas alterações dos normativos, como a formação do nome empresarial, que agora pode ser constituído com quaisquer palavras da língua nacional ou estrangeira, independente da indicação do objeto", acrescentou o Ministério da Economia.
Unificação de regras
Segundo o governo, também foram revogadas 56 normas, sendo 44 Instruções Normativas e 12 ofícios circulares. A iniciativa faz parte do processo de simplificação e desburocratização implementado pela Lei de Liberdade Econômica.
"Agora, todas as normas vinculadas ao processo de abertura, modificação e fechamento de empresário individual, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) e sociedades empresárias e cooperativas estão concentradas em um único documento, eliminando diretrizes que encontravam-se dispersas na legislação", informou o Ministério da Economia.
Segundo o governo, antes das mudanças, os usuários tinham que consultar várias normas para realizar serviços relacionados, por exemplo, ao nome empresarial, à participação de estrangeiro no negócio e à reativação de registro.
| G1 | | | | O governo federal atendeu finalmente a reivindicação das instituições financeiras de elas contarem com algum tipo de garantia nas operações de empréstimo emergencial para as micro e pequenas empresas, durante este período de pandemia.
A falta desta garantia estava sendo responsável pela alta concentração do crédito nas grandes empresas, já que o ambiente de incerteza e a expectativa de maior inadimplência das PMEs vinham desestimulando as instituições financeiras a emprestarem para estas.
Idealizado pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Ministério da Economia, o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito deverá estar regulamentado e operacional até o final deste mês de junho.
O programa vai oferecer garantias para os empréstimos realizados até dezembro de 2020 às PMEs com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões. O uso dos recursos será livre, permitindo às empresas reforçar o seu capital de giro, se assim o desejarem.
Ele será operado pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social nos moldes do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), e disporá de imediato de R$ 5 bilhões advindos do Tesouro.
Novos aportes poderão ser realizados até o final de 2020, no valor total de até R$ 20 bilhões, conforme o desempenho do programa e necessidade de concessão de garantias.
A prestação de garantia será de até 80% do valor de cada operação da empresa com o agente financeiro, que terá de zelar por uma inadimplência controlada de sua carteira e por todo o processo de recuperação do crédito.
A expectativa é de que, para cada 1 real destinado ao fundo, seja destravado até 5 reais em financiamentos às PMEs. Estima-se que o programa – que segue um modelo adotado em muitos países para mitigar os efeitos da Covid-19 no setor produtivo - poderá atender empresas responsáveis por 3,3 milhões de trabalhadores.
Segundo os estudos prévios, para cada R$ 100 do Tesouro Nacional aplicados no programa, há potencial de impacto de R$ 100 em salários de empregados nas firmas apoiadas, sem contar os benefícios indiretos da preservação dos negócios.
| Usinagem Brasil ( publicado em 14-06-2020) | | | | Diante da nova realidade imposta pela pandemia, empresas, hospitais e prefeituras têm mostrado interesse em adotar drones para uma série de serviços, como comunicação e entregas. O Hospital de Restinga, em Porto Alegre, por exemplo, estuda usar o equipamento para a coleta de exames; e a prefeitura de Curitiba quer o equipamento para mensagens de alerta, como no caso do coronavírus.
"A procura por informações sobre como os drones podem ajudar, sobretudo num momento como o atual, está muito aquecida. Temos atendido hospitais, laboratórios e governos estaduais e municipais interessados em saber como funciona o equipamento", afirma Manoel Coelho, sócio da Speedbird Aero - empresa que aguarda certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para fazer entregas por drones.
Atualmente, o País tem uma regulamentação para o uso de veículo não tripulado em operações mais simples, como lazer e recreação. No caso de entregas, a operação é mais complexa e exige parâmetros e regras específicas, segundo a Anac. Com base nos testes que vêm sendo feitos nos últimos meses, a agência avalia a segurança do produto em operações comerciais. Um dos pontos mais importantes é sobrevoo em áreas densamente populosas.
Operações
A gerente regional da América Latina e Brasil da fabricante chinesa de drones DJI, Raissa Mendes, diz que avanços substanciais precisam ser feitos nessa área para que as operações comerciais de entrega por drones decolem no Brasil. "Por isso, acredito que o foco em aplicações mais específicas, como entrega de insumos médicos, seja a abordagem mais correta neste momento. E, nesse caso, já há exemplos interessantes, como testes de entrega de remédios realizados em Embu das Artes (SP)."
A expectativa dela é que o uso dos drones continue se expandindo, e parte fundamental desse crescimento deve vir da entrega de suprimentos médicos. Na República Dominicana, diz ela, a tecnologia tem sido utilizada para fazer a entrega de medicamentos e tratamentos essenciais para pequenas comunidades que, às vezes, chegavam a ficar semanas sem receber amparo médico.
No caso do Hospital de Restinga, de Porto Alegre, o objetivo inicial não é entrega de medicamentos, mas a coleta de exames. Localizado em um área mais afastada da capital gaúcha, o hospital tem oito pontos de coleta. "Fazemos a busca dos exames de duas em duas horas. Com os drones, poderíamos espaçar esse intervalo", diz o diretor do hospital, Paulo Fernando Scolari.
| Bem Paraná | | |
Novo prédio ficará nos arredores de São Paulo; trabalhadores poderão escolher se querem ou não ficar de home office
A XP anunciou nesta terça-feira (11) que terá uma nova sede no interior de São Paulo nos próximos meses e que passa a oferecer a possibilidade de trabalho remoto de maneira permanente a seus funcionários.
A novidade foi apresentada em forma de um e-book denominado “XP de Qualquer Lugar”, no qual a corretora traz um futuro “imaginado” de suas operações em um momento de início da reabertura da economia no país ante a pandemia do coronavírus.
Segundo a companhia, a escolha da cidade que vai receber a nova sede —denominada Villa XP— já está em andamento. A ideia é que o prédio da sede, “moderno e sustentável”, fique próximo à capital paulista, com fácil acesso a aeroportos e rodovias.
Desenhos do projeto pensado para a Villa XP
Nova sede da XP será nos arredores de São Paulo e será alimentada de energia 100% renovável - Livro digital XP de Qualquer Lugar
Nas dicas dadas pelo livro digital, a ideia é que a Villa XP conte com heliponto e que seja alimentada 100% com energia renovável, contando também com uma tecnologia de reaproveitamento de água e uso de materiais sustentáveis.
Além disso, a nova sede também deve contar com espaço para crianças, sala de exposições com tela de cinema, fotos, obras e painéis interativos que contem a história da XP. Haverá ainda área com mesas e poltronas, um café, palco de eventos e salas de treinamentos. A Villa XP contará com um complexo esportivo com quadras de tênis, basquete, futebol pista de corrida, piscina e academia de ginástica.
Pelo projeto, o complexo terá uma loja, a XP Store, para vender o livro “Na Raça”, que conta a história do fundador da corretora, Guilherme Benchimol, e outros artigos, como camisetas e o chamado “coletrader”, colete de nylon acolchoado, símbolo do mercado financeiro paulistano.
“Não deixaremos de ter uma sede. Ela só mudou de lugar e de finalidade. Despedimo-nos dos arranha-céus à beira do rio Pinheiros para buscar um espaço que tenha mais a nossa cara”, diz o texto do anuncio no e-book.
Segundo a XP, o prédio no bairro Itaim Bibi, na capital paulista, será mantido.
Em relação ao trabalho remoto, a companhia afirmou que já passou a oferecer a seus funcionários a possibilidade de home office permanente.
“Mobilidade é a palavra de ordem nesses novos tempos de trabalho a distância. Garantir que a nossa infraestrutura remota esteja, no mínimo, igual à que tínhamos no modelo antigo é fundamental para trabalharmos bem em qualquer lugar”, diz a corretora no livro.
Ainda segundo o e-book, a empresa fornecerá todo o equipamento necessário ao trabalho remoto aos seus funcionários, como notebook, monitores adicionais, mouse, teclado, fones sem fio e com cancelamento de ruído, quando necessário, entre outros.
“O nosso time de infraestrutura mapeia constantemente os diferentes perfis de colaboradores e estabelece, em conjunto com os líderes das diferentes áreas, um kit básico que atenda a cada um deles. Esses kits são entregues na casa do colaborador antes do início da semana de onboarding [integração]”, afirmou.
A companhia também afirmou que trabalhará com horários flexíveis, que ficarão à critério de cada área da empresa, e que contará com uma plataforma de autoatendimento, onde o funcionário poderá solicitar serviços, encontrar informações e registrar e resolver problemas.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 11-06-2020) | | | | Trabalho em casa eleva produtividade, dizem empresas como Ambev e J & J
O escritório do mundo pós Covid-19 vai ter poucas cadeiras, muito espaço vazio, advertências contra uso de elevadores e salas de reunião, e aplicativos para monitoramento de possíveis contágios.
Empresas como a Ambev, Johnson & Johnson, e a Stefanini e TopDesk, de TI, pretendem aumentar significativamente os dias de home office mesmo quando não houver mais necessidade de isolamento por causa do coronavírus.
Essas empresas chegaram à conclusão de que os funcionários, em média, são muito mais produtivos trabalhando em esquema remoto do que presencialmente. Esperava-se que os funcionários fossem mais dispersos trabalhando de casa, com filhos e família em volta, cachorro latindo, e tarefas domésticas por fazer. Mas, na realidade, as pessoas se tornaram mais focadas, discussões são mais rápidas, não há tanto atraso nas reuniões por zoom, e nem tempo gasto com cafezinho ou fofoca com os colegas.
A Ambev fez uma pesquisa com os funcionários sobre como eles gostariam que fosse a volta aos escritórios, que deve se iniciar a partir de 1 de julho: 5% querem que o trabalho passe a ser totalmente remoto, 5% querem totalmente presencial, e a grande maioria, 90%, quer uma solução híbrida, uma combinação entre trabalho remoto e presencial, como um ou dois dias por semana no escritório.
“A produtividade do trabalho remoto é maior, porque há mais tempo sem interrupções e mais eficiência nas reuniões —são mais pontuais, mais curtas e com menos pessoas, o que leva a um maior foco”, diz Camilla Tabet, diretora de Gente e Gestão da Ambev.
A meta na Stefanini, multinacional de tecnologia da informação, é colocar 50% das pessoas no modelo remoto em até 18 meses. A empresa terá três regimes: um de home office total, um parcial, em que o funcionário poderá optar por dois a três dias em casa, e um de flexibilidade em relação a horários.
Durante os meses de isolamento social, a companhia usou um software de monitoramento de produtividade, priorizando metas e deixando para trás o modelo de “comando e controle”. Segundo Rodrigo Pádua, vice-presidente global de recursos humanos, a receita por número de colaborador cresceu.
“Talvez o novo funcionário, contratado hoje, nem venha a conhecer o escritório”, afirma.
Na TopDesk, multinacional holandesa que desenvolve software para gestão de serviços —houve uma redução de 45% no tempo de resolução dos chamados dos clientes desde que a equipe inteira passou a trabalhar remotamente, em 13 de março.
“Costumávamos ser um pouco receosos em relação a home office, deixávamos os colaboradores trabalharem remotamente apenas em casos excepcionais”, diz Tiago Krommendijk, diretor-geral da Top Desk no Brasil, onde a empresa tem 57 funcionários (são 800 no mundo). “Mas aumentou muito
a produtividade, e, na volta, vamos dar flexibilidade aos colaboradores que quiserem.”
A gigante de saúde Johnson & Johnson também vai ampliar o leque de alternativas para parte dos trabalhadores. A crise da Covid-19 colocou cerca de 70% dos 6.500 funcionários em casa. Ficaram na operação os que lidam com a produção de bens essenciais, como de saúde e higiene, e os profissionais de distribuição.
A política da empresa permitia um dia de teletrabalho por semana antes da pandemia. Na pós-quarentena, o número deverá subir para dois ou até três, segundo Betina Lackner, diretora de RH da companhia no Brasil, que vê a flexibilização como “evolução natural”.
“Foi um grande ensaio, nunca tivemos um volume tão grande de pessoas em casa. Descobrimos novas formas de manter engajamento, de treinar e trocar informações. Chegamos a ter reuniões com 1.000 conectados”, diz Betina.
O retorno aos escritórios da farmacêutica, que ocupa cinco andares no edifício JK em São Paulo, será em três ondas. Na primeira, voltam empregados essenciais, como de pesquisa e desenvolvimento. As outras duas ondas dependerão de fatores externos, como melhora do quadro de saúde da população e alternativas de imunização, como a vacina.
Uma das adaptações necessárias para fazer o ambiente de trabalho 100% remoto funcionar foi uma melhora na comunicação. Na TopDesk, pela manhã, os funcionários têm uma reunião por teleconferência de 15 minutos, de pé, em que relatam o que fizeram no dia anterior e o que farão no dia de hoje. A Ambev
tem reuniões semelhantes.
É claro que nem tudo funciona melhor com o trabalho remoto. Segundo Danilo Igliori, professor de Economia Urbana da Faculdade de Economia da USP e economista-chefe do grupo ZAP, a proximidade entre as pessoas traz algumas vantagens importantes. Há ganhos de escala quando se concentra a logística e os insumos em um local só, comparado à necessidade de garantir que todo funcionário tenha, em sua casa, um computador e uma conexão de internet decentes, além de cadeira e espaço adequados.
Segundo ele, o efeito da interação cara a cara sobre a produtividade também não pode ser subestimado. “Uma das coisas mais importantes da proximidade entre pessoas é a transmissão de conhecimento, gerando criatividade, inovação”, diz Igliori.
Ele lembra que, nos anos de 1990, quando a internet se popularizou, diziam que seria a morte das grandes cidades, porque ninguém mais ia querer morar nos centros urbanos, já que poderiam trabalhar de onde quisessem. De fato, pode-se trabalhar de qualquer lugar, mas nem por isso todo mundo opta por isso.
“Trabalho remoto é importante, traz ganhos até na qualidade do ar, mas não é a melhor opção para tudo”, diz Igliori. “Acho que o home office vai se disseminar, mas as empresas não vão abandonar completamente a proximidade física e a interação pessoal.”
“Algumas coisas não funcionam bem remotamente, como o brainstorming”, diz Krommendijkda TopDesk. “É difícil ter animação, sinergia, online.”
Com o fim gradual do isolamento, muitas empresas estão se valendo de aplicativos para monitorar possíveis contágios. A consultoria e auditoria PWC desenvolveu uma plataforma que fornece um tipo de score a cada empregado, que define se ele pode ou não estar na empresa.
Dez grandes empresas já contrataram o serviço. Nesse programa, o funcionário responder a um questionário sobre sintomas, elaborado com perguntas da OMS, feito por um bot no WhatsApp. O sistema envia as informações pessoais um aplicativo, que cruza com dados internos e externos. Entram na análise informações como o grau de infecção da região que o funcionário mora e se algum colega próximo já reportou infecção por Covid-19.
“Se amanhã ou depois a infecção no do ambiente de trabalho virar uma questão trabalhista [judicial], a empresa mostra que tem um processo de checagem”, diz Norberto Tomasini, sócio da PWC Brasil.
A Ambev adota rastreamento semelhante, mas apenas nas cervejarias, não nos escritórios.
Os funcionários que retornarem encontrarão um ambiente de trabalho totalmente diferente. Na TopDesk, onde havia 80 cadeiras, agora só há 20. O local tem capacidade para mais de 100 pessoas, mas receberá apenas entre 25 e 30 simultaneamente. Para isso, usarão um software para fazer reservas, pois haverá um limite fixo da quantidade de pessoas. As reuniões em salas fechadas serão evitadas.
A Ambev já planejava fazer uma reforma, e adaptou as mudanças à nova realidade. Haverá menos espaço para estações de trabalho e mais para áreas de interação.
No entanto, nesse período inicial do retorno, o uso de espaços como café e salas de reunião estará suspenso, para evitar aglomerações.
Reuniões internas e com clientes, visitantes ou fornecedores passarão a ser realizadas online nesse período.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 13-06-2020) | | | | Escala de trabalho e até email do chefe comprovam direito a auxílio e pensão
A Covid-19 pode ser considerada uma doença do trabalho após uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) anular trechos da medida provisória do governo Jair Bolsonaro que impedia a caracterização como ocupacional da doença provocada pelo novo coronavírus.
Ao comprovar que há responsabilidade do empregador pela contaminação pelo vírus e as repercussões que isso trouxe para a sua saúde, o trabalhador passa a contar com benefícios previdenciários mais vantajosos e até mesmo com uma possível indenização da empresa.
A questão é como reunir provas da responsabilidade da empresa. A saída é demonstrar que a exposição ao risco de contaminação foi estimulada ou ocorreu por negligência do patrão, segundo o advogado Rômulo Saraiva.
Apesar de a prova principal sobre o caráter ocupacional seja a anotação no CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho), Saraiva explica que nem sempre será possível contar com a anotação correta no documento emitido pelo empregador.
Alternativas para obter o CAT com o registro correto da doença podem ser a emissão pelo sindicato, órgãos públicos competentes ou até mesmo por determinação judicial após realização de perícia.
Provas complementares, que podem mais facilmente ser obtidas pelo trabalhador, podem facilitar a caracterização da Covid-19 como doença ocupacional.
“Existem provas assessorias que podem se equiparar ao CAT, como emails do chefe pedindo para ir trabalhar, testemunhas, escalas de trabalho”, diz Saraiva.
“A ausência do fornecimento de EPIs [equipamentos de proteção individual] pode também indicar a responsabilidade do patrão”, diz comenta. “Fotografias e gravações em vídeo dessas situações podem ser consideradas provas.”
Um dos pontos mais importantes do reconhecimento da doença causada pelo coronavírus como ocupacional ocorre quando há sequelas e, eventualmente, a invalidez do paciente.
“A Covid, por si só, é tudo ou nada: o paciente se recupera ou morre. Mas há o casos em que o tempo de internação provoca sequelas e até a incapacidade decorrente da associação de doenças”, comenta Saraiva.
A aposentadoria por invalidez que resulta de doença do trabalho, por exemplo, tem cálculo mais vantajoso do que a que resulta de uma incapacidade sem causa ocupacional.
Enquanto a primeira é calculada sobre 100% da média salarial do trabalhador, a outra equivale a 60% da média para quem tem até 20 anos de contribuição.
Decisão
No final de abril, o STF suspendeu os artigos 29 e 31 da medida provisória 927/2020
O artigo 29 restringia as possibilidades de considerar a contaminação por Covid-19 como doença ocupacional, enquanto o 31 limitava a atuação de auditores fiscais do trabalho.
“Em função de o governo ter trazido em medida provisória regras que, inicialmente, afastam o caráter ocupacional da Covid-19, havia uma facilidade para quem quer derrubar a tese de doença do trabalho”, diz.
COVID-19 | DOENÇA DO TRABALHO
- A Covid-19 pode ser considerada uma doença ocupacional, segundo o STF (Supremo Tribunal Federal)
- Isso pode garantir benefícios e indenizações para o empregado contaminado no seu local de trabalho
- Provar que a exposição ao novo coronavírus ocorreu na empresa ou até por culpa dela exige algumas medidas
O que é doença ocupacional
É aquela doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade
Provas
A descrição da doença que gera o afastamento do emprego deve estar na CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho)
A emissão da CAT pelo empregador, porém, nem sempre é adequada ao real motivo do acidente ou doença
Confira abaixo algumas soluções para obter provas que podem caracterizar a Covid-19 como doença ocupacional:
Prova principal
- CAT emitida pelo sindicato da categoria do trabalhador
- CAT emitida pelo INSS ou órgão público competente
- CAT emitida no Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador)
Provas complementares
- Existem documentos que podem ser indícios de prova da responsabilidade da empresa na contaminação:
- Emails ou outras mensagens escritas pelo empregador pedindo para ir trabalhar
- Escalas de trabalho (entregues ao funcionário na forma impressa ou eletrônica)
- Testemunhas (colegas de trabalho, preferencialmente, do mesmo departamento)
- Perícia na empresa (determinada pela Justiça ou contratada pelo empregado)
PORQUE VALE A PENA BRIGAR
- O trabalhador ou seus dependentes podem receber benefícios ou indenizações se a Covid-19 adquirida por culpa do empregador gerar consequências graves, como incapacidade para o trabalho ou morte
Tudo ou nada
- A Covid-19, doença gerada pelo novo coronavírus, é em muitos casos um problema com consequências passageiras
- Mas, em parte dos casos graves, a doença leva o paciente à morte e, neste caso, há direito à pensão por morte
Pensão por morte
- A morte que não resulta de acidente de trabalho pode resultar em uma pensão que será paga por apenas quatro meses no caso de beneficiários que realizaram menos de 18 contribuições ao INSS
- Em caso de doença ocupacional, a pensão é paga aos dependentes por um período mínimo de três anos e pode ser vitalícia, a depender da idade do beneficiário
Doenças associadas
- A Covid-19, sozinha, não gera incapacidade para quem sobrevive a ela, ao menos pelo que se sabe da doença até aqui
- Mas um paciente que passa semanas internado pode ter sequelas geradas pela própria internação, como uma infecção hospitalar
- Ao ficar permanentemente incapacitado para desempenhar sua atividade profissional, o empregado tem direito à aposentadoria por invalidez
Aposentadoria por invalidez
- A reforma da Previdência diferenciou severamente o cálculo da aposentadoria por invalidez previdenciária (sem relação com o trabalho) do benefício relacionado a acidente do trabalho ou doença ocupacional
- Para a incapacidade gerada por questões ocupacionais, o benefício é de 100% da média salarial do trabalhador
- Se a invalidez não for relacionada ao trabalho, o benefício é de 60% da média salarial para quem contribuiu por 20 anos ou menos, acrescido de 2% para cada ano a mais de recolhimento
Indenizações
A caracterização como doença ocupacional também dá ao trabalhador ou aos seus dependentes a possibilidade de pedir à empresa indenizações e o custeio de despesas hospitalares e com medicamentos
| Folha de S.Paulo ( publicado em 13-06-2020) | | | | A Secretaria Municipal da Saúde aumentou neste sábado (13/6) o nível de alerta contra o coronavírus em Curitiba. A bandeira sinalizadora da situação da capital passou de amarelo (nível 1, alerta) para laranja (nível 2, de alerta médio), conforme estabelecido no Protocolomde Responsabilidade Social e Sanitária.
A medida decorre da expansão da transmissão do novo coronavírus na cidade, bem como do aumento de atendimentos na rede de saúde e de casos da doença.
Neste sábado, Curitiba chegou a 1.777 casos confirmados de covid-19, com 78 óbitos. A ocupação dos leitos de UTI por pacientes do novo coronavírus chegou a 74%, a maior desde o início da pandemia.
A secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, lembra que até meados de maio a média diária de novos casos regitrada na capital era de 14. Neste sábado, passou para 59, depois de a quarta-feira ter registrado 220 novos casos.
Com isso, há recomendação de restrições maiores para circulação de pessoas e funcionamento de serviços na capital.
O descumprimento das medidas estabelecidas no Decreto 774/2020, publicado neste sábado, acarretará responsabilização administrativa, civil e penal dos infratores.
As medidas entram em vigor na segunda-feira (15/6).
“Estamos tomando as medidas para que essa pandemia não se agrave ainda mais em Curitiba. O poder público não pode se omitir”, disse Márcia Huçulak
“Todos precisam entender que se a cidade não se precaver, mais pessoas morrerão. A curva de transmissão está ascendente e a situação se agravou.”
Márcia reforça a necessidade de as pessoas evitarem aglomerações. "Não é hora de fazer festa nem visitas nem passear. É hora de ficar em casa", diz.
O decreto suspende o funcionamento das seguintes atividades:
Academias de práticas esportivas
Igrejas e templos religiosos
Praças e parques públicos
Atividades de entretenimentos com ou sem música (tais como festas, teatros, circo e atividades correlatas)
Bares e atividades correlatas
Clubes sociais e esportivos
Outras atividades devem funcionar com restrição de horário:
Comércio de rua: atendimento ao público tem de ocorrer impreterivelmente entre 10h e 16h
Shopping centers: podem funcionar apenas de segunda a sexta-feira, entre 12h e 20h, devendo permanecer fechados nos fins de semana. Os serviços de alimentação que funcionem nos shoppings poderão operar entre 12h e 15h – fora desses horários, podem funcionar apenas com entrega (delivery)
Galerias e centros comerciais: funcionamento das 10h às 16h, de segunda a sexta-feira. Os serviços de alimentação que funcionem nesses locais poderão operar entre 12h e 15h – fora desses horários, podem funcionar apenas com entrega (delivery)
Restaurantes e lanchonetes: das 11h às 15h, todos os dias da semana. Fora desse horário, podem funcionar apenas para entregas (delivery).
Escritórios em geral: podem funcionar seis horas por dia, exceto para atividades de home office (com horário definido pela própria empresa)
Lojas de material de construção: funcionamento das 10h às 16h, de segunda a sexta, e das 9h às 13h nos fins de semana.
Os seguintes serviços devem operar com no máximo de 50% de sua capacidade de operação:
Hotéis e pousadas
Callcenter e telemarketing (exceto os vinculados a serviços de saúde)
Drive in (com uma sessão de exibição por dia ou 3 horas de operação)
O decreto estabelece ainda que deverão ser consideradas pelos proprietários a suspensão das seguintes atividades:
Cabeleireiros, manicure, pedicure e outros serviços de cuidados com a beleza
Atividade de higiene de animais domésticos
Serviços de alimentação de ambulantes
Serviços imobiliários
Feiras de Artesanatos
Outras atividades não relacionadas nos artigos acima mencionados e não consideradas como essencias conforme o Decreto 470/20
Para todas as atividades as regras da Resolução 01 são obrigatórias.
A flexibilização dessas medidas fica condicionada à melhoria dos indicadores epidemiológicos e da rede de atendimento da cidade.
| Prefeitura de Curitiba (publicado em 13-06-2020) | | | Bares e atividades correlatas estão na lista
À zero desta segunda-feira (15), entrou em vigor o novo decreto da Prefeitura de Curitiba que endurece as ações de combate ao novo coronavírus e o distanciamento social, e eleva o nível de alerta na cidade de bandeira amarela para a laranja. O decreto volta a suspender as atividades de alguns setores, como academias, bares, igrejas e templos religiosos e clubes esportivos. Também define horários para o funcionamento do comércio de rua, shoppings e restaurantes, entre outras.
Na tarde dste domingo (14), o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns, avaliou como correta a decisão da Prefeitura de Curitiba de elevar o nível de alerta da pandemia por conta da expansão da transmissão do novo coronavírus na cidade, do aumento de atendimentos na rede de saúde e de casos da doença. “Quase com certeza, vamos enfrentar a pior semana da epidemia da Covid até agora em Curitiba e no Paraná. Vários internamentos nas últimas 24 horas“, alertou.
Arns avalia que, se a população seguir as medidas de isolamento social, provavelmente, a Capital voltará a ter a epidemia sob controle em 4 a 6 semanas.
“Temos um aumento (casos e mortes) muito acima do tolerável. Não é tolerável vir aqui todo dia anunciar mais 3 ou 4 mortes. Houve um relaxamento em todos os setores”, disse a secretária Municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, no sábado, ao anunciar a bandeira laranja e a publicação do decreto 774/20, que norteia as novas medidas na Capital a partir de hoje.
Alerta
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) também emitiu um alerta, neste domingo, informando que nos próximos dias o Estado enfrentará o momento mais crítico da pandemia. No comunicado, a entidade reforça a orientação de manter o distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos.
O CRM também pede, em comunicado, que todos os profissionais e a população sigam as orientações das autoridades sanitárias municipais e estaduais.
O decreto suspende o funcionamento das seguintes atividades
Academias de práticas esportivas
Igrejas e templos religiosos
Praças e parques públicos
Atividades de entretenimentos com ou sem música (tais como festas, teatros, circo e atividades correlatas)
Bares e atividades correlatas
Clubes sociais e esportivos
Outras atividades devem funcionar com restrição de horário:
Comércio de rua: atendimento ao público tem de ocorrer impreterivelmente entre 10h e 16h
Shopping centers: podem funcionar apenas de segunda a sexta-feira, entre 12h e 20h, devendo permanecer fechados nos fins de semana. Os serviços de alimentação que funcionem nos shoppings poderão operar entre 12h e 15h – fora desses horários, podem funcionar apenas com entrega (delivery)
Galerias e centros comerciais: funcionamento das 10h às 16h, de segunda a sexta-feira. Os serviços de alimentação que funcionem nesses locais poderão operar entre 12h e 15h – fora desses horários, podem funcionar apenas com entrega (delivery)
Restaurantes e lanchonetes: das 11h às 15h, todos os dias da semana. Fora desse horário, podem funcionar apenas para entregas (delivery).
Escritórios em geral: podem funcionar seis horas por dia, exceto para atividades de home office (com horário definido pela própria empresa)
Lojas de material de construção: funcionamento das 10h às 16h, de segunda a sexta, e das 9h às 13h nos fins de semana.
Os seguintes serviços devem operar com no máximo de 50% de sua capacidade de operação:
Hotéis e pousadas
Callcenter e telemarketing (exceto os vinculados a serviços de saúde)
Drive in (com uma sessão de exibição por dia ou 3 horas de operação)
O decreto estabelece ainda que deverão ser consideradas pelos proprietários a suspensão das seguintes atividades:
Cabeleireiros, manicure, pedicure e outros serviços de cuidados com a beleza
Atividade de higiene de animais domésticos
Serviços de alimentação de ambulantes
Serviços imobiliários
Feiras de Artesanatos
Outras atividades não relacionadas nos artigos acima mencionados e não consideradas como essencias conforme o Decreto 470/20
| Bem Paraná ( publicado em 14-06-2020) | | | Os ônibus de Curitiba vão circular com ocupação máxima de 50% a partir de segunda-feira (15/6). Ônibus das linhas expressas e linhas diretas só deverão sair dos terminais com 30% de ocupação. Curitiba, 14/06/2020.
Os ônibus de Curitiba vão circular com ocupação máxima de 50% a partir de segunda-feira (15/6). Ônibus das linhas expressas e linhas diretas só deverão sair dos terminais com 30% de ocupação. Curitiba, 14/06/2020.
A partir de segunda-feira (15/6) os ônibus de Curitiba vão circular com ocupação máxima de 50%. A Urbanização de Curitiba (Urbs), que administra o transporte coletivo na capital, determinou que os motoristas não parem para embarque mais em estações-tubo ou pontos se o veículo já estiver com metade da capacidade ocupada. A determinação, que vale para todas as linhas, é para manter o distanciamento social entre os passageiros e evitar a propagação do novo coronavírus, que se acelerou nas últimas semanas. As alterações entram em vigor às 6h de amanhã.
Na noite deste domingo (14/6), a Urbs determinou também que os ônibus das linhas expressas e linhas diretas só deverão sair dos terminais com 30% de ocupação, para que, chegando aos 50% ao longo do trajeto, possam cumprir a determinação de não fazerem mais embarques. À medida que os passageiros desembarquem e a lotação caia para menos de 50%, o ônibus voltará a fazer embarques.
No caso dos biarticulados, os maiores ônibus em circulação na capital, 50% de lotação significa a ocupação de 53 bancos mais 73 passageiros em pé, num total de 126 pessoas. Nos articulados, com capacidade para transportar 200 pessoas no total, os 50% equivalem a 40 pessoas sentadas e 60 em pé.
“Estamos adotando as medidas de prevenção por conta do aumento do número de casos da Covid-19. Os ônibus já estavam saindo com lotação máxima de 50% dos principais terminais, mas verificamos que acabavam enchendo durante o percurso.
Agora eles sairão com 30% de ocupação nos terminais e não permitirão o embarque se já estiverem com 50% de lotação. É uma medida necessária e que vai ter que contar com a paciência do passageiro, que vai ter que se programar para esperar pelo próximo ônibus”, diz o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto.
O controle do número de passageiros será visual e realizado por cobradores e motoristas, que têm câmeras para visualizar a entrada de passageiros nos veículos.
Reforço na frota
Na semana passada, a Urbs fez mais um reforço de frota. Desde segunda-feira (8/6) foram colocados mais cinco ônibus biarticulados na linha Pinheirinho-Rui Barbosa, a partir das 17h, além de mais veículos nas linhas Rio Bonito, Rio Bonito – CIC e Dalagassa. Somente na linha Pinheirinho-Rui Barbosa, a frota será ampliada em 33%.
Com a reabertura dos shoppings, no último dia 25/5, a Urbs ampliou de 65% para 80% o uso da frota de 1,5 mil veículos. A demanda diária de passageiros está em média de 290 mil pessoas, ainda 62% abaixo do período antes da pandemia, portanto a frota opera com folga.
A linha Inter 2 passou a funcionar com 100% da frota nos dias úteis. As linhas expressas Pinheirinho-Rui Barbosa, Santa Cândida-Capão Raso e Circular Sul operam com 90% da capacidade nos horários de maior movimento e as linhas alimentadoras, que atuam na região Sul da cidade, trabalham com 100% no horário de pico. Também foi feito o reforço na linha Boqueirão-Centro Cívico nos picos da manhã e da noite.
Segundo o presidente da Urbs, o monitoramento do comportamento das linhas é permanente e o reforço da frota é gradual.
Para evitar aglomeração, a Urbs já tomou uma série de medidas no transporte coletivo. Todos os terminais têm marcações para que os passageiros mantenham uma distância de, no mínimo, 1,5 metro entre si e há distribuição de folders com orientações sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, necessidade de manter o distanciamento e as janelas abertas nos veículos. A recomendação é que os passageiros utilizem álcool em gel. Grupos de risco também só devem utilizar o sistema de transporte em caso de necessidade e de preferência fora do horário de pico.
Cartazes, faixas e painéis eletrônicos nos ônibus também trazem informações sobre a prevenção da covid-19.
Fiscais e agentes da Guarda Municipal fazem o trabalho de orientação, que ganhou também o apoio do Exército desde o último dia 14 de maio.
| Prefeitura de Curitiba ( publicado em 14-06-2020) | | | | A partir de segunda-feira (15/6) os ônibus de Curitiba vão circular com ocupação máxima de 50%. A Urbanização de Curitiba (Urbs), que administra o transporte coletivo na capital, determinou que os motoristas não parem para embarque mais em estações-tubo ou pontos se o veículo já estiver com metade da capacidade ocupada.
A determinação, que vale para todas as linhas, é para manter o distanciamento social entre os passageiros e evitar a propagação do novo coronavírus, que se acelerou nas últimas semanas. As alterações entram em vigor às 6h de amanhã.
Na noite deste domingo (14/6), a Urbs determinou também que os ônibus das linhas expressas e linhas diretas só deverão sair dos terminais com 30% de ocupação, para que, chegando aos 50% ao longo do trajeto, possam cumprir a determinação de não fazerem mais embarques. À medida que os passageiros desembarquem e a lotação caia para menos de 50%, o ônibus voltará a fazer embarques.
No caso dos biarticulados, os maiores ônibus em circulação na capital, 50% de lotação significa a ocupação de 53 bancos mais 73 passageiros em pé, num total de 126 pessoas. Nos articulados, com capacidade para transportar 200 pessoas no total, os 50% equivalem a 40 pessoas sentadas e 60 em pé.
“Estamos adotando as medidas de prevenção por conta do aumento do número de casos da Covid-19. Os ônibus já estavam saindo com lotação máxima de 50% dos principais terminais, mas verificamos que acabavam enchendo durante o percurso.
Agora eles sairão com 30% de ocupação nos terminais e não permitirão o embarque se já estiverem com 50% de lotação. É uma medida necessária e que vai ter que contar com a paciência do passageiro, que vai ter que se programar para esperar pelo próximo ônibus”, diz o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto.
O controle do número de passageiros será visual e realizado por cobradores e motoristas, que têm câmeras para visualizar a entrada de passageiros nos veículos.
Reforço na frota
Na semana passada, a Urbs fez mais um reforço de frota. Desde segunda-feira (8/6) foram colocados mais cinco ônibus biarticulados na linha Pinheirinho-Rui Barbosa, a partir das 17h, além de mais veículos nas linhas Rio Bonito, Rio Bonito – CIC e Dalagassa. Somente na linha Pinheirinho-Rui Barbosa, a frota será ampliada em 33%.
Com a reabertura dos shoppings, no último dia 25/5, a Urbs ampliou de 65% para 80% o uso da frota de 1,5 mil veículos. A demanda diária de passageiros está em média de 290 mil pessoas, ainda 62% abaixo do período antes da pandemia, portanto a frota opera com folga.
A linha Inter 2 passou a funcionar com 100% da frota nos dias úteis. As linhas expressas Pinheirinho-Rui Barbosa, Santa Cândida-Capão Raso e Circular Sul operam com 90% da capacidade nos horários de maior movimento e as linhas alimentadoras, que atuam na região Sul da cidade, trabalham com 100% no horário de pico. Também foi feito o reforço na linha Boqueirão-Centro Cívico nos picos da manhã e da noite.
Segundo o presidente da Urbs, o monitoramento do comportamento das linhas é permanente e o reforço da frota é gradual.
Para evitar aglomeração, a Urbs já tomou uma série de medidas no transporte coletivo. Todos os terminais têm marcações para que os passageiros mantenham uma distância de, no mínimo, 1,5 metro entre si e há distribuição de folders com orientações sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, necessidade de manter o distanciamento e as janelas abertas nos veículos. A recomendação é que os passageiros utilizem álcool em gel. Grupos de risco também só devem utilizar o sistema de transporte em caso de necessidade e de preferência fora do horário de pico.
Cartazes, faixas e painéis eletrônicos nos ônibus também trazem informações sobre a prevenção da covid-19.
Fiscais e agentes da Guarda Municipal fazem o trabalho de orientação, que ganhou também o apoio do Exército desde o último dia 14 de maio.
| Bem Paraná | | |
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns, avalia como correta a decisão da Prefeitura de Curitiba de elevar o nível de alerta da pandemia da Covid-19 e restringir, a partir de segunda-feira (15/6), atividades na capital por conta da expansão da transmissão do novo coronavírus na cidade, do aumento de atendimentos na rede de saúde e de casos da doença. "Quase com certeza, vamos enfrentar a pior semana da epidemia da Covid até agora em Curitiba e no Paraná. Vários internamentos nas últimas 24 horas ", alerta ele.
Firme defensor do distanciamento e isolamento social como medida para evitar um colapso do sistema de saúde em meio à pandemia, Arns aprovou a criação do sistema de monitoramento por bandeiras de Curitiba, que baliza a responsabilidade sanitária na cidade durante a pandemia e elevou o nível de alerta contra o coronavírus em Curitiba. A bandeira sinalizadora da situação da capital passou, no último sábado (13/6), de amarelo (nível 1, alerta) para laranja (nível 2, de alerta médio).
"O monitoramento por bandeiras permite ao município oferecer um retrato da situação da pandemia para que a população veja de forma clara em que nível cidade se encontra", observa o infectologista.
O sistema conta com um painel com três níveis de cores: amarelo (alerta), laranja (risco de alerta médio) e vermelho (risco alto). Esse monitoramento é diário e feito com base em dois critérios: propagação da doença e capacidade de atendimento do serviço de saúde.
Com a adoção da bandeira laranja, a partir desta segunda-feira (15/6), ficam suspensas seguintes atividades: academias de práticas esportivas, igrejas e templos religiosos, praças e parques públicos, atividades de entretenimentos com ou sem música (festas, teatros, circo e atividades correlatas), bares e atividades correlatas e clubes sociais e esportivos. Além disso, outras atividades devem funcionar com restrição de horário.
Saiba o que muda com a adoção da bandeira laranja
Sem aglomerações
Arns pede que a população evite aglomerações e locais que não cumpram as regras fundamentais de prevenção: exigência do uso de máscaras, distanciamento físico de 1,5 metro e higienização de mãos. "Enfim, acreditem, é o momento de cada cidadão fazer , mais do que nunca, sua parte", diz o médico.
Arns avalia que, se a população seguir as medidas de isolamento social, provavelmente, a capital voltará a ter a epidemia sob controle em 4 a 6 semanas.
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) emitiu um alerta, neste domingo (14/6), informando que nos próximos dias o estado enfrentará o momento mais crítico da pandemia. No comunicado, a entidade reforça a orientação de manter o distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos.
O CRM também pede, em comunicado, que todos os profissionais e a população sigam as orientações das autoridades sanitárias municipais e estaduais.
Apoio
A Associação Comercial do Paraná (ACP) anunciou, em comunicado divulgado neste domingo (14/6), apoio à adoção pela Prefeitura da bandeira laranja para conter a expansão de casos de covid-19 na capital. "As novas medidas certamente reduzirão as aglomerações, reduzindo também, com o escalonamento de horários, a lotação de ônibus e terminais de transporte, o que tem sido a grande preocupação da entidade", avalia Camilo Turmina, presidente da entidade.
De acordo com ele, após os ajustes para reabertura com comércio em abril, a ACP tem procurado preservar as atividades econômicas, mas sempre respeitando rigorosamente as normas sanitárias para preservar a saúde pública. "Neste momento, é fundamental a colaboração de todos para que se evite a bandeira vermelha e o consequente lockdown", acrescentou Turmina.
O presidente da entidade lembra ainda que a ACP criou um canal de comunicação criado com a entidade, através de whatsapp e email, para que a população denuncie estabelecimentos que ficarem abertos fora do horário estabelecido. "Esta iniciativa poderá ser de grande valia para a Prefeitura em suas ações de fiscalização", acredita ele.
| Bem Paraná ( publicado em 14-06-2020) | | | Prévia do IIE-BR sinaliza que incerteza sobre a economia se consolidou em novo patamar.
Resultados preliminares de um indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV) sinalizam que a incerteza em relação à economia brasileira se consolidou em patamar elevado em junho e deverá seguir em alta até o fim do ano. Na prática, o atual patamar de incerteza seria o "novo normal", nas palavras da economista da FGV Anna Carolina Gouvea.
Gouvea fez a observação ao comentar a queda de 3,1 pontos na prévia do Indicador de Incerteza da Economia (IIE-BR) de junho, para 187,2 pontos, anunciada nesta segunda-feira pela fundação. Longe de indicar arrefecimento da incerteza em relação à economia brasileira, a queda na prévia do índice em junho mostra média de 188,8 pontos desde a eclosão da pandemia de Covid-19, em meados de março, pontuou a técnica.
Antes da crise, o indicador se posicionava na faixa entre 115 pontos e 120 pontos. "O indicador já operava em patamar elevado e vinha se colocando nessa faixa [de 115 pontos a 120 pontos] desde 2015", completou Gouvea.
"Antes da crise, a média do índice era de 119 pontos, o que já era alto", disse ela, lembrando que quadrante favorável para o indicador seria pontuação abaixo de 100 pontos. "O que temos agora é uma média de 188,8 pontos, o que pode ser considerado um novo normal para pandemia", concluiu.
A técnica alertou ainda que o desempenho preliminar do índice de junho pode até sinalizar um pequeno recuo para o mês.
Ela comentou que, de abril a maio, a queda foi de 20,2 pontos. Isso porque o indicador subiu tanto logo após o início da pandemia que houve uma "calibragem" no mês passado – que não eliminou, porém, o avanço dos meses de março e abril, bimestre em que o índice subiu 95,4 pontos, devido à atual crise. Agora, de maio para junho, a queda foi menos intensa, de 3,1 pontos.
“O ritmo da queda está diminuindo”, alertou Gouvea, o que favorece manutenção do indicador em patamar elevado.
A especialista comentou que as notícias, até o momento, não favorecem uma queda rápida do indicador nos próximos meses. Os dados de especialistas mostram índice de contaminação por Covid-19 ainda elevado. E, mesmo com a flexibilização de reabertura iniciada por algumas cidades, isso, na prática, não sinaliza retorno robusto do consumo, notou.
"Tem um vai e vem muito grande nas medidas de reabertura do comércio e isso ajuda a elevar mais ainda incerteza", comentou, acrescentando que não há, no momento, um plano grande, consistente e coerente para lidar com a crise sanitária.
Pelo lado da economia, Gouvea disse que o país vai para o terceiro mês de auxílio emergencial, mas que muitas pessoas não conseguiram o benefício. "Pequenos empresários estão em busca de crédito, mas também não estão conseguindo. Temos também indicadores de mercado de trabalho se deteriorando", citou.
Para especialista, o mais provável, no momento, é que o indicador fique na faixa dos 180 pontos, no curto prazo, com possibilidade de oscilar entre 160 a 170 no fim do ano.
| G1 | | | | Cerca de 100 pessoas foram para a frente da Prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico, nesta manhã de segunda-feira, 15 de junho, para protestar contra o Decreto 774/2020. Publicado no sábado (13), ele determina a restrição de atividades em Curitiba por conta do avanço dos casos da Covid-19. Os manifestantes são do setores afetados pelo decreto, funcionários de academias, bares e casas noturnas.
Os manifestantes estavam usando máscaras, mas não estavam respeitanto do distancimento de cerca de 1,50 metros recomendados pelas autoridades mundiais da Saúde. Houve uma aglomeração em frente à Prefeitura de Curitiba.
No último sábado, 13 de junho, um grupo ligado às academias fez uma manifestação com buzinaço em frente ao prédio onde mora o prefeito Rafael Greca, no bairro Batel.
A Associação dos Centros de Atividade Física (Acaf) repudiou o decreto de bandeira laranja. Em nota, a Associação ainda questionou os critérios que ordenam o fechamento das academias, mas permitem a abertura de shopping centers na Capital. O setor lembra que o decreto federal considera as academias como atividade essencial.
Bares e casas noturnas
Outro setor que reagiu forte foi a de bares e casas noturnas, que também está com as atividades suspensas com o novo decreto. A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) fez uma convocação ainda na noite de sábado para um ato na Prefeitura de Curitiba, hoje. Pelas redes sociais, a associação chamava empresários, colaboradores, fornecedores e terceirizados para se reunirem na sede da Prefeitura às 14 horas para demonstrar “toda a insatisfação com o momento da gestão municipal no enfrentamento da Covid-19”, diz o comunicado da Abrabar.
Nas redes sociais, a Abrabar classificou a medida de retornar com as restrições (dos setores) adotada pela Prefeitura como uma atitude covarde, e prevê que muitos dos empreendimentos em Curitiba terão que fechar as portas definitivamente, aumentando o desemprego. Contundente, o texto nas redes sociais diz que o setor “declara guerra” contra as medidas da Secretaria Municipal de Saúde.
Contra a "quarentena eterna"
Ainda na noite de domingo, um evento batizado de "Manifestação contra a quarentena eterna" convocava para um protesto em frente à Prefeitura às 14 horas. Segundo o chamado para esta manifestação, participariam os setores de restaurantes, bares, clubes sociais, shoppings, instituições religiosas e escolares, "reunidos para exigir o cumprimento da quarentena vertical".
Restaurantes
A Associação Brasileiras de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR) emitiu, no final da noite de sábado, uma nota criticando o decreto da Prefeitura de Curitiba. “Nos últimos meses, a Associação Brasileiras de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel - PR), entidade que representa mais de 50 mil estabelecimentos no Estado, dialogou incansavelmente com o poder público em busca de medidas assertivas com relação ao combate da Covid-19. Por esse motivo, fomos surpreendidos negativamente com o decreto divulgado pela Prefeitura de Curitiba no começo da noite deste sábado”, inicia a nota.
“Não faz sentido algum, por exemplo, liberar os restaurantes durante o almoço e proibir o funcionamento durante o jantar. Assim como não faz sentido algum transferir para os empresários do setor a responsabilidade pelos aumentos dos casos em Curitiba. Se a medida não for revertida, ela representará o fim definitivo de muitos empreendimentos da cidade e, consequentemente, milhares de empregos serão ceifados”, continua a nota.
“A Abrasel tentará contato com o prefeito Rafael Greca em busca de uma solução racional, que leve em consideração os aspectos de cada negócio. Se isso não for possível, a associação irá tomar medidas mais ríspidas nos próximos dias”, termina.
Aumento de casos
Desde o início do mês, a Secretaria Municipal de Saúde vem chamando a atenção para o aumento de casos em Curitiba. Se até maio havia o reconhecimento de que a Capital havia conseguido achatar a curva de contágio, os indicadores das semanas seguintes mostram um acelerado avanço nas notificações. Até os últimos dias de maio, a média de novos casos era de 15 por dia. A semana passada terminou com média acima de 50 casos por dia, e um pico de mais de 200 num único dia na semana passada.
O último boletim, divulgado no sábado, mostrava que o número de casos e óbitos em Curitiba tinha subido mais de 50% em apenas 12 dias. Até o sábado, eram 1.777 casos e 78 óbitos.
| Bem Paraná | | | | Apesar de um socorro bilionário do governo federal, os Estados devem sair da crise ainda mais endividados do que já estavam antes da pandemia do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, o ritmo da recuperação ainda incerto coloca dúvidas sobre o momento em que a arrecadação voltará ao patamar pré-crise. A combinação desses fatores tem levado especialistas a apostar numa nova rodada de resgates ou até numa renegociação da dívida dos governos estaduais.
Entre o início de janeiro e o fim de abril, o estoque da dívida dos Estados saltou R$ 53,5 bilhões, e a maior parte do aumento (R$ 52,2 bilhões) é explicada pela variação cambial, de acordo com dados do Banco Central. A alta foi de R$ 41,1 bilhões no saldo da dívida externa e de R$ 11,1 bilhões na dívida interna atrelada ao dólar.
Com a aprovação do socorro, os governos estaduais poderão deixar de pagar as parcelas das dívidas com União, bancos públicos e organismos internacionais até o fim de 2020.
Segundo dados do Ministério da Economia, a medida deve abrir um espaço de R$ 52,5 bilhões no Orçamento dos Estados. Mas eles terão que reincorporar esse débito (com correções) ao saldo restante dos contratos no início de 2022, o que aumentará o valor do serviço da dívida e pressionará o caixa dos governadores em pleno ano eleitoral. Até lá, ainda não se sabe se a arrecadação já terá retomado o nível anterior à crise.
| Bem Paraná ( publicado em 14-06-2020) | | | Especialistas e lideranças políticas avaliam se as mobilizações contra o governo vão ganhar força e migrar das redes sociais para as ruas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é parcimonioso quanto a eventuais desdobramentos no Brasil do caso George Floyd, segurança negro desempregado morto por um policial em Minneapolis. A economia pode explodir, na sua avaliação, essa panela de pressão. "Creio que as chances maiores de alguma explosão ocorrer será se e quando o fim da epidemia encontrar a economia semi paralisada", disse, ao Estadão.
O professor de Teoria Política da Unesp Marco Aurélio Nogueira concorda. "Nos EUA, bastou uma faísca para levar a uma rebeldia que estava entranhada. O presidente (Bolsonaro) é um provocador permanente, causa polêmica, briga, e há uma recessão prevista para este ano e para o próximo que vai produzir descontentamento social muito grande. Isso é combustível", frisou. "É como se estivéssemos sentados em um tanque gigantesco de gasolina."
Para Matheus Gato, professor do departamento de sociologia da Unicamp e membro do núcleo Afro Cebrap, a onda de protestos pela morte de George Floyd pode servir como incentivo. "Nesse momento que temos esse rosto fascista de algumas direitas que assumiram governos com discursos violentos, é interessante pensar que temos populações negras na rua em diversas partes do mundo", observou. "Embora o ponto não seja o ataque a um governo específico, porque estamos falando de situação estrutural, no caso brasileiro, esse governo já demonstrou qual é sua linguagem da questão racial", disse.
Estamos juntos
No último dia 30, foi lançado o movimento Estamos Juntos. Entre os milhares de apoiadores, nomes como o do apresentador Luciano Huck e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), pedem para que "partidos, seus líderes e candidatos agora deixem de lado projetos individuais de poder em favor de um projeto comum de País".
"A coesão aumenta à medida que se define corretamente qual o objetivo. Se pensam nas frentes como articulações pré-eleitorais, elas explodem em 24 horas. Eu as imagino como limitadas à defesa da democracia", afirmou Dino. "Às vezes, temos divergências. Eu, por exemplo, acho que essas frentes democráticas são valiosíssimas."
Para Huck, um dos nomes cotados para a disputa da Presidência em 2022, a preocupação deveria ser o enfrentamento à pandemia, mas, diante de uma ameaça autoritária, ele estimula que a defesa da democracia seja feita por todos. "Neste momento deveríamos todos estar concentrados em desenhar e implantar estratégias para enfrentar e mitigar os efeitos sociais, econômicos e sanitários desta crise. Mas, com o fantasma do autoritarismo nos assombrando, temos que nos movimentar em defesa da democracia", disse. "Todos que queiram defendê-la devem ser bem-vindos, sem exceções."
Favorável a um processo de impeachment, o fundador do partido Novo, João Amoêdo, defende uma coalizão democrata "produtiva" para fazer frente ao presidente. "Houve protestos que considero ruins, como a favor de intervenção militar, do AI -5 e contra STF e Congresso. É natural, agora, até pela perda de popularidade do presidente, que ocorram protestos contra o governo. Tenho sido um crítico do governo Bolsonaro, principalmente pela postura do presidente de minimizar o impacto da pandemia, de descumprir recomendações da OMS. Acho positivo haver essa mobilização", disse.
Dilema
A queda na popularidade de Bolsonaro chega em um momento de hesitação de opositores em aproveitar a onda contra o governo diante de uma crise sanitária ainda na fase de recrudescimento. Líder do PCdoB na Câmara, a deputada Perpétua Almeida (AC) diz haver pressão de alas para a realização de protestos de rua como reação às carreatas pró-Bolsonaro e contra Congresso e STF, em Brasília. "As militâncias querem ir para a rua. Isso no PSOL, no PCdoB, no PT e até no PSDB. É hora de fazer isso? Eu acho arriscado", disse. "Há um movimento muito positivo na sociedade para dizer que as pessoas não aceitam o comportamento autoritário do presidente.
Perpétua Almeida admite que é difícil reunir o campo e prevê fim melancólico para os que não aderirem. "Tem que ter uma única bandeira, que é a manutenção dos pilares que seguram a democracia. A maioria das pessoas está com esse sentimento, e penso que isso vai ser uma avalanche em cima daqueles que estão olhando para o próprio umbigo", sublinhou.
O senador Humberto Costa (PT-PE) também é contra manifestações neste momento, mas diz que partidos e centrais sindicais estarão mobilizados. "Constrói-se na sociedade um sentimento de insatisfação com o governo, por conta de ameaças que ele faz às liberdades e à democracia e da forma debochada e sarcástica com que lida com a covid-19", disse. Dono da palavra final em um PT desgastado, Lula criticou frentes suprapartidárias. "Eu não tenho mais idade para ser Maria vai com as outras. O PT já tem história neste País, já tem administração exemplar neste País. Eu, sinceramente, não tenho condições de assinar determinados documentos com determinadas pessoas", afirmou, em reunião partidária.
Outra figura proeminente da centro-esquerda com dificuldades para aderir aos grupos é o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), que tem feito críticas a Lula. Para Ciro, é preciso ter "lucidez" para enfrentar a "insanidade" de Bolsonaro "e seus asseclas".
Ex-aliado de Bolsonaro, o senador Major Olímpio (PSL-SP) diz que não há ambiente para uma ruptura institucional com apoio das Forças Armadas ou Polícias Militares. Segundo ele, a ameaça do golpe é usada pelos dois lados para o recrudescimento do ódio. "Seja o presidente ou quem quer que for, vai ficar falando sozinho. Não conseguirá um jipe e dois soldados para dar uma carona até o aeroporto. Vai ter que ir de táxi ou Uber porque não vai conseguir", disse o parlamentar, fazendo uma referência à fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em 2018, segundo a qual bastavam "um soldado e um cabo" para fechar o STF.
| Bem Paraná ( publicado em 14-06-2020) | | | Com fim do auxílio emergencial, pobres no país podem chegar a 48,8 milhões, segundo Banco Mundial
Sete milhões de brasileiros podem ser empurrados para a pobreza neste ano, se os mecanismos de transferência de renda emergencial adotados pelo governo não atingirem os mais vulneráveis ou forem suspensos antes de terminados os efeitos da Covid-19.
O diagnóstico é do Banco Mundial, que acaba de rever sua projeção de contração da economia do Brasil em 2020 para 8%, bem acima da queda já significativa de 5% estimada pela instituição em abril, após o agravamento inicial da pandemia.
O novo número representa uma virada de 10 pontos percentuais em relação aos 2% de crescimento esperados para o país no início deste ano.
Com o distanciamento social imposto pelo coronavírus, a reversão econômica brutal atingiu principalmente os trabalhadores informais e autônomos, trazendo consigo o risco de uma explosão da pobreza.
Pelas contas do Banco Mundial, sem as medidas de proteção implementadas pelo governo federal, o total de brasileiros pobres pode saltar de 41,8 milhões, em 2019, para 48,8 milhões (cerca de 23% da população), em 2020.
Esse cálculo considera as pessoas que vivem com menos de US$ 5,50 por dia em países de renda média alta como o Brasil, o que implica privações econômicas significativas.
Convertida por uma taxa de câmbio que leva em conta as diferenças no custo de vida entre as nações, a linha da pobreza de US$ 5,50 equivalia a uma renda mensal per capita de R$ 434 em julho de 2019.
Segundo Christoph Lakner, economista do Banco Mundial, os mecanismos existentes de apoio aos mais pobres no país --como o Bolsa Família e o auxílio-desemprego-- somados aos criados emergencialmente pelo governo podem evitar que a recessão redunde em maior pobreza.
Entre as medidas recentes, ele cita a criação da transferência de R$ 600 para adultos que se declararam atingidos pela crise e o programa que complementa a renda de funcionários cujas empresas reduziram seus salários para evitar demissões.
Mas o economista destaca que a efetividade dessas medidas --especialmente o auxílio aos informais-- dependerá tanto da qualidade de sua implementação quanto de sua duração.
“Com interrupções mais longas do nível de emprego, o impacto sobre trabalhadores de baixa renda informais e contas-própria se torna mais severo”, afirma Lakner.
O especialista ressalta que, ao reagir rapidamente, o governo brasileiro optou por evitar “erros de exclusão”, preferindo chegar a mais brasileiros do que o necessário e garantir, com isso, que os mais vulneráveis não ficassem de fora.
Segundo ele, isso é compreensível em situações que exigem que governos ajam em resposta a uma queda severa e repentina da renda nacional.
A dúvida agora é sobre o futuro, já que os efeitos recessivos da crise se prolongarão além dos três meses iniciais previstos como duração de algumas medidas.
O governo já anunciou que estuda estender o pagamento do auxílio emergencial por mais meses, cortando, porém, o valor do benefício.
Para Naercio Menezes, pesquisador do Insper, o ideal seria, no entanto, manter os R$ 600, mas refinar a identificação dos necessitados, reduzindo o número de beneficiários.
“As ferramentas desenvolvidas para cadastrar novos beneficiários nessa crise podem servir para melhorar o foco da assistência social tanto agora quanto no futuro”, diz o economista.
Um estudo feito em abril por Menezes e Bruno Komatsu - também economista do Insper-- indicava trajetórias esperadas para a pobreza segundo diferentes hipóteses sobre a magnitude e a extensão da renda emergencial.
Eles concluíram que, se o benefício de R$ 600 atingisse 32 milhões de brasileiros mais vulneráveis, não apenas evitaria um aumento da pobreza como garantiria uma queda substancial desse indicador enquanto fosse mantido.
“Muitos pobres no Brasil vivem com menos de R$ 600 por mês”, diz Menezes.
A ajuda foi paga, até agora, a mais de 50 milhões de adultos. Isso significa, segundo o economista, que seu escopo pode ter ido além do necessário.
Ele concorda com Lakner que, dada a brutalidade e a rapidez da crise, é compreensível a reação inicial do governo. Mas ressalta que é hora de planejar melhor os próximos passos.
No mundo, cerca de 70 milhões podem ir para pobreza extrema.
Uma preocupação grande de especialistas em pobreza e desigualdade é a enorme fatia de trabalhadores que depende de renda informal --e, portanto, incerta-- em países como o Brasil.
Uma pesquisa recente feita pela Plano CDE, consultoria especializada em projetos sociais e políticas públicas, mostra que 70% das famílias brasileiras que vivem com menos de R$ 3.135 por mês têm renda 100% variável. Ou seja, dependem totalmente de ciclos econômicos favoráveis para conseguir comprar comida e pagar suas contas.
“Nesse grupo, estão as famílias já cobertas pela assistência social e as que foram incluídas agora no programa emergencial, cujo teto é uma renda de R$ 3.100”, diz o antropólogo Maurício Prado, diretor-executivo da Plano CDE.
Enquanto o benefício emergencial durar, essas famílias não cairão na pobreza. Mas, quando ele for suspenso, essa realidade pode mudar rapidamente, levando o risco de aumento da privação econômica, calculado pelo Banco Mundial, a se materializar.
“Se suspendermos o auxílio emergencial enquanto o impacto negativo da crise persistir, muitas pessoas cairão na pobreza no mês seguinte”, afirma Menezes.
Prado ressalta que outro grupo que merece atenção é o de famílias com renda entre R$ 3.135 e R$ 6.000 por mês, já que quase metade delas também é dependente de rendimentos totalmente variáveis.
“O risco de pobreza repentina entre essas famílias é menor, mas elas estão sujeitas a outros perigos como o endividamento excessivo”, afirma o antropólogo.
Na pesquisa que a consultoria fez em abril, antes de os benefícios emergenciais entrarem em vigor, a fatia de famílias que declarou ter aumentado dívidas por causa da crise foi de 36% e 47%, respectivamente, nas classes C e DE.
O levantamento mostrou ainda que, sem assistência social, é alto o número de brasileiros que conta com o socorro de vizinhos e familiares em momentos de crise como o atual.
Essa rede informal de apoio tem gerado cenas comoventes em partes da América Latina, onde a infraestrutura de ajuda governamental tem falhado, mesmo com a criação de benefícios emergenciais.
Em áreas pobres de países como El Salvador, Bolívia, Guatemala e Equador, famílias passaram a estender panos brancos fora de suas casas para indicar que estão prestes a ficar sem comida.
O sinal virou uma espécie de código nessas comunidades, ao alertar vizinhos, que se mobilizam para deixar alimentos em frente a essas residências. Em alguns países, até as autoridades locais têm baseado suas ações no movimento das “banderas blancas”.
Pelos cálculos mais recentes do Banco Mundial, a crise do Covid-19 poderá adicionar 70 milhões de pessoas às cerca de 632 milhões que sobreviviam na pobreza extrema --com menos de US$ 1,90 por dia-- em 2019.
Segundo a instituição, a queda de 5,2% esperada para o PIB global neste ano vai configurar a pior recessão enfrentada pela humanidade em oito décadas.
Até agora, de acordo com Lakner, 190 países e territórios adotaram novas medidas ou adaptaram políticas existentes em consequência da Covid-19, atingindo cerca de 12% da população global.
Segundo ele, o quanto mais eficazes essas respostas na identificação das pessoas mais necessitadas menor será o aumento da pobreza em decorrência do coronavírus.
Cálculos de Lakner e outros economistas da instituição mostram que cada 1% de redução na desigualdade de renda diminui em 20% o impacto da pandemia sobre a pobreza.
Ele ressalta que, em países como o Brasil, onde a população informal mais sensível às características da recessão atual é muito grande, medidas com esse foco são ainda mais importantes. “As transferências terão um papel crítico na pandemia”, diz o economista.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 14-06-2020) | | | | As importações fictas de plataformas de petróleo inflaram o volume de bens de capital importados pelo País em maio, segundo dados do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta segunda-feira, 15, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). As importações de bens de capital entram na conta dos investimentos feito no País dentro do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
As importações de bens de capital cresceram 78,7% em maio de 2020 ante maio de 2019. Se excluídas dessa conta as plataformas de petróleo, as importações de bens de capital recuaram 39,9% em maio deste ano ante maio do ano passado.
"O cenário recessivo da economia explica a queda nas compras de máquinas e equipamentos para o setor de agropecuária e indústria. Para o setor agropecuário, os resultados no nível de atividade são positivos, mas a desvalorização do real encarece a compra de novos equipamentos", ressaltou a FGV, em nota.
Já o volume exportado de bens de capital recuou 59,0% em maio de 2020 ante maio de 2019.
O saldo da balança comercial foi de US$ 4,5 bilhões em maio, US$ 1,1 bilhão abaixo do valor registrado em maio de 2019. No acumulado do ano até maio, o saldo foi de US$ 15,5 bilhões, resultado inferior em US$ 4,8 bilhões ao obtido em igual período de 2019. A piora na balança de janeiro a maio é explicada pela queda mais acentuada das exportações (-7,2%) do que das importações (-2,5%).
No entanto, o desempenho negativo das importações foi atenuado pelas plataformas de petróleo em maio de 2020.
"Essas operam no país, porém eram registradas em subsidiárias da Petrobras no exterior para obtenção de isenções fiscais. Com a instituição do regime aduaneiro especial Repetro-Sped, em 2018, as plataformas têm sido nacionalizadas, o que influencia o valor das importações. Sem as plataformas, as importações em maio teriam recuado em 29% e o saldo seria de US$ 7,3 bilhões, o maior saldo desde 2018", justificou a FGV, na nota.
Em volume, as exportações aumentaram 4,1% em maio de 2020 ante maio de 2019. Já as importações cresceram 0,9% no período. Excluindo o efeito das plataformas de petróleo nas importações, o volume importado teria recuado 19,6% no mês.
| Bem Paraná | | | Os economistas do mercado financeiro cortaram novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 15, a expectativa para a economia este ano passou de retração 6,48% para queda de 6,51%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,12%.
Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava em 3,20%.
No fim de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB recuou 1,4% no primeiro trimestre de 2020, ante o quarto trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, a queda foi de 0,1%.
No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 5,35% para queda de 5,44%. Há um mês, estava em baixa de 3,68%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 3,00% para 3,50%, ante 2,50% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 64,63% para 65,61%. Há um mês, estava em 64,20%. Para 2021, a expectativa foi de 65,90% para 66,12%, ante 65,20% de um mês atrás.
Déficit primário
O Relatório de Mercado Focus trouxe alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano foi de 8,00% para 9,96%. No caso de 2021, foi de 2,15% para 2,23%. Há um mês, os porcentuais estavam em 7,80% e 2,01%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 foi de 12,30% para 14,30%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, seguiu em 6,20%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 12,00% e 6,00%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Os avanços nas projeções refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.
Balança comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 47,75 bilhões para US$ 52,50 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 43,35 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit foi de US$ 47,35 bilhões para US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 42,80 bilhões.
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2020 passou de déficit de US$ 20,50 bilhões para US$ 13,95 bilhões, ante US$ 34,10 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo foi de US$ 32,75 bilhões para US$ 20,88 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 40,00 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 60,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 65,00 bilhões. Para 2021, a expectativa seguiu em US$ 75,00 bilhões, ante US$ 76,00 bilhões de um mês antes.
| Bem Paraná | | | O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) caiu 3,1 pontos na passagem de maio para junho, segundo a prévia do indicador deste mês divulgado em edição extraordinária pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Se confirmado, o índice descerá a 187,2 pontos.
Se o resultado for confirmado na divulgação final de junho, o IIE-Br terá devolvido em dois meses de quedas apenas 24% da alta de 95,4 pontos observada nos meses de março e abril.
"Após recuar mais de 20 pontos em maio, a tímida queda de junho sugere uma estabilização dos níveis de incerteza em patamar próximo aos 190 pontos, cerca de 50 pontos acima do recorde anterior à crise atual, que era de 136,8 pontos, em setembro de 2015.
Além das dúvidas relacionadas à evolução da pandemia e das medidas de isolamento social no Brasil, fatores econômicos, como as dificuldades de acesso a crédito pelas empresas, e políticos têm contribuído para a manutenção de níveis elevados de incerteza.
O componente de Expectativa vem subindo desde o início da crise, confirmando a enorme dificuldade de se fazer previsões econômicas em 2020", avaliou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O IIE-Br é composto por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
Na prévia de junho, o componente de Mídia caiu 5,2 pontos, para 165,9 pontos. Já o componente de Expectativa avançou 6,4 pontos, para 236,5 pontos.
A prévia do Indicador de Incerteza da Economia Brasileira coletou dados de 30 dias terminados em 9 de junho. O resultado fechado do mês será divulgado no próximo dia 30.
| Bem Paraná | | | Os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (15) pelo Banco Central mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,53% para 1,60%. Há um mês, estava em 1,59%. A projeção para o índice em 2021 foi de 3,10% para 3,00%. Quatro semanas atrás, estava em 3,20%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
A expectativa de inflação no curto prazo tem sido bastante afetada pela perspectiva de que, com a pandemia do novo coronavírus, a atividade econômica seja fortemente prejudicada, com impactos negativos sobre a demanda por produtos e baixa da inflação.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA recuou 0,38% em maio. No acumulado do ano, a taxa está negativa em 0,16%.
No Focus agora divulgado, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 1,67% para 1,51%. Para 2021, a estimativa do Top 5 passou de 3,25% para 2,80%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 1,61% e 3,00%, nesta ordem.
No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, igual ao visto um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,50%, ante 3,38% de quatro semanas antes.
Últimos 5 dias
Em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, a projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 1,53% para 1,57%. Houve 92 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 1,58%.
No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,15% para 3,00%. Há um mês, estava em 3,20%. A atualização no Focus foi feita por 88 instituições.
| Bem Paraná | | | Se as expectativas do mercado forem confirmadas, o Comitê de Política Monetária (COPOM) deve reduzir a taxa básica da economia, a Selic, para 2,25% ao ano na próxima quarta-feira. Esse percentual é inferior à faixa mínima de inflação perseguida pelo Banco Central (BC). Discuto abaixo qual reflexo este movimento deve ter em como os brasileiros investem e nos preços dos ativos de risco.
Este movimento impactará consideravelmente o investimento mais popular dentre os brasileiros, a caderneta de poupança.
A tradicional caderneta de poupança tem um volume de quase R$ 1 trilhão em aplicações. Para entender como este volume é relevante, veja a comparação. O total de investimentos em todas as categorias de títulos públicos na plataforma do Tesouro Direto era de R$60 bilhões ao final de abril, ou seja, 6% do que há aplicado na poupança.
Como a poupança rende apenas 70% da taxa Selic, ela vai ter um retorno de apenas 0,13% ao mês a partir da próxima semana, equivalente a 1,58% ao ano.
Assim, se você aplicar R$ 10 mil na poupança, vai ganhar por mês R$13. Ou seja, o suficiente apenas para pagar dois cafés expressos.
Com esta rentabilidade, o investimento na poupança demoraria 45 anos para dobrar. Mesmo que não se importe de esperar este prazo, o investidor ainda deve ficar insatisfeito, pois a maior probabilidade é que o retorno não será suficiente para repor o poder de compra. O IPCA esperado para os próximos doze meses é superior a 2% ao ano.
Talvez você imagine que todos já sabem disso. No entanto, a captação líquida dos meses de maio e junho de 2020 (até o dia 05/ 06) mostra que não. Nestes 36 dias a captação líquida da caderneta foi de quase R$50 bilhões. Esse volume foi superior a toda a captação de do ano de 2020 em fundos de ações no país.
Muitos que investem em poupança não se deram conta desta mudança de rentabilidade. A maior parte dos investidores toma a decisão de investimento olhando para o retorno nos doze meses anteriores. Neste período, a rentabilidade da caderneta foi de 3,3%. Logo, a rentabilidade passada foi o dobro do que será o retorno no próximo ano.
Portanto, a caderneta de poupança perde qualquer atratividade.
Aos poucos, estes aplicadores perceberão esta desvantagem e devem migrar parte de suas poupanças para alternativas de maior risco e de maior prazo. Esta alteração deve trazer um fluxo importante de investimentos que pode favorecer os ativos de risco no país.
Pessoas ouvem com tom assustador o volume de R$75 bilhões de saída de investidores estrangeiros da B3 em 2020. No entanto, mais espantoso é saber que a captação líquida da poupança supera este valor no mesmo período. Se o fluxo para a caderneta tivesse sido direcionado para o mercado acionário, os preços dos ativos estariam bem mais elevados.
Desconheço estudos sobre qual o horizonte de investimento dos poupadores de poupança, mas possivelmente mais de 30% dos recursos aplicados não são resgatados por mais de três anos. É muito razoável imaginar que em três anos, a bolsa deve se valorizar mais de 10%. Portanto, podendo apresentar o dobro do retorno da poupança no mesmo período.
A queda da taxa de juros a ser implementada pelo Copom não tem impacto imediato, mas ao longo dos próximos meses deve favorecer aplicações de maior risco com o deslocamento de investimentos desfavoráveis como o da poupança ou de títulos referenciados à Selic.
Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 14-06-2020) | | | | O dólar registrava alta acentuada contra o real nos primeiros negócios desta segunda-feira, voltando a se aproximar da marca de 5,20 reais em início de semana marcado pela aversão a risco nos mercados internacionais.
Às 10:03, o dólar avançava 2,42%, a 5,1675 reais na venda. Na máxima da sessão, o dólar spot foi a 5,1774 reais na venda.
O dólar futuro negociado na B3 tinha alta de 2,34%, a 5,1745 reais.
Depois de um início de mês positivo para ativos arriscados, os mercados globais pareciam retomar posições cautelosas em meio a temores sobre uma segunda onda de infecções por Covid-19, principalmente depois que Pequim e alguns Estados norte-americanos registraram altas nos casos da doença no fim de semana.
Na capital chinesa, alguns distritos voltaram a estabelecer restrições ao movimento e às atividades comerciais em tentativa de frear a disseminação do vírus.
“Hoje, o sentimento de fuga do risco volta a dominar os mercados globais em meio a sinais de que o coronavírus voltou à ganhar força”, escreveu Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora. “Além disso, a divulgação de indicadores piores que o esperado na Ásia (...) ajudam a definir um cenário ruim para o dia.”
Dados divulgados nesta segunda-feira mostraram uma recuperação mais fraca do que a projetada na produção industrial da China, enquanto contrações sustentadas nas vendas no varejo e no investimento colaboraram para os sinais de que muitos setores da segunda maior economia do mundo ainda estão enfrentando os efeitos das paralisações causadas pelo coronavírus.
Refletindo o clima cauteloso, moedas de países emergentes ou ligadas a commodities — como rand sul-africano, dólar australiano, lira turca e peso mexicano — operavam em queda contra a divisa dos Estados Unidos. Outros ativos arriscados, como as bolsas de valores europeias e os futuros de Wall Street, também registravam perdas.
Enquanto isso, no cenário doméstico, “o foco retorna às tensões entre o Executivo e o Supremo Tribunal Federal”, disseram em nota analistas da XP Investimentos.
No domingo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou que a corte jamais se sujeitará a qualquer tipo de ameaça e irá recorrer a todos os meios constitucionais e legalmente postos para sua defesa, de seus ministros e da democracia, após novos protestos no fim de semana contra o STF por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
A notícia de que o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, deixará o cargo em agosto deste ano, em uma decisão tomada de comum acordo com o Ministério da Economia, também estava no radar dos investidores.
Na última sessão, na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 2,14%, a 5,0454 reais na venda.
O dólar já perdeu muito terreno desde que tocou máximas recordes em meados de maio, mas também recuperou alguma força após ter ficado abaixo de 5 reais pela primeira vez em mais de dois meses na primeira semana de junho.
O caminho do dólar daqui para frente ainda é incerto para os agentes do mercado, com riscos negativos — como a possibilidade de uma segunda onda de coronavírus e tensões políticas no Brasil — compensando as esperanças de uma retomada econômica global após a pandemia.
Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 7.600 contratos de swap tradicional para rolagem com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021.
| Reuters | | | | Turbulência nos mercados gera grandes oscilações no rendimento
Além de sacudir as Bolsas de Valores globais, a pandemia de coronavírus levou fundos, inclusive de renda fixa, a grandes oscilações em sua rentabilidade mensal, alguns com perdas expressivas.
O fundo de renda fixa da XP de longo prazo, por exemplo, teve perda de 3,12% em março e ganho de 2,8% entre abril e maio. O fundo multimercado —fundo que combina aplicações conservadoras com ativos mais arriscados— Verde perdeu 11,46% em março e subiu 14,2% entre abril e maio, e o fundo de ações Dynamo Cougar caiu 32% em março e se valorizou 33,2% nos dois meses seguintes.
Segundo especialistas, é comum que fundos tenham grandes oscilações no rendimento no curto prazo, especialmente em momentos de crise. Uma mesma carteira pode decolar ou afundar, a depender do momento econômico.
“Às vezes uma mesma estratégia pode dar prejuízo e depois um retorno. Não necessariamente o fundo que teve perda vai ter recuperação no mês seguinte. É preciso esperar um tempo”, diz Marcelo Toledo, economista-chefe da Bradesco Asset Management.
Toledo aconselha que o investidor não resgate ou invista no calor do momento. “Um mês não é um período razoável para tomar a decisão”.
Em março, quando o mercado financeiro precificou o impacto econômico da Covid-19, ações tiveram fortes quedas, enquanto as curvas de juros futuros subiram.
Juros futuros são taxas de juros esperadas pelo mercado nos próximos meses e anos com base na evolução dos indicadores econômicos atuais.
O movimento fez fundos atrelados a ações e outros ativos de renda variável terem perdas expressivas, bem como os fundos que apostavam em juros futuros mais baixos. Os que estavam comprados em juros futuros mais altos ganharam.
Agora, o cenário se inverteu. Em um ambiente de retração econômica e deflação, o Banco Central sinaliza que juros baixos vieram para ficar —o mercado precifica que a Selic caia de 3% para 2% neste ano e permaneça neste patamar até o início de 2021— e a Bolsa de Valores se recupera com a expectativa de retomada econômica.
Ou seja, a mesma estratégia que pode ter feito um fundo ter forte perda em março pode levar a uma expressiva valorização em abril e maio.
Além disso, os gestores constantemente fazem mudanças na carteira do fundo, em busca de maior rentabilidade. Caso o fundo tenha um resultado melhor do que o seu índice de referência, como o Ibovespa, é cobrada uma taxa de performance do cotista para bonificar o gestor.
“Há fundo multimercado que sobe 9% e outro que cai 10%, fundo de ação que sobe 10%, enquanto outro cai 30%, por isso, é um grande risco o investidor apostar em um só fundo”, diz José Raymundo de Faria Júnior, planejador financeiro certificado (CFP) pela Planejar.
A dica é investir em um fundo que investe em diversos fundos, ou comprar cotas de fundos de diversos tipos (renda variável, multimercado, renda fixa) e estratégias (ações, imóveis, debêntures, títulos públicos etc.), com foco no longo prazo. “Pelo menos, de dois a três anos de horizonte de investimento, mas você pode dar sorte e o fundo ir bem em um curto prazo”, diz Faria Júnior.
A escolha deve ser com base no perfil de risco do investidor —os mais conservadores devem escolher fundos com menos ativos de risco— e de olho no histórico do gestor.
“É bom acompanhar o gestor do fundo nas redes sociais, ler as cartas de gestão e entender um pouco a estratégia do fundo. Um bom resultado no passado não garante a qualidade do investimento”, diz o planejador.
O investidor também deve estar atento à hora de investir. “Sair de que um fundo que está caindo e entrar no que está subindo tem grande chance de dar errado”.
Na hora de analisar a rentabilidade, é preciso comparar com fundos que tenham a mesma estratégia de investimento. No caso dos multimercados, por exemplo, há fundos mais voltados a ações e outros a títulos de renda fixa.
“O ideal sempre é tentar analisar janelas e períodos mais longos. Olhar um único mês ou conjuntos de poucos meses curtos pode levar a conclusões que refletem a natureza do fundo” diz Pedro Rudge, diretor da Anbima. Ele indica analisar a rentabilidade do fundo em, no mínimo, um ano.” Quanto mais longa a janela, mais rica a conclusão”.
COMO SABER SEU PERFIL DE INVESTIDOR
Conservador
O conservador preza estabilidade do investimento. Ele quer saber qual será o rendimento ao fim do mês, sem arriscar perder dinheiro ou ter surpresas no meio do caminho. No passado, mantinha toda a carteira em renda fixa, mas, com a queda da rentabilidade, analistas recomendam uma pequena alocação em fundos multimercado.
Moderado
O moderado aceita mais oscilações nos investimentos, especialmente a longo prazo, mas também preza a garantia do retorno. Sua carteira é mais diversificada do que a do conservador, com maior espaço para a renda variável.
Arrojado
O arrojado está mais disposto a correr risco em nome do retorno maior. Ele tem mais tranquilidade para lidar com oscilações bruscas do mercado de renda variável, que ocupam boa parte da carteira.
O agressivo não tem medo de perder em algumas aplicações para ganhar em outras. Ele tem sangue frio para aguentar o tranco de uma queda brusca de ações.
É importante destacar que investimentos devem ser encarados como de médio a longo prazo. Investimentos com retornos de curto prazo podem ser muito arriscados e levar a prejuízos.
COMO DIVERSIFICAR INVESTIMENTOS
Depende do apetite a risco, pessoas de perfil conservador devem ter a menor parte da carteira em ações, por exemplo. Veja diferentes tipos de investimento:
Pós-fixados
Acompanham a taxa de juros. Se o juro sobe, a rentabilidade aumenta; se ele cai, o ganho diminui. São os investimentos mais seguros, e mesmo as pessoas mais arrojadas têm uma parcela de seu dinheiro nesses produtos. CDBs de bancos pequenos, vendidos em corretoras, pagam mais que os grande bancos.
A aplicação é longo prazo, e o dinheiro fica parado até o vencimento.
Opções: poupança, CDBs, LCA e LCI, Tesouro Selic e fundos DI
Prefixados
Têm uma taxa de juros combinada no momento da aplicação, que não muda mesmo que a Selic suba ou caia. Há risco em caso de venda antecipada e é o primeiro patamar de diversificação.
Opções: Tesouro prefixado e CDBs de bancos pequenos
Inflação
São investimentos que pagam uma taxa de juros fixa mais a variação da inflação no período. Mudam de preço todo dia, então, para evitar risco perdas, o investidor precisa mantê-los até o vencimento.
Opções: Tesouro IPCA+ e CDBs de bancos pequenos
Fundos multimercados
Investem em mais de um tipo de ativo. Geralmente combinam aplicações conservadoras, como títulos públicos, com ativos mais arriscados, que podem ser dívidas em empresas, ações e dívidas de empresas no exterior. Para saber no que um fundo investe, é preciso ler o informativo
Ações
Ações são a menor fração de capital de uma empresa, podendo ser negociada em Bolsa. Este tipo de investimento é indicado para pessoas de perfil arrojado. É possível escolher papéis individualmente ou investir por meio de fundos de ações ou que acompanham um índice (ETFs).
| Folha de S.Paulo ( publicado em 14-06-2020) | | | | Após um período de negociações, iniciadas logo após a confirmação da chegada da pandemia de Covid-19 ao País, organizadores e expositores das feiras industriais Feimec e Agrishow chegaram a um acordo sobre novas datas para a realização destes eventos, que estavam previstos para acontecer em maio e abril deste ano, respectivamente.
Assim, ficou definido que a Feimec 2020 está cancelada, enquanto a Agrishow foi adiada para 26 a 30 de abril de 2021 - o que equivale ao cancelamento da edição deste ano, já que nesta data deveria estar sendo realizada a 28ª edição.
FEIMEC - A Informa Markets, promotora dos eventos, explica que vinha avaliando todas as possibilidades para a realização da Feimec ainda em 2020. “Mas a Feimec possui uma estrutura complexa”, diz o comunicado oficial. “São mais de 1.000 marcas expositoras, sendo que boa parte dos equipamentos expostos são de grande porte, têm preparo complexo ou utilizam vários componenetes importados, o que demanda grande tempo de preparação, desde a disponibilização dos equipamentos nas fábricas até seu transporte e montagem no local do evento”.
Além disso, prossegue o comunicado, conforme as novas diretrizes do Governo do Estado de São Paulo em relação à reabertura gradual dos negócios, o período de montagem exigiria bem mais do que o tempo habitual de execução.
“Diante deste cenário, a Informa Markets, organizadora do evento, juntamente à Abimaq - Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, comunicam que a 3ª edição da feira será realizada em 2022 em data já confirmada, de 3 a 7 de maio, em São Paulo”.
Não custa lembrar aqui que, em maio de 2021, já estava prevista a realização de outro evento organizado pela Informa Markets e a Abimaq, a Expomafe, que reúne vários segmentos da cadeia metal-mecânica, a exemplo da Feimec.
AGRISHOW - Idênticos motivos levaram ao adiamento da 27ª edição da Agrishow. A Informa Markets comunicou oficialmente que a nova data foi definida após a divulgação das diretrizes do Governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura de Ribeirão Preto em relação à abertura gradual dos negócios e realização de grandes eventos, os quais demandam tempo de preparação, planejamento e, muitas vezes, liberação alfandegária.
De acordo com informe enviado à imprensa, outros dois fatores complementares foram analisados. O primeiro é o extenso e complexo período de montagem da feira, que geralmente leva cerca de 40 dias. O segundo foi a avaliação do cronograma de reabertura das atividades econômicas da Prefeitura de Ribeirão Preto, cuja análise aponta que só seria possível realizar a feira na semana de 17 de agosto, desde que não houvesse nenhum retrocesso no calendário devido ao aumento de casos de Covid-19 na região ou o comprometimento do número mínimo de leitos disponíveis, que são variáveis incontroláveis.
| Usinagem Brasil ( publicado em 10-06-2020) | | | | A Volkswagen espera que o segundo trimestre seja muito ruim, mas também vê um lucro operacional ajustado positivo antes de itens especiais no ano inteiro, disse o vice-presidente financeiro Frank Witter em um comunicado interno.
A pandemia de coronavírus prejudicou os resultados no segundo trimestre, informou a empresa.
“No entanto, há esperança para o segundo semestre do ano. O objetivo é, no final do ano, ter um resultado operacional positivo antes de itens especiais”, afirmou Witter.
Um porta-voz da Volkswagen confirmou as declarações de Witter, que foram relatadas pela primeira vez no jornal Wirtschaftswoche.
| Reuters | | | | A Volkswagen iniciou na última segunda-feira, 8, a produção na fábrica da Via Anchieta, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, de seu mais novo veículo: o VW Nivus. O carro é o primeiro da empresa desenvolvido no Brasil a ser produzido e comercializado na Europa, e também o primeiro a ser projetado sem a necessidade de um protótipo físico em nenhuma de suas fases. Ou seja, o Nivus foi concebido de forma 100% digital.
“Com a realização de testes e validações no ambiente virtual, tornamos os processos mais eficazes, com significativa redução de custos”, revela Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen para a América Latina. “Também diminuímos o tempo do projeto em dez meses”.
O Nivus foi desenvolvido no Laboratório de Protótipo Virtual da fábrica, com o uso de recursos tecnológicos como realidade virtual e realidade aumentada. No lugar dos 70 protótipos físicos construídos normalmente para a definição de um novo carro, foram feitas apenas 9 variações virtuais (acabamentos, cores etc.).
Assim, só no Laboratório de Protótipo Virtual houve economia de 65% de custos na comparação com projetos anteriores, e foi possível realizar mais de 70% das simulações dentro do Brasil, em áreas como segurança veicular, acústica e plataforma.
Também foram utilizados no laboratório ferramentas da Indústria 4.0, como impressoras 3D e processos digitalizados, com alto nível de automação e inteligência artificial. A Fábrica Digital foi ainda empregada para analisar a montabilidade do veículo na linha de produção, validação do produto e possíveis correções.
A fábrica da Via Anchieta, que já produz o VW Polo e o VW Virtus em sua Estratégia Modular MQB - um dos mais modernos conceitos para produção de veículos no país - será a responsável por fabricar o VW Nivus.
Os investimentos na linha de produção estão inseridos no ciclo de R$ 7 bilhões já anunciados pela companhia. Foram adquiridos 419 novos equipamentos, sendo que destes 90 são robôs, parte deles dotado da nova tecnologia VASS6, alinhada com a indústria 4.0. Na Estamparia, foi instalada uma nova de prensa "Extra Large", capaz de ampliar a produção de peças em até quatro vezes por minuto. A área de chão de fábrica também foi ampliada em mais de 24 mil m², para 105 mil m².
| Usinagem Brasil ( publicado em 14-06-2020) | | | | Apesar da retração do mercado, devido à pandemia de Covid-19, a Hyundai espera ter um bom desempenho em 2020, acima da média do mercado nacional, disse Angel Martinez, vice-presidente comercial da Hyundai Motor Brasil, em live promovida pelo site Automotive Business na semana passada. Na avaliação do executivo, a montadora não encolherá no Brasil, assim como os projetos e lançamentos previstos estão mantidos.
Martinez destacou que houve uma melhora nas vendas em maio e no início de junho. “É prematuro dizer que chegamos ao fundo do poço, mas números de maio e começo de junho apontam melhora significativa na comparação com abril. Mês passado aumentamos [as vendas de] varejo em 97%. Nos primeiros sete dias deste mês foram mais 8% em relação aos primeiros dias de maio. Parece que estamos começando uma retomada, mas tudo isso pode parar por medidas restritivas que os governos podem achar necessárias novamente”, disse.
Quanto à queda verificada nos meses de março e abril, o executivo diz que foram semelhantes às do mercado, basicamente porque as concessionárias estavam fechadas. “Continuamos atendendo alguns parceiros principais no segmento de locação, em vendas já programadas antes da pandemia, e reforçamos os canais digitais. Estamos felizes que nesse período o HB20 tenha voltada à segunda posição entre carros mais vendidos do País. Acreditamos que o pico de baixa já passou e com a reabertura das concessionárias parte das pessoas voltará a ir para as lojas para fechar negócio”, afirmou.
Apesar do otimismo, o executivo projeta que, até o fim de 2020, todos os meses vão apresentar queda em relação aos resultados do ano anterior. Em sua avaliação é correta a previsão da Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores de retração de 40% para o mercado nacional neste ano. Segundo ele, a Hyundai estará na ponta mais baixa dentro dessa média.
A fábrica de Piracicaba (SP) da Hyundai esteve paralisada por dois meses, com retorno parcial - de apenas um turno - em 13 de maio. A volta dos funcionários afastados em layoff deve acontecer até o final deste mês. “Maio trouxe luz no fim do túnel e, se continuar em junho, a perspectiva é boa para aumentar a produção”, afirma Martinez, que se diz confiante quanto à popularidade dos veículos da marca entre os consumidores brasileiros.
Segundo o executivo, o estoque dos concessionários é bem satisfatório, mas eventualmente podem faltar alguns modelos, já que está difícil planejar a produção para atender diferentes tipos de demanda.
Martinez acredita que a HMB não vai precisar encolher suas operações comerciais: “Algumas atividades específicas poderão ser redimensionadas. Uma delas é área de vendas de algumas revendas. Vimos que é possível vender milhares de carros remotamente. Algumas marcas que tinham showroom que eram palácios irão revisar este conceito”.
| Usinagem Brasil ( publicado em 14-06-2020) | | | | A Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgou no início deste mês novas previsões de vendas de veículos em 2020. As estimativas realizadas no início do ano indicavam alta de 9,4% na comparação com 2019; as novas previsões apontam para uma forte queda, de 40%, em todo o conjunto de veículos novos, composto por automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões.
De acordo com o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, o total de licenciamentos deverá ficar em 1,675 milhão de veículos. No ano passado, foram licenciados 2,788 milhões.
“A queda por si só já impressiona, mas ainda aparece mais grave na comparação com o resultado de 3,050 milhões que havíamos projetado no início do ano”, observou Moraes. “Nessa comparação, o tombo seria de 45%”.
O executivo disse que as vendas de automóveis tendem a ser as mais prejudicadas pela crise econômica originada pela pandemia do novo coronavírus. Já as vendas de caminhões deverão cair menos, devido ao empurrão dado por alguns setores que estão demandando maior volume de transporte, sobretudo o agronegócio.
PRODUÇÃO - Segundo Moraes, ainda não é possível, no entanto, projetar com maior precisão a queda na produção, já que ela também depende do cenário das exportações, que continua nebuloso. O mesmo vale para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, até agora o menos impactado pela crise.
De qualquer modo, os resultados de maio foram melhores que os de abril, mês que registrou paralisação quase completa das fábricas e das concessionárias em todo o país.
Mas, na comparação com o mesmo mês de 2019, houve queda de 84,4% na produção de autoveículos (43,1 mil unidades produzidas), de 63,9% na de caminhões (4,1 mil unidades) e de 29,5% na de máquinas agrícolas e rodoviárias (3,6 mil unidades).
As exportações de autoveículos registraram recuo de 90,8%, e de 39,4% no caso das máquinas. O único dado positivo de maio foi o crescimento de vendas de 23,3% das máquinas, na comparação com o mesmo mês de 2019. Nesse quesito, os autoveículos caíram 74,7%, e os caminhões recuaram 47,2%.
No acumulado do ano, as vendas de autoveículos se aproximam de uma queda de 40%, enquanto produção e exportações já encolheram quase 50%. As máquinas acumulam queda da ordem de 30% na produção e nas exportações, mas mantiveram estabilidade nas vendas ao mercado interno.
| Usinagem Brasil ( publicado em 14-06-2020) | | | |
Lançado globalmente em 2018, o programa Cummins Powers Women, chega ao Brasil. A iniciativa tem como pilares o empoderamento e apoio para que mulheres tenham cada vez mais espaço na sociedade. A intenção é promover, por meio de ações, acesso à educação, treinamento, saúde e trabalho.
“Um dos principais desafios que temos para avançar rapidamente na igualdade de gênero é a falta de autoconsciência dos benefícios dessa equidade. Por isso, vamos construir ações no Brasil para promover a igualdade de gênero”, afirma Adriano Rishi, diretor de Engenharia da América Latina e líder do Comitê de Diversidade e Inclusão da Cummins na região.
O Cummins Powers Women chega ao país por meio de uma parceria entre a Cummins e a Rise Up, organização sem fins lucrativos que trabalha para transformar a vida de meninas e mulheres, incluindo famílias e comunidades, por meio de investimentos em soluções locais e fortalecimento da liderança.
Duas instituições, a Associação de Diabetes Juvenil (ADJ) e a Empodera, foram selecionadas para o projeto ‘As Vozes das Adolescentes’, iniciativa que está em fase de recrutamento. Cerca de 60 adolescentes, entre 13 e 18 anos, do Estado de São Paulo, irão participar de um programa intensivo de treinamento. O objetivo é aproveitar suas habilidades de liderança e conhecimento sobre suas comunidades para desenvolver soluções frente aos seus próprios desafios.
O projeto ‘As Vozes das Adolescentes’, da Rise Up, reúne organizações da sociedade civil para apoiar a liderança de meninas e promover educação, equidade e justiça social para mulheres no Brasil. Desde 2009, a rede Rise Up integrou mais de 600 líderes, e participou da criação de mais de 120 leis e políticas que afetam 135 milhões de pessoas na África, América Latina, Sudeste Asiático e Estados Unidos.
“Estamos profundamente honrados em fazer parceria com a Cummins para promover a igualdade de gênero no Brasil e no mundo. A Rise Up está aproveitando esta parceria para investir na visão de meninas e mulheres líderes que podem transformar suas vidas, famílias e países”, explica Denise Dunning, fundadora e diretora executiva da Rise Up.
| Usinagem Brasil ( publicado em 14-06-2020) | | | | Consultoria Power Systems Researh revisa para cima as projeções do mercado de veículos pesados
A Power Systems Research revisou para cima sua previsão de produção de caminhões e ônibus no Brasil em 2020, que pode chegar a 96 mil unidades. Na primeira projeção divulgada com exclusividade por Automotive Business em abril, a consultoria havia previsto a fabricação de até 87 mil veículos comerciais pesados, considerando os primeiros impactos da pandemia de coronavírus na indústria nacional e seus efeitos.
Se o volume se consolidar, representará uma queda de 31,4% sobre os 144 mil caminhões e ônibus montados em 2019.
Com esta produção, a Power Systems Research espera que as vendas de veículos de carga possam atingir as 85 mil unidades, entre caminhões e ônibus. A estimativa é muito mais otimista do que a das próprias fabricantes reunidas pela Anfavea, que preveem a venda de 75 mil unidades, sendo 65 mil caminhões e apenas 10 mil ônibus.
Embora a consultoria aponte uma melhora dos seus números para 2020, eles ainda indicam queda com relação ao ano passado, uma vez que o mercado em geral está sendo fortemente impactado pelos efeitos da crise gerada pela pandemia de coronavírus.
A recuperação dos mercados e um novo patamar de crescimento só devem ser registrados no ano que vem. Para 2021, a PSR não alterou seus números. As previsões apontam para a produção de 133 mil caminhões e ônibus e a venda de 117 mil veículos pesados.
MÁQUINAS AGRÍCOLAS E DE CONSTRUÇÃO
mercado produção vendas máquinas agrícolas
A revisão da projeção também chegou para o mercado de máquinas agrícolas. A Power Systems Research aponta que a produção do setor pode atingir as 55 mil unidades em 2020 conta previsão anterior de 51 mil, sendo impulsionada pelo mercado interno.
Com isso, o País deve consumir algo em torno de 52 mil máquinas, em parte, graças ainda ao bom desempenho esperado pelo agronegócio neste ano, que prevê mais um recorde de safra de grãos e maior área de plantio. A expectativa é de que o novo Plano Safra também seja anunciado com juros menores.
Na projeção de abril, os números indicavam a venda de 48 mil máquinas destinadas ao campo. Para 2021, as projeções seguem inalteradas, sendo 62 mil unidades produzidas e 57 mil em vendas.
No segmento de máquinas de construção, a PSR manteve os mesmos números divulgados anteriormente em abril, com a produção de 20 mil unidades e a venda de 14 mil em 2020, enquanto 2021, deve haver recuperação para 24 mil e 18 mil, respectivamente.
| Automotive Business ( publicado em 12-06-2020) | | | | Companhia fornecerá peças para os equipamentos hospitalares em ação coordenada pela Embraer
As Empresas Randon passam a integrar um trabalho colaborativo liderado pela fabricante de aviões Embraer para a produção de 300 ventiladores pulmonares, essenciais no tratamento de pacientes graves da Covid-19.
A participação da Randon vai ocorrer por intermédio da empresa Ferrari (integrante do grupo), que irá fabricar alguns componentes para válvulas reguladoras de fluxo de ar e também ventúris, tubos usados para controlar a vazão e pressão de ar.
“Pela expertise da nossa empresa, conseguimos atender todos os parâmetros técnicos e de matéria-prima especificados”, explica o diretor de tecnologia e inovação de produto das Empresas Randon, César Augusto Ferreira.
Os componentes serão feitos em Flores da Cunha (RS) e direcionados para uma fabricante de equipamentos hospitalares. O intercâmbio entre indústrias de setores distintos é coordenado pela Embraer.
Durante o mês de maio, em uma ação semelhante, diferentes montadoras se uniram à empresa KTK em um projeto coordenado pela Mercedes-Benz para projetar, construir e consertar respiradores. Vale lembrar também que em abril a Randon promoveu a doação de 50 mil frascos de álcool em gel para a utilização por caminhoneiros.
Várias empresas do setor automotivo se mobilizaram desde o início da quarentena por meio de doações, compartilhamento de tecnologias e utilização de suas fábricas para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus.
| Automotive Business ( publicado em 12-06-2020) | | | |
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