No fim de 2018, a CNI elaborou a *Agenda da Indústria para os 100 primeiros dias* do nosso governo e do Congresso Nacional.
Clique na Imagem e acesse o documento
Passado esse período, *os resultados para a Indústria Brasileira são bem positivos*. Quase 70% das propostas evoluíram, ainda que não tenham sido concluídas.
Confira o documento completo e divulgue às industrias representadas pelo seu sindicato!
Nº menor de dias úteis por causa do Carnaval também contribui para queda
São duas as explicações apontadas por analistas para o fechamento de 43.196 vagas formais no país em março. A primeira envolve o menor número de dias úteis por causa do Carnaval, associado a uma correção do dado forte de fevereiro, que foi revisado de 173 mil para 182 mil postos com carteira assinada criados.
A segunda, sustentada por outros indicadores econômicos, é que os empresários decidiram colocar seus planos em banho-maria, diante da dificuldade de articulação política do governo no Congresso, que ameaça desidratar pontos considerados chave da reforma da Previdência.
Os dois fatores somados significaram que, em março, foi aberto 1,26 milhão de vagas de trabalho e fechado 1,3 milhão, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Foi o pior resultado para o mês desde 2017, quando o saldo de postos com carteira assinada ficou negativo em 63.624.
Dos 8 setores analisados, 5 tiveram saldo negativo. O comércio registrou o pior resultado, com 330.121 vagas fechadas, ante 301.318 abertas (-28.803). Já serviços teve maior saldo positivo, com 4.572 postos.
Todas as regiões do país tiveram desempenho ruim. O Nordeste teve o maior saldo de vagas fechadas (-23.728), e o Centro-Oeste, o menor (-1.706).
Na leitura do governo, o fechamento de vagas em março foi fruto do dado acima do esperado em fevereiro.
Segundo o secretário do Trabalho, Bruno Silva Dalcolmo, setores que normalmente contratavam em março anteciparam as contratações para fevereiro, enquanto os que demitiam decidiram concentrar as dispensas de funcionários no mês passado.
Ele diz que também viu impactos relacionados à confiança: "Provavelmente, a demanda no início do ano foi aquecida o suficiente para que os empresários mantivessem os trabalhadores contratados e atrasassem as demissões de fevereiro para março".
Para analistas, confiança não é a palavra certa para descrever o sentimento atual dos empresários, diante de uma reforma da Previdência ainda mergulhada em incertezas e em meio a dados que inspiram pouca segurança em uma retomada forte da atividade econômica.
"Tem um problema com o calendário, com o Carnaval em março, o que bagunçou os indicadores. Mas há indicações claras de que o ritmo da atividade no primeiro trimestre entrou em fase de espera, na expectativa do avanço da agenda reformista", afirma Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências.
Ao mesmo tempo, o governo deu sinais de que teria dificuldades para construir sua base de apoio no Congresso, esfriando os ânimos de empresários e investidores.
O reflexo desse pé no freio foram as várias revisões de perspectivas para a economia brasileira neste ano —a mais recente, de segunda-feira (22), projeta crescimento de 1,71% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019. Quatro semanas atrás, a alta prevista era de 2%.
No trimestre, o saldo ajustado de vagas foi positivo em 164,2 mil, queda de 15,9% em relação aos 195,2 mil do mesmo período de 2018. Em 12 meses, o acumulado é de 472.117 postos criados.
Nem a aprovação da reforma da Previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da Câmara dos Deputados, na noite de terça (23), é suficiente para se traduzir em confiança. "O que aconteceu é positivo, o governo teve uma margem boa, mas foi só um primeiro obstáculo superado. Há uma tramitação longa e difícil na comissão especial, onde as tentativas de diluição das medidas devem ser maiores", avalia Campos.
Para ele, os próximos dois meses ainda devem ser de cautela. Ainda assim, os dados do Caged de abril devem mostrar uma recuperação, acredita.
Fabio Ramos, economista do UBS, compartilha dessa avaliação. "O tamanho dessa queda de março não faz sentido, é um outlier [valor que foge da normalidade]. Tem uma coisa mais pontual que vai consertar em abril, em meio a um conjunto de números mais fracos da economia", afirma.
Ele lembra que, mesmo quando a economia começa a retomar, o emprego não reage tão rapidamente. "O desemprego se move devagar. A demissão é o último recurso das empresas, não é fácil sair cortando. Assim como, quando melhora a economia, a empresa não sai contratando. Você adiciona hora extra, novos turnos, e, por último, faz novas contratações", diz.
Além disso, é possível haver um efeito, já identificado até por Jair Bolsonaro, de aumento do desemprego conforme a economia melhora e as pessoas se sentem mais confiantes a procurar trabalho, diz Renan Pieri, professor de economia do trabalho da FGV.
Estimativa de produção foi revisada para baixo após desempenho negativo nos primeiros meses de 2019, mas fabricantes ainda aguardam aquecimento da demanda, especialmente automotiva
“O movimento é um pouco decepcionante. O desempenho ficou estagnado em relação ao ano passado, acreditávamos que a reação seria mais rápida. Mas a expectativa ainda é positiva”, declarou a diretora da RadiciGroup no Brasil, Jane Campos.A executiva explica que as principais demandas têm sido originadas pelo setor de embalagens alimentícias e do mercado agrícola.
“O automotivo não está bom. As vendas são expressivas, mas a produção ainda não.” Ela acredita que o cenário pode melhorar em função da queda dos estoques de veículos.A projeção de crescimento da empresa é de 6% em 2019. “É pouco, considerando que estamos falando em retomada do setor”, assinala, destacando que a empresa cresceu nos últimos cinco anos.
O gerente técnico da Milliken na América do Sul, Edmar Nogueira, avalia que o mercado está em compasso de espera. “O ritmo não diminuiu, mas ficou estável. Há potencial para crescer, o clima é favorável no geral.”Multinacional do setor químico, a empresa produz soluções para embalagens de polipropileno. “O segmento de food service confirmou a tendência de crescimento. Também percebemos o fortalecimento do tema sustentabilidade, com grandes empresas do setor de alimentos visando novos materiais para facilitar a reciclagem”, aponta.
A fabricante também atua no setor agrícola, com uma divisão especializada em corantes para sementes, e irá inaugurar um laboratório em São Paulo em agosto. “É uma oportunidade de crescer na América Latina e globalmente. Esse investimento irá permitir o atendimento de parceiros na região”, explicou a diretora regional América Latina da Milliken, Cristina Neri.O diretor de negócios na América do Sul da Ineos Styrolution, Fabio Bordin, conta que a empresa conseguiu bons resultados no setor automotivo em 2019 em função de negociações que atrasaram no fim do ano passado. “Conseguimos melhorar nosso market share no Brasil. Também vemos uma melhora no segmento de linha branca, que estava um pouco represado.”
O gerente técnico da Lanxess, Anderson Maróstica, afirma que a produção voltada para o setor automotivo subiu um pouco, em função do consumo local. “As vendas de plástico têm aumentado, pois as montadoras estão buscando substituir o insumo para obter veículos mais leves.”Ele acredita que o programa Rota 2030 deve reforçar essa tendência.
A companhia espera melhora no ano, em função da aprovação de reformas pelo Congresso e pela concretização de investimentos das montadoras de automóveis.Revisão Nesta quarta-feira (24), a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) revisou para baixo sua estimativa de crescimento da produção física em 2019 para 1,5%.
Anteriormente, a entidade havia estimado incremento de 2,5%. “Essa projeção foi revisada em vista dos resultados negativos da produção física no primeiro bimestre do ano”, disse o presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho. De janeiro a fevereiro, a indústria de transformados plásticos registrou retração de 3%. “Nossa estimativa é que o setor comece a alcançar o volume de produção física de 2014 somente em 2023”, apontou.
Comissão Senado do Futuro (CSF) realiza audiência pública interativa com o objetivo de debater mecanismos legislativos que possam desburocratizar o empreendedorismo e incentivar a inovação, bem como avaliar a questão de patentes no País.
A persistência dos obstáculos ao empreendedorismo e à inovação no Brasil foi alvo de críticas dos debatedores em audiência pública interativa promovida nesta quarta-feira (24) pela Comissão Senado do Futuro. Os especialistas mostraram preocupação com a posição desfavorável do país em índices internacionais de inovação e cobraram políticas públicas de aumento da eficiência.
A proposta de um novo marco legal de estímulo às startups foi destacada por Igor Manhães Nazareth, subsecretário de Inovação no Ministério da Economia. Ele salientou que a proposta, que deverá ser submetida a consulta pública na próxima semana, é uma das iniciativas do ministério para elevar o empreendedorismo e a eficiência do país a um nível compatível com o tamanho da economia, incluindo políticas para a chamada indústria 4.0, medidas para aumento de produtividade e aceleração do processo de análise de marcas e patentes.
— O Brasil ocupa a 64ª posição em inovação no mundo, mas o Brasil é o 13º lugar em publicações científicas. É fundamental conseguirmos levar a riqueza de conhecimentos que temos na academia e na ciência para as empresas, que é onde a inovação acontece — afirmou.
Patentes
Júlio César Castelo Branco Reis Moreira, diretor de administração do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), registrou as medidas que aumentaram a eficiência da entidade nos últimos anos — historicamente, o registro de uma patente levava cerca de 10 anos, prazo que caiu substancialmente. Mas ele chamou atenção para a persistência de um acúmulo de cerca de 200 mil pedidos pendentes de decisão.
— Se hoje eu apagasse todos os pedidos de patentes anteriores à data de hoje, amanhã eu já começaria um novo backlog. Eu não tenho examinadores suficientes para tratar da demanda corrente — afirmou.
Reis Moreira disse que o problema decorre de décadas de descaso com a propriedade intelectual no país. Além de lamentar a burocracia em torno do registro de marcas e patentes, ele lembrou a discrepância entre o aumento da receita do Inpi e o crescimento do contingenciamento de verbas sofrido pelo órgão.
Célio Cabral de Sousa Júnior, gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, cobrou um alinhamento entre os diferentes programas de apoio ao empreendedorismo no país. Ele classificou como preocupante a posição do Brasil em 64º lugar no índice global de inovação.
— O histórico é de decadência. O Brasil perdeu 17 posições em oito anos, e isso reflete de certa forma a diminuição em investimentos em inovação — sublinhou.
Empregos
Sousa Júnior avaliou positivamente o Marco Legal da Inovação, mas lamentou que a legislação tenha sofrido vetos essenciais: do jeito que entrou em vigor, segundo ele, o texto impede o poder público de comprar de empresas inovadoras. O representante do Sebrae ainda manifestou apoio à proposição de transformar o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) de fundo contábil para financeiro: ele avaliou que, segundo as regras atuais, quase toda a verba é contingenciada, apesar da importância do fundo para investimentos em inovação.
Camilla Junqueira, diretora-geral da organização não-governamental Endeavor Brasil, apresentou números do IBGE que salientam a importância das empresas de alto crescimento. Esse setor, foco da Endeavor, corresponde a somente 0,5% das empresas, mas gerou 70% dos novos empregos nos anos recentes e paga salários acima da média nacional. Junqueira cobrou regras mais simples e transparentes para o empreendedorismo e a remoção de dificuldades para abertura e fechamento de empresas, acesso a crédito e cumprimento de obrigações tributárias.
— Nosso ambiente de negócios é um dificultador tão grande para os empreendedores que é quase como se eles corressem uma maratona com um elástico amarrado na cintura — definiu.
A audiência foi realizada a requerimento do senador Styvenson Valentim (Pode-RN).
Ideia é que empreendedores assumam parte da demanda em cidades pequenas
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira (24) o projeto de lei que cria a empresa simples de crédito. A nova legislação vai autorizar qualquer empresário a emprestar dinheiro, tendo como limite a receita bruta anual de R$ 4,8 milhões.
A ideia é que esses empreendedores possam assumir parte da demanda por crédito em cidades pequenas, onde a oferta pelos grandes bancos é limitada, segundo Guilherme Afif Domingos, ex-presidente do Sebrae, hoje assessor especial do Ministério da Economia e um dos formuladores do projeto.
Segundo seus cálculos, a medida poderá ampliar a oferta de crédito em R$ 20 bilhões, tendo em conta a criação de 1.000 empresas simples de crédito com capital próprio médio de R$ 2 milhões.
Antes de ser sancionado, o projeto foi vetado duas vezes, nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), devido à resistência do Banco Central.
Dessa vez, o texto recebeu sinal verde após retirar a possibilidade de revenda da carteira de crédito (securitização) pelos empresários, o que poderia provocar risco de calote em cadeia e afetar o sistema financeiro.
Com o novo formato, o BC não é responsável por regular este mercado, pois as empresas só poderão emprestar capital próprio. A única fiscalização ocorrerá por meio da receita Federal, que controlará o limite de empréstimos através do acompanhamento da receita obtida com operações de crédito.
A previsão é que o novo formato atraia principalmente as empresas que hoje atuam no mercado de factoring (que adiantam contas a receber a pequenos lojistas e industriais em troca de uma comissão). Para ser uma empresa simples de crédito, será necessário ter um CNPJ específico para esta atuação. A empresa não terá regime tributário diferenciado do Simples e os sócios poderão ser donos de apenas uma empresa desta natureza.
Os empréstimos só poderão ser concedidos a pequenas e microempresas, além de empreendedores do regime do MEI (microempreendor individual). A previsão é que sejam feitas operações de crédito de cerca de R$ 15 mil.
Após cerimônia de sanção no Palácio do Planalto, da qual participaram o presidente Bolsonaro e os ministros Paulo Guedes e Roberto Campos Neto (presidente do Banco Central), Afif afirmou que a expectativa é que a iniciativa ajude a baixar os juros, com a maior competição.
"Temos hoje um oligopólio do sistema financeiro. Quando há mais oferta, o preço cai", afirmou.
Ele acrescentou que a maior parte das pequenas e microempresas se financiam hoje ou com fornecedores ou com as linhas mais caras de crédito bancário, como cheque especial.
"O microempresário está hoje nas mãos da agiotagem oficial ", disse.
O novo presidente do Sebrae, Carlos Melles, afirmou que a medida poderá ajudar a "fulanizar" o crédito, ao permitir a formalização de operações entre pequenos empreendedores que já se conhecem.
Não há, por ora, motivos para acreditar que esta situação de modorra mude antes da metade do ano
A cada semana aparecem sintomas de que a economia brasileira se acomodou a um ritmo de crescimento de pouco mais de 1% ao ano, como em 2017 e 2018.
Os sinais mais recentes de lerdeza vieram dos balanços de março do emprego com carteira assinada e da arrecadação federal de impostos, divulgados nesta quarta-feira (24) pelo governo.
Desde outubro do ano passado, o número de empregos com carteira assinada cresce em torno de 1,4% ao ano. Nesse ritmo, apenas em março de 2022 o país voltaria a ter empregos formais na mesma quantidade de março de 2015. Não é uma previsão, claro, mas uma medida do tamanho do atraso e do estrago.
Desempregado mostra carteira de trabalho em fila por vaga no centro de SP
Desde outubro do ano passado, o valor da receita de impostos do governo federal cresce cada vez mais devagar. A arrecadação do primeiro trimestre foi apenas 1,1% maior que a do início do ano passado (em termos reais: descontada a inflação). É outro indício de economia devagar, quase parando.
O emprego com carteira anda mal por causa da indústria, entre os grandes setores da economia. As fábricas até pareciam se animar um pouco em abril e maio do ano passado. A partir de outubro, o caldo entornou, e a panela de empregos novos ficou vazia. Desde então, o número de pessoas empregadas com carteira assinada é praticamente o mesmo (na comparação com o mesmo mês do ano anterior).
Há regiões e estados com problemas mais sérios de emprego, como o Nordeste, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, entre os maiores. A indústria pernambucana sangra empregos, assim como a fluminense, em particular nas fábricas de alimentos, bebidas, mecânicas e de material de transporte.
A construção civil, o grande setor que proporcionalmente perdeu mais empregos no país, ainda se recupera, mas de modo quase imperceptível, para não dizer irrelevante.
Os focos de crise são, pois, praticamente os mesmos desde o início desta recuperação, que, na verdade, falhou. O país está em uma espécie qualquer de depressão.
A gente tem costumado atribuir a frustração das previsões de crescimento à incerteza provocada por crises políticas anuais desde 2013 ou indefinição a respeito do conserto das contas públicas. Mas a vida do analista fica fácil, assim. Em parte, atribui-se o erro de estimativa a um efeito maior (e até então desconhecido) da incerteza sobre a atividade econômica.
Pode até ser. Pode ser coisa pior, um defeito mais crônico. Pode ser simples falta de um impulso de demanda (um empurrão qualquer do gasto do governo ou das empresas, investimento extra, difícil de fazer).
O fato é que não aumenta de modo relevante o investimento em novas instalações produtivas, construções, máquinas, equipamentos, o que faz a diferença na aceleração (ou freio) do ritmo da economia.
Há quem diga que, sem consertos de fundo, que dão resultados em médio e longo prazo, a coisa não vai. Mas não haverá longo prazo caso sobrevenha uma explosão qualquer de impaciência no curto prazo, “fadiga de reformas”, tumulto social e político.
Conviria pensar se a direção de curto prazo da economia está adequada. Obviamente, não virá milagre do crescimento, mas isso não é motivo para justificar passividade em temas que vão de juros a concessões de obras, por exemplo.
Em suma, não há, por ora, motivos para acreditar que esta situação de modorra mude antes da metade do ano. Pode piorar, se continuarem os surtos de tolice, picuinha oligofrênica e incompetência do comando do governo.
Vinicius Torres Freire -Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).
Não há paralelo de retomada tão lenta no Brasil após uma recessão, diz consultoria
Nunca foi tão difícil para o brasileiro conseguir recuperar a renda após um período de recessão econômica —e o processo ainda corre o risco de se prolongar.
O padrão de vida medido pela chamada renda per capita, que divide o PIB (Produto Interno Bruto) pelo número de habitantes, estagnou ao redor de R$ 32 mil no Brasil.
O valor está 9% abaixo do pico, alcançado no primeiro trimestre de 2014 —ou seja, há 19 trimestres.
Observando a série histórica, a lentidão atual supera aquela que seria a pior até então, registrada após a recessão de 1989, segundo estudo feito pela consultoria AC Pastore, do ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore.
Naquele momento, a renda por habitante se situava 6,5% abaixo do teto após um período de 19 trimestres.
O estudo tem como base os ciclos recessivos registrados pelo Codace, um comitê de economistas alojado na Fundação Getulio Vargas.
Segundo a AC Pastore, o movimento preocupa, porque demonstra que o padrão de vida do brasileiro demora a se recuperar, o que coloca o Brasil ainda mais distante da renda de países desenvolvidos.
"Nesse ritmo de crescimento de 1% do PIB e da população, não voltaremos ao pico da nossa renda per capita nunca", diz Marcelo Gazzano, economista da AC Pastore.
O processo lento de reação da renda por habitante, diz o economista, também compromete a capacidade de consumo. Diante do baixo nível da renda per capita, não há como manter qualquer otimismo com relação à recuperação do consumo das famílias— componente que, ao representar mais de 60% do PIB, é crucial para a retomada.
Um dado adicional preocupante é que a renda per capita pode experimentar mais um ano de estagnação.
O per capita é o PIB dividido pela população do país.
Logo, se o crescimento econômico em 2019 corroborar a expectativa de um grupo cada vez maior de economistas e ficar próximo de 1%, é provável que o PIB per capita encerre mais um período sem reação, já que a população brasileira também cresce perto de 1%.
Como outras forças capazes de elevar o crescimento também não estão operando (entre elas o investimento), a consultoria projeta uma taxa de crescimento do PIB entre 1% e 1,5%, com chances maiores de que o PIB fique no limite inferior do intervalo —num círculo vicioso perverso.
Em reais, o PIB per capita está hoje ao redor de R$$ 32 mil, ou seja, se a renda fosse igualmente distribuída por toda a população, cada brasileiro teria pouco mais de R$ 2.500 por mês.
Só para dar uma ideia de grandeza, se o ritmo de recuperação fosse igual ao registrado em 1989, a renda per capita no fim de 2018 seria de R$ 33 mil —R$ 1.000 a mais no ano e R$ 80 a mais ao mês.
Mesmo após o período recessivo, diz Gazzano, em termos absolutos o PIB per capita hoje, de R$ 32 mil, é maior do que o de 1989, de R$ 24 mil em valores atuais.
"No longo prazo, teve evolução. Mas o ponto é que, após a recessão mais recente, a reação não veio. Só algo pequeno no primeiro trimestre de 2017, em razão do avanço do setor agrícola. Depois disso, o PIB cresceu exatamente o que cresceu a população", diz.
O per capita pode ser considerado uma medida de bem-estar da sociedade usada no cálculo do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), em conjunto com a escolaridade e a expectativa de vida.
Embora seja considerado uma medida de desenvolvimento do país, sozinho ele não conta toda a história.
Um país de renda por habitante elevada pode ser extremamente desigual.
A adesão ao programa de parcelamento de débitos de ICMS e dívidas ativas não tributárias instituído no novo Refis foi prorrogado para o dia 18 de junho, conforme Decreto nº 1.285, de 23 de abril de 2019. O Refis 2019 possibilita a regularização dos débitos com redução de multa e juros e parcelamento em até 180 vezes.
No momento da adesão, o contribuinte deve indicar todos os débitos que pretende parcelar, devendo a primeira parcela ser paga até o último dia útil do mês da adesão e as demais até o último dia útil dos meses subsequentes.
No caso de pagamento em parcela única, basta emitir a GR-PR e fazer o pagamento. Tanto o parcelamento quanto o recolhimento em parcela única deverão ser feitas até às 18 horas do dia 18 de junho.
Os créditos tributários de ICM e ICMS decorrentes de fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2017, constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, poderão ser pagos em parcela única com redução de 80% na multa e 40% nos juros; em até 60 parcelas mensais, iguais e sucessivas, com redução de 60% na multa e 25% nos juros; em até 120 parcelas mensais com redução de 40% na multa e 20% nos juros; e em até 180 parcelas mensais com redução de 20% na multa e 10% nos juros. O valor de cada parcela não poderá ser inferior a 5 UPF/PR (em torno de R$ 500).
Para as dívidas não tributárias as reduções ocorrem somente sobre os encargos moratórios, e são de 80% para pagamento em parcela única, 60% nos parcelamentos em até 60 meses e, por fim, de 40% caso o contribuinte opte pelo parcelamento em até 120 vezes.
As dívidas ativas não tributárias decorrem de processos relativos a multas administrativas do Procon, IAP, Adapar e TCE, além de restituições de valores pagos indevidamente e multas pecuniárias aplicadas em casos de condenação penal.
De acordo com a Lei Estadual 19.802/2018, para liquidação das parcelas serão aplicados juros equivalentes à taxa referencial da Selic, acumulada mensalmente e calculada a partir do mês subsequente à homologação da proposta, e 1% relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado.
A legislação também estabelece que o contribuinte deverá estar em dia com o recolhimento do imposto declarado em Escrituração Fiscal Digital (EFD) a partir de outubro de 2018.
A adesão deve ocorrer no site da Secretaria de Estado da Fazenda, no endereço www.fazenda.pr.gov.br
VERIFICAÇÃO DE DÉBITOS - A Receita Estadual disponibilizou uma página para que o contribuinte possa verificar se tem débitos vinculados para o pagamento. Para acessar os serviços do REFIS – Lei nº 19.802/2018 acesse o link http://refis.fazenda.pr.gov.br, informe seu CPF e clique em continuar. Ao indicar um CPF serão apresentados os parcelamentos da pessoa física e das pessoas jurídicas vinculadas ao CPF indicado.
Em seguida, basta selecionar as dívidas passíveis de negociação, escolher a forma de pagamento e imprimir o Guia de Recolhimento. O processo todo ocorre pela internet.
Para acompanhamento de parcelamentos de pessoa jurídica, deve ser indicado o CPF de um dos sócios ou do representante legal constante no quadro societário da empresa. O sócio ou representante legal deve obrigatoriamente ser usuário do Receita/PR.
Para a verificação de parcelamentos de pessoa física, não cadastrada do Receita/PR, será solicitada a informação do título de eleitor ou, alternativamente, nome da mãe e data de nascimento.
RESCISÃO - O parcelamento pode ser rescindido pela Secretaria da Fazenda em caso da falta de pagamento da primeira parcela no prazo estabelecido; falta de pagamento de três parcelas, consecutivas ou não, ou de valor correspondente a três parcelas, de quaisquer das duas últimas parcelas ou de saldo residual por prazo superior a 60 dias; e falta de recolhimento do ICMS declarado na EFD, desde que não regularizado no prazo de 60 dias, contados do vencimento original, cujo prazo de vencimento ocorra no período de vigência do parcelamento.
Agência de Notícias do Paraná (publicado em 24-04-2019)
O prazo de adesão ao parcelamento foi prorrogado até o dia 18 de junho de 2019, com o limite de horário até às 18h00.
Já para aqueles que pretendem optar pelo pagamento ou parcelamento de apenas uma parte do débito, o prazo para comunicação ao fisco fica prorrogado até o dia 04 de junho de 2019.
Empresa assumiu operação de aftermarket em 2017 e espera por crescimento acelerado
Em 2017 a Dana retomou para si a operação de aftermarket, que ficou 13 anos sob responsabilidade da sócia Affinia. O resultado não poderia ser melhor: “Em menos de dois anos dobramos nossas vendas no mercado de reposição”, destacou o diretor de marketing Luis Pedro Ferreira, na apresentação de seu estande na Automec 2019, maior feira do setor de autopeças nacional que acontece até o dia 27 no SP Expo.
Um dos impulsores desse resultado foi o relançamento, no fim de 2017, da Albarus – nome que remonta às origens da empresa no Brasil na década de 1950, quando a Dana adquiriu o negócio. Depois de quase sumir, a marca foi relançada com grande número de itens quando a Dana reassumiu as rédeas da área de aftermarket. “Descobrimos que a Albarus ainda tinha 94% de recall (lembrança) entre os clientes desse mercado. Era uma joia que não usávamos. O resultado é que hoje a marca já representa 40% das vendas na reposição”, conta Ferreira.
O executivo destaca que o aftermarket já responde por cerca de 30% dos negócios da Dana no Brasil e a expansão deve continuar em ritmo acelerado nos próximos anos.
“Este ano não deveremos crescer mais do que um dígito porcentual no aftermarket, mas com os lançamentos de novos componentes que planejamos as vendas podem dobrar novamente em mais três anos”, calcula Luis Pedro Ferreira.
Considerando todos os negócios da Dana no Brasil, inculuindo o fornecimentos direto aos fabricantes de veículos, a expectativa é de crescimento de 20% este ano.
Os principais produtos vendidos pela Dana no aftermarket, com as marcas Albarus e Spicer, são elementos de suspensão, juntas homocinéticas e coxins. Grande parte é fabricada em Gravataí (RS), mas também são importados componentes de outras unidades da Dana na China, Índia e Turquia. “A Dana está em 34 países e fornecemos para nós mesmos de todos esses lugares”, explica Ferreira.
A Dana investiu US$ 125 milhões em suas operações no País nos últimos cinco anos. Esse valor totaliza a R$ 500 milhões quando é incluída a compra da Sifco, principal fabricante de eixos dianteiros de caminhões e ônibus no Brasil.
Ferreira afirma que a anunciada saída da Ford do mercado de caminhões, um dos grandes clientes da Dana, ainda não afetou os negócios. “Acredito que esse espaço será rapidamente ocupado por outros fabricantes”, avalia.
Empresa de origem alemã começa produção em maio, visando veículos autônomos
Knorr-Bremse inicia em maio a fabricação de sua coluna de direção voltada ao mercado de reposição. O anúncio foi feito na Automec por Jefferson Germano, diretor de aftermarket da empresa para o Brasil e América Latina. Para reposição, serão comercializadas árvores intermediárias com faces de 308 mm e 1362 mm, que podem intercambiar com árvores intermediárias de guias esféricas.
“A Knorr entrou no mercado de caixas e colunas de direção em 2013, na Europa. Aqui no Brasil adquiriu no final de 2017 os ativos do negócio da NFP. Em 2018 transferimos a fábrica para Itupeva e em janeiro de 2019 começamos a produzir colunas de direção para equipamento original. Hoje somos fornecedores de várias montadoras, entre as quais Volkswagen e MAN, com potencial de aumento de negócios das colunas de direção”, afirma o executivo.
“O propósito da Knorr-Bremse, ao entrar no segmento de coluna de direção, é se posicionar como fornecedora para o veículo do futuro, que é o autônomo”, afirma Germano.
A nova linha de produção segue a estratégia global do grupo alemão de investir no segmento de sistemas de direção e, assim, ter em mãos as tecnologias necessárias para o desenvolvimento da condução autônoma. O grupo Knorr-Bremse, especializado em sistemas de freio rodoviários e ferroviários, faturou 6,6 bilhões de euros em 2018.
Novidade que está na Automec pode equipar todos os veículos com motores eletrônicos da fabricante
Uma das atrações da Cummins na Automec é o Cummins Connected Diagnostics, sistema de monitoramento remoto que gerencia a manutenção dos veículos em tempo real. O programa funciona por meio dos sistemas de telemetria já existentes e transmite os principais dados do motor e do GPS. Assim, no caso de alguma falha, o programa entra em ação, analisando os dados para encontrar as possíveis causas do problema, além de informar sobre a necessidade de realizar o reparo imediatamente ou a oficina mais próxima (inclusive com telefone para agendar o serviço).
“O Cummins Conected Diagnostics identifica os códigos de falha do motor, determina as prováveis causas do problema, informando imediatamente ao usuário [ou frotista]”, explica o gerente de vendas da Cummins para a América Latina, Antonio Almeida. “Com essas informações, é possível evitar maiores danos ao motor”, reforça o executivo. Para o usuário, a melhor notícia é que o programa está disponível para todos os motores eletrônicos produzidos pela empresa e é grátis.
A Cummins – que está completando 100 anos de existência – também está reforçando a presença de sua linha remanufaturada ReCon, composta por motores básicos e parciais, injetores, módulos de controle do motor, bomba de combustível e cabeçotes. Antonio Almeida ressalta as vantagens de optar pela gama ReCon: confiabilidade e agilidade, já que o usuário/frotista pode contar com o motor remanufaturado em um tempo muito menor, se comparado com uma unidade retificada, e isso significa veículo parado por menos tempo.
O executivo lembra ainda que o motor remanufaturado pela Cummins não é só reformado, mas sim atualizado. Assim, é possível contar um propulsor bem mais moderno e econômico em relação ao antigo, investindo um valor mais acessível. Como se não bastasse, ainda existe a questão ambiental, pois a remanufatura do motor ajuda a reduzir o descarte de peças no meio ambiente. Não é à toa que a venda de itens da linha ReCon vem obtendo crescimento expressivo, com mais de 30% de aumento no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2018.
Divisão para o mercado de reposição aposta em novas linhas de produtos e de serviço e-commerce
MWM projeta um crescimento de 15% de suas vendas relacionadas ao mercado de reposição no Brasil, índice semelhante ao do ano passado, quando a empresa já tinha observado aumento dos negócios na mesma proporção, considerando o mercado interno. O mesmo índice de alta é esperado para as exportações, que no ano passado anotaram, incremento de 16%.
Para o presidente e CEO da empresa, José Eduardo Luzzi, parte do crescimento deste ano está sustentado na própria reação do aftermarket, que vem elevando seus números nos últimos anos. Ao mesmo tempo, outra parte do crescimento estimado deve vir dos resultados das ações da empresa dedicadas ao segmento, com lançamentos de produtos e serviços, que estão sendo exibidos na Automec, feira internacional de autopeças que está sendo realizada no São Paulo Expo até dia 27.
Luzzi lembra que dos 4,4 milhões de motores já produzidos pela MWM em 66 anos de Brasil, estima-se que 2,2 milhões ainda rodem pelas estradas brasileiras e outros 600 mil trafegam em vias fora do País, o que justifica a importância de complementação contínua da linha de produtos para o mercado de reposição.
Entre as novidades para o segmento de autopeças, a companhia destaca suas três linhas de produtos durante a Automec: Peças Genuínas, que atendem as demandas dos motores MWM e que são responsáveis por 90% das vendas da divisão; Multi Parts, linha multimarca dedicada a outros motores que não são MWM; e a linha Opcionais, dedicada à manutenção de motores mais antigos e que surge como uma opção de preço mais acessível.
Segundo o CEO, os demais 10% das vendas da divisão de aftermarket são das linhas de peças multimarcas e opcionais. “Há dois anos, essas linhas não tinham essa representatividade, é uma tendência natural que haja esse avanço”, comenta.
“Nos últimos dois anos, foram lançados mais de 590 itens para a reposição e só neste ano serão mais de 200 itens”, complementa o diretor da divisão de aftermarket, Thomas Püschel, acrescentando que todo o portfólio possui 16 mil itens no total. Ele conta que a linha Opcionais é um dos focos da estratégia da divisão para este ano: “A linha chegou de forma ainda tímida em 2017 e neste ano ela vem com um apelo mais forte a partir de novos itens que serão disponíveis para o mercado.”
Segundo Püschel, a linha Opcionais também vem com a proposta de combater o mercado paralelo, muitas vezes sustentado por peças importadas da China. “Não é a linha de peças utilizadas na montagem dos motores MWM, mas todos os itens são homologados pela nossa equipe de engenharia”, conta.
Outra novidade é o lançamento da plataforma de vendas online, que sai do patamar de projeto piloto e inicia as vendas com um portfólio inicial de 1,3 mil itens, por enquanto apenas para o Estado de São Paulo. Segundo Luzzi, até meados do ano a plataforma estará disponível para entregas em todo o País. “O e-commerce de autopeças está começando no Brasil, mas é uma tendência que já observamos fora, em outros países”, explica Luzzi.
Na Automec, empresa lança produtos da linha leve, com destaque para turbo de Toyota Hylux
A BorgWarner planeja lançar 13 modelos de turbocompressores em 2019, considerando tanto a linha de veículos leves quanto pesados. A empresa aproveita a 14ª edição da Automec, feira internacional de autopeças, para mostrar parte do que está por vir para o mercado de reposição brasileiro. Entre as cinco novidades para o segmento de veículos leves e picapes, estão turbos para picape Toyota Hilux, além de modelos Kia e Nissan. Nos pesados, serão oito lançamentos ao longo do ano para modelos Iveco, Scania e Volvo.
Segundo o diretor de aftermarket para a América Latina da divisão de turbos e sistemas thermal, Nelson Bastos, entre os últimos três anos e até o fim de 2019, a empresa terá lançado 150 produtos para o mercado de reposição.
“Temos crescido acima do mercado continuamente e nossa expectativa atual aponta em um crescimento entre 15% a 20% em 2019”, estima Bastos.
Segundo o gerente de vendas aftermarket no Brasil da divisão de PowerDrive e sistemas elétricos, Ronaldo Lipari, o mercado de reposição vive hoje os efeitos do boom do mercado de veículos em 2013. Mesmo com a crise que veio entre 2014 e perdurou até meados de 2017, o segmento não parou de crescer, embora em escala menor. Ele reforça que para sustentar essa retomada, que vem sendo observada desde o segundo semestre de 2017, a empresa vem investindo também na rede, além da diversificação e ampliação do portfólio.
“Não adianta crescer se a rede não estiver pronta. Temos investido fortemente na qualificação de grupos para atrai-los para a nossa rede, tanto dentro como fora do Brasil, remodelando o negócio para que se adeque às necessidades de cada região”, conta. O trabalho resultou no aumento significativo da rede da divisão de PowerDrive e sistemas elétricos: “Saímos de 197 pontos de distribuição em 2016 para mais de 400 atualmente.”
No caso da divisão de turbos, há menos pontos, mas um aumento da capilaridade a partir da parceria com empresas com maior capacidade gerencial, elevando a presença da marca no mercado. Bastos acrescenta que muitos fatores vem ajudando a potencializar a participação da BorgWarner no mercado de reposição, como a própria melhora da economia e confiança do consumidor, bem como a abertura de filiais dos parceiros distribuidores.
“Hoje temos uma frota circulante de 7 milhões de veículos com turbo, entre leves e pesados, incluindo importados. É difícil mensurar o quanto este mercado vai avançar, depende muito dos projetos das montadoras, mas é fato que há uma clara tendência do avanço deste item na linha leve, o que nos dá a certeza de que vai crescer e muito”, conclui Bastos.
Especialistas apontam os desafios e as possíveis soluções para as empresas mais fragilizadas do setor
As transformações profundas e rupturas que a indústria vem incorporando aos poucos, mas em velocidade cada vez maior, exigirão um esforço redobrado e adaptações drásticas de companhias que compõem a cadeia automotiva no Brasil, principalmente daquelas que se encaixam na nomenclatura PME: pequenas e médias empresas. Segundo o Sindipeças, que reúne as empresas do setor, dos seus 470 fabricantes associados, 360 são classificadas como PME, cujo faturamento anual não ultrapassa os R$ 65 milhões.
Na análise de George Rugitsky, diretor geral da Freudenberg-NOK do Brasil, prevalece a premissa de que a cadeia é forte quando todos os elos são igualmente fortes, o que justifica a importância de olhar com cuidado para essa parcela que compõe a indústria. O executivo admite que o País ainda está saindo da maior recessão dos últimos tempos e que ainda há efeitos da fragilização, que chegou a todos os níveis da cadeia.
“Para que as PMEs se mantenham competitivas, há um desafio de investimento inevitável em reposicionamento, automação, digitalização, sensorização de equipamentos, softwares [big data] e equipamentos atualizados, além de capacitação e aquisição de novas tecnologias”, comentou durante sua participação no painel sobre a situação das PMEs no Encontro da Indústria de Autopeças, realizado pelo Sindipeças.
Soluções como buscar parcerias e alianças podem potencializar esse crescimento, uma vez que essas associações podem gerar um melhor valor agregado. Rugitsky complementa que diversificar também é tarefa de toda a cadeia. “Nem tudo o que se faz hoje será competitivo para fazer no futuro”, comenta. Ele aponta ainda a urgência da conscientização dos gestores das PMEs para as novas necessidades e que modernização e investimentos são inevitáveis.
No entanto, uma pesquisa apresentada pelo executivo aponta que das 61 empresas do Sindipeças que participaram do estudo relacionado à aplicação de conceitos da indústria 4.0, 81% delas não têm previsão orçamentária para implantação de processo produtivo totalmente digitalizado. O uso do Big Data é ignorado por mais de 80% das empresas por não possuírem maquinário equipados com sensores e softwares para interpretar dados e informações.
Neste cenário, sobram dificuldades em um ambiente de negócio complexo, conforme indica David Wong, consultor e diretor da A.T. Kearney. Ele aponta que as deficiências competitivas limitam a evolução das empresas, o que resultou em uma substituição das autopeças nacionais por importadas, por exemplo. Isso se comprova no saldo da balança comercial de autopeças, que está negativa há pelo menos 10 anos.
Para Wong, o crescimento das PMEs está atrelado à necessidade de cada empresa de ser mais integrada. “Também é papel das OEMs, Tiers 1 e governo fomentar a integração das PMEs na cadeia global, prevendo inovação de processos e de produtos”, alerta.
O presidente da Bosch, Besaliel Botelho dá o exemplo de que é possível ajudar. Ele conta que com a Lei do Bem surgiu a oportunidade de integrar 25 empresas de sua cadeia no programa do governo para reforçar ou mesmo incluir conceitos lean, além de suporte para a gestão tanto no aspecto financeiro quanto no gerencial.
“Em dois anos de programa, houve um ganho médio de 75% de produtividade; teve empresas que mais que dobraram esse ganho”, conta Besaliel. Ele defende ainda que para ter uma cadeia sustentável, é necessário que as OEMs participem do processo e não apenas fornecedores de primeiro nível (Tier 1), que é o caso da Bosch.
Em uma nova etapa do programa, a Bosch escolheu duas empresas de sua cadeia para trabalhar conceitos da indústria 4.0. O presidente da companhia relata a Bosch entrou com o aporte necessário e que desta vez ganhará 50% da produtividade alcançada com os resultados, diferente da primeira fase, quando os ganhos foram 100% incorporados pelas empresas participantes do programa.
Delfim Calixto, da Bosch, aponta que o setor de reparação automotiva precisa investir em tecnologia para sobreviver
Os veículos conectados, automatizados e elétricos vão ganhar espaço nas ruas nos próximos anos e as oficinas automotivas precisam estar preparadas para acompanhar as novas necessidades de manutenção destes modelos. É este o principal recado da Bosch em sua participação na Automec, a principal feira de negócios para a reposição automotiva do Brasil. “Se os carros são conectados, as oficinas também precisam ser”, resume Delfim Calixto, presidente da divisão de aftermarket da organização.
Ele diz que os centros de serviços espalhados pelo Brasil devem investir em tecnologias não apenas para ganhar eficiência e qualidade, mas para garantir o potencial de oferecer manutenção a veículos que têm outras funcionalidades e, assim, outras possibilidades de falhas.
O executivo lembra que os automóveis estão ganhando complexidade e eletrônica embarcada e, conforme a automatização avançar, a tendência é de que os acidentes de tráfego diminuam, reduzindo também a demanda por estes tipos de conserto nas oficinas. Por outro lado, Calixto estima que os veículos passem a rodar mais com o aumento do uso compartilhado. “Com isso teremos mais procura por substituição de itens por desgaste”, diz.
O cenário está menos distante do que parece, projeta o executivo. “Em 2025 já teremos presença relevante no mercado brasileiro destas novas tecnologias.” Para ele, as empresas que não apostarem neste novo caminho pagarão um preço alto.
“A oficina pode morrer se não passar por este processo de mudança”, alerta Calixto.
Segundo ele, a Bosch tem atuado para compartilhar informação sobre estas novas tecnologias com a meta de fomentar a transformação do mercado. Na Automec, a companhia simula uma jornada de manutenção do automóvel mais eficiente, propondo soluções para os vários processos do aftermarket. “Precisamos chegar a um modelo em que tudo converse na oficina, com ambiente completamente conectado. Assim facilitamos a detecção de falhas nos carros, a gestão de estoques e os pedidos de peças”, exemplifica.
Vice-presidente da companhia aponta que segmento tende a ganhar força com recuperação das vendas de carros novos
A Bosch planeja pegar carona na recuperação do mercado de veículos no Brasil para avançar também no segmento de reposição em 2019. Delfim Calixto, presidente da divisão de aftermarket da companhia para a América Latina estima expansão de 9,3% para este ano. A empresa anunciou a estimativa durante a Automec, principal feira de negócios do segmento, que acontece até 27 de abril em São Paulo.
“Com novos emplacamentos, o mercado de veículos de veículos usados gira e, com isso, há demanda por revisão e manutenção”, diz o executivo.
Apesar de não especificar valores, Calixto conta que, caso se concretize, a expansão acontecerá sobre uma base já forte. “Desde 2014 temos registrado alta anual nas vendas de 7% a 9%”, aponta. Assim como aconteceu em outras empresas fabricantes de autopeças, as vendas de peças e componentes ao aftermarket ganharam peso no negócio da Bosch durante a contração do mercado automotivo nos último anos.
“A divisão conquistou participação dentro da companhia, mas não seria sustentável se a crise persistisse porque, quando falta confiança no mercado, as pessoas também seguram investimentos em manutenção de seus carros”, observa o executivo.
A joint venture da montadora alemã Volkswagen com a chinesa Anhui Jianghuai Automobile (JAC) planeja investir 5,06 bilhões de iuanes (750,8 milhões de dólares) em uma nova fábrica de carros elétricos no leste da cidade de Hefei, de acordo com as autoridades locais.Um documento publicado online pela Área de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Hefei na segunda-feira mostrou que a Volkswagen e a JAC obtiveram aprovação das autoridades ambientais para construir uma fábrica capaz de produzir 100 mil carros totalmente elétricos por ano.
O Grupo Volkswagen China confirmou nesta quinta-feira os números que haviam sido incluídos em documentos oficiais anteriores e disse que a JAC-Volkswagen lançaria seu primeiro modelo em breve.Um porta-voz da joint venture confirmou os planos para a fábrica, dizendo que a aprovação representou um "avanço ordenado do projeto", e o primeiro modelo elétrico do empreendimento, o E20X, será lançado este ano.
A empresa alemã, a maior montadora estrangeira da China, com vendas de 4,21 milhões de carros no continente e em Hong Kong em 2018, prometeu aumentar a produção de veículos com emissão zero como parte de sua estratégia de crescimento no país.A Volkswagen disse que planeja produzir mais de 22 milhões de carros elétricos nos próximos 10 anos, com mais da metade deles sendo na China. A empresa planeja lançar 14 novos modelos de veículos elétricos na China este ano.
Pelos valores nos postos em 2018 e 2019, não haveria aumento na tabela, promessa do governo para evitar greve
Prometido pelo governo em reunião com caminhoneiros na segunda (22), o reajuste de 4,13% na tabela de frete do transporte rodoviário foi calculado com base em um valor equivalente ao preço do diesel praticado pela última vez nas bombas brasileiras em 2017.
O reajuste foi anunciado nesta quarta pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), sob a justificativa de que o preço do óleo diesel subiu 10,69% com relação ao valor da última tabela, publicada em janeiro. Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), porém, contestam os números.
A lei que implantou os pisos mínimos de frete prevê duas atualizações anuais com base na inflação e revisões extraordinárias sempre que o preço do diesel nas bombas oscilar mais de 10%, para cima ou para baixo. A lei não especifica qual tipo de diesel (comum ou S-10, mais caro e usado em regiões metropolitanas).
Embora o preço nas refinarias tenha subido 23% desde o início do ano, o repasse ao consumidor vem sendo retardado por distribuidoras e postos diante da crise econômica. Segundo a ANP, a alta acumulada nas bombas entre o fim de dezembro e a semana passada é de 2,8%.
A última atualização na tabela do frete foi aprovada no dia 18 de janeiro, quando o preço do diesel comum oscilava em torno de R$ 3,44 e o S-10, em torno de R$ 3,54 por litro, de acordo com a pesquisa semanal de preços da ANP.
A ANTT não divulgou a planilha usada para calcular o reajuste, mas disse por meio de sua assessoria de imprensa que os 10,69% correspondem à variação entre os R$ 3,28 por litro vigentes na última tabela de frete e os R$ 3,638 por litro verificados na última semana de março — valor do diesel S-10, segundo os dados da ANP.
A pesquisa da ANP mostra, porém, que a última vez em que o preço do diesel S-10 custou R$ 3,28 nos postos brasileiros foi na segunda semana de setembro de 2017. Durante 2018, foi vendido sempre acima de R$ 3,40, com pico de R$ 3,899 durante a greve. Em 2019, não esteve abaixo de R$ 3,53.
No primeiro trimestre de 2019, a variação do preço do diesel S-10 nos postos brasileiros foi de apenas 2,5%. Já o diesel comum subiu 3,3% nos primeiro s três meses do ano - neste caso, a última vez que que esteve abaixo de R$ 3,30 foi em novembro de 2017.
O reajuste foi aprovado por unanimidade na reunião da diretoria da ANTT nesta terça (23). Os cálculos que levaram ao índice de 4,13% não foram debatidos pelos diretores durante o encontro, que é filmado e está disponível no site da agência reguladora.
Desde que a tabela foi implantada, o gatilho do preço do diesel já foi disparado duas vezes. Em setembro de 2018, a ANTT aumentou o frete em 6%. Em novembro, diante da queda nas cotações internacionais do petróleo, houve redução média de 2,3%.
“O reajuste pegou todo mundo de surpresa”, disse o diretor executivo da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), Luiz Cornacchioni. “Se fosse em um período de inflação fora de controle... Mas estamos falando em inflação de 4%. É de se espantar um índice assim”, completou.
Folha de S. Paulo
Você recebeu este e-mail porque faz parte da nossa lista de contatos. Se quiser ser removido acesse este link.
Este informativo foi gerado a partir do sistema iSend. Para obter informações
acesse este link.