| 13 de JUlho de 2020
Segunda-feira
Câmbio
Em 13/07/2020
|
|
Compra
|
Venda
|
Dólar
|
5,341
|
5,341
|
Euro
|
6,069
|
6,070
|
Fonte: BACEN
| | | | Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
GOVERNO FEDERAL
Ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 79, de 2020, do Congresso Nacional. Prorroga, por sessenta dias, a Medida Provisória nº 966, de 13 de maio de 2020, que "Dispõe sobre a responsabilização de agentes públicos por ação e omissão em atos relacionados com a pandemia dacovid-19".
Resolução nº 1, de 9 de julho de 2020, do Ministério da Cidadania. Pactua a prorrogação do prazo de envio do Relatório de Monitoramento e Avaliação do Pacto de Aprimoramento do Sistema Único de Assistência Social ao Ministério da Cidadania, em decorrência da Emergência de Saúde Pública causada pelo novo coronavírus, Covid-19.
Resolução nº 67, de 10 de julho de 2020, do Ministério da Economia. Concede redução temporária, para zero por cento, da alíquota do Imposto de Importação ao amparo do artigo 50, alínea d, do Tratado de Montevidéu de 1980, internalizado pelo Decreto Legislativo nº 66/2020 que tem por objetivo facilitar o combate à pandemia do Covid-19.
GOVERNO ESTADUAL
Diário Oficial dos dias 10 e 13 não disponibilizados no Portal de Imprensa Oficial do Estado até às 9h
GOVERNO MUNICIPAL
Decreto nº 28.297, de Foz do Iguaçu. Altera o Decreto no 28.264, de 30 de junho de 2020, que ratifica no âmbito do Município de Foz do Iguaçu, as medidas constantes no Decreto no 4.942, de 30 de junho de 2020, do Governo do Estado do Paraná, suspendendo as atividades econômicas não essenciais, pelo período de 14 (quatorze) dias como medida de enfrentamento da emergência da saúde pública em decorrência da infecção humana pela COVID-19.
Decreto nº 28.298, de Foz do Iguaçu. Determina à Controladoria, através de Equipe Técnica, promover inspeção, avaliação, comparação de preços, apontamentos e aos atos pertinentes, nos processos relacionados ao enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia do Novo coronavírus (COVID – 19).
Decreto nº 968, de Maringá. Altera os decretos nº 943, de 06 de julho de 2020 e nº 952, de 08 de julho de 2020, a respeito de medidas para o enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (COVID-19).
Instrução Normativa nº 07 - CGM, de Maringá. Dispõe sobre orientações aos Órgãos/Entidades do Poder Executivo Municipal acerca dos procedimentos a serem adotados para a aquisição de bens e serviços para o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus (COVID-19).
Decreto nº 907, de Curitiba. Dispõe sobre a forma de atuação de atividades comerciais na Situação de Emergência de Saúde Pública decorrente do novo Coronavírus - (COVID19) e dá outras providências.
| Sistema FIEP | | | O SINDIMETAL/PR divulga o estudo ATUALIZADO do Observatório do Sistema Fiep - Coordenação de Economia, Fomento e Desenvolvimento, sobre o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), com dados divulgados e projeções para os próximos meses.
Clique na imagem e abra o documento completo.
| SINDIMETAL/PR | | | | Confiança do industrial continua se recuperando
O ICEI saltou de 41,2 pontos em junho para 47,6 pontos em julho. É a terceira alta seguida após a forte queda de abril. Ainda que mais próximo, o indicador continua abaixo da linha divisória dos 50 pontos, ou seja, indica falta de confiança dos empresários industriais.
| CNI ( publicado em 13-07-2020) | | | Levantamento foi feito pelo Datafollha em conjunto com o sindicato do setor
Pesquisa divulgada pelo Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo) mostra que 30% das empresas desse porte tiveram negados os pedidos de financiamento com linhas de crédito que contam com garantias do governo federal.
O levantamento, realizado pelo Datafolha, mostra que apenas 4% conseguiram financiamento com essas linhas, 64% não haviam procurado por elas e 1% aguardava aprovação.
Para indústrias desse porte, as linhas com garantia do governo federal são o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que usa recursos do Tesouro para garantir os empréstimos, e a linha para financiamento da folha de pagamento.
Os levantamentos são realizados quinzenalmente. No último, foram ouvidas 258 empresas no estado, de 17 a 25 de junho.
Segundo a pesquisa, o percentual de indústrias desse porte sem acesso ao crédito estava em 79% no final do mês passado, nível ainda alto, apesar da melhora em relação aos cerca de 90% verificados nos levantamentos realizados de abril até a primeira quinzena de junho.
Até o dia 25, 14% das empresas afirmaram ter recebido comunicado da Receita Federal sobre o Pronampe, documento entregue via Correio para empresas do Simples Nacional ou sistema e-CAC (para as demais), com a informação do valor da receita bruta, com base nas declarações desses contribuintes ao Fisco, para viabilizar a análise à linha de crédito junto às instituições financeiras.
De acordo com o presidente do Simpi, Joseph Couri, a Receita informou ao sindicato já ter enviado o comunicado a todos os empresários ainda no mês de junho.
Até o momento, apenas o Banco do Brasil, a Caixa e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais estão operando a linha.
Na terça-feira (7), o Ministério da Economia informou que a linha já está funcionando plenamente e que registrou R$ 2 bilhões desembolsados só na última segunda-feira (6). Com isso, o total concedido chegou a R$ 3,3 bilhões. A linha conta com R$ 15,9 bilhões, e o governo avalia que será necessário aumentar o valor em breve.
Couri afirmou que algumas empresas reclamam que receberam o documento da Receita, mas não com o valor correto equivalente a 30% do faturamento.
A pesquisa mostra que 61% das empresas têm interesse na linha. Para o presidente do Simpi, o fato de não haver instituições privadas operando a linha preocupa, pois as instituições públicas não têm condições de atenderem sozinhas a essa demanda.
“Torcemos para que o sistema financeiro libere esses empréstimos e o dinheiro chegue na ponta. Temos até hoje muitos bancos que não aderiram, entre eles, os maiores privados. Até o momento, o que tem sido feito é renegociação e alongamento de prazos, mas crédito novo para MPE está extremamente difícil”, afirma o presidente do Simpi.
“Se o dinheiro não chegar na ponta rapidamente, os resultados serão muito ruins.”
Ainda de acordo com a pesquisa, 35% das empresas já demitiram algum funcionário desde o início da crise causada pelo coronavírus, sendo que 21% demitiram mais de 30% do seu quadro de pessoal.
A taxa de empresas totalmente paradas recuou de 29% em abril para 13%, porém, há mais empresas que estão funcionando com a maior parte das atividades paradas (passou de 30% para 36% na mesma comparação).
A maioria dos entrevistados (55%) disse que a situação das empresas não iria nem piorar nem melhorar nos dez dias seguintes à consulta. São 14% as empresas que afirmam correr o risco de falir nos próximos 30 dias e 11% as que citam o risco de entrar em recuperação judicial.
Entre os entrevistados, 67% possui algum cliente ou fornecedor que faliu ou entrou em recuperação na crise atual.
“Você tem 25% das empresas que, nos próximos 30 dias, se não chegar dinheiro na ponta, vão entrar com pedido de recuperação judicial ou falência. Se olhar para trás, somando recuperação e falência de clientes e fornecedores, está tendo uma quebra da cadeira produtiva”, afirmou Couri.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 12-07-2020) | | | Em quatro meses já foram registradas 1.028 mortes em decorrência da doença. Há no Estado 379 cidades que têm ao menos um caso confirmado de Covid-19 e óbitos em 190 municípios.
A Secretaria de Estado da Saúde divulgou neste domingo (12) 1.729 novas confirmações e 30 mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus. O Paraná soma 42.058 casos e 1.028 mortos em decorrência da doença. Há ajustes nos casos confirmados detalhados ao final do texto.
INTERNADOS – 838 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 estão internados hoje. 682 pacientes estão em leitos SUS (255 em UTI e 427 em leitos clínicos/enfermaria) e 156 em leitos da rede particular (57 em UTI e 99 em leitos clínicos/enfermaria).
Há outros 820 pacientes internados, 406 em leitos UTI e 414 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo vírus Sars-CoV-2.
ÓBITOS – A Sesa informa a morte de mais 30 pacientes, todos estavam internados. São 13 mulheres e 17 homens, com idades que variam de 10 a 84 anos. Os óbitos ocorreram entre os dias 5 a 12 de julho. Os pacientes que faleceram residiam em Colombo (2), Curitiba (17), e um paciente em cada um dos seguintes municípios: Cascavel, Clevelândia, Nova Prata do Iguaçu, Palotina, Perola D’Oeste, Piraquara, Ribeirão Claro, Salto do Lontra, Santo Antonio do Sudoeste, Sapopema e Telêmaco Borba.
MUNICÍPIOS – 379 cidades paranaenses têm ao menos um caso confirmado pela Covid-19. Em 190 municípios há óbitos pela doença.
FORA DO PARANÁ – O monitoramento da Sesa registra 479 casos de residentes de fora. 17 pessoas foram a óbito.
AJUSTES: Um caso confirmado na data de 3/7 de Chavantes/SP foi transferido para Curitiba.
Um caso e óbito confirmado em Sarandi na data de 7/7 foi retirado do boletim. Após investigação epidemiológica ficou confirmado como óbito por outras causas.
| Agência Estadual de Notícias (publicado em 12-07-2020) | | | Associações e entidades de classe ligadas ao comércio e serviços no Paraná se uniram na campanha #nãorenovaquarentena. A campanha é um apelo ao governo do Estado para que não renove a quarentena mas restritiva imposta em 141 municípios do Estado a partir do dia 1º de julho. O decreto da quarentena vale até est6a terça-feira (14).
O movimento que reúne a Associação de Empresários do Paraná (Aepar), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio Estabelecidos em Shopping Center de Curitiba (Sindishopping), pede que a quarentena não seja renovada.
Os porta-vozes das entidades dizem que o governo poderia não renovar o decreto e deixar a decisão para os municípios que, com apoio da sociedade, reabrir de forma controlada as atividades.
Na sexta-feira passada, o governador Ratinho Junior reforçou que o Paraná enfrenta momento delicado da pandemia por causa do inverno, por isso a necessidade do governo editar o decreto que limitou a circulação de pessoas em 141 municípios.
“Conseguimos enfrentar a pandemia por mais de 100 dias sem quarentena. Mas houve uma evolução significativa no número de casos, era o momento de agir para frear a força do vírus”, destacou.
Ainda na semana passada, o governo pretendia ter uma posição sobre o futuro da quarentena, mas voltou atrás e deixou esta decisão para amanhã.
O decreto impõe medidas mais restritivas de circulação nas regionais de Cascavel, Cianorte, Cornélio Procópio, Região Metropolitana de Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Toledo, e depois teve incluído o Litoral do Paraná.
| Bem Paraná ( publicado em 12-07-2020) | | | Quatro meses de sofrimento e angústia com a Covid-19
A pandemia do novo coronavírus completou, neste domingo (12), quatro meses desde que o Paraná teve confirmado seus primeiros casos. Foi no dia 12 de março, quando com cinco casos em Curitiba e um em Cianorte, o Paraná se viu parte do pesadelo que assusta o mundo. Ontem, segundo números do último boletim, eram 42.058 casos confirmados em todo o Estado e 1.028 mortes pela doença.
A evolução de casos e óbitos nestes quatro meses tem momentos diferentes. Acompanhando os boletins que a Secretaria de Estado da Saúde divulga desde fevereiro — quando ainda eram apenas casos suspeitos — são pelo menos três fases. A primeira, com o primeiro boletim com os primeiros casos, e que lentamente avançaram para abril. No dia 12 de abril eram 738 os casos confirmados e 30 mortes.
Um segundo momento vai de abril a maio, quando os números mostravam um ligeiro aceleramento no contário. No dia 12 de maio, quando se completava o segundo mês desde o primeiro positivo, os números de casos mais que dobraram e as mortes aumentaram quase quatro vezes. Naquele dia o boletim da Sesa trazia 1.906 casos e 113 mortes.
O terceiro momento vem em junho, quando os casos se espalham por todas as regiões do Estado, e medidas mais duras começam a ser tomadas. No dia 12 de junho eram 8.705 casos e 294 mortes. Mas, o mês terminaria ainda mais trágico. No dia 30 de junho já seriam 22.623 casos e 636 mortes.
O mês de junho sozinho registrou quase 18 mil casos da doença além de 458 mortes. Mas julho já tem números piores apenas com 12 dias de dados. Apenas neste período, são 19.435 casos confirmados e 392 óbitos. Números que assustam.
Estado confirma mais 30 mortes, inclusive de menina de dez anos
A Secretaria de Estado da Saúde divulgou, neste domingo, 1.729 novas confirmações e 30 mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus. O Paraná soma 42.058 casos e 1.028 mortos em decorrência da doença.
Os 30 pacientes que faleceram estavam internados. São 13 mulheres e 17 homens, com idades que variam de 10 a 84 anos. Os óbitos ocorreram entre os dias 5 a 12 de julho. O caso de dez anos trata-se de uma menina do interior do Estado.
Os pacientes que morreram residiam em Colombo (2), Curitiba (17) e um paciente em cada um dos seguintes municípios: Cascavel, Clevelândia, Nova Prata do Iguaçu, Palotina, Perola D’Oeste, Piraquara, Ribeirão Claro, Salto do Lontra, Santo Antonio do Sudoeste, Sapopema e Telêmaco Borba.
Curitiba
Em Curitiba, o boletim de ontem trazia 184 novos casos diagnosticados e 11 óbitos. Desde março, são 253 mortes causadas pela doença na cidade, e o total de pessoas que contraíram a doença e tiveram o exame confirmado foi para 9.849 casos. A taxa de ocupação das 293 vagas em UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivas para Covid-19 chegou a 91% neste domingo.
Brasil
O Brasil registrou 631 óbitos pelo novo coronavírus em 24 horas, entre o boletim deste sábado e o divulgado ontem, segundo atualização diária divulgada pelo Ministério da Saúde. As mortes causadas pelo vírus já somaram 72,1 mil no país.
De acordo com a atualização do ministério, 669.377 pessoas estão em acompanhamento e 1.123.204 se recuperaram. Segundo o Painel Coronavírus, foram registrados 24.831 casos de pessoas diagnosticadas com Covid-19 desde sábado. O número de casos confirmados desde o início da pandemia chegou a 1.864.681.
| Bem Paraná ( publicado em 12-07-2020) | | | Transmissão do coronavírus em ônibus é uma das grandes preocupações da pandemia.| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná
Com a reabertura gradual da atividade econômica em muitas regiões e a necessidade de deslocamento da população, principalmente dos trabalhadores dos serviços elencados como essenciais, o transporte público passou a ser o principal elemento de risco na propagação da Covid-19, mesmo nos locais que ainda aplicam medidas mais restritivas de isolamento e distanciamento social.
Afinal, para que alguns possam ficar em casa, tantos outros precisam se deslocar diariamente em veículos muitas vezes apertados e pouco arejados, um ambiente ideal para a proliferação das contaminações. Seja nos ônibus, trens, metrôs ou terminais, a aglomeração de passageiros é um desafio a ser solucionado pelas operadoras do transporte coletivo e o poder público para tentar reduzir o risco que esses serviços oferecem.
Na contramão do que vem sendo aplicado atualmente na maioria das grandes metrópoles brasileiras, que estão limitando a frota de veículos do transporte público em circulação para se adaptar a redução do número de passageiros, o professor de arquitetura e urbanismo da PUC-PR e especialista em gestão urbana, Carlos Hardt, sugere que a solução mais viável para o momento, num curto prazo, seria justamente a ampliação na oferta do transporte coletivo com o subsídio do poder público para manter o sistema funcionando normalmente, mesmo com menos usuários.
Aumentando a oferta de veículos, e não diminuindo, se consegue uma menor aglomeração de passageiros e com isso se reduz o risco de contágio. Essa análise, de acordo com Hardt, precisa ser socioeconômica e não financeira. “Esse gasto a mais, que necessariamente o poder público teria que subsidiar, custa mais ou menos do que o tratamento médico, ausência de trabalho para quem ficar doente ou um eventual óbito? Somando esses três fatores, certamente, é muito mais barato você subsidiar o transporte. Para curto prazo, não vejo outra saída”, analisa.
Os riscos de contágio associados ao transporte públicos são mais críticos do que muitos usuários pressupõem. Um estudo realizado por epidemiologistas chineses, por exemplo, apontou que o passageiro de um ônibus na província de Hunan infectou outros usuários do transporte mesmo a uma distância de 4,5 metros. Na ocasião, tanto o passageiro contaminado quanto os demais infectados por ele não usavam proteção facial e as janelas do veículo estavam fechadas. Este caso, segundo os pesquisadores chineses, destaca a extrema importância do uso da máscara durante esses deslocamentos.
O estudo também concluiu ainda que o vírus permanece dentro do veículo por aproximadamente 30 minutos. “Pode-se confirmar que em um ambiente fechado com ar-condicionado, a distância de transmissão do novo coronavírus excederá a distância segura geralmente reconhecida", concluíram os médicos em um artigo publicado na revista Practical Preventive Medicine no mês de março.
Linhas exclusivas e escalonamento
Prefeitura cria linha exclusiva para atender profissionais da saúde em Curitiba. Cerca de 9,5 mil profissionais da área usam o transporte coletivo diariamente.| Divulgação/Prefeitura de Curitiba
Recentemente a prefeitura de Curitiba criou uma linha exclusiva para atender os profissionais que trabalham na área da saúde na capital paranaense. Aproximadamente 9,5 mil pessoas ligadas à saúde usam os ônibus na capital diariamente. O trajeto, inicialmente limitado à linha que faz o sentido Pinheirinho/Rui Barbosa, atenderá uma rota onde estão concentrados 13 hospitais, clínicas e centros de diagnóstico na cidade.
A Urbs realizou também um mapeamento inédito nos meses de maio e junho para identificar os setores que mais estão utilizando o transporte público durante a pandemia e com isso traçar estratégias para escalonar o funcionamento e horários de determinadas atividades para tentar reduzir o fluxo de passageiros nos períodos de maior movimento.
Foi identificado que no período da manhã (7 h), o setor de serviços chega a responder por 58% do total de passageiros, seguido pelo comércio (17%), pessoas físicas (15%), indústria (4,4%), serviço público (3,4%) e agronegócio (1%). Já período da noite (17 h), os serviços representam 57% do total de passageiros, pessoas físicas (16,7%), comércio (15,8%), indústria (5,4%), serviços públicos (3,4%) e agronegócio (0,9%).
Durante a apresentação da iniciativa o presidente do órgão, Ogeny Pedro Maia Neto, explicou que a medida tem justamente o objetivo de reduzir o fluxo de aglomerações de passageiros e diminuir o risco de contágio entre os usuários. “Com a plataforma de dados, podemos identificar as particularidades do sistema e propor uma nova distribuição dos horários de entrada e saída das empresas. Desta forma, somos capazes de reduzir os picos de utilização do transporte público”, afirmou.
Dentre outras medidas adotadas na capital estão a marcação de 1,5 metro nos terminais para manter o distanciamento dos passageiros, distribuição de folders e colocação de cartazes com dicas de prevenção, como a necessidade do distanciamento, uso do álcool em gel e a etiqueta respiratória (como tossir junto ao braço, se for o caso). A orientação de filas nos terminais é feita pelos fiscais, que chegaram a contar com o apoio da Guarda Municipal e do Exército neste tipo de controle.
Redução da frota
Na área de operação, os ônibus de Curitiba só podem circular com 50% de ocupação. Nos terminais, as principais linhas saem com ocupação máxima de 30% da capacidade. A medida, porém, nem sempre é eficaz. De acordo com a Urbs, mesmo com a redução do número de passageiros em relação ao período antes da pandemia – o movimento é cerca de 35% do registrado em uma situação de normalidade – várias linhas operam com 100% da capacidade. Nesses casos, há um reforço de ônibus reserva em caso de aumento repentino da demanda.
Higienização reforçada
Com relação à higiene, foram feitas assepsias especiais em todos terminais da cidade – incluindo o metropolitano Guadalupe – e na Rodoferroviária, além de todas as estações-tubo. A sanitização é realizada com peróxido de hidrogênio, conhecido pelo poder desinfectante. Atualmente, está sendo feita a sanitização dos pontos de ônibus metálicos. De acordo com a prefeitura, a higienização especial será realizada em todos os 2,6 mil pontos desse tipo na cidade. Dentro de alguns dias, o Exército deve fazer uma assepsia especial nos ônibus da capital. A frota operante será higienizada com quaternário de amônia e a ação deve durar 20 dias.
Algumas mudanças no já tradicional sistema de integração da frota de ônibus da capital, que normalmente é realizada nos terminais, também tenta evitar aglomerações nesses espaços. A Urbs informou que atualmente várias integrações já não são mais feitas em terminais. De acordo com o órgão, o maior movimento nesses locais tem sido provocado pela integração com os veículos que vêm da Região Metropolitana de Curitiba. Os ônibus, administrados pela Comec, estão autorizados a transportar no máximo 65% da capacidade. Recentemente a prefeitura de Curitiba ofereceu 50 ônibus para o órgão estadual reforçar essas linhas.
Limitações
Já a Comec, que administra o transporte público em 19 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, afirmou que também tem aumentado as orientações de higiene nos veículos, além da implantação de sinalizadores, avisos sonoros e materiais de orientativos nos ônibus. O órgão diz acompanhar a operação dos ônibus diariamente, fazendo a contagem do número de passageiros e realizando ajustes em linhas que apresentam lotação superior ao limite de 65%.
Desde março já foram realizadas mais de 116 ajustes em linhas. “A Comec mantém conversa diária com os demais órgãos como prefeituras, Urbs, secretaria de saúde, associações, sindicatos, entre outros, na busca por soluções e melhorias na atuação do enfrentamento do Covid-19, mas é preciso ter razoabilidade e entendimento de que esta é uma situação extremamente atípica, sofrida em todo o mundo e que não existe uma solução simples”, finaliza.
Paralisação do sistema
A Comec reconhece também a impossibilidade de se aplicar o distanciamento mínimo dentro dos ônibus e diz que a falta de colaboração por parte dos usuários e também do setor produtivo tem dificultado as ações de prevenção contra a Covid-19. “Não existe como transportarmos 105 mil passageiros por dia, com 24 pessoas por ônibus, que seria uma lotação de bancos. Reforçamos que uma pandemia é uma situação que precisa ser combatida por toda a sociedade e que por isso é preciso que cada um faça a sua parte, ficando em casa ou utilizando o transporte em horários alternativos.
A lotação dos ônibus em horários de pico demonstra claramente que a população (principalmente os empregadores), não está colaborando com tais medidas e que o transporte coletivo não pode ser penalizado por isso”, diz o órgão, que não descarta ainda uma interrupção na circulação dos ônibus caso as medidas de contenção não surtam o efeito desejado para evitar a propagação da doença. “Todas as alternativas são sim estudadas, inclusive uma eventual paralisação total do sistema”.
Estudo de prevenção
A visão de soluções para o transporte público não é consensual entre os gestores públicos e cada região acaba tomando ações que entende como mais efetiva à sua realidade. Determinações como demarcações no piso para garantir o distanciamento mínimo, marcação de lugares para evitar a aproximação das pessoas, disponibilidade de álcool em gel nos veículos, limitação de passageiros e restrição temporária do pagamento em dinheiro são medidas comuns e quase unânimes tomadas pela maioria das operadoras e prefeituras.
Pensando em unificar e ampliar ainda mais essas ações, o Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura, da Fundação Getúlio Vargas (FGV CERI), desenvolveu um documento elencando uma série de alternativas para serem aplicadas por todos os atores do transporte público – usuários, operadoras e poder público – durante a pandemia de coronavírus no país. O estudo elaborado pelos pesquisadores Joisa Dutra, Gregório Costa, Rafael Schechtman, Luciana Costa e Miguel Zobaran é baseado em documentos técnicos e orientações de organismos de transporte e saúde e aponta soluções que podem ser aplicadas durante a pandemia.
O documento elaborado pela FGV orienta que mesmo as operadoras do transporte público que já possuem planos robustos de gerenciamento de emergências, devem adaptar seus projetos para a situação de pandemia. As medidas, segundo o estudo, devem ser aplicadas não somente aos passageiros, como aos funcionários do sistema de transporte público, que muitas vezes se encontram vulneráveis numa situação como a que estamos vivendo.
Às operadoras, o documento sugere a adoção de barreiras de proteção de acrílico ou vidro para separar funcionários e passageiros, limpeza reforçada, seja por meio a vapor, desinfetantes ou infravermelho em estações e veículos para minimizar o risco de contaminação, ventilação de ambientes, limitação da ocupação de veículos, embarque pelas portas traseiras para se evitar o contato de passageiros e funcionários, como motoristas e cobradores, evitar o pagamento de passagens em dinheiro, pontos de checagem de temperatura de passageiros, além do fornecimento gratuito de máscaras de proteção facial, além do registro e controle de viagens para controles de infecção em caso de contaminação.
Exemplos de outros países
O mesmo estudo da FGV cita alguns exemplos para a prevenção da propagação da Covid-19 que estão sendo aplicados em outros países e poderiam ser implantados também no Brasil. Em muitas metrópoles a proibição da venda de passagens em dinheiro, dentro dos veículos, tem sido utilizada para se evitar o contato físico entre passageiros e cobradores. Algumas cidades implementaram a compra de passagens exclusivamente por aplicativo, como Berlim (Alemanha), Barcelona (Espanha) e Auckland (Nova Zelândia). Já em New South Wales (Austrália) foram os próprios trabalhadores do transporte coletivo que deixaram de aceitar o pagamento em dinheiro, alegando o direito legítimo de se proteger contra práticas inseguras.
Na China algumas cidades têm apostado em métodos eficazes, porém, pouco convencionais para a desinfecção dos veículos do transporte público. Em Xangai estão sendo utilizadas luzes ultravioletas para a desinfecção de ônibus. O processo leva entre 5 a 7 minutos e elimina mais de 99,9% dos vírus. Já em Hong Kong a operadora local está utilizando um robô para a desinfecção dos vagões dos trens. Eles se movem de forma autônoma nestes espaços enquanto pulverizam peróxido de hidrogênio vaporizado.
Já em Pequim, a operadora de transporte público utilizou o agendamento eletrônico para que os passageiros pudessem acessar duas das mais movimentadas estações de metrô da cidade durante o horário de pico. Depois de escolher o melhor horário, via aplicativo, os usuários recebiam no celular no QR code válido por 30 minutos.
Operadora de transporte chinesa implantou robôs para fazer a higienização dos veículos. | MTR/Divulgação
Novos modais
Outras cidades preferiram deixar as soluções tecnológicas de lado e ampliar a estrutura para promover novos modelos de transporte e assim tentar evitar novas contaminações. Em Bogotá, na Colômbia, o governo local implantou 76 quilômetros de ciclovias temporárias na cidade para tentar reduzir a lotação do transporte público. Já na Filadélfia, nos Estados Unidos, algumas das principais vias foram fechadas temporariamente para o uso exclusivo das bicicletas, fazendo com que o tráfego de ciclistas em algumas vias tivesse um aumento de 471%.
Mudanças aumentam risco de contágio
A Rede de Políticas Públicas e Sociedade, formada por mais de 40 pesquisadores de diversos campos de estudos e instituições com o objetivo de aperfeiçoar a qualidade das políticas públicas do governo federal, governos estaduais e prefeituras, realizou um levantamento em junho alertando que as mudanças no transporte público das grandes cidades brasileiras têm aumentado o risco de contágio dos grupos mais vulneráveis.
Segundo a pesquisa, elaborada pelas pesquisadoras Mariana Giannotti, Tainá Bittencourt e Pedro Logiodice – todos da USP e do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) - a redução da frota adotada por várias cidades brasileiras durante as medidas de distanciamento social tende a piorar as condições de contágio por conta das aglomerações e da lotação. “No caso do metrô e trem em São Paulo e Rio de Janeiro, nas regiões periféricas, as mudanças no sistema de transporte elevaram em até 80% a frequência nas estações”, aponta o levantamento.
De acordo com o estudo, a redução da circulação de ônibus pode fazer algum sentido do ponto de vista financeiro, mas provoca lotações, aglomerações e aumenta, assim, o risco de contágio da população. Como solução, a pesquisa aponta que a utilização de veículos adicionais em trechos de maior lotação, juntamente com veículos expressos e diretos entre grandes terminais e polos de origem e destino de viagens, pode criar pontos de alívio e reduzir os custos associados ao maior número de veículos em operação.
“O reforço de linhas locais e capilares que conectam as diferentes áreas da cidade às linhas estruturais de transporte público de média e alta capacidade também pode contribuir para reduzir a pressão por mais ônibus e aumentar a frequência do serviço”, conclui o estudo."
| Gazeta do Povo ( publicado em 12-07-2020) | | | Mundo terá pior recessão desde o pós-Guerra; PIB do Brasil terá maior queda em ao menos 120 anos
Uma crise como nenhuma outra, uma recuperação incerta. É dessa forma que o FMI (Fundo Monetário Internacional) resume o impacto da Covid-19 sobre a economia mundial. A Folha selecionou uma série de dados econômicos que mostram as dimensões históricas da crise atual no mundo e também no Brasil.
Nas palavras do Banco Mundial, a economia global sofreu um golpe devastador que levará à recessão mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial. A contração esperada para a economia só fica abaixo do que foi verificado na Grande Depressão dos anos 1930 e nos períodos relacionados às duas grandes guerras do século 20.
No Brasil, prevê-se a recessão mais profunda em pelo menos 120 anos, período para o qual há dados, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A contração seria ainda maior não fosse a decisão do país de injetar expressivos recursos na economia, que levarão o Brasil a registrar um déficit histórico nas contas públicas e vão elevar seu endividamento a um patamar inédito, como mostram as projeções da Instituição Fiscal Independente, órgão do Senado, e do próprio governo federal.
Segundo o ministro Paulo Guedes (Economia), o mundo foi atingido por um meteoro, que eliminou qualquer chance de recuperação do crescimento brasileiro neste ano.
Reflexos dessa crise podem ser vistos em todos os grandes setores: no comércio e nos serviços, que vinham puxando a economia brasileira havia décadas, e na indústria, que já vinha operando em níveis modestos havia anos.
A queda na produção de veículos aos níveis da década de 1950 é um exemplo do impacto das necessárias medidas de distanciamento social, que ajudaram a mitigar a crise.
A inflação em níveis baixos tem permitido ao Banco Central reduzir os juros para o menor patamar da história recente, mas a reação da atividade a esse novo piso ainda é incerta.
Citando mais uma vez o Banco Mundial, a pandemia e as medidas de isolamento social afetaram bilhões de vidas e estão prejudicando décadas de progresso econômico e desenvolvimento. Devem também ter impacto profundo sobre os níveis de pobreza.
Por ser a primeira recessão global desencadeada por uma pandemia, a crise atual gera ainda mais desafios aos formuladores de políticas, segundo a instituição, e tornam a sua profundidade e sua recuperação mais incerta.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 11-07-2020) | | | A crise econômica causada pelo novo coronavírus adicionou uma nova prioridade do governo para o período pós-pandemia. Se antes a equipe econômica estava focada essencialmente em melhorar a situação fiscal do país, agora entrou em pauta também garantir renda aos brasileiros, através de um programa de emprego baseado na desoneração da folha de pagamentos e da criação de um programa de renda básica mais amplo que o Bolsa Família.
As novas prioridades são confirmadas pelos integrantes da equipe econômica. “Ano passado, a principal preocupação era com gastos elevados e juros altos. Hoje, não é isso. Hoje, os principais fatores são saúde, emprego e renda”, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista à emissora CNN.
“Fortalecimento da assistência social, melhora dos programas de emprego e nova lei de falência. Essa são as três urgências que nós temos”, contou à Gazeta do Povo o secretário de Política Econômica da pasta, Adolfo Sachsida.
"Invisíveis" levaram à nova direção
As novidades na pauta foram motivadas pelos chamados “invisíveis”, como o ministro Paulo Guedes costuma denominar os cerca de 40 milhões de brasileiros que não recebiam nenhum auxílio do governo, mas passaram a precisar de ajuda na pandemia, pois têm renda baixa e não têm emprego formal. É o caso dos trabalhadores informais por necessidade – e não por escolha – e dos desempregados que desistiram há anos de procurar emprego, pois não encontram vagas.
Esses brasileiros estão sendo ajudados agora com o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600. O benefício começou a ser pago em abril e, inicialmente, estava previsto para apenas três parcelas. Diante do prolongamento da crise e das medidas de isolamento social, o presidente anunciou a prorrogação por mais dois meses.
Só que o auxílio emergencial é um programa muito caro. Seu custo está estimado em cerca de R$ 50 bilhões por mês. Torná-lo perene custaria aos cofres públicos em torno de R$ 600 bilhões por ano, algo impossível dentro do atual Orçamento. Para efeitos de comparação, a maior despesa federal é com aposentadoria, pensão e demais benefícios previdenciários, que devem custar R$ 682,7 bilhões neste ano, o que representa 46,1% do Orçamento de 2020 previsto antes da pandemia e do Orçamento de Guerra.
Especialistas em políticas públicas afirmam que só seria possível tornar o auxílio emergencial permanente com uma reforma estrutural do Estado brasileiro, o que incluiria revisão de salários, renúncias de impostos e tributos.
Ainda assim, muitos especialistas alertam que não valeria o custo, pois o público do auxílio emergencial é amplo, o que torna o benefício mal focalizado. Têm acesso ao auxílio emergencial pessoas sem emprego formal e que não recebem outro benefício do governo (com exceção do Bolsa Família) e que tenham renda familiar mensal per capita de até R$ 522,50 ou renda familiar mensal total de até R$ 3.135.
Solução do governo: Renda Brasil e novo programa de emprego
A solução encontrada pelo governo para não deixar os “invisíveis” desamparados foi criar dois programas para o período pós-pandemia. Um de renda básica, destinado às pessoas realmente pobres que recebem auxílio emergencial. E um de emprego, para incluir no mercado formal aquelas pessoas que hoje recebem o auxílio mas têm condições de ter um emprego com carteira assinada.
Os dois programas ainda estão sendo desenvolvidos pelo governo. Eles também precisarão do aval do Congresso, mesmo que eventualmente sejam editados por medida provisória – que tem força de lei, mas apenas temporariamente. O governo vem sinalizando que quer lançar esses programas nos próximos meses, para dar tempo de substituírem o auxílio emergencial, que deixará de ser pago entre setembro e outubro, a depender da data em que a pessoa começou a receber o auxílio.
O programa de renda básica se chamará Renda Brasil. Ele será uma ampliação do Bolsa Família (BF). Os atuais beneficiários do BF vão migrar para o Renda Brasil e outros milhões de brasileiros que hoje não são elegíveis para o programa passarão a receber o Renda Brasil. O valor do benefício será superior ao pago pelo BF, que hoje está em cerca de R$ 190 por família.
Para conseguir criar o Renda Brasil sem aumentar as despesas, o governo vai revisar programas sociais considerados ineficientes. É o caso do abono salarial, do seguro-defeso, da Farmácia Popular e do salário-família. O governo pode propor a extinção desses programas ou reduzir a abrangência. Com isso, sobrará dinheiro para ser remanejado para o Renda Brasil.
Para gerar empregos, o governo vai propor a desoneração da folha de pagamentos. O programa ainda não tem um nome oficial, mas deverá ser similar ao extinto Contrato de Trabalho Verde e Amarelo, que desonerava cerca de 33% da folha de quem contratasse jovens de até 29 anos por até um salário mínimo e meio ao mês. O programa foi editado em novembro de 2019, mas foi extinto em abril, após falta de acordo para aprová-lo no Senado.
"Uma das principais razões para 40 milhões de brasileiros invisíveis não terem empregos formais é o excesso de encargos trabalhistas, legislação difícil, impostos excessivos. Não mudamos o diagnóstico. Vamos simplificar impostos, reduzir alíquotas de impostos sobre empresas, reduzir impostos sobre folha”, disse Guedes à CNN.
Ainda não está claro se a desoneração será total ou parcial. O ministro apenas indica que gostaria de financiar essa desoneração com um imposto sobre transações digitais, uma versão renovada da extinta CPMF. Também não há informações precisas sobre o público-alvo: se o mesmo do Contrato Verde e Amarelo ou um público mais amplo.
Responsabilidade fiscal continua
Apesar de ter novas prioridades, o governo não deixou a preocupação fiscal de lado. Em entrevista à Gazeta do Povo, o secretário Adolfo Sachsida esclareceu que os novos programas serão feitos respeitando o teto de gastos, mecanismo de limita o crescimento das despesas à inflação). O teto é considerado o principal pilar macrofiscal da economia brasileira e a equipe econômica descarta flexibilizações para aumento do investimento público.
O governo também quer retomar sua agenda pró-mercado e de ajuste fiscal entre este segundo semestre de 2020 e o ano de 2021. Essa agenda incluir reformas econômicas, como a tributária e do Pacto Federativo, autonomia do Banco Central, aprovação de novos marcos legais, privatizações, concessões, abertura comercial, entre outros pontos."
| Gazeta do Povo | | | | Ausência de medidas complementares e reabertura expõem beneficiários a risco de contágio
O auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo governo a trabalhadores de baixa renda durante a pandemia do coronavírus foi insuficiente para proteger seus beneficiários do risco de contágio, na avaliação de um grupo de pesquisadores acadêmicos brasileiros e estrangeiros.
Lançado no início da pandemia para socorrer pessoas que ficaram sem renda com a paralisia da atividade econômica, o programa também se tornou uma ferramenta essencial para incentivar segmentos mais vulneráveis da população a ficar em casa e frear a propagação do vírus, afirmam especialistas.
Mas os resultados de uma pesquisa feita pelo grupo com 1.654 moradores de oito capitais brasileiras sugerem que os beneficiários do programa saíram de casa com a mesma frequência que pessoas que não receberam o auxílio, expondo-se a risco de infecção pelo coronavírus, às vezes desnecessariamente.
A pesquisa foi feita por telefone entre os dias 6 e 27 de maio, quando a maioria dos estados ainda adotava medidas de distanciamento social para conter a transmissão da Covid-19. Foram entrevistados moradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Manaus, Recife, Goiânia e Porto Alegre.
Os pesquisadores compararam beneficiários do auxílio emergencial com pessoas que não se cadastraram no programa, embora atendessem aos critérios para receber o dinheiro. Os primeiros disseram ter saído de casa 3,51 vezes nos 14 dias anteriores à entrevista, em média. Os outros saíram 3,43 vezes.
"O auxílio teria contribuído mais para proteger essas pessoas se tivesse sido acompanhado de outras medidas, para que elas não precisassem sair de casa para buscar o dinheiro ou comprar alimentos", diz a cientista política Lorena Barberia, da Universidade de São Paulo, uma das coordenadoras do estudo."
De acordo com a pesquisa, os beneficiários do auxílio emergencial saíram com mais frequência para ir ao banco e fazer compras, mas também para atividades não essenciais, como visitar amigos e familiares. Os demais entrevistados saíram mais para praticar esportes e para se deslocar até o trabalho.
Falhas na implementação do auxílio emergencial pelo governo provocaram filas e aglomerações nas agências da Caixa Econômica Federal, especialmente nos primeiros meses da pandemia. Estudos também apontaram falhas na distribuição de cestas básicas de alimentos para a população de baixa renda.
Ligado à Rede de Pesquisa Solidária, da qual participam instituições acadêmicas públicas e privadas, o grupo responsável pelas entrevistas envolveu pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Para eles, a insuficiência das medidas tomadas para proteger trabalhadores de baixa renda é especialmente preocupante agora, porque faltam poucos meses para o fim do auxílio emergencial e a maioria dos estados decidiu reabrir a economia sem evidências de que o coronavírus esteja sob controle.
Com base em informações fornecidas pelos entrevistados sobre seu histórico de problemas de saúde e estatísticas sobre a transmissão do coronavírus colhidas em dezenas de países, o grupo concluiu que o risco de contágio é maior no Brasil para pessoas como as que receberam a ajuda do governo.
"Ninguém tem evidência de que de fato o pior passou, e as escolhas que estamos fazendo terão consequências se houver novas ondas de contágio", afirma Barberia. "O impacto da disseminação do vírus é desigual e já vimos que atinge com mais força os segmentos mais vulneráveis da sociedade."
Só 19% dos entrevistados disseram que mantiveram a renda durante a pandemia. Entre os que afirmaram ter recebido o auxílio emergencial, 45% disseram que não conseguiram trabalhar após o início da quarentena, 19% passaram a trabalhar menos tempo e só 15% puderam trabalhar em casa.
Estatísticas publicadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em junho mostram que o dinheiro do governo ajudou a preservar a renda dos trabalhadores mais pobres. Entre os 30% mais pobres, muitos conseguiram renda superior à que tinham no ano passado, diz um estudo recente.
A Rede de Pesquisa Solidária reúne dezenas de pesquisadores de instituições como a USP e o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Desde abril, eles produzem boletins semanais com os resultados de seus estudos. Os trabalhos estão disponíveis no site do grupo.
| Folha de S.Paulo | | | O governo deve trabalhar para que a Medida Provisória 927, que flexibilizou regras trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus, deixe de ter validade antes de ser aprovada pelo Congresso.
A mudança de estratégia vem depois das alterações feitas pelo senador Irajá (PSD-TO), relator do texto na Casa, que quer prorrogar a suspensão da cobrança de tributos das empresas até o fim da calamidade pública, em dezembro.
A área econômica é contra a extensão, com o argumento do desfalque que isso provocaria aos cofres públicos, já sob pressão diante da necessidade de aumento de gastos e do adiamento de cobranças concedido no segundo trimestre deste ano. O prazo para a votação se encerra em 19 de julho, e o governo não pretende se esforçar para manter o texto de pé.
Para não prejudicar empresas que contavam com medidas de flexibilização das relações trabalhistas já previstas até o fim do ano, como antecipação de férias, adiamento do repasse do terço de férias e regime especial de compensação por meio de banco de horas, a intenção na área econômica é trabalhar num projeto de lei que incorpore esses itens. Outra possibilidade é incluir esses artigos em alguma outra medida provisória em tramitação.
Segundo um integrante da equipe econômica, o governo não descarta prorrogar o período de adiamento no recolhimento de tributos, mas de forma cautelosa e em períodos menores, "para ir avaliando a necessidade e a reação da economia".
Logo no início da pandemia, o governo adiou os recolhimentos do FGTS, PIS/Cofins, contribuição previdenciária e dos tributos unificados no Simples Nacional. Na MP 927, foi tratado o diferimento por três meses das contribuições dos empregadores ao FGTS, mas o relator quer prorrogar o alívio até o fim do ano e incluir contribuições previdenciárias e do salário-educação.
Só no FGTS o impacto da suspensão dos recolhimentos até o fim do ano seria de aproximadamente R$ 36 bilhões, num momento em que o fundo de garantia já está com o caixa pressionado por pausas em financiamentos, saques emergenciais concedidos a trabalhadores e o maior número de resgates devido a demissões sem justa causa, entre outros fatores.
Desse valor, R$ 25 bilhões deixariam de ser recolhidos no segundo semestre com o novo adiamento. Outros R$ 11 bilhões são referentes ao adiamento da cobrança do que já havia sido suspenso entre abril e junho de 2020.
A mudança feita pelo relator pegou a área econômica de surpresa e virou um "incêndio" a ser combatido. Como a MP expira em breve a estratégia de deixar o texto perder a validade foi colocada sobre a mesa. Após a apresentação do parecer na quinta-feira passada, a votação acabou sendo adiada por falta de acordo.
O relator diz desconhecer a negociação e avisa que seu parecer está pronto para ser votado. "Se caducar, vai ser um prejuízo enorme", afirma o senador. Ao defender a prorrogação das suspensões de tributos, ele argumenta que o fim desse alívio às empresas não pode ocorrer "da noite para o dia". Segundo Irajá, há conversas com a Câmara para que o texto do Senado seja votado rapidamente, viabilizando a aprovação nas duas Casas ainda esta semana, dentro do cronograma legal da MP.
| CNN Brasil ( publicado em 12-07-2020) | | | Uma queda mais acelerada da incerteza daqui para a frente dependerá da evolução da pandemia no país e da velocidade de normalização das atividades econômicas e do apaziguamento das tensões políticas”, destaca economista da FGV Ibre.
O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas sinalizou queda de 7,3 pontos em julho, para 166,3 pontos, com dados coletados entre 26 de junho e 9 de julho.
Após o terceiro mês em queda, o IIE-Br devolveria 46% da alta de 95,4 pontos observada no bimestre março-abril, destaca a FGV.
“Após a terceira queda consecutiva, o nível do IIE-Br de julho se aproxima do nível de março, de 167,1 pontos, primeiro momento em que o país precisou forçar paralisações e iniciar o isolamento social para conter o avanço da pandemia", afirma Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre.
Segundo ela, as dificuldades de se prever cenários para o futuro da economia continuam muito grandes, conforme reflete o componente de expectativas, que, no nível apurado na prévia, recuperaria, até julho, apenas 7% da alta ocorrida entre março e maio.
"Uma queda mais acelerada da incerteza daqui para a frente dependerá da evolução da pandemia no país e da velocidade de normalização das atividades econômicas e do apaziguamento das tensões políticas”, destaca.
O componente de Mídia recuou 7,0 pontos, para 145,5 pontos, nesta prévia de julho. O componente de Expectativa recuou 5,6 pontos, para 222,4 pontos. Ambos os componentes ainda estão em patamares considerados extremamente elevados, com destaque para o de Expectativas, que permanece pelo quarto mês consecutivo acima dos 200 pontos.
| G1 | | | A informação foi divulgada hoje pelo Banco Central
A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano foi ajustada de 6,50% para 6,10%. A estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – está no boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há sete semanas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.
Inflação
As instituições financeiras consultadas pelo BC aumentaram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 1,63% para 1,72%, neste ano.
Para 2021, a estimativa de inflação permanece em 3%, há quatro semanas consecutivas. A previsão para 2022 também não teve alteração: 3,50%. Para 2023, a estimativa passou de 3,42% para 3,25%.
A projeção para 2020 está abaixo do piso da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.
Para 2021, a meta é 3,75%, para 2022, 3,50%, e para 2023, 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual, em cada ano.
Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão é 5% ao ano e para o final de 2023, 6% ao ano.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Dólar
A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5,20, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5, contra previsão de R$ 5,05 da semana passada.
| Agência Brasil | | | Volume de IPOs e follow-ons cresce 53% no primeiro semestre, com maior participação de pessoa física
No cenário de juros baixo e Bolsas de Valores em alta, empresas aproveitam para fortalecer o caixa para enfrentar a crise do novo coronavírus no mercado de ações. No primeiro semestre de 2020 foram sete follow-ons (ofertas subsequentes de ações) e cinco IPOs (oferta pública inicial, na sigla em inglês), com quase o dobro da participação de pessoas físicas em relação ao mesmo período de 2019.
“Começamos o ano muito bem. Janeiro foi bastante forte de ofertas e agora o mercado começou a reaquecer. Ninguém está feliz, tivemos um grande impacto com a pandemia, mas investidores acreditam na recuperação e têm a percepção de que a crise não é permanente”, diz Jorge Junqueira, sócio da Gaus Capital.
Ele estima que, mantida a retomada da Bolsa, mais 15 empresas podem abrir capital até o final do ano.
Em março, com a forte queda da Bolsa de Valores, 20 empresas interromperam o seu processo de abertura de capital. Em junho, quatro delas retomaram o IPO. Ao todo, estão em análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 20 pedidos.
Até o momento, 2020 já superou o número de aberturas de 2019. Foram cinco estreias no ano passado, contra sete neste ano.
Duas delas aconteceram em julho. As ações da Ambipar, empresa de gestão de resíduos, passam a ser negociadas na Bolsa brasileira nesta segunda-feira (13). A companhia levantou R$ 1,08 bilhão na oferta para renegociar e antecipar pagamentos de dívidas com custo de captação elevado e expandir o negócio.
Outro IPO foi da Aura Minerals, empresa de mineração de ouro listada na Bolsa do Canadá. Suas ações agora são negociadas na B3 sob a forma de BDR (recibos depositários brasileiros, na sigla em inglês).
Por se tratar de uma oferta com esforços restritos —limitada a 75 investidores, porém, com menos burocracia— apenas investidores qualificados (que têm mais de R$ 1 milhão investido) poderão negociar o papel nos próximos 18 meses. Depois dessa data, qualquer investidor pode comprar o papel. Apesar da exclusividade, a empresa levantou R$ 790 milhões para reforçar o caixa e expandir o negócio.
O mês também já teve dois follow-ons. O BTG Pactual captou R$ 2,6 bilhões para expandir sua atividade de varejo e a XP, listada em Nova York, teve a redução da participação da empresa de investimentos General Atlantic e fortalecimento do caixa em oferta que pode chegar a US$ 1,012 bilhão (R$ 5,38 bilhões).
A Lojas Americanas e a sua subsidiária, a B2W, por exemplo, podem ter uma melhora na avaliação de crédito com a captação, que pode chegar a R$ 7 bilhões.
“A conclusão da oferta de ações deve permitir à Lojas Americanas e a sua controlada relevantes redução de dívida e fortalecimento da liquidez. Além disto, solidificaria a posição de mercado da companhia por criar condições para um forte programa de investimentos, financiado por recursos que não pressionariam sua alavancagem e que contribuiriam para uma maior redução dos riscos de seus negócios”, diz a Fitch.
As ofertas de ações e títulos de dívida no mercado de capitais são uma maneira de empresas levantarem recursos fora dos bancos, onde os juros e os custos podem ser mais elevados.
Com a migração do pequeno investidor brasileiro para a renda variável com a queda de juros, as empresas conseguem bons negócios mesmo em um momento de incerteza econômica por conta da pandemia de Covid-19.
Investidores são atraídos pela maior expectativa de ganhos nas operações. Apesar de arriscados, IPOs tem um maior potencial de retorno, enquanto follow-ons oferecem ações a um preço mais barato do que os papéis já negociados no mercado.
Apesar de tentadoras, especialistas apontam que as ofertas devem ser cuidadosamente estudadas pelo investidor.
“Não pode ser aposta, tem que ser um investimento consciente. É preciso entender o negócio de cada empresa. Conhecer o setor e analisar bem a condição financeira da companhia”, diz Bruno Mori, planejador financeiro CFP pela Planejar.
A Allpark, por exemplo, acumula uma queda de 7,6% desde que abriu capital em maio, no primeiro IPO após a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarar pandemia do novo coronavírus.
“A Allpark fez o IPO por necessidade de caixa, já que não é um ativo interessante para a demanda do mercado”, diz Junqueira, da Gauss.
A empresa é dona da rede de estacionamentos Estapar e precisava captar recursos para pagar a concessão da zona azul na cidade de São Paulo.
Junqueira aponta que as ofertas mais esperadas nos próximos meses são de redes de farmácias, com os IPOs de Pague Menos e Profarma e o follow-on da Panvel. “É um setor bastante resiliente”, diz.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 12-07-2020) | | | Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração 6,50% para queda de 6,10%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 6,51%. Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
Em junho, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 9,73% em abril ante março, na série com ajustes sazonais. Foi o maior recuo da história em um único mês.
No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 8,10% para queda de 9,00%. Há um mês, estava em declínio de 5,44%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 4,00%, ante 3,50% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,10% para 67,30%. Há um mês, estava em 65,61%. Para 2021, a expectativa foi de 68,06% para 69,60%, ante 66,12% de um mês atrás.
Déficit primário
O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano foi de 10,50% para 11,00%. No caso de 2021, foi de 2,55% para 3,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 9,96% e 2,23%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 foi de 14,95% para 15,25%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, passou de 6,50% para 6,80%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 14,30% e 6,20%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo após as despesas com juros.
Os avanços nas projeções refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.
Balança comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, de superávit comercial de US$ 53,45 bilhões para US$ 54,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 52,50 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit seguiu em US$ 55,25 bilhões. Há um mês, estava em US$ 55,00 bilhões.
No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 13,50 bilhões para US$ 9,50 bilhões, ante US$ 13,95 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo foi de US$ 20,44 bilhões para US$ 19,50 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 20,88 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 60,00 bilhões. Para 2021, a expectativa foi de US$ 70,00 bilhões para US$ 64,10 bilhões, ante US$ 75,00 bilhões de um mês antes.
| Jornal O Estado de Minas | | | Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava em 2,25%.
Já a projeção para a Selic no fim de 2021 permaneceu em 3,00% ao ano, igual a quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção permaneceu em 5,00%, igual a um mês antes. Para 2023, permaneceu em 6,00%, também igual a quatro semanas atrás.
Em junho, ao cortar a Selic de 3,00% para 2,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que, para as próximas reuniões, "vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual".
No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 foi de 2,00% para 1,88% ao ano, ante 2,25% ao ano de um mês antes. No caso de 2021, passou de 2,25% para 2,38% ao ano, ante 2,25% ao ano de quatro semanas atrás.
A projeção para o fim de 2022 no Top 5 foi de 4,25% para 4,50%. Há um mês, estava em 5,00%. No caso de 2023, passou de 5,88% para 5,75%, ante 6,00% de quatro semanas antes.
| Jornal O Estado de Minas | | | Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 13, pelo Banco Central mostra que a mediana para o IPCA neste ano passou de alta de 1,63% para 1,72%. Há um mês, estava em 1,60%. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa foi de 3,42% para 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,26% em junho. No acumulado do primeiro semestre do ano, a alta é de 0,10%.
No Focus agora divulgado, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 1,51% para 1,80%. Para 2021, a estimativa do Top 5 permaneceu em 2,80%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 1,51% e 2,80%, nesta ordem.
No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, igual ao visto um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 foi de 3,38% para 3,25%, ante 3,50% de quatro semanas antes.
Últimos 5 dias
Em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, a projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 1,69% para 1,72%. Houve 60 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 1,57%.
No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,05% para 3,01%. Há um mês, estava em 3,00%. A atualização no Focus foi feita por 58 instituições.
| Jornal O Estado de Minas | | | O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) caiu 7,3 pontos na passagem de junho para julho, segundo a prévia do indicador deste mês divulgada em edição extraordinária pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira. Se confirmado, o índice descerá a 166,3 pontos.
Se o resultado for confirmado na divulgação final de julho, o IIE-Br terá devolvido em três meses de quedas 46% da alta de 95,4 pontos observada nos meses de março e abril, em meio ao agravamento da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
"Após a terceira queda consecutiva, o nível do IIE-Br de julho se aproxima do nível de março, de 167,1 pontos, primeiro momento em que o País precisou forçar paralisações e iniciar o isolamento social para conter o avanço da pandemia.
As dificuldades de se prever cenários para o futuro da economia continuam muito grandes, como reflete o componente de Expectativas, que, no nível apurado nesta prévia, recuperaria, até julho, apenas 7% da alta ocorrida entre março e maio.
Uma queda mais acelerada da Incerteza daqui para a frente dependerá da evolução da pandemia no País e da velocidade de normalização das atividades econômicas e do apaziguamento das tensões políticas, avaliou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O IIE-Br é composto por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
O componente de Mídia recuou 7 pontos na prévia de julho, para 145,5 pontos. O componente de Expectativa caiu 5,6 pontos, para 222,4 pontos. No entanto, ambos ainda estão em patamares considerados extremamente elevados, com destaque para o de Expectativas, que permanece pelo quarto mês consecutivo acima dos 200 pontos, ressaltou a FGV.
A prévia do Indicador de Incerteza da Economia Brasileira coletou dados de 30 dias terminados em 9 de julho. O resultado fechado do mês será divulgado no próximo dia 31.
| Jornal O Estado de Minas | | | Novo RPA baseado em inteligência artificial ajuda as empresas a concluir mais tipos de trabalho para que os funcionários possam se concentrar em trabalho de maior valor.
A IBM anunciou na quarta-feira (8) que chegou a um acordo definitivo para adquirir a WDG Soluções Em Sistemas E Automação De Processos LTDA (referenciada também como “WDG Automation”), uma empresa brasileira de software especializada em automação robótica de processos (RPA – Robotic Process Automation). A aquisição amplia ainda mais as capacidades da IBM em automação com infusão de inteligência artificial, abrangendo desde processos de negócios a operações de TI. Os termos financeiros não foram divulgados.
Na atual era digital, as empresas estão procurando novas maneiras de criar novos modelos de negócios, oferecer novos serviços e reduzir custos. A necessidade de impulsionar essa transformação é ainda maior agora, dadas as incertezas da COVID-19. A IDC prevê que até 2025, as empresas baseadas em IA terão um aumento de 100% na produtividade e no conhecimento dos trabalhadores, resultando em tempos de reação mais curtos, maior sucesso na inovação de produtos e satisfação do cliente.
Quando a automação com infusão de IA é aplicada a processos de negócios e operações de TI, pode ajudar a diminuir o tempo entre a identificação de um problema e a resposta. Isso é crítico, pois incidentes e interrupções imprevistas de TI, por exemplo, podem impactar a renda e a reputação das empresas.
Ao incorporar as capacidades de RPA da WDG Automation às soluções existentes de automação com infusão de IA da IBM, que atendem desde os processos de negócio até as operações de TI, os líderes de negócios, incluindo Chief Operating Officers (COOs) e Chief Information Officers (CIOs), terão amplo acesso à automação inteligente por meio de robôs de software.
A aquisição também ampliará as capacidades de IBM Services para transformar as operações dos clientes, pois o RPA, a analítica e a IA trazem mais inteligência aos fluxos de trabalho empresariais que alimentam negócios adaptáveis e resilientes, e ajudam a expandir as capacidades da IBM para fornecer automação por toda a organização dos clientes.
Com o anúncio, as empresas poderão reprojetar, otimizar e padronizar operações com eficiência, eliminando processos de negócios e operações de TI que são redundantes ou desnecessários. Disponíveis através de IBM Services, as organizações poderão identificar rapidamente oportunidades mais granulares para automação, incluindo tarefas com várias etapas, além de ajudar a garantir que dados sejam usados de forma consistente e precisa em todas as ferramentas e funções de negócios, incluindo atendimento ao cliente, TI, finanças, RH e cadeia de suprimentos.
“A IBM já ajuda as empresas a automatizar a aplicação de IA aos processos de negócios e operações de TI, para que as empresas possam detectar oportunidades e problemas e recomendar as próximas etapas e soluções”, disse Denis Kennelly, gerente geral de Cloud Integration, IBM Cloud and Cognitive Software. “Com o anúncio de hoje, a IBM está dando um passo adiante e ajudando os clientes a acelerar a automação em mais partes da organização, não apenas na rotina, mas em tarefas mais complexas para que os funcionários possam se concentrar em trabalhos de maior valor”.
“A automação é crucial na era digital, visto que as empresas precisam executar várias tarefas repetitivas ou rotineiras, para que os funcionários possam se concentrar na inovação. Estou muito orgulhoso do papel que a WDG Automation desempenhou no mercado de RPA com uma plataforma unificada e integrada para ajudar as empresas no Brasil a aumentar sua produtividade,” disse Robson Felix, Fundador e CEO, WDG Automation.
“Unir forças com a IBM irá escalar nossas capacidades para um público mais amplo, ajudando empresas de todo o mundo a acelerar seu crescimento em suas jornadas de transformação de negócios,” disse Kleber Rodrigues Junior, Co-Fundador, WDG Automation.
Recursos de RPA da WDG Automation automatizam tarefas básicas e complexas
A WDG Automation é uma fornecedora de software de RPA, com sede em São José do Rio Preto, estado de São Paulo. A WDG Automation fornece RPA, Automação Inteligente, Resposta Interativa por Voz (IVR) e chatbots principalmente para clientes na América Latina.
A tecnologia da WDG Automation foi projetada para usuários corporativos criarem automações usando um gravador de desktop sem a necessidade de TI. Esses robôs de software podem ser executados sob demanda pelo usuário final ou por um agendador automatizado.
IBM oferece recursos completos de automação com infusão de IA – de processo de negócios às operações de TI
A notícia de hoje ampliará ainda mais as capacidades das ofertas IBM Cloud Pak em Red Hat OpenShift, começando com o Cloud Pak for Automation. Como parte da aquisição, a IBM integrará mais de 600 funções de RPA pré-criadas pela WDG Automation no Cloud Pak for Automation para ajudar as empresas a transformar insights de IA em ações automatizadas.
Disponível em qualquer nuvem pública, privada ou on-premises, o IBM Cloud Pak for Automation oferece aos clientes um único conjunto de software e serviços de automação com infusão de IA, incluindo captura de dados, orquestração de fluxo de trabalho, gerenciamento de decisão, monitoramento e relatórios, que ajuda as empresas projetar, construir e executar processos de negócios e operações de TI automatizados de forma inteligente.
Com a WDG Automation, os clientes poderão identificar rapidamente oportunidades mais granulares de automação, acelerar a implantação de bots e otimizar mais fluxos de trabalho de ponta a ponta. Por exemplo, durante o processamento de faturas, os recursos de mineração de cliques da WDG Automation podem ajudar a priorizar a aplicação de RPA com scripts pré-construídos pela WDG Automation, integrados ao Cloud Pak for Automation, e podem ser implementados de forma mais rápida e mais inteligente com IA.
Organizações como Banco Galicia, ENN Group na China e PNC Bank nos Estados Unidos, além de várias entidades governamentais no Qatar, e UK NHS Blook and Transplant, já estão usando capacidades de IBM Cloud Pak for Automation para digitalizar e automatizar tarefas.
Além das operações comerciais, a IBM planeja integrar o RPA da WDG Automation em suas capacidades de automação de operações de TI, especificamente Watson AIOps e Cloud Pak for Multicloud Management. O IBM Watson AIOps, por exemplo, automatiza como os CIOs auto-detectam, diagnosticam e respondem a anomalias de TI em tempo real. O RPA pode ajudar a fechar o ciclo e garantir dados consistentes em todas as ferramentas que se conectam ao Watson AIOps. Isso pode aumentar a qualidade dos dados e melhorar a precisão da IA, bem como a produtividade dos engenheiros envolvidos.
O investimento da IBM em automação com infusão de IA ajudará a melhorar os fluxos de trabalho que conduzem as operações em uma organização. IBM Services oferece prototipagem rápida, dimensionamento veloz e gerenciamento de operações digitais para processos de negócios e operações de TI. Por exemplo, em um processo de aquisição de pagamento, o mecanismo de fluxo de trabalho determina que a melhor maneira de lidar com certos tipos de faturas é encaminhá-las para o bot.
Esses fluxos de trabalho inteligentes reduzem o tempo de resposta e economizam tempo para que o responsável por processar as faturas possa se concentrar em outras tarefas, automatizando todo o processo de requisição, compra, recebimento, pagamento e contabilização de bens e serviços.
A tecnologia da WDG Automation se unirá à organização de IBM Cloud Integration e estará disponível através de IBM Cloud Pak for Automation on-premises e em ambientes de nuvem pública ou privada. A transação está sujeita a condições habituais de fechamento. É esperado que o fechamento aconteça no terceiro trimestre de 2020.
| Ind 4.0 | | | A empresa vai aplicar na montagem de uma nova planta e em maquinário pesado num momento em que a concorrência está ameaçada pela crise.
A Mold Brasil Ferramentaria e Usinagem está investindo num plano de expansão R$ 128 milhões até agosto de 2022, aproveitando a previsão de crescimento da indústria automotiva e de outros mercados promissores da metalurgia no País. Por meio de seu novo programa vai gerar entre 150 e 200 empregos para trabalhadores de ‘chão de fábrica’/ferramentaria, escritório e engenharia. O objetivo da empresa é se tornar top of market, ou líder do mercado brasileiro, diante do cenário em que a ferramentaria vem sofrendo profundamente com a crise econômica.
Para o desenvolvimento do projeto foi adquirido um galpão de 9 mil m² de área construída em Guarulhos (região metropolitana de São Paulo), para se somar a atual planta industrial de 5,5 mil m² na mesma cidade. O plano prevê investimentos de R$ 105 milhões em maquinário, tais como pontes rolantes para movimentação de carga de até 50 toneladas, além de portais CNC de até 10 metros de comprimentos para a usinagem de moldes, que se destinam à produção de peças automotivas e outras necessidades de compradores. A aquisição desse maquinário pesado está sendo negociada com gigante taiwanesa Hartford Machine.
O aporte prevê ainda a compra de uma prensa para try–out de duas mil toneladas, ou seja, para execução de teste prático de ferramental. O equipamento facilitará o ajuste final da ferramenta para verificação se a peça está em conformidade com as especificações. Apenas em máquinas de grande porte os recursos envolverão R$ 64 milhões.
Liderança
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Mold Brasil, Diego Gonsales dos Reis, como sua indústria está monetizada e investindo num momento favorável ficará numa posição excepcional frente à concorrência para o domínio da maior parte do mercado. “Nos próximos anos a indústria automotiva continuará fabricando e negociando carros normalmente e seus fornecedores com mais reserva de caixa e capacidade operacional vão se destacar diante dos demais”, analisa ele.
Reis calcula que mais de 90% do segmento brasileiro de ferramentaria está passando por sérias dificuldades financeiras, o que já acontecia no período pré-pandemia e se agravou profundamente com recente paralisação da indústria. Como é previsão do chairman da Mold Brasil, o mercado de projetos deve crescer nos próximos três anos. O potencial desse negócio, em seus estudos, foi estimado entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões.
Cenário complexo
Vários concorrentes hoje não apresentam condições para receber projetos nas fábricas, tampouco esperar mais que um ano para eles serem viabilizados. “Uma montadora geralmente vai pagar somente três meses depois de um projeto ficar pronto”, explica Reis. “Além disso, uma ferramentaria tem que estar bem alinhada aos bancos e suas linhas de crédito”.
Existem alternativas de apoio que serão aproveitadas pela sua empresa. Uma delas é um programa de benefícios fiscais criado ainda no governo Lula, pelo qual obriga a indústria brasileira produzir 90% dos componentes dos carros nacionais. Essa exigência legal dará tranquilidade e bloqueará qualquer incursão estrangeira no fornecimento de peças de reposição.
Atestando o potencial de mercado, Reis cita uma empresa indiana que deve investir no ano que vem na ampliação de sua filial no Rio de Janeiro para carros de maior valor agregado. Menciona também o último lançamento feito neste ano de uma pick-up com capacidade de até 720 quilos de uma indústria de origem italiana e a possibilidade de ela por no mercado também mais quatro veículos em 2021. Outra indústria de porte, de origem alemã, de acordo com ele, deve levar às lojas dois novos modelos de veículos, além de um caminhão.
“As montadoras têm poder de fogo. Vejo com bons olhos os próximos três anos para quem estiver totalmente estruturado”, observa. “Afora as montadoras de carros e caminhões, há boas perspectivas também na produção de linha branca, componentes para usinas eólicas e até para a indústria nuclear”, prossegue ele. Reis admite que há até um gigante mundial da área de energia e transporte, que só não atua mais profundamente no País, porque a infraestrutura nacional não dispõe ainda de uma ferramentaria pesada que a satisfaça.
| CIMM | | | Grupo Renault se une ao Google Cloud para acelerar a digitalização de suas fábricas e supply chain.
O Grupo Renault e o Google Cloud anunciaram na última quinta-feira (9) uma parceria industrial e tecnológica com o objetivo de acelerar a digitalização da infraestrutura da empresa e a transformação da Indústria 4.0.
Digitalizando fábricas e desenvolvendo soluções industriais
Um reconhecido impulsionador para a Indústria 4.0, o Grupo Renault está desenvolvendo sua plataforma digital própria desde 2016, conectando as informações de 22 plantas em todo o mundo (76% da produção de veículos) e mais de 2.500 máquinas. A parceria com o Google Cloud busca otimizar a plataforma própria e independente de gerenciamento de dados industriais do Grupo Renault.
As soluções e experiência do Google Cloud em análise inteligente de dados, machine learning (ML) e inteligência artificial (IA) irão permitir que o Grupo Renault aprimore sua produção e cadeia de suprimentos, a qualidade dos produtos e reduza o impacto ambiental por meio da economia de energia.
Essas melhorias também promoverão o desenvolvimento de novas soluções verticais para a indústria automotiva.
Desenvolvendo habilidades digitais
O treinamento dos colaboradores também será uma parte essencial dessa nova parceria. Grupo Renault e Google Cloud planejam criar um programa exclusivo e escalável para melhorar as habilidades das equipes de engenharia de processos, fabricação e TI da Renault, por meio do coworking e capacitação junto às equipes do Google. O objetivo deste programa é o aprimoramento da cultura “data driven” (guiada por dados) que será uma parte essencial da rotina dos colaboradores da Renault, tanto em processos operacionais, quanto em assuntos estratégicos.
“Esta colaboração é a ilustração perfeita da estratégia digital do Grupo Renault, aplicada à área de manufatura. Este acordo e o compromisso entre nossas equipes de gerenciamento de TI, manufatura e supply chain vão acelerar a implantação do nosso plano de Indústria 4.0, projetado para transformar e conectar nossas fábricas e processos de logística em todo o mundo para melhorar nossos padrões de excelência e desempenho. Essa parceria é também um recurso para que claboradores do Grupo Renault se beneficiem de um treinamento de alto nível em gerenciamento de dados digitais”, explica José Vicente de los Mozos, diretor de Fabricação e Logística e membro do Comitê Executivo do Grupo Renault.
Segundo Thomas Kurian, CEO do Google Cloud, “a indústria automotiva possui a inovação em seu DNA, com um imenso potencial para que a tecnologia digital impacte de forma significativa sua produção. Estamos orgulhosos de realizar essa parceria com o Grupo Renault para ajudar a revolucionar o futuro da fabricação automotiva, impulsionando a próxima geração de excelência na cadeia de suprimentos”.
Reconhecimento do Fórum Econômico Mundial
Em janeiro de 2020, o Complexo Ayrton Senna, que abriga as quatro fábricas da Renault do Brasil, foi reconhecido pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) como “Advanced 4th Industrial Revolution (4IR) Lighthouse” – “Farol da 4ª Revolução Industrial Avançada”, por ser uma planta referência em ações envolvendo a indústria 4.0. O reconhecimento se deve à capacidade de adotar e escalar tecnologias, gerando impacto positivo para a indústria.
Com este resultado, a empresa passou a integrar a “Global Lighthouse Network”, comunidade gerida pelo Fórum Econômico Mundial que reúne as indústrias referência em tecnologia 4.0 no mundo, buscando transformar fábricas e modelos de negócio trazendo retorno financeiro e operacional.
Um dos fatores predominantes para a conquista deste reconhecimento foi a utilização de tecnologias e processos digitais desde o início da produção dos veículos até o processo de venda, contemplando diversas etapas do negócio, incluindo a contratação de colaboradores para a companhia e o treinamento e capacitação desses profissionais.
| Ind 4.0 | | | Estatal disse ter identificado produto com 'teor de compostos aromáticos diferente'; ANP e Anac investigam suspeita de adulteração que pode ter causado danos e corrosão em tanques.
A Petrobras decidiu interromper "preventivamente" o fornecimento de um lote de gasolina de aviação importada após testes realizados em seu centro de pesquisas, o que impactou também a BR Distribuidora e fez a empresa suspender temporariamente a comercialização do produto.
Anac e ANP investigam suspeita de adulteração de gasolina de aviação
Após denúncia, operação apura qualidade de combustível de aviação fornecido em Goiás
Em comunicado no sábado (11), a Petrobras disse ter identificado um lote do produto com "teor de compostos aromáticos diferente dos lotes até então importados", embora dentro dos requisitos de qualidade exigidos pela reguladora ANP.
Na semana passada, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) informaram que investigam uma suspeita de adulteração de gasolina de aviação distribuída no Brasil. O combustível pode ter causado danos e corrosões em tanques de combustível e em peças de pequenas aeronaves, além de vazamentos.
A Petrobras informou que estuda a hipótese da variação da composição química "ter impactado os materiais de vedação e revestimento de tanques de combustíveis de aeronaves de pequeno porte", mas ressalvou que ainda não há diagnóstico completo que permita assegurar essa relação de causa e efeito, segundo a Reuters.
Nesta segunda-feira, a BR Distribuidora disse que suspendeu a comercialização de gasolina de aviação porque tem a Petrobras como única fornecedora.
"Em que pese o produto estar dentro das especificações da ANP e certificado pelo fornecedor, a BR está suspendendo preventivamente a comercialização de AVGAS e recomendando que os revendedores de produtos de aviação e demais clientes também suspendam, temporariamente, a comercialização do produto, até que mais informações estejam disponíveis e haja orientações específicas pelos órgãos reguladores."
Denúncias
Os relatos sobre o possível combustível adulterado foram feitos no início da semana passada por pilotos de diversos estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás. Atualmente, cerca de 12 mil aviões usam esse combustível para voos de táxi-aéreo, particulares ou de instrução. Por causa do combustível adulterado, muitos pilotos estão se negando a levantar voo.
A GloboNews apurou que fiscais da ANP estiveram no aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, na quinta-feira (9) e coletaram amostrar para testes em laboratório.
"Muitas aeronaves não estão apresentando esse problema. Não significa que elas estejam imunes", afirmou o presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves, Humberto Branco. "O que nós estamos orientando é que existe um indício grave de um problema. Se, de fato, esse problema existir, pode afetar a segurança de voo."
Atualmente, 100% da gasolina de aviação distribuída no país é importada a partir do Golfo do México, de grandes empresas dos Estados Unidos. A produção era nacional e feita pela Petrobras, mas foi interrompida em 2018 por causa de obras na planta da empresa em Cubatão, no litoral paulista. As obras, no entanto, estão atrasadas por causa da pandemia do coronavírus. Segundo a estatal, a previsão é de que a produção nacional seja retomada em outubro.
A ANP e a Anac não fizeram uma interdição do combustível. As causas da suposta adulteração, a origem da gasolina e qual substância pode ter contaminado ainda não foram identificadas.
| G1 | | | A Tesla abaixou o preço do utilitário esportivo Model Y em 3.000 dólares apenas quatro meses após o lançamento, com a montadora de carros elétricos norte-americana tentando manter o ritmo das vendas em meio à pandemia de Covid-19.
O desconto ocorre após cortes de preços nas linhas Model 3, Model X e Model S da Tesla em maio.
A companhia, chefiada por Elon Musk, registrou uma queda menor que o esperado nas entregas de carros no segundo trimestre, um resultado resiliente apesar da pandemia que afeta a indústria automotiva globalmente.
O preço inicial do Model Y agora é de 49.990 dólares, uma queda de quase 6% versus o preço anterior de 52.990 dólares, de acordo com o site da montadora.
A Tesla não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado pela Reuters.
| CNN Brasil ( publicado em 12-07-2020) | | | A bolsa paulista começava a semana com viés positivo, beneficiada pela trajetória de alta nos mercados acionários no exterior, com ações do setor de mineração e siderurgia entre os maiores ganhos do Ibovespa nesta manhã.
Às 11:44, o Ibovespa subia 0,7%, a 100.731,03 pontos. O volume financeiro era de 8,77 bilhões de reais.
Em Wall Street, sinais de progresso no desenvolvimento de vacina para a Covid-19 e com um começo positivo para a temporada de balanços corporativos do segundo trimestre nos Estados Unidos, com o resultado da PepsiCo, endossavam o bom humor. O norte-americano S&P 500 subia 1%.
No Brasil, a safra de resultados do Ibovespa começa no dia 22, com WEG abrindo calendário.
A segunda-feira no mercado brasileiro também era marcada pela repercussão de anúncio das ofertas de ações de Dimed e Irani, previstas para serem precificadas no dia 22, mantendo o mercado de capitais aquecidos dado o cenário de juros no país.
Na visão da equipe da CM Capital Markets, a bolsa brasileira tende a ser influenciada pelo otimismo com recuperação da atividade global somado às expectativas quanto aos balanços corporativos e agenda doméstica fraca nesta sessão.
DESTAQUES
- VALE ON 3,09%, na esteira do salto dos preços futuros do minério de ferro na China, em meio a expectativas de um aperto sazonal na oferta proveniente de mineradoras na Austrália. No setor, CSN ON disparava 8,99%, GERDAU PN tinha elevação de 4,17% e USIMINAS PNA valorizava-se 3,36%.
- IRB BRASIL RE subia 7,61%, em sessão de recuperação, após começar o mês com fortes perdas, penalizada por revisão de resultados anteriores após fraude contábil, entre outras adversidades. Até o momento, a ação perde 9,8% em julho e 74,5% em 2020, pior desempenho do Ibovespa.
- CVC BRASIL ON valorizava-se 3,45%, também buscando no cenário mais positivo como um todo apoio para alguma recuperação, dado o forte impacto negativo nos resultados provocado pela pandemia de Covid-19, além de também ter identificado irregularidades em suas demonstrações financeiras. Em julho, já acumula alta de 25,5%. Mas no ano ainda perde 48%.
- BANCO DO BRASIL ON subia 1,2%, ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,33% e BRADESCO PN avançava 0,67%. Para analistas do Credit Suisse, o setor está atrativo mesmo sob premissas conservadoras, conforme relatório, em que reiteraram recomendação ‘outperform’ para os grandes bancos de varejo do país. SANTANDER BRASIL UNIT cedia 0,31%.
- PETROBRAS PN cedia 0,27%, em meio à fraqueza dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS ON tinha alta de 0,3%.
- AMBIPAR ON disparava 16,2% em sua estreia na bolsa paulista, com a cotação chegando a superar 29 reais, após seu IPO ser precificado a 24,75 reais por papel.
- DIMED ON avançava 7,13%, após anúncio de oferta de ações bilionária com esforços restritos, que a companhia espera precificar na próxima semana. Os papéis não estão no Ibovespa. DIMED PN subia 6,75%. A empresa se comprometeu a migrar para o Novo Mercado se concretizada a operação, o que implicará conversão das PNs em ONs.
- IRANI saltava 19,4%, após anúncio de oferta primária inicial de 90 milhões de ações ordinárias com esforços restritos, que espera precificar em 22 de julho. A operação ainda prevê distribuição secundária adicional de até 31,5 milhões de papéis. A operação é considerada um re-IPO dada a baixíssima liquidez das ações.
| Reuters | | | A Vale anuncia acordo para criação de uma nova empresa voltada a metálicos de baixo carbono (CO2) com a Kobe Steel e a Mitsui. O acordo, não vinculativo, estabelece uma "NewVen" para fornecer soluções metálicas e siderúrgicas de baixo GEE (gases de efeito estufa) para a indústria siderúrgica, reduzindo a pegada de carbono.
Segundo comunicado, antes do acordo final está em curso um período de avaliação "para aprofundar a colaboração e estimar a demanda do mercado pelas várias soluções existentes e novas para a produção de aço".
A NewVen utilizará tecnologias de produção de ferro de baixo CO2 existentes e novas, como a Tecnologia Tecnored e o Processo Midrex.
A Tecnored é uma subsidiária da Vale para produção de ferrogusa de baixo carbono com fontes de energia - biomassa, gás de síntese e hidrogênio - que emitem menos CO2 do que o carvão e o coque. A Midrex Technologies, subsidiária integral da Kobe Steel, é líder mundial em tecnologia de redução direta de produção de ferro (DRI), usando gás natural e hidrogênio como redutor no processo.
| Terra | | | |
|
| | |
|
|