| 06 de fevereiro de 2020
Quinta-feira
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Em 06/02/2020
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| | | | | Santa Catarina é o estado que possui maior participação da indústria no emprego formal: 33,8%, enquanto São Paulo é o estado com maior número de estabelecimentos industriais no país: mais de 121 mil. A Bahia tem o maior PIB industrial da região Nordeste, e o Amazonas é o estado brasileiro com a maior participação da indústria no PIB.
| CNI | | | | | O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo/Broadcast, que o País precisa tentar aprovar reformas possíveis em um cenário de eleições de 2020. "Sempre digo que o ótimo é inimigo do bom."
Apesar de não ter expectativa de uma redução da carga tributária - por causa da situação fiscal do País -, o executivo disse que a simplificação da estrutura de impostos já ajudaria o Brasil. "Reduzir o número de impostos tiraria um custo importante das empresas."
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Uma eventual desaceleração das reformas pode prejudicar o crescimento do País?
Nossa projeção para o PIB segue em 2,5% para 2020. Não vamos mexer por enquanto. A reforma da Previdência era a mais importante e passou. Pelo que tenho visto, apesar de termos calendário eleitoral, vamos conseguir andar com as reformas administrativa e tributária, além da independência do Banco Central.
E a qualidade das reformas?
Não serão reformas ótimas. Sempre digo que o ótimo é inimigo do bom. A gente sabe que não dá para diminuir a carga tributária no Brasil porque temos um problema fiscal. Precisamos diminuir o número de impostos e desburocratizar - e isso está na proposta do Baleia Rossi (MDB-SP) e do (economista) Bernardo Appy.
Qual seria o impacto dessa simplificação tributária para o País?
O Bradesco tem 372 funcionários no departamento de auditoria só para cuidar de impostos. Se for simplificado, poderia ter metade. Reduzir o número de impostos tiraria um custo importante das empresas.
Quais são as expectativas do banco em relação a resultados?
A gente sabe da pressão regulatória e que deverá ter novas mudanças. Mas, quando olho cada linha do balanço do banco crescendo, não é o que vejo. A Losango, financeira do HSBC, veio para ser fechada. Resolvemos esperar. Cortamos os funcionários pela metade e a empresa entregou R$ 300 milhões de lucro em 2019. No balanço, não há nenhum protagonista. O Bradesco dá resultados em várias linhas.
A melhora da economia ajuda?
Quando olho um PIB crescendo 1,2% e o fato de termos sido capazes de crescer 34% no crédito pessoal, 1% no imobiliário e mais de 20% em veículos, ocupamos espaço da concorrência. O time está preparado para capturar esse crescimento da economia brasileira. Nosso guidance pode ser audacioso? Pode. Um presidente de uma grande companhia tem de se desafiar o tempo todo porque, senão, a empresa não cresce.
E a rentabilidade? O banco quer recuperar o segundo lugar nesse quesito?
Não é uma obsessão, mas é o nosso objetivo lá na frente. É encurtar a distância para quaisquer outros concorrentes que estejam na nossa frente.
E as fintechs, podem atrapalhar o Bradesco?
Para nós, pode ter certeza que não é (um problema). Nós vamos crescer.
| Bem Paraná | | | | O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 2,4 pontos na passagem de dezembro para janeiro, para 92,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 2,2 pontos.
"O IAEmp volta a apresentar resultado positivo, seguindo a tendência dos últimos meses de 2019. Os avanços recentes sugerem que as perspectivas estão se tornando mais favoráveis para o mercado de trabalho nos próximos meses, ainda que de forma gradual", avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) caiu 2,8 pontos em janeiro ante dezembro, para 92,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador diminuiu 0,2 ponto.
"A nova queda do ICD sugere continuidade da redução gradual da taxa de desemprego nos próximos meses. A dificuldade de se afastar do patamar ainda relativamente elevado mostra que a recuperação ainda tem um longo caminho pela frente", completou Rodolpho Tobler.
O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto maior o patamar, mais satisfatório o resultado.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
No IAEmp, cinco dos sete componentes contribuíram para o avanço de janeiro, com destaque para os indicadores da Indústria sobre a Tendência dos Negócios (+8,6 pontos) e o Emprego Previsto (+6,3 pontos).
No ICD, a queda foi influenciada por três das quatro classes de renda familiar, com exceção das famílias mais ricas, que recebem acima de R$ 9.600,00 mensais.
| Bem Paraná | | | | O programa reduz obrigações patronais da folha de pagamento para contratação de jovens de 18 a 29 anos.
O relator da proposta que cria o emprego Verde e Amarelo, deputado Christino Áureo (PP-RJ), quer permitir que empresas também tenham redução de tributos ao contratarem pessoas acima de 55 anos de idade e que estejam fora do mercado de trabalho formal há mais de 12 meses.
O programa, criado por medida provisória e que precisa de aval do Congresso, reduz obrigações patronais da folha de pagamento para contratação de jovens de 18 a 29 anos, que conseguem o primeiro emprego formal e com remuneração de até um salário mínimo e meio (R$ 1.567,50).
O governo chegou a estudar que os incentivos tributários também valessem para contratações de trabalhadores acima de 55 anos, mas desistiu por causa da dificuldade de encontrar uma forma de bancar a medida mais ampla.
“Nós não tivemos espaço fiscal para fazer isso. Se o Parlamento conseguir esse espaço fiscal, eu acho que é bem-vindo”, disse o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
Áureo, agora, analisa a inclusão desse grupo no programa, mas mantendo a limitação salarial (R$ 1.567,50).
No fim do ano passado, o Congresso reservou R$ 1,5 bilhão do Orçamento de 2020 para bancar o programa.
Segundo o relator, esse valor é suficiente para que o emprego Verde e Amarelo tenha validade para os jovens e para o público acima de 55 anos de idade.
Ao enviar a medida provisória, o ministro Paulo Guedes (Economia) previu que, para 2020, o programa, restrito aos mais jovens, representaria uma perda de R$ 1,15 bilhão na arrecadação federal.
O relator ainda busca uma solução para que o programa seja sustentado nos próximos anos.
Para compensar o custo do incentivo ao primeiro emprego formal de jovens, o governo criou uma taxação de 7,5% sobre o seguro-desemprego, o que intensificou a resistência de parlamentares ao novo tipo de contratação.
Segundo a equipe Guedes, o objetivo é que o período de recebimento do seguro-desemprego também possa ser contado como período de contribuição para a Previdência Social.
Áureo quer tornar essa taxação sobre o seguro-desemprego uma cobrança opcional. A pessoa poderia, então, escolher continuar contribuindo ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) enquanto recebe o benefício dado a quem perde o emprego sem justa causa.
Marinho participou de um debate sobre a medida provisória nesta quarta-feira (5) no Congresso.
Cabe ao Legislativo analisar a proposta e alterar o projeto. O Congresso tem até abril para aprovar a medida provisória.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 05-02-2020) | | | | A Petrobras informou que o Tribunal Superior do Trabalho estendeu para as bases de mais dois sindicatos a determinação de que 90% dos trabalhadores mantenham o desempenho regular das suas atividades durante a greve iniciada no último sábado. A multa pelo não cumprimento pode chegar a R$ 500 mil por dia.
A determinação agora vale também para o Sindipetro-RJ e Sindipetro-Litoral Paulista, associados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que, após a realização de assembleias com os trabalhadores, decidiram aderir à greve convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
“A Petrobras está tomando todas as medidas operacionais e jurídicas necessárias para garantia das condições normais de operação. As ausências por motivo de greve implicam o desconto dos dias não trabalhados”, informou a empresa em comunicado distribuído pela sua assessoria de imprensa.
A estatal diz ainda que “segue aberta para dialogar com as entidades, nos termos e prazos acordados no TST durante a negociação do ACT vigente.”
17 mil aderiram, diz FUP
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) contabiliza a adesão de 50 unidades da Petrobras à greve nacional iniciada no último sábado, 1. Nesta quarta-feira, 5, petroleiros de mais três plataformas da empresa, instaladas na Bacia de Campos, aderiram à paralisação. O total de trabalhadores envolvidos supera 17 mil, em 12 Estados.
A greve é motivada pela decisão da estatal de fechar a Fábrica de Fertilizantes (Fafen) do Paraná e pelo descumprimento pela empresa de cláusulas e negociações firmadas no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), segundo a federação.
“Em relação à decisão do ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reconheceu a legalidade da greve, mas impôs condições à sua manutenção, sob pena de multa diária que pode chegar a R$ 4,5 milhões, a FUP e seus sindicatos estão questionando a Petrobras sobre como proceder para o cumprimento da determinação. Entretanto, a federação reitera sua surpresa com o valor da punição, que considera abusivo, e com o porcentual de 90% de trabalhadores em atividade determinado pelo despacho”, afirmou a FUP em comunicado distribuído por sua assessoria de imprensa.
| Tribuna PR (publicado em 05-02-2020) | | | | Os pedidos de falência no País caíram 29,6% em janeiro deste ano em relação a dezembro e cederam 2,7% no acumulado de 12 meses finalizados em janeiro, conforme a Boa Vista. Nessa base de comparação, as falências decretadas registraram queda de 13,4%. Os pedidos de recuperação judicial e de recuperações judiciais deferidas recuaram 8,2% e 6,4%, respectivamente, em 12 meses até janeiro.
Em nota, a equipe da Boa Vista afirma que o recuo nos pedidos de falência e recuperação judicial no acumulado de 12 meses até janeiro deve-se à melhora nas condições econômicas desde 2017, que permitiu às empresas apresentarem sinais mais sólidos nos indicadores de solvência.
Em janeiro no confronto com dezembro, quando o nível de falência mostrou retração de 29,6%, houve declínio de 22,5% nos pedidos de recuperação judicial e de 28,6% nas recuperações judiciais deferidas. Em contrapartida, as falências decretadas subiram 14%.
A dinâmica deve permanecer favorável para o setor empresarial, conforme o relatório. “A situação financeira das empresas somada à expectativa de leve melhora da atividade econômica neste começo de ano apontam para continuidade da tendência favorável nos indicadores para os próximos meses.”
| Tribuna PR | | | | O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na noite da quarta-feira, 5, que a Bolsa está "supervalorizada", alertando que "temos de tomar um certo cuidado", pois ainda "há um longo caminho" a ser percorrido com o andamento das reformas econômicas, como a tributária e a administrativa.
"Muitos (empresários) não querem mudar nada (no sistema tributário). Não é justo a gente ficar concentrando os nossos esforços, e a unanimidade dos empresários, nas reformas previdenciária e administrativa, porque elas atingem os servidores públicos e os brasileiros mais simples. Naquelas (tributária) que eles (os empresários) vão ajudar, se eles não querem ajudar, também não é justo", advertiu. "Se a gente não resolver o sistema tributário, eles (os empresários) vão pagar a conta lá na frente."
Em entrevista à GloboNews, o parlamentar disse que o Brasil "ainda está em crise" e "cresceu só 1% em 2019, e o último trimestre foi muito pior que a gente esperava". Sem aprovar as próximas duas reformas da fila e sem encontrar soluções para mostrar a investidores preocupação do País com a preservação ambiental, ele comentou, o crescimento vai continuar em um nível baixo.
Para Maia, falar que o País vai crescer "2%, 3% ou 4% é excesso de otimismo" e diminui a "urgência" de passarem pelo aval do Congresso as reformas consideradas fundamentais após a aprovação das mudanças nas regras da Previdência Social. Ainda assim, o deputado considera haver "espaço" no Congresso para avançar com a proposta do governo para a reforma da administração pública e a tributária ao mesmo tempo.
Maia foi questionado sobre a diferença das suas declarações sobre o governo federal no ano passado, quando chegou a se referir ao Palácio do Planalto como uma "usina de crises", em relação ao início de 2020 - ele afirmou tratar de temas que considera relevantes diretamente com o presidente Jair Bolsonaro, com quem tem, nas suas palavras, "uma ótima relação".
O presidente da Câmara abordou, por um lado, os efeitos de polêmicas gestadas pelo próprio Executivo sobre a economia, apontando que a projeção, no fim de 2018, era de que o PIB brasileiro cresceria 2,5% em 2019, mas "virou 1%" por causa das crises amplificadas dentro do próprio governo. Por outro, Maia apontou para a sua sintonia com a agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Diante da insistência sobre uma eventual mudança de tom em relação a Bolsonaro, Maia ainda elogiou a postura do presidente na discussão em torno do peso de impostos sobre o custo do combustível nos postos de gasolina. Na sua visão, Bolsonaro adotou uma "posição corajosa" ao oferecer uma eventual perda de arrecadação com a isenção de impostos federais sobre o combustível como forma de baixar o preço cobrado na bomba.
| Bem Paraná | | | | A comissão mista que analisa a Medida Provisória do Programa Verde Amarelo, enviada pelo governo para estimular a geração de empregos, virou palco de bate-boca entre o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e o deputado Rogério Corrêa (PT-MG), opositor à proposta.
A discussão começou quando Corrêa acusou o governo de ter consultado apenas o “patronato” ao formular a medida, sem ouvir trabalhadores e centrais sindicais. “Você está subestimando minha capacidade”, rebateu Marinho, que disse ter visitado 14 Estados para conversar com os representantes de todos os setores, inclusive centrais sindicais.
“Repudio (a declaração), tenho minha história como técnico”, disse o secretário. “Percorri o Brasil”, continuou.
O relator da MP, deputado Christino Áureo (PP-RJ), tentou intervir para encerrar o bate-boca. Em seguida, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) fez uma reclamação sobre Marinho ter interrompido Corrêa para rebatê-lo.
O petista lembrou que o convidado só pode falar quando autorizado pela mesa e não pode obstruir a fala de um congressista, mesmo que seja algum “membro forte do governo”.
O programa Verde Amarelo prevê uma nova modalidade de contratação, que desonera empresas na admissão de jovens entre 18 e 29 anos que nunca tiveram emprego. A expectativa do governo é que o contrato seja capaz de gerar 1,8 milhão de empregos até 2022. Para compensar a perda de receitas com a desoneração das empresas, a equipe econômica propôs a cobrança de uma alíquota de 7,5% sobre o seguro-desemprego.
Antes do bate-boca, Marinho já havia rebatido de forma dura as considerações de opositores sobre notas técnicas elaboradas por consultores do Congresso apontando possíveis inconstitucionalidades no texto da Medida Provisória.
“São notas técnicas que não representam o corpo da casa, foram feitas por servidores a pedido de parlamentares, não representam o conjunto de servidores da casa. Tenho condição de dar 500 notas com conteúdo diferente”, disse o secretário. Ele afirmou ainda que pedir a retirada da MP é cercear o debate, algo que não combina com o ambiente do Parlamento. “É possível e é desejável aperfeiçoar o projeto. Não querer fazer o debate? Por favor…”, afirmou.
| Tribuna PR (publicado em 05-02-2020) | | | | O presidente Jair Bolsonaro abriu na quarta-feira, 5, uma guerra com os Estados ao desafiar os governadores a reduzirem o ICMS sobre os combustíveis. Sem levar em consideração o quadro de rombo das contas públicas, o presidente prometeu, em troca, zerar os tributos federais. Um custo de pelo menos R$ 27,4 bilhões por ano, que obrigaria a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, a cortar despesas em outras áreas ou elevar a alíquota de outros tributos.
"Está feito o desafio aqui. Eu zero o (imposto) federal hoje e eles (governadores) zeram ICMS. Se topar, eu aceito. Está ok?", afirmou Bolsonaro, que há meses culpa os Estados pela alta dos combustíveis nos postos de gasolina.
De acordo com os dados da Receita Federal, do total arrecadado com tributos sobre combustíveis, 75% ficam com os governos estaduais e os outros 25% com a União. Os impostos sobre combustíveis correspondem a 14% da receita arrecadada com todos os impostos nos Estados.
A reação dos governadores foi imediata e em cadeia ao longo do dia. Os Estados defendem um diálogo "responsável" com o governo sobre o tema. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que estava em Brasília, subiu o tom e chamou de "populista e pouco responsável" o desafio do presidente. "Na base da bravata, me lembra populismo, populismo me lembra algo ruim para o Brasil."
Para Doria, Bolsonaro não pode "jogar no colo" dos governadores a responsabilidade, pois a União tem incidência maior no preço dos combustíveis.
O preço dos combustíveis marca mais uma disputa de discursos entre Jair Bolsonaro e João Doria, possíveis adversários na disputa presidencial de 2022. "Entendimento se faz reunindo, agrupando, não se faz por WhatsApp. Eu não conheço governo por WhatsApp", provocou o governador.
Despesas.
Em evento no Rio Grande do Sul, o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), disse que "não é razoável, sensato e lógico" o presidente querer que os Estados façam uma redução abrupta do ICMS, enquanto o governo federal impõe aos governadores despesas maiores, como o aumento no salário dos professores. "Se queremos resolver o assunto, que sentemos, conversemos para efetivamente resolvermos", disse Leite, que participou de evento em Caxias do Sul.
Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo, que também estava em Brasília, disse que o desafio "cria debate falso, rasteiro e superficial nas redes sociais". "Ele tem estilo de fazer política lançando cortina de fumaça. Não pode terceirizar essa responsabilidade", afirmou.
As críticas tiveram apoio também do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). "O problema é que os governos, não só o do Jair Bolsonaro, mas dos ex-presidentes da República, já zeraram os cofres dos Estados", disse. Segundo ele, todos os Estados estão quebrados: "Eu preferia tratar esse assunto de economia, com quem entende de economia, que é o ministro Paulo Guedes. Não com o presidente Bolsonaro, que desse ponto não entende", afirmou o governador do DF.
Guedes não comenta.
O ministro Paulo Guedes não quis comentar a possibilidade de redução. Ao jornal O Estado de São Paulo, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, informou que a pasta não recebeu documento formal sobre a proposta do presidente. Ele evitou comentar o desafio feito pelo presidente Jair Bolsonaro.
"A fala do presidente a ele é devido. O presidente é gestor maior do País", disse. Questionado se haveria espaço fiscal, o secretário respondeu: "É uma discussão que precisa ter um amadurecimento. O Ministério da Economia não tem documento formal sobre essa proposta."
| Bem Paraná | | | | Isso ocorre por conta da expectativa de queda da inflação nos próximos meses
Com a redução da taxa básica (Selic) para 4,25% ao ano, o Brasil continua com juros reais positivos. Ou seja, uma aplicação financeira que renda esse percentual durante os próximos 12 meses terá resultado superior ao da inflação projetada pelo mercado financeiro para o mesmo período.
De acordo com cálculos da gestora Infinity Asset Management, o juro real no Brasil está em 0,91% ao ano. Isso ocorre por conta da expectativa de queda da inflação nos próximos meses, dos atuais 4,3% acumulados em 12 meses até dezembro para 3,4% ao final deste ano.
A taxa é inferior à verificada em países como México (3,2%), Rússia (1,79%), Turquia (1,51%) e África do Sul (1,45%).
As taxas estão negativas nas economias desenvolvidas (zona do euro, Reino Unido, EUA, por exemplo) e também algumas emergentes como Nova Zelândia, Israel, Chile, Hungria e Argentina. No caso do país vizinho, os juros continuam elevados (48% ao ano), mas a expectativa de inflação supera os 50%.
Os juros reais negativos ou próximos de zero fazem parte de um movimento internacional de corte nas taxas básicas de vários países diante de um cenário de fraco crescimento e inflação baixa em praticamente todo o mundo.
Esse movimento, no entanto, parece estar próximo do fim, tanto no exterior como no Brasil. De acordo com o levantamento da Infinity, de uma lista de 165 países, 82% mantiveram os juros nos últimos 45 dias (desde a última reunião do Copom), 13% optaram pelo corte e 5% elevaram as taxas.
O economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira, afirma que o juro real do Brasil deve se estabilizar nesse patamar, considerando a expectativa de manutenção da taxa básica e de estabilidade nas estimativas de inflação. Apenas uma surpresa nos índices de preços poderia levar a uma queda no juro real neste ano.
“O máximo que pode acontecer é, se tiver perspectiva de um crescimento mais forte vai, você ter uma projeção de inflação mais alta e jogar o juro real para baixo”, afirma.
Para Antonio Lanzana, professor da FEA e copresidente da Fecomercio-SP, a redução dos juros reais pode ampliar a saída de investidores estrangeiros do Brasil, o que elevaria a cotação do dólar.
“O juro real negativo ou próximo de zero pode ter algum impacto sobre câmbio. Rendimento real de 0,25% ainda é algo para investidores vindos de economias com juro negativo”, diz.
O economista repete o ministro da Economia, Paulo Guedes, e afirma que “juros baixos e dólar alto vieram para ficar” e que, para controlar a inflação, o Brasil deve cortar gastos públicos e não mais elevar os juros.
“Quando o Chile tem pressão inflacionária, o governo diminui o gasto público, mas lá isso é mais flexível do que no Brasil”.
“Juros altos eram necessários para reorganizar país, mas não faz sentido você ganhar tanto [na renda fixa] sem fazer nada, sem nenhum risco. O investidor muito tradicional e fundos de pensão que ainda não adaptaram sua carteira de investimentos são os únicos que tem que se preocupar com juro negativo”, diz Lanzana.
| Folha de S.Paulo | | | | O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic, a taxa básica de juros da economia, de 4,50% para 4,25% ao ano. Este é o quinto corte da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de estabilidade. Com isso, a Selic está agora em um novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
De um total de 58 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 47 esperavam por um corte de 0,25 ponto, para 4,25% ao ano. Onze casas aguardavam pela manutenção da taxa básica em 4,50% ao ano.
O novo corte da Selic ocorre em um momento de preocupações com o crescimento econômico global, após a epidemia do coronavírus atingir a China – um dos principais parceiros comerciais do Brasil.
Em queda
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a Selic, buscando o cumprimento da meta de inflação, que é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão formado pelo Banco Central e Ministério da Economia.
A meta central de inflação para 2020 é de 4% (com tolerância entre 2,5% e 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). E, para 202, é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2% a 5%).
Quando a inflação está alta ou indica que ficará acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito e freando o consumo, assim, reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação tende a cair.
| Tribuna PR (publicado em 05-02-2020) | | | | Crescimento reflete aumento nos governos Dilma e Temer; parcela dos tributos estaduais avança menos desde 2014
Nos últimos cinco anos, a fatia dos impostos foi a que mais cresceu entre os diversos componentes que compõem os preços da gasolina e do diesel vendidos no país. Sozinha, a parcela dos tributos federais na gasolina mais do dobrou no período.
Segundo o mais recente Boletim de Acompanhamento do Mercado de Combustíveis publicado pelo MME (Ministério de Minas e Energia), os impostos federais representavam em novembro 15,5% do preço final da gasolina. Em novembro de 2014, essa fatia equivalia a 6%.
O crescimento reflete dois aumentos de impostos promovidos nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer para enfrentar crises de arrecadação. Entre 2014 e 2019, o valor dos tributos federais subiu de R$ 0,26 (já corrigido pela inflação) para R$ 0,68 por litro, alta de 164,3%.
Nesta quarta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que aceita baixar os tributos federais sobre combustíveis caso os chefes dos governos estaduais façam o mesmo com o ICMS.
"Eu zero o [imposto] federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito. Tá ok?", afirmou Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
O governo federal cobra dois impostos sobre os combustíveis: PIS/Cofins e Cide (Contribuição sobre intervenção no domínio econômico). Em 2018, durante a greve dos caminhoneiros, zerou a alíquota deste último para o diesel, uma das medidas para desmobilizar o movimento que parou o Brasil por duas semanas.
Assim, a alta no valor cobrado pelo governo federal sobre as vendas de diesel foi menor, de 82,8%, já descontada a inflação. Em novembro de 2019, os tributos federais representavam 9% do preço final do produto, ante 6% seis anos antes.
Embora seja maior, a parcela de tributos estaduais cresceu menos no período. Na gasolina, a alta do valor médio arrecadado por estados subiu 19,23% acima da inflação, passando de R$ 1,04 (corrigido pelo IPCA) a R$ 1,24 por litro. O ICMS representava em novembro 28% do preço final do combustível.
No diesel, a alta do ICMS foi de 9,59%. O imposto perdeu peso no preço final do produto: em novembro de 2019, representava 14,2% do valor pago por litro, ante 15% em 2014.
Os impostos são, de longe, a maior parcela do valor pago pelo consumidor por um litro de gasolina. Em novembro, segundo os dados do MME, estados e municípios ficavam com 43,5% do preço final do combustível, e a gasolina propriamente dita equivalia a 30,2%.
“Essa discussão aberta por Bolsonaro é importante para mostrar que o problema do preços dos combustíveis no Brasil não é o posto, é o imposto”, diz o consultor Adriano Pires, do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
Na crise financeira, União e estados olharam para combustíveis e energia como uma alternativa para reduzir a perda de arrecadação. Em 2019, o item petróleo e combustíveis representou 17,57% da arrecadação total de ICMS no país, que somou R$ 496,7 bilhões, e 15% da arrecadação total dos estados (584 bilhões).
“Cada estado vive uma realidade distinta, mas a maioria está em crise fiscal e a situação tende a se agravar sem uma boa reforma tributária”, diz o presidente da Afresp (associação que reúne os agentes fiscais de São Paulo, Rodrigo Spada). Em alguns casos, como Maranhão e Tocantins, a dependência dos combustíveis supera 30% da arrecadação.
A proposta de alterar o modelo de cobrança, feita por Bolsonaro no início da semana, tem apoio do setor de combustíveis, para quem o modelo gera espiral inflacionária, já que o ICMS é cobrado com base no preço de bomba dos combustíveis.
Assim, quando o preço nos postos sobe, o imposto também é elevado, gerando nova pressão para que o preço final seja reajustado. O ICMS é calculado com base em um valor de referência definido pelos estados a cada 15 dias após pesquisas os postos.
No início de fevereiro, após dois cortes nos preços de refinarias, apenas Roraima reduziu o valor de referência. Outros 15 estados, pelo contrário, reajustaram para cima.
“Quando a Petrobras mantinha o preço por muito tempo, não fazia muita diferença. Agora [que os reajustes são mais frequentes], faz”, diz Décio Oddone. diretor-geral da ANP.
A proposta defendida por Bolsonaro prevê estabelecer valores fixos, em reais por litro, como são cobrados os impostos federais. Assim, os reajustes nas refinarias incidiriam apenas sobre a parcela referente à gasolina ou ao diesel.
| Folha de S.Paulo | | | | Bolsonaro desafiou governadores e disse que cortará imposto sobre combustíveis se estados zerarem ICMS
A proposta do presidente Jair Bolsonaro de zerar os tributos que incidem sobre combustíveis teria potencial de reduzir o preço da gasolina em até 44%. No caso do diesel, o valor do litro cairia até 24%.
Nesta quarta-feira (5), Bolsonaro desafiou governadores e disse que aceita eliminar tributos federais sobre combustíveis caso os estados façam o mesmo com o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
"Eu zero o federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito. Tá ok?", disse Bolsonaro.
Governadores reagiram e afirmaram que a proposta é um blefe populista.
Questionado sobre a provocação do presidente e eventual perda de arrecadação com a medida, o Ministério da Economia não quis se manifestar.
A maior parte da arrecadação sobre combustíveis vai para os cofres dos estados. Quase 20% da arrecadação sob responsabilidade dos governadores vem do ICMS sobre combustíveis.
No governo federal, o impacto desses tributos é menor, mas ainda assim relevante. Aproximadamente 2% das receitas administradas pela Receita Federal em 2019 foram fruto das cobranças sobre combustíveis.
Em média, 29% do valor do litro da gasolina corresponde ao ICMS, destinado aos governos estaduais
. Outros 15% são repassados ao governo federal por meio das cobranças de PIS/Pasep, Cofins e Cide.
No diesel, a composição do preço do litro tem 15% de ICMS e 9% de tributos federais.
O resultado da diferença nas cobranças é observado na arrecadação, que é muito maior nos estados do que no governo federal.
A receita estadual de ICMS sobre esses produtos subiu nos últimos anos, se aproximando de R$ 90 bilhões em 2018, em valores corrigidos pela inflação. Os dados consolidados de 2019 ainda não estão disponíveis.
Em 2018, a arrecadação do governo federal foi de R$ 34,7 bilhões. Em 2019, o saldo foi menor, de R$ 27,9 bilhões para a União.
A política específica para o diesel ainda inflou a conta de renúncias tributárias do governo federal desde 2018, quando foi instituído subsídio para o combustível após a paralisação dos caminhoneiros. No ano passado, essas desonerações custaram R$ 10,7 bilhões à União.
Nas últimas semanas, Bolsonaro estimulou um clima de guerra entre estados e o governo federal. Ele culpa os governadores pelo fato de os valores dos combustíveis não baixarem nas bombas quando a Petrobras reduz os preços na refinaria.
Na semana passada, secretários estaduais de Fazenda rejeitaram o pedido do presidente para que o ICMS fosse reduzido. Segundo eles, não há condições fiscais para baixar as alíquotas.
"A política de preços pode ser revista, mas sem mexer no ICMS dos estados, que não podem abrir mão de arrecadação neste momento", disse na ocasião o presidente do Comsefaz (Comitê dos Secretários de Estado da Fazenda), Rafael Fonteles.
A Petrobras considera fatores como as cotações do barril do petróleo e do câmbio e outros custos para fazer os reajustes. Entre os estudos do governo, há a ideia de criar uma espécie de colchão de recursos que poderiam ser usados para amortecer variações bruscas nos preços dos combustíveis.
Em Brasília, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quarta que a postura de Bolsonaro em relação ao preço dos combustíveis é populista e pouco responsável.
"Os governadores não foram convidados para nenhuma conversa com o presidente da República neste sentido. Não houve isso. Uma prova está de que não há interesse no entendimento. E, na base da bravata, bravata me lembra populismo, populismo me lembra algo ruim para o Brasil."
No domingo (2), Bolsonaro voltou ao assunto e afirmou que vai encaminhar ao Congresso um projeto de lei para que o ICMS de combustíveis tenha um valor fixo por litro.
Na maior parte dos estados, o cálculo do tributo é baseado em um preço médio ponderado ao consumidor final, atualizado quinzenalmente pelos seus governos.
Geralmente, os estados consideram a pesquisa de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) para estipular o preço médio ponderado. Em alguns casos, a decisão se baseia em pesquisas próprias, a partir de notas fiscais eletrônicas de venda de combustíveis.
O imposto é uma porcentagem estabelecida por cada estado e pode chegar a 34%.
Como noticiou a Folha em dezembro, segundo especialistas, os governos estaduais vêm garantindo arrecadação extra ao não repassar ao ICMS as variações dos preços da gasolina.
Nesta quarta, Bolsonaro afirmou que suas afirmações não significam uma briga com os estados.
"Pelo menos a população já começou a ver de quem é a responsabilidade. Não estou brigando com governadores. O que eu quero é que o ICMS seja cobrado no combustível lá na refinaria, e não na bomba. Eu baixei três vezes o combustível nos últimos dias, mas na bomba não baixou nada", disse.
De acordo com a Receita, a alterações das alíquotas federais sobre combustíveis são feitas por decreto. Portanto, a decisão caberia ao presidente e não seria necessário aval do Congresso.
Membros da equipe econômica, entretanto, já se posicionaram em outros momentos contra a redução de tributos em um momento em que o país passa por uma crise fiscal. Na discussão da reforma tributária, por exemplo, a equipe de Paulo Guedes (Economia) defende uma reestruturação do sistema que, na média, seja neutra, sem aumentar nem reduzir impostos.
| Folha de S.Paulo | | | | Sem tributo, educação ficaria sem dinheiro. Ideia é demagogia agressiva
Zerar os impostos sobre combustíveis é uma ideia obviamente lunática. Os motivos do desvario são mais obscuros.
Foi apenas mais um tiro da roleta russa de disparates de Jair Bolsonaro? Ou foi tentativa muito vulgar e manjada, nem por isso ineficaz, de fazer demagogia, de arrumar bodes expiatórios?
Ou seja, o governo lança uma ideia inexequível, de apelo popular, mas que será criticada por qualquer governante equilibrado ou observador razoável dos assuntos públicos. Assim, o povo desavisado ou fanático recebe mais uma mensagem de que “o sistema não deixa o mito trabalhar”. É propaganda e um trabalho de destruição institucional.
Por que o imposto zero é disparate?
Caso o governo federal e os estados deixassem de cobrar impostos sobre combustíveis, perderiam receita equivalente a 1,6% do PIB, uns R$ 115 bilhões, por aí. É a ordem de grandeza, pois não há dados recentes e detalhados da carga tributária. Os estados perderiam 1,2% do PIB.
O que é 1,2% do PIB? Mais ou menos a metade do que estados gastam em educação ou o gasto nacional em ensino médio. Etc.
O governo federal perderia uns R$ 28 bilhões por ano (de PIS/Cofins e Cide). É quase um ano inteiro de Bolsa Família. Há outros problemas fiscais, econômicos e legais de acabar com essa receita de impostos, mas já deve ter dado para entender o tamanho do problema.
"Eu zero o [imposto] federal se eles [governadores] zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui, agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito. Tá ok?", disse Bolsonaro em uma das suas saidinhas do Palácio da Alvorada.
Essa conversa vem desde domingo passado. Até o meio da tarde desta quarta-feira, gente de sites de divulgação bolsonarista e de extrema direita em geral fazia campanha barulhenta na mídia social, em especial na rede do piado.
As tropas de choque digitais tentavam emparedar e enxovalhar governadores enquanto pintavam Bolsonaro como um herói de mãos atadas. Era um esforço coordenado. Não é possível dizer que fosse ofensiva controlada pelos porões digitais do Planalto, mas era propaganda conveniente depois de quase um mês de crises provocadas pelo próprio governo.
Quanto ao ICMS dos combustíveis, trata-se mesmo de um problema. O imposto, cobrado como porcentagem do valor de referência de venda, acaba por amplificar as variações de preço. Houve discussão sobre o assunto no governo de Michel Temer, pouco antes do caminhonaço de 2018.
É possível cobrar um valor fixo de imposto (tantos centavos por litro). De quanto seria? Caso aceitassem a ideia (improvável), os governadores demandariam valor alto o bastante para arrecadar tanto quanto nos tempos de preço de combustível nas alturas. Os preços não cairiam, de qualquer modo. Apenas a variação extra provocada pelo imposto seria menor.
Em vez de “zerar” impostos sobre combustíveis, convém reduzi-los? Não.
Primeiro, porque não há dinheiro. Na média, os estados estão ainda mais quebrados do que o governo federal. O ICMS sobre combustíveis é cerca de 15% da receita estadual, na média.
Segundo, caso houvesse dinheiro, haveria mais o que fazer: obras de infraestrutura física e social, de estrada e corredor de ônibus a hospital.
Terceiro, é ainda mais tolo gastar dinheiro escasso em estímulo do uso de combustível fóssil.
Essa é uma discussão racional, porém, uma raridade no governo. Bolsonaro mais uma vez degradou o debate público com uma mistura de ignorância e demagogia agressiva.
Vinicius Torres Freire - Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).
| Folha de S.Paulo | | | | Proposta de zerar tributos de combustíveis é blefe populista, dizem chefes de estados
Governadores reagiram às bravatas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao preço dos combustíveis.
"Eu zero o [imposto] federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito. Tá ok?", disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (5).
A proposta não foi bem recebida nos estados.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) qualificou a proposta de irresponsável.
"Se o presidente Jair Bolsonaro convidar os governadores para um diálogo franco, aberto, tecnicamente robusto, os governadores, provavelmente, aceitarão este diálogo. Mas a imposição aos governadores dos estados brasileiros de que cabe a eles a responsabilidade da redução do ICMS e, consequentemente, do combustível, é uma atitude populista e, ao meu ver, pouco responsável", afirmou Doria.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também criticou a posição do presidente.
"Sou a favor da redução de impostos. Mas não sou irresponsável. Pequei um estado quebrado, com rombo de R$ 34,5 bilhões. Nesse momento, Minas não pode abrir mão de arrecadação. É triste, mas a realidade é essa", disse ele em seu perfil no Twitter.
Por meio de nota, o governador do Maranhão, de Flávio Dino (PC do B), disse que aguarda deliberação do Congresso Nacional diante da proposta do governo Bolsonaro para reforma tributária no Brasil.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB), do Mato Grosso do Sul, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que "o caminho para tratar a questão do ICMS dos combustíveis deve ser feito pelo diálogo".
"Os 27 governadores defendem que a proposta é acelerar a Reforma Tributária que avalia a substituição dos PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). A matéria tramita no Congresso Nacional e prevê a tributação para União, Estados e municípios em um único imposto. Desta forma, simplifica a arrecadação, facilitando o gerenciamento para a Administração Pública, além de desonerar a população brasileira. Estamos atentos ao debate desta questão, e sabendo da necessidade de diminuir a carga tributária brasileira, estamos prontos para sentar com o Governo Federal e encontrar a melhor solução", afirmou.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou ao Painel da Folha que a declaração de Bolsonaro "é um blefe".
Segundo Casagrande, Bolsonaro “sabe que não tem como executar” e, por isso, “cria uma discussão superficial, sem amparo nos números reais”.
“Não podemos produzir factóides para enfrentar factóides, temos que ter responsabilidade com a população”, afirmou Casagrande à coluna.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também criticou a forma como Bolsonaro tratou o assunto e disse que diante de aumento de despesas dos estados, “não é lógico, não é sensato” reduzir “abruptamente” o imposto e que o estado trabalha por uma redução “planejada, estruturada”.
“A forma como esse debate está se travando, pela imprensa, por declarações e redes sociais, que não é o formato para quem quer resolver o assunto. Se nós queremos resolver o assunto sobre o imposto sobre combustíveis, sentemo-nos, conversemos para efetivamente resolver”, disse o governador Eduardo Leite (PSDB) durante uma reunião-almoço com empresários da Câmara de Indústria e Comércio (CIC), de Caxias do Sul, na serra gaúcha, nesta quarta-feira (5).
Questionando a sugestão de Bolsonaro, Leite citou o aumento de despesas, como o do piso do magistério, reajustado em 12,8%, que gera um gasto adicional de R$ 350 milhões aos cofres gaúchos, inflação de 4% e a economia que cresceu apenas 1%.
“De outro lado, governo federal quer que nós reduzamos abruptamente o ICMS sobre os combustíveis? Não é lógico, não é sensato. Nós estamos trabalhando para fazer redução de carga tributária de forma planejada, estruturada, sem comprometer a prestação de serviços à população Nós clamamos por um debate responsável nos fóruns adequados”, disse o tucano.
Já o governo de Santa Catarina afirmou que, enquanto o ICMS da gasolina no Brasil varia de 25% a 34%, o estado adota o percentual mais baixo, de 25%, “desde que o imposto foi criado”, em 1988.
O governador catarinense, Carlos Moisés (PSL), subscreveu minuta dos governadores onde pedem “por um debate responsável acerca do tema” e criticam a “forma como o tema foi lançado pelo Presidente da República, exclusivamente por intermédio das redes sociais”.
A reportagem procurou o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.
Mendes, no entanto, também assinou a carta dos governadores em resposta à proposta de Bolsonaro de que os governadores acabem com o ICMS. No documento, eles lembram que o ICMS está previsto na Constituição “como principal receita dos Estados para manutenção de serviços essenciais à população” e que 25% da arrecadação é repassada aos municípios.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), também reagiu às declarações de Bolsonaro. Ele classificou como demagógica a proposta e disse que o presidente age com provocação, falta de seriedade e quer “fazer cortesia com o chapéu alheio”.
“[O governo Bolsonaro] tem o vírus da intolerância, o vírus da provocação, o vírus da falta de seriedade na tomada de decisões”, disse o governador durante uma transmissão ao vivo na internet.
Costa ainda afirmou que o governo federal deveria atuar para descentralizar a arrecadação de tributos e aumentar a fatia dos estados e municípios, que são responsáveis por serviços como saúde e educação.
O petista ainda disse que o presidente deveria avaliar a isenção de PIS e COFINS de setores como a distribuição de água. E destacou que, apenas em 2019, a Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento) pagou cerca de R$ 300 milhões ao governo federal em tributos.
“O governo tira dinheiro de uma região de semiárido, de um estado pobre, para levar para o caixa do governo federal. [...] É um dinheiro que os estados poderiam usar para ampliar a rede de abastecimento ou baratear o preço da água”, disse Costa.
O secretário de estado de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Claudio de Carvalho, disse que a proposta é inviável. "O combustível representa quase 13% do ICMS do estado do Rio. São recursos absolutamente fundamentais para que o estado possa prover minimamente a liberação de serviços à população, educação, segurança, etc" afirmou.
"Para a União, a sugestão do presidente é zerar lá e aqui. Para zerarmos aqui, perdemos 13%, para ele, não tenho exato, mas é 0,0 alguma coisa % da arrecadação deles. O peso no ICMS aqui é muito maior do que para a União", disse Carvalho.
Segundo ele, o Rio de Janeiro não conseguiria se manter sem a arrecadação sobre os combustíveis. "Em valores absolutos, arrecadação de combustíveis representa 5 bilhões de reais. Esse é o que aplicamos em saúde. Significa aplicar todo recurso aplicado em 2019 e abrir mão, ou seja, zerar a saúde, não aplicar nenhum real na saúde, isso que representa zerar a alíquota sobre combustíveis."
O presidente tem protagonizado uma queda de braço com os governadores sobre o preço da gasolina. Bolsonaro se queixa que, mesmo com reduções dos preços nas refinarias, o valor dos combustíveis não tem baixado para os consumidores.
No domingo (2), o presidente anunciou nas redes sociais projeto para mudar a cobrança do ICMS sobre os combustíveis. Bolsonaro disse que a proposta deve estabelecer que o ICMS tenha um valor fixo por litro. Nesta quarta, disse que suas afirmações não são uma briga com os estados.
“Pelo menos a população já começou a ver de quem é a responsabilidade. Não estou brigando com governadores.
O que eu quero é que o ICMS seja cobrado no combustível lá na refinaria, e não na bomba. Eu baixei três vezes o combustível nos últimos dias, mas na bomba não baixou nada”, disse.
Nesta quarta, a Petrobras anunciou o quarto corte do ano nos combustíveis. A gasolina nas refinarias cairá, em média, 4,3%. O diesel, 4,4%.
Os cortes acompanham a queda das cotações internacionais do petróleo. As vendas de curto prazo do óleo para a China ficaram praticamente paralisadas nesta semana, à medida que o surto de coronavírus reduz a atividade econômica e a demanda por combustíveis, pressionando preços para baixo.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 05-02-2020) | | | | Governador de SP disse que cabe ao presidente fazer primeiro gesto para que estados avaliem redução de ICMS
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quarta-feira (5) que a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao preço dos combustíveis é populista e pouco responsável.
Ao deixar o Senado, após conversas com senadores tucanos, Doria rebateu Bolsonaro que, mais cedo, havia desafiado os governadores a zerar o ICMS para que ele fizesse o mesmo com os tributos federais.
"Se o presidente Jair Bolsonaro convidar os governadores para um diálogo franco, aberto, tecnicamente robusto, os governadores, provavelmente, aceitarão este diálogo. Mas a imposição aos governadores dos estados brasileiros de que cabe a eles a responsabilidade da redução do ICMS e, consequentemente, do combustível, é uma atitude populista e, ao meu ver, pouco responsável", afirmou Doria.
Horas antes, Bolsonaro havia feito a provocação, mais um capítulo da escalada de tensão com os governadores.
"Eu zero o [imposto] federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito. Tá ok?", disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
"Se o presidente está tão entusiasmado, tão motivado, ele que faça o primeiro gesto. Elimine os impostos sobre o combustível e aí, sim, os governadores vão avaliar o tema do ICMS", rebateu o governador paulista.
O presidente tem protagonizado uma queda de braço com os governadores sobre o preço da gasolina. Bolsonaro se queixa que, mesmo com reduções dos preços nas refinarias, o valor dos combustíveis não tem baixado para os consumidores.
No domingo (2), o mandatário anunciou nas redes sociais um projeto para mudar a cobrança de ICMS sobre os combustíveis. Bolsonaro disse que a proposta deve estabelecer que o ICMS tenha um valor fixo por litro.
Hoje o imposto é uma porcentagem estabelecida por cada estado e pode chegar a 34%.
Além do mais, o imposto estadual é aplicado sobre um valor médio do litro que cada ente federado calcula a partir de uma pesquisa em postos. Como essa sondagem é feita a cada 15 dias, muitas vezes uma redução nas refinarias não se reflete imediatamente para o consumidor.
A ideia de Bolsonaro gerou reação entre os governadores, que temem perda de arrecadação.
João Doria disse que o presidente não tem tratado o assunto com seriedade e responsabilidade.
"Não parece o caminho do presidente Jair Bolsonaro. Isso não pode ser tratado nem de forma irresponsável nem de forma açodada. É preciso ter um entendimento. [...] Os governadores não foram convidados para nenhuma conversa com o presidente da República neste sentido. Não houve isso. Uma prova está de que não há interesse no entendimento. E, na base da bravata, bravata me lembra populismo, populismo me lembra algo ruim para o Brasil", afirmou o governador de São Paulo.
Ainda fazendo críticas diretas a Bolsonaro, Doria criticou o modo de governar do presidente.
"Entendimento se faz reunindo, agrupando. Não se faz por Whatsapp. Não conheço governo por Whatsapp."
De olho na eleição presidencial de 2022, Jair Bolsonaro e João Doria têm trocado farpas publicamente.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 05-02-2020) | | | | Segmento leve começa o ano em alta, enquanto pesados registram queda
Ao contrário do mercado de veículos novos, que teve queda 3,4% em janeiro, o setor de usados começou o ano aquecido: no primeiro mês, as vendas cresceram 4,5% quando comparadas com o resultado de igual mês de 2019, para um total de 946,4 mil unidades, entre leves e pesados. Dados da Fenabrave apontam que para cada veículo novo emplacado em janeiro, foram vendidos cinco usados.
Por segmento, os veículos leves usados somaram 916,3 mil unidades vendidas em janeiro, alta de 4,7% na mesma base de comparação. Deste total, foram 801,6 mil automóveis e 114,7 mil utilitários leves. Durante o mês, para cada modelo zero quilômetro emplacado, foram vendidos cinco usados.
Já nos pesados, o volume de vendas diminuiu 1,8%, para pouco mais de 30 mil unidades, dos quais 26,3 mil caminhões e 3,7 mil ônibus. Neste caso, a proporção ficou em 3,2 usados para cada modelo novo vendido em janeiro.
O mercado de caminhões usados praticamente estagnou em janeiro, registrando leve aumento de 0,2%. Por outro lado, os ônibus derrubaram o desempenho do segmento ao revelar queda de 14,3%.
| Automotive Business ( publicado em 05-02-2020) | | | | A produção de motos Harley-Davidson no Brasil somou 6,2 mil unidades em 2019, registrando alta de 8,9% sobre o ano anterior. Os licenciamentos totalizaram 6,1 mil motos, anotando acréscimo um pouco menor, de 5,8%. Foi o terceiro ano seguido de alta tanto na montagem como em vendas.
A fabricante atribui o avanço no mercado local à adoção de um bom conjunto de estratégias para a operação brasileira, que inclui lançamentos e eventos voltados aos clientes. Até 2022 a empresa lançará diferentes modelos em todo o mundo, inclusive de baixa cilindrada.
Em 2020 a marca comemora 22 anos de operação da unidade instalada em Manaus (AM). A rede de revendas conta atualmente com 25 lojas, distribuídas nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
| Automotive Business ( publicado em 05-02-2020) | | | | Vendas de caminhões da marca no Brasil crescem 58% e as de ônibus foram 73% maiores
A Volvo retomou em 2019 a liderança dos caminhões pesados no Brasil, com o recorde de 14,5 mil veículos emplacados, expressiva expansão de 58,7% sobre 2018 e 28% de domínio do segmento. O modelo extrapesado FH 540 6x4 foi o caminhão mais vendido do País (entre todas as categorias).
Na categoria de semipesados a marca também foi bem, com 2,34 mil unidades comercializadas do VM, em alta de 55% em relação ao ano anterior, elevando sua participação no segmento para 10%. As vendas de chassis de ônibus foram ampliadas em 73%, o maior crescimento do mercado brasileiro, com 744 chassis entregues. Somando tudo, o faturamento anual avançou 13%, somando R$ 9,3 bilhões (incluindo serviços).
“Foi o melhor ano de nossa história [de 40 anos no Brasil] em venda de caminhões pesados, fechamos a década como líderes do segmento. Conseguimos ajustar produtos e serviços às necessidades dos clientes e esperamos por mais um ano de crescimento”, afirma Alcides Cavalcanti, diretor comercial de caminhões da Volvo Brasil.
Com esses resultados, o Brasil, voltou a ser o segundo maior mercado mundial de caminhões da Volvo. Segundo Wilson Lirmann, presidente do grupo na América Latina, o desempenho positivo gerou caixa suficiente para bancar e aumentar os investimentos da empresa na região nos próximos anos, que vão somar R$ 1,25 bilhão até 2023.
Com o aquecimento das vendas internas e externas, a fábrica brasileira da Volvo em Curitiba (PR) voltou a operar no ano passado em dois turnos completos – e algumas áreas trabalham em três. A produção ficou paralisada até 20 de janeiro, com a maioria dos funcionários em férias coletivas, para a realização de diversas melhorias na planta. Dos 6 mil empregados da empresa na América Latina, 5 mil estão no Brasil e 4 mil na unidade do Paraná.
BONS RESULTADOS NA AMÉRICA LATINA
O mercado brasileiro consumiu 82% dos caminhões fabricados em Curitiba (PR) em 2019, enquanto 18% foram exportados principalmente para países da América Latina, 1.179 para a Argentina, 1.292 ao Peru e 1.182 ao Chile, mas também entraram na conta países da África e outras regiões.
As exportações representaram 60% da produção brasileira de chassis de ônibus, incluindo 594 articulados e biarticulados enviados ao BRT de Bogotá, na Colômbia, e 120 unidades foram embarcadas para o sistema de transporte de Santiago, no Chile.
O grupo sueco apurou desempenho positivo em toda a América Latina, com mais de 20 mil caminhões comercializados na região, número 39% acima do registrado em 2018, e os 1,86 mil chassis de ônibus entregues representaram alta de 77%.
A marca aumentou sua participação nas vendas de veículos de carga em todos os mercados onde atua, até mesmo na Argentina, onde alcançou seu maior market share da história, apesar da expressiva queda de vendas no país vizinho.
PROJEÇÕES POSITIVAS
“O ano passado terminou com clientes, parceiros de negócios e acionistas felizes. Olhando para frente, temos muitos fatores positivos que deverão sustentar a continuação do crescimento no Brasil”, afirma Wilson Lirmann.
O presidente do Grupo Volvo América Latina avalia que o agronegócio brasileiro vai continuar a alimentar as vendas de caminhões no País, mas também espera por recuperação mais acentuada nos segmentos de construção civil e indústria. “A inflação e os juros em níveis históricos de baixa favorecem o aumento do consumo das famílias e favorecem o crescimento”, afirma Lirmann.
A Volvo trabalha com a projeção de crescimento de até 15% do mercado brasileiro de caminhões pesados. Para o segmento de ônibus acima de 16 toneladas, a expectativa é de expansão de 10% nas vendas de chassis urbanos e de 15% na de modelos rodoviários.
Lirmann pondera que o cenário não está livre de riscos, com “pontos de atenção” como o alto déficit fiscal brasileiro, elevado índice de desemprego, baixa competitividade internacional do Brasil e incertezas externas com a persistente crise na Argentina, guerra comercial dos Estados Unidos contra a China e a ameaça de epidemia global do coronavírus.
| Automotive Business ( publicado em 05-02-2020) | | | | Valor será aplicado entre 2020 e 2023 e voltado para o desenvolvimento de caminhões e ônibus
O grupo Volvo anunciou nesta quarta (5) um investimento adicional de R$ 1 bilhão no Brasil. O valor será aplicado entre 2020 e 2023 e voltado para o desenvolvimento de caminhões e ônibus, com foco nas adequações à norma ambiental Euro 6.
A empresa, que produz veículos de carga em Curitiba, acredita que o mercado continuará a crescer apesar dos riscos e minimiza os efeitos do coronavírus na economia.
Wilson Limann, presidente do grupo Volvo no Brasil, afirma que é preciso ter atenção, mas vê exageros nas previsões sobre a disseminação da doença e seus efeitos na economia. O executivo compara o que acontece agora com a apreensão causada pela sars (síndrome respiratória aguda) no início dos anos 2000.
“Acho que a situação vai se acomodar no médio prazo. Temos fornecedores na China, o trabalho é conduzido globalmente. Mas também termos fornecedores no Brasil e na Argentina, há outras variáveis envolvidas. Não temos preocupações de curto prazo”, disse Limann.
O otimismo do presidente vem dos resultados obtidos na América Latina. A Volvo enviou 700 ônibus para a Colômbia em 2019, movimento que compensou a queda de 60% nas exportações para a Argentina. No fim das contas na região, a empresa cresceu 77% neste segmento no ano passado em relação a 2018.
A marca sueca fechou o ano como líder do mercado nacional entre caminhões pesados (acima de 40 toneladas de capacidade), nicho em que registrou alta de 58% em 2019 na comparação com 2018.
O modelo FH 540 foi o destaque da marca: teve 7.219 unidades emplacadas em 2019, segundo a Fenabrave (entidade que representa as distribuidoras de veículos).
Ao todo, a empresa sueca entregou 20.665 veículos na América Latina no ano passado, sendo que 82% desses ficaram no Brasil, que teve faturamento recorde de R$ 9,3 bilhões.
Na soma de todas as categorias de caminhões, a líder de mercado no ano passado foi a Mercedes-Benz, com 30,85% de participação, seguida por Volkswagen (24,36%), Volvo (16,56%) e Scania (12,54%).
INVESTIMENTO AINDA NÃO REFLETE NA GERAÇÃO DE EMPREGOS
Quando o novo ciclo de investimentos for concluído, o grupo Volvo terá aplicado R$ 2,25 bilhões no Brasil em um intervalo de seis anos. Contudo, não houve geração de empregos significativa.
Segundo Limann, a fábrica de Curitiba já trabalha com dois turnos cheios e há algumas unidades operando em terceiro turno. O presidente da empresa diz que houve apenas algumas contratações pontuais em janeiro.
A empresa sueca prevê que haverá crescimento de até 15% em sua área atuação no setor de caminhões (modelos acima de 16 toneladas de capacidade). Há também expectativa de alta na venda de ônibus no mercado interno, mas as eleições municipais vão afetar os processos de licitação a longo do ano.
Para a Anfavea (associação das montadoras), as vendas de caminhões e ônibus deverão crescer 16,9% neste ano, e espera-se alta de 13,4% na produção neste segmento.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 05-02-2020) | | | | Diretores e Gestores públicos deverão promover a inserção dos aspectos socioambientais e territoriais nas políticas públicas, planos e programas intersetoriais da infraestrutura de transporte
O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 03 de fevereiro de 2020, duas portarias relacionadas à Agenda de Sustentabilidade do Ministério para o período 2020-2022.
A primeira delas, de número 4, dispõe e aprova a Agenda com as várias Áreas Temáticas que deverão cobrir as linhas de ação a serem seguidas pelos gestores e dirigentes do ministério.
Já a Portaria nº 5 aprova as diretrizes de sustentabilidade.
De acordo com a Portaria nº 5, as Diretrizes de Sustentabilidade do Ministério da Infraestrutura deverão promover a inserção dos aspectos socioambientais e territoriais nas políticas públicas, planos e programas intersetoriais da infraestrutura de transporte; promover a inserção das questões relacionadas à mudança do clima na infraestrutura de transportes; desenvolver projetos, estudos e pesquisas com maior qualidade socioambiental; fortalecer a gestão de processos de licenciamento ambiental de empreendimentos de infraestrutura de transportes, visando à sua maior celeridade; e aprimorar os procedimentos de gestão territorial da infraestrutura de transportes, assegurando os aspectos socioambientais.
Essas Diretrizes devem nortear e permear todos projetos, ações e iniciativas a serem implementadas pelo setor de infraestrutura federal de transportes.
Pela Agenda, definida na Portaria nº 4, estão definidas cinco Áreas Temáticas, a saber:
– Planejamento e Governança = Diretriz: Promover a inserção dos aspectos socioambientais e territoriais nas políticas públicas, planos e programas intersetoriais da infraestrutura de transporte
– Mudança do Clima = Diretriz: Promover a inserção das questões relacionadas à mudança do clima na infraestrutura de transportes.
– Projetos, Estudos e Pesquisas = Diretriz: Desenvolver projetos, estudos e pesquisas com maior qualidade socioambiental
– Licenciamento Ambiental = Diretriz: Fortalecer a gestão de processos de licenciamento ambiental de empreendimentos de infraestrutura de transportes, visando que sejam céleres.
– Gestão Territorial = Diretriz: Aprimorar os procedimentos de gestão territorial da infraestrutura de transportes, assegurando os aspectos socioambientais
Em cada Área Temática está traçadas as Linhas de Ação que competem a cada uma.
Acesse a publicação original e confira as Portarias na íntegra:
| CIMM | | | | Em 2020, é impossível pensar em transportes sem a agregação de valor da tecnologia da informação
Em um mundo digital, no qual qualquer tipo de acesso à informação está na palma das mãos, as empresas precisam estar antenadas em relação às tendências, ferramentas e outros aspectos que possam auxiliar no trabalho de atender às demandas e expectativas de clientes que esperam que suas dores e especificidades sejam entendidas — e atendidas.
As empresas, sejam quais forem seus segmentos, têm como prioridade investir em um fluxo de operações mais ágil, eficiente e com custos reduzidos.
A globalização, as transformações no comportamento do consumidor e, principalmente, a tecnologia mudaram completamente o ritmo do mercado, que está cada vez mais competitivo e exigente.
No caso da logística, a inovação é considerada um fator extremamente estratégico para o sucesso de um negócio do setor.
Em 2020, é impossível pensar em transportes sem a agregação de valor da tecnologia da informação — que se tornou uma área vital para o sucesso de um negócio.
Tecnologia e logística andam juntas, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de soluções que ajudam a otimizar os processos, tornar os resultados mais satisfatórios e garantir maior qualidade para as empresas que são atendidas pelas companhias do setor.
A mudança tecnológica no mercado de transportes contribuiu para que as rotinas se tornem ainda mais eficientes e as empresas consigam reduzir custos. Por isso, em 2020, as empresas do setor investirão cada vez mais em tecnologia de forma a tornar os processos mais eficazes e também capaz de agregar um grande diferencial para os negócios.
1. Do offline para o online
Se por um lado o setor logístico tem forte tradição offline, haverá uma evolução para que pessoas e empresas estejam “do lado online” no mercado, o que trará mais competidores ao segmento. Começaremos a ver o online evoluir e crescer neste sentido, com cada vez mais serviços, dentro do setor logístico e de transportes, sendo digitalizados para aumentar a velocidade de processos, reduzir custos e gerar eficiência.
O desafio até hoje, com a transformação digital em setores tradicionais, tem sido a velha confiança. Porém, isso vem mudando e teremos mais confiança no online em 2020 por parte do setor logístico e de transportes. Com isso, haverá um aumento de transação de processos de forma 100% digital, como é o caso do canhoto digital e de outros documentos, tradicionalmente de papel, relativos à realização de fretes, que passam a ter existência e validação online.
2. Automação de processos
Na esteira do aumento de confiança no online, o passo seguinte é a automação. Automatizar processos manuais, principalmente na área de logística, será outro grande mote em 2020. Se de um lado a tendência é automatizar, há também a valorização do trabalho intelectual e de relacionamentos mais duradouros. No fim do dia, isso significa dar mais prioridade às relações humanas.
Assim, automatizar processos manuais não significa um perigo para o futuro do emprego no setor de transportes, mas libera os colaboradores para focar na relação com as pessoas. Para isso, as empresas precisarão capacitar seus funcionários para lidarem com as novas tecnologias e também no aprimoramento de soft skills.
3. Customer centric e inteligência artificial
Na economia como um todo, tem se falado do cliente como centro de um negócio. No caso da logística e transporte, não seria diferente. E a tecnologia vem como uma grande aliada na leitura de como esse consumidor se comporta e de que forma ele pode ser melhor atendido.
Dessa forma, a busca por customizar os processos de acordo com as pessoas vem com o objetivo de proporcionar uma experiência melhor com a aplicação de tecnologia sendo cada mais personalizada, por meio de Machine Learning e Inteligência Artificial.
Assim, abre-se espaço para aplicação de devices que respondem por comandos por voz, que deve se solidificar ainda mais em 2020 no Brasil e no mundo.
4. Startups no setor: sim, mas com crescimento saudável
Apesar da popularização de novas empresas no setor com foco em tecnologia, o objetivo em 2020 não será crescer a qualquer custo. Mas crescer com sustentabilidade. Essa é uma tendência de mercado global e que também será refletida no setor de transportes.
Com os recentes acontecimentos envolvendo startups mundialmente conhecidas, haverá menos ímpeto de arriscar só para ser inovador. A base para um crescimento saudável será a boa governança e a boa gestão empresarial - sem esquecer da necessidade de disrupção de que o mercado tanto precisa.
Ainda há muito espaço para inovação no setor, mas é necessário prestar atenção na regulação do Brasil. O país tem muitas oportunidades por conta da normatização, abrindo campo para que outras startups do setor entendam os desafios existentes e mudem o cenário da economia do segmento.
5. Transporte high-tech
E quais são essas oportunidades de inovação? Há inúmeras, com muito espaço para a tecnologia ser usada e facilitar a vida dos caminhoneiros e transportadoras. Ela pode ser usada para simplificar burocracias, capturar dados e os utilizar para fazer implementar mudanças para melhor. Para isso, é necessário inteligência. Com isso, a aplicação de Machine Learning e de Big Data vem para minimizar problemas do setor e aumentar as chances de crescimento das empresas.
Tanto global, quanto nacionalmente, é esperado oferecer um tipo de inteligência que não é muito comum no mercado. Por exemplo, com relação ao dia a dia do caminhoneiro, a tendência é simplificar cada vez mais a sua rotina por meio da tecnologia - como o motorista ter acesso à informação em tempo real e inteligência que o ajude a otimizar sua rota, sua segurança e sua eficácia na direção.
Não se pode deixar de mencionar os caminhões autônomos, que estão no radar de todos que falam de transporte de cargas high-tech. Esse assunto, porém, ainda está longe de ter uma aplicação viável no Brasil. Isso porque o caminhão autônomo precisa de uma rota fixa para poder ter, de fato, autonomia. É, porém, um tema que continuará aparecendo mais e mais.
Por fim, é previsto que haja uma redução na quantidade de fretes negociados por agenciadores e postos de gasolina, tendo ao menos 30% de crescimento em transações de forma online.
6. Computação em nuvem
O processamento de informações, a coleta e entrega de conteúdo são colocadas mais próximas das fontes, repositórios e consumidores dessas informações. Ou seja, a ideia é manter o tráfego e o processamento local para reduzir a latência e permitir maior autonomia no limite.
A computação em nuvem ganha apelo conforme tecnologias como IA se tornam estratégicas para qualquer tipo de negócio, inclusive os do setor logístico - que se utilizarão destas informações para gerar eficiência no segmento.
Acredita-se que, até 2023, mais de 50% dos dados gerados pelas empresas serão criados e processados fora do data center ou na nuvem, ante menos de 10% em 2019.
* Por Federico Vega, mestre em Economia formado pela Southampton University. Antes de se tornar empreendedor, trabalhou no Banco JP Morgan em Londres. Em 2016 fundou a Cargo X, maior marketplace de fretes brasileiro focado em conectar cargas com transportadores. Em 2019, foi eleito no ranking global das 100 pessoas mais criativas no mundo dos negócios pela Fast Company.
| Ind 4.0 | | | | Com investimento bilionário no setor, Itajaí, que já é reconhecida nacionalmente como a capital da construção naval, deve em breve se tornar referência na América Latina
Itajaí deve se tornar, nos próximos anos, um pólo referência da construção naval militar da América Latina. TCU libera a construção das corvetas da Marinha e estima gerar 8 mil vagas de emprego no estaleiro Oceana em Itajaí.
O Governo Federal liberou recursos que passam dos R$ 4 bilhões para serem investidos em programas militares, mas a procura por embarcações de passeio também cresceram nos últimos anos.
O setor náutico de Itajaí, um dos pilares mais importante da economia do município, está navegando de vento em popa.
Nos estaleiros, a fabricação de esporte e laser registra crescimento, a localização e a infraestrutura oferecidas foram quesitos importantes para a tomada de decisão das empresas em investir e se estabelecer em Itajaí.
O ano de 2019 foi muito favorável para Sedna Group — uma empresa nacional, com a mais forte presença no segmento de pesca no Brasil e América do Sul. A companhia projeta crescer 20% em 2020.
Para o próximo ano no estaleiro já tem 63 barcos encomendados, por isto o ritmo de trabalho segue intenso na fábrica.
“O segundo semestre foi bem mais favorável que o primeiro em função da troca de governo e políticas econômicas. O investidor (nosso cliente) tem encontrado segurança nas soluções que o governo propõe e o ano de 2020 promete ser muito melhor que 2019, temos uma projeção de crescimento de 20 % no mercado nacional e cerca de 15% no mercado de exportação”, diz Hemerson Dinis, gerente de vendas da Sedna.
Em Itajaí o vento sopra em direção ao alto mar. A cidade foi a grande vencedora do prêmio Bom Barco de Excelência Náutica em 2019, considerado o Oscar da área náutica.
“Isso demonstra que a cidade não só tem uma construção naval qualificada, mas, acima de tudo, que ela traz isso com qualidade. Então, essa premiação enaltece muito os estaleiros do município e valorizando também o próprio município de itajaí, que ano após ano tem se qualificado cada vez mais, com mão-de-obra mais qualificada e empresas melhor preparadas para atender a demanda do mercado e também a oferta de emprego que acaba gerando no setor”, afirma Thiago Morastoni, Secretário de Desenvolvimento Econômico de Itajaí.
Outra boa notícia é que Itajaí deve se tornar, nos próximos anos, um pólo referência da construção naval militar da América Latina.
Neste ano, deve iniciar a construção de duas corvetas — embarcações destinadas a navegação da marinha do Brasil. A ordem de serviço ainda não foi assinada, mas quando se tornar realidade deverá gerar mais de 8 mil vagas de emprego indiretos.
O dinheiro já foi liberado pelo Governo Federal. Serão investido 4 bilhões e 250 mil reais para os programas de construção das corvetas estilo Classe Tamandaré e para a compra de um navio de apoio Antártico.
O consórcio Águas Azuis que envolve o estaleiro Oceana de Itajaí, além da Embraer e da Thyssen Group da Alemanha, venceu a licitação e será o responsável pela construção.
“Há muita troca de tecnologia entre as universidades, as empresas e os governos envolvidos. Então, Itajaí cada vez mais vai crescer não só no mercado de lazer, no mercado do petróleo, mas, acima de tudo, num mercado totalmente aberto, que é o mercado da construção naval militar. Nós temos poucos pontos no mundo que são referência na construção naval militar e, Itajaí deve se tornar um desses novos postos, se tornando referência na construção naval militar na América Latina”, conclui o Secretário.
| CIMM | | | | Para atender à demanda dos produtores das áreas rurais, os motores e equipamentos devem ser desenvolvidos e preparados para instabilidades de energia
A eficiência energética em inúmeras áreas rurais do Brasil — que são importantes para atividades de agronegócios, como nos processos do segmento cafeicultor — não possui qualidade equivalente à de grandes centros urbanos.
Essa ineficiência energética pode significar inúmeros prejuízos ao setor, por isso o produtor precisa de precauções específicas diversas, entre elas o maior cuidado na aquisição de motores elétricos e equipamentos, que sejam resistentes a instabilidades. Uma iniciativa importante na expansão e modernidade da rede elétrica de áreas ruralistas é o programa Mais Clic Rural, que a Copel iniciou em 2015 no Paraná.
Nestas áreas ruralistas, o uso de motores elétricos e equipamentos inadequados — que podem apresentar falhas devido à instabilidade energética — também pode afetar adversamente a lucratividade do agronegócio, devido às possíveis paradas de produção e perdas por lucros cessantes.
“A competitividade de uma empresa pode ser afetada por falhas repetitivas de motores elétricos e, por isso, torna-se fundamental uma estratégia eficaz tanto na aquisição como na manutenção deles, para que minimizem os custos e evitem as paralizações imprevistas na produção”, alerta Drauzio Menezes, diretor da Hercules Motores Elétricos (empresa especializada em motores para diversos segmentos, como construção civil, alimentício, agrícola, industrial, entre outros.
Para ele, diante deste cenário, torna-se fundamental que as companhias rurais invistam em motores modernos e tecnológicos, desenvolvidos especificamente para trabalharem com a oscilação de tensão: “Hoje, a tecnologia está avançada e já produzimos motores elétricos que são mais eficientes e leves — com carcaça de alumínio e pés intercambiáveis.
A Hercules desenvolveu um componente de proteção, adicionado ao mecanismo do motor, que aciona e desliga partes do funcionamento. O sistema absorve o pico de corrente, que é enviada antes aos contatos do mecanismo, evitando, assim, maiores danos e, consequentemente, sua queima”.
Na produção de café, os motores elétricos utilizados necessitam ser precisos e ter características específicas quanto a índice de carregamento e rendimento compatíveis com o fornecimento elétrico da região produtora. “Como esses motores elétricos são aplicados normalmente em fazendas e sítios, onde a tensão energética fornecida pode ser de baixa qualidade ou com variação muito alta, precisam ser preparados para atender a estas variações. Por isso a Hercules possui motores especialmente desenvolvidos e preparados com o chamado Clik Rural e atendem a tensões de 110-127 V; 220-254 V; 220-254 V e de 440-508 V”, comenta.
Menezes explica que neste segmento os motores mais utilizados são de grau de proteção IP 44, que são protegidos contra poeira, e os motores de grau de proteção IP 55, resguardados contra pó e jatos de água. “O maior cuidado neste segmento é entre uma safra e outra fazer a manutenção preventiva dos equipamentos, trocar correias e manter os rolamentos dos motores sempre em giro, pois eles precisam estar com sua pista lubrificadas”, finaliza.
| CIMM | | | | A linha de crédito terá disponível R$ 1,5 bilhão para a aquisição de máquinas agrícolas novas e equipamentos
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai lançar o Finame Rural em 10 de março. A linha de crédito terá disponível R$ 1,5 bilhão para a aquisição de máquinas agrícolas novas e equipamentos voltados à agropecuária e agroindústria, de acordo com circular divulgada pelo BNDES.
As taxas de juros do programa serão semelhantes às do Moderfrota, também voltado para máquinas e tratores.
O novo programa visa suplementar necessidades do setor em áreas como inovação ou armazenagem. Além disso, a iniciativa vai de encontro com a solicitação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) por um aporte de pelo menos R$ 3 bilhões ao Moderfrota para que não houvesse interrupções no programa.
| CIMM ( publicado em 05-02-2020) | | | | Material trata do Uso Eficiente da Energia Elétrica com foco em motores elétricos, inversores de frequência e geração solar.
A energia elétrica é tão presente no nosso dia a dia que é quase impossível pensar em um mundo sem ela. No Brasil, gastamos uma quantidade maior de energia com produção de bens e serviços, quando comparado a países mais desenvolvidos. Um dos motivos é que os equipamentos presentes no parque industrial brasileiro têm, no geral, o dobro da idade dos utilizados em países mais desenvolvidos.
O material está disponível online em versão PDF e aborda a importância da gestão eficiente de energia de maneira prática e acessível.
| CIMM ( publicado em 05-02-2020) | | | | A Scania iniciou nesta semana na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a produção de caminhões movidos a GNV (gás natural), GNL (gás liquefeito) e biometano (obtido de resíduos orgânicos). Além de países europeus, o Brasil é o único a produzir essa linha de veículos. A fábrica local iniciará nos próximos dias a exportação dos veículos, começando com a Argentina.
As versões a GNV e GNL são aptas a usarem também o biometano, em qualquer proporção, ou seja, são veículos flex. No Brasil já ocorreram importações de caminhões a gás natural, mas a produção local é inédita, diz a empresa. A matriz sueca do grupo produz esse tipo de veículo desde 2014. Para a produção no País foram feitas adaptações, como reforços para uso em terrenos mais severos.
Com esse projeto, que consumiu boa parcela do plano de investimento da Scania de R$ 2,6 bilhões entre 2016 e 2020, a marca dá início ao plano de ter a maior parte de seus produtos movidos a combustíveis alternativos. Os próximos passos incluem a produção de veículos híbridos – previstos para serem inseridos no novo programa de investimentos de 2021 a 2024, de R$ 1,4 bilhão – e, em mais longo prazo, de elétricos.
O presidente da Scania Latin America, Christopher Podgorski, explica que a companhia queria uma “solução de transporte mais limpa aqui e agora, e o gás é uma grande oportunidade devido sua abundância no País”. Segundo ele, o GNV emite de 10% a 15% menos CO² (dióxido de carbono) em relação ao diesel. A conta é feita com base em todo o processo de produção até o que sai do escapamento do veículo.
O executivo informa que, se for medido só o que sai do escapamento, a nova linha de caminhões da Scania já atenderia a norma Euro 6 – regulamento de controle de emissões que vigoram atualmente na Europa e entrarão em vigor no Brasil em 2022 para novos veículos e no ano seguinte para caminhões e ônibus já em produção.
As entregas dos novos caminhões de grande porte aos clientes ocorrerá em março, mas o executivo não informa quantas unidades já foram vendidas pois há negócios a serem fechados a partir de agora. Por ainda ter baixa escala produtiva, os preços dos novos veículos são entre 30% e 40% acima das versões a diesel, que custam a partir de R$ 400 mil.
A Ambev já testa dois caminhões a GNL da Scania, para entregas de longa distância, e também dois caminhões elétricos da Volkswagen, para entregas dentro das cidades.
Antes dos elétricos
Podgorski ressalta que o uso do gás é uma ponte até que veículos híbridos e elétricos sejam mais acessíveis. “Hoje a conta (dos elétricos) não fecha, e isso deve ocorrer no futuro”, diz.
A Volkswagen Caminhões e Ônibus, que no fim do ano iniciará a produção de caminhões elétricos de pequeno porte na fábrica de Resende (RJ), calcula que, inicialmente, os modelos que não emitem nenhum tipo de poluição vão custar mais que o dobro de um convencional.
O presidente da Scania, assim como o da Volkswagen, Roberto Cortes, defendem incentivos governamentais para atrair consumidores de veículos movidos a combustíveis renováveis, como isenção ou redução de IPVA ou ICMS. Podgorski cita, por exemplo, que na Alemanha os caminhões a gás são isentos de pedágio. Há cidades europeias que vão proibir a circulação de veículos a diesel nos centros urbanos, que também terão os impostos sobre a compra aumentados.
O Brasil precisa ampliar as redes de abastecimento, tanto de gás quanto de energia elétrica. Para ajudar no abastecimento, a Scania inaugurou um posto de GNV dentro do complexo produtivo para abastecer os caminhões que saem da fábrica para serem entregues aos clientes.
Expansão no ABC
A fábrica da Scania em São Bernardo é a segunda maior do grupo sueco em capacidade produtiva, de 30 mil unidades ao ano. Hoje, a unidade opera com cerca de 75% de sua capacidade e emprega 4 mil funcionários. O aumento de capacidade ocorrerá se a demanda por produtos crescer, informa Podgorski. O encerramento de operações da Ford não altera os negócios da Scania pois ela só produz veículos de grande porte.
A empresa exporta 40% de sua produção. Em 2019, o grupo vendeu 12,7 mil caminhões pesados, alta de 57,8% em relação ao ano anterior. As vendas totais do segmento cresceram 48,7%, para 51,7 mil unidades. A líder dessa categoria é a Mercedes-Benz, com vendas de 14,1 mil veículos no ano passado, volume 41,8% maior ante o de 2018.
Além das mudanças na fábrica para a produção de novos caminhões e ônibus, o grupo está construindo um centro logístico para estocar as peças usadas na linha de montagem em local mais próximo. Hoje, o depósito fica no município de Mauá, a 37 km de distância. O novo ficará a 4 quilômetros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
| CIMM ( publicado em 05-02-2020) | | | |
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