| 11 de fevereiro de 2020
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Em 11/02/2020
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| | | | | Nove das dez cidades com maiores saldos de emprego no Paraná em 2019 registraram evoluções significativas no mercado de trabalho em relação a 2018. Os dados são do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Nove das dez cidades com maiores saldos de emprego no Paraná em 2019 registraram evoluções significativas no mercado de trabalho em relação a 2018, segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.
Curitiba, Maringá, São José dos Pinhais, Cascavel, Pato Branco, Fazenda Rio Grande, Cornélio Procópio, Pinhais, Foz do Iguaçu e Toledo foram as cidades paranaenses com maiores saldos absolutos. Elas responderam, juntas, por 36.603 novos empregos em todo o ano no Estado.
Se observados apenas os municípios com maiores saldos de emprego, os crescimentos mais significativos foram registrados em Pato Branco (mais de 3.000%, levando em consideração o balanço negativo de 2018), Toledo (1.280%), Cornélio Procópio (1.049%), Pinhais (377,9%) e Fazenda Rio Grande (96,2%). Cascavel e Maringá evoluíram 76,4% e 22,4% respectivamente.
Segundo o Caged, das 60 cidades paranaenses com mais de 30 mil habitantes, apenas oito registraram indicadores negativos em 2019. Para o governador Carlos Massa Ratinho Junior, esses números mostram que o Estado conseguiu crescer regularmente no ano passado em todas as regiões. “Estivemos entre os maiores empregadores do País, mas o mais importante foi o crescimento orgânico em diversas áreas: construção civil, comércio, indústria de transformação e serviços”, afirmou o governador.
Suelen Glinski, economista do Departamento do Trabalho da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), diz que a geração de empregos formais foi alavancada nos centros urbanos, na Região Metropolitana de Curitiba e em cidades em franca expansão no interior.
“Comércio e serviço foram os maiores empregadores, mas um destaque é a construção civil, que voltou a contratar”, explicou. “Esse foi um setor impulsionado por investimentos privados, obras de longo prazo, com tendência de manutenção dos empregos nos próximos meses, e investimentos públicos em rodovias, saneamento e infraestrutura”.
CRESCIMENTO - Pato Branco, no Sudoeste do Estado, recuperou patamar de empregabilidade de 2017 e registrou evolução principalmente na construção civil (saldo de 754 novas vagas). Sozinha, a cidade de pouco mais de 80 mil habitantes respondeu por 12,4% de todo o balanço positivo do Estado (6.036) nesse setor. A recuperação do mercado imobiliário foi um dos principais indicadores da melhora no emprego em 2019.
Toledo, na região Oeste, cresceu em decorrência dos investimentos da indústria de transformação (411) e do setor de serviços (539), que engloba hotelaria, educação, saúde e atividades financeiras. Mesmo o setor agropecuário apresentou alta na cidade (79 novos empregos), em contraste com os índices estaduais. Toledo é a maior produtora da suinocultura do Paraná.
Cornélio Procópio, no Norte, alcançou saldo superior a mil vagas abertas pela primeira vez na sua história. O crescimento na cidade também foi puxado pelo setor de serviços (859 novas vagas).
Outras cidades que apresentaram evoluções significativas nos saldos nos doze meses de 2019, no comparativo com o mesmo período de 2018, foram Campo Largo, Londrina, Colombo, Francisco Beltrão, Rolândia, Umuarama, Arapongas e Mandaguari.
ADMISSIBILIDADE - Curitiba, Maringá, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Toledo e Pinhais também estiveram entre as dez cidades que mais empregaram no Estado em 2019, junto de Londrina, Ponta Grossa e Colombo. Esse índice mede exclusivamente os admitidos e é importante para o termômetro da economia. As contratações variam de 342.158 em Curitiba a 18.942 em Colombo, e todos eles encerram com saldos positivos.
Segundo o Caged, 121 das 399 cidades do Paraná contrataram pelo menos mil pessoas em 2019. Mesmo cidades pequenas como Altônia, Nova Aurora e Salto do Lontra entraram nesse índice. Os municípios que mais contrataram foram Curitiba, Maringá, Londrina, Cascavel, São José dos Pinhais, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Toledo, Pinhais, Colombo, Araucária, Guarapuava, Pato Branco, Arapongas, Apucarana, Paranaguá, Umuarama, Campo Largo e Francisco Beltrão, todos com pelo menos 10 mil novos empregos.
“O Paraná vive um novo clima, é um Estado parceiro dos empresários e de quem quer investir. Estamos gerando empregos também por meio do trabalho proativo das Agências do Trabalhador, ajudando o paranaense a conquistar uma vaga na iniciativa privada com maior rapidez”, acrescentou o secretário de Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost.
SALDO ESTADUAL - O Paraná encerrou 2019 como um dos quatro Estados que mais geraram emprego no País. O índice geral foi o melhor dos últimos seis anos, com crescimento de 24,28% em relação a 2018. O Estado também fechou o ano com o quarto maior estoque de carteiras assinadas do País, com 2.655.253 de pessoas empregadas.
Curitiba tem o melhor desempenho em sete anos
Curitiba fechou 2019 com saldo de 19.325 novos postos de trabalhos, melhor desempenho dos últimos sete anos e crescimento de 41,2% em relação ao mesmo período de 2018, com 13.681 empregos. Dentre todos os 5.570 municípios brasileiros, Curitiba ficou na 3ª colocação em geração de postos de trabalho, atrás apenas de Belo Horizonte (22.703) e São Paulo (80.831).
O comércio cresceu 325% no município em 2019, no comparativo de 4.272 novas vagas no ano passado contra saldo de 1.003 em 2018. O setor de serviços e a construção civil também apontaram crescimento regular durante todo o ano, encerrando o ano em alta.
Evolução do emprego em 2019 em relação a 2018 nos municípios com maiores saldos
Curitiba – 19.325 x 13.681
Maringá – 3.781 x 3.090
São José dos Pinhais – 3.158 x 3.122
Cascavel – 2.265 x 1.284
Pato Branco – 2.159 x -73
Fazenda Rio Grande – 1.381 x 704
Cornélio Procópio – 1.161 x 101
Pinhais – 1.134 x - 408
Foz do Iguaçu – 1.121 x 2.620
Toledo – 1.118 x 81.
| Agência Estadual de Notícias (publicado em 10-02-2020) | | | A indústria do Paraná exportou US$ 16,4 bilhões e importou US$ 12,7 bilhões em 2019. Com isso, o saldo da balança comercial do estado, no período, ficou positivo em US$ 3,7 bilhões. Os números divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, mostram que apesar de positivo o saldo é 50% menor do que o registrado no ano anterior, que foi de US$ 7,5 bilhões. Houve queda de 18% nas exportações e crescimento de 2,6% nas importações no ano passado, quando comparadas com o resultado de 2018.
Os produtos que o Paraná mais exportou em 2019 foram soja (US$ 4,9 bilhões), 31% a menos do que no ano anterior; carnes (US$ 2,8 bilhões), crescimento de 9,7%; material de transporte (US$ 1,8 bilhão), queda de 47%; e madeira (US$ 1,1 bilhão), redução de 13% na comparação com 2018. Quando se avalia a quantidade de produtos, o Paraná exportou 25% menos material de transporte, 21% menos soja e 1% menos madeira.
Já o setor de carnes registrou aumento de 1,8% no ano passado. Produtos químicos foram os principais itens importados pelo Paraná em 2019 (US$ 3,9 bilhões), queda de 6% em relação ao ano anterior; em seguida vem material de transporte (US$ 1,95 bilhão), com alta de 25%; petróleo e derivados (US$ 1,88 bilhão), crescimento de 2,3%; e produtos mecânicos (US$ 1,1 bilhão), aumento de 1,5% na comparação com 2018.
Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, o desempenho das exportações paranaenses acompanharam o resultado nacional, também de queda. O saldo da balança comercial brasileira ficou em US$ 48 bilhões, recuo de 21% em 2019. Em 2018, foi de US$ 58 bilhões. As exportações somaram US$ 225,4 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 181,2 bilhões. "Os números divulgados até agora sugerem que houve um dinamismo menor da economia mundial no ano passado, com possível queda no ritmo de crescimento. E isso também se refletiu na atividade de comércio exterior no Paraná e no Brasil", explica.
"Os conflitos comerciais entre China e Estados Unidos, os maiores produtores e consumidores do mundo, e um dos principais destinos das exportações brasileiras e paranaenses, além da crise econômica na Argentina influenciaram no resultado. O valor das exportações do estado para país vizinho caiu 28% em 2019", avalia. Por outro lado, a variação cambial foi favorável às exportações no ano passado, embora não o suficiente para compensar as perdas. Outro ponto foi a melhora na economia brasileira, que se refletiu em mais vendas de veículos para atender ao mercado interno.
"O setor automotivo, um dos principais do Paraná, puxou o crescimento da produção industrial do estado no ano passado, com 27% de crescimento até novembro. Isso também gerou alta nas importações de peças e componentes elétricos e eletrônicos para atender a esta demanda, mantendo o bom desempenho da indústria do estado”, conclui o economista
Expectativa para 2020
Apesar da performance ruim da balança comercial paranaense no ano passado, outros números demonstram que a expectativa do empresário é positiva para este ano. Em dezembro, a Sondagem Industrial da Fiep revelou que quase 80% dos industriais estavam otimistas para 2020. Em parte, em virtude do resultado da produção industrial do estado, que entre janeiro e novembro atingiu o maior crescimento do país em relação ao mesmo período do ano anterior, 5,4%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para completar, o Centro Internacional de Negócios da Fiep (CIN) divulgou outro dado positivo. Só em janeiro deste ano emitiu mais de quatro mil certificados de origem para 441 empresas.
O documento é obrigatório para atividade de exportação e comprova a origem brasileira de um produto, além de garantir isenção ou redução de impostos em casos de acordos e parcerias internacionais. O número foi recorde em relação ao mesmo mês dos anos anteriores. De acordo com Reinaldo Tockus, gerente executivo de Assuntos Internacionais do Sistema Fiep, a informação é bem expressiva. " Em relação ao ano passado foi muito bom, o que sinaliza uma melhora na confiança do empresário exportador e um aumento de interesse por parte do mercado externo em relação aos produtos paranaenses. Esse número, sem dúvida, é um ótimo sinal para a economia nesse ano", declara.
| Agência Sistema FIEP ( publicado em 10-02-2020) | | | | Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), no exterior, as empresas emitiram US$ 5,7 bilhões no período.
O ano começou forte no mercado de capitais. Em janeiro, as companhias brasileiras captaram R$ 14,8 bilhões no mercado doméstico, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). No exterior, as empresas emitiram US$ 5,7 bilhões — ou R$ 23,7 bilhões — no primeiro mês do ano.
Investimentos dos brasileiros chegam a R$ 3 trilhões, diz Anbima
Segundo a Anbima, o acesso ao mercado de capitais internacional pelos grupos do país aumentou em 653,3% na comparação com janeiro de 2019, quando foram captados apenas US$ 750 milhões. Foram seis operações de dívida no primeiro mês e nenhuma emissão de ações.
No mercado doméstico, as debêntures responderam por 43,2% do volume, com R$ 6,4 bilhões. O montante representa o arrecadado em 25 operações.
As ofertas vinculadas ao setor imobiliário atingiram 26,3% do total de emissões. Os fundos imobiliários alcançaram R$ 2 bilhões, ou 13,4% de novas emissões, e os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) atraíram quase o mesmo volume, com R$ 1,9 bilhão, que representa 12,9% do volume total emitido em janeiro.
Na renda variável, a única operação do período, o follow-on da Minerva, captou R$ 1,2 bilhão.
| G1 (publicado em 10-02-2020) | | | | Principal objetivo americano é atingir China, que também se apresenta na OMC como país em desenvolvimento
O governo de Donald Trump publicou nesta segunda-feira (10) uma norma que retira o Brasil da lista de nações consideradas em desenvolvimento e que dava ao país determinados privilégios comerciais.
Além do Brasil, foram afetados outros 18 países, como Argentina, Índia e Colômbia, que agora podem ser alvo dos EUA caso seja comprovado que eles subsidiam produtos acima de um determinado teto, por exemplo.
Presidente da República, Jair Bolsonaro, recebe os cumprimentos do Senhor Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump
O principal objetivo do governo Trump, segundo nota, é reduzir o número dos países em desenvolvimento que poderiam receber tratamento especial sem serem afetados por barreiras contra seus produtos.
O americano quer atingir principalmente a China, potência asiática com quem trava uma guerra comercial há anos e que também se apresenta na OMC (Organização Mundial do Comércio) como país em desenvolvimento.
Diplomatas brasileiros dizem que a lista restringe apenas o cálculo de medida compensatória para a investigação de subsídios, mudança considerada pequena e que não vai afetar temas importantes relacionados ao comércio internacional. Ainda segundo eles, a mudança de teto de subsídios baixou pouco, com variações de 1% a 2%.
Durante a visita de Jair Bolsonaro a Washington, em março do ano passado, o presidente brasileiro aceitou abrir mão de seu status de país em desenvolvimento na OMC em troca do apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o clube dos países ricos.
Na OMC, não há definições de países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Os integrantes anunciam por si mesmos qual status em que se colocam, mas outros membros podem contestar a auto-nomeação.
Entre os benefícios dados aos países emergentes estão prazos mais longos para implementação de acordos e compromissos, medidas para aumentar oportunidades comerciais, entre outros.
Com a decisão publicada nesta segunda pelo USTr, o representante comercial americano, os EUA abrem margem para impor barreiras a produtos brasileiros que antes poderiam estar protegidos pelo status de "em desenvolvimento" do país e confronta no mínimo simbolicamente a relação que o governo brasileiro diz ter com Trump.
Num primeiro momento, porém, especialistas fazem coro aos integrantes do Itamaraty e afirmam que a medida não deve afetar tão significativamente o Brasil.
Mesmo na OMC o país já vem usando pouco esse instrumento e, na última grande negociação, de facilitação de comércio, em 2013, renunciou à flexibilidade em quase todos os compromissos, utilizando apenas da extensão de alguns prazos.
Para os EUA, o Brasil está no G20, por exemplo, grupo de economias desenvolvidas e, portanto, não poderia seguir com status de emergente.
Entre as consequências práticas de deixar o status na OMC –mas não na mudança da lista dos EUA– poderia estar o fim da isenção unilateral de tarifas em exportações, pelo SGP (Sistema Geral de Preferências), do direito a acordos parciais de comércio com outros países em desenvolvimento e de parte dos empréstimos do Banco Mundial.
Um dos principais objetivos dos EUA é acabar com a possibilidade de países se autodefinirem como "em desenvolvimento", para tentar atingir a China, com quem os americanos travam uma guerra comercial há anos.
Os chineses se declaram emergentes na OMC e os EUA propõem que países que são membros ou estão em processo de acesso à OCDE, além de membros do G20, por exemplo, como é o caso de Pequim, não possam se autodeclarar nesse status.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 10-02-2020) | | | |
Queda em janeiro foi de 39,7% na comparação com o mesmo mês de 2019.
Exportações da indústria têm pior resultado em janeiro nos últimos quatro anos no RS
As exportações da indústria do Rio Grande do Sul tiveram queda de 39,7% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019. Esse é o pior resultado para o mês nos últimos quatro anos, segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta segunda-feira (10).
“O ano de 2019 fechou com um recuo de mais de 11% nas exportações industriais, provocado em grande parte pela crise na Argentina, o nosso terceiro maior comprador. A queda no acumulado do ano passado seguiu curso em janeiro, mesmo com os argentinos demonstrando alguma reação, já que os embarques de produtos gaúchos aumentaram mais de 5% para o país vizinho”, explica o coordenador do Conselho de Comércio Exterior da Fiergs, Cezar Müller.
De acordo com a federação, as exportações foram prejudicadas em janeiro por causa da diminuição das vendas para China e Estados Unidos, principais compradores do estado.
O país asiático reduziu em 64,2% os pedidos, principalmente de celulose e papel (-91,7%). Já os os norte-americanos, diminuíram a compra de produtos químicos (-16,1%), de metal (-24%), e de celulose e papel (-71,1%).
Segundo a Fiergs, ainda é difícil estimar os impactos do coronavírus na economia chinesa e mundial, e que possam refletir no comércio com o Brasil e o Rio Grande do Sul.
A análise por setores mostra que, dos 23 segmentos da indústria de transformação no RS que tiveram algum embarque em janeiro, 19 registraram queda sob a base de comparação mensal.
Queda nas exportações em janeiro de 2020
Pior resultado para o mês desde 2014:
químicos (-21,4%)
tabaco (-50,2%)
veículos automotores, reboques e carrocerias (-30,3%)
celulose e papel (-88,1%),
Para a Fiergs, a queda nas exportações de produtos químicos responde à diminuição da venda de mercadorias de plásticos e produtos químicos orgânicos. Já a retração do tabaco ainda é reflexo da antecipação de embarques para os principais destinos. No caso dos veículos, o resultado se deve ao recuo de 72,3% nas exportações para Argentina, o principal destino.
Já o setor de alimentos registrou o nono crescimento consecutivo (22,9%) no mês de janeiro, na comparação com o mesmo período. A alta foi puxada pelo comércio de produtos do complexo carne: frango in natura (103,7%) e suíno in natura (71,4%), enquanto o volume exportado de carne de boi in natura (15,5%) desacelerou em relação aos últimos meses.
Para a federação, a variação positiva se deve à maior demanda chinesa, que teve um aumento de 644,4% em relação a janeiro de 2019.
Importações
O RS importou US$ 634,2 milhões em mercadorias, com retração de 11,6% ante janeiro do ano passado. Com exceção de bens de capital (+16,6%), todas as demais categorias econômicas apresentaram queda em janeiro de 2020 na comparação com o mesmo período do ano anterior:
combustíveis e lubrificantes (-28,8%)
bens de consumo (-51,4%)
bens intermediários (-4,4%).
| G1 (publicado em 10-02-2020) | | | | Resultado negativo foi puxado pelo forte recuo no setor extrativo de Minas Gerais e Espírito Santo. Já as maiores altas foram no Paraná e Amazonas.
A produção da indústria brasileira recuou em 7 de 15 locais pesquisados em 2019, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As quedas mais intensas foram nas indústrias do Espírito Santo (-15,7%) e Minas Gerais (-5,6%). Região Nordeste (-3,1%), Bahia (-2,9%), Mato Grosso (-2,6%), Pernambuco (-2,2%) e Pará (-1,3%) registraram as demais taxas negativas.
Desde 2016, quando apenas o Pará encerrou o ano com a indústria operando no campo positivo, não se observava quedas tão disseminadas entre as regiões pesquisadas, segundo o IBGE.
“O resultado negativo em Minas decorre da menor produção do minério de ferro, logo após rompimento da barragem de Brumadinho. Já a indústria capixaba foi influenciada pela situação em Minas e também pela menor produção de óleos brutos de petróleo e gás natural, e pela queda no setor de celulose, mercado que anda saturado”, disse o analista da pesquisa, Bernardo Monteiro.
Já as maiores altas em 2019 foram no Paraná (5,7%), Amazonas (4,0%) e Goiás (2,9%). Rio Grande do Sul (2,6%), Rio de Janeiro (2,3%), Santa Catarina (2,2%), Ceará (1,6%) e São Paulo (0,2%) também mostraram taxas positivas no acumulado no ano.
Na média geral do país, a produção industrial recuou 1,1% em 2019, depois de 2 anos seguidos de expansão, conforme divulgado anteriormente pelo IBGE. A queda no ano passado foi puxada principalmente pela indústria extrativa, que registrou um tombo de 9,7%, pressionada pelos itens de minério de ferro.
Veja o resultado de cada uma das regiões:
Amazonas: 4%
Pará: -1,3%
Região Nordeste: -3,1%
Ceará: 1,6%
Pernambuco: -2,2%
Bahia: -2,9%
Minas Gerais: -5,6%
Espírito Santo: -15,7%
Rio de Janeiro: 2,3%
São Paulo: 0,2%
Paraná: 5,7%
Santa Catarina: 2,2%
Rio Grande do Sul: 2,6%
Mato Grosso: -2,6%
Goiás: 2,9%
Rio de Janeiro e São Paulo
A indústria do Rio de Janeiro cresceu 2,3% em 2019, puxada pelo impacto do setor extrativo, devido ao aumento na produção de petróleo e gás natural.
Já em São Paulo, que concentra o maior parque industrial do país, houve alta de apenas 0,2%, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, é um resultado próximo de uma estabilidade. "É um comportamento diferente do [resultado geral] Brasil, já que a indústria extrativa, que puxou a queda da indústria geral, não está presente. É um resultado alinhado, embora na margem, com a indústria de transformação no âmbito nacional", avaliou.
Paraná registra maior alta
O estado do Paraná registrou o melhor desempenho industrial de 2019, favorecido pelo aumento na produção de automóveis e caminhões e pela produção de carnes.
Em dezembro, indústria recua em 12 dos 15 locais
Considerando apenas o mês de dezembro de 2019, 12 dos 15 locais pesquisados mostraram taxas negativas na comparação com novembro. As quedas mais intensas foram de Mato Grosso (-4,7%); Rio de Janeiro (-4,3%) e Minas Gerais (-4,1%). Os maiores avanços foram no Paraná (4,8%) e no Pará (2,9%).
Segundo o IBGE, o maior impacto negativo partiu do Rio de Janeiro "sob influência negativa do setor de refino de petróleo". Foi o pior resultado mensal da indústria fluminense desde junho, quando houve retração de 6,5%.
Na comparação com dezembro de 2018, sete dos 15 locais pesquisados tiveram resultados negativos. Espírito Santo (-24,8%) e Minas Gerais (-13,6%) assinalaram os recuos mais intensos. Já os maiores avanços foram registrados no Amazonas (12,2%), Rio de Janeiro (4,5%) e Ceará (4,5%).
A queda de 13,6% da indústria mineira foi a mais intensa desde janeiro de 2016, quando caiu 17,8%.
| G1 | | | | A produção industrial recuou em 12 dos 15 locais pesquisados na passagem de novembro para dezembro de 2019, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em São Paulo, maior parque industrial do País, houve uma redução de 0,9%. As demais taxas negativas ocorreram no Mato Grosso (-4,7%), Rio de Janeiro (-4,3%), Minas Gerais (-4,1%), Bahia (-2,4%), Espírito Santo (-2,3%), Ceará (-1,7%), Pernambuco (-1,7%), Goiás (-1,5%), Rio Grande do Sul (-1,2%), Amazonas (-1,0%) e Santa Catarina (-0,7%).
Na direção oposta, houve avanços no Paraná (4,8%), Pará (2,9%) e Região Nordeste (0,3%). Na média global, a indústria nacional recuou 0,7% em dezembro ante novembro.
| Tribuna PR | | | | Presidente da Câmara prevê aprovação da reforma tributária até maio
Xadrez Enquanto Rodrigo Maia prevê a reforma tributária aprovada até maio, empresários contrários ou favoráveis às propostas se reorganizam. Uma coalizão de representantes de diversos setores da indústria convidou para uma reunião nesta terça (11) o senador Roberto Rocha e o deputado Aguinaldo Ribeiro, relatores no Congresso, para pedir pressa. Já o grupo que ainda sonha com a nova CPMF, notabilizado pelo ativismo de Flávio Rocha (Riachuelo), tenta se aproximar de Maia.
Diálogo A despeito das reiteradas declarações críticas à CPMF, Maia tem aceitado ouvir os empresários favoráveis ao retorno do imposto do cheque repaginado para a era digital —uma ideia que carrega a simpatia do ministro da Economia Paulo Guedes.
Barulho O grupo prepara uma manifestação em São Paulo no dia 17 com dezenas de entidades lideradas pelo setor de serviços para protestar contra as propostas que tramitam no Congresso. Eles acreditam na desoneração da folha de pagamento com base no imposto único sobre movimentação financeira.
Devagar com andor Uma parte dos empresários pró-CPMF nos setores imobiliário, saúde e educação, porém, pede cuidado no tom dos protestos para que não espantem Rodrigo Maia. Em evento no Rio nesta segunda-feira (11), o presidente da Câmara voltou a rechaçar a CPMF.
Bifurcação A indústria, pelo contrário, está satisfeita com a adoção do IVA (Imposto de Valor Agregado) previsto na PEC 45, segundo José Ricardo Roriz, da Abiplast, que organizou a reunião com os congressistas na manhã desta terça. “Precisamos agir em busca de um consenso e caminhar mais rapidamente”, diz Roriz.
| Folha de S.Paulo | | | | A mudança trará mais competição ao mercado, segundo o Ministério da Economia
O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (11) traz instrução normativa da Secretaria de Gestão, subordinada à Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia, que altera regras de funcionamento do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf), no âmbito do Poder Executivo Federal.
A principal mudança é a que permitirá que empresas estrangeiras participem de licitações no país de forma direta, sem uma representante nacional. Para o Ministério da Economia, a mudança trará mais competição ao mercado, ao facilitar a entrada de fornecedores internacionais em disputas envolvendo bens, serviços e obras.
Antes dessa mudança, empresas estrangeiras já podiam entrar em processos licitatórios, mas era exigida uma parceria nacional, fosse com pessoa física ou jurídica, já no momento do cadastro para disputa.
Agora, a exigência de ter representante legal no Brasil será mantida apenas no caso de a empresa de fora do país vencer a licitação.
| G1 | | | | A queda do desemprego, que afetava 11,6 milhões de trabalhadores em todo o país no fim de 2019, encontra uma barreira na formação média do trabalhador. Cinco em cada dez indústrias brasileiras têm dificuldade em contratar por causa da falta de trabalhador qualificado. A vaga existe, mas, muitas vezes, a empresa não consegue preenchê-la. É o que revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada hoje (11).
Intitulada Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado, o estudo mostra que a escassez de mão de obra qualificada afeta principalmente a indústria de biocombustíveis, onde 70% das empresas dizem ter dificuldades com a qualificação dos trabalhadores.
Em seguida vêm as indústrias de móveis (64%), de vestuário e de produtos de borracha (empatadas com 62%), têxtil e de máquinas de equipamentos (60% cada).
Segundo a pesquisa, a função com maior carência de trabalhador qualificado é a de operador, que afeta 96% das empresas que relataram o problema.
A lista segue com empregados de nível técnico, que atinge 90% das indústrias que enfrentam a falta de empregados com a formação adequada. Também há escassez de qualificação nas áreas de venda e marketing (82%), administrativa (81%), engenharia (77%), gerencial (75%) e pesquisa e desenvolvimento (74%).
Perda de competitividade
Para a CNI, a falta de trabalhadores qualificados deve agravar-se à medida que a economia se recuperar, tornando-se um dos principais obstáculos para o aumento da produtividade e da competitividade no país.
A entidade sugere esforços de capacitação e de requalificação, no curto prazo, e melhoria da qualidade da educação básica no Brasil, com prioridade para a educação profissional, no médio e no longo prazo.
A baixa qualificação, ressalta o levantamento, dificulta a adoção de novas tecnologias em 31% das grandes indústrias e em 13% das indústrias de menor porte.
Entre as empresas com carência de mão de obra qualificada, 72% afirmam que a busca por eficiência e pela redução de desperdício é comprometida, 60% dizem que a manutenção ou o aumento da qualidade dos produtos têm prejuízo e 27% afirmam que deixam de aumentar a produção.
Gargalos
Num momento em que a indústria global atravessa a transição para a indústria 4.0, marcada pela tecnologia, a CNI pede que a educação básica dê ênfase às áreas de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. Para a Confederação Nacional da Indústria, o ensino básico também deve estimular a interdisciplinaridade (utilização simultânea de várias áreas do conhecimento), a tomada de decisões e a resolução de problemas.
O estudo destaca a baixa inserção da educação profissionalizante no país. Enquanto o percentual de estudantes do ensino médio matriculados em cursos profissionalizantes ultrapassa 40% na Alemanha, na Dinamarca, na França e em Portugal e atinge cerca de 70% na Áustria e na Finlândia, o percentual chega a apenas 9,7% no Brasil.
No país, cerca de dois a cada dez estudantes que concluem o nível médio alcançam a educação superior. O restante, incluindo os que largaram a escola, entra no mercado de trabalho sem preparo.
Políticas de qualificação de trabalhadores
Segundo a pesquisa, 91% das empresas com escassez de trabalhadores qualificados promovem políticas e ações para lidar com o problema. E 85% das indústrias afetadas pelo problema realizam treinamentos dentro da própria empresa, 42% promovem capacitação fora da empresa, 28% fortalecem a política de retenção do trabalhador, oferecendo salários e benefícios, e 13% fecham parcerias com instituições de ensino.
Mesmo capacitando a mão de obra, 53% dos empresários afirmam que a má qualidade da educação básica cria dificuldades nos investimentos em formação e 49% apontam baixo interesse dos trabalhadores nos programas de aperfeiçoamento.
A pesquisa foi realizada de 1º a 11 de outubro de 2019, com 1.946 indústrias de transformação e extrativas de todo o país. Desse total, 794 são pequenas, 687 são médias e 465 são de grande porte.
| Bem Paraná | | | | Todo início de ano temos a correção das tabelas dos encargos trabalhistas. Nos últimos anos não vem ocorrendo a correção da tabela do Imposto de Renda, fazendo com que os contribuintes continuem com a carga tributária aumentada em função deste artificio. Como normalmente os trabalhadores têm, pelo menos, uma correção de salário anual, acabam pagando mais imposto de renda.
Na tabela do INSS houve uma correção com o aumento do salário mínimo para R$ 1.045,00. Lembrando que o desconto do INSS é o valor que o empregado está provisionando para a sua aposentadoria. A tabela de descontos começa com 8% dos salários para empregados que recebem até R$ 1.830,29, 9% para salários de R$ 1.830,30 até R$ 3.050,52, 11% para salários acima, lembrando que o teto do INSS é de R$ 6.101,06. Os valores máximos a serem recolhidos serão de 11% deste teto, não importando se o salário ultrapassa o teto.
A tabela do salário família também sofreu uma correção e uma modificação. A tabela que sempre tinha duas faixas salariais passou a ter apenas uma. Agora, para salários de até R$ 1.425,56, o trabalhador, caso possua filhos menores de 14 anos, terá direito a receber a título de salário família o valor de R$ 48,62 por filho que se enquadre nesta faixa salarial.
Lembrando que a tabela do Imposto de Renda continua sem correção desde 2015 afetando os contribuintes com um acréscimo de imposto para pagar ou com uma diminuição de imposto a ser restituído. O Governo sinalizou uma correção, mas até o momento não a efetivou.
Celso Oliveira é contabilista, professor da Estácio Curitiba
| Bem Paraná ( publicado em 10-02-2020) | | | | Medida pode ajudar jovens que sofreriam com consequências da crise econômica durante toda a vida profissional
A recente crise econômica do Brasil foi acompanhada pelo aumento do desemprego, um problema que vem se mostrando difícil de contornar, principalmente para os jovens.
Em 2019, segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego entre as pessoas com entre 15 a 29 anos oscilou em torno de 23%, contra 11,9% da população geral.
Embora o principal objetivo do governo seja acelerar o crescimento econômico para gerar mais empregos para todos, a melhoria das perspectivas de emprego para os jovens é de especial relevância. Os jovens têm maior probabilidade de adquirir “cicatrizes” –ou seja, rendimentos permanentemente mais baixos– quando enfrentam altas taxas de desemprego logo no início da carreira.
Uma das respostas do governo a essa questão é a medida provisória (MP) do Contrato Verde Amarelo (CVA), um programa de subsídio salarial para jovens que ingressam no primeiro emprego formal com remuneração de até 1,5 salário mínimo. O subsídio reduz os encargos não-salariais dos empregadores de 26% para 4% do custo total de trabalho, nos dois primeiros anos de trabalho.
O objetivo é compensar os empregadores pelos custos elevados de contratar trabalhadores sem experiência de trabalho. Trata-se de uma medida importante, principalmente quando os empregadores percebem que a produtividade inicial do trabalhador pode estar abaixo do salário mínimo.
O CVA foi concebido para as pessoas desempregadas e vulneráveis que não se beneficiam de outros programas existentes. A maioria dos desempregados tem menos de 30 anos de idade, possui qualificação média e baixa e não provém de emprego formal anterior.
Com base na análise do painel de dados da Pnad Contínua de 2012-2019, apenas 10% das pessoas que buscavam emprego em 2019 haviam ocupado alguma vaga formal nos seis meses anteriores: a maioria era formada por estudantes, trabalhadores informais ou pessoas desempregadas há muito tempo. Isso acontece porque, na crise econômica, o custo do ajuste acabou ficando nos ombros dos recém-chegados ao mercado de trabalho, que enfrentaram um forte declínio das taxas de contratação, em vez do aumento da taxa de demissão dos trabalhadores atuais.
Nesse caso, o seguro desemprego perde eficiência na mitigação dos efeitos do desemprego; de fato, os gastos com benefícios para os desempregados vêm caindo continuamente desde o pico da crise. Diante de tal situação, um subsídio que aumente a demanda pelas pessoas mais afetadas pela crise parece ser uma solução sensata.
Os subsídios salariais não são novidade no Brasil, mas o CVA apresenta custos mais baixos e incorpora recursos para melhorar sua relação custo-benefício. A eficácia da desoneração da folha de pagamentos (já quase totalmente eliminada) em determinados setores, para todos os funcionários na ativa e também trabalhadores adicionais, é limitada e o custo fiscal é alto. O CVA, por sua vez, tem uma população-alvo clara, o teto de 1,5 salário mínimo para o subsídio e cobre a maioria das vagas de emprego que costumam ser oferecidas às pessoas de baixa e média qualificação que entram no mercado de trabalho.
Além disso, o programa tem duração limitada, incentivando o trabalhador a melhorar sua produtividade ao longo do tempo, antes do programa acabar. Por fim, o CVA tenta conter o desperdício de recursos, uma vez que vale apenas para as novas contratações em empresas que aumentam seu número total de postos de emprego.
A medida, no entanto, suscita um desafio: a possibilidade de algumas empresas desfavorecerem a contratação de outros trabalhadores vulneráveis que não participam do programa. Além disso, nem todos esses novos empregos contribuirão, necessariamente, para a redução do desemprego, pois muitos deles podem ser apenas empregos informais convertidos em vagas formais dentro das empresas. Mesmo assim, a formalização é algo desejável, pois os trabalhadores formais tendem a gozar de melhor acesso à proteção social e, às vezes, capacitação.
Programas que seguem conceitos muito semelhantes ao CVA em economias emergentes (incluindo a Turquia, Colômbia e Chile) aumentaram em 5% a 30% as chances da população-alvo conseguir emprego em comparação ao grupo de controle. Ao mesmo tempo, as experiências internacionais indicam a importância da complementaridade do CVA com outros programas ativos no mercado de trabalho, com o intuito de sustentar a produtividade e as habilidades dos jovens que se candidatam às vagas de emprego.
Meta análises detalhadas sugerem que, se os programas de capacitação forem bem projetados, terão um impacto maior e mais duradouro que os empregos subsidiados, visto que contribuem para o desenvolvimento do capital humano. Além disso, no caso de grupos especialmente vulneráveis e que sofrem com diversas restrições, os programas que combinam subsídios de curto prazo com treinamento e intermediação do lado da oferta costumam ter mais chance de dar certo (Kluve 2016; Card et al 2015).
De fato, a medida provisória do governo inclui disposições que priorizam os beneficiários do CVA nas ações de qualificação profissional, mas isso ainda precisa ser operacionalizado e exigirá investimentos para garantir a coordenação, a qualidade e a devida segmentação do grupo-alvo.
Além disso, o sistema de intermediação de trabalho pode ajudar os jovens de famílias de baixa renda que buscam emprego a encontrar empresas interessadas em usar o CVA; dessa forma, é possível aumentar o impacto do CVA em termos de equidade e, com isso, também sua relação custo-benefício.
O financiamento para os programas do mercado de trabalho no Brasil é amplo, mas a rigidez de sua alocação é uma restrição à modernização da política de trabalho. As despesas com programas de mercado de trabalho (financiados pelo governo e pelas empresas) representam cerca de 2,2% do PIB, acima da média dos países da OCDE.
Juntos, os gastos com seguro desemprego, saques do FGTS motivados por demissão, abono salarial e Salário Família compreendem 85% desse total: todos esses programas protegem ou complementam a renda dos trabalhadores formais. Os outros 15% referem-se, em grande parte, ao Sistema S, que resistiu à crise fiscal por ter seu financiamento vinculado, mas sua missão não é servir as pessoas vulneráveis no mercado de trabalho.
O financiamento de todos os outros programas ativos de mercado de trabalho com o potencial de beneficiar as pessoas que procuram emprego, bem como os trabalhadores informais (que já representavam apenas uma pequena parcela do gasto total), quase desapareceu sob o peso do ajuste fiscal.
O financiamento do CVA precisa respeitar o teto de gastos e precisará realocar recursos em um orçamento já muito apertado. De fato, a reforma dos principais programas de desemprego pode ser uma oportunidade para melhorar a qualidade da proteção das pessoas que perdem o emprego ou das recém chegadas ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo que abre espaço fiscal para apoiar serviços de intermediação de trabalho, formação e subsídios salariais específicos, como o CVA.
Este seria um passo na direção certa para apoiar as gerações de jovens que não foram responsáveis pela crise econômica mas que, mesmo assim, podem vir a sofrer com as consequências da crise durante toda sua vida profissional.
Rafael Muñoz - Coordenador da área econômica do Banco Mundial para o Brasil, já trabalhou para a instituição na Ásia e na África.
| Folha de S.Paulo | | | |
Os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) serão reajustados, em 4,48%, a partir de 1º de janeiro de 2020. Com isso, a partir de 1º de fevereiro de 2020, o salário de benefício e o salário de contribuição não poderão ser inferiores a R$ 1.045,00 nem superiores a R$ 6.101,06.
O reajuste atinge as pensões especiais pagas às vítimas da síndrome da talidomida, às pessoas atingidas pela hanseníase e aos benefícios de prestação continuada pagos pelo INSS correspondentes a aposentadorias, auxílio-doença e pensão por morte.
Portaria
A portaria que trata dos reajustes dos benefícios do INSS está publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (11).
Ela prevê ainda que o valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 anos de idade, ou inválido de qualquer idade, a partir de 1º de janeiro de 2020, é de R$ 48,62 para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 1.425,56.
| Bem Paraná | | | | Aumento está ligado a regras mais duras após reforma trabalhista, diz advogado
O volume total de pagamentos de processos trabalhistas que terminaram em acordo entre as partes cresceu 20% de 2018 para 2019 no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região). O valor passou de R$ 2,04 bilhões para R$ 2,45 bilhões no último ano, diz a Justiça.
A parcela destinada ao acerto de acordos já corresponde a 63% do total de valores pagos em ações trabalhistas. Em 2018, o percentual era de 60%.
Os acordos trabalhistas são firmados nos Cejuscs (Centros Judiciários de Soluções de Conflitos) e nas varas trabalhistas.
Os temas mais presentes nas reclamações de 2019, segundo a Justiça, foram aviso-prévio, multa de 40% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), atraso de pagamentos das verbas rescisórias, férias proporcionais e 13º salário proporcional.
Para o advogado Marcos Lemos, do Benício Advogados Associados, o aumento nos valores pagos em acordos é reflexo da reforma trabalhista.
"A reforma trouxe uma série de encargos e riscos para quem entra na Justiça do Trabalho, que na maioria dos casos é o funcionário."
Lemos afirma que um dos principais pontos da reforma é que, antes, o trabalhador beneficiário da Justiça gratuita não tinha prejuízo caso perdesse a ação.
"Nos processos ajuizados a partir de novembro de 2017, o reclamante fica sujeito, mesmo com Justiça gratuita, ao pagamento dos honorários da parte contrária, caso perca."
Como exemplo, um funcionário que entrou na Justiça exigindo o pagamento de R$ 1.000 em horas extras e R$ 1.000 em aviso-prévio.
Se o juiz der perda de causa nas horas extras, o funcionário terá que pagar para o advogado contrário de 5% a 15% sobre o valor do pedido, diz o advogado.
O especialista explica ainda que, no caso de honorários periciais, o ônus ao trabalhador poderá ser ainda maior.
"Um funcionário que trabalhava em ambiente insalubre, por exemplo, e entra com processo contra a empresa vai precisar passar por perícia médica. Esse procedimento pode custar R$ 2.000, antes custeados pela própria empresa ou pela União. Agora, em caso de perda, quem vai ter que pagar é o funcionário."
Até o não comparecimento em audiências dentro do processo passou a ser eventualmente prejudicial a quem entra com a ação.
Antes, em caso de o reclamante não comparecer, o juiz remarcava para outro dia ou arquivava o processo. Agora, o magistrado poderá mandar o trabalhador pagar a multa, que é variável e segue critérios da Justiça trabalhista.
Outro ponto da reforma trabalhista é o próprio acesso à Justiça gratuita. Antes, bastava o trabalhador declarar que era pobre, afirmando, por exemplo, que os custos que porventura viessem a ser assumidos poderiam causar dificuldade para pagar as custas do processo e prejudicar seu sustento e de sua família.
Agora, estabeleceu-se a renda máxima de 40% do teto da Previdência Social (hoje em R$ 6.101,06), o que corresponde a R$ 2.440,42.
O advogado Marcos Lemos explica que, no entanto, grande parte dos juízes não faz a aplicação do teto do INSS para todos os reclamantes, usando ainda apenas a declaração, a chamada "boa-fé processual".
Aposentadoria
Quem fecha acordo com o ex-patrão deve ficar atento para que, no futuro, esses valores sejam contabilizados na aposentadoria. O trabalhador deve consultar o advogado e se certificar de que cada uma das verbas está detalhada no acordo. Saiba incluir o acordo trabalhista em sua aposentadoria do INSS.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 11-02-2020) | | | Entidade e companhias como Facebook querem que solicitações sejam somente por meio de cooperação entre países
O ministro da Justiça, Sergio Moro, defendeu que juízes brasileiros possam solicitar diretamente a empresas estrangeiras que operam no Brasil, como o Facebook, dados e conteúdos produzidos por usuários suspeitos de terem cometido crimes, sem passar por acordo de cooperação internacional.
A Assespro Nacional (Federação das Associações das Empresas de Tecnologia da Informação) quer que os pedidos de informações protegidas, como conversas privadas, sejam feitos somente por meio do acordo de cooperação internacional, executado no Brasil pelo Ministério da Justiça. Nessa modalidade, a pasta se dirige à autoridade correspondente nos EUA e esta solicita os conteúdos à empresa-mãe lá instalada.
No centro do debate está o Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal (MLAT, na sigla em inglês) firmado entre o Brasil e os Estados Unidos. A entidade pediu para o Supremo Tribunal Federal declarar a constitucionalidade do decreto que formalizou o acordo em 2001.
Na ação ajuizada, a Assespro sustenta que vários tribunais brasileiros têm solicitado às filiais das empresas estrangeiras o repasse de conteúdo produzido pelos usuários, como mensagens e imagens.
O ministro usa um terno azul escuro e gesticula com as duas mãos
Moro participou de uma audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira (10) no STF. A audiência foi convocada pelo ministro Gilmar Mendes, relator da ação que discute o tema.
No argumento da Assespro, as filiais brasileiras não possuem as informações, porque o banco de dados não fica no Brasil, e, se fornecerem diretamente conteúdos protegidos, poderão infringir a legislação americana.
Na prática, o que a entidade e as empresas esperam é que o Supremo tome uma decisão que proíba juízes de requerer diretamente às filiais brasileiras os conteúdos dos seus clientes. A audiência pública serve para o tribunal coletar informações das partes interessadas antes de decidir. Não há prazo para o julgamento.
Do outro lado, um levantamento do Ministério da Justiça mostra que, de 2016 a 2019, apenas 26% dos pedidos de cooperação (ou 27 de 102 casos) foram cumpridos total ou parcialmente. O tempo médio de cumprimento foi de dez meses —prazo considerado longo demais por representantes da Polícia Federal e do Ministério Público.
“O MLAT tem sido realmente importante, mas está longe de ser um instrumento perfeito de cooperação”, disse Moro.
“A avaliação do Ministério da Justiça é de que o artigo 11 da lei 12.965/2014 [Marco Civil da Internet] deixa clara a viabilidade de que uma corte brasileira tem a competência, a jurisdição para emitir uma ordem de produção de conteúdo da internet a uma empresa que tenha filial no Brasil, ainda que sua sede seja no estrangeiro”, defendeu.
Moro disse que a solicitação dos conteúdos diretamente às filiais brasileiras, em paralelo ao MLAT, é um mecanismo que tem funcionado bem, “com resistências pontuais”. O ministro afirmou que, quando era juiz federal, fazia pedidos assim ser nunca ter tido problemas.
O delegado Isalino Giacomet Júnior, que falou pela Polícia Federal, disse que a legislação dos EUA tem dificultado o repasse de informações para fins de investigação criminal por meio dos acordos de cooperação.
“Ao contrário do que se alega, pelo MLAT não há uma resposta em nível satisfatório e em tempo razoável. Os pedidos baseados no MLAT são cumpridos de acordo com a lei do país requerido. Isso faz com que a lei americana, que é mais restritiva, prevaleça”, afirmou.
“O que se espera é que as companhias que venham [ao Brasil], além de exercer sua atividade comercial, intensifiquem sua colaboração com as autoridades nacionais. Poderiam, talvez, vir ao Brasil trazendo seus bancos de dados dos usuários localizados em território brasileiro”, sugeriu.
A Assespro Nacional foi representada na audiência pública pelos ministros aposentados do STF Carlos Ayres Britto e Francisco Resek, que defenderam o uso exclusivo do acordo de cooperação.
Para Resek, juízes têm solicitado os conteúdos diretamente às filiais brasileiras como uma espécie de chantagem para forçar as matrizes a repassar os dados.
A diretora jurídica do Facebook Inc. (nos EUA), Andrea Kirkpatrick, disse que a posição da empresa é que “o MLAT EUA-Brasil é constitucional, eficaz e deve ser o padrão aplicado pelos tribunais brasileiros em investigações criminais envolvendo busca por conteúdo de comunicações de usuários de aplicações sob o controle de empresas sujeitas às leis dos Estados Unidos”.
“Agir de outra forma seria obrigar empresas como o Facebook Inc. a arriscar violar a lei de seu país de origem, além de expô-las a outros riscos jurídicos no cenário doméstico e no exterior”, afirmou.
Segundo Kirkpatrick, se infringir a legislação americana, o Facebook poderá ser responsabilizado civilmente, por meio de ações judiciais de reparação de danos, ou ser alvo de ações de fiscalização de agências reguladoras estaduais ou federais.
Marlio Martins, diretor jurídico do Facebook Serviços Online do Brasil, disse que a empresa é associada indiretamente ao Facebook Inc. e não tem poder de fornecer dados de usuários para autoridades brasileiras.
“Nossa atuação é restrita a questões comerciais, como a venda de publicidade online, marketing e parcerias. O Facebook Brasil não opera ou controla as aplicações Facebook e Instagram. Nós não definimos ou aplicamos os Termos de Serviço e nós não temos autorização —do Facebook Inc. ou dos usuários das aplicações— para acessar dados de usuários.”
André Giacchetta, do Yahoo Brasil, sustentou que o Marco Civil da Internet, invocado por juízes para solicitar dados diretamente às filiais brasileiras das empresas, não exclui a aplicação de tratados internacionais como MLAT.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 10-02-2020) | | | | Dólar tem pequena queda, depois de recorde na última sexta
Em mais um dia marcado por volatilidade no mercado financeiro, a bolsa de valores teve forte queda e fechou no menor nível em quase dois meses. O índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou esta segunda-feira (10) aos 112.570 pontos, com recuo de 1,05%.
Essa foi a terceira sessão seguida de queda no Ibovespa, que atingiu o menor nível desde 16 de dezembro, quando tinha fechado em 111.896 pontos. A última vez em que bateu recorde, em 23 de janeiro, o indicador estava em torno dos 119,5 mil pontos.
Dólar
No mercado de câmbio, a moeda norte-americana deu uma leve trégua. Depois de sucessivos recordes nominais desde a criação do real, o dólar comercial fechou esta segunda vendido a R$ 4,3205, com recuo de R$ 0,0005 (-0,01%).
A divisa alternou momentos de alta e de baixa, mas operou perto da estabilidade durante toda a sessão. O dólar acumula alta de 7,66% em 2020. O euro comercial também caiu e fechou o dia em R$ 4,721, recuo de 0,21%.
O Banco Central (BC) não tomou novas medidas para segurar a cotação. Hoje, a autoridade monetária leiloou US$ 650 milhões para rolar (renovar) contratos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – com vencimento em abril. O leilão faz parte da rolagem de US$ 13 bilhões de swap que venceriam daqui a dois meses.
Nos últimos dias, o dólar subiu em nível global, principalmente diante das moedas de países emergentes, depois da divulgação da geração de emprego em janeiro nos Estados Unidos. No mês passado, a maior economia do planeta criou 225 mil vagas de trabalho, número superior à previsão de 158 mil novos postos.
O bom desempenho do mercado de trabalho norte-americano abre espaço para eventuais aumentos de juros pelo Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
Coronavírus
Na China, o receio de que o surto de coronavírus traga impactos para a segunda maior economia do planeta continua a afetar o mercado financeiro. O confinamento dos habitantes de diversas cidades afetadas pela doença reduz a produção e o consumo da China, mesmo com o fim das férias do ano-novo lunar. Apesar de muitos chineses terem voltado ao trabalho hoje, cidades inteiras continuam sob quarentena.
A expectativa de desaceleração da economia chinesa impacta diretamente países como o Brasil, que exporta diversos produtos, principalmente commodities (bens primários com cotação internacional) para o país asiático. Com menos exportações, menos dólares entram no país, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.
| Agência Brasil ( publicado em 10-02-2020) | | | | O dólar recua ante o real e outras divisas emergentes, em meio a uma realização de ganhos recentes. Mas o ajuste de baixa é limitado por um pano de fundo de cautela com as consequências ainda incertezas do surto de coronavírus na economia da China e global. O movimento de venda vem após a moeda americana ter renovado seu pico histórico nominal ante o real, na segunda-feira, quando fechou em R$ 4,3220 no mercado à vista, enquanto nos Estados Unidos atingiu sua máxima desde 2 de outubro frente ao euro.
Às 9h35, o dólar à vista caía 0,49%, aos R$ 4,3009.
O dólar futuro para março recuava 0,57%, aos R$ 4,3045.
Os agentes financeiros estão avaliando ainda a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que cortou a Selic para 4,25% ao ano na semana passada. Operadores e economistas avaliam que a ata do Copom sinaliza mais uma pausa do que o fim dos cortes de juros.
Na ata, o Banco Central menciona pela primeira vez o coronavírus. “O eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros”, destaca o documento, afirmando que observará a magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros.
A ata reforça ainda que “considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”. E reiterou que “seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, com peso crescente para o ano-calendário de 2021”.
O documento também altera a projeção para reajuste de administrados em 2020 de 3,9% para 3,7% no cenário híbrido, que utiliza câmbio constante e Selic do relatório Focus.
No exterior, no mesmo horário, o índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, recuava 0,02%, a 98,812 pontos. O dólar cedia também ante a maioria das divisas emergentes ligadas a commodities.
No radar está o depoimento no Congresso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, a partir das 12 horas.
Além disso, ainda falam nesta terça a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde (11 horas), e o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney (12h35), bem como vários outros dirigentes do Fed.
O BBH destaca em relatório nesta terça que a moeda americana tem mostrado ganhos de base disseminada, apoiado por fatores como o sentimento positivo sobre os mercados acionários americanos, a noção de que o impacto do coronavírus será maior nos EUA e o favoritismo do presidente Donald Trump na disputa eleitoral deste ano.
No horário acima, o dólar subia a 109,84 ienes, o euro recuava a US$ 1,0913 e a libra tinha ganho a US$ 1,2935, esta apoiada pelos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, que ficou estável no quarto trimestre ante o período anterior, mas teve expansão de 1,1% entre outubro e dezembro, acima da projeção do mercado (+0,9%).
| Tribuna PR | | | | O Banco Central (BC) voltou a indicar nesta terça-feira, 11, por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que não deve cortar novamente a Selic (a taxa básica de juros) na reunião de março. Na ata do encontro da semana passada, publicada nesta manhã, a autarquia reafirmou que, “considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”.
Na semana passada, o colegiado cortou a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 4,50% para 4,25% ao ano. Foi a quinta redução consecutiva. Na ata agora divulgada, o BC repetiu a avaliação de que “o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária”.
Além disso, o BC reiterou que “seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, com peso crescente para o ano-calendário de 2021”.
Os membros do Comitê de Política Monetária reafirmaram na ata que “a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”. Esta avaliação já constou no comunicado da semana passada do Copom.
A taxa estrutural é aquela que, em tese, permite o crescimento econômico sem gerar inflação.
Na ata, o Copom também avaliou que sua decisão da semana passada “reflete seu cenário básico e o balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2020 e, com peso crescente, o de 2021”.
| Tribuna PR | | | | A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 11, indicou que a projeção para o IPCA de 2020 no cenário de referência, com juros e câmbio constantes, ficou em de 3,5%. Já a projeção para 2021 é de 3,8%.
Essas estimativas já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom reduziu a Selic (a taxa básica de juros) de 4,50% para 4,25% ao ano. Para o cálculo, o BC utilizou taxa de câmbio constante em 4,25% e Selic fixa em 4,50% ao ano.
Assim como no comunicado da decisão da semana passada, a ata do Copom não trouxe agora as projeções do BC para a inflação no cenário de mercado, que considera as trajetórias de câmbio e juros da pesquisa Focus.
Cenário híbrido
A ata também indicou que a projeção para o IPCA de 2020 no cenário híbrido com câmbio fixo e Selic variável está em 3,5%. Já a projeção para 2021 está em 3,7%. As estimativas já constaram no comunicado da semana passada. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado em dezembro passado, as projeções neste cenário híbrido eram de inflação de 3,7% para 2020 e 2021.
| Tribuna PR | | | | O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou estável (0,00%) na primeira prévia de fevereiro, após ter aumentado 0,67% na primeira prévia de janeiro. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 11, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumulou elevação de 0,47% no ano de 2020 e alta de 6,86% em 12 meses.
A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a primeira prévia do IGP-M de fevereiro. O IPA-M, que representa os preços no atacado, recuou 0,15% em fevereiro, ante um avanço de 0,86% na primeira prévia de janeiro.
O IPC-M, que corresponde à inflação no varejo, apresentou alta de 0,24% na prévia de fevereiro, depois de uma elevação de 0,33% em igual leitura de janeiro. Já o INCC-M, que mensura o custo da construção, teve avanço de 0,37% na primeira prévia de fevereiro, depois da alta de 0,20% na primeira prévia de janeiro.
O IGP-M é usado para reajuste de contratos de aluguel. O período de coleta de preços para cálculo do índice foi de 21 a 31 de janeiro. No dado fechado do mês de janeiro, o IGP-M teve elevação de 0,48%.
| Tribuna PR | | | | A Petrobras registrou em 2019 uma média diária recorde de produção de petróleo e gás. Foram produzidos, em média, 2,77 milhões de barris de óleo equivalente (boe, medida que une barris de petróleo e metros cúbicos de gás).
O volume ficou acima da meta de 2,7 milhões de boe diários e foi 5,4% superior ao registrado na média de 2018. Os números incluem a produção no Brasil (2,688 milhões de boe por dia) e no exterior (82 mil boe por dia). A produção de petróleo em 2019 ficou em 2,172 milhões de barris, dos quais 1,277 milhão de barris foram no pré-sal.
No último trimestre do ano, a produção média diária atingiu 3,025 milhões de boe. Foi a primeira vez que a empresa rompeu a barreira de 3 milhões de boe por dia, em uma média trimestral.
De acordo com a Petrobras, as reservas da empresa mantiveram-se em 9,59 bilhões de boe. A relação entre reservas provadas e produção é de 10,5 anos. O número não inclui ainda os ativos de Itapu e Búzios, adquiridos no leilão da Excedente da Cessão Onerosa. As informações foram divulgadas na noite de ontem (10), no Rio de Janeiro.
| Bem Paraná | | | | Sindicatos vão ao TST tentar derrubar contratações emergenciais e bloqueio de contas
A greve dos petroleiros completa dez dias nesta segunda (10) com adesões em 13 estados e leva a Petrobras a buscar temporários para manter as operações em refinarias e plataformas. Para sindicatos, é a greve mais forte desde 1995, quando a paralisação durou 32 dias.
Segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), cerca de 20 mil trabalhadores estão mobilizados em 40 plataformas, 11 refinarias e outras 20 unidades operacionais da estatal. Quatro sindicalistas ocupam uma sala na sede da empresa desde o dia 31 de janeiro.
A greve foi iniciada em protesto contra demissões no Paraná e mudanças feitas pela área de recursos humanos da companhia em relação ao sistema de turnos e o pagamento de horas extras, entre outros.
Mas trata-se também de um manifesto contra a privatização de unidades da empresa, principalmente as refinarias.
Na semana passada, em decisão que considerou o movimento abusivo, o ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Ives Gandra autorizou a Petrobras a contratar temporários para manter a operação das unidades. No pedido, a empresa disse que a refinaria de Paulínia (SP), a maior do país, tinha apenas 23% do pessoal necessário.
Na sexta (7), a empresa anunciou o início do processo de contratação emergencial. A companhia não informou ainda quantos serão chamados e qual será o custo. De acordo com os petroleiros, a Petrobras vem procurando aposentados para as vagas temporárias.
Nesta segunda (10), a federação foi à Justiça contra a autorização para a contratação de temporários. Pede ainda que Gandra suspenda bloqueio nas contas dos sindicatos estabelecido na semana passada por descumprimento de ordem para manter em atividade 90% do pessoal de cada unidade.
A FUP alega que vem questionando a Petrobras sobre como proceder para manter o contingente de 90%, mas que não tem resposta da empresa e que não há riscos de deterioração de bens e máquinas durante a paralisação, já que há equipes de empregados cuidando dos ativos.
Diz ainda que as multas aplicadas pelo TST são desproporcionais. Gandra determinou pagamento diário de R$ 250 mil a R$ 500 mil por sindicato em caso de descumprimento da decisão.
"Os valores determinados por Gandra são considerados abusivos pela FUP e seus sindicatos", diz a entidade.
O advogado que assessora os sindicatos, Adilson Siqueira, do escritório Normando Rodrigues & Associados, argumenta que a decisão monocrática de Gandra viola o direito à livre associação, já que suspende os repasses da mensalidade do sindicalizados, eliminando a fonte de renda das entidades.
Eles tentam reverter o bloqueio em plenário na Seção de Dissídios Coletivos, como ocorreu em dezembro, quando Gandra também impôs bloqueios financeiros aos sindicatos em razão de uma greve.
Siqueira rebate o ministro, dizendo que a greve não é abusiva por ter como motivo o descumprimento de acordo coletivo de trabalho pela Petrobras. Segundo os sindicatos, a empresa deveria negociar soluções para os empregados da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados antes de anunciar demissão coletiva.
A estatal decidiu fechar a unidade, alegando que as operações são deficitárias. De acordo com os sindicatos, cerca de mil pessoas serão demitidas.
Na nota divulgada na sexta, a Petrobras diz que, até o momento, a greve não afetou sua produção de petróleo e derivados. Nesta segunda, a companhia ainda não se manifestou sobre o tema.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 10-02-2020) | | | | Marca já tem 30 mil veículos conectados no País e 60% são vendidos com planos de manutenção
Conectividade e venda de serviços estão crescendo de forma acelerada e conjunta na Scania. No ano passado, com o início das vendas da nova geração de caminhões, a frota da marca no País que faz uso de serviços conectados (lançados em 2017) deu um largo salto de 96% sobre 2018, passando a 30 mil (28,2 mil caminhões e 1,8 mil ônibus), e a estimativa é que o número vai avançar mais 50% este ano, para 45 mil. O desempenho está ligado ao crescimento robusto de 48% na carteira de programas de manutenção ativos, que atendem 15.950 veículos, 47% deles com planos flexíveis em que o próprio caminhão avisa on-line quando parar.
Perto de 60% das vendas da Scania foram combinadas com contratos de manutenção e este ano a empresa espera elevar esse porcentual para 70%, alcançando 21 mil veículos atendidos, em nova e vistosa expansão de 33% sobre o ano anterior.
A expectativa é que do total de novos programas vendidos, 80% sejam de planos flexíveis, com manutenções preventivas e corretivas determinadas pelo sistema on-line do caminhão, que monitora desgastes do veículo e agenda os reparos no tempo exato, reduzindo custos ao evitar paradas desnecessárias ou trocas de componentes ainda eficientes.
As manutenções são feitas na rede de 151 pontos de atendimento (sendo 47 dentro de oficinas dos próprios clientes). Este ano a Scania vai inaugurar mais 10 novos pontos nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pará e São Paulo. Três deles serão abertos ao público e o restante como prestação de serviços dedicados, nas instalações dos transportadores.
“É uma mudança de jogo, em que dados estão sendo transformados em conhecimento para aumentar a eficiência da operação das frotas. Lançamos os serviços conectados em 2017 e essa conectividade está revolucionando o mercado, tornando possíveis os planos flexíveis de manutenção, em que o caminhão informa o período exato que precisa parar, nem antes, nem depois, com sensível economia de custos para nossos clientes”, afirma Marcelo Montanha, diretor de serviços da Scania Brasil.
MERCADO ENTENDE VANTAGENS DA CONECTIVIDADE
Montanha comandava a mesma área na Scania México e este ano voltou ao Brasil para substituir Fábio Souza, que foi expatriado para a assumir direção geral da empresa na África do Sul. “A operação no Brasil é das mais importantes para a Scania, é o maior mercado de veículos da marca no mundo e onde estamos vendendo mais pacotes de serviços conectados. O trabalho feito pela gestão anterior tornou o mercado brasileiro muito mais maduro para adotar a conectividade”, destaca o novo diretor.
Montanha se refere ao pacote “Desempenho” de conectividade da Scania, pelo qual o cliente paga uma taxa mensal para monitorar on-line, em tempo real, todas as funcionalidades do veículo, e pode escolher um leque de serviços. O pacote Análise é gratuito por 10 anos, mas oferece monitoramento limitado a relatórios semanais e mensais.
Em 2019, foram 15,6 mil veículos conectados pelo plano completo, alta de 353% sobre 2018, o que representou 52% de toda frota ativa. “Os clientes que aderiram ao Desempenho são aqueles que investem porque acreditam no custo-benefício da ferramenta, na diminuição de custos com combustível, desgaste de pneus e manutenção, que são consideráveis na vida útil do produto”, avalia Montanha.
Comprovando o maior entendimento dos clientes em relação às vantagens que a conectividade pode trazer, dentro da oferta de planos flexíveis e conectados da Scania, 57% das vendas são do Programa Premium Flexível, lançado já no fim do ano passado, que segundo garante o fabricante, reduz em até 25% o custo total da manutenção do caminhão.
Em contratos de três, quatro ou cinco anos, a cobrança das manutenções preventivas e corretivas são feitas por quilometragem (se não rodar, não paga) e de acordo com faixas de consumo de combustível (quem consome menos, paga menos). As condições comerciais são ajustadas no momento da contratação e permanecem inalteradas ao longo do tempo de vigência.
| Automotive Business ( publicado em 10-02-2020) | | | | Ex-executivo pede documentos sobre sua demissão da Nissan e da Mitsubishi e quer US$ 17 milhões em indenização
Os advogados de Carlos Ghosn solicitaram em um tribunal na Holanda a liberação de documentos relacionados à sua demissão da Nissan e da Mitsubishi Motors. A notícia é da agência Reuters. O ex-presidente da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi iniciou processo na Holanda contra as montadoras japonesas alegando que sua demissão teria sido ilegal.
Ghosn estaria pedindo o equivalente a US$ 17 milhões em indenizações às montadoras por terem violado leis trabalhistas holandesas. Um advogado da Nissan-Mitsubishi refutou o pedido dos advogados de Ghosn pela liberação dos papéis.
Como se sabe, o ex-executivo foi preso no Japão em novembro de 2018 acusado de fraude e desvios de conduta. No fim de dezembro, Carlos Ghosn conseguiu fugir do Japão para o Líbano e em 8 de janeiro concedeu entrevista coletiva em que se disse vítima de conspiração.
| Automotive Business ( publicado em 10-02-2020) | | | |
Com 8,5 mil unidades emplacadas em janeiro, Anfir registra crescimento de 6,7%
A indústria de implementos rodoviários entregou 8,5 mil unidades ao mercado em janeiro, segundo balanço divulgado na segunda-feira, 10, pela Anfir, associação das fabricantes. Este volume representa aumento de 6,7% na comparação com mesmo mês do ano passado, quando as vendas somaram pouco mais de 8 mil unidades.
“Começar o ano com resultado positivo é sinal que a curva ascendente de negócios iniciada em 2019 poderá prosseguir em 2020”, analisa o presidente da Anfir, Norberto Fabris.
No segmento pesado, que considera reboques e semirreboques, a entidade registrou a venda de 4,6 mil unidades no primeiro mês do ano, aumento de 5,7% na mesma base de comparação. Nos leves, carrocerias sobre chassis, houve variação positiva de 7,8%, para quase 4 mil implementos leves emplacados em janeiro.
Segundo a Anfir, historicamente, o total de carroceria sobre chassis mantém uma relação de 1,8 a 2 produtos para cada pesado vendido (reboques e semirreboque). Essa relação não foi atingida em 2019 e segue da mesma forma no primeiro mês de 2020.
| Automotive Business ( publicado em 10-02-2020) | | | | Divisão de peças de reposição da Mercedes-Benz vai ampliar oferta acima dos 50%
A divisão de peças de reposição Aliance, da Mercedes-Benz, pretende superar a marca de mil itens até o fim de 2020, incremento superior a 50% sobre a oferta atual. A marca inicia fevereiro com 650 part numbers no catálogo e vendas mensais acima de 15 mil unidades.
Um ano e meio atrás a Alliance contava com 380 itens diferentes e venda média mensal de 10 mil peças. “Falamos de um incremento significativo sobre os números de 2018 e ao mesmo tempo temos consciência de que ainda há muito a desenvolver e crescer”, afirma o gerente de peças e serviços da Mercedes-Benz do Brasil, Thiago Nicolini.
A Alliance foi criada pela Daimler Trucks North America (DTNA) em 1998 e trazida ao Brasil pela Mercedes-Benz em 2014. É formada por peças para veículos da própria Mercedes e também de outras marcas, além de acessórios.
| Automotive Business ( publicado em 10 -02-2020) | | | | Com 475,6 mil unidades, País ficou atrás somente dos Estados Unidos
Com 475,6 mil veículos emplacados em 2019, o Brasil se tornou o segundo maior mercado da Chevrolet no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O principal motivo foram as boas vendas do modelo Onix nas versões hatch e sedã (antes Prisma, agora Onix Plus).
As duas carrocerias ajudaram a impulsionar em 9,5% os resultados da marca no ano passado, enquanto o mercado de automóveis e comerciais leves cresceu 7,6%.
Foram ao todo 314,9 mil unidades da linha Onix, equivalentes a 66,2% de tudo o que General Motors vendeu no Brasil no ano passado. “Mesmo com a recuperação do mercado brasileiro mais lenta do que imaginávamos, a evolução dos nossos produtos e da Chevrolet fazem com que a primeira escolha do consumidor seja pela nossa marca”, afirma o presidente da General Motors para a América do Sul, Carlos Zarlenga.
A renovação do Onix começou em setembro de 2019 pela versão sedã. O lançamento da segunda geração do hatch ocorreu no fim de novembro.
Os novos Onix e Onix Plus são montados em Gravataí (RS) e a geração antiga, tanto do hatch como do sedã, continua sendo fabricada em São Caetano do Sul (SP) como modelos de entrada da marca. Com a chegada dos novos carros e manutenção dos antigos, o hatch consolidou a liderança de mercado e o sedã se tornou o segundo automóvel mais vendido do País nos meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020.
| Automotive Business ( publicado em 10-02-2020) | | | | Com o avanço no uso de tecnologias, montadoras aperfeiçoam o desenvolvimento de protótipos e aceleram a fabricação de novos modelos.
Há duas formas de entender a indústria 4.0 no setor automobilístico. A mais convencional é fazer uma pesquisa na internet. Com esse exercício, você vai aprender que esse conceito se refere à quarta revolução industrial, uma fase que leva as montadoras a investirem cada vez mais na automação da fabricação de veículos e no uso de tecnologias como realidade aumentada e inteligência artificial.
A outra maneira de compreender esse processo é visitar qualquer uma das fábricas da Volkswagen no Brasil. Nesse passeio, você vai ver engenheiros interagirem em automóveis que ainda nem existem. Notará robôs, máquinas, postos de trabalho e sistemas se comunicando entre si em tempo real, “conversando” com o veículo que passa pela produção, tomando decisões sozinhos e acertando sempre. Assistirá a modernas impressoras 3D criando dispositivos para facilitar o trabalho de funcionários.
Existem, também, duas maneiras de perceber os resultados dessa estratégia. A mais tradicional é olhar para as planilhas: o desenvolvimento de um protótipo leva agora apenas nove meses, o tempo de produção dos veículos caiu em 25% e o nível de automação na linha de produção subiu consideravelmente. Mas a forma mais divertida é entrar em um dos modelos saídos das fábricas da Volkswagen. Com a produção pelo conceito de indústria 4.0, a marca garante carros com design moderno, mais segurança e melhor qualidade.
Veja os exemplos de iniciativas que mostram a Volkswagen na rota da indústria 4.0:
Laboratório de Protótipo Virtual
Na Volkswagen, os engenheiros sentam em uma carroceria composta apenas por chassi, bancos, painel e volante e, mesmo assim, conseguem abrir portas imaginárias, mexer em um capô que ainda não existe e até enxergar cores e texturas de peças virtuais. Esse “milagre” se tornou possível com o uso de óculos de realidade virtual, uma realidade do Laboratório de Protótipo Virtual.
É a partir do uso dessas ferramentas com tecnologia de ponta que os técnicos tornam reais carros que só serão lançados meses depois. Primeiro, eles recebem as informações das áreas de Design e Engenharia do Produto e consolidam o projeto em softwares de realidade virtual e aumentada. Depois, com o protótipo pronto no computador, vão para a área de simulações.
Ali, o futuro veículo passará por exaustivos testes para verificar pontos como segurança (crash-test), aerodinâmica e durabilidade. Isso antevê eventuais necessidades de correções antes da bateria de exames físicos, tornando o processo mais rápido e eficiente.
Laboratório de Realidade Virtual
Da mesma forma que ocorre com os modelos do futuro, profissionais da Volkswagen têm a chance de ingressar em um novo ambiente de trabalho antes mesmo dele existir. De forma virtual, é claro.
Esse “passeio” futurista é possível desde a inauguração do Laboratório de Realidade Virtual na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP). Ao vestirem os óculos de realidade virtual, as roupas e luvas com sensores capazes de digitalizarem os movimentos do homem em tempo real, os funcionários andam pelo ambiente virtual da produção, seguram uma peça imaginária e, se a deixarem cair, sentem o impacto no chão, como um efeito de força da gravidade.
A tecnologia de imersão amplia o grau de acerto nas decisões sobre futuras instalações, porque torna possível a validação em ambiente virtual, antes da implementação física. Assim, há chance de avaliar a ergonomia dos postos de trabalho, considerar a melhor disposição dos equipamentos e prever eventuais interferências na área.
Esses benefícios também se estendem para os consumidores, porque eles receberão carros produzidos a partir de processos cada vez mais otimizados. No Laboratório de Realidade Virtual, os técnicos conseguem visualizar protótipos virtuais de veículos que serão lançados no futuro. Tudo em tamanho real!
Ergonomia adequada
O Laboratório de Realidade Virtual colocou a tecnologia de imersão num patamar muito mais avançado. A Volkswagen do Brasil vem aprimorando essa tecnologia há mais de uma década, tendo seu desenvolvimento dentro da Fábrica Digital. Foi a partir desse projeto que a montadora, por exemplo, intensificou os estudos para sofisticar a ergonomia de postos de trabalho.
Com o uso de games, os técnicos digitalizaram os movimentos de trabalhadores nas fábricas, permitindo a identificação da melhor posição para uma determinada função. A partir dessa simulação, houve o desenvolvimento de dispositivos específicos, como a cadeira Raku-raku, que “carrega” o empregado para dentro do veículo, para que faça a operação com ergonomia adequada.
Inteligência artificial
Na linha da produção das fábricas da Volkswagen, há uma intensa “conversa”. Mas tudo em silêncio. São os robôs que se comunicam entre si para garantir agilidade e precisão na fabricação de um veículo - o que garante melhor qualidade quando ele chega às ruas.
Cada carroceria recebe um dispositivo Tag RFiD (Radio Frequency identification), uma espécie de evolução do código de barras, porque grava novas informações ao longo do processo. Ao chegar a um posto de trabalho, uma antena lê esses dados e transmite para os robôs as informações sobre o veículo. Com isso, ele já sabe que operações executar.
Na hora de medição, por exemplo, o robô usa sensor a laser para ver, em segundos, as dimensões da carroceria. Em seguida, ele cruza os dados com o sistema. Se na conversa, robô e sistema verificarem que a carroceria está perfeita, ela segue para a próxima fase da produção. Caso contrário, a carroceria é desviada do processo e a equipe de especialistas é acionada para fazer os devidos ajustes no processo de produção de forma eficiente e precisa.
Impressoras 3D
Eleitas como um dos equipamentos-símbolo da indústria 4.0, as impressoras 3D estão espalhadas pelas instalações da Volkswagen no Brasil.
Com o uso de resina líquida, elas se tornaram instrumentos importantes para materializar peças e dispositivos de protótipos que antes eram apenas projetos no computador. Tudo com máxima precisão e sem desperdício de material.
Nas linhas de montagem, as impressoras 3D estão a serviço da qualidade na fabricação dos veículos. São elas que produzem as chapelonas, “peças” que os operários apoiam na carroceria para buscar orientação para, por exemplo, colar um logo, fixar o vidro ou centralizar o painel de instrumentos.
| Ind 4.0 | | | | A Europa adotou metas rigorosas para reduzir as emissões dos veículos novos, abrindo espaço para a introdução dos carros elétricos. Mas o mercado continua a investir em outras opções para substituir os derivados de petróleo. A Ford anunciou que a sua linha de vans Transit foi aprovada para rodar com HVO (Hydrotreated Vegetable Oil), um tipo de diesel renovável que, além de óleo de cozinha usado, pode incluir gordura animal, óleo de peixe e subprodutos de processos industriais em sua composição.
Por usar hidrogênio como catalisador no processo de produção, o HVO queima mais limpo e tem uma vida útil mais longa que o biodiesel convencional. Ele reduz em até 90% os gases de efeito estufa, emite menos NOx e partículas e também facilita a partida do motor em baixas temperaturas.
Há empresas na Europa dedicadas à coleta de óleo de cozinha usado em restaurantes, indústrias e escolas, e a União Europeia mantém um programa, chamado RecOil, para aumentar o seu reaproveitamento na produção de biodiesel.
A Ford testou exaustivamente o uso do HVO no motor EcoBlue 2.0 da Transit para garantir seu desempenho e durabilidade, sem a necessidade de nenhuma modificação no combustível.
O HVO é vendido em postos de combustível selecionados da Europa, principalmente na Escandinávia e nos países bálticos, tanto na forma pura como adicionado ao diesel comum. Em outros mercados, ele também é adotado por frotistas que precisam melhorar sua pegada ecológica, adquirido diretamente de fornecedores especializados.
Se o veículo precisar abastecer em uma região onde o HVO não é disponível, o motorista pode usar diesel convencional – os combustíveis podem se misturar no tanque sem problemas.
“Permitir que nossas vans funcionem com combustível feito de resíduos, como óleo de cozinha usado, pode parecer absurdo, mas o HVO é, de fato, uma solução para os motoristas e frotistas ajudarem a melhorar a qualidade do ar para todos”, diz Hans Schep, gerente geral de Veículos Comerciais da Ford Europa.
| CIMM | | | | Luciano Driemeier, gerente de mobilidade e novos negócios da Ford e embaixador do #ABX20, fala sobre os desafios dos próximos anos
Com o avanço da nova mobilidade, as empresas estabelecidas no Brasil têm o desafio de resolver a complicada equação de entregar tecnologias e soluções revolucionárias nos próximos anos, mas ainda garantir custo baixo para o consumidor local. Para falar sobre isso, Automotive Business entrevista com Luciano Driemeier, gerente de mobilidade e novos negócios da Ford no Brasil e um dos embaixadores do #ABX20 – Automotive Business Experience , evento que acontece no dia 27 de maio, em São Paulo.
“O uso extensivo de novas tecnologias e a criação de serviços demandarão soluções inovadoras que se adequem ao poder de compra de nossos consumidores”, diz. Ele afirma que, para fazer esta entrega, os setores público e privado precisarão unir forças e trabalhar para melhorar a competitividade local.
A seguir, Driemeier fala sobre como a Ford aborda o tema, da necessidade de acelerar estas novas entregas para construir uma boa base para a nova mobilidade e, enfim, trata das expectativas para o #ABX20.
Quais são as discussões sobre mobilidade e setor automotivo mais necessárias no Brasil neste momento?
N os últimos anos, as discussões do setor automotivo foram ampliadas por seus atores, deixando de focar unicamente em transporte para abordar a mobilidade como um todo, um ecossistema mais amplo e integrado, no qual todos os agentes têm o seu papel e valor.
Com essa mudança de paradigma, nos voltamos cada vez mais para eletrificação, carros compartilhados e autônomos. Debatemos não só a estrutura dos veículos, seu design, as tecnologias neles embarcadas e o pacote de infotainment oferecido, mas também questões que estão intrinsicamente atreladas a esses pontos, como legislação, custos, adoção da sociedade e meio ambiente.
O debate também gira em torno do uso versus posse, do transporte de pessoas e do fornecimento de serviços, do melhor aproveitamento do tempo de transporte, de definições sobre o que desenvolveremos in house ou por meio de parcerias valiosas, decidindo estrategicamente quem serão esses parceiros.
Como estas discussões evoluem na Ford?
A Ford tem o objetivo de se tornar a empresa mais confiável do mundo ao desenvolver veículos inteligentes em um contexto conectado, tendo o consumidor no centro de todos os processos de criação e desenvolvimento.
Ou seja, essa meta também passa pelas discussões sobre as cidades e, por exemplo, do oferecimento de tecnologia avançada que permita a comunicação do veículo-com-tudo, a chamada C-V2X. Outro debate relevante gira em torno do uso e da proteção dos dados do consumidor, e, mais importante ainda, de um aspecto essencial e intangível: sua confiança e fidelização.
Todas essas discussões são extremamente necessárias e servirão de base para o futuro da mobilidade que estamos construindo no Brasil, país que tem desafios únicos.
O uso extensivo de novas tecnologias e a criação de serviços demandarão soluções inovadoras que se adequem ao poder de compra de nossos consumidores. Acima de tudo, é necessário acelerar ações públicas e privadas para melhorar a competitividade do mercado brasileiro.
De que forma o Brasil pode contribuir para a evolução da nova mobilidade no mundo?
O Brasil tem se posicionado como um dos mais importantes players desse mercado, que lideram o cenário de mobilidade. Possuímos times de engenharia altamente capacitados, responsáveis por muitas descobertas e inovações no setor; sediamos complexos modernos e produtivos, além de respeitados centros de pesquisas e desenvolvimentos, como o da planta da Ford em Camaçari (Bahia), um dos oito no mundo; e criamos e fabricamos veículos conectados e de alto desempenho, muito desejados pelos consumidores.
Acredito que, no Brasil, a transição para este novo cenário se dará por meio de veículos eletrificados, seguindo uma tendência global, maximizando a diversa matriz energética do nosso país e a infraestrutura oferecida localmente.
Sabemos que a implementação de uma infraestrutura moderna e que atenda às demandas de veículos conectados e autônomos requer um alto custo de investimento, muitas vezes escasso em nosso país. Por isso, entendo que o melhor caminho é aquele que passa pela união de forças entre os poderes públicos e os atores privados.
Podemos quebrar muitos outros paradigmas usando a tecnologia para melhorar a vida das pessoas. O mesmo se dá, por exemplo, com a legislação, que passará por grandes mudanças que contemplem e garantam a segurança de novos modelos de negócio e investimentos que surgirão a partir das novas tecnologias.
O Brasil terá um espaço de protagonismo neste novo contexto?
Até por ser uma questão global, acredito que o Brasil poderá se inspirar em países onde essas discussões já estão mais avançadas, mas também terá que incentivá-las e promovê-las localmente, envolvendo diversos setores da sociedade, para buscar ideias e respostas, tendo a consciência que esse será um trabalho em constante aprimoramento.
Temos uma visão otimista do futuro com a consciência de que o Brasil deve adotar ainda mais esse comportamento de liderança em relação à eletrificação também como forma de incentivar o desenvolvimento da tecnologia localmente.
Para que esse incentivo ocorra e o custo da tecnologia caia, o mercado depende de escala e, para ter escala, temos que ter infraestrutura compatível e legislação minimamente estruturada. Ou seja, estamos falando de um ciclo que deve ser olhado por todos os ângulos, e não separadamente, por serem processos que ocorrem simultaneamente.
O consumidor brasileiro é conectado e demanda tecnologia de ponta a custo acessível. Por isso, nosso país seguirá incubando novas ideias e servindo como laboratório para inovações disruptivas antes da chegada dessas soluções para o consumidor dos mercados maduros.
Diante deste contexto, o que acha essencial que o #ABX20 coloque em pauta?
Os eventos da Automotive Business sempre trazem ao debate relevantes e atuais tópicos de discussão. Para a edição de 2020, alguns temas que devem ser abordados são: como equacionar custos para oferecer produtos que atendam ao desejo do consumidor cada vez mais antenado com as tendências globais e também às demandas da legislação; o que já temos e o que ainda falta para que o Brasil receba carros autônomos, além de como ganhar escala nesta área nos próximos anos.
| CIMM ( publicado em 10-02-2020) | | | No 4º trimestre, queda foi de 22,4% ante o mesmo período de 2018.
A produção de minério de ferro da Vale em 2019 somou 301,97 milhões de toneladas, queda de 21,5% na comparação com 2018, em meio a paradas de produção devido às consequências do rompimento da barragem em Brumadinho (MG) no início do ano passado, informou a companhia nesta terça-feira (11) em relatório de produção.
No quarto trimestre, a mineradora produziu 78,344 milhões de toneladas de minério de ferro, recuo de 22,4% ante o mesmo período de 2018. Já na comparação com o 3º trimestre, a queda foi de 9,6%.
Setor extrativo de MG e ES puxa queda da produção industrial em 2019
1 ano após a tragédia de Brumadinho, Vale recupera valor de mercado e volta a ver lucro
Segundo a Vale, as interdições nas operações das minas de Vargem Grande, Fábrica, Brucutu, Timbopeba e Alegria, juntamente com uma "sazonalidade climática mais forte do que o normal" no 1º semestre do ano passado "causaram grandes impactos na produção", parcialmente compensados pela redução de estoques, crescimento da produção do projeto S11D, no Pará e pela retomada gradual das operações de Vargem Grande, Brucutu e Alegria.
Vendas caem 12,8%
As vendas de minério de ferro no período foram de 269,3 milhões de toneladas, com queda de 12,8% na comparação anual. Já no 4º trimestre do ano passado, houve alta de 5,2% na comparação com o 3º trimestre.
Expectativas para 2020
Em relação à retomada do patamar anterior de produção, a Vale destacou que depende da "concessão de autorizações externas para retomar a produção interrompida".
"A Vale está avançando nas discussões com a Agência Nacional de Mineração (ANM), com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais e com as empresas de auditoria externa para iniciar testes nos sites e retomar gradualmente a produção", afirmou.
A companhia projeta alcançar em 2020 uma produção de finos de minério de ferro entre 340 e 355 milhões de toneladas – patamar ainda abaixo da produção de 384 milhões de toneladas registrada em 2018.
Provisões adicionais de US$ 671 milhões para descaracterização de barragens
A Vale também informou nesta terça-feira que seu resultado do quarto trimestre de 2019 trará ajustes que elevarão em US$ 671 milhões as atuais provisões para descaracterização de barragens da companhia construídas pelo método de "alteamento a montante" – o mesmo usado na construção de barragens que se romperam em Mariana, em novembro de 2015, e em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019.
O valor inclui provisão de US$ 716 milhões para plano de descaracterização das barragens Doutor e Campo Grande e de três estruturas de empilhamento drenados e uma provisão adicional de US$ 315 milhões referentes à descaracterização de algumas barragens com diques menores.
Os valores também incluem outros US$ 87 milhões em outros ajustes de provisão e uma redução de US$ 447 milhões na provisão para descaracterização de nove barragens a montante, após o progresso das obras fornecer informações mais precisas, acrescentou a companhia.
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