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Chamada de Notícias
Logística Reversa
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| | | | | Montadora irá usar a casca do café para produzir bioplástico
A Ford fechou uma parceria com o McDonald’s para usar os restos do café da franquia de fast-food para construir peças de seus carros. Segundo a montadora, a casca do café, que se solta no processo de torra do grão, será incorporada na fabricação de bioplásticos.
Entre as peça que serão produzidas com o material, estão o compartimento dos faróis do carro e partes do interior do veículo.
“O compromisso do McDonald’s em inovar nos impressionou e se aproxima de nossa visão de futuro e ação sustentável,” disse Debbie Mielewski, líder do time de pesquisa de sustentabilidade e materiais emergentes da Ford, em nota. “Isso tem sido uma prioridade da Ford há 20 anos, e é um exemplo de economia circular, em que indústrias diferentes trabalham juntas e trocam materiais que, no passado, seriam lixo.”
A casca do café é muito usada em outras indústrias como adubo ou carvão.
De acordo com a Ford, o processo para transformação exige esquentar a casca em ambiente de baixo oxigênio. O resto do café então é misturado com o plástico e outros aditivos, permitindo que seja moldado em diversas formas.
O plástico criado, segundo a empresa, é 20% mais leve e necessita de 25% menos energia para ser produzido. A capacidade térmica do “plástico de café” também é “significativamente melhor” que os materiais usados atualmente.
“Como o McDonald’s, a Ford está comprometida em diminuir a quantidade de lixo e estamos sempre procurando por maneiras inovadoras de avançar este objetivo,” disse Ian Olson, diretor sênior de sustentabilidade global do McDonald’s, em nota. “Descobrindo uma maneira de usar a casca do café como matéria prima, estamos mostrando como empresas podem, juntas, participar ainda mais da economia circular.”
| Época Negócios (publicado em 09-12-2019) | | | | Análise do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019, lançado em novembro de 2019 pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) é de assustar. Em 2018, o Brasil produziu, em média, 79 milhões de toneladas de lixo, uma variação de pouco menos de 1% em relação ao ano anterior. Na América Latina somos os campeões.
Está previsto que em 2030 alcançaremos a cifra de 100 milhões de toneladas. Vale ressaltar que o Panorama continua sendo o único relatório de âmbito nacional com números atualizados anualmente, oriundos de fonte primária, compilados e tratados com base em critérios científicos. É deste relatório os dados que ora apresentamos.
Dos 79 milhões de toneladas de lixo no Brasil, quantas foram coletadas?
Quem responde é a Abrelpe: “os dados revelam que, em 2018, foram geradas no Brasil 79 milhões de toneladas. Um aumento de pouco menos de 1% em relação ao ano anterior. Desse montante, 92% (72,7 milhões) foi coletado.”A associação comenta: “Por um lado, isso significa uma alta de 1,66% em comparação a 2017. Ou seja, a coleta aumentou num ritmo um pouco maior que a geração. Por outro, evidencia que 6,3 milhões de toneladas de resíduos não foram recolhidas junto aos locais de geração.”
A destinação do lixo no Brasil
“A destinação adequada em aterros sanitários recebeu 59,5% dos resíduos sólidos urbanos coletados: 43,3 milhões de toneladas, um pequeno avanço em relação ao cenário do ano anterior. O restante (40,5%) foi despejado em locais inadequados por 3.001 municípios.”
29,5 milhões de toneladas acabaram nos lixões
“Ou seja, 29,5 milhões de toneladas de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) acabaram indo para lixões ou aterros controlados, que não contam com um conjunto de sistemas e medidas necessários para proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente contra danos e degradações.”
Saiba quanto produz de lixo, em média, cada cidadão
Somos todos partes do problema. É como no caso do aquecimento global, ou a acidificação dos oceanos. Estes fenômenos não foram criados por um ente demoníaco, mas são consequências de usos e costumes de oito bilhões de terráqueos. Quem são os responsáveis se não nós mesmos? Este site se esmera em mostrar que nossas chagas jamais serão resolvidas por um salvador da pátria que aguarda a hora de sair de seu casulo e resolver nossos problemas. Eles só serão sanados quando todos, cidadãos e governos, fizerem suas partes. Aos números da Abrelpe: “Entre 2017 e 2018, a geração de RSU no Brasil aumentou quase 1% e chegou a 216.629 toneladas diárias. Como a população também cresceu no período (0,40%), a geração per capita teve elevação um pouco menor (0,39%). Isso significa que, em média, cada brasileiro gerou pouco mais de 1 quilo de resíduo por dia.”
Lixo no Brasil e a coleta seletiva segundo a Abrelpe
“A pesquisa permite estimar que quase três quartos dos municípios brasileiros fazem algum tipo de coleta seletiva. Em muitos deles, porém, essas atividades são incipientes e não abrangem todos os bairros. A quantidade de cidades que dispõem de tais serviços elevou-se em todas as regiões, com destaque para o Nordeste e o Centro-Oeste (aumento de 8% e 9%, respectivamente).”
Aterros e lixões, chagas nacionais, recebem mais de 80 mil toneladas de resíduos por dia
“Das 72,7 milhões de toneladas coletadas no Brasil em 2018, 59,5% tiveram disposição final adequada e foram encaminhadas para aterros sanitários – uma expansão de 2,4% em relação ao valor total do ano anterior. Porém, unidades inadequadas como lixões e aterros controlados ainda têm participação significativa (23% e 17,5%, respectivamente). Estão presentes em todas as regiões e recebem mais de 80 mil toneladas de resíduos por dia, com elevado potencial de poluição ambiental e impactos negativos à saúde.”
Recursos aplicados na gestão do lixo
Eis aí um dado que pode ajudar os eleitores. É preciso ficar de olho nos políticos, e respectivas plataformas. Afinal, trata-se de dinheiros públicos, ou seja, nossos impostos. Vejamos o que fizeram em 2017/2018. “Apesar de o percentual de resíduos coletados ter crescido em todas as regiões entre 2017 e 2018, os investimentos na coleta e nos demais serviços de limpeza urbana recuaram. Na coleta foram aplicados R$ 10 bilhões por ano (média de R$ 4 por habitante ao mês).
Aportes por região do Brasil
A tendência de queda mostrou um pouco mais de força no Sul (queda de 2,0%) e no Sudeste (-1,5%). Os aportes tiveram ligeira alta no Centro-Oeste (1,2%) e no Norte (1,4%). Contudo, mesmo nessas duas regiões, se for considerado o aumento da população, o investimento per capita ficou estável. No país, o declínio foi de 1,47%. Quando se consideram outros serviços (varrição, limpeza e manutenção de parques e jardins, limpeza de córregos…), a queda é mais expressiva: 2,17% no Brasil (2,54% no índice per capita).
Alguns comentários
Segundo o Estadão, ‘A produção de lixo no Brasil tem avançado em ritmo mais rápido do que a infraestrutura para lidar de maneira adequada com esse resíduo’. Carlos Silva Filho, diretor presidente da Abrelpe, falou ao jornal. Para ele ‘o tipo de material consumido atualmente, que é mais descartável, é o grande responsável por esse avanço da produção de lixo.’ Também vale ressaltar que passaram-se nove anos da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que trazia como meta o fim dos lixões até 2014. Somo o País do futuro, ou o das promessas? Arriscamos, os dois.
Aumento de consumo e descarte indiscriminado
Segundo Carlos Silva Filho, “Há um aumento do próprio consumo e do descarte indiscriminado. Não há uma separação dos resíduos no descarte dentro de casa, não há um processo de sensibilização da população para consumir produtos mais sustentáveis”, afirmou. “O Brasil ainda tem um processo de produção, consumo e descarte de resíduos do século passado.”
Investimento em infraestrutura
Carlos Silva Filho: “Enquanto o mundo fala em economia circular e avança na energia renovável a partir de resíduo, nós ainda temos um déficit no Brasil de lixão a céu aberto em todas as regiões e pouca coleta seletiva na cidade. É preciso agilizar o investimento de infraestrutura adequada para receber esse resíduo e tratar esse resíduo como recurso. Aproveitá-lo melhor na reciclagem, geração de energia, transformação em matéria-prima e não simplesmente um material descartado que não tem serventia.”
A quem cabe a gestão dos resíduos?
Carlos Filho responde: “A gestão de resíduos no Brasil é de titularidade dos municípios. A grande maioria é pequena e não consegue fazer uma gestão de maneira isolada. Portanto, precisam buscar solução conjunta para esse tema, principalmente buscar uma fonte de remuneração contínua para que possam justamente não só ter infraestruturas necessárias, planta de reciclagem e unidade de aproveitamento energético, mas também para custear todo esse serviço que é feito diariamente.”
| O Estado de S. Paulo (publicado em 21/11/2019) | | | | A adesão a ações e políticas sustentáveis está cada vez mais presente já na base dos negócios. A quantidade de práticas tem crescido, assim como o número de empresas adeptas ao capitalismo consciente. E uma política que tem caído na graça dos empresários é a logística reversa, onde produtos usados valem descontos para o cliente e benefícios sociais e econômicos para o empresário.
"É um tipo de campanha que funciona bem para ambos os lados. Seja aceitando produtos em troca de descontos, arrecadando para doar para instituições ou até usando os insumos como matéria-prima no próprio negócio", explica Eduardo Garrido, analista do Sebrae. Ele conta ainda que é possível, a depender do material e quantidade, que o empresário ganhe benefícios fiscais e tributários.
No entanto, o principal é buscar entender a fundo o que é ser sustentável. Depois de ver a empresa quebrar em 2009, o geólogo Hari Hartmann decidiu investir na ligação que já tinha com a sustentabilidade para reerguer o negócio familiar em 2014. No decorrer dos anos ele investiu cerca de R$ 500 mil na Camisas Polo Salvador, empresa que hoje vale quase R$ 4 milhões e é sustentável em quase todas as áreas.
"A sustentabilidade não é moda, mas uma necessidade. Temos hoje mais de 40 ações sustentáveis que atingem de funcionários até a comunidade em nosso entorno. Dentro da logística reversa, camisas polo velhas valem descontos na compra de nossos produtos. Essas camisas são cortadas e os retalhos são doados à Creche Escola Fonte de Luz. Lá, eles fazem fuxicos, almofadas, colchas etc.", conta Hari.
Quem também embarcou na logística reversa arrecadando produtos que os clientes jogariam no lixo foi o mercado online delivery Clicco (www.clicco.com.br), onde o cliente que doa embalagens plásticas ganha desconto no site da empresa. "Cada embalagem vale R$ 0,50 de desconto. Esse plástico é entregue quinzenalmente a cooperativas de catadoras no bairro de Roma, no Comércio, a Camapet", conta Matheus Duarte, proprietário do Clicco.
A ideia de recolher as embalagens surgiu quando Matheus se deu conta do tanto de plástico que iria gerar o seu fornecimento de hortifrútis cortados e embalados. "As pessoas ainda não se atentam tanto para a questão ambiental, e é nosso papel institucional incentivar a atitude verde. Para motivar cada cliente a devolver, criamos essa recompensa que é monetariamente pequena, mas creio ser de enorme valia para o meio ambiente", explica o empresário.
Capitalismo consciente
"O capitalismo consciente é uma filosofia. Uma maneira de olhar para a relação do lucro. Quem pratica entende que o lucro é parte do negócio, e não o objetivo final", conta José Pimenta, cofundador da marca e loja Euzaria (@euzaria).
Adepta ao upcyclin (prática de criar algo novo a partir de um item usado), algumas das peças e as mochilas jeans são produzidas a partir de calças jeans que os clientes levam para a loja e ganham desconto de 20% na compra das mochilas. Além disso, eles estão sempre abertos para receber agasalhos, roupas, lençóis etc., que são levados para pessoas em situação de rua.
O empresário acredita que as empresas devem ir além de programas e campanhas. "Existe uma concentração de riquezas nas mãos de poucas pessoas, e isso só aumenta a desigualdade social. Hoje, cada vez mais o consumidor está buscando empresas que enxerguem além. Então, faz bem fazer o bem. Onde ganha o cliente, ganha a empresa e ganha o mundo".
| A Tarde (publicado em 08-12-2019) | | | | Foi para desenvolver um negócio "com benefícios adicionais" que o administrador de empresas Felipe Cardoso, 33, abandonou a carreira em multinacionais e deu início a uma startup socioambiental que processa embalagens plásticas contaminadas com óleo e as devolve ao mercado limpas com um método inovador: sem o uso de água.
Desenvolvida ao longo de três anos, a solução oferecida pela Eco Panplas, empresa criada em 2014 em Hortolândia, no interior de São Paulo, conta com uma espécie de solvente ecológico que não produz novos resíduos no processo de limpeza do plástico e que dispensa o uso da água. O componente principal é casca de laranja orgânica.
"Sempre tive vontade de montar um negócio, mas que tivesse algum propósito. Fiz uma pesquisa tecnológica e vi que, no Brasil, tudo era feito igual na reciclagem do plástico: você mói, lava para descontaminar e depois produz", conta Felipe, que é CEO da Eco Panplas.
O solvente à base de casca de laranja foi desenvolvido em parceria com uma indústria química, e a empresa levou cinco anos para chegar ao modelo atual. "Ficamos três anos desenvolvendo e depois dois anos em operação até chegar à viabilidade econômico-financeira, além da viabilidade técnico-ambiental", explica o empresário.
Como funciona o processo A Eco Panplas aplica a ferramenta da logística reversa, pela qual resíduos sólidos são coletados e depois restituídos ao setor empresarial para reaproveitamento em seu próprio ciclo ou em outros ciclos produtivos.
Funciona da seguinte forma: a empresa compra as embalagens contaminadas por óleo lubrificante e de cozinha de empresas que fazem coleta de lixo em postos de trocas e oficinas. Na fábrica em Hortolândia, plástico, óleo e rótulos são separados. Os recipientes são moídos, depois lavados com o solvente sustentável e então revendidos, já limpos, para serem transformados em novos produtos. Os rótulos, depois de lavados, também são vendidos, e o óleo é revendido para a indústria de refino.
Todo o processo é feito em sistema próprio da Eco Panplas, em circuito fechado automatizado, o que garante a segurança ambiental. "O processo não deixa resíduo. O próprio solvente é separado do óleo no circuito fechado, então ele volta limpo para o sistema para lavar novos materiais enquanto o óleo sai direto do sistema para um tambor e é vendido", esclarece Felipe.
Outra vantagem do método, segundo o empresário, é a remoção completa do óleo, permitindo que o plástico seja processado para a indústria de embalagem com um custo 10% inferior ao de um produto obtido de modo convencional.
No método tradicional de descontaminação, além do consumo de água e da geração de resíduos adicionais, inclusive de água contaminada, estima-se que 3% de óleo residual permaneça no plástico, o que acaba diminuindo seu valor de mercado para a cadeia de reciclagem e gerando impacto ambiental.
"Permitimos que o material seja valorizado por ter mais qualidade e possa ser usado na confecção de produtos com maior valor agregado", diz Felipe.
Prêmios e reconhecimento
A criação do solvente que não utiliza água rendeu à empresa a Patente Verde, uma certificação concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) a tecnologias de preservação ambiental.
Neste ano, a Eco Panplas ainda obteve o selo de Empresa B, movimento criado nos EUA que reconhece empresas que aliam o lucro à preocupação socioambiental, graças ao apelo à economia circular e à preservação do meio ambiente. E foi incluída no ranking das Empresas B mais bem avaliadas do mundo, na categoria meio ambiente.
Neste ano, a Eco Panplas ainda obteve o selo de Empresa B, movimento criado nos EUA que reconhece empresas que aliam o lucro à preocupação socioambiental, graças ao apelo à economia circular e à preservação do meio ambiente. E foi incluída no ranking das Empresas B mais bem avaliadas do mundo, na categoria meio ambiente.
A startup ainda faturou uma série de prêmios no Brasil e no mundo, estando inclusive na lista dos 13 vencedores do Prêmio ODS, do Pacto Global, que reconhece práticas empresariais e de ensino que contribuem para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). Foram 800 inscritos e 36 finalistas.
Desde 2016, a Eco Panplas já processou 10 milhões de embalagens, recuperando e vendendo 500 toneladas de plástico reciclado e 17 mil litros de óleo recuperado. Em termos de impacto socioambiental, a estimativa é que 17 bilhões de litros de água tenham sido preservados e 530 toneladas de plástico contaminado tenham sido retiradas da natureza, além de 800 toneladas a menos de emissão de gases de efeito estufa e 75% de economia de energia.
"A empresa já nasceu com esse propósito de gerar impacto socioambiental bem na sua raiz", afirma Cardoso, CEO da Eco Panplas.
A fábrica, que tem seis funcionários, passou agora a operar em dois turnos. O processo automatizado permite processar 120 toneladas de plásticos por mês, o que representa cerca de 1,4 mil tonelada por ano - um crescimento de 30% em relação ao início das operações.
A Eco Panplas busca agora consolidar parcerias para escalar a produção. A ideia é captar mais embalagens por mais fontes, como fabricantes e prefeituras, e fazer um trabalho que Cardoso chama de "expandir a consciência" em torno da necessidade de reaproveitamento de dejetos. Ele pretende ainda atrair catadores para o projeto.
Etapas posteriores preveem ainda outras aplicações da técnica, como em embalagens de tintas e de produtos químicos, que têm alto poder de contaminação ambiental.
| UOL ( publicado em 15-11-2019) | | | | Economia Circular
Estima-se que o Brasil perca mais de R$ 8 bilhões por ano em materiais que vão para aterros e lixões ao invés de serem reciclados, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esse é um cenário que pode ser mudado com a adoção da economia circular.
Nesse sentido, não se deve pensar somente na reciclagem e quem explica isso é Assunta Camilo, diretora do Instituto de Embalagens. “A reciclagem é a última fase do ciclo de vida de uma embalagem. A economia circular deve estar presente em todas as etapas da cadeia, desde o seu design até o descarte”.
1 – Educação ambiental
Grande parte do trabalho para implementação de uma economia circular vem da educação ambiental. Se por um lado já existe uma crescente preocupação com a sustentabilidade, o reaproveitamento de algumas embalagens segue baixo. É o caso das plásticas, que de acordo com o CEMPRE Review 2019, têm uma taxa de reutilização de somente 56,8%. “Abordar o tema em escolas, ter embalagens que sirvam como ferramenta de orientação do descarte adequado e a busca por iniciativas inovadoras de conscientização e sustentabilidade contribuem para que a economia circular seja incorporada pela sociedade”, afirma Assunta.
2 – Design e processos sustentáveis
Mesmo antes de saírem do papel, há vários aspectos que devem ser considerados para a fabricação de uma embalagem:
· Embalagens feitas a partir de um único material são mais fáceis de serem recicladas;
· Evitar a utilização de elementos tóxicos para sua fabricação ou descarte;
· Energia (de preferência renovável) gasta na logística de obtenção, transporte e reciclagem de materiais;
· Conservação do produto e maximização da vida útil da embalagem, tendo em mente o ciclo de vida de ambos;
· Informações sobre materiais e orientações sobre descarte adequado no rótulo;
· Destino e reaproveitamento dos materiais por outras indústrias caso não seja possível utilizá-los para fabricar uma nova embalagem.
3 – Da prateleira à reciclagem
Não são só as empresas que têm papel fundamental na economia circular. Tanto no momento da compra quanto do descarte, o consumidor deve estar atento a alguns detalhes:
· Dados sobre os materiais que compõem os elementos da embalagem e seus respectivos destinos (ex: rótulo feito de PVC e embalagem de PET);
· Separar os elementos da embalagem de acordo com a cor e material para que não haja qualquer tipo de “contaminação”, dificultando assim sua reciclagem (ex: os itens mais escuros acabam sujando os mais claros);
· Descartar os materiais nas cestas de resíduos corretas: azul para papel, vermelho para plásticos, amarelo para metais (alumínio e aço), verde para vidros e cinza para resíduos comuns que não podem ser reciclados.
| EcoDbate ( publicado em 18-11-2019) | | | | O projecto PlaCarvões “De Plásticos a Carvões Activados – Economia circular nos plásticos agrícolas e urbanos” venceu o Prémio Economia Circular nas Instituições Não Empresariais do Alentejo, atribuído pela Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA).
Este Prémio visa disseminar e reconhecer ideias, projectos e iniciativas na área da sustentabilidade e da economia circular, implementados ou a implementar na Região Alentejo, com carácter inovador e diferenciador.
Projecto liderado pela EDIA
O projecto é desenvolvido em consórcio liderado pela EDIA — Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, com a Comunidade Inter-municipal do Alentejo Central, (CIMAC); a empresa Gestão Ambiental e de Resíduos, EIM, (GESAMB), e a Universidade de Évora, financiado pelo Fundo Ambiental.
O Projecto PlaCarvões foi igualmente nomeado por um júri independente na categoria de Sustentabilidade dos Prémios Notáveis Agro Santander, dedicados a homenagear os empresários agrícolas que se distinguem nos domínios da exportação, sustentabilidade, inovação e empreendedorismo, uma iniciativa do Banco Santander que tem como media partner o Global Media Group.
Problemas provocados pelos plásticos
O consórcio PlaCarvões, atento aos problemas emergentes provocados pelos plásticos de uso único, quer na agricultura, quer no circuito urbano e ainda pela contaminação orgânica dos mesmos, desenvolveu estratégias que contribuem para a sua redução, transformando estes resíduos sujos e de mistura, em carvões activados.
Desta forma transforma-se um resíduo num produto, o carvão activado, que é muito valorizado no mercado internacional. O carvão activado é um produto com características extraordinárias de adsorção, que poderá ser utilizado em filtros de efluentes líquidos e gasosos.
Foi para impulsionar um comportamento alinhado com os princípios da economia circular, encorajando as boas práticas e ao mesmo tempo desenvolver uma solução para o problema dos plásticos na agricultura e do circuito urbano, que a equipa PlaCarvões promove esta ideia.
| Agricultura e Mar Actual (publicado 10 -12-2019) | | | |
- Como parte da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP25), a Fundação Ellen MacArthur apresentou sua mais recente publicação que demonstra o papel essencial da economia circular para enfrentar a mudança climática, com versões em português e espanhol lançadas hoje
- A transição para fontes de energia renovável levará a uma redução de apenas 55% nas emissões
- Os 45% restantes resultam da forma como fazemos e usamos os produtos e da forma como produzimos os alimentos e manuseamos o solo
- O artigo ilustra como aplicar a economia circular em apenas cinco áreas chave (cimento, plásticos, aço, alumínio e alimentos) pode eliminar quase metade das emissões restantes, uma redução de 9,3 bilhões de toneladas até́ 2050. Isso é o equivalente a eliminar todas as emissões atuais de transporte do mundo inteiro
- A Fundação Ellen MacArthur pede aos líderes governamentais e empresariais que adotem a economia circular como um modelo vital para zerar as emissões até́ 2050
- A Fundação Ellen MacArthur participa com líderes de todo o mundo da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP25) para apresentar sua mais recente publicação, que revela a necessidade de uma transição fundamental na abordagem global de enfrentamento das mudanças climáticas.
O artigo, desenvolvido em colaboração com a consultoria Material Economics, teve versões em português e espanhol lançadas hoje em apoio ao chamado da Fundação para que líderes governamentais e empresariais ao redor do mundo adotem a economia circular como um modelo vital para zerar as emissões até 2050. O anúncio aconteceu hoje no painel presidencial sobre economia circular e mudanças climáticas.
A organização sem fins lucrativos, que tem como missão acelerar a transição a uma economia circular para enfrentar os principais desafios do mundo, diz que é vital ir além da energia renovável como foco atual de solução para a mudança climática.
Como exposto no artigo Completando a Figura: como a economia circular ajuda a enfrentar a mudança climática, a transição para energias renováveis endereça apenas 55% das emissões globais de gases de efeito estufa. Para atingir os objetivos climáticos da ONU, o artigo enfatiza a necessidade urgente de lidar com os 45% restantes.
O artigo demonstra o potencial da economia circular para enfrentar essas emissões negligenciadas. Para ilustrar esse potencial, o artigo considera cinco áreas chave: aço, plástico, alumínio, cimento e alimentos.
Adotar um modelo de economia circular nessas áreas pode gerar uma redução total de 9,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa até́ 2050. Isso equivale a eliminar as emissões atuais de todas as formas de transporte do mundo. Esses exemplos fornecem uma mensagem clara a outras indústrias – como a moda, a indústria de eletrônicos e de embalagens – sobre o valor que a economia circular pode oferecer.
Mudanças na dieta, inovações emergentes e captura e armazenamento de carbono são as últimas peças necessárias para completar a figura de como o mundo pode zerar as emissões até́ 2050.
Ao lançar o artigo, a Fundação Ellen MacArthur diz que ele busca fornecer uma peça importante que estava faltando nas soluções contra a mudança climática, demonstrando como empresas, instituições financeiras e agentes públicos podem construir uma economia prospera e resiliente, ao mesmo tempo em que combatem a mudança climática.
“A transição para a energia renovável tem um papel essencial no enfrentamento das mudanças climáticas, mas só́ isso não será́ suficiente. Para atingir os demais objetivos do clima, é crucial que transformemos a forma como projetamos, fazemos e usamos os produtos e os alimentos. Completar a figura por meio de uma transição para a economia circular pode nos tornar aptos a alcançar as necessidades de uma população global em crescimento, ao mesmo tempo em que criamos uma economia próspera e resiliente, que pode funcionar a longo prazo,” diz a dama Ellen MacArthur, fundadora da Fundação Ellen MacArthur.
O Acordo de Paris exige a redução das emissões líquidas a zero até́ 2050 para limitar o crescimento da temperatura em até́ 1.5°C. Enquanto a economia circular está fundamentada na energia renovável, o artigo também demonstra o papel crucial que o setor de alimentos e setores industriais chave podem ter na redução das emissões para atingir o objetivo.
“Esse artigo mostra que a transição para uma economia circular não é apenas uma oportunidade de enfrentar as emissões intersetorialmente, mas de projetar uma economia que é restaurativa e regenerativa, criando benefícios para a sociedade, empresas e o meio ambiente,” acrescenta Ellen.
Christiana Figueres, ex-secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e sócia-fundadora da Global Optimism diz: “a redução nas emissões de carbono representa oportunidades enormes de criatividade. Isso é real para toda empresa, para toda cidade e qualquer país. Essa é a direção para a qual precisamos nos mover, e este relatório oferece dados convincentes para confiarmos nas nossas habilidades de otimizar a descarbonização e o desenvolvimento econômico em apoio mútuo de um ao outro.”
A economia circular é baseada em três princípios: eliminar resíduos e poluição, manter produtos e materiais em uso e regenerar sistemas naturais.
Além de reduzir as emissões, o artigo mostra que a economia circular tem o potencial de aumentar a resiliência aos efeitos da mudança climática e contribuir para atingir os diversos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A adoção de um modelo de economia circular pode ajudar a América Latina a superar a sua dependência de indústrias extrativas e práticas agrícolas que promovem desmatamento e, em vez disso, gerar valor de maneiras que regenerem o seu capital natural incomparável.
Esse modelo proporciona também maior resiliência aos efeitos da mudança climática que, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), poderão custar à região entre 2-4% do seu PIB até 2050.
Sobre a Fundação Ellen MacArthur
A Fundação Ellen MacArthur foi lançada em 2010 com o objetivo de acelerar a transição para a economia circular. Desde a sua criação, a Fundação se tornou uma líder global de pensamento, inserindo a economia circular na agenda de tomadores de decisão de todo o mundo. O trabalho da fundação foca em quatro áreas chave: insight e análise; empresas; instituições, governos e cidades; iniciativas sistêmicas; design circular; aprendizado; e comunicação.
Com os seus Parceiros de Conhecimento (Arup, Dragon Rouge, IDEO e SYSTEMIQ), a Fundação trabalha para quantificar a oportunidade econômica de um modelo mais circular e para desenvolver abordagens para capturar o seu valor.
A Fundação colabora com seus Parceiros Globais (Danone, DS Smith, Google, H&M Group, Intesa Sanpaolo, Philips, Renault, SC Johnson, Solvay, Unilever), Parceiros Filantrópicos (The Eric and Wendy Schmidt Fund for Strategic Innovation, SUN, MAVA, players of People’s Postcode Lottery (GB)) e a sua rede CE100 (negócios, universidades, inovadores emergentes, governos, cidades e organizações afiliadas) para capacitar, explorar oportunidades de colaboração e desenvolver iniciativas de empresas circulares.
A Fundação Ellen MacArthur trabalha na Europa, América do Norte, América Latina e Ásia para demonstrar como os princípios de uma economia circular podem gerar benefícios para diferentes regiões, pessoas e culturas.
Sobre Material Economics
Material Economics é uma consultoria de gestão baseada em Estocolmo e especializada em sustentabilidade para estratégia de negócio e perspectiva tecnológica e política. A empresa publicou relatórios proeminentes sobre clima e economia circular em colaboração com a Fundação Ellen MacArthur, a Fundação Europeia para o Clima, a Universidade de Cambridge, Instituto Wuppertal, Climate-KIC, Sitra, entre outros.
Com a experiência de mais de 100 projetos estratégicos relacionados à sustentabilidade em setores como construção civil, transportes, embalagens, manufatura, indústria química e de alimentos, a Material Economics assessora líderes mundiais de negócios a reduzirem suas pegadas ambientais e se tornarem mais circulares.
| Jornal Dia a Dia (publicado em 11-12-2019) | | | | Representantes do Estado de São Paulo participam das atividades da 25ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25), realizadas até a próxima sexta-feira (13) em Madri, na Espanha. Nos encontros, são apresentadas as ações paulistas de governança no âmbito da Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), bem como perspectivas do Estado relacionadas à Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) ao Acordo de Paris.
Um exemplo é o Acordo São Paulo, lançado na última semana, e que já conta com a adesão voluntária de mais de 50 empresas que assinaram o compromisso para reduzir a emissão de poluentes. Temas como energia renovável e reaproveitamento dos resíduos sólidos também estão em debate.
Além do secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, integram a comitiva a diretora-presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Patrícia Iglecias, e o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Benedito Braga.
Combustíveis avançados
No último sábado (7), Marcos Penido participou do painel da rede Under2 Coalition, da qual a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) faz parte, sobre a Coalisão de Estados pelo Clima, dentro da Assembleia Geral 2019. Para estabelecer conexões entre as regiões, foram tratados temas bilaterais na área de combustíveis avançados com representantes da Província de Santa Fé, na Argentina.
A região produz óleos vegetais e biodiesel e, agora, estuda a criação de uma planta de óleos vegetais hidratados (HVO) que pode substituir o querosene de aviação e, também, o óleo diesel utilizado em ônibus e caminhões.
Município VerdeAzul
O Estado de São Paulo também faz parte da rede Regions4, que realizou no último domingo (8) uma Assembleia Extraordinária. O secretário compartilhou as experiências do programa estadual Município VerdeAzul, que incentiva e promove iniciativas para o desenvolvimento sustentável das cidades.
A iniciativa utiliza dez normativas norteadoras: Município Sustentável; Estrutura e Educação Ambiental; Conselho Ambiental; Biodiversidade; Gestão das Águas; Qualidade do Ar, Uso do Solo; Arborização Urbana; Esgoto Tratado e Resíduos Sólidos.
“A maioria das diretrizes do programa está relacionada aos desafios das mudanças climáticas, tanto na mitigação quanto na adaptação. Em relação à mitigação, o programa possui atividades voltadas para incentivo de Energias Renováveis, Controle da Poluição do Ar, redução de emissões de Gases de Efeito Estufa, entre outras”, ressaltou Marcos Penido.
Integração
O secretário também citou as ações integradas da pasta para minimizar desastres e riscos, já que, em São Paulo, os principais impactos nas mudanças climáticas estão associados à água: inundações, torrentes, deslizamentos de terra e, eventualmente, a escassez do recurso.
A SIMA, por meio do Instituto Geológico, realiza um Mapeamento de Avaliação de Áreas de Riscos e Desmoronamentos da região metropolitana de São Paulo e Baixada Santista. Além disso, há um programa de prevenção a estes eventos que são previstos pela Política Estadual de Mudanças Climáticas.
No fim do painel, Marcos Penido falou sobre o Projeto Litoral Sustentável, que está na segunda fase, com recursos de R$ 25 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), desenvolvido em parceria com a Secretaria Estadual de Habitação e os municípios do litoral de São Paulo.
O projeto envolve a transferência de população que vive em áreas protegidas, a inovação tecnológica para a gestão costeira em cenários de mudanças climáticas e a promoção sustentável de negócios nas áreas circundantes, como ecoturismo, pesca e atividades náuticas.
Desafios
Ainda no domingo (8), Marcos Penido trocou experiências com o ministro de Território e Sustentabilidade da Catalunha (Espanha), Damiá Calvet, e também com o ministro de Meio Ambiente e Clima da Região da Lombardia, na Itália, Rafaelle Cattaneo.
“O Governo, por meio da Política Estadual de Mudanças Climáticas, vem trabalhando muito na renovação energética, tratamento de resíduos, energia circular e também na questão dos transportes. Regiões como São Paulo e Lombardia, que representam 30% do PIB de seus países, e Catalunha, com 20% do PIB da Espanha, têm o poder de influenciar os outros Estados para que adotem estes compromissos e, assim, possamos juntos reduzir o aquecimento global. É essencial somar a força dos governos subnacionais para que possamos superar esse desafio, que é grande e de todos nós”, afirmou o secretário.
Para Damiá Calvet, é fundamental seguir uma agenda de cooperação. “Fazemos parte da Regions4 e, por meio desta união dos trabalhos que realizamos no mundo todo, poderemos vislumbrar um futuro melhor”, salientou.
Rafaelle Cattaneo enfatizou, em discurso, na troca de experiências tecnológicas para gerenciamento de resíduos sólidos e combustíveis alternativos. “A Lombardia é uma região industrializada da nova Itália e procuramos trabalhar, principalmente, com a economia circular. Além disso, enxergamos que o lixo é o petróleo do futuro”, explicou.
Diálogo
Em busca da união de esforços para lidar com os desafios que a mudança climática impõe, a SIMA promoveu, nesta segunda-feira (9), um painel entre os diversos atores políticos da sociedade brasileira presentes na COP25, ou seja, corresponsáveis por ações de mitigação e adaptação climáticas.
Também nesta segunda-feira (9), representantes da rede The Climate Group, organização sem fins lucrativos que trabalha com líderes empresariais e governamentais de todo o mundo para lidar com as mudanças climáticas, entre eles a SIMA, conversaram sobre as oportunidades de financiamento público e privado para projetos alternativos no Estado.
Nesta terça-feira (10), foi realizada uma mesa redonda para divulgar internacionalmente a iniciativa do Acordo Ambiental de São Paulo e Estudo de Baixo Carbono, com presença do secretário Marcos Penido e dos diretores-presidentes da Cetesb e Sabesp.
Conferência
Diante da adoção do Acordo de Paris, em 2015, a comunidade internacional se comprometeu em limitar o aumento da temperatura global em até 1,5°C e criar sociedades resilientes às mudanças climáticas, sustentadas pelos fluxos financeiros necessários.
O ano de 2020 marcará o primeiro ciclo de revisão das NDCs, em que os países apresentarão estratégias que contribuam com a meta de limitar o aquecimento a 1,5°C.
A Conferência deste ano visa dirigir os países a aumentar o nível de ambição das NDCs e fortalecer o papel e a inclusão de outros atores – setor privado, sociedade civil, além dos governos locais e regionais – para permitir políticas setoriais que contribuam com a adaptação às mudanças climáticas nas seguintes áreas: mobilidade urbana, economia circular e energia renovável.
A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) que reúne anualmente os países Partes em conferências mundiais.
“A transição para a energia renovável tem um papel essencial no enfrentamento das mudanças climáticas, mas só́ isso não será́ suficiente. Para atingir os demais objetivos do clima, é crucial que transformemos a forma como projetamos, fazemos e usamos os produtos e os alimentos. Completar a figura por meio de uma transição para a economia circular pode nos tornar aptos a alcançar as necessidades de uma população global em crescimento, ao mesmo tempo em que criamos uma economia próspera e resiliente, que pode funcionar a longo prazo,” diz a dama Ellen MacArthur, fundadora da Fundação Ellen MacArthur.
O Acordo de Paris exige a redução das emissões líquidas a zero até́ 2050 para limitar o crescimento da temperatura em até́ 1.5°C. Enquanto a economia circular está fundamentada na energia renovável, o artigo também demonstra o papel crucial que o setor de alimentos e setores industriais chave podem ter na redução das emissões para atingir o objetivo.
“Esse artigo mostra que a transição para uma economia circular não é apenas uma oportunidade de enfrentar as emissões intersetorialmente, mas de projetar uma economia que é restaurativa e regenerativa, criando benefícios para a sociedade, empresas e o meio ambiente,” acrescenta Ellen.
Christiana Figueres, ex-secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e sócia-fundadora da Global Optimism diz: “a redução nas emissões de carbono representa oportunidades enormes de criatividade. Isso é real para toda empresa, para toda cidade e qualquer país. Essa é a direção para a qual precisamos nos mover, e este relatório oferece dados convincentes para confiarmos nas nossas habilidades de otimizar a descarbonização e o desenvolvimento econômico em apoio mútuo de um ao outro.”
A economia circular é baseada em três princípios: eliminar resíduos e poluição, manter produtos e materiais em uso e regenerar sistemas naturais.
Além de reduzir as emissões, o artigo mostra que a economia circular tem o potencial de aumentar a resiliência aos efeitos da mudança climática e contribuir para atingir os diversos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A adoção de um modelo de economia circular pode ajudar a América Latina a superar a sua dependência de indústrias extrativas e práticas agrícolas que promovem desmatamento e, em vez disso, gerar valor de maneiras que regenerem o seu capital natural incomparável.
Esse modelo proporciona também maior resiliência aos efeitos da mudança climática que, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), poderão custar à região entre 2-4% do seu PIB até 2050.
Sobre a Fundação Ellen MacArthur
A Fundação Ellen MacArthur foi lançada em 2010 com o objetivo de acelerar a transição para a economia circular. Desde a sua criação, a Fundação se tornou uma líder global de pensamento, inserindo a economia circular na agenda de tomadores de decisão de todo o mundo. O trabalho da fundação foca em quatro áreas chave: insight e análise; empresas; instituições, governos e cidades; iniciativas sistêmicas; design circular; aprendizado; e comunicação.
Com os seus Parceiros de Conhecimento (Arup, Dragon Rouge, IDEO e SYSTEMIQ), a Fundação trabalha para quantificar a oportunidade econômica de um modelo mais circular e para desenvolver abordagens para capturar o seu valor. A Fundação colabora com seus Parceiros Globais (Danone, DS Smith, Google, H&M Group, Intesa Sanpaolo, Philips, Renault, SC Johnson, Solvay, Unilever), Parceiros Filantrópicos (The Eric and Wendy Schmidt Fund for Strategic Innovation, SUN, MAVA, players of People’s Postcode Lottery (GB)) e a sua rede CE100 (negócios, universidades, inovadores emergentes, governos, cidades e organizações afiliadas) para capacitar, explorar oportunidades de colaboração e desenvolver iniciativas de empresas circulares. A Fundação Ellen MacArthur trabalha na Europa, América do Norte, América Latina e Ásia para demonstrar como os princípios de uma economia circular podem gerar benefícios para diferentes regiões, pessoas e culturas.
Sobre Material Economics
Material Economics é uma consultoria de gestão baseada em Estocolmo e especializada em sustentabilidade para estratégia de negócio e perspectiva tecnológica e política. A empresa publicou relatórios proeminentes sobre clima e economia circular em colaboração com a Fundação Ellen MacArthur, a Fundação Europeia para o Clima, a Universidade de Cambridge, Instituto Wuppertal, Climate-KIC, Sitra, entre outros. Com a experiência de mais de 100 projetos estratégicos relacionados à sustentabilidade em setores como construção civil, transportes, embalagens, manufatura, indústria química e de alimentos, a Material Economics assessora líderes mundiais de negócios a reduzirem suas pegadas ambientais e se tornarem mais circulares.
| Agência de Notícias GOverno de São Paulo ( publicado em 10-12-2019) | | | | Iniciativa permite queda de custos e reduz a pegada de carbono da maior cidade canadense
Com novos equipamentos de atualização de biogás entrando em ação nas instalações de gerenciamento de resíduos sólidos de Dufferin (Dufferin Solid Waste Management Facility), a cidade canadense de Toronto e a empresa Enbridge vão atingir um patamar diferenciado na gestão do lixo, informa a rede noticiosa canadense CBC. Os equipamentos possibilitam a transformação do biogás produzido a partir dos resíduos em gás natural renovável (RNG, na sigla em inglês) e a introdução desse gás na grade de gás natural. Uma vez na rede, a cidade pode usar o RNG para abastecer seus caminhões de coleta.
Um dos primeiros projetos do gênero no Canadá e na América do Norte, a iniciativa de Toronto permitirá à cidade reduzir os custos de combustível para sua frota de caminhões de coleta e diminuir significativamente sua pegada de carbono. As estimativas atuais sugerem que as instalações da Dufferin RNG produzirão aproximadamente 3,2 milhões de metros cúbicos de RNG por ano, o suficiente para abastecer a maioria da frota de coleta de resíduos sólidos da cidade, composta por 170 caminhões.
Segundo as autoridades da cidade, “o RNG também é menos caro e mais ecológico que os combustíveis fósseis, como o diesel. Uma vez injetado no gasoduto, ele pode ser usado para abastecer veículos ou fornecer eletricidade ou calor a residências e empresas”.
Economia circular
“O RNG gerado a partir de resíduos de alimentos é considerado negativo em carbono, porque a redução nas emissões por não extrair e queimar combustível à base de petróleo e as emissões evitadas por não enviar orgânicos para aterros sanitários excedem as emissões diretas associadas à produção e uso de RNG”, acrescentam as autoridades.
O projeto apoia a Estratégia de Gerenciamento de Resíduos de Longo Prazo da cidade e avança em direção a uma economia circular, usando uma abordagem em circuito fechado, na qual caminhões de coleta de produtos orgânicos podem, finalmente, ser movidos pelo resíduo que coletam.
O sistema é apenas a primeira de quatro oportunidades de produção de resíduos para RNG identificadas pela cidade. Nos próximos anos deverão surgir outras novidades nesse sentido.
| Terra (publicado em 31-10-2019) | | | |
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