| 12 de Agosto de 2019
Segunda-feira
- Workshop Eficiência energética, Inovação e Transformação Digital
- Evento: Lei Geral de Licenciamento Ambiental
- Empresa estimula vínculo paterno para reter funcionário
- Empresas alongam licença-paternidade enquanto projetos de lei não avançam
- Liberdade Econômica’ amplia a flexibilização trabalhista
- Na rede social, dono da Havan promete 200 empregos na Grande Curitiba
- Profissões ligadas à tecnologia terão alto crescimento até 2023, aponta SENAI
- País precisa qualificar 10,5 milhões de trabalhadores na indústria até 2023, diz CNI
- Indústrias da RMC têm cargos com salários até 46% maiores que média nacional, aponta pesquisa
- Avanço do serviço via aplicativo põe em xeque futuro do emprego formal
- Nova versão de MP diminui garantia de folga no domingo para 1 em cada 7
- 'Autotechs’ trazem o mercado automotivo para o celular
- Promessa de Bolsonaro, carteira verde e amarela tem ponto em comum com novo mercado de trabalho
- Bolsonaro diz que quer manter vinculação entre salário mínimo e aposentadorias
- Bolsonaro: capitalização deve ser enviada quando se resolver Previdência
- Reforma da Previdência será mais dura conforme a profissão
- Relator da ‘liberdade econômica’ muda texto
- Ibovespa recua 0,11% no dia com cenário externo, mas ganha 1,29% na semana
- FGTS parado pode render mais do que fundos, poupança e até Tesouro Direto
- Dados do BC apontam que atividade econômica teve queda de 0,13% no 2º tri
- Prévia' do PIB do Banco Central recua 0,13% no 2º trimestre e indica início de 'recessão técnica
- Economistas passam a ver Selic a 5,00% neste ano
- Queda nos juros exige do investidor mais pesquisa na escolha por aplicações
- BR avalia criar empresa para entrar em etanol
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Câmbio
Em 12/08/2019
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Fonte: BACEN
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| | | | | | | Quando ainda era estagiário na plataforma online de venda de seguros Youse, o estudante de engenharia Fernando Fonseca, de 25 anos, descobriu que teria um filho com a namorada Karoline Ferreira, que estuda Letras na USP. Os dois moravam sozinhos em São Paulo, sem apoio financeiro dos pais.
Com uma pessoa a mais para sustentar, o movimento natural seria ir atrás de um emprego fixo com salário maior. Fonseca, inclusive, já havia recebido propostas para receber o triplo em outras empresas. Resolveu recusar porque tinha a certeza que seria contratado na Youse quando terminasse a faculdade. A formalização, porém, acabou acontecendo antes do diploma.
“Quando o Fernando falou que ia ter filho, fiquei feliz porque, com a contratação, teria mais opções de plano de saúde e um salário maior para dar suporte ao bebê”, diz Wilson Lima, diretor de RH da empresa. Entre os benefícios estão também 30 dias de licença-paternidade. “Estamos em um mercado muito competitivo e o funcionário leva em consideração benefícios robustos”, afirma.
A Youse faz parte de um movimento crescente de empresas que têm usado políticas de recursos humanos nas quais um dos principais atrativos é aumentar a convivência entre pais e filhos. Seja por meio da licença-paternidade estendida, além dos cinco dias obrigatórios por lei, ou de facilitar a convivência com as crianças durante o trabalho.
O conceito de paternidade ativa envolve, entre outros fatores, o cuidado físico e emocional que se dá ao filho, segundo cartilha elaborada pelo Ministério da Saúde em 2018. Empresas como a Natura e a Unilever têm dentro em suas instalações um berçário no qual os pais podem deixar seus filhos.
Ricardo Moncayo, de 35 anos, coordenador de TI da Natura, define a infraestrutura do berçário da empresa como “privilégio”: ele consegue não só ficar perto da filha, como também visitá-la durante o dia. “Almoço mais rápido para poder ficar 10 minutos com a Marcela.”
O gerente de logística de sorvetes da Unilever, Renato Starling, é outro que não “aguenta” e vai visitar o filho na creche quando pode. Por coincidência, a mulher dele, Maria Clara, trabalha no prédio vizinho. Então, a família inteira – mãe, pai e Gustavo, de 1 ano – toma café da manhã nas dependências da Unilever. “Em São Paulo, quem é que consegue tomar café com o filho, ver no almoço e ainda voltar para casa com ele?”, pergunta. No caso, as duas empresas dão 40 dias de licença-paternidade.
Empresa Cidadã
Alice Neira Pereira deve nascer no próximo mês e, assim que chegar, vai poder ter o pai a seu dispor durante seis meses, sem precisar dividi-lo com o trabalho de analista financeiro. A fabricante de bebidas Diageo concederá a William Pereira, de 36 anos, licença-paternidade de 26 semanas.
O afastamento faz parte da política global da Diageo e foi implementada em julho no País. Agora, mães e pais têm direito ao mesmo período de afastamento. “Historicamente, a licença-maternidade é uma barreira para as mulheres no mercado de trabalho”, diz Tatiana Sereno, diretora de Recursos Humanos da empresa. “Ao oferecer licença semelhante para todos, ela deixa de ser.”
Pereira pretende pedir o afastamento em janeiro, último mês no qual a mãe de Alice estará em casa, antes de voltar ao trabalho. A também analista Melissa Neira, de 39 anos, ficará de licença durante quatro meses. “Agora, vou vivenciar tudo o que eu não consegui com minha primeira filha, Isadora”, diz ele. “Cinco dias é muito pouco. Você não passa nem sequer 24 horas completas com o filho, porque tem de correr atrás de vacina, cartório e receber as visitas.”
A Diageo é inscrita no programa Empresa Cidadã, da Receita Federal, que estende o período de licença dos pais em troca de benefícios fiscais. Às mulheres, o programa federal já oferece a ampliação de quatro para seis meses em casa, o que garante o reembolso da Diageo no caso das mães. Para os homens, a extensão é de cinco para 20 dias corridos. Por isso, a empresa passou a ter orçamento específico para a licença-paternidade. Além de bancar a saída prolongada dos pais, há a verba destinada à contratação de temporários, caso o trabalho de um substituto seja necessário.
Desde que implementou a licença-paternidade de 35 dias em 2017, a corretora de seguros Marsh teve 40 funcionários beneficiados pelo afastamento. É um número pequeno para o universo de 1,2 mil funcionários, o que possibilita organizar equipes para cobrir as licenças. “As crianças crescem muito rapidamente e a gente não pode furtar isso dos funcionários”, diz Valma Prioli, diretora de RH.
Um dos beneficiados foi o superintendente Tiago Morais, de 37 anos, pai de Marina. Ele disse ter criado vínculos com a filha desde o início. “Estava lá na hora que a Marina nasceu e a segurei, dei a mão e comecei a conversar”, diz. “A nenê se acalma quando estamos por perto.”
| Tribuna PR (publicado em 11-08-2019) | | | | Há 22 propostas para aumentar tempo de pai com bebê; corporações estendem direito como benefício
Apontada como chave para o desenvolvimento infantil e a redução da desigualdade de gênero no ambiente profissional, a ampliação da licença-paternidade tem sido tema de debate público e em empresas privadas.
A Constituição brasileira só garante cinco dias de licença aos pais, que podem ser prolongados apenas se o empregador for cadastrado no programa Empresa Cidadã. Nesse caso, são concedidos mais 15 dias, cujo valor pode ser abatido dos impostos federais. De acordo com dados da Receita, mais de 22 mil empresas no país participam.
É um número ínfimo. Na Suécia, por exemplo, pais têm direito a 90 dias de licença com pagamento de 80% do salário, prorrogáveis por outros dez meses, que podem ser compartilhados entre pai e mãe.
Silvs
Em março deste ano, foi aprovada na Espanha uma lei que oferece 16 semanas de licença tanto aos pais quanto às mães. A mudança entrará em vigor em 2021 e será o benefício mais longo entre os países europeus com pagamento integral da remuneração.
Hoje, aqui no Brasil, 22 projetos de lei tramitam na Câmara para aumentar os dias para os pais– isso além de propostas exclusivas de categorias ou em casos específicos, como adoção ou morte da mãe. As proposições variam de dez dias a três meses, como no PL 2786/2019 de Luzianne Lins (PT-CE).
Alguns desses projetos correm há anos. Como o PL 3935/2008, proposto pela ex-senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), que há 11 anos passa por várias comissões e aguarda apreciação no plenário.
Enquanto a legislação não avança, empresas brasileiras têm aumentado o benefício voluntariamente. De acordo com pesquisa feita com 640 companhias, 21% oferecem licença-paternidade estendida.
O levantamento é da corretora de seguros AON. Rafaela Mattioli, diretora de benefícios da organização, diz que na edição anterior do estudo, em 2016, não se analisava esse índice porque não era prática comum. “É um indicador que precisa ser acompanhado, por mostrar a tendência de discussão de igualdade dentro das organizações”.
O tempo extra pode ir de 30 dias, como na empresa de educação Pearson, a até seis meses, oferecidos pelo escritório de advocacia ASBZ.
Alfredo Zucca, sócio do ASBZ, diz que a iniciativa foi adotada em 2017, inspirada na licença-parental dos países escandinavos. “Cinco dias é um tempo insignificante diante das mudanças da sociedade. O objetivo é influenciar nosso setor, que não aconteça só aqui dentro”, afirma.
Felipe Freire, editor de conteúdos pedagógicos de matemática na Pearson e pai da Elena, de 1 ano, foi o primeiro da empresa a aproveitar a licença estendida, em janeiro de 2018. “Fiquei inseguro de não ter minha posição garantida, mas não afetou em nada. Tive 30 dias dedicados à minha filha, retornei e fui muito bem recebido”.
O tempo que ficou em casa foi imprescindível, diz. “Acompanhar a evolução de Elena no começo foi essencial para eu entender o que era ser pai”.
Para a Pearson, a oferta do benefício fortalece a imagem da marca, como empresa que zela pelo bem-estar dos funcionários. “Se o pai estivesse na empresa ao longo desse primeiro mês, estaria com a cabeça em casa, e não no trabalho. Não temos por que fazê-lo ficar aqui sem vivenciar por completo um momento tão importante”, diz Rafael Furtado, vice-presidente de RH.
Algumas companhias vão além da licença estendida. Na corretora Youse, é concedido aos pais um auxílio-babá por até seis meses após o nascimento e auxílio-creche para quem tem pequenos de sete meses a sete anos. Além disso, há rodas de conversa para debater temas como paternidade responsável.
“A maioria dos nossos funcionários são homens, então personalizamos os benefícios para atendê-los”, diz Wilson Lima, gerente de RH da Youse. “Com o mercado competitivo, ações como essa fazem diferença na hora de contratar e manter o profissional”.
De acordo com relatório da Organização Internacional do Trabalho, a licença-paternidade está diretamente ligada ao desenvolvimento infantil.
Pais que tiram licenças para se dedicar aos filhos, principalmente nas primeiras duas semanas, têm maior probabilidade de estarem envolvidos na criação e educação das crianças. Essa participação é apontada como fator decisivo para o sucesso na vida adulta.
Além de vantagens para as crianças, as mães também têm a ganhar. Para Regina Madalozzo, professora de economia do Insper especializada na atuação da mulher no mercado, encurtar a diferença na duração entre as licenças de pais e mães ajuda a redefinir os papéis de responsabilidade doméstica e familiar.
“Não é só responsabilidade, é o direito. Os homens são pais dessas crianças, têm o direito de conviver com elas”, diz.
Os direitos dos pais no Brasil
Licença-paternidade
Cinco dias de afastamento com pagamento de salário integral. Caso o empregador participe do programa Empresa Cidadã, o benefício é estendido por mais 15 dias
Licença especial
Concedida em caso de necessidade de assistência especial ao filho de até 6 anos. Pode ser integral por três meses, parcial por 12 meses (quando se trabalha meio período) ou intercalada, desde que as ausências totalizem três meses. É necessário apresentar atestado médico
Acompanhamento médico durante a gravidez
Dois dias de ausência sem penalização, garantidos pela CLT, para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante a gravidez de esposa ou companheira
Levar o filho ao médico
Um dia por ano para filhos de até 6 anos de idade, sem desconto de salário ou banco de horas. O recurso pode chegar a dois dias, de acordo com dissídios de categoria
Licença para pais adotivos
A licença é parental –o pai ou mãe recebe 120 dias no caso de criança de até 1 ano, 60 dias para crianças de 1 a 4 anos e 30 dias para crianças de 4 a 8 anos. Uma lei que entrou em vigor em 2014 permite que o pai tome para si os benefícios da licença maternidade, se assim quiser ou caso a mãe não contribua para a Previdência.
| Folha de S. Paulo (publicado em 10-08-2019) | | | | A Medida Provisória da Liberdade Econômica (MP 881) provocará a flexibilização adicional nas relações de trabalho no País, avaliam especialistas.
A MP, uma das poucas medidas do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para destravar a economia, precisa ser votada no Congresso Nacional até o dia 27 deste mês, quando perderá a validade se não for transformada em lei.
O professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e advogado do Siqueira Castro, Otavio Pinto e Silva, ressalta que a medida provisória permite que trabalhadores deixem de bater ponto nas empresas com até vinte funcionários.
Por meio de um acordo individual com o empregador, o funcionário poderá cumprir a sua jornada de trabalho sem registrar os seus horários de entrada e saída. A marcação deverá ser realizada apenas para faltas, folgas, horas extras e férias, explica o especialista.
Hoje, pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), qualquer empresa com mais de dez funcionários está obrigada a fazer as anotações de entrada e saída dos empregados. Mudanças nessa dinâmica, atualmente, são negociadas com sindicatos.
Outra alteração diz respeito à fiscalização. Se um fiscal verificar alguma irregularidade no ambiente de trabalho, a MP 881 permitirá que a multa só seja aplicada na segunda visita ao local, se a empresa continuar cometendo a infração.
| DCI | | | | Segundo Luciano Hang, dono da Havan, nova loja em São José dos Pinhais deve gerar 200 empregos na região
Na Grande Curitiba para a inauguração de uma loja em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana, Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, anunciou mais um empreendimento, dessa vez em São José dos Pinhais, também na RMC. Segundo o empresário, em post em rede social nesse sábado (10), a nova loja vai gerar 200 empregos na região.
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A loja será construída em um terreno na Avenida da Torres, nas proximidades da via de acesso ao Aeroporto Internacional Afonso Pena. Não há detalhes oficiais sobre o tamanho do empreendimento e nem sobre o número de postos de trabalho que serão abertos.
Rede em expansão
No começo do mês, Hang já havia causado alvoroço na região de Curitiba após o anúncio de que a Havan abriria uma loja na Arena da Baixada, casa do Athletico. Parceira do clube desde 2017, a empresa chegou a ser especulada como interessada na aquisição dos direitos de naming rights do estádio, algo que foi desmentido posteriormente pelo clube.
Além da loja do Athletico, Curitiba também terá outra nova unidade da empresa, no bairro Boa Vista, e as duas na região metropolitana, em Fazenda Rio Grande, aberta nesse sábado, e em São José dos Pinhais, anunciada pelo proprietário da Havan no final de semana.
| Tribuna PR (publicado em 11-08-2019) | | | |
Mapa do Trabalho Industrial mostra que ocupações como condutores de processos robotizados vão criar novas vagas em ritmo acelerado. Estudo também aponta as áreas que mais vão demandar qualificação de profissionais
Profissões ligadas à tecnologia estão entre as que mais vão crescer nos próximos anos, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023. O trabalho é elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para subsidiar a oferta de cursos da instituição.
De acordo com o levantamento, estima-se que a ocupação de condutor de processos robotizados apresentará a maior taxa de crescimento percentual do número de empregados para o período: 22,4% de aumento nas vagas disponíveis, enquanto o crescimento médio projetado para as ocupações industriais será de cerca de 8,5%. Esse resultado reflete as mudanças tecnológicas e a automação do processo de produção, que demandará cada vez mais profissionais na área de implementação de processos robotizados.
O Mapa também prevê que o Brasil terá de qualificar 10,5 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação profissional e aperfeiçoamento até 2023. Essas ocupações têm em sua formação conhecimentos de base industrial e por isso são oferecidas pelo SENAI, mas esses profissionais podem trabalhar tanto na indústria quanto em outros setores.
As áreas que mais vão demandar formação profissional são transversais (1,7 milhão), metalmecânica (1,6 milhão), construção (1,3 milhão), logística e transporte (1,2 milhão), alimentos (754 mil), informática (528 mil), eletroeletrônica (405 mil), energia e telecomunicações (359 mil). Profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como profissionais de pesquisa e desenvolvimento, técnicos de controle da produção e desenhistas industriais, que atuam em várias áreas.
A demanda por qualificação prevista pelo Mapa inclui, em sua maioria, o aperfeiçoamento de trabalhadores que já estão empregados e, em parcela menor (22%), aqueles que precisam de capacitação para ingressar no mercado de trabalho. Essa formação inicial inclui a reposição em vagas já existentes e que se tornam disponíveis devido a aposentadoria, entre outras razões.
CRESCIMENTO – Em relação aos novos empregos, o Mapa do Trabalho Industrial aponta que as maiores taxas de crescimento serão de ocupações que têm a tecnologia como base. Além dos condutores de processos robotizados, estão pesquisadores de engenharia e tecnologia (aumento de 17,9%); engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos e afins (14,2%); diretores de serviços de informática (13,8%); operadores de máquinas de usinagem CNC (13,6%), etc.
O número de empregos criados nessas ocupações ainda é baixo em relação ao total de empregados no Brasil, mas o crescimento acelerado mostra que profissões com base tecnológica são tendência no mercado de trabalho. “O mundo vive a 4ª revolução industrial e o levantamento mostra que o Brasil, mesmo diante das dificuldades econômicas, está se inserindo aos poucos na Indústria 4.0”, avalia o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
“O SENAI já está preparado para formar os profissionais para essas áreas, que, com a qualificação adequada, terão mais oportunidades de conseguir empregos”, complementa.
Atento a dinâmica do mercado de trabalho, o SENAI lançou 11 cursos de aperfeiçoamento em tecnologias da Indústria 4.0, como ciber segurança e internet das coisas (Iot), assim como oferece, em parceria com a Microsoft e a Amazon, cursos de inteligência artificial e de computação em nuvem. Informações e inscrições podem ser feitas no site do Mundo SENAI. Além disso, a instituição reformula todos os seus cursos para incluir os conhecimentos que serão exigidos dos profissionais do futuro.
CAPACITAÇÃO – Quanto às necessidades de qualificação, o Mapa aponta que os profissionais com formação técnica terão mais oportunidades na área de logística e transporte, a qual exigirá a capacitação de 495.161 trabalhadores nesse período, assim como na metalmecânica, que vai precisar qualificar 217.703 pessoas. De acordo com especialistas responsáveis pela elaboração do estudo, a área de logística destaca-se, entre outros fatores, pela necessidade de aumentar a produtividade por meio da melhoria dos processos logísticos.
Na opinião do diretor-geral do SENAI, conhecer o mercado de trabalho, qualificar-se adequadamente e se manter atualizado por meio de cursos de aperfeiçoamento são maneiras de aumentar as chances de conseguir e manter um emprego. “É importante também que as pessoas conheçam as tendências para, se desejarem, adequar seus projetos de vida às necessidades do mundo do trabalho”, avalia Lucchesi.
Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio. Ao término, o estudante recebe um diploma reconhecido pelo Ministério da Educação. Segundo o levantamento, seis áreas se destacam na demanda por formação de técnicos:
Algumas profissões transversais permitem ao profissional exercer funções em quase todas as áreas e setores econômicos. O estudo mostra as vinte ocupações que mais exigirão formação entre 2019-2023. No topo da lista está o técnico de controle da produção, ocupação tipicamente industrial responsável pelo planejamento de processos produtivos, que pode trabalhar também no comércio e no setor de serviços. Trata-se de um profissional com visão sistêmica do fluxo produtivo e capacidade de gerenciamento, características cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho.
Já os cursos de qualificação são indicados a jovens ou profissionais, com escolaridade variável de acordo com o exercício da ocupação, e buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão. As áreas com maior demanda por trabalhadores com nível de qualificação, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023 serão:
De acordo com especialistas do SENAI, a recuperação econômica esperada para os próximos anos, embora lenta, ainda vai requerer que os setores produtivos invistam em bens de capital, o que impulsionará a demanda por formação na área de metalmecânica.
Existem também ocupações em alta que exigem qualificação profissional. Segundo o Mapa, entre as vinte profissões mais em alta nos próximos anos, estão mecânicos de manutenção de veículos e preparadores e operadores de máquinas-ferramenta convencionais.
Em relação ao nível superior, as áreas de informática, gestão e construção serão as que vão precisar de profissionais qualificados de nível superior no período de 2019 a 2023, de acordo com o Mapa do Trabalho:
METODOLOGIA - O Mapa do Trabalho Industrial é elaborado a partir de cenários sobre o comportamento da economia brasileira e dos seus setores; projeta o impacto sobre o mercado de trabalho e estima a demanda por formação profissional com base industrial (formação inicial e continuada). As projeções são desagregadas no campo geográfico, setorial e ocupacional, e servem como parâmetro para o planejamento da oferta de cursos do SENAI.
Na opinião de Rafael Lucchesi, conhecer as necessidades do mercado de trabalho é fundamental para o planejamento da oferta de cursos. “O SENAI é referência em educação profissional porque está alinhado com as necessidades da indústria e mantém seus cursos atualizados com o que existe de mais avançado em termos de tecnologia”, explica.
Os cursos do SENAI permitem formação de excelência, como comprova a participação de seus ex-alunos em competições mundiais, como a WorldSkills. Neste ano, 63 jovens brasileiros, dos quais 56 preparados pelo SENAI, vão participar, entre 22 e 27 de agosto em Kazan, na Rússia, do torneio, que é considerado a olimpíada de profissões técnicas. Mais de 1.600 jovens de mais de 60 países participam da disputa. O Brasil já foi a delegação campeã em 2015 e obteve o segundo lugar no pódio na última edição, há dois anos, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
| CNI | | | | Veja ocupações que mais devem crescer na indústria nos próximos anos.
O Brasil terá que qualificar 10,5 milhões de trabalhadores na indústria até 2023, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (12) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o estudo, a demanda será por qualificação para trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação profissional e aperfeiçoamento.
A maior demanda por qualificação deverá ser pelo aperfeiçoamento de trabalhadores já empregados – apenas 22% será para capacitação daqueles que ainda vão ingressar no mercado de trabalho.
O levantamento aponta que as áreas que mais vão demandar formação profissional são transversais (1,7 milhão), metalmecânica (1,6 milhão), construção (1,3 milhão), logística e transporte (1,2 milhão), alimentos (754 mil), informática (528 mil), eletroeletrônica (405 mil), energia e telecomunicações (359 mil).
Dez milhões de trabalhadores da indústria precisarão se qualificar em quatro anos
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Crescimento
A CNI aponta que, em relação aos novos empregos, as maiores taxas de crescimento devem vir de ocupações que têm a tecnologia como base. Além dos condutores de processos robotizados, estão pesquisadores de engenharia e tecnologia (aumento de 17,9%); engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos e afins (14,2%); diretores de serviços de informática (13,8%); e operadores de máquinas de usinagem CNC (13,6%).
Ocupações que mais devem crescer até 2023 ( acesse o site do G1 - https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/12/pais-precisa-qualificar-105-milhoes-de-trabalhadores-na-industria-ate-2023-diz-cni.ghtml e veja a tabela)
| G1 | | | | Levantamento feito pela empresa de recrutamento online Catho na Região Metropolitana de Campinas mostra que empregadores aumentam remuneração para atrair profissionais qualificados por conta da dificuldade de preencher vagas.
Um estudo realizado na Região Metropolitana de Campinas (RMC), e divulgado ao G1, aponta salários de cargos na indústria até 46% mais altos do que a média nacional. O levantamento foi feito pela empresa de recrutamento online Catho, e mostra ainda que a remuneração mais alta se deve à dificuldade para encontrar profissionais qualificados no mercado.
A área em questão é a de fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos. A região se destaca na produção industrial em setores diversos, como têxtil, automotivo, celulose e papel, informática e eletrônicos, entre outros.
Microrregião de Campinas tem melhor saldo na geração de empregos para o 1º semestre desde 2013; veja a geração de vagas por setores
Gerente de business intelligence (inteligência em negócios) da Catho, Fabrício Kuriki afirma que a média salarial mostra uma recuperação, ainda que lenta, na economia, e aparece como medida incentivadora para quem precisa preencher as vagas.
"As profissões com maior dificuldade de preenchimento acabam tendo salário elevado para atrair os profissionais. A gente vê uma oferta que não está sendo suprida e as empresas fazem um esforço maior para encontrar esses profissionais", explica.
Mesmo os cargos que exigem menor nível de formação necessitam de conhecimento técnico, segundo ele. A experiência passa a ser um diferencial e uma cobrança para as funções de gestão e gerência.
"O profissional deve buscar ter a experiência, trabalhar o currículo, destacar as experiências de forma objetiva. Isso facilita o trabalho do recrutador. Estar sempre atento às oportunidades abertas, procurar oportunidades alinhadas com o perfil dele", ressalta Kuriki.
| G1 ( publicado em 11-08-2019) | | | | Seja por necessidade ou escolha, uberização cresce e exige novas regras de proteção ao trabalhador
Na semana que passou, o governo autorizou que motoristas de aplicativos se formalizem por meio do registro de MEI (microempreendedor individual). Agora, esses trabalhadores têm uma alternativa oficial para contribuir com a Previdência e receber benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.
Ainda sem regulamentação e sistemas de proteção muito claros, mas em franca expansão, a prestação de serviços por meio de plataformas digitais —popularmente chamada de uberização do trabalho— é considerada um dos maiores desafios do mercado de trabalho no mundo.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não faz levantamento específico sobre esses profissionais, mas especialistas afirmam que boa parte deles está inserida hoje entre os 11,4 milhões de trabalhadores informais do país.
Ederson Fiuza, que, seguindo tendência do setor de TI, atende por um app, o Eu Nerd - Zanone Fraissat/Folhapress
A Uber, principal expoente dessa tendência, contabiliza 600 mil motoristas cadastrados em seu serviço no Brasil. O iFood, líder no mercado de delivery de comida, conta com 120 mil entregadores.
O número total tende a ser alto, pois os apps ganham terreno não apenas entre motoristas e entregadores. Há plataformas online voltadas a profissões tão variadas quanto técnicos de informática, médicos, faxineiros, esteticistas, garçons e advogados.
No mundo, já há pesquisas atestando o avanço dos apps.
Levantamento realizado no final de 2017 pela consultoria americana Gallup apontou que, nos Estados Unidos, 7,3% da força de trabalho usava aplicativos para oferecer serviços (incluindo pessoas que possuíam outras atividades).
Considerando uma força de trabalho de aproximadamente 130 milhões de pessoas, isso significa cerca de 9,5 milhões de americanos buscando trabalho a partir de ferramentas como Uber, TaskRabbit (principalmente serviços de manutenção para casa) e Upwork (freelancers em geral).
Outra consultoria, a McKinsey, apontou que de 20% a 30% da população em idade ativa nos Estados Unidos e na Europa (mais de 126 milhões) possui renda de atividade independente, incluindo plataformas de serviços, venda de produtos ou aluguel de bens online. Desses, 15% estariam em atividades uberizadas.
Björn Hagemann, sócio-sênior da consultoria, diz acreditar que o trabalho na “gig economy” (economia dos bicos) tem potencial para ganhar terreno principalmente nas pequenas e médias empresas, nas quais não há demanda de trabalho suficiente para justificar contratações de determinadas especialidades em tempo integral. Assim, diz, o serviço pode ser demandado pela internet, e o trabalhador, atuar em várias companhias ao mesmo tempo.
Na avaliação da consultoria, essa melhor distribuição do trabalho levaria a ganhos de produtividade. Somadas a ferramentas como o LinkedIn (de vagas e currículos online), tecnologias que conectam, com agilidade, profissionais a quem precisa deles podem gerar um incremento de US$ 2,7 trilhões ao PIB (Produto Interno Bruto) mundial até 2025, sendo que US$ 69 bilhões seriam para o Brasil, diz a McKinsey.
O economista do trabalho Renan Pieri, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz que a possibilidade de contratação de serviços instantânea, via intermediação dos aplicativos, tem potencial para grandes transformações em toda a estrutura de contratação e de proteção ao trabalhador criada no país.
Segundo ele, seguindo a tendência global, o trabalho em plataformas digitais levará cada vez mais pessoas a atuar por conta própria, fazendo com que os contratos tradicionais regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) fiquem restritos a uma elite de profissionais mais bem qualificados.
Na avaliação de Pieri, serviços para os quais o consumidor está menos preocupado com credenciais de quem o atende e nos quais as avaliações do app são suficientes para garantir uma qualidade mínima tendem a ser mais uberizados.
No grupo, estariam profissionais que realizam serviços para casa, professores de idiomas, atividades de estética e serviços para reparos em domicílio.
Os primeiros anos após o aparecimento dos aplicativos foram marcados por uma série de ações de trabalhadores pedindo que fosse considerado vínculo de trabalho entre eles e a empresa responsável pela intermediação do serviço.
O advogado Adriano Mendes, do escritório Assis e Mendes e especialista em direito digital, diz que é possível ver consolidado um entendimento de que o trabalho por esses serviços não é regido pela CLT.
Por outro lado, afirma que, por terem certo poder de controle sobre os trabalhadores, as empresas podem ser obrigadas a assumir outras responsabilidades, como o pagamento de indenizações por erros (um pedreiro contratado online que comete erro na reforma, por exemplo), o que indica que estão no meio do caminho entre a contratação e a falta de qualquer vínculo.
Uma parcela dos estudiosos do tema acredita que a intermediação do trabalho pelo app não deveria dispensar por completo as normas tradicionais de proteção.
Ricardo Calcini, professor de direito do trabalho da FMU, defende que esse grupo precisaria de mais acesso à proteção social, como direito a auxílio-doença e aposentadoria.
“O recomendável seria ter uma legislação específica para reger essa nova relação, aplicando-se direitos mínimos.”
Nem mesmo a reforma trabalhista, aprovada em 2017 com a proposta de modernizar a lei, trouxe mecanismos que se ajustam totalmente aos modelos das startups.
Walter Vieira, sócio da Closeer, de contratação de garçons sob demanda, conta que a companhia, criada no fim do ano passado, tentou usar contratos intermitentes para registrar os profissionais que atendem por seu app, aproveitando a nova regra.
Pelo contrato intermitente, o profissional pode ter múltiplos vínculos regidos pela CLT. Na modalidade, o trabalho não é contínuo —o profissional é chamado conforme a demanda do empregador.
Porém Vieira foi orientado por seus advogados a desistir do plano, por não haver ainda uma série de decisões na Justiça que dessem segurança para que sua startup usasse o modelo sem sofrer sanções. Ele optou então por solicitar que os garçons do serviço se formalizassem como MEIs.
Na avaliação do advogado Sólon Cunha, sócio do Mattos Filho, o modelo de negócios dos aplicativos traz evoluções que se chocam com a lei trabalhista brasileira porque ela foi pensada para um sistema de produção industrial, baseado em hierarquia e dependência do empregado em relação à empresa —modelo que perdeu espaço.
Nas plataformas digitais, diz Cunha, o que se vê é o mundo dos serviços, em que o trabalhador tem autonomia para definir sua jornada, atua em diferentes atividades simultaneamente e não depende de um superior.
Muitos jovens têm preferido esse novo modelo. Maele Luna, 25, produtora de vídeos de João Pessoa, deixou a agência de publicidade na qual tinha um trabalho com carteira assinada para não ter chefe e escolher seus horários.
Entre suas estratégias para conseguir trabalhos está o uso da plataforma Easymovie, na qual recebe online ofertas para atuar na edição de vídeos.
Luna identifica apenas um ponto negativo na escolha: falta de previsibilidade da renda.
“Ainda que eu ganhe mais hoje do que quando trabalhava como contratada na agência, era bom ter estabilidade.”
Muitos profissionais, porém, acabam indo para os apps após movimento encabeçado pelas empresas na tentativa de cortar custos e sobreviver no atual período de economia em marcha lenta.
Ederson Fiuza, 32, descobriu a plataforma Eu Nerd nesse contexto. Segundo ele, há cerca de dois anos as empresas passaram a preferir profissionais que atuam por conta própria para serviços como os seus, de suporte de hardware, software e telefonia. Agora ele recebe solicitações de serviços pela plataforma Eu Nerd.
Apesar da perda de benefícios, como férias e 13º salário, Fiuza tem considerado gratificante a experiência.
“Consigo ter acesso a milhares de empresas, conheço várias tecnologias, configurações de TI, locais, e meu networking aumenta”, afirma.
A advogada Alessandra Lanza, 41, que está na plataforma Justiça Express, concorda. O app é hoje a sua ferramenta para aumentar a quantidade de clientes no escritório, aberto há dois anos, quando deixou a atividade como diretora de departamentos jurídicos de empresas.
O serviço usa inteligência artificial para analisar propostas de ações apresentadas por usuários e identificar o advogado mais adequado para elas entre os cadastrados. “Na minha opinião, é um caminho sem volta —a digitalização vai substituir o boca a boca na indicação de clientes, isso vai acontecer muito rápido.”
Para o advogado Sólon Cunha, do Mattos Filho, o principal desafio dessa reestruturação no mundo do trabalho é a criação de alternativas para garantir aposentadoria e serviços de saúde para os novos trabalhadores. Parte da questão, diz, pode ser enfrentada com incentivos a contribuições individuais à Previdência ou poupança pessoal.
As companhias responsáveis pelos apps se dizem dispostas a discutir meios de apoiar trabalhadores a ter acesso a benefícios do tipo, mas afirmam que uma regulação rígida reduziria seu potencial de gerar negócios.
“São modelos distintos para os quais é preciso ter olhares distintos”, diz Marcos Carvalho, diretor de engajamento da ABO2O (associação que reúne startups que adotam o trabalho sob demanda).
“Acho um debate nessa linha saudável, sem confrontar as novas relações sociais. O que não faz sentido é querer trazer para hoje um modelo da época em que nem se tinha internet”, afirma.
A ascensão dos APPS
120 mil
entregadores constam na base do iFood no Brasil, líder no mercado de delivery de comida.
600 mil
motoristas estão no cadastro do Uber no Brasil.
9,5 mi
de americanos buscam trabalho em aplicativos como Uber, TaskRabbit (serviços de manutenção para casa) e Upwork (freelancers em geral).
126 mi
de trabalhadores nos EUA e na Europa têm alguma fonte de renda ligada a algum aplicativo.
| Folha de S. Paulo (publicado em 11-08-2019) | | | | Medida Provisória da Liberdade Econômica foi debatida com governo e presidente da Câmara e deve ser votada na terça (13)
A nova proposta para a MP da Liberdade Econômica distribuída para parlamentares na sexta (9) diminui a quantidade de domingos nos quais o trabalhador tem assegurado dia de descanso obrigatório.
No texto aprovado pela comissão especial que analisou as propostas na Câmara, o trabalhador tinha assegurado um dia de descanso semanal, sendo que ficaria assegurado que ele deveria cair no domingo ao menos uma vez a cada quatro semanas.
Porém, texto distribuído após negociações com o governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) altera esse trecho e diz que, caso aprovada a MP como está, o descanso seria obrigatório no domingo no prazo máximo de sete semanas (ou seja, o trabalhador poderia trabalhar por seis domingos consecutivos).
A CLT já prevê exceções para o trabalho aos domingos. Há a possibilidade de autorização em negociação coletiva.
A MP também atendeu demanda dos caminhoneiros e agora prevê a criação de documento único para operação de transportes.
Esse documento eletrônico deverá ser emitido pela empresa que contrata o frete e foi prometido pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, durante negociações para impedir a realização de uma paralisação de caminhoneiros.
Segundo líderes da categoria, o documento, com informações sobre a carga transportada, o destino e dados tributários, ajudaria no controle sobre descumprimento da tabela do frete.
Por outro lado, saiu do texto a anistia de multas por descumprimento do piso mínimo para o frete rodoviário.
O relator da MP, Jerônimo Goergen (PP-RS) disse na sexta-feira à Folha que os pontos centrais da proposta estavam mantidos após os debates, que levaram a um enxugamento do texto.
A medida deverá ser debatida com parlamentares na segunda para últimos ajustes e deve ir a plenário no dia seguinte.
"Eu me antecipei a tudo o que poderia levar a discussão sobre inconstitucionalidade e o que era debate paralelo, periférico em relação ao conteúdo da medida."
Segundo Goergen, a decisão de retirar a anistia para multas da tabela foi resultado de acordo com o governo, que prometeu editar uma nova MP tratando do tema após negociações com caminhoneiros.
O texto feito após as negociações não traz mais a flexibilização na constituição de Cipa (comissão interna de prevenção de acidentes) para pequenas empresas e O fim do adicional de periculosidade para motoboys.
Outros pontos não entraram na versão do texto distribuída aos parlamentares, diz Goergen, pelo fato de a assessoria jurídica de maia ter considerado que estavam fora do tema principal da MP. Entre eles estão a ampliação das possibilidades de apostas em Jockeys e a flexibilização das regras para contratos de arrendamento de terras.
O deputado ressalvou que as medidas podem voltar ao debate, dependendo das negociações com os demais parlamentares na segunda.
Por outro lado, Goergen diz que os pontos principais da medida em direção à desburocratização, entre eles a mudança no eSocial (sistema do governo para envio de informações trabalhistas eletronicamente) e a carteira digital de trabalho estão mantidos.
A MP da Liberdade Econômica foi apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro para destravar, segundo o governo, o ambiente de negócios no Brasil. A medida reduz exigências de alvarás de funcionamento para pequenos empreendedores.
Entre os principais pontos da medida original do governo estão o fim da exigência de autorização prévia para abrir empresa de baixo risco, fim de restrições para horário de funcionamento de empresas (respeitada as leis ambientais e do silêncio), maior proteção para o patrimônio de empresas insolvente e a possibilidade de abertura de empresa de responsabilidade limitada por uma única pessoa.
O texto também incentiva a digitalização de documentos e busca coibir o que chama de abuso do poder regulatório de governos, em casos como a criação de regras que promovam reserva de mercado ou dificultem a entrada de novos competidores.
Para virar lei, precisa ser aprovado até o dia 27 de agosto. Caso contrário, caduca e perde a validade.
| Folha de S. Paulo (publicado em 10-08-2019) | | | | Na era de mudanças profundas na mobilidade urbana, ganham força no Brasil as startups com soluções para o mundo automotivo. Elas oferecem tecnologias disruptivas para variados serviços que passam pelo compartilhamento de carros, facilidades na compra e venda de usados e de autopeças, desburocratização na locação, ajuda para encontrar vagas em garagens e local para caminhoneiros pernoitarem, novas formas de contrato de seguro, consórcio e até reciclagem de carros.
Estudo feito pela Liga Ventures, aceleradora especializada em gerar negócios entre startups e grandes empresas, mostra que no início de 2018 havia no País 193 autotechs, nome dado às empresas novatas que atuam em serviços ligados ao setor automobilístico. Hoje deve existir mais, mas ainda não há novo levantamento.
O sócio-diretor da Liga, Rogério Tamassia, diz que, na época do estudo, no fim de 2017, foi analisado um banco de dados com mais de 5 mil startups de todos os segmentos, número agora projetado em 13 mil. No caso das autotechs, diz ele, “a nova cultura de mobilidade vai mudar tudo, inclusive a forma de produzir o veículo, o design, a autonomia e a durabilidade”.
Responsável pela área automotiva da consultoria KPMG, Ricardo Bacellar diz que o “negócio da mobilidade é um jogo novo, um tabuleiro vazio e todo mundo está querendo se posicionar, principalmente as outsiders” – empresas de fora dos muros das montadoras, mas inseridas no universo tecnológico.
Em pesquisa feita pela KPMG e a editora Autodata com mil consumidores de todo o País, ao serem questionados sobre como prefeririam utilizar um serviço de mobilidade, 56,67% optaram pelas empresas de tecnologia, 25,8% por operadoras tradicionais e 17,53% pelas montadoras.
Com a crescente demanda por serviços de mobilidade, há espaço para ofertas de produtos inovadores, de baixo custo e que preencham lacunas e nichos que o mercado ainda não dispunha. “Se não assistimos televisão como antigamente, não usamos banco como antigamente, não nos deslocamos pela cidade como antigamente, precisamos também questionar outras relações de negócios ainda engessadas”, ressalta Ricardo Bernardes, presidente da Onsurance. A startup oferece seguro por minuto de uso do carro.
Michele D’ippolito percebeu que muitas garagens ficam ociosas no período em que o proprietário está trabalhando fora de casa ou em fins de semana, quando viaja. “Há um ativo enorme à disposição”, diz o criador da Unpark, que conecta quem precisa estacionar à vagas com melhor custo-benefício.
Peça reciclada recebe selo e é reaproveitada
A Renova Ecopeças destruiu 10,4 mil carros nos últimos seis anos e 85% das peças retiradas tinham condições de uso e voltaram ao mercado legalmente. Itens como portas, peças plásticas e vidros foram reciclados e viraram matéria-prima.
“Praticamente só 5% de um carro é descartado”, afirma David Pereira, gerente da startup criada em 2013 “para dar destinação correta aos veículos com perda total”.
A empresa pertence à Porto Seguro, que fica com parte das peças recuperadas. Elas são usadas no conserto de veículos cujos donos optaram por uma categoria de apólice de “seguro popular”, mais barato, oferecido pela seguradora.
“Quando há perda total, damos baixa no veículo no Detran e informamos quais peças podem ser reaproveitas”, explica Pereira. O Detran envia um código para ser anexado à peça, uma espécie de selo de garantia de procedência. A partir daí, ela pode ser usada no conserto dos carros segurados pela Porto, assim como ser vendida para oficinas mecânicas e consumidores em geral por meio do site da Ecopeças.
Os galpões para desmonte dos carros instalados em vários Estados também são certificados pelo Detran. Segundo Pereira, atualmente no Brasil apenas 1,5% dos veículos retirados de circulação são reciclados, “o que mostra que há um mercado enorme a ser explorado.” A startup emprega atualmente 40 funcionários diretos.
Dono escolhe ativar o seguro
A Onsurance opera com seguro de veículos por minuto desde abril de 2018. Tem atraído principalmente quem não participava do mercado por considerar os preços das seguradoras convencionais elevados ou por não usarem o carro com frequência, às vezes só aos fins de semana.
“Pesquisas mostram que, em média, os motoristas ficam 4,5 horas na rua com o carro e no restante do dia eles ficam em garagens”, diz Ricardo Bernardes, sócio da empresa.
Um seguro na Onsurance por esse período custa de 50% a 80% menos que um convencional, afirma Bernardes. O carro do segurado recebe um dispositivo que é ligado para acionar o seguro e desligado quando o motorista não precisa mais da proteção.
O equipamento também faz rastreamento e traça um perfil comportamental do motorista, que é transmitido a uma central. “Se ele, por exemplo, respeita o limite de velocidade e não usa o celular ao dirigir, ganha pontos e o preço do seguro diminui.”
O segurado paga R$ 39,90 ao mês pelos serviços do dispositivo e mais os minutos de uso da proteção por meio de créditos adquiridos via celular.
Os sócios da empresa começaram a expandir o negócio para empresas e acabam de fechar contrato para seguro por demanda de uma frota de 40 mil veículos. No próximo ano a Onsurance iniciará operações nos Estados Unidos, onde a startup é registrada.
Site reúne mais de 11 milhões de peças
No mercado há seis anos, o Canal da Peça reúne banco de dados com 11,3 milhões de componentes para veículos, máquinas agrícolas e industriais disponíveis nos estoques de mais de 400 revendas de todo o País.
Vinicius Dias, um dos fundadores da startup, explica que os consumidores ou donos de oficinas podem encontrar peças com maior rapidez e melhor preço em relação a lojas convencionais. Prazos de entrega são de no máximo sete dias, mas ele trabalha para reduzir para cinco dias.
“Indicamos onde há disponibilidade da peça e o preço e o negócio é fechado entre as partes”, diz. A ideia é facilitar a busca, concentrada em uma única ferramenta e poupar o cliente de ter de abrir vários sites ou visitar diversas lojas, trabalho que muitas vezes leva dias para ser feito. O Canal da Peça monitora todo o processo de compra até que a encomenda seja entregue ao cliente. Se os prazos estabelecidos no momento da compra não forem cumpridos, a loja é descredenciada do site.
A startup com 120 funcionários recebeu até agora R$ 35 milhões em aportes e este ano deve gerar receita de cerca de R$ 20 milhões, o triplo de 2018.
O Canal da Peça também abriga 35 grandes fabricantes de peças que utilizam a plataforma para direcionar os consumidores às suas redes de distribuição. “Queremos chegar a 50 indústrias cadastradas até o fim do ano”, afirma Dias. A startup fica com parte do valor das peças vendidas.
| Tribuna PR (publicado em 11-08-2019) | | | | Ideia é que a nova carteira exista ao mesmo tempo que a atual (azul) e assegure apenas direitos constitucionais
O novo mercado de trabalho apontado pelos aplicativos, mais flexível e com menos direito, tem pontos em comum com uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a carteira de trabalho verde e amarela.
A ideia é que a nova carteira exista ao mesmo tempo que a atual (azul) e assegure apenas direitos constitucionais, como férias remuneradas, 13º salário e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Segundo foi dito por Bolsonaro, e sua equipe, o trabalhador, ao entrar no mercado, escolheria se prefere a carteira atual ou a com menos garantias, que, por outro lado, traria a promessa de maior chance de conseguir emprego.
O argumento para a nova relação de trabalho é que o trabalhador empregado por meio da nova carteira geraria menos encargo ao empregador em por isso, teria a contratação incentivada.
Nessa direção, um dos planos que foi discutido pelo governo era o de adotar o sistema de capitalização para a aposentadoria para quem optasse pela carteira verde e amarela, fazendo com que suas contribuições servissem para financiar seus próprios benefícios no futuro.
A criação de um sistema de capitalização no Brasil foi retirada da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma das aposentadorias durante a tramitação da medida na câmara.
| Folha de S. Paulo (publicado em 11-08-2019) | | | | O presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende manter a vinculação entre o salário mínimo e as aposentadorias. Em conversa com jornalistas no Palácio do Alvorada, antes de participar da Marcha para Jesus, em Brasília, ele disse que pretende manter o mesmo porcentual de correção, “no mínimo”.
“Eu pretendo é que o aposentado siga o mesmo porcentual, no mínimo. Não podemos deixar cada vez mais o aposentado para trás. Isso é o que eu tenho a falar. No tocante a números, tem que conversar com a equipe econômica”, disse ele, ao ser questionado sobre se pretendia dar aumento real ao salário mínimo durante seu governo.
Na quinta-feira (8), a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020. Na proposta, que ainda precisa ser votada em plenário, o salário mínimo foi corrigido apenas pela inflação, sem aumento real – dos atuais R$ 998 para R$ 1.040 no próximo ano.
A LDO é o texto que dá base ao governo na elaboração do Orçamento do próximo ano. A equipe econômica ainda pode para fazer mudanças, mas há pouco tempo, pois a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) deve ser apresentada pelo Executivo ao Parlamento até o dia 31 de agosto.
A equipe econômica já avisou que a PLOA vai prever a manutenção do poder de compra do salário mínimo – ou seja, a correção apenas pela inflação, sem aumento real.
Segundo o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, o governo tem até dezembro para definir a nova política do salário mínimo. A lei atual, que vence neste ano, prevê a correção do piso salarial pela inflação do ano anterior (medida pelo INPC), mais a variação do PIB de dois anos antes.
O presidente disse ainda que a menção que fez ontem, recomendando aos repórteres que fizessem “cocô dia sim, dia não” para preservar o meio ambiente, foi uma “brincadeira” que a imprensa “levou a sério”.
“Eu fiz uma brincadeira: para a gente defender o meio ambiente, vamos um dia no banheiro outro dia não. Um dia faz cocô, outro não faz. Levaram pro lado sério! Vou fazer uma coisa: cocô agora uma vez por semana, tá bom?”, disse Bolsonaro. “Não se pode brincar mais, vou continuar brincando.”
Unpark quer ser o ‘AIRBNB’ das garagens
Compartilhar vagas ociosas é a proposta da Unpark, que conecta quem tem garagens desocupadas com quem precisa de local para deixar o automóvel. A plataforma tem atualmente 125 mil vagas cadastradas, oferecidas em casas, apartamentos, terrenos e até estacionamentos.
Os locais disponíveis são mostrados na tela do celular do usuário, por geolocalização, assim como o valor. O interessado faz a reserva e, ao chegar ao local, passa por um processo de “check-in” online e, ao sair, faz o “check-out” e o valor do tempo de estacionamento é descontado do cartão de crédito
O serviço é oferecido para pessoas físicas e jurídicas e tem seguro embutido. Segundo Michele D’ippolito, sócio da Unpark, a economia varia de 20% a 50% em relação à média dos valores praticados nas redondezas do local da garagem.
O foco da startup “é a resignificação de espaços urbanos ociosos”, afirma D’ippolito.
“No caso das vagas residenciais, é uma forma de gerar renda extra”, diz. Para vagas de empresas, ele cita o exemplo de um centro comercial em Osasco que tem estacionamento com 1,4 mil vagas e muitas estão ociosas. “Fechamos contrato para disponibilizar 400 vagas no aplicativo.”
| Tribuna PR ( publicado em 10-08-2019) | | | | O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que deseja enviar uma proposta com o sistema de capitalização na Previdência “tão logo se resolva” a reforma aprovada na Câmara e que tramita no Senado.
“A ideia é enviar brevemente tão logo se resolva a Previdência”, disse Bolsonaro sobre a proposta. Mais cedo, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, declarou que uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com o sistema de capitalização deve ser enviada ainda durante a tramitação da reforma da Previdência no Senado.
O presidente voltou a defender que os senadores não alterem a proposta que muda o sistema de aposentadorias aprovada na Câmara para evitar que o texto retorne aos deputados federais. “No que depender de mim, eu não emendaria essa proposta que chegou agora no Senado.”
Perguntado sobre uma proposta paralela para incluir Estados e municípios na reforma, texto que está sendo articulado por senadores, Bolsonaro disse não ter “nada a ver com isso”. “Os Estados têm que resolver seus problemas, estão com dificuldades também. Eu não queria reforma da Previdência. Você quer fazer quimioterapia? Não quer, mas se estiver com câncer tem que se submeter a ela. Essa é a situação do Brasil.”
| Tribuna PR (publicado em 10-08-2019) | | | | Trabalhadores com direito ao tempo especial estarão entre os mais atingidos pelas mudanças
A reforma da Previdência aprovada pela Câmara vai valer para todas as categorias de trabalhadores do setor privado, além de atingir o funcionalismo público federal, mas terá consequências diferentes para atividades profissionais específicas.
Bancários, administradores e quaisquer profissionais que não possuem regras especiais terão aposentadorias com idade mínima de 62 anos, para mulheres, e de 65 anos, para homens.
As exceções serão os trabalhadores mais próximos de se aposentar pelas normas atuais e que, por isso, terão acesso às regras de transição para abreviar a espera pelo benefício do INSS.
Destacam-se dentro desse grupo setores em que houve maior adesão às jornadas intermitentes (com contrato por dia ou por hora) criadas pela reforma trabalhista de 2017. Esse é o caso dos comerciários.
A nova Previdência prevê que o trabalhador que receber menos do que o salário mínimo em um mês precisará completar suas contribuições ou retirar o excedente de outros meses para ter a competência contada na aposentadoria.
A medida poderá reduzir a média salarial do intermitente que trabalhou pouco no mês ou dificultar e até impedir a obtenção da carência para a aposentadoria.
Profissionais que hoje exercem atividades em que há risco à saúde ou à vida estarão entre os mais atingidos pelas mudanças, como industriários expostos ao ruído e produtos químicos, ou trabalhadores da saúde que atuam na presença de agentes biológicos.
Além de passarem a ter idade mínima na aposentadoria, alguns correm risco de sair da regra especial, segundo a advogada Adriane Bramante. “O texto exige exposição efetiva ao agente nocivo e abre brecha para a contestação da aposentadoria especial de quem usa EPI [Equipamento de Proteção Individual]”, diz.
Para o advogado Rômulo Saraiva, o prejuízo pode ser maior a quem arrisca a vida, pois a reforma veta a periculosidade no benefício especial. “É injusto”, diz.
O QUE MUDA NAS PROFISSÕES
Empregados do setor privado
Bancário
Bancário, administrador, comunicador e outros trabalhadores do setor privado terão novas regras para se aposentar
As mudanças mais significativas vão aumentar a idade de aposentadoria, além de reduzir o valor dos benefícios
Como é
É possível se aposentar por tempo de contribuição: 30 anos (mulher) e 35 anos (homem)
A renda é integral se a soma da idade e tempo de contribuição der 86 (mulher) e 96 (homem)
A média salarial é calculada sobre 80% das maiores contribuições desde julho de 1994
Como fica
A aposentadoria por tempo de contribuição deixará de existir, dando lugar à idade mínima
Após uma transição, a idade de aposentadoria será de 62 anos (mulher) e 65 anos (homem)
Para ter renda integral, será preciso contribuir por 35 anos (mulher) e 40 anos (homem)
Comerciário
A combinação das reformas trabalhista e previdenciária terá impacto sobre comerciários.
Mudança trabalhista
A reforma trabalhista de 2017 criou o trabalho intermitente (por hora ou por dia)
O comércio passou a ser um dos setores que mais contrata trabalhadores intermitentes
Na Previdência
A reforma da Previdência diz que as contribuições dos dias trabalhados podem ser somadas
A contribuição precisa atingir o valor mínimo para contar como tempo para a aposentadoria
Trabalhador doméstico
A maioria dos domésticos é composta de mulheres que recolhem sobre salário mínimo e se aposentam por idade
Essas são ainda características comuns ao grupo de contribuintes facultativos, amplamente composto por donas de casa
Mudanças previstas pela reforma da Previdência terão impacto sobre trabalhadores com esse perfil
Como é
A mulher se aposenta com 60 anos de idade se contribuir por 15 anos
A contribuição sobre o salário mínimo é de 8% (R$ 79,84)
Como vai ficar
A idade de aposentadoria da mulher sobe para 62 anos
O valor da contribuição sobre o piso cai para 7,5% (R$ 74,85)
REGRAS DE TRANSIÇÃO
A reforma prevê regras de transição para segurados mais próximos da aposentadoria
A transição permite que o trabalhador se aposente antes da idade mínima permanente
Veja as transições previstas ao trabalhador do setor privado (sem direito a regras especiais):
1) Sistema de pontos
Haverá direito à aposentadoria se a soma da idade ao tempo de contribuição atingir:
86 pontos, para as mulheres
96 pontos, para os homens
Progressão
A pontuação exigida aumenta a cada ano, até chegar a:
100 pontos, para as mulheres
105 pontos, para os homens
2) Idade mínima progressiva
Será necessário atingir uma idade mínima que aumentará meio ponto por ano. A exigência começa em:
56 anos, para as mulheres
61 anos, para os homens
Também é obrigatório completar o tempo mínimo de contribuição de:
30 anos, para as mulheres
35 anos, para os homens
3) Pedágio
Quem está a dois anos de completar o tempo de contribuição de 30 anos (mulher) ou de 35 anos (homem) poderá se aposentar ao contribuir por mais 50% do tempo que faltava para a aposentadoria antes da reforma.
4) Pedágio com idade mínima
O segurado terá que trabalhar o dobro do que falta para se aposentar por tempo de contribuição. Também será preciso ter as idades mínimas de:
57 anos, para as mulheres
60 anos, para os homens
5) Transição da aposentadoria por idade
A idade mínima das mulheres subirá aos poucos, até chegar a 62 anos
A idade mínima dos homens será mantida em 65 anos
Trabalhos insalubres ou perigosos
Metalúrgico
Trabalhadores expostos a agentes insalubres terão mudanças nas regras do tempo especial
Os metalúrgicos, por exemplo, costumam trabalhar em locais com ruído acima do permitido
Como é
Com 25 anos de atividade insalubre, o metalúrgico tem a aposentadoria especial
O benefício não exige idade mínima e tem valor integral (100% da média salarial)
Quem não completa os 25 na atividade pode converter o tempo especial em comum
A conversão aumenta em 40% cada ano de contribuição, antecipando a aposentadoria
Como fica
O tempo de contribuição em atividade especial continuará sendo de 25 anos
Será necessário completar a idade mínima de 60 anos para a aposentadoria
Para ter renda integral será preciso contribuir por 35 anos (mulher) e 40 anos (homem)
Enfermeiro, industriário, aeroportuário e outras atividades insalubres
A novas regras da aposentadoria especial irão valer para todos os profissionais expostos a agentes nocivos, como materiais biológicos, químicos e ruído elevado
O texto ainda exige a comprovação de efetiva exposição ao agente nocivo para que seja caracterizada a insalubridade
Isso pode dar argumentos para a recusa do benefício especial para o profissional que usa EPI (Equipamento de Proteção Individual)
Vigilante
A reforma fecha brechas na lei que permitem a aposentadoria especial do vigilante.
Como é
O INSS não conta tempo especial para quem coloca a vida em risco, como o vigia
Mas a Justiça frequentemente conta o trabalho do vigilante como tempo especial
Como fica
Será vetada a possibilidade de aposentadoria especial por trabalho perigoso
O texto diz que o direito só vale para quem expõe a saúde a agentes insalubres
Vigilantes, que tem trabalho perigoso e não insalubre, terão aposentadorias comuns
Motorista
Quem dirige veículos pesados (ônibus e caminhões) dificilmente conseguirá o tempo especial.
Como é
Cargas perigosas, ruído, calor e até a trepidação do veículo podem dar o tempo especial
O direito, porém, não é reconhecido pelo INSS e o trabalhador precisa recorrer à Justiça
Como fica
A reforma passa a exigir a comprovação de “efetiva” exposição à causa de risco à saúde
No transporte de cargas perigosas, por exemplo, não há exposição efetiva ao carregamento
Equipamentos de proteção e até veículos mais confortáveis também afastarão a insalubridade
Motoboy
O motoboy também é afetado pela mudança na aposentadoria especial.
Como é
A legislação previdenciária prevê tempo especial quando há risco à integridade física
Algumas decisões judiciais consideram que essa regra dá direito ao tempo especial
Com 25 anos de contribuição na atividade, é possível ter uma aposentadoria integral
Como fica
A reforma exclui o risco à integridade física como motivo para a aposentadoria especial
O motoboy terá as mesmas regras válidas dos demais trabalhadores do setor privado
Educação federal e particular
Professor
Educadores dos setores privado e público federal terão novas regras de aposentadoria;
Professores das redes públicas estaduais e municipais não foram incluídos na reforma.
Como é
Professores do setor privado não têm idade mínima para se aposentar
O tempo de contribuição na função exigido é 25 anos (mulher) ou 30 anos (homem)
No setor público federal, há idade mínima de 50 anos (mulher) e 55 anos (homens)
Também há exigência de dez anos no serviço público e cinco anos no cargo
Como fica
No setor privado, haverá idade mínima de 57 anos (mulher) e 60 anos (homem)
O tempo mínimo de contribuição passa a ser de 25 anos em atividade do magistério
Na União, a regra é a mesma, mas exige dez anos de serviço público e cinco no cargo
Categorias da segurança
Policial militar e civil
A Câmara retirou da reforma da Previdência servidores públicos dos estados e municípios
Com isso, policiais civis e militares não sofrerão alterações nas regras de aposentadoria
Policial federal
Haverá mudanças nas regras de aposentadoria para categorias da segurança pública federal. Isso inclui policiais federais, rodoviários e legislativos; além de agentes penitenciários e socioeducativos.
Como é
Mulheres podem se aposentar com 25 anos de contribuição
Para os homens, a exigência é de 30 anos de recolhimentos
Não há exigência de idade mínima para receber o benefício
Como fica
A regra permanente da reforma exigirá idade mínima de 55 anos (mulheres e homens)
Haverá uma regra de transição que reduz as idades para 52 anos (mulher) e 53 (homem)
Para entrar na transição, é preciso completar 100% do tempo que falta para a aposentadoria
Fonte: Parecer da Câmara dos Deputados à PEC (proposta de emenda à Constituição) nº 6-A de 2019, IBDP (Instituto de Estudos Previdenciários) e Aith, Badari e Luchin Advogados
| Folha de S. Paulo ( publicado em 11-08-2019) | | | | Com a Medida Provisória da Liberdade Econômica perdendo a validade no fim do mês, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da medida, enviou ontem aos líderes da Câmara um novo texto. Entre as mudanças está a possibilidade de que empregados trabalhem aos domingos, desde que seja dada uma folga nesse dia a cada sete semanas.
Acertado com o governo, a intenção do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é votar essa versão no plenário da Casa na próxima terça-feira. A MP da Liberdade Econômica, enviada pelo governo ao Congresso no final de abril, prevê uma série de medidas que têm por objetivo, segundo o Ministério da Economia, desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios no País, facilitando a vida das empresas, principalmente das de pequeno porte. Entre as medidas está o fim da necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco
A nova redação do texto, obtida pelo Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, manteve alterações na legislação trabalhista feitas por Georgen ainda na Comissão Especial que analisou a matéria, como a permissão de trabalho aos domingos e feriados. No relatório aprovado na Comissão era obrigatória uma folga no domingo a cada quatro semanas. O novo texto prevê que esse repouso se dê nesse dia pelo menos uma vez a cada sete semanas.
Outra alteração incluída no novo texto é a criação de um documento único para operação de transportes, que conterá todos os dados tributários, logísticos, sanitários e outros – o chamado Documento Eletrônico de Transporte. A unificação dos documentos havia sido prometida pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, em negociação com caminhoneiros.
A emenda redigida agora por Goergen retirou pontos que criaram polêmica e que haviam sido incluídos por ele em seu relatório ainda na Comissão Especial, que apreciou o texto em julho. Deixou de fora, por exemplo, artigo que desobrigava empresas ou locais de obras com menos de 20 trabalhadores de constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Essa era uma das principais reclamações da oposição.
Também saíram do texto o fim do adicional de periculosidade para motoboys, a ampliação de receitas com corridas de cavalo e a possibilidade de termo de compromisso lavrado por autoridade trabalhista ter precedência sobre ajuste de conduta como os firmados pelo Ministério Público.
“O presidente Rodrigo Maia pediu para fazermos alterações. Foram detalhes que trariam um pesado debate em plenário e poderiam inviabilizar a votação da MP”, afirmou Goergen. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na quarta-feira, o secretário especial de Desburocratização e Gestão do Ministério da Economia, Paulo Uebel, havia antecipado que esses pontos deveriam ficar de fora.
Também foi retirada do texto a previsão de anistia de multas por descumprimento à tabela do frete. Segundo Goergen, isso foi acertado com o governo, que negocia um acordo com caminhoneiros e se comprometeu a resolver as questões da multa nessa negociação.
| Tribuna PR ( publicado em 10-08-2019) | | | | As incertezas quanto à tensão comercial entre Estados Unidos e China voltaram a pesar nos mercados acionários e o Índice Bovespa perdeu fôlego nesta sexta-feira, 9, após três altas consecutivas. O indicador chegou a subir moderadamente pela manhã, mas inverteu a tendência no início da tarde, sob influência direta das bolsas de Nova York. Assim, terminou o pregão em leve baixa, de 0,11%, aos 103.996,16 pontos. Apesar da forte turbulência dos últimos dias, o índice encerrou a semana com alta acumulada de 1,29%, na contramão das perdas dos índices americanos.
Mais uma vez, o mau humor do investidor foi justificado pelos sinais de que os conflitos comerciais e cambiais entre Estados Unidos e China não têm data para terminar, dadas as sucessivas declarações do presidente americano, Donald Trump. Nesta sexta ele afirmou que ainda avaliaria se os Estados Unidos retomarão as rodadas de negociações com o gigante asiático.
As quedas do Ibovespa foram puxadas pelas ações de bancos e pelos papéis de empresas ligadas a commodities. Vale ON seguiu a queda dos índices de metais e terminou o dia com perda de 3,58%, na mínima do dia, contaminando as ações de siderurgia. Nesse grupo, destaque para Usiminas PNA (-2,41%) e CSN ON (-2,01%).
As quedas das blue chips foram amenizadas em boa parte por papéis dos setores de consumo, utilities e energia elétrica – que compõem o grupo de setores considerados os mais rapidamente beneficiados pelo esperado aquecimento da economia. Nesse grupo, destaque para B2W ON (+17,75%) e CVC ON (+9,27%), ambas repercutindo aspectos positivos dos seus resultados trimestrais.
“Por trás do desempenho do Ibovespa houve ações oscilando para todos os lados nesta sexta-feira, com muitos papéis reagindo a resultados trimestrais. O dia foi azedo no exterior, mas tivemos ganhos importantes entre empresas que divulgaram balanços, mostrando que estão fazendo a lição de casa e estão enxutas”, disse Rafael Bevilacqua, estrategista da Levante Ideias de Investimento.
No ambiente político, o destaque da semana foi a aprovação da reforma da Previdência em segundo turno na Câmara. A avaliação unânime nas mesas de negociação é de que a aprovação da reforma já está precificada, com algum espaço para novas altas no caso de os trabalhos no Senado ocorrerem de forma acelerada. Como a reforma tributária é tida como um processo mais demorado, a tendência para os próximos dias, segundo analistas, é de aumento na atenção a indicadores econômicos.
| Tribuna PR (publicado em 09-08-2019) | | | | Queda da Selic e distribuição de 100% do lucro ao trabalhador tornam fundo mais vantajoso
Com a redução da taxa básica de juros para 6% e a expectativa de que ela termine o ano ainda menor, em 5,25%, deixar o dinheiro parado no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) poderá se tornar mais vantajoso que a caderneta de poupança, os fundos de investimentos atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e até o Tesouro Direto, por mais incrível que isso pareça.
O FGTS sempre foi alvo de críticas por render pouco ao trabalhador. Por lei, o fundo paga 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial, hoje zerada). Esse índice é menor que a atual inflação anual brasileira (o IPCA acumulado em 12 meses estava em 3,22% em julho). Ou seja, o investidor tem perda real.
Então o que explicaria a vantagem do FGTS? A distribuição do lucro. Com ela, esse rendimento pode subir para 6,4%.
Neste ano, o governo anunciou que destinará aos detentores de contas do FGTS 100% do lucro do fundo em 2018, que foi de R$ 12,2 bilhões. Serão contempladas todas as contas que tinham saldo disponível em 31 de dezembro de 2018.
No ano passado, 50% do lucro de 2017, ou R$ 6,23 bilhões, foi distribuído aos cotistas na proporção de R$ 17,2 para cada R$ 1.000 em conta, ou seja, 1,72% do valor total.
Caso a proporção se mantenha nessa nova distribuição, serão R$ 34,4 a cada R$ 1.000, 3,44% a mais do total da conta. Somados aos 3% de rendimento do FGTS, a conta teria um ganho de 6,4% livres de Imposto de Renda.
O dinheiro, que deve cair nas contas até o fim de agosto, é superior à rentabilidade atual da poupança, de 70% da Selic. Com a taxa básica a 6% ao ano, o juro da poupança fica em 4,2% anuais, também isento de impostos.
Os fundos atrelados ao CDI, como LCI, LCA e CDB, também perdem para o FGTS. O CDI acompanha a Selic e tende a recuar com a taxa. No momento, o CDI está em 5,9% com a Selic a 6%.
Mesmo prefixado, o CDB rende menos por ter incidência de Imposto de Renda, conforme a tabela regressiva. Em resgates após um ano de aplicação, 17,5% dos ganhos vão para a Receita Federal.
Para que um fundo fosse mais vantajoso que o FGTS em um ano, ele teria que render 131% do CDI, com o DI a 5,9%, produto raro no mercado.
Com a probabilidade de o DI ir a 5,15% ao final do ano, o fundo teria que render 150% do CDI no ano para superar os 6,4% do FGTS.
O Tesouro Direto, queridinho dos investidores, também perde no período de um ano. Só no caso de a aplicação superar os 720 dias, em que a incidência do IR passa a ser de 15%, o Tesouro IPCA 2035, com IPCA a 3,8%, passa a ser levemente mais vantajoso.
A remuneração melhor do FGTS surge em meio a novidades anunciadas pelo governo.
A partir de setembro, o trabalhador poderá retirar até R$ 500 de cada conta que tenha no fundo. Em 2020, entra em vigor nova regra que permite sacar parte do saldo FGTS anualmente.
Por depender do governo, Joelson Sampaio, coordenador de economia da FGV EESP (Escola de Economia de São Paulo), recomenda que os cotistas saquem o dinheiro.
“O FGTS tem a desvantagem de liquidez. Nesse sentido, é melhor colocar esse dinheiro em um fundo que você possa sacar quando precisar. É importante ter flexibilidade de administração sobre o próprio dinheiro e não depender de política do governo.”
Para o professor, a superioridade no ganho potencial do FGTS não é grande o suficiente para justificar a inacessibilidade ao dinheiro.
“E se amanhã você precisa desse dinheiro? Esse ganho marginal é tão pontual que não vale a pena.”
Caio Torralvo, planejador financeiro certificado (CFP) pela Planejar, tem opinião diversa. Para ele, se não há necessidade dessa quantia para quitar dívidas e há uma reserva para emergências investida, é recomendável deixar o dinheiro no fundo.
“É preciso analisar as perspectivas e os objetivos para ver o que é melhor em cada caso. Se ele não apresenta uma demanda por esse dinheiro, e há a perspectiva de distribuição de lucros, não tem problema deixar no FGTS.”
Torralvo lembra ainda que o saque do FGTS não é tão simples. “As janelas são muito limitadas. Além desses saques extraordinários promovidos pelo governo, o trabalhador só acessa os recursos do fundo em casos específicos, como demissão sem justa causa e doença”, diz.
Entenda como o FGTS ganhou atratividade
Por lei, o fundo paga 3% ao ano mais TR (hoje zerada); esse rendimento é menor que a inflação, ou seja, o trabalhador tem perda real
Neste ano, 100% do lucro do fundo em 2018, de R$ 12,2 bilhões, será distribuído aos cotistas
No ano passado, 50% do lucro de 2017, R$ 6,23 bilhões, foi distribuído na proporção de R$ 17,2 para cada R$ 1.000 em conta, ou seja, 1,72% do valor total
Caso a proporção se mantenha nessa nova distribuição, serão R$ 34,4 a cada R$ 1.000, 3,44% a mais do total da conta. Somado aos 3% de rendimento do FGTS, a conta teria um ganho de 6,4% livres de Imposto de Renda.
| Folha de S. Paulo | | | | O resultado marca o segundo trimestre seguido de contração
A economia do Brasil teve retração no segundo trimestre, apontaram dados do Banco Central nesta segunda-feira (12), ampliando as preocupações sobre as perspectivas de crescimento neste ano.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve alta de 0,30% em junho sobre o mês anterior, mas, ainda assim, o segundo trimestre terminou com queda de 0,13%, o que marcaria o segundo trimestre seguido de contração da economia.
O resultado mostrou forte desaceleração em relação à taxa de 1,1% em maio.
O IBGE divulgará os dados do PIB no segundo trimestre em 29 de agosto. No primeiro trimestre, a economia do Brasil teve recuo de 0,2% na comparação com os últimos três meses de 2018, de acordo com os dados do IBGE, na primeira contração trimestral desde os três últimos meses de 2016.
Na comparação com junho de 2018, o IBC-Br apresentou queda de 1,75% e, no acumulado em 12 meses, teve alta de 1,08%, segundo números observados.
O segundo trimestre terminou com junho marcado por fraqueza na indústria e no setor de serviços. A produção industrial do Brasil contraiu 0,6% no mês, terminando o trimestre com contração de 0,7%.
Já o volume de serviços recuou 1,0% e apresentou o pior resultado para o mês em quatro anos. Somente as vendas no varejo tiveram ganhos no mês, de 0,1%, mas ainda assim encerraram o segundo trimestre com queda.
Na semana passada, o BC estimou que PIB deve ficar estável ou apresentar ligeiro crescimento no segundo trimestre.
A fraqueza da atividade vem alimentando expectativas de mais cortes na taxa básica de juros, já reduzida a 6,0%. A mais recente pesquisa Focus do BC, divulgada nesta segunda-feira, mostra que os economistas estimam a Selic a 5,0% neste ano, com crescimento do PIB de 0,81%.
| Folha de S. Paulo | | | | A economia brasileira registrou retração de 0,13% no segundo trimestre de 2019, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (12).
O recuo de 0,13% entre abril e junho deste ano foi verificado na comparação com o primeiro trimestre de 2019. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma "compensação" para comparar períodos diferentes de um ano.
Como o nível de atividade já havia recuado 0,2% nos três primeiros meses deste ano, contra o último trimestre do ano passado, a economia brasileira pode ter entrado em uma "recessão técnica" – que se caracteriza por dois trimestres seguidos de tombo do PIB.
Segundo explicações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na recessão técnica é considerada a possibilidade de recuperação no curto prazo. É diferente da recessão de fato, quando a situação do país está se deteriorando significativamente, e há alta do desemprego e dos índices de falência, queda da produção e do consumo.
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O IBC-BR do Banco Central, porém, é somente um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB – que é calculado pelo IBGE. Os números oficiais do PIB do primeiro trimestre serão divulgados em 29 de agosto.
Quando a comparação é feita com o resultado do segundo trimestre de 2018, porém, o IBC-Br do primeiro trimestre de 2019 indica alta de 0,85% (sem ajuste sazonal). Em 12 meses até junho deste ano, também sem ajuste sazonal, os números do BC indicam uma expansão de 1,08%.
O fraco resultado do segundo trimestre deste ano já era esperado por economistas. Isso porque os componentes do PIB já haviam indicado atividade em baixa no período. O setor de serviços, por exemplo, registrou queda de 0,6% no segundo trimestre, enquanto a produção industrial teve queda de 0,7% e as vendas do comércio caíram 0,3%.
Apesar da retração do PIB nos três primeiros meses deste ano, e do possível tombo também no período de abril a junho, os economistas do mercado financeiro, o Banco Central e o Ministério da Economia projetam crescimento da economia em todo este ano. A previsão de é alta do PIB de cerca de 0,8% no ano de 2019.
Relatório Focus
O Banco Central também divulgou nesta segunda-feira (12) o Relatório Focus com previsões para crescimento da economia, inflações, taxa de juros, entre outros indicadores. O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.
Segundo o relatório, os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir a previsão de crescimento da economia em 2019 – passou de 0,82% para 0,81%.
Os analistas ouvidos pelo BC também reduziram a previsão de inflação de 3,80% para 3,76%.
FGTS e reforma da Previdência
Após o tombo do PIB no primeiro trimestre deste ano, a área econômica do governo Bolsonaro começou a se movimentar para estimular a economia e, mais recentemente, anunciou a liberação de R$ 42 bilhões das contas do PIS e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), com efeito em 2019 e 2020.
Se todos recursos forem sacados, o impacto sobre o PIB este ano seria de 0,26 ponto percentual e de 0,59 ponto percentual no ano que vem, estimou o Instituto Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado. Ou seja, a liberação do dinheiro acrescentaria, nos dois anos, crescimento de 0,85 ponto percentual no PIB.
Além disso, analistas acreditam que a aprovação da reforma da Previdência, em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, também vai contribuir para impulsionar o crescimento da economia nos próximos meses. A lógica é que os investidores se sentirão mais seguros em investir e gerar empregos em um país com as contas mais arrumadas.
IBC-BR X PIB
O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do PIB, que é divulgado pelo IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB.
O cálculo dos dois é um pouco diferente – o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 6% ao ano, na mínima histórica, e a estimativa do mercado é de que recue para 5% ao ano até o final de 2019.
| G1 | | | | Expectativa para a taxa básica de juros voltou a cair em meio à fraqueza da economia e à inflação comportada
A expectativa para a taxa básica de juros na pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central, voltou a cair em meio à fraqueza da economia e à inflação comportada.
O levantamento semanal apontou que a expectativa para a Selic, reduzida na última reunião a 6,0%, é de que termine 2019 a 5,00% —antes, a expectativa era de 5,25%.
Com isso, o cenário se alinha ao do Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, que também baixou a visão para os juros básicos a 5%, de 5,13%.
Para 2020 permanece a projeção de 5,50%, mas o Top-5 vê a taxa ainda mais baixa, a 5,13% na media das estimativas, de 5,38% na semana anterior.
A pesquisa feita com uma centena de economistas ainda aponta que eles passaram a ver crescimento do PIB este ano de 0,81%, 0,01 ponto percentual a menos do que no levantamento anterior, mantendo a previsão para o próximo ano em 2,10%.
Já a alta do IPCA é estimada 3,76% em 2019, de 3,80, indo a 3,90% em 2020, sem alterações. O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
| Folha de S. Paulo | | | | Recomendação de analistas é redobrar o cuidado, avaliar os riscos dos produtos, as taxas cobradas e a expectativa de inflação
A expectativa do mercado, segundo o boletim Focus, de que a taxa Selic caia para 5,25% ao fim deste ano eleva a oferta e a procura por produtos que ofereçam retornos maiores que a renda fixa.
A poupança, investimento mais popular entre os brasileiros, já aponta retração em relação a 2018. Segundo a Anbima (associação das entidades do mercado de capitais), o total investido na caderneta recuou 0,1% no primeiro semestre, para R$ 729,8 bilhões.
Os fundos de investimento, por sua vez, cresceram 5,1%, maior alta do período, para R$ 626 bilhões. Os títulos e valores mobiliários tiveram alta de 4,2%, para R$ 525,6 bilhões.
O aumento de popularidade desses produtos se deve, em parte, à sua publicidade. Muitos são vendidos com certo retorno garantido, apesar de não serem renda fixa, como o caso de fundos de investimento imobiliário (FII), certificados de operação estruturada (COE) e até criptomoedas.
Tais investimentos têm o seu retorno atrelado a variáveis. Os FII dependem do desempenho do setor imobiliário, enquanto os COEs estão sujeitos ao mercado de ações.
As criptomoedas, por sua vez, são muito instáveis e vistas como de alto risco por não terem lastro.
Para não cair em propaganda enganosa, especialistas recomendam que o investidor pesquise muito antes de migrar as economias da poupança para outros investimentos.
“É preciso comparar em diferentes bancos quais são as taxas que incidem sobre o investimento e qual o potencial retorno e qual o potencial risco. Não se deve parar no primeiro investimento promissor que se encontra. Se você não entende, não invista”, diz Joelson Sampaio, coordenador de economia da FGV EESP.
Outra dica é procurar uma assessoria de investimento, que ofereça uma análise do perfil do investidor e uma gama de produtos de acordo com o objetivo desejado.
Caio Torralvo, da Planejar, ressalta que a expectativa para a inflação no período investido deve ser observada. “É preciso estar atento ao IPCA para ver qual será o juro real.
Outros pontos de atenção são as taxas de administração e, se for o caso do investimento, a taxa de performance, que podem minar os ganhos. Essas taxas variam por corretora, por isso é preciso pesquisar o melhor custo-benefício.
“Com a Selic baixa, o investidor vai precisar correr mais risco para obter o mesmo nível de investimento”, afirma Torralvo.
| Folha de S. Paulo (publicado em 11-08-2019) | | | | Concluída a privatização, a BR Distribuidora pretende atuar em dez frentes para tentar alcançar rentabilidade compatível à obtida por concorrentes do setor privado. As medidas para modernizar a distribuidora foram definidas por um grupo de trabalho que inclui diretores e gerentes. Entre as iniciativas, está a entrada no negócio de comercialização de combustíveis, comprando de diferentes fornecedores, inclusive no exterior, e vendendo até mesmo para concorrentes. Nessa linha, a BR avalia criar uma empresa para atuar no segmento de etanol.
Em outra frente, a distribuidora quer expandir a capacidade de produção de sua fábrica lubrificantes em 15 milhões de litros por mês. A produção atual de 27 milhões de litros mensais deve chegar a 42 milhões de litros em 2022. A empresa pretende ainda formar um sistema próprio de pagamentos, que fidelize ainda mais seus clientes.
Segundo Rafael Grisolia, presidente da BR Distribuidora, as dez medidas de modernização já estão em andamento, mas o resultado de algumas devem ser percebidos mais rapidamente no balanço da companhia do que outros. “Gestão de custos e aquisição de produtos são iniciativas que, naturalmente, devem retornar resultados de maneira mais rápida”, afirmou, por e-mail, Grisolia ao Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado.
No geral, as iniciativas perseguem cortes de custo, ganhos de eficiência, entrada em novos negócios e saída de outros. Faz parte do programa, por exemplo, mudar o sistema de precificação. A BR vai começar a adotar um modelo segmentado por microrregião, no qual há uma diferenciação de preço por cliente, dependendo do local no qual está e também o volume de produtos que consome.
A BR também aposta nas lojas de conveniência para ampliar os negócios. “A conveniência é um dos pilares de crescimento”, afirmou Grisolia. “No momento, estudamos alternativas de modelo de negócio que permitam a captura de valor em toda a cadeia de conveniência.”
Líder só no tamanho
Todo esforço do grupo de trabalho é para acabar com a lacuna que separa a BR de grandes distribuidoras do setor privado com as quais compete. A BR é dona da maior fatia do mercado de derivados de petróleo no Brasil, mas está longe de apresentar a melhor rentabilidade. Na sua frente estão a Raízen, sociedade da Shell com a Cosan, e a Ipiranga, do Grupo Ultra.
Nos últimos anos, a rede de revenda da BR perdeu espaço para os postos de bandeira branca, segundo analistas de mercado. A avaliação é que a empresa vem sendo afetada pela crise econômica, que faz os consumidores darem prioridade a preços no lugar da marca. Assim, um número maior de pequenas distribuidoras tem conseguido oferecer combustíveis importados a um valor menor e, pouco a pouco, vão ganhando fatias do mercado, principalmente em cima da participação da BR.
Em janeiro de 2011, a BR tinha cerca de 40% de participação no mercado interno de óleo diesel, contra 21% das empresas de bandeira branca, de acordo com estatísticas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Plural, que representa as grandes distribuidoras. Em maio deste ano, a fatia da BR estava em cerca de 30%, ante 28,8% dos concorrentes sem marca.
“Mesmo controlada pela Petrobras, a empresa já tinha o objetivo de aumentar rentabilidade”, diz Luciano Losekann, professor da Faculdade de Economia da UFF e pesquisador do Grupo de Economia da Energia (GEE) da UFRJ. “Sem o controle estatal, vai ter mais flexibilidade para buscar reduzir custos. Assim, suas metas podem se aproximar da Raízen.”
A empresa alertou esta semana, num formulário de referência a investidores, porém, que o Tribunal de Contas da União e outros órgãos de controle e cortes judiciárias podem considerar que a Petrobraás ainda é a sua controladora ou que ainda exerce posição dominante nos processos decisórios. Em resposta, pode exigir que a BR se sujeite à Lei das Estatais.
Para o analista de Energia e Petróleo e Gás da XP investimentos, Gabriel Francisco, a empresa tem uma corrida para conseguir melhorar o seu custo operacional, hoje na casa dos R$ 80/m³ contra R$ 60/m³ dos seus principais pares. “A melhora que tem de vir na empresa é operacional”, afirma. Sobretudo no que diz respeito à otimização logística e de transporte e gestão de despesas”, disse.
| Tribuna PR (publicado em 10-08-2019) | | | |
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