| 29 de MAIO de 2019
Quarta-feira
- Governador apresenta potenciais do Paraná em fórum da revista Exame
- Por corte menor, Sistema S promete a Bolsonaro apoio à reforma da Previdência
- Confiança de serviços tem 4ª queda seguida em maio, diz FGV
- Confiança de serviços cai 3,1 pontos em maio ante abril, revela FGV
- Empresas e governos endividados precisam reforçar controles, recomenda BCE
- Suspensa decisão que permitia desconto de contribuição sindical sem manifestação do empregado
- STF decide nesta quarta se gestantes e lactantes podem exercer atividades insalubres
- Mudança nas regras de reajuste do mínimo preocupa debatedores na CDH
- TST barra redução de hora de almoço em acordo pré-reforma
- Brasil, UE, México e Canadá ganham com guerra comercial, aponta estudo
- Brasil apoiará energia renovável, mas ainda não prevê abandonar carvão, diz ministro
- Maia e Guedes articulam projeto que reduz jornada de servidor para cortar gastos
- Relator estuda manter cálculo mais vantajoso para a aposentadoria
- Relator quer dar autorização parcial para governo descumprir 'regra de ouro'
- Appy defende reforma tributária com regras unificadas a todos os contribuintes
- Economia do segundo trimestre preocupa
- Ibovespa sobe 1,61% e zera as perdas de maio
- IPP sobe 1,27% em abril ante alta de 1,59% em março, revela IBGE
- Estamos em período crucial e é preciso fortalecer sistema de comércio, diz OMC
- Fiat Chrysler e Renault seriam o maior grupo do Brasil em vendas com 26% do mercado
- Exportações do setor crescem 21,6% em abril ante igual mês de 2018, diz Abimaq
- França quer garantias de emprego em fusão de Renault com Fiat Chrysler
- Sete meses após abrir 3º turno, Toyota demite 340 em Sorocaba
- ABX19 inova o B2B da indústria automotiva
- Veículos eletrificados já são realidade no Brasil; Caoa Chery lançará Arrizo elétrico
- GM descarta híbridos e investirá mundialmente nos carros elétricos
- Transformação digital exige capacitação de talentos
|
Câmbio
Em 29/05/2019
|
|
Compra
|
Venda
|
Dólar
|
3,995
|
3,996
|
Euro
|
4,448
|
4,450
|
Fonte: BACEN
|
| | | | | Evento realizado em São Paulo reuniu governadores e empresários. Ratinho Junior destacou que quer transformar o Paraná no maior centro logístico da América do Sul. Ele também falou do processo de concessão de rodovias e aeroportos no Estado, em conjunto com o governo federal.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou nesta terça-feira (28), na terceira edição do Exame – Fórum PPPs e Concessões, realizado em São Paulo, que quer consolidar investimentos em infraestrutura e transformar o Paraná no maior centro logístico da América do Sul.
Ele também defendeu a participação da iniciativa privada na execução de obras e de serviços públicos, com o compromisso de ampliar e melhorar o atendimento à população. “No Paraná, estamos trabalhando em várias ideias, tanto com relação a PPP quanto concessões”, afirmou Ratinho Junior. “Este é o caminho que o Brasil tem que tomar”, completou ele, ressaltando que o Paraná tem a lei mais moderna do Brasil na área de parcerias e concessões.
No evento realizado na Amcham Brasil, Ratinho Junior participou de uma mesa de discussão com os governadores da Bahia, Piauí e Alagoas e falou sobre o processo de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões no Paraná. Ele destacou o acordo que está sendo feito com o governo federal para a inclusão de cerca de 1,6 mil quilômetros de rodovias que cortam o Estado no pacote de concessões rodoviárias da União.
“O Paraná deverá ter a maior leilão de rodovias, com 4,1 mil quilômetros, somando os trechos do atual Anel de Integração com outras rodovias que estamos incluindo no pacote do governo federal”, disse Ratinho Junior. O governador reafirmou que trabalha para que o valor das tarifas sejam reduzidas em pelo menos 50% no edital que deve ser lançado antes do vencimento dos atuais contratos, em 2021.
Ainda no segmento de infraestrutura, o governador lembrou que quatro aeroportos do Estado (Londrina, Foz do Iguaçu, Afonso Pena e Bacacheri) serão concedidos à iniciativa privada dentro do processo federal. “Tudo isso acaba sendo um grande atrativo para o setor privado”, ressaltou Ratinho Junior.
LEI MODERNA - O governador também ressaltou que o Paraná tem uma legislação moderna na área de concessões, elaborada pela atual equipe de governo ainda na fase de transição administrativa. Ratinho Junior disse que é necessário modernizar também o marco legal do País na área de concessões e parcerias com a iniciativa privada. “O Brasil precisa atrair e dar segurança ao investidor privado”, disse. Segundo ele, o Brasil continuará a ser conhecido com o País das obras inacabadas se depender apenas de investimentos públicos.
Para Ratinho Junior, as PPPs podem contribuir para resolver vários gargalos que o setor público ainda tem. O governador citou como exemplo a questão do sistema prisional, um problema que afeta diversos Estados e que poderia ter a contribuição do setor privado. No caso do Paraná, também destacou estudos para a concessão de hospitais e pátios do Detran.
PROSPECÇÃO – O governador Ratinho Junior destacou que a equipe administrativa está empenhada em ampliar a interlocução do investidores do Brasil e do exterior. Ele lembrou que o Estado promoveu duas edições do Paraná Day. A primeira, em Curitiba, foi dedicada a empresários, e a segunda, em Brasília, teve como foco embaixadores e adidos comerciais.
FÓRUM – O Exame - Fórum PPPs e Concessões reuniu 10 governadores, autoridades federais e representantes das maiores empresas do País, classificadas anualmente pela revista Exame. O encontro tem a presença do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Além de PPPs e concessões, o processo de desestatizações também foi abordado, assim como questões sobre segurança regulatória e jurídica, modalidades de financiamento e os fatores de atração para o investimento privado.
| Agência de Notícias do Paraná (publicado em 28-05-2019) | | | | Confederações patronais que não estão alinhadas com o governo no plano de cortar recursos do Sistema S entregaram uma carta de apoio à reforma da Previdência ao presidente Jair Bolsonaro durante reunião no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (28).
No encontro, presidentes das principais entidades afirmaram ter dado apoio a Bolsonaro, comprometendo-se fortemente junto ao Congresso e à opinião pública para a aprovação da reforma.
"Nós estamos trabalhando para que ela seja aprovada", disse José Martins da Silva Junior, presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). "Entendemos que ela é vital para a economia."
Assinaram o documento, os presidentes das seguintes confederações nacionais: CNA (agricultura), CNC (comércio), CNI (indústria), CNT (transporte), CNCom (comunicação social), CNCoop (cooperativas), CNSaúde (saúde), CNseg (seguradoras), CNF (instituições financeiras).
Na saída do encontro, os dirigentes negaram ter tratado da reforma do Sistema S. No entanto, assessores do Planalto consideraram a carta uma mensagem de que, principalmente CNI (Confederação Nacional da Indústria) e CNC (Confederação Nacional do Comércio), não se movimentarão contra a reforma junto à sua base no Congresso e que estão abertos a um diálogo.
CNI e CNC são contrárias à ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de dar uma "facada" nas alíquotas das contribuições feitas pelas empresas que hoje financiam programas de treinamento e capacitação mantidos pelas entidades do Sistema S.
Guedes quer o alinhamento dessas entidades em torno do uso dos recursos para o custeio de programas do governo. Em troca, as alíquotas de contribuição teriam cortes menores (30%). Para quem não se enquadrar, a "facada" será de 50%.
Nesse processo, o ministro também contava com o afastamento do presidente da CNI, Robson Andrade, preso pela Polícia Federal que investiga irregularidades no uso dos recursos da entidade.
A "faxina" na diretoria da CNI, segundo assessores presidenciais, seria uma forma de convencer a entidade pelo alinhamento com o governo. Mas houve uma reviravolta e uma decisão judicial permitiu o retorno de Robson para a CNI.
Na CNC, a estratégia é convencer os governadores onde a entidade tem "filiais" a pressionarem a bancada contra a reforma da Previdência caso o governo leve adiante o plano da "facada". A rede de atendimento de educação e saúde é a mais importante em alguns estados, principalmente no Norte e Nordeste.
Ambas aceitam negociar mudanças, mas não da forma como pretende Paulo Guedes. Neste momento, o secretário-adjunto da Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade, Igor Calvet, tenta convencer as diversas entidades a assinarem contratos de gestão com o governo em troca de usarem os recursos das contribuições empresariais no custeio de programas selecionados. Caso aceitem, não sofrerão cortes.
Isso só ocorrerá se cumprirem as metas de eficiência de alocação dos recursos definidas no contrato. Mesmo assim, os cortes ficariam entre 10% e 25%.
| Folha de S. Paulo | | | | Indicador sinaliza que fraqueza persiste no setor e mostra empresários menos otimistas em relação à evolução dos negócios nos próximos meses.
A confiança do setor de serviços registrou queda em maio pelo 4º mês seguido, retornando ao nível de maio do ano passado, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada nesta quarta-feira (29).
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 3,1 pontos em maio, para 89,0 pontos. No acumulando dos últimos quatro meses houve perda de 9,2 pontos, devolvendo a alta de 9,3 pontos entre outubro e janeiro.
“A quarta queda seguida da confiança de serviços sugere que persiste o período de atividade fraca que o setor vem enfrentando. A combinação da queda suave do Índice de Situação Atual com queda expressiva do Índice de Expectativas mostra que os empresários de serviços não estão confortáveis com a situação que o setor se encontra e se tornando cada vez menos otimistas em relação à evolução dos negócios nos próximos meses. O resultado geral da pesquisa sinaliza uma recuperação lenta da economia ao longo de 2019”, analisa Rodolpho Tobler, economista da FGV IBRE.
Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) do setor de Serviços subiu 0,3 ponto percentual, após cair 1,3 ponto percentual no mês passado, para 82%.
O levantamento ouviu 1.887 empresas entre os dias 2 e 24 deste mês.
| G1 | | | | O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 3,1 pontos na passagem de abril para maio, descendo a 89,0 pontos, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 29. Nos últimos quatro meses, houve uma perda acumulada de 9,2 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pela terceira vez consecutiva, dessa vez em 2,5 pontos.
“A quarta queda seguida da confiança de serviços sugere que persiste o período de atividade fraca que o setor vem enfrentando. A combinação da retração suave do Índice de Situação Atual com declínio expressivo do Índice de Expectativas mostra que os empresários de serviços não estão confortáveis com a situação que o setor se encontra e se tornando cada vez menos otimistas em relação à evolução dos negócios nos próximos meses. O resultado geral da pesquisa sinaliza uma recuperação lenta da economia ao longo de 2019”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/GV), em nota oficial.
Em maio, a confiança recuou em 12 das 13 principais atividades pesquisadas. O Índice de Expectativas (IE-S) encolheu 5,1 pontos, para 92,0 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA-S) diminuiu 0,9 ponto, para 86,3 pontos.
A retração do IE-S foi influenciada tanto pelo item que mede o otimismo com a tendência dos negócios nos seis meses seguintes (-6,8 pontos) como pelo componente de demanda prevista nos três meses seguintes (-3,3 pontos).
A queda do Índice de Situação Atual (ISA-S) decorreu da avaliação sobre a situação atual dos negócios, que recuou 2,6 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de serviços subiu 0,3 ponto porcentual em maio ante abril, para 82,0%. A coleta de dados para a edição de maio da Sondagem de Serviços foi realizada entre os dias 2 e 24 do mês.
| Tribuna PR | | | | O Banco Central Europeu (BCE) advertiu nesta quarta-feira para a possibilidade de que os riscos de piora no crescimento se materializem e de que isso eleve preocupações sobre a sustentabilidade de dívidas. “Além do alto nível de dívida e grandes déficits fiscais, alguns países poderiam enfrentar riscos na rolagem se participantes do mercado reavaliarem o risco soberano”, advertiu a entidade em relatório semestral intitulado Revisão da Estabilidade Financeira.
O documento é divulgado num momento de tensões entre a União Europeia e a Itália. O país insiste em manter um patamar de gastos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) superior ao limite determinado pelo bloco, o que pode gerar mais tensões entre as partes e, eventualmente, uma multa bilionária da UE contra Roma.
O BCE adverte que os riscos de baixa ao crescimento econômico poderiam gerar mais volatilidade nos mercados financeiros. Esses riscos de piora no crescimento reforçam a necessidade de se fortalecer balanços de dívidas de governos altamente endividados, ressalta o banco central. O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, adverte no relatório para os riscos à estabilidade financeira, caso uma piora na perspectiva econômica se concretize.
Outro alerta é para uma eventual escalada nas tensões comerciais, que poderiam provocar mais perdas nos preços dos ativos, diz o BCE.
| Tribuna PR | | | | Suspensa decisão que permitia desconto de contribuição sindical sem manifestação do empregado
Para a ministra Cármen Lúcia, relatora da Reclamação 34889, é plausível a alegação de que o TRT da 4ª Região descumpriu o decidido pelo STF na ADI 5794, em que foi assentada a constitucionalidade deste ponto da Reforma Trabalhista.
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu liminar na Reclamação (RCL) 34889 para suspender decisão em que o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) havia determinado que a Aeromatrizes Indústria de Matrizes Ltda. descontasse de seus empregados a contribuição para o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Segundo a ministra, é plausível a alegação de que o TRT descumpriu o decidido pelo STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5794, em que foi assentada a constitucionalidade deste ponto da Reforma Trabalhista.
Assembleia
Em ação civil pública ajuizada na Justiça do Trabalho, o sindicato pedia o reconhecimento da obrigação da empresa de descontar o equivalente a um dia de trabalho a partir de março de 2018, independentemente de autorização individual. Negado o pedido em primeira instância, o TRT deu provimento ao recurso ordinário do sindicato e reconheceu que a autorização dada pela categoria em assembleia convocada especificamente para essa finalidade substitui o consentimento individual, “pois privilegia a negociação coletiva”.
Liberdade sindical
Na Reclamação, a Aeromatrizes sustenta que não se pode admitir que a contribuição sindical seja importa aos empregados, pois, de acordo com a Constituição da República, “ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a uma entidade sindical”. Segundo a empresa, o STF, no julgamento da ADI 5794, concluiu pela constitucionalidade deste ponto da Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), “que privilegia os princípios da liberdade sindical, de associação e de expressão, entendendo que, para esta contribuição específica – sindical –, a autorização deve ser individual e expressa”. Outro argumento foi o de que a Medida Provisória 873, de março de 2019, prevê expressamente que a autorização do trabalhador deve ser individual, expressa e por escrito.
ADI 5794
Ao decidir, a ministra Cármen Lúcia lembrou que, em junho do ano passado, o STF julgou improcedentes os pedidos formulados na ADI 5794 e assentou a constitucionalidade da nova redação dada pela Reforma Trabalhista aos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que tratam da contribuição sindical. Segundo o redator do acórdão, ministro Luiz Fux, a Lei 13.467/2017 empregou critério homogêneo e igualitário ao exigir a anuência prévia e expressa para o desconto e, ao mesmo tempo, suprimiu a natureza tributária da contribuição.
No exame preliminar da Reclamação, a ministra, além da plausibilidade jurídica do argumento de descumprimento do entendimento do STF na ADI 5794, considerou a possibilidade de a empresa ser obrigada a dar início aos descontos relativos à contribuição sindical.
| STF (publicado em 29-05-2019) | | | | Nova lei trabalhista condicionou dispensa das trabalhadoras à apresentação de atestado médico. Trecho foi suspenso por ministro, e agora tema será analisado pelo tribunal.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá nesta quarta-feira (29) se gestantes e lactantes podem exercer atividades consideradas insalubres.
A nova lei trabalhista, proposta pelo governo Michel Temer e aprovada pelo Congresso Nacional, condicionou a dispensa das trabalhadoras à apresentação de um atestado médico.
Esse trecho da lei, porém, está suspenso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, e agora o tema será analisado de maneira definitiva pelo Supremo.
A ação que será julgada foi apresentada em abril de 2018 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos.
A entidade questiona o artigo que permitiu o trabalho de gestantes em "atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo" exceto "quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação".
Pela lei, as gestantes devem obrigatoriamente ser afastadas apenas se o grau de insalubridade for máximo.
Outro ponto questionado pela entidade está relacionado às mulheres que amamentam. Conforme o texto da nova lei trabalhista, as mães só serão afastadas, independentemente do grau de insalubridade, mediante apresentação de atestado médico.
Ministro do STF suspende trecho da reforma trabalhista
Afronta à Constituição
A confederação argumenta que condicionar a proibição das atividades à apresentação de um atestado de saúde afronta a proteção que a Constituição garante à maternidade, à gestação, à saúde, à mulher, ao nascituro, aos recém-nascidos, ao trabalho e ao meio ambiente do trabalho equilibrado.
"A manutenção da expressão atacada nos incisos mencionados subverte o valor constitucional de proteção da saúde da mulher e sua prole, pois, estabelece como regra a exposição da empregada à situação de insalubridade, devolvendo à própria empregada gestante ou lactante o ônus de comprovar a sua condição de vulnerabilidade", diz um trecho da ação.
"Sabidamente, são muitas, senão a maioria, as trabalhadoras de baixa renda e de pouca escolaridade que, ante a possibilidade de perda da remuneração a título de adicional de insalubridade, deixarão de procurar um médico para continuarem trabalhando em condições insalubres, comprometendo não só a sua saúde, mas, também, a saúde dos nascituros e dos recém-nascidos", acrescenta.
Outros argumentos
Conheça outros argumentos apresentados ao Supremo no julgamento da ação:
Câmara dos Deputados: Informou ao STF que o projeto de lei que deu origem à nova lei trabalhista foi processado "dentro dos estritos trâmites constitucionais e regimentais inerentes à espécie".
Presidência da República: Ainda sob o comando de Michel Temer, se manifestou contra a suspensão das normas. A Advocacia Geral da União (AGU) afirmou que "houve uma inversão do modelo adotado: antes a regra era o impedimento para trabalhar em atividade insalubre, porém, esse fato, por si só, não tem o condão de gerar ofensa aos dispositivos constitucionais elencados pela autora".
Procuradoria Geral da República: Defendeu que o pedido da confederação seja atendido e que os dispositivos sejam declarados inconstitucionais.
"A pretexto de fomentar igualdade nas atividades desenvolvidas em ambientes insalubres (como se trabalho inseguro fosse bem jurídico e como se a insalubridade não devesse, prioritariamente, ser eliminada ou neutralizada pelo empregador em prol de todos os trabalhadores), o dispositivo desconsidera a desigualdade das gestantes e lactantes (materializada em sua maior vulnerabilidade) e, assim, pode servir à privação de seu direito ao trabalho".
| G1 | | | | Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para debater sobre:
Participantes de audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) mostraram-se preocupados com uma possível mudança na política de reajuste do salário mínimo. Eles temem prejuízos no ganho real e o consequente empobrecimento dos trabalhadores brasileiros. O assunto foi debatido nesta terça-feira (28) no colegiado, a pedido do seu presidente, senador Paulo Paim (PT-RS).
Atualmente, de acordo com a legislação (Lei 13.152, de 2015), o valor do minimo deve ser reajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.
O governo pretende usar como parâmetro apenas a inflação, o que para representantes sindicais significa retrocesso numa política pública que vem dando certo. O mínimo hoje é de R$ 998, e a regra atual foi fixada por lei a partir de 2007 e foi sendo prorrogada desde então, mas a última lei, de 2015, só previa reajustes por essas regras até 2019.
O técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clóvis Scherer, lembrou que nos últimos dois anos está havendo aumento da pobreza no país e o agravamento na concentração de renda. Ele também destacou o longo caminho percorrido até a adoção da fórmula de cálculo atual.
— Foram várias marchas a Brasília realizadas a cada ano, entre 2004 e 2009, que trouxeram como ponto principal a necessidade de erguer o valor do mínimo e levá-lo a um patamar de dignidade. Na América do Sul, a maioria dos países está com salários mínimos em patamares superiores ao nosso. Nada fizemos além de recuperar um nível de renda que já foi alcançado no país anteriormente — avaliou.
Defesa conjunta
A representante do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho, Mônica Damous Duailibe, destacou a importância do salário mínimo e a necessidade de sua valorização.
— De 2002 a 2014, o número de empregados formais no Brasil cresceu de 23 milhões para 39 milhões e foi justamente o período de maior valorização do salário mínimo — ressaltou.
Já a presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Noemia Aparecida Garcia Porto, destacou o papel do Judiciário na aplicação das regras sobre o salário mínimo.
— Estamos dispostos a fazer o que é nosso papel constitucional, que é de atuar como guardiões da Constituição e dar efetividade ao que diz respeito aos direitos sociais que se vinculam ao mundo do trabalho — avaliou.
Para a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), uma perda do poder aquisitivo dos trabalhadores teria consequência imediata na economia:
— Isso não é questão de partido. É uma questão de país. Se você tira o poder de compra, tira o poder de venda. Se o comércio não vende, a industria não produz e o governo não arrecada — avaliou.
| Senado Notícias (publicado em 28-04-2019) | | | | Justiça manda montadora pagar valor total do intervalo intrajornada a funcionário
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) condenou a montadora Mercedes-Benz a pagar o valor total do intervalo intrajornada —equivalente a uma hora de almoço— a um trabalhador de São Bernardo do Campo que não usufruiu do período completo de pausa por causa de redução prevista em acordo coletivo.
Na decisão unânime, o relator do recurso, ministro Alexandre Agra Belmonte, argumenta que a jurisprudência do tribunal não reconhece normas coletivas que reduzam o intervalo intrajornada em contratos de trabalho vigentes anteriormente à lei 13.467/2017 —a reforma trabalhista de Michel Temer (MDB).
A mudança na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que passou a vigorar em novembro de 2017, permitiu que o negociado com sindicatos prevalecesse sobre o determinado na lei em algumas situações, entre elas a redução da hora do almoço.
Segundo Belmonte, no entanto, o recurso diz respeito a questão anterior à reforma e, “com base na lei no tempo, foi usada a jurisprudência interpretativa da norma trabalhista vigente antes da reforma”.
O empregado, que prestou serviços para a Mercedes durante 25 anos e foi demitido em 2014, afirmou que nunca havia tido intervalo intrajornada de uma hora, como determina o artigo 71 da CLT.
Em sua defesa, a montadora sustentou que o intervalo havia sido reduzido para 45 minutos por meio do acordo coletivo firmado desde 1996 com o sindicato da categoria.
Antes da reforma trabalhista, porém, além do acordo coletivo para redução da jornada, era necessária uma autorização do Ministério do Trabalho, explica Rodrigo Takano, sócio de trabalhista do Machado Meyer.
“O que o tribunal está dizendo é que para situações que ocorreram anteriormente à reforma, o entendimento é este: não basta o acordo coletivo para redução de jornada”, diz.
O ex-funcionário solicitou o pagamento da hora cheia —60 minutos com caráter de hora extra, isto é, 50% sobre o valor da hora normal e com reflexos para cálculo de 13º salários e férias, por exemplo—, mas foi derrotado na primeira e na segunda instâncias.
Na 4ª Vara do Trabalho de São Bernardo do Campo, por exemplo, o magistrado disse que “a redução do intervalo de uma hora decorreu de negociação coletiva, tendo por objetivo a adequação de turnos e a possibilidade de os trabalhadores saírem mais cedo ao final das jornadas”.
Pela nova lei trabalhista, apenas a parcela de tempo restante para completar os 60 minutos de pausa é passível de ser considerada verba indenizatória, o que garante o pagamento dobrado, mas não tem efeito para cálculo de outros benefícios trabalhistas.
Em 2018, o pleno do TST aprovou uma instrução normativa segundo a qual a aplicação das normas processuais previstas pela reforma é imediata, mas não incide em processos iniciados antes da vigência da nova lei.
Foi determinado, no entanto, que temas relacionados ao chamado direito material (o conteúdo das ações em si) serão discutidos caso a caso em julgamentos no primeiro e segundo graus.
“O TST entendeu que essas questões deveriam ser decididas nas instâncias inferiores para ir ganhando um grau de maturidade até que chegassem ao tribunal. Agora traz um direcionamento de como o TST parece que deve se inclinar a respeito desse assunto”, diz Ricardo Calcini, professor de direto do trabalho da FMU.
Aparecida Tokumi Hashimoto, sócia do Granadeiro Guimarães Advogados, diz que a decisão se aplica porque todos os fatos relacionados a ela (como a contratação e a demissão do trabalhador) ocorreram antes da vigência da nova lei.
“Havendo a continuidade desse contrato para o período após a reforma, sendo feito um novo acordo coletivo posteriormente, aplica-se a lei vigente naquele momento”, afirma.
Para Otávio Pinto e Silva, professor de direito do trabalho da USP e sócio do escritório Siqueira Castro, a decisão tende a indicar o caminho do tribunal, “mas só teremos maior segurança com uma decisão da SDI [Seção de Dissídios Individuais], pois contra a decisão da Turma cabe recurso para a seção”, afirma.
Em nota, a Mercedes-Benz do Brasil disse que desconhece o teor da ação, mas “respeita as decisões do Tribunal Superior do Trabalho e, em caso de discordância, utilizará dos recursos legais cabíveis”.
A montadora afirmou ainda que todas as cláusulas do acordo coletivo são negociadas com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e referendadas em assembleia pelos próprios colaboradores.
“A Mercedes-Benz do Brasil cumpre integralmente a legislação vigente e os acordos coletivos celebrados com os sindicatos.”
| Folha de S. Paulo | | | | Mais de 80% dos produtos sobretaxados por China e EUA devem ser fornecidos por outros países
Se o objetivo de Donald Trump ao declarar uma guerra comercial era elevar as vendas das empresas de fora da China, ele conseguiu. O problema é que isso não está acontecendo nos EUA.
Levantamentos sobre o impacto do conflito entre as duas superpotências mostram que os vencedores estão na União Europeia, no México, no Canadá, na Coreia do Sul e até no Brasil, entre outros países.
Segundo cálculos da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), dos US$ 250 bilhões em produtos exportados pela China sujeitos a sobretaxas nos EUA, 82% devem passar a ser fornecidos por outros países e 12% continuarão nas mãos de chineses, enquanto apenas 6% ficarão com os americanos.
Na via contrária, a tendência é exatamente a mesma. Dos US$ 110 bilhões em produtos americanos que sofrem com tarifas extras na China, 85% tendem a capturados por outros países, os EUA podem manter 10%, e as empresas chinesas ganharão apenas 5%.
Isso acontece porque as sobretaxas tendem a reduzir o comércio bilateral entre China e EUA e desviar a demanda para terceiros países. As tarifas não alcançam, portanto, o resultado para o qual supostamente teriam sido criadas: proteger os respectivos mercados.
Graças a empresas altamente competitivas, principalmente na Alemanha, a União Europeia deve ficar com o maior fatia, abocanhando US$ 70 bilhões do comércio bilateral entre EUA e China —US$ 50 bilhões de exportações chinesas para os americanos e US$ 20 bilhões na vida contrária.
Em proporção ao tamanho das exportações, o país que mais vai se beneficiar é o México. Parceiros dos Estados Unidos e do Canadá no Acordo Estados Unidos-México-Canadá, que substituiu o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), os mexicanos devem exportar US$ 27,9 bilhões a mais, o que significa 5,9% das vendas externas.
Os especialistas alertam, todavia, para o fato de que esses ganhos são de curto prazo, porque barreiras comerciais desestimulam o comércio global, afetam os preços das commodities e as moedas do países e acabam reduzindo o crescimento da economia. A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estima queda do PIB global de 0,7% entre 2021 e 2022.
"Alguém sempre sai ganhando numa guerra comercial, mas é por pouco tempo. Os impactos negativos são maiores", diz Vera Thorstensen, professora da FGV. "O efeito positivo que vemos agora é apenas conjuntural", concorda Sandra Ríos, diretora do Cindes (Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento).
A guerra comercial entre China e EUA teve suas primeiras "batalhas" no início de 2008 e rapidamente escalou. Em setembro, Washington adotou sobretaxa de 10% para US$ 250 bilhões em importações da China. Pequim retaliou e impôs taxas entre 5% e 10% para US$ 110 bilhões em produtos americanos.
Três meses depois, os dois lados selaram uma trégua e passaram a negociar um acordo, sem muitos avanços. No início do mês, Trump elevou as taxas contra a China para 25%, e o dirigente chinês, Xi Jinping, anunciou que as sobretaxas contra os EUA subiriam para algo entre 20% a 25% no início de junho.
O pano de fundo do conflito são o expressivo déficit comercial dos EUA com a China, que chegou a US$ 419 bilhões em 2018, e a preocupação dos americanos com a política industrial chinesa, que obriga empresas dos EUA que querem operar no país asiático a transferir tecnologia.
No caso do Brasil, os economistas da Unctad estimaram que o país pode ganhar US$ 10,5 bilhões em exportações extras, o que representa 3,8% do total de vendas do país. O setor mais beneficiado tende a ser o agronegócio.
De acordo com levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), as vendas de soja do Brasil para a China cresceram 34,6% em 2018 em relação a 2017. Não foi o único produto. O avançou chegou a 60,1% na carne bovina, 270,8% no algodão e 376,3% no milho, entre outros produtos agrícolas. No total, o Brasil exportou US$ 8,1 bilhões a mais para os chineses no ano passado em produtos afetados pelas sobretaxas impostas contra os EUA.
Para Fabrizio Panzini, gerente de negociações internacionais da CNI, a indústria brasileira não está conseguindo aproveitar a oportunidade gerada pela guerra comercial para incrementar a venda de produtos manufaturados para os EUA por falta de acordos de preferências tarifárias.
| Folha de S. Paulo | | | | Bento Albuquerque afirmou que matriz continuará sendo usada pelo país ao longo da próxima década
O Brasil continuará apoiando investimentos em fontes renováveis de energia, mas ainda não há planos no país para se abandonar a geração termelétrica a carvão, disse nesta terça-feira (28) o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Embora países como Alemanha e França venham anunciando planos de fechar usinas a carvão no médio e longo prazo, o Brasil espera que a fonte possa ao menos manter a estabilidade de sua participação na matriz na próxima década, acrescentou Albuquerque.
"Nós não podemos descartar nenhuma das fontes", disse o ministro a jornalistas, destacando que o carvão é importante para a economia da região Sul do país e por isso projetos da fonte deverão continuar aptos a participar dos próximos leilões do governo para contratação de novos empreendimentos.
"Hoje o carvão é cerca de 1,9% da matriz (elétrica do Brasil) e deverá permanecer nesse patamar pelos próximos 10 anos. Vai ter espaço para o carvão, para ele manter a base dele", afirmou, nos bastidores de um evento do setor elétrico em São Paulo.
Após essa década, no entanto, o futuro da fonte dependerá da tecnologia, disse o ministro, ressaltando no entanto que acredita em um futuro mais limpo para essas usinas.
"Tive oportunidade na última sexta-feira de ir a Criciúma visitar um centro de pesquisa (em carvão)... fui conhecer lá uma planta justamente de absorção de CO2. Isso mostra que ainda é uma atividade econômica sustentável, que está se tornando mais limpa", comentou Albuquerque.
O governo da França tem planos de fechar todas as térmicas que usam o combustível fóssil no país até 2022, enquanto o Reino Unido, onde foi instalada a primeira usina elétrica a carvão do mundo, nos anos 1880, pretende fazer o mesmo até 2025. A Alemanha trabalha com uma meta de prazo mais longo, com expectativa de acabar com as usinas a carvão até 2038.
Apesar da fala sobre carvão, o ministro de Minas e Energia destacou o forte crescimento da geração com fontes renováveis no Brasil, puxado por uma acelerada expansão das eólicas a partir de 2009, quando foi realizado um primeiro leilão do governo federal voltado exclusivamente a usinas da fonte.
Nesse período, segundo Albuquerque, a indústria recebeu investimentos de cerca de 145 bilhões de reais, o que levou as usinas eólicas a uma capacidade total de cerca de 15 gigawatts no Brasil, o equivalente a 9% do parque gerador do país.
"O Brasil foi o quinto país do mundo que mais instalou eólicas em 2018, e a indústria eólica desempenha um papel importante na economia do país", afirmou.
A indústria eólica gera atualmente 190 mil postos de trabalho no país, segundo dado citado pelo ministro, com diversas fabricantes do setor tendo instalado unidades locais, incluindo as gigantes Vestas, GE, Siemens Gamesa e Nordex-Acciona.
Essas fábricas no Brasil montam turbinas eólicas com cerca de 80% de conteúdo local, destacou Albuquerque.
O ministro disse também que o presidente Jair Bolsonaro tem "um carinho especial" pelas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas com até 30 megawatts em capacidade.
Atualmente, existem cerca de 526 projetos de PCHs já avaliados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que somariam uma capacidade instalada de 7.800 megawatts, e Bolsonaro quer tirar esse potencial do papel, segundo Albuquerque.
"Para viabilizar a implantação desses empreendimentos, serão realizadas pelo ministério ações junto aos órgãos ambientais, bem como junto ao Ministério Público, visando demonstrar o benefício que a implantação destes trará aos Estados", disse.
De acordo com ele, esses esforços serão realizados a partir de junho, com foco nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-05-2019) | | | | Propostas apresentadas a deputados alteram Lei de Greve e regra de ouro
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniram na manhã desta terça-feira (28) com deputados jovens para apresentar uma pauta de austeridade paralela à reforma da Previdência, que inclui projeto de criação de gatilho automático para austeridade e mudança na Lei de Greve.
A equipe econômica entregou a deputados como Felipe Rigoni (PSB-ES), Tabata Amaral (PDT-SP), Enrico Misasi (PV-SP), Paulo Ganime (Novo-RJ) e Kim Kataguiri (DEM-SP), uma lista de 30 projetos para serem distribuídos entre os novatos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reúne com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no Ministério da Economia
Entre eles está a ideia de ressuscitar um projeto de 2001 que modifica a Lei de Greve e negociação coletiva no serviço público. Segundo o texto apresentado para os parlamentares, a ideia é "regulamentar o exercício do direito de greve". O texto diz que "cria mecanismos de responsabilização para evitar a interrupção de serviços essenciais".
Além da lista, Guedes endossou principalmente o projeto de proposta de emenda constitucional do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), que cria um gatilho automático de austeridade caso haja risco de descumprimento da regra de ouro. As medidas poderiam incluir, por exemplo, a redução de carga horária de funcionários públicos.
O texto está pronto para ser votado pelo plenário da Câmara.
Maia afirmou na saída da reunião que essa medida não visa prejudicar servidores. "Está se tratando de reorganizar a regra de ouro, em vez de engessar demais", afirmou. Ele disse que chamou deputados novos que têm "convergência natural com a agenda de modernização do estado".
Ainda não há definição de quais dos 30 projetos devem tramitar com maior prioridade.
Outras medidas são por exemplo a criação de uma avaliação de desempenho de servidores públicos que pode resultar em demissão daqueles que forem considerados abaixo do critério. Segundo o texto, a ideia é "eventualmente, desligar aqueles que apresentam desempenho insatisfatório".
O primeiro texto listado pode ser votado na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado nesta semana. É do senador José Serra (PSDB-SP) e estabelece uma avaliação periódica dos incentivos tributários concedidos a organizações sociais.
Também são listados projetos que facilitam a contratação temporária, em projeto que teria de ser enviado pelo presidente Jair Bolsonaro, e mudanças no auxílio-funeral e auxílio-moradia.
A aprovação de uma nova lei de licitações, que vem sendo discutida no plenário da Câmara, também é colocada entre as prioridades. Entretanto, com o plenário tomado de Medidas Provisórias enviadas pelo governo e com prazo de votação, deputados têm tido dificuldade de pautar seus projetos.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-05-2019) | | | | Descarte dos 20% menores salários pode continuar; governo quer que sejam consideradas todas as contribuições
O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), estuda excluir mudança proposta pelo governo na fórmula de cálculo da aposentadoria que poderia diminuir o valor do benefício.
Hoje, os 20% menores salários são desprezados na hora de computar a aposentadoria. Essa regra beneficia os trabalhadores.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) quer que sejam consideradas todas as contribuições previdenciárias. Isso reduziria o valor do benefício.
Deputados contrários à proposta argumentam que esse item da medida prejudicaria os mais pobres, que começam a trabalhar mais cedo e em empregos com salários mais baixos.
Moreira pediu uma estimativa do impacto ao se manter a regra atual —cálculo com base nos 80% maiores salários de contribuição.
Para decidir sobre o assunto, o relator quer saber como ficaria a economia prevista com a reforma de R$ 1,2 trilhão em dez anos se a mudança na fórmula for derrubada no relatório. Ele pretende preservar a meta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de R$ 1 trilhão em uma década.
A ideia do deputado é que a reforma da Previdência represente uma redução dos gastos públicos, mas com uma versão mais justa do ponto de vista social.
O relator também estuda outras alterações na proposta de reforma da Previdência. Um dos pontos é para que a pensão por morte não seja inferior a um salário mínimo (R$ 998) em caso de essa ser a única fonte de renda.
O texto do governo prevê uma nova fórmula de cálculo da pensão, que poderia ser inferior ao salário mínimo.
O deputado também busca soluções para driblar a pressão da maioria da Câmara para poupar os trabalhadores rurais.
O governo quer tornar obrigatório que uma família rural contribua com R$ 600 por ano para ter direito à aposentadoria rural. Deputados acham que o valor é muito alto.
Moreira estuda baixar esse valor para R$ 60 por pessoa por ano. Essa regra é para os chamados segurados especiais, o que inclui, por exemplo, o agricultor familiar.
O objetivo da equipe econômica é exigir uma contribuição mínima para evitar fraudes. Atualmente, basta comprovar tempo suficiente de atividade no campo para poder adquirir a aposentadoria rural.
Pelo menos 13 partidos, além da oposição, já declararam posição contrária a essas regras. O relator, então, passou a estudar um meio-termo.
No setor público, Moreira analisa conceder um alívio na regra para que servidores públicos mais antigos possam se aposentar com valor integral do salário.
A proposta do governo prevê que quem entrou no funcionalismo público até 2003 teria de completar 65 anos, se homem, e 62 anos, se mulher, para se aposentar com o benefício integral.
Integralidade —aposentadoria no mesmo valor do salário— e paridade —aposentadoria com reajuste igual ao de quem está na ativa— são benesses do serviço público. Isso é visto pela equipe econômica como privilégios.
Moreira concorda com essa avaliação. Ele, no entanto, tem sido pressionado por corporações e analisa uma forma de evitar que o critério para aposentadoria desse grupo mude de forma abrupta.
Uma das opções é cobrar um pedágio. Ou seja, trabalhar um pouco a mais, mas sem precisar chegar até os 65 anos ou 62 anos. Seria uma fórmula semelhante a uma das transições da iniciativa privada.
Para reduzir o efeito da reforma sobre aqueles que estão prestes a se aposentar, o time de Guedes propôs um pedágio de 50% para quem está a dois anos de cumprir as exigências de tempo de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Se faltar um ano de contribuição, o trabalhador do setor privado poderia se aposentar após um ano e meio.
A ideia incomoda a equipe econômica, que defende regras mais rígidas para quem se aposentará com benesses.
Cerca de 240 mil servidores do Executivo têm direito a integralidade e paridade. Quase metade deles se aposenta até o fim de 2020.
Os partidos têm até quinta-feira (30) para apresentar emendas à PEC (Proposta de Emenda à Constituição). Moreira está convencido de que o relatório será finalizado na primeira quinzena de junho.
| Folha de S. Paulo | | | | Deputado defende que parte do dinheiro pedido pela equipe econômica seja captada por títulos públicos
O relator do projeto de lei que autoriza o governo a descumprir a "regra de ouro", deputado Hildo Rocha (MDB-MA), deve dar um aval apenas parcial, o que pode ser insuficiente para o presidente Jair Bolsonaro pagar despesas com Previdência Social até o fim do ano.
Dos R$ 146,7 bilhões pedidos pela equipe econômica, o deputado quer permitir que R$ 70 bilhões sejam captados por títulos públicos.
Assim, se o governo não conseguir receitas extraordinárias até outubro, teria que enviar outro projeto de lei para obter recursos para aposentadorias e pensões. Isso deixaria Bolsonaro mais uma vez refém da aprovação do Congresso.
Por causa da crise nas contas públicas, o governo pediu, no início do ano, ao Congresso uma autorização para se endividar e usar esses recursos no pagamento de despesas, como aposentadorias, transferências do Bolsa Família e o BPC (Benefício assistencial a idosos carentes).
A chamada "regra de ouro" impede o governo federal de se endividar para pagar despesas correntes, como salários, Previdência Social e benefícios assistenciais.
Guedes pediu ao Congresso para que, em 2019, haja uma exceção a essa limitação. A estimativa inicial era de R$ 248,9 bilhões com recursos a serem obtidos com títulos do Tesouro Nacional.
No entanto, a equipe econômica informou, nesta terça-feira (28), que precisará de se endividar para bancar gastos no montante de R$ 146,7 bilhões.
Isso porque o restante (R$ 102,2 bilhões) seria financiado com resursos do retorno de financiamentos concedidos a estados e municípios e do Banco Central, por exemplo.
Mas esses R$ 102,2 bilhões também dependem de autorização do Congresso. Sem a aprovação dos parlamentares, o governo não pode pagar despesas previdenciárias —tipo de gasto vinculado a essa receita orçamentária.
Rocha, contudo, acredita que o governo não precisará se endividar no patamar de R$ 146,7 bilhões no ano.
Ele afirmou que deve dar aval apenas para R$ 70 bilhões, porque ainda há a possibilidade de os cofres públicos arrecadarem dinheiro com concessões no setor de petróleo e gás (leilão do excedente de petróleo decorrente da cessão onerosa) até o fim do ano.
"Não quero dar uma autorização além do necessário", disse o relator. Segundo ele, ao se endividar mais do que precisa, o governo teria que arcar mais com juros.
O deputado deve debater o assunto, nesta quarta (29), com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil).
O governo precisa aprovar o projeto de lei que autoriza o descumprimento da "regra de ouro" até junho, quando começam a faltar recursos para o BPC.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-05-2019) | | | | Economistas que integram o Conselho de Assessoramento Técnico (CAT) da Instituição Fiscal Independente (IFI) defenderam mudanças no sistema tributário brasileiro. Na primeira reunião do conselho, o diretor do Centro de Cidadania Fiscal, Bernard Appy, defendeu a criação de regras unificadas para todos os contribuintes.
"O mero conceito de regra única já tem impacto positivo, tanto no crescimento quanto do ponto de vista distributivo. É um bom desenho", afirmou Appy, autor de estudos que baseiam a proposta de reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional.
O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola também ressaltou a necessidade de mudanças tributárias. "Nosso sistema tributário contribui em muito para as ineficiências que existem na economia brasileira", afirmou.
Ele defendeu ainda o projeto de autonomia do Banco Central e disse que há espaço para a autoridade monetária baixar juros "um pouco mais".
| DCI (publicado em 28-05-2019) | | | | Dados fracos de importação, de confiança e produção de açúcar, por exemplo, geram desconfiança sobre expansão no primeiro semestre, avaliam analistas do Itaú
O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre será divulgado amanhã e analistas já mostram preocupação com o resultado dos meses de abril, maio e junho.
“A nossa preocupação com relação a 2019 não é só com o primeiro trimestre. O segundo também não está com uma cara muito boa”, ressaltou o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, ontem em evento com jornalistas. O PIB será divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE).
O economista do Itaú Luka Barbosa pontuou que a apreensão se explica por alguns dados preliminares negativos do segundo trimestre, como os de produção de açúcar, indicadores de confiança e importação de bens intermediários e de capital (máquinas) – que são um termômetro da atividade industrial.
Nas projeções do Itaú, o PIB dos primeiros três meses do ano deverá vir com queda de 0,2%, em relação ao quarto trimestre de 2018 (na margem), e alta de 0,4%, ante o primeiro trimestre de 2018.
Contudo, para alcançar um crescimento de pelo menos 0,9% no ano fechado de 2019, o indicador precisa sair de uma queda de 0,2% no primeiro trimestre, para um avanço de 0,5% no segundo trimestre. Por enquanto, a projeção de crescimento para os meses de abril a junho é de 0,1% “Mas é importante destacar que essa é uma expectativa ainda muito preliminar”, reforçou Barbosa.
Sobre o detalhe do PIB do primeiro trimestre, o Itaú espera leve crescimento na margem para o setor de serviços (0,1%), porém quedas para a agricultura (-1,2%) e a indústria (-0,3%).
Pelo lado da demanda, as expectativas são mais positivas para o consumo das famílias (0,1%) e importação (1,9%), e negativas para a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos, -1,1%) e exportação (-2,8%). O consumo do setor público, por sua vez, ficará estável.
Investimentos em baixa
O economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, lembrou que a dificuldade de alavancagem dos investimentos se explica pelas incertezas com relação à reforma da Previdência Social, alta ociosidade das empresas e desaceleração do crescimento global.
Mesquita avalia que uma aprovação da Previdência, pelo menos na Câmara dos Deputados, poderia abrir espaço para o Banco Central (BC) começar a cortar a taxa básica de juros (Selic) a partir do setembro. Hoje, a Selic está em 6,5% ao ano, e o Itaú prevê que a taxa possa alcançar 5,75% no final de 2019.
Mesquita avalia que esses cortes são importantes para estimular a atividade. Para a economista do Itaú, Júlia Passabom, o corte de juros pode ser feito, tendo em vista que a perspectiva para a inflação do Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), continua controlada e deve fechar 2019 com alta de 3,6%, De acordo com ela, a pressão dos preços de alimentos e energia é passageira.
| DCI | | | | O noticiário político de ontem reforçou o clima mais otimista em relação à aprovação da reforma da Previdência e deu fôlego para o Índice Bovespa alcançar nova alta significativa. O índice subiu 1,61%, aos 96.392,76 pontos, na contramão das bolsas de Nova York.
Os negócios foram robustos e somaram R$ 23,9 bilhões. Os principais sinais que refletiram positivamente nos negócios foram a busca do governo por um pacto entre os Três Poderes em favor das reformas e do crescimento econômico e a iniciativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de pedir a antecipação do relatório da reforma da Previdência.
Outro fator de grande relevância na alta do Ibovespa foi a queda das taxas de juros no mercado futuro, com apostas crescentes de corte da taxa Selic este ano, em virtude do ritmo fraco da economia. As quedas das taxas futuras colocaram em evidência a alta das ações dos setores financeiro e de varejo.
A lógica na compra desses papéis é simples: juros menores, maior demanda por crédito e aumento do consumo interno.
Entre os papéis financeiros, destaque para Itaú Unibanco PN (+2,81%), Bradesco PN (+2,76%) e B3 ON (+2,97%). Entre as varejistas, as que se sobressaíram foram os papéis da B2W ON (+6,57%), Magazine Luiza PN (+6,18%), Lojas Renner ON (+3,58%) e Via Varejo ON (+3,52%).
Com o resultado, o Ibovespa zerou as perdas de maio, passando a contabilizar ganho de 0,04%. No último dia 17, quando o índice chegou à sua menor pontuação do ano (89.992,73 pontos), a perda acumulada no mês era de 6,60%. Se mantido o viés positivo até quinta-feira, o Ibovespa terá seu primeiro resultado positivo no mês em dez anos.
Mercado cambial
A melhora do ambiente político em Brasília, e a perspectiva positiva para o avanço da reforma da Previdência, também ajudaram o real a se descolar de outras moedas de países emergentes e ganhar força em relação ao dólar na sessão de ontem, que caiu 0,29% perante o real, aos R$ 4,0235.
A moeda norte-americana subiu ante divisas fortes, como o euro e a libra, por conta de estresse no mercado internacional com a situação fiscal da Itália, e moedas como o peso mexicano e o rublo da Rússia. Operadores ressaltam ainda que a entrada de um fluxo de dólares de exportadores também contribuiu para reforçar a valorização do real.
“O entendimento, a harmonia é positiva entre Poderes, mas o mais importante é as coisas começarem a andar”, afirma o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central (BC). “No câmbio, nossos modelos apontam para potencial de apreciação do real em relação ao que tem sido observado atualmente”, disse Mesquita.
Ele prevê o dólar em R$ 3,80 ao final do ano. O economista ressalta que as contas externas brasileiras estão sólidas e com melhora na margem.
Os juros futuros aprofundaram o movimento de baixa e as taxas renovaram as mínimas históricas de fechamento na ponta longa. Nas curtas, isso já vinha ocorrendo nos últimos dias. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou em 6,610%, de 6,751% no ajuste anterior e o DI para janeiro de 2023 caiu de 7,912% para 7,73%. A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou em 8,36%, de 8,522% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2027 encerrou na mínima de 8,72%, ante 8,861%.
| DCI | | | | O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 1,27% em abril, informou nesta quarta-feira, 29, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de março foi revista de uma elevação de 1,63% para 1,59%.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado de abril, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 2,57% no ano. A taxa em 12 meses até abril foi de alta de 8,61%.
Considerando apenas a indústria extrativa, houve elevação de 3,02% em abril, após o salto de 12,13% registrado em março. Já a indústria de transformação registrou alta de 1,19% em abril, ante aumento de 1,13% no IPP de março.
| Tribuna PR | | | | O diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou que o mundo entra agora em um "período crucial" e defendeu a necessidade de uma atuação decidida da comunidade de negócios para ajudar a fortalecer o sistema de comércio.
Falando em Paris na terça-feira, Azevêdo lembrou que há eventos importantes na agenda, como a cúpula do G-20 no Japão no próximo mês, onde os líderes desejarão obter atualizações sobre os progressos na reforma a OMC. Além disso, haverá a Conferência Ministerial da OMC no Casaquistão, em junho do próximo ano, quando se pretende apresentar novos resultados negociados, disse ele. "Este é o momento para o setor privado considerar o que deseja do sistema de comércio - e de comunicar isso ao mundo", defendeu.
Em um momento de tensões comerciais e riscos de mais protecionismo, Azevêdo afirmou que é preciso trabalhar por "um novo século de multilateralismo", com ambição e inovações para melhorar o sistema comercial no futuro.
| DCI | | | | Segundo dados da Fenabrave de 2018, montadoras ficariam à frente da atual líder Chevrolet. Para economista, empresas buscam fusão para aumentar competitividade.
A Fiat Chrysler (FCA) anunciou a intenção de fusão com a Renault. O conglomerado formaria o 3º maior grupo automotivo do mundo, segundo números de 2018. No Brasil, ele seria o primeiro colocado com ao menos 26% do mercado.
"A busca pela maior competitividade é o norte que vem guiando todas essas montadoras. O mercado está assumindo uma posição de risco mais elevado e exigindo a essas empresas buscarem parcerias, fusões e até mesmo compras", explica o economista Antonio Jorge Martins, especialista em gestão estratégica de empresas automotivas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Além da possível fusão entre FCA e Renault, Volkswagen e Ford anunciaram uma aliança global que prevê o compartilhamento de plataformas para futuros veículos. Uma picape, baseada na Ranger, será vendida no Brasil.
Nova 'gigante' no Brasil
De acordo com a associação dos concessionários (Fenabrave), 2.470.653 automóveis e comerciais leves foram emplacados no Brasil em 2018. Destes, 214.914 foram da Renault, 325.725 da Fiat e 106.945 da Jeep. Isso tornaria a nova montadora a maior do mercado brasileiro, ultrapassando a atual líder Chevrolet.
Para o economista, a fusão poderia trazer frutos positivos para o consumidor brasileiro.
"A maior competitividade pode gerar menores preços, e as empresas se fortalecerem no mercado brasileiro. Pode levar também ao desenvolvimento de novos produtos para o mercado nacional e também para exportação", afirma Antonio Jorge Martins, da FGV.
Na proposta apresentada para a Renault, a FCA ressalta que a fusão não resultaria em cortes ou demissões, mas é impossível prever as consequências a longo prazo.
"A própria FCA acabou de anunciar investimentos na fábrica de motores (em Betim) para exportação", aponta o economista. "Mas, caso a fusão aconteça, vão ter que racionalizar", acrescenta.
Ao G1, Fiat Chrysler e Renault não fizeram comentários específicos de como seria o processo de integração no Brasil.
Vendas no Brasil em 2018:
(em unidades)
Fiat Chrysler/Renault - 647.584
Chevrolet - 434.364
Volkswagen - 368.200
A FCA é representada pela soma de Fiat e Jeep (432.670), já que Dodge e Chrysler não aparecem nos relatórios da Fenabrave pela pouca expressividade de vendas no país.
Com os números unidos aos da Renault, são 647.584 unidades - 26% do total de vendas de 2018. Ou seja, o grupo ultrapassaria a Chevrolet (que fechou o ano com 434.364) e a Volkswagen (368.200) e alcançaria a liderança do mercado.
Separadas, como atualmente, a FCA ocupa o segundo lugar no ranking de marcas, entre Chevrolet e Volkswagen, enquanto a Renault ficou em 5º lugar, com 8,7% dos emplacamentos totais.
Como seria a fusão no Brasil?
Como qualquer processo de fusão feito no Brasil, a possível união entre FCA e Renault teria que ser submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também no país, independente do processo no exterior.
"O Cade tem poder para intervir em operações que criem ou aumentem significativamente o poder de mercado das empresas. A apuração parte do grau de concentração, ou da participação de mercado da empresa resultante da fusão", aponta o advogado Juliano Maranhão, especializado em fusões de empresas.
| G1 (publicado em 28-05-2019) | | | | A indústria de máquinas e equipamentos registrou aumento nas exportações em abril, mostram os dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Ante março, houve crescimento de 25,5% e na comparação com o mesmo mês do ano passado a alta foi de 21,6%, com a soma de US$ 1,043 bilhão de embarques.
Segundo a Abimaq, o desempenho das exportações surpreendeu em abril e voltou à marca de R$ 1 bilhão após 63 meses. No acumulado, os embarques somam US$ 3,263 bilhões, o que representa uma baixa de 3,2% ante o ano passado.
No caso das importações, também houve avanço ante março, de 3,3%, mas houve queda em relação a abril de 2018, de 4,6%. As compras externas somaram US$ 1,225 bilhão no mês. Assim, a balança comercial do setor mostrou déficit de US$ 182,23 milhões, um recuo de 48,8% ante março e de 57,3% frente a igual mês de 2018.
Em 2018, as importações registraram queda de 1,2%, ao somar US$ 4,719 bilhões, enquanto a balança comercial tem alta de 3,7%, com saldo negativo de US$ 1,456 bilhão.
| Tribuna PR (publicado em 29-05-2019) | | | | O ministro francês de finanças, Bruno Le Maire, também disse que a França quer estar bem representada no conselho da nova empresa.
A França buscará proteger empregos locais e ter outras garantias em troca do apoio à proposta de fusão das montadoras de veículos Renault e Fiat Chrysler (FCA), disse o ministro das Finanças do país nesta terça-feira (28). Ele também ressaltou os desafios do negócio.
Separadamente, o presidente do conselho de administração da Renault, Jean-Dominique Senard, chegou ao Japão para discutir a proposta com a parceira da empresa francesa, a Nissan - outro obstáculo potencial para a fusão igualitária de US$ 35 bilhões.
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse à rádio RTL nesta terça-feira que o plano é uma boa oportunidade tanto para a Renault quanto para a indústria automotiva europeia, que enfrentam há anos excesso de capacidade e demanda moderada.
Porém, ele acrescentou que o governo francês buscará quatro garantias em troca de apoio a um acordo que reduzirá sua participação de 15% na Renault para 7,5% na entidade combinada.
"O primeiro: empregos e instalações industriais. Eu disse ao presidente da Renault muito claramente que era a primeira das garantias que eu queria dele na abertura dessas negociações. Uma garantia sobre a preservação de empregos e fábricas na França", afirmou Le Maire.
O ministro também disse que a França quer estar bem representada no conselho da nova empresa, para ser líder no desenvolvimento de baterias elétricas e para que o acordo ocorra "no âmbito da aliança entre a Renault e a Nissan".
Uma fonte familiarizada com o assunto disse à Reuters na segunda-feira (27) que a Renault e a FCA assumiram compromissos sobre a manutenção de empregos industriais e locais, deixando espaço para demissões de funcionários administrativos e de engenharia, bem como uma redução de estrutura fabril.
Le Maire disse que ele havia falado pessoalmente com os japoneses sobre o acordo proposto. Perguntado como eles responderam, o ministro disse: "Pela reação que eu vi do presidente da Nissan, Sr. Saikawa, eu diria que foi uma reação que se mostrou aberta."
Nesta terça-feira, o presidente-executivo da Nissan , Hiroto Saikawa, afirmou à emissora de TV do Japão que "estamos abertos a negociações construtivas".
| G1 (publicado em 28-05-2019) | | | | Sete meses após abrir o terceiro turno de trabalho na fábrica de Sorocaba (SP), a Toyota anuncia que vai cortar 340 postos de trabalho na unidade que produz os modelos Etios e Yaris. O principal motivo é a queda das exportações para a Argentina, problema que também afeta outras montadoras do País.
O corte equivale a quase metade das 740 vagas criadas para o terceiro turno, em outubro. A Toyota diz que será aberto um programa de demissão voluntária. Se as adesões não atingirem a meta, parte desse pessoal (que tem contrato temporário) será demitida. A fábrica emprega 2,8 mil funcionários. Com o terceiro turno, a capacidade produtiva foi ampliada de 108 mil para 160 mil veículos. Neste ano, até abril, foram produzidas 50 mil unidades, das quais quase 30% foram exportadas, a maioria para a Argentina, que reduziu pedidos em razão da crise.
Para reduzir custos, a Toyota também propôs corte de benefícios para os trabalhadores de Sorocaba e das outras fábricas em São Bernardo do Campo, Indaiatuba e Porto Feliz, todas em São Paulo. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Leandro Soares, entre as medidas está a suspensão de aumento real de salários até 2021.
Pela proposta, neste ano não haverá repasse da inflação. Em 2020, seria aplicado 50% da inflação e, no ano seguinte, 100%. “Além disso, a empresa quer reduzir participação nos lucros e coparticipação dos trabalhadores no plano de saúde”, diz Soares. “Os trabalhadores entendem a situação da empresa, mas não podem abrir mão de salários e ao mesmo tempo arcar com custos extras.”
O anúncio de cortes ocorre num período em que a Toyota avalia aderir ao programa estadual IncentivAuto para ter direito a desconto de ICMS em novo investimento. Entre as exigências do programa está a criação de ao menos 400 vagas. Também em razão da queda do mercado argentino, a Volkswagen anunciou férias coletivas em São Bernardo e em Taubaté e a Nissan adiou plano de um terceiro turno em Resende (RJ).
| Tribuna PR | | | | Há muito tempo o setor automotivo ansiava por grandes novidades e mais uma vez Automotive Business entrega um evento inovador: o Automotive Business Experience ou simplesmente ABX19, encontro focado em conteúdo e experiência B2B em um formato nunca visto no segmento. Realizado na segunda-feira, 27, no São Paulo Expo, local que já é palco de grandes eventos da indústria, como o Salão do Automóvel, Fenatran ou Automec, o ABX19 reuniu um público com mais de 2 mil profissionais que foram imersos no lema: Em Meio à Disrupção, Nós te Mostramos Novos Caminhos.
O evento foi palco para encontro das pessoas mais importantes e influentes da cadeia automotiva e de seus novos segmentos relacionados com um único objetivo: debater o futuro da indústria da mobilidade e sua transformação na era digital.
“A indústria automotiva enfrenta sua mais profunda transformação desde que foi criada e o ABX19 traz as ferramentas necessárias para que a liderança atual e a futura liderança automotiva assuma o protagonismo dessa mudança e encare seus desafios mais bem-preparada”, declara a diretora de Automotive Business, Paula Braga.
A LIDERANÇA COMO PROTAGONISTA DAS TRANSFORMAÇÕES
Graças aos 151 palestrantes, foram debatidos ao longo de todo o dia os temas mais relevantes e caros a um público 100% profissional, que está sempre em busca de informação de qualidade. Todos os assuntos foram divididos em seis grandes trilhas de conteúdo, cada uma delas com um palco dedicado. Quatro dessas trilhas contemplaram temas respectivos às categorias: automóveis e autopeças; pesados e máquinas; distribuição e concessionárias; inovação e mobilidade. Além disso, outros dois palcos trataram de mais assuntos relevantes para o setor.
Em mais de oito horas de conteúdo, debates abordaram assuntos como o futuro do mercado no Brasil, as tendências da economia na era digital, as inovações da indústria, as projeções dos principais players, a visão da cadeia de autopeças e sua reinvenção, a importância da legislação e do Rota 2030, diversidade, entre muitos outros.
Todos os temas convergiram para um assunto central: a necessidade da liderança automotiva assumir o protagonismo e conduzir as transformações necessárias para tornar o setor automotivo mais capaz de entregar as soluções que o novo consumidor quer, sendo ao mesmo tempo lucrativo e benéfico para a sociedade.
GERAÇÃO DE CONHECIMENTO
Além das apresentações e discussões exclusivas que sediou, o ABX19 também elevou o conhecimento sobre o setor automotivo ao apresentar cinco estudos completamente inéditos: Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo, Intenção de Compras de Caminhões, o Futuro do Salão do Automóvel, o Horizonte para a Indústria de Autopeças e, enfim, o Diagnóstico do Grau de Maturidade das Empresas para Aproveitar os Benefícios do Rota 2030.
As pesquisas exclusivas foram feitas por Automotive Business em parceria com o Cesar - polo de inovação de Recife (PE), a Reed Exhibitions Alcântara Machado e a Pieracciani Consultoria, respectivamente.
O evento também motivou a realização do estudo Liderança do Setor Automotivo, feito em parceria com a MHD Consultoria e apresentado pela primeira vez no Salão do Automóvel de 2018. Apesar de não ter sido mostrado com exclusividade no ABX19, ao mapear o perfil, anseios e desafios de quem comanda as empresas automotivas a pesquisa foi essencial para entender quais discussões precisavam estar nos palcos do Automotive Business Experience.
OS NOVOS NEGÓCIOS GERADOS NO ABX19
Mais do que simplesmente falar sobre a necessidade da adoção de uma cultura mais aberta e colaborativa nas empresas automotivas, o ABX19 colocou isso em prática ao longo do dia. A arena de conteúdo do evento, com todos os palcos no mesmo espaço, deixava livre a circulação e o encontro das pessoas. Outra ferramenta poderosa do evento foi o Speed Meeting, também conhecido como rodada de negócios, que aconteceu no Business Lounge do ABX19. Por meio da plataforma digital da One Hundred Open Startups, as pessoas podiam ver quem estava no evento e marcar breves reuniões.
Ao longo do dia, a ferramenta foi usada para marcar 524 reuniões que aconteceram no próprio evento, que deram início a 80 negócios. Parte destes encontros aconteceu com as startups que participaram do #ABX19. Por meio de curadoria exclusiva, 64 jovens negócios puderam apresentar suas soluções à indústria automotiva.
Com resultados tão consistentes para mostrar, o Automotive Business Experience prova um ponto: há muito espaço para ampliar os debates e as conexões na indústria automotiva, de mobilidade e de tecnologia. Que venha o ABX20!
| Automotive Business (publicado em 28-05-2019) | | | | Executivos de BMW, Caoa Chery, Toyota e Gaia destacam caminho sem volta para o carro elétrico e a importância de redução de custos
O futuro da mobilidade e os veículos eletrificados já são realidade no Brasil. Esta afirmação foi senso comum nos painéis sobre veículos elétricos durante o Automotive Business Experience, ABX19, realizado segunda-feira, 27, no São Paulo Expo. Além de falar sobre tecnologia, executivos de BMW, Caoa Chery, Toyota e Gaia Electric destacaram os caminhos que suas marcas estão seguindo para a eletrificação da frota.
“Vivemos a etapa de trazer a tecnologia para o País. O próximo passo é ver como vai se refletir na produção de elétricos e híbridos localmente para viabilizar a redução de custos”, disse Gleide Souza, diretora de assuntos governamentais da BMW.
“O carro elétrico já foi visto em vários momentos da história automotiva, mas nunca como um produto de fabricação em larga escala. Estamos vivendo uma grande transição tecnológica, em que as metas de eficiência energética estão cada vez mais elevadas e a maneira de alcançá-las está na eletrificação”, afirmou o CEO da Caoa Chery, Márcio Alfonso. A fabricante, segundo ele, começa a testar em setembro uma frota de 100 carros elétricos no Brasil, já vislumbrando as vendas para o consumidor final.
“Faremos testes de eficiência e em diversas condições para oferecer a melhor relação custo-benefício para os brasileiros. O sedã Arrizo 5 será o nosso primeiro carro elétrico à venda e devemos tê-lo nas lojas entre outubro e novembro”, destacou Alfonso.
Outro modelo que começará a ser produzido nesse período é o Toyota Corolla híbrido. A nova geração do sedã médio vai ser fabricada em Indaiatuba (SP) a partir de outubro, com a expectativa de ser o primeiro híbrido da marca com grande volume de vendas. “Eletrificar não é só investir no carro puramente elétrico. Para a indústria brasileira, nossa visão é o híbrido bicombustível por considerarmos a melhor combinação de matriz energética [etanol e eletricidade]”, ressaltou o vice-presidente executivo da Toyota, Miguel Fonseca.
O fabricante japonês, assim como a BMW, aponta o ano de 2025 como limite para uma considerável eletrificação de seus produtos. Até lá a Toyota promete ter 40% de seu volume de vendas eletrificado. Já a BMW fala em 25 produtos movidos a eletricidade no Brasil. Proposta de baixo custo é o que tem feito a Gaia chamar a atenção no mercado.
A startup brasileira desenvolveu um triciclo elétrico com autonomia de 200 quilômetros capaz de rodar até nas estradas. “Ele vai custar até R$ 60 mil e sua recarga completa sairá por R$ 8. Inclusive pode servir como fonte de renda para o proprietário por meio de compartilhamento”, disse o CEO da Gaia Eletric, Ivan Gorski.
Embora BMW, Caoa Chery, Toyota e Gaia tenham perfis de consumidores bem distintos, todas concordam que o caminho da eletrificação no Brasil passa pelo uso das matrizes energéticas de forma mais inteligente possível. “Popularizar a tecnologia vai ser o mais difícil por causa dos custos elevados. Mas trabalhamos para isso por meio de parcerias com empresas de mobilidade, startups e incentivos governamentais”, destacou Miguel Fonseca, da Toyota.
“A tecnologia vai emplacar quando o consumidor sentir também os incentivos, tanto no preço como em benefícios como a redução no valor do IPVA, liberação do rodízio de veículos e permissão de trafegar com o veículo elétrico na faixa de ônibus”, completou Gleide.
| Automotive Business (publicado em 28-05-2019) | | | | GM descarta híbridos e investirá mundialmente nos carros elétricos
Montadora trabalha ainda em serviços que atenuam o trânsito nos grandes centros urbanos
O processo de eletrificação dos automóveis da General Motors não contempla modelos híbridos. Em palestra no Automotive Business Experience, ABX19, realizado na segunda-feira, 27, no São Paulo Expo, Hermann Mahnke, diretor de marketing da GM Mercosul, assegurou que a montadora investirá integralmente em modelos totalmente elétricos.
A estratégia difere do caminho adotado pela maioria dos fabricantes, que entendem que a hibridização serve como um degrau intermediário, em especial em termos de custo, para consolidação dos veículos 100% elétricos.
“Os elétricos terão manutenção menos complicada e mais barata no futuro”, afirma o executivo, que relaciona também o anseio dos consumidores por carros não poluentes como outra importante razão dessa estratégia.
O diretor da GM lembra que 84% da população mundial vivem em centros urbanos. É um público que demanda não só menos emissões, mas também menos trânsito. “Hoje um paulistano inala quantidade de poluentes equivalente a quatro cigarros por dia e, em média, perde 2h43 em deslocamentos pela cidade”, ilustra.
O carro elétrico resolveria a primeira parte. A segunda – o trânsito caótico –, a GM pretende atacar por meio do casamento de serviços de compartilhamento de veículos com a condução autônoma. “Essa é a equação que pretendemos resolver. A GM busca um futuro zero-zero-zero: zero acidente, zero emissão, zero congestionamento.”
Mahnke enfatiza que essa realidade está bem mais próxima do que a maioria das pessoas imagina: “Estamos a alguns meses do lançamento de um modelo autônomo, os serviços de compartilhamentos já existem e muitos outros surgirão, e o carro elétrico está aí já.”
O primeiro veículo elétrico da GM no Brasil, inclusive, estava exposto no estaço do ABX19 e chega às revendas da marca já em outubro. O Chevrolet Bolt EV tem preço sugerido de R$ 175 mil, desenvolve potência de 203 cv, acelera de zero a 100 km/h em 6,5 segundos e pode percorrer, segundo normas norte-americanas, até 383 quilômetros com uma única carga de bateria.
“O Bolt EV é o primeiro veículo 100% elétrico que combina preço e autonomia semelhantes ao de um carro médio de combustão interna bem equipado.”
O diretor de marketing afirma que, ainda que priorize o carro elétrico, a GM entende que outras alternativas podem prevalecer ou conviver em diferentes mercados mesmo no futuro. O etanol no Brasil é um exemplo. “O mercado brasileiro é grande e não precisa pensar em uma ou outra tecnologia. Tem espaço para todas.”
| Automotive Business (publicado em 28-05-2019) | | | |
Montadoras sentem dificuldade para encontrar pessoas com conhecimento técnico e das plataformas digitais
A transformação digital e as mudanças pelas quais o setor automotivo está passando exigem capacitação. A dificuldade para achar essa mão de obra qualificada foi um dos temas abordados por representantes da indústria durante o Automotive Business Experience, ABX19,, realizado segunda-feira, 27, no São Paulo Expo.
“Antes buscávamos especialistas e hoje procuramos pessoas que entendam não apenas de produtos”, disse Emílio Paganoni, gerente sênior de treinamento da BMW.
Ele foi um dos participantes do painel “Do analógico para o digital: a mudança do modelo de negócio do setor automotivo”, mediado por Márcio Kauffmann, sócio-diretor da consultoria EY.
Segundo Paganoni, existe uma carência por profissionais que tenham bagagem técnica e que também conheçam as plataformas de serviços e os negócios realizados pela montadora. Luciano Driemeier, gerente de estratégia de produto da Ford, acrescentou que o engenheiro sempre pensou em produto para dentro da fábrica. “Agora o desafio é como ele olha para fora da indústria”, afirma ele, uma vez que o consumidor está mais participativo e dizendo o que quer.
Os executivos constatam que alguns dos profissionais que precisam estão trabalhando em empresas de tecnologia como o Google. Mas que as montadoras precisam saber como atrair esses talentos da era digital, pois eles podem se sentir estimulados a participar de uma indústria que está passando por uma grande revolução.
Além do desafio para ter talentos para ajudar no seu processo de transformação digital, executivos do setor automotivo apontaram as barreiras que enfrentam para resolver problemas do dia a dia da operação e inovar na mesma velocidade que os negócios estão pedindo.
Fábio Rabelo, líder de digitalização e novos modelos de negócios da Volkswagen, disse que leva vantagem por ter liberdade para criar produtos digitais no Brasil pensando no cliente local.
“Sabemos que o consumidor da América Latina é diferente dos da Europa, Estados Unidos e Ásia”, afirma Rabelo.
Por ter essa flexibilidade, Rabelo diz que a VW tem avançado na transformação digital. Ele cita como exemplo a criação do selo digital, que substitui o método tradicional das revisões e o livro de bordo baseado em inteligência artificial, que ajuda os motoristas a esclarecerem dúvidas sem que precisem buscar informações em manuais impressos. “São inovações que podemos fazer localmente”, afirmou. Ele sabe que se não agir rápido, seu concorrente sairá na frente.
| Automotive Business (publicado em 28-05-2019) | | | |
|
| | |
|
|