| 29 de ABRIL de 2019
Segunda-feira
- Paraná abre 12.761 novas empresas em três meses
- Saída de fábricas do Brasil preocupa setor farmacêutico
- Confiança da indústria sobe 0,7 ponto em abril, para 97,9 pontos, revela FGV
- Crédito para empresas tem alta de 10,4%, diz BC
- Mercado melhora cenário para indústria em 2019 e Top-5 vê juros mais baixos em 2020
- Contra reforma, dez centrais se juntam no Dia do Trabalho
- Bolsonaro assinará nesta semana MP para desburocratizar abertura de negócio, diz Onyx
- Artigo: Tragédias
- Bolsonaro desautoriza secretário e diz que não vai criar novo imposto
- Dólar tem leve variação ante real de olho em Previdência em semana com Fed e feriado
- Mercado mantém nível de otimismo com Ibovespa
- Artigo: Vários anos sem alta real do mínimo
- IPCA permanece em 4,01% neste ano e em 4,00% em 2020, aponta Focus
- IGP-M sobe 0,92% em abril, após 1,26% em março, afirma FGV
- Quer poupar e não consegue? Veja dicas de especialista
- Multa para quem não enviar declaração do Imposto de Renda começa em R$ 165,74
- Peugeot promete devolver dinheiro de cliente insatisfeito com oficina
- Fiat Chrysler lidera movimento de venda direta pela fábrica
- Como manter a sua empresa relevante no setor automotivo?
- Denunciado por formação de quadrilha, presidente da Kia Motors diz ter sido vítima de fraude
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Câmbio
Em 29/04/2019
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Euro
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Fonte: BACEN
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| | | | | Desempenho do primeiro trimestre de 2019 representa aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. Só em março foram 4.851 novas empresas.
O Paraná contabilizou a abertura de 12.761 empresas nos três primeiros meses do ano, um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram formalizados 10.710 novos negócios no Estado. As estatísticas da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) indicam, ainda, uma evolução considerável em março, com 4.851 novas empresas, contra 4.426 em 2018, acréscimo de 9,6%.
Segundo a Jucepar, os dados confirmam a trajetória de expansão, já que em janeiro foram abertas 3.303 mil empresas e em fevereiro outras 4.607 (crescimentos de 14,6% e 35,3%, respectivamente, em relação aos mesmos meses do ano passado).
Na avaliação do presidente do órgão, Marcos Sebastião Rigoni de Mello, o desempenho positivo reflete a confiança do empresariado na retomada da economia paranaense em ritmo mais forte que o nacional. “Os empreendedores paranaenses estão otimistas em relação ao Governo do Estado. Os números vêm aumentando mês a mês, são um destaque nacional, mas um crescimento mais expressivo ainda depende do Governo Federal, da reforma da Previdência e da confiança dos investidores no Brasil”, afirma Mello.
NATUREZA - O levantamento da Jucepar abrange empresas de todas as naturezas jurídicas, com exceção dos microempreendedores individuais (MEIs), cujo processo de formalização é iniciado pelo Portal do Empreendedor. Nos três primeiros meses desse ano, aumentaram os registros de sociedade empresária (de 4.653 para 5.408), empresário (de 3.896 para 4.557), Eireli - Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (de 2.004 para 2.569), sociedade anônima (de 95 para 149) e sociedade cooperativa (de 50 para 67).
NACIONAL - De acordo o Sebrae, a expectativa para 2019 é de que sejam criadas 1,5 milhão de novas empresas no Brasil, considerando microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas. Cerca de 98,5% das empresas brasileiras estão nesses segmentos.
BOX
Junta zerou fila de espera para abertura
O presidente da Jucepar, Marcos Sebastião Rigoni de Mello, também destaca que o órgão zerou a fila de espera de abertura de empresas no Paraná. Havia quatro mil na lista no começo do ano. Com o estoque acumulado zerado, a Junta passou a trabalhar com o movimento diário de processos recebidos e com a informatização dos mesmos.
“Estamos trabalhando diariamente na desburocratização do órgão. Conseguimos imprimir agilidade, mudar processos, implantar alguns módulos no sistema atual. Nossa meta é que até o fim do ano tenhamos tudo 100% digital”, afirmou o presidente.
Atualmente, menos de 1% dos processos recebidos pela Jucepar são feitos com certificado digital. Mesmo com a possibilidade de dar entrada através do portal Empresa Fácil Paraná, o contador ou empresário que não tem assinatura digital ainda precisa se deslocar até o escritório da Junta para protocolar o documento físico, que é digitalizado pelo órgão.
A implantação do registro digital na Jucepar ocorrerá em três datas: 17 de junho para empresário individual, 15 de julho para empresa individual de responsabilidade limitada e 12 de agosto para sociedade limitada.
| Agência de Notícias do Paraná | | | | Alta carga tributária e baixa competitividade fazem multinacionais transferirem produção
Em um período de três meses, duas multinacionais farmacêuticas, a americana Eli Lilly e a suíça Roche, anunciaram o fechamento de suas fábricas no Brasil, como parte da reorganização global de suas operações industriais e de portfólio. O encerramento das operações deve levar de dois a cinco anos.
A prioridade de ambas é migrar de produtos mais simples, baratos e de grande volume (genéricos) para os inovadores, mais caros, e produzidos em menor escala (medicamentos biológicos e oncológicos).
A tendência atual é que as farmacêuticas também concentrem suas produções em países que ofereçam melhores condições de incentivos fiscais, infraestrutura e mão de obra qualificada, como vem acontecendo em Espanha, Portugal e Costa Rica.
Essa mudança tem preocupado o setor no Brasil, que gera cerca de 90 mil empregos diretos, 500 mil indiretos e movimenta mais de R$ 62,3 bilhões em vendas por ano.
Para especialistas no segmento, ela sinaliza que o país está perdendo competitividade, especialmente na área de biotecnologia.
"Temos percebido isso com a alta tecnologia. Mostra que as condições estruturais do nosso país infelizmente não estão adequadas para uma indústria de ponta", afirma o economista Otto Nogami, do Insper (Instituto de Pesquisas Econômicas).
Segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma (sindicato da indústria de produtos farmacêuticos), com a saída das multinacionais, o país perde em tecnologia.
"Estamos nos tornando cada vez mais dependentes da produção de fora", afirma.
Nogami também vê com preocupação esse movimento.
"Num cenário futuro, teremos por aqui apenas as produtoras de genéricos. As produtoras de alta complexidade tendem a se instalar em outras economias onde elas vão ter, além da ajuda do governo, mão de obra mais adequada e uma condição tributária mais favorável."
Em países como a Espanha e a Costa Rica, há incentivos como redução de alíquotas e isenção temporária do recolhimento de impostos.
"No Brasil, com esse colapso das contas públicas, o governo não consegue subsidiar a indústria, reduzir alíquotas, oferecer linhas de financiamento", diz Nogami.
Além da redução de custos, alguns mercados internacionais também podem se tornar mais atrativos pela questão regulatória, de acordo com Guilherme Barsaglini, diretor de desenvolvimento de negócios do laboratório Natulab.
"Quando você lança um produto na Espanha, tem uma plataforma regulatória e produtiva para atender todo o mercado europeu, que é bem maior do que o brasileiro. Essa é umas das grandes vantagens competitivas", afirma ele.
Há também a questão da burocracia brasileira que envolve a liberação de ensaios clínicos necessários para o desenvolvimento de um novo medicamento no país.
"O nível de obrigação que a empresa que decide fazer testes clínicos com pacientes brasileiros tem que cumprir extrapola em muito a maioria dos outros países."
A taxa tributária de 33% sobre preço dos remédios, uma das maiores do mundo, a grande concorrência entre as fabricantes nacionais de genéricos e o controle de preços sobre remédios estão entre os fatores que também afastariam as farmacêuticas do país, segundo Nelson Mussolini.
"Os produtos novos também não se beneficiam da redução do PIS e do Cofins [tributos previstos pela Constituição]. Isso tudo vira uma terra de maluco. Ninguém vai olhar o país como altamente atrativo para esse tipo de capital", afirma Mussolini.
Além da mudança de portfólio, a perda de competitividade na venda em medicamentos básicos é um outro fator que tem motivado as multinacionais a deixar o país, diz Barsaglini, do Natulab.
"A estrutura alta de custos e o nível de regras maior que precisam seguir no país por serem multinacionais, fazem com que elas percam cada vez mais espaço para as empresas nacionais. Com isso, suas fábricas, que precisam de volume para se sustentarem, não fazem mais sentido."
Por essa razão, explica, a opção delas tem sido fugir desse mercado de medicamentos básicos e investir em produtos mais complexos.
"Ele troca R$ 10 milhões baseados em 5 milhões de vendas de R$ 2 por R$ 10 milhões baseados em mil unidades vendidas por R$ 100 mil."
Para o consumidor, segundo ele, não há problema porque a grande competitividade faz com que o preço desses produtos básicos caiam.
Para o país, no entanto, existe perda porque as empresas estão transferindo a fabricação de produtos de maior tecnologia para outros lugares do planeta.
"A presença de fábricas de grandes multinacionais no Brasil é um aporte de tecnologia, significa o país produzindo produtos com maior valor agregado."
Para Mussolini, há risco de o país enfrentar o mesmo problema de anos atrás, quando 95% dos insumos farmacêuticos antigos passaram a ser fabricados em países como a Índia e a China.
"Agronegócio é importante, é um dos pilares da nossa economia. Mas um país que não consegue ter indústria forte, não consegue ser país desenvolvido."
Embora a dependência do Brasil em relação aos princípios ativos importados seja grande, o que mais pesa na balança comercial é o medicamento pronto.
A compra externa de remédios chegou próximo dos US$ 7 bilhões (o equivalente a R$ 27,5 bilhões) no ano passado, alta de 9,7%, impulsionada pelos biológicos e outras drogas de alta complexidade, segundo dados do setor farmacêutico.
A balança comercial do segmento foi deficitária em cerca de US$ 6 bilhões (R$ 23,57 bilhões) em 2018.
| Folha de S. Paulo | | | | A confiança dos empresários da indústria avançou 0,7 ponto porcentual em abril em relação a março, para 97,9 pontos. Os dados, da Sondagem da Indústria, foram divulgados nesta segunda-feira, 29, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
“A discreta alta da confiança industrial em abril, após recuo no mês anterior, resulta da combinação de melhores avaliações em relação ao nível de demanda interna, ainda que o ritmo de atividade do setor continue lento, e de certo ceticismo quanto à possibilidade de uma aceleração expressiva nos próximos meses. O setor parece em compasso de espera face aos níveis ainda elevados de incerteza econômica”, disse, em nota, o superintendente de Estatísticas Públicas da FGV Ibre, Aloisio Campelo Jr.
A confiança subiu em nove dos 19 segmentos pesquisados. O Índice de Situação Atual avançou 1,4 ponto, para 98,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas permaneceu estável em 97,4 pontos.
Capacidade
Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria recuou 0,2 ponto porcentual entre os meses de março e abril, para 74,5%.
| Tribuna PR | | | | As concessões de crédito pelos bancos às empresas subiram 10,4% em março e somaram R$ 135 bilhões, conforme dados divulgados nesta sexta-feira, 26, pelo Banco Central. O movimento é justificado pela procura por crédito pelas empresas no Brasil após o carnaval para alavancar suas atividades, fenômeno comum nos meses de março. Mas o quadro é positivo também quando se observa períodos mais longos: nos 12 meses encerrados em março, a concessão de crédito às empresas subiu 14,3%, na esteira da recuperação gradual da economia brasileira.
Os números referem-se ao chamado crédito livre, que inclui operações que não utilizam recursos provenientes da caderneta de poupança e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As famílias também buscaram mais os bancos para fechar financiamentos, mas de forma bem mais tímida. No mês passado, a alta nas concessões de crédito livre para as famílias foi de apenas 0,7%. Considerando o crédito para empresas e famílias em conjunto, as concessões avançaram 4,8% em março e atingiram R$ 297,9 bilhões – alta de 12,3% em 12 meses.
Os bons resultados de março ocorreram apesar de o mês ter apresentado um dia útil a menos que fevereiro, em função do carnaval. De acordo com o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, é natural que, após o carnaval, as empresas busquem mais crédito.
Os números do BC indicam, no entanto, que o saldo de crédito – o valor total de todas as operações em andamento – está em trajetória de alta, tanto para empresas quanto para famílias.
Em março, o saldo total do crédito livre subiu 1,4% em relação a fevereiro, para R$ 1,78 trilhão. Nos 12 meses que se encerraram em março, houve elevação de 11,5%. No caso das empresas, houve alta de 10,3% do saldo acumulado em 12 meses e, entre as famílias, de 12,6%.
“Há uma tendência de recuperação gradual do crédito desde o segundo semestre de 2017”, pontuou Baldini. “E o crescimento do crédito continua impulsionado pelo crédito livre”.
BNDES
Os dados do BC mostram que o saldo de crédito direcionado – aquele que utiliza recursos da poupança e do BNDES – ficou estável em março ante fevereiro e apresentou retração de 0,5% nos 12 meses até março. “O saldo de crédito direcionado segue decrescendo em 12 meses, mas o recuo tem sido menor”, disse Baldini.
Especificamente, o crédito do BNDES continua apresentando resultados negativos. Em março, o saldo das operações do banco de fomento com empresas recuou 0,3% e, nos 12 meses encerrados em março, cedeu 7,5%. Estes resultados refletem as mudanças na atuação do banco estatal.
Após forte expansão no governo de Dilma Rousseff, quando tinha amplo financiamento da União, o BNDES vem passando por processo de encolhimento. Desde a administração de Michel Temer, um dos objetivos do governo federal é reduzir a participação do crédito direcionado na economia.
Taxas de juros
Apesar do avanço nas concessões e no saldo, o crédito também ficou mais caro em março. Os dados do BC mostraram que a taxa média de juros no crédito livre subiu de 38,6% ao ano em fevereiro para 39,0% ao ano no mês passado. Nas operações para as famílias, o juro médio chegou a 53,7% ao ano.
Os campeões de juros são o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial. A taxa média do rotativo regular do cartão – aquele em que o cliente pagou pelo menos o valor mínimo da fatura – chegou a 281,4% ao ano em março, nas operações com pessoas físicas. No cheque especial, o juro médio ficou em 322,7% ao ano. Na prática, isso significa que, após um mês, uma dívida de R$ 5.000 no cartão chega aos R$ 5.590. No cheque especial, atinge R$ 5.640.
| Folha de S. Paulo (publicado em 27-04-2019) | | | | O cenário para a indústria brasileira neste ano melhorou segundo a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central divulgada nesta segunda-feira, enquanto o grupo dos economistas que mais acertam as previsões reduziu a perspectiva para os juros básicos no próximo ano.
O levantamento semanal apontou que a expectativa para o crescimento da produção industrial este ano subiu a 2 por cento, de 1,70 por cento na semana anterior. Ainda assim, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi ajustada a 1,70 por cento, 0,01 ponto percentual a menos.
Para 2020, permanece a conta de um aumento da produção industrial de 3 por cento, com o PIB crescendo 2,50 por cento.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros Selic deverá terminar este ano no atual piso histórico de 6,5 por cento, indo a 7,50 por cento em 2020.
Entretanto, o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, passou a ver a Selic a 7,25 por cento em 2020, de 7,50 por cento antes.
Para a alta do IPCA, o mercado não alterou a expectativa de 4,01 por cento em 2019 e de 4,00 por cento no próximo ano. O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25 por cento e, de 2020, de 4 por cento, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Veja abaixo as principais projeções do mercado para a economia brasileira, de acordo com a pesquisa semanal do BC com cerca de 100 instituições financeiras:
Expectativas de mercado 2019 2019 2020 2020
semana semana
IPCA (%) 4,01 4,01 4,00 4,00
PIB (%) 1,71 1,70 2,50 2,50
Dólar (fim de período-R$) 3,75 3,75 3,80 3,79
Selic (fim de período-% a.a.) 6,50 6,50 7,50 7,50
Preços administrados (%) 5,17 5,20 4,35 4,25
Produção industrial (%) 1,70 2,00 3,00 3,00
Conta corrente (US$ bi) -26,00 -25,29 -36,35 -36,35
Balança comercial (US$ bi) 50,00 50,00 46,00 46,00
IDP (US$ bi) 81,89 82,00 83,38 84,68
Dívida líquida pública (%/PIB) 56,25 56,30 58,70 58,50
| Reuters | | | | Será a primeira vez que todas as entidades terão ato unificado em festividade
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) motivou uma união inédita. Pela primeira vez na história do sindicalismo nacional, todas as centrais estarão sobre o mesmo palanque na quarta-feira, 1º de maio.
As medidas nas áreas da Previdência Social e trabalho encampadas pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes provocaram também uma parceria singular.
Contra a aprovação da reforma da Previdência, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical se uniram na organização da festa do Dia do Trabalhador.
Com um orçamento de R$ 700 mil —fruto do rateio das dez centrais— os sindicalistas pretendem reunir 200 mil trabalhadores no Vale do Anhangabaú, na região central da cidade de São Paulo.
Centrais sindicais, movimentos sociais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo fazem ato na avenida Paulista contra reforma da Previdência de Bolsonaro
Além dos termos da reforma da Previdência, pesou também a asfixia financeira do movimento sindical.
Editada às vésperas do Carnaval, a Medida Provisória 873 suspende o desconto da contribuição sindical da folha de pagamento dos trabalhadores, exigindo que a cobrança dos trabalhadores que desejam contribuir com os sindicatos de suas categorias ocorra via boleto bancário.
Sob ameaça de perda de arrecadação, as centrais decidiram unir esforços.
Para garantir a participação de todas as centrais, os sindicalistas definiram uma pauta mínima para convocação do ato: em defesa dos direitos dos trabalhadores; contra o fim da aposentadoria; pela geração de novas vagas de empregos, além de e salários decentes.
Um dos coordenadores do ato unificado, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou que a falta de diálogo com Bolsonaro também impulsionou o movimento unificado dos sindicatos.
Segundo Juruna, nesses quatro primeiros meses de governo, Bolsonaro não recebeu um líder sindical além de Paulinho, que é deputado federal.
“A campanha de Bolsonaro foi contra o movimento sindical, contra o trabalhador”, afirma Juruna.
Dirigentes sindicais chegaram a propor que houvesse a inclusão do movimento “Lula Livre” na pauta do encontro. Mas, segundo organizadores, a Conlutas —ligada ao PSTU— não concordou com a ideia.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, isso não impedirá que seus filiados levem cartazes e usem camisetas em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba.
“Lula será lembrado. Até porque os trabalhadores precisam de Lula para barrar a reforma da Previdência”, afirma Freitas.
Copatrocinador do ato, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), garantiu o fornecimento de banheiros químicos e grades. Também deu suporte para a instalação do palco, além de incluir o Dia do Trabalhador no calendário oficial da cidade.
O símbolo da Prefeitura estará no cartaz que lista os apoiadores do evento. Convidado por Paulinho, avisou que irá ao Vale do Anhangabaú.
| Folha de S. Paulo (publicado em 27-04-2019) | | | | O presidente Jair Bolsonaro assinará nesta semana uma medida provisória para, entre outras coisas, desburocratizar a abertura de negócios pelos cidadãos brasileiros, disse no domingo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, após reunir-se com o presidente.
“Falamos sobre uma questão muito importante que é a medida provisória que vai tratar da liberdade econômica. Pela primeira vez na história republicana brasileira o cidadão diante do Estado vai ter a verdade com ele, então é uma mudança muito significativa, estava dentro do plano de governo e ele deve assiná-la na terça ou na quarta-feira”, afirmou Onyx, que se recusou a dar mais detalhes sobre a MP.
“É para facilitar a vida das pessoas, para abrir seu negócio, para trabalhar, produzir renda, gerar emprego, é nessa linha. Os detalhes vão vir na data”, acrescentou.
O chefe da Casa Civil também comentou a conversa que Bolsonaro teve no fim de semana com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). De acordo com o Onyx, o encontro serviu para restabelecer uma linha direta de comunicação entre os dois.
“A reunião foi muito boa. Os dois reabriram um canal de conversação direta entre o presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados”, afirmou o ministro.
Maia tem sido um dos principais defensores da reforma da Previdência e vinha cobrando uma maior participação do Palácio do Planalto nas articulações pela medida.
O encontro ocorreu no momento em que o mérito da reforma começa a ser analisado na Câmara e depois de declarações polêmicas de Maia sobre os filhos do presidente.
Após uma série de troca de farpas entre os dois há algumas semanas, Bolsonaro tem feitos acenos a Maia, e repetiu o gesto no sábado, mesmo após entrevista polêmica do deputado.
Onyx voltou a defender a alteração das regras de acesso à aposentadoria, apontando-a como uma necessidade do país, e disse que em breve o governo deve apresentar novas metas a serem atingidas, após completar 100 dias de governo, também sem dar detalhes sobre quais objetivos serão buscados.
| Reuters | | | | Somos um país de renda média e também um dos mais desiguais, atrasado portanto
Entrego aqui o primeiro artigo para o espaço mensal que esta Folha acaba de me conceder e pelo qual sou grato.
Temendo algum bloqueio, sentei para escrever na Sexta-Feira Santa. Naquele dia, no caderno Mercado, li uma matéria sobre a evolução da participação do nosso PIB no PIB mundial desde 1980: caiu de 4,4% para 2,5%. Se tivéssemos acompanhado a média do crescimento global, teríamos um PIB 76% maior.
Com frequência se diz que o Brasil é a oitava economia do mundo. Tudo bem, não é de se jogar fora. Mas o que importa mesmo é a renda per capita, e aí caímos para a 75ª posição. Somos um país de renda média e também um dos mais desiguais, atrasado portanto. Refiro-me a dados do FMI e do Banco Mundial.
Estamos como na estorinha irlandesa: um viajante perdido no campo verde para na estrada e pergunta a um velho pastor como se chega a Dublin. Ele responde: "Não sei, mas não começaria aqui...".
Como não temos essa opção, nos resta por ora evitar problemas maiores e avançar onde der. Mas as pessoas estão descrentes de tudo e todos, e sentem que se exige mais sacrifício dos que menos podem, não sem razão. Quero discutir neste espaço como criar genuínas oportunidades para os que menos podem e como exigir dos que mais podem uma contribuição relevante.
Um país atrasado em tese deveria ser capaz de acelerar seu crescimento investindo mais do que os avançados, especialmente em gente, e absorvendo melhores tecnologias e práticas. Não foi o que aconteceu aqui. Isso fica claro quando se compara a evolução da nossa renda per capita com a dos Estados Unidos. A comparação é deprimente: estamos em torno de 20% desde 1960.
Perdura uma certa nostalgia quanto ao período do pós-guerra, quando atingimos 29% da renda americana, mas se ignora que a estratégia adotada (economia fechada e estatizada) foi incapaz de nos levar até os padrões de vida dos avançados, por falhas fatais de desenho (fragilidade macroeconômica, descaso com educação e desigualdade). A economia acabou se espatifando na década perdida de 1981-1993, quando se devolveu boa parte dos ganhos auferidos desde 1960.
Verdade que desde então avançamos bastante com a estabilização e a mudança de foco do Estado a partir de 1995, mas aos poucos um bom caminho foi sendo abandonado. A partir de 2011, o intervencionismo e a radical perda de disciplina fiscal levaram a um novo colapso. Foi uma volta a erros do passado, amplamente apoiada pelo andar de cima. A queda na renda per capita repetiu os 10% da década perdida, desta vez em um terço do tempo. Voltamos aos 20% da renda americana de 1960.
Não fora suficiente a atual depressão econômica, metade das pessoas empregadas não tem carteira assinada e se aposenta mais tarde. A educação continua deficiente e metade das moradias não tem esgoto adequado. Não há solução para melhorar a vida de quem mora nas favelas e tampouco para a violência. E por aí vai.
E agora? Como construir um caminho para um desenvolvimento mais inclusivo, acelerado e sustentável? Estamos diante de múltiplas crises, que se reforçam, desafiam as instituições e ameaçam a qualidade da democracia. Difícil imaginar um caminho completo, coerente e viável a partir daqui.
No momento a prioridade é a reforma da Previdência, passo crucial para sanar a crise fiscal e redutora ela própria de desigualdade. Urge também uma reforma do Estado, que precisa fazer mais com menos. Em ambos os casos as resistências já estão se armando. Como parte da resposta, urge também a eliminação dos subsídios e vantagens tributárias aos de renda mais alta, que envenenam o tecido social. Só assim as pessoas apoiarão as transformações necessárias.
Arminio Fraga - Economista, é ex-presidente do Banco Central.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-04-2019) | | | | Em vídeo comentando entrevista de Secretário da Receita à Folha, presidente nega taxação a igrejas
O presidente Jair Bolsonaro divulgou, na manhã desta segunda-feira (29), um vídeo em que desautoriza seu secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, sobre a criação de um novo imposto que acabaria com a contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento.
Em entrevista à Folha, Cintra declarou que o novo tributo, que deve ser criado para simplificar o modelo de arrecadação no país, teria ampla abrangência, recaindo inclusive sobre igrejas. Essas instituições hoje são isentas.
Na mensagem, o presidente disse que foi surpreendido com a declaração de Cintra de que até fiéis pagariam impostos sobre o dízimo. Em uma mensagem de 41 segundos, Bolsonaro disse duas vezes que nenhum imposto será criado para as igrejas.
“Quero me dirigir a todos vocês, dizendo que essa declaração não procede. Quero dizer que em nosso governo nenhum novo imposto será criado, em especial contra as igrejas, que, além de terem um excelente trabalho social prestado a toda a comunidade, reclamam eles, em parte com razão ao meu entendimento, que há uma bitributação nessa área”, afirmou.
Ao final da mensagem, Bolsonaro fez questão de reforçar: "Então, bem claro: não haverá novo imposto para as igrejas. Bom dia a todos. E fiquem com Deus”.
De acordo com o secretário da Receita, o novo tributo incidiria sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, com alíquota de 0,9% e rateado entre as duas pontas da operação (quem paga e quem recebe).
"Isso vai ser polêmico", reconheceu. "A base da CP é universal, todo o mundo vai pagar esse imposto, igreja, a economia informal, até o contrabando", afirmou Cintra.
Na reforma tributária que está elaborando, o novo tributo substituiria a contribuição previdenciária sobre os salários, que drena R$ 350 bilhões por ano de empresas e trabalhadores.
"Vai ser pecado tributar salário no Brasil", disse.
Nesta proposta de emenda constitucional que põe fim à atual contribuição extinguiria até imunidades tributárias para instituições religiosas e filantrópicas.
Ao comentar as alterações, Cintra negou que a contribuição venha a ser uma CPMF disfarçada. "CPMF era sobre débito bancário. Esse é sobre pagamentos. É como se a CP fosse gênero [mais amplo] e a CPMF fosse espécie." Além disso, a CPMF era "transitória", e a CP seria permanente.
Com a proposta, o secretário disse acreditar que conseguiria convencer o setor de serviços a aceitar a criação do Imposto Único Federal, que deve unificar quatro tributos, com alíquota de cerca de 14%: PIS, Cofins, uma parte do IOF e o IPI.
Cintra afirmou ainda que pretende cumprir uma das promessas de campanha, a redução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.
Leia íntegra da mensagem:
Bom dia a todos!
Fui surpreendido nesta manhã com a declaração do nosso secretário da Receita de que seria criado um novo imposto para as igrejas.
Quero me dirigir a todos vocês, dizendo que essa informação não procede. Em nosso governo nenhum novo imposto será criado, em especial contra as igrejas, que além de terem um excelente trabalho social prestado a toda a comunidade reclamam eles, em parte com razão ao meu entendimento, que há uma bitributação nessa área.
Então, bem claro: não haverá novo imposto para as igrejas. Um bom dia a todos e fiquem com Deus.
| Folha de S. Paulo | | | | O dólar tinha leves variações ante o real nesta segunda-feira, monitorando desdobramentos ligados à reforma da Previdência no início de uma semana que terá decisão de política monetária do Federal Reserve e feriado na quarta-feira.
Na sexta-feira, a divisa norte-americana caiu 0,62 por cento, a 3,9317 reais na venda. Na semana passada, o dólar acumulou alta de 0,05 por cento.
O dólar futuro ganhava cerca de 0,1 por cento neste pregão.
Na quarta-feira, dia em que não haverá pregão local em razão do feriado do Dia do Trabalho, o Federal Reserve anunciará sua decisão de política monetária.
O chairman do Fed, Jerome Powell, falará à imprensa após o anúncio e a expectativa é que, em sua declaração, equilibre os fortes dados de crescimento doméstico contra preocupações persistentes sobre o cenário global.
As negociações comerciais entre Estados Unidos e China também estão no radar após o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, afirmar que espera que Washington e Pequim possam finalizar um acordo com mais duas rodadas de conversas.
Do lado doméstico, participantes do mercado monitoram desdobramentos ligados à reforma da Previdência, que se encontra agora na comissão especial, instalada na quinta-feira passada.
“O dia é construído de expectativas, conforme forem progredindo as expectativas para o lado bom, há uma acomodação do dólar. Mas não vejo muito alívio, o mercado ainda está respeitando bastante esse patamar de 3,90 reais. Só vai abrir mão disso quando houver mais progresso (na comissão especial)”, avaliou o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo.
Nesta segunda-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reúne com o presidente Jair Bolsonaro após ele participar da abertura de feira do setor agrícola em Ribeirão Preto, São Paulo.
No fim da tarde, Guedes se reúne com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para tratar de Previdência.
No fim de semana, Bolsonaro procurou evitar novas polêmicas um dia depois de seus filhos serem alvo de declarações polêmicas de Maia.
“Esperamos uma reação positiva à melhora no ambiente, que se continuar nessa tendência poderia levar a um processo de aprovação mais rápido da reforma. Entretanto, ressaltamos que a negociação adiante é complexa, e ainda esperamos volatilidade”, avaliou a equipe de economistas da XP Investimentos, em nota.
Investidores também repercutem o anúncio do Banco Central de que a partir desta segunda fará oferta diária de operações compromissadas de venda de títulos com livre movimentação, visando aperfeiçoar a administração da liquidez bancária e a oferta de lastro pela autoridade monetária.
Neste pregão, o BC realiza leilão de até 5,2 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para finalizar a rolagem do vencimento de maio, no total de 5,343 bilhões de dólares.
A autoridade monetária também informou que começará em 2 de maio a rolagem integral dos 201.785 contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de julho de 2019.
| Reuters | | | | O Termômetro Broadcast Bolsa, que tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do Ibovespa na semana seguinte, mostra poucas mudanças no quadro das expectativas para o índice, em comparação ao levantamento anterior.
Na pesquisa, cujo universo é de 33 participantes, a fatia dos que esperam alta manteve-se em 57,58%. A percepção de estabilidade passou de 21,21% para 27,27% e a de queda, recuou de 21,21% para 15,15%. O principal índice da B3 teve ganho semanal de 1,75%.
A próxima semana terá um dia útil a menos, com o feriado do Dia do Trabalho na quarta-feira, quando não haverá negócios no mercado brasileiro. A agenda será cheia de indicadores e eventos no Brasil e no exterior, sendo o ponto alto a reunião de política monetária nos Estados Unidos. No dia 1º, o Federal Reserve (banco central americano) se reúne para decidir sobre a taxa de juros e a expectativa consensual é de manutenção da taxa na faixa entre 2,25% e 2,50%. Na sequência da reunião, haverá discurso do presidente da instituição, Jerome Powell.
Outros destaques na semana são a divulgação, na segunda-feira, do índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida preferida de inflação do Fed, referente a março; e o relatório de emprego de abril, com o saldo de geração de vagas e ganho médio por hora do trabalhador, entre outras informações, na sexta.
Por aqui, o mercado financeiro terá atenção especial com o resultado da produção industrial de março, que servirá de termômetro sobre o pulso da atividade no primeiro trimestre.
Na temporada de balanços locais do primeiro trimestre, serão publicados os resultados de empresas com ações consideradas blue chips na B3, como Itaú Unibanco e Santander, e outras grandes companhias, como Natura, CCR e Klabin.
| Tribuna PR (publicado em 27-04-2019) | | | | É preciso arrumar a casa antes de retomar política de valorização do salário
Desde 1994 o salário mínimo subiu 167%, já descontada a inflação (bit.ly/2IV8B5j). Ou seja, 4,2% ao ano.
No mesmo período, a economia cresceu 57%, e a produtividade do trabalho, 25%, ou pouco menos de 1% ao ano.
Há limites à política de elevação do salário mínimo real. Sabe-se que aumentos do salário mínimo a partir de níveis relativamente baixos não apresentam efeitos deletérios sobre o funcionamento da economia.
Não pressionam a informalidade nem elevam a taxa de desemprego.
Esse parece ser o caso, por exemplo, da economia americana, em que o salário mínimo é de 34% do salário mediano. Salário mediano é o daquele trabalhador em comparação ao qual metade da força de trabalho ganha mais e a outra metade ganha menos.
Se considerarmos os países da OCDE em 2017, a média dos salários mínimos como proporção do salário mediano foi de 53%. No Brasil, o salário mínimo é de 75% do mediano.
Ou seja, o salário mínimo é baixo no Brasil pois a produtividade do trabalho é baixa. Dada a realidade brasileira, já foi feito um fortíssimo esforço de elevar o salário mínimo.
Não parece haver espaço para novos aumentos reais. De fato, trabalho de técnicos do Ipea indica que aumentos do salário mínimo têm tido efeitos expressivos no aumento da informalidade (bit.ly/2ZExnfS).
No entanto, os impactos da política de valorização do salário mínimo sobre o funcionamento do mercado de trabalho constituem o menor dos problemas dessa política.
A grande dificuldade é que os benefícios de praticamente todos os programas sociais de nosso Estado de bem-estar social são vinculados ao salário mínimo.
O aumento real do salário mínimo tem impacto direto sobre o gasto público. Em tempos de restrição fiscal extrema, e em que a dívida pública apresenta trajetória explosiva, não há espaço para subir o salário mínimo.
Segundo o anexo IV da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), cada 1% de aumento do salário mínimo gera R$ 3 bilhões de elevação do gasto primário da União.
O Brasil é um país relativamente pobre. A produtividade do trabalho é 1/5 da americana. O salário mínimo é baixo pois o país é relativamente pobre.
O mesmo problema ocorre com a Previdência. O benefício pago pelo INSS é relativamente baixo pois o salário do trabalhador ativo é baixo. No entanto, o benefício do sistema previdenciário do setor privado é da ordem de 80% da renda da ativa. Isto é, nosso sistema previdenciário tem uma das mais elevadas taxas de reposição.
Há forte demanda de nossa democracia, absolutamente legítima, de tentar acelerar o processo de redução das desigualdades e, principalmente, de elevar a qualidade de vida dos brasileiros.
O problema é que, a partir de certo ponto, a agenda de redução das desigualdades e de inclusão por meio de programa sociais choca-se com a agenda de crescimento econômico e de estabilização da economia.
Parece que já passamos do ponto. Teremos que conviver diversos anos com a manutenção do valor real do salário mínimo e rezar para que a desorganização da economia não produza piora como tem ocorrido na Argentina e na Venezuela.
Após a arrumação da casa e a reconstrução de uma posição sólida para as contas públicas, a política de valorização do salário mínimo pode ser retomada.
Quando o momento chegar, o ideal será adotarmos a sugestão de Nelson Barbosa em sua coluna neste espaço na sexta (26): vincular o salário mínimo à renda per capita.
Samuel Pessôa - Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e sócio da consultoria Reliance. É doutor em economia pela USP.
Samuel Pessôa- Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e sócio da consultoria Reliance. É doutor em economia pela USP.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-04-2019) | | | | Os economistas do mercado financeiro mantiveram a previsão para o IPCA – o índice oficial de preços – em 2019. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 29, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano seguiu com alta de 4,01%. Há um mês, estava em 3,89%. A projeção para o índice em 2020 seguiu em 4,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo nível.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa também permaneceu em 3,75%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
As projeções mais recentes do BC, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 3,90% em 2019, 3,80% em 2020 e 3,90% em 2021. Elas constaram no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março. Já o IBGE informou, há três semanas, que o IPCA de março subiu 0,75%. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,58%.
No Focus agora divulgado, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 foi de 3,90% para 3,96%. Para 2020, a estimativa do Top 5 permaneceu em 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 4,01% e 4,00%, nesta ordem.
No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,75%, valor igual ao verificado há um mês. A projeção para 2022 no Top 5 seguiu em 3,63%, igual a quatro semanas antes.
Últimos 5 dias
A projeção mediana para o IPCA 2019 atualizada com base nos últimos cinco dias úteis passou de 4,00% para 4,04%. Houve 34 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 3,90%.
No caso de 2020, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis permaneceu em 4,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. A atualização no Focus foi feita por 33 instituições.
Outros meses
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a previsão para a alta do IPCA em abril de 2018, em 0,55%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado estava em 0,40%.
Para maio, a projeção no Focus foi de 0,29% para 0,30% e, para junho, passou de 0,26% para 0,27%. Há um mês, os porcentuais eram de 0,34% e 0,27%, respectivamente.
No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 3,67% para 3,60% de uma semana para outra – há um mês, estava em 3,89%.
Preços administrados
O relatório do BC também indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano passou de alta de 5,17% para elevação de 5,20%. Para 2020, a mediana desacelerou de alta de 4,35% para avanço de 4,25%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 5,00% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,30% em 2020.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 5,1% em 2019 e 4,7% em 2020. Estes porcentuais foram atualizados no Relatório Trimestral de Inflação de março.
IGP-M
O Focus desta segunda-feira mostrou que a mediana das projeções do IGP-M de 2019 passou de alta de 5,57% para elevação de 5,58%. Há um mês, estava em 5,24%. No caso de 2020, o IGP-M projetado seguiu indicando alta de 4,00%, igual ao visto quatro semanas antes.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
| Folha de S. Paulo (publicado em 29-04-2019) | | | |
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,92% em abril, desacelerando do patamar de 1,26% alcançado em março, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (29). A taxa, contudo, foi a maior para o mês desde 2015, quando havia sido de 1,17%.
Mesmo com o arrefecimento mensal, o IGP-M avançou em 12 meses, de 8,27% até março para 8,64% em abril. No ano, o indicador acumula alta de 3,10%.
O IGP-M de abril superou a mediana de expectativas da pesquisa do Projeções Broadcast, de 0,88%, mas ficou dentro do intervalo previsto, de 0,67% a 0,96%. Em 12 meses, as estimativas iam de 8,40% a 9,10%, com mediana de 8,59%.
O arrefecimento IGP-M entre março e abril foi determinado pela perda de força dos produtos no atacado no período. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) desacelerou de 1,67% no terceiro mês do ano para 1,07% neste mês.
Os preços agropecuários perderam força na passagem de março para abril. A desaceleração dos preços no atacado foi beneficiada pelo arrefecimento do IPA Agropecuário, que passou de 3,90% para 0,45% entre março e abril. Já o IPA Industrial acelerou de 0,93% para 1,28%.
Nos estágios de produção, houve arrefecimento nas três categorias analisadas. Bens Finais subiram 1,25% em abril, de 1,93% em março. Já os Bens Intermediários avançaram 0,47%, de 0,87%, enquanto as matérias-primas brutas tiveram alta de 1,57% em abril, ante 2,33% no mês anterior.
| Tribuna PR | | | | Pesquisadora defende automatização de depósitos para garantir recursos para velhice e emergências
Quer poupar, mas não consegue? Há todo um ramo da ciência econômica que procura explicar por que isso acontece com tantas pessoas. Mais que isso, pesquisa formas de ajudar quem gostaria de guardar mais dinheiro, mas não consegue transformar os planos em prática.
“É ainda mais difícil poupar hoje em dia, porque todas as grandes empresas usam milhares de dados para conhecer seus hábitos e fazer você consumir cada vez mais. Não é fácil resistir a tamanha tentação”, diz a economista Wendy de la Rose, 29, fundadora de um instituto para ajudar famílias a usar melhor seu dinheiro, o Common Cents Labs.
Ela criou também o Irrational Labs, na Universidade Duke, e é pesquisadora de economia comportamental na Wharton, escola de negócios da Universidade da Pensilvânia.
Neste mês, Wendy participou em São Paulo da Silicon Valley Conference, evento que discutiu tecnologia e inovação.
A economista diz que uma das principais causas da dificuldade de poupar é o que os economistas comportamentais chamam de viés do presente (present-bias). Esse mecanismo psicológico faz com que se evitem sacrifícios presentes, que seriam necessários para ter benefícios no futuro.
É o viés do presente, por exemplo, que faz com que alguém devore uma pizza enquanto faz planos para emagrecer. O laboratório fundado por Wendy tem trabalhado com governos, ONGs e fintechs (empresas de tecnologia na área de finanças) para criar soluções que ajudem os indivíduos a vencer esses mecanismos antipoupança.
Isso passa não só por atitudes individuais, como agendar aplicações financeiras periódicas, mas por políticas públicas. Um dos pontos mais importantes, segundo ela, é automatizar os depósitos.
Governos e sociedades precisam decidir pelos cidadãos e construir regras que levem as pessoas a poupar automaticamente para a velhice e para emergências, diz ela.
“Só isso vai mover a agulha em direção à saúde financeira. É ingênuo achar que um indivíduo será capaz de vencer o cientista de dados de uma companhia que tem milhões de dados e é especialista em fazer as pessoas comprarem.”
Wendy diz que a ideia não é tirar a liberdade das pessoas, que poderiam desistir da poupança automática quando quisessem, mas assumir a responsabilidade pública de assegurar que as pessoas se preparem para o futuro.
“Não existe posicionamento neutro sobre isso. Não fazer nada significa deixar a maioria despreparada para o futuro, porque sabemos que, sem incentivo, elas não vão agir. Não intervir é decidir, como sociedade, não criar poupança para a aposentadoria.”
Do ponto de vista particular, os experimentos também mostram que algumas atitudes podem ajudar a vencer os mecanismos psicológicos que dificultam a poupança.
“Ninguém é pobre demais para poupar, mostram iniciativas em comunidades muito carentes de países subdesenvolvidos”, diz Wendy. Ela sabe do que está falando. Sua família emigrou da República Dominicana para os EUA quando ela tinha nove anos, e dificuldades financeiras eram o tema mais frequente das conversas.
Como os pais não dominavam bem o inglês, ela servia de intérprete em todas as decisões. “Isso acelerou meu amadurecimento e despertou meu fascínio pelas finanças.”
Uma das principais preocupações da economista é com atuais mudanças no mercado de trabalho, que têm destruído vínculos de emprego e tornado as ocupações mais instáveis e até mais precárias.
“Precisamos encarar os fatos: estamos criando uma sociedade que não vai conseguir administrar suas finanças de uma maneira saudável, porque estamos eliminando os empregos estáveis. Não há planejamento possível num mundo imprevisível, e fica muito difícil para as pessoas tomarem suas decisões”, afirma ela.
Para Wendy, a solução não vem apenas de leis trabalhistas, mas de cobrar responsabilidade das empresas. “Acredito em capitalismo, em criar um ambiente no qual os negócios prosperem, mas a sociedade também precisa prosperar.”
Além do viés do presente, a economista aponta outros mecanismos psicológicos que dificultam a poupança, como o da comparação com os outros. “Se meu vizinho compra um carro novo ou uma casa nova, isso é visível. Já as finanças são invisíveis. Não tenho a menor ideia de quanto meu vizinho poupa, não há a pressão para que eu poupe tanto quanto ele ou mais.”
Parte dos experimentos desenvolvidos pelo laboratório chefiado por Wendy deve chegar ao país ainda neste semestre com a Olivia, empresa de inteligência artificial.
A ideia é lançar um assistente financeiro que, a partir dos dados gerados pelo cliente, programa investimentos e sugere medidas de economia.
Conselhos de Wendy para poupar
1. Programe investimentos automáticos
2. Em vez de pensar “só vou gastar x com restaurante”, estabeleça um número de vezes por mês, marque num calendário e siga o plano de ação
3. Arrume alguém que verifique se você está mantendo suas intenções
| Folha de S. Paulo | | | | Prazo acaba nesta terça-feira (30)
Nesta terça (30), às 23h59min59s, acaba o prazo para enviar a declaração do Imposto de Renda à Receita Federal.
Quem não enviar os dados até o prazo, ficará sujeito a pagar multa de 1% ao mês, limitada a 20% do valor devido. O valor mínimo é de R$ 165,74.
É obrigada a declarar o IR quem, em 2018:
1. Recebeu rendimentos tributáveis com valor acima de R$ 28.559,70, considerando a soma do ano todo.
É considerada renda tributável:
Salário
Aposentadoria
Pensão por morte
Pensão alimentícia
Aluguéis
2. Recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil. São rendimentos isentos:
Abono do PIS
Férias vendidas (abono pecuniário)
FGTS sacado
Seguro-desemprego
Parcela isenta de aposentadoria e pensão (para quem tem a partir de 65 anos)
Rendimentos tributados na fonte:
13º salário
PLR
Rendimentos de investimentos como CDBs
3. Tinha bens e direitos com soma superior a R$ 300 mil em 31.dez.18, tais como:
Casa e apartamento
Imóvel comercial
Carro
Moto
Saldo em contas-correntes, poupança e qualquer outra aplicação financeira
Fique ligado!
Para imóveis, a Receita considera o valor declarado no IR, não o de mercado 4.
5. Vendeu ou comprou ações na Bolsa de Valores
6. Teve ganho de capital (lucro) na venda de bens sujeitos ao IR, como imóveis
7. Optou pela isenção do IR sobre o ganho de capital da venda de imóvel residencial ao usar todo o dinheiro para comprar outro imóvel até 180 dias após a assinatura do contrato de venda
8. Obteve receita bruta de atividade rural superior a R$ 142.798,50 no ano
9. Passou a morar no Brasil em 2018
| Folha de S. Paulo | | | | Após anunciar a expansão de sua rede de concessionárias, a Peugeot prepara uma campanha para tentar convencer o consumidor da evolução de seus serviços de pós-venda.
A marca anuncia nesta segunda-feira (29) que não vai cobrar os custos de mão de obra de clientes que ficarem insatisfeitos com os serviços prestados pela rede concessionária.
A estratégia está incluída no programa Total Care, que oferece revisões a preço fixo e campanhas de valorização dos modelos usados na troca.
A iniciativa é mais um passo na recuperação de imagem da marca.
Após um início promissor nos anos 1990, a montadora viu sua popularidade cair por problemas de atendimento ao cliente.
Peugeot 2008
A empresa passa por um grande processo de reestruturação da rede concessionária e volta a se destacar em rankings de satisfação do cliente.
Ana Theresa Borsari, que está à frente da Peugeot no Brasil, afirma que a marca utilizou o período de crise do setor automotivo para se reestruturar.
Segundo a executiva, as marcas do grupo PSA Peugeot Citroën dobrarão o número de concessionárias nos próximos quatro anos, chegando a 364 lojas em 2023.
A empresa também procura fortalecer as vendas no varejo enquanto diminui a comercialização por venda direta, para grandes frotas. Apesar dessa prática reduzir a ociosidade na fábrica de Porto Real (RJ), a rentabilidade despenca.
O preço a se pagar por essa nova estratégia é a queda nas vendas, apesar de o mercado apresentar recuperação.
No primeiro trimestre de 2019, a Peugeot teve 5.053 veículos emplacados, uma queda de 11,4% em relação ao mesmo período de 2018.
Por outro lado, a empresa francesa tem tido maior lucratividade com a venda de veículos comerciais leves, de maior valor agregado.
O próximo lançamento da marca no Brasil ocorre em maio. A Peugeot irá apresentar a renovação do jipinho urbano 2008.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-04-2019) | | | |
O grupo FCA Fiat Chrysler foi o que mais vendeu automóveis e comerciais leves com nota fiscal diretamente da fábrica no primeiro trimestre. Dos 28,6 mil modelos vendidos pela Jeep, marca premium do grupo, 68% foram de forma direta. O Renegade, por exemplo, teve 4,3 mil unidades vendidas no varejo e 11,4 mil a clientes corporativos, segundo dados da Fenabrave.
Na Fiat, 57,6% dos 78.821 modelos comercializados de janeiro a maio foram pelo canal direto. O campeão da marca na modalidade foi a Strada, com 15,6 mil unidades. Apenas 1 mil picapes foram adquiridas por consumidores pessoa física. A FCA não comentou o assunto.
No caso das picapes, consumidores relatam que tanto os modelos de cabine simples da Fiat, da General Motors e da Volkswagen (Strada, Montana e Saveiro, respectivamente) não estão disponíveis para pronta entrega nas concessionárias e a espera para quem quiser encomendar é em torno de três meses. Se for pessoa jurídica, a entrega é rápida. As empresas alegam que, por serem modelos “de trabalho”, mais procurados por trabalhadores rurais e pequenos empresários, a oferta para o consumidor comum é restrita.
Do total de 51,3 mil carros vendidos pela Renault, 48,4% foram de forma direta, com o sedã Logan à frente (5,8 mil unidades ante 690 no varejo). A Renault informou que vem mantendo participação estável nas vendas diretas.
Estratégia
Na sequência estão Volkswagen e General Motors, com aproximadamente 46% de suas vendas feitas diretamente à locadoras, frotistas e ao grupo que têm isenção de impostos. A GM vendeu 106,4 mil unidades de janeiro a março e a Volkswagen, 83 mil.
O compacto Gol teve 10,7 mil unidades vendidas pela forma direta e 5,4 mil no varejo. Já o Onix, da GM, campeão nas duas modalidades, teve 22,7 mil unidades vendidas de forma direta e 32,7 mil no varejo.
O presidente da Volkswagen, Pablo Di Si, reconhece que a venda para clientes pessoa física está praticamente estagnada. Em sua opinião, isso é menos um indicativo de demanda fraca e mais um reflexo da estratégia das empresas, que estão concentrando ações em clientes corporativos.
No caso da Volkswagen, os aumentos mais significativos ocorrem nas vendas para taxistas (20% no primeiro trimestre) e para pessoas com deficiência, com alta de 130%, negócio reforçado após o lançamento do Gol com câmbio automático.
| Folha de S. Paulo | | | | Para inspirar e contribuir para que a liderança automotiva trabalha em novas estratégias e soluções, Automotive Business elaborou o e-book Como manter negócios relevantes no setor automotivo. A publicação traz a análise de 15 consultorias que estarão entre 120 speakers do #ABX19, o Automotive Business Experience. A um mês do evento, que acontece no dia 27 de maio, divulgamos este material como uma prévia do conteúdo de alto impacto que veremos por lá.
Entre os autores que escreveram análises para o e-book estão Andrea Cardoso, diretora-executiva e líder do setor automotivo na Accenture, Octavio de barros, sócio e cofundador da Quantum4 – Soluções de Inovação, Jaime Troiano, presidente da Troiano Branding, e uma série de outros grandes especialistas. Ao unir diferentes pontos de vista e reflexões sobre um mesmo tema, esperamos contribuir para o desenho de mais soluções para o seu negócio.
A CONVERSA CONTINUA NO #ABX19
Estas discussões continuam no INSERIR A FRASE AQUI#ABX19, maior evento já realizado com foco e engajar a liderança das empresas do segmento, justamente o grupo que tem a responsabilidade de pavimentar o caminho para a indústria automotiva do futuro. A busca é por gerar conhecimento para fomentar transformações positivas no setor, contribuir para que as empresas desenvolvam seu potencial de criar soluções inovadoras para os clientes, benéficas para o consumidor e para a sociedade.
| Automotive Business | | | | Empresa afirma que profissionais terceirizados usaram procurações e extrapolaram contrato
Após ser denunciado pelo Ministério Público Federal no Espírito Santo sob acusação de formação de quadrilha e uso de documento público falso, o presidente da Kia Motors do Brasil, José Luiz Gandini, se defende afirmando que foi vítima de fraude.
Por meio de um comunicado e de seu advogado, a direção da empresa diz que não há provas de que Gandini ou o diretor administrativo tinham conhecimento de uma tentativa de fraude.
Conforme a empresa, foram profissionais terceirizados na área tributária que usaram procurações para representar a Kia na Receita e "extrapolaram ilicitamente" os limites da contratação.
A Kia justifica também que já havia comunicado o problema à Secretaria da Receita Federal e à Procuradoria da Fazenda Nacional em 2012.
"Desde a instauração do inquérito, a empresa tem colaborado, razão pela qual manifesta o presidente significativa surpresa pela decisão do representante do Ministério Público Federal de incluir no polo passivo do processo criminal o presidente e o diretor administrativo, que não passam de vítimas de terceiros, com os quais jamais estabeleceram qualquer contato", afirma a nota da Kia.
Além de Gandini e o diretor administrativo, Edison Ruy, outras cinco pessoas foram denunciadas sob acusação de crimes de formação de quadrilha e uso de documento público falso.
De acordo com a procuradoria, o grupo emitiu três escrituras públicas falsas de imóveis que foram incorporados ao patrimônio da Kia em agosto de 2010.
Segundo o MPF, os imóveis inexistentes estariam localizados no Piauí e eram chamados de Fazenda Curral, Boa Esperança e Bezerra. Juntas, elas valeriam R$ 300 milhões, calcula o órgão.
A investigação apontou que nos anos 2010, 2011 e 2012 documentos falsos teriam sido usados na Receita Federal e na Procuradoria da Fazenda Nacional, em Vitória, para obter benefícios tributários ilícitos para a Kia.
Jornalista, Joana Cunha é formada em administração de empresas pela FGV-SP. Foi repórter de Mercado e correspondente da Folha em Nova York.
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-04-2019) | | | |
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