| 05 de Julho de 2019
Sexta-feira
- O impacto das novas tecnologias no modo de produção da indústria
- Oficinas de Capacitação - Centro Internacional de Negócios
- Novos Projetos de Lei nº 24/2019
- Governo divulga medidas que facilitam o registro de marcas e reduzem o backlog de patentes
- Brasil e Argentina negociam acordo de livre-comércio com os EUA, diz Macri
- Pedidos de recuperação judicial no Brasil disparam 90% em junho, diz Boa Vista
- Discussões no Legislativo sobre reforma tributária devem começar em agosto, afirma Bernard Appy
- 10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT
- Por 36 a 13, texto-base da reforma da Previdência é aprovado na comissão especial
- Comissão conclui aprovação da Previdência e texto vai a plenário na Câmara
- Reforma das aposentadorias passa este mês se Bolsonaro não atrapalhar, dizem deputados
- Artigo: Líder do governo admite mudanças na PEC da Previdência, mas 'sem aventura' no plenário
- Com juro baixo, XP Investimentos vê concorrência maior e migração de poupança
- Poupança registra menor captação para junho em três anos
- Indicador de investimentos cresce 1,3% em maio, aponta Ipea
- Bolsa bate recorde e dólar cai após avanço da reforma da Previdência
- Produção de máquinas agrícolas cai 7,9% no 1º semestre de 2019
- Sem reformas, carro da UE ameaça produção nacional, diz indústria
- Produção de veículos sobe 2,8% no 1º semestre, diz associação de montadoras
- Anfavea vê ameaça de mais importações de carros da UE no Brasil e convoca 'corrida contra o tempo' por competitividade
- Indústria automotiva vai “correr” para competir com europeus
- A evolução das empresas com a indústria 4.0
- Nova era da manufatura
- FPT Industrial ganha 10% de produtividade com atualizações
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Câmbio
Em 05/07/2019
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Dólar
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Fonte: BACEN
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| | | | | O Centro Internacional de Negócios do Paraná irá realizar na sua região oficinas de capacitação com os seguintes temas:
• Preenchimento de documentação para exportação;
• Preenchimento de DU-E e DU-IMP ;
• Registro de marcas com ênfase no Protocolo de Madrid.
O prazo para resposta da enquete é até o dia 15/07.
| FIEP | | | | Em entrevista para a Revista da Indústria Brasileira, April Rinne, especialista em nova economia e futuro do trabalho, mostra como cidades e países estão construindo redes de talentos ao apostarem em novas formas de relação entre trabalhadores e empresa
O mundo está se tornando mais global e interconectado todos os dias. Instituições como as corporações multinacionais, processos sociais como movimentos sociais e políticos e fluxos ambientais como as mudanças climáticas e o destino da humanidade estão cada vez mais interligados, afirma a norte-americana April Rinne, especialista em nova economia, inovação disruptiva e futuro do trabalho e fundadora da April Worldwide.
“As novas tecnologias facilitam o trabalho de mais pessoas de várias maneiras. O aumento de trabalhadores independentes e trabalhadores remotos é exemplo disso”, diz a mestre em Negócios Internacionais pela The Fletcher School, da prestigiada Universidade Tufts, nos Estados Unidos. Leia a íntegra da entrevista:
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Como você avalia as mudanças que as novas tecnologias (inteligência artificial, IoT, blockchain) vêm tendo no modo de produção na indústria?
APRIL RINNE - As novas tecnologias estão afetando, interrompendo e, em alguns casos, transformando quase todos os aspectos da vida e dos negócios. Isso inclui tanto a produção quanto o consumo e tem implicações para a iniciativa privada, as políticas públicas e a sociedade como um todo. Como acontece com qualquer inovação, pode haver lados claros e escuros, tanto novas oportunidades quanto novos desafios.
Por exemplo, automação e inteligência artificial podem aumentar a capacidade dos humanos de fazerem algumas coisas, mas também pode eliminar empregos. A automação tende a aumentar a produtividade e a eficiência, mas pode ter um custo para os seres humanos, os relacionamentos e o bem-estar.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Em termos de mercado de trabalho, quais são os riscos e as oportunidades que a inteligência artificial e a automação trazem para o processo de inovação? Fala-se muito que haverá cortes de empregos. O que você acha?
APRIL RINNE - Simplificando, as novas tecnologias facilitam o trabalho de mais pessoas de várias maneiras. O aumento de trabalhadores independentes e trabalhadores remotos é exemplo disso. Trabalhadores autônomos ou independentes, ou ainda freelancers, não são funcionários: eles não têm funções em tempo integral em uma empresa. Eles têm maior flexibilidade e independência, mas também possuem menos redes de segurança social. Nos Estados Unidos, os freelancers já representam 35% de toda a força de trabalho.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA - O teletrabalho também faz parte dessas transformações?
APRIL RINNE - Sim. Há ainda os trabalhadores remotos, pessoas que trabalham em outro local, não no escritório. Eles podem trabalhar em casa ou podem trabalhar em outro país. Há grandes vantagens tanto para os trabalhadores quanto para as empresas, que passam a ter acesso a muito mais talentos e os indivíduos podem ter mais flexibilidade em termos de onde vivem e trabalham.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Essas mudanças começam a ser percebidas com mais intensidade no Brasil?
APRIL RINNE - Certamente. São transformações de alcance global e já estão afetando o Brasil também. Por exemplo, as empresas brasileiras podem acessar talentos globalmente, e os talentos brasileiros podem acessar oportunidades globais em um nível que eles não conseguiam fazer até alguns anos atrás. Não há dúvida de que haverá um número significativo de trabalhos eliminados como resultado de automação e inteligência artificial.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Que empregos podem ser criados?
APRIL RINNE -Não sabemos ainda. Mas nesse contexto, é importante ter em mente a importância da política pública para garantir que não estamos caminhando para uma situação de desemprego em massa ou crise social.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA - Que exemplos de boas políticas públicas você poderia citar no campo da inovação?
APRIL RINNE -Em Tulsa, Oklahoma, tem uma entidade sem fins lucrativos, o Tulsa Remote, que estimula pessoas que trabalham remotamente a se mudarem para cidade, com um incentivo que pode chegar até a US$ 10 mil ao longo de um ano. Além disso, o programa oferece espaço de escritório comunitário gratuito e oportunidade de networking para os recém-chegados. Houve mais de 10 mil candidatos no primeiro ano do programa.
Outro exemplo interessante é o da Estônia, que criou um programa de residência eletrônica, o e-Residency, que oferece às pessoas de todo o mundo acesso online aos seus serviços governamentais. Eu também sou uma residente eletrônica. O E-Residency funciona por meio de um cartão de identificação inteligente que permite acessar com segurança diversos serviços, como abrir e administrar uma empresa, de qualquer lugar do mundo, desde que se tenha acesso a um computador e internet.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA - São estratégias diferentes?
APRIL RINNE -Exato. Essas abordagens políticas são muito diferentes, sobretudo quando comparadas ao investimento em fábricas ou empregos. É cada vez mais sobre investir em redes de talentos, apoiar talentos onde quer que estejam e olhar de forma muito mais ampla para o desenvolvimento econômico. O futuro do Brasil dependerá, em parte, de como ele se posiciona globalmente e vis-à-vis em relação a outros países, incluindo mudanças que estimulem habilidades digitais e facilidade de fazer um trabalho sem fronteiras.
| CNI (publicado em 04-07-2019) | | | | Novos Projetos de Lei -
Coordenação de Relações Governamentais
nº 23. Ano XV. 04 de julho de 2019
Confira nessa edição as proposições apresentadas no Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.
ÍNDICE
NOVOS PROJETOS DE LEI FEDERAL
INTERESSE GERAL DA INDÚSTRIA
REGULAMENTAÇÃO DA ECONOMIA
DIREITO DE PROPRIEDADE E CONTRATOS
Exigência de autorização legislativa para operações de alienação de ativos que importem perda do controle acionário pelo Estado
PL 3460/2019 do senador Jean Paul Prates (PT/RN)
Divulgação das informações sobre a execução de contrato por parte da empresa contratada no processo de licitação
PL 3671/2019 do deputado Helio Lopes (PSL/RJ)
INOVAÇÃO
Criação de Fundo de Financiamento às Empresas Startups
PL 3466/2019 do senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP)
Incentivos e benefícios para fomentar as atividades de pesquisa científica e tecnológica
PL 3556/2019 do deputado Bira do Pindaré (PSB/MA), que “Dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de pesquisa científica e tecnológica e dá outras providências”
INTEGRAÇÃO NACIONAL
Isenção do IPI e II para algumas mercadorias consumidas internamente nas áreas de livre comércio administradas pela Suframa
PL 3463/2019 do senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP)
Medidas para instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação
PLP 158/2019 do senador Antonio Anastasia (PSDB/MG)
MEIO AMBIENTE
Verificação da proteção ao patrimônio turístico na outorga de recursos hídricos
PL 3480/2019 do senador Rodrigo Pacheco (DEM/MG),
Alterações no Programa de Regularização Ambiental - PRA
PL 3511/2019 do senador Luis Carlos Heinze (PP/RS)
Concessão de crédito presumido para a utilização de resíduos
PL 3592/2019 do senador Luis Carlos Heinze (PP/RS)
Disposição sobre a conservação, o uso sustentável e a restauração da vegetação nativa do bioma Cerrado
PL 3338/2019 do deputado Rodrigo Agostinho (PSB/SP)
Instituição da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais e Ecossistêmicos
PL 3507/2019 do deputado Eduardo Costa (PTB/PA)
Obrigatoriedade de realização de referendo para redução dos limites de uma unidade de conservação
PL 3629/2019 do deputado Célio Studart (PV/CE)
PL 3667/2019 do deputado Helio Lopes (PSL/RJ)
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
ADICIONAIS
Definição de atividade penosa e regulamentação do adicional de penosidade
PL 3694/2019 do senador Paulo Paim (PT/RS)
DISPENSA
Ampliação do período de estabilidade da gestante
PL 3695/2019 da deputada Marília Arraes (PT/PE)
DURAÇÃO DO TRABALHO
Intervalo de 30 minutos para realização de exercício funcional em jornadas de trabalho que excedam 6 horas
PL 3424/2019 do deputado Charles Fernandes (PSD/BA)
OUTRAS MODALIDADES DE CONTRATOS
Estímulos à aprendizagem no âmbito de micro e pequenas empresas
PL 3470/2019 do senador Jayme Campos (DEM/MT)
BENEFÍCIOS
Estímulos à formação superior dos empregados
PL 3596/2019 do senador Wellington Fagundes (PL/MT)
Indenização em caso de inexistência de local para guarda dos filhos, convênio com creche ou não reembolso creche
PL 3584/2019 do deputado Charles Fernandes (PSD/BA)
INFRAESTRUTURA
Instituição do Conselho de Autoridade Portuária como órgão de caráter deliberativo
PL 3564/2019 da deputada Rosana Valle (PSB/SP)
Compatibilização dos planos de saneamento básico com os planos diretores ou com os planos de desenvolvimento urbano integrado
PL 3620/2019 do deputado Expedito Netto (PSD/RO)
Incidência do ISS nos serviços de saneamento ambiental e tratamento e purificação de água
PLP 155/2019 do senador Eduardo Gomes (MDB/TO)
Sustação de dispositivo que institui o Conselho de Autoridade Portuária para cada porto organizado
PDL 399/2019 do deputado Rosana Valle (PSB/SP)
SISTEMA TRIBUTÁRIO
CARGA TRIBUTÁRIA, CRIAÇÃO DE TRIBUTOS E VINCULAÇÃO DE RECEITAS
Tributação de lucros e dividendos; Não dedutibilidade dos juros sobre capital próprio; Alterações no IRPF; Tributação de ativos financeiros
PLP 163/2019 do senador Angelo Coronel (PSD/BA)
OBRIGAÇÕES, MULTAS E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIAS
Alteração de quórum do Confaz para concessão e revogação de benefícios de ICMS
PLP 157/2019 do senador Styvenson Valentim (PODEMOS/RN)
INTERESSE SETORIAL
AGROINDÚSTRIA
Supressão de prazo para inscrição de imóvel rural no CAR
MPV 884/2019 do Poder Executivo
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Isenção do IPI e imposto de importação para veículos equipados com motor elétrico
PL 3673/2019 do deputado Helio Lopes (PSL/RJ)
Sustação de atos que impedem a utilização de veículos de passeio movidos a óleo diesel
PDL 398/2019 do deputado Felipe Francischini (PSL/PR)
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Inclusão da construção de palafitas em áreas alagadiças no Programa Minha Casa Minha Vida
PL 3481/2019 do senador Jader Barbalho (MDB/PA)
INDÚSTRIA DA MINERAÇÃO
Diminuição da alíquota para o calcário usado como corretivo de solo
PL 3591/2019 do senador Luis Carlos Heinze (PP/RS)
INDÚSTRIA DE BEBIDAS
Obrigatoriedade do uso da expressão "Se beber, não dirija!" nos rótulos dos vasilhames das bebidas com teor alcoólico
PL 3560/2019 da deputada LAURIETE (PL/ES)
Determinação para que os rótulos das embalagens de bebidas alcoólicas contenham imagem ou figura que ilustre acidente automobilístico
PL 3718/2019 do deputado Marx Beltrão (PSD/AL)
INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA
Financiamento de projetos de geração de energia elétrica de origem fotovoltaica
PL 3568/2019 do deputado Helio Lopes (PSL/RJ)
INDÚSTRIA DE VEÍCULOS DE DUAS RODAS
Sistema de financiamento para aquisição de bicicletas
PL 3602/2019 do deputado Felipe Carreras (PSB/PE)
INDÚSTRIA DO PLÁSTICO
Instituição do Dia Nacional de Conscientização pelo Brasil sem Plástico
PL 3348/2019 do deputado João H. Campos (PSB/PE)
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Registro automático de medicamentos registrados nos Estados Unidos e União Europeia
PL 3533/2019 do deputado Márcio Labre (PSL/RJ)
Isenção do PIS/Pasep e Cofins para medicamentos destinados ao tratamento de câncer
PL 3566/2019 do deputado Zé Vitor (PL/MG)
Importação de medicamentos e insumos farmacêuticos
PL 3571/2019 do deputado HELIO LOPES (PSL/RJ)
NOVOS PROJETOS DE LEI ESTADUAL
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
Instituição da Política Estadual de Prevenção às lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbio Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)
PL 446/2019, de autoria do Deputado Dr Batista (PMN)
MEIO AMBIENTE
Obrigação de implantação de Programa de Logística Reversa para fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de café em cápsula
PL 489/2019, de autoria do Deputado Luiz Fernando Guerra (PSL/PR)
Instituição do dia da energia solar
PL 502/2019, de autoria do Deputado Hussein Bakri (PSD)
INTERESSE SETORIAL
INDÚSTRIA DO FUMO
Proibição de uso de produtos fumígenos em ambientes de uso coletivo, ainda que de céu aberto, onde haja circulação ou permanência de pessoas
PL 494/2019, de autoria do Luiz Claudio Romanelli (PSB/PR) e Michele Caputo (PSDB)
INDÚSTRIA MADEREIRA
Regulamentação e estímulo do plantio e exploração da Araucária Angustifólia
PL 495/2019, de autoria do Deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB)
REGULAMENTAÇÃO DA ECONOMIA
INOVAÇÃO
Revogação da Lei 15.742/2007, que trata da criação, armazenamento, disponibilização de arquivos digitais de documentos na esfera da administração pública
PL 497/2019, de autoria do Deputado Emerson Bacil (PSL/PR)
| FIEP | | | | Plano de Combate ao Backlog de Patentes foi uma das medidas anunciadas na cerimônia. Ação prevê que, a partir do pedido de exame, o prazo médio de concessão seja reduzido para aproximadamente dois anos
A inovação é uma das chaves do desenvolvimento econômico do Brasil e depende de um sistema de Propriedade Intelectual cada vez menos burocrático. Por isso, por meio da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o Ministério da Economia anunciou, nesta quarta-feira (3), medidas para a redução de tempo, custos e burocracia em processos de marcas e patentes.
A cerimônia foi realizada na sede do Ministério, em Brasília.
A primeira medida anunciada se refere à participação do Brasil no Protocolo de Madri, que simplifica o registro de marcas de empresas brasileiras em outros países signatários do tratado. No último dia 25, o presidente Jair Bolsonaro assinou a adesão do país ao acordo internacional. Em outubro deste ano, o INPI deve começar a operar o acordo.
O Plano de Combate ao Backlog de Patentes foi a outra medida anunciada no evento. De acordo com o INPI, o projeto pretende diminuir em 80% o estoque de pedidos pendentes de exame – o chamado backlog – até 2021. Além disso, a ideia é que, a partir do pedido de exame, o prazo médio de concessão seja reduzido para aproximadamente dois anos. Segundo o INPI, o Plano prevê mudanças principalmente nos exames de pedidos de patente de invenção, nacionais ou internacionais, já avaliados em outro país.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou as medidas e afirmou que elas direcionam o Brasil para o desenvolvimento
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, as medidas impulsionam o Brasil para o crescimento e representam um marco no avanço da economia do país. “Registro total apoio a essa iniciativa, à celebração do Protocolo de Madri e à redução do backlog. Isso vai estimular muito a indústria brasileira e aumentar a confiabilidade dos produtos brasileiros lá fora”, destacou.
O diretor do Departamento de Organismos Econômicos Multilaterais do Ministério das Relações Exteriores, André Odenbreit Carvalho, disse que a adesão do Brasil ao Protocolo vai reforçar a segurança das empresas brasileiras que pretendem se expandir no exterior. “Com a adesão do Brasil ao Protocolo, ganha-se em desburocratização, eficiência, redução de custos, inovação, segurança jurídica e capacidade de atração de investimentos”, disse.
O presidente do INPI, Cláudio Vilar Furtado, definiu a cerimônia como um momento de emoção e um ponto de resolução de um problema histórico que acompanha o processo decisório de patentes. “Nossa adesão permitirá que empresas brasileiras, ao custo de R$ 1.160, possam registrar suas marcas em outros países”, enfatizou.
SAIBA MAIS – Os exames prioritários de pedidos de patentes – implementados pelo INPI este ano – também são um esforço para reduzir o tempo médio de concessão, de acordo com a modalidade. Idosos, microempresas e empresas de pequeno porte, instituições de ciência e tecnologia, criadores de tecnologias verdes e participantes do Patent Prosecution Highway (PPH) são beneficiados pelos exames prioritários. O INPI publicou as novas regras para as análises no dia 18 de junho, na Revista da Propriedade Industrial.
| CNI (publicado em 02-07-2019) | | | | Presidente argentino disse também sobre relação com Canadá e Coreia do Sul
O presidente argentino, Mauricio Macri, disse que está trabalhando com o brasileiro Jair Bolsonaro para conseguir um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos.
As declarações de Macri ocorreram na manhã desta quinta-feira (4), num ato de comemoração do Dia da Pequena e Média Empresa, no centro de Buenos Aires.
"Neste ano ainda teremos novidades com relação ao Canadá. No ano que vem vamos ter na agenda (do Mercosul) um acordo com a Coreia do Sul e estamos conversando com o Brasil sobre um acordo de livre-comércio com os EUA".
Em entrevista ao canal do La Nación na televisão, na noite anterior, o chanceler Jorge Faurie havia mencionado que essa conversa sobre o acordo com os EUA já está acontecendo.
Macri também criticou os que estão atacando o acordo entre Mercosul e a União Europeia.
"Este tratado nos tira do isolamento e nos abre um mercado de 500 milhões de consumidores. A demanda de nossos produtos vai se multiplicar. Temos de nos preparar para produzir mais".
Nos últimos dias, Macri e membros do gabinete realizaram conversas com agremiações sindicais e grupos de empresários preocupados com um possível impacto negativo do acordo.
| Folha de S.Paulo (publicado em 04-07-2019) | | | | Mas, segundo o levantamento da Boa Vista, os pedidos de falência recuaram 25,6% no comparativo anual.
Os pedidos de recuperação judicial no Brasil cresceram 89,7% em junho sobre um ano antes, informou nesta quinta-feira (4) a empresa de dados de crédito Boa Vista.
O número chega após a Odebrecht, um dos maiores conglomerados empresariais do país, ter formalizado em junho um dos maiores pedidos de recuperação judicial da história do país.
Mas, segundo o levantamento da Boa Vista, os pedidos de falência recuaram 25,6% no comparativo anual. Na comparação com maio, os pedidos de recuperação judicial avançaram 27,8% ano a ano, enquanto os pedidos de falência tiveram queda de 42,2%.
No primeiro semestre, todos os indicadores recuaram em relação ao mesmo período de 2018.
Segundo a Boa Vista, os números do acumulado no ano mostram uma melhora nas condições econômicas desde 2017, o que permitiu às empresas apresentarem sinais mais sólidos nos indicadores de solvência.
"Mas a continuidade deste processo está condicionada à evolução da atividade econômica nos próximos períodos", diz trecho do documento. "A situação financeira das empresas, de maneira geral, segue positiva, mas tende a se deteriorar sem uma recuperação consistente da atividade econômica".
| G1 (publicado em 04-07-2019) | | | | Em encontro na sede da CNI, economista projeta que mudanças no sistema tributário contribuirão para alta de 10% no PIB potencial num período de 15 anos
O economista do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) Bernard Appy espera que a Câmara dos Deputados inicie a discussão técnica sobre a reforma tributária em agosto. A afirmação foi feita durante encontro na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, nesta quinta-feira (4).
Segundo Appy, com a aprovação do texto-base da reforma da Previdência em comissão especial na Câmara dos Deputados nesta quinta, abre-se espaço para a discussão das alterações no sistema tributário.
“A decisão dos líderes da Câmara é que a reforma tributária vai andar atrás da reforma da Previdência. Então, agora que o texto-base da Previdência foi aprovado na comissão especial, vai ser instalada a comissão especial da reforma tributária, muito provavelmente na semana que vem. Em agosto, começam as discussões técnicas”, disse.
O economista participou do 5º Diálogo da Rede Sindical da Indústria, promovido pela Gerência-Executiva de Desenvolvimento Associativo (GDA) da CNI. O encontro teve como tema “Reforma tributária: como resolver as distorções do sistema tributário brasileiro?” e foi transmitido ao vivo para cerca de 700 representantes de federações e sindicatos empresariais da indústria em todo o Brasil.
Em sua apresentação, Appy defendeu alterações no sistema tributário nacional com o objetivo de promover a competitividade das empresas brasileiras. Para o economista, o efeito final da eventual aprovação da reforma será a melhoria no ambiente de negócios e o aumento da produtividade do país.
“É muito difícil calcular o impacto preciso dessa mudança na produtividade do Brasil, mas projetamos um aumento de 10% no PIB potencial em 15 anos”, disse Appy. O PIB potencial diz respeito à capacidade de um país crescer sem pressionar a inflação.
Ele considerou que a eventual aprovação da reforma contribuirá para a elevação de investimentos no país, para a transparência no sistema tributário como um todo e, ainda, deve ampliar a cooperação entre os entes da Federação.
IMPOSTO SOBRE CONSUMO - Appy é autor da proposta de reforma tributária incluída no texto apresentado pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) – a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019. Uma das principais mudanças é a substituição de cinco tributos cobrados atualmente – PIS, Cofins e IPI, de competência federal; ICMS, de competência estadual; e ISS, municipal – por um imposto direto sobre consumo nos moldes do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
“No Brasil, a gente tem cinco tributos gerais sobre bens e serviços, todos muito ruins. Nenhum deles tem as características de um bom IVA. Com isso, o atual modelo brasileiro representa uma série de consequências negativas para a produtividade do país”, afirmou Appy.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, afirmou que, após a aprovação da reforma da Previdência, a reforma tributária será o tema mais importante para a economia brasileira.
“O diálogo que realizamos aqui tem como objetivo promover maior aproximação e alinhamento do pensamento dos sindicatos, das federações e da CNI sobre um tema tão relevante que integra a agenda da indústria”, afirmou Abijaodi. “Nossa ideia aqui é discutir as distorções do sistema tributário brasileiro”, disse o diretor.
SIMPLIFICAÇÃO - De acordo com Appy, a proposta em análise no Congresso Nacional prevê um IVA com características reconhecidas mundialmente sobre o que deve ser um bom IVA. Entre elas estão a ampla base de incidência desse imposto, a tributação do destino, a concessão ampla de crédito e a desoneração de investimentos e exportações.
“É uma simplificação do sistema tributário. Mas simplificação não é uma questão estética. Não é porque é bonito simplificar. Temos cinco tributos muito ruins com impacto muito negativo sobre a economia brasileira”, afirmou o economista.
De acordo com Appy, a previsão é que as alterações sejam realizadas ao longo de um período de transição de 10 anos – dois anos de teste mais oito de transição propriamente dita. A projeção, segundo ele, é que, mesmo com todas as mudanças, não haja elevação da carga tributária global.
“Estamos numa situação de crise fiscal aguda que impede a redução da carga tributária. Ao mesmo tempo, a sociedade não consegue mais pagar imposto. A proposta mantém a carga tributária [global] constante”, disse Appy.
CORREÇÃO DE DISTORÇÕES – Na avaliação do gerente de Políticas Tributária e Fiscal da CNI, Mário Sérgio Carraro Telles, a PEC 45/2019 atende a diversos pleitos da indústria no que diz respeito às alterações no sistema tributário, mas ele ressalta alguns “pontos de atenção” para o aperfeiçoamento da proposta. Um deles seria a necessidade de se explicitar condições específicas para incentivos na Zona Franca de Manaus, uma vez que as mudanças podem impactar as indústria já instaladas na região. Telles também chama a atenção para a necessidade de um tratamento especial, conforme previsto na Constituição, para empresas do Simples Nacional.
“A ideia é que possamos fazer ajustes para que o modelo de reforma tributária atenda da melhor forma possível os interesses do setor industrial”, disse.
REPROVAÇÃO DO ATUAL SISTEMA - Pesquisa divulgada pela CNI em março mostra que quase 80% dos empresários das indústrias extrativa e de transformação reprovam o atual sistema tributário brasileiro. Eles avaliam mal todos os seis aspectos apresentados: número de tributos; simplicidade; estabilidade de regras; transparência; direitos e garantias do contribuinte; e segurança jurídica.
A pesquisa também mostra que o ICMS é o que mais afeta negativamente a competitividade da indústria, na opinião dos empresários. Em uma lista de sete tributos, o ICMS foi o mais citado pelas empresas como prejudicial, com 42% das assinalações. Depois dele, o PIS/Cofins e as contribuições previdenciárias (INSS) figuram em segundo lugar como os tributos mais prejudiciais às empresas, empatados com 16% das respostas.
| CNI (publicado em 04-07-2019) | | | | No Brasil, essa fatia da população recebe cerca de 41% do total; desigualdade vinha caindo, mas tendência foi interrompida pela crise. Dados são de 2017.
A concentração da renda do trabalho mostrou leve queda em 2017, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (4) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Apesar do recuo, os 10% mais ricos continuam recebendo quase 50% de toda a renda do trabalho gerada.
O relatório, que abrange 189 países, mostra que, naquele ano, os 10% mais ricos do mundo receberam 48,95% da renda do trabalho – no ano anterior, esse percentual havia sido levemente maior, de 49,23%. Já os 10% mais pobres receberam 0,15% da renda, mesmo patamar registrado desde 2014. Mesmo a fatia dos 50% mais pobres ainda é muito pequena: representa apenas 6,4% do total.
"Ainda que os níveis de desigualdade de renda sigam muito altos, eles mostraram uma redução substancial entre 2004 e 2017", diz OIT.
Um trabalhador entre os 10% mais ricos recebeu, em média, US$ 7.445 por mês em 2017. Já os que estão entre os 10% mais pobres tiveram uma renda média mensal de apenas US$ 22. Considerando todos os 50% mais pobres, a renda foi de US$ 198, segundo a OIT.
A OIT destaca, ainda que a renda do trabalho corresponde a 51,4% de toda a renda gerada. Os outros 48,6% se referem à renda do capital – ou seja, remuneraram os proprietários do dinheiro. "É importante ressaltar que a participação do capital aumentou nos últimos anos", aponta a entidade.
Efeito dos emergentes
De acordo com o estudo, embora o conjunto de dados mostre uma redução na desigualdade global da renda do trabalho desde 2004, isso não se deve a reduções na desigualdade dentro dos países.
“Pelo contrário, é por causa do aumento da prosperidade em grandes economias emergentes, como China e Índia. No geral, os resultados dizem que a desigualdade de renda continua difundida no mundo do trabalho”, afirma a OIT.
Ao dividir os assalariados em três grupos, entre salários baixos, médios e altos, a OIT aponta também que somente os trabalhadores com salários mais altos viram sua situação melhorar entre 2004 e 2107, enquanto os pertencentes às classes média e baixa registraram redução no poder de compra.
Considerando a distribuição de remuneração média entre os países, a OIT constata que a participação da classe média (aproximadamente 60% dos trabalhadores) diminuiu, globalmente, de 44,8% para 43% entre 2004 e 2017. Simultaneamente, a participação dos 20% dos que mais ganham aumentou de 51,3% para 53,5%. Os países em que estes trabalhadores mais bem pagos viram a sua parcela de remuneração aumentar em pelo menos um ponto percentual incluem Alemanha, Indonésia, Itália, Paquistão, Reino Unido e Estados Unidos.
"Os dados mostram que, em termos relativos, os aumentos nos rendimentos da mão-de-obra estão associados a perdas para todos os outros, com trabalhadores de classe média e baixa renda observando sua participação no declínio da renda", explica o diretor de produção de dados da Unidade de Análise da OIT, Steven Kapsos, por meio de comunicado obtido pelo Valor.
Brasil
No Brasil, a desigualdade de renda do trabalho vinha em tendência de queda, segundo os dados da OIT. Mas essa melhora foi interrompida pela crise.
De 2004 a 2016, a renda percebida pelos 10% mais ricos recuou de 47,75% a 40,91% – em 2017, no entanto, voltou a subir, atingindo 41,36%. Já o rendimento dos 10% mais pobres subiu de 0,49% a 1,11% entre 2004 e 2016, mas mostrou um recuo em 2017, para 1,04% do total.
| G1 (publicado em 04-07-2019) | | | | Por 36 a 13, texto-base da reforma da Previdência é aprovado na comissão especial
Ainda precisam ser votados os destaques apresentados por partidos e deputados
Por 36 a 13, a reforma da Previdência foi aprovada pela comissão especial da Câmara, mas a votação ainda não foi concluída. O colegiado é formado por 49 membros.
Ainda precisam ser votados os chamados destaques – pedidos de partidos e deputados para que uma parte específica da proposta seja analisada separadamente.
Após a conclusão da votação na comissão, a reforma seguirá para apreciação do plenário da Câmara. A data ainda não foi definida.
Em fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para reestruturar o sistema de aposentadoria e pensões dos trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos.
A equipe econômica espera economizar cerca de R$ 1 trilhão em dez anos com a aprovação da atual versão da reforma.
O texto apresentado pelo governo foi alterado na Câmara, mas os principais pilares do projeto foram mantidos no relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que sofreu pressão de partidos, servidores e lobistas durante as negociações.
A reforma, em tramitação no Congresso, estabelece uma idade mínima de 65 anos, se homem, e 62 anos, se mulher, para trabalhadores do setor privado e servidores federais.
Mas quem já está no mercado de trabalho tem direito a regras mais suaves – é a chamada transição.
No caso da iniciativa privada, há cinco modelos de transição. Para servidores, há duas. O trabalhador poderá escolher a mais vantajosa.
Pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), atualmente, há duas formas de aposentadoria. Uma é por idade, que exige 65 anos, no caso de homens, e 60 anos para mulheres, quando o trabalhador não é do setor rural.
A reforma da Previdência ataca essencialmente o segundo modelo de aposentadoria: o por tempo de serviço. Estas regras permitem que, após 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos, se mulher, trabalhadores se aposentem cedo.
A equipe econômica argumenta que esse tipo de aposentadoria privilegia os mais ricos. Por isso, esse modelo seria extinto, de acordo com a proposta de reforma, após a transição.
Outra mudança relevante é sobre a fórmula de cálculo da aposentadoria.
A regra atual descarta os 20% menores recolhimentos. Assim, a média é elevada, o que beneficia o trabalhador.
O time do ministro Paulo Guedes (Economia) defende que sejam consideradas todas as contribuições, o que reduziria o valor da aposentadoria.
A versão atual da reforma mantém essa regra de cálculo proposta pelo governo, mas o relator incluiu um dispositivo para suavizar a mudança.
Ao se aposentar, o trabalhador poderia optar pelo descarte de recolhimentos que prejudiquem o cálculo do benefício, desde que isso não prejudique o tempo mínimo de contribuição.
Segundo técnicos que desenvolveram o mecanismo, isso seria útil para quem, por exemplo, no começo da carreira, teve renda bem abaixo de grande parte da vida laboral.
No entanto, ainda há articulação de partidos para excluir qualquer mudança na fórmula de cálculo da proposta de reforma da Previdência. Ou seja, para manter a regra de descarte de 20% dos menores salários.
Para conseguir apoio à PEC, o relator teve que ceder a pressões. Estados e municípios ficaram fora da reforma.
Líderes que representam a maioria da Câmara rejeitam votar medidas que ajudariam governadores e prefeitos – principalmente de partidos contrários a Bolsonaro – que fazem campanha contra a proposta.
A ideia desses deputados é que o desgaste político seja dos governadores e prefeitos em aprovar, nas respectivas assembleias, regras mais duras de aposentadorias para servidores estaduais e municipais. Mas, se deputados da oposição passarem a apoiar a reforma da Previdência, poderá ser aprovada uma alteração no plenário da Câmara para que estados e municípios retornem à reforma.
Moreira também teve que aliviar regras de transição para servidores públicos e professoras; fez ajustes na fórmula de cálculo da pensão por morte apresentada pelo governo; poupou trabalhadores rurais; e excluiu mudanças no pagamento do BPC (benefício assistencial) a idosos carentes.
Numa derrota para Guedes, a reforma aprovada pela comissão não permite que seja criado um novo sistema previdenciário, a capitalização. Nesse regime, que era o desejo do ministro da Economia, cada trabalhador faria a própria poupança para bancar a aposentadoria.
Mesmo com as concessões, a oposição continuou defendendo mudanças na PEC ou a derrubada integral da proposta.“Esse resultado [da comissão] não reflete o resultado no plenário. Temos tempo de luta. Temos tempo de resistência”, disse a líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Após a fase da comissão, a proposta segue para o plenário da Câmara, onde precisa do apoio de 308 dos 513 deputados – três quintos da Casa.
O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse que a reforma da Previdência é a primeira etapa de uma série de projetos visados pela equipe econômica, como a reforma tributária.
Apesar de a restruturação do sistema de aposentadorias e pensões ser uma proposta do governo, a Câmara – especialmente o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – assumiu o protagonismo no assunto.
Maia é um dos principais fiadores da reforma e quer tentar votar o texto no plenário até meados de julho.
| Folha de S. Paulo (publicado em 04-07-2019) | | | | Texto precisará passar por dois turnos de votação com exigência mínima de 308 votos favoráveis
Após mais de 16 horas de reunião, a comissão especial da Câmara concluiu na madrugada desta sexta-feira (5) a votação do relatório da reforma da Previdência. A proposta segue para análise no plenário, onde ainda pode sofrer alterações.
O texto-base das mudanças nas regras de aposentadoria foi aprovado no início da tarde de quinta-feira (4) por 36 votos a 13. Depois, os deputados seguiram com a votação de destaques --pedidos de partidos e deputados para que uma parte específica da proposta seja analisada separadamente.
Ao todo, a comissão especial analisou 17 destaques. O mais polêmico deles afrouxava as regras de aposentadoria para carreiras da segurança pública.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) atuou em defesa dos policiais e pressionou deputados até horas antes da votação na comissão. Entretanto, a articulação fracassou.
Aos gritos de "Bolsonaro traidor" e "PSL traidor", policiais deixam o plenário da Comissão Especial da Previdência, após o destaque que garantia mais direitos à categoria foi rejeitado
Com ajuda do PSL, partido do presidente, os deputados rejeitaram a proposta. O revés aconteceu a despeito do apelo público de Bolsonaro nesta quinta-feira (4) por regras mais brandas para policiais federais e policiais rodoviários federais.
Ao ser anunciado o resultado, policiais que estavam na comissão gritavam: "PSL traiu a polícia do Brasil". E também contra o presidente: "Bolsonaro traidor!"
Horas antes da votação na Câmara, em discurso à bancada ruralista, Bolsonaro disse que errou ao não ter incluído regras mais amenas para policiais federais e rodoviários na reforma e defendeu mudança no texto da proposta.
"Tem um equívoco que nós, governo, erramos e dá para resolver essa questão através do bom senso dos senhores. Eu peço, por favor. O discurso de alguns, como se quiséssemos privilegiar também polícia federal e polícia rodoviária federal, não procede. São aliados nossos e nunca tiveram privilégio no Brasil".
O secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, que participou das negociações, adotou tom conciliador e disse que Bolsonaro tem ajudado na tramitação da reforma.
“É evidente que ele tem direito de ter sua opinião, o Parlamento também, a sociedade também. Agora, o mais importante é o resultado, que está se manifestando de forma muito clara através do voto dos parlamentares”.
A comissão especial também derrubou outro pleito dos profissionais da segurança pública ao tirar policiais militares e bombeiros das mesmas regras das Forças Armadas.
Um artigo do texto previa que essas duas categorias seguiriam as mesmas normas de transferência para inatividade e pensão por morte que os integrantes das Forças.
O último destaque apreciado pelo colegiado foi articulado pelos deputados ruralistas. A comissão restabeleceu a isenção tributária sobre produção agrícola exportada.
Atualmente, a exportação da produção rural é isenta de contribuições. A reforma da Previdência eliminaria esse benefício da Constituição.
Com a medida, o governo esperava incrementar a arrecadação em R$ 80 bilhões nos próximos dez anos, cobrindo parte do rombo da Previdência.
Os deputados rejeitaram ainda a possibilidade de criação de um gatilho para aumentar a idade mínima de aposentadoria em caso de elevação da expectativa de sobrevida da população e a possibilidade de poupar os professores do endurecimento de regras de aposentadoria.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que iniciará a discussão da reforma no plenário da Câmara na terça-feira (9) para que a proposta seja votada pelos deputados até o final da próxima semana.
“Essa foi a nossa primeira vitória e, a partir da próxima semana, vamos trabalhar para aprovar o texto em Plenário, com muito diálogo, ouvindo todos os nossos deputados, construindo maioria”, disse Maia.
Para ser enviada ao Senado, a proposta precisa passar por dois turnos de votação no plenário da Câmara, com exigência mínima de 308 votos favoráveis em cada uma.
| Folha de S. Paulo | | | | Lideranças na Câmara dizem que votam Previdência até dia 17
Se o governo e o PSL não atrapalharem, a reforma da Previdência vai ser posta em votação a partir da quarta-feira que vem, dia 10 e votada até dia 17, dizem lideranças da Câmara. É uma mistura de clima de euforia com “ou vai ou racha” e Terça Gorda de Carnaval (“é hoje só”).
Pelo menos até agora, a média do país assiste bestificada à tramitação de uma reforma emperrada faz quase 20 anos. Protestos maiores vêm de policiais e, bem menos, de professores; sindicatos, movimentos sociais e oposição em geral parecem todos atropelados.
No mercado financeiro, as taxas de juros rolam a ladeira para mínimas históricas, empurradas principalmente pela situação da finança mundial, mas agora também pela chegada próxima da reforma ao plenário da Câmara.
Na comissão especial, o relator da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), o presidente do colegiado, Marcelo Ramos (PL-AM), sentado, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro Paulo Guedes (Economia), falando para a turma em São Paulo, chegou a antecipar os próximos grandes projetos do governo na economia. Em evento de uma instituição financeira, disse que virão uma reforma tributária, que concorreria de modo “positivo” com aquela que tramita na Câmara, e o que chamou de “pacto federativo”, mas parece outra coisa. Isto é, Guedes disse que vai mesmo propor o fim da obrigatoriedade de certas despesas do governo, como aquelas em educação e saúde, entre as mais importantes.
Não parece ser boa ideia, por vários motivos. Se de fato passar a reforma previdenciária, será um milagre que passe também uma reforma dos impostos que mexe com interesses de montes de empresas e acaba com boa parte da autonomia tributária dos estados. É ambição irrealista misturar nesse angu o caroço da desvinculação ampla, geral e irrestrita.
Quanto à reforma da Previdência, há muita gente que conta com os ovos que ainda estão na barriga da galinha. Seria uma necessidade, argumentam lideranças que trabalham com Rodrigo Maia, presidente da Câmara e condutor de fato dessa tramitação até aqui bem-sucedida.
É preciso tentar votar agora, em dez dias; depois do recesso, o país pode ser totalmente outro, diz um deputado que está no comando das negociações, referindo-se às férias do Congresso, que em tese começam no dia 18. A necessidade seria ainda mais premente por causa da instabilidade do governo de Jair Bolsonaro. A dúvida desse grupo político é se dá tempo de votar os dois turnos antes das férias.
Adiar o recesso parece inviável: “a gente adia, os deputados não ficam [em Brasília]”, dizia o parlamentar, quando haviam sido votados apenas três da dúzia e meia de destaques ao projeto básico aprovado nesta quinta-feira, na Comissão Especial da Câmara.
Tem voto? Segundo lideranças que turbinam a tramitação, sim, tem voto. Ou melhor, a reforma deve passar se o PSL, partido de Bolsonaro, votar a favor e não continuar a dar apoio ao lobby dos policiais, que querem uma reforma para recuperar privilégios derrubados desde a mudança da Previdência dos servidores promovida no governo Lula 1, em 2003. Uma vitória dos policiais provocaria uma fila de reivindicações assemelhadas.
Em maio de 2017, a reforma previdenciária de Michel Temer, já bem lipoaspirada, havia sido aprovada na Comissão Especial da Câmara, embora estivesse meio marcada para morrer. Não tinha voto, havia protestos na rua e a popularidade de Temer beirava o zero. Pouco tempo depois, houve o Joesley Day, a revelação do grampo. Líderes da Câmara se lembram do episódio quando dizem que é preciso o “vai ou racha” da votação em até 15 dias.
Vinicius Torres Freire - Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).
| Folha de S. Paulo | | | | O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou ao blog nesta sexta-feira (5) que o texto da proposta de reforma da Previdência pode sofrer alterações no plenário principal da Casa para contemplar, por exemplo, setores da polícia que ficaram de fora do parecer final da comissão especial.
No entanto, o deputado do PSL faz uma ressalva: “Só vamos fazer se não for atrapalhar acordos com outros partidos."
"Não vou fazer aventuras, como não fizemos na comissão especial. Quando defendemos as categorias de segurança pública é porque realmente achamos justo. Mas, infelizmente, não podemos atender se isso for comprometer a votação. Não podemos colocar em risco a Previdência por causa de um segmento, seja ele qual for", argumentou Major Vitor Hugo.
O líder do governo disse que terá uma série de conversas para contar os votos em plenário. E também que a mudança de eixo da articulação política, que saiu das mãos do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) para o titular da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
General de Exército e amigo do presidente da República, Ramos tomou posse no primeiro escalão nesta quinta (4). Ele vai ajudar nas negociações para aprovar a reforma previdenciária no Congresso Nacional.
Questionado sobre se o governo já tem votos suficientes para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) no plenário principal da Câmara, Major Vitor Hugo disse que ouviu uma estimativa do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que o Planalto tem cerca de 340 votos. Para aprovar a PEC, são necessários os votos de 308 deputados.
Na avaliação do líder do governo, as negociações na comissão especial foram um "laboratório" para o plenário.
"Daqui até terça-feira, tem muita coisa para acontecer. Estamos discutindo o que pode ter de mudança, até porque o custo para o deputado da área que votou contra o pleito da segurança pública é muito alto. Mas só faremos se for uma jogada combinada, para não prejudicar acordos", enfatizou.
Andréia Sadi - Repórter da TV Globo e da GloboNews. Cobre os bastidores da política em Brasília
| G1 | | | | Com juro baixo, XP Investimentos vê concorrência maior e migração de poupança
Para presidente de corretora, brasileiros irão recorrer a agentes independentes do mercado financeiro
A redução dos juros no Brasil deve contribuir para o processo de migração de clientes de grandes bancos para corretoras e outros agentes do mercado financeiro. A avaliação é do fundador da XP Investimentos, Guilherme Benchimol.
“Isso vai mudar completamente, principalmente com o cenário de juros cada vez mais baixos. As pessoas precisam investir diferente. Vejo uma avalanche acontecendo. Quem vai dominar o sistema financeiro não será quem dominou nos últimos anos”, afirmou.
Guilherme Benchimol, da XP Investimentos, disse que não pretende vender a XP, mas que pode abrir seu capital - Joel Silva/Folhapress
Segundo Benchimol, apesar do grande número de competidores hoje no mercado, com corretoras, fintecs e varejistas oferecendo serviços financeiros, não há competição, pois 95% dos recursos ainda estão nos grandes bancos.
“Daqui cinco anos, a maior parte da poupança dos brasileiros estará fora dos bancos. Aí a competição vai ser entre os independentes, como no mercado americano.”
Nesta quinta-feira (4), durante evento organizado pela instituição financeira, Benchimol foi questionado se a XP seria comprada pelo Itaú, que já detém 49% da corretora, ou se acabaria por comprar o banco parceiro. Em respostas, disse que não pretende vender a XP, mas que pode abrir seu capital.
“A gente não tem data [para abertura de capital], mas é algo que, se acontecer, será no sentido de deixar a empresa mais forte”, afirmou.
A XP, maior corretora independente do país, recebeu no final do ano passado autorização do Banco Central para virar banco.
Benchimol afirmou que, como banco, a XP deverá contribuir também para aumentar a competição no mercado de crédito, com a oferta de produtos com spread bancário 80% inferior à média do mercado para quem investe por meio da instituição.
| Folha de S. Paulo (publicado em 04-07-2019) | | | | No ano, saques superam depósitos em quase R$ 15 bilhões
Depois de dois meses de retiradas, a poupança voltou a atrair o interesse dos investidores. Em junho, os depósitos superaram os saques em R$ 2,5 bilhões, informou hoje (4) o Banco Central. Esse resultado representa recuo de 55,7% em relação a junho do ano passado, quando os correntistas tinham depositado R$ 5,64 bilhões a mais do que tinham retirado. Desde junho de 2016, a aplicação não registrava captação tão baixa.
Com o resultado de junho, a caderneta de poupança acumula saques líquidos de R$ 14,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2019. No mesmo período do ano passado, as captações (depósitos) tinham superado as retiradas em R$ 7,35 bilhões.
Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018 (captação líquida de R$ 38,26 bilhões.
Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história, em 6,5% ao ano. Nos últimos meses, o investimento não tinha conseguido garantir rendimentos acima da inflação, mas a aplicação voltou a atrair o interesse dos investidores porque a inflação está em queda.
Nos 12 meses terminados em junho, a poupança rendeu 4,16%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumula 3,84% no mesmo período. No próximo dia 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA cheio de junho.
| Agência Brasil ( publicado em 04-07-2019) | | | | A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve alta de 1,3% em maio, em relação a abril, na série com ajuste sazonal. Os dados foram divulgados hoje (4), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e mostram o quanto as empresas investiram e aumentaram seus bens de capital.
O indicador do Ipea é um dos componentes do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) pelo lado da demanda e, de acordo com o instituto, seu crescimento sinaliza um aumento da capacidade produtiva das empresas, refletindo a melhora da confiança dos empresários nos negócios.
Os investimentos aceleraram também no acumulado em 12 meses, passando de 2,7% em abril para 4,2% em maio. Em 2019, o indicador cresceu 3%. Quando comparado com o mês de maio do ano passado, o indicador registrou crescimento de 13,9%, influenciado, parcialmente, pelos efeitos da greve dos caminhoneiros em 2018, que geraram uma base de comparação menor.
Setores
O indicador computa investimentos em máquinas e equipamentos, construção civil e outros ativos fixos (como pesquisa e desenvolvimento, propriedade intelectual, lavouras permanentes e gado de reprodução). Apenas a construção civil apresentou desempenho negativo em maio, com queda de 0,8% em relação a abril.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) cresceu 3,9% em maio deste ano. Entre os componentes do Came, o destaque vai para a importação de bens de capital, que avançou 16,1% (compensando a queda de 11,6% em abril). A produção nacional avançou 2%. O componente de outros ativos fixos teve alta de 0,6% no período, contribuindo para o resultado positivo dos investimentos, segundo o Ipea.
Na comparação com maio de 2018, os três itens da FBCF tiveram bom desempenho, influenciados, em parte, pelos efeitos negativos da greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio do ano passado. O principal destaque foi o Came, que avançou 23,7% em relação a maio de 2018. O componente da construção, por sua vez, registrou alta interanual de 8,7% e os outros ativos fixos cresceram 6,4% em relação ao mês de maio de 2018.
| Agência Brasil ( publicado em 04-07-2019) | | | | Moeda americana termina cotada a R$ 3,80, menor patamar desde março
A Bolsa brasileira bateu o recorde histórico nesta quinta-feira (4) com a aprovação do texto-base da reforma da Previdência na comissão especial. A conclusão desta etapa, que ainda depende da apreciação dos destaques levantados por parlamentares, permite que o projeto seja apreciado em plenário antes do recesso parlamentar, que se inicia em 18 de julho.
Uma aprovação na Câmara ainda neste mês abre caminho para corte de juros mais cedo, já na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em 31 de julho. Além disso, a aprovação final seria adiantada, podendo surtir efeitos na economia ainda este ano.
Tais expectativas levaram o Ibovespa a uma alta de 1,56%, a 103.636 pontos, nova máxima do índice. O dólar também depreciou e foi a R$ 3,80, queda de 0,67%, menor patamar desde 21 de março.
Comissão Especial da Reforma da Previdência aprova o texto base do relator deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). O deputado Marcelo Ramos (PL-AM) preside a comissão.
A nova máxima da Bolsa brasileira, que substitui os 102.062 pontos alcançados em 24 de junho, vem um dia após os recordes dos três principais índices americanos e máxima anual dos europeus. O otimismo do mercado de ações reflete a expectativa de queda na taxa de juros nos Estados Unidos e na Europa e a negociação entre americanos e chineses em torno de um acordo comercial.
Nesta quinta, a alta da Bolsa brasileira, que chegou aos 104 mil pontos durante o pregão, veio do otimismo do investidor local. Devido ao feriado de independência, o mercado americano não abriu. Os índices europeus, por sua vez, fecharam estáveis.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio teve leve alta de 0,3%, enquanto Hong Kong e o índice CSI 300, que reúne as Bolsas chinesas de Xangai e Shenzhen, recuaram 0,2% e 0,52%, respectivamente.
Sem os americanos, o giro financeiro do Ibovespa ficou ligeiramente abaixo da média, com volume de R$ 13,5 bilhões.
"É crucial que a fase de comissão seja superada o quanto antes para haver chance de aprovação em plenário até dia 17 de julho, antes do recesso parlamentar. Nosso cenário base é que a conclusão da votação em plenário fique para agosto", diz relatório da XP Investimentos.
Com a expectativa de cortes na Selic, os contratos futuros de juros tiveram forte queda nesta quinta. O contrato de setembro tem uma queda de 0,054 ponto percentual, para uma taxa de 6,275%, precificando um corte de 0,25 ponto percentual na Selic.
O contrato para janeiro de 2020 recuou 0,09 ponto percentual, para uma taxa de 5,88%, uma antecipação de queda de 0,5 ponto percentual no juro.
Além do cronograma de Rodrigo Maia (DEM-RJ) estar sendo cumprido, outro fator que anima investidores é que o relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP), mesmo em sua terceira versão, preserva a economia preterida pelo governo Bolsonaro, de R$ 1 trilhão em dez anos.
Outro fator que impulsionou a valorização das empresas, foi a aplicação do aumento de 15% para 20% da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) apenas para bancos, poupando fintechs, corretoras e sociedades de investimento.
Apesar do andamento da reforma, o dólar não deve seguir em queda, aponta Fernanda Consorte, economista-chefe da Ourinvest.
“Este patamar de R$ 3,80 reflete a expectativa de pelo menos uma votação em plenário antes do recesso, já que ter as três sessões necessárias para a aprovação é inviável no tempo restante. Além disso, não temos fluxo o suficiente para manter o dólar baixo, os estrangeiros ainda não voltaram a injetar dinheiro na nossa economia”, diz.
Consorte lembra que o fluxo de câmbio registrado pelo Banco Central está negativo. Na B3, a saída de estrangeiros no ano é de R$ 3,6 bilhões.
Moeda chegou a superar a barreira de R$ 3,80 durante quase todo o pregão, mas ganhou força ao fim da tarde e terminou cotada a R$ 3,8010.
| Folha de S. Paulo | | | | No comparativo com o mês anterior, queda foi maior ainda: 11,8%. Associação alega que pedidos foram represados por conta do atraso na divulgação do Plano Safra.
A produção de máquinas agrícolas no Brasil diminuiu 7,9% no primeiro semestre de 2019, no comparativo com o mesmo período do ano passado, de acordo com relatório divulgado pela associação que representa as montadoras (Anfavea) nesta quinta-feira (4).
No destaque negativo dos seis primeiros meses deste ano está a produção de tratores de rodas, com uma queda de 18,6%. Do lado positivo, saíram das fábricas mais colhedoras de cana-de-açúcar, crescimento de 6,5% no período.
Na comparação com maio, a queda do segmento, que contempla também maquinas rodoviárias, foi de 11,8%.
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que a baixa produção no comparativo com o mês passado foi porque muitos pedidos foram represados à espera do lançamento do Plano Safra 2019/20.
Mesmo com o atraso no plano, a associação acredita que a taxa de juros do crédito para o setor (Moderfrota) ficaram compatível com a atual situação fiscal do país.
Vendas internas
As vendas internas entre indústrias e concessionárias ficaram praticamente estáveis no primeiro semestre, foram 19,8 mil unidades negociadas no período contra 19,9 mil em 2018.
Frente a maio, o crescimento foi de 40,4%, com 4,4 mil unidades vendidas em junto ante 3,1 mil do mês anterior.
Exportações
As exportações do segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias caíram 2% no primeiro semestre deste ano frente ao ano passado. Foram 6,1 mil unidades negociadas em 2019 contra 6,2 mil máquinas vendidas ao exterior no ano passado.
Em receita, os embarques somaram US$1,48 bilhão, queda de 14,4% ante 2018, quando o faturamento foi de US$ 1,73 bilhão.
| G1 (publicado em 04-07-2019) | | | | Acordo entre Mercosul e europeus prevê tarifa zero de importação de veículos após 15 anos de implementação
A indústria automotiva brasileira precisa aproveitar os anos necessários até a aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia para ganhar produtividade e reduzir custos, se não quiser ser ofuscada pela concorrência externa, avalia o setor.
Essas mudanças dependem, para associações do segmento, de reformas estruturais como a da Previdência e a tributária, que atraiam investimentos para o país e aumentem o nível de competitividade das empresas nacionais.
Para Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos), não é uma possibilidade que o acordo entre em vigor sem as reformas terem sido aprovadas. “Não existe esse cenário. O Brasil agora tem data para estar preparado.”
Sua expectativa é que o acordo demore de dois a três anos para começar a valer. “Esse é o prazo que a gente tem para implementar as reformas nas várias dimensões. O Brasil precisa se preparar para o acordo, senão haverá mais riscos do que chances”, afirma.
José Luiz Gandini, presidente da Abeifa (associação das importadoras de veículos), disse que as reformas da Previdência e tributária são mais importantes do que o acerto entre Mercosul e UE.
“Isso sim mexe com o mercado já, muito antes do que o acordo”, afirmou. As vendas no Brasil de veículos importados caíram 9,6% no primeiro semestre do ano, ante 2018.
Para o setor automotivo, a previsão com o acordo é que a tarifa de 35% sobre a importação de carros europeus cairá a 17,5% em dez anos, com uma cota de 50 mil carros para o Mercosul nos primeiros sete anos — 32 mil para o Brasil. Em 15 anos, a taxa será zero.
“Dentro de uma linha do tempo, vemos a reforma da Previdência, a tributária e depois o acordo. No médio e longo prazo, tudo isso acontecendo, é muito positivo para o Brasil e o setor automotivo, que vem se reinventando e sofrerá transformações grandes nos próximos anos”, afirma Marcelo Frateschi, sócio de impostos e líder do setor de automotivo na EY.
Moraes diz que a reforma da Previdência “não põe dinheiro na mesa”, mas, ao endereçar uma solução para o déficit fiscal, faz com que agentes econômicos vejam o Brasil com bons olhos e atrai investimentos de fora.
A reforma tributária, por sua vez, reduziria o chamado “custo Brasil” ao simplificar o sistema de impostos.
Lia Valls, pesquisadora associada do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), diz que a indústria automotiva brasileira é protegida e que a abertura comercial é importante para quebrar monopólios. “Mas não será apenas isso que promoverá aumento da produtividade”, afirma.
A maior competitividade do setor no Brasil está ligada, segundo ela, a reformas como a tributária e outras mudanças microeconômicas que facilitem processos de importação/exportação e procedimentos aduaneiros e que desburocratizem o ambiente de negócios.
Tereza Fernandez, da consultoria MB Associados, relembra a abertura comercial promovida pelo governo Collor nos anos 1990. Segundo ela, o movimento foi um “choque de produtividade” para a indústria automotiva do Brasil. “Foi aí que começaram a ganhar escala. Ou as empresas se tornam competitivas, ou elas morrem.”
Moraes diz que o setor precisa “mudar a chave” para atuar no livre comércio, até porque, segundo ele, outros acordos virão. “Fala-se em [negociações] com Canadá, Japão, Coreia [do Sul]. O Brasil deixará de ser uma economia fechada.”.
| Folha de S. Paulo | | | | Exportações caíram quase pela metade afetadas pela crise na Argentina
A produção de carros e comerciais leves cresceu 2,8% no primeiro semestre do ano, na comparação com igual período de 2018, informou a Anfavea (associação das montadoras) nesta quinta-feira (4).
Foram 1,47 milhão de veículos produzidos. Em junho, porém, houve queda tanto em relação ao igual mês do ano passado (-9,8%) quanto na comparação com maio deste ano (-15,5%).
Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, o recuo é explicado por férias coletivas em algumas montadoras, paralisações devido a mudanças em linhas de produção, além de quedas nas exportações e três dias úteis a menos em junho, ante maio.
O licenciamento de veículos avançou 12,1% nos seis primeiros meses do ano, em relação a 2018, para 1,3 milhão de unidades vendidas. Já as exportações caíram 41,5% no semestre, penalizadas pela crise na Argentina.
A produção de caminhões subiu 11,8% na primeira metade do ano, para 55,4 mil unidades. O emplacamento somou 46,8 mil veículos, alta de 46% em relação a 2018. O setor vem sendo impulsionado pelo segmento de caminhões pesados, ligados principalmente ao agronegócio.
Associações de montadoras e concessionárias promoveram nesta semana uma revisão geral para baixo de suas expectativas para o desempenho do setor automotivo em 2019, diante da baixa confiança do consumidor.
A Anfavea, no entanto, decidiu manter sua projeção de alta de 9% para a produção de veículos e de 11,4% para as vendas internas, apostando na aprovação da reforma da Previdência e na queda dos juros.
"Não desistimos. Estamos no meio do jogo, tem o segundo tempo inteiro para jogar. Se a reforma da Previdência for aprovada, é um fator importante para criar uma expectativa de negócios mais positiva", afirmou Moraes.
A entidade revisou apenas sua projeção de exportações, de uma queda de 6,9% para 28,5%, o que significa 140 mil unidades a menos do previsto anteriormente.
A Fenabrave (associação dos concessionários) reduziu sua previsão para o licenciamento de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus de uma alta na casa de 11% para 8,4%, somando 2,8 milhões de veículos.
As vendas de veículos até subiram 12% nos seis primeiros meses do ano, ante 2018, segundo a Fenabrave. É preciso ponderar, no entanto, que o primeiro trimestre do ano passado foi afetado pela greve dos caminhoneiros e pela Copa do Mundo, o que reduziu a base de comparação.
Além disso, o crescimento na comercialização foi impulsionado basicamente pelas vendas diretas, sobretudo das montadoras para frotistas e locadoras, sem passar, no geral, pelas concessionárias.
De acordo com Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, o varejo cresceu 2,2% no acumulado do semestre, enquanto as vendas diretas avançaram 23,6%. A modalidade chegou a representar o recorde de 46% dos emplacamentos do período, ante 40,4% no primeiro semestre de 2018. Para Assumpção, esse não é um patamar saudável para as concessionárias.
Representando as montadoras, Moraes afirma que o setor automotivo está passando por uma revolução e que o sistema vai mudar. "A venda direta veio para ficar, não é um fato que a gente deva desconsiderar ou que seja momentâneo. O sistema de distribuição de veículos precisa repensar, como nós estamos fazendo", disse.
Já a venda de veículos importados caiu 9,6% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2018, para 16,2 mil unidades, de acordo com a Abeifa, que reúne 16 marcas.
Com isso, a associação revisou sua previsão do início do ano de vendas de importados de 50 mil veículos para 40 mil.
"Teríamos que vender 4.800 carros por mês para manter a previsão, é praticamente impossível", disse o presidente da entidade, José Luiz Gandini.
Ele atribui a queda nas vendas de importados à "economia parada", como define a situação brasileira, e às oscilações do dólar. "Se o filho do [presidente Jair] Bolsonaro entra no Twitter e fala algo diferente, o dólar sobe. A gente está em uma situação que é muito volátil, qualquer coisa, muda totalmente", afirma.
"Hoje o câmbio está em R$ 3,83, mas estamos recebendo ainda os carros pagos na base de R$ 4,10. Não dá para repassar isso, o carro fica fora de mercado."
ACORDO MERCOSUL-UE
O setor aguarda mais detalhes para entender os impactos do acordo entre Mercosul e União Europeia, anunciado na semana passada.
Nos primeiros sete anos do acordo, vigorará o regime de cotas, em que a Europa pode mandar para o Brasil 50 mil veículos por ano com alíquota mais baixa, de 17,5% —acima desse limite, valem os 35% atuais.
Desses 50 mil, 32 mil poderiam vir para o Brasil. Segundo Moraes, a distribuição dessa cota entre as montadoras seria definida pelo exportador (ou seja, a Europa). O Mercosul não teria limite de exportação para o bloco da UE.
A partir do 8º ano, haveria uma redução progressiva das alíquotas: 28,4%, 21,7%, 15% (quando as cotas deixariam de ser necessárias), 12,5%, 10%, 7,5% 5% e 2,5%. A partir do 16º ano, o comércio de veículos entre os blocos seria livre, sem cota e sem imposto.
As tarifas sobre autopeças sofreriam uma redução linear em 10 anos, para uma cesta de produtos maior, ou 15 anos, para uma cesta menor. As cestas ainda serão definidas.
Além disso, o acordo prevê um mínimo de 55% de conteúdo regional para os dois blocos, ou seja, para um veículo fabricado no Mercosul ou na UE, 55% das peças teriam de ser produzidas em países dos dois blocos. No caso das autopeças, o conteúdo regional mínimo é de 50%.
Moraes disse que o setor precisa "mudar a chave" para trabalhar no livre comércio. "Há riscos, mas também chances. Queremos aproveitar as chances. Podemos jogar, vender mais, exportar mais. E não precisamos fazer tudo, podemos importar", afirma.
Para o presidente da Anfavea, o Brasil tem potencial para vender para a Europa peças como câmbio, eixo, motores e alguns tipos de veículos de nicho. "Podemos fazer um híbrido etanol bom, vamos fazer e exportar."
Para isso, no entanto, ele diz que é preciso melhorar a competitividade do setor, o que inclui, por exemplo, mudanças no sistema tributário brasileiro.
"Precisamos atacar a competitividade agora. A corrida contra o tempo começou. A redução tarifária ocorrerá naquelas datas, mas a decisão de investimentos já vai levar em consideração esse acordo", afirma.
A princípio, o acordo é especialmente favorável para os importadores de carros. Ainda assim, o setor evita comemorar.
Gandini disse que as reformas da Previdência e tributária são mais importante do que o acordo. "Isso sim mexe com o mercado já", afirmou.
Segundo ele, ainda existem muitas dúvidas sobre como será o acordo entre os blocos. "Não existe nada de concreto ainda. Existe a certeza de que vai sair alguma coisa, mas ainda precisa ser regulamentado. É prematuro, está muito cedo e muito cru ainda", afirmou.
Gandini considera que o volume de 32 mil carros é "muito pequeno". Além disso, diz que há incertezas sobre como será a divisão das cotas.
"Quem será beneficiado? Não são todas as marcas. Nem todas as associadas têm fábrica na Europa. E tem produtos na Europa que não estão no Brasil, não sabemos como vai ser a aceitação aqui", diz.
| Folha de S. Paulo (publicado em 04-07-2019) | | | | Para presidente da associação das montadoras, indústria nacional terá de melhorar custos de produção para enfrentar concorrência após acordo prever tarifa zero para bloco europeu.
Apesar de comemorar o acordo Mercosul-União Europeia, a associação das montadoras (Anfavea) entende que o fim do imposto de importação para carros feitos no bloco europeu pode ser uma ameaça à indústria automotiva brasileira, e convocou uma "corrida contra o tempo" por competitividade.
O pacto ainda não tem data para começar a valer -- para a Anfavea, isso deve demorar 2 anos. Quando ele entrar em vigor, os veículos europeus terão tarifa reduzida gradualmente, até ela ser eliminada, dentro de 15 anos (veja mais ao fim da reportagem).
O novo presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse nesta quinta-feira (4) que agora a indústria nacional tem um prazo para buscar mais competitividade, referindo-se ao tempo até que o imposto para a UE seja zerado.
"O (eventual) aumento da importação é uma ameaça, mas a gente tem que atacar isso", respondeu Moraes ao ser perguntando se as entradas de carros da UE no país poderão aumentar com o benefício fiscal.
"Atacar a competitividade torna-se (algo) para ontem", completou o presidente da Anfavea.
Por competitividade, entende-se custo de produção de um carro no país.
O executivo não soube dizer o quão mais caro é fazer um automóvel no Brasil, mas a associação das montadoras divulgou, no começo do ano, um estudo comparando a indústria local com a mexicana, uma das que mais exportam.
De acordo com o levantamento, produzir um carro no México custa 18% menos do que no Brasil, sendo as principais diferenças em (gastos com) materiais e logística. "O 'gap' (diferença) em relação à União Europeia certamente é muito maior", afirmou Moraes.
Mais acordos na mira
Segundo o executivo, o Brasil precisa ser mais competitivo não só por conta do acordo com a UE, mas porque outros pactos serão acertados.
"Vem (acordo) com Japão, Canadá e Coreia do Sul", adiantou.
Ainda nesta quarta, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse que discute com o Brasil um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
Considerando a chance de exportar mais, o presidente da Anfavea entende que não é o caso de a indústria local se equiparar aos europeus em todos os produtos, mas "focar no que a gente pode ser melhor".
Como exemplo, Moraes citou a possibilidade de produzir e vender ao exterior carros híbridos que aceitem gasolina e etanol, uma novidade já anunciada pela Toyota para o mercado nacional.
Acordo UE-Mercosul traz otimismo para o setor automotivo
Mesmo tendo reconhecido desafios para as montadoras, o executivo comemorou o acordo como um todo: "Agora estamos na Champions League (Liga dos Campeões, o maior torneio do futebol europeu)". E destacou que a indústria automotiva também poderá ser beneficiada por medidas ligadas a outros setores, como o agronegócio.
O Brasil exporta para a UE?
O presidente da Anfavea informou que o novo acordo também prevê redução de tarifas pelo bloco europeu para carros fabricados no Mercosul, contrapartida que não fica clara nos textos preliminares divulgados até agora pelo governo e a União Europeia.
Esses princípios ainda serão revisados e o texto final do pacto terá de ser aprovado pelo Parlamento Europeu e os congressos de todos os países do bloco sul-americano.
"As UE vai reduzir tarifas de importação (para carros do Mercosul) em até 90% em 10 anos", afirmou Moraes.
Mas a exportação para a Europa ainda é baixa. Segundo a associação, o Brasil vendeu cerca de 2 mil veículos para o bloco no ano passado, a maioria carros. O montante é pouco perto dos 630 mil exportados ao longo de 2018, a grande maioria para a Argentina.
De acordo com dados do antigo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em termos de valores, ao todo, foram vendidos US$ 5,1 bilhões em carros para o exterior no ano passado.
Desse montante, pouco mais de US$ 13 milhões foram em exportações para a União Europeia, o que representa menos de 0,3% do total.
Entre os países do bloco europeu, a Alemanha foi quem mais comprou carros brasileiros, ainda pelo ranking em valores. Foram US$ 4,8 milhões, em 2018. Em seguida ficaram Bélgica (US$ 4,5 milhões), França (US$ 1,1 milhão) e Itália (US$ 686 mil).
15% dos carros vêm da UE
A balança comercial entre União Europeia e Brasil, considerando a venda de carros, ainda é bem desequilibrada.
Tendo vendido cerca de US$ 13 milhões ao bloco europeu, o Brasil comprou US$ 661 milhões em automóveis da UE no ano passado, ainda segundo dados do governo federal.
O valor equivale a 15,6% do total de importações de carros, que foi de US$ 4,19 bilhões.
A maior parte dos modelos trazidos de fora do Brasil vem da Argentina, onde a maioria das grandes marcas têm fábrica, aproveitando a isenção da tarifa de importação e do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), vantagens que existem para comércio entre países do bloco sul-americano.
Entre os europeus, a Alemanha também foi quem mais exportou veículos para o Brasil no ano passado, ainda em termos de valores: US$ 253 milhões, ou pouco mais de 5% do total comercializado.
Em seguida, aparecem Reino Unido (US$ 131 milhões), França (US$ 86,4 milhões) e Suécia (US$ 48,9 milhões).
Redução gradual do imposto
A redução de imposto de importação do Mercosul para carros da União Europeia acontecerá de duas formas, segundo a Anfavea:
- primeiro, uma cota anual de 50 mil veículos (32 mil só para o Brasil) vai pagar metade da alíquota, que hoje é de 35%. Isso vale para os primeiros 7 anos do acordo;
- a partir do 8º ano, o imposto começa a cair para todos os carros da UE, gradualmente. As alíquotas devem ficar assim:
ano 8: 28,4%
ano 9: 21,7%
ano 10: 15%
ano 11: 12,5%
ano 12: 10%
ano 13: 7,5%
ano 14: 5%
ano 15%: 2,5%
ano 16: zero
Também haverá redução "linear" do imposto para autopeças, diz a associação, entre 10 e 15 anos.
| G1 (publicado em 04-07-2019) | | | |
Anfavea diz que é preciso se preparar para o acordo UE com Mercosul
A indústria e o governo vão precisar “correr contra o tempo” para preparar o setor automotivo para o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), avalia o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. Segundo ele, é preciso melhorar a competitividade das montadoras instaladas no país para conseguir concorrer com os carros fabricados na Europa.
O acordo entre os dois blocos econômicos foi assinado na semana passada e prevê a eliminação das tarifas de importação para 90% dos produtos comercializados entre os países sul-americanos e europeus. Os termos ainda precisam ser ratificados pelos parlamentos dos signatários e, após essa etapa, a implementação das novas regras acontecerá gradualmente ao longo de 15 anos.
O presidente da Anfavea admitiu que há o risco dos carros da UE ganharem espaço no mercado brasileiro com a redução das tarifas de importação, que atualmente está em 35%. “É uma ameaça, sim. E a gente tem que atacar isso”, enfatizou Moraes na apresentação do balanço do setor. Para ele, é necessário uma reforma na área tributária, além de melhorar as condições burocráticas e logísticas para a indústria nacional.
Com essa melhoria de condições, Moraes acredita que há até a possibilidade dos veículos montados no Brasil conseguirem penetrar no mercado europeu. “Nós consideramos a hipótese firme de exportar”, afirmou. De acordo com ele, o planejamento de investimentos das empresas, que no setor automotivo é feito com horizonte de 7 anos, vai considerar o acordo como fator importante.
A busca por competitividade também deve melhorar os preços dentro do mercado brasileiro. “Nós estamos buscando a redução do custo de produção para exportar, mas isso vai ser aplicado para o consumidor brasileiro também”, ressaltou. “A indústria automobilística trabalha com escala, quanto maior a escala e as condições de exportar, você tem condições de reduzir o custo de produção do veículo e isso vai ser transferido para o consumidor”, acrescentou.
Previsões para 2019
Sobre as expectativas para este ano, o presidente da Anfavea destacou que o mercado apresentou uma melhora em relação ao ano passado, com o melhor mês de junho desde 2015. No entanto, a crise na Argentina, principal destino das exportações brasileiras está, segundo ele, dificultado uma expansão mais robusta do setor.
A produção de veículos teve um aumento de 2,8% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2018. Foram fabricadas 1,47 milhão de unidades, enquanto nos primeiros seis meses de 2018 a produção ficou em 1,43 milhão de veículos.
As exportações tiveram queda de 41,5% de janeiro a junho em comparação com o primeiro semestre de 2018. Foram vendidos para o exterior 221,9 mil veículos no período, contra 379 mil no ano passado. Em junho, a retração nas exportações foi de 37,9%, com a comercialização de 40,3 mil unidades.
Moraes acredita, entretanto, que o desempenho do segundo semestre poderá ser ainda melhor do que o do primeiro, mantendo a previsão de crescimento da Anfavea para a produção em 9% em relação a 2018.
| Agência Brasil ( publicado em 04-07-2019) | | | | Evoluindo na prática, empresas como Hercules Motores Elétricos demonstram que as inovações representam redução dos custos industriais e aumento de competitividade
O conceito puro da indústria 4.0 (ou quarta revolução industrial) ainda é bastante distante de muitas empresas no mundo, porém temas como manufatura aditiva, inteligência artificial, internet das coisas, sistemas ciberfísicos e outras tecnologias relacionadas ao assunto estão no centro das discussões quando se trata do futuro da manufatura, tanto quando analisados os recursos técnicos (máquinas e equipamentos) quanto os humanos.
Num país como o Brasil, que perdeu posições no cenário global em produtividade e competitividade nos últimos anos em função das crises político-econômicas e da escassez de investimentos no setor, a quarta revolução representa uma importante oportunidade de retomada do crescimento com a redução dos custos industriais.
Segundo Emerson Narciso — diretor industrial da Hercules Motores Elétricos —, essa visão de futuro é fundamental para as empresas na atualidade: "Por isso, na nossa companhia, trabalhamos para otimizar a utilização dos nossos recursos visando o aumento da competitividade e produtividade. Isso implica dar continuidade na implantação do Lean Manufacturing e de softwares de gestão das informações na fábrica".
"Para implementar o conceito da indústria 4.0, precisamos assegurar que os fluxos estejam bem definidos e que tenham sido reduzidas as fontes de desperdício. Por isso estamos focados no processo de melhoria contínua baseados nos conceitos do Lean Manufacturing", explica.
Para Emerson, outro ponto importante é a análise em tempo real das informações na fábrica: "A informação é um bem que tem alto valor em qualquer empresa no mundo atual e na Hercules Motores Elétricos não é diferente: já dispomos de programas que nos ajudam a verificar em tempo real as informações para tomada de decisão na fábrica, tais como eficiência, controle de paradas, qualidade dos lotes produzidos, entre outras. Nos estudos para definição técnica dos novos investimentos, já estamos considerando que as máquinas venham preparadas para essas novas tecnologias".
"Alinhada aos nossos valores, a evolução contínua dos nossos profissionais é um pilar importante para esse movimento rumo à quarta revolução, por isso temos colaboradores que estudam detalhadamente esses conceitos para inseri-los em nossa fábrica", destaca.
O diretor explica que a Hercules Motores Elétricos está também avaliando, com frequência, novas políticas públicas que venham a fomentar a implantação de inovações tecnológicas por meio de programas de investimento e financiamento exclusivos para esse fim.
"Esta é, com certeza, uma jornada sem volta, de extrema necessidade para a redução dos custos industriais e aumento de nossa competitividade, e que todos os gestores da manufatura deverão estar atentos para não ficarem de fora desta nova onda mundial", finaliza Emerson Narciso.
| CIMM | | | | O ‘renascimento industrial’ acontece em todo o mundo. Há crescimento exponencial de tecnologias como impressão 3D, análise de dados, materiais avançados, robótica, Inteligência artificial, biotecnologia e biomanufatura, blockchain, segurança cibernética, design e simulação digital, armazenamento de energia, computação de alta performance, interfaces da realidade aumentada e da realidade virtual e internet das coisas. O uso de algumas dessas tecnologias está previsto para crescer mais de 60% ao ano no período 2016-2021.
Regiões industriais, marcadas pelo modelo fordista de produção, como o Grande ABC, estão diante do desafio de se reinventarem neste novo mundo da manufatura.
Além dos Estados Unidos e da Alemanha, muitos outros países lançaram recentemente estratégias e políticas (avançadas) de manufatura. Todos eles combinam focos em áreas de manufatura tradicionais (por exemplo, vestuário) e emergentes (por exemplo, biomanufatura de órgãos humanos). A lógica é atualizar e transformar indústrias existentes, construir novas. Todos querem aproveitar o potencial da tecnologia para impulsionar a inovação, a criação de valor e o crescimento.
Há dois objetivos principais: 1 – acelerar a adoção de tecnologias avançadas de manufatura e modelos de negócios, elevando os níveis de produtividade em toda a economia e; 2 – construir vantagem competitiva nas principais áreas tecnológicas e, assim, dominar os mercados futuros de tecnologia e soluções de hardware e software para a manufatura, como exemplifica o caso da plataforma Indústria 4.0, da Alemanha. O equilíbrio entre os dois varia de país para país. A ação do governo é importante para os países que perseguem ambos os objetivos. É particularmente destacada no segundo caso.
O primeiro objetivo é comum a todas as nações. A tecnologia está cada vez mais acessível. Ela não é o gargalo. A principal restrição repousa na disponibilidade de competências na força de trabalho. Nos países emergentes, o acesso ao capital, às condições do mercado e a expertise em gestão de negócios também devem ser considerados.
Os governos podem fazer muitas coisas para acelerar a transformação da manufatura: treinar trabalhadores e gerentes, criar incentivos, investir em infraestruturas compartilhadas, disseminar conhecimento, catalisar conexões, e até mesmo fornecer capital (importante em países emergentes). Quanto mais avançadas forem as economias, menos ação direta do governo é necessária. Parcerias com organizações do setor privado são sempre uma opção.
O segundo objetivo é mais difícil de ser realizado. Aí reside a ‘verdadeira competição’ pela liderança. A questão é se os países usarão ou criarão tecnologias (e as empresas) que moldarão a manufatura (e a economia) no século XXI e adiante. As restrições encontram-se ligadas aos investimentos em ciência e tecnologia e à existência (ou não) de estruturas de negócios globais. Investimento do setor público é de extrema relevância.
Os países precisam desenvolver capacidades e controlar ativos-chaves de pesquisa e negócios a fim de serem atores dominantes na manufatura avançada. É impossível hoje separar a manufatura das políticas e estratégias de inovação, ciência e tecnologia. Quanto maiores as ambições em manufatura, mais fortes são as ligações.
Os limites entre setores da indústria estão se tornando tênues. O mesmo se aplica aos diferentes setores da economia – serviços, indústria e agricultura estão se tornando muito interdependentes e indistintos. Lógica semelhante é válida para políticas e operações do governo. Há uma sobreposição entre as diferentes áreas de políticas públicas.
Manufatura, ciência, tecnologia, inovação, digitalização, internacionalização, economia verde, desenvolvimento e crescimento futuro aparecem confundidas no panorama de políticas públicas. Olhar sobre diferentes estratégias nacionais de inteligência artificial revela muitas interseções com manufatura e outras áreas tradicionais de políticas industriais, tecnologias e além.
Esta nova era da manufatura cria oportunidades para os países se desenvolverem e crescerem. Eles podem alavancar a tecnologia para transformar setores da indústria e aumentar a produtividade ou buscar a liderança em áreas-chave da tecnologia. Um caminho reforça o outro. A velocidade será atributo fundamental para o sucesso. As nações serão obrigadas a construir rapidamente consenso sobre suas ambições e prioridades, adaptar marcos regulatórios e coordenar estratégias e os esforços de políticas públicas.
| CIMM | | | | A FPT Industrial fez atualizações em sua fábrica, em Sete Lagoas (MG), que elevaram a eficiência, reduziram perdas e aumentaram segurança, conforto e criaram ambientes digitais e mais intuitivos para os colaboradores. As melhorias permitiram aumento médio de 10% na produtividade.
Os projetos implantados incluem reposicionamento de estações de trabalho nas linhas de produção, melhora na ergonomia e integração das áreas a partir do sequenciamento digital dos kits de peças utilizados nos motores.
A fábrica de Sete Lagoas é certificada desde 2016 com o nível prata do World Class Manufacturing (WCM), um dos mais altos possíveis em todo o mundo. A unidade produz os motores das famílias F1A, F1C, NEF e S8000, aplicados em veículos para transporte de cargas e passageiros, em máquinas agrícolas e de construção, além de geradores de energia.
A FPT Industrial implantou dentro da fábrica um projeto piloto na América do Sul chamado Compass Room, uma sala 100% digital que integra diferentes áreas, facilitando o entendimento na execução de projetos para garantir resultados sustentáveis.
“A grande vantagem dessa tecnologia é o acesso às informações. Conseguimos visualizar o trabalho de cada área, facilitando a análise e indicando projetos prioritários. O conceito moderno e intuitivo fornece autonomia para enxergar melhores ambientes e produtividade”, afirma o gerente de operações, Mário Coriale.
Segundo a fabricante, as mudanças favoreceram a interligação das estações de trabalho às linhas de produção de motores. Na etapa mais recente foram reposicionados os layouts de cada estação.
A maior proximidade dos colaboradores com peças, ferramentas e utensílios melhorou a ergonomia. A fábrica dispensa protetores auditivos em toda a área de manufatura e eliminou a necessidade de óculos de proteção nas linhas de produção F1A e F1C.
Busca pela qualidade
De acordo com a FPT Industrial, o processo de montagem dos motores é monitorado por sistemas de controle automatizados. Todos os propulsores são submetidos a testes de dinamômetro. Nas salas do banco de provas, avaliações monitoram em tempo real aspectos de vibrações e temperatura. Atualmente, 165 colaboradores trabalham na fábrica de onde sai um novo motor a cada quatro minutos.
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