| 16 de JUlho de 2020
Quinta-feira
Câmbio
Em 16/07/2020
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Compra
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Venda
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Dólar
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5,343
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5,344
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Euro
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Fonte: BACEN
| | | | Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
GOVERNO FEDERAL
Portaria nº 100, de 14 de julho de 2020, do Ministério da Cidadania. Aprova as recomendações para o funcionamento da rede socioassistencial de Proteção Social Básica - PSB e de Proteção Social Especial - PSE de Média Complexidade do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, de modo a assegurar a manutenção da oferta do atendimento à população nos diferentes cenários epidemiológicos da pandemia causada pelo novo Coronavírus - COVID-19.
Resolução nº 3, de 18 de junho de 2020, do Ministério do Desenvolvimento Regional. Dispõe sobre procedimento extraordinário, em decorrência do avanço da Covid-19, para as atividades em empresas certificadas, realizadas por Organismos de Certificação de Sistemas de Gestão, que atuam no Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H.
Resolução nº 67, de 10 de julho de 2020, do Ministério da Economia. Concede redução temporária, para zero por cento, da alíquota do Imposto de Importação das substâncias medicamentosas e Equipamentos utilizados no combate à pandemia da Covid-19.
OBS.: Republicação do dia 10/07/2020 por ter constado incorreção no anexo da Resolução.
GOVERNO ESTADUAL
Veto nº 16/2020, do Poder Executivo. Veto integral ao PL 321/2020, que dispõe acerca da obrigatoriedade da aferição de temperatura corporal de todas as pessoas que acessarem repartições públicas e estabelecimentos de uso coletivo no Estado do Paraná, enquanto perdurar a pandemia causada pela Covid-19.
Decreto nº 5.123, do Poder Executivo. Altera o Decreto 4.960/2020, que institui o “Comitê Volta às Aulas”.
GOVERNO MUNICIPAL
Decreto nº 212, de Contenda. Dispõe sobre medidas restritivas às atividades e serviços como mecanismo para o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública, decorrente do novo Coronavírus, para o município de Contenda/PR, e dá outras providências.
Decreto nº 1.112, de Bocaiuva do Sul. Altera o Decreto nº 1.105/2020 que dispõe sobre medidas de enfrentamento da COVID-19 nos termos do Decreto nº 4942 do Governo do Estado do Paraná.
Decreto nº 8.453, de Piraquara. Dispõe sobre medidas restritivas a atividades e serviços para o enfrentamento da emergência em saúde pública decorrente do novo Coronavírus.
Decreto nº 513, de Pinhais. Autoriza a utilização de veículos do transporte escolar durante a Situação de Emergência em Saúde.
Decreto nº 514, de Pinhais. Prorroga os efeitos do Decreto 309/2020 durante o período da pandemia prevenção do novo Coronavírus (COVID-19).
Decreto nº 079, de Almirante Tamandaré. Dispõe sobre novas medidas de enfrentamento da emergência em saúde pública, em decorrência da Infecção Humana pela COVID-19, conforme deliberações do Fórum Metropolitano de Combate a COVID-19.
Decreto nº 230, de Campo Largo. Dispõe sobre medidas de funcionamento do comércio em geral como forma de enfrentamento de Infecção Humana ocasionada pela COVID-19, para o Município de Campo Largo, bem como prorroga a vigência do Decreto Municipal nº 220/2.020 e adota outras providências.
Decreto nº 229, de Campo Largo. Procede a abertura de um Crédito Adicional Extraordinário no Orçamento do Município de Campo Largo para o exercício de 2020 e efetua outros procedimentos de natureza orçamentária.
Decreto nº 823, de Londrina. Restabelece as medidas de enfrentamento da pandemia decorrente do novo coronavírus (COVID-19) e de proteção à saúde e à vida da população no Município de Londrina e dá outras providências.
Decreto nº 824, de Londrina. Estabelece condições para realização de celebrações religiosas no Município de Londrina e dá outras providências.
Decreto nº 5.304, de Fazenda Rio Grande. Dispõe sobre as novas medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública, em decorrência da infecção humana pela COVID-19, para os municípios que integram a Região Metropolitana de Curitiba.
| Sistema FIEP | | | | | CNI avalia que a nova legislação beneficia as micro e pequenas indústrias com débitos no Simples. Numa das modalidades os descontos serão de até 50% do total dos débitos e parcelamento em até 60 meses
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) calcula que 1,3 milhão de micro e pequenas empresas com dívidas no Simples e inscritas na dívida ativa da União vão se beneficiar diretamente da alteração da Lei nº 13.988, que trata da transação tributária, aprovada nesta terça-feira (14), no Senado. A nova regra deve permitir a renegociação imediata de R$ 13,46 bilhões.
O Congresso aprovou, em abril deste ano, a MP do Contribuinte Legal, que permitia a renegociação de dívidas tributárias do contribuinte com a União, mas não incluiu as MPEs optantes pelo Simples. Com essa mudança, as micro e pequenas empresas poderão pagar seus débitos em condições mais favoráveis. A alteração, contudo, não reduz multas de natureza penal nem de devedores frequentes.
“A lei valoriza o bom contribuinte que, por circunstâncias adversas, encontra-se na condição de devedor e precisa encontrar amparo para a recuperação de sua capacidade produtiva sobretudo depois da crise econômica provocada pelo coronavírus”, explica o gerente-executivo de Política Industrial, João Emílio Gonçalves.
Atualmente, das MPEs inscritas na dívida ativa da União, cerca de 1 milhão possuem débitos de SIMPLES inferiores a 60 salários mínimos. Nesses casos, os descontos da transação serão de até 50% do total dos débitos, parcelamento em até 60 meses e outras condições de pagamento.
As MPEs com débitos acima de 60 salários mínimos poderão aderir as demais portarias de transação em vigor, inclusive a transação excepcional prevista na Portaria 14.402/2020 da PGFN, entre 1º de julho a 29 de dezembro de 2020, pelo portal Regularize. Essa portaria alcança débitos inscritos em dívida ativa daqueles que efetivamente sofreram redução de faturamento em razão do COVID-19, no total de até R$ 150 milhões de reais.
Estes contribuintes poderão ter seus débitos reclassificados a partir da verificação da situação econômica e da capacidade de pagamento do devedor. Se o devedor teve redução de faturamento, o débito pode ser classificado como irrecuperável ou de difícil recuperação e, neste caso, abrindo espaço para parcelamento acrescido de desconto sobre o total da dívida inscrita.
A redução máxima poderá chegar 70%, com o prazo máximo de quitação de até 145 meses, exceto para débitos de contribuição previdenciária do empregado e do empregador, onde o prazo máximo será de 60 meses, conforme determina a Constituição.
O pagamento dos débitos classificados como irrecuperáveis ou de difícil recuperação, poderá ser feito com entrada de 4% do total da dívida, parcelada em 12 vezes.
| CNI (publicado em 15-07-2020) | | | | Restrição de empresas que podem aderir à MP ainda precisa ser chancelada pela Câmara; relator também incluiu todas as organizações religiosas no texto
O Senado aprovou nesta quarta-feira (15) a MP (medida provisória) de operações de crédito com empresários, sociedades empresárias e sociedades cooperativas. Por unanimidade, o texto foi aprovado com alterações em relação ao que foi aprovado pelos deputados em junho.
Por ter sido alterada pelos senadores, a MP voltará para análise da Câmara. O texto perde a validade no dia 31 de julho.
A MP permite que linhas de crédito do programa possam cobrir as folhas de pagamento das empresas por dois meses. O valor é limitados a até duas vezes o salário mínimo por empregado. As instituições financeiras terão de assegurar que os recursos sejam utilizados exclusivamente para o processamento das folhas de pagamento dos contratantes.
A principal alteração feita pelo relator do texto, senador Omar Aziz (PSD-AM), foi a retomada do teto original do programa. Ao ser editada pelo governo a MP previa que o Pograma Emergencial de Suporte a Emprego era destinada a empresas com receita bruta de R$ 10 milhões referente ao exercício de 2019.
O senador também incluiu a possibilidade de todas as organizações religiosas poderem aderir ao programa.
Ao ser votada na Câmara, os deputados elevaram o teto do programa para R$ 50 milhões. Aziz acatou uma emenda apresentada para que o programa seja destinado a empresas com com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 10 milhões, sem um teto mínimo de faturamento.
A MP original e o texto da Câmara previa que o faturamento mínimo fosse de R$ 360 mil no ano de 2019.
Aziz também diminuiu o valor autorizado para que a União transfira ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para executar o programa. Dos R$ 34 bilhões previstos, o relatório cortou pela metade, para R$ 17 bilhões, o valor autorizaro para executar o programa.
Entretanto, o relator incluiu um dispositivo que permite à União aumentar em R$ 12 bilhões a participação no FGO (Fundo Garantidor de Operações) do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) aos recursos que já estão provistos no programa. Os recursos serão destinados a concessão de garantias do programa.
Outra alteração feita pelo senador em relação ao texto aprovado pela Câmara foi a possibilidade de que a União peça de volta até 50% dos recursos que não foram repassados às instituições financeiras para bancar o programa. Os recursos deverão ser devolvidos até 30 dias depois da solicitação da União.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 15-07-2020) | | | | O Índice de Confiança Empresarial (ICE) ganhou força em julho e subiu 7,3 pontos, para 87,7. O resultado, que considera dados coletados até o dia 14 do mês, foi divulgado nesta quinta-feira, 16, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em prévia extraordinária.
No Índice de Confiança do Consumidor (ICC), o crescimento foi de 4,8 pontos, para 75,9. "Nestes três meses de maio a julho, houve recomposição de 78% das perdas sofridas no bimestre março-abril pelas empresas e de 60% da queda na confiança dos consumidores", afirma Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Ibre/FGV, em nota.
No ICE, a alta foi puxada pela melhora nas expectativas de empresários. O Índice de Expectativas (IE-E) subiu 8 pontos, para 90,4, ainda abaixo da taxa observada em fevereiro (102,6), mas acima do dado de março (87,7). O Índice de Situação Atual (ISA-E) avançou 6,9 pontos, para 79,5. É o maior nível desde abril (61,4), mas ainda inferior ao registrado em março (91,7).
Na confiança do consumidor, o crescimento também foi puxado pela melhora nas expectativas. O IE-C avançou 7,3 pontos, para 80,1, maior nível desde março (83,9). O ISA-C teve crescimento mais moderado, de 0,7 pontos, para 71,3.
Setores
Entre os setores que compõem o ICE, a mais intensa elevação ocorreu na indústria. A confiança do setor cresceu 17,3 pontos, para 94,9. Com o aumento, a confiança industrial já recuperou aproximadamente 85% das perdas registradas entre março e abril.
Em seguida estão serviços, com alta de 4,9 pontos, para 76,6, e a construção, cuja confiança subiu 4,3 pontos, para 81,4. Ambos os setores recuperaram 59% das perdas registradas entre março e abril.
No resultado preliminar, o comércio ficou próximo da estabilidade em julho, com alta de 0,8 ponto. Apesar da alta modesta, o índice de confiança do setor já atingiu os 85,2 pontos, uma recuperação de 62,0% das perdas.
"A velocidade da retomada dependerá cada vez mais dos consumidores, que continuam insatisfeitos com a situação atual e, apesar de mais otimistas com as perspectivas econômicas em geral, se mantêm cautelosos com relação aos gastos de consumo", observa Viviane Bittencourt.
| Bem Paraná | | | |
Governo estuda acrescentar R$ 20 bilhões ao programa, que viriam redirecionados da linha de folhas de pagamento
Em pouco mais de um mês da regulamentação do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) pelo governo federal, R$ 14,6 bilhões —dos R$ 15,9 bilhões disponíveis— já foram emprestados pelas instituições financeiras autorizadas a operar a linha.
O montante corresponde a 91,8% do total e conta apenas os recursos cedidos por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco. Além dos contratos assinados, o número também considera propostas à espera de liberação e créditos com a documentação em análise.
Segundo o governo, mais de 20 instituições financeiras haviam manifestado interesse em operar com a linha. Podem se cadastrar bancos privados e estatais, agências de fomento estaduais, cooperativas de crédito, bancos cooperados, instituições do sistema de pagamentos, fintechs e as demais instituições públicas e privadas autorizadas a funcionar pelo Banco Central.
Agência da Caixa Econômica Federal na avenida Sapopemba (zona leste de São Paulo)
O Pronampe é administrado pelo Banco do Brasil por meio do FGO (Fundo de Garantia de Operações) e é destinado às micro e pequenas empresas – com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões (no caso do programa, vale a receita registrada em 2019).
O prazo máximo de pagamento das operações contratadas é de 36 meses, com carência de 8 meses. Os juros correspondem à taxa básica Selic mais 1,25% ao ano sobre o valor concedido.
A Caixa responde pela maior parte dos empréstimos disponibilizados pela linha até agora, com R$ 5,9 bilhões. No total, o banco, que começou a operar com o Pronampe em 16 de junho, conta com R$ 4,4 bilhões disponibilizados, R$ 1,2 bilhão de pré-contratos assinados à espera de liberação e aproximadamente outros R$ 300 milhões de créditos com a documentação em análise.
O Banco do Brasil, que contou com um aporte extra de R$ 1,24 bilhão ao montante inicialmente liberado, também chegou ao limite das concessões liberadas, emprestando cerca de R$ 5 bilhões. Segundo o banco, o volume extra foi completamente contratado por micro e pequenas empresas menos de 12 horas após sua liberação.
Já o Itaú emprestou um total de R$ 3,7 bilhões –sendo R$ 700 milhões correspondentes a um valor extra solicitado pelo banco. Segundo o diretor executivo do banco de varejo do Itaú, Carlos Vanzo, o banco havia concedido R$ 2,1 bilhões até a última sexta-feira (10) e alcançou o limite de contratações nesta segunda-feira (13).
“Finalizamos a concessão dos 30% restantes [do primeiro aporte] na primeira meia hora de operação desta segunda-feira. Tivemos ainda um valor extra de R$ 700 bilhões, solicitado durante o final de semana ao Banco do Brasil, administrador da linha, que também já foi totalmente concedido aos nossos clientes neste mesmo período”, afirmou.
O executivo disse, também que as contratações foram feitas de maneira remota e que os sistemas chegaram a ter certa instabilidade devido ao alto volume de demanda.
Na semana passada, o governo já havia sinalizado que a demanda pelo Pronampe estava superando as expectativas e que haveria necessidade de expandir os recursos disponíveis para a linha.
“Agora é que está chegando [o crédito]. Acabei de receber mensagem de um vice-presidente de um dos bancos dizendo ‘a gente vai ter que precisar de mais limite’, que está um sucesso o programa. Demorou, mas agora está chegando. Já estamos preocupados, pois os R$ 15,9 bilhões vão terminar em breve”, disse o secretário Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, à época.
Uma fonte da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, do Ministério da Economia, afirmou que há a expectativa muito forte de aumento da capacidade da linha em breve e que as discussões sobre como essa expansão deve acontecer já estão na mesa.
Uma das possibilidades em avaliação seria a proposta feita pelo senador Espiridão Amin (PP-SC), que acrescenta R$ 20 bilhões ao Pronampe para empréstimos aos micronegócios. Os recursos seriam redirecionados da linha de crédito emergencial que financia o pagamento de salários de pequenas e médias empresas.
Segundo o painel “Emprestômetro”, divulgado pelo Ministério da Economia na semana passada e ainda em fase de testes, o Banco da Amazônia também está entre as instituições que operam com a linha, tendo emprestado cerca de R$ 50,2 milhões.
O BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) também afirmou na semana passada, por meio de nota, que já estava em tratativas com o Ministério da Economia para pleitear a cobertura via FGO, de maneira a ter um volume de recursos superior aos R$ 114 milhões previstos para a linha com recursos próprios do banco.
O Bradesco e o Santander Brasil também afirmaram, em nota, que pretendem operar com a linha até o final de julho.
Desde o início da pandemia, os bancos têm recebido críticas dos empresários, que afirmam dificuldade na obtenção de crédito durante a crise do coronavírus. Matéria publicada pela Folha, em 5 de julho, apontava que menos de 20% do crédito liberado pelo governo para socorrer empresas havia sido desembolsado até então.
| Folha de S.Paulo | | | | O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (15) um projeto de lei de conversão da MP 944, a medida provisória que institui o programa emergencial de suporte a emprego com crédito para pagar salários em pequenas e médias empresas durante a pandemia. Foram 72 votos a favor e nenhum contra. O texto volta agora para a Câmara dos Deputados.
Uma mudança importante aprovada pelos parlamentares foi a extensão do prazo para contratar a linha. As empresas vão poder contratar o empréstimo até 31 de outubro. Pelo texto original, a linha expirou em 30 de junho, tendo emprestado somente R$ 4,5 bilhões dos R$ 40 bilhões disponíveis.
Para ajudar a destravar essa linha de crédito, os congressistas ampliaram de R$ 10 milhões para R$ 50 milhões o teto de faturamento anual das empresas que podem contratar o dinheiro. O valor mínimo de faturamento anual continua o mesmo: R$ 360 mil.
Os parlamentares autorizaram, ainda, que sociedades simples, organizações da sociedade civil e empregadores rurais possam aderir ao programa, desde que dentro do limite de faturamento.
O Congresso também aumentou o prazo de financiamento de dois para até quatro meses de até 100% da folha de pagamento na MP 944. A parcela do salários dos funcionários que pode financiada permanece em até dois salários mínimos.
Outra mudança foi permitir que o dinheiro emprestado seja usado, além de pagar a folha, para quitar débitos referentes a condenações trabalhistas transitadas em julgado, inclusive acordos extrajudiciais. Também será permitido usar os recursos para pagar verbas rescisórias pagas ou pendentes de demissões sem justa causa ocorridas até a data de publicação da MP convertida em lei, inclusive eventuais débitos relativos ao FGTS.
Folha de pagamento
Por fim, os congressistas retiraram a exigência de a empresa ter toda a folha de pagamentos "bancarizada". Essa era uma regra da MP 944 original que estava travando o programa, já que muitos pequenos negócios ainda pagam seus funcionários direto no RH, em dinheiro vivo ou por transferência bancária.
Pela nova regra aprovada, as empresas precisam apenas se comprometer a efetuar o pagamento do salário de seus funcionários por meio de transferência bancária. Os comprovantes de depósito deverão ser enviados ao banco em que a linha foi contratada.
Condições de financiamento
Já as condições de financiamento permaneceram as mesmas da MP original. A taxa de juros é de 3,75% ao ano, com carência de seis meses para começar a pagar e prazo de 30 meses para pagamento, já incluindo a carência.
Contrapartida prevista na MP 944
A principal contrapartida exigida para a contratação da linha de crédito é a não demissão dos trabalhadores. Foi uma forma que o governo encontrou para tentar diminuir as demissões nesse período de crise.
O Congresso manteve a regra original da MP 944, mas com uma diferença. A empresa que pegar o dinheiro não pode rescindir sem justa causa o contrato de trabalho de seus empregados entre a data da contratação da linha de crédito até 60 dias após o recebimento da última parcela do empréstimo
Porém, a vedação às demissões se aplica somente à proporção do total da folha de pagamento que tiver sido paga com recursos do empréstimo. Assim, se o empregador optar por financiar o pagamento dos salários de metade dos funcionários, a proibição de demitir será restringida a esse pessoal.
Programa de financiamento da MP 944 original fracassou
Segundo dados do Banco Central, 113.383 empresas contrataram R$ 4,5 bilhões em empréstimos para bancar o salário de 1.941.399 trabalhadores. Os números ficaram abaixo da expectativa do governo, que era de até 1,4 milhão de pequenas e médias empresas viessem a contratar os R$ 40 bilhões em empréstimo.
A linha estava disponível desde abril e se encerrou em junho. Após a sanção presidencial, ela será reativada."
| Gazeta do Povo ( publicado em 15-07-2020) | | | Mesmo com o início da retomada das atividades produtivas no País, a insegurança da população brasileira em relação aos efeitos da pandemia do novo coronavírus ainda é grande.
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, esse receio em relação ao futuro leva 71% dos brasileiros a reduzirem seus gastos mensais desde o início da pandemia.
A maioria continua com as despesas retraídas, o que pode prolongar ainda mais a recuperação da atividade. A pesquisa revela que 67% dos entrevistados acreditam que essa recuperação ainda não começou e 61% afirmam que ela pode demorar até dois anos ou mais de dois anos.
Essa retração nas despesas ocorre à despeito de o levantamento mostrar alguma recuperação na renda em relação à pesquisa anterior realizada em maio. Naquela ocasião, 40% disseram ter perdido em parte ou totalmente sua renda. Agora em julho esse porcentual caiu para 31%.
A cautela com os gastos, de acordo com a pesquisa, é motivada pela insegurança quanto à renda no futuro para 41% dos entrevistados. Outros 29% disseram ter reduzido os gastos por causa de perda de parte ou renda total e apenas 27% disseram gastar menos porque o comércio está fechado.
Os dados do levantamento mostram que dentre os trabalhadores formais e informais, 71% têm algum medo de perder o emprego. Em maio, esse porcentual era de 77%.
"Os dados recentes da economia mostram que o pior da crise causada pelo novo coronavírus pode ter ficado para trás. Mas a pesquisa reforça a enorme importância de se construir uma agenda consistente, com ações de médio e longo prazo, para a retomada das atividades produtivas e do crescimento do País.
Recuperar a confiança do brasileiro, para que ele volte a consumir, é de suma importância para acelerar esse processo", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que defende reformas estruturais para atacar os problemas que aumentam custos de produção e diminuem a capacidade da indústria brasileira de competir e gerar emprego e renda.
Esse nível reduzido de consumo deve ser mantido mesmo após o fim do isolamento social. Entre todos os produtos pesquisados, que vão desde itens como roupas, produtos de higiene pessoal até bebidas, a maioria dos entrevistados disse que pretende apenas manter os gastos com eles. Os itens apontados como os que devem ter mais crescimento no consumo pós-isolamento são as roupas, mesmo assim, só 21% dos entrevistados pretendem ampliar o consumo desses produtos.
Isolamento social
Com 1.970.909 casos confirmados de covid-19 no Brasil e 75.523 mortes pela doença, segundo levantamento realizado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgado na noite desta quarta-feira, 15, a maioria dos brasileiros, 84%, segue favorável ao isolamento social, segundo o levantamento da CNI.
Apesar disso, o medo grande do novo coronavírus caiu de 53% em maio para 47% em julho. Mas o grupo de pessoas que saem de casa apenas para ações essenciais, como fazer compras ou trabalhar, aumentou de 58% para 67% no mesmo período de comparação.
Com relação ao retorno das atividades de comércio de rua, os entrevistados mostraram-se divididos, 49% aprovam e 47% desaprovam. Já com relação a outras atividades, como salões de beleza, bares e restaurantes, shoppings, escolas e universidades, academias e cinemas, a maioria é contra a reabertura.
| Bem Paraná | | | Segundo instituto, só 13% dos empresários acessou socorro para pagar salários
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou nesta quinta (16) que 1,3 milhão de empresas brasileiras estavam com atividades encerradas temporária ou definitivamente na primeira quinzena de junho. Dentre elas, 716 mil não abrirão mais as portas.
Os dados fazem parte da primeira edição da pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas empresas, lançada pelo instituto na semana passada. A pesquisa detectou também que um terço das empresas brasileiras demitiu e só 13% tiveram acesso ao auxílio federal para pagar empregados.
Entre as empresas que encerraram as atividades, mesmo que temporariamente, 40% delas disseram ter tomado a decisão por causa da pandemia do novo coronavírus. O número surpreendeu e mostra que os empreendedores já vinham enfrentando dificuldades com o quadro econômico antes da pandemia.
Segundo o IBGE, o impacto foi disseminado em todos os setores da economia, chegando a 40,9% entre as empresas do comércio, 39,4% dos serviços, 37,0% da construção e 35,1% da indústria.
Entre as empresas que encerraram definitivamente suas atividades, 99,8% (ou 715,1 mil) eram de pequeno porte. Apenas 0,2% (1,2 mil) eram consideradas intermediárias e nenhuma era de grande porte, disse o instituto.
No grupo das 2,7 milhões de empresas que permaneceram em atividade, 70% relataram que a pandemia teve impacto geral negativo sobre os negócios. Para 13,6%, por outro lado, a pandemia trouxe oportunidades e que teve um efeito positivo sobre a empresa.
No setor de serviços, 74,4% das empresas disseram ter sentido efeitos negativos, o maior índice entre os segmentos pesquisados. Na indústria, foram 72,9%, na construção 72,6% e no comércio, 65,3%.
“Os dados sinalizam que a Covid-19 impactou mais fortemente segmentos que, para a realização de suas atividades, não podem prescindir do contato pessoal, têm baixa produtividade e são intensivos em trabalho”, disse Alessandro Pinheiro, Coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas do IBGE.
São segmentos mais afetados pelas restrições à circulação de pessoas para tentar conter a pandemia. As medidas começaram a ser adotadas na segunda quinzena de março, o que levou indicadores da atividade no comércio, serviços e indústria a tombos recordes no mês seguinte.
As lojas voltaram a abrir na maior parte do país, incluindo Rio e São Paulo, mas o crescimento no número de casos vem levando governos a repensar o relaxamento das medidas de isolamento.
Para 63,7% das empresas ainda em atividade ouvidas pelo IBGE, houve dificuldades em realizar pagamentos de rotina em relação ao período anterior a pandemia. Percentual semelhante (63%) enfrentou dificuldades para fabricar seus produtos ou atender clientes.
Cerca 60% das empresas brasileiras mantiveram o número de funcionários na primeira quinzena de junho em relação ao início da pandemia. Dentre as que reduziram o número de pessoal ocupado, 37,6% reportaram uma redução inferior a 25% do pessoal e 32,4% uma redução entre 26% e 50% do número de pessoal ocupado.
Segundo o IBGE, 12,7% das empresas relataram ter conseguido uma linha de crédito emergencial para realizar o pagamento da folha salarial dos funcionários. Outras 44,5% empresas afirmaram ter adiado o pagamento de impostos.
| Folha de S.Paulo | | | | Para 80% dos executivos brasileiros, a pandemia de covid-19 deverá causar queda na receita ou no lucro das empresas em 2020. Os dados são da pesquisa Covid-19 CFO Pulse, realizada pela PwC em 8 de junho com 46 diretores financeiros brasileiros e divulgada hoje (15).
De acordo com o levantamento, para 33% dos executivos ouvidos, a diminuição será de 10% a 24,9%; para 20%, de até 10%; e para 13%, a queda será de 25% a 50%. Uma diminuição superior a 50% foi apontada por 4%; 11% disseram esperar queda, mas não souberam precisar o percentual; 13% disseram acreditar que a covid-19 não terá impacto nas receitas; e 7% disseram que haverá aumento de receita ou lucro.
A pesquisa perguntou aos diretores financeiros sobre a expectativa de volta à normalidade dos negócios em suas empresas: 28% disseram que ocorrerá em um a três meses; 26%, em três a seis meses; 20%, em seis a 12 meses; 17%, em mais de 12 meses; e 9%, em menos de um mês.
“Na primeira pesquisa, feita em 20 de abril, ninguém entendeu que levaria mais de um ano para as empresas voltarem à normalidade. Desta vez, 17% das empresas responderam que levaria mais de 12 meses. Então, começa-se a ter uma visão mais pessimista sobre a duração e a extensão desta crise”, destacou o sócio da PwC Brasil, Luis Ruivo.
A contenção de custos continua sendo a principal ação prevista pelos diretores financeiros das empresas em resposta à crise. No Brasil, 87% deles avaliam adotar a medida; 67%, postergar ou cancelar investimentos planejados; 46%, mudar planos de financiar a empresa; e 28%, ajustes no direcionamento.
Sobre as alternativas que a empresa planeja adotar quando começar a retomada do trabalho em suas instalações, 80% dos executivos indicaram alterar as medidas de segurança biológica; 80%, melhorar a experiência do trabalho remoto; 76%, reconfigurar o local para promover o distanciamento físico; e 63% tornar o trabalho remoto uma opção permanente para funções que o permitam.
“A preocupação com o home office, como funcionaria, o impacto disso na produtividade, o bem estar dos funcionários, isso, de uma certa forma, a gente está vendo que vem sendo superado. As empresas estão aprendendo a trabalhar de forma remota. No Brasil, 63% planejam tornar o trabalho remoto uma opção permanente. Então é um avanço, está se aprendendo a lidar com o trabalho fora do escritório”, ressaltou Ruivo.
| Bem Paraná | | | A Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) divulgou ontem um modelo de decreto a ser adotado pelos municípios com medidas para conter o avanço da pandemia de Covid-19. O modelo foi definido após reuniões com prefeitos e prevê a liberação de academias, bares, salões de belezas e cultos religiosos.
Caberá a cada uma das 29 prefeituras da região redigir os próprios decretos e acatar ou não as recomendações da Assomec. A reunião dos prefeitos aconteceu um dia depois que o governo não renovou a quarentena restritiva de 14 dias.
Em Pinhais o novo decreto com as novas regras começou a valer já a partir de ontem. A partir de agora, o comércio não essencial pode voltar a funcionar das 10 às 18 horas de segunda a sexta-feira. Já aos domingos só poderão funcionar algumas atividades, como por exemplo restaurantes, lanchonetes e pizzarias, até às 22 horas.
E, São José dos Pinhais, A Prefeitura publica hoje o novo Decreto Municipal regulamentador das atividades econômicas no município. O Comitê de Crise para o enfrentamento do Covid-19 passou o dia de ontem reunido para estudar todos os pontos necessários para a elaboração de regras próprias aplicáveis de acordo com a realidade do município e suas particularidades. São José dos Pinhais deve seguir as recomendações da Assomec, mas observando pontos específicos da cidade.
A Prefeitura de Araucária publicou ontem o decreto 34.756/20 que trata de novas orientações sobre medidas de enfrentamento ao novo Coronavírus (Covid-19) em Araucária. O novo decreto tem vigência até 29 de julho. As novas medidas entraram em vigor após o fim do período de restrições do comércio em toda a região metropolitana, com base em decretos estaduais. O novo decreto não restringe horários e nem dias de funcionamento do comércio em geral.
Colombo, Campo Largo, Piraquara e Fazenda Rio Grande, são outros municípios que também anunciaram em seus sites e portais que vão seguir as recomendações da Assomec e já decretaram as novas normativas.
Curitiba, que depois do governo não renovar o decreto da quarentena, retonrou ao úiltimo decreto em vigor antes, a que instituiu a bandeira laranja, e não confirmou se vai seguir as recomendações da Assomec. Amanhã, a Secretaria Municipal de Saúde realiza avaliações para definir os próximos passos na Capital.
O que a Assomec recomenda
Parques: Municípios podem liberar, mas somente para atividades individuais
Casas de festas, de eventos ou recepções, circos, teatros, cinemas, atividades físicas aquáticas e práticas esportivas coletivas, clubes sociais e desportivos: continuam suspensos
Missas e cultos religiosos: podem ser realizados, de segunda à sexta-feira, seguindo as normas indicadas de distanciamento e outras ações de prevenção à Covid-19.
Comércio de rua: pode funcionar, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18 h; O horário de entrada dos trabalhadores deve ser compatível com o horário de abertura do estabelecimento.
Shoppings e galerias: podem funcionar entre segunda e sexta-feira, das 12h às 20h; As galerias e os centros comerciais podem abrir das 10h às 18h, nos mesmos dias;
Feiras livres: podem funcionar de segunda a sábado, das 7h às 21h.
Academias: podem abrir de segunda a sábado, sem restrição de horário, desde que sejam obedecidas as normas de controle e recomendações sanitárias para o distanciamento social.
Salões de beleza, barbearias, clínicas de estética e spas: podem atender de segunda a sábado, com agendamento de horário
Serviços de banho, tosa e estética de animais: podem atender de segunda a sábado, com agendamento de horário, seguindo as normas de distanciamento social.
Restaurantes, pizzarias, ambulantes e lanchonetes: podem atender em todos os dias da semana, das 10h às 21h; Fora do horário previsto, somente nas modalidades drive thru e delivery.
Bares: podem abrir de segunda a sexta feira, das 10h às 18h.
Hipermercados, supermercados, mercados, mercearias, quitandas, hortifrutigranjeiros, açougues e peixarias: podem abrir de segunda a sábado. As prefeituras podem proibir a entrada de crianças com menos de 12 anos.
Lojas de materiais de construção: podem abrir de segunda a sábado, das 7h às 21h; Fora dos horários determinados, podem atender por delivery e drive trhu.
Venda de bebidas alcoólicas: pode ser proibida pelos municípios entre 22h e 6h.
Ministério Público do Paraná critica suspensão da quarentena
O Ministério Público do Paraná (MPPR) se manifestou contrário à decisão do governo do Paraná de não renovar do Decreto Estadual 4.942/2020, que havia determinado quarentena restritiva em sete regiões do Estado para conter ao avanço da pandemia de Covid-19.
Segundo a nota publicada pelo órgão, há ausência de indicativos objetivos para embasar a decisão anunciada pelo governador Carlos Massa Ratinho Jr na terça-feira, como evidência do declínio do número de pessoas contaminadas e internadas, alívio na pressão por serviços nas UPAs e na rede hospitalar Covid e não-Covid e superação, mesmo parcial, da crise crítica de falta de remédios, especialmente relaxantes musculares, anestésicos e pré-anestésicos, imprescindíveis no manejo de pacientes graves, particularmente em UTIs.
O MPPR vê a decisão do governo como um retrocesso, ainda que “não representasse um standart ideal de controle e proteção”.
A nota ressalta a contradiçãodo discurso do governo que de um lado retórico estimula o fortalecimento do controle social ampliado, enquanto de outro, permite a constante e evolutiva liberação, por decretos de vários entes federativos, de atividades não essenciais, ferindo a definição do que sejam as mesmas, tal como previsto do Decreto Federal 10.282/20 (art. 3º), abrandando o isolamento social e talvez comprometendo a oferta de serviços àqueles acometidos pela Covid-19”.
Para o MPPR, talvez o pior efeito da suspensão da quarentena restritiva é sugerir a todos indiscriminadamente que o presente quadro da Covid-19 está supostamente sob controle suficiente.
Para o presidente da Associação Comercial do Paraná, Camilo Turmina, comércio reaberto não quer dizer “libera geral”. Segundo o dirigente, a decisão do governo atende as demandas do comércio da cidade, que enfrenta grandes dificuldades por conta das medidas de combate à pandemia da Covid-19 e, ao mesmo tempo, impõe novas responsabilidades a todos.
”Vamos ficar em casa o máximo possível, sair às compras com racionalidade e segurança, e não para passear. O momento exige equilíbrio entre os cuidados com a saúde e o funcionamento do comércio. Vamos tomar os devidos cuidados para que possamos continuar trabalhando e, em breve, voltar à normalidade – nos protegendo e protegendo ao outro. É a solidariedade que vai nos proteger”, destacou o presidente da ACP.
| Bem Paraná ( publicado em 15-07-2020) | | | | Na semana em que o estado afrouxou suas medidas de quarentena, Curitiba se vê diante da delicada decisão de reavaliar as regras para o município. "Nós faremos a reavaliação da bandeira na sexta-feira (17)", destacou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, em live via redes sociais nesta quarta.
Atualmente em bandeira laranja, que estipula rigor moderado no funcionamento de comércio e serviços, a capital pode caminhar pela primeira vez para a bandeira vermelha, com medidas mais extremas, ou voltar à amarela, com relaxamento nas restrições.
Os números da pandemia na cidade devem orientar o caminho a tomar. E o cenário não parece promissor. Huçulak apontou que "o contágio tem crescido".
"A circulação do vírus está de uma forma muito presente no nosso meio, em todos os locais, várias pessoas", disse. "Isole-se. Não há outra alternativa", insistiu. Nesta quarta, a capital bateu recorde diário de novos casos registrados, 717 (o número total desde o início da pandemia é de 11.390). Além disso, desde o domingo a cidade tem ocupação acima de 90% leitos de UTI exclusivos para a Covid-19."
| Gazeta do Povo ( publicado em 15-07-2020) | | | Assembleia: boa parte dos deputados criticou decisão do governo e apontou que Executivo cedeu a pressão de empresários
A decisão do governo do Estado de não prorrogar a “quarentena restritiva” que determinou o fechamento de atividades essenciais por 14 dias em 134 cidades do Paraná para conter a proliferação do Covid-19 dividiu opiniões na sessão de hoje da Assembleia Legislativa. Boa parte dos deputados criticou a medida por ter sido tomada no momento em que o Estado registrou recorde de mortes e aumento do número de casos do coronavírus, afirmando que o governo teria cedido a pressões de empresários e prefeitos de sua base política. Parlamentares da base governista, porém, defenderam o fim da quarentena para evitar maiores prejuízos à atividade econômica.
Ex-secretário da Saúde do governo Beto Richa, o deputado Michele Caputo (PSDB) foi o primeiro a criticar a decisão do Executivo. “Estamos com 109% de aumento de mortes nos últimos quinze dias. Continuamos com nível baixíssimo de isolamento. Não sei o que aconteceu, porque os casos estão aumentando, os óbitos também”, lembrou.
| Bem Paraná ( publicado em 15-07-2020) | | | | O Ministério Público do Paraná (MPPR) se manifestou contrário à decisão do governo do Paraná de não renovar do Decreto Estadual 4.942/2020, que havia determinado quarentena restritiva em sete regiões do Estado para conter ao avanço da pandemia de Covid-19.
Segundo a nota publicada pelo órgão, há ausência de indicativos objetivos para embasar a decisão anunciada pelo governador Carlos Massa Ratinho Jr na terça (14), como evidência do declínio do número de pessoas contaminadas e internadas, alívio na pressão por serviços nas UPAs e na rede hospitalar Covid e não-Covid e superação, mesmo parcial, da crise crítica de falta de remédios, especialmente relaxantes musculares, anestésicos e pré-anestésicos, imprescindíveis no manejo de pacientes graves, particularmente em UTIs. O MPPR vê a decisão do governo como um retrocesso, ainda que "não representasse um standart ideal de controle e proteção".
A nota ressalta a contradiçãodo discurso do governo que de um lado retórico estimula o fortalecimento do controle social ampliado, enquanto de outro, permite a constante e evolutiva liberação, por decretos de vários entes federativos, de atividades não essenciais, ferindo a definição do que sejam as mesmas, tal como previsto do Decreto Federal 10.282/20 (art. 3º), abrandando o isolamento social e talvez comprometendo a oferta de serviços àqueles acometidos pela Covid-19".
"Torna-se vital reaver a unidade federativa, a unidade organizacional congruente formada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, distribuídas a estados e municípios. Voltarmos à essência mais profunda que, na Constituição Federal, delega legalmente a gestores o provimento à população de ações e serviços de saúde suficientes, tempestivos e adequados, destinados à população e na guarda e controle das circunstâncias prejudiciais a eles relacionadas", diz o Ministério Público, em nota.
Para o MPPR, talvez o pior efeito da suspensão da quarentena restritiva é sugerir a todos indiscriminadamente que o presente quadro da Covid-19 está supostamente sob controle suficiente: "Como se fosse possível, ainda neste momento, abandonar medidas mais específicas, necessárias e, sobretudo, protetivas da vida e da saúde das pessoas. Disso resulta, e se impõe, reorganizar o quadro de luta contra a evolução cruel do novo coronavírus no Paraná, inclusive por parte do MPPR, estabelecendo novos parâmetros de resposta instituciona".
O Ministério Público ainda diz que não desconhece a enorme pressão do setor econômico pela paralisação que, de fato, causa graves consequências no plano da normalidade da vida social, provocando grandes apreensões e agudas dificuldades: "Contudo, reafirma o Ministério Público do Paraná seu compromisso com a defesa prioritária, contextualizada na ordem jurídico-constitucional, da vida e da saúde da população, diante do inegável avanço do contágio".
A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nesta quarta-feira (15) 1.751 novas confirmações e 52 mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus. O Paraná soma 46.601 casos e 1.181 mortos em decorrência da doença. Foi o segundo dia seguido com mais de 50 mortes confirmadas em um único boletim. Na terça-feira (14) foram 57 óbitos, o maior número desde o inídio da pandemia.
São 1.122 pacientes com diagnóstico confirmados de Covid-19 internados hoje, sendo 920 pacientes em leitos SUS (368 em UTI e 552 em leitos clínicos/enfermaria) e 202 em leitos da rede particular (63 em UTI e 139 em leitos clínicos/enfermaria). Foi o segundo dia seguido com registro diário de mais de 50 mortes no Estado.
Fim de 'quarentena restritiva' divide opiniões na Assembleia
A decisão do governo do Estado de não prorrogar a “quarentena restritiva” que determinou o fechamento de atividades essenciais por 14 dias em 134 cidades do Paraná para conter a proliferação do Covid-19 dividiu opiniões na sessão de hoje da Assembleia Legislativa. Boa parte dos deputados criticou a medida por ter sido tomada no momento em que o Estado registrou recorde de mortes e aumento do número de casos do coronavírus, afirmando que o governo teria cedido a pressões de empresários e prefeitos de sua base política. Parlamentares da base governista, porém, defenderam o fim da quarentena para evitar maiores prejuízos à atividade econômica.
Secretário diz que pico não chegou e pede isolamento
O secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, admitiu que nesta quarta-feira (15), em entrevista ao telejornal Meio Dia, da RPC TV, que a quarentena restritiva, de 1 a 14 de julho não conseguiu alcançar o objetivo de aumentar substancialmente o isolamento social nas sete regionais com maior número de casos de Covid-19. "Nós chegamos a 41,42, 45%, mas precisamos chegar a pelo menos 50%. Isso nos leva a acreditar que o decreto teve valor, mas não teve adesão total", ressaltou ele.
O decreto da quarentena ficou em vigor em sete regiões do estado por 14 dias e não foi renovado na terça (14). No litoral, as medidas restritivas continuam valendo até o dia 21 de julho. Segundo ele, a quarentena deve ter desalecerado um pouco o avanço da coronavírus do Paraná, mas o pico pode estar próximo de acontecer com a chegada do frio e da chuva.
"O isolamento social é a única medida para reduzir a curva de contaminação, por que o vírus está aí e muitas pessoas acham que não serão contaminadas", afirmou ele. Beto Preto não descarta o retorno de uma quarentena restritiva determinada pelo estado, mas não vê possibilidade ainda de um lockdown total: "Não vejo que há espaço, nesse momento, para um lockdown total. Se for necessário voltar a uma quarentena mais restritiva nos próximos dias, nós estamos preparados pra tomar essa medida", afirmou.
| Bem Paraná ( publicado em 15-07-2020) | | | | A Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) divulgou nesta quarta (15) um modelo de decreto a ser adotado pelos municípios com medidas para conter o avanço da pandemia de Covid-19. O modelo foi definido após reuniões com prefeitos e prevê a liberação de academias, bares, salões de belezas e cultos religiosos. Caberá a cada uma das 29 prefeituras da região redigir os próprios decretos e acatar ou não as recomendações da Assomec.
Em nota, a Prefeitura de Curitiba informou que o regramento em vigor para o município é o estabelecido no Decreto Municipal 810/2020: "Essas medidas valem até a publicação de um novo decreto, o que deve acontecer ainda nesta semana com o objetivo de atualizar o conteúdo legal frente ao cenário da pandemia de covid-19 na cidade".
As informações extraoficiais obtidas pela reportagem do Bem Paraná, no entanto, são de que Curitiba não irá adotar todas as recomendações da Assomec, porque a curva de contaminação na capital está em crescimento.
O boletim da Covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba desta quarta-feira (15) traz 717 novos casos confirmados, elevando para 11.390 os casos positivos e testados na Capital. Também forma confirmadas entre o boletim de terça (14) e esta quarta, mais 12 óbitos. Agora são 299 os casos de mortes pela doença. A Secretária de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, inclusive, disse nesta quarta que a bandeira laranja de alerta vai ser avaliada até a sexta-feira (17).
A Assomec decidiu fazer os apontamentos depois que o governo do Paraná desistiu de prorrogar a quarentena restritiva para conter o Covid-19 em sete regionais e praticamente liberou as prefeituras para tomarem as próprias medidas de combate à pandemia. A Assomec orienta ainda que os estabelecimentos que não cumprirem as medidas podem ter alvará de funcionamento cassado pelo período que durar a pandemia.
As prefeituras da RMC devem publicar seus novos decretos até o fim da semana.
Veja o que recomenda a Assomec recomenda:
Parques: Municípios podem liberar, mas somente para atividades individuais
Casas de festas, de eventos ou recepções, circos, teatros, cinemas, atividades físicas aquáticas e práticas esportivas coletivas, clubes sociais e desportivos: continuam suspensos
Missas e cultos religiosos: podem ser realizados, de segunda à sexta-feira, seguindo as normas indicadas de distanciamento e outras ações de prevenção à Covid-19.
Comércio de rua: pode funcionar, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18 h; O horário de entrada dos trabalhadores deve ser compatível com o horário de abertura do estabelecimento.
Shoppings e galerias: podem funcionar entre segunda e sexta-feira, das 12h às 20h; As galerias e os centros comerciais podem abrir das 10h às 18h, nos mesmos dias;
Feiras livres :podem funcionar de segunda a sábado, das 7h às 21h.
Academias: podem abrir de segunda a sábado, sem restrição de horário, desde que sejam obedecidas as normas de controle e recomendações sanitárias para o distanciamento social.
Salões de beleza, barbearias, clínicas de estética e spas: podem atender de segunda a sábado, com agendamento de horário
Serviços de banho, tosa e estética de animais: podem atender de segunda a sábado, com agendamento de horário, seguindo as normas de distanciamento social.
Restaurantes, pizzarias, ambulantes e lanchonetes: podem atender em todos os dias da semana, das 10h às 21h; Fora do horário previsto, somente nas modalidades drive thru e delivery.
Bares: podem abrir de segunda a sexta feira, das 10h às 18h.
Hipermercados, supermercados, mercados, mercearias, quitandas, hortifrutigranjeiros, açougues e peixarias: podem abrir de segunda a sábado. As prefeituras podem proibir a entrada de crianças com menos de 12 anos.
Lojas de materiais de construção: podem abrir de segunda a sábado, das 7h às 21h; Fora dos horários determinados, podem atender por delivery e drive trhu.
Venda de bebidas alcoólicas: pode ser proibida pelos municípios entre 22h e 6h.
| Bem Paraná ( publicado em 15-07-2020) | | | | Metade dos hospitais com leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto para Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Grande Curitiba está lotada, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde desta quarta (15). Os seis hospitais com 100% de ocupação nas UTIs são Hospital Cruz Vermelha (14 pacientes), Hospital Erasto (10 pacientes), Hospital São Vicente Centro (10 pacientes), Hospital Evangelico (33 pacientes), Hospital do Idoso (50 pacientes) e Hospital de São Jose dos Pinhais (10 pacientes).
Outros dois dos 12 hospitais da região com UTIs para Covid-19 estão muito próximos do colapso nesta quarta. O Hospital de Clínicas está com 98% da ocupação, com apenas uma das 61 vagas livre. Já o Hospital do Rocio, em Campo Largo, está com 99% de ocupação na UTI, com apenas uma dos 103 leitos disponíveis.
Enfermarias - Três dos doze hospitais que recebem pacientes com suspeita ou confirmação por Covid-19 pelo SUS também estão com as enfermarias lotadas nesta quarta. São eles Hospital do Idoso (60 pacientes internados), Hospital Cruz Vermelha (15 pacientes internados) e Hospital Erasto (30 pacientes internados).
Restam na Grande Curitiba, 21 vagas de UTI e 163 e em enfermarias para adultos.
Vagas para crianças com Covid-19
Nas UTIs e enfermarias pediátricas para pacientes do SUS na Grande Curitiba, a situação é mais tranquila. No Hospital Pequeno Príncipe, a taxa de ocupação na UTI é de 50%, com cinco das dez vagas ocupadas. Na enfermaria, a taxa de coupação é de 15%, com três das 20 vagas ocupadas. Já no Hospital de Clínicas, onde há cinco vagas pedíátricas para Covid-19, três estão ocupadas, com 60% de ocupação.
Em todo o Paraná, taxa de ocupação é de 62%
Em todo o Paraná, a taxa de ocupação nas UTIs e enfermarias adultas e pediátricas para pacientes do SUS é de 62%. A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nesta quarta-feira (15) 1.751 novas confirmações e 52 mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus.
O Paraná soma 46.601 casos e 1.181 mortos em decorrência da doença. Foi o segundo dia seguido com mais de 50 mortes confirmadas em um único boletim. Na terça-feira (14) foram 57 óbitos, o maior número desde o inídio da pandemia. Segundo boletim são 1.122 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 estão internados hoje. 920 pacientes estão em leitos SUS (368 em UTI e 552 em leitos clínicos/enfermaria) e 202 em leitos da rede particular (63 em UTI e 139 em leitos clínicos/enfermaria).
Há outros 927 pacientes internados, 451 em leitos UTI e 476 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo vírus Sars-CoV-2.
| Bem Paraná ( publicado em 15-07-2020) | | | | Consumidor está mais convencido de que rotina pós quarentena será diferente do que era antes
A reprovação varia segundo o tipo de estabelecimento, variando de 57% para salões de beleza a 86% para cinemas e teatros.
Apesar das cenas de bares lotados no Rio de Janeiro e filas para entrada em shoppings em São Paulo, 69% se dizem contrários a reabertura dessas categorias.
Há divisão apenas em relação ao comércio de rua: 49% se dizem favoráveis à reabertura e 47%, contrários —um empate, considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais.
A reprovação ajuda a entender o movimento baixo observado desde que estados e municípios começaram a flexibilizar a quarentena imposta para conter o avanço do novo coronavírus.
Na capital paulista, o número de frequentadores de bares e restaurantes foi tímido na reabertura, como mostrou reportagem da Folha. Segundo Percival Maricato, presidente da associação de bares e restaurantes de São Paulo, o movimento registrado nos últimos dias ficou em média 20% do que era antes da quarentena.
Pesquisa do IBGE mostra que, mesmo com a reabertura, houve queda de 7,2% das vendas do comércio em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado, o pior desempenho desde 2016. O nível também ficou 7,3% abaixo do observado em fevereiro, último mês em que as atividades não foram afetadas pela pandemia.
Apesar da expectativa de que a demanda reprimida durante o distanciamento social levaria a um boom de consumo pós relaxamento, o estudo da CNI indica cautela dos brasileiros.
Questionados se pretendem aumentar ou diminuir a frequência da ida a bares, restaurantes, shoppings e comércio de rua em comparação com o período pré pandemia, a maioria responde que pretende ir pouco ou muito menos.
Considerando os três meses posteriores ao fim da quarentena, 67% dizem que devem ir menos a bares e restaurantes, 64% devem ir menos a shoppings e 62% devem ir menos a comércio de rua.
Entre os estabelecimentos pesquisados no levantamento, apenas supermercados mantém uma frequência semelhante ao nível pré-pandemia (50% dizem que devem frequentar no mesmo patamar de antes).
O consumidor está inseguro tanto em relação ao vírus -- embora menos do que na pesquisa anterior, realizada em maio —quanto à renda, o que o leva a pisar no freio do consumo.
O percentual dos que relatavam ter um medo grande ou muito grande da pandemia caiu de 53% para 47% entre maio e julho. A percepção se reflete na expectativa de mortes nos próximos 15 dias a partir da data da entrevista: os que apostavam num aumento caíram de 74% para 55%.
Ainda assim, 8 em cada 10 entrevistados se disseram a favor das medidas de isolamento social. Em termos percentuais, o número foi de 86% para 84%, dentro da margem de erro.
Enquanto o levantamento sugere um arrefecimento do temor do vírus, seu impacto econômico tem efeitos profundos e prolongados.
Segundo a pesquisa, 71% dos entrevistados declararam ter reduzido suas despesas mensais. Entre esses, 30% dizem ter feito um corte grande ou muito grande.
Apesar de reativo à conjuntura, a pesquisa indica uma tendência crescente de que o freio tenha efeitos prolongados. O percentual de entrevistados que declaram que a redução de gastos é permanente subiu de 29% para 36% entre maio e julho.
O principal motivo é a insegurança quanto à renda futura, percepção que permaneceu estável entre maio e julho (42% e 41%). Quase um terço relata já ter perdido sua renda total ou parcialmente (29%). O comércio fechado vem em terceiro lugar, apontado como o motivo da redução dos gastos por 27% dos entrevistados.
Considerando apenas quem está empregado (com e sem registro), 45% dizem que sua renda diminuiu e 7% declararam ter perdido toda a renda. Para 42%, o montante ficou igual ao período pré pandemia, enquanto outros 7% chegaram a observar um aumento.
É perceptível, no entanto, algum otimismo. A fatia dos que acreditam que continuarão a receber sua renda ou salário normalmente subiu de 36% para 43% entre maio e julho, enquanto os que declararam ter ficado totalmente sem dinheiro caiu de 23% para 12%.
Por outro lado, aumentou de 11% para 15% quem diz não ter renda. O percentual dos que afirmam já ter tido alguma redução de renda ou salário oscilou de 17% para 19%, dentro da margem de erro.
O medo grande ou muito grande de perder emprego recuou um pouco entre maio e julho, de 48% para 45%, mas ainda atinge quase metade da população. Na outra ponta, os que declaram não ter nenhum medo de que isso aconteça passaram de 22% para 29%.
Em relação ao auxílio emergencial, 13% disse ter pedido mas não estar recebendo. 30% dos entrevistados afirmam estar recebendo o valor. Entre esses, 57% disse ter utilizado o dinheiro para compras, 35% para pagar dívidas e 2% diz ter guardado.
O levantamento da CNI também mostra que o consumidor está cada vez mais convencido de que, mesmo com o fim da quarentena, sua rotina não voltará a ser como era antes.
Enquanto em maio 37% imaginavam que sua rotina seria igual ou muito parecida com o período pré-pandemia, em julho esse percentual caiu para 31%. Em compensação, 32% agora preveem mudanças significativas —em maio, 26% tinham essa percepção.
O pessimismo a nível individual se reflete nas expectativas para a economia de modo geral. Na visão de 67%, o Brasil ainda não começou a se recuperar, sendo que 39% acreditam que isso levará mais de dois anos para acontecer.
“Os dados recentes da economia mostram que o pior da crise causada pelo novo coronavírus pode ter ficado para trás. Mas a pesquisa reforça a enorme importância de se construir uma agenda consistente, com ações de médio e longo prazo, para a retomada das atividades produtivas e do crescimento do país. Recuperar a confiança brasileiro, para que ele volte a consumir, é de suma importância para acelerar esse processo”, afirma em nota o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
| Folha de S.Paulo | | | | Sete em cada dez trabalhadores formais e informais (71%) têm “algum medo” de perder a ocupação de onde tiram o sustento. A mesma proporção informa ter reduzidos os gastos mensais desde o início da pandemia de covid-19.
As informações são de pesquisa de opinião realizada para a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados foram apurados em levantamento por telefone, realizado entre 10 e 13 de julho em todas as unidades da Federação.
Na enquete anterior, feita em maio, a proporção de pessoas preocupadas com a manutenção do trabalho era de 77%, e o percentual de quem reduziu o consumo, 74%.
Segundo nota da CNI, “o nível reduzido de consumo tende a ser mantido mesmo após o fim do isolamento social”. A maioria dos entrevistados acredita que vai manter o atual patamar de consumo entre 15 tipos de produtos industrializados - desde itens como roupas, produtos de higiene pessoal até bebidas alcoólicas, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
“Para se ter uma ideia, os itens que mais devem ter crescimento de consumo no pós-isolamento são as roupas. Mesmo assim, apenas 21% dos entrevistados afirmaram que pretendem ampliar o consumo desses produtos”, diz a nota da confederação.
A pesquisa também verificou que para 67% dos entrevistados a recuperação da economia ainda não começou - sendo que 61% calculam que ela vai demorar pelo menos um ano para ocorrer. Três de cada dez das pessoas ouvidas (31%) disseram que perderam parte ou a renda integral antes da covid-19.
O levantamento ainda verificou que o medo de ser infectado pelo novo coronavírus alcança 47% das pessoas entrevistadas, seis pontos percentuais a menos do que em maio. A redução do temor não fez ceder o amplo apoio às medidas de isolamento social (84%). Conforme a CNI, “o grupo das pessoas que saem de casa apenas para ações essenciais, como fazer compras ou trabalhar, aumentou de 58% para 67% entre maio e julho.”
Nesse período, houve recuo de oito pontos percentuais na proporção de pessoas que se dizem endividadas, de 53% para 45%. A maioria (62%) que se diz endividada afirma que vai conseguir quitar os compromissos em 30 dias.
Um terço dos entrevistados pediu e está recebendo auxílio emergencial. Entre esses, 57% usaram o dinheiro para fazer compras e 35% aproveitaram o valor para pagar dívidas.
| Bem Paraná | | | Como muitas mulheres com uma carreira de sucesso, Simone Ramos sente que teve de trabalhar mais do que qualquer homem para chegar ao topo
Executiva e gerente de risco do grupo global de seguros THB em São Paulo, Ramos diz que ser uma líder feminina em um setor dominado por homens a forçou a "ser mais forte" e a se "superar todos os dias".
"Logo no início da minha carreira, percebi que precisava deixar o cargo mais tarde, precisava estudar mais, precisava me provar três vezes mais do que qualquer homem", diz ela.
Ramos também é consultora da Associação das Mulheres no Mercado de Seguros (AMMS) e deve lançar um livro sobre o assunto em outubro deste ano.
Mas, como outros especialistas, ela está preocupada com as pressões extras que estão surgindo nas carreiras das mulheres durante a pandemia —e se isso pode acabar tornando tudo ainda mais complicado.
'DUPLA JORNADA'
A situação é particularmente difícil nas famílias em que os pais tentam trabalhar em casa enquanto estudam à distância ou cuidam de outros parentes.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres ainda representam três quartos de todo o trabalho não remunerado.
"Não é segredo que as mães ainda carregam a maior parte do fardo de cuidados infantis e trabalho doméstico na maioria das famílias", diz Justine Roberts, fundadora e diretora executiva da Mumsnet, a maior rede online para pais do Reino Unido.
Roberts diz que essa realidade está "pressionando" as mulheres e deixando as mães particularmente "preocupadas".
"As mães estão preocupadas com o risco de demissão ou de problemas no trabalho porque não são capazes de desempenhar seu trabalho tão bem quanto de costume."
"Mesmo que as mulheres sintam que seu emprego ou renda estão relativamente seguros, muitas estão dizendo que simplesmente não podem continuar assim por muito mais tempo."
Ramos salienta que as mulheres tradicionalmente realizam uma "dupla jornada" em casa quando o dia de trabalho termina.
Agora, a maioria das mulheres que ela conhece "está tentando trabalhar nos dois turnos ao mesmo tempo" —e o custo disso para a saúde mental está levando algumas a pensar em desistir e largar o emprego durante a pandemia.
'Locais de trabalho estão ultrapassados'
"Nós realmente precisamos entender a realidade de como as mulheres estão no local de trabalho", diz Allyson Zimmermann, diretora da Catalyst, uma ONG global que trabalha com empresas para melhorar ambiente de trabalho para mulheres.
"O sistema está ultrapassado. E, quando você olha para isso, é do interesse das empresas encontrar um novo normal no local de trabalho pós-covid."
A Catalyst passou anos acompanhando as carreiras de 10 mil graduados em MBA, homens e mulheres, das 26 principais escolas de negócios da Ásia, Canadá, Europa e EUA.
Em sua pesquisa, a organização observou como a falta de opções flexíveis de trabalho afeta a motivação das mulheres quando elas entram na maternidade.
Mas também existem preconceitos implícitos que agem fortemente para retardar o progresso das mulheres, independentemente de sua experiência ou se elas têm ou não filhos.
Por exemplo, as mulheres nos estudos da Catalyst eram mais propensas que os homens a começar em um cargo mais baixo em seu primeiro emprego pós-MBA. E quando os homens trabalhavam longas horas, essa estratégia parecia ajudar suas carreiras, mas não as mulheres.
Os graduados do sexo masculino eram recompensados com aumentos salariais assim que alternavam entre empresas, mas os salários das mulheres pareciam aumentar apenas depois que provassem seus talentos primeiro a seus gerentes.
"As mulheres precisam melhorar constantemente seu desempenho, enquanto os homens são promovidos com base no potencial", diz Zimmermann.
"Existe essa percepção de que, se as mulheres estivessem fazendo exatamente a mesma coisa que os homens, elas avançariam. E a verdade é que não. As mulheres costumam ter um padrão muito mais alto que os homens. É um viés muito inconsciente."
A CRISE ECONÔMICA DIFICULTA
Um novo estudo americano feito por acadêmicos de diferentes universidades indica que esses preconceitos podem ressurgir fortemente durante crises econômicas.
O artigo descobriu que as mulheres que tentam ingressar nos cargos mais altos das empresas —o conselho de administração, por exemplo— passam por situações muito mais difíceis quando as empresas atravessam uma crise.
Depois de analisar 50 mil eleições nos conselhos de 1.100 empresas de capital aberto entre 2003 e 2015, os pesquisadores descobriram que os acionistas normalmente ficavam felizes em apoiar as diretoras quando tudo estava indo bem.
No entanto, se a empresa tivesse problemas ou se houvesse uma crise, era muito mais provável que retirassem seu apoio à candidata.
Essas mulheres mantinham padrões muito mais altos do que seus pares e eram mais propensas a deixar a empresa nos anos seguintes.
Coautora do estudo, Corinne Post, da Universidade Lehigh, no Estado americano da Pensilvânia, diz que "é difícil encontrar outra explicação além dos preconceitos em torno dos compromissos das mulheres ou se elas estão realmente trabalhando tão duro quanto deveriam".
Outra coautora, Arjun Mitra, da Universidade do Estado da Califórnia, acrescenta que as empresas estavam minando seu talento feminino "em um momento em que poderiam se beneficiar mais das qualidades de liderança feminina".
"Isso é um sinal muito forte de que as empresas não apoiam mulheres em cargos de liderança."
MULHERES COM SALÁRIOS MAIS BAIXOS TAMBÉM ESTÃO SENDO AFETADAS
O mundo fez grandes melhorias em direção à igualdade de gênero nos últimos 50 anos, mas levará pelo menos mais um século para que homens e mulheres acabem com as lacunas no local de trabalho, de acordo com o Fórum Econômico Mundial (WEF).
E a Covid-19 já está impactando as mulheres em faixas mais baixas de renda.
A crise econômica destruiu o emprego das mulheres mais do que os homens porque está atingindo setores econômicos onde as mulheres estão super-representadas na força de trabalho, como hotelaria, alimentação, varejo e manufatura.
Na América Central, por exemplo, 59% das mulheres estão empregadas nesses setores, enquanto no Sudeste Asiático são 49% e na América do Sul 45%.
Nos EUA, o desemprego feminino é maior que o masculino.
"Crises anteriores mostraram que, quando as mulheres perdem seus empregos, aumenta seu envolvimento no trabalho não remunerado. E que, quando os empregos são escassos, as mulheres frequentemente têm oportunidades negadas de emprego disponíveis aos homens", alerta a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
'UM PASSO ATRÁS E DOIS ADIANTE'
Seja qual for o impacto, a pandemia passará e Simone Ramos acredita que dará lugar a uma "nova realidade" à qual as empresas já começaram a se adaptar.
Ela acredita que as empresas estão começando a ter uma "aparência mais compassiva" e oferecerão opções de trabalho mais flexíveis para atender às circunstâncias pessoais dos funcionários como um padrão.
"Acho que vamos dar um passo atrás e dois passos adiante", diz Luciana Barreto, diretora executiva da M Square, uma empresa de gerenciamento de ativos com um portfólio global no valor de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões).
Barreto diz que as mulheres estão cada vez mais conscientes da importância das carreiras delas "para libertá-las e completá-las", para que "a luta pela igualdade de gênero não termine aqui".
Mas ela acredita que, no mercado de trabalho pós-pandemia, será ainda mais crucial que as mulheres "tomem posse" de suas carreiras e questionem se as empresas para as quais elas querem trabalhar realmente merecem valor.
Allyson Zimmermann concorda e diz que geralmente diz às estudantes de negócios que olhem o que está acontecendo no topo das empresas antes de se candidatarem a empregos lá.
"Quando você procura seu empregador, não procura a perfeição, mas o progresso. Se você não se vê representado na liderança, ou não vê que eles estão trabalhando ativamente para isso... então eu procuraria em outro lugar ", diz ela.
| Folha de S.Paulo | | | | Incentivo ao transporte individual pode gerar acidentes e tirar passageiros de ônibus e metrô
Uma das primeiras medidas que a cidade de São Paulo tomou quando começou a se fechar para tentar controlar a pandemia do novo coronavírus foi suspender o rodízio de automóveis. O plano era liberar a população de aglomerações em ônibus e metrôs.
Na sequência, municípios da Grande São Paulo anunciaram que suspenderiam o transporte coletivo —o que não chegou a acontecer, por pressão do governo paulista. Em João Pessoa, capital da Paraíba, os ônibus foram suspensos no fim de março e só voltaram a circular no começo de julho, mais de três meses depois.
País afora, governos e médicos desincentivaram a população a tomar o transporte público durante a pandemia da Covid-19, a fim de evitar a disseminação do vírus.
Especialistas temem, no entanto, que, num cenário em que a vacina não fique pronta logo e o distanciamento seja estendido, o incentivo ao uso do carro provoque efeitos negativos nas cidades. As consequências seriam aumento da poluição, ocupação de leitos hospitalares por vítimas de acidentes e uma segregação ainda maior entre pobres e ricos.
O médico Allan Rocha, 28, só usava transporte público para ir aos hospitais onde atua, em São Paulo. O mais distante fica em Santo André, na região metropolitana, aonde ia de trem. Depois que a pandemia começou, porém, só usa Uber para se locomover.
"Troquei pela minha proteção, mas também pela dos outros. Por trabalhar em hospital, não queria expor as pessoas. Ainda prefiro o transporte público, pela economia e porque muitas vezes é mais rápido. Mas, enquanto durar a pandemia, infelizmente pretendo continuar usando o Uber", afirma.
Em pesquisa feita em abril pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) com 33 mil usuários do transporte público em cidades latinoamericanas, 3% dos entrevistados no Rio e em São Paulo afirmaram que pretendem evitar o transporte público mesmo que as restrições impostas pelo vírus sejam suspensas.
"Em São Paulo e em outras cidades brasileiras tivemos décadas de um urbanismo rodoviarista, com foco na construção de avenidas, túneis, pontes, pensando no carro como solução individual, com redução do transporte público", diz Bianca Tavolari, professora do Insper e pesquisadora do Cebrap.
"O problema da política que valoriza o carro é que você pensa só no propietário do bem, o que não é o caso da maioria das pessoas. É uma solução individual", afirma.
"A gente estava começando a reverter o investimento [feito no transporte individual nas últimas décadas], voltar ao carro é um retrocesso. O que a pandemia pode ajudar é a pensar num transporte de qualidade, que não seja aglomerado, e que seja seguro para as pessoas".
O FUTURO DO TRANSPORTE
Série de reportagens discute os efeitos da pandemia no deslocamento
Capítulo 1: Para evitar fuga de passageiro, transporte público pós-pandemia terá de rever modelo e lotação
Nas capitais brasileiras, as gestões municipais constataram que a circulação de automóveis caiu muito menos durante a quarentena do que a demanda por ônibus e metrô.
"Nossa demanda pelo transporte público caiu entre 60% e 80%, enquanto a circulação de automóveis caiu só 20%. Quem pode, preferiu usar o automóvel", diz o secretário extraordinário de Mobilidade de Porto Alegre, Rodrigo Tortoriello.
"E isso é um risco grande. Por uma questão de espaço físico, que não suportamos mais, pelo aumento da poluição e pela quantidade de acidentes, porque isso ocupa leitos de hospital, que são fundamentais agora", completa.
Levantamento do Conselho Federal de Medicina estima que esses acidentes custaram ao SUS (Sistema Único de Saúde) cerca de R$ 3 bilhões na última década.
Só no estado de São Paulo, 1.974 pessoas morreram no trânsito até maio deste ano, número pouco menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando morreram 2.095 pessoas. Jovens de 18 a 24 anos e motociclistas são os grupo com mais óbitos. Além disso, ocorreram 62 mil acidentes não fatais nos cinco primeiros meses do ano.
O médico Carlos Alberto Eid, coordenador do Departamento de Atendimento Pré-hospitalar da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, ressalta que por enquanto a prioridade é diminuir as mortes por coronavírus, agora na casa de mais de mil por dia, em média.
"O trânsito matou 110 por dia no ano passado. A prioridade hoje é reduzir o número de mortes por coronavírus e um dos pontos de transmissão bem forte é a proximidade física, o contato físico, a aglomeração é um dos fatores da disseminação”, diz Eid.
O médico destaca que, além da aglomeração, o transporte público tem muitas superfícies de contato. Por isso, considera natural que em um primeiro momento as pessoas optem por estar em veículos onde estão sob menor risco de contágio.
Dante Rosado, coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, afirma que em um cenário de prolongamento da crise pode haver intensificação do risco no trânsito.
“Essa população pode migrar para o transporte individual, que cria outras questões. Se for automóvel vai gerar congestionamento, poluição e outras questões, mas é mais provável que aconteça pra motocicleta, que é o meio de transporte mais barato e arriscado”, diz Rosado.
Ele lembra que cidades mundo afora se aproveitaram da redução no fluxo de carros durante a quarentena para colocar em prática alternativas que reduzem o espaço dos automóveis e ao mesmo tempo criando opções ao transporte público cheio.
É o caso de Paris, por exemplo, onde a prefeita Anne Hidalgo liberou que bares e restaurantes usem vagas de carros nas ruas para abrir mesas e servir os clientes nas calçadas, além de proibir a circulação de carros em ruas importantes, liberando o trânsito de bicicletas.
O uso do asfalto como uma maneira mais segura para reabrir restaurantes, agora ao ar livre, também começou a ocorrer em Nova York.
Na América do Sul, a capital da Colômbia, Bogotá, implantou ciclovias temporárias desde o começo da pandemia, para incentivar as pessoas a trocarem os ônibus cheios pelas bicicletas.
Luís Antonio Lindau, diretor de cidades da WRI Brasil, diz que um dos melhores jeitos de manter a população utilizando o transporte público é fazer com que passe menos tempo dentro dele. Uma solução rápida seria a implantação de uma grande quantidade de faixas de ônibus à direita, que são rápidas de serem feitas e baratas.
“Se a gente retomar ao normal e as pessoas saírem do ônibus, teremos mais carros circulando. Nós precisamos segurar o espaço para o transporte coletivo”, disse Lindau.
Na tentativa de evitar veículos superlotados, as viagens mais rápidas melhorariam a oferta do transporte.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 14-07-2020) | | | A startup curitibana PiáTech, liderada pelo engenheiro mecânico Daniel Delfino, pelo engenheiro mecatrônico Everton Ramires e pelo publicitário Diego Stavitzki, acaba de lançar o robô Lili, um aparelho esterilizador que consegue inativar vírus, bactérias e fungos presentes em qualquer ambiente por meio de raios UVC em até 30 minutos, com uma eficácia próxima de 100%. O design da peça tem a assinatura do arquiteto Felipe Guerra.
O nome do robô homenageia Dona Lili, vó da esposa de Stavitzki, que faleceu em maio, aos 92 anos, na cidade do Rio de Janeiro em decorrência da Covid-19. Lili, libanesa que havia sobrevivido à Guerra Civil do Líbano (1975-1990), agora foi carinhosamente apelidada pelos empresários de "Lili Trooper, Virus destroyer".
"Como Lili foi o ponto de partida do desenho, o design tem uma forma mais feminina, bem espacial e supersimpática", descreve Guerra. "O protótipo é de metal com cobertura de aço inox, que pode receber tinta náutica depois; rodinhas, para facilitar a locomoção, e um feixe de luz de 360 graus, criando um grande globo de luz, que otimiza a aplicação." O robô tem 2 metros de altura, 60 kg e passa sem problema pela portas convencionais, para atuar em escolas, escritórios, hotéis e hospitais.
O funcionamento é simples. Como esclarecem os autores do projeto, depois de definido o espaço a ser esterilizado, eles fazem cálculos específicos para saber quantas aplicações com a luz serão necessárias, a fim de limpar toda a área e cobrir até os pontos cegos (com sombras). "No futuro, a intenção é que o robô faça esses cálculos de maneira autônoma, com inteligência artificial", destaca Stavitzki.
"Durante o período de testes em hospitais e clínicas de Curitiba, fizemos mais de 100 culturas de vírus e bactérias com amostras que eram retiradas dos lugares antes e depois da ação do robô. As coletas foram enviadas para laboratório, que comprovou que 99% dos micro-organismos haviam sido desativados", conta Delfino.
Serviço de aluguel
O objetivo do robô Lili não é ser comercializado individualmente, mas ter um serviço de aluguel ou comodato. "Se exposta diretamente ao ser humano, a luz UVC pode até causar câncer na pele e machucar a retina dos olhos", alerta Stavitzki.
"Por isso é necessário um aplicador especializado, que saiba operar o aparelho, sem a presença das pessoas no recinto." O preço inicial é de R$ 500 por aplicação. Em casos de contratos semanais ou mensais, o investimento por aplicação é reduzido.
Doação do serviço para hospitais
Desde terça-feira (14), os empresários da PiáTech iniciaram uma vaquinha virtual para arrecadar R$ 65 mil para produzir mais seis robôs e fornecer gratuitamente o serviço de desinfecção para seis hospitais de Curitiba e Região Metropolitana. Para ajudar, clique aqui.
| Gazeta do Povo ( publicado em 15-07-2020) | | | A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) atualizou nesta quarta-feira (15) suas projeções, prevendo agora que a região sofrerá contração de 9,1% em 2020. Apenas na América do Sul, ela espera recuo de 8,4%. Segundo relatório da entidade, o choque com a pandemia é tão grande que levará, no fim deste ano, o PIB per capita da América Latina e do Caribe a nível similar ao de 2010.
"Ou seja, haverá um retrocesso de dez anos nos níveis de renda por habitante", destaca. A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, afirma que a entidade prevê quadro pior no desemprego, "o que por sua vez provocará uma deterioração importante nos níveis de pobreza e desigualdade".
A expectativa por a taxa de desemprego regional em cerca de 13,5% no fim de 2020, uma revisão em alta (de 2 pontos porcentuais) ante a estimativa de abril e um avanço de 5,4 pontos porcentuais com relação ao registrado em 2019 (8,1%)."
| Gazeta do Povo ( publicado em 15-07-2020) | | | Perda de trabalho informal na pandemia é mais que o dobro do formal, diz estudo; procura por emprego é adiada enquanto perdura benefício
A perda de ocupação entre os trabalhadores informais em meio à pandemia é mais que o dobro daquela registrada entre empregados formais, aponta estudo do Ibre-FGV, divulgado em primeira-mão à Folha.
Com nível recorde de pessoas fora do mercado de trabalho, devido ao isolamento social e também à garantia de uma renda mínima pelo auxílio emergencial, a volta desses trabalhadores à busca por ocupação deve pressionar a taxa de desemprego nos próximos meses.
A taxa de desocupação estava em 12,9% no trimestre encerrado em maio, segundo o IBGE, acima dos 11,6% registrados até fevereiro, antes do início das medidas de distanciamento social adotadas para conter o avanço da covid-19.
Mas o indicador não reflete a realidade do mercado de trabalho brasileiro em meio à pandemia, já que muitas pessoas perderam suas ocupações, mas não estão procurando um novo emprego e por isso não são consideradas desempregadas.
Levando isso em conta, os pesquisadores Paulo Peruchetti, Tiago Martins e Daniel Duque, do Ibre-FGV, analisam a variação da população ocupada para mensurar os efeitos da crise sobre o emprego. E para avaliar o que está acontecendo mês a mês, utilizam uma metodologia desenvolvida pelo Banco Central que permite mensalizar a Pnad Contínua, pesquisa feita pelo IBGE com base em trimestres móveis.
Segundo o estudo, a população ocupada brasileira somava 83,4 milhões de pessoas em maio, ante 93,5 milhões no mesmo mês de 2019, uma queda de 10,7%, recorde na série histórica iniciada em 2012. Entre os informais, a redução da ocupação foi de 15,1% em maio, comparada a recuo de 6,7% entre os formais.
O número de informais despencou de 44,9 milhões em maio de 2019, para 38,1 milhões em maio desse ano, com 6,8 milhões a menos de trabalhadores informais ocupados. Já os formais diminuíram de 48,7 milhões para 45,4 milhões, uma perda de 3,3 milhões de ocupações.
No levantamento, são considerados informais os trabalhadores sem carteira, domésticos sem carteira, empregadores sem CNPJ, trabalhadores por conta própria e trabalhadores que auxiliam familiares sem remuneração. Ao fim de 2019, enquanto um trabalhador com carteira tinha renda média de R$ 2.226, o sem carteira ganhava R$ 1.462, a doméstica sem carteira recebia R$ 773 e o trabalhador por conta própria, R$ 1.734.
Na crise de 2014 a 2016, a informalidade funcionou como um “colchão” para o mercado de trabalho, absorvendo parte dos trabalhadores que perderam vagas no mercado formal. Em meio ao isolamento social, o emprego informal não consegue cumprir essa função, ao ser o mais afetado pelas medidas de distanciamento.
“O governo tem pouca capacidade de agir sobre o mercado de trabalho informal, esse é um grande problema em termos de política pública”, observa Duque, lembrando que, no mercado formal, as medidas de suspensão de contratos e redução de jornadas e salários ajudaram a preservar empregos. “Outro fator problemático é que muitos desses trabalhadores estão no setor de serviços e comércio, em atividades que para serem viáveis economicamente dependem de aglomeração, o que seria até imprudente manter funcionando.”
No setor de serviços, que concentra 70% de todo o emprego gerado no país e onde a taxa de informalidade chegava a 44% em 2019, a queda da população ocupada atingiu 10,7% em maio, segundo o levantamento do Ibre.
A diarista Liana Guimarães, de 42 anos e moradora de Belo Horizonte, faz parte dessa estatística. “Estou desempregada e toda minha família também, estamos vivendo só com o poder de Deus”, afirma. “Meus filhos trabalhavam em lanchonete e meu esposo na construção civil, estão todos em casa parados. Eu trabalhava de segunda a sábado, fui mandada para casa por todos os patrões sem pagamento. Eles dizem que, com essa pandemia, estão sem condições de pagar.”
Além do setor de serviços, outro segmento que se destacou negativamente na perda de postos de trabalho foi a construção civil. Com uma taxa de informalidade de 73% em 2019, o setor teve uma queda da população ocupada de 15,7% em maio, destaca Peruchetti, pior do que a indústria em geral (-11,9%) e os segmentos de transformação, extrativa e serviços de utilidade pública (-9,8%).
Apesar da construção ter sido enquadrada como atividade essencial, e de grandes obras terem sido mantidas em meio ao isolamento, houve uma desaceleração no início de novas obras e queda na demanda por reformas em residências.
O assistente de pedreiro Paulo Alves, de 33 anos e morador do Jardim Ângela na Zona Sul de São Paulo, sentiu essa diferença. “O último bico que peguei já faz 15 dias, carregando caminhão num depósito. Tem menos obras acontecendo e as pessoas que contratavam para fazer um bico residencial agora estão com receio por causa da pandemia.”
Com a crise do coronavírus, a taxa de participação na força de trabalho atingiu a mínima histórica de 55% em maio, vindo de 61,6% em fevereiro, antes das medidas de isolamento. A força de trabalho é a soma de pessoas em idade de trabalhar ocupadas ou em busca de emprego. Já a população fora da força de trabalho cresceu 21,5% em maio, também um recorde.
“Teremos uma volta dessas pessoas que estão fora do mercado de trabalho. Sem o auxílio emergencial, elas vão ter que buscar renda, então a taxa de desemprego, que não subiu muito no curto prazo, pode subir mais num segundo momento”, afirma Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre-FGV.
Segundo ela, isso explica a pressa do governo em implementar a Renda Brasil, ampliando o Bolsa Família através da incorporação de outros programas sociais já existentes, o que é uma alternativa diante do espaço fiscal limitado.
Para Solange Srour, economista-chefe da gestora ARX Investimentos e colunista da Folha, o mercado de trabalho pode sofrer uma mudança estrutural no pós-pandemia, com o rápido avanço tecnológico provocado pela crise contribuindo para uma redução da demanda por trabalho menos qualificado.
“É provável um desemprego estrutural que permaneça elevado por mais tempo, ainda que nossa vida volte ao normal”, diz Solange. Segundo ela, como os informais são em grande parte trabalhadores pouco qualificados e de menor escolaridade, eles devem enfrentar dificuldade ainda maior de se reinserir no mercado formal.
A economista estima que a taxa de desemprego, hoje próxima dos 13%, pode subir rapidamente para perto dos 20% com a volta dos trabalhadores ao mercado de trabalho após o relaxamento do isolamento e fim do auxílio emergencial.
A situação será ainda mais grave porque essa volta deve acontecer ao mesmo tempo em que terminam os benefícios para manutenção do emprego nas companhias formais. “Vai haver uma oferta maior de trabalho e demanda menor das empresas, que devem diminuir o número de vagas com o fim dos benefícios.”
As repostas do poder público a esse cenário são limitadas, avaliam Solange e os pesquisadores da FGV. Segundo a economista, um modelo de desoneração de folha focado nos menores salários e acompanhando de programas de qualificação de mão de obra pode ser positivo. Mas ele não terá efeito sem o avanço da agenda de reformas para uma retomada efetiva do crescimento.
“Não tem milagre, não há o que o governo possa fazer que faça ter uma recuperação super rápida”, diz Duque. “O que poderia ter sido feito e não foi seria controlar a pandemia. Quanto mais tempo se alonga o período em que muitas pessoas estão sendo contaminadas e morrendo, a incerteza permanece, com as pessoas reduzindo consumo, empresas diminuindo atividade, o que impacta cada vez mais o emprego.”
| Folha de S.Paulo ( publicado em 14-07-2020) | | | | Para começar esse resumo de notícias. Voltou ao debate a recriação de um imposto aos moldes da finada Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, a CPMF. Em 2019, a ideia causou a queda de Marcos Cintra, então secretário especial da Receita Federal. Agora, o “fantasma” do imposto retorna em meio à pandemia. Fica a dúvida: vem aí uma CPMF 2020 com Paulo Guedes?
Transações em alta. Aproveitando a onda de crescimento do comércio eletrônico e com menos compras físicas no período de isolamento social, o ministro da Economia teria voltado a insistir na criação de um imposto sobre transações financeiras. Em troca da volta da CPMF, viria a desoneração das folhas de pagamento.
Pode acontecer? Nesta semana, o vice-presidente Hamilton Mourão já havia antecipado que a discussão poderia voltar à mesa. Em dezembro passado, a ideia era justamente taxar transações digitais. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pressionou e “enterrou a ideia”. E agora? Para saber se, enfim, a CPMF vai voltar em 2020 com Guedes, ou em 2021, entenda o plano da economia para recriar um imposto sobre pagamentos.
Utilidade pública: além da “CPMF de Guedes"
Atualização. Com mais 39.924 casos confirmados e 1.233 óbitos pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, o Brasil atingiu 1.966.748 casos e 75.366 mortes pela Covid-19. Veja os últimos dados do Ministério da Saúde. Em todo o mundo, 13,4 milhões de pessoas já foram infectadas.
Testagem. Entre os casos em acompanhamento no Brasil está o do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a testar positivo. Por falar em testes, após a Agência Nacional de Saúde (ANS) derrubar a decisão judicial que obrigava planos de saúde a cobrirem testes sorológicos, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um projeto de lei para seguros bancarem os exames. Quanto à busca por uma vacina, a produzida pela empresa de biotecnologia Moderna apresentou bons resultados na primeira fase de testes de imunização.
Presídios e frigoríficos. Com apenas 2% dos presos testados para Covid-19, um surto na Penitenciária Estadual Piraquara (PR) levou ao afastamento de 31 servidores com a suspeita da doença e outros 15 agentes penitenciários confirmados. Eloá Cruz traz mais detalhes sobre o “risco de uma tragédia humanitária”, nas palavras do presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Paraná. E Juliana Fontes revela que o Ministério Público do Trabalho ajuizou ações por suspeitas de surtos em frigoríficos no Oeste paranaense. O estado bateu recorde de ocupação de UTIs SUS para Covid-19.
Política e economia além da CPMF
Gilmar tem força? A crítica do ministro do STF Gilmar Mendes - que associou o Exército a um “genocídio” pelas mortes por coronavírus - gerou pressão das próprias Forças Armadas pela saída do general Eduardo Pazuello do comando da Saúde.
Ainda que a Defesa tenha enviado representação contra Gilmar, e Bolsonaro tenha defendido Pazzuello, os militares não querem associação nem responsabilização. Leia na reportagem de Kelli Kadanus, correspondente em Brasília, se Gilmar pode acelerar a troca de comando na Saúde. E entenda na reportagem de Olavo Soares, também de Brasília, por que a entrega de medalhas militares a juízes e políticos vêm causando desconforto nos quartéis.
E você leitor, o que acha? Queremos ouvir a sua opinião: Bolsonaro deve trocar o ministro interino? Responda.
No Congresso. O Senado aprovou a conversão em lei da medida provisória que destrava linhas de crédito para pequenas e médias empresas arcarem com salários. Correspondente em Brasília, Jéssica Sant’Ana apresenta detalhes como o novo teto de faturamento para aderir ao financiamento. Já a MP que flexibiliza regras trabalhistas está ainda mais perto de caducar. Na Câmara dos Deputados foi aprovada a proibição do confisco do auxílio emergencial por dívidas.
Giro pelo mundo 1. Alguns “super ricos” estão dispostos a pagar mais tributos. Fernanda Trisotto revela quem são os milionários que aceitam a taxação de fortunas para combater à Covid-19. Spoiler: nenhum brasileiro assinou a carta dos “Milionários pela Humanidade”. No Uruguai (um dos países ‘modelo’ no combate ao coronavírus), o presidente Luis Lacelle Pou disse não estar disposto a confinar os uruguaios.
Giro pelo mundo 2. A “guerra de sanções” entre Estados Unidos e China continua. A Casa Branca anunciou sanções contra funcionários da Huawei, gigante de tecnologia chinesa de internet 5G. A China garantiu que vai responder aos atos na mesma moeda. Em uma notícia “mais leve”, entenda por que o crescimento populacional vai começar a cair a partir da segunda metade do século.
O que mais você precisa saber hoje
- Atos antidemocráticos. Moraes libera acesso da PF a dados de investigação do Facebook
- Com vetos. Marco legal do saneamento é sancionado por Bolsonaro
- “Rachadinhas”. Toffoli quer parecer da PGR sobre pedido de Flávio Bolsonaro em ação contra foro
- Conselho da Amazônia. Mourão diz que Forças Armadas podem ficar na Amazônia até 2022
- FGTS. BB e Caixa terão linha de crédito com garantia do saque-aniversário
Colunas e artigos
Debates pandêmicos. A pandemia vem trazendo “causos estranhos”. Alguns positivos: de empatia. A colunista Cristina Graeml mostra que uma empresária reclamou de abuso da prefeitura de Curitiba e recebeu um telefonema solidário de Bolsonaro, que viu o desabafo dela nas redes sociais. Por falar em mídias sociais, o youtuber Felipe Neto ganhou espaço no The New York Times com a manchete: Trump não é o pior presidente da pandemia; pergunte aos brasileiros. Por aqui, na Gazeta do Povo, Polzonoff rebateu os argumentos e expõe uma extrema, ainda que talentosa, desonestidade intelectual de Felipe Neto.
Liberdade de expressão. Por coincidência, a aparição do youtuber no Times ocorre um dia após a ex-editora de opinião do jornal, Bari Weiss, divulgar uma carta de demissão acusando o jornal centenário de se render ao extremismo de raivosos de mídias sociais. Em coluna no City Journal reproduzida nesta Gazeta, Judith Miller expõe a censura à liberdade de expressão no artigo: New York Times e a mídia liberal que não é liberal.
Nossa visão
Degeneração legislativa. O modelo em operação no Congresso traz sérios riscos ao saudável desempenho do legislativo. Há uma concentração de poderes sem precedente nas presidências da Câmara e do Senado, com perda de participação popular e entrave de pautas agravado pela inatividade de comissões das Casas. Leia nossa visão sobre o tema no editorial: A paralisação das comissões arrisca degenerar o Legislativo.
Diante do quadro de imprevisibilidade do retorno da atividade parlamentar, os congressistas têm obrigação de aprimorar a metodologia implementada até aqui, exigindo que os presidentes das duas Casas aprovem o imediato retorno do funcionamento das comissões. A tecnologia já provou que é parceira nesse processo."
| Gazeta do Povo | | | Sem acordo, Senado deixa MP que altera regras trabalhistas caducar e atende a desejo do governo
Governo não concordava com alteração do relator e oposição criticava tentativa de minirreforma trabalhista sem debate
Sem conseguir alcançar um acordo para votar a MP (Medida Provisória) que altera regras trabalhistas, o Senado não votará o texto. A caducidade da medida também atende a um desejo do governo pelas alterações propostas pelo relator no Senado.
O relatório apresentado por Irajá Abreu (PSD-TO) na semana passada desagradou a equipe econômica por propor estender a suspensão do recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) até dezembro deste ano.
A MP permitia que as empresas pudessem antecipar férias e adiar o recolhimento do FGTS, ponto que Irajá propôs estender até dezembro.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), elogiou o trabalho de Irajá, que fez diversas outras mudanças ao texto em novo relatório entregue nesta quarta e criticou a MP enviada pelo governo.
“Com certeza ele [Irajá] tentou dar o máximo de si, mas infelizmente essa medida provisória veio já com muitos problemas, teve mais de mil emendas na Comissão.”
Além de adiar o recolhimento do FGTS, os acordos individuais estavam permitidos pela MP durante o estado de calamidade.
O STF também havia confirmado a validade dos acordos, que teriam preponderância sobre leis e negociações coletivas durante o período de vigência da medida.
O texto autorizava essas empresas a trocarem o regime de trabalho de presencial pelo de teletrabalho, independentemente da existência de acordo individual ou coletivo. O empregador também poderá antecipar férias individuais, conceder férias coletivas e antecipar feriados.
Para antecipar férias, a empresa teria que notificar o empregado da decisão com pelo menos 48 horas de antecedência. O mesmo procedimento deveria ser adotado se desejasse dar férias coletivas aos trabalhadores ou antecipar feriados.
Na semana passada, o Senado já tinha adiado a votação por falta de acordo para votar o texto. Líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a MP não tinha como ser melhorada e que o governo pegava "carona" no vírus para fazer uma minirreforma trabalhista sem debates.
"O governo se aproveita da condição da calamidade pública, pega uma carona com o vírus —esse é um caso clássico de aliança entre o governo e o vírus— e aproveita para fazer uma reforma trabalhista mais radical. Nós da oposição aceitamos debater, mas aceitamos debater em tempos normais"
| Folha de S.Paulo ( publicado em 15-07-2020) | | | | O plenário do Senado retirou da pauta de votação desta quarta-feira (15) a medida provisória (MP) 927/2020, que flexibiliza regras trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus. Com isso, a MP deve caducar, já que o seu prazo de validade acaba no próximo domingo (19) e o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que não pretende mais colocá-la em votação.
A matéria foi retirada de pauta porque não houve acordo para aprovar o parecer apresentado pelo senador Irajá (PSD-TO), relator da medida. O relator propôs estender até o fim do ano a suspensão do recolhimento do FGTS e do INSS por parte das empresas, além do salário-educação. O recolhimento voltaria ao normal somente partir de janeiro de 2021 e o débito de 2020 poderia ser quitado em 12 vezes, também a partir de janeiro.
As mudanças propostas surpreenderam o governo e aliados, que passaram a defender a caducidade da medida. A arrecadação federal deste ano iria despencar caso os novos prazos de diferimento entrassem em vigor, o que acendeu o alerta na equipe econômica.
O texto original da MP 927, editado pelo governo e depois aprovado pela Câmara, previa o diferimento do pagamento do FGTS e do INSS, mas num prazo bem menor. O recolhimento para Previdência foi suspenso por dois meses. Já o do FGTS foi paralisado por três meses. Em ambos os casos, o recolhimento voltou ao normal agora em julho e as empresas devem quitar os débitos até o fim deste ano.
Apesar do imbróglio criado em cima da suspensão do recolhimento do INSS, FGTS e salário-educação, o ponto principal da MP 927 eram as mudanças nas regras trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus.
A medida permite que empregador e empregado celebrem acordos individuais ou coletivos durante o estado de calamidade pública para flexibilizar o teletrabalho, o trabalho remoto ou outro tipo de trabalho a distância, conhecido como "home office". Também permite antecipar férias individuais, mesmo que o trabalhador não tenha completado um ano de empresa, e feriados, religiosos ou não.
O empregador também pode conceder férias coletivas, notificando o conjunto de empregados com 48 horas de antecedência. Não são aplicáveis o limite máximo de períodos anuais e o limite mínimo de dias corridos previstos na CLT. Os acordos só são válidos durante a pandemia. A partir de 1º de janeiro de 2021, voltam a valer as regras da CLT."
| Gazeta do Povo ( publicado em 15-07-2020) | | | Stellantis será o nome da empresa a partir da fusão da Fiat Chrysler e Peugeot Citroën. De acordo com a empresa, o nome servirá "como marca corporativa", sendo mantido o nome das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (15). O novo nome, diz a empresa, tem origem no verbo latino "stello", que significa "iluminar com estrelas". Com a fusão, que deve ser concluída no início de 2021, a montadora será a quarta maior do mundo."
| Gazeta do Povo ( publicado em 15-07-2020) | | | Montadora registra recuperação gradativa do setor, indicando que o pior já passou
No setor automotivo, o mercado de ônibus foi o mais afetado pela crise gerada pela pandemia, mas já vê uma curva de recuperação, ainda que muito gradativa. As vendas do segmento praticamente paralisaram entre abril e maio, mas voltaram a tomar fôlego a partir de junho, o que pode indicar que o pior já passou.
A análise é do diretor de vendas e marketing para ônibus da Mercedes, Walter Barbosa. Ele conta que em abril a empresa faturou algo em torno de 10% do total que estava vendendo antes da pandemia. Em maio, esse fluxo dos negócios melhorou um pouco e em junho chegou a 50%.
Atualmente, a empresa vende algo entre 30% e 50% do total que estava faturando antes da crise.
“A expectativa é de que até o fim deste ano chegue a algo entre 75% a 80% do que estávamos faturando e para 2021 esperamos voltar com níveis muito próximos de 80% a 100% do que estávamos vendendo”, afirma Walter Barbosa.
Em sua projeção para o ano, a montadora faz uso da mesma previsão divulgada pela Anfavea, presidida por um executivo da marca. A fabricante reforça que em 2020 as vendas totais de ônibus no Brasil podem atingir as 10 mil unidades, o que representaria uma queda de 52% sobre os 20,9 mil vendidos em 2019.
“ Pode ser uma variação um pouco maior, de 11 mil, mas vai depender mais do segmento de ônibus escolar, do quanto vai ser emplacado para o Caminho da Escola”, explica o diretor de vendas de ônibus da Mercedes.
Segundo o executivo, os escolares serão responsáveis pela maior demanda do mercado de ônibus no segundo semestre, isso porque há uma expectativa de que pelo menos 3 mil unidades sejam emplacadas só neste ano (leia aqui). Ainda assim, apesar da expectativa positiva, o setor vai depender da capacidade do governo em efetuar a compra desses veículos até o fim de 2020.
| Automotive Business ( publicado em 15-07-2020) | | | | Inauguração de megaprensa coincide com a produção de 24 milhões de carros no Brasil
Ao apertar um botão no início da tarde da quarta-feira, 15, Pablo Di Si, presidente da Volkswagen América Latina, deu início oficial à produção da megaprensa PXL, que multiplica por quatro a produtividade de chapas estampadas para os veículos produzidos sobre a plataforma MQB (Polo, Virtus e Nivus) na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a planta Anchieta.
Ao mesmo tempo, o gesto encerra o atual ciclo de investimentos da fabricante no Brasil, de R$ 7 bilhões entre 2016 e 2020, sendo R$ 2,4 bilhões destinados à modernização das fábricas paulistas da empresa – além de São Bernardo, inclui também Taubaté e a unidade de motores de São Carlos.
A inauguração da megaprensa, que coincide com o marco de produção de 24 milhões de carros na soma de três fábricas nos 63 anos de história da Volkswagen no Brasil, é o fim de uma história feliz, que envolveu a chegada da moderna plataforma MQB ao País e à planta Anchieta, que se modernizou completamente – assim como as outras – para dar início à produção em São Bernardo de uma nova geração de modelos da chamada “Nova Volkswagen”, começando em 2017 com o Polo, seguido pelo Virtus em 2018 e este ano com o Nivus – o primeiro Volkswagen projetado pela engenharia brasileira da empresa que será produzido também na Europa, e o primeiro projeto do grupo no mundo desenvolvido em processo 100% digital.
Dessa forma, os novos carros já lançados não só abriram mais mercado à Volkswagen, mas trouxeram o maior ciclo de modernização industrial e de engenharia da empresa em seus 63 anos de história no País.
NOVO CICLO HISTÓRICO
Agora começa outra história, após o impacto da pandemia de coronavírus sob o mercado, que tornou o cenário à frente preocupante, ainda incerto. O programa de 20 lançamentos (o Polo em 2017 foi o primeiro e o Nivus agora é o 17º), inicialmente previsto para terminar no fim deste ano, foi estendido para o primeiro trimestre de 2021, envolvendo também modelos que serão produzidos na Argentina – caso do projeto Tarek, um SUV médio-compacto. Mas um novo ciclo de investimentos, que era esperado para ser anunciado ainda este ano, saiu do horizonte de curto prazo.
“Nenhuma decisão sobre novos investimentos deverá ser tomada no curto prazo, não vejo possibilidade disso acontecer antes do fim do primeiro semestre de 2021. Temos agora de adaptar a operação a uma nova realidade com redução de custos e esforço para aumentar as vendas e as exportações. Depois vamos decidir o que fazer em conjunto com a matriz na Alemanha”, explica Pablo Di Si.
Para que as conquistas evolutivas até agora sejam mantidas, Di Si defende que o País adote um programa estratégico mais completo que o Rota 2030, para definir o futuro da indústria nacional com desenho que possa diferenciar e dar relevância ao Brasil diante do resto do mundo automotivo.
“Não podemos exportar soja e comprar óleo importado de volta, precisamos dominar tecnologias que agregam valor aos produtos. Se não encontramos essa forma de evoluir, em mais 10 anos a indústria não vai sobreviver aqui. É necessário colocar esse tema na agenda de discussões”, alerta. Como exemplo, ele cita que o Brasil deveria aproveitar sua liderança na produção de bioetanol para investir na tendência global de eletrificação de carros, mas com células de combustível que funcionam com hidrogênio extraído do biocombustível.
MEGAPRENSA SIMBOLIZA EVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A megaprensa PXL inaugurada na planta Anchieta simboliza anos de evolução industrial, pois está localizada em área onde foi iniciada, em 1957, a construção da primeira fábrica da Volkswagen no Brasil, mas foi totalmente remodelado para colocar a estamparia de São Bernardo entre as mais modernas do mundo. “Esta instalação permite que o processo de produção na estamparia da fábrica Anchieta tenha o mesmo nível de tecnologia e qualidade disponível no Grupo VW mundialmente”, ressalta Di Si.
Iniciado há quatro anos, o projeto da nova estamparia foi todo desenhado dentro do programa Fábrica Digital da Volkswagen, em que todos os equipamentos e processos são desenvolvidos no ambiente virtual antes de serem instalados fisicamente, o que antecipa possíveis gargalos, permite a correção de rumos e evita atrasos.
O processo de instalação física da PXL tem proporções épicas. A prensa de transferência com força máxima de estampagem de 2,1 mil toneladas foi produzida em São Bernardo e fornecida pela Schuler. O enorme equipamento, que abriga várias etapas de estampagem em pouco mais de uma centena de metros, ocupa uma porção do espaço onde antes estavam instaladas 27 prensas antigas. As obras começaram um ano e meio atrás, em janeiro de 2019, com a fase 1, para limpar a área da Ala 2. Em seis meses foram carregados 300 caminhões com sucatas diversas, incluindo 5,2 mil toneladas de aço.
A fase 2 do projeto começou em junho de 2019 com as obras de preparação da área para instalar a nova megaprensa, que recebeu 183 m3 de concreto e 500 toneladas de açopara as estruturas, gerando também entulho suficiente para 400 caminhões.
A fase 3 foi iniciada eem novembro do ano passado com a montagem do equipamento, trazido em partes em 150 entregas de caminhões, 18 delas cargas especiais de grande peso e volume. Por fim, os primeiros testes de produção da PXL foram feitos no mês passado. Segundo a Volkswagen, mesmo com o impacto da pandemia, o cronograma do projeto foi seguido em dia.
“A PXL é quatro vezes mais produtiva do que as prensas anteriores. A nova prensa alcança em média 7,1 ciclos por minuto, chegando a estampar 3,4 mil peças em um turno de produção e sua”, detalha António Pires, vice-presidente de operações da Volkswagen do Brasil e Região América do Sul.
Os ganhos de produtividade trazidos são de fato imensos. As prensas antigas gastavam de 12 a 14 minutos para estampar uma peça, enquanto a PXL faz o mesmo em apenas dois a três minutos. A troca de ferramentas (moldes de estamparia ou estampos) agora pode ser feita em cinco minutos, contra 45 minutos antes.
Também foram contabilizados ganhos logísticos: com o novo equipamento, todas as chapas estampadas dos modelos MQB da Anchieta (Polo, Virtus e Nivus) agora são produzidos dentro da própria planta, não é mais necessário trazer partes de Taubaté, que conta com uma prensa similar a inaugurada em São Bernardo. Adicionalmente à economia com fretes rodoviários, a Volkswagen calcula que reduziu em 45% suas emissões de CO2 neste processo.
Além do aumento da produtividade e da redução nos custos logísticos, também houve significativos ganhos ambientais e de eficiência energética. A PXL economiza aproximadamente 7 mil MWh por ano de energia elétrica, equivalente ao gasto anual de 3.720 residências. O sistema fechado de prensas é mais silencioso, reduz vibrações e o ruído é até 60% menor.
Assista abaixo o vídeo produzido pela Volkswagen que resume em alguns minutos todo o trabalho feito em um ano e meio para instalar a nova prensa PLX na planta Anchieta
| Automotive Business ( publicado em 15-07-2020) | | | | Ficou acertada a extensão de afastamento temporário e redução de jornada até quando for possível
O presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, realizou na manhã da quarta-feira, 15, reunião com representantes dos sindicatos de todas as fábricas da empresa no Brasil (São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos e São José dos Pinhais), pouco antes de inaugurar nova área de estamparia na planta Anchieta.
O objetivo do encontro, segundo o executivo, foi estabelecer parceria com os trabalhadores no momento em que o grupo estuda maneiras de superar os resultados negativos da pandemia de coronavírus.
Ficou acertado que as demissões serão evitadas pela Volkswagen até onde for possível com a extensão de todas as medidas de flexibilização já em uso, como redução de jornada e salários e suspensão temporária de contratos de trabalho.
“Disse a eles [os representantes dos sindicatos] que é fundamental estarmos unidos neste momento. Vamos usar todas as ferramentas disponíveis para ganhar tempo. Demissões serão a última das últimas medidas. Antes disso precisamos reduzir custos, aumentar as vendas e as exportações”, afirmou Pablo Di Si.
O executivo comemorou a transformação da Medida Provisória 936 na Lei 14.020/2020, promulgada na terça-feira, 14, que estendeu para 120 dias a aplicação de redução de jornada e salários (com parte dos vencimentos pagos pelo Seguro-Desemprego) ou afastamento temporário do trabalho (layoff). “Se o governo continuar a estender essas medidas vai ser bom, porque com isso vamos ganhar tempo e evitar ao máximo qualquer demissão. Vamos usar as ferramentas até onde for possível”, garantiu.
Após suspender as operações de todas as fábricas da Volkswagen no Brasil na terceira semana de março, quando a pandemia ganhou força no País, em junho todas as plantas voltaram a produzir, em ritmos diferentes, mas todas abaixo do que acontecia até fevereiro. São Bernardo voltou a trabalhar em dois turnos completos este mês, com o início da produção do Nivus, enquanto Taubaté (SP) opera em um turno, São Carlos (SP) e São José dos Pinhais em dois parciais.
Segundo Di Si, com a crise alguns fornecedores menores fecharam e precisaram ser absorvidos pelo maiores, mas não houve dificuldades para a retomada das operações no ritmo atual. “Ficamos até surpresos, imaginávamos que teríamos muitos problemas de fornecimento e logística para retomar, mas os times de compras trabalharam bem e conseguiram evitar isso”, conta.
POLÍTICA DO GOVERNO TERÁ CONSEQUÊNCIAS
Di Si afirma que até o momento não conseguiu nenhum tipo de empréstimo subsidiado para reforçar o caixa e superar o momento difícil de queda acentuada das vendas. O executivo lamentou que não prosperou no governo a proposta dos fabricantes de veículos de usar créditos tributários a que têm direito, calculados em R$ 25 bilhões, para que o BNDES garantisse financiamentos com custos mais baratos. O presidente da Volkswagen afirmou ainda que a empresa está usando linhas de crédito de bancos privados e até agora não precisou pedir à matriz nenhuma carta de garantia para isso.
“O governo tem a visão de não apoiar diretamente nenhum setor industrial do País. Eu respeito isso, mas essa política terá consequências”, pondera Di Si, em referência à falta de políticas para incentivar a indústria e criar uma agenda de desenvolvimento para tornar o País relevante no cenário global. “Precisamos de uma estratégia para os próximos 10 a 20 anos. Se nada for feito, o setor não sobrevive”, destaca.
Segundo acompanhamento da Volkswagen, o volume de vendas de veículos no mercado brasileiro até a terça-feira, 14, continuava em retração acentuada, 45% abaixo do mesmo período de julho de 2019, enquanto a queda da Volkswagen era menor, 34%. “Ganhamos share com boas vendas do T-Cross Sense (para PCD), Gol, Polo e Virtus. O Nivus ainda não entrou nesta conta (as primeiras unidades serão entregues no fim deste mês)”, afirmou Di Si, com a ressalva que, mesmo assim, o desempenho é insuficiente para manter o tamanho atual da indústria no País.
| Automotive Business ( publicado em 15-07-2020) | | | |
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