Diante da estagnação da atividade, a indústria avalia como positiva a liberação do FGTS e sugere, ainda, a redução dos juros e incentivos ao crédito para estimular o consumo. Mas alerta que o crescimento sustentado depende das reformas estruturais.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo as estimativas para o crescimento da economia e da indústria brasileiras neste ano. As novas previsões indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 0,9%, menos do que os 2% estimados em abril. O PIB industrial terá uma expansão de 0,4%, abaixo do 1,1% previsto no primeiro trimestre. “É um resultado decepcionante; a economia mantém-se muito próxima da estagnação desde o fim da crise”, diz o Informe Conjuntural do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (25), pela CNI.
A indústria também reduziu de 2,2% para 1,5% a previsão de crescimento do consumo das famílias. A estimativa para a expansão do investimento caiu de 4,9% em abril para 2,1% agora. A taxa de desemprego continuará elevada e atingirá 12,1% da força de trabalho.
“O marasmo dominou a economia no primeiro semestre”, avalia a CNI. “O consumo não reage, o investimento continua travado e as exportações apresentam dificuldades. Portanto, as fontes privadas de demanda seguem sem capacidade de promover a necessária reativação da economia”, afirma o Informe Conjuntural.
AÇÕES DE CURTO PRAZO - Diante deste cenário, a CNI avalia que a liberação de parte dos recursos das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pode impulsionar o consumo. “A liberação do FGTS não é uma solução única para reativar o consumo, mas irá contribuir no curto prazo enquanto as medidas mais estruturais se materializam", afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.
Além disso, a indústria sugere que o governo adote outras medidas para estimular a demanda no curto prazo, como a redução dos juros e o estímulo ao crédito. "A queda dos juros é mais importante no curto prazo, pois seus efeitos já se farão sentir na cadeia de financiamento. Não faz sentido manter a taxa de juros se a economia se encontra estagnada e não há pressões de inflação", completa Azevedo.
No entanto, adverte a CNI, as medidas de curto prazo devem ser complementadas com ações estruturais para que a economia retome o crescimento sustentado. Essa agenda inclui a conclusão da aprovação da reforma da Previdência, a reforma tributária, os avanços nas privatizações e o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios.
“Não há dívida de que um novo ciclo de crescimento apenas irá ocorrer com o avanço das reformas macro estruturantes, como a da Previdência. Também são críticas e urgentes as medidas que transformem o ambiente de negócios e estimulem o investimento, como a reforma tributária, a desburocratização, as privatizações, as concessões na infraestrutura e a regulação dos mercados. Sem elas não haverá um ciclo virtuoso de crescimento", destaca Azevedo.
Confira outras previsões da CNI:
Juros básicos da economia fecharão 2019 em 5,25% ao ano – A taxa de juros, que está em 6,5% ao ano, deve ser reduzida na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), marcada para os dias 30 e 31 de julho. A inflação baixa, o fraco desempenho da economia, a valorização do real frente ao dólar e o movimento global de redução dos juros permitirão um novo ciclo de cortes na taxa Selic.
Dívida bruta do setor público atingirá 79,2% do PIB – Com estabilidade das despesas do governo, o déficit primário nominal do setor público recuou de 7,14% do PIB em dezembro de 2018 para 6,96% do PIB em maio deste ano. A queda, no entanto, foi insuficiente para estabilizar a relação dívida/PIB, que subiu de 77,2% do PIB em dezembro de 2018 para 78,7% em maio deste ano. A tendência é que aumente ainda mais nos próximos meses ainda que o déficit nominal do setor público caia para 7,08% do PIB até o fim do ano.
Dólar valerá R$ 3,75 em dezembro – A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno reduziu as incertezas e ajudou a estabilizar o câmbio. No plano externo, o afrouxamento da política monetária em diversos países também contribuiu para desvalorização do dólar diante do real. Caso a agenda de reformas do país continue avançando, a expectativa da CNI é que o real tenha uma leve valorização até o fim do ano.
Balança comercial terá um saldo positivo de US$ 48 bilhões – A crise na Argentina afetou as exportações brasileiras, sobretudo às de produtos industrializados. Além disso, a redução das perspectivas de crescimento da economia mundial e os conflitos comerciais prejudicam o fluxo comercial do país. Diante deste cenário, o total das exportações será de US$ 238 bilhões. As importações somarão US$ 195 bilhões e o superávit comercial do Brasil será de US$ 48 bilhões, abaixo dos US$ 58,7 bilhões registrados em 2018.
SAIBA MAIS: Acesse a página de Publicações da CNI e leia a íntegra do Informe Conjuntural do segundo trimestre.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu as estimativas para o crescimento da economia e da indústria brasileiras em 2019. Para a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá neste ano 0,9% ante a previsão anterior, de abril, de uma expansão de 2%.
Já o PIB industrial terá uma alta de apenas 0,4%, segundo as novas estimativas, abaixo do 1,1% previsto no primeiro trimestre. “É um resultado decepcionante. A economia mantém-se muito próxima da estagnação desde o fim da crise”, diz o Informe Conjuntural do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira pela CNI.
De acordo com documento, uma série de fatores vem impedindo a recuperação mais rápida da indústria. Entre eles, a baixa demanda doméstica e até mesmo externa. Essa falta de demanda vem gerando acúmulo de estoques, destaca a CNI.
O Informe traz uma redução na previsão de crescimento do consumo das famílias para este ano, de 2,2% para 1,5%. A estimativa para o aumento do investimento caiu de 4,9% em abril para 2,1% agora. A entidade prevê ainda que a taxa de desemprego continuará alta e atingirá 12,1% da força de trabalho. “O consumo não reage, o investimento continua travado e as exportações apresentam dificuldades. Portanto, as fontes privadas de demanda seguem sem capacidade de promover a necessária reativação da economia”, afirma o Informe Conjuntural.
No documento, a CNI destaca que o segundo trimestre do ano trouxe nova frustração quando ao crescimento da economia. “Os dados disponíveis até o momento sugerem estabilidade ou, na melhor das hipóteses, um crescimento de 0,2% frente ao primeiro trimestre. Os dados preliminares de junho, em especial, consolidam a redução das expectativas para o trimestre e contaminam as expectativas para o trimestre seguinte”, diz o Informe.
Para a entidade, a liberação de parte dos recursos das contas do FGTS pode impulsionar o consumo, mas não é uma solução única. “Não é uma solução única para reativar o consumo, mas irá contribuir no curto prazo enquanto as medidas mais estruturais se materializam”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.
A indústria sugere ainda que o governo adote outras medidas para estimular a demanda no curto prazo, como a redução de juros e o estímulo ao crédito. “A queda dos juros é mais importante no curto prazo, pois seus efeitos já se farão sentir na cadeia de financiamento. Não faz sentido manter a taxa de juros se a economia se encontra estagnada e não há pressões de inflação”, completa Azevedo em nota divulgada pela CNI.
A CNI destaca ainda a necessidade dessas medidas de curto prazo serem complementadas com ações estruturais para a economia retomar o crescimento sustentado. Essa agenda inclui, segundo a entidade, a conclusão da aprovação da reforma da Previdência, a reforma tributária, os avanços nas privatizações e o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios.
Previsões
O Informe Conjuntural traz ainda previsão para os juros básicos da economia ao final de 2019. A taxa de juros, atualmente em 6,5% ao ano, deve ser reduzida já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para os dias 30 e 31 de julho, na avaliação da CNI. A entidade prevê que a taxa de juros feche 2019 em 5,25% ao ano. “A inflação baixa, o fraco desempenho da economia, a valorização do real frente ao dólar e o movimento global de redução dos juros permitirão um novo ciclo de cortes na taxa Selic”, destaca a CNI.
A entidade também prevê que a dívida bruta do setor público atingirá 79,2% do PIB. Para o dólar, as projeções da CNI apontam para uma taxa de câmbio de R$ 3,75 em dezembro. “A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno reduziu as incertezas e ajudou a estabilizar o câmbio”, afirma.
A expectativa para o saldo da balança comercial neste ano é de um superávit de US$ 48 bilhões, ante uma projeção de US$ 45 bilhões de abril.
Para CNI e Sebrae, desempenho no Índice Global de Inovação, divulgado nesta quarta-feira (24) pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, reforça necessidade de investir em inovação no país
Entre 129 países, o Brasil é o 66º mais inovador segundo o Índice Global de Inovação (IGI). O país perdeu duas posições em relação ao ano anterior, em que ocupava o 64ª lugar. Suíça, Suécia, Estados Unidos, Países Baixos e Reino Unido lideram o ranking divulgado na manhã desta quarta-feira (24), em Nova Deli, na Índia. A China, por sua vez, segue em ascensão, agora em 14º lugar entre as nações mais inovadoras, ultrapassando o Japão (15º).
A classificação é publicada anualmente pela Universidade Cornell, pela escola de negócios Insead e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) são parceiros do IGI.
Um dos fatores determinantes para o resultado foi a piora na avaliação dos insumos para inovação, que são o conjunto de ferramentas disponíveis no país para o desenvolvimento da inovação - o Brasil caiu de 58º para 60º lugar. Por outro lado, o país teve leve melhora de posição no subranking de resultados da inovação, saindo de 70º para 67º.
"Mais uma vez, o ranking demonstra que o Brasil tem um grande e importante trabalho pela frente para se tornar um país mais inovador, com desempenho proporcional ao tamanho da 9ª economia do mundo. Em um ambiente de crescente competição internacional, a inovação já é um grande diferencial e terá peso cada vez maior. É preciso agir e agir rápido", afirma Glauco Côrte, presidente em exercício da CNI.
“Para enfrentar obstáculos, temos de compreender o problema. O Índice Global de Inovação oferece-nos indicadores de informação que nos mostram onde se encontram os maiores desafios à inovação no Brasil. Neste sentido, o Sebrae tem uma importante missão: ajudar o Brasil a reencontrar o crescimento, sendo que esta reconstrução passará necessariamente pelas micro e pequenas empresas, que representam 98,5% da atividade formal do país", afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
CLASSIFICAÇÃO - O Índice Global de Inovação está na 12ª edição e se tornou uma ferramenta quantitativa detalhada que auxilia em decisões globais para estimular a atividade inovadora e impulsionar o desenvolvimento econômico e humano. O IGI classifica 129 economias com base em 80 indicadores, que vão desde as taxas de depósito de pedidos de propriedade intelectual até a criação de aplicativos para aparelhos portáteis, gastos com educação e publicações científicas e técnicas.
AMÉRICA LATINA - Apesar de ser a maior economia da região, o Brasil é apenas o 5º mais inovador entre as 19 economias da América Latina e Caribe, e segue atrás de Chile (51º), Costa Rica (55º) e México (56º). "O progresso do desempenho em inovação ainda é lento na América Latina e no Caribe, e o IGI indica que, apesar de melhorias incrementais e iniciativas encorajadoras, o potencial de inovação da região segue, em larga medida, inexplorado", afirma o documento.
Saldo positivo, porém, ainda é pequeno, reforçando retomada lenta, diz secretário do Trabalho
O Brasil gerou 48.436 empregos com carteira assinada em junho, o melhor resultado para o mês desde 2013, quando foram criados 123.836 postos de trabalho, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Economia.
Ainda assim, o saldo positivo ficou muito abaixo do historicamente registrado em meses de junho até 2013. De 2002 a 2013, por exemplo, a média de criação de empregos com carteira assinada para meses de junho foi de 175,1 mil.
Em 2008, registrou-se o pico desse período: o saldo positivo em junho foi de 309 mil.
Os 48,4 mil postos de trabalho gerados em junho ficaram em linha com projeções da consultoria LCA, que previa geração líquida de 49,4 mil empregos. As vagas geradas no mês passado representam um aumento de 30,2% em relação a maio, quando foram criadas 37.188 vagas. Também significam uma recuperação ante junho do ano passado, quando foram eliminados 661 postos de trabalho.
No ano, o saldo está positivo em 408.500, maior que o registrado nos seis primeiros meses de 2018, quando foram gerados 392.461 empregos com carteira assinada.
É também o melhor resultado até junho desde 2014 (588.671). Em 12 meses, a criação acumulada é de 524.931 vagas de trabalho, contra 280.093 um ano antes.
Embora os números de geração de vagas no semestre sejam melhores que os de 2018, o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, reconheceu que a evolução não foi tão expressiva. Para ele, no entanto, o resultado de junho reforça a expectativa de um ano melhor que o passado na criação de emprego formal.
“Óbvio que isso não pode ser descolado do desempenho geral da economia. Não será o ano que indica a eliminação ou redução agressiva do número de desempregados ou desocupados no país, mas é um dado importante para ser registrado.”
Dalcolmo disse que a geração de vagas formais deve responder ainda a temas que estão sendo discutidos no Congresso, como a reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, e a MP 881, da liberdade econômica, assim como ao ânimo na economia que será criado pela liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Ele admitiu, contudo, que as medidas podem ser insuficientes para resolver a situação do mercado de trabalho no país, onde há 13 milhões de desempregados. “Nós estamos saindo de três anos de recessão muito grave, da pior recessão que este país já enfrentou na sua história. Então os desafios são realmente brutais que estão colocados ao governo Bolsonaro”, disse. “Nem mesmo a nova Previdência é suficiente para corrigir todos os problemas.”
No longo prazo, a recuperação do emprego formal depende também da reforma tributária e da MP da liberdade econômica, entre outras medidas estruturais, defendeu.
Em junho, houve 1.248.106 admissões e 1.199.670 cortes. Por setores, o de serviços gerou 23.020 empregos. Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca criou 22.702. Já indústria da transformação eliminou 10.988 empregos com carteira em junho, enquanto no comércio foram fechadas 3.007 vagas.
Matheus Stivali, subsecretário de políticas públicas e relações do trabalho, atribui à fraqueza da economia o saldo negativo de vagas no segmento. “O comércio, em geral, emprega pessoas de qualificação média. É supermercado, pequenos comércios, e é onde mais a crise econômica é sentida”, afirmou.
Será também o setor onde haverá mais impacto das recentes medidas de estímulo adotadas pelo governo, como a liberação do FGTS. “Se você pensar em outros setores, indústria, lavoura, são coisas que dependem de capital. No comércio, se a economia melhora, você só precisa de mais pessoas.”
O saldo de geração de vagas foi positivo em quatro das cinco regiões do país –no Sul, ficou praticamente estável, com queda de 0,04%. Em maio, a mesma região eliminou 10.935 postos. O Sudeste liderou a geração no mês passado, com 31.054, seguido pelo Centro-Oeste, com 10.952.
Embora os números de geração de vagas no semestre sejam melhores que os de 2018, o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, reconheceu que a evolução não foi tão expressiva. Para ele, no entanto, o resultado de junho reforça a expectativa de um ano melhor que o passado na criação de emprego formal.
“Óbvio que isso não pode ser descolado do desempenho geral da economia. Não será o ano que indica a eliminação ou redução agressiva do número de desempregados ou desocupados no país, mas é um dado importante para ser registrado.”
Dalcolmo disse que a geração de vagas formais deve responder ainda a temas que estão sendo discutidos no Congresso, como a reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, e a MP 881, da liberdade econômica, assim como ao ânimo na economia que será criado pela liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Ele admitiu, contudo, que as medidas podem ser insuficientes para resolver a situação do mercado de trabalho no país, onde há 13 milhões de desempregados. “Nós estamos saindo de três anos de recessão muito grave, da pior recessão que este país já enfrentou na sua história. Então os desafios são realmente brutais que estão colocados ao governo Bolsonaro”, disse. “Nem mesmo a nova Previdência é suficiente para corrigir todos os problemas.”
No longo prazo, a recuperação do emprego formal depende também da reforma tributária e da MP da liberdade econômica, entre outras medidas estruturais, defendeu.
Em junho, houve um saldo positivo de 10.177 vagas criadas na modalidade intermitente, comparadas com 7.818 em maio. Na modalidade parcial, foram gerados 1.427 postos, ante 1.530 em maio.
O Paraná gerou 40.022 vagas formais de emprego no primeiro semestre deste ano, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Economia. Os setores que mais empregaram no Estado foram serviços e construção civil.
O resultado representa uma variação positiva de 1,54% em relação ao mesmo período de 2018 e corresponde a 629.437 admissões e 589.415 desligamentos. No consolidado do ano, o Paraná aparece em terceiro lugar no número absoluto de contratações e na quarta posição no saldo total de vagas de trabalho, atrás apenas de São Paulo (151.722), Minas Gerais (88.238) e Santa Catarina (49.895).
O emprego no Paraná cresceu em sete dos oito segmentos analisados. Os maiores resultados foram nos setores de serviços (25.061 vagas), construção civil (7.320) e indústria de transformação (5.996). Apenas o setor extrativista mineral apresentou um pequeno recuou, com a redução de 71 postos de trabalho.
Para o secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, o resultado é fruto de um esforço do governador Carlos Massa Ratinho Junior para criar um ambiente propício aos empreendedores. Ele destaca que investimentos estão chegando para gerar mais empregos. “Apenas nos primeiros meses do ano foram prospectados mais de R$ 12,5 bilhões em complexos privados”, informa.
FOCO - Leprevost ressalta ainda que o trabalho da secretaria está focado em agilizar a intermediação de mão-de-obra para as empresas, por meio das Agências do Trabalhador, acelerando o processo de contratação. “Também estamos investindo na qualificação, aumentando a empregabilidade e oferecendo uma possibilidade de aumento na renda para os trabalhadores”, aponta.
A economista Suelen Glinsk, do Departamento do Trabalho, afirma que o Paraná se destaca no País por gerar postos de trabalhas em diversos setores. “É difícil visualizar essa pulverização nos outros estados, de diversificar a economia e manter o nível de emprego em alta”, aponta.
Segundo a economista, esse resultado mais complexo é difícil de alcançar porque não depende de sazonalidades na produção agropecuária, por exemplo. “O Paraná vem recuperando investimentos, o ânimo para os negócios e se mantém como um dos líderes na geração de empregos em todas as áreas”.
NÚMEROS OTIMISTAS - Em relação a junho de 2019, o Paraná figura entre os Estados que registraram variação positiva no saldo de emprego, melhor índice desde 2013, antes da crise econômica. Foram 90.992 admissões e 90.834 desligamentos. Curitiba foi a quinta capital que mais gerou vagas com carteira assinada no mês, saldo de 1.629.
“Os empresários estão voltando a investir no Paraná e o Governo está fazendo a sua parte para garantir esse boom, com investimentos em infraestrutura de estradas e no setor de energia, luz e telecomunicação”, informa a economista do Departamento do Trabalho da Secretaria de Estado.
Suelen Glinski aponta que junho costuma ser um mês com resultados mais modestos, por conta de hiatos na produção agrícola, mas que o resultado interrompe um ciclo de cinco baixas seguidas. Em 2018, por exemplo, o saldo do mês foi negativo em 6.609 empregos.
A variação dos últimos doze meses do Paraná também é positiva, com saldo de 48.709 empregos, resultado de 1.188.521 admissões e 1.139.812 desligamentos, o que representa 1,88% a mais do que nos doze meses anteriores.
CIDADES – Em relação aos municípios, a capital paranaense lidera o ranking da geração de empregos no acumulado do ano, com 12.883 postos, seguido por Maringá (3.873), Cascavel (1.988), Pato Branco (1.925), São José dos Pinhais (1.479), Colombo (1.097), Londrina (1.094) e Rio Negro (1.033).
DADOS NACIONAIS - O Brasil abriu 48.436 vagas de emprego com carteira assinada em junho, o que representa o melhor saldo em seis anos. No acumulado do primeiro semestre, o País registrou a criação de 408.500 vagas com carteira.
Em junho, os dados positivos no nível de emprego foram consolidados com o crescimento no setor de serviços (23.020 postos), agropecuária (22.702 postos), construção civil (13.136 postos), serviços industriais de utilidade pública (2.525 postos), extrativa mineral (565 postos) e administração pública (483).
O mercado de trabalho brasileiro criou 48.436 empregos com carteira assinada em junho, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira, 25, pelo Ministério da Economia.
O saldo de junho decorre de 1,246 milhão de admissões e 1,199 milhão de demissões. Esse foi o melhor resultado para o mês desde 2013, quando foram criadas 123.836 vagas no sexto mês do ano. Em junho de 2018, houve fechamento líquido de 661 vagas, na série sem ajustes.
O resultado de junho ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, mas acima da mediana positiva de 35 mil postos formais. As estimativas iam de abertura de 11.186 vagas a criação de 60.000 vagas.
No acumulado do primeiro semestre de 2019, o saldo do Caged foi positivo em 408.500 vagas, o melhor desempenho para o período desde 2014, quando a abertura de vagas chegou a 588.671, na série com ajustes. Em 12 meses até junho, houve abertura de 524.931 postos de trabalho.
Setores
O resultado do mês foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 23.020 postos formais, seguido pela agropecuária, que abriu 22.702 vagas de trabalho.
Também tiveram saldo positivo no mês a construção civil (13.136 postos), serviços industriais de utilidade pública (2.525 postos), extração mineral (565 postos) e administração pública (483 postos).
Já a indústria de transformação fechou 10.988 vagas em junho, enquanto o comércio teve fechamento líquido de 3.007 vagas no mês.
Salário médio
O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real de 1,57% em junho de 2019 ante o mesmo mês de 2018, para R$ 1.606,62, segundo dados do Caged. Na comparação com maio, houve alta de 1,42%.
O maior salário médio de admissão em junho ocorreu na extrativa mineral, com R$ 2.523,90, puxado pelos salários da Petrobras. Já o menor salário médio de admissão foi registrado na agropecuária, com R$ 1.318,73.
De setembro a março, todos podem retirar até R$ 500 por conta; em paralelo, governo lança opção por saque-aniversário
Nesta quarta-feira (24), o governo apresentou um programa intitulado Saque Certo, que busca injetar recursos na economia para acelerar a retomada no curto prazo e propõe mudanças estruturais em fundos do trabalhador como alternativa para elevar produtividade das empresas no longo prazo.
Segundo o governo, o Saque Certo pode ser dividido em quatro pilares.
Estabelece o saque imediato de contas do PIS/Pasep e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Lança um novo mecanismo para a remuneração de contas do trabalhador. Cria também uma nova modalidade de saque, batizada de saque aniversário.
Por fim, amplia a possibilidade de o FGTS ser utilizado como uma nova modalidade de garantia para obtenção de crédito.Uma MP (Medida Provisória), assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), traz detalhes de como o governo vai operacionalizar todas as propostas.
Quanto poderei sacar do PIS/Pasep?
Quem tem recursos do PIS/Pasep poderá sacá-los integralmente.
Como faço para sacar PIS/Pasep?
Cotistas do PIS deverão fazer os saques nas agências da Caixa Econômica Federal, e os do Pasep, no Banco do Brasil. Não há data limite.
Quanto poderei sacar do FGTS?
Todos os titulares de contas podem sacar até R$ 500.
No governo de Michel Temer foi possível sacar apenas em contas inativas. E agora?
O governo de Jair Bolsonaro libera saques nas contas ativas (ligadas a contratos de trabalho ainda vigentes) e inativas (de contratos de trabalho já encerrados).
Esses R$ 500 são um teto?
Não. Serão R$ 500 por conta. Se for uma conta: R$ 500. Se o trabalhador tiver duas contas: R$ 1 mil. E assim sucessivamente.
Quando poderei sacar o FGTS?
Os saques serão liberados entre setembro deste ano e março de 2020. Se o trabalhador tiver conta poupança na Caixa, os recursos serão depositados automaticamente (é necessário avisar à Caixa caso não haja interesse). Se tiver conta em outros bancos, será necessário obedecer a um cronograma a ser detalhado pelo banco.
Essa transferência para outro banco tem algum custo?
Segundo o ministério da Economia, o trabalhador precisa sacar os recursos na Caixa e a partir daí faz os depósitos em seu banco.
O governo disse que está fazendo uma mudança estrutural no FGTS. Que mudança é essa?
A partir do ano que vem, o governo adota uma nova modalidade de saque do FGTS que ele batizou de saque-aniversário. É um sistema diferente do atual, que existe desde a criação do fundo, e que o governo agora chama de saque-rescisão.
Como funciona o novo saque-aniversário?
O trabalhador que aderir ao novo sistema poderá retirar um percentual específico do seu FGTS todo ano, a partir de abril de 2020. Para quem nasceu em janeiro e fevereiro, o saque poderá ser feito em abril de 2020. Para aniversariantes em março e abril, em maio. E para aqueles que nasceram em maio e junho, em junho. A partir de julho de 2020, o calendário segue o mês de aniversário.
O percentual do saque-aniversário será fixo?
Não. O percentual seguirá uma tabela. Quanto maior for o volume de recursos no FGTS do trabalhador, menor será o percentual.
O que o trabalhador ganha e perde caso migre para o saque-aniversário?
O trabalhador que migrar para o saque-aniversário vai abdicar do saque do FGTS na rescisão. Em caso de demissão, terá direito apenas a multa de 40%.
A mudança é obrigatória?
Não. É uma escolha do trabalhador.
Qual é o procedimento para adotar o saque-aniversário?
O trabalhador poderá comunicar à Caixa a partir de outubro de 2019 o interesse em migrar.
A mudança é definitiva?
Não. O trabalhador poderá retornar ao saque-rescisão, mas vai precisar cumprir um prazo de carência de dois anos a partir da data de solicitação de retorno. Segundo o governo, a condição visa dar previsibilidade ao fundo.
Como ficam os outros tipos de saque, como o saque para fazer ou abater crédito imobiliário?
Não há mudanças. Saques relativos a financiamento imobiliário ou para custear tratamentos de saúde previstos em lei, por exemplo, estão mantidos.
O presidente Bolsonaro criticou a multa dos 40% do FGTS na demissão. Houve mudança?
O governo não mexeu no valor da multa a que o trabalhador tem direito a receber da empresa em caso de demissão sem justa causa. Por isso, o patrão continua precisando pagar 40% ao empregado sobre o valor total depositado em caso da dispensa.
Qual foi a mudança em relação à remuneração das contas do FGTS?
Além da rentabilidade, que hoje é de TR + 3%m a distribuição dos resultados dobra: passa de 50% para 100%. Esse regra se aplica na distribuição de resultados referente a 2018, com crédito nas contas em agosto de 2019.
Como funcionará o uso do FGTS para empréstimos pessoais?
Pelo texto da Medida Provisória, o trabalhador que optar pela modalidade nova de saque aniversário poderá contratar empréstimos para antecipar os recursos a receber, como hoje é possível fazer, por exemplo, com a restituição do Imposto de Renda ou com o 13º salário. Esse tipo de crédito deverá ter juros menores porque oferece menos riscos de inadimplência às instituições financeiras. Por que o governo está liberando o PIS/Pasep e o FGTS agora?
O objetivo é principalmente estimular o consumo das famílias em meio à lentidão na retomada da economia.
Quanto o governo espera movimentar com essas liberações?
O governo espera movimentar R$ 30 bilhões na economia neste ano e R$ 12 bilhões no ano que vem com as medidas ligadas ao FGTS e ao PIS/Pasep. Com isso, a projeção oficial é de um impacto de 0,35 ponto percentual no PIB em 12 meses.
Como ver o saldo do FGTS?
Para ver o valor disponível do FGTS basta acessar o site da Caixa ou por meio do aplicativo "FGTS", disponível no Google Play e AppStore.
Governo ampliou a possibilidade do uso do FGTS como garantia de empréstimos pessoais
A MP (Medida Provisória) que amplia as possibilidades de saques de contas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), assinada nesta quarta-feira (24) pelo presidente Jair Bolsonaro, prevê que os recursos sejam usados como garantia para empréstimo pessoal.
Desde o governo Temer, já é possível fazer o empréstimo consignado dando o FGTS como garantia, mas a possibilidade é pouco usada por bancos, que questionam cobranças impostas pela Caixa para que outras instituições financeiras possam oferecer esse crédito.
A MP permite que o trabalhador que optar pelo saque aniversário, que poderá ser feito anualmente, antecipe os recursos a receber por meio de empréstimos.
"Esse financiamento tem juros menores porque oferece menos riscos [às instituições financeiras]. O recurso do FGTS é usado para pagar o banco", afirma André Fitipaldi, sócio do escritório de advocacia TozziniFreire.
"O banco ficaria teria autorização de pegar esse dinheiro caso não seja quitado o empréstimo, por exemplo. É algo similar à antecipação da restituição do imposto de renda ou do 13º salário."
Para Adriano Silvério, sócio do escritório ASBZ, a possibilidade ainda depende de regulamentação. "A depender da regulamentação, é possível que o empregado tenha direito de usar o FGTS para quitar empréstimos já tomados", diz.
Entidades ligadas ao setor da habitação faziam ressalvas à ideia do governo de ampliar as possibilidades de saque, mas segundo Luiz Antonio França, presidente da Abrainc, o texto final da MP é bom.
"Conversamos bastante com o governo, eles fizeram as contas e garantiram que haverá recursos do fundo para habitação, saneamento e infraestrutura."
Para ele, a alternativa de usar do FGTS como garantia para empréstimos pessoais é positiva. "O trabalhador poderá [mediante empréstimo] antecipar os valores do saque, o que é interessante. Os bancos poderão reduzir os juros nesses casos".
Medida altera regra atual, que prevê repasse de 50% dos resultados do fundo aos correntistas
Além da liberação de saques anuais do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), o governo anunciou nesta quarta-feira (24) que 100% do lucro do fundo passará a ser distribuído aos trabalhadores.
Desde 2017, 50% do resultado obtido pelo FGTS é repassado às contas dos trabalhadores. O cálculo leva em conta o lucro líquido alcançado no ano anterior da distribuição. Agora, o valor será integralmente destinado aos correntistas.
O valor pago varia de acordo com o montante que o trabalhador possui em conta. O cálculo é feito com base no saldo da conta até dezembro do ano anterior.
Sob a vigência de distribuição de 50% do lucro, o governo distribuiu em 2018 cerca de R$ 6 bilhões aos trabalhadores. Em 2017, o repasse foi de aproximadamente R$ 7 bilhões.
No ano passado, a regra levou a um pagamento de R$ 17,20 para cada R$ 1.000 em conta. Em média, os trabalhadores receberam R$ 38 por conta.
Valor cobrado atualmente pelo banco estatal é de R$ 22 por operação
O texto da Medida Provisória que amplia possibilidades de saques das contas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), assinada nesta quarta (24) por Bolsonaro, permite que a Caixa Econômica Federal cobre tarifas do trabalhador que transfira o dinheiro a outro banco.
Hoje, a Caixa cobra R$ 22 por transferência de valores de suas contas a outros bancos. A medida permitirá à instituição minimizar perdas de receita com os saques do fundo. O presidente do banco público diz que o FGTS representa hoje 1% do faturamento da instituição.
Em 2017, o total de contas do FGTS era de 254,4 milhões. Dessas, 154,7 milhões (60,8%) eram inativas. Um mesmo empregado pode ter várias contas em seu nome.
Segundo a MP, as tarifas podem ser cobradas já nos saques de até R$ 500 que estarão disponíveis aos trabalhadores de setembro deste ano até março de 2020.
A possibilidade da cobrança se estende a transferências de valores sacados em todas as possibilidades de saque previstas, inclusive sobre os recursos de contas que tenham saldo inferior a R$ 80 e que não tenham tido movimentação por ao menos um ano.
"Pelo texto da norma, a cobrança poderá ser feita por saque e por conta. O conselho curador do FGTS provavelmente terá de regulamentar como a Caixa vai usar esses recursos", diz André Fittipaldi, sócio do escritório TozziniFreire.
Governo incluiu na MP do FGTS mudança na lei do Fundo; ministro pode fixar data e valor da devolução sem aval do Congresso
O ministro da Economia ganhou poderes para obrigar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a acelerar a devolução de recursos e cobrir a falta de dinheiro para pagamento de seguro-desemprego e abono salarial. A nova regra está prevista na medida provisória que permite os saques do FGTS assinada nesta quarta-feira (24) pelo presidente Jair Bolsonaro.
O governo incluiu na MP artigos que tratam de mudanças na legislação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que é hoje a principal fonte de novos recursos para o BNDES.
Procurado, o Ministério da Economia não respondeu até a conclusão deste texto.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante anúncio das novas regras do FGTS - Pedro Ladeira/Folhapress
A Constituição de 1988 determina que pelo menos 40% dos recursos do FAT sejam destinados a programas de financiamento do banco estatal de desenvolvimento.
Os outros 60% devem ser usados no pagamento do seguro-desemprego e do abono.
Durante a tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência, a Câmara e o governo discutiram a possibilidade de redirecionar esses recursos constitucionais para o pagamento de aposentadorias e pensões.
A intenção era cortar parte do financiamento do BNDES. Pela PEC do governo aprovada na Câmara em primeiro turno, porém, o repasse ao banco é reduzido de 40% para 28%.
Desta vez, o governo não vai mexer na Constituição.
A MP prevê que "ato do ministro de Estado da Economia disciplinará os critérios e as condições para devolução ao FAT" dos recursos constitucionais ou de depósitos especiais repassados ao BNDES.
A lei limita a devolução de recursos a determinados percentuais e prazos, que podem se estender até por décadas.
Em outro artigo, a MP diz que caberá ao ministro da Economia —hoje Paulo Guedes— estabelecer "as condições de utilização e de recomposição da reserva mínima de liquidez do FAT" em caso de insuficiência de recursos.
Hoje, a falta de dinheiro para esses programas é coberta pelo Tesouro Nacional, que desconta os valores do patrimônio do Codefat (Conselho Deliberativo do FAT).
O texto da MP surpreendeu representantes de trabalhadores e empregadores que fazem parte do conselho e que haviam se reunido nesta semana para debater o orçamento do Fundo para 2020.
O rombo é estimado em R$ 13 bilhões. O BNDES tem hoje cerca de R$ 280 bilhões vindos do FAT.
"Aquilo que o governo não conseguiu fazer na reforma da Previdência está colocando isso na MP. Ele [Guedes] já pode automaticamente reter ou resgatar o dinheiro do BNDES", afirma Sérgio Luiz Leite, representantes da Força Sindical no Codefat.
"Mantém a constitucionalidade do repasse, mas cria um mecanismo de retenção ou resgate mais rápido", afirma.
"Para o FAT, é positivo, pois deixa de tirar do patrimônio. Mas haverá diminuição de recurso para financiamento ao desenvolvimento", diz.
Advogados consultados pela Folha dizem que a nova regra é polêmica e poderá causar questionamentos. Isso porque a MP diz que um ato do ministro da Economia irá dispor sobre algo que antes era regulado por lei.
"O ministro passa a ter a chave do cofre dos recursos do BNDES passíveis de devolução ao FAT", afirma Fabio Maluf Tognola, sócio do escritório Queiroz Maluf.
"Ficam na mão do ministro da Economia as condições e os critérios para a devolução desses recursos ao FAT, deixa de ser automático em caso de necessidade", diz.
Tarcísio de Freitas se reuniu com caminhoneiros autônomos na tarde desta quarta-feira
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, defendeu um acordo coletivo entre autônomos, embarcadores e transportadores para resolver o impasse da tabela do frete. Ele está reunido com a categoria desde as 15h nesta quarta-feira (24) em Brasília.
"Acordo gera engajamento, gera segurança jurídica. Segurança jurídica para o transporte é o que todo mundo está querendo. Uma coisa é impor a tabela goela abaixo, outra coisa é todo um setor dizer que assinou o acordo", disse o ministro na reunião com autônomos que acontece fechada à imprensa.
"Quero estar com tudo assinado até a semana que vem", afirmou.
Até as 18h30, o acordo ainda não tinha definição. A fala do ministro foi gravada em vídeo filmado por caminhoneiros e confirmado por lideranças presentes na audiência à Folha.
O ministério ainda não se pronunciou.
Durante a audiência, o líder caminhoneiro Wanderlei Alves, Dedeco, apresentou uma versão para a tabela da ANTT e da Esalq, divulgada na quinta-feira (18) e revogada na segunda-feira (22), depois de ameaça de paralisação na categoria.
Elaborada por um grupo de motoristas e entregue a Tarcísio, a proposta reajusta em 19,6% os custos da tabela.
"Esses 19% faltaram na composição do estudo, no nosso custo operacional. Por isso ela veio tão baixa", afirma o motorista.
Cerca de 150 representantes de autônomos foram a Brasília para a audiência. O valor não é unanimidade entre motoristas.
Com a revogação da tabela da Esalq na segunda, voltou a valer a tabela criada durante o governo Temer, uma reivindicação dos caminhoneiros para cessar a paralisação de 2018, motivada pelo aumento do diesel.
Segundo ministro, objetivo é contemplar a remuneração adequada de cada categoria
O governo e os caminhoneiros acertaram, na noite desta quarta-feira (24), um cronograma que tem como objetivo fechar, até o final da próxima semana, acordos coletivos que contemplem a remuneração adequada de cada categoria, informou o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).
Entre as categorias de cargas, estão os transportes de granéis sólidos, líquidos, cargas armazenadas em frigoríficos ou contêineres, e transportes de cargas perigosas sólidas ou líquidas.
O ministro, que participou de reunião com cerca de 80 caminhoneiros na sede do Ministério, em Brasília, afirmou que os acordos serão construídos a partir da tabela de frete derivada de estudos da Esalq-Log, da Universidade de São Paulo.
O documento, que passou a valer no sábado (20), foi suspenso na segunda (22) pela ANTT (agência nacional de transportes terrestres) após críticas dos caminhoneiros, que ameaçavam uma paralisação.
"A tabela que foi gerada é uma tabela de custos operacionais, ou seja, é o mínimo, é só o custo mesmo. Então não têm as parcelas adicionais que compõem o frete", afirmou. Segundo o ministro, a tabela foi suspensa porque houve um problema de interpretação. "Ao longo dessas negociações surgiu a possibilidade, que está prevista na lei, de fazer esses acordos coletivos."
Grupo de caminhoneiros em protesto realizado em março em Curitiba - Felipe Rosa-30.mar.2019/Tribuna do Paraná
Cada um dos 11 segmentos de transporte terá um acordo. "Tem um problema resolvido num determinado segmento, mas não tem no outro, então a gente vai começar a trabalhar isso agora de forma pontual", afirmou o ministro. Os custos mínimos serão revistos a cada seis meses e a ideia é que os acordos sejam rediscutidos a cada ano
Nas próximas segunda, terça e quarta, integrantes do ministério se reunirão com 30 representantes da categoria para negociar a minuta de acordo entre embarcadores, transportares e autônomos. O acordo deve prever um percentual para cada tipo de carga em cima dos valores previstos na tabela da Esalq.
“Houve um grande entendimento, uma convenção coletiva, para montar (...) esse entendimento que será construído a partir de segunda-feira, terça e quarta-feira, com todos os atores tentando pacificar o setor”, afirmou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do sindicato dos caminhoneiros autônomos de Ijuí (RS), ao deixar o encontro.
O acordo coletivo, diz, será baseado “nos estudos técnicos da Esalq e na possibilidade de intermediação e de chegar num ponto de equilíbrio entre o que é justo para nós e o que é justo para quem paga, para todo o setor, enfim, é que nós vamos produzir.”
"Acordo, alguém perde. Que perca cada um um pouquinho, mas ganhemos todos na pacificação disso, na construção de números justos e que dê dignidade de trabalho.”
Mais cedo nesta quarta, o ministro havia se encontrado com representantes de transportadoras para debater a tabela.
Apesar da crítica dos caminhoneiros, a Esalq defende que os cálculos foram feitos a partir de uma série de reuniões na sede do Grupo (em Piracicaba, SP) e em outras instituições (ligadas ao setor de transportes de carga) para ouvir embarcadores, transportadores, motoristas autônomos, operadores logísticos, agentes de carga e demais envolvidos.
A Esalq afirma ainda que o método de cálculo utilizado envolve a agregação de custos fixos, como depreciação do veículo, mão de obra dos motoristas (salário com encargos) e seguro contra acidente, e variáveis (combustível; pneus e recauchutagem; manutenção; lubrificantes para motor; lavagens e graxas).
A tabela de fretes foi criada pelo então presidente Michel Temer (MDB) em resposta a paralisação de caminhoneiros de maio de 2018. Estudo da equipe econômica divulgado em junho do ano passado projetou que as duas semanas de crise tiveram impacto de 0,23% no PIB (Produto Interno Bruto) de 2018.
Sancionada pelo Congresso, a constitucionalidade da tabela é questionada por entidades como CNI (Confederação Nacional da Indústria) e CNA (Confederação Nacional da Agricultura) em Ação direta de Inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal Federal). Sobre relatoria do ministro Luiz Fux, tem julgamento esperado para 4 de setembro.
Medida pode flexibilizar o acesso da população de baixa renda ao produto
O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Décio Oddone, afirmou que o governo está avaliando a venda de gás de cozinha (GLP) fracionado.
A medida, que ainda está sendo estudada, pode flexibilizar o acesso da população de baixa renda ao produto, sem a necessidade da compra de um botijão inteiro.
Como uma espécie de refil, o consumidor completa o botijão, pagando apenas aquilo que os seus recursos permitem.
O sistema, segundo Oddone, é semelhante ao de abastecimento de carros, onde o motorista não precisa encher o tanque toda vez que abastece.
“Se quiser, o consumidor leva o botijão até um posto e abastece com o valor que quiser, seja para completar o botijão, seja para por apenas 10 ou 20 reais.”
A decisão deve ser tomada na próxima reunião da ANP, no final de agosto. Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a partir da resolução o governo verá como será operacionalizada a medida.
Albuquerque lembrou que foi assinado decreto que cria o Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural (CMGN), durante o lançamento do programa Novo Mercado do Gás, que acompanhará o termo de cessação de condutas firmado entre o Cade e a Petrobras, a agenda regulatória da ANP para os próximos anos, os instrumentos econômicos e tributários e a evolução regulatória dos Estados.
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) disse ver com "satisfação" medidas para quebrar o monopólio existente em grande parte da cadeia de gás natural.
Orlando Morando, de São Bernardo do Campo, saiu animado de papo com ministro
Após participar de reunião com Paulo Guedes e prefeitos paulistas nesta quarta (24), Orlando Morando, prefeito de São Bernardo do Campo, saiu animado, contando que teve um papo paralelo com ministro sobre eventual participação do BNDES nas negociações para a venda da fábrica do Ford, que se arrastam há meses.
“Fiquei feliz porque ele [Guedes] foi taxativo e afirmativo, que o BNDES tem disposição, sim, em apoiar o player [competidor] que venha a se interessar pela Ford”, disse Morando à coluna.
Procurada, a assessoria de imprensa do ministro afirmou que ele não garantiu e nem pode garantir, já que o banco faz uma análise técnica. Disse que a operação tem de seguir os trâmites normais do BNDES.
Nos jogos olímpicos do Japão a empresa vai introduzir veículos autônomos, elétricos e célula de combustível para transporte de atletas, organizadores e turistas
Patrocinadora oficial das Olimpíadas de Tóquio 2020, a Toyota usará o evento como plataforma do conceito Mobility for All (Mobilidade para Todos), que envolve demonstrações e o lançamento de várias tecnologias de mobilidade durante os jogos (assista vídeo mais abaixo), como meio de solidificar a estratégia de se transformar em um fornecedor de variadas formas de mobilidade, para além de um fabricante de veículos.
A empresa quer promover nos jogos olímpicos o que chama de “construção da sociedade do hidrogênio para os próximos 100 ou 200 anos”, com o uso do gás para gerar energia elétrica que alimenta veículos elétricos que serão demonstrados e vão prestar serviços durante o evento, incluindo o carro Mirai, um modelo de ônibus urbano e até empilhadeiras, que emitem apenas vapor d’água na atmosfera. Também foram projetados modelos especiais elétricos a bateria para transporte dentro da vila olímpica. Dessa forma, a Toyota espera ser protagonista da meta de tornar a próxima olimpíada a que menos emitiu CO2 na história.
A Toyota também vai mostrar seu desenvolvimento no campo de sistemas de direção autônoma e inteligência artificial aplicada aos seus automóveis, colocando para rodar em áreas específicas da capital japonesa modelos equipados com as tecnologias.
ELETRICIDADE E AUTONOMIA PARA A VILA OLÍMPICA Para o transporte de atletas e organizadores na vila olímpica, a Toyota usará dois veículos especiais elétricos a bateria. O e-Palette é uma espécie de van 100% autônoma que vai circular em trajetos curtos e pré-definidos, levando pessoas entre os pontos de interesse do evento.
Já o APM (Accessible People Mover) é um elétrico projetado especialmente para os jogos olímpicos, também para trajetos curtos, rodando a até 19 km/h e com autonomia para 100 km antes de precisar recarregar as baterias. Cerca de 200 APMs vão circular em diversos pontos do evento para transportar atletas, funcionários, visitantes com alguma deficiência de locomoção, famílias com crianças e pessoas que precisem de socorro médico. Cada APM tem capacidade para levar o motorista e cinco passageiros ou um cadeirante mais dois passageiros. Na configuração de socorro, vão a bordo motorista, dois socorristas e uma pessoa deitada na maca.
Para áreas de circulação de pedestres de Tóquio, como calçadões, a Toyota espera multiplicar o uso de seus BEVs, triciclos elétricos que circulam a baixa velocidade, podem ser dirigidos em pé ou sentado e oferecem maior estabilidade e segurança do que os patinetes de duas rodas.
Outro cartão de visitas da Toyota aos muitos visitantes que deverão visitar Tóquio durante as Olimpíadas serão os híbridos JPN Taxi. Lançada em 2017, a espaçosa minivan foi especialmente projetada para uso como táxi, com apelo de conforto e baixa emissão para circulação nas cidades. O modelo alia motor a gás liquefeito de petróleo (GLP) com outro elétrico.
CONCEITOS DE AUTONOMIA A Toyota vai colocar em testes reais de circulação durante a olimpíada o Concept-i, carro-conceito apresentado pela primeira vez no Salão de Tóquio de 2017. É um elétrico dotado de inteligência artificial, que “entende as pessoas” ao reconhecer suas emoções, para estimar preferências e garantir segurança – o veículo entra automaticamente em modo autônomo se verificar que o motorista está em situação de stress sem condições de dirigir.
Em algumas áreas, a Toyota vai colocar para circular carros de uso oficial dos jogos olímpicos equipados com o sistema Highway Teammate, com nível 2 de autonomia, que guia sem interferência do motorista em pistas expressas e estradas que circulam a capital japonesa.
ERA DO HIDROGÊNIO
A Toyota aposta que a mobilidade elétrica do futuro será alimentada por células de combustível, uma espécie de gerador eletroquímico que transforma hidrogênio e ar em eletricidade e nesse processo emite apenas vapor d’água, com abastecimento e autonomia comparáveis a um veículo com motor a combustão.
Carros elétricos com gerador eletroquímico a hidrogênio vêm sendo desenvolvidos há mais de 20 anos por diversos fabricantes, mas até agora nenhum encontrou viabilidade econômica para usar a tecnologia em grande escala. A Toyota é a primeira na construção do que chama de “sociedade do hidrogênio”.
A fabricante vai fornecer para uso oficial nos jogos de 2020 algumas dezenas de Mirai, sedã que em 2015 tornou-se o primeiro carro elétrico a hidrogênio produzido em escala comercial, hoje vendido no Japão, Europa e Estados Unidos a base de incentivos de governos e montadora que chegam a US$ 15 mil.
Também estarão em circulação nas ruas da capital japonesa durante as olimpíadas os ônibus urbanos Sora, elétricos movidos por células de hidrogênio também produzidos pela Toyota. A fabricante espera que este seja mais um legado seu para o transporte da cidade na construção da era do hidrogênio.
Adicionalmente, a divisão de equipamentos industriais da Toyota vai fornecer empilhadeiras elétricas a hidrogênio, que vão trabalhar nos armazéns do evento olímpico.
MUITOS ROBÔS
A Toyota também quer mostrar sua experiência científica e ficar conhecida como fornecedora de robôs, usando o conhecimento que já tem há anos no desenvolvimento de robôs industriais. A empresa participa do Tokyo 2020 Robot Project, criado pelo comitê organizador dos jogos para automatizar diversas operações durante o evento.
Ficou a cargo da Toyota o desenvolvimento de quatro robôs de apoio à mobilidade. Dois deles, o HSR e o DSR vão trabalhar em conjunto nas áreas de estádios destinadas a cadeirantes e pessoas com deficiência de locomoção. O HSR conduz os incapacitados até seus assentos e pode trazer bebidas ou alimentos pedidos por meio de um tablet. Já o DSR traz esses pedidos até o HSR. Estima-se que os dois vão atender a mais de mil espectadores cadeirantes dos jogos.
O T-TR1 é um robô de comunicação por telepresença desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa dos Estados Unidos. Ele tem o tamanho aproximado de um adulto e pode ser utilizado em teleconferências, transmitindo em uma tela sobre rodas imagem, som e movimentos de pessoas distantes da sala de reunião. Uma câmera instalada no alto do equipamento transmite de volta ao usuário áudio e vídeo. A ideia é colocar alguns T-TR1 a disposição de pessoas que não poderão ir aos jogos de Tóquio, que poderão assistir algumas competições por telepresença, como uma espécie de “avatar”.
Já o FSR é um carrinho autoguiado que será usado em competições de arremesso do atletismo. Ele pode tanto seguir pessoas da organização para recolher objetos, como também pode ser enviado com esses objetos a locais pré-deterninados.
A Toyota também está envolvida no desenvolvimento do robô-mascote dos jogos olímpicos e paraolímpicos, o Miraitowa e o Someity. O mascote robotizado vai recepcionar pessoas em alguns locais do evento e poderá até reconhecer as mais próximas. Também poderá comunicar seus movimentos de pés e mãos a outro robô, o humanoide T-HR3, que dessa forma representará convidados distantes na interação física com atletas.
Assista abaixo o vídeo que resume as soluções de mobilidade, eletrificação e automação desenvolvidas pela Toyota que estarão nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020
Emplacamentos superam 1,35 milhão de unidades; maior alta é registrada na Alemanha
As vendas de veículos pesados na União Europeia cresceram 5,8% no primeiro semestre ao superar as 1,35 milhão de unidades, entre caminhões e ônibus, de acordo com dados divulgados na quarta-feira, 24, pela Acea, associação das fabricantes no continente europeu.
A Alemanha liderou o crescimento na região com um aumento de 13,9%, seguida pelo Reino Unido (+10,2%), França (+6,9%), Itália (+4,8%) e Espanha (+2,6%).
Entre os segmentos, os modelos leves (de até 3,5 toneladas de PBT) lideram as vendas em termos de volume, com 1,1 milhão de unidades licenciadas na primeira metade do ano, aumento de 3,8% na comparação anual. A Acea considera vans e micro-ônibus neste total.
Nos médios (acima de 3,5 ton e abaixo de 16 ton), os emplacamentos subiram 16,5% ao registrar pouco mais de 228,3 mil unidades, enquanto os pesados (acima de 16 ton) aumentaram seus volumes em 15,6%, para 185,5 mil caminhões. Ônibus médios e pesados somaram 22,1 mil, alta de 9,2%.
Por equilíbrio financeiro, empresa intensificará cortes e revisará portfólio
A Daimler registrou lucro 78% menor no primeiro semestre de 2019 quando comparado com mesmo período do ano passado. Segundo balanço financeiro divulgado na quarta-feira, 24, o resultado passou de € 4,17 bilhões em 2018 para € 907 milhões este ano, afetado por altos custos excepcionais, incluindo € 1,56 bilhão só no segundo trimestre para custear gastos relacionados aos recalls de airbags defeituosos fornecidos pela Takata e com as fiscalizações que a empresa vem enfrentando sobre as emissões excessivas de modelos Mercedes-Benz movidos a diesel.
Com isso, a companhia informou que uma das suas prioridades para o segundo semestre será intensificar os cortes e fazer uma revisão geral da programação de seus produtos.
“Estamos intensificando os programas de desempenho em todo o grupo e revisando o portfólio de produtos para garantir o sucesso futuro”, disse o CEO, Ola Kallenius.
No início deste mês, a empresa dona da Mercedes-Benz aumentou as provisões para € 4,2 bilhões a fim de cobrir tanto os recalls quanto à multas regulatórias de emissões a diesel, cujas investigações estão em andamento na Alemanha e nos Estados Unidos.
Soma-se a isso o momento global do setor, com a desaceleração do crescimento das vendas de veículos nos Estados Unidos e na China, o fraco desempenho do mercado na Europa, além dos pesados investimentos que indústria vem fazendo em veículos elétricos e autônomos, algumas para lidar diretamente com as fortes exigências de reduzir as emissões.
A pressão aumenta na análise dos números financeiros: embora o faturamento do grupo tenha registrado aumento de 2% na primeira metade do ano, para € 82,3 bilhões, as vendas globais diminuíram 3%, com a entrega de pouco mais de 1,59 milhões de unidades, entre leves e pesados. A divisão de pesados foi quem salvou o volume total, com alta em todos os segmentos: caminhões (+2%), ônibus (+5%) e vans (+2%). A divisão de automóveis da Mercedes-Benz reportou queda de 5% das vendas em todo o mundo.
O Ebit caiu na mesma proporção do lucro líquido, na ordem de 79%, passando de € 5,97 bilhões em 2018 para € 1,24 bilhão neste ano, sempre considerando o primeiro semestre. O lucro por ação caiu de € 3,74 para € 0,72 na mesma base de comparação.
A liquidez do Grupo Daimler recuou 54% no primeiro semestre e fechou em € 6,61 bilhões. O fluxo de caixa fechou no negativo de € 3,34 bilhões. Há um ano o caixa fechou no azul com € 1,80 bi.
Em suas perspectivas, a companhia já havia adiantado no início deste mês que seu Ebit seria significativamente menor em 2019 sobre o exercício anterior sem mencionar índices ou valores e que a receita seria ligeiramente superior graças a uma estimativa melhor de vendas para o segundo semestre, puxadas principalmente pelas maiores vendas de caminhões e ônibus.
A produção brasileira de aço atingiu 17,2 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2019, o que representa uma queda de 1,40% en relação ao mesmo período de 2018, informou nesta quinta-feira, 25, o Instituto Aço Brasil (IABR). Já as vendas internas chegaram a 9,2 milhões de toneladas no período, um crescimento de 1,3% em relação ao registrado no ano anterior.
O consumo aparente atingiu 10,4 milhões de toneladas, alta de 0,2%. Já as exportações somaram 6,7 milhões de toneladas, queda de 2,4% e as importações ficaram praticamente estáveis, totalizando 1,3 milhões de toneladas, recuo de 0,6%.
De acordo com o IABR, a paralisia da economia afetou o desempenho da indústria brasileira do aço no primeiro semestre do ano e fez a instituição revisar as expectativas para 2019.
Revisões
O Instituto Aço Brasil revisou suas expectativas para o ano de 2019. Ao final do ano, o IABR espera um aumento das vendas internas em 2,5%, para 19,4 milhões de toneladas. Já a produção de aço deve se manter estável, nas previsões da instituição, com leve alta de 0,4%, totalizando 35,6 milhões de toneladas.
De acordo com o instituto, a paralisia dos mercados e a retomada do crescimento da economia que não ocorreu afetaram o desempenho da indústria brasileira do aço no primeiro semestre do ano. Para o próximo semestre, é esperada uma recuperação.
Para as exportações, a expectativa é que as vendas devam cair 7,3% este ano na comparação com 2018, “face às condições adversas do mercado internacional e à perda de competitividade das empresas devido, principalmente, à cumulatividade dos impostos na exportação”, afirma a IABR em nota. Já o consumo aparente de aço deve subir 2,1% este ano.
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