Executivos ainda mostram preocupação com retomada de reformas e questão ambiental
As rodadas para apresentação do Brasil realizadas pela equipe econômica durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, receberam expressiva adesão de investidores estrangeiros neste ano. Mais de 50 executivos de empresas confirmaram presença nas apresentações para um balanço do primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.
O presidente do Bradesco, Octavio Lazari, que já realizou 12 dos mais de 25 encontros agendados pelo banco durante o evento na Suíça, nota uma retomada da confiança no país.
"O sentimento que a gente percebe dos investidores é de um pouco mais de confiança no Brasil. O que precisa é que as reformas andem rápido", disse.
O banqueiro André Esteves, sócio do BTG Pactual, que também foi a Davos, diz que após 33 encontros ao longo de três dias, em paralelo ao fórum, identificou uma melhora na imagem do Brasil entre estrangeiros.
"A sensação em Davos é que o Brasil voltou a estar na moda", disse Esteves.
Ele destacou, porém, que o país precisa ficar alerta ao meio ambiente, que dá tom às discussões em Davos. "Estamos gerindo a economia tão bem, não podemos derrapar nessa parte", afirmou.
A sala reservada no fórum à apresentação do Brasil, dentro do chamado Country Strategy Dialogue, lotou.
Chamou a atenção que praticamente metade dos 60 participantes eram os presidentes de grandes empresas globais que precisam entender para onde o Brasil está indo antes de definir o tamanho da presença no país nos próximos anos.
Segundo relatos –o evento é fechado para a imprensa–, o ministro Paulo Guedes fez uma apresentação de 40 minutos com um balanço sobre o primeiro ano de governo, destacando, em especial, a conclusão da reforma da Previdência.
As perguntas indicaram que os investidores têm duas preocupações em relação ao Brasil: se governo e Congresso vão mesmo dar continuidade ao programa de reforma, concluindo neste ano especialmente as reformas tributária e administrativa, e se o Palácio do Planalto está atento a questões ambientais que, se não forem devidamente atendidas, podem gerar sanções externas –em especial de países europeus.
O governo tenta passar a mensagem de que sim, está atento à questão ambiental.
Guedes aproveitou parte do evento para afirmar aos presentes que o governo está atento à Amazônia, que vem tomando medidas para preservar a floresta e que ninguém quer que a região queime --assim como, nas palavras do ministro relatadas pelos presentes, ninguém quer que a Austrália queime.
A mesma mensagem ecoaria pouco depois em conversa do secretário especial Carlos da Costa (Produtividade, Emprego e Competitividade) com jornalistas estrangeiros: "O mundo precisa saber que o governo brasileiro se preocupa com a Amazônia", insistiu.
Autoridades de organismos multilaterais ouvidas pela Folha também confirmaram que o momento é de retomada de confiança com o Brasil, e que o ânimo da plateia estrangeira é melhor que no ano passado, quando Jair Bolsonaro estreou na reunião anual do Fórum Econômico Mundial. Para uma delas, há expectativa por mais reformas no país, mas o interesse externo volta a crescer.
Presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno saiu do encontro animado, conversando com Guedes. "A apresentação foi muito boa, e o Brasil parece estar no caminho", disse.
Guedes se mostrou animado com o resultado das reuniões desta quarta (22) com Dara Khosrowshahi, presidente global da Uber, e Tim Cook, presidente da Apple.
“O presidente da Uber contou que está contratando engenheiros no Brasil”, afirmou Guedes. “Tim Cook falou que, em 40 dias, vai fazer contato para marcar um encontro com a gente no Brasil. Está avaliando investir em P&D [pesquisa e desenvolvimento] no Brasil.”
Na lista do evento do ministro da Economia com empresários está, Hu Houkun, que comanda a chinesa Huawei, importante prestradora de serviços para empresas de telefonia no Brasil e grande interessada em ampliar presença local a partir da realização do leilão da tecnologia 5G.
Guedes também vai se encontrar com Jai Shoff, presidente da UPS, que está entre possíveis candidatas a entrar na privatização dos Correios.
Destaque para empresas de energia, que estão entre as mais cotadas para participar de privatizações e ampliar investimentos com mais agilidade.
Estavam presentes Ignacio Galán, que comanda a espanhola Iberdola, dona da NeoEnergia no Brasil e que encerrou o ano de 2019 tomando um empréstimo de R$ 2,5 bilhões para investir no país; Francesco Starece, principal executivo da italiana Enel, que tem expandido parques de energia solar; e Jean-Pierre Clamadieu, presidente da francesa Engie, que tem dito em Davos que anunciará investimentos no Brasil neste ano.
Do setor de consumo, interessado em monitorar a expansão do mercado interno, estava Jean-François van Boxmeer, que preside a cervejaria Heineken.
Reservaram lugar também empresários como o fundador da montadora indiana Mahindra, Anand Mahindra, que tem uma operação pequena no Brasil, e o armador John Angelicoussi, dono do grupo de origem grega Angelicoussis, que teve um dos navios investigados no caso do vazamento de óleo na costa brasileira.
Entidade pretende preparar empresas para nova revolução industrial
Em parceria com o Fórum Econômico Mundial, organização que reúne líderes e empresários de todo o mundo, o Brasil anuncia hoje (22) a instalação do primeiro centro de estudos e pesquisa voltado para a indústria 4.0. O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, e o governador de São Paulo, João Doria, participarão da solenidade em Davos, na Suíça.
Chamado de C4IR Brasil, o centro entrará em operação ainda no primeiro semestre deste ano. A entidade é uma parceria público-privada entre o Ministério da Economia, o governo do estado de São Paulo e empresas de atuação global.
Segundo o Ministério da Economia, o novo centro terá como objetivo estimular a adoção de novas tecnologias e melhorar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor (onde indústrias de um país produzem ou montam componentes para fabricação em outros países), ampliando a competitividade e a produtividade das empresas brasileiras.
Entre as tecnologias da indústria 4.0, o centro pretende estimular a adoção da internet das coisas (em que objetos se comunicam pela internet) e o uso da inteligência artificial na indústria. O centro procurará levantar os principais desafios econômicos e sociais para a disseminação desses instrumentos, propondo soluções.
A solenidade de lançamento do C4IR Brasil ocorrerá no Centro de Congressos de Davos, onde ocorre a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, às 18h no horário local (14h no horário de Brasília). Pela ordem, discursarão no painel Marisol Argueta, chefe da América Latina e membro do Conselho Executivo do Fórum Econômico Mundial; o secretário Carlos da Costa e o governador João Doria.
O aumento do otimismo é resultado da percepção de melhora das condições atuais das empresas e da economia e nas expectativas para os próximos seis meses
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu para 65,3 pontos neste mês. Com a alta de 1 ponto em relação a dezembro de 2019, o indicador está 10,5 pontos acima da média histórica e é o maior desde junho de 2010. As informações são da pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (23).
Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando estão acima de 50, mostram que os empresários estão confiantes. Quanto maior o índice, maior e mais disseminada é a confiança. O ICEI é maior nas grandes empresas, segmento em que subiu para 66,4 pontos neste mês. Nas médias, o ICEI é de 64,9 pontos e, nas pequenas, de 63,4 pontos.
“A confiança elevada se baseia não somente nas expectativas para os próximos seis meses, como também no sentimento de melhora da situação econômica corrente”, diz a pesquisa. O índice que mede a percepção dos empresários sobre as condições atuais dos negócios e da economia aumentou 0,9 ponto frente a dezembro e ficou em 59 pontos em janeiro, o maior nível desde junho de 2010. O índice de expectativas subiu 1 ponto em relação ao mês passado e está em 68,4 pontos, mostrando que os empresários estão otimistas em relação ao desempenho das empresas e da economia nos próximos seis meses.
Estímulo à produção e ao investimento
“Os empresários estão mais otimistas porque percebem melhoras no ambiente de negócios. Os juros e a inflação estão menores e há um aumento da demanda e da produção. Desde o fim do ano passado, há uma melhora da atividade”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. “Além disso, os empresários acreditam que esse ambiente vai melhorar nos próximos seis meses. Por isso, a confiança começa o ano em alta”, completa Azevedo. O economista lembra que a confiança elevada é condição necessária para aumentar a produção, os investimentos e o emprego.
De acordo com a pesquisa, a confiança é maior entre os empresários do Sul. Naquela região, o ICEI de janeiro ficou em 67,2 pontos. Em seguida, vem a região Norte, onde o indicador alcançou 65 pontos. No Nordeste, o ICEI foi de 64,5 pontos, e no Sudeste e Centro-Oeste, de 64,6 pontos. Além disso, o levantamento mostra que o otimismo é maior entre os empresários da indústria de transformação. Nesse segmento, o ICEI alcançou 65,7 pontos em janeiro. Na indústria extrativa, foi de 63,7 pontos e, na construção, de 64 pontos.
Esta edição do ICEI foi feita entre os dias 6 e 17 deste mês com 2.458 empresas de todo o país. Dessas, 921 são pequenas, 917 são médias e 620 são de grande porte.
SAIBA MAIS: Acesse a página de Estatísticas do Portal da Indústria e conheça outras pesquisas da CNI
O ICEI alcançou 65,3 pontos em janeiro de 2020. A tendência de aumento no otimismo, observada desde junho de 2019, é reforçada com os dados de janeiro. O índice é o mais elevado desde junho de 2010 e situa-se 10,5 pontos acima de sua média histórica.
Indicadores conjunturais e estruturais selecionados – produção, nível de estoques, confiança do empresário, custos, produtividade, entre outros. Em novembro de 2019, a produção da indústria recuou 1,2%, após apresentar alta por três meses consecutivos. Entre os setores que registraram resultado negativo em novembro, Veículos automotores e Alimentos se destacam, com quedas de 4,4% e 3,3%, respectivamente.
Levantamento da Boa Vista mostra que o número de novas empresas no Brasil subiu 18,1% em 2019 na comparação com 2018. No entanto, caiu 15,2% no quarto trimestre do ano passado ante o terceiro trimestre. Em relação ao último trimestre de 2018, por sua vez, houve crescimento de 17,8%.
De acordo com a pesquisa, na variação trimestral, houve redução de 14,8% na abertura para Microempreendedor Individual (MEIs) e recuo de 16,2% nos demais tipos de empresas, que leva em consideração microempresas, SAs e Ltdas.
Em relação à participação, as MEIs representaram 78,4% em 2019, no confronto com 75,4% no ano anterior.
O setor de serviços foi destaque no ano passado, com 61,8% de representatividade, após alcançar 58,7% em 2018. Em contrapartida, o comércio diminuiu essa parcela, com declínio de 2,9 ponto porcentual, a 29,6%. Já a indústria subiu 0,3 ponto, a 7,7%.
Conforme o levantamento, todas as regiões apresentaram crescimento em aberturas de empresas em 2019, com maior expansão no Norte (25,2%) e Centro Oeste (18,8%).
Segundo o presidente do banco, equipe econômica disse que governo protege meio ambiente e vai concluir reformas
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou em entrevista à Folha que o ministro Paulo Guedes (Economia) firmou um compromisso pragmático com os investidores durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Lazari está na Suíça para o evento e participou de painel em que Guedes falou sobre o Brasil a investidores.
"O ministro Guedes relatou o que o governo fez, de como pavimentou a estrada no primeiro ano, concluiu a reforma da Previdência. E disse que está convicto que vai entregar as reforma tributária e administrativa e fazer o pacto federativo. Falou de forma clara o que o governo pretende e como isso vai impactar as diferentes áreas do setor público", afirmou Lazari.
O banqueiro defendeu que o crédito vai crescer no Brasil via bancos privados e disse que o governo reafirmou o compromisso com o investidor estrangeiro de que o Brasil tem uma excelente perspectiva de crescimento.
"O sentimento que a gente percebe entre os investidores é de um pouco mais de confiança no Brasil. O que precisa é que essas reformas [fiscal e administrativa, além do pacto federativo] andem rápido", afirmou.
Segundo Lazari, Guedes afirmou que, em no máximo 40 dias, as reformas estarão andando.
Neste ano, em Davos, como está a percepção em relação ao Brasil? Mudou alguma coisa em relação ao ano passado?
No ano passado, como era o começo do governo, o presidente Bolsonaro fez a abertura e muito se falou, mas não tinha material para se apresentar. Eram só proposições. Este ano, apesar de não ter andado na velocidade em que a gente gostaria, entregamos uma reforma da Previdência.
Fazia 30, 40 anos que a gente falava em fazer essa reforma e sabíamos o quanto batia no fiscal. Quer queira, quer não, essa reforma andou e passou. Algumas privatizações já vêm acontecendo. O BNDES lançou mais uma venda de ações, as da Petrobras agora. E temos pela frente uma agenda muito importante de reformas que está aí –e essa agenda vai ser feita.
Acho que tudo isso, associado à convicção do ministro Paulo Guedes de que essa agenda vai andar de –com reforma fiscal, o pacto federativo e a reforma administrativa–, o sentimento que a gente percebe entre os investidores é de um pouco mais de confiança no Brasil. O que precisa é que essas reformas andem rápido.
A gente percebe que essas reformas vão andar, quer seja com o ministério, quer seja com o BNDES, quer seja com o Banco Central, e com as duas Casas –com Davi Alcolumbre, no Senado, e Rodrigo Maia, na Câmara, que trata a reforma tribuária como um compromisso dos legisladores. E essas reformas não só vão andar, como vão andar na velocidade necessária. Certamente, no ano que vem, vamos ter uma história melhor ainda para contar em Davos.
O sr., representando o banco, teve agenda com investidores?
Tive. Até agora [quarta, dia 22], umas 12 de mais de 25 agendadas. Estive com presidentes de empresas, em especial da área de energia. E eles estão preparando anúncios de investimentos importantes no Brasil. A leitura é que não será um voo de galinha. Estamos entrando num longo período de crescimento sustentável.
No ano passado, a questão era fazer a reforma da Previdência. Neste ano, então, é preciso fazer a agenda de reformas engrenar e que essa parada que o governo deu não se prolongue?
Essas outras reformas são importantes, vão engrenar, mas não têm tanto peso quanto a da Previdência. Se elas vierem, todo o nosso fiscal e toda a boa perspectiva em relação ao Brasil vão se consolidar, porque vão gerar empregos, atrair investimentos. O que nos deixa feliz é ver que o governo está consciente de que essas reformas precisam andar.
No ano passado, o governo foi cobrado por sua posição em relação ao meio ambiente, inclusive por investidores de fundos e empresas. Esse problema arrefeceu?
Nenhum investidor comentou essa questão com a gente, mas sabemos que esse é um tema central aqui em Davos. Questões sócio-ambientais, a geopolítica e o crescimento econômico com inclusão digital são os três grandes pilares do fórum. Então, obviamente, em qualquer canto esse assunto vem à tona.
Mas, veja bem; assim como não podemos acusar a Austrália de ter queimado suas florestas ou o governo francês de não ter cuidado da catedral de Notre-Dame, o governo brasileiro não deve ser acusado de estar queimando a floresta indiscriminadamente. Não é isso que está ocorrendo. Claro que precisamos reforçar a política de vigilância e de combate a atos de depredação da Amazônia. Isso não é trivial. A Amazônia é praticamente um continente, uma Europa, em extensão. No entanto, estou vendo no discurso e nas ações do governo medidas para defender o meio ambiente. Guedes, inclusive, falou no painel [para empresas] sobre uma força tarefa para atuar na defesa da Amazônia.
O sr. participou desse painel para empresas, que é fechado para imprensa. Pode contar o foi dito?
O ministro Guedes relatou o que o governo fez, de como pavimentou a estrada no primeiro ano, concluiu a reforma da Previdência. E disse que está convicto que vai entregar as reforma tributária e administrativa e fazer o pacto federativo. Falou de forma clara o que o governo pretende e como isso vai impactar as diferentes áreas do setor público. Ressaltou também o programa de privatização e de redução da participação dos bancos públicos na economia. Quer dizer, o crédito do Brasil vai crescer, e vai crescer via bancos privados. Ou seja, o governo está emagrecendo, reduzindo o tamanho dos bancos públicos e reafirmando o compromisso com o investidor estrangeiro de que o Brasil tem excelente perspectiva de crescimento. E citou o relatório que mostra como os investimentos já estão crescendo no país.
O relatório da Unctad [Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento]?Exatamente. No ano passado, o Brasil foi o quarto país que mais recebeu investimentos globais, atrás de Estados Unidos, China e Singapura. Guedes firmou um compromisso muito forte, pragmático, com os investidores. E não fez isso sozinho. A equipe dele estava junto. Gustavo Montezano [presidente do BNDES], Marcos Troyjo [responsável pela área de comércio exterior], Carlos da Costa [secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade], Wilson [Ferreira Júnior], presidente da Eletrobras, estavam junto para fincar o pé nesse compromisso.
Algum pergunta da plateia chamou a atenção do senhor?
Uma das pessoas fez uma pergunta bastante incisiva sobre a velocidade das reformas. O ministro Guedes disse que em 40 dias, no máximo, esses projetos estarão andando. Um menina que tem uma startup do agronegócio perguntou sobre crédito de carbono, e Guedes discorreu sobre o tema e sobre incentivos a startups, demonstrando conhecimento sobre o que se pretende.
No Brasil, a queda da taxa de juros continua sendo um tema importante. Quanto tempo a queda mais expressiva da taxa básica vai demorar para chegar na ponta, para consumidor?
O governo e, sobretudo, o Banco Central, fizeram um trabalho importante aí. Nesse ano, não vamos ter surpresas com a inflação. No ano passado, só tivemos o impacto do preço da carne. A taxa de juros teve uma redução para 4,5% e acredito que deve ficar em 4,5% agora ou caia mais devagar ao longo do ano.
As taxas de juros de produtos mais tradicionais dos bancos estão caindo. Caiu no crédito imobiliário e no consignado. A taxa de financiamento de veículos é uma das mais baixas que já vimos. O crédito rural nem precisa mais de subsídio, porque o produtor rural consegue se ajustar às taxas praticadas hoje.
É aquela história: as duas únicas coisas fora do padrão são cartão de crédito e cheque especial. Mas o Banco Central decidiu reduzir para 8% [ao mês] a taxa do cheque especial a partir de janeiro deste ano. Nós tomamos a decisão de não cobrar tarifa agora. Vamos espera para ver a reação do cliente.
Mas essa redução no juro do cheque especial não foi pacífica. A Febraban inclusive se manifestou. Como vocês viram a mudança?
Nós já estávamos conversamos muito com o Banco Central. A decisão apenas acelerou algo que esperávamos para o primeiro semestre. Está resolvido.
Não receberam como uma intervenção?
Não. O Banco Central é o regulador.
E como veem a decisão da Caixa de realizar uma redução mais agressiva nos juros de seus produtos? Soa como pressão de banco público sobre privado?
Não. Cada presidente de banco tem o seu orçamento e sabe onde pode mexer, onde fica mais difícil ou é impossível mexer. Cada um tem sua estratégia. E não vamos nos pautar por essa ou aquela estratégia. Cada banco tem a sua estrutura de custo.
Qual o cenário para o setor com essa perspectiva de juro baixo e ainda em queda?
Estamos numa situação inédita. O Brasil nunca viveu uma taxa de juros de 4,5% e com inflação baixa, de 3%, 3,5%. Nós estamos falando de uma taxa real de 1%, 1,5%. É um novo normal, que nós bancos, empresas e a população brasileira vamos ter de aprender a lidar.
Para se adaptar ao novo normal, vocês têm algo novo?
Dentro de todas as mudanças que estamos vivendo, nos chamou a atenção que a população brasileira é uma das mais conectadas ao celular do mundo e isso afeta a gente, banco. Não estou falando do banco digital. Estou falando do Bradesco, que tem 4.700 agências e tradicionalmente é digital. Fomos o primeiro a trazer o computador para o Brasil.
O primeiro a adotar o online para o cliente sacar, ver saldo e tirar extrato em qualquer lugar do Brasil, independentemente de onde estivesse a agência. Percebemos que, nessa jornada, o cliente prefere se relacionar com o banco no lugar e na hora que for mais conveniente. Dado esses fatores de mudança de comportamento, de hábito de consumo, a gente precisava que a operação comum, de crédito pessoal, que você pode parcelar em 6, 12, 24 vezes, estivesse disponível no celular.
Em 2019, com os ajustes que fizemos, do total de volume de crédito pessoal –que teve te crescido mais de 30% no ano passado–, 52% das operações não foram feitas com um gerente numa agência, mas via celular ou computador pela internet. O banco precisa acompanhar isso. Entender que operações podem ser feitas fora da agência, no sábado, no domingo, à noite.
Agora, em 2019, contratamos 67 cientistas de dados só para mexer com CRM, relacionamento com clientes, criando novas jornadas no celular. Quando eu entrei no banco, há 40 anos, a gente contratava contador, engenheiro. advogado, economista e administrador. Agora, a gente contrata cientista de dados, para poder acompanhar essa evolução, que é global e afeta toda a atividade que envolva consumo.
A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 5,0% em janeiro ante um resultado de 4,8% obtido em dezembro, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O índice interrompeu a tendência de queda iniciada em agosto de 2019. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve estabilidade na inflação esperada pelos consumidores.
"Após permanecer por dois meses consecutivos no nível mínimo da série histórica, a expectativa de inflação dos consumidores aumentou nas faixas de renda mais baixas onde a alta no preço das carnes tem maior relevância devido ao seu maior peso na cesta de consumo desses consumidores. Como parte das expectativas se baseia em inflação passada, é esperado que esse efeito se dissipe nos próximos meses", avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, a parcela que projeta valores abaixo da meta de inflação atual (4,0%) diminuiu de 52,4% em dezembro para 48,4% em janeiro de 2020. Por outro lado, a proporção de consumidores estimando uma taxa dentro dos limites inferiores e superiores da meta de inflação (entre 2,5% e 5,5%) para 2020 aumentou de 63,5% para 64,7% no período.
Na análise por faixas de renda, apenas entre as famílias mais ricas, com renda mensal acima de R$ 9,6 mil, não houve variação das expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes, permanecendo em 4,0% desde setembro de 2019. Para os consumidores mais pobres, com renda até R$ 2,1 mil, a expectativa para a inflação aumentou 0,4 ponto porcentual em janeiro, para 5,8%.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
Segundo o ministro, o mundo deve ter de 4 a 6 moedas fortes.
Paulo Guedes participa de painel em Davos — Foto: Walter Duerst/Fórum Econômico Mundial/Divulgação
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (23) que o dólar deve diminuir a sua importância e o mundo poderá ter 4,5 ou 6 moedas fortes daqui a 20 anos.
"Não quero dizer que o dólar será substituído", esclareceu o ministro durante a sua última apresentação no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Segundo ele, moedas continentais, como o euro, por exemplo, devem ganhar força nos próximos anos. Para o ministro, faz sentido que as trocas comerciais entre países de um mesmo continente, por exemplo, sejam feitas com uma moeda local.
"É um fato que hoje nós temos uma grande e forte economia continental", disse. "Por quanto tempo 200 milhões de chineses vão negociar com outros chineses, que estão na China, falando sobre dólares? Eles vão falar em Renminbi (moeda chinesa)", acrescentou.
Para ele, o que define a relevância de uma moeda são questões geopolíticas, mas que a "confiança é a chave" e que o capital se direciona para os países onde há eficiência. "O mercado procura por eficiência", disse Guedes. "As pessoas usam as moedas que elas mais confiam".
Resultado ficou abaixo do IPCA-15 de dezembro, de 1,05%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou taxa de 0,71% em janeiro deste ano. O resultado ficou abaixo do 1,05% do IPCA-15 de dezembro, mas acima do 0,30% de janeiro de 2019. Essa é a maior taxa para o mês desde 2016 (0,92%). O dado foi divulgado hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses ficou em 4,34%, acima dos 3,91% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
A taxa de janeiro foi puxada principalmente pelos alimentos e bebidas, que tiveram inflação de 1,83% e responderam por mais da metade da taxa de 0,71% do IPCA-15. Os principais responsáveis por esse resultado foram as carnes, que tiveram alta de preços de 17,71% no período e foram o item individual com maior impacto. A alimentação fora de casa também teve alta importante, de 0,99%.
Outro grupo de despesas com impacto importante na prévia de janeiro da inflação foi o de transportes, que teve alta de preços de 0,92%. A gasolina teve inflação de 2,64% e foi o segundo item individual com maior impacto no IPCA.
Também tiveram inflação os grupos de despesa vestuário (0,10%), saúde e cuidados pessoais (0,35%), despesas pessoais (0,47%), educação (0,32%) e comunicação (0,02%).
Por outro lado, tiveram deflação (queda de preços) os grupos de despesa habitação (-0,14%) e artigos de residência (-0,01%).
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,56% na terceira quadrissemana de janeiro, informou nesta quinta-feira, 23, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador ficou 0,08 ponto porcentual acima do registrado na medição anterior, quando o resultado foi de 0,48%.
Quatro das oito classes de despesa que compõem o índice mostraram aceleração. A maior contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (-0,11% para 0,95%), com aumento puxado pela redução no ritmo de queda na taxa de passagem aérea (-11,34% para -7,31%).
Também mostraram acréscimo nas taxas Habitação (-0,33% para 0,04%), por causa da tarifa de eletricidade residencial (-2,26% para -0,64%); Despesas Diversas (0,13% para 0,28%), com aceleração de serviços bancários (0,05% para 0,26%); e Comunicação (0,13% para 0,18%), puxado por mensalidade para TV por assinatura (0,82% para 1,09%).
Na outra ponta, três grupos registraram desaceleração: Alimentação (1,61% para 1,12%), devido ao alívio das carnes bovinas (5,47% para 0,67%); Vestuário (0,34% para -0,12%), puxado pelo comportamento de roupas (0,25% para -0,38%); e Transportes (0,94% para 0,90%), por causa da gasolina (2,56% para 2,08%).
O grupo Saúde e Cuidados Pessoais repetiu a taxa de 0,37% da última apuração, devido aos comportamentos opostos de aparelhos médico-odontológicos (0,02% para 0,25%) e de serviços de cuidados pessoais (0,42% para 0,33%).
Influências individuais
Além da gasolina, pressionaram o IPC-S para cima as variações de curso de ensino fundamental (2,80% para 4,05%), curso de ensino superior (1,29% para 2,22%), tomate (13,25% para 16,15%) e plano e seguro de saúde (0,58% para 0,59%).
As influências para baixo, além da passagem aérea e da tarifa de eletricidade residencial, partiram da tarifa de táxi (0,59% para -3,70%), camisa masculina (-0,28% para -0,95%) e cebola (-8,07% para -4,62%).
Depois de encerrar dezembro de 2019 com saídas líquidas de US$ 17,612 bilhões, o País registrou fluxo cambial positivo de US$ 235 milhões em janeiro até o dia 17, informou nesta quarta-feira, 22, o Banco Central.
O canal financeiro apresentou entradas líquidas de US$ 654 milhões no período. Isso é resultado de aportes no valor de US$ 33,444 bilhões e de retiradas no total de US$ 32,790 bilhões. O segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
No comércio exterior, o saldo de janeiro até o dia 17 é negativo em US$ 419 milhões, com importações de US$ 7,147 bilhões e exportações de US$ 6,728 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 916 milhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 1,230 bilhão em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 4,582 bilhões em outras entradas.
Semana passada
De acordo com o BC, o fluxo cambial registrado na semana passada (de 13 a 17 de janeiro) ficou negativo em US$ 874 milhões.
O canal financeiro apresentou saída líquida de US$ 740 milhões na semana, resultado de aportes no valor de US$ 13,752 bilhões e de envios no total de US$ 14,492 bilhões.
No comércio exterior, o saldo na semana passada ficou negativo em US$ 134 milhões, com importações de US$ 3,140 bilhões e exportações de US$ 3,006 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 476 milhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio, US$ 315 milhões em Pagamento Antecipado e US$ 2,215 bilhões em outras entradas.
Os brasileiros ficaram menos propensos às compras em janeiro, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,3% em relação a dezembro, na série com ajuste sazonal, descendo a 97,1 pontos, ainda abaixo do nível de satisfação de 100 pontos.
Em termos de pontuação, porém, o indicador alcançou o maior nível para meses de janeiro desde 2015, quando estava em 119,7 pontos. Em relação a janeiro de 2019, o ICF mostrou crescimento de 1,2%.
Na passagem de dezembro de 2019 para janeiro de 2020, houve piora na avaliação sobre a perspectiva de consumo (-0,9%) e os componentes relacionados ao mercado de trabalho: emprego atual (-1,6%), perspectiva profissional (-1,4%) e renda atual (-1,3%).
Por outro lado, as avaliações foram mais positivas sobre o momento para o consumo de bens duráveis (3,3%), nível de consumo atual (0,6%) e acesso ao crédito (0,3%).
Janeiro é um mês em que parte dos contratos de trabalho temporário é encerrada, o que pode ter provocado a piora dos componentes relacionados ao emprego, apontou Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pelo estudo.
"Normalmente, também há uma redução de renda neste período, visto que os funcionários não sentem os efeitos do benefício do décimo terceiro e da disponibilidade do saque do FGTS, como em dezembro. Além, claro, dos gastos sazonais no início do ano, como IPTU, IPVA e matrículas escolares", enumerou Catarina, em nota oficial.
Segundo a CNC, os consumidores estão cautelosos com seus gastos no curto prazo, mas a pesquisa aponta um cenário mais otimista no longo prazo.
Segundo boletim Salariômetro da Fipe, em 2018 75,5% tiveram ganho real
As negociações de salário em 2019 resultaram em desvantagem para a maioria dos trabalhadores. De acordo com o Salariômetro da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), apenas 49,4% das negociações resultaram aumento real (acima da inflação), enquanto em 2018 a proporção foi de 75,5%.
Entre as 49 categorias listadas, apenas 25 conseguiram algum aumento real. Já nas 27 unidades da federação, 12 registraram reajustes reais. Os reajustes que foram menores foram compensados por maiores benefícios —como alimentação e adicional de hora-extra— e avanços no banco de horas.
Para Hélio Zylberstajn, coordenador do Salariômetro, isso significa que, embora os reajustes tenham sido menores, houve avanço em outras cláusulas. “Esses benefícios não incidem em encargos para a empresa e acaba sendo bom para o trabalhador. É uma solução que agrada os dois lados”, diz.
“O fator mais importante na mesa de negociação é a taxa de inflação. Ao longo do ano, embora em termos históricos tenha sido pequena, ela foi maior que a de 2018”, diz. Para o especialista, diante do quadro de pouca atividade econômica e desemprego alto, não sobra espaço para reajuste real do salário.
Comparando 2018 com 2019, o número de acordos de negociações concluídas teve leve recuperação. Em 2017, ano da reforma trabalhista, foram 30,4 mil acordos, enquanto em 2018 o número caiu para 25,3 mil.
Em 2019 o resultado foi de 25,7 mil acordos. “A proporção de negociações continuam menor que dois anos atrás, isso indica que devemos fazer uma reforma sindical e depende de uma PEC, não é uma coisa de solução fácil”.
Com a reforma trabalhista do governo Michel Temer, o imposto sindical deixou de ser obrigatório. O STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou que o fim da cobrança é constitucional. Em dezembro, em uma manobra de deputados, uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para recriar o imposto avançou na Câmara.
Zylberstajn avalia que, com a reforma trabalhista, que entrou no fim de 2017, em termos de negociação coletiva começou a ter impacto em 2018.
Em dezembro, o reajuste mediano ficou em 3,4%, mesmo valor do INPC (Índice Nacional de Preços ao Mercado) para o mês. A perspectiva da Fipe para 2020 é que o reajuste real deva voltar apenas a partir de abril.
O Brasil produziu 1,018 bilhão de barris de petróleo em 2019, contra 944,1 milhões de barris em 2018, alta de 7,78%. Já a produção anual de gás teve alta de 9,46%, para 4,7 bilhões de metros cúbicos.
A maior alta foi registrada pela produção de petróleo na região do pré-sal, de 21,56%, para 633,9 milhões de barris, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A produção de petróleo e gás natural (boe) no Brasil subiu 0,5% em dezembro do ano passado, atingindo 3,973 milhões de barris equivalentes por dia (boe/d), enquanto a produção de petróleo teve alta de 0,5%, para 3,106 milhões de barris por cia (b/d), e de gás natural 0,8%, para 137,7 milhões de metros cúbicos diários.
Em dezembro, a produção do pré-sal aumentou 2,5% para 2,654 milhões de b/d, contra 1,092 b/d no pós-sal, informou a ANP.
Entre 2008 e 2015, a montadora levou ao país cerca de 128 mil carros que não
Um tribunal de Toronto multou nesta quarta-feira a Volkswagen em 196,5 milhões de dólares canadenses (cerca de R$ 625 milhões) após o grupo admitir que vendeu carros que simulavam baixas emissões de gases contaminantes.
A corte aceitou um acordo entre o grupo alemão e o governo canadense, que em dezembro apresentou 60 denúncias contra a Volkswagen.
O grupo foi denunciado por importar carros com um dispositivo que simulava emissões de gases nocivos dentro dos padrões ambientais.
Segundo as autoridades canadenses, entre 2008 e 2015 a Volkswagen trouxe para o país cerca de 128 mil carros que não respeitavam os limites de emissões de gases contaminantes.
O grupo foi denunciado ainda por entregar "informação falsa" às autoridades.
As denúncias foram apresentadas após quatro anos de investigações por parte do ministério canadense do Meio Ambiente.
A Volkswagen admitiu em 2015 que instalou em 11 milhões de veículos um software que simulava menores emissões de poluentes.
O chamado "dieselgate" já custou 30 bilhões de euros em honorários legais, multas e indenizações ao grupo alemão, principalmente nos Estados Unidos.
Superar a marca dos US$ 100 bilhões pode iniciar a liberação de um grande pacote de remuneração para Elon Musk
Elon Musk conduziu a Tesla a novos territórios, quando o valor de mercado da montadora de carros elétricos ultrapassou os US$ 100 bilhões na manhã de quarta-feira, e ela superou a Volkswagen para se tornar a segunda maior fabricante de automóveis pelo critério de valor de mercado.
As ações da Tesla mostravam alta de 6,25% na manhã da quarta-feira, o que elevou sua capitalização de mercado a US$ 104,8 bilhões.
Ultrapassar o marco dos US$ 100 bilhões pode ser o primeiro passo na liberação de um pacote de remuneração de mais de US$ 50 bilhões para Musk.
As ações da Volkswagen caíram em 1,38% no final do pregão na Alemanha, conduzindo sua capitalização de mercado aos 90 bilhões de euros (US$ 99,7 bilhões).
Os acionistas da Tesla aprovaram há quase dois anos um pacote de incentivos para Musk considerado como um dos mais lucrativos já oferecidos a um presidente-executivo.
A primeira parcela das opções que ele receberia sob esse arranjo valeria US$ 346 milhões, se as ações fossem vendidas imediatamente aos preços atuais.
Mas ele não terá acesso às ações imediatamente. O valor de mercado da Tesla precisa ficar acima dos US$ 100 bilhões por algum tempo e a empresa tem de atingir US$ 20 bilhões ao ano em vendas ou US$ 1,5 bilhão em receita anterior aos juros, impostos, depreciação e amortização, antes que Musk tenha direito ao pagamento. A Tesla atingiu esses dois marcos de faturamento em 2018.
Ao anunciar seus resultados de 2019, nos próximos dias, a Tesla deve registrar US$ 2,6 bilhões em receita, sob esse critério, e US$ 24,19 bilhões em vendas, de acordo com um apanhado de projeções de analistas conduzido pela FactSet.
Para que Musk receba a primeira parcela, a Tesla precisa sustentar seu valor médio de mercado por um período de seis meses, e por 30 dias corridos. O pacote de incentivos oferece outras 11 parcelas de pagamento.
As ações da Tesla subiram acentuadamente nos últimos meses, depois que a companhia surpreendeu os investidores com seus fortes resultados no terceiro trimestre do ano passado. A alta prosseguiu depois que a montadora do Vale do Silício anunciou nas últimas semanas ter iniciado entregas de produtos montados em sua fábrica na China, e atingido suas metas para 2019.
As ações da Tesla subiram em mais de 200% ante seu fechamento mais baixo de 2019, quando foram cotadas a US$ 178,97 em junho, um momento em que os investidores estavam preocupados com a capacidade da empresa para atingir suas metas no ano.
Desde então, as ações da Tesla atingiram diversas marcas históricas. Passaram de US$ 420, um patamar simbólico mencionado por Musk em 2018 como momento ideal para fechar o capital da companhia. Este mês, a Tesla se tornou a montadora de automóveis americana a atingir o maior valor de mercado em todos os tempos, e superou o recorde histórico de capitalização estabelecido pela Ford Motor em 1999.
A alta das ações significa que a Tesla fica atrás apenas da Toyota Motor em valor de mercado, embora ela fabrique muito menos carros do que seus principais rivais nos Estados Unidos, Europa e Japão.
A Volkswagen anunciou ter entregado quase 11 milhões de veículos no ano passado, o que inclui carros fabricados por suas outras marcas, como Audi e Porsche. A Tesla entregou 367,5 mil carros no ano passado.
Herbert Diess, presidente do conselho da Volkswagen, está frustrado com o baixo valor de mercado da companhia. Em apresentação este mês, ela descreveu as realizações da empresa, entre as quais cumprir suas metas financeiras. “No entanto, o valor de mercado de nossa companhia não está onde deveria”, um dos slides da apresentação dizia.
Como parte de seus esforços para contra-atacar, a Volkswagen planeja lançar diversos veículos elétricos novos. O ID.3, um modelo elétrico compacto, estará à venda na metade do ano, anunciou a montadora.
Empresa diz que modelo pode ser construído 'por mais ou menos metade do custo' de um carro convencional
A Cruise, a divisão de veículos autoguiados da General Motors, revelou seu primeiro veículo elétrico autoguiado, afirmando que ele poderia ser construído “por mais ou menos metade do custo” de um carro convencional.
O Origin, um modelo parecido com uma minivan, foi mostrado em San Francisco na terça-feira (21) e não tem pedais ou volante; foi projetado para uso compartilhado, permitindo que os passageiros dividam veículos.
A Cruise anunciou que o Origin —que a empresa insiste não ser um carro— poderia ajudar a reduzir os congestionamentos, a poluição e as mortes no trânsito.
A companhia não estabeleceu um prazo para a entrada em uso comercial do veículo e nem revelou empresa companhia, que tem participação majoritária da GM mas também conta com investimentos do grupo japonês SoftBank e da montadora de automóveis Honda.
O valor de mercado da Cruise foi avaliado em US$ 19 bilhões (R$ 79,8 bilhões) no ano passado —o equivalente a mais de um terço da capitalização de mercado da GM— mas ainda não está fornecendo serviços viáveis, e nem demonstrou de que forma sua tecnologia poderia se tornar lucrativa caso usada em grande escala. Em 2019, a empresa adiou por prazo indefinido o lançamento de seu serviço de carros autoguiados em San Francisco, mencionando a necessidade de testes adicionais.
Mas a GM é vista como uma das montadoras convencionais que realizaram mais avanços no desenvolvimento da tecnologia para veículos autoguiados, considerada crucial para o futuro da indústria automobilística. A Tesla e a Waymo, do Google, as líderes do setor, investiram bilhões de dólares no desenvolvimento de veículos autoguiados.
Kyle Vogt, fundador e vice-presidente de tecnologia da Cruise, disse que o novo veículo havia sido submetido a mais de 1,5 milhão de quilômetros de testes de rodagem, no ano passado em San Francisco.
Ele acrescentou que a tecnologia da empresa era avançada a ponto de permitir que seus veículos atravessassem os Estados Unidos “sem a mínima colisão”.
No entanto, críticos alertaram que a Cruise havia criado limitações para si mesma ao testar sua tecnologia para veículos autoguiados apenas em San Francisco. Eles dizem que isso poderia dificultar a expansão da empresa em outras cidades nas quais o ambiente e as condições de trânsito são muito diferentes.
O evento de lançamento da Cruise tem por foco o projeto do veículo, que tem jeito de ônibus, com espaço interno significativo e “um desempenho de sensores excepcional”, que permite que os sensores vejam-no escuro e através da neblina. No entanto, o evento omitiu outros detalhes técnicos importantes, como o alcance máximo do Origin com uma carga de bateria.
Voga disse que o veículo era tão espaçoso que “provavelmente dá para fazer ioga dentro dele”.
Dan Ammann, o presidente-executivo da Cruise, acrescentou que o Origin oferecia “uma experiência melhor, a um preço mais baixo do que o que você paga para se deslocar hoje”.
Ammann, que diz que serviços de transporte de passageiros como a Uber e a Lyft agravaram os problemas de trânsito das cidades, afirmou no mês passado que o sistema de transporte estava “quebrado”.
Peso da revenda de usados chega a 60% da receita; empresas conseguem margem maior ao se beneficiar de incentivo fiscal
As três maiores locadoras de veículos do país –Localiza, Unidas e Movida– faturam mais com a revenda de seminovos do que com a locação de veículos. A receita dessas vendas varia de 51% a 60% do faturamento bruto dessas empresas, segundo os balanços da companhia referentes a 2019.
O setor é o principal cliente da venda direta, na qual empresas em geral e outros públicos (como pessoas com deficiência e taxistas) podem comprar carros diretamente das montadoras, com benefícios fiscais como alíquotas mais baixas de ICMS e IPI.
As locadoras também se beneficiam de descontos que conseguem das montadoras devido às compras em grandes quantidades. Como colocam o carro à venda no setor de usados a preço de mercado, conseguem obter margens de lucro maiores que os demais revendedores.
"Conseguem descontos de 15%, ou até mais, em modelos novos que têm vendas mais fracas no varejo. Esses carros rodam na locadora por um tempo e depois são vendidos ao consumidor final ou a concessionárias se a atratividade do carro é menor", diz Milad Kalume, gerente de desenvolvimento da consultoria Jato.
A modalidade da venda direta cresce de modo constante desde o início da crise econômica e tem como maiores clientes as locadoras de veículos, na esteira da procura por motoristas de aplicativos.
Em 2019, representava 45,7% dos emplacamentos no país.
O setor, segundo a Abla (associação das locadoras), é responsável por 20% das compras de carros novos no país –44% de todas as vendas diretas.
As três maiores locadoras responderam por 14,88% de todos emplacamentos de 2019, segundo a Fenabrave (federação das distribuidoras). Juntas, compraram 288 mil veículos.
Segundo o advogado tributarista Rodrigo Prado Gonçalves, sócio do escritório Felsberg, as locadoras não recolhem o ICMS na revenda dos carros por se tratar de ativo imobilizado, sobre o qual não há a incidência desse imposto.
Os incentivos fiscais que beneficiam o setor, porém, têm sido alvo de reclamações. A Fenabrave afirma que as locadoras vendem os usados a preços mais baixos graças aos descontos que têm, o que pressiona as margens do setor como um todo.
"Também compramos na fonte, mas pagamos ICMS [na revenda]. Locadoras, quando vendem, são isentas. É uma assimetria", diz Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave.
As discussões chegaram ao Congresso. Há um projeto de lei do deputado Mario Heringer (PTD-MG) para ampliar o tempo que a locadora deve ficar com o carro antes de poder revendê-lo sem perder o benefício fiscal dos atuais 12 meses para 24 meses.
Essa regra, diz Luca Salvoni, tributarista sócio do Cascione, não é exclusiva de locadoras e pode ser aproveitada por empresas em geral.
Na prática, diz o deputado Heringer, não há controle sobre o prazo mínimo para revenda. "Virou uma bagunça, até porque não existe lei que restrinja, é um acordo. E quem cumpre acordo no Brasil?", diz.
O deputado usa dados da Fenabrave que apontam que só com o IPI menor para venda direta a União deixou de arrecadar cerca de R$ 2,4 bilhões em 2019 para defender o projeto.
A federação, porém, é contra o projeto de Heringer e defende a manutenção do prazo mínimo de vendas em 12 meses. "O que defendemos é uma fiscalização dos estados para que esse prazo [de 12 meses] seja cumprido. Há empresas que não respeitam esse tempo mínimo", afirma Alarico.
São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que concentram sedes ou grande parte das operações das principais locadoras, afirmam cobrar 12% de ICMS na venda direta de veículos.
O Paraná, entretanto, afirma que não houve fiscalização nesse setor em 2019. A Secretaria da Fazenda de São Paulo afirmou que fiscaliza as empresas do setor para verificar as operações de revenda.
Já a Receita Estadual de Minas Gerais diz manter o contínuo monitoramento e autuar quando há irregularidade.
"A operação Cadastro Único, em setembro, autuou oito locadoras nas quais havia indícios de venda dos veículos por meio de 'contratos de gaveta'", disse o órgão em nota.
A Abla (associação das locadoras) diz que as locadoras precisam vender seus carros usados para renovar seus ativos e que essa venda é feita pela tabela Fipe.
"A venda de veículos para renovação de frota tende a superar o valor de faturamento com locação na medida em que, na venda do veículo, é recebido o valor integral do bem, e na locação é recebida somente uma fração do valor", diz a associação.
Especialistas, no entanto, afirmam que, como o resultado da venda de seminovos já passa da metade do faturamento das locadoras, seria necessário uma revisão do modelo de negócio e das isenções às quais o setor tem acesso.
A Localiza, maior empresa do setor, questiona no Supremo Tribunal Federal o prazo de 12 meses para revenda. Pede para poder comercializar os carros antes disso sem pagar o tributo.
"O argumento é que o convênio é inconstitucional, pois bens do ativo imobilizado não são [considerados] mercadorias", afirma o advogado Rodrigo Prado Gonçalves.
O atual secretário Especial de Desestatização do governo Bolsonaro, Salim Mattar, é um dos sócios da Localiza. Seu irmão, Eugenio Mattar, é o atual diretor-executivo da companhia. Sua família detém 10,83% das ações.
A idade média dos veículos nas locadoras gira em torno de 17 meses, segundo a Abla, que justifica a troca de frota pela busca, por parte dos usuários, de veículos com mais tecnologia e menos consumo.
A Associação Nacional de Empresas de Aluguel de Veículos disse que o projeto do deputado Mário Heringer (PDT-MG) causaria impactos "negativos e profundos na indústria automotiva" porque reduziria a troca das frotas, causando redução no ritmo de produção e vendas das montadoras e, por consequência, demissão de trabalhadores
Consultoria projeta alta de 5,6% na venda de veículos leves no mercado brasileiro e queda de 25% no país vizinho
Com os números fechados do ano passado, a consultoria IHS Markit projeta para 2020 e 2021 desempenho bastante moderado do mercado brasileiro de veículos leves, enquanto para a Argentina a projeção é de mais uma forte retração este ano e retomada só no próximo – e mesmo assim em nível abaixo de 2019.
Em seu Forecast mensal publicado regularmente por Automotive Business, a IHS Markit estima a venda de 2,82 milhões de automóveis e comerciais leves no Brasil em 2020, o que significa crescimento de 5,6% sobre 2019 – avanço abaixo do que os 7,6% do ano passado em comparação com o anterior, e menor do que projetam fabricantes (Anfavea) e distribuidores (Fenabrave), que apostam em 9%. Para 2021 a consultoria é ainda mais conservadora e prevê avanço tímido de 3,2%, para 2,9 milhões de unidades vendidas.
O índice SAAR (Seasonally Adjusted Annual Rate) da IHS, que calcula o volume anualizado de vendas de veículos leves no Brasil com base no resultado dessazonalizado mensal, apontava em dezembro para mercado anual de 2,83 milhões de unidades, em linha com as projeções da consultoria.
Com a fraqueza das exportações, causada pela dependência excessiva da compras do mercado argentino, a produção de veículos leves no Brasil deve continuar andando de lado, com ritmo tímido de expansão. Para 2020 a IHS Markit prevê que sejam produzidas 2,9 milhões de automóveis e utilitários, o que seria uma pequena alta de 3,6% sobre 2019; e para 2021 a expectativa é de novo crescimento de apenas 4,8%, para pouco mais de 3 milhões.
ARGENTINA
Para o caso da Argentina, que já acumula dois anos de crise intensa e profundo mergulho de seu mercado de veículos, a IHS projeta cenário ainda pior em 2020: calcula a venda de apenas 335,8 mil automóveis e utilitários leves, o que representará queda expressiva de 25% em relação a 2019. Para a consultoria, a recuperação só começa em 2021, e mesmo assim com apenas 380,8 mil unidades negociadas, número 13,4% maior do que o do ano anterior, mas ainda pior do que os 444,6 mil vendidos em 2019.
Já para a produção de carros na Argentina, a consultoria calcula dois anos de altas seguidas importantes, de 11,5% em 2020 sobre 2019, para 368 mil unidades, e de 24,5% em 2021, para 458,3 mil. Contudo, ainda muito abaixo da capacidade produtiva do país, onde já foram fabricados mais de 800 mil veículos em um ano.
INDICADORES MACROECONÔMICOS
A IHS Markit também publica mensalmente suas projeções dos principais indicadores macroeconômicos para o Brasil. A previsão é de crescimento moderado do PIB, de 1,72% estee ano e 1,74% em 2021. A inflação deve chegar a 3,7% em 2020 e 3,6% no próximo ano, trazendo a taxa básica de juros (Selic) para 4,5% e 5,7%, respectivamente.
Implantação está em processo gradativo nas empresas do Grupo Caio Induscar
A Caio apresenta seu novo logotipo desenvolvido a partir da nova identidade visual da empresa que integra o Grupo Caio Induscar e está sendo utilizado desde o fim de 2019 de forma gradativa em todo o grupo, incluindo os ônibus.
O novo design - que perdeu o nome Induscar - agora utiliza a cor cinza no lugar de azul e está grafado em 3D, que faz alusão ao metal, o que para a empresa é um símbolo de inovação, tecnologia, sofisticação e referência global.
Segundo o diretor comercial Paulo Ruas, a mudança ilustra a evolução do grupo ao longo dos anos: “Somos líderes no mercado de ônibus urbanos e estamos sempre em constante crescimento. Adquirimos novas empresas do setor, evoluímos na otimização de processos, em nosso planejamento estratégico, na criação de novos materiais, tecnologias, e em melhorias na qualidade dos nossos produtos. Também investimos no desenvolvimento profissional dos colaboradores do Grupo Caio”, destaca.
Empresa especializada em tecnologia pretende faturar R$ 87 milhões em 2020
Ele ressalta que o VAI é uma tecnologia acessível para o consumidor e rentável para concessionários e outros players do mercado. Para 2020 a Wings pretende superar os R$ 87 milhões de faturamento e chegar a 500 concessionárias conectadas ao VAI.
Outra meta é explorar novos canais que possam se beneficiar dessa conectividade. “O carro conectado gera aproximadamente 25 GB de informações por hora. Trata-se de uma infinidade de dados ainda subaproveitada pela indústria e que pode trazer ganhos significativos para locadoras, seguradoras e até companhias de telefonia móvel”, estima o diretor da Wings.
Somente em 2019, mais de 6 mil viagens foram monitoradas todos os dias pelo VAI, que se tornou fonte de informações sobre o comportamento do motorista brasileiro.
A Wings tem sede em Pernambuco. Começou em 2010 produzindo acessórios automotivos. Acabou se especializando no fornecimento de linhas de equipamentos de entretenimento, conectividade, inteligência artificial e segurança.
Goodyear Ventures focará em novas tecnologias por meio de parcerias com startups
A Goodyear anuncia o lançamento de um fundo de capital de risco, a Goodyear Ventures, de US$ 100 milhões dedicados a investimentos em futuras soluções de mobilidade pelos próximos 10 anos.
Em comunicado, a empresa informa que a Goodyear Ventures se concentrará em oito vertentes que compõem a mobilidade: tecnologias elétricas e autônomas, soluções de mobilidade conectada, a próxima geração de mobilidade pública, a próxima geração de mobilidade aérea, infraestrutura futura de transporte, manutenção e operações futuras e tecnologias emergentes.
Para isso, o fundo investirá na formação de parcerias com startups dedicadas a criar e desenvolver novas experiências de mobilidade sustentáveis e seguras.
“A Goodyear é uma empresa de mobilidade baseada em tecnologia que colabora com outros líderes do setor, desde pequenas empresas novas a modelos de negócios comprovados. A Goodyear Ventures fará esse esforço para o próximo nível, para se comprometer e moldar a maneira como as pessoas se movem no futuro”, declarou o presidente e CEO global da Goodyear, Richard J. Kramer.
Além do capital, as empresas parceiras do portfólio da Goodyear Ventures terão a oportunidade de aprender e crescer com o know how da Goodyear por meio de seus recursos de tecnologia e inovação, rede de serviços de veículos e se beneficiar de sua presença global na fabricação e desenvolvimento de produtos.
Automotive Business ( publicado em 22-01-2020)
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