| 23 de JuLho de 2019
Terça-feira
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Em 23/07/2019
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Fonte: BACEN
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| | | | | Preocupação com demanda interna insuficiente cresce e vai para 41,1% dos entrevistados
Apesar de dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria) indicarem que o cenário econômico para a indústria continuou ruim em junho, a expectativa do setor para os próximos meses se manteve positiva.
A falta de demanda, as condições financeiras debilitadas, a insatisfação com a margem de lucro e o excesso de estoque indicam que a retomada da indústria brasileira está distante de acontecer, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (22) pela confederação.
A preocupação com a demanda interna insuficiente, por exemplo, cresceu entre o 1º e o 2º trimestre deste ano. Enquanto nos primeiros três meses, esse foi considerado um problema principal para 37,5% dos entrevistados, em junho o número chegou a 41,1%.
Embora haja uma preocupação com a demanda, o maior problema para os entrevistados ainda é a elevada carga tributária –que de janeiro a março foi apontada como maior entrave por 43,6% dos questionados, e nos dados atuais recuou para 42,4%.
Já o índice que mede a satisfação com a situação financeira, mesmo com um aumento de 0,4 ponto percentual em junho, para 45,7 pontos, ainda está abaixo da linha dos 50 pontos que separa as expectativas positivas (mais de 50) e negativas (menos de 50).
Também abaixo da linha ficou a satisfação com o lucro operacional, em 40,1 pontos, em um recuo de 0,2 ponto percentual ante o primeiro trimestre.
O que ficou acima da fronteira dos 50 pontos foi o excesso de estoque. O índice vem aumentando desde janeiro e chegou a 52,2 pontos em junho, numa alta de 0,6 ponto sobre maio –o maior número desde a paralisação dos caminhoneiros no ano passado.
Mesmo com esses sinais, o segmento continuou esperançoso em relação aos próximos meses, com alta de meio ponto na expectativa de demanda (para 57,8 pontos em junho) e avanço de 0,4 ponto na expectativa de compra de matéria-prima (para 55 pontos). Ambos os índices acima da linha divisória.
A expectativa para o crescimento econômico do Brasil voltou a subir na pesquisa Focus do Banco Central após 20 reduções seguidas, enquanto o cenário para a taxa básica de juros caiu em 2020.
O levantamento semanal divulgado nesta segunda-feira mostrou que a estimativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano aumentou em apenas 0,01 ponto percentual, a 0,82%. Para 2020 permanece expectativa de expansão de 2,1%.
A taxa básica de juros Selic continua sendo calculado em 5,5% em 2019, mas para o próximo ano os economistas consultados passaram a vê-la a 5,75%, de 6,00% antes. Atualmente a Selic está no piso histórico de 6,5%.
| Folha de S. Paulo (publicado em 22-07-2019) | | | | A falta de demanda está em segundo lugar na lista dos problemas que dificultam a recuperação da atividade. Mesmo com produção em queda e estoques elevados, empresários mantêm o otimismo com o futuro
O baixo consumo, o excesso de estoques e a difícil situação financeira das empresas atrapalham a retomada da atividade industrial. A preocupação dos empresários com a falta de demanda não para de crescer e é o segundo principal obstáculo da indústria, atrás apenas da elevada carga tributária.
A demanda interna insuficiente foi citada por 41,1% das empresas como um dos principais problemas enfrentados pelo setor no segundo trimestre deste ano. O número é 3,6 pontos percentuais acima do registrado no primeiro trimestre. Foi o quarto aumento consecutivo do percentual de assinalações, que está 10 pontos percentuais maior do que o verificado no quarto trimestre de 2018, informa a Sondagem Industrial de junho, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (22).
“A preocupação com a falta de demanda desestimula os empresários a aumentar a produção, fazer investimentos e criar empregos, o que dificulta ainda mais a recuperação da economia”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. Ele destaca que a demanda fraca é resultado do baixo nível de atividade e do elevado desemprego.
A pesquisa observa que a falta de demanda no mercado externo, que está em nono lugar no ranking dos principais problemas, também está ganhando importância. O número de citações à demanda externa insuficiente alcançou 13,4%, o maior percentual desde 2015, quando começou a nova série de principais problemas da Sondagem Industrial.
Em primeiro lugar no ranking está a elevada carga tributária, com 42,4% das menções, seguida da demanda interna insuficiente com 41,1% das respostas e, em terceiro lugar, a falta ou o alto custo da matéria-prima.
Além disso, as condições financeiras das empresas continuam debilitadas. Os índices de satisfação com o lucro operacional e com a situação financeira das empresas permanecem abaixo dos 50 pontos. Isso indica que os empresários estão insatisfeitos com o lucro e com as condições financeiras das empresas.
As empresas também seguem enfrentado dificuldades de acesso ao crédito. Embora o índice de facilidade de acesso ao crédito tenha subido 0,9 ponto em relação ao primeiro trimestre e alcançado 39,6 pontos no segundo trimestre, continua abaixo dos 50 pontos, o que indica dificuldades para obter financiamentos.
PRODUÇÃO E EMPREGO – Com a falta de demanda, a produção industrial voltou a cair em junho frente a maio. O índice de evolução da produção em 43,4 pontos. “É esperada queda na produção nesta comparação”, observa a CNI. Entretanto, o índice de junho é o menor para o mês dos últimos quatro anos, superando somente os registrados em anos de crise mais aguda, em 2014 e 2015. Ou seja, a queda de junho de 2019 foi mais forte que a observada nos últimos anos”, afirma a pesquisa.
O emprego também caiu. O índice de evolução do número de empregados ficou em 47,2 pontos em junho. “O valor é inferior ao registrado em junho nos dois últimos anos”, diz a Sondagem Industrial. A utilização da capacidade instalada também diminuiu para 66% em junho.
“O percentual é 5 pontos percentuais inferior à média para o mês, considerando o período entre 2011 e 2014, antes da crise recente”, informa a pesquisa.
O excesso de estoques, que vem crescendo desde fevereiro, subiu ainda mais em junho e está em 52,2 pontos, o maior valor desde maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. Isso mostra que as indústrias estão com os estoques acima do planejado.
EXPECTATIVAS POSITIVAS – Mesmo assim, as perspectivas são otimistas. Os índices de expectativas continuam acima dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam o aumento da demanda, das compras de matérias-primas, do número de empregados e das exportações nos próximos seis meses.
O índice de intenção de investimentos ficou estável, em 52,4 pontos. “O indicador é 3 pontos maior que o registrado em junho de 2018 e 3,3 pontos superior à média histórica”, observa a pesquisa. Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 11 de junho com 1.903 empresas. Dessas, 770 são pequenas, 695 são médias e 438 são de grande porte.
| CNI (publicado em 22-07-2019) | | | | Certificado de Origem Digital reduz burocracia e custos para empresas na hora de exportar
Mesmo com ritmo menor de exportações, principalmente para a Argentina, o comércio entre Brasil e seus principais parceiros na América Latina está mais digital. Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, nos últimos doze meses, aumentou em 59% o uso de certificados de origem digitais (COD) em transações com Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile, Paraguai e Cuba.
O COD é um documento que garante a origem de um produto para que o bem se beneficie de reduções ou isenções de impostos de importação em países com quem o Brasil tem acordos comerciais. A versão digital reduz burocracia e tempo de processamento entre as aduanas, além de garantir maior segurança entre produtor e comprador.
“O Brasil já tem acordos com a Argentina e o Uruguai para todo o comércio ser feito com certificado digital. Precisamos avançar nas negociações com os demais países da América Latina para facilitar o comércio na região e diminuir os custos para as empresas”, afirma Sarah Saldanha, gerente de Serviços de Internacionalização da CNI.
SAIBA MAIS - Emitir o COD é fácil e rápido. Para mais informações, acesse o site do COD e saiba como garantir a certificação digital para as suas exportações.
| CNI (publicado em 22-07-2019) | | | | Pesquisa mostra que, por outro lado, país tem um dos maiores volumes de informação vazada
O Brasil é o quarto local em termos de volume de informação vazada a cada vez que acontece um incidente de segurança, mas o prejuízo financeiro para as empresas que falharam na proteção desses dados é o menor de todos. E os custos para as companhias atingidas vêm em alta no país.
Os dados são da pesquisa anual da IBM em parceria com o Instituto Ponemon, "Cost of a Data Breach", que, em 2019, avaliou mais de 500 empresas (35 no Brasil) em 16 regiões e países.
O relatório, divulgado nesta terça-feira (23), foi obtido com exclusividade pela Folha no Brasil.
De acordo com o levantamento, a cada incidente no país, foram 26.523 registros de informação vazados, atrás apenas do Oriente Médio (38.800), Índia (35.636) e EUA (32.434). Na edição anterior do estudo, o Brasil era o quinto colocado.
O volume de dados, no entanto, não se reflete em cifras.
Cada episódio gera, em média, prejuízos de US$ 1,35 mi (R$ 5 milhões) para as empresas e uma média de US$ 69 (R$ 260) por registro, os menores números dentre as localidades pesquisadas.
João Rocha, diretor de cibersegurança da IBM Brasil, alerta que o valor é alto, apesar de parecer baixo na comparação.
O montante é calculado em dólar e isso coloca a somatória em real em desvantagem, justifica o especialista.
O estado da transformação digital também pesa. Como os brasileiros estão mais atrasados do que outros países, explica, não há tanto prejuízo com a perda de clientes.
Lá fora, ao sentir quebra de confiança em uma empresa por má gestão de dados pessoais, há mais opções de concorrentes a quem migrar.
Em uma esfera global, aponta o estudo, a maior parte dos prejuízos ligados a um vazamento se refere à perda de negócios (36,2%), seguida por detecção do problema em si (31,1%), reparo de eventuais problemas (27,3%) e notificação de quem teve sua informação disseminada (5,4%).
A tese da evasão de usuários é corroborada por Renato Leite Monteiro, professor do Data Privacy Brasil.
"Mesmo que uma empresa tenha vazado dados, as pessoas preferem a conveniência do serviço a deixar de usar por não garantir segurança adequada”, diz.
Outro aspecto é o legal. No exterior, há um cenário mais robusto de responsabilização de quem é atingido por essas falhas digitais.
“No Brasil, ainda não há obrigação de notificação [de pessoas expostas] e as empresas dificilmente vão ser multadas por vazamentos”, diz Monteiro.
A expectativa é que a situação mude com a Lei Geral de Proteção de Dados, mas a longo prazo.
As séries históricas dos prejuízos a empresas por vazamentos de dados mostram montantes médios mais altos em 2016 em relação a 2019 tanto globalmente quanto no Brasil.
Apesar da oscilação, o diretor da IBM João Rocha diz que o cenário geral é de aumento nos danos financeiros sofridos.
“O que acontece é que você sempre tem uma ação e reação. Quando você tem incidentes, investe mais [e o impacto diminui]. Depois dá uma relaxada e volta a acontecer”, diz.
Há ainda uma transformação nas características dos ataques. “O cibercrime se expande e cria novas formas de atuar”, afirma.
A novidade neste ano é os criminosos passarem a trocar o ransomware —uma espécie de sequestro de informações digitais— pela extorsão.
Eles passaram a roubar os dados das empresas e ameaçar divulgar as informações caso não recebam dinheiro. Pagar os criminosos pode compensar financeiramente para as vítimas por causa de eventuais multas pelo vazamento.
Questão de tempo
O relatório também mostra que o impacto de um vazamento de dados não é sentido por completo no primeiro ano.
A maior parte, 67%, sim, mas os prejuízos vêm também no segundo ano após o problema (22%) e posteriormente (11%).
Essa cauda longa de prejuízos, explica Rocha, vem, em parte, da dificuldade de se quantificar um vazamento quando ele acontece.
Às vezes, com o passar do tempo, percebe-se que o problema era maior do que calculado inicialmente.
Dados de vazamentos antigos que voltam a circular como se fossem novos são outro problema. Potencialmente, usuários que não tinham sido afetados na primeira leva podem ser na segunda, gerando novos prejuízos.
Outro destaque negativo para o Brasil no estudo é o tempo de resposta a incidentes de segurança.
Empresas do país são as que mais demoram a conter um vazamento, uma vez identificado: 111 dias, em média.
A demora também acontece para perceber o problema. Os 250 dias médios entre o vazamento e a detecção são menores só do que o tempo que levam empresas do Oriente Médio (279 dias).
| Folha de S. Paulo | | | | A indústria brasileira segue com baixa atividade e alta ociosidade. Dados da Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados nesta tarde de segunda-feira, 22, mostram que a produção industrial em junho caiu na comparação com maio, registrando o índice de evolução em 43,4 pontos, e que a Utilização da Capacidade instalada (UCI) recuou um ponto porcentual no mês, para 66%, valor idêntico ao observado em 2018.
A CNI explica que o índice de evolução da atividade costuma mesmo ficar abaixo dos 50 pontos no mês de junho, porém o indicador é o menor para o mês dos últimos quatro anos, superando somente os de anos de crise mais aguda, em 2014 e 2015.
Sobre a ociosidade, a entidade reforça que atividade segue muito abaixo do usual. O índice de UCI efetiva em relação ao usual registrou queda de 3,9 pontos, ficando em 39 pontos. “Este é o pior nível do índice desde maio de 2018, quando ocorreu a paralisação dos caminhoneiros”, ou, sem considerar a greve, desde abril de 2017.
O fraco desempenho do setor está relacionado, segundo a CNI, a três preocupações centrais: o baixo consumo, o excesso de estoques e a difícil situação financeira das empresas. De acordo com a entidade, a preocupação dos empresários com a falta de demanda não para de crescer e é o segundo principal obstáculo da indústria, atrás apenas da elevada carga tributária.
A demanda interna insuficiente foi citada na pesquisa por 41,1% das empresas como um dos principais problemas enfrentados pelo setor no segundo trimestre deste ano. “A preocupação com a falta de demanda desestimula os empresários a aumentar a produção, fazer investimentos e criar empregos, o que dificulta ainda mais a recuperação da economia”, diz o economista da CNI Marcelo Azevedo.
Na lista de preocupações do industrial, ainda estão a falta de demanda no mercado externo, que está ganhando importância, segundo a CNI; a falta ou o alto custo da matéria-prima; e dificuldades de acesso ao crédito.
Apesar das dificuldades, mostra a sondagem, as perspectivas do empresariado são otimistas. Os índices de expectativas continuam acima dos 50 pontos, revelando que os empresários esperam aumento da demanda, das compras de matérias-primas, do número de empregados e das exportações nos próximos seis meses.
| Tribuna PR (publicado em 22-07-2019) | | | | O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 23, publica um novo decreto sobre o Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM). O texto revoga duas outras regulamentações do assunto, de junho de 2009 e julho de 2017.
Dentre as competências, o colegiado deve normatizar a inscrição, cadastro, abertura, alvará, arquivamento, licenças, permissão, autorização, registros e os demais itens relativos à abertura, à legalização e ao funcionamento de empresários e de pessoas jurídicas de qualquer porte, atividade econômica ou composição societária, além de elaborar e aprovar o modelo operacional da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim).
O novo decreto estabelece, entre outros pontos, que a presidência do CGSIM agora será exercida, em sistema de rodízio anual, pelo secretário de Governo Digital da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia e pelo Subsecretário de Arrecadação, Cadastros e Atendimento da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia.
Antes, o comitê era comandado pelo titular da extinta Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
| Triuna PR | | | |
Relator da MP da Liberdade Economia, que contém mudanças na CLT, diz que vai recuar de medida
A nova reforma trabalhista que está em análise pelo Congresso prevê o fim do adicional de periculosidade de 30% para motoboys, mototaxistas e quem usa motocicleta para exercício da profissão.
Após pressão da categoria, integrantes do governo e o relator da proposta, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), afirmaram que o texto será corrigido para não acabar com o adicional de risco para esses profissionais.
Lei sancionada em 2014, pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), passou a considerar como perigosas as atividades com moto. Isso garante um extra de 30% sobre o salário.
Mas, pela proposta aprovada na semana passada por comissão do Congresso, motoboys e demais profissionais que precisam de motocicleta seriam excluídos da lista de atividades de risco, o que derrubaria o adicional.
De acordo com a ONG Observatório Nacional de Segurança Viária, cerca de um terço das mortes no trânsito é relacionada a motocicletas. Das 37,3 mil mortes de 2016, as motocicletas foram responsáveis por 12,1 mil.
O presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso uma MP (medida provisória) para flexibilizar regras para empresas cujos negócios são considerados de baixo risco, startups e outros setores.
O texto passou a ser chamado de MP da Liberdade Econômica.
O governo aproveitou esse projeto e, em acordo com Goergen, incluiu medidas para flexibilizar leis trabalhistas —uma espécie de nova reforma trabalhista.
Para o Sindimoto SP (Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas, Mototaxistas Intermunicipal de São Paulo), apesar de grande parcela da categoria atuar na informalidade ou como pessoa jurídica, o adicional de risco é necessário para a categoria.
“Estão fazendo uma manobra para acabar com nosso direito. Os números de mortes mostram que é uma profissão de risco”, disse o presidente do Sindimoto SP, Gilberto Almeida dos Santos.
Goergen disse que, após um pedido do Ministério da Economia, fez as mudanças na MP, até mesmo para alterar a parte da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) que trata do adicional de periculosidade da categoria.
No entanto, o deputado declarou que houve um erro na elaboração da proposta e que a ideia não era acabar com o extra de 30%.
O objetivo, segundo ele, é esclarecer o texto da CLT, que tem permitido estender o adicional para profissões que não dependem de moto.
O artigo atualmente diz que “são também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta”. A nova redação proposta para a CLT ainda vai ser debatida.
“Não queremos tirar o direito dos motoboys. Foi um erro e que vai ser corrigido”, disse o relator.
Como a MP ainda precisa passar pelo plenário da Câmara e do Senado, o projeto pode ser alterado. A ideia é fazer a correção —e manter o adicional de risco— ainda na Câmara.
A inclusão de uma reforma trabalhista na MP da Liberdade Econômica causou revolta no Ministério Público do Trabalho, que contesta a proposta.
O texto prevê o fim da obrigação da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), formada por funcionários, em empresas ou locais de trabalho com menos de 20 funcionários e diminui o poder fiscalizatório dos órgãos de Estado sobre as empresas.
Além disso, permite que trabalho aos domingos e feriados não tenha remuneração extra se houver folga em outro dia da semana e prevê que a legislação trabalhista não seja aplicada se o trabalhador receber mais que 30 salários mínimos (cerca de R$ 30 mil).
Outro artigo da MP determina que multas só poderão ser aplicadas, em muitos casos, em uma segunda visita do fiscal.
Essas alterações nas leis trabalhistas foram aprovadas por uma comissão formada por deputados e senadores criada especialmente para analisar a medida provisória.
A votação ocorreu na semana em que o plenário da Câmara esteve ocupado votando, em primeiro turno, a reforma da Previdência.
Ainda não há data para que o plenário vote a MP da Liberdade Econômica e da reforma trabalhista. Mas isso deve ocorrer após o segundo turno da reforma da Previdência, ou seja, em meados de agosto.
| Folha de S. Paulo (publicado em 22-07-2019) | | | | Outra opção discutida é diminuir até mesmo o limite máximo de saques, de 35%
Após sofrer pressões do setor da construção civil, que teme perder financiamento, o governo deve diminuir os valores inicialmente estudados para a flexibilização dos saques do FGTS. A revisão também é necessária porque o ministério da Economia defende mudanças permanentes no fundo para evitar um “voo de galinha” no crescimento do país.
Agora, o valor a ser liberado por trabalhador deve ficar limitado a R$ 500 em 2019. Dessa forma, o impacto para o financiamento do FGTS ao ramo da construção fica mais restrito.
Conforme a Folha informou, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu fora da agenda pública na semana passada com representas de empresas da construção civil. Elas temiam que a flexibilização dos saques prejudique o setor, que já se vê em crise nos últimos anos.
Além do limite pa ra 2019, o ministério da Economia também estuda alterar os montantes de liberação do saldo. O percentual de 35% chegou a ser cogitado para contas com saldo de até R$ 5 mil, mas agora pode ser aplicado para contas com montantes menores.
Outra opção discutida é diminuir até mesmo o limite máximo de saques, de 35%. Mas, diante das demandas da construção e da preferência por uma mudança que continue ao longo dos próximos anos, o montante pode ser reduzido.
O número total a ser liberado já foi reduzido depois de Guedes comentar um montante total de R$ 42 bilhões. Após estudos iniciais, o valor foi revisado para R$ 30 bilhões.
A cúpula da pasta prefere se distanciar de medidas que sejam eventuais, e não permanentes. A intenção é evitar que a medida seja alvo de críticas como a do próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a liberação dos saques não poderia representar um “voo de galinha”.
O governo passou a estudar as liberações no FGTS como forma de estimular a demanda por consumo em meio à queda nas estimativas oficiais de crescimento, que passaram de 2,5% no começo do ano para 0,81% recentemente.
Mas a medida foi comparada pelo próprio Guedes a um voo de galinha porque o impulso seria pontual e não representaria um ganho permanente ou estrutural para a economia brasileira. Por isso, a pasta prefere uma mudança permanente.
Integrantes da pasta dizem que os percentuais estão sendo recalibrados em relação aos inicialmente estudados para que a mudança seja permanente e ajude o crescimento a ser transformar em um “voo de águia”.
O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira (22) que a medida sendo estudada vai representar um choque tanto do lado da oferta como da demanda.
A pasta vê a medida como um impulso necessário à melhora da produtividade, já que as mudanças nas regras fariam com que menos trabalhadores deixem de buscar acordos para demissão com patrões.
Bolsonaro chegou a indicar nos últimos dias também que poderia haver alguma mudança nas regras da multa a ser aplicada quando o trabalhador é demitido sem justa causa. Hoje, ele recebe 40% do saldo depositado pela empresa.
Segundo Rodrigues, no entanto, a multa do FGTS não vai ser alterada nesta semana. “O que traremos são medidas que ajudarão sobremaneira os trabalhadores e que tem remuneração aquém do devido”, afirmou.
Ele garantiu que diferentes setores que recebem recursos do FGTS não serão prejudicados e citou nominalmente habitação, saneamento e infraestrutura.
Ele evitou, no entanto, dar mais detalhes sobre o plano dizendo que ele requer diferentes tipos de análise por parte da equipe econômica. “Estamos falando mais de 200 milhões de contas do FGTS [no total]. [Precisa haver] análise econômica, jurídica e operacional. então o zelo e o cuidado para que a medida seja colocada da maneira mais adequada e robusta”, disse.
“Nos entendemos que boa parte do problema fiscal no qual estamos envolvidos, que exigem da gente prudência e transparência e sempre de forma diuturna olhar, grande parte desses erros aconteceram por se exagerar do lado da demanda. E o que buscamos agora é medidas que permitem o crescimento do pib de forma sustentável”, afirmou.
“Queremos despesas controladas, crescimento econômico melhorado, melhoria no mercado de trabalho, e reduzindo rotatividade excessiva que prejudica o trabalhador mais pobre. São medidas que trarão soluções para a economia não somente no curto prazo, mas que permita o produto potencial da economia brasileira passar a ter outro patamar”, disse.
| Folha de S. Paulo (publicado em 22-07-2019) | | | | Bancos sustentam desempenho do Ibovespa; ações da Vale caem após queda na produção
A Bolsa brasileira operou alinhada com os mercados europeus e americano nesta segunda-feira (22). O Ibovespa, maior índice acionário do país, teve leve alta de 0,48%, a 103.949 pontos. O desempenho positivo do índice foi sustentado por bancos, cujos balanços do segundo trimestre começam a ser divulgados nesta semana.
A suspensão da tabela de frete, que havia gerado críticas por parte dos caminhoneiros, e a expectativa de um anúncio de saques do FGTS colaboraram para o viés do mercado brasileiro. O dólar acompanhou e teve queda de 0,18%, a R$ 3,739.
Investidor analisa gráficos da Bolsa de Nova York
Com o recesso parlamentar, a Bolsa brasileira tende a operar alinhada aos mercados externos - Xinhua/Wang Ying
O cenário positivo superou a queda da Vale, que reportou queda de 33% na produção do minério de ferro no segundo trimestre. As ações da empresa chegaram a cair 1,73% durante o pregão, mas encerraram em queda de 0,5%,a R$ 52,45.
Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 teve alta de 0,28% e Nasdaq, 0,7%. Dow Jones permaneceu estável, assim como a Bolsa de Londres. Já Paris e Frankfurt subiram, ambas, 0,25%.
Nesta quarta (24), o Santander divulga os seus resultados no segundo semestre, seguido do Bradesco na quinta (25).
À espera de crescimento no lucro, as ações preferenciais do Bradesco, de terceiro maior peso do Ibovespa, subiram 1,56%, a R$ 38,19. As ordinárias, com direito a voto, tiveram alta de 1%, a R$ 34,39.
O volume de negociação da Bolsa, por outro lado, teve um desempenho abaixo da média para o ano, com giro financeiro de R$ 11,6 bilhões.
| Folha de S. Paulo (publicado em 22-07-2019) | | | | A liberação dos recursos corrige distorções dessa poupança forçada
O avanço da reforma da Previdência nas últimas semanas abriu espaço para novas discussões na pauta econômica, como a liberação dos recursos das contas ativas e inativas do FGTS na ordem de R$ 30 bilhões.
O principal argumento para a liberação dos recursos do FGTS é o estímulo ao consumo, que dá ânimo à atividade econômica, ainda que de forma temporária. De acordo com alguns analistas, essa injeção de recursos poderia reforçar o crescimento em até 0,3 ponto percentual, elevando a projeção do PIB para 1,1% no ano.
Mais importante, e menos discutido, está o fato de que a liberação dos recursos do FGTS corrige distorções presentes no desenho e na implementação dessa poupança forçada.
Pela regra atual, é obrigatório o recolhimento mensal de 8% do valor do salário dos trabalhadores em uma conta administrada pela Caixa. A principal finalidade dos recursos é indenizar os trabalhadores nas demissões sem justa causa —função histórica do FGTS.
Concebido em 1966 como alternativa à estabilidade decenal, o FGTS foi, na época, uma bem-vinda flexibilização à legislação trabalhista em vigor. Mas, desde então, não mais foi discutida, sendo incorporada à Constituição de 1988 como um direito trabalhista fundamental.
Mas será que os trabalhadores estão satisfeitos com essa poupança forçada? Na liberação de 2017, foram retiradas das contas inativas R$ 44 bilhões. De acordo com informações da Caixa, 88% do montante passível de saque foi exercido.
A resposta do trabalhador foi bastante clara: ele não quer manter seu dinheiro na conta do FGTS. Não se sabe precisar se a retirada ocorre porque essa é uma poupança que o trabalhador não gostaria de fazer ou se os saques se justificam pela baixa taxa de retorno do FGTS.
É possível que, mesmo contra a vontade do trabalhador, se advogue a favor de políticas públicas que fortaleçam a taxa de poupança. O estímulo à poupança, não necessariamente compulsória, faz sentido em situações de baixa instrução financeira, difícil acesso bancário e percepções equivocadas sobre o futuro.
Mas fica difícil fazer no caso em que a poupança forçada é necessária para todos os trabalhadores, como no caso atual, uma vez que incluem mesmo os que possuem outras poupanças além do FGTS.
Já o baixo retorno é certamente um grande custo aos donos das contas do FGTS e uma evidência objetiva de que o programa reflete muito mais do que a necessidade de prover seguro em situações adversas: é um instrumento impositivo do governo, ao qual não cabe escolha por parte do trabalhador, constituindo mecanismo de repressão financeira.
Hoje, a rentabilidade nominal garantida aos depósitos do FGTS dos trabalhadores é de 3% ao ano, que, descontada a inflação, proporciona uma poupança forçada com um rendimento real negativo. Se houvesse a opção de remuneração a mercado, os trabalhadores valorizariam mais esse direito. Na verdade, o direito ao FGTS, defendido por muitos como uma grande garantia trabalhista, nada mais é que uma forma de taxar o trabalhador no diferencial dos retornos.
E a quem interessa a política do FGTS? A quem é financiado por ela, como a construção civil, já que a Caixa destina parte dos recursos do FGTS para o financiamento imobiliário.
Não foi surpreendente ver toda a comoção do setor quando houve o anúncio da possível liberação do FGTS para os seus verdadeiros donos. O setor argumentou que a política poderia ser responsável pela demissão de 500 mil funcionários do Minha Casa Minha Vida. Mas faltou ser transparente e também dizer que alguém está pagando por isso —nesse caso, o próprio trabalhador brasileiro.
Cecilia Machado - Economista, é professora da EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças) da FGV
| Folha de S. Paulo | | | | O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou na terceira quadrissemana de julho para 0,18%, de 0,14% na segunda medição do mês, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (23).
Nesta apuração, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição veio do grupo Habitação, que subiu de 0,37% para 0,61%. Dentro do grupo, a FGV destaca o comportamento do item de tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 1,31% para 3,04%, reagindo ao acionamento da bandeira amarela no mês e ao reajuste da Enel, em São Paulo.
Os outros segmentos que registraram aceleração no período foram Despesas Diversas (0,10% para 0,29%), influenciado por alimentos para animais domésticos (0,50% para 1,80%); Alimentação (0,26% para 0,29%), com destaque para frutas (-0,45% para 1,37%); Transportes (-0,61% para -0,59%), com contribuição de gasolina (-2,53% para -2,28%); e Saúde e Cuidados Pessoais (0,32% para 0,33%), por influência de produtos farmacêuticos (-0,26% para 1,37%).
Por outro lado, registraram desaceleração no período os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,55% para 0,23%), beneficiado por passagem aérea (13,71% para 5,50%); Vestuário (-0,04% para -0,30%), com contribuição de roupas (-0,08% para -0,43%); e Comunicação (0,04% para 0,03%), segmento em que a FGV destaca o comportamento de mensalidade para internet (0,49% para 0,39%).
Influências individuais
Os itens que mais contribuíram para a alta do IPC-S entre a segunda quadrissemana de julho e a terceira medição do mês foram mamão papaia (16,40% para 24,70%), cebola (12,31% para 19,54%), plano e seguro de saúde (que manteve a taxa de 0,63%) e condomínio residencial (0,40% para 0,76%), além de energia elétrica.
Já as maiores influências de baixa no indicador foram etanol (-3,04% para -3,58%), tomate (-0,95% para -5,31%), feijão carioca (apesar da aceleração de -11,33% para -8,46%), laranja pera (mesmo com a deflação menor, de -6,65% para -4,95%), além de gasolina.
| Tribuna PR | | | | O índice de Basileia do Santander Brasil, que mede o quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, foi de 16,19% no segundo trimestre, com melhora de 1,4 ponto porcentual (p.p.) em um ano. Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, foi identificado aumento de 0,8 p.p. Neste caso, quanto maior, melhor.
De acordo com o Santander, o indicador permaneceu em patamar confortável e suficiente para suportar o seu ritmo de crescimento. Apesar disso, o banco desacelerou a oferta de crédito no segundo trimestre como já havia sinalizado ao mercado anteriormente.
“O índice de Basileia supera em 4,7 p.p. a soma dos requerimentos mínimos do patrimônio de referência e adicionais de capital principal”, acrescenta o Santander, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
O banco lembra que, desde janeiro último, a exigência de capital dos bancos pelo órgão regulador foi alterada de 8,625% para 8% mais capital de conservação de 2,5% mais adicional de importância sistêmica de 1,0%, totalizando 11,5%. Com base na nova regra, o capital nível I e o capital principal, próprio dos sócios, vão a 9,5% e 8%, respectivamente.
O Santander informou que seu capital principal foi de 14,02% no segundo trimestre ante 13,23% no primeiro. Já o capital de nível 1, de melhor qualidade, ficou em 15,11% contra 14,33%, na mesma base de comparação.
| Tribuna PR | | | | O índice de inadimplência do Santander Brasil, considerando atrasos acima de 90 dias, apresentou melhora de 0,1 ponto porcentual (p.p.) no segundo trimestre frente ao primeiro, encerrando junho a 3,0%. Em um ano, o desempenho do indicador foi na direção oposta, com piora de 0,2 p.p. Neste caso, quanto menor, melhor.
A melhora dos calotes no Santander no segundo trimestre do ano foi possível com a ajuda das empresas, cujo índice de inadimplência acima de 90 dias melhorou 0,1 p.p. Na pessoa física, o indicador ficou estável no período. “Os indicadores de qualidade da carteira se mantêm sob controle em função da assertividade de nossos modelos e a nossa eficaz gestão de risco”, justifica o Santander, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
No comparativo anual, conforme explica o banco, o aumento da inadimplência ocorre, principalmente, por conta do crescimento da carteira de crédito do varejo, em linha com sua estratégia.
O índice de inadimplência do Santander no curto prazo, ou seja, que compreende atrasos entre 15 e 90 dias, teve piora de 0,1 p.p. no segundo trimestre ante o primeiro, para 4,2%. Tanto o segmento de pessoa física como o de jurídica apresentaram indicadores mais elevados no período.
O custo de crédito do Santander alcançou 3,1% no primeiro semestre de 2019, redução de 0,2 p.p. em 12 meses. Em três meses, o indicador aumentou 0,2 p.p. Na comparação com o mesmo período do ano passado, ficou estável.
Já o índice de cobertura do Santander alcançou 191% em junho de 2019, queda de 28,2 p.p. em 12 meses e 4,2 p.p. em três meses.
Provisões
A despesa com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, do Santander foram a R$ 3,416 bilhões no segundo trimestre, aumento de 12,3% ante o primeiro. Ante um ano, subiram 7,39%. Já as receitas de recuperação de créditos baixados a prejuízo cresceram 32,4% no período. Por fim, o resultado de créditos de liquidação duvidosa totalizou R$ 2,826 bilhões, com alta de 8,8% no segundo contra o primeiro trimestre.
O saldo de PDDs do Santander era de R$ 18,491 bilhões no segundo trimestre, 2,2% maior ante um ano. Em relação ao trimestre anterior, porém, diminuiu 1,1%.
| Tribuna PR | | | | Os juros futuros curtos e intermediários desceram um degrau na sessão desta segunda-feira, 22, em meio à queda do dólar e a ajustes nas apostas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) no fim deste mês. À espera da divulgação nesta terça do IPCA-15 de julho e do anúncio das regras para liberação do FGTS, prometidas para esta semana, investidores embutiram nas taxas futuras cerca de 60% de chances de que o Banco Central inicie o ciclo de afrouxamento monetário com um corte da Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano.
Trata-se de uma leve mudança em relação ao observado na semana passada, quando as taxas refletiam aposta majoritária de corte de 0,25 ponto porcentual. Para o ciclo total de desaperto, houve ligeiro aumento de 1,05 ponto porcentual, no meio da semana passada, para 1,17 ponto no pregão desta segunda, segundo cálculos da gestora de recursos Quantitas.
A mediana da projeções colhidas pelo Broadcast é de variação de 0,13% do IPCA-15 em julho, leve aceleração em relação a junho (0,06%). No acumulado de 12 meses, contudo, a mediana é de 3,31%, bem distante da meta de inflação para este ano, de 4,25%.
Operadores e estrategistas de renda fixa ressaltam, contudo, que as mudanças nas precificações se dão em um ambiente de liquidez muito reduzida, o que tira um pouco da representatividade dos movimentos e revela a falta de apetite para apostas mais contundentes.
“A liquidez está muito fraca. Não há notícias ou novidades que possam mexer com a curva. Não vejo também surpresa no IPCA no curto prazo que force o Banco Central a ser mais agressivo. Trabalho com um corte de 0,25 ponto neste mês”, diz o estrategista de renda fixa da corretora Coinvalores, Paulo Nepomuceno, que espera um ciclo total de afrouxamento de 1 ponto porcentual.
Entre os contratos curtos, o DI para janeiro de 2020 encerrou o dia a 5,65%, ante 5,669% no ajuste anterior. Na parte intermediária da curva, DI para janeiro de 2021 passou de 5,528% para 5,49%, e DI para janeiro de 2023 foi de 6,38% para 6,36%. Na ponta longa da curva, DI para janeiro de 2025 encerrou a 6,94%, estável.
O operador de renda fixa da Terra Investimentos Heber Vieira observa que, além da decisão do Copom, investidores aguardam sinais dos Banco Central no exterior. Na quinta-feira, 25, sai a decisão do Banco Central Europeu (BCE), que deve ter um tom ‘dovish’. No fim do mês, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve anunciar um corte dos Fed funds – hoje entre 2,50% e 2,25% – em pelo menos 0,25 ponto porcentual. Por aqui, espera-se também os detalhes do anúncio da liberação do FGTS e, mais à frente, a retomada da tramitação da reforma da Previdência.
“Existe uma expectativa muito grande de sinalização de política monetária no exterior, o que deixa os investidores mais cautelosos. E temos também essa questão interna do FGTS e da Previdência. Enquanto não houver notícias mais concretas a retomada da reforma a liquidez tende a continuar fraca”, diz Vieira, ressaltando que há espaço para redução dos prêmios de risco, sobretudo nos contratos mais longos, caso não haja decepção com a Previdência.
| Tribuna PR (publicado em 22-07-2019) | | | | Ministro da Infraestrutura informou que vai retirar efeito da nova tabela até que se chegue a um consenso com caminhoneiros
A decisão do governo de suspender a revisão da tabela do frete publicada na última quinta-feira (18) aumenta a expectativa das empresas por um julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a constitucionalidade do mecanismo de fixação de preços.
O ministério da Infraestrutura disse nesta segunda-feira (22) que iria solicitar a suspensão da tabela publicada na semana passada, feita a partir de estudos da Esalq-Log, da Universidade de São Paulo.
A mudança foi informada anteriormente em áudios de WhatsApp do ministro Tarcísio de Freitas para lideranças dos caminhoneiros, que ameaçavam uma greve por considerarem os valores pagos a eles, menores do que os da tabela anterior, insatisfatórios.
O tabelamento do frete foi criado pelo governo Michel Temer (MDB) em Medida Provisória que tinha justamente o objetivo de arrefeceruma longa paralisação de caminhoneiros, ocorrida em maio de 2018.
Sancionada pelo Congresso, a tabela teve sua constitucionalidade questionada em ações movidas pelas confederações da indústria e da agricultura.
Entre os especialistas, há tanto os que apontam fraqueza do governo ao ceder às pressões dos caminhoneiros como também os que apontam que a ação de suspender a nova tabela foi adequada, dado o risco iminente de uma greve com graves repercussões na economia.
O advogado Aurélio Marchini, do Marchini Botelho Caselta Advogados, que diz considerar a tabela inconstitucional por limitar a concorrência, afirma que a decisão desta segunda indica que o governo
teria demonstrado que faltam instrumentos ou interesse para tratar da questão.
"A decisão de suspender a tabela gera a preocupação de que, em vez de o governo estar tentando criar uma discussão razoável, está cedendo mais uma vez e colocando mais pressão sobre o Supremo Tribunal Federal, que deve decidir sobre o tema em setembro."
Para o advogado, a expectativa do setor empresarial era que, no momento de tomada de decisão pelo tribunal, o cenário seria mais favorável.
"A expectativa era de que o assunto chegasse lá em outros termos, com a economia se recuperando e o governo colocando em práticas outras formas de tratar do setor, de aumentar sua competitividade."
Diogo Siuffo, sócio do Bichara Advogados, diz acreditar que a decisão desta segunda indica que o governo estaria perdido em relação ao assunto.
"A nova tabela [que deve ser suspensa] é resultado de um trabalho técnico, com a participação de todos os envolvidos, enquanto a anterior foi feita em poucos dias. Isso[o provável retorno para a tabela anterior] demonstra cenário de desarticulação do governo e seu enfraquecimento para negociações futuras."
Segundo ele, ao abrir mão da mudança na tabela, o governo está transferindo a responsabilidade por tomar iniciativa em relação ao assunto ao Supremo.
Siuffo diz que a indefinição leva empresas a buscarem alternativas ao transporte de cargas com autônomos, em especial a contratação de frota própria ou de transportadoras.
Fábio Alem, sócio do escritório Veirano, discorda que a suspensão denote fraqueza do governo. Ele diz considerar que a suspensão da tabela abre espaço para uma nova negociação sobre o tema, na qual o governo buscará uma solução em que haverá menos peso do intervencionismo do Estado na economia.
Ele diz acreditar que a orientação do governo atual pró-mercado deverá pesar no julgamento do STF.
"O STF está ligado ao judiciário, mas leva muito em conta a questão política. haverá pressão dos caminhoneiros sobre o governo e pressão do governo sobre o STF, mas deve prevalecer a influência do ministro da Economia", afirma.
O advogado Carlos Roberto Siqueira Castro, sócio do escritório Siqueira Castro, diz avaliar a suspensão da tabela como uma trégua entre governo e caminhoneiros, o que seria a melhor opção para evitar uma greve e todos os prejuízos que ela acarreta.
"Ganhou-se tempo. A inflexibilidade, a intolerância conspira contra uma solução negociada", diz.
Por outro lado, O advogado lembra que, mesmo que se chegue a uma solução alternativa à tabela, o julgamento no STF é mantido, pois as ações que discutem um tema constitucional, uma vez movidas, não podem ser retiradas.
“A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) disse em nota que reitera ser contra o tabelamento obrigatório do frete e entende que os acontecimentos recentes reforçam a necessidade de uma decisão urgente do STF sobre o tema”.
Em nota, Paulo Skaf, presidente da Fiesp (federação das indústrias paulistas) afirmou que a organização é contra o tabelamento de qualquer tipo de preço.
Segundo ele, a federação luta na Justiça para que o tabelamento do frete não tenha efeito e aguardam posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre este tema.
| Folha de S. Paulo (publicado em 22-07-2019) | | | | Presidente afirmou que estava trabalhando desde a tarde de domingo (21) com sua equipe para discutir a ameaça de greve dos caminhoneiros
O presidente Jair Bolsonaro disse que não partiu dele a decisão de suspender a tabela de frete dos caminhoneiros e afirmou ter dado carta branca para que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, tratasse do assunto.
"Dei carta branca para negociar isso aí. Eu tive informações agora de poucos minutos atrás. Se ele revogou a nova tabela, a decisão é dele e todo o governo apoia a decisão tomada nos limites dados ao ministro Tarcísio", declarou ao deixar um almoço no Comando da Aeronáutica nesta segunda-feira (22).
Bolsonaro disse estar trabalhando desde a tarde de domingo (21) com sua equipe para discutir a ameaça de greve dos caminhoneiros e que o tema foi debatido em reuniões na manhã desta segunda.
Grupo de caminhoneiros em protesto realizado em março em Curitiba - Felipe Rosa-30.mar.2019/Tribuna do Paraná
"Eu dei algumas diretrizes e outras determinações na reunião que eu participei hoje de manhã e nós temos que mais do que ter a capacidade de se antecipar a problemas. Estamos muito bem informados, o pessoal do GSI que está lá para tomarmos decisões adequadas para o futuro do Brasil."
Após ameaças de novas paralisações dos caminhoneiros, o ministro da Infraestrutura ligou para líderes dos caminhoneiros para informar a respeito da revogação da tabela de fretes.
Um áudio compartilhado pela categoria em grupos de WhatsApp localizado pela reportagem mostra o ministro em uma ligação ao líder caminhoneiro identificado como Marconi. O telefonema, em viva-voz, é acompanhado por grupo de caminhoneiros.
"Então é o seguinte. Nós estamos revogando a tabela do dia 18. Nossa ideia é publicar no Diário Oficial hoje ainda em edição extra. Se não publicar, no mais tardar amanhã cedo, mas vou trabalhar pela publicação hoje ainda, porque quero enviar a publicação para vocês."
A tabela que gerou insatisfação nos caminhoneiros foi publicada na última quinta-feira (18), baseada em estudos da Esalq-Log, da USP.
A categoria afirma não ter tido suas reivindicações ouvidas pelo governo e que os pisos definidos para o serviço não contemplam sua lucratividade.
Freitas também prometeu atender à demanda da categoria em relação a alterações no Ciot (Código Identificador da Operação de Transporte), sistema pelo qual serão armazenadas e enviadas à ANTT (Agência Nacioanl de Transporte Terrestre) informações do transporte, como contratante, contratado, carga e dados financeiros para a geração de contratos eletrônicos.
Segundo Freitas, uma resolução sobre o tema deve sair em até 30 dias, quando problemas que foram identificados a respeito dele terão sido sanados.
No domingo, a Folha revelou que grupos de caminhoneiros vinham distribuindo em grupos de WhatsApp da categoria áudios com supostas gravações do ministro admitindo erro na tabela de frete e prometendo buscar soluções.
| Folha de S. Paulo (publicado em 22-07-2019) | | | | Governo pretende diminuir consumo de diesel no plano de novo mercado do combustível e reduzir custo do frete
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quer usar o novo mercado de gás, que será lançado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (23), para diminuir o consumo do diesel no país e estimular a conversão de caminhões para o gás natural veicular, uma forma de reduzir o custo do frete no país.
Atualmente, cerca de 10,6% do gás comercializado no país abastece veículos, segundo dados do setor.
A frota a gás representa somente 2,2% do total em circulação, de acordo com informações do Departamento Nacional de Trânsito.
Ainda com uma rede de abastecimento veicular limitada, focada nos maiores centros urbanos, o gás fica concentrado em grandes indústrias e na geração de energia elétrica por centrais hoje movidas, em sua maioria, por diesel e outros combustíveis fósseis.
“Vamos anunciar um planejamento para substituir todas as térmicas movidas a diesel”, disse Albuquerque em entrevista à Folha. “Os contratos [de fornecimento de diesel] que forem vencendo serão substituídos [por gás].”
Segundo o ministro, a base do plano que será anunciado pelo governo reside na retirada da Petrobras do mercado de transporte e distribuição de gás. A estatal concentra hoje 70% do mercado.
“Ninguém ganhou com esse monopólio, que já deveria ter sido quebrado desde 2002”, afirmou o ministro.
“Acho que faltou vontade política. Os governos sempre usaram a Petrobras como um agente de suas políticas e, por isso, não houve margem para competição. Naquela época, havia mais de 20 empresas operando no país e sobraram cerca de cinco”, disse.
A tendência, ainda segundo o ministro, é de reduzir ainda mais a participação, porque a estatal também acertou com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a venda de sua participação no gás e no refino.
Pelo acordo, a estatal venderá 8 de suas 13 refinarias, abrindo mão de cerca de metade do mercado de derivados do petróleo.
Capitaneado pelo Cade, os acordos, fechados entre junho e julho, foram uma troca feita pela estatal para evitar ser condenada pelo conselho em dois processos por práticas anticompetitivas.
Em um deles, a empresa terá de vender sua participação em 19 distribuidoras estaduais de gás, o controle no gasoduto Brasil-Bolívia, além dos dutos de transporte (que ligam as plataformas às estações de tratamento no continente).
Em outro, o acerto impôs a venda das refinarias.
Ambos terão de ser concluídos até o fim de 2021 sob pena de os processos sancionatórios serem retomados.
Com o novo cenário para o gás, a distribuidora Celse (Centrais Elétricas do Sergipe), por exemplo, contratou um navio estrangeiro que funcionará como estação fixa de tratamento de gás para abastecer as usinas térmicas no estado até 2044.
“Esse navio tem capacidade de 1,5 GW (gigawatt). É a maior usina do tipo na América Latina”, afirmou o ministro.
Ainda segundo ele, foram importados diversos caminhões chineses movidos a gás que serão usados para levar o combustível para outros pontos de distribuição.
“Não acho que haverá só construção de dutos com a abertura do mercado. Vamos usar muitos navios e caminhões para fazer o combustível chegar a mais lugares.”
A ideia do governo, quando o mercado de gás estiver consolidado, é estimular a conversão dos caminhões de carga.
“Não dá para dizer que haverá subvenção ao caminhoneiro. Não tem isso no momento, mas o preço vai cair tanto com essa expansão, que ficará atrativo fazer a conversão.”
Segundo estimativas da Abegás, associação que representa distribuidores de gás canalizado, a conversão faz sentido para quem roda mais de 250 km por dia durante 22 dias por mês.
Neste caso, o investimento se paga com a redução do gasto com o combustível. A economia pode chegar a 50% sobre o litro do diesel e 65% sobre o litro da gasolina.
Por enquanto, a ideia do governo é atrair investidores na construção de infraestrutura de transporte e distribuição. Para isso, eles terão de fechar contratos de fornecimento com a Petrobras, que ficará restrita à produção do gás.
Pelos cálculos do governo, o preço deve cair dos atuais US$ 12 (cerca de R$ 48) para US$ 6 por milhão de BTU.
O Brasil pretende se valer da energia que será produzida com o gás para barganhar um preço mais baixo da energia.
Na última revisão do contrato, o Brasil estava com escassez de energia e ficou refém da pressão exercida pelo Paraguai na venda do excedente da energia pelo lado paraguaio.
De acordo com o ministro, para suportar o crescimento econômico nos próximos dez anos, o país terá de crescer 35% sua produção de energia.
Por isso, além da expansão do gás e a renegociação com o Paraguai, será preciso trazer investimentos para a Eletrobras. Albuquerque afirmou que o modelo de capitalização está pronto e será apresentado a Bolsonaro nas próximas semanas.
A ideia é retirar a União do controle por meio de emissão de papéis que serão adquiridos por investidores privados de forma que o governo tenha sua participação acionária diluída.
No entanto, esse modelo terá de passar pelo Congresso e a expectativa é que o processo seja concluído somente no próximo ano.
| Folha de S. Paulo | | | | Segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), idade média da frota de caminhões é de 15,2 anos
Embora raros, caminhões movidos a gás natural já existem e mais modelos devem chegar ao mercado nacional entre 2020 e 2021. Além disso, é tecnicamente possível fazer a conversão parcial de modelos a diesel.
Porém, há problemas para a implementação em larga escala, como a falta de pontos de abastecimento nas estradas e a inexistência de um programa de renovação de frota.
A Iveco testa essa opção desde o início da década, com aplicação em modelos pesados que fazem transporte dentro de fábricas ligadas ao grupo CNH Industrial.
O GNV (gás natural veicular) é oferecido também em veículos comerciais de menor porte (uso urbano) vendidos por encomenda, em pequena escala.
A Scania anunciou um ciclo de investimentos de R$ 1,4 bilhão a partir de 2021.
Um dos pontos contemplados é a produção em maior volume de caminhões grandes movidos a gás.
As primeiras unidades devem sair da fábrica de São Bernardo do Campo já no próximo ano. O protótipo que está sendo desenvolvido pela montadora sueca consume GNV ou biometano, que pode ser extraído de lixo orgânico.
A redução nas emissões de CO₂ chega a 85% em comparação ao diesel, de acordo com a fabricante.
Já os sistemas de conversão disponíveis fazem caminhões queimarem uma mistura de GNV e diesel, não sendo possível rodar somente com gás.
Contudo, essa conversão esbarra no envelhecimento dos veículos.
De acordo com pesquisa divulgada neste ano pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), a idade média da frota de caminhões em circulação no Brasil é 15,2 anos.
Uma alteração desse tipo pressupõe inspeções regulares do sistema, como já ocorre nos carros adaptados para rodar com GNV.
Quanto mais velho o veículo, maior a necessidade de vistorias e reparos. No caso da comercialização de caminhões novos movidos a gás, o desafio está em criar um modelo viável de renovação de frota.
Caminhoneiros autônomos têm dificuldade para trocar um caminhão com 20 anos de uso por outro 10 anos mais novo. Adquirir um modelo zero-quilômetro mais eficiente e com a mesma capacidade é uma meta distante para esses profissionais.
Hoje, a retomada de vendas no setor se deve aos grandes frotistas, embalados pelo agronegócio.
Com o incentivo ao gás, o programa de renovação de frota de pesados deve voltar à discussão, embora pouco se tenha avançado no tema nos últimos 20 anos.
Se uma nova proposta incluir a troca de veículos a diesel por outros movidos a GNV, haverá um longo período de transição.
As fábricas de caminhões, mesmo as que já têm a tecnologia pronta, demorariam anos para conseguir suprir o mercado. É uma mudança que exige alto investimento e precisaria conviver com a produção de modelos a diesel por um bom tempo.
Aí há outro problema: se a ideia é substituir um combustível pelo outro, os modelos a diesel podem sofrer desvalorização acentuada, o que não é bom nem para montadoras nem para proprietários.
Toda essa movimentação só fará sentido se houver estrutura de reabastecimento. Dificilmente um caminhão movido 100% a GNV terá a mesma autonomia dos modelos a diesel, o que exigirá mais paradas nos postos.
Na estrutura atual, em que o gás ainda é raro nas estradas, torna-se inviável.
| Folha de S. Paulo | | | | O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira que o presidente Jair Bolsonaro está acompanhando de perto a situação dos caminhoneiros, que estão insatisfeitos com novas condições anunciadas pelo governo na semana passada para o frete de cargas.
“Em conversa com o presidente, ele me disse que desde domingo vem acompanhando de perto os fatos referentes a essa possibilidade e sendo informado pelos ministros da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. Ele está bastante confiante de que haverá um avanço a fim de chegarmos a um bom porto na quarta-feira”, disse.
Rêgo Barros afirmou que Bolsonaro “tem apreço especial por essa classe que é importante para a economia”, disse.
Nesta segunda pela manhã, Tarcísio suspendeu a tabela de preços mínimos do frete rodoviário em decisão cautelar (provisória). Oficialmente, ele pediu à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que delibere sobre sua decisão. O novo tabelamento revoltou os caminhoneiros, que ameaçaram fazer novas paralisações.
Na semana passada, alguns grupos de caminhoneiros ameaçaram fazer novas paralisações se a tabela de frete fossa mantida. Vídeos que mostravam filas de caminhões em algumas cidades circularam em grupos de Whatsapp de caminhoneiros nesta segunda.
Segundo Rêgo Barros, uma nova rodada de negociações entre o governo e a categoria está marcada para a próxima quarta-feira, 24. “O ministro Tarcísio Freitas explicou que o diálogo segue sendo o principal mecanismo com o setor de carga. Estamos desde o início do ano com as portas abertas e essa tem sido a melhor forma de proporcionar transparência às negociações”, disse o porta-voz.
O presidente teve uma reunião no início da manhã desta segunda com os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para tratar do assunto.
| Tribuna PR (publicado em 22-07-2019) | | | | O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 23, publica o Decreto 9.928/2019, que institui o Comitê Técnico Integrado para o Desenvolvimento do Mercado de Combustíveis, demais Derivados de Petróleo e Biocombustíveis. O comitê faz parte do Programa Novo Mercado de Gás, que será lançado oficialmente pelo presidente Jair Bolsonaro nesta tarde, conforme o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, já informou. A cerimônia será realizada às 16h30 no Palácio do Planalto.
Farão parte do comitê representantes dos Ministérios de Minas e Energia, Economia, Casa Civil, Infraestrutura, Agricultura e Meio Ambiente, além da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“O Comitê Técnico Integrado para o Desenvolvimento do Mercado de Combustíveis, demais Derivados de Petróleo e Biocombustíveis encaminhará semestralmente ao Conselho Nacional de Política Energética o relatório das atividades desenvolvidas e o plano de trabalho a ser desenvolvido no semestre seguinte”, cita o decreto.
| Tribuna PR | | | | Contra frete mínimo, entidades empresariais elogiam esforço para evitar nova paralisação
Entidades empresariais avaliam que o governo faz bem em evitar a todo custo uma nova paralisação de caminhoneiros, que seria catastrófica para a economia, mas não enxergam luz no fim do túnel.
Segundo Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), o erro começou quando o governo cedeu à ideia de uma tabela de frete. “Não dá para ir conversando e, então, reduzir o frete do nada. Até eu, se fosse caminhoneiro, ficaria furioso”, afirma.
Vaivém A ANTT publicou na quinta (18) uma nova tabela, mas, após promessa do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, suspendeu as regras nesta segunda (22).
Quem pariu Mateus… O presidente da entidade de um dos setores mais afetados pela paralisia do ano passado diz que Tarcísio é o melhor ministro do governo, mas não deveria ter se envolvido na encrenca.
Quem pariu Mateus… Outro presidente de entidade, diz, sob anonimato, que Tarcísio é o melhor ministro do governo, mas não deveria ter se envolvido na encrenca.
...que embale Quem tem de cuidar disso é alguém mais ligado politicamente a Bolsonaro, até porque seus apoiadores inflaram a crise, diz o executivo, que representa um dos setores mais afetados pela paralisia de 2018. Ele lembra que gente como o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) vivia no asfalto quando o país parou.
Fura-greve Parte dos caminhoneiros que ensaiou protestos nesta segunda reclamou. “Não vi Marconi [porta-voz da categoria] nenhum na chuva. Agora ele vai fechar acordo com o ministro? Vocês são loucos ou burros?”, diz um deles em áudio que viralizou no Whatsapp dos motoristas.
| Folha de S. Paulo | | | | Nos anos 1990, estudantes da Academia Militar dos Estados Unidos criaram o acrônimo VUCA para descrever o contexto daquele momento pós-Guerra Fria, unindo as iniciais das palavras em inglês para volátil, incerto, complexo e ambíguo. Quem diria que, duas décadas depois, a sigla voltaria a ser usada, mas desta vez para tratar da situação no mundo dos negócios. Situações impossíveis de prever e tantas vezes externas às organizações têm o potencial de fazer com que um produto ou iniciativa fracasse completamente – contexto capaz de tirar o sono de qualquer liderança.
O DESAFIO DO PLANEJAMENTO EM EMPRESAS AUTOMOTIVAS
É justamente para ajudar empresas a entender o contexto instável e, assim, desenhar estratégias consistentes que surge o #ABPlan – Planejamento Automotivo, evento que Automotive Business promove em São Paulo no dia 19 de agosto. Além do amplo programa de palestras no auditório, o evento vai contar com três salas com programação paralela, os AB Talks, e com um amplo cronograma de AB Labs.
Serão 12 sessões exclusivas de cocriação fechadas a pequenos grupos, em que grandes especialistas vão apresentar conteúdo e promover discussões valiosas. A ideia é garantir que todos saiam do evento com ferramentas efetivas para desenhar o planejamento do ano seguinte – contornando o contexto VUCA.
ENTENDA O VUCA
Entre os vários teóricos do VUCA nos negócios está Nate Bennet, professor da Universidade Estadual da Georgia, nos Estados Unidos. Em artigo à Harvard Business Review ele detalhou cada uma das ameaças condensadas no acrônimo VUCA – e as atitudes necessárias para manter os negócios protegidos do contexto volátil:
- COMPLEXIDADE
Quando a situação tem muitas variáveis, grande parte das possibilidades e resultados ficam difíceis de prever. Para o professor, o caminho é investir em recursos e em especialistas capazes de preparar a companhia para as diferentes necessidades.
- VOLATILIDADE
Trata-se do contexto de constante mudança em que o desafio não está em entender as coisas, mas em fazer previsões sobre quanto tempo elas vão durar. Por exemplo, um desastre natural pode fazer mudar a realidade de uma cadeia produtiva global. A saída, descreve Bannet, é calcular os riscos e investir para proteger os negócios caso a situação mude.
- AMBIGUIDADE
Esta frente indica a falta de clareza que as pessoas e organizações enfrentam ao pisar em novos territórios, como ao iniciar negócios em segmentos ou regiões onde não atuavam até então. Para o especialista, a arma neste caso é testar as soluções incansavelmente antes de dar passos definitivos.
- INCERTEZA
Um negócio pode mudar completamente a partir de fatores externos e difíceis de prever – como o lançamento de um produto revolucionários pela concorrência, como o icônico caso da chegada da Uber no mercado de táxis. Se abastecer de informação de qualidade pode reduzir drasticamente o contexto de incerteza para as organizações, diz Bannet.
| Automotive Business (publicado em 22-07-2019) | | | | Empresas fornecerão tacógrafo integrado, cujos dados serão enviados diretamente para a nuvem
A Omnilink e a VDO, marca do Grupo Continental, anunciam parceria em telemetria para o fornecimento de tacógrafos integrados para veículos de carga. A tecnologia permite que as informações do veículo sejam enviadas diretamente ao sistema de armazenamento em nuvem da Continental.
Entre as informações monitoradas estão velocidade, tempo, distância, rotações do motor (RPM), monitoramento da ignição, informações de viagem entre outras de interesse da gestão da frota. Os dados também permitem análise de condução do motorista.
O serviço estreia na frota de 350 caminhões da Martin Brower, fornecedora global de serviços de logística para cadeias de restaurantes.
“Todo caminhão é obrigado a ter um tacógrafo, seja digital ou físico, o desafio é que o transportador precisa guardar essa informação por até cinco anos. Agora com o armazenamento em nuvem vamos realizar uma economia muito grande e também uma gestão de informação ainda mais ágil”, comenta o diretor comercial da Omnilink, Fabio Barbosa.
| Automotive Business (publicado em 22-07-2019) | | | | O que é o acordo?
Assinado em 28/06/19, trata-se de um amplo acordo comercial iniciado há cerca de 20 anos que envolve vários aspectos tarifários e não tarifários entre os 4 países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - a Venezuela está suspensa desde 2016) e os 28 países da União Europeia.
Portanto, é importante frisar que o acordo é com o Mercosul e não apenas com o Brasil!
Igualmente importante frisar que o que ocorreu foi o fim das negociações e o anúncio político, e não a entrada em vigor do Acordo !
Os próximos passos do Acordo são:
aprovações separadas nos parlamentos de cada País envolvido. No Brasil, isso significa Câmara dos Deputados e Senado. Na UE esse tipo de acordo costuma levar de 7 meses a 3 anos até sua aprovação.
A expectativa do governo é que o processo demore cerca de 2,5 anos: 1 ano para análise jurídica e mais 1,5 ano para apreciação no Congresso.
Não há prazo limite para as aprovações.
Há etapas de implantação & cronograma de negociações. A próxima rodada está prevista para a semana de 6 a 10 de novembro, em Brasília.
O Acordo pode ser revisto ou mesmo cancelado em função de questões ambientais e trabalhistas no Brasil.
O Acordo cobre 22 aspectos:
Um resumo oficial geral completo do Acordo pode ser encontrado no seguinte link do Itamaraty:
Tarifas atuais de Importação que deixarão de ser cobradas pelo Mercosul:carros (35%);
maquinário (de 14% a 20%);
químicos (até 18%);
vestuário (até 35%);
farmacêuticos (até 14%);
sapatos de couro (até 35%);
têxteis (até 35%);
chocolates (20%);
vinhos (27%);
bebidas não alcoólicas (de 20% a 35%) e produtos lácteos, inclusive queijos (28%).
Por outro lado, haverá uma abertura completa de mercados em outras dimensões:
Mercado será aberto para empresas do Mercosul e da União Europeia.
Acesso a concorrência em licitações públicas dentro de padrões internacionais de regras, transparência e práticas anticorrupção.
Acesso ao mercado de tecnologia da informação, telecomunicações e transportes.
Pequenas empresas: construção de plataforma on-line de acesso facilitado a todas as informações de editais, licitações, etc.
Setores com maior potencial de benefícios:
Do lado Europeu: Principalmente produtos industriais, como veículos e peças, máquinas, produtos químicos, farmacêuticos, têxteis e calçados.
Do lado Do Mercosul: Principalmente o agroindustrial e pesca.
Algumas frases
“O acordo cria um senso de urgência para que a indústria automobilística brasileira busque competitividade e tenha produtos para atender o consumidor europeu. As empresas precisam desenvolver planejamento estratégico para as exportações e trabalhar com o governo num tripé que envolva crédito para exportação, logística e questão tributária”.
“Embora o acordo pleno se dará ao longo de 15 anos, desde já a indústria local precisa adequar planos de investimento antes pensados basicamente para atender ao mercado regional: Teremos de transformar a exportação em necessidade, pois a competitividade será questão de sobrevivência”.
“O ponto principal é que temos tempo para nos preparar. Temos a missão de sermos competitivos nesse período e temos uma data marcada”.
“A questão já não é mais se as empresas devem ou não avançar para a Indústria 4.0, mas sim como devem fazê-lo”.
O Mercado BRASIL - UE
O Comércio entre o Brasil e a UE em 2018 foi de 122 bilhões de euros =~ 520 bi R$, sendo 88 bilhões em produtos e 34 bilhões em serviços, com uma geração de empregos total de quase 1,3 milhões de pessoas.
A UE é o maior investidor estrangeiro no Mercosul, com investimento de US$ 433 bilhões em 2017, sendo o Brasil o maior destino. Além disto, A UE é o maior importador mundial de serviços, com valores que superam os US$ 900 bilhões anuais!
Todas as informações acima citadas e todos os gráficos foram extraídos e compilados dos seguintes links:
O Acordo Mercosul/Brasil e EU – Ameaças ou Oportunidades ?
Em termos de mercado para Indústria 4.0, há oportunidades de todos os lados. Isso porque, se exportam, as empresas precisam ser eficientes, etc. no “processo” todo; ou seja, há um grande mercado para soluções & serviços 4.0. E, se importam, precisam ser igualmente eficientes, etc. no “processo” todo para manufaturar, montar, distribuir, etc., o que foi importado, criando-se também um grande mercado para soluções e serviços 4.0.
Segundo a Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), soluções de Indústria 4.0 têm o potencial de gerar impactos de US$ 15 trilhões em termos de PIB nos próximos 15 anos no Brasil.
Impactos do Acordo BRASIL - UE
O Acordo impacta tanto as empresas produtoras em geral em si no Brasil como aquelas que provêm soluções para Indústrias 4.0. Portanto:
Em que medida as indústrias do Brasil (principalmente as PMEs) podem se beneficiar ou serem afetadas pelo Acordo ?
Em que medida as empresas provedoras de soluções e serviços para Indústria 4.0 sediadas no Brasil (principalmente as PMEs) podem se beneficiar ou serem afetadas pelo Acordo ?
Nesse sentido:
O que devem fazer para se prepararem para entrar e para competirem no mercado europeu?
O que devem fazer para se prepararem para competir com as empresas europeias no mercado brasileiro?
Todavia, não basta estar apenas “ciente” do Acordo. Há que se refletir, mas também agir para se planejar sobre como o Acordo poderá impactar cada empresa. E o problema não é apenas no Brasil, mas também na EU, onde a maior parte das empresas são também PMEs. Em pesquisa de 2015 junto a empresários europeus, a maior parte afirma estar ciente, preocupada, etc., com o Acordo, mas na prática pouco tem feito para se prepararem efetivamente:
Para se fazer uma análise mais apurada dos impactos gerais do Acordo optou-se por uma técnica clássica e simples: análise SWOT (Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades), Threats (Ameaças)). A análise SWOT abaixo tenta averiguar os impactos do Acordo considerando essas quatro perspectivas bem como considera o lado das empresas gerais do Brasil e das provedoras de soluções e serviços de Indústria 4.0. Trata-se, todavia, de uma análise preliminar e bastante genérica.
SWOT básico para as empresas em geral no Brasil
Forças
Conhecimento do mercado.
Várias empresas com bons produtos e serviços bem ajustados ao perfil e cultura do consumidor brasileiro e parcialmente dos do Mercosul.
Boa base estabelecida de clientes.
Relações consolidadas de negócios com grandes empresas.
Fraquezas
Baixo nível de inovação das empresas, e muito poucas com reais grandes diferenciais em relação a soluções estrangeiras.
Baixo nível de adoção de modernas tecnologias, como as associadas à Indústria 4.0.
Maior parte das empresas são micro e pequenas, com limitações várias para investir em novos e bons produtos inovadores & competitivos.
Maior parte das PMEs pouco integradas a plataformas B2B e B2C assim como às grandes cadeias de valor nacionais e internacionais.
Baixo nível de certificação de qualidade (NBR, ISO, ...)
Oportunidades
Há várias linhas de financiamento regionais e nacionais de apoio à modernização das empresas (por exemplo, para investimento em Inovação e em Indústria 4.0) e há um tempo razoável ainda para implementação de projetos de melhoria até que o Acordo entre em vigor.
Já há inúmeras soluções de Indústria 4.0 no mercado brasileiro a custos extremamente viáveis e de não complexa implantação. Agora é o momento !
Empresas europeias possivelmente terão dificuldades de entrar no mercado de PMEs (custo), e possivelmente terão que fazer parcerias de negócios com empresas locais 🡺 parceiros; não inimigos (copetição).
Algumas empresas do Brasil atuam em setores onde o Brasil tem grande know-how, e.g. agronegócio, podendo acessar mais facilmente o gigante mercado da UE.
Pressão por expansão do portfólio de produtos e serviços das empresas, forçando uma maior colaboração e inovação entre empresas e cadeias de valor.
Algumas universidades e sistema de inovação em geral muito receptivos a trabalhar junto com as empresas.
Ameaças
Aumento da concorrência: Empresas grandes e PMEs europeias vão estabelecer outro patamar de inovação, integração, modelo de negócios, produtos e qualidade, onde talvez várias empresas do Brasil não consigam acompanhar se não começarem a investir já em tecnologias mais modernas, como as ligadas à Indústria 4.0.
Empresas da UE vão precisar de mão de obra qualificada e talvez ofereçam salários muito mais altos, exigindo uma política de retenção de talentos muito mais agressiva por parte das empresas do Brasil .
Pouca oferta de mão de obra qualificada em TI, engenharias, etc.
Universidades em geral pouco preparadas para trabalhar com as empresas.
PMEs brasileiras pouco receptivas e ágeis na introdução de novas tecnologias a fim de se tornarem mais competitivas e inovadoras.
Empresas bem estabelecidas serem compradas por grupos europeus (assumindo que isto não seja um objetivo estratégico delas ...).
SWOT básico para as empresas provedoras de soluções e serviços de Indústria 4.0 no Brasil
Forças
Conhecimento do mercado.
Várias empresas com bons produtos e serviços bem ajustados ao perfil e cultura do consumidor brasileiro e parcialmente dos do Mercosul.
Boa base estabelecida de clientes.
Relações consolidadas de negócios com grandes empresas.
Ecossistema pujante e crescente em muitas regiões do Brasil 🡺 grande cultura de inovação.
Fraquezas
Apenas razoável nível de inovação das empresas provedoras, e poucas com reais grandes diferenciais (frente a soluções estrangeiras).
Maior parte das empresas provedoras são micro e pequenas, com limitações várias para investir em novos e bons produtos inovadores & competitivos.
Indústria 4.0 impacta as empresas em várias dimensões, mas há vários nichos não cobertos e que podem ser aproveitados pelas empresas da UE.
Oportunidades
Empresas sediadas no Brasil e Mercosul são um imenso mercado de PMEs, em Manufatura e em inúmeros outros setores com demandas Indústria 4.0 e estarão pressionadas para investir devido ao Acordo.
Empresas europeias de automação possivelmente terão dificuldades de entrar no mercado de PMEs (custo), e possivelmente terão que fazer parcerias de negócios com provedores locais (p. ex., empresas provedoras, que conhecem o mercado e “cultura” nacional) 🡺 parceiros; não inimigos (copetição).
Algumas empresas provedoras atuam em setores onde o Brasil tem grande know-how, e.g. agronegócio, podendo acessar mais facilmente o gigante mercado da UE.
Pressão por expansão do portfólio de produtos e serviços das empresas provedoras, com uma maior colaboração e inovação entre provedores, além de integradores.
Indústria 4.0 não é apenas manufatura. Há um espaço enorme de soluções 4.0 para outros setores da economia que estarão pressionados pelo Acordo.
Algumas universidades e sistema de inovação em geral do Brasil muito receptivos a trabalhar junto com as empresas.
Ameaças
Aumento da concorrência: Empresas de automação da UE vão estabelecer outro patamar de inovação, integração, modelo de negócios, produtos e qualidade, onde talvez várias empresas provedoras não consigam acompanhar.
Empresas da UE vão precisar de mão de obra qualificada e talvez ofereçam salários muito mais altos, exigindo uma política de retenção de talentos muito mais agressiva por parte da empresas provedoras.
Pouca oferta de mão de obra qualificada em TI, engenharias, etc.
Universidades em geral pouco preparadas para trabalhar com as empresas.
A necessidade das empresas se reinventarem e se tornarem mais competitivas e inovadoras vale também para as empresas provedoras.
Empresas provedoras muito bem estabelecidas serem compradas por grupos europeus (assumindo que isto não seja um objetivo estratégico delas ...).
| Automotive Business (publicado em 22-07-2019) | | | |
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