| 09 de SETEMBRO de 2019
Segunda-feira
- Paraná é o segundo estado que mais criará vagas para temporários no final de ano
- Sesi estuda reduzir despesa e elevar receita após corte do Sistema S
- Produtividade brasileira cresce 0,8%, ritmo maior do que o de Japão, Reino Unido e Alemanha, informa CNI
- Brasil enfrenta pelo menos 43 entraves para exportar
- Esperanças para retomada do comércio exterior brasileiro em 2020 caem, diz Maersk
- Prazo mais longo de títulos de empresas exige cautela
- País não pode perder o bonde do desenvolvimento tecnológico
- UE pressiona Bolsonaro e vincula pacto do Mercosul à defesa da Amazônia
- Startups brasileiras ganham o mundo
- Prefeitura de SP vai multar empresas que não fizerem cadastro do lixo até esta segunda
- Pequeno investidor terá acesso a novos papéis com lastro no crédito imobiliário
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- Na maior parte sem garantias, debêntures exigem cuidado
- Após fuga de recursos, Bolsa muda cálculo e passa a ter saldo estrangeiro positivo em 2019
- Presidente da Nissan pode renunciar ao cargo, diz jornal
- Chanceler paraguaio se reúne com indústria brasileira para tratar de acordo
- Sindicato no interior de SP teme fechamento de campo de provas da Ford
- Produção de veículos vai crescer menos do que o esperado em 2019
- Consumo de produtos de alumínio tem alta de 7,5% no primeiro semestre
- Nova solução digital da ABB para gerenciamento de ativos no segmento metalúrgico elimina manutenção desnecessária, impulsionando a produtividade
- FCA começa a exportar cabeçotes para a Itália
- Brasil e Argentina adiam para 2029 livre comércio de veículos e peças
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Em 09/09/2019
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Fonte: BACEN
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| | | | | Entre todas as unidades da federação, apenas São Paulo deve criar mais oportunidades de trabalho temporário que o Paraná
A geração de vagas formas através do trabalho temporário (regulado pela lei federal 6019/74) deve registrar, no Paraná, um crescimento de 15,3% nos últimos meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo previsão da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), serão criadas 36.899 vagas entre setembro e dezembro, ao passo que em 2018 haviam sido 32 mil vagas.
O levantamento da associação, divulgado no final da última semana, mostra ainda que o crescimento paranaense será mais expressivo do que a média nacional. Em todo o país, a geração de vagas para trabalho temporário deve crescer 13,86%.com a disponibilização de 570 mil vagas diante das 500 mil vagas de 2018.
Esse cenário coloca o Paraná como o segundo estado que mais deve gerar oportunidades de trabalho temporário no país, atrás apenas de São Paulo, com cerca de 366 mil vagas. Na sequência aparecem ainda Rio de Janeiro (34.688), Santa Catarina (26.870) e Amazonas (26.701).
Ainda segundo a Asserttem, o bom resultado, tanto no Paraná como a nível nacional, se deve à datas comemorativas. Em outubro, por exemplo, a previsão é de crescimento de 19,84% nas contratações, em razão do Dia das Crianças. Já dezembro, devido às festas de final de ano, deve ter um acréscimo de 21,82%. Os dois meses (outubro e dezembro), inclusive, devem ser os com maior volume de vagas.
Presidente da Asserttem, Michelle Karine explica que esse tipo de contratação é utilizada em diversos setores e para qualquer nível de ocupação, o que favorece a abertura de vagas em períodos e situações específicas para cada setor.
“É importante ressaltar que a lei federal autoriza essa modalidade de contrato para qualquer tipo de empresa. Desde o microempreendedor até as multinacionais, em qualquer área de atuação e para todas as qualificações de profissionais, podem utilizar essa ferramenta de gestão de pessoal através de uma agência registrada e autorizada pela Secretaria do Trabalho, Ministério da Economia”, diz Michelle.
“Contratação temporária nunca foi precarização”
De acordo com a presidente do Asserttem, Michelle Karine, o trabalho temporário representa uma solução viável tanto para as empresas, uma vez que possibilita ter maior flexibilidade de gestão, quanto para os trabalhadores, que além de ter os seus direitos respeitados podem adquirir mais conhecimentos e ter novas experiências no mercado de trabalho, o que potencializa a sua recolocação em uma eventual vaga permanente.
“A contratação temporária, da lei 6019/74, nunca foi uma precarização das condições de trabalho. Ao contrário. Desde 1974 a lei prevê que o trabalhador temporário tenha o mesmo salário do efetivo equiparado, assim como INSS, FGTS, 13º e Férias proporcionais ao período trabalhado, mesmo embora ele não seja um empregado (CLT) e sim um trabalhador específico com legislação própria.
Nela, pela própria característica transitória da contratação, não cabe o aviso prévio e nem a multa dos 40% do FGTS. E as agências de trabalho temporário são responsáveis por intermediar, organizar e acompanhar este tipo de contração junto às empresas e trabalhadores, além de inserir no SIRETT – Sistema de Registro das Empresas de Trabalho Temporário, da Secretaria do Trabalho, o cadastro dos trabalhadores temporários contratados”, explica Michelle. “Já em relação ao prazo, ele tem a duração atrelada à necessidade transitória da empresa, e o período máximo para contratação é de até seis meses, podendo ser prorrogado, por até, mais três meses”, explica.
Além disso, Michelle também ressalta que a contratação de trabalho temporário, seguindo o determinado pela lei 6019 de 1974, tem contribuído para uma melhor organização das empresas que, por sua vez, ainda estão conhecendo mais sobre as especificações e as características da legislação sobre o assunto, que foi atualizada recentemente, em março de 2017, por meio da Lei Nº 13.429/2017.
“O cenário está em constante transformação e as empresas estão se adaptando, se reinventando, se reestruturando e buscando formas e alternativas formais de contratar trabalhadores, nas mais variadas qualificações profissionais, preservando os direitos, mas com oxigênio suficiente para acompanhar as oscilações da economia”, afirma Michelle.
Já no ano passado, ainda segundo a Asserttem, o trabalho temporário tirou da informalidade e do desemprego 1.279.990 trabalhadores, através da geração de vagas para atender à demanda complementar de trabalho na indústria, comércio e serviços, como também para atender substituição transitória de pessoal em período de férias ou de outros afastamentos legais. Esse número representa um crescimento de 23% em relação a 2017.
| Bem Paraná (publicado em 08-09-2019) | | | | No caso da indústria, conta deve cair sobre o Sesi, poupando o Senai
Facada As regionais do Sesi nos estados começam a estudar alternativas para reduzir custos e elevar arrecadação porque terão de se adequar ao corte de 20% na contribuição das empresas ao Sistema S.
Ferida No caso da indústria, a conta cai integralmente sobre o Sesi, poupando o Senai, o que deve representar um corte de 33,3% na receita.
Aula Ainda há opositores do acordo argumentando que escolas, programas de esporte e de cultura são de responsabilidade das entidades estaduais e que o departamento nacional não tem atividade fim, mas recebe 25% da receita das regionais, o que dá cerca de R$ 1,1 bilhão por ano.
| Folha de S. Paulo | | | | Mesmo assim, o desempenho do Brasil em 2018 foi menor do que o da Coreia do Sul, da França e dos Países Baixos. Nos últimos dez anos, a produtividade brasileira teve o sexto melhor resultado entre 10 países analisados
A produtividade no trabalho da indústria brasileira aumentou 0,8% em 2018 na comparação com 2017. O ritmo é menor do que os crescimentos de 4,4% registrados em 2017 e de 1,8% em 2016 em relação aos anos imediatamente anteriores.
Mesmo assim, o resultado do Brasil em 2018 foi superior ao alcançado por outros importantes competidores do país no mercado externo, como Japão, Itália, Reino Unido, Alemanha, México e Argentina. Mas está abaixo do alcançado por Coreia do Sul, França, Países Baixos e Estados Unidos. As informações são do estudo Produtividade na Indústria, divulgado nesta quinta-feira (5), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o estudo, o melhor desempenho foi da Coreia do Sul, onde a produtividade cresceu 3,4% em 2018 frente a 2017. Em seguida, aparece a França, com aumento de 2,3%, e os Países Baixos, com alta de 1,3%. Nos Estados Unidos, a produtividade cresceu 1,2%. O Japão e a Itália tiveram desempenhos semelhantes ao do Brasil. No Reino Unido, na Alemanha, no México e na Argentina a produtividade caiu. A maior queda, de 3,6%, foi registrada na Argentina.
FRUSTRAÇÃO DE EXPECTATIVAS - A produtividade, medida pela CNI, é resultado do volume de bens produzidos em relação às horas trabalhadas na produção da indústria de transformação. “A produtividade da indústria brasileira aumentou mais durante a crise, período em que as empresas ampliaram os investimentos em melhoria da gestão, na busca por maior eficiência, enquanto que os trabalhadores, com medo do desemprego, também buscaram ser mais produtivos”, afirma a economista da CNI Samantha Cunha.
“A queda no ritmo de aumento da produtividade ocorre porque, no ano passado, houve uma frustração das expectativas. As empresas acreditavam em um crescimento maior da demanda, programaram-se para a contratação das horas trabalhadas, mas a demanda não se realizou como o esperado, o que repercutiu na produção, que também cresceu menos que o esperado”, destaca Samantha. “O ganho de produtividade em 2018 foi alcançado com o aumento de 1,1% da produção, acima do 0,3% verificado para as horas trabalhadas.”
DESEMPENHO NA DÉCADA - Nos últimos dez anos, de 2008 a 2018, a produtividade na indústria brasileira cresceu 11,6%, o sexto melhor resultado entre os 10 parceiros comerciais avaliados. Na década, a França, com ganhos de 26,8%, teve o maior avanço na produtividade.
“O valor é duas vezes superior ao do Brasil”, observa a CNI. “O ganho de produtividade nos países que estão atrás da França e à frente do Brasil – Itália, Alemanha, Países Baixos e Coreia do Sul, variou entre 15,2% e 17,4%”, diz o estudo. Na Argentina, a produtividade aumentou 3,7% nos últimos dez anos. No Japão, a produtividade caiu 3,8% e, no México, 0,2%. “Com isso, a produtividade do trabalho efetiva, que compara o desempenho do Brasil com a média de seus parceiros, cresceu 3% nos últimos dez anos”, informa a CNI.
O estudo também traz informações sobre o desempenho trimestral da produtividade na indústria brasileira. O indicador aumentou 0,8% no segundo trimestre do ano frente ao primeiro trimestre, resultado do aumento de 0,6% no volume produzido e da queda de 0,3% nas horas trabalhadas na produção. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a produtividade aumentou 2%. Neste período, o volume produzido aumentou 1,8% e as horas trabalhadas na produção recuaram 0,2%.
SAIBA MAIS: Acesse a página de Estatísticas do Portal da Indústria e veja a íntegra do estudo Produtividade na Indústria.
| CNI (publicado em 05-09-2019) | | | | O exportador brasileiro enfrenta pelo menos 43 barreiras comerciais impostas por países que compõem o G-20, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), obtido com exclusividade pelo ‘Estadão/Broadcast’. A previsão da instituição é que o número chegue a 50 até o fim do ano.
Diversos produtos exportados pelo Brasil são alvo de algum tipo de entrave no comércio internacional, como cotas, questões sanitárias, controle de preço e subsídio.
Um dos casos destacado envolve o suco de laranja, que é hipertaxado em países como China e Japão. No caso do Japão, o suco brasileiro paga tarifa de importação de 25,5% por conter mais de 10% de sacarose. Para sucos de outros países, a tarifa é 21,3%.
Na China, o imposto de importação varia de acordo com a temperatura do produto: caso o produto seja exportado abaixo de -18ºC, é cobrada uma tarifa de 7,5%; se chegar com uma temperatura acima de -18ºC, a tarifa sobe para 30%.
O presidente Jair Bolsonaro tem viagem prevista para os dois países em outubro. Na indústria, há expectativa de que a comitiva presidencial leve essas questões para reuniões bilaterais. O Ministério da Economia garante que “o tratamento das barreiras é parte da agenda de autoridades em missões ao exterior”.
Para a União Europeia, a CNI alega que o Brasil não consegue exportar pão de queijo por ter 20% de lácteos na composição. Na legislação da UE, porém, são considerados produtos derivados de lácteos aqueles que têm mais de 50% na composição.
Outro problema enfrentado pelos produtos brasileiros são barreiras sanitárias e fitossanitárias, o que atinge produtos como carnes e agrícolas. Entre as alegações dos países para embargos estão doenças registradas no Brasil há mais de sete anos – caso da vaca louca, usada para justificar embargo no Japão.
Na União Europeia, há a proibição de entrada de carne suína pelo histórico de febre aftosa no Brasil, apesar de a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) certificar que o Brasil cumpre com os padrões internacionais. Há ainda barreiras técnicas a calçados, produtos elétricos e eletrônicos, açúcar, suco de laranja, cadernos, pedras ornamentais e outros.
Barreiras tarifárias
O secretário de Comércio Exterior substituto do Ministério da Economia, Leonardo Lahud, disse que as barreiras não tarifárias são hoje o principal entrave ao comércio com outros países. “O impacto disso é muito mais relevante do que as barreiras tarifárias e é hoje nossa preocupação”, disse.
Lahud afirmou que o governo acompanha os entraves por meio do sistema “SEM Barreiras”. Instituído em 2017, ele é alimentado pelo setor privado, que informa o tipo de dificuldade encontrada nas vendas para o exterior, para que o governo tente revertê-las.
Segundo o secretário, o sistema tem 56 barreiras sanitárias listadas, incluindo as 43 apontadas pela CNI. “Isso está no nosso radar, temos feito gestões e estamos tentando resolver. Não são soluções rápidas, exigem negociações”, afirmou.
Ele disse que os acordos comerciais que vêm sendo negociados pelo Brasil tratam da redução de tarifas e também da retirada de barreiras sanitárias e técnicas – há capítulos específicos sobre o tema nos entendimentos fechados com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA, na sigla em inglês).
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, diz que, das 43 barreiras que já foram colocadas na plataforma, 31 são impostas por países desenvolvidos para “barrar produtos de países em desenvolvimento como o nosso”. “A diplomacia comercial tem de estar sempre presente nesses casos para poder resolver esse tipo de bloqueio à entrada dos nossos produtos, que são importantes para nós.”
Conselho
Em maio, ao extinguir mais de 50 conselhos e colegiados, o presidente Jair Bolsonaro também acabou com o Comitê Gestor do sistema SEM Barreiras. Segundo o Ministério da Economia, o decreto que dispõe sobre o sistema está “em fase final de análise e coordenação no governo brasileiro e deve ser publicado em breve”.
No SEM Barreiras, está prevista a atuação dos Ministérios das Relações Exteriores, Economia e Agricultura, além do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
| Tribuna PR | | | | Importações para o Natal estão abaixo do esperado, indicando consumo fraco, segundo a transporte de contêineres
As esperanças para o comércio exterior brasileiro se recuperar no ano que vem estão diminuindo, segundo avaliação da dinamarquesa Maersk, maior companhia de transporte de contêineres do mundo, em seu relatório trimestral.
"As importações e exportações brasileiras estão deixando de se recuperar em agosto ou ter o desempenho esperado em janeiro", diz o documento, que acrescenta que "as exportações, que devem se beneficiar do real depreciado, estão com baixo desempenho".
O cenário global também não ajuda a melhorar a situação da economia brasileira, avalia a empresa em seu relatório.
"Nuvens estão se formando no horizonte para o Brasil e o mundo. O comércio e a fabricação global estão desacelerando. A disputa de tarifas nos EUA e na China está reduzindo os volumes globais de contêineres e isso pode piorar. O brexit continua impactando o comércio europeu e isso também afeta o Brasil."
Além desses pontos, a companhia também afirma que é improvável que os benefícios do livre-comércio com União Europeia ocorra antes de 2022 e que o país ainda precisa avançar nas reformas econômicas propostas pelo governo.
À Folha, o gerente de produto da empresa, Matias Concha, afirma que enquanto tais projetos não forem aprovados pelo Congresso, as compras ficarão estagnadas.
"Tem muita coisa como reforma da Previdência e reforma tributária que deixam várias dúvidas sobre qual que vai ser o futuro da economia brasileira, e isso impacta a confiança dos consumidores."
Outro ponto apresentado pelo relatório e abordado por Concha é referente às importações para o Natal. Segundo o texto, um salto nas importações para essa época ainda está para se concretizar, e isso geralmente ocorria em agosto.
"Normalmente o Natal é que faz o pico das importações, que começa a ocorrer no terceiro trimestre, com aumento significativo das compras, principalmente da Ásia. O que nós vemos agora são expectativas para o consumo brasileiro não muito positivas."
Embora o total de importações e exportações do país no segundo trimestre deste ano tenha avançado 11%, a empresa lembra no relatório que a comparação com o mesmo período do ano passado trem distorções. Isso porque a base desse período de 2018 está sob o efeito greve dos caminhoneiros.
"É importante mencionar isso porque, por ser tão pequena essa base de comparação, deveríamos esperar algo maior. Só que infelizmente o Brasil não está conseguindo materializar oportunidades externas. É o caso do real, cuja desvalorização é favorável à exportação", afirma Concha.
"É preciso desenvolvimentos em transportes, logística e infraestrutura. Se não ocorrerem, vão impedir que o Brasil aproveite o potencial que tem."
| Folha de S. Paulo | | | | A remuneração de um produto financeiro, em geral, será maior quanto menor a liquidez: o investidor receberá mais dinheiro quanto maior o prazo de vencimento e mais difícil for o resgate da aplicação. As debêntures, no entanto, foram exceção a essa regra da renda fixa no último ano. O aumento da demanda pelos títulos de dívida privada permitiu que as empresas lançassem ofertas que pagam juros menores e vencem em prazo mais longos. Com isso, a chance de fazer um mau negócio aumentou, alertam gestores.
Sinal disso foi que a rentabilidade das debêntures em agosto ficou abaixo do CDI, referência de remuneração do mercado. É o primeiro mês em que isso acontece em quase dois anos. Segundo o Idex, índice da gestora JGP que mede o desempenho de debêntures indexadas ao CDI. A alta da referência em agosto foi de 0,50%, enquanto o preço da cesta de debêntures subiu 0,48%.
“A variação do índice perdeu para o DI, como às vezes acontece também com as ações na Bolsa. O mês passado foi de ajuste, mas o desempenho dele ainda está significativamente acima no ano, com retorno de 4,8% até agosto”, diz Alexandre Muller, gestor de crédito da JGP.
Assim como acontece com os títulos públicos, os investimentos em debêntures sofrem o efeito da marcação a mercado: em caso de venda dos papéis antes do vencimento, as aplicações se valorizam quando os juros caem, e vice-versa. Essa oscilação, que é maior quanto mais longo for o prazo do título, explicou o resultado de agosto, diz Muller.
Como os juros pagos pelas empresas nessas operações vêm encolhendo e os vencimentos se alongando, destaca o gestor, o momento exige maior atenção para não tomar prejuízo com as debêntures. “O crescimento da demanda por crédito privado gerou uma compressão nos juros pagos, que agora estão em um nível muito baixo. E, se o vencimento é muito longo, é perigoso porque qualquer oscilação de taxa causa um impacto de preço gigante”, diz. “Se o investidor não tomar cuidado, pode sofrer. Até os profissionais precisam ser cirúrgicos nas escolhas, porque o mercado está com condições de preço mais difíceis.”
Cenário
Segundo o sócio da BTG Pactual Asset Managment, Eduardo Arraes, os novos prazos e taxas eram esperados com o cenário econômico dos últimos dois anos. “Com toda a melhoria de percepção de risco do Brasil, a redução dos juros pagos (nas debêntures) é um processo normal. Lá fora, nos Estados Unidos e Chile, por exemplo, as operações são de 30 anos. O errado é um mercado muito focado em três, quatro anos”, diz Arraes, acrescentando que pesou sobre o resultado de agosto a aversão a risco com a guerra comercial entre EUA e China e as eleições na Argentina.
As debêntures da Taesa, controlada pela estatal Cemig e pela colombiana Isa, ilustram a nova realidade. Em julho do ano passado, uma das ofertas da transmissora de energia teve juros de 5,95% ao ano, acima da inflação, com vencimento em sete anos. Em nova emissão, há quatro meses, a taxa caiu para 5,5%, com prazo de 25 anos.
Diversificação
As debêntures são indicadas para quem quer buscar retornos maiores e diversificar a carteira de renda fixa. Com a queda da Selic, a taxa básica de juros, mais investidores vêm buscando essa opção, sobretudo as relacionadas ao setor de infraestrutura, que têm isenção do Imposto de Renda. Do início do ano até julho, foram emitidos R$ 96 bilhões em debêntures, o equivalente ao emitido em todo o ano de 2018.
“Os investidores preferiam ficar nos títulos públicos, porque ofereciam baixo risco a alta rentabilidade. Quando a taxa deles caiu, migraram em parte para o setor privado. É uma fonte de financiamento das empresas que querem fugir dos juros bancários, que são elevadíssimos”, diz Ana Lúcia Pinto da Silva, professora de economia do Mackenzie. O investimento, contudo, é mais arriscado que outros títulos pois não tem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
| Tribuna PR | | | | Agenda de tendências tecnológicas é ainda mais densa do que a de reorganizar economia do país
Se formos muito titubeantes na reorganização mínima do Estado (reforma da Previdência, tributária, ajuste fiscal, privatizações) —capaz de evitar um colapso na economia—, correremos o risco de perder o bonde do desenvolvimento.
Recentemente, a guerra comercial entre Estados Unidos e China tem sido o tema a gerar mais incertezas nos mercados. Muitos já perceberam não se tratar de uma disputa tradicional no comércio, mas de uma batalha por padrões tecnológicos e hegemonia geopolítica. Trata-se de evento com consequências duradouras e impactantes.
De um lado, as gigantes norte-americanas Apple, Microsoft, Amazon, Google e Facebook; de outro lado, as gigantes chinesas Baidu, Alibaba, Tencent e Huawei.
São companhias maiores do que o PIB da maioria dos países e acumulam volume monumental de informações sobre indivíduos, relacionamentos, comportamentos e padrões de consumo.
Os novos padrões são viáveis em razão da maior capacidade computacional. Atualmente, o processamento gráfico alcança 80 vezes mais velocidade que as versões existentes há apenas cinco anos; e as soluções compartilhadas de nuvem permitem armazenamento mais barato e eficiente, com custo marginal cada vez mais baixo.
Aos poucos, as tecnologias digitais irão se espalhar, aprofundar e mudar o funcionamento de tudo. Temos a inteligência artificial e a ciência de dados; a conectividade, o matching e a segurança cibernética por meio de plataformas da internet; robótica e veículos autônomos; internet das coisas, que poderá levar os processos industriais à fronteira da eficiência; realidade virtual; fabricação digital com as impressoras 3D; novos materiais e biotecnologia; energias renováveis.
Novos padrões tecnológicos têm levado à acelerada digitalização do comércio e à substituição dos canais tradicionais de comunicação. Baseiam-se na combinação entre informação, tecnologia e logística para levar até os consumidores bens e serviços customizados.
O aumento da produtividade será imenso, desidratando ou simplesmente destruindo canais de intermediação entre compradores e vendedores, poupadores e investidores, representantes e representados, entre os fiscos e os pagadores de impostos.
Trarão benefícios à saúde, conforto às famílias, transparência e simplificação das relações sociais, empresariais e governamentais. Fico a imaginar o impacto de uma identidade digital, unificando CPF, RG, inscrições previdenciária, trabalhista e eleitoral.
Há desafios na transição. A formação de ativos intangíveis —com grande mobilidade— tem sido mais acelerada que a tradicional formação de capital físico. Indústrias tradicionais precisarão se reformular.
Há riscos, os quais demandarão ações do Estado ao causar instabilidades sociais e políticas: fraudes cibernéticas; invasão ilegal de dados pessoais; desemprego estrutural.
No Brasil, estamos absorvendo no susto e no improviso a avalanche tecnológica. A agenda para conseguirmos converter as tendências tecnológicas em desenvolvimento é ainda mais densa que a agenda de “reorganizar” a economia do país.
A atração de mão de obra de alta qualificação precisa deixar de ser tabu, e uma reforma da lei de imigrações precisa ser introduzida na agenda. Israel, entre outras ações, atraiu cientistas e engenheiros após o colapso da URSS. Atualmente, é um dos maiores celeiros de startups, exportador de serviços de alto valor, e possui PIB per capita quatro vezes o do Brasil.
Outros temas precisam de prioridade, pois precisamos ajustar a tributação e as tarifas de comércio aos padrões internacionais. A agenda de entrada na OCDE é a grande oportunidade. Falamos sobre ajustar a tributação sobre capitais, renda corporativa e dividendos, regras sobre preços de transferências e obrigações acessórias. Temos urgência na modernização do marco legal das telecomunicações (lei geral em tramitação avançada). São medidas que demandam, no máximo, legislação infraconstitucional, mais simples de aprovar.
Precisamos estimular a rápida absorção de tecnologias e, por isso, eliminar alíquotas de importação de bens de informática, telecomunicações e de bens de capital, o que depende apenas de decreto presidencial. Mas também é preciso melhorar a aprendizagem dos nossos jovens com melhores práticas educacionais; requalificar trabalhadores; desenvolver e reter talentos científicos.
Temos 25 milhões de desempregados e subempregados, renda média muito baixa e uma das sociedades mais desiguais do planeta. Não estamos em guerra comercial, mas sofreremos muito as suas consequências. E não merecemos perder esse bonde!
Ana Paula Vescovi é diretora de economia do Santander Brasil e foi secretária do Tesouro Nacional
| Folha de S. Paulo | | | | Em enquete da Folha, países do bloco defendem acordo, mas exigem mais empenho do governo
Os países-membros da União Europeia seguem dando crédito ao acordo comercial firmado com o Mercosul, mas já não têm meias palavras ao vincular sua implementação à agenda do governo para a Amazônia e o combate ao aquecimento global.
O sentimento europeu fica evidente em enquete feita pela Folha com as chancelarias dos 28 membros do bloco. Destes, 17 responderam, 8 se calaram e 3 disseram que não participariam.
Dos que responderam à reportagem, somente Irlanda e França ameaçam claramente suspender a tramitação do acordo até que haja medidas concretas do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para proteger a Amazônia.
Os outros 15, com maior ou menor grau de dureza, dizem estar comprometidos com o acordo comercial, mas usam a questão ambiental como instrumento de pressão.
Maior economia do bloco, a Alemanha afirmou à Folha que sua posição está expressa numa fala do ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, do último dia 27.
“As políticas ambiental e climática são centrais para a avaliação do acordo [com o Mercosul]. É especialmente importante reforçar esse ponto no atual momento”, declarou o ministro.
O mesmo tom de ameaça velada adota a Holanda. “A União Europeia deve estar preparada para usar suas relações comerciais de uma forma inteligente e estratégica, para exercer pressão caso necessário”, disse a ministra das Relações Exteriores, Sigrid Kaag, também via assessoria.
O acordo foi fechado em junho após 20 anos de negociação e reúne economias que, somadas, têm PIB de US$ 22 trilhões e população de 777 milhões de pessoas.
Enquete com europeus sobre acordo comercial
Países que responderam
Alemanha, Bélgica, Bulgária, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e Suécia
Países que se abstiveram
Chipre, Dinamarca e Itália
Países que não responderam
Áustria, Croácia, Grécia, Hungria, Malta, Polônia, República Tcheca e Romênia
Mais de 90% das tarifas entre os dois blocos devem ser eliminadas quando o acordo comercial estiver implementado, o que ainda deve demorar ao menos dois anos.
Para entrar em vigor, contudo, é preciso que uma série de etapas sejam cumpridas, a primeira delas a aprovação pelo Conselho Europeu, que reúne os governos dos 28 países (em breve 27, com a iminente saída do Reino Unido do bloco).
Provavelmente o acordo precisará do apoio combinado de países que representem 65% da população, embora as regras para aprovação ainda não tenham sido detalhadas pelas partes.
Depois, a parte comercial do acordo tem de passar pelo Parlamento Europeu.
"As políticas ambiental e climática são centrais para a avaliação do acordo. É importante reforçar esse ponto no atual momento"
Heiko Maas, ministro das Relações Exteriores da Alemanha
Outros temas, inclusive os de meio ambiente, precisam ainda ser aprovados pelos Legislativos nacionais.
Os quatro sócios sul-americanos (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) também devem chancelar o acordo.
Alguns dos menores Estados-membros da União Europeia estão entre os mais vocais na cobrança ao Brasil, talvez porque sabem que podem ser o fiel da balança para a aprovação do acordo.
Com 2 milhões de habitantes e uma área comparável à de Sergipe, a Eslovênia disse em nota que “o sucesso do acordo depende do respeito a normas e princípios comuns, particularmente na área do desenvolvimento sustentável e da luta contra a mudança climática”.
Ainda menor, Luxemburgo, com 600 mil habitantes e um terço da área da Grande São Paulo, afirmou em nota que a agenda ambiental é uma “precondição” para o acordo comercial.
“Gostaríamos de ver um claro empenho político na implementação do Acordo de Paris [sobre o clima] e na luta contra o desmatamento antes de o acordo UE-Mercosul ser concluído”, afirmou a chancelaria do pequeno país.
Já a Suécia afirma que “ainda é” favorável ao acordo comercial.
“Ao mesmo tempo, é essencial que nossos parceiros de comércio contribuam para a resposta global à ameaça de mudança climática”, declarou o Ministério das Relações Exteriores do país nórdico.
A desconfiança dos europeus sobre o empenho brasileiro no combate ao aquecimento global não é gratuita.
Já colocaram em dúvida esse fenômeno, que tem amplo consenso entre cientistas, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, os filhos de Bolsonaro e o filósofo Olavo de Carvalho, entre outras pessoas
próximas do presidente.
"Esperamos que o Brasil respeite seus engajamentos em acordos internacionais, como o de Paris, e aja de forma responsável dentro dos limites do multilateralismo no que se refere a clima e comércio"
Nota da chancelaria da Bélgica
A Finlândia chega a elogiar o Brasil por ter “ao longo dos anos, realizado um bom trabalho na redução do
desmatamento”.
Mas, deixando de lado o tom elogioso, cita a adesão de Brasília ao Acordo de Paris e acrescenta que “a comunidade internacional conta com que o Brasil honre seus compromissos ambientais”.
Os belgas fazem chamamento parecido.
“Esperamos mesmo que o Brasil respeite seus engajamentos em acordos internacionais, como o de Paris, e aja de forma responsável dentro dos limites do multilateralismo no que se refere a clima e comércio.”
A chancelaria da França, país com quem Bolsonaro antagonizou de modo mais ríspido nos últimos dias, afirmou que a posição de Paris “foi expressa claramente pelo presidente da República [Emmanuel Macron] e pelo chanceler [Jean-Yves Le Drian]”.
Macron acusa o presidente brasileiro de ter mentido sobre seu compromisso em defesa do meio ambiente na cúpula do G20 no Japão, em junho.
Também procurada, a Irlanda apenas reiterou seu posicionamento expresso anteriormente pelo primeiro-ministro, Leo Varadkar, de que “não há nenhuma chance de votarmos a favor se o Brasil não honrar seus compromissos ambientais”.
Entre os que pegam leve com o governo brasileiro estão os britânicos, para quem a implementação do acordo não deverá ser uma questão real, dado que devem sair do bloco.
"Nosso desejo é que o presidente Bolsonaro adote ação firme contra o desmatamento ilegal para proteger a Amazônia e o papel único que tem de resguardar um planeta biodiverso e sustentável para as gerações futuras"
Nota da chancelaria da Eslováquia
O país é governado por Boris Johnson, um populista conservador de estilo em muitos aspectos parecido com o do brasileiro, o que talvez explique o tom morno adotado.
“Certamente penso que é melhor conversar do que fazer intimidação com megafone. Temos de convencê-los [os brasileiros] a usar métodos sensatos para reduzir o problema”, afirmou Christopher Pincher, ministro do governo para as Américas, ao ser questionado por deputados no Parlamento.
Dos questionados pela reportagem, Itália, Chipre e Dinamarca declinaram da sondagem para participar do levantamento.
Já os países que não responderam aos pedidos foram Grécia, Hungria, Malta, República Tcheca, Polônia, Romênia, Áustria e Croácia.
"Com a entrada em vigor do acordo, há mais disposição para pedirmos o cumprimento de cláusulas ambientais"
Nota da chancelaria da Espanha
| Folha de S. paulo ( publicado em 07-09-2019) | | | | Criada em Porto Alegre, a plataforma de comunicação Rocket Chat precisou de menos de um dia para atrair 30 mil usuários no mundo todo. Nascida para atender o mercado interno, a empresa descobriu que sua demanda estava no exterior e, em quatro anos de existência, tem seus produtos comercializados em 150 países. A curitibana Pipefy, uma plataforma de gestão de processos, ganhou seus clientes internacionais nos primeiros dias de criação e hoje tem sua marca em 156 nações.
O caminho seguido pelas duas empresas faz parte da estratégia de uma nova leva de startups que já nasce com DNA global. Elas são desenhadas e estruturadas para explorar o mercado mundial, seja a partir do primeiro dia de fundação ou de forma gradual, conforme vão amadurecendo. Essas companhias representam, na avaliação de especialistas, uma nova cultura do empreendedorismo brasileiro, que durante anos apostou apenas no mercado doméstico.
A mudança se deve, em especial, ao apoio financeiro de grandes fundos de investimentos, que elegeram o Brasil como o principal mercado na América Latina. “Antes era muito difícil conseguir dinheiro para esse modelo de negócios. Ninguém investia. Hoje, o cenário é diferente”, diz o sócio da gestora Redpoint eventures, Romero Rodrigues, fundador do Buscapé. Exemplo disso é que só no ano passado, os fundos – chamados de venture capital – investiram US$ 1,3 bilhão (R$ 5,3 bilhões), volume 51% superior ao de 2017.
O movimento de internacionalização está apenas no início e deve continuar em ascensão, sobretudo com o surgimento no Brasil de novos “unicórnios” – empresas que alcançam a marca de US$ 1 bilhão em valor de mercado. A cada companhia que entra para esse grupo de empresas bilionárias, mais dinheiro chega para o universo de startups, que já conta com sete membros – Nubank, Movile, Stone, 99, PagSeguro, Gympass e Loggy. É um ciclo virtuoso que ajuda na expansão dos negócios.
Um exemplo é a Gympass, que recebeu aporte de US$ 300 milhões em junho e usará parte dos recursos na expansão internacional. Criada em 2012, a plataforma de assinatura de acesso a academias já está em 14 países e quer acelerar sua presença global. “Decidimos iniciar a internacionalização quando vimos que os clientes brasileiros já estavam satisfeitos”, diz Juliano Ballarotti, vice-presidente da empresa.
Mudança de cultura. Na avaliação de especialistas, o País demorou para entrar nesse movimento de internacionalização por causa do tamanho de seu mercado. “Ao contrário de Israel, Argentina e Colômbia, o Brasil tem um mercado interno muito forte e grande; então, é natural que os empreendedores voltem suas atenções para cá e deixem o ambiente internacional de lado”, afirma Michael Nicklas, sócio da empresa de investimentos Valor Capital.
De uns tempos para cá, no entanto, essa visão tem mudado, afirma Nicklas. “Há a impressão de que, se não correr, alguém pode pegar a ideia e dominar o mercado”, afirma o executivo, cuja gestora – criada pelo ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel – já investiu em 30 startups no País.
Foi com esse pensamento que o banco digital Nubank anunciou, em maio, a abertura de uma subsidiária no México e, em junho, comunicou sua chegada à Argentina a partir do ano que vem. “Poderíamos ficar só no Brasil, mas temos grandes ambições”, diz David Velez, fundador da empresa.
Ele afirma que a internacionalização do banco seguiu alguns cuidados. Primeiro, ela deveria ocorrer no momento certo, quando a operação estivesse sólida, gerando caixa e numa curva firme de crescimento. No México, diz ele, a oportunidade é maior do que no Brasil, uma vez que a penetração de cartão de crédito é de apenas 10% e a desbancarização, de 70%.
A maturidade do mercado, por sua vez, tem agradado aos investidores. “Vemos uma postura bem diferente daquela do passado, e um dos motivos é que o ecossistema das startups está muito bem desenhado”, diz Romero Rodrigues. Para ele, não existe receita de bolo. Mas a internacionalização depende muito do modelo de negócios, que precisa sanar aflições globais.
Demanda. A exemplo da Pipefy e da Rocket Chat, a solução desenvolvida pela catarinense Resultados Digitais tem mercado global. A empresa criou uma plataforma de marketing digital voltada a pequenas e médias empresas e já conquistou 13 mil clientes, em 20 países. A demanda levou a startup a abrir escritórios em Bogotá (Colômbia), Cidade do México e São Francisco (EUA). “Queremos capturar a oportunidade de ser o primeiro a chegar em algum mercado, mas não queremos confundir pressa com velocidade”, diz Juliana Tubino, vice-presidente da empresa.
A chefe de startups e ecossistema do Cubo, centro de inovação do Itaú, Renata Zanuto, concorda com Juliana: “A internacionalização é um movimento natural das empresas, uma nova tendência no Brasil, mas, para dominar um mercado, é preciso dominar direito para não ficar no meio do caminho.”
Cases de sucesso mundial
Gympass
Três anos após ser criada, em 2012, a plataforma de assinatura de acesso a academias Gympass já aterrissava no México para iniciar sua trajetória de internacionalização. No ano seguinte, estreou na Europa e, em 2017, alcançou o mercado mais cobiçado do mundo fitness, os Estados Unidos. “Nos preparamos muito para chegar ao mercado americano, considerado mais exigente”, diz Juliano Ballarotti, vice-presidente da companhia.
Ele conta que a decisão de abrir as portas no exterior veio depois de a empresa se estruturar melhor no mercado brasileiro, com funcionários mais engajados e menor rotatividade. “Afinal, precisávamos de executivos bem treinados para levar a cultura Gympass lá para fora.” A aceitação dos estrangeiros foi maior do que se esperava. Em quatro anos, desde a chegada ao México, a empresa – que virou unicórnio em junho deste ano (empresa que alcança R$ 1 bilhão em valor de mercado) – conseguiu entrar em 13 países.
“A internacionalização era um caminho natural”, diz Ballarotti. No total, são 48,2 mil academias conveniadas – sendo 21,5 mil no Brasil e 26 mil, em outros países. Mas essa trajetória não deve parar por aí. Embora haja espaço para crescer nos países nos quais está, sobretudo no Brasil, a empresa está de olho em novos mercados. A Ásia é um deles. “É uma grande oportunidade pelo tamanho da população.”
Resultados Digitais (RD)
A Resultados Digitais (RD) foi criada para solucionar um problema da empresa do fundador Eric Santos. Ele não conseguia promover sua companhia no mercado por causa dos elevados custos e ineficiências do marketing tradicional para negócios de pequeno porte. Foi aí que ele decidiu criar a RD, plataforma de marketing digital voltada para pequenas e médias empresas brasileiras. “Mas, desde o início, ficou claro que havia oportunidades de negócios não só no Brasil como em outros países”, diz Juliana Tubino, vice-presidente da empresa.
No ano passado, a startup – candidata brasileira a novo unicórnio (nome dado a empresas de tecnologia com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão) – iniciou sua exploração no exterior. De lá para cá conseguiu ampliar sua operação para 20 países e conquistar 13 mil clientes. Criada em 2011, a startup tem escritórios em Florianópolis, Joinville (SC) e São Paulo, além de estar presente na Colômbia, no México e nos Estados Unidos.
Juliana afirma que os próximos países em estudo para expansão são Portugal e Espanha. “Nosso objetivo é conseguir elevar de 5% para 20% a participação do mercado internacional no faturamento da empresa até o ano que vem”, afirma. Para reforçar a expansão internacional, a empresa recebeu aporte de R$ 200 milhões no mês passado.
Nubank
A ideia de internacionalizar o Nubank sempre esteve no radar do fundador David Velez. Mas a estreia no exterior tinha de ocorrer no momento certo, depois que a operação brasileira estivesse mais sólida, gerando caixa e com uma curva de crescimento forte, explica o empreendedor, que anunciou em maio deste ano seu processo de expansão para fora do País.
O país escolhido por Velez foi o México, com o lançamento de um cartão de crédito internacional sem anuidade. A opção se deve ao tamanho do mercado, que pode ter potencial maior do que o do Brasil. “A penetração de cartão de crédito no mercado mexicano é de 10%, ante 40% do brasileiro. A desbancarização é de 70% lá e, aqui, de 40%. Ou seja, há um grande espaço para trabalhar.”
A próxima aterrissagem do Nubank deve ser na Argentina, onde o banco já abriu um escritório. O início das operações, segundo Velez, deve ser no primeiro semestre de 2020. “Poderíamos escolher ficar só no Brasil, onde ainda há muito mercado a ser explorado. Mas temos grandes ambições”, diz o fundador do Nubank.
A expansão internacional, no entanto, deve ser gradativa, sem pressa. Ele afirma que a estratégia adotada no México será parecida com a do Brasil, voltada principalmente aos consumidores millennials e depois na população sem acesso aos bancos tradicionais.
Pipefy
A decisão de criar uma empresa global surgiu de uma provocação feita por um executivo israelense durante um jantar em Tel-Aviv (Israel), no começo de 2014. “Ele me perguntou qual era a empresa brasileira líder global em seu segmento e eu não soube responder”, diz o curitibano Alessio Alionço, fundador da Pipefy, plataforma de gestão de processos que ajuda a reduzir ineficiências no dia a dia das empresas.
Alionço afirma que saiu do jantar com uma nova forma de pensar sobre os negócios. “Para ele (executivo israelense), os brasileiros voltam-se apenas para o País achando que é um mercado grande e seguro, mas enquanto isso o mundo anda muito mais rápido, num cenário no qual a competição não respeita mais fronteiras”, diz.
A partir daquela noite, ficou claro para Alionço que seu próximo negócio seria global desde o primeiro dia de funcionamento. De volta ao Brasil, decidiu se empenhar na criação de um produto que pudesse mudar a ideia do executivo israelense. Alionço tinha vendido sua primeira empresa em 2012 e, de lá para cá, buscava um novo desafio.
Foi aí que começou a desenhar a Pipefy, hoje em 156 países. Com uma equipe de três pessoas, incluindo ele mesmo, a plataforma ficou pronta em abril de 2015, depois de quase um ano de desenvolvimento. Hoje, a empresa já recebeu US$ 65 milhões em aportes de fundos de investimentos, tem 60 mil usuários, sendo 1,7 mil pagantes.
“Metade do nosso faturamento é do Brasil e a outra metade, do exterior”, diz Alionço, cuja empresa tem sede em Curitiba e unidades em São Francisco, na Califórnia, e Austin, no Texas.
Rocket Chat
Quando o empreendedor Gabriel Engel decidiu criar uma plataforma de comunicação, a ideia era atender às inquietações dos clientes de sua empresa no Brasil. Mas, antes do lançamento oficial, a plataforma já era sucesso no mercado internacional. Assim que o produto ficou pronto, em 2015, eles postaram um link num fórum de discussão e, no dia seguinte, já havia 30 mil pessoas olhando o site da Rocket Chat, uma plataforma de código aberto que permite ao usuário personalizar a página conforme suas necessidades.
Com sede em Porto Alegre, a empresa tem clientes em 150 países e funcionários em sete deles. Os maiores mercados são Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e França. Hoje o Brasil é só o 16.º mercado da Rocket Chat, que funciona como uma espécie de WhatsApp interno para empresas. “Fizemos o produto de olho nos clientes brasileiros, mas a demanda era externa”, afirma Engel.
Num primeiro momento, a plataforma tinha apenas uma versão gratuita. Era necessário investir em design e desenvolvimento para iniciar a comercialização do produto. Foi aí que o empreendedor decidiu aceitar um aporte de US$ 5 milhões do fundo de investimentos americano New Enterprise Associates (NEA) e, há um ano, começou a cobrar pelos serviços. Atualmente, tem 350 grandes empresas pagantes, como Intel, Samsung, Audi, Mercedes e Caixa Econômica Federal.
Recentemente, a Rocket Chat recebeu outro aporte: desta vez de US$ 3 milhões dos fundos brasileiros Monashees, DGF e ONEVC. “Crescemos muito no exterior e ficamos meio órfãos do Brasil. Então decidimos abrir para capital nacional.
| Tribuna PR (publicado em 08-09-2019) | | | | Comerciantes têm que se declarar pequenos ou grandes geradores de resíduos
A Prefeitura de São Paulo irá aplicar multa de R$ 1.639,60 em estabelecimentos comerciais com CNPJ que não estiverem cadastrados no sistema de controle de lixo da cidade até o final desta segunda-feira (9).
O registro não tem custo e deve ser feito tanto por pequenos como grandes geradores de lixo (acima de 200 litros por dia) no site www.ctre.com.br. A multa por não se cadastrar será aplicada somente aos grandes geradores.
Nas redes sociais, empresários reclamam da medida, queixam-se de não terem sido avisados e dizem que o prazo para o cadastro é curto.
A administração municipal disponibilizou 150 dias para os comerciantes se adaptarem à nova ferramenta, que está disponível desde abril deste ano.
Devem se cadastrar no sistema todas as empresas com CNPJ (microempresa, Mei, Eireli, entre outras) situadas no município, assim como todas as empresas com sede fora da capital, mas que prestam serviços no processo de transporte, manuseio, reciclagem ou destino final de resíduos sólidos gerados na cidade.
Ao todo, desde abril, foram realizados 76.229 cadastros no sistema. Desse total mais de 21 mil são equipamentos e cerca de 53.500 são de estabelecimentos comerciais —sendo 25 mil grandes geradores e 28.300 pequenos geradores de lixo.
A ideia do cadastro, segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), é melhorar o gerenciamento das emissões e destinos de resíduos sólidos gerados na cidade.
Realizando o cadastramento de forma virtual (antes era presencialmente) e anualmente (antes era a cada três anos), a prefeitura espera ter métricas de controle de geração de resíduos mais precisas, que possibilitarão a redução de gastos com a coleta pública de lixo, o aumento do controle das etapas do sistema e a minimização da proliferação de pragas urbanas (roedores, aves e insetos).
Para realizar o cadastro é necessário que os responsáveis pelos estabelecimentos preencham dados básicos, como CNPJ, número do IPTU e endereço.
Os grandes geradores deverão também informar a massa mensal de resíduos sólidos produzidos pelo estabelecimento, a empresa que contratou para a realização dos serviços de coleta e a destinação final dos resíduos sólidos.
Para calcular o volume de lixo produzido por dia e descobrir se a empresa é uma grande geradora, a prefeitura sugere a utilização de sacos de lixo nos quais constam as suas capacidades (50, 100, 200 litros, etc).
O cadastro de resíduos
O que é?
Cadastro de empresas municipais como pequenas ou grandes geradoras de lixo na capital
Qual é o prazo?
O período de cadastro iniciou em abril e pode ser feito até o final desta segunda-feira (9)
Quem precisa fazer?
Todos os estabelecimentos comerciais com CNPJ situados no município e também as empresas com sede fora da capital que prestam serviços relacionados à cadeia de resíduos sólidos em SP
Como fazer o cadastro?
No site www.ctre.com.br, do sistema do controle de lixo da cidade, tendo às mãos dados como CNPJ, número do IPTU e declaração de volume e massa mensal de resíduos sólidos produzidos, no caso de grandes geradores
O que são grandes geradores?
Empresas que produzem mais de 200 litros de lixo diariamente
Quanto custa?
Não há custos para se cadastrar. A taxa Amlurb, cobrada anualmente de grandes geradores (R$ 228) e de transportadores (R$ 117), continuará a ser cobrada.
Qual é a punição para quem não se cadastrar?
Multa de R$ 1.639,60 (somente para grandes geradores)
| Folha de S. Paulo | | | | Opção para buscar maiores retornos na renda fixa, as Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs), que têm lastro na concessão de empréstimos imobiliários, ainda não estão disponíveis para a maior parte dos investidores. A primeira emissão foi feita em novembro e, desde então, são R$ 8,9 bilhões em LIGs na carteira de clientes de Bradesco, Inter, Itaú e Santander, únicas instituições que já oferecem o produto.
Segundo diretores desses bancos, praticamente todas as aplicações vieram do segmento private – pessoas com patrimônio superior a R$ 3 milhões, em geral. O volume negociado desses papéis ainda é 17 vezes menor que o das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Os dois ativos são isentos de Imposto de Renda.
Assim como a LCI, a LIG têm lastro na concessão de empréstimos imobiliário. Mas, no caso da primeira, esse lastro serve apenas como uma referência enquanto na LIG ele forma uma “dupla garantia”: se o banco que emitiu o produto der calote, os ativos que servem de lastro deverão garantir os pagamentos aos investidores. Isso não ocorre com a LCI.
“Cada LIG vai ter o próprio lastro, com um perfil mais ou menos arriscado. O risco primário é o próprio emissor e o secundário, a carteira de crédito imobiliário”, diz Fabio Zenaro, diretor da B3, a Bolsa de São Paulo.
Por outro lado, a LCI é coberta pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que não acontece com a LIG. Outra diferença importante está na liquidez: a LCI é emitida com prazo de carência mínimo de três meses, enquanto nas LIGs, é de um ano.
Investidor
Apesar desse ativo ainda estar reservado a investidores maiores, os executivos acreditam que o cenário deve mudar. Um dos motivos é o possível fim da isenção às LCIs, defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Caso o governo decida deixar as LIGs de fora dessa mudança, elas teriam uma grande vantagem e a procura aumentaria. Agora, os emissores estão aguardando a decisão do governo para prosseguir com as ofertas. Estamos animados com a possibilidade de ela crescer”, diz o diretor de investimentos do Banco Inter, Rafael Rodrigues.
Outro fator que ainda deixa o mercado em compasso de espera é a falta de regulamentação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia que regula o mercado financeiro precisa definir como serão feitas as ofertas públicas de LIGs. A norma está em audiência pública até a próxima sexta-feira e deve ser publicada ainda este ano, a depender do volume de sugestões enviados.
“Com o complemento regulatório da CVM, os bancos podem descer na cadeia de clientes. O produto deve deslanchar e ter um bom crescimento no ano que vem”, acredita Luciano Diaferia, superintendente de produtos do Itaú Unibanco. “Todo produto começa devagar até o investidor tomar conhecimento. Há uma curva de aprendizado para entender as características.”
Para Rodrigues, do Inter, a clareza das regras será importante para o sucesso dos papéis. “Tem de ser um processo tranquilo para o emissor e que faça sentido na cabeça do investidor. Se a CVM não por muitas amarras, as LIGs devem decolar em popularidade. A relação entre risco e retorno é interessante, porque a liquidez é menor.”
Na avaliação do diretor do Bradesco José Rocha Neto, as LIGs deverão ocupar o espaço das LCIs com o passar dos anos. No entanto, ele aponta cuidados, que os investidores devem ter com os novos papéis, ressaltando o maior risco de liquidez da LIG. “O vencimento mínimo é de dois anos e ainda não há mercado secundário para a classe. Para um ultraconservador, talvez não deva compor o portfólio. O processo correto de suitability (análise do perfil de risco do investidor) é importante.”
Daniel Januzzi, consultor da Magnetis, pondera que, mesmo que haja interesse dos investidores em tomar mais risco em um cenário de Selic, a taxa básica de juros, em queda, a LIG ainda deve engatinhar no mercado. “Há um período de maturação, o perfil no Brasil é extremamente conservador”, avalia.
Bancos públicos
O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto de Abreu, lembra que as emissões do papéis só foram feitas até agora por bancos privados. Ele avalia que a entrada do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal nesse mercado também dará impulso às LIGs.
Abreu acredita que elas têm potencial para ultrapassar as LCIs em volume, o que mudaria o quadro do financiamento imobiliário no País, que hoje tem quase metade dos recursos provenientes da poupança e um terço do FGTS. Cerca de 12% dos recursos vêm das LCIs, 6% dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e menos de 1% das LIGs.
Europa
A LIG foi criada por medida provisória no governo Dilma Rousseff, em 2014, e regulamentada na gestão Michel Temer. Mas as primeiras emissões ocorreram apenas no fim do ano passado. A ideia foi criar uma fonte alternativa de recursos para o crédito imobiliário e a justificativa para os incentivos fiscais é reduzir os custos de financiamento para o consumidor.
O modelo de garantia adotado é inspirado nas ‘covered bonds’, populares no exterior: títulos de dívida emitidos por banco ou instituição hipotecária. Segundo a associação europeia ECBC, o montante desse tipo de ativo em circulação no continente é de 2,5 trilhões, equivalente a R$ 11,2 trilhões. “A nota de crédito da LIG pode ser maior que o do banco emissor. É um produto com alto grau de qualidade”, diz Gilberto de Abreu, da Abecip.
| Tribuna PR | | | | A Receita Federal liberou hoje a consulta ao quarto lote de restituições do Imposto de Renda 2019. O lote também inclui restituições de outros anos que haviam ficado retidas na malha fina e foram corrigidas.
O pagamento do quarto lote será feito na próxima segunda (16), na conta bancária indicada pelo contribuinte ao fazer a declaração. Ao todo, são R$ 3,5 bilhões, que serão pagos a 2.819.522 de contribuintes.
Como checar se sua restituição foi liberada?
Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar o site da Receita ou ligar para o Receitafone, no número 146. Também é possível checar pelo aplicativo Pessoa Física, disponível para os sistemas Android e iOS.
Valor tem correção monetária?
O valor da restituição do IR é corrigido pela Selic (taxa básica de juros), mas, após cair na conta, não recebe nenhuma atualização. O percentual de correção varia de 3,08% (maio de 2019) até 111,36% (maio de 2008).
O que fazer se não pagarem?
Caso tenha direito e o valor não tenha sido creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento: 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).
| UOL | | | | Passa mais tarde Atrasou de novo o prometido pente-fino nas contas do INSS, que tinha como objetivo reduzir fraudes e poupar recursos no momento em que é aprovada a reforma da Previdência. A Dataprev havia se comprometido a entregar em agosto um sistema de auditoria, adiou para setembro e agora informa que o aparato só ficará pronto no fim de novembro.
Passa mais tarde 2 Com isso, os cerca de R$ 2,5 bilhões que o governo estimava economizar neste ano com a devassa em benefícios assistenciais, por incapacidade e auxílio-doença devem ficar para 2020. Os suspeitos têm 30 dias para se defender antes que o corte seja feito. Na hipótese mais rápida, só em janeiro.
A ver navios O atraso provocou troca de acusações em reunião de representantes da Dataprev, INSS, CGU (Controladoria Geral da União) e peritos na última semana. Sem o pente-fino, a categoria também não receberá o bônus de desempenho prometido (e já reservado), de R$ 223 milhões.
| Folha de S. Paulo | | | | Economistas de instituições financeiras consultados pelo Banco Central reduziram as previsões para a inflação, mas aumentaram as projeções para o dólar ao final deste ano.
As estimativas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e para a taxa básica de juros (Selic) foram mantidas.
Veja as projeções desta semana do Boletim Focus para o final de 2019, divulgadas hoje pelo Banco Central:
- Inflação: caiu de 3,59% para 3,54%
- Dólar: subiu de R$ 3,85 para R$ 3,87
- PIB: mantido em 0,87%
- Taxa de juros: mantida em 5% ao ano
| UOL | | | | Há 15 meses, a economia argentina atravessa uma crise cheia de picos de estresse. Após a fuga de capital de países emergentes no começo do ano passado, o peso começou a se desvalorizar rapidamente, o governo de Mauricio Macri pediu socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação chegou à casa dos 50% e o país entrou em recessão. Agora, um novo ingrediente agrava o quadro: após as eleições primárias, o opositor Alberto Fernández passou a ser visto como presidente eleito, enquanto Macri já não consegue captar a atenção dos agentes econômicos.
O limbo político no qual o país mergulhou há quase um mês, com Fernández praticamente eleito, mas sem poder começar a trabalhar em um gabinete de transição, travou as decisões de empresários e investidores. “Estamos em uma situação complexa. Temos um presidente muito debilitado e um não presidente (Fernández) ganhando força. Estamos em um limbo em que nunca havíamos estado, porque o resultado das primárias nunca tinha sido tão contundente”, diz o analista político Sergio Berensztein.
Em 11 de agosto, nas primárias, a chapa formada por Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner derrotou Macri por 15 pontos porcentuais – resultado considerado, em todo o país, como quase impossível de ser revertido nas eleições de 27 de outubro.
Nas últimas semanas, o mercado financeiro entrou em pânico, temendo o retorno do peronismo e de políticas intervencionistas como estatizações e subsídios a serviços de energia e transporte. A maior parte dos investidores não quis renovar os papéis da dívida do governo e, dado o baixo nível de reservas internacionais para honrar os débitos, Macri anunciou que parte dos pagamentos foi adiada para daqui a seis meses.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o ministro da Produção e do Emprego da Argentina, Dante Sica, admitiu que “muitos empresários deixaram de prestar atenção” no governo. Por isso, acrescentou, estabilizar a economia “requer um compromisso de todos os atores”, não só do candidato oposicionista, mas também do empresariado.
Fernández, no entanto, tem emitido sinais ambíguos para o mercado. Já afirmou que, se eleito, honrará os compromissos do país, mas também culpou o FMI pela crise atual.
A comparação com o Brasil de 2002, quando houve grande tensão no mercado brasileiro diante da então possível vitória de Lula nas eleições, tornou-se óbvia na Argentina. “A situação é parecida, com o agravante de que ninguém apresenta uma carta (como a assinada por Lula à época, na qual o então candidato se comprometia a honrar contratos)”, disse o economista Fausto Spotorno, da consultoria Ferreres y Asociados.
Paradeira
Enquanto nenhum recado mais claro é dado ao mercado, o país está parado. O presidente da Câmara Argentina da Construção, Julio Crivelli, afirma que as empresas do setor estão esperando 2020 para tomar decisões de investimento. “O grau de incerteza é altíssimo. É preciso esperar o próximo governo.”
Membro da Sociedade Rural Argentina, Santos Zuberbühler também aguarda uma definição política para tomar decisões. Sua preocupação é com o aumento do imposto sobre exportações. No governo Kirchner, foi adotada uma tarifa de 35% sobre embarques de soja. O fim das “retenções”, como são chamadas na Argentina essas tarifas, era uma bandeira de Macri nas eleições de 2015. No ano passado, porém, pressionado pelo FMI, o presidente retomou a cobrança em uma tentativa de aumentar a arrecadação para reduzir o déficit fiscal.
Por enquanto, a única medida que Zuberbühler tomou foi sacar do banco grande parte de suas economias em peso para comprar insumos cotados em dólar. Preocupado com a possibilidade de o peso perder ainda mais valor, ele adiantou a compra de fertilizantes para a plantação de soja e milho de todo o ano que vem. “Esvaziei uma conta em que tinha colocado tudo o que recebi da venda de gado.
| Tribuna PR (publicado em 08-09-2019) | | | | Aparência de que investimentos podem ser mais seguros do que em ações camufla riscos pouco conhecidos do pequeno investidor
A aparência de que investimentos em debêntures (dívidas de empresas) podem ser mais seguros do que em ações camufla riscos pouco conhecidos do pequeno investidor, acostumado a comprar CDBs de bancos.
Até agosto, são 197 emissões de debêntures no ano, com R$ 117,4 bilhões captados, relativamente em linha com as operações de 2018. Elas têm se expandido como alternativa ao crédito bancário: com a queda dos juros, empresas se financiam a taxas mais baixas no mercado de capitais.
Ao financiar uma empresa, porém, o investidor fica sujeito a um calote: se ela enfrentar dificuldades financeiras, ele pode não receber pelo investimento. Isso porque esses papéis não têm a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
“Diferentemente de ações e de dólar, cujas cotações se acompanham diariamente, nas debêntures você só percebe o risco quando há renegociação com os debenturistas”, diz Martin Iglesias, especialista em investimentos do Itaú Unibanco.
É o que estão enfrentando debenturistas da concessionária Rodovias do Tietê, que emitiu R$ 1,3 bilhão e passa por dificuldades de honrar os pagamentos.
O papel tinha instrumentos de garantia, que estão sendo negociadas. Mas casos assim são exceção.
“A maioria das debêntures não tem garantia. Quando há, é melhor para o investidor, pois fica mais fácil de reaver o crédito”, diz Renata Oliveira, sócia da área de Contencioso do Machado Meyer Advogados.
Ela lembra que, em casos de recuperação judicial, os debenturistas serão ressarcidos com o valor estabelecido pelo plano de recuperação.
“Ele pode receber tudo ou ter descontos. O debenturista tem a mesma importância que os demais credores. Mas há escrituras de debêntures que deixam claro que os debenturistas são os últimos a receber”, diz a advogada Renata Oliveira.
A recomendação de Iglesias, do Itaú, é analisar o seguinte conjunto de fatores antes de comprar uma debênture: a liquidez, a nota de crédito do emissor nas agências de risco (Moody’s, Fitch, S&P e DBRS), quanto a debênture rende a mais que um título público e se é isenta de IR.
Também é recomendado diversificar o investimento em debêntures e no crédito privado em geral, para minimizar eventuais perdas.
A falta de liquidez é outro risco a que o pequeno investidor é pouco habituado. Ainda que exista um mercado secundário para esse papel, ele tem poucos negócios. Um investidor pode colocar o título à venda e não encontrar comprador pelo preço desejado.
E esses papéis têm prazos longos: como costumam financiar grandes obras, tendem a ter vencimento em cerca de 10 anos, com casos de financiamento de até 20 anos.
Investir em debêntures
Como comprar?
Em corretoras, da mesma maneira que ações
Qual o valor mínimo de investimento?
Em média, de R$ 10 mil, mas há papéis de R$ 100 mil
Qual o rendimento?
Segue ou a taxa CDI (semelhante à Selic), mais um juros predefinido na emissão, ou o IPCA (inflação) mais juros
Há incidência de IR?
A maioria está sujeita à tabela regressiva, mas há isenção fiscal nos papéis que captam recursos para investimentos em infraestrutura
Quais as garantias?
Debêntures não precisam ter garantia e nem são cobertas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Alguns papéis, no entanto, podem conter hipoteca de imóveis e maquinários, penhor sobre recebíveis e maquinário ou alienação fiduciária desses bens. Neste último caso, o recebimento é garantido. O tamanho da garantia tende a variar conforme o emissor e a finalidade da debênture. Em casos das voltadas a obras de infraestrutura e de empresas menores, a garantia tende a ser maior
| Folha de S. Paulo | | | | Bolsa passou a incluir no cálculo as compras de ações feitas por estrangeiros em IPOs e follow-ons
A Bolsa brasileira alterou o critério que usava para medir a movimentação diária de estrangeiros em ações após números mostrarem uma saída massiva desses investidores do mercado.
Desde pelo menos 1994, segundo série da própria B3, eram consideradas as operações de compra e venda no mercado secundário, que medem fluxo diário de entrada e saída de dinheiro estrangeiro.
Na sexta (6), a empresa passou a incluir no cálculo as compras de ações feitas por estrangeiros em IPOs (operações de abertura de capital) e follow-ons (que podem ser com novas ações ou venda de ações detidas por um grande acionista), que são realizadas apenas esporadicamente. Como exemplo, em agosto não há registro de nenhuma dessas operações.
A alteração ocorre após uma sequências de notícias que mostravam a saída de investidores do mercado local mesmo após a aprovação da primeira etapa da reforma da Previdência, em julho.
O movimento ocorreu na contramão da visão otimista do mercado, de que os estrangeiros voltariam ao país com a adoção de medidas capazes de reequilibrar as contas públicas, sendo as novas regras de aposentadoria a mais fundamental delas.
“O negócio da Bolsa é [negociação de] ações, e o investidor estrangeiro saindo é ruim para a Bolsa. Talvez seja para mostrar que não está tão ruim assim, não é tão negativo assim em relação estrangeiros”, afirma Joelson Sampaio, coordenador do curso de economia da FGV EESP.
Em 2019, só houve entrada líquida de dinheiro estrangeiro na Bolsa em janeiro e em março.
Desde julho, justamente quando houve a primeira aprovação da Previdência na Câmara, os saques se intensificaram. No acumulado do ano, já foram retirados da Bolsa R$ 23 bilhões por investidores de fora do país. O montante é mais que o dobro dos mais de R$ 10 bilhões sacados no ano passado.
Reportagens do Valor Econômico chegaram a apontar saída recorde de dinheiro em agosto, em volume superior ao da crise de 2008 (em termos nominais).
Segundo especialistas, o principal motivo para o saque de dinheiro estrangeiro tem pouca relação com o noticiário doméstico: é motivado pelo aumento do risco no exterior devido ao agravamento da guerra comercial entre EUA e China e também pelos temores de desaceleração global. Nesse cenário, eles preferem ativos mais seguros a manter recursos em mercados emergentes.
O argumento da Bolsa e de defensores da nova metodologia de cálculo é que há um interesse de investidores estrangeiros pelo mercado brasileiro, já que eles têm participado das ofertas de IPO e follow-on. Sem considerar esses negócios, apenas parte da história estaria sendo contada.
Foram 19 operações até julho, sendo a mais expressiva delas a privatização da BR Distribuidora por meio da venda de ações detidas pela Petrobras. No negócio, a companhia captou R$ 9,6 bilhões, sendo 45% do dinheiro de investidores internacionais.
Com a inclusão dessas ofertas, o saldo estrangeiro do ano deixa de ser negativo e fica positivo em R$ 1,7 bilhão. No ano passado, persiste a saída de R$ 5,7 bilhões.
“O volume de recursos estrangeiros que entra no mercado brasileiro por meio de ofertas primárias é muito relevante. Considerar apenas o mercado secundário despreza inclusive a possibilidade de o dinheiro do investidor não residente estar migrando de um papel para outro dentro do próprio mercado brasileiro”, afirmou em nota Adolpho Bianchi, superintendente de Produtos, Serviços de Tecnologia e Market Data da B3.
Para o professor da FGV, não é possível afirmar que o mesmo investidor deixou o mercado secundário para participar da oferta primária de ações.
Procurada, a B3 disse também por nota que “os dados continuam os mesmos já divulgados anteriormente” e que o objetivo é “atender o pedido de participantes de mercado, que desejam consumir os dados de forma combinada, com a intenção de aprimorar a análise e entendimento do fluxo de investimento estrangeiro em nossos mercados”.
A Bolsa suprimiu, porém, a forma anterior de divulgação, informando apenas os dados consolidados na nova metodologia.
Existe ainda um ruído que mostra a dificuldade de comparar os dois dados. Enquanto o fluxo do mercado secundário é diário, com atualização dos números com atraso de dois dias, os números de IPO e follow-on seriam atualizados uma vez por mês, no quinto dia útil.
A disparada que levou o Ibovespa a superar o patamar simbólico de 100 mil pontos foi inteiramente sustentada pelo investidor local pessoa física e gestores de fundos.
A euforia ajudou a elevar os ganhos da B3, que tem capital aberto. No segundo trimestre, a receita da Bolsa com o mercado acionário saltou 18,2%, para R$ 1,06 bilhão, respondendo por quase 65% de todo o faturamento bruto da B3.
O lucro líquido foi de R$ 785 milhões, queda de 8,5%, reflexo de alta nas despesas.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 08-09-2019) | | | | Conselho da empresa, que vive crise desde a prisão de Carlos Ghosn, avalia na segunda-feira se inicia busca por novo executivo
O conselho de administração da Nissan vai discutir nesta segunda (9) um plano para substituir o presidente-executivo, Hiroto Saikawa. Se houver a aprovação, será iniciada uma busca formal por candidatos, segundo pessoas familiarizadas com os planos do conselho.
Uma das pessoas disse que Saikawa, 65, poderá apresentar sua renúncia na reunião. O jornal japonês Nikkei informou que o executivo manifestara reservadamente sua intenção de renunciar. Procurado para comentar o assunto, não foi localizado.
A busca por um novo chefe para a Nissan ganhou urgência crescente nos últimos meses, quando Saikawa começou a ser analisado pelo fraco desempenho dos negócios. A empresa está cortando empregos em todo o mundo, já que enfrenta queda nas vendas e no lucro.
Em novembro passado, o então presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn, que liderou a empresa durante quase duas décadas, foi preso. O executivo, que tem cidadania brasileira, francesa e libanesa, foi destituído de seus cargos por acusações de crimes financeiros, incluindo subnotificação de seus ganhos, e enfrentará julgamento em 2020 em Tóquio. Ele diz que é inocente.
O chefe do novo comitê de nomeação do conselho da Nissan, Masakazu Toyoda, disse em julho que queria elaborar um plano de sucessão assim que possível. A montadora criou o comitê após sua reunião de acionistas em junho.
O comitê já elaborou uma lista de dez potenciais candidatos, mas o conselho até agora indicou a preferência de que o próximo presidente-executivo venha da própria Nissan, segundo uma das fontes.
O conselho também planeja questionar Saikawa sobre a manipulação de sua remuneração por desempenho com base nas ações, o que resultou no recebimento de mais de US$ 400 mil de pagamentos em excesso. Saikawa reconheceu na semana passada que houve um erro em seu salário e disse que devolveria a quantia excedente.
Um porta-voz da Nissan disse que a reunião do conselho irá discutir a investigação pela Nissan de dez meses das atividades de Ghosn, bem como a questão do pagamento por desempenho com base em ações. Ele se recusou a dar mais detalhes.
Saikawa disse esperar que o conselho chegue a um plano para substituí-lo rapidamente, mas também que sente a responsabilidade de reverter os negócios da Nissan antes de entregar as rédeas.
As pessoas envolvidas nas discussões disseram que poderá ser difícil substituir Saikawa imediatamente, em parte por causa da sensação de que ainda não surgiu um sucessor claro.
Outro desafio é a relação incerta da Nissan com a Renault, que detém 43,4% da montadora japonesa. As duas empresas têm discutido uma revisão de sua parceria de duas décadas, cujo resultado poderá ser a redução da participação da Renault na Nissan. Isso tem sido difícil devido à resistência da Renault e do governo francês, maior acionista da companhia.
As discussões da aliança poderão ser interrompidas se uma nova pessoa assumir o comando da Nissan.
| Folha de S. Paulo (publicado em 08-09-2019) | | | | Antonio Rivas e CNI também falarão de acordo automotivo bilateral
Energia Depois de almoçar no Itamaraty, nesta segunda-feira (9), o novo chanceler do Paraguai, Antonio Rivas, que assumiu o posto na esteira do imbróglio de Itaipu, vai à CNI conversar sobre acordo para evitar dupla tributação.
Motores Também vão falar sobre a conclusão de um acordo automotivo bilateral, entre outros assuntos. O Brasil e o Paraguai estão em fase de homologação da assinatura digital para troca de certificados de origem.
| Folha de S. Paulo | | | | A Ford confirma que fará readequações em seu quadro; caso foi parar no TRT de Campinas
Trabalhadores ligados ao campo de provas da Ford em Tatuí (a 146 km de São Paulo) iniciaram nesta semana uma greve em que, além de demissões, temem o fechamento da própria unidade da montadora.
Surgido em 1978, o campo de provas tem atualmente 270 funcionários em todos os seus setores, de acordo com o sindicato dos metalúrgicos local. Desde a última segunda-feira (2), a categoria paralisou as atividades.
Segundo a entidade, a montadora pode, ainda, terceirizar suas atividades na cidade e, para isso, demitiria ao menos 28 funcionários nesta semana.
A Ford confirma que fará readequações em seu quadro. O caso foi parar no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Campinas.
O sindicato pede também o pagamento de benefícios aos trabalhadores que já foram demitidos, seguindo o modelo de PDV (Plano de Demissão Voluntária) de outras unidades.“Fizemos assembleia hoje [sexta],
decidimos prosseguir com a greve. Ontem [quinta], houve audiência de conciliação no TRT, mas não houve entendimento. Estamos abertos para qualquer tipo de negociação, para amenizar as demissões ou para que os funcionários tenham acesso ao PDV”, afirmou o sindicalista Ronaldo José da Mota, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí.
Ele afirmou que a montadora apresentou na audiência um número de possíveis demitidos inferior à realidade. “Eram 28, como soubemos, aí lá apresentaram um número de 12. Mas manda 12 agora, 10 depois e, depois, mais um tanto. Fatiam para chegar ao número desejado”, disse.
Mota disse ainda temer pelo fechamento da unidade ou pela terceirização de seu campo de provas. “A atitude que estão tomando é para o fechamento. Isso não é oficial, mas é o que as atitudes mostram. Não vamos parar a greve.”
Por meio de sua assessoria de comunicação, a Ford confirmou que terá mudanças em seu quadro de empregados na cidade do interior de São Paulo.
“A Ford confirma que fará uma readequação em seu quadro de funcionários do campo de provas de Tatuí como parte do amplo processo de reestruturação organizacional feito pela montadora nos últimos meses”, diz o comunicado da montadora.
| Folha de S. Paulo (publicado em 06-09-2019) | | | | Depois de crescimento tímido até agosto, Anfavea vai revisar as projeções para o ano
A produção de veículos vai ficar abaixo da expectativa inicial da Anfavea para 2019. “O mercado brasileiro vai bem, mas a redução das exportações para a Argentina vai impactar os resultados da indústria nacional”, diz Luiz Carlos de Moraes, presidente da Anfavea. Já em outubro a entidade planeja apresentar uma nova projeção, prevendo o impacto da situação do país vizinho.
Entre janeiro e agosto a produção nacional somou 2,01 milhões de veículos, com crescimento de 2% sobre os mesmos oito meses de 2018. O resultado do acumulado é bastante distante da projeção traçada pela Anfavea no começo de 2019, quando a associação apontou que o ano terminaria com 3,14 milhões de unidades feitas em linhas de montagem nacionais – volume 9% superior ao registrado em 2018.
O ritmo de crescimento foi ainda menor quando considerado apenas o mês de agosto. A produção somou 369,8 mil veículos, resultado apenas 1,1% acima do que o registrado em julho e 7,3% inferior ao de agosto de 2018. Nenhum segmento registrou resultado expressivo ao longo do mês: enquanto a fabricação de automóveis aumentou 1,2% na comparação com julho, a de comerciais leves ficou praticamente estável, com redução de 0,2%.
Entre os pesados, a produção de caminhões diminuiu 1,7%, puxada pelas categorias de leves e semileves. No segmento de ônibus, o resultado de agosto foi 1% superior ao de julho.
Resultados tendem a melhorar
Apesar da tendência de que 2019 termine abaixo da expectativa desenhada no começo do ano, a Anfavea diz esperar que a performance melhore nos últimos meses do ano em relação ao acumulado até aqui. “É um período tradicionalmente mais aquecido”, lembra Moraes. Ele enumera ainda uma série de condições que tornam o ambiente mais favorável à demanda por carros e, consequentemente à produção:
“Temos a redução da taxa de juros, com os bancos dispostos a liberar financiamentos a taxas mais baixas e prazos mais longos. Além disso, a liberação dos saques do FGTS vai injetar R$ 30 bilhões na economia”, diz o executivo.
O aumento da demanda interna tende a refletir diretamente na produção, já que com o dólar elevado a participação dos carros importados nas vendas internas é baixo. Até agosto os veículos feitos fora do Brasil representaram apenas 10,8% do total de emplacamento. O nível de estoques teve leve aumento e chegou a 42 dias em agosto, com 343,2 mil veículos armazenados entre as fábricas e a rede de concessionárias.
| CIMM | | | | Resultado reflete o bom desempenho do segmento de embalagens, que cresceu dois dígitos no período
O consumo doméstico de produtos de alumínio cresceu 7,5% no primeiro semestre de 2019, quando comparado ao mesmo período do ano passado. O volume total comercializado chegou a 731,8 mil toneladas – 626,1 mil toneladas de origem nacional e 105,7 mil toneladas importadas (quadro 1). Os números mostram que o mercado nacional mantém a tendência de recuperação registrada em 2018. O levantamento faz parte da pesquisa de mercado promovida pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).
O segmento de embalagens é o que puxa a fila da ascensão, com um crescimento de dois dígitos no período: 11,1%. Esse bom desempenho reflete a alta no consumo de chapas de alumínio, empregadas na fabricação de embalagens. O produto registrou um volume de 349,6 mil toneladas no primeiro semestre, elevação de 16% em relação ao ano passado (gráfico 1).
Para o presidente da ABAL, Milton Rego, é o segmento de embalagens que deve continuar sustentando o crescimento do setor nos próximos anos. "Estamos assistindo à substituição, de forma cada vez mais rápida, de diversos materiais por alumínio, principalmente nas áreas de alimentos, medicamentos e de bebidas", explica.
Mantido o atual ritmo, Milton prevê que o consumo de produtos de alumínio seja retomado já no final deste ano ou no início de 2020, atingindo a cifra de 1,5 milhão de toneladas – nível já alcançado em 2013. "Chegamos até a imaginar um crescimento maior neste primeiro semestre. Mas, apesar da revisão para baixo, a nossa recuperação segue de forma consistente", garante.
No primeiro semestre de 2019, a Balança Comercial da Indústria Brasileira do Alumínio manteve superávit – US$ 781 milhões FOB –, com exportações de US$ 1.794 milhões e importações de US$ 1.013 milhões (quadro 2). Os destaques foram as receitas provenientes das exportações de alumina.
Consumo Doméstico de Produtos Transformados de Alumínio (1.000 ton)
Distribuição do consumo de produtos de alumínio por segmento de mercado no 1º semestre/2019
Balança Comercial Indústria do Alumínio
| CIMM | | | | ABB Ability™ Asset Vista Condition Monitoring atende ao setor de metalurgia, oferecendo visibilidade contínua e completa do status do ativo, usando dados da planta para prever as necessidades de manutenção.
ABB, líder em tecnologia pioneira, lançou uma aplicação digital e escalável que proporciona aos fabricantes do segmento metalúrgico uma visão completa do status dos ativos de sua produção, ajudando a evitar o excesso de manutenções, prevenindo, assim, exposições desnecessárias às áreas perigosas e acelerando reparos.
A solução ABB Ability™ Asset Vista Condition Monitoring para o segmento de metalurgia coleta rapidamente informações divergentes de diversos equipamentos da produção como motores disjuntores, redutores, válvulas, chaves e sensores.
Assim, os dados são apresentados em dashboards de fácil utilização para as equipes de operações, automação e pessoal de manutenção, garantindo um harmonioso trabalho conjunto e integrado. Altamente escalável, a solução é particularmente de rápida e fácil implementação nas plantas que já utilizam uma ampla variedade de sistemas de controle distribuído, incluindo o líder de mercado ABB Ability™ System 800xA da ABB.
“Nosso objetivo com o ABB Ability™ Asset Vista é acabar com a comunicação fragmentada entre operações, automação e equipe de manutenção, ajudando os fabricantes do segmento metalúrgico a definirem uma estratégia de manutenção preditiva completa”, diz Tarun Mathur, Global Product Manager para Metals Digital na ABB.
“Estudos anteriores mostraram que um sistema de manutenção preditiva com funcionamento adequado pode gerar economias de 8% a 12% superiores a um programa que usa apenas manutenção preventiva, porém, em algumas situações, as economias podem exceder 30% a 40%1,” explica Eduardo Ingegneri, Global Product Manager para o Asset Vista na ABB.
“Após a implementação bem-sucedida do sistema em um laminador de barras de 22 cadeiras de um cliente do ramo metalúrgico na Europa, sabemos que ele oferece economia de custos, melhora a segurança do pessoal ao reduzir manutenção desnecessária em áreas de perigo, e pode reduzir o uso de recursos e o impacto ambiental”, completa.
Desenvolvido por especialistas em manutenção, o ABB Ability™ Asset Vista Condition Monitoring trabalha com protocolos de comunicação aberta como OPC e Modbus e é facilmente integrado em uma variedade de sistemas de controle de terceiros. Combinar o Asset Vista com gerenciamento de manutenção da planta melhora a confiabilidade do equipamento, reduzindo custos com manutenção e de operação, evitando paradas não planejadas e aumentando a produtividade.
Por exemplo, uma correia transportadora convencional oferece uma vasta gama de informações, ainda que sem ABB Ability™ Asset Vista Condition Monitoring, e esses dados podem ser distribuídos, de forma independente, para diferentes sistemas de computadores em locais diferentes. Isso pode impedir que informações vitais sejam compartilhadas rapidamente para todos os times envolvidos.
“Se uma falha ocorre devido à lubrificação insuficiente de um motor elétrico, o engenheiro de manutenção pode não ter ciência até que a produção já esteja comprometida”, diz Tarun Mathur. “Mesmo quando identificado, o engenheiro pode não apontar rapidamente o motor elétrico como sendo a causa raiz. Isso pode levar a atrasos grandes e custosos”, alerta.
O ABB Ability™ Asset Vista evita esse cenário ao enviar informações chave somente para um sistema, focado na manutenção. Então, todas as partes relevantes são advertidas do potencial de falha (isto é, falha na lubrificação) com uma proposta de solução a tempo de resolvê-la, antes que a produção seja afetada.
Há quatro fases para implementar o ABB Ability™ Asset Vista Condition Monitoring para o segmento de metalurgia. Primeiro, uma avaliação on-site feita pelos especialistas da ABB, e então especialistas de manutenção do local avaliam as necessidades de uma manutenção precisa.
Então, uma solução de longo prazo é projetada com base nos objetivos de negócio e tecnologias disponíveis. Na fase seguinte, o time da ABB instala a aplicação de monitoramento de condição online. Finalmente, a ABB mede e otimiza remotamente o desempenho da manutenção e apresenta resultados em relatórios periódicos. Um contrato de serviços da ABB garante que a aplicação esteja sempre atualizada para que, então, os times de manutenção do cliente possam focar em suas atividades diárias.
O ABB Ability™ Asset Vista Condition Monitoring para metalurgia é escalável por meio de sua biblioteca de monitores de ativos, chamada Asset Vista Library Suite. Graças a esta biblioteca, os usuários podem aplicar o Asset Vista em qualquer área de foco que eles queiram, seja monitoramento de condição da automação, instrumentação, elétrica, mecânica ou equipamento de processo.
Esse conjunto de monitores permite que um usuário comece com um escopo pequeno cobrindo somente os componentes mais comuns inicialmente e então, em linha com o crescimento das demandas do negócio, amplie o monitoramento de condição para avaliar os equipamentos e componentes de grande valor agregado de forma mais complexa.
| CIMM (publicado em 08-09-2019) | | | | Linha de usinagem de Betim, MG, recebeu R$ 2 milhões e passa a funcionar em três turnos
A FCA começou a exportar cabeçotes produzidos em Betim (MG) para a fábrica de Térmoli, na Itália. De acordo com a montadora, até o ano que vem serão cerca de 100 mil unidades. A operação exigiu investimento de R$ 2 milhões para adequação da linha de usinagem, que passa a funcionar em três turnos.
Os cabeçotes serão aplicados na Europa em motores 1.4 Fire Evo Tetrafuel e Benzina, utilizados nos Lancia Y e nos Fiat Panda, Qubo e 500. A seção de motores de Betim tem capacidade instalada para 460 mil cabeçotes por ano e produz a família de motores Fire, Fire Evo e Firefly, além das transmissões C-510 e C-513.
A fábrica também está recebendo R$ 500 milhões para iniciar a partir do ano que vem a produção do FireFly Turbo. De acordo com a FCA, com esse aporte a fábrica vai se tornar o maior polo produtor de motores e transmissões da América Latina, com capacidade para 1,3 milhão de unidades por ano.
“A planta Powetrain de Betim está recebendo investimentos para diversificar a produção e também expandir as exportações para América Latina e Europa”, afirma o diretor industrial de powertrain da FCA para a América Latina, Cláudio Rocha.
O cabeçote é um dos responsáveis pelo controle da queima da mistura ar-combustível e tem relação direta com consumo e desempenho do motor. Nele vão instalados componentes vitais, como válvulas de admissão e escape, velas de ignição, coletores de admissão e escape e o comando de válvulas do motor.
| Automotive Business ( publicado em 06-09-2019) | | | | Países fecharam novo acordo automotivo; valor de exportações isento de tarifas subirá gradualmente a partir de 2020
Brasil e Argentina assinaram na sexta-feira, 6, um novo acordo em que foi adiado para 2029 o livre comércio de veículos e autopeças entre os dois países. Atualmente as trocas comerciais do setor automotivo dos dois principais sócios do Mercosul são regidas pelo sistema “flex”: cada país pode exportar ao outro sem cobrança de tarifas aduaneiras até US$ 1,50 para cada US$ 1,00 que importar. Esta limitação foi ajustada pela última vez em 2016 e vigora até junho de 2020. Depois disso estava prevista a abertura total dos mercados, mas com a nova negociação o flex foi estendido e subirá gradualmente até 2028.
O acordo foi assinado na tarde da sexta-feira, no Rio de Janeiro, pelo ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e o ministro da Produção e Trabalho da Argentina, Dante Sica. Ficou estabelecido que o valor em dólares de exportação isento de tarifas subirá de 1,5 para 1,8 vez o valor das importações a partir de julho de 2020, depois irá aumentando gradualmente, para 1,9 em julho de 2023, sobe para 2,0 em julho de 2025, vai a 2,5 em julho de 2027, atingindo 3,0 em julho de 2028. A partir do meio de 2029 está previsto o livre comércio de veículos e autopeças sem condicionantes.
A regra atual tem beneficiado mais o Brasil, que tem exportado à Argentina mais do que vem importando de lá. Mesmo assim, o mercado brasileiro segue sendo o principal destino de carros e utilitários produzidos em fábricas argentinas, com 65,7% das exportações do país entre janeiro e agosto deste ano. Na mão contrária, a participação da Argentina nas exportações brasileiras foi reduzida de históricos 75% para perto de 55% este ano, por causa da crise econômica no vizinho que vem se aprofundando desde o ano passado.
Além do escalonamento do sistema flex, também foi reduzido o índice mínimo de nacionalização exigido para aplicação da Tarifa Externa Comum (imposto de importação aplicado a veículos por ambos os países). Houve redução da exigência de conteúdo local dos atuais 60% para 50%.
Outra novidade é que pela primeira vez foram diferenciados no acordo carros híbridos e de categoria premium, que terão cotas bilaterais máximas em unidades comercializadas entre os dois países. A partir de 2020, será permitido o comércio sem tarifação de no máximo de 15 mil veículos híbridos, crescendo 3,5 mil a cada ano até chegar a 50 mil. No caso de modelos de luxo, a cota é de 10 mil unidades no total, sendo até 2 mil por modelo.
ANTECIPAÇÃO
As autoridades dos dois países correram para que o acordo bilateral automotivo fosse assinado antes das eleições presidenciais do próximo mês na Argentina, com esperada vitória da oposição, o que poderia emperrar as negociações devido a posições políticas antagônicas dos dois governos.
A associação dos fabricantes de veículos instalados no Brasil, a Anfavea, considerou positiva a renovação escalonada do sistema flex, com um ano de antecedência ao fim do acordo em vigor, conforme nota divulgada no fim da tarde da sexta-feira.
“Embora o livre comércio só esteja previsto para entrar em vigor em julho de 2029, esse escalonamento de 10 anos traz um cenário de previsibilidade e segurança jurídica para a indústria. Durante esse prazo, o incremento contínuo do flex poderá acomodar eventuais flutuações desses dois mercados, até que o livre comércio coloque nosso bloco em linha com outros acordos bilaterais”, avalia Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
O presidente argentino Maurício Macri comemorou a decisão em postagem na sua conta do Twitter: “Solucionamos o principal problema com nosso grande sócio comercial. Em 2020 deveria começar o livre comércio automotivo. É melhor para a nossa indústria acordar 10 anos de adequação e estabelecer prazos de integração até 2029”, escreveu.
Outra motivação para a renovação antecipada é colocar no horizonte o livre comércio de veículos entre os dois países antes que entre em vigor acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que caso seja ratificado, prevê imediata redução de 35% para 17,5% da alíquota de importação de automóveis da Europa, limitada a uma cota anual de 50 mil veículos, dos quais 32 mil para o Brasil. A partir do décimo ano, o imposto cai progressivamente até chegar a zero no 16º ano, sem restrição de cotas.
| Automotive Business (publicado em 06-09-2019) | | | |
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