Paraná registra saldo de 111 mil novas empresas em 2019
Foram 182.437 aberturas, crescimento de 5% em relação a 2018, segundo a Junta Comercial. Em paralelo, o Paraná teve saldo de 51.441 novos empregos, de acordo com o Caged, do Ministério da Economia, um salto de 24,2% em relação a 2018.
O Paraná encerrou 2019 com saldo de 111.616 novas empresas, segundo dados da Junta Comercial. Foram 182.437 aberturas, crescimento de 5% em relação a 2018, e 70.821 baixas. Os dados somam todas as modalidades: sociedades empresárias limitadas, anônimas e cooperativas, empresas individuais, microempresas individuais e eirelis (empresas individuais de responsabilidade limitada).
Os meses que mais registraram aberturas foram julho, agosto e setembro – em julho, inclusive, houve crescimento de 26% em relação ao mesmo período do ano anterior, com 19.120 novas empresas. A média paranaense em 2019 foi de cerca de 15 mil aberturas por mês.
Entre janeiro e dezembro de 2019, em paralelo, o Paraná teve saldo de 51.441 novos empregos, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, um salto de 24,2% em relação a 2018. Foi o melhor índice dos últimos seis anos no comparativo do acumulado do ano.
Segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, a soma desses dois indicadores positivos mostra que a atividade econômica apresentou crescimento regular ao longo de todos os meses em 2019, e também respondeu positivamente às iniciativas do Governo do Estado como o Descomplica, lançado em agosto, e o Banco da Mulher Paranaense, de setembro.
“Os números mostram que os empresários estão investindo e contratando no Estado depois de um ciclo de recessão. Desburocratizamos a abertura de empresas, facilitamos as licenças e atraímos mais de R$ 23 bilhões em investimentos ao longo do ano. Essa combinação deve dar ainda mais frutos em 2020”, afirmou o governador.
EFICIÊNCIA - Ratinho Junior também destacou que em meados de janeiro de 2019, há cerca de um ano, a Junta Comercial do Paraná acumulava uma fila com 2,5 mil processos e ocupava a última posição entre os entes da federação no tempo de abertura de empresas. Agora, em meados de janeiro de 2020, a autarquia figura como uma das mais eficientes do Brasil, de acordo com a Redesim (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios), que controla a integração nacional das Juntas Comerciais.
“Atacamos aquilo que era um dos maiores problemas do Estado, com uma fila imensa de pedidos para abrir empresas. Os processos foram automatizados e registramos ao longo de 2019 casos de aberturas de empresas em duas horas”, complementou Ratinho Junior. “E demos inclusive um passo à frente com o Descomplica, que facilita a abertura de novos negócios no Paraná e é um programa permanente de atenção aos novos empresários”.
GESTÃO – O presidente da Junta Comercial do Paraná, Marcos Rigoni, aponta que a evolução é resultado das políticas de atração de investimentos e do sistema de financiamento do Governo do Estado, além da atuação para simplificar os processos do órgão. Ele citou, ainda, a digitalização e novos sistemas informatizados implementados ao longo de 2019 como fatores de sucesso na rapidez dos processos.
“Quanto menor o tempo de abertura de empresas, mais rápido esses empreendimentos começam a trabalhar, faturar e gerar empregos. É uma dinâmica que traz frutos para a economia do Estado e do País”, afirmou Rigoni. “Não era razoável que a burocracia atrapalhasse o desenvolvimento dos negócios. Resolvemos essa questão para facilitar a vida do empreendedor”.
A Junta Comercial planeja um 2020 totalmente digital. A ideia é que todos os processos de abertura, alteração e baixa de empresas sejam feitos pela internet e que todo o acervo antigo seja 100% digitalizado. “O meio eletrônico agiliza todo o processo. Pelo meio físico é preciso se deslocar até um posto da Junta, dar entrada no processo no balcão, digitalizar o documento e só então ele entra no sistema para ser distribuído aos vogais ou relatores que farão a análise. O controle passará a ser estritamente digital, como pede o mundo contemporâneo”, complementou Rigoni.
DESCOMPLICA - Braço paranaense da Redesim, o Descomplica faz a integração da Junta Comercial com os municípios e com todos os órgãos envolvidos no processo, como a Receita Estadual, Corpo de Bombeiros, Instituto de Água e Terra (IAT) e a Vigilância Sanitária. O programa tem três vertentes: liberação do CNPJ e das autorizações para empresas de baixo risco em menos de 24 horas, soluções para fechamento de empresas e um comitê permanente de desburocratização com a participação da sociedade civil.
REDESIM - Atualmente, dos 399 municípios paranaenses, 393 já estão integrados na Redesim, e os demais estão em fase final de adesão. A marca consolida o Paraná como um dos estados com o maior percentual (98,5%) de cidades que já aderiram ao programa. Se for levado em conta as unidades da federação com um grande número de municípios, o Estado lidera a integração.
O Paraná está entre os 11 estados em que a formalização de um novo negócio é concluída em até três dias, de acordo com a Redesim. O diferencial é que, entre esses, o Estado foi o que teve o maior número de solicitações, com 2.210 processos concluídos naquele mês. Nenhum outro ultrapassou mil solicitações.
MEIs lideram modalidades que mais registraram aberturas
As MEIs (136.407) constituíram a ampla maioria na abertura de empresas em 2019. Elas não entram nos dados estatísticos do site da Junta Comercial porque os cadastros acontecem pelo Portal do Empreendedor, do governo federal.
Entre as modalidades com registro estadual, sociedades empresárias limitadas (21.428), empresas individuais (20.657) e eirelis (3.617) foram as que mais registraram aberturas. Nas duas primeiras linhas, o crescimento foi de 4% em relação a 2018.
A capital paranaense fechou 2019 com um saldo de 19.325 novos postos de trabalhos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). É o melhor desempenho dos últimos sete anos e representa um crescimento de 38% em relação ao mesmo período do ano de 2018, quando foram 14.000 empregos criados em Curitiba.
“Conseguimos nos manter na terceira posição do ranking nacional dos municípios com um saldo maior que dos últimos sete anos. Isso demonstra o comprometimento da nossa equipe em alinhar parcerias com as empresas e captar novas vagas por meio das Agências do Trabalhador, fazendo com que os curitibanos tenham novas oportunidades de emprego e renda”, ressalta o secretário da Justiça, Família e Trabalho do Governo do Paraná, Ney Leprevost.
Dentre todos os 5.570 municípios brasileiros, Curitiba ficou na terceira colocação em geração de postos de trabalho, atrás apenas de Belo Horizonte, com um saldo de 22.703 empregos formais criados, e São Paulo, com saldo de 80.831 empregos gerados. “Estes números de Curitiba se justificam nos resultados do estado do Paraná, que apresentou o melhor resultado dos últimos seis anos”, explica a economista do Departamento do Trabalho, Suelen Glinski.
SERVIÇOS LIDERAM - Os setores que mais se destacaram na geração de empregos em Curitiba foram Serviços, com um saldo de 4.272 novos empregos, Construção Civil (2.901) Indústria de Transformação (222 novos empregos gerados).
CIDADES - Depois de Curitiba, as cidades paranaenses que mais criaram postos de emprego no acumulado do ano foram Maringá (3.781), São José dos Pinhais (3.158), Cascavel (2.265) e Pato Branco (2.159).
Número de empregos formais gerados em Curitiba de 2013-2019:
2013: 11.839
2014: 7.270
2015: -32.024
2016: -20.908
2017: -7.705
2018: 14.000
2019: 19.325.
Com a mesma velocidade que o coronavírus se espalhou no fim de semana, com vítimas em vários países, o medo de uma recessão global e a incerteza causada pela falta de transparência do governo chinês atingiu os mercados financeiros ao redor do mundo. No Brasil, a Bolsa recuou na segunda-feira, 27, 4 mil pontos com as grandes produtoras de commodities brasileiras - Vale, Petrobrás, Gerdau, CSN e Suzano - perdendo em um único dia R$ 42,343 bilhões em valor de mercado.
As empresas de carne JBS, BRF, Marfrig e Minerva também sofreram, despencando R$ 8,072 bilhões. Ou seja, as perdas passaram de R$ 50 bilhões.
No mercado cambial, o dólar teve alta de 0,60% e o índice que aponta a capacidade de honrar compromissos do País, o CDS, chegou a atingir 110 pontos no início da tarde, para fechar em cerca de 107 pontos. Na semana passada, o indicador chegou a ficar abaixo de 100.
Vários motivos ajudaram no crescimento do temor global em relação ao avanço da doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que havia divulgado a classificação do risco global do coronavírus como "moderado", corrigiu a informação para "elevado". Em relatório sobre o surto, a OMS disse que, nos comunicados anteriores, havia divulgado a avaliação errada. Segundo a entidade, o risco permanece "muito elevado" na China e "elevado" na região do país asiático.
Por outro lado, autoridades chinesas admitiram que informações sobre o contágio não foram divulgadas com agilidade. Segundo o prefeito da cidade de Wuhan, epicentro da crise, o governo local só poderia divulgar informações depois de obter autorização do governo central. Antes de a cidade ser fechada, 5 milhões viajaram por causa do Festival da Primavera. De acordo com o sócio da Eleven Financial, Raphael Figueredo, o mercado "não tem medo de crise, mas de incertezas".
Previsões.
Especialistas de todo o mundo começaram a fazer previsões sobre o impacto da doença na economia chinesa - e global, por consequência. O banco dinamarquês Danske Bank estimou que o surto pode reduzir o PIB da China em 0,8 ponto porcentual no primeiro semestre. O motivo: a Província de Hubei, onde fica a cidade epicentro da doença, representa 4% da economia chinesa. A consultoria Capital Economics, por sua vez, diz que o surto terá "impacto significativo" no PIB do país no primeiro trimestre.
Com menor crescimento da China, maior compradora de commodities do mundo, as ações de empresas brasileiras ligadas à área sofreram muito. Segundo Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença, as empresas sofrem mais com a exposição ao exterior. "Além disso, o mercado subia apenas por questões internas, com as pessoas tirando dinheiro da renda fixa para a variável", diz. "Com os estrangeiros buscando opções mais seguras, a Bolsa brasileira sofre."
Perdas.
No final do pregão, Vale ON (com direito a voto) recuou 6,12%, perdendo sozinha mais de R$ 17,3 bilhões em valor de mercado, enquanto Petrobrás ON recuou 4,21% e PN (sem direito a voto) perdeu 4,33%, seguindo o mau humor no mercado de petróleo, cujo barril do Brent caiu 1,94%, a US$ 59,32. Gerdau PN retraiu 7,94%, pior desempenho do Ibovespa, e CSN ON desvalorizou 7,78%, segunda maior queda do índice. Suzano ON teve baixa de 6,7%.
O setor de alimentos também esteve entre os que mais sofreram. A JBS ON teve queda de 6,83%; enquanto a BRF ON caiu 6,06%; Marfrig ON teve baixa de 7,27%, na mínima do dia; e Minerva ON, que não faz parte do índice, recuou 8,17%. Outro segmento que foi prejudicado foi o aéreo, por conta do cancelamento de viagens pela propagação do vírus. As ações sem direito a voto da Gol caíram 6,66% e as da Azul 3,33%. CVC ON perdeu 4,35%.
A piora na percepção do mercado em relação ao alastramento da doença começou no domingo, quando mais países relataram o aparecimento do vírus.
Autuações têm como base decisão do Supremo Tribunal Federal de 2015
Indústrias vêm sendo surpreendidas com cobranças milionárias da Receita Federal. Os valores se referem ao adicional da contribuição aos Riscos Ambientais do Trabalho (RAT) - a nova denominação para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) -, pago quando há empregados com direito à aposentadoria especial. Os valores exigidos têm como base uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2015.
Os ministros confirmaram a tese, em repercussão geral, de que se a empresa fornece equipamento de proteção individual (EPI) eficaz, o empregado não tem direito a se aposentar com menos tempo de serviço. Abriram uma exceção, porém, aos casos de funcionários expostos a ruídos (ARE nº 664.335).
É com base nessa exceção que a Receita decidiu cobrar retroativamente as indústrias. Elas alegam, porém, que são liberadas, por lei, do pagamento quando adotam medidas de proteção aos funcionários e afirmam que os ministros, no julgamento, não trataram sobre a alíquota adicional do RAT.
A conta é pesada. As empresas pagam o adicional conforme o tempo de aposentadoria a que o seu funcionário tem direito - 15, 20 ou 25 anos. Se o empregado precisar trabalhar só 15 anos, o empregador terá de recolher o percentual máximo de 12%, o que pode totalizar 15% (1%, 2% ou 3% da alíquota básica do RAT mais 12% do adicional) sobre a remuneração daquele funcionário.
Se forem necessários 20 anos para o empregado requerer a aposentadoria, a alíquota adicional será de 9%. No caso de 25 anos, o acréscimo será de 6%.
O advogado Alessandro Mendes Cardoso, do escritório Rolim, Viotti & Leite Campos, diz que as empresas não estavam preparadas para a ofensiva da Receita. Um único cliente, destaca, recebeu uma cobrança de R$ 6,5 milhões - referente aos anos de 2015 e 2016. “O fiscal provavelmente vai ainda fiscalizar de 2016 para frente. Esse é só o começo”, avalia.
O especialista diz que as empresas não estavam preparadas porque pela Lei nº 8.213, de 1991, que regulamenta a aposentadoria especial, se o empregador conseguir reduzir o “agente agressivo” aos limites adequados para a segurança do seu funcionário, a aposentadoria especial não será necessária e a empresa não precisará arcar com a alíquota adicional do RAT.
Esse “agente agressivo” que consta na lei é o que torna o ambiente de trabalho arriscado à saúde. São elementos químicos, físicos ou biológicos aos quais o trabalhador fica exposto durante o expediente. “Mas podem ser reduzidos por meio de EPI [equipamento de proteção individual]. O empregado passa a, comprovadamente, trabalhar dentro do limite permitido”, afirma.
A Receita Federal entende que como a alíquota adicional serve de custeio para a aposentadoria especial, a cobrança às empresas tem de ser automática - mesmo os ministros do STF não tratando do tema no julgamento.
O Fisco começou a dar indícios de que usaria a tese para fazer as cobranças em maio do ano passado, ao divulgar o seu Plano Anual de Fiscalização. Esse tema consta no documento. Segundo o órgão, havia, na época, indícios de irregularidades em mais de 370 empresas e os valores estimados em arrecadação se aproximavam de R$ 1 bilhão.
Meses depois, em setembro, a Receita publicou norma sobre o tema. Trata-se do Ato Declaratório Interpretativo nº 2. Nesse texto consta, de forma expressa, que a empresa terá de recolher a alíquota adicional de RAT mesmo adotando medidas de proteção coletiva ou individual para neutralizar ou reduzir o grau de exposição do trabalhador a níveis legais de tolerância nos casos em que não puder ser afastada a concessão da aposentadoria especial.
O Fisco deixa claro ainda, no texto, que atos normativos emitidos anteriormente e com conclusão diversa ficariam revogados. O Ato Declaratório Interpretativo nº 2 passou, então, a orientar os fiscais da Receita Federal sobre como agir nas fiscalizações.
“Essa questão estava adormecida e, com a fiscalização de 2019, superaqueceu”, diz o advogado Pedro Ackel, do escritório WFaria. O especialista afirma que as empresas achavam estar protegidas com o atestado do engenheiro e com o uso do EPI. “Estão surpresas e não têm sequer a provisão desses valores.”
Não há notícias ainda de decisões judiciais sobre essas autuações. O advogado Alessandro Mendes Cardoso, do escritório Rolim, Viotti & Leite Campos, chama a atenção, porém, que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) tem adotado o mesmo entendimento do Fisco para processos anteriores, em que Receita e contribuinte discutiam sobre a eficácia do EPI.
“O Carf tem tratado a discussão probatória como irrelevante porque o Supremo já decidiu que para a exposição ao ruído não interessa se há ou não o EPI”, diz. “Só que há dois problemas aí. Um deles é que o STF não tratou sobre a alíquota adicional do RAT na sua decisão e o segundo é que mesmo se tivesse tratado, o entendimento não poderia ser aplicado para fatos anteriores.”
Em uma das decisões citadas por Cardoso (processo nº 12045.000552/2007¬65), os conselheiros da 2ª Turma da 2ª Câmara da 2ª Seção validaram autuação referente ao período de recolhimento da contribuição entre os anos de 1999 e 2004.
Para o advogado, a cobrança adicional do RAT, nesses moldes, não poderia ser exigida porque não consta em lei. Na pior das hipóteses, afirma, a Receita Federal só poderia autuar depois da data de publicação do Ato Declaratório Interpretativo nº 2.
“Foi quando os empregadores souberam que poderiam ser cobrados”, afirma. “Quase todas as grandes indústrias têm ruído acima do limite. O que faz o trabalhador não estar exposto é o EPI”, acrescenta, destacando o alcance das autuações.
A Receita Federal foi procurada pelo Valor, mas não deu retorno até o fechamento da edição.
Os dados da Sondagem Industrial mostram uma contínua melhora das condições financeiras da indústria e uma preocupação cada vez menor com a falta de demanda, problema que afetou enormemente a produção industrial no passado recente.
Melhora da atividade econômica eleva otimismo dos empresários, que apostam no aumento da demanda, das exportações, das compras de matérias-primas e do emprego nos próximos 6 meses
A consolidação da recuperação da atividade e as expectativas otimistas dos empresários aumentaram a disposição da indústria para investir nos próximos seis meses. O índice de intenção de investimento subiu 1,1 ponto na comparação com dezembro e atingiu 59,2 pontos em janeiro.
Foi o quarto aumento consecutivo do indicador, que alcançou o maior nível desde fevereiro de 2014, informa a Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira (27), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto maior o índice, maior é a disposição para os investimentos.
"É fundamental que essa intenção se concretize e a indústria amplie os investimentos", diz o economista da CNI Marcelo Azevedo. “O aumento dos investimentos é importante para a criação de mais empregos e para acelerar o ritmo de crescimento da produção e da economia”, completa.
De acordo com a pesquisa, todos os indicadores de expectativas estão acima dos 50 pontos. Isso mostra que os empresários esperam o crescimento da demanda, das exportações, das compras de matérias-primas e do número de empregado nos próximos seis meses.
A Sondagem Industrial mostra ainda que o índice de evolução da produção caiu 7,1 pontos frente a novembro e ficou em 43,8 pontos no mês passado. O indicador de evolução do número de empregados recuou 1,3 ponto em relação ao mês anterior e alcançou 48,7 pontos em dezembro. Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando estão abaixo de 50 pontos, mostram queda na produção e no emprego.
Entretanto, as quedas registradas em dezembro frente a novembro foram inferiores as de anos anteriores. “Os dados refletem o comportamento esperado para o período, com queda da atividade industrial devido ao término das encomendas para atender às vendas de fim de ano”, afirma a pesquisa.
Além disso, a utilização da capacidade instalada ficou em 63% em dezembro e está 2 pontos percentuais acima do registrado em dezembro de 2018. O índice é o maior para o mês de dezembro desde 2010, quando começou a série. “A indústria encerra 2019 em nível de atividade relativamente mais intenso do que o observado no mês de dezembro de anos anteriores”, avalia a CNI.
Em dezembro, o nível de estoques em relação ao planejado diminuiu 1 ponto na comparação com novembro e ficou em 49 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto está abaixo de 50 pontos, mostra que os estoques estão abaixo do planejado, o que abre espaço para o aumento da produção.
CONDIÇÕES FINANCEIRAS – Os empresários também percebem a melhora das condições financeiras no quarto trimestre do ano. Pelo segundo trimestre consecutivo, os indicadores de satisfação com os lucros e com a situação financeira das empresas aumentaram. O índice de satisfação com a margem de lucro subiu para 45,8 pontos. Está 4,1 pontos acima da média e é o maior desde o primeiro trimestre de 2011.
O índice de satisfação com a situação financeira aumentou para 50 pontos e pela primeira vez, desde o quarto trimestre de 2012, está em cima da linha divisória de 50 pontos. “Ou seja, o empresário mostra satisfação com a situação financeira", observa a CNI. Os dois indicadores variam de zero a cem pontos e quando estão abaixo de 50 pontos mostram insatisfação dos empresários.
O índice de facilidade de acesso ao crédito aumentou 2,8 pontos no quarto trimestre em relação ao terceiro e ficou em 43,2 pontos. Foi o sexto aumento consecutivo do indicador, que está 3,5 pontos acima da média histórica. Embora esteja abaixo da linha divisória dos 50 pontos, mostra que as condições de acesso ao crédito estão melhorando.
OBSTÁCULOS AO CRESCIMENTO – De acordo com a pesquisa, os empresários também percebem a melhora da demanda. Embora se mantenha em segundo lugar no ranking de principais problemas enfrentados pela indústria no quarto trimestre de 2019, o número de menções à demanda interna insuficiente caiu 34,6% para 29,6%.
O primeiro lugar da lista continua sendo a elevada carga tributária, com 43,6% das menções. Empatados em terceiro lugar, ambas com 18,7% das respostas, aparecem a competição desleal e a falta ou o alto custo da matéria-prima. No quinto lugar, com 17,3% das respostas, ficou a falta de capital de giro.
Esta edição da Sondagem Industrial foi feita de 6 a 17 de janeiro com 1.965 indústrias de todo o país. Dessa, 744 são pequenas, 711 são médias e 510 são de grande porte.
SAIBA MAIS - Acesse a página de Estatísticas da CNI e veja os detalhes da Sondagem Industrial.
Na nona reportagem, a série especial do site Poder 360, com apoio da CNI, Caminhos da Indústria - desafios e oportunidade, mostra que o Brasil é o 66º país no ranking global de inovação. E que a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) apoia indústrias brasileiras
O Lab-Faber é um laboratório-fábrica que facilita o desenvolvimento e o teste de soluções digitais para demandas da indústria
A Norvinco é uma empresa alagoana de médio porte especializada na produção de embalagens feitas de papelão ondulado. Criada em 1993, começou há pouco mais de 3 anos a pesquisar opções de materiais sustentáveis para o transporte de itens sensíveis à variação de temperatura, como medicamentos e alimentos.
Após receber orientação do Núcleo de Inovação e Pesquisa (NIP) do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), a Norvinco conseguiu receber recursos da Desenvolve, agência de fomento do estado de Alagoas, para tocar o projeto. O resultado foi lançado comercialmente em 2017: a caixa ecotérmica é feita de papelão ondulado e lã de pet (polipropileno) e consegue manter a refrigeração entre 2 e 8 graus por até 48 horas.
“A caixa ecotérmica é uma alternativa mais sustentável do que o isopor, o nome comercial do poliestireno expandido, ou EPS, para o transporte de medicamentos, de alimentos e também de amostras laboratoriais. A caixa é produzida a partir de materiais 100% recicláveis e oferece vantagens logísticas, uma vez que seu tamanho pode ser personalizado e ela é desmontável”, explica Nicolas Hassenstein, diretor comercial da Norvinco.
Funcionárias da empresa alagoana Norvinco montam caixa ecotérmica, utilizada para transportar itens termossensíveis
O isopor também é reciclável, mas as características do material – baixa densidade, uma vez que é composto por 98% de ar e 2% de plástico, e grande volume – fazem com que a viabilidade econômica da reciclagem seja mínima. Uma vez que é descartado na natureza, o tempo necessário para que o isopor se decomponha integralmente é incerto.
Hassenstein afirma que a inovação focada no desenvolvimento de produtos com baixo impacto ambiental é uma das prioridades da Norvinco. Pesquisa divulgada no ano passado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a busca por novos produtos ou novas formas de desenvolver um produto faz parte do planejamento estratégico das empresas para assegurar a sustentabilidade de seus negócios no curto e no longo prazo.
O levantamento ouviu presidentes e vice-presidentes de 100 indústrias – 40 de grande porte e 60 de médio e pequeno porte– e mostrou um panorama preocupante: 39% acham que o grau de inovação da indústria do país é baixo, valor que representa um avanço na comparação com os resultados obtidos na primeira edição da pesquisa – realizada em 2015, quando 54% dos entrevistados apontaram que o grau de inovação do setor industrial do país era baixo.
Cerca de 1/3 dos empresários ouvidos (32%) acreditam que o grau de inovação da indústria brasileira será alto ou muito alto nos próximos 5 anos. A fonte do financiamento para que isso ocorra é incerta. Por um lado, 55% dos participantes da pesquisa afirmaram que utilizam recursos próprios para financiar projetos inovadores. Por outro, as linhas governamentais de fomento à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação (PD&I) têm sido reduzidas de forma contínua.
O orçamento original do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para 2019 era de R$5,1 bilhões, mas cortes de gastos fizeram com que 37% desse valor fosse contingenciado. Já o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) investiu cerca de R$1 bilhão em projetos de PD&I entre 2016 e 2018 – valor muito inferior aos R$4 bilhões que arrecadou por ano no período.
Diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio, afirma que países reconhecidos internacionalmente como inovadores investem em políticas públicas de longo prazo, criando uma forte articulação entre o setor empresarial, o governo e a academia. O resultado da adoção dessas políticas é que a inovação acaba por se tornar um dos vetores de desenvolvimento da economia desses países.
“A empresa não inova se ela não estiver inserida em um ecossistema que fomente à inovação. Não existe no mundo exemplo de país que tenha se tornado inovador só com recursos do setor empresarial. Tem que haver um esforço coletivo, envolvendo o governo, a academia, a sociedade como um todo. O próprio conceito de inovação diz que ela tem que estar inserida no mercado”, explica Gianna.
O desempenho do Brasil no Índice Global de Inovação, divulgado anualmente pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, tem refletido a falta de políticas consistentes de fomento à PD&I. Em 2019, o país ficou na 66ª posição do ranking que avalia 129 países. Em 2011, o Brasil ocupava o 47º lugar.
“Estamos retrocedendo. Caímos 19 posições nos últimos 9 anos. Temos que, de fato, ter uma vontade política muito grande para construir uma estratégia de inovação para o país, visualizar quais os resultados a gente quer alcançar e priorizar algumas áreas, porque não dá para fazer tudo de uma vez. Os países reconhecidos como inovadores têm escolhido áreas em que vão fazer investimentos de forma mais intensiva, e essa escolha é feita de maneira conjunta com a sociedade”, afirma a diretora da CNI.
CRIANDO UM ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO
Em outubro de 2009, a BBC inglesa publicou reportagem indicando que Florianópolis poderia se tornar o “Vale do Silício da América do Sul”. Onze anos depois, não há dúvidas de que a capital de Santa Catarina se tornou um dos polos de inovação e tecnologia do país.
Mas como isso ocorreu? Por estar instalada numa ilha, Florianópolis sempre teve restrições à atividade industrial e, na avaliação do superintendente geral do Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (Fundação Certi), José Eduardo Fiates, essas limitações acabaram resultando na criação de um ecossistema de inovação. “Pelo fato de não termos uma estrutura de indústrias forte, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) nasceu em 1960 com o objetivo de criar uma escola de engenharia na região”.
A falta de um setor industrial forte fez com que a universidade buscasse parcerias em outros estados e também fora do país. Da mesma forma, os professores tinham que dialogar constantemente com empresas para que seus alunos tivessem opções de estágio. Os primeiros reflexos dessas trocas apareceram já na década de 1970, quando começaram a surgir as primeiras startups no Estado. Em 1986, foram criados uma incubadora de empresas e também um condomínio empresarial.
“Nós saímos de cerca de dez empresas que faturavam perto de US$1 milhão em meados da década de 1980 para mais de mil empresas que faturam mais de US$1 bilhão atualmente. A cidade tem se destacado com uma das maiores taxas de crescimento de startups e de faturamento também”, ressalta Fiates.
As primeiras empresas de tecnologia nasceram nas proximidades da UFSC, mas uma política formal do governo do estado fez com que elas começassem a se distribuir em áreas menos povoadas de Florianópolis. Fiates explica que foi implantado um parque tecnológico no início da SC-401, rodovia que segue do centro da ilha para a região norte: “A área acabou se tornando um eixo de desenvolvimento da cidade. Hoje, cerca de 80% das startups e das empresas de tecnologia consolidadas estão localizadas entre o início, o meio e o final da rodovia”.
Esse eixo de inovação que foi o local escolhido para sediar o Lab-Faber, um laboratório-fábrica que facilita o desenvolvimento e o teste de soluções digitais criadas para atender demandas específicas da indústria. O laboratório é resultado de parceria entre a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) e a Fundação Certi.
MOBILIZAÇÃO PELA INOVAÇÃO
Até pouco tempo atrás, a inovação não era pauta prioritária para muitas empresas do país. Isso começou a mudar em meados de 2008, quando foi criada a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Inicialmente um pequeno grupo de empresários, a MEI reúne hoje representantes de mais de 200 empresas nacionais e de multinacionais que atuam no Brasil. O grupo é coordenado pela CNI e busca estimular a competitividade da indústria brasileira por meio de incentivos à inovação.
Reunião do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) em 2016 na sede da CNI
“A MEI nasceu para colocar a inovação como parte da estratégia central das empresas e também porque percebemos que precisávamos de uma ação coordenada junto ao governo no sentido de melhorar os instrumentos que incentivam a inovação, como a educação, as linhas de financiamento, as leis que tratam de propriedade intelectual e do comércio exterior”, afirma o líder da MEI, Pedro Wongtschowski, que também é presidente do conselho de administração da Ultrapar.
A MEI realiza programas de imersões para que empresários possam conhecer ecossistemas inovadores no Brasil e em outros países, oferece linhas de financiamento para que empresas possam custear projetos específicos de inovação, mapeou os impactos que oito tecnologias disruptivas terão em dez segmentos industriais relevantes e disponibiliza ferramentas para que as empresas entendam como podem estimular a inovação em suas equipes. O grupo também mantém diálogo constante com o governo e acredita que o país avançou em alguns pontos, como a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e o aperfeiçoamento do sistema de registro de propriedades intelectuais.
Mas Wongtschowski avalia que a rentabilidade do setor industrial brasileiro continua baixa por problemas estruturais e devido a um círculo vicioso que impede a criação de ambientes favoráveis à inovação. “A baixa produtividade oriunda da baixa atividade inovadora reduz a rentabilidade das empresas, e isso reduz o total de recursos disponíveis para a inovação. Também não ajuda o fato de que não avançamos nada em termos de reforma tributária e que todas as linhas de subsídios para pesquisa e desenvolvimento tenham sido reduzidas. Não há uma mudança institucional regular, e a própria Embrapii batalha para conseguir recursos. Ainda temos muitos motivos para continuar mobilizados na MEI”.
A série Caminhos da Indústria – desafios e oportunidades é produzida pelo Poder360, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
As pequenas empresas alcançaram um resultado 22% superior ao registrado em 2018. A categoria terminou o ano com um saldo de 731 mil postos de trabalho, segundo o Caged
Os pequenos negócios no Brasil mantiveram, em 2019, um desempenho na geração de vagas de trabalho formal superior ao registrado pelas médias e grandes empresas, resultando no melhor saldo de empregos formais para esse segmento dos últimos cinco anos.
Segundo análise do Sebrae feita a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, os pequenos negócios terminaram o ano com um saldo de 731 mil postos de trabalho, número 22% acima do registrado em 2018. Já as médias e grandes empresas encerram o ano com um saldo negativo de 88 mil vagas, quase o dobro do registrado em 2018.
Em todos os setores da atividade econômica, em 2019, os pequenos negócios registraram saldos positivos de emprego, com destaque para o setor de Serviços, que gerou um saldo de quase 400 mil postos de trabalho, mais da metade dos empregos criados por esse nicho de empresas em 2019. Já as médias e grandes empresas registraram saldo positivo de emprego em apenas um único setor: a Extrativa Mineral (+3.480).
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, esse resultado confirma a força e a importância estratégica dos pequenos negócios para a economia do país. “O saldo de empregos gerados pelos Pequenos Negócios sinaliza uma continuidade da retomada da economia do país e mostra que por mais um ano, foram as pequenas empresas que sustentaram a geração de novos postos de trabalho com carteira assinada”, destaca Melles.
DEZEMBRO
No último mês de 2019, como ocorre em todos os meses de dezembro, devido principalmente aos desligamentos dos trabalhadores temporários, as empresas brasileiras registraram saldos negativos de emprego, ou seja, mais demitiram do que contrataram.
As Médias e Grandes Empresas (MGE) fecharam 155,8 mil postos de trabalho, enquanto as Micro e Pequenas Empresas extinguiram 136,1 mil vagas. No total, considerando também a Administração Pública, foram extintos 307,3 mil postos de trabalho no mês de dezembro. Isso não impediu que os pequenos negócios fechassem o ano com o saldo positivo.
Os Pequenos Negócios registraram, em dezembro de 2019, saldos positivos de empregos no Comércio (14.726 empregos) e no setor de Serviços Industriais de Utilidade Pública (376 vagas), que engloba o saneamento básico, energia elétrica etc. As MGE também registraram saldo positivo no Comércio, de 4.396 empregos.
PRINCIPAIS NÚMEROS
Saldo de empregos 2019
• 731.384 Micro e Pequenas
• (-) 88.127 Médias e Grandes
Saldo de empregos em 2018
• 598.845 micro e pequenas
• (-) 48.013 Médias e Grandes
Foi a mesma performance verificada em 2018, segundo os dados da Eletros. Foram produzidas 104,8 milhões de unidades no ano passado - os números apontam para uma provável retomada do consumo
A produção de eletroeletrônicos registou alta de 5% em 2019, repetindo a mesma performance verificada em 2018, indicam os dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). Foram produzidas 104,8 milhões de unidades no ano passado.
Os números apontam para uma provável retomada do consumo em 2019, ainda que abaixo das expectativas do setor no início do ano. A Eletros, que representa as 33 maiores empresas do setor, previa evolução entre 5% e 10% no período. “Projetávamos uma evolução com uma margem de crescimento mais robusta, entretanto, os números indicam que atingimos o piso de nossa previsão, o que nos releva uma recuperação do consumo mais lenta do que seria a ideal”, afirma o presidente da entidade José Jorge do Nascimento.
LINHA BRANCA
O setor de linha branca, que representa principalmente a produção de máquinas de lavar, refrigeradores e fogões, apresentou crescimento de 7,8% em 2019 em relação a 2018. No ano anterior o crescimento havia sido de apenas 1%. Os números absolutos indicam a produção de 15,8 milhões de unidades destes produtos em 2019, contra 14,6 milhões em 2018.
“Ao analisarmos isoladamente os dados de linha branca verificamos uma evolução importante. Este viés positivo, porém, deve ser interpretado com moderação, tendo em vista que este segmento sentiu os efeitos da crise dos últimos anos marcado por desempenhos que variaram entre estagnação e encolhimento da produção”, analisa Nascimento.
LINHA MARROM
Na linha marrom, que concentra equipamentos de áudio e vídeo tendo os televisores como principal produto da categoria, os indicadores demonstram evolução de 3%. Foram produzidas 12,4 milhões de televisores em 2019 contra 12 milhões em 2018.
“Se considerarmos que em 2018 tivemos um ano de Copa do Mundo, período em que tradicionalmente as vendas de televisores disparam e crescem acima da média histórica, em 2019 registramos uma evolução moderadamente positiva”, explica o executivo.
LINHA ELETROPORTÁTEIS
Com uma grande variedade de produtos, incluindo secadores de cabelo, sanduicheiras, ventiladores, entre outros, a linha de eletroportáteis apresentou crescimento de 17,8% em 2019. Foram produzidos 76,6 milhões de unidades de produtos em comparação aos 65 milhões produzidos em 2018, sendo que 25% destes produtos são ventiladores. No comparativo entre 2018 e 2017, a evolução foi de 14%.
“Estamos falando de uma categoria de produtos que são mais acessíveis e estão presente na vida dos brasileiros de todos os níveis de renda. Os indicadores neste segmento também nos mostram uma evolução moderada, mas consistente”, ressalta Nascimento.
EXPECTATIVAS 2020
A Eletros repete para 2020 a mesma projeção de crescimento verificada no início de 2019, com crescimento que pode variar entre 5% e 10% na produção do setor. “No ano passado reconhecemos uma série de medidas positivas na condução da economia, além da aprovação da Reforma da Previdência.
Para 2020, o setor espera maior consistência na melhora dos indicadores macroeconômicos, refletindo em uma retomada mais forte do consumo. Se este cenário se confirmar devemos assistir uma sensível melhora na oferta de empregos, impactando positivamente na melhora da renda da população”, conclui o presidente da Eletros.
Entre as pautas prioritárias na agenda do setor eletroeletrônico em 2020 figuram 2 temas principais: Reforma Tributária e a Abertura Comercial.
“O setor tem se mantido permanentemente aberto ao diálogo com o governo e disposto a ajudar na formulação de propostas que contribuam para melhora no ambiente de negócios. A indústria está pronta para contribuir com o desenvolvimento do país por meio de investimentos, desenvolvimento tecnológico e geração de emprego”, diz Nascimento.
Produtos são usados para automação de máquinas em fábricas e na geração de energia elétrica.
A competição de segurança Pwn2Own, que distribui prêmios em dinheiro a especialistas que demonstram falhas de segurança inéditas, realizou em Miami uma edição do evento focada em sistemas de controle industrial.
Organizado pela Zero Day Initiative da Trend Micro, o evento pagou US$ 280 mil (cerca de R$ 750 mil) a quatro equipes de especialistas que conseguiram explorar vulnerabilidades nesse tipo de software.
Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados (chamados de SCADA, na sigla em inglês) são usados para monitorar e controlar a automatização de máquinas em linhas de produção e em serviços como energia elétrica e tratamento de água.
Vulnerabilidades e erros nesses sistemas têm potencial para causar danos físicos aos equipamentos e até colocar a vida de pessoas em risco.
Embora esse tipo de equipamento normalmente não precise de acesso à internet — o que reduz a exposição e a viabilidade de ataques no mundo real —, deslizes na administração das redes ou na segurança física das empresas podem acabar criando pontes de acesso indesejadas.
Nos três dias de competição, os participantes conseguiram realizar 23 ataques (em 25 tentativas) contra produtos de empresas como Triangle Microworks, Rockwell Automation, Inductive Automation, OPC Foundation e Schneider Electric.
Diversas falhas demonstradas permitiriam que um hacker obtivesse totalmente o controle dos sistemas atacados. Em muitas das demonstrações, o sistema de controle continuou funcionando como se nada tivesse acontecido — evitando alertas que denunciariam a presença do invasor.
A Pwn2Own permite que especialistas concorram em times ou individualmente. Nesta edição em Miami, quatro equipes e quatro indivíduos disputaram o título de "Master of Pwn", concedido ao grupo ou indivíduo que apresentar mais falhas graves e inéditas.
A vitória ficou com o Incite Team, formado por Steven Seeley e Chris Anastasio. Eles demonstraram seis ataques e faturaram US$ 80 mil.
Outras duas equipes, "Flashack Team" e Instituto Horst-Görtz, levaram US$ 75 mil cada. O quarto grupo, da empresa de segurança Claroty, ficou com US$ 50 mil.
Os quatro especialistas que participaram individualmente — Ben McBride, Fabius Artrel, Michael Stepankin e Lucas Georges — não receberam nenhum prêmio em dinheiro. Eles conseguiram demonstrar ataques e pontuaram na competição, mas as falhas usadas não eram inéditas.
Todas as vulnerabilidades usadas na Pwn2Own precisam ser inéditas e mantidas em sigilo. As informações são repassadas apenas aos fabricantes dos produtos.
Dessa forma, os problemas podem ser corrigidos antes que hackers os utilizem em ataques reais.
Houve melhora na percepção dos empresários tanto e relação à situação atual quanto em relação às expectativas.
A confiança da construção registrou alta em janeiro, subindo de 89,9 para 91,9 pontos, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com a alta, o indicador atingiu seu maior nível desde maio de 2014, quando ficou em 94,6 pontos.
“O primeiro mês do ano sinaliza o que deve ser a dinâmica dominante ao longo de 2020: o aumento do protagonismo do segmento de edificações, resultante da melhora do mercado imobiliário residencial no ano passado”, apontou em nota a Coordenadora de Projetos da Construção da FGV, Ana Maria Castelo.
Na passagem de dezembro para janeiro, houve melhora na percepção dos empresários tanto em relação à situação atual quanto em relação às expectativas. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou pela oitava vez, indo de 82,6 pontos para 84,3 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) alcançou 104,2 pontos, o maior valor desde setembro de 2012 (104,5 pontos).
Apesar da recuperação do setor, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) cedeu 1,0 ponto percentual, para 70,9%, observou a entidade.
Informação é da assessora especial Vanessa Canado, do Ministério da Economia, que trabalha na reforma tributária. Compensação para população de baixa renda seria por meio de programas sociais.
O governo pretende acabar com parte das isenções de impostos federais sobre os produtos da cesta básica. Em troca devem ser feitos dois tipos de compensação: dar dinheiro às famílias de baixa renda, via programas sociais, e conceder créditos aos demais consumidores, por meio de uma nota fiscal eletrônica federal.
A informação foi dada em entrevista à GloboNews pela assessora especial do Ministério da Economia, Vanessa Canado.
A advogada integrava o Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e desde maio de 2019 ajuda o governo em uma proposta de mudança no regime de impostos. Ela está responsável, juntamente com o atual secretário da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, por fechar as propostas que serão enviadas em etapas ao Legislativo.
Reforma tributária: entenda as três etapas da proposta que o governo pretende enviar
A primeira parte deve chegar ao Congresso na próxima semana, quando também está prevista a instalação da Comissão Mista da Reforma Tributária. O colegiado tem o objetivo de construir um texto único a partir dos projetos em discussão na Câmara dos Deputados e no Senado.
Vanessa Canado afirma que o governo enviará Projetos de Lei que tramitarão paralelamente aos trabalhos da comissão, mas que estão em consonância ao conteúdo dos textos em tramitação.
Segundo a assessora, uma das propostas é acabar, em um primeiro momento, com as isenções do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), dois tributos federais, sobre a cesta básica.
Nos cálculos da equipe econômica, o governo deixa de arrecadar cerca de R$ 18 bilhões por ano com esse benefício fiscal, sendo que 60% disso beneficiaria a população de alta renda.
Canado afirma que, mais do que aumentar as receitas da União, o fim das isenções seria uma forma de justiça fiscal, com o direcionamento de benefícios para as rendas mais baixas.
"A desoneração da cesta básica é uma das maiores, se não a maior, desoneração fiscal, no caso do PIS/Cofins. Quando ela olha para os produtos a serem desonerados, acaba beneficiando pessoas de alta renda que compram, inclusive, muito mais esses produtos de melhor qualidade e maior preço do que as pessoas de baixa renda", afirma Vanessa.
Entre os itens que são isentos de impostos na cesta básica, estão salmão, filé mignon e diversos tipos de queijo, do gorgonzola ao chantilly.
A ideia seria redirecionar R$ 4 bilhões, desses R$ 18 bilhões, para os beneficiários do Bolsa Família – programa que tem 13,8 milhões de famílias inscritas. Os cálculos mostram que seria possível adicionar cerca de R$ 25 por família, apenas como compensação da reoneração da cesta básica.
Para a população de outras faixas de renda, que mora em regiões com comércios formalizados, seria feita uma devolução via nota fiscal eletrônica, como acontece atualmente em alguns Estados e municípios.
A revisão dos benefícios fiscais da cesta básica acontecerá dentro da discussão de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) federal, que unificará a cobrança do PIS e da Cofins. Ao unificar apenas esses dois impostos, numa primeira fase da reforma tributária, o governo ganha tempo e pode fazer uma transição mais rápida, antecipando os impactos da mudança na economia, diz a assessora.
Uma segunda etapa incluiria a substituição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por um tributo seletivo, chamado pelo ministro Paulo Guedes de "imposto do pecado", que pode ser enviada ao Congresso ainda em março.
A revisão do Imposto de Renda e a desoneração da folha de pagamentos seriam a terceira etapa.
Confira abaixo os principais pontos da entrevista:
GloboNews - Quando o governo enviará ao Congresso a primeira parte da reforma tributária? Quais medidas essa primeira etapa vai incluir?
Vanessa Canado - No início dos debates, agora na comissão mista, na primeira semana de fevereiro, a ideia é alinhar as propostas da reforma dos impostos que incidem sobre o consumo, que já estão na Câmara e no Senado, com a proposta do governo que é o IVA [mposto sobre o Valor Agregado] federal.
Esse IVA seria a junção do PIS e da Cofins. Então vamos conversar pra alinhar os temas mais sensíveis, tornar todas as propostas compatíveis, também do ponto de vista legal.
Essa primeira etapa será via projeto de lei?
Sim. O governo vai enviar um projeto que lei, que é um mecanismo mais adequado, pra tramitar paralelamente às PECs [que estão na Câmara e no Senado], já introduzindo a ideia de um IVA federal. Isso tudo será alinhado nessa discussão na comissão mista na primeira semana de fevereiro.
A criação do IVA federal, unindo apenas dois tributos, o PIS e a Cofins, teria uma transição menor do que o IBS, o Imposto sobre Bens e Serviços, que tem o objetivo de unificar cinco impostos?
Os IVAs nacionais [que incluem tributos estaduais e municipais] envolvem tributos como IPI e ICMS, que têm incentivos fiscais de muito longo prazo. Então a transição deles tende a ser maior. No caso do PIS e da Cofins, nós não estamos falando de incentivos de longo prazo, como para a zona franca de Manaus.
É uma proposta que precisa apenas atender a um prazo mínimo pra adequação de sistemas. E o próprio prazo de anterioridade de 90 dias, que a Constituição exige, mas é realmente uma transição muito mais voltada pra adequação ao novo tributo do que pra preservar incentivos fiscais por algum prazo e investimentos que foram feitos com base neles.
A alíquota do IVA federal será maior do que as alíquotas praticadas atualmente no Pis/Cofins?
A gente tem hoje basicamente duas alíquotas quase que simbólicas no PIS/Cofins que estão na lei. Uma de 3,65% só que incidindo em todas as etapas de produção e circulação, o que resulta numa alíquota muito maor, e uma outra de 9,25% que tem alguma mitigação dessa cumulatividade, mas não completa.
Essas duas alíquotas vão ser substituídas por uma alíquota entre 11% e 12%. E ela, efetivamente, será de 11% a 12%, na prática, porque ela captura uma base de cálculo muito mais adequada e menor do que é capturada hoje.
Então, o cálculo desse tributo não incide sobre outros tributos nem sobre ele mesmo e tudo aquilo que já foi tributado vai gerar crédito para aquele que tá usando, aquele bem ou serviço na sua atividade empresarial.
Esse IVA federal já ataca questões como gastos tributários e outros benefícios?
A ideia é que cada reforma, de cada tributo, reveja todo o desenho da tributação, inclusive a questão dos gastos tributários. Isso foi feito na reforma do PIS/Cofins (para a criação do IVA federal): todos os incentivos fiscais foram revistos pra serem eliminados e isso ajudou muito na calibragem da alíquota.
Alguns regimes específicos, porém, precisaram ser mantidos, muito por conta de compatibilização operacional. Então, hoje a gente tem a zona franca de Manaus funcionando como uma zona de não tributação.
Então você precisa manter algum regime especial de operacionalização no PIS/Cofins. O mesmo acontece com as cooperativas, o Simples e o Agronegócio. São regimes constitucionalmente diferenciados e nos quais não é possível mexer com lei ordinária.
Mas, de qualquer modo, eles não são gastos tributários relevantes no PIS/Cofins. Grande parte dos gastos tributários desses incentivos estão muito mais concentrados no IPI, especialmente no caso da Zona Franca.
Como ficam as isenções fiscais da cesta básica?
A desoneração da cesta básica é uma das maiores, se não a maior desoneração fiscal no caso do PIS/Cofins. Ela é uma desoneração muito alta, porque quando ela olha para os produtos a serem desonerados, ela acaba beneficiando pessoas de alta renda que compram, inclusive, muito mais esses produtos de melhor qualidade e maior preço do que as pessoas de baixa renda.
Então, a revisão da cesta básica tem muito mais relação com não desperdiçar recursos públicos do que obviamente com prejudicar as pessoas de baixa renda.
Agora, para não prejudicar as pessoas de baixa renda que vão comprar esses produtos que serão reonerados, vai haver a devolução desse imposto, que, obviamente, para as pessoas de mais baixa renda, que moram em lugares distantes sem acesso ao CPF, será devolvido um valor fixo, estimado, como se fosse um programa de transferência de renda tipo o Bolsa Família.
Já para as pessoas com renda mais alta, que moram em regiões com comércio mais formalizado, pode ser realizada uma devolução via nota fiscal eletrônica, como já é feito em vários estados e municípios hoje.
E as próximas fases da reforma tributária? Vão atingir o IPI e o Imposto de Renda?
Numa segunda etapa da primeira fase vão ser endereçadas as questões relativas ao IPI e ao imposto seletivo. Isso ainda não segue como projeto de lei, nem como proposta legal, porque isso precisa ser conversado com a Câmara e o Senado.
Nas PECs que já estão tramitando têm desenhos de impostos seletivos. Então é preciso que o governo converse para entender como é que se compatibiliza as três intenções, para que aí sim se veja a necessidade de alterar alguma coisa nas PECs que existem, ou se o governo eventualmente precisa enviar uma outra PEC.
Nessa comissão mista já vai ser discutida a questão do imposto seletivo (que substituiria o IPI). Aí sim, na etapa seguinte, vem a questão da reforma da tributação da renda, para tornar essa tributação mais justa e o Brasil um país mais competitivo do ponto de vista da renda corporativa.
Na tributação da folha, vamos traçar um plano de longo prazo que racionalize e simplifique essa tributação e busque reduzi-la, conforme o crescimento econômico.
Como seria esse imposto seletivo, também chamado de "imposto do pecado"?
Nos últimos anos, outros produtos além do cigarro e das bebidas alcoólicas entraram na discussão do imposto seletivo. Bebidas açucaradas, comidas muito processadas e gordurosas. Por quê? Porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado para os malefícios do consumo excessivo de açúcar e gordura.
Então, de fato, a discussão de tributação sobre alguns bens hoje é muito mais ampla do que simplesmente cigarro e bebida. Nós, na equipe econômica, estamos com toda essa literatura internacional para entender o que funcionou, o que não funcionou, em quais países foi implementado, com que desenho e, lógico, também estimativas de arrecadação na transformação desse IPI em um tributo seletivo.
Dentro da reformulação do Imposto de Renda, há a previsão de cobrança de tributos na distribuição de lucros e dividendos?
Na reforma da tributação da renda, esse alinhamento do Brasil ao padrão internacional, em termos de competitividade, envolve não só a redução da alíquota corporativa, mas também a tributação do dividendo.
Os demais países estão reduzindo a tributação antecipada do lucro, concentrado na pessoa jurídica, e tributando quando ele é distribuído para os sócios. Além de mais alinhado ao padrão internacional, isso foi importante do ponto de vista distributivo, porque quando eu olho o dividendo distribuído para cada pessoa, eu sei quanto cada pessoa ficou mais rica ou não.
Se eu tributo ele antes de ser distribuído, eu não tenho a menor ideia quantas pessoas ficaram mais ou menos ricas com essa distribuição. Então eu estou tributando pessoas que ganham valores muito diferentes de uma maneira muito igual. A tributação do dividendo também tem essa agenda mais distributiva, de igualdade, além da questão de competitividade internacional.
Segundo Campos Neto, valor recuou 0,2% em dezembro do ano passado em relação ao mesmo mês do ano anterior
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (28) que a inadimplência não preocupa o governo neste momento e que a liberação de recursos do FGTS contribuiu para que o indicador de endividamento terminasse o ano em queda.
De acordo com os dados apresentados por Campos Neto durante palestra na Latin America Investment Conference 2020, evento promovido pelo banco Credit Suisse, a inadimplência recuou 0,2% em dezembro do ano passado em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Segundo Campos Neto, embora o efeito do FGTS, que ajudou alguns consumidores a quitarem suas dívidas, possa estar “poluindo” um pouco os dados, no sentido de melhorá-los, a inadimplência não é vista neste momento como uma preocupação pelo BC.
O presidente do BC falou também sobre o futuro do sistema financeiro e disse haver espaço para que grandes bancos e fintechs possam se complementar a oferta de serviços a um público cada vez maior.
“Como é que eu vejo o sistema lá na frente? Eu vejo uma coisa instantânea, interoperável e aberta. Significa maior bancarização, menor custo de intermediação financeira, maior especialização. Os bancos provavelmente no futuro não vão fazer de tudo, vai ter alguma coisa que vai ter alguma fintech que vai ocupar aquele espaço”, afirmou.
“A minha visão é que a bancarização ainda vai crescer muito, dá para aumentar muito a função de intermediação financeira e, no final, a gente vai ter uma torta muito maior. Talvez os bancos grandes tenham um pedaço menor, mas de uma torta muito maior.”
Disse ainda que o open banking será importante para retirar uma importante barreira de entrada nesse mercado, que é a falta de informação sobre os clientes por parte dos novos entrantes.
Segundo o presidente do BC, ter um monte de agências deixou de ter valor, porque o mundo virou digital, e nenhum banco consegue hoje sobreviver mais sendo plataforma fechada. Mas a questão da barreira de informações persiste.
“O banco tem muita informação sobre todos os clientes. Essa é uma barreira de entrada. A gente vê que as plataformas financeiras preferem atuar em modalidades de crédito onde o problema de informação assimétrica é menor, ou seja, onde existe mais garantia. Não é à toa que as plataformas de crédito estão bastante grandes no tema do home equity, no financiamento com colateral, tem gente até fazendo empréstimo com garantia de automóvel. Por isso o open banking é importante”, disse Campos Neto.
O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, afirmou nesta terça-feira (28) que a discussão sobre o papel do governo está ideologicamente exacerbada e que o setor empresarial precisa do Estado para que o funcionário trabalhe bem.
"Não acredito muito que nós não vamos ter que ter Estado, eu ao menos preciso dele para que meus funcionários trabalhem com segurança, para que eu tenha mão de obra qualificada para contratar e para não gastar tanto dinheiro com saúde privada", afirmou em evento do banco Credit Suisse em São Paulo.
Trajano participou de discussão sobre o futuro do Brasil ao lado de André Street, cofundador da Stone, de Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin Medicina, e de José Olympio Pereira, presidente do Credit Suisse no Brasil.
Com modelo de negócios inspirado em gigantes do ecommerce como o Alibaba, Trajano destacou que a China foi o país que mais gerou e distribuiu riqueza no mundo nos últimos 30 anos. Ponderou que se trata de um país comunista, mas chamou atenção para a abertura econômica e para a redução gradativa do Estado.
"Nao quero na minha rede ter que ser um super especialista em segurança e fazer papel de polícia dentro dos meus CDs [centros de distribuição], quero que Estado faça isso bem feito. Não quero ter que corrigir o sistema criando uma universidade corporativa porque não é a melhor locaçao do capital do meu acionista. O Estado tem que fazer isso bem feito", afirmou.
Questionados por José Olympio Pereira sobre se a mentalidade da sociedade brasileira em relação à ideia de "Estado grande e esquerdista" está mudando, André Street, da Stone, disse que ainda levará tempo para mudar a "cultura estabelecida de vitimismo, de pobre coitado e de burocracia e não meritocracia".
Ele elogiou a abertura em seu setor e as políticas do Banco Central para adequar novos concorrentes no sistema bancário.
"Uma coisa da cultura nova economia que o governo deveria pegar é o foco no cliente. Toda empresa quando fica grande, a burocracia entra e quando você vê está discutindo estrutura organizacional, um monte de 'burocra' que não muda o jogo", disse.
Outro ponto discutido foi o efeito da reforma trabalhista nos negócios. Segundo Trajano, cuja companhia emprega 30 mil funcionários, as reclamações trabalhistas caíram 70% nos últimos cinco anos, parte considerável graças à reforma.
"Estou há 20 anos no varejo e nunca vi esse quadro dessa magnitude. Tivemos dezenas de casos que conseguimos recuperar os custos advocatícios que tivemos no processo", disse.
Lídia Abdalla, do Sabin Medicina, destacou que a reforma aumentou a confiança para novos modelos negócios e que haviam serviços médicos com grande restrição à terceirização, o que mudou no último ano. "Agora podemos focar em produtividade do trabalhador", afirmou.
Salto das retiradas, que superaram as emissões, ocorre em meio à redução da rentabilidade dos títulos públicos
Os resgates de recursos do Tesouro Direto, programa de negociação de títulos públicos para pessoas físicas, registraram um salto de 83,6% em 2019 e superaram o valor das emissões no ano. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo Tesouro Nacional.
O aumento do fluxo de saída de investimentos ocorre em meio à redução da taxa Selic, hoje em 4,5%, o que derrubou a rentabilidade dos títulos públicos.
No ano passado, o volume das emissões de papéis foi de R$ 30,88 bilhões, uma alta de 72% em relação a 2018. A elevação, porém, não foi suficiente para compensar a disparada nas retiradas de recursos.
No período, os resgates somaram R$ 30,91 bilhões. Com isso, o resultado consolidado do ano foi um resgate líquido de R$ 33,28 milhões.
O número contrasta com o saldo do ano anterior, quando foi observada uma emissão líquida de R$ 1,1 bilhão. A maior parte das retiradas foram de resgates antecipados, quando o investidor devolve os títulos ao Tesouro antes da data de vencimento.
Em 2019, essas recompras totalizaram R$ 21,32 bilhões, enquanto os pagamentos no vencimento ficaram em R$ 9,59 bilhões.
Na avaliação de técnicos do Ministério da Economia, o aumento das retiradas de recursos pode ser explicado por fatores relacionados à queda na taxa básica de juros.
A redução da Selic levou a uma queda na rentabilidade dos títulos do governo. De um lado, donos de papéis emitidos no passado com rendimentos mais altos podem ter aproveitado o momento para vender esses títulos e ter lucro.
De outro, há um movimento de investidores que migram das aplicações no Tesouro para outras modalidades de investimento em busca de maior rentabilidade.
De acordo com o Tesouro, o número de investidores ativos no programa atingiu a marca de 1,2 milhão de pessoas em 2019. No ano, foram 414 mil novos aplicadores ativos, maior crescimento já registrado pelo órgão.
O professor de Finanças do Ibmec Marcos Sarmento Melo, tem visão alinhada à dos técnicos da equipe econômica. Segundo ele, no caso dos papeis pré-fixados, os quais o titular já sabe antecipadamente quanto terá de rendimento ao longo da vigência, o valor dos títulos sobe quando a taxa de juros da economia cai.
Isso porque a remuneração do papel, que é fixa e preestabelecida, passa a ser mais alta do que a praticada no mercado.
“Quando se compra um papel que está remunerando a uma certa taxa de juros e depois os juros do mercado diminuem, o valor daquele papel sobe. Aí a pessoa tem um rendimento interessante na venda do papel, auferindo resultado”, disse.
Na avaliação do professor, a redução da rentabilidade dos títulos pós-fixados, atrelados a indicadores como inflação e à Selic, também estimulam a saída.
“A queda na taxa básica de juros faz com que as pessoas busquem outras aplicações que deem rentabilidade maior”, afirmou.
Melo acredita que ainda há espaço para redução da taxa Selic. Para ele, se isso ocorrer, ainda será observado um fluxo alto de resgates de títulos do Tesouro em 2020.
Na Bolsa de Valores, por outro lado, os dados mostram uma disparada no número de investidores pessoas físicas. Em 2019, o número de CPFs ativos na B3 (Brasil Bolsa Balcão) mais que dobrou, de 813 mil para quase 1,7 milhão.
Segundo a Anbima (entidade do mercado de capitais), as ofertas de fundos imobiliários totalizaram R$ 32,5 bilhões no ano. As emissões de debêntures incentivadas também foram recordes em 2019, com R$ 27 bilhões.
Em sintonia com o dólar e refletindo a percepção de uma chance cada vez maior de corte de 25 pontos-base da Selic em fevereiro, os juros futuros rondam a estabilidade na manhã desta terça-feira, 28, mas com viés de baixa, após já terem recuado na segunda-feira (27). A curva de juro a termo aumentou ontem a precificação de corte de 25 pontos-base da Selic em fevereiro para 78%, de 72% na sexta-feira, 24, segundo cálculos da Quantitas Asset.
No radar desta terça está o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa de evento do Credit Suisse, em São Paulo (10h) e pode dar mais pistas sobre a condução da política monetária.
Às 9h41, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) estava em 4,320%, mesma taxa do ajuste de segunda. O DI para janeiro de 2023 exibia 5,500%, de 5,510%, enquanto o vencimento para janeiro de 2025 marcava 6,260%, de 6,270%.
O Índice Nacional de Custos da Construção – Mercado (INCC-M) subiu 0,26% em janeiro, mostrando aceleração em relação à taxa de 0,14% de dezembro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 28, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 12 meses, o indicador acumula alta de 3,99%.
O grupo de Materiais, Equipamentos e Serviços acelerou no período, de deflação de 0,01% em dezembro para alta de 0,45%. Todos os subgrupos componentes tiveram acréscimo nas suas taxas de variação, com destaque para o comportamento de materiais para estrutura (-0,27% para 0,29%).
Os materiais para instalação aceleraram de 0,39% em dezembro para 1,13% em janeiro, enquanto os materiais para acabamento avançaram de 0,11% para 0,46%. Os equipamentos para transporte de pessoas também tiveram alta, de 0,0% para 0,24%. A inflação dos Serviços ganhou ritmo e avançou de 0,11% para 0,37%.
Em contrapartida, o grupo Mão de Obra mostrou desaceleração na passagem de dezembro para janeiro, de 0,26% para 0,09%.
Capitais
O INCC-M acelerou em seis das sete capitais pesquisadas pela FGV: Salvador (0,03% para 0,23%), Brasília (0,05% para 0,17%), Recife (0,04% para 0,28%), Rio de Janeiro (-0,04% para 0,09%), Porto Alegre (0,0% para 0,25%) e São Paulo (-0,03% para 0,28%).
Apenas em Belo Horizonte, o indicador mostrou alívio, com desaceleração de 1,30% em dezembro para 0,42% em janeiro.
Influências individuais
Em janeiro, pressionaram o INCC-M para cima os condutores elétricos (0,78% para 3,31%), esquadrias de alumínio (0,25% para 1,01%), cimento portland comum (-0,81% para 0,72%), argamassa (-0,47% para 0,87%) e tubos e conexões de PVC (0,25% para 0,84%).
Em contrapartida, ajudaram a conter a alta do indicador vergalhões e arames de aço ao carbono (-0,85% para -0,20%), placas cerâmicas para revestimento (-0,04% para -0,59%), ladrilhos e placas para piso (-0,06% para -1,04%), rodapé de madeira (-0,03% para -0,10%) e massa de concreto (-0,25% para -0,01%).
Alteração é sugerida pelo Inmetro, que abriu uma consulta pública sobre o tema entre os dias 11 de dezembro do ano passado até o próximo dia 11 de fevereiro.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio de Janeiro (Sindirepa) se manifestaram na manhã desta terça-feira (28) contra a proposta de alteração da unidade de medida do Gás Natural Veícular (GNV), que na bomba passaria de metros cúbicos para quilogramas.
A alteração é sugerida pelo Instituto de Instituto de Metrologia (Inmetro), que abriu uma consulta pública sobre o tema entre os dias 11 de dezembro do ano passado até o próximo dia 11 de fevereiro.
De acordo com o órgão, a medida diminuiria as fraudes nos postos de GNV, como a mistura de óleo ao gás. A Firjan discorda.
“Há muitos motivos para sermos contrários a essa alteração. As fraudes não diminuirão com essa medida - para isso, é preciso mais fiscalização. Além disso, o mercado inteiro, desde a cadeia de produção até a venda ao consumidor, opera com a utilização de metros cúbicos. A mudança para quilos também geraria uma mudança aparente de preço final para o consumidor que, no fim, poderá optar por alternativas menos vantajosas, como o etanol, combustível que permite uma quilometragem mais baixa por litro”, explicou o coordenador de Conteúdo Estratégico da Firjan, Thiago Valejo Rodrigues.
Segundo o levantamento feito pela federação, a alteração para quilos deixará o GNV aparentemente 35% mais caro para o consumidor. Além disso, haverá perda estimada em mais de R$ 1,3 bilhão com desestímulo ao uso e à instalação de novos kits do GNV, frustrando os planos de investimentos de distribuidoras e montadoras.
Também haverá redução potencial de empregos, seja por uso direto do insumo ou na indústria associada.
“Temos que considerar que haverá um prejuízo para os donos dos postos, que serão obrigados a adaptarem as bombas para quilos dentro de um período de até seis anos. Esse custo poderá ser repassado para o consumidor”, disse o presidente do Sindirepa, Celso Mattos.
Segundo ele, 1,3 milhão de veículos circulam com GNV no Estado do Rio de Janeiro. No Brasil, são 2,3 milhões de carros.
Sobre a situação, a Firjan e o Sindirepa fizeram propostas:
- Medidas para combater as fraudes, justificativa apontada pelo Inmetro como um dos motivos para a alteração da metodologia de preço;
- Caso seja necessária mudança, opção pelo Litro de Gasolina Equivalente (LGE) ou Litro de Etanol Equivalente (LEE), que traz o valor consumido em equivalência energética, ou seja, a quantidade de quilômetros com o equivalente em litros de gasolina ou de etanol.
A Firjan vai enviar o resultado do estudo ao Inmetro para que o cálculo dos possíveis prejuízos provocados pela alteração para quilo sejam levados em consideração na consulta pública.
A diretoria da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), subsidiária da Petrobrás, com sede em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem até esta terça-feira, 28, para apresentar ao Minitério Público do Trabalho (MPT), o planejamento detalhado do encerramento das atividades da fábrica, o plano de gerenciamento de risco relacionado à gestão dos resíduos tóxicos e radioativos, a formalização do pacote de benefícios compensatórios oferecido aos empregados e outras informações que serão úteis na investigação que será promovida pela procuradoria.
A determinação e o prazo são resultado da audiência pública realizada na última sexta-feira, 24, pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT/Paraná). A audiência foi marcada pelo MPT após denúncia do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
As entidades alegam que a decisão de encerrar as atividades da fábrica carece de transparência, desrespeita o Acordo Coletivo de Trabalho firmado com a empresa e não é isonômico em relação ao processo de encerramento das atividades em outras unidades semelhantes nos estados da Bahia, Sergipe e Mato Grosso do Sul. A Fafen alega que a decisão da Petrobras sobre a fábrica de Araucária é uma decisão de negócios baseada no histórico de prejuízos apresentados pela unidade nos últimos anos.
Na abertura da audiência, a procuradora do Ministério Público do Trabalho responsável pela mediação, Cristiane Sbalqueiro Lopes, explicou aos presentes que, em razão da complexidade do caso, a procuradora-chefe do MPT/Paraná, Margaret Matos de Carvalho, constituiu um grupo de trabalho para acompanhar a situação e buscar uma solução que minimize o prejuízo aos trabalhadores e evite problemas ambientais.
Além do impacto sobre a vida de cerca de 400 empregados diretos e 600 terceirizados, também há a preocupação com a segurança do procedimento de encerramento das atividades da fábrica, que envolve nas suas atividades produtivas a manipulação e armazenamento de substâncias perigosas, incluindo elementos radioativos.
Cidade concentra indústria automotiva e tem projetos em parceria com gigantes internacionais
A importância de Wuhan para a indústria automotiva vai além da produção de peças e automóveis. A cidade é um dos principais polos de desenvolvimento de veículos elétricos do mundo, com apoio direto da universidade local.
O grupo PSA Peugeot Citroën, que está em processo de fusão com a FCA Fiat Chrysler, tem três fábricas naquela região em parceria com a Dongfeng. A montadora francesa está presente na China desde 1992.
Em 2018, carros elétricos da empresa começaram a circular pela cidade chinesa em sistema de compartilhamento. A experiência teve início na zona de desenvolvimento econômico e tecnológico da região, que concentra a indústria automotiva.
Em setembro de 2019, o grupo PSA confirmou que automóveis elétricos e híbridos produzidos em Wuhan serão lançados em 2020.
Os futuros veículos terão tecnologia global e, em um primeiro momento, serão voltados para o mercado chinês, onde 1,2 milhão de veículos movidos a eletricidade foram comercializados em 2019.
O número é relevante, e seria ainda maior caso a China não tivesse iniciado o processo de redução de incentivos para compra de carros menos poluentes. Há discussões em andamento para que o programa de desoneração seja prorrogado ou, ao menos, tenha etapas mais longas, para não reduzir bruscamente as vendas.
O tamanho do mercado consumidor possibilita que montadoras acelerem o retorno dos investimentos necessários para desenvolver veículos elétricos. Daí vem a importância da cidade, que hoje está
isolada: sua zona de tecnologia é o ambiente perfeito para desenvolver veículos globais e, em prazos mais curtos, colocá-los nas ruas.
Em 2011, a Nissan escolheu Wuhan como cidade-piloto para seu processo de eletrificação na China. Sete anos depois, anunciou um investimento de US$ 900 milhões no país, com construção de uma nova fábrica na região.
A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi também tem a Dongfeng como parceira. A gigante chinesa investe ainda na produção de baterias para veículos elétricos em Wuhan, por meio da subsidiária Amperex.
A Honda inaugurou sua terceira fábrica na região em 2019. Foi investido o equivalente R$ 1,8 bilhão e, de acordo com a montadora japonesa, um dos objetivos da nova planta é desenvolver e produzir veículos elétricos.
Em 2016, a General Motors anunciou a expansão de sua linha fabril em Wuhan. O investimento de US$ 1,1 bilhão visava ampliar a capacidade produtiva de 360 mil para 600 mil unidades por ano.
Se há montadoras, há também fornecedores. A zona de desenvolvimento abriga sistemistas como Valeo (sistemas elétricos, lâmpadas, radiadores etc.), Faurecia (bancos e estofamentos) e Cummins (motores).
Com todos os recursos reunidos em um só lugar, Wuhan se fortalecia no cenário global do desenvolvimento automotivo com foco no futuro elétrico.
Portanto, os prejuízos causados pelo coronavírus não poderão ser calculados apenas pelos veículos e componentes que deixarão de ser produzidos, mas também pelos testes e avanços no setor de mobilidade limpa que serão adiados.
OS GRANDES NÚMEROS DA INDÚSTRIA DE WUHAN
• Produz 60% dos trilhos de alta velocidade da China
• Suas fábricas empregam 5 milhões de trabalhadores de outras regiões
• Com setores como microprocessadores e biomedicina, é a nona cidade chinesa com melhor desempenho em novas tecnologias, segundo o Instituto Milken
• 160 empresas japonesas estão presentes na cidade
• Com mais de 10 fábricas de veículos e cerca de 500 fabricantes de equipamentos, lá foram fabricados 1,7 milhão de veículos em 2018
• Base da Renault e da PSA na China
• A PSA tem três fábricas na cidade, com 2.000 funcionários
• A Dongfeng, segunda maior fabricante do país e parceira da Nissan e da Honda, foi fundada em Wuhan
Plataforma aeroportuária
Há voos diretos de Wuhan para: Europa, Oriente Médio e Estados Unidos
Desaceleração na China e Índia puxam volumes para o menor nível desde 2015
Quedas importantes na China e Índia, dois dos cinco maiores mercados do mundo, derrubaram as vendas globais de veículos leves para o menor nível desde 2015. De acordo com dados consolidados pela consultoria GlobalData, em 2019 foram vendidos 89,8 milhões de automóveis e utilitários, o que resultou em retração de 4,8% sobre 2018.
Os analistas da GlobalData sustentam que o setor entrou em declínio difícil de ser recuperado em 2020 por causa da China, de longe o maior mercado mundial, onde as compras de carros caíram pelo segundo ano consecutivo, com redução de 9,4% no ano passado, para 25,4 milhões de unidades – também o patamar mais baixo dos últimos quatro anos. A economia do país enfrenta ventos contrários soprados principalmente da guerra comercial com os Estados Unidos. O PIB chinês cresceu 6,1% em 2019, o menor porcentual registrado em 29 anos.
Para este ano, a consultoria aponta que os resultados de dezembro sugerem nova contração de 1,5 milhão de veículos no mercado chinês, para 23,9 milhões. Além da desaceleração econômica, as medidas adotadas pelo governo para reduzir emissões devem pressionar os volumes para baixo na China nos próximos anos, pois envolvem restrições de vendas de automóveis nas maiores cidades chinesas como Pequim e Xangai, bem como a legislação que obriga ao aumento compulsório da comercialização de modelos elétricos mais caros.
Também contribui para a redução das compras individuais o enorme crescimento do compartilhamento de carros pelos chineses por meio de plataformas digitais como a Didi Chixing. Com isso, a GlobalData avalia que estão descartadas as projeções que apontavam para um mercado de até 40 milhões/ano.
A Índia também registrou retração expressiva em 2019, de 10,3%, para 3,53 milhões de veículos leves, mas a consultoria avalia que o setor deve voltar a crescer este ano, somando 3,74 milhões de unidades ao fim de 2020.
Com esses resultados, os mercados tradicionais da Europa, os Estados Unidos e o Japão voltaram a sustentar o crescimento global da indústria, enquanto nações emergentes, que receberam as maiores apostas e os maiores investimentos, começaram a se retrair em uma época particularmente inoportuna para os fabricantes, que enfrentam queda de lucros e aumentos de custos trazidos por novas e mandatórias tecnologias de eletrificação e segurança. Nesse cenário, a GlobalData lembra que a China vinha sustentando os ganhos de boa parte das empresas do setor, o que torna o cenário mais preocupante.
Modelo será montado na fábrica de São Caetano do Sul, que recebeu atualizações da indústria 4.0
A General Motors completa 95 anos de atividades no Brasil. A comemoração é acompanhada de mudanças na fábrica de São Caetano do Sul (SP) para a produção de um SUV compacto. A fábrica do ABC Paulista recebe elementos da indústria 4.0 para montar o novo carro, que terá porte semelhante ao do líder de mercado Jeep Renegade (com 68,7 mil unidades emplacadas em 2019) e também do Chevrolet Tracker, este importado do México (16,3 mil licenciamentos no Brasil no ano passado).
A GM nunca produziu SUVs pequenos no Brasil. “Ele chegará às concessionárias locais até o fim do primeiro trimestre com conceitos inovadores em conectividade, segurança e eficiência energética”, afirma o presidente da montadora para a América do Sul, Carlos Zarlenga. De acordo com o executivo, a procura crescente por SUVs compactos em outros mercados regionais abre a possibilidade de exportação do novo Chevrolet.
Entre as mudanças aplicadas em São Caetano há um novo equipamento que movimenta os carros pela linha de montagem e é capaz de ajustar-se em qualquer altura, o que resulta na ergonomia mais apropriada para a execução de cada operação.
Também foi instalado um novo sistema de transporte automatizado para motor, transmissão, escapamento, eixo e semieixo. Mais de 150 apertadeiras eletrônicas garantem a força correta aplicada em cada parafuso.
A General Motors já produziu mais de 15 milhões de veículos no Brasil desde a abertura de seu primeiro galpão erguido no País, em 1925. Ele ficava no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
Opções de entrada de XC60 e XC90 recebem motorização híbrida e XC40 tem agora 2.0 a gasolina de 190 cv
A Volvo Cars passa a oferecer motorização híbrida na versão de entrada (Momentum) dos utilitários esportivos XC60 e XC90. O primeiro tem preço sugerido de R$ 259.950 e o outro, R$ 335.950. Os SUVs recebem um motor 2.0 turbo a gasolina de 320 cavalos associado a outro elétrico de 87 cv. Juntos eles produzem 407 cv de potência.
Os veículos utilizam tecnologia híbrida plug-in (com bateria recarregável na rede elétrica). Podem rodar associando o uso dos dois motores, em quatro modos de condução. A lista de equipamentos inclui sistema de som com 225 watts, teto solar panorâmico, chave presencial, controle adaptativo de cruzeiro ACC (capaz de acompanhar a velocidade do tráfego em rodovia), assento para crianças integrado ao banco de trás e alerta de colisão frontal e traseira, entre outros itens.
Outro destaque da Volvo está no XC40, menor SUV da Volvo. A motorização 2.0 T4, de 190 cavalos, passa a equipar as versões Momentum (R$ 179.950) e Inscription (R$ 196.950). A transmissão utilizada é automática de oito marchas.
O XC40 Momentum traz de série frenagem automática para reduzir o risco de colisão contra veículos, pedestres e animais de grande porte (mesmo de noite), alerta de mudança de faixa com assistente de direção, bancos dianteiros com regulagem elétrica, chave presencial, tela sensível ao toque de nove polegadas, conectividade com Apple Car Play e Android Auto, som de 250 watts, carregador sem fio para celular, ar-condicionado com duas zonas de temperatura, chave presencial, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros com câmera de ré, rodas de liga leve de 19 polegadas e serviço de conveniência e assistência 24 horas.
Para o XC40 Inscription há também teto solar panorâmico, ACC, Pilot Assist (recurso com sensores e câmeras que monitoram as faixas da estrada e um sistema que comanda aceleração, frenagem e movimentação do volante até 130 km/h). A Inscription recebe também manopla do câmbio feita de cristal, chave de controle remoto com função memória, faróis de LED com luzes direcionais, frisos cromados na grade e sob os vidros, mais sistema de escape com saída dupla.
Automotive Business ( publicado em 27-01-2020)
Você recebeu este e-mail porque faz parte da nossa lista de contatos. Se quiser ser removido acesse este link.
Este informativo foi gerado a partir do sistema iSend. Para obter informações
acesse este link.