| 07 de Outubro de 2019
Segunda-feira
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Em 07/10/2019
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Fonte: BACEN
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| | | | | Quando recuperarmos o mercado de trabalho, juros de equilíbrio serão menores
Entre o início dos anos 90 até 2014, o gasto primário (exclui pagamento de juros) da União cresceu de 11% do PIB para pouco menos de 20% do PIB. As contas dos estados e municípios apresentaram comportamento equivalente.
Esse crescimento do Estado a velocidade muito além da expansão da economia gerou taxas de poupança muito baixas, mesmo em plena vigência do bônus demográfico. Resultou em juros reais elevados e câmbio, geralmente, valorizado.
A aprovação da emenda constitucional do teto do gasto limitou a taxa de crescimento do gasto público. Conjuntamente com a reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno no Senado, e outras reformas que ajustem o desequilíbrio fiscal, promoverá elevação da taxa de poupança.
Ou seja, quando o próximo ciclo de crescimento vier —e devemos observar aceleração moderada do crescimento já em 2020—, a pressão do financiamento do Estado brasileiro sobre a base de recursos da economia será menor.
Quando recuperarmos o mercado de trabalho e a economia voltar a operar a plena capacidade, os juros de equilíbrio serão menores. As contas atuais sugerem que em vez dos 5-6% vigentes no primeiro mandato da presidente Dilma, a economia operará com juros reais na casa de 3-4%. Os preços de mercado também apontam valores dessa ordem.
Tudo indica que essa alteração no custo de capital promoverá também alteração no câmbio.
O câmbio médio vigente na economia brasileira nas últimas décadas foi da ordem de R$ 3,50, a preços do segundo trimestre (o agravamento da crise na Argentina no terceiro trimestre e a consequente desvalorização do peso devem ter depreciado nossa medida de câmbio médio). O câmbio médio foi obtido controlando-se para: diferença de inflação com os parceiros, de produtividade e de termos de troca, sempre com ponderação pelo peso dos parceiros na corrente de comércio.
Desde o início do ano passado, o câmbio se desvalorizou muito. Saiu de R$ 3,10 para os atuais R$ 4,10. A desvalorização foi real, pois a inflação tem estado contida.
É fato que parcela significativa desse movimento se deve ao fortalecimento do dólar frente às demais moedas, inclusive ao real. Mais recentemente a piora em alguns países emergentes, entre eles a Argentina, gerou algum contágio no real.
Considerando os efeitos externos, o câmbio médio de longo prazo, a preços do terceiro trimestre, não deve ser superior a R$ 3,60. Com o câmbio na casa de R$ 4,10, temos uma desvalorização com relação ao longo prazo da ordem de 15%.
Se durante muitos anos o câmbio observado esteve mais valorizado do que essa média de muito longo prazo, parece que nos próximos anos o câmbio se situará num nível desvalorizado ante esta média. Evidentemente, se formos bem-sucedidos em terminar a consolidação fiscal e, portanto, conseguirmos consolidar poupança doméstica maior e juros menores.
Adicionalmente, tudo sugere que a trajetória do câmbio no longo prazo será de valorização a partir de uma posição desvalorizada. A perspectiva de trajetória futura de valorização contribui para equilibrar os mercados financeiros com uma taxa de juros doméstica menor. Para o investidor internacional, o rendimento da aplicação financeira em dólar é dado pelo juro doméstico somado à taxa de valorização do real no período.
Esse novo equilíbrio macroeconômico —se, de fato, persistirmos na consolidação fiscal— pode ser uma boa notícia para a indústria de transformação, certamente o setor mais prejudicado pelo equilíbrio macroeconômico anterior.
Samuel Pessôa - Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e sócio da consultoria Reliance. É doutor em economia pela USP.
| Folha de S. Paulo (publicado em 06-10-2019) | | | | Perigo não são robôs superinteligentes, mas surgimento de robôs fulustrecos
Se você estiver com fome e for aluno da Universidade de Berkeley na Califórnia há uma grande chance de seu pedido de delivery ser entregue por um robô. A razão para isso é o serviço criado pela empresa Kiwibot, uma startup colombiana que desenvolveu uma nova forma de entregar comida. Você faz o pedido por meio do seu aplicativo favorito.
Só que a entrega não é feita por um entregador, mas por um simpático robozinho chamado Kiwi. Ele é praticamente um caixote branquinho sobre rodas, com um olho digital parecido com um emoji na frente.
Os Kiwis se deslocam pelo campus como que por mágica. Quando chegam, só você com seu celular pode abrir o seu compartimento e então: tchã-ran! A comida estará na sua mão, quentinha. A empresa afirma que o tempo médio para uma entrega com esse sistema é de 27 minutos. A ideia deu tão certo que os Kiwis estão se expandindo para outras 12 universidades nos EUA.
Só tem um problema: que tipo de inteligência artificial fabulosa é essa que permite aos robozinhos navegarem por terrenos complexos, atravessarem ruas e chegarem até o lugar onde o autor do pedido se encontra? A resposta é frustrante e fascinante. Os robôs são pilotados por seres humanos: funcionários da empresa localizados na Colômbia. Usando câmera e GPS, os Kiwis transmitem imagens em tempo real para o operador colombiano, que vai então navegando os caixotinhos.
A empresa até usa um sistema de inteligência artificial e quer um dia transformar os robôs em autônomos de verdade. Mas a realidade é que por traz dos Kiwis existem trabalhadores fora dos EUA, ganhando bem menos do que um entregador de comida naquele país ganharia.
Os Kiwibots são um bom exemplo do que o economista Pascual Restrepo (professor da Universidade de Boston e especialista em automação) chama de “inteligência artificial mais ou menos”.
Atualmente, há um grande debate sobre os impactos sociais da inteligência artificial, até mesmo do ponto de vista ético. Pascual, no entanto, alerta para a possibilidade da inteligência artificial acabar não sendo lá essas coisas.
Os processos de automação começaram a acontecer, mas não por causa de tecnologias incríveis que trazem ganhos enormes de eficiência e sim por causa de soluções mequetrefes que eliminam o trabalho humano sem gerar qualquer crescimento pra valer de produtividade ou eficiência.
Nas palavras de Restrepo: “Em uma era de automação rápida, a importância relativa do trabalho irá se deteriorar especialmente se as novas tecnologias que eliminarem empregos não elevarem a produtividade de forma suficiente. Isso acontece quando essas novas tecnologias são apenas ‘mais ou menos’, boas o suficiente para serem adotadas, mas não muito mais produtivas do que o trabalho que estão eliminando. Com esse tipo de automação mais ou menos, a demanda pelo trabalho cairá, mas não haverá ganhos de produtividade efetivos para compensar”.
Em outras palavras, quando se pensa nos desafios da inteligência artificial, o perigo maior não é o surgimento de robôs futuristas superinteligentes, mas sim o mundo ser tomado por robôs fulustrecos, bangalafumengas, fubicas, beldroegas ou brochotes.
Reader
Já era
Não ter um plano nacional de inteligência artificial
Já é
Países como Canadá, China, EUA, Austrália, Índia e México com planos nacionais de inteligência artificial
Já vem
Brasil continuar a não ter um plano nacional de inteligência artificial
Ronaldo Lemos - Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.
| Folha de S. Paulo | | | | O contrabando de cigarros vem sendo há muitos anos a “bola da vez” para os contrabandistas, no Brasil. Não à toa que o produto paraguaio lidera o ranking de apreensões da Receita Federal, com 56% do volume, totalizando 2,5 bilhões de unidades apreendidas apenas entre janeiro a junho deste ano.
E além do setor do tabaco, outras indústrias também vêm enfrentando a concorrência desleal do mercado ilegal, que por sinal se acirra em períodos de economia desaquecida. Considerando 13 setores em 2018, são R$ 193,1 bilhões de perdas setoriais e sonegação, segundo levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade.
Mesmo que cada segmento tenha sua peculiaridade, as formas de enfrentamento acabam sendo parecidas. Em comum, uma forte dependência do trabalho das forças policiais e de fiscalização, uma considerável sensibilidade às oscilações do mercado e, por fim, uma demanda que poderia compensar essas duas questões: uma legislação mais simples, principalmente na área tributária.
O #DentroDaLei conversou com representante de alguns setores, como os de TV por assinatura, material esportivo, combustíveis e óculos, para ter um panorama de como eles andam enfrentando o mercado ilegal.
O setor de TV por assinatura é mais um que está sendo duramente atingido pela crise econômica. Desde 2014, de acordo com a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), esta indústria já perdeu 3 milhões de assinantes, principalmente entre os consumidores de baixa renda, mais afetados pelo desemprego.
Um dos reflexos da crise, a pirataria, vem crescendo "assustadoramente", segundo o presidente da ABTA, Oscar Simões. Estima-se que conexões clandestinas cheguem a 4,5 milhões de lares - o número em 2017 era de 4,2 milhões, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD), do IBGE.
"Isso provoca um prejuízo de R$ 9 bilhões por ano às empresas do setor e aos governos, que deixam de arrecadar cerca de R$ 1 bilhão por ano em impostos", contabiliza o executivo, que lembra que a pirataria também cresce com a chegada de novas formas de acesso ilícito aos conteúdos de TV por assinatura, seja por aparelhos decodificadores clandestinos ou por sites que compartilham canais pagos de modo irregular.
"Não há dúvida de que a redução e simplificação de impostos aumenta a demanda por este serviço" - Oscar Simões, presidente da ABTA
Para Simões, a política tributária é decisiva na expansão ou contração do setor de TV por assinatura. "Não há dúvida de que a redução e simplificação de impostos aumenta a demanda por este serviço", afirma.
Para comprovar isso, ele mostra um estudo da Fipe, que indica que cada ponto percentual de aumento no preço deste serviço pode reduzir a base de assinantes em 1,95%. O mesmo estudo estimou que o aumento da carga tributária poderia provocar a exclusão de quase 2 milhões de consumidores do serviço de TV paga.
Aumento que, inclusive, já aconteceu nos últimos anos em pelo menos 15 estados e no Distrito Federal, através das alíquotas do ICMS para a TV por assinatura.
Além da simplificação tributária, Simões cobra que o estado contribua coibindo as atividades ilícitas. "Por parte das empresas, o aumento de demanda gera mais investimentos e empregos. E esperamos também uma mudança de cultura de um estrato da sociedade que ainda tolera a ilegalidade", afirma.
O setor de TV por assinatura movimenta em torno de R$ 30 bilhões por ano no Brasil, segundo a Anatel. E de acordo com a Ancine, sem um combate eficiente à pirataria, o setor de TV por assinatura pode deixar de gerar até cerca de 150 mil empregos nos próximos dez anos.
Óculos falsificados: um problema de saúde pública
"O mercado óptico está em quinto lugar na escala de artigos falsificados. Em todo o país, óculos sem qualidade movimentam cerca de R$ 8 bilhões ao ano, quase 60% do mercado". É assim que o presidente da Sindióptica-RS (Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Rio Grande do Sul), André Roncatto, resume a situação do setor.
Após anos enfrentando as incertezas do mercado, o segmento já acredita em uma real retomada de crescimento, após uma queda de 2,1% no faturamento em 2018 (R$ 21,5 bilhões) em comparação a 2017 (R$21,9 bilhões). No primeiro trimestre de 2019, o setor registrou crescimento de 3,7% frente ao fechamento de 2018.
Em contrapartida, o setor tem sido obrigado a encarar duas "novidades" vindas do mercado ilegal. Uma é o contrabando de materiais fabricados com lixo reciclável, que entram no país por cerca de R$ 1. Além disso, o comércio de produtos falsificados se estendeu em grande proporção, segundo ele, para os óculos de grau. "Um verdadeiro atentado à saúde pública", afirma.
"A sociedade precisa entender estes efeitos perversos. Já seria uma grande contribuição o simples fato de não adquirir produtos contrabandeados" - André Roncatto, presidente da Sindióptica-RS
Até por isso, Roncatto também vê a necessidade de que o estado promova ações que vão além da repressão e das mudanças na política tributária. "É prudente realizar uma ampla campanha de conscientização junto ao consumidor sobre a aquisição de produtos ilegais", ressalta.
"Hoje, não vivemos apenas a era dos sacoleiros das compras no Paraguai. O momento é outro. A informalidade que invade as ruas alimenta o crime organizado, que coopta imigrantes e pessoas em vulnerabilidade social. Na outra ponta, lojistas encerram as atividades", lamenta. "A sociedade precisa entender estes efeitos perversos. Já seria uma grande contribuição o simples fato de não adquirir produtos contrabandeados."
Combustíveis: brechas para um modelo de negócios ilegais
No setor dos combustíveis a situação é um tanto diferente. Isso porque o contrabando não oferece uma ameaça relevante. E outros problemas sérios do passado, como a adulteração, bastante disseminada há cerca de 10 anos, foram reduzidos significativamente nos últimos anos, devido a mudanças na legislação e aperto nas fiscalizações.
No entanto, ilegalidades não deixaram de acontecer. Segundo Helvio Rebeschini, diretor de Planejamento Estratégico e Mercado da Plural (Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência), empresários desonestos do setor perceberam que a inadimplência tributária passou a ser mais vantajosa e menos arriscada do que a adulteração dos combustíveis.
"É um problema crescente", alerta, apresentando números de uma pesquisa sobre o potencial tributário do setor, concluída pela Plural em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) em agosto.
"Onde a tributação é alta, como nos cigarros e combustíveis, o crime compensa. Pois dá ao criminoso uma vantagem competitiva absurda sobre o mercado legal" - Helvio Rebeschini, diretor de Planejamento
Estratégico e Mercado da Plural
Como resultado, a Plural calcula uma inadimplência de R$ 7,2 bilhões em tributos, só no ano passado. São R$ 5,3 bilhões de só de ICMS, segundo o estudo da FGV. A este número ainda pode se somar, segundo cálculos da Plural, R$ 1,9 bilhão referentes a inadimplência do PIS/Confins, sonegação de tributos decorrente da adulteração de produtos ou de bombas (a chamada "fraude volumétrica") e de ICMS referente a simulações de vendas interestaduais.
Além da crise econômica, Rebesquini vê outros fatores que contribuem para essa situação do setor. "Onde a tributação é alta, como nos cigarros e combustíveis, o crime compensa. Pois dá ao criminoso uma vantagem competitiva absurda sobre o mercado legal", aponta.
Outro problema que ele elenca é a legislação tributária "extremamente complexa". Para ele, isso abre "várias brechas para se fraudar e tornar a fiscalização mais difícil". O executivo também lembra da dificuldade nacional de aplicação séria da lei criminal, que não facilita o trabalho de quem julga.
Assim, essa situação acabou criando uma espécie de "modelo de negócio ilegal", onde empresas em nome de "laranjas" ganham mercado rapidamente, impossibilitam o crescimento do mercado regular e ainda deixam um passivo tributário praticamente impossível de ser recuperado pelo Estado.
"Esse inadimplemento também é ligado à adulteração de combustíveis, que por sua vez é ligado ao contrabando de cigarros e depois de armas e drogas", observa.
Produtos esportivos: Indústria nacional de falsificação
Marcas e produtos altamente desejados e com um bom valor no mercado, como os feitos por grandes indústrias esportivas, fazem crescer os olhos do mercado ilegal. Isso não é exatamente uma novidade - o Brasil importa, produz e até exporta, há décadas, itens falsificados ou contrabandeados nessa área.
Para a diretora presidente da Associação pela Indústria e Comércio Esportivo (Ápice), Marina Carvalho, o combate a isso até vem sendo eficaz, mas só na forma repressiva. Polícia Rodoviária Federal, Ministério da Justiça e Receita Federal têm sido, segundo ela, "muito responsivos e eficientes, trabalhando de maneira contundente".
"Se não há política fiscal falta um braço nessa estratégia" - Marina Carvalho, presidente da Ápice
Mas aí ela aponta um porém: "se não há política fiscal falta um braço nessa estratégia". Representante de um setor que movimenta cerca de R$ 5 bilhões por ano, arrecada perto de R$ 2 bilhões em tributos e gera aproximadamente 20 mil empregos diretos, Marina diz que os números do contrabando e falsificação variam muito de acordo com a situação econômica e cambial do país. Porém, o mercado ilegal normalmente abocanha metade das vendas.
O setor, assim, acaba tendo que enfrentar uma concorrência que, apesar de não entregar um produto com a mesma qualidade, também não arca com uma carga tributária que chega a 48% sobre os produtos na prateleira. "Isso é um estímulo à falsificação e ao contrabando", conclui.
Um exemplo de política tributária até hoje considerado bem-sucedido é uma lei de 2005 para o setor de tecnologia: a chamada Lei do Bem trouxe uma série de benefícios fiscais para este segmento e acabou reduzindo a participação do mercado ilegal de 75%, naquele ano, para 35% em cerca de quatro anos. Hoje estima-se que o contrabando e a pirataria desses produtos responda por menos de 10% do mercado nacional.
Entre os benefícios, a lei garantiu às empresas a redução das alíquotas de PIS e Cofins a zero sobre a receita bruta da venda de unidades de processamento digital, teclados,
modens e computadores, além de possibilitar que despesas com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação fossem deduzidas. A medida também reduziu o IPI sobre os bens necessários para esse setor.
"Essa migração para o mercado legal contribui para a consolidação de uma indústria nacional da área tecnológica – ainda que muito aquém de outros países -, diminuindo a dependência de importações nesse setor e contribuindo para uma paulatina redução dos preços de produtos de informática e popularização de seu acesso à diferentes estratos sociais", conclui um estudo do Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (Cedes).
| Gazeta do Povo ( publicado em 06-10-2019) | | | | A queda das taxas de juros tem provocado uma grande movimentação de recursos no mercado financeiro. Investidores estão diversificando, saindo de aplicações antes tidas como tradicionais.
A mais tradicional das aplicações dos brasileiros, a caderneta de poupança, está sofrendo com a queda de rentabilidade. O retorno da poupança caiu para menos da metade de três anos atrás. Ela rende agora apenas 3,85% ao ano. Este retorno equivale a 0,32% ao mês.
Até o final de setembro, segundo dados do Banco Central, a poupança sofre resgate líquido de quase R$ 5 bilhões, contra captação líquida de mais de R$ 25 bilhões no mesmo período de 2018.
Entretanto, não é só a poupança que está perdendo recursos. Aplicações de renda fixa estão perdendo a relevância nos portfólios dos investidores.
Segundo a Anbima, os fundos de renda fixa perderam participação no portfólio dos investidores nos últimos anos.
Conforme pode ser visto nos dois gráficos abaixo, o volume investido em fundos de renda fixa representava 48% do total investido em fundos em dezembro de 2016. Naquele momento, a taxa básica da economia, a taxa Selic, ainda estava em 13,75% ao ano.
A Selic vem caindo continuamente desde outubro de 2016 e, desde o mês passado, se encontra em 5,5% ao ano. Esta queda promoveu uma rotação nos portfólios dos investidores e hoje os fundos de renda fixa representam apenas 41% do total.
O destaque de alteração ocorreu justamente nos fundos de ações. Em 2016, estes representavam apenas 4% do total. Em setembro de 2019, a participação desta classe de ativos já representava 8% do total de fundos.
Esta elevação pode ser explicada parte pela valorização de 74% do Ibovespa no mesmo período, mas a captação se destacou. Enquanto de janeiro de 2018 a setembro de 2019 os fundos de renda fixa tiveram captação líquida de R$ 1,2 bilhões, os fundos de ações captaram R$77 bilhões. Esta evolução pode ser observada no gráfico acessando aqui.
Neste mesmo período, os fundos multimercados tiveram captação líquida ainda maior que os fundos de ações, acumulando mais de R$ 100 bilhões.
Claramente, o investidor está aprendendo a diversificar a carteira. No entanto, ressalto que este aumento de risco das carteiras deve ser sempre realizado com cuidado, pois momentos de maior volatilidade de mercado são naturais e ocorrem com mais frequência do que se imagina.
Portanto, os aplicadores devem atentar para três fatores que respondem pelo seu perfil de investidor: sua necessidade de recursos no curto prazo, sua habilidade e capacidade em suportar oscilações de mercado e o horizonte de longo prazo destas aplicações. O cuidado com estes fatores é fundamental para não haver desapontamento com os investimentos.
Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.
| Folha de S. Paulo (publicado em 06-10-2019) | | | | Mais de 300 mil pessoas no Brasil investem em fundos que têm em suas carteiras apenas uma ação: normalmente Vale ou Petrobras. Eles foram criados, no geral, há mais de 15 anos, quando o ambiente de competição no mercado era baixo e o acesso dos investidores para a compra direta de ações na Bolsa, mais restrito.
Levantamento feito pela Economática a pedido do Estadão/Broadcast mostra que há hoje 51 fundos "mono ação" no mercado, com patrimônio líquido conjunto que supera R$ 7 bilhões. Desses, 24 têm mais de mil cotistas. O maior é um do Banco do Brasil, com 34,6 mil cotistas, segundo o estudo, que tem a data-base de 25 de setembro.
A taxa de administração é de 2% ao ano - por ter uma única ação, o fundo não possui gestão ativa, o que poderia justificar um porcentual mais alto de cobrança. Procurado, o BB não comentou.
A preferência desses fundos por papéis da Vale ou da Petrobras tem a ver com o fato de que, em 2002, o governo permitiu que os trabalhadores destinassem parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de ações da mineradora. O objetivo do governo era vender seus papéis e popularizar os investimentos na Bolsa. O mesmo mecanismo foi utilizado, mais tarde, para as ações da Petrobras. Também há fundos mono ação com papéis da Cielo, BB Seguridade e Bradesco.
Entre os maiores fundos, 22 são dos grandes bancos - BB, Itaú Unibanco, Santander, Caixa e Bradesco. Outros dois são da Sicredi e Nova Terra Gestão, que juntos têm cerca de 12 mil cotistas.
O fundo mono ação com a taxa de administração mais alta - 4% - é do Santander, com ações da Vale. Outros dois do Itaú Unibanco vêm em seguida, com taxa de 3%, com ações da Vale e da Petrobras. Procurado, o Santander afirmou que esses "fundos foram criados, há quase 20 anos, como instrumentos para permitir o investimento de recursos do FGTS na Vale e na Petrobras, mas não estão mais captando".
No "Petrobras 2010", administrado pelo Bradesco, a taxa cobrada dos mais de 21 mil cotistas é de 1,5%. Segundo o banco, esses fundos são de propósito específico e não fazem parte da oferta ativa e da carteira recomendada da instituição. As taxas de administração cobradas "substituem a corretagem e as taxas de custódia, além de outros serviços, trazendo mais comodidade ao cliente", informou o Bradesco.
Procurados, Itaú e Caixa não comentaram.
O fundo de ações da Vale, da gestora Terra Nova Gestão, cobra taxa de 2%, e o da Sicredi, com papéis da Petrobras, 1,5%. O Sicredi afirmou que, a partir do dia 15, a cobrança será de 1%. "O Sicredi reafirma que tem como prioridade a transparência no relacionamento com seus mais de 4 milhões de associados e que, como instituição financeira cooperativa, atua de forma consultiva, identificando necessidades e oferecendo soluções financeiras adequadas aos seus associados", completou. A Terra Nova Gestão não comentou.
Competição
A professora de finanças da FGV Claudia Yoshinaga diz que nem mesmo a facilidade de recolhimento de imposto pode ser citada como justificativa para a aplicação nesses fundos. Para o investidor de longo prazo, na declaração anual do Imposto de Renda, deverá constar o recebimento de dividendos ou juros sobre capital próprio, se houver, caso não tenha negociado essas ações no período. "Hoje o custo para comprar ação é muito mais baixo do que já foi, dada a competição entre as corretoras", afirma.
O professor de Finanças do Insper, Michael Viriato, lembra que muitas corretoras zeraram suas taxas para compra de ações e custódia, em uma esforço para atrair a pessoa física para o mercado de capitais. "Os investidores menos educados financeiramente ainda não sabem as opções de investimento que estão hoje a seu alcance."
Ele acredita que esses investidores ainda não perceberam que estão deixando de ganhar dinheiro porque, no longo prazo, essas ações acumularam elevada valorização. Agora, contudo, com taxas de juros em queda e a Selic na mínima histórica de 5,5% ao ano, o assunto taxa de administração foi para os holofotes dos investidores.
Captação dos fundos
A captação líquida dos fundos de investimento no Brasil até setembro somou R$ 205,7 bilhões, quase quatro vezes a mais do que a entrada líquida no mesmo período do ano passado, segundo Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Considerando apenas o terceiro trimestre, o montante chega a R$ 63,5 bilhões, puxado pela captação dos multimercados, com R$ 31,8 bilhões. Em seguida, vêm os fundos de ações, com R$ 22,9 bilhões.
A melhor rentabilidade no período ficou com os fundos de ações ativos, com 24,1% no período - o índice da Bolsa subiu 19,2% no mesmo intervalo. O patrimônio líquido dos fundos no fim de setembro estava em R$ 5,3 trilhões, 13,2% maior que o observado em dezembro do ano passado.
A renda fixa está perdendo espaço nos fundos, diante da queda de juros no País. De janeiro a setembro esses fundos representaram 41,5% do total, ante fatia de 44% no fim do ano passado. Em 2016 a parcela era de 48%.
No sentido oposto, os fundos de ações subiram de 6,6% no fim do ano passado, para 7,8% em setembro. Um pequeno aumento também foi registrado na participação dos fundos multimercados, de 21,1% para 21,6%.
Um destaque neste ano foi a entrada de recursos para os fundos de índices (ETFs, na sigla em inglês). A captação líquida chegou a R$ 7,4 bilhões, sendo que no mesmo período do ano passado foi de R$ 500 milhões.
| Bem Paraná | | | | Debate sobre o assunto é maniqueísta, e a política ideal deve ser pró-cíclica
A proposta de retirar da Constituição a obrigação do reajuste do salário mínimo é horrível, mas isso não quer dizer que seu aumento deva ser grande neste momento.
O debate sobre o salário mínimo é maniqueísta. De um lado, o cálculo extemporâneo do Dieese com o seu valor “ideal”, segundo o instituto, de quase R$ 4.000 em vez dos R$ 998 atuais. Do outro, a ideia de que o mínimo causa somente desemprego e desordem das contas públicas.
É difícil analisar os efeitos do salário mínimo sobre a economia porque normalmente escolhemos dentre dois modelos opostos.
Um se baseia no fato de que elevação de salário leva os trabalhadores às compras, levantando a demanda, criando empregos e melhorando a situação dos mais pobres. Ademais, como no mercado de trabalho é mais comum que as empresas tenham mais poder de mercado que os trabalhadores, reajustes compensam o baixo poder de barganha dos empregados, tornando esse mercado mais eficiente.
A arrecadação de impostos também se eleva pelo maior consumo das famílias.
O outro modelo começa com o fato de que salários são custos das empresas. Assim, qualquer incremento do salário mínimo encarece a produção, as empresas contratam menos, há maior inflação e o desemprego dispara. Para completar, como salário mínimo é um gasto para o governo por conta, dentre outros fatores, das aposentadorias vinculadas a ele, qualquer acréscimo leva a maior déficit público —a cada aumento de R$ 1 no mínimo, despesas públicas crescem R$ 300 milhões.
Qual o modelo está certo?
Os dois! Um salário mínimo mais alto cria e destrói empregos. Modera o poder de mercado das empresas e eleva os custos de produção. Multiplica o déficit público pelo lado das despesas e o reduz pelo lado das receitas. Aquece e desaquece a economia. Melhora a distribuição de renda pela maior renda dos mais pobres e piora porque se houver perda de empregos, será também dos mais pobres.
No fundo, a relação entre maior salário mínimo e bem-estar é não linear e depende do grau do reajuste e da relação entre o valor do mínimo e a produtividade dos trabalhadores.
Ao longo dos anos, é preciso que a produtividade cresça. No curto prazo, extremos são ruins. Congelar o mínimo piora a desigualdade de renda sem gerar empregos. Mas seguir o valor do Dieese é loucura;
desemprego e desigualdade explodiriam.
A política ideal de salário mínimo deve ser pró-cíclica.
Quando a economia vai bem, o governo deve reajustá-lo acima da média histórica. Quando a economia vai mal, o mínimo deve subir mais devagar (sem nunca congelar ou reduzir). Essa regra segue a melhor evidência da literatura econômica, como o recente trabalho de Arindrajit Dube para os EUA. Lá, salários mínimos regionais subiram pouco nas últimas décadas, e 1% de aumento do mínimo reduz a pobreza entre 0,22 e 0,46%.
Não há dúvidas que salários mínimos estaduais nos EUA, com a economia aquecida, deveriam estar em maiores patamares do que hoje.
No Brasil, estamos em crise e o salário mínimo, ainda bem, não é mais tão baixo como no passado.
É improvável que um complemento de R$ 30 ou R$ 40 cause qualquer desemprego. Há efeitos sobre as contas públicas, mas não é gasto horroroso. O governo deveria copiar a política do governo petista, de reajustes generosos, neste momento? Também não. Efeitos sobre o desemprego apareceriam. Maiores acréscimos, só quando a economia se recuperar.
Nem tanto nem tão pouco.
Rodrigo Zeidan - Professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ.
| Folha de S. Paulo (publicado em 05-10-2019) | | | | O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 0,3 ponto na passagem de agosto para setembro, para 87,1 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, 7. Em médias móveis trimestrais, o indicador cresceu 0,2 ponto, a segunda elevação consecutiva.
"A suave alta em setembro compensa a queda observada no mês anterior e mantém o indicador na trajetória positiva, atingindo o maior nível desde abril de 2019. O resultado sugere continuidade da recuperação gradual do mercado de trabalho nos próximos meses, e mostra que ainda há um longo caminho pela frente", avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 0,6 ponto em setembro ante agosto, para 92,9 pontos. "O ICD voltou a registrar resultado favorável em setembro após um tropeço em agosto. Apesar do bom resultado no mês, o patamar elevado do indicador sugere que a melhora na taxa de desemprego deve continuar devagar", completou Rodolpho Tobler.
O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto maior o patamar, mais satisfatório o resultado.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
No IAEmp, cinco dos sete componentes registraram avanços em setembro, com destaque para o Indicador de Tendência dos Negócios para os próximos seis meses do setor de Serviços, que subiu 3,0 pontos.
No ICD, o recuo foi puxado pelas famílias com renda mensal entre R$ 2.100.00 e R$ 4.800.00 (-3,7 pontos) e de R$ 4.800.00 a R$ 9.600.00 (-1,8 pontos).
| Bem Paraná | | | | Pesquisa mostra que cresceram os gastos com educação, saúde e higiene e cuidados pessoais
O brasileiro tem dedicado uma fatia maior do orçamento para pagar dívidas e está com menos dinheiro para investir. A conclusão é da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) 2017-2018, divulgada nesta sexta (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pesquisa mostra ainda que, entre as despesas correntes das famílias, cresceram os gastos com educação, saúde e higiene e cuidados pessoais.
O maior acesso a smartphones também impactou o orçamento, com alta de 200% nos gastos com celular e acessórios.
A pesquisa concluiu que despesa média das famílias brasileiras é de R$ 4.649,03. Desse total, 92,7% são destinados a despesas correntes, com moradia, transporte, educação e consumo, percentual praticamente estável em relação à pesquisa anterior.
A parcela destinada ao pagamento de dívidas cresceu de 2,1% para 3,2%, puxada pela quitação de empréstimos, que subiu de 1,4% para 2,4%. Já a fatia para aumento do ativo, ou investimentos, caiu de 5,8% para 4,1%, com menos espaço para gastos em aquisição de imóveis e reformas.
“As famílias estão gastando muito com manutenção e ficando com menos dinheiro para fazer investimento”, comentou o gerente da pesquisa, André Martins.
O resultado mostra interrupção de movimento de alta no investimento captada pelo levantamento anterior.
A parcela destinada a outras despesas correntes, como o pagamento de impostos, contribuições trabalhistas ocupa 11,7% do orçamento. Neste item, houve grande alta das tarifas bancárias, cuja fatia no orçamento das famílias cresceu 150% desde e última pesquisa.
O dado mostra que a concorrência de fintechs e seus serviços financeiros sem custos ainda não foi suficiente para deter o crescimento do peso desses serviços no orçamento. As tarifas bancárias responderam por 1% da despesa, contra 0,4% na pesquisa anterior.
Entre as despesas correntes de maior peso no orçamento, houve queda das fatias destinadas a alimentação (-1,9 ponto percentual) e transporte (-1,4 ponto percentual), que representaram, respectivamente, 14,2% e 14,6% do orçamento. A parcela da habitação, a maior delas, ficou praticamente estável, em 29,6%.
Pela primeira vez, a despesa com transporte ultrapassou a parcela destinada à alimentação, embora a pesquisa mostre aumento nos gastos com alimentação fora de casa tanto entre os mais ricos quanto entre a população da zona rural.
Historicamente, os levantamentos do IBGE mostram que o gasto com alimentação tem caído, as despesas com habitação e transportes apresentam ligeira estabilidade, enquanto as áreas de saúde e educação ganham relevância no orçamento familiar.
A fatia destinada ao gasto com educação cresceu 52%, passando de 2,5% para 3,8% do orçamento familiar.
Destaca-se o aumento da parcela com cursos regulares e superiores, de 1,4% para 2,2%. Os gastos com saúde passaram de 5,9% para 6,5%.
De acordo com o IBGE, a fatia destinada a despesas com celulares e acessórios cresceu 200%, para 0,9% do orçamento das famílias. Planos de assinatura de TV a cabo e internet também passaram a ter parcela maior, de 1,1%, alta de 83,3%.
A fatia do orçamento destinada a higiene e cuidados pessoais, que já havia mostrado alta na pesquisa anterior, subiu 52,63%, para 2,9%.
Nesse item, dobrou a parcela usada para comprar sabonetes e produtos para cabelo, por exemplo.
Para recreação e cultura, a parcela subiu de 1,6% para 2,1%.
A pesquisa mostra grandes diferenças nos hábitos de consumo dos mais ricos e dos mais pobres.
No caso da saúde, por exemplo, os mais pobres têm um gasto maior com remédios, enquanto os mais ricos dedicam fatia maior do orçamento a planos de saúde.
| Folha de S. Paulo (publicado em 05-10-2019) | | | | Com média de quatro funcionários, formato quase sempre obriga o empresário a colocar a mão na massa
Para atrair franqueados com menos recursos e chegar a novos mercados, grandes marcas aumentaram o investimento em microfranquias, unidades em estabelecimentos pequenos, quiosques, ou dentro de outra loja, no formato "store in store".
De acordo com um levantamento deste ano da ABF (Associação Brasileira de Franchising), as microfranquias, assim classificadas quando exigem um investimento inicial de até R$ 90 mil, cresceram 8% em 2018.
Para trabalhadores autônomos e empreendedores iniciantes, o modelo é atraente. Mas, apesar de o investimento ser menor, o trabalho pode ser até maior do que em uma empresa grande.
Em média, as microfranquias operam com quatro funcionários, o que quase sempre obriga o empresário a colocar a mão na massa. Ele precisa, assim, ter versatilidade para assumir várias tarefas do dia a dia do negócio, como o atendimento direto aos clientes e a busca por novos parceiros comerciais.
Não é um empreendimento para qualquer um. "Antes de investir, a pessoa precisa entender o próprio perfil: quer colocar a mão na massa ou ter uma equipe? É melhor no gerenciamento de pessoas ou no contato direto com o consumidor?", exemplifica Adriana Auriemo, diretora de microfranquias da ABF.
Se autonomia for uma das prioridades, os negócios no modelo "home-based", que são operados de casa ou com atendimento domiciliar, são os mais indicados.
No caso de empresas com loja física, muitas vezes o próprio empreendedor é o responsável por abrir e fechar o negócio diariamente. Por isso, a pessoa tem menos flexibilidade de horário se comparada a um franqueado de modelo tradicional, afirma o economista e consultor do Sebrae Sergio Dias.
Quando a professora Vivian Rohlfinge investiu R$ 14 mil para ser franqueada da The Kids Club, rede de escolas de inglês focada no público com idades entre 1 e 12 anos, acumulou as tarefas de um emprego de representante comercial e a administração das contas da franquia.
No início, era o marido de Vivian quem lecionava para os 35 alunos da escola. O valor investido na microfranquia incluiu materiais didáticos e o direito de uso da marca.
Dois anos depois, toda a dinâmica foi modificada. O número de alunos triplicou, Vivian pediu demissão do trabalho e passou a se dedicar integralmente ao negócio.
A empresária afirma que acertar parceria com as escolas é um dos maiores desafios que enfrenta.
"É difícil explicar nosso trabalho e torná-lo conhecido e reconhecido. Muitas escolas investem o mínimo possível na educação", diz Vivian, que hoje fatura em média R$ 90 mil por mês, tem oito funcionários e mais de 400 alunos.
Trabalho à parte, as microfranquias tendem a pesar menos no bolso do que outro tipo de empresa. Como toda franquia, garantem ao empreendedor o apoio da rede e um modelo de negócio mais testado.
"Quando o empresário faz as contas, percebe que é mais barato pagar a taxa da franquia e os royalties do que gastar, por exemplo, com uma empresa de design", afirma Adriana, da ABF.
Outra vantagem do modelo para o empresário é a negociação em rede. Como as compras são em escala, o franqueado acaba conseguindo preços menores.
Franquias mais baratas, com investimento inicial aproximado de R$ 5.000, são cobiçadas principalmente por empresários que atuam de maneira informal.
Ainda que o investimento seja pequeno, é prudente que o interessado tenha uma reserva financeira equivalente a 100% do valor aplicado, para manter o negócio até a consolidação do ponto e da marca e, se necessário, enfrentar momentos de crise.
Quando trocou o trabalho num centro automotivo por duas unidades da empresa Home Angels, que presta serviço de cuidados para pessoas idosas, o administrador Dennys Tiba usou 30% do dinheiro que havia guardado para montar um negócio. As duas franquias exigiram investimento de R$ 50 mil.
O centro automotivo havia perdido faturamento, e o administrador entendeu que havia carência de serviço de cuidados para idosos.
Foi decisivo para a escolha o fato de que o negócio não exigia investimento em um ponto comercial-- os idosos são atendidos em domicílio.
"Em oito meses, recuperei o valor investido", afirma Dennys, que atualmente fatura R$ 160 mil por mês.
| Folha de S. Paulo (publicado em 05-10-2019) | | | | Desaquecimento da economia europeia não será empecilho à aprovação do acordo, diz vice-ministro
Após a série de atritos diplomáticos entre o governo brasileiro a lideranças europeias, a Alemanha prega pragmatismo e diz que os próximos 18 meses serão cruciais para superar lobbies e ratificar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, cuja primeira versão foi aprovada no fim de junho.
O acordo é resultado de vinte anos de negociações e considerado fundamental no processo de abertura comercial da economia brasileira. As comemorações, porém, acabaram ficando em segundo plano pela crise diplomática gerada após o recrudescimento dos incêndios na Amazônia.
"Estamos diante de oportunidade histórica de avançar significativamente em nosso relacionamento e os próximos dezoito meses serão decisivos", disse à Folha o vice-ministro de Economia e Energia da Alemanha, Thomas Bareiss.
Um exemplo dos obstáculos pôde ser visto nesta quinta (19), quando o Parlamento da Áustria aprovou moção que obriga o governo daquele país a vetar a participação no acordo, usando como justificativa a postura do governo Bolsonaro em relação à floresta.
"É claro que há muitas tendências contra o livre comércio e a favor do protecionismo e isso nos preocupa", afirmou Bareiss, que esteve esta semana no país para encontrar empresários alemães com negócios no Brasil e participar da 16º Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana.
A visita ocorre um mês após Bolsonaro sugerir que a chanceler alemã Angela Merkel usasse dinheiro do fundo Amazônia para reflorestar a Alemanha. Ele também atacou o presidente francês, Emmanuel Macron e ofendeu sua mulher, Brigitte, ao comentar com risadas um post no Twitter que a chamava de feia.
"Concordo que nas últimas semanas houve troca de mensagens que realmente não contribuíram muito", disse o vice-ministro alemão, para quem "a necessidade de marcar posições diante do eleitorado" contribuiu para inflamar os discursos.
"Mas acho que faria muito mais sentido olharmos para o que temos em comum, focarmos nos fatos e ver do ponto de vista pragmático como se pode agir para que as coisas caminhem na direção correta", completou. Antes de entrar em vigor, o acordo precisa ser ratificado por todos os países envolvidos.
A Alemanha é apontada como uma das maiores beneficiadas pelo acordo, que reduzirá tarifas para a troca de bens e serviços entre os dois blocos comerciais. Já a França sofre com pressões internas de sua agroindústria, que teme perda de mercado para produtos do Mercosul.
Ele defende que o Mercosul não se beneficiará apenas com a abertura de mercados agrícolas, mas poderá aproveitar complementariedades com a indústria europeia e experimentará crescimento nos investimentos europeus.
"Sei que o Brasil tem uma indústria metal-mecânica forte e de relevância. Outro ponto importante é a eficiência energética e geração de energia renovável. O Brasil está entre os líderes na produção de etanol e biomassa", argumentou.
Na sua opinião, o desaquecimento da economia europeia não será empecilho à aprovação do acordo nos países do continente, caso os governos sejam convencidos de que a abertura de novos mercados pode representar "um propulsor" para o reaquecimento.
Bareiss minimizou acusações de interferência estrangeira na Amazônia —uma das críticas de Bolsonaro a Macron— embora acredite que os termos do acordo, que prevê comprometimento com o combate ao desmatamento e poluição, aumentarão os controles sobre a proteção à floresta.
"Sabemos que tanto na Alemanha quanto em toda a Europa a Amazônia é considerada o pulmão verde do mundo. Olhando para essa imagem fica óbvio porque as pessoas se interessam tanto na conservação da floresta", comentou.
"Mas eu não sou partidário de forma alguma de que sejam emitidas recomendações e orientações sobre o que deve ser feito aqui no Brasil", afirmou. "A floresta amazônica é brasileira, faz parte do território brasileiro. Não estamos mais na época do colonialismo, essa fase ficou para trás."
Com uma metáfora futebolística, diz que a Alemanha costuma ser criticada pelo jogo "um tanto chato, entediante e pragmático demais", características que poderiam se aplicar também à política local. "Tanto no Brasil como na França, política é questão muito emotiva e que desperta paixões."
| Folha de S. Paulo (publicado em 04-10-2019) | | | | Presidente elogia ministro e colegas da Infraestrutura, Agricultura e GSI nas ações para retomada do crescimento
O presidente Jair Bolsonaro reafirmou seu apoio ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, não há um plano B para a área econômica.
"Não tem plano B. A economia é 100% com o Guedes. Não discuto. É 100% com o Guedes. Dou sugestões às vezes, de vez em quando eu tenho razão, ele diz que vai tomar providência", disse Bolsonaro em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
À espera de resultados, o presidente, porém, tem feito consultas sobre assuntos econômicos a Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), como a Folha mostrou em 29 de setembro.
"Não dá pra dar um cavalo de pau na economia. A economia é um transatlântico", disse Bolsonaro ao destacar o trabalho de Guedes, Tarcísio e Tereza Cristina (Agricultura).
Segundo o presidente, o Brasil está "conseguindo reconquistar a confiança do mundo".
Sobre Guedes, Bolsonaro afirmou que ele continua sendo seu "posto Ipiranga". "De vez em quando chamo, não deixou de ser… [risos]. Quisera nós termos sempre um posto Ipiranga do nosso lado. Nas Forças Armadas, o posto Ipiranga é um tal de Heleno, conhecem?"
O presidente afirmou também que os resultados econômicos já começaram a aparecer.
"A Caixa está dando boas notícias, diminuindo os juros do cheque especial, sem interferência minha. Eu poderia interferir na Caixa. Eu não posso interferir é no Banco do Brasil, porque não pode, teoricamente, né? Posso interferir trocando o presidente [risos], mas longe disso aí..."
Bolsonaro elogiou a reforma trabalhista de Michel Temer (MDB). "Se o Temer não fizesse a reforma trabalhista, estaria numa situação pior do que estava antes. É muito bonito falar em direitos. Agora quero saber os direitos do desempregado, não tem direito nenhum."
O presidente ainda afirmou que vai terminar obras paradas.
"Não vamos partir para ser igual ao que o PT fez com as refinarias. O que eu tenho falado para os ministros é terminar as obras. Aí podem falar: ‘Ah, começou com a Dilma, com o Temer’. Mas, se a gente não for atrás, vai virar só esqueleto", disse.
"Parte do sucesso do Tarcísio é que ele está usando os batalhões de engenharia do Exército para fazer obras. A mão de obra lá é o soldado", afirmou Bolsonaro.
Segundo ele, a diária de um soldado é de R$ 25. O presidente disse que pediu para que o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, dobre esse valor em 2020.
Entre as obras, ele citou a BR-163, no Pará, e a Ferrovia Norte-Sul. "Eu pretendo fazer isso aí. É comum no meio político perguntar: ‘Qual a sua grande obra?’ Mas, se eu for me preocupar com isso daí, a gente não governa."
| Folha de S. Paulo (publicado em 05-10-2019) | | | | R$ 100 bi de economia para a União é esperada com a PEC paralela
A segunda parte da reforma da Previdência, conhecida como PEC (Proposta de Emendas à Constituição) paralela, reúne alterações defendidas por senadores na versão aprovada pela Câmara.
O que propõe a PEC paralela:
- Cria mecanismo para facilitar o ajuste nos gastos previdenciários de estados e municípios;
- Governadores e prefeitos poderiam aderir à reforma com o aval das Assembleias Legislativas por meio de uma lei ordinária, em vez de criar, discutir e aprovar uma proposta própria;
- Equipe de Guedes é favorável à inclusão de estados e municípios da reforma da Previdência;
- Ideia é do relator no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), com o argumento de que a cisão evitaria atrasos na votação na Casa;
- R$ 100 bi de economia para a União é esperada com a PEC paralela.
| Folha de S. Paulo | | | | Além da sede, sindicato vai vender sua sub-sede em Mogi das Cruzes, um clube de campo, uma colônia de férias e outros imóveis
Em crise, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes informou aos seus 185 funcionários que não recebiam seus salários nesta sexta-feira (4), como estava programado.
O pagamento de salários dos funcionários do sindicato —que é filado à Força Sindical— acontece nos dias 5 de cada mês. E, pela convenção coletiva da categoria, é liberado às sextas-feiras quando a data coincide com o fim de semana.
Na manhã desta sexta, porém, o sindicato enviou a seus diretores a informação de que o salário não seria depositado em suas contas.
A entidade tem 60 diretores, cujos salários são de R$ 12 mil brutos. A folha de pagamentos do sindicato consome cerca de R$ 150 mil mensais.
Os sindicalistas não foram informados sobre a nova data de pagamento. Essa é a segunda vez, em três meses, que o sindicato atrasa o pagamento de seus funcionários.
Procurados, o presidente do sindicato, Miguel Torres, e a tesoureira a entidade, Elza Pereira, ainda não se manifestaram.
Como a Folha antecipou, com uma dívida que beira os R$ 20 milhões, o sindicato está vendendo sua sede, no bairro da Liberdade, por R$ 140 milhões.
Em reunião nesta segunda, a diretoria do sindicato foi informada que toda a receita obtida como fruto da negociação coletiva foi consumida até setembro. O custo de manutenção do sindicato é de R$ 3,5 milhões mensais.
Além da sede, o sindicato vai vender sua sub-sede em Mogi das Cruzes, um clube de campo, uma colônia de férias e outros imóveis.
| Folha de S. Paulo (publicado em 04-10-2019) | | | |
Governador de São Paulo, João Doria, previa desfecho para esta semana
Freio de mão puxado A semana que deveria ser decisiva para a novela da venda da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP) começa sem nada concreto. No dia 19 de setembro, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que uma solução definitiva seria revelada em 15 dias, vencidos na sexta-feira (4). Mas o final de semana foi de silêncio entre Caoa e Ford, que há um mês foram ao Palácio dos Bandeirantes anunciar o início de um processo de diligência prévia para a venda da unidade.
Motor O imbróglio se arrasta desde fevereiro, quando a montadora anunciou o fechamento de sua planta de caminhões e Ford Fiesta, provocando comoção que levou Doria a se envolver no caso, oferecendo ajuda para achar um comprador para a unidade e preservar 3.000 empregos.
Engarrafamento Nos meses seguintes, Caoa e empresas chinesas manifestaram interesse, mas com pouco avanço e muito impasse sobre financiamento e incentivos fiscais. A última manifestação pública de Caoa e Ford foi em 3 de setembro, no evento do palácio ao lado de Doria, quando o governador disse que a diligência levaria 35 a 45 dias.
| Folha de S. Paulo | | | | Nova regra deve reduzir número de motoristas que desconhecem risco de veículos com defeito
Entrou em vigor neste mês a norma que insere no documento do carro o aviso de que há um recall pendente. Esse chamado ocorre quando o veículo apresenta um defeito de fábrica que representa risco à segurança, e seu conserto não pode ser cobrado pela montadora.
Se o carro tiver sido convocado há mais de um ano e seu motorista ainda não tiver agendado ou executado o reparo, a mensagem que indica a existência do problema vai ser incluída na renovação do licenciamento.
Após o conserto, os prestadores do serviço terão 15 dias para comunicar ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) que o problema foi solucionado. A pendência será excluída do histórico do veículo e não constará no próximo documento.
A mudança deve estimular o comparecimento às concessionárias —ninguém quer correr riscos nem ter seu carro desvalorizado por um problema que pode afetar a segurança do condutor.
Em 2018, 2,2 milhões de carros foram convocados para a correção de algum defeito de fábrica. Segundo o Procon-SP, apenas 325 mil unidades passaram pelo reparo naquele período.
O problema torna-se mais grave quando pensamos nas centenas de milhares de veículos que tiveram um defeito detectado no passado e não foram consertados. Esses carros vão passando de mão em mão ao longo dos anos sem que o motorista saiba que há algo errado.
Só em 2018, cerca de 10 milhões de veículos usados foram negociados no Brasil. Nesse universo há uma quantidade gigantesca de carros com recall pendente.
Hoje, a forma de comunicação é ineficiente. As fabricantes cumprem normas legais de anúncio, mas os protocolos não contemplam o consumidor médio brasileiro.
Muitos carros são chamados anos depois de terem sido produzidos, quando já não têm valor expressivo de mercado e circulam por áreas carentes do país. Seus donos desconhecem os problemas e tampouco sabem que têm direito ao reparo gratuito.
Não importa o estado do carro nem se a documentação está em dia. Todos os automóveis que carregam algum defeito de fabricação que coloca a vida de seus ocupantes em risco devem ser consertados sem custo em uma concessionária autorizada.
Aí há um outro problema, levantado por Rodolfo Rizzotto, autor do livro “Recall – O que as Montadoras não Contam”: se o dono morar em uma região sem revendedores da marca de seu carro, o serviço não será de fato gratuito. Haverá o custo do deslocamento e, em alguns casos, necessidade de hospedagem. As montadoras também deveriam arcar com essas despesas.
A regra nova, portanto, ainda está longe de ser perfeita, mas, ao menos, reduz o número de motoristas que desconhecem o risco de rodar com seus veículos.
Eduardo Sodré - Jornalista especializado no setor automotivo.
| Folha de S. Paulo (publicado em 05-10-2019) | | | | Medida anunciada no início de setembro é assinada pelos dois países
Representantes de Brasil e Argentina assinaram na quinta-feira, 3, em Montevidéu, no Uruguai, o acordo que estabelece o livre comércio de veículos entre os dois países e que havia sido anunciado em 6 de setembro, quando os países concluíram as negociações.
Em nota conjunta, os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores informam que o acordo traz segurança jurídica e previsibilidade de investimentos para a indústria nacional e acrescentam que também facilitará a adequação do setor automotivo à união aduaneira do Mercosul, onde os demais produtos circulam sem tarifas e são exportados para fora do bloco com tarifas externas comuns.
Atualmente as trocas comerciais do setor automotivo entre os dois países são determinadas pelo sistema “flex”: cada um pode exportar ao outro sem cobrança de tarifas aduaneiras até US$ 1,50 para cada US$ 1,00 que importar. Esta limitação foi ajustada pela última vez em 2016 e vigora até junho de 2020, quando estava prevista a abertura total dos mercados. No entanto, com a nova negociação o flex foi estendido e subirá gradualmente até 2028.
O valor em dólares de exportação isento de tarifas subirá de 1,5 para 1,8 vez o valor das importações a partir de julho de 2020, depois irá aumentando gradualmente, para 1,9 em julho de 2023, sobe para 2,0 em julho de 2025, vai a 2,5 em julho de 2027, atingindo 3,0 em julho de 2028. A partir de 1º de julho de 2029 está previsto o livre comércio de veículos e autopeças sem condicionantes.
Os produtos automotivos respondem pela metade do comércio de bens entre Brasil os dois países: em 2018, as exportações brasileiras do setor para a Argentina atingiram US$ 7,5 bilhões.
| Automotive Business (publicado em 04-10-2019) | | | | Acumuladores descartados poderão levar luz a locais sem rede pública
A Nissan e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) testam o uso de baterias de segunda vida do carro elétrico Leaf para armazenar energia de postes de luz equipados com painel solar fotovoltaico.
O projeto foi desenvolvido a partir de um memorando de entendimento assinado em 2018 pela montadora e a universidade. O objetivo é estudar soluções futuras para as baterias usadas de carros elétricos.
Cinco postes de luz solar com baterias do Leaf começam a ser usados para iluminar parte do pátio do laboratório de Fotovoltaica da UFSC – o Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar –, em Florianópolis (SC). Eles são alimentados por uma combinação de painéis solares no topo e baterias do veículo elétrico na base.
As soluções para dar novas formas de utilização a essas baterias buscam a interação dos automóveis com a infraestrutura das cidades. A Nissan recorda que esse tipo de poste pode, no futuro, ser uma solução para levar energia a regiões não atendidas pela rede tradicional.
"O compromisso da Nissan vai além de vender o Leaf. Temos o objetivo de incentivar as pesquisas e desenvolver o ciclo completo de vida do carro elétrico”, afirma o presidente da montadora no Brasil, Marco Silva.
Para o estudo a Nissan cedeu à UFSC três novos conjuntos de baterias da primeira geração do Leaf, que se somam aos outros seis cedidos anteriormente. Cada conjunto conta com 48 acumuladores de energia.
Os postes funcionam de maneira 100% independente do sistema de energia elétrica principal. Não utilizam cabos ou tomadas. São alimentados somente pela energia solar.
A tecnologia de armazenamento de energia nas baterias do Leaf já foi usada para iluminar parte do estande da fabricante japonesa no Salão do Automóvel de São Paulo, no fim de 2018, e em outros eventos da marca.
| Automotive Business (publicado em 04-10-2019) | | | | Software Polestar traz aumento de potência e torque para XC60 D5 e XC90 D5, mas sai por R$ 7 mil
A Volvo vai oferecer no Brasil uma atualização de motores capaz de melhorar o desempenho dos SUVs XC60 D5 e XC90 D5, movidos a diesel. Esse “veneno de fábrica” é possível pela adição ao Drive Mode dos dois carros a opção Polestar Engineered. A modificação custa R$ 7 mil e poderá ser feita em uma das 36 concessionárias Volvo a partir do dia 7 de outubro.
A diferença nos números parece pequena pelo preço pedido: 5 cavalinhos a mais e pouco mais de 2 quilogramas-força de torque. Tanto o XC60 quanto o XC90 D5 são equipados com motor 2.0 biturbo de quatro cilindros cuja potência original é de 235 cavalos e o torque máximo, de 48,9 mkgf entre 1.750 e 2.250 rpm. Após a atualização de software, a potência sobe para 240 cv e o torque, para 51 mkgf entre 1.500 e 2.500 rpm.
A melhora de desempenho virá sobretudo do aumento de torque em uma faixa de rotações ligeiramente mais baixa e também de alterações em parâmetros do câmbio. Isso porque o novo mapeamento também promove trocas de marcha em rotações mais baixas.
| Automotive Business (publicado em 04-10-2019) | | | | Unidade localizada em Diadema (SP) deixará de operar em até um ano
A Freudenberg-NOK, empresa do Grupo Freudenberg, decidiu fechar sua fábrica localizada em Diadema (SP), onde produz componentes de vedação para veículos leves, pesados e motocicletas, como retentores, anéis de vedação, selos, juntas e coifas, entre outros. A planta é a única da divisão que opera no Brasil cujo processo de encerramento das operações deve ser concluído em um ano, até outubro de 2020.
Em nota, a empresa afirma que a decisão é parte de sua estratégia de reposicionamento no mercado e indica que os componentes serão importados de fábricas que operam em outros países, incluindo novos itens ao portfólio.
A empresa confirma que continuará dando suporte aos clientes por meio de sua equipe de vendas e engenharia e que demais fábricas do Grupo Fredenberg no Brasil não serão afetadas. Elas continuarão atuando com as divisões Chem-Trend, EagleBurgmann, Klüber Lubrication, SurTec, Vibracoustic, Freudenberg Performance Materials e Freudenberg Filtration Technologies.
“Apesar de todos os esforços, o retorno dos investimentos não se materializou de forma sustentável. Para a empresa e para o Grupo Freudenberg, orientação de longo-prazo e sustentabilidade são elementos-chave para a perenidade do negócio. Esse reposicionamento corrobora a nossa capacidade de se reinventar. E representa mais um passo em direção ao futuro”, afirma em nota o presidente da Freudenberg-NOK Sealing Technologies, George Rugitsky.
De acordo com a empresa, ainda não é possível mensurar o número de demissões. Haverá uma reestruturação no quadro de funcionários ao longo do ano que vem.
Em todo o mundo, a companhia possui 23 unidades, entre fábricas, centros de desenvolvimento, pesquisa e de vendas e emprega cerca de 5,2 mil pessoas, incluindo Brasil, Estados Unidos, México, Canadá e Malásia. A Freudenberg-NOK é uma empresa com atuação nas Américas e fruto da parceria entre a companhia alemã Freudenberg Sealing e a japonesa NOK Corp.
| Automotive Business (publicado em 04-10-2019) | | | | Órgão alega que a montadora deixou de reparar quatro carros por diferentes motivos
O Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania, multou a Hyundai Motor Brasil em R$ 1,7 milhão por deixar de reparar diferentes veículos fabricados em Piracicaba, no interior de São Paulo. A penalidade aplicada no fim de setembro de 2019 foi motivada por reclamações de consumidores.
Segundo o Procon, a empresa não reparou nem substituiu o estepe de um Creta 1.6 MT, não consertou falha na pintura de HB20 Comfort, a bomba de combustível de um HB20S nem a embreagem de um HB20 Comfort Plus.
O órgão de defesa do consumidor se amparou no artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, que prevê que os fornecedores são responsáveis por consertar os problemas que seus produtos venham a apresentar.
| Automotive Business (publicado em 04-10-2019) | | | | Os preços médios do etanol hidratado recuaram em 15 Estados brasileiros na semana passada, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Houve alta em 11 Estados e no Distrito Federal.
Na média dos postos brasileiros pesquisados pela ANP, houve alta de 0,10% no preço médio do etanol na semana passada ante a anterior, de R$ 2,870 para R$ 2,873.
Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, houve alta de 0,26% no período e a cotação média do hidratado variou de R$ 2,648 para R$ 2,655 o litro.
A maior alta semanal, de 1,09%, foi em Goiás e a maior queda, de 2,79%, em Alagoas.
Na comparação mensal, os preços do etanol subiram em 16 Estados e no Distrito Federal e recuaram outras nove unidades da Federação. Sem avaliação no mês anterior no Amapá, não houve base para comparação. Na média brasileira, o preço do biocombustível pesquisado pela ANP acumulou alta mensal de 0,45%.
O preço mínimo registrado na semana passada para o etanol em um posto foi de R$ 2,249 o litro, em São Paulo e o menor preço médio estadual, de R$ 2,638, foi registrado em Mato Grosso.
O preço máximo individual, de R$ 4,970 litro, foi registrado em um posto do Pará e o Rio Grande do Sul registrou o maior preço médio, de R$ 3,968 o litro.
| Tribuna PR | | | | Queda ainda é reflexo de baixa de demanda do mercado interno e das exportações
A produção de veículos recuou 34,9% na Argentina considerando o volume do acumulado de janeiro a setembro na comparação com mesmo período do ano passado. As fabricantes somam 241,3 mil unidades, entre automóveis e comerciais leves entregues entre janeiro e setembro, de acordo com dados divulgados pela Adefa, associação das montadoras no país.
O ritmo fraco na produção ainda é reflexo da baixa demanda no mercado interno. As vendas no atacado totalizaram pouco mais de 291,2 mil veículos, representando queda de 48,3% sobre as 563 mil unidades de iguais meses de 2018.
Da mesma forma, as exportações diminuíram 15,3% no acumulado de janeiro a setembro, para 168 mil veículos, dos quais 109,9 mil ou 65,4% foram destinados ao Brasil, 29,7% a menos no comparativo anual.
“Todos os elos da cadeia estão trabalhando em uma agenda com uma visão comum de 10 anos, que nos permite preservar a atividade diante dos desafios atuais e gerar as condições necessárias para nos posicionarmos com mais força contra a tomada de decisões na região, competir em igualdade de condições nas próximas tarefas e prosseguir no desenvolvimento de novas tecnologias”, declarou o presidente da Adefa, Luis Fernando Peláez Gamboa.
Segundo o executivo, a entidade tem como foco modificar em conjunto as questões estruturais que impactam a competitividade da indústria por meio de um plano sustentável e de longo prazo.
| Automotive Business (publicado em 04-10-2019) | | | | A produção de veículos cresceu 10,9% em setembro ante igual mês do ano passado, informou nesta
segunda-feira, 7, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram 247,3 mil unidades produzidas no mês passado, em soma que considera os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
O volume, se comparado a agosto, contudo, mostra queda de 8,3%.
No acumulado do ano até setembro, as montadoras fabricaram 2,26 milhões de unidades, alta de 2,9% em relação a igual período do ano passado.
Apesar do aumento da produção no ano, as montadoras seguem demitindo. Foram 215 vagas fechadas em setembro. Nos últimos 12 meses, são 4.542 postos a menos.
No fim de setembro, o setor contava com 127.938 funcionários, baixa de 3,4% em comparação com setembro do ano passado.
| Tribuna PR | | | | A venda de veículos cresceu 10,1% em setembro ante igual mês do ano passado, informou nesta segunda-feira, 7, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram 234,8 mil unidades vendidas no mercado interno, em balanço que soma os segmentos de automóveis, comerciais leves e unidades.
O desempenho do mês passado divulgado pela Anfavea confirma números publicados na quarta-feira pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que representa as concessionárias.
O volume de vendas em setembro, se comparado a agosto, mostra contração de 3,3%. No acumulado do ano, foram 2,03 milhões de unidades emplacadas, alta de 9,9% em relação a igual intervalo do ano passado.
| Tribuna PR | | | | A exportação brasileira de veículos, em unidades, caiu 7,1% em setembro ante igual mês do ano passado, informou nesta segunda-feira, 7, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram 36,6 mil unidades vendidas ao exterior no mês passado, em conta que considera os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
O volume, se comparado a agosto, mostra recuo de 0,2%. No acumulado de janeiro a setembro, são 337,5 mil veículos embarcados, queda de 35,6% em relação a igual intervalo do ano passado.
O recuo se deve principalmente à crise da Argentina, principal comprador de veículos brasileiros.
| Tribuna PR | | | | Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2019. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 7, que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 4,75% ao ano. Há um mês, estava em 5,00%. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 permaneceu em 5,00% ao ano, ante 5,25% de quatro semanas atrás.
No caso de 2021, a projeção permaneceu em 6,50%, ante 7,00% de um mês antes. A projeção para a Selic no fim de 2022 permaneceu em 7,00%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.
Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 6,00% para 5,50% ao ano. Foi o segundo corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC avaliou que o cenário externo, apesar de incerto, está favorável para países emergentes.
Além disso, reconheceu avanços nas reformas econômicas e divulgou projeções comportadas de inflação para 2019 e 2020. Neste contexto, a instituição também indicou que pode promover novos cortes na Selic.
Estas mensagens foram reforçadas pela ata do encontro e pelo Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
No grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a mediana da taxa básica em 2019 permaneceu em 4,75% ao ano, ante 5,00% de um mês antes. No caso de 2020, seguiu em 4,50% ao ano, ante 5,00% de quatro semanas atrás.
A projeção para o fim de 2021 no Top 5 permaneceu em 6,50%. Há um mês, estava no mesmo patamar. Para 2022, a projeção do Top 5 seguiu em 6,50% ao ano, igual a um mês antes.
| Tribuna PR | | | | Os investidores estrangeiros no mercado de juro futuro aumentaram as posições líquidas compradas em taxas/vendidas em PU (aposta na alta da taxa) em 6.000 para (2.024.498 contratos em aberto, de 2.018.498 anteriormente. As informações são da B3.
Os investidores locais, por sua vez, diminuíram as posições líquidas vendidas em taxa, que refletem aposta em corte de juro, em 4.752, para 2.351.009 contratos em aberto, de 2.346.257 anteriormente.
Na contraparte, as posições dos bancos diminuíram ainda mais moderadamente a posição líquida tomada contratos em aberto, passando para 167.686 de 169.081 contratos em aberto.
| Tribuna PR | | | | Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o indicador oficial de preços – em 2019 e 2020.
O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 7, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano passou de alta de 3,43% para elevação de 3,42%. Há um mês, estava em 3,54%. A projeção para o índice em 2020 foi de 3,79% para 3,78%. Quatro semanas atrás, estava em 3,82%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3,50%, respectivamente.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC atualizou suas projeções mais recentes para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,3%. No caso de 2020, está em 3,6%.
Top 5
No Focus desta segunda-feira, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 foi de 3,37% para 3,40%. Para 2020, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,73%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,50% e 3,73%, nesta ordem.
No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,80%, igual a um mês atrás. A projeção para 2022 no Top 5 permaneceu em 3,75%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.
Últimos 5 dias úteis
A projeção mediana para o IPCA de 2019 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis passou de 3,42% para 3,40%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 41 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 3,54%.
No caso de 2020, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,80% para 3,70%. Há um mês, estava 3,81%. A atualização no Focus foi feita por 39 instituições.
12 meses
Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente a previsão para o IPCA em setembro de 2019, de alta de 0,06% para elevação de 0,05%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado indicava inflação de 0,15%.
Para outubro, a projeção no Focus foi de 0,17% para 0,16% e, para novembro, permaneceu em 0,24%. Há um mês, os porcentuais de elevação eram de 0,20% e 0,25%, respectivamente.
No Focus desta segunda, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 3,49% para 3,51% de uma semana para outra – há um mês, estava em 3,53%.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus do Banco Central reduziu a projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta 4,40% para 4,32%. Para 2020, a mediana passou de 4,17% para elevação de 4,10%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,60% para os preços administrados em 2019 e alta de 4,30% em 2020.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 3,5% em 2019 e 4,5% em 2020.
IGPs
A pesquisa do BC mostrou ainda que a mediana das projeções do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de 2019 seguiu em alta de 5,18%. Há um mês, estava em 5,48%. No caso de 2020, o IGP-M projetado foi de alta de 4,03% para elevação de 4,02%, ante 4,07% de quatro semanas antes.
Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
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