| 11 de Junho de 2019
Terça-feira
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Em 11/06/2019
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| | | | | A GDA/CNI lançou hoje mais um Informe Sindical (nº 28) com as principais notícias do ambiente sindical.
Veja os destaques da EDIÇÃO 28
| CNI | | | | Projeção da pesquisa Focus para o PIB neste ano recua para 1%
Economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central cortaram em mais de um ponto percentual a estimativa para a produção industrial neste ano.
O levantamento semanal apontou que a expectativa agora é de um crescimento da indústria de apenas 0,47% neste ano, contra expansão prevista anteriormente de 1,49%. Para 2020 permanece a projeção de crescimento de 3%.
A produção industrial brasileira iniciou o segundo trimestre com alta abaixo do esperado de 0,3% em abril, pressionada pela indústria extrativa e mostrando irregularidade.
Com isso, as contas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019 passaram a 1%, de 1,13% na pesquisa anterior. A perspectiva para a economia no próximo ano também diminuiu, a 2,23%, de 2,50%.
Com a fraqueza da economia, os economistas agora veem a taxa básica de juros Selic em 7% ao final de 2020, de 7,25% antes. Para este ano, ainda esperam manutenção na mínima recorde atual de 6,5%.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, vê a Selic ainda mais baixa em 2020, reduzindo a perspectiva a 6,5%, de 7% antes. Mas para este ano o grupo ainda vê estabilidade.
Para a inflação, os economistas passaram a ver uma taxa em 2019 abaixo de 4%. A expectativa agora é de alta do IPCA de 3,89%, contra 4,03% há uma semana, enquanto que para 2020 permanece a estimativa de avanço de 4%.
O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
| Folha de S. Paulo (publicado em 10-06-2019) | | | | A produção industrial aumentou em dez dos 15 locais pesquisados na passagem de março para abril, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Estado de São Paulo, maior parque industrial do País, registrou um avanço de 2,4%. Os demais aumentos ocorreram em Pernambuco (8,3%), Bahia (7,4%), Região Nordeste (6,1%), Mato Grosso (5,1%), Ceará (3,7%), Rio Grande do Sul (2,3%), Santa Catarina (1,3%), Paraná (0,3%) e Minas Gerais (0,1%).
Por outro lado, a indústria do Pará despencou 30,3%, a perda mais intensa da série histórica iniciada em 2002. Segundo o IBGE, o recuo foi atípico, puxado pelo setor extrativo. “Houve influências não só da paralisação de plantas produtivas por questões ambientais, em consequência do rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Brumadinho (MG), mas também do impacto causado pelo maior volume de chuvas no período”, justificou o IBGE, em relatório.
As demais taxas negativas ocorreram no Espírito Santo (-5,5%), Rio de Janeiro (-4,5%), Goiás (-1,4%) e Amazonas (-1,2%). Na média global, a indústria nacional teve alta de 0,3% em abril ante março, segundo o IBGE.
| Tribuna PR | | | | A inovação é uma questão de sobrevivência para os negócios do País. Isso é o que aponta pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com divulgação preparada para esta segunda-feira, 10, durante 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, que acontece em São Paulo. O levantamento mostra que um a cada três empresários acredita que a indústria brasileira precisará dar um salto de inovação nos próximos cinco anos para garantir a sustentabilidade dos negócios em curto e longo prazos.
Para 31% dos CEOs, presidentes e vice-presidentes de 100 indústrias, o grau de inovação da indústria será alto ou muito alto nos próximos cinco anos, principalmente por necessidade.
“Diante de uma nova revolução industrial, a inovação ocupa papel primordial, mais importante do que nunca. No limite, nossa capacidade de inovar é que determinará quem fica com as portas abertas e quem vai desaparecer nesse ambiente de crescente pressão tecnológica e de sofisticação de mercado, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Uma iniciativa da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), a pesquisa aponta que 44% dos executivos indicam que as atividades de inovação respondem por mais de 20% do faturamento de suas empresas. Atualmente, 31% dos entrevistados disseram empregar mais de 5% do orçamento em inovação.
Financiamento
Com relação ao financiamento de atividades de inovação, a pesquisa aponta que 55% das empresas utilizam recursos próprios para esse fim. Esse porcentual é maior que o verificado em 2015, quando a pesquisa foi realizada pela primeira vez, e 40% das empresas declararam usar apenas recursos próprios.
Além disso, diminuiu de 55% para 40% o número de empresas que usam combinação de fontes. “Os dados sugerem que a escassez de recursos públicos não deixou alternativa para as empresas além do uso de capital próprio”, afirma a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio, acrescentando que a experiência internacional mostra a importância do investimento público para alavancar os desembolsos privados em inovação.
Entre as empresas que não utilizaram outras fontes de financiamento, 56,4% afirmaram ter dificuldade em obter financiamento. Para contornar a situação, o setor privado sugere medidas como: ampliação do acesso aos fundos de financiamento (26%), a redução da burocracia (22%) e a promoção de estímulos à inovação por parte do governo (18%).
Pouco inovador
A pesquisa mostra ainda que, atualmente, apenas 6% dos entrevistados consideram a indústria brasileira muito inovadora. Em 2015, esse porcentual era de 14%.
Na edição deste ano, 49% dos empresários consideram o grau de inovação da indústria do País baixo ou muito baixo, ante 62% verificados em 2015.
Para esses empresários, justificam a avaliação negativa a ausência da cultura de inovação no País e nas empresas, citada por 25% dos empresários; a falta de financiamento e investimentos em inovação (18,8%), e o cenário de crise econômica (14,6%).
Com relação aos fatores externos à empresa que dificultam a inovação no País, os entrevistados apontaram em primeiro lugar o custo da inovação e a falta de financiamento (28%), seguido do excesso de burocracia (27%), e a baixa qualificação de profissionais (18%). A CNI destaca ainda que, de acordo com os empresários, a mão de obra é pouco preparada para inovar e a educação brasileira é pouco alinhada à inovação.
A pesquisa ouviu ainda os empresários sobre quais medidas poderiam ser adotadas pelo governo para estimular a inovação.
Os executivos apontaram principalmente a ampliação e o barateamento do financiamento à pesquisa e desenvolvimento (25%) e a desburocratização de processos (21%). Com relação ao poderia ser feito pela própria iniciativa privada, os empresários reconhecem a necessidade investir mais em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e em novas tecnologias (19%) e se aproximar mais de universidades de centros de pesquisa (14%).
Apesar dessa avaliação negativa, 96% dos empresários disseram que a inovação é parte estratégica de suas empresas e 54% consideram suas empresas inovadoras ou muito inovadoras.
A pesquisa foi feita entre os dias 4 de abril e 13 de maio, com uma amostra de 100 líderes empresariais.
O estudo da IFI afirma que, sem uma agenda de reformas que modifique a dinâmica dos gastos obrigatórios, a trajetória de “compressão” dos investimentos públicos continuará. Despesas como a Previdência Social e a folha salarial do funcionalismo representarão fatias cada vez maiores do Orçamento.
Investimentos
No primeiro trimestre de 2019, a taxa de investimento do país caiu de 15,8% para 15,5% do PIB. A média registrada entre 1997 e 2013 foi de 18,6%. Essa taxa deveria ser de cerca de 21% para sustentar uma expansão econômica de 3% do PIB ao ano. Sem esse indicativo, as estimativas do mercado para o crescimento neste ano, compiladas pelo Banco Central, seguem em queda desde fevereiro.
Além dos contingenciamentos no setor público, a retração dos investimentos tem a ver com a ociosidade da indústria — devido à reduzida capacidade de consumo da população — e da incerteza sobre o andamento das reformas que recomporiam o quadro fiscal.
“As decisões de investimento privado tomadas pelas firmas dependerão das expectativas de lucro em relação ao futuro, e são favorecidas quando há um horizonte de maior previsibilidade e estabilidade econômica”, explica a IFI.
O cenário tem impacto sobre o mercado de trabalho. Além de as taxas de desocupação se manterem estáveis, a lenta retomada econômica também faz com que o tempo de permanência no desemprego permaneça elevado: a parcela da força de trabalho que está sem emprego há mais de um ano encontra-se em 4,9% desde o início de 2017. O crescimento da renda do trabalho e da massa salarial também é limitado.
Receitas
A IFI defende, ainda, medidas de ajuste com impacto nas receitas do Estado. A atividade econômica estagnada compromete a arrecadação, tornando o Orçamento cada vez mais dependente de receitas extraordinárias (emissão de nova dívida).
Em análise dos quadrimestres iniciais dos últimos quatro anos, a IFI registra queda significativa na arrecadação de tributos como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a Cofins e o Pis/Pasep, que dependem da produção industrial, do consumo e do trabalho. Por outro lado, houve aumento da arrecadação do Imposto de Renda, principalmente por conta de recolhimentos extraordinários realizados no início deste ano.
Os maiores aumentos de caixa registrados no período se deram na arrecadação de dividendos e participações (especialmente graças ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica) e de receitas advindas da exploração de recursos naturais.
Em comparação com 2018, a receita líquida teve uma queda de 0,4%. As despesas obrigatórias, no mesmo período, cresceram 0,6%. Já as despesas discricionárias — os investimentos públicos — sofreram queda de 18,7% em contraste com o primeiro quadrimestre de 2018.
| Tribuna PR (publicado em 10-06-2019) | | | | Programa pretende estimular polos de biofármacos, turismo, defesa, mineração e piscicultura
A Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) prepara um novo projeto de desenvolvimento econômico para a região amazônica com o intuito de que, futuramente, a União possa pôr fim aos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus.
O programa pretende estimular cinco polos econômicos — biofármacos, turismo, defesa, mineração e piscicultura— para que, até 2073, as empresas desses ramos que se instalarem na região possam gerar pelo menos o equivalente aos subsídios hoje concedidos pela União, algo em torno de R$ 25 bilhões por ano.
Apelidado informalmente pelo secretário da Sepec, Carlos da Costa, de “plano Dubai”, a nova plataforma econômica para a Amazônia é uma referência ao emirado que, no passado, previu o fim de suas reservas de petróleo e gás.
Diante da escassez que viria, o emirado decidiu investir na criação de um polo turístico e financeiro capaz de fazer girar a economia. Hoje, o petróleo só representa 6% do PIB do emirado. O setor de construção e comércio já concentram quase 40% da geração de riqueza de Dubai.
“A ideia é, a modelo do que Dubai fez, darmos suporte para atividades que sejam viáveis daqui há 50 anos, gerem rentabilidade, empregabilidade e inovação tecnológica”, disse o secretário.
Num cenário de aperto fiscal, os técnicos da Sepec querem amarrar um plano capaz de atrair empresas para a Zona Franca de Manaus que não sejam exclusivamente de eletrônicos ou motocicletas.
“Descobri que a China produz mais peixes da região amazônica [em cativeiro] do que o Brasil”, afirma o secretário. “É inacreditável que não tenhamos uma indústria desse porte na região.”
Outro ramo a ser estimulado é o de mineração, que pode ter um novo marco de pesquisa e exploração a ser definido pela ANM (Agência Nacional de Mineração), o MME (Ministério de Minas e Energia) e o MMA (Ministério do Meio Ambiente).
A exploração mineral “racional” na Amazônia é um dos projetos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro, inclusive para áreas protegidas.
O novo plano não levará, no momento, a qualquer alteração nas regras de incentivos vigentes à Zona Franca.
A secretaria fará uma análise detalhada dos subsídios para estudar uma forma de implementar o plano sem que haja impacto fiscal ou prejuízo em indústrias que hoje atendem outras indústrias, como as “plantas de computadores e componentes”.
Levar essa ideia adiante não será fácil. Segundo o secretário, uma das propostas é transformar o CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) em um pivô de projetos dentro da Zona Franca que ajude empresas de biotecnologia a se instalarem na região para criar um grande polo produtor de fármacos e produtos cosméticos derivados da biodiversidade amazônica.
No entanto, o que se estuda é uma forma alternativa de incentivo porque, para a utilização do atual PPB (Processo Produtivo Básico) da Zona Franca, haverá “custo fiscal” devido aos incentivos atrelados a essa política.
Ainda não se sabe se esse novo programa será criado por projeto de lei para garantir sua perpetuidade.
No início de julho, a secretaria fará uma rodada de conversas com o empresariado local para testar a viabilidade de retorno de um projeto como esse.
Segundo o secretário, a aprovação da reforma de Previdência poderá ajudar a destravar seu plano para a região porque, com a reforma da Previdência, o país voltará a atrair investimentos privados.
Na elaboração do novo plano, os técnicos da Sepec também vão levar em consideração as recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU).
Auditorias recentes mostraram que a política de subsídios à Zona Franca não é eficiente e a fiscalização falha a ponto de permitir que até cadastrados do Bolsa Família apareçam na lista de beneficiários dos incentivos fiscais.
Segundo os auditores, os tributos abdicados pela União não geraram empregos acima da média nacional na região. A Sepec pretende fazer esse levantamento para avaliar como corrigir esse problema na definição da nova matriz econômica da região.
Outro ponto indicado pelo TCU e que será analisado pelos técnicos do governo é a efetividade da política de incentivo.
Hoje, para atrair as empresas para a região, a União deixa de arrecadar R$ 23 bilhões em tributos (IPI, PIS e Cofins e Imposto de Importação).
Os técnicos querem calcular quanto desses recursos deu propulsão para o PIB. Ou se a política só serviu para a geração de caixa das companhias que ali se instalaram.
O regime de tributação da Zona Franca, instituído em 1967, foi renovado pelo Congresso por mais 60 anos sem que esse cálculo fosse feito.
Hoje, os incentivos equivalem a quase 15% de toda a geração de riqueza nos cinco estados que têm áreas de jurisdição incluídas na Zona Franca de Manaus. São eles, além de Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá.
| Folha de S. Paulo (publicado em 10-06-2019) | | | | Organismo internacional decidiu fazer nova análise do caso brasileiro, apesar de não ter apontado qualquer caso concreto de violação às convenções ratificadas. CNI reforça que lei está alinhada à Convenção 98
Comissão de Aplicação de Normas na OIT apresentou a lista de países que serão analisados nos próximos dias
A inclusão do Brasil na lista de 24 países que serão analisados pela Comissão de Aplicação de Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) não encontra qualquer fundamento ou justificativa nos tratados trabalhistas ratificados pelo Brasil. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforça que a nova legislação do trabalho, em vigor desde novembro de 2017, está completamente alinhada com a Convenção 98 da OIT, que estimula os países signatários a promover o diálogo entre trabalhadores e empregadores por meio da negociação coletiva.
“Há um ano, a OIT analisou nossa legislação sob as mesmas premissas e não apontou qualquer violação da Convenção 98. Não há embasamento técnico, jurídico ou caso concreto que justifiquem que o Brasil seja objeto de novo exame”, afirma o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI e vice-presidente para a América Latina da Organização Internacional dos Empregadores (OIE), Alexandre Furlan. “O estímulo à negociação coletiva trazido pela reforma trabalhista reflete exatamente o compromisso assumido pelo Brasil quando ratificou a convenção.”
Furlan lembra que a fato de que valorização negociação coletiva, como previsto na Lei 13.467/2017, não representa desestímulo ao diálogo nem abre brechas ou autoriza a redução ou exclusão de direitos consagrados na Constituição Federal. “Chama a atenção que uma lei que traz balizas claras sobre o que pode e o que não pode ser negociado ser analisada na OIT sem que tenha sido alvo de qualquer questionamento no Supremo Tribunal Federal. Isso demonstra de forma clara que a lei respeita a Constituição brasileira e os tratados internacionais”, argumenta.
ENTENDA O CASO – O Brasil foi incluído na lista de 24 países que prestarão informações à Comissão de Aplicação de Normas, órgão de controle da OIT que supervisiona a aplicação dos tratados pelos países-membros. A justificativa seria de que a chamada prevalência do negociado sobre o legislado dá margem à redução de direitos trabalhistas por meio da negociação coletiva. Tal afirmação, no entanto, não faz sentido, uma vez que todos os direitos constitucionais descritos no art. 7º da Constituição permanecem intocados, não podendo ser reduzidos ou suprimidos por acordos ou convenções coletivas.
Além da falta de fundamento nas normas trabalhistas internacionais, nenhum caso concreto de violação a direitos trabalhistas ou exemplos concretos de violação à Convenção 98 foram apresentados à OIT para que justificassem a inclusão do Brasil na lista de países que serão analisados pela Comissão de Aplicação de Normas. “A modernização da legislação brasileira tem sido discutida por mais de 20 anos. Ela reflete o consenso firmado entre governo, trabalhadores e empregadores, em 2003, nas conclusões do Fórum Nacional do Trabalho sobre o papel da negociação coletiva no Brasil”, explica Furlan.
CONHEÇA AS BASES LEGAIS DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA
A Constituição Federal
- Sobre os direitos dos trabalhadores, que visem à melhoria de sua condição social:
Art. 7º, inciso XXVI: reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
- Sobre o papel dos sindicatos nas negociações:
Art. 8º, inciso III: ao sindicato cabe a defesa dos direitos dos interesses coletivos ou individuais da categoria;
Art. 8º, inciso VI: é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
A Convenção nº 98 da OIT (ratificada pelo Brasil em 1952)
- Sobre os direitos de sindicalização e de negociação coletiva:
Art. 4º: Deverão ser tomadas, se necessário for, medidas apropriadas às condições nacionais, para fomentar e promover o pleno desenvolvimento e utilização dos meios de negociação voluntária entre empregadores ou organizações de empregadores e organizações de trabalhadores com o objetivo de regular, por meio de convenções, os termos e condições de emprego.
A jurisprudência do STF (15 de abril de 2015)
- Voto no Recurso Extraordinário (RE) 590415/SC
“Enquanto tal patamar civilizatório mínimo (de direitos trabalhistas) deveria ser preservado pela legislação heterônoma, os direitos que excedem sujeitar-se-iam à negociação coletiva, que, justamente por isso, constituiria um valioso mecanismo de adequação das normas trabalhistas aos diferentes setores da economia e a diferenciadas conjunturas econômicas.”;
“O reiterado descumprimento de acordos provoca seu descrédito como instrumento de solução de conflitos coletivos e faz com que a perspectiva do descumprimento seja incluída na avaliação dos custos e dos benefícios de se optar por essa forma de solução de conflito, podendo conduzir à sua não utilização ou à sua oneração, em prejuízo dos próprios trabalhadores.”;
“É através do respeito aos acordos negociados coletivamente que os trabalhadores poderão compreender e aperfeiçoar sua capacidade de mobilização e de conquista, inclusive de forma a defender a plena liberdade sindical. Para isso é preciso, antes de tudo, respeitar sua voz.”
| CNI | | | | Entidades como CUT, UGT e Força Sindical criticam falta de diálogo com o governo
As centrais sindicais farão uma greve geral na próxima sexta-feira (14) para a qual preveem a paralisação de serviços de transporte público em grandes cidades.
A ação tem como principal alvo a proposta de reforma da Previdência em tramitação na Câmara dos Deputados.
Outros temas também entraram na pauta, em especial o corte de recursos para a educação, que foi principal mote de protestos nos dias 15 e 30 de maio, e contra o próprio governo Bolsonaro e os altos índices de desemprego que persistem nos primeiros meses de seu mandato.
A paralisação tem a adesão de centrais como Força Sindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da UGT (União Geral dos Trabalhadores).
Ela foi definida pelo grupo no dia 1º de maio, em evento no vale do Anhangabaú; , em São Paulo.
A partir daí, passaram a ser feitas assembleias com trabalhadores das diferentes categorias filiadas a elas para aprovação da paralisação.
Ricardo Patah, presidente da UGT, diz que a central busca privilegiar o diálogo, mas não tem sido ouvida nos debates sobre a Previdência. Por isso, a UGT decidiu intensificar sua participação na greve nos últimos dias, afirma.
Segundo Patah, , em assembleia realizada nesta segunda (10), profissionais dos transporetes decidiram não trabalhar na sexta.
Ele espera paralisação em categorias como motoristas de ônibus, motoboys, taxistas, caminhoneiros e profissionais de limpeza urbana.
Patah diz serem necessárias mudanças na Previdência para que ela se torne mais transparente e justa, mas critica a proposta do governo, em especial o sistema de capitalização (a partir do qual cada trabalhador passa a ter um fundo próprio para sua aposentadoria).
"Como o trabalhador da iniciativa privada fará um fundo de capitalização em um país com mais de 12 milhões de desempregados? Impossível", diz.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, diz esperar força da greve em categorias organizadas, como metalúrgicos, trabalhadores do setor têxtil e profissionais do setor químico, além dos profissionais dos transportes.
"O objetivo é termos uma demonstração de forças para podermos discutir no Congresso nacional junto com o presidente da Câmara e do Senado", diz Juruna.
Segundo ele, a Força espera debater as idades mínimas para aposentadoria, as regras de transição e a existência do sistema de capitalização.
Juruna afirma que governos anteriores, desde a presidência de Fernando henrique Cardoso (PSDB), ouviam as centrais quando propunham uma reforma, o que não estaria acontecendo agora.
Ele diz que não haverá convocação da Força Sindical para protestos no dia. "O fundamental será a paralisação".
A CUT informou que as grandes categorias e sindicatos filiados vão parar, incluindo metalúrgicos, professores (das redes pública e privada), bancários, petroquímicos, químicos, servidores públicos.
"A greve geral vai parar o Brasil na sexta-feira, porque a reforma da Previdência proposta pelo governo significa não só o fim da aposentadoria, mas o desmonte de todo o sistema de seguridade social", disse via assessoria de imprensa Vagner Freitas, presidente da CUT.
Segundo ele, os brasileiros enfrentam uma enorme crise e questionam o governo Bolsonaro, que, afirma, não tem proposta de política econômica.
| Folha de S. Paulo | | | | Curiosidade, resiliência e empreendedorismo são características fundamentais para um mercado de trabalho que está em constante modificação. É o que aponta Elatia Abate, instrutora da Universidade de Stanford (EUA) e especialista em futuro do trabalho.
Com experiência na liderança de gestão de pessoas do Wall Street Journal, AB Inbev e Dow Jones, ela destaca que as pessoas precisam ser protagonistas de sua carreira - ser o capitão -, buscar oportunidades continuas de mudar e agregar valor ao que faz e saber integrar vida e trabalho.
A ideia de que a gente tem uma vida feliz, se não estamos felizes no trabalho, é totalmente louca. Passamos mais de 50% do nosso tempo fazendo atividades relacionadas ao trabalho. Então, a busca é por trabalho que está alinhado com aquilo que a gente valoriza.
Quando saí na minha jornada sobre o futuro do trabalho, que comecei em janeiro de 2017, eu coloquei tudo o que tenho, exceto o que cabe em uma bagagem de mão, em um armazém. O objetivo foi o de buscar respostas à pergunta: como você vai emponderar as pessoas?
Existe uma distinção do que é absolutamente fundamental para ajudar as pessoas não apenas a sobreviver - porque sobreviver é apenas algo muito limitado -, mas sim em prosperar. É a distinção entre capitão e cativo.
A gente pode se deixar ser cativo frente às circunstâncias de mercado, de nossa empresa, da sociedade.
Enfim, simplesmente ficar esperando o que vai acontecer. Ou a gente pode assumir o papel de capitão, fazendo uma pergunta mais crítica: dado tudo isto onde a gente está, o que queremos criar? O que eu quero fazer com esta situação atual? Esta aqui é a pergunta chave, a distinção entre capitão e cativo.
Quais exigências a globalização está impondo aos profissionais atuais? E aos do futuro?
A palavra exigência me parece uma coisa dura, que está demandando da gente. Eu enxergo isso como um convite: quais os convites que a globalização e a tecnologia está nos trazendo para melhorarmos enquanto pessoas, para criarmos coisas de valor no mercado? Ao invés de exigências impostas, convites colocados. O mais importante de tudo é a resiliência.
Sim, a gente pode aprender inglês ou outra língua! Sim, a gente pode aprender codificação! Mas, mais do que isto, a gente tem de ficar cada vez mais curioso no sentido de entender o que está acontecendo aqui, no mundo, no mercado e como está impactando meu mundo. Existe algum problema aqui na sociedade que poderia ajudar a resolver? E, daí, como colocar isso em ação?
Este mundo que parece estar ali na frente, já está aqui hoje. Não estamos falando de um momento futuro, que temos de esperar 5, 10, 20 anos para acontecer. O convite é para ficarmos mais curisosos, buscando a oportunidade da gente melhorar e criar mais valor por meio desses conhecimentos.
Podemos esperar mais diversidade nos ambientes de trabalho? As empresas irão selecionar o candidato mais atrativo para a vaga em questão, sem se importarem com gênero, idade ou com o lugar onde este profissional vive, mesmo que seja a quilômetros do escritório?
Acho que além de esperar, a gente tem que demandar mais diversidade nos ambientes de trabalho. Por quê? Porque cada vez mais, as empresas que existem hoje são de tecnologia. Querendo ou não, mesmo o Domino's, que vende pizza, é uma empresa de tecnologia que, por acaso, entrega pizza. Então, quem está fazendo as programações? Quem as criando os algoritmos? Se a gente não começa a criar esses algoritmos com mais diversidade, a gente cai em resultado que vai ser menos diverso.
Os modelos que eu ensino às empresas, que eu divido com as empresas, principalmente sobre recrutamento e seleção é que a gente está mudando de um modelo onde se buscava pessoas apenas nas melhores escolas para o modelo que se buscam as melhores pessoas mesmo.
Isto a gente já vê isso no mercado. Google, Apple, EY muitas outras empresas já jogaram fora o critério de você já ter se formado para poder tentar uma vaga. Um diploma não é um bom indicador se você vai ser bem sucedido no mercado de trabalho. Agora, então, elas estão em busca sempre melhores profissionais independendo do caso, ao invés de se concentrar nas escolas.
A tecnologia vai abrir a possibilidade de times no mundo inteiro nos cantos mais longínquos possíveis juntarem as melhores pessoas para exercerem as funções requeridas.
Sobre flexibilidade: trabalhar de qualquer lugar fora do escritório será permitido com mais frequência? Será uma ação encorajada pelas empresas?
Acho que a gente tem de falar da integração entre trabalho e vida. As estatísticas, desde 1986, quando o Gallup e outras empresas começaram a medir o engajamento nas empresas, são horríveis. Mundialmente, mais ou menos 87% das pessoas estão desengajadas no trabalho.
A ideia de que a gente tem uma vida feliz, se não estamos felizes no trabalho, é totalmente louca. Passamos mais de 50% do nosso tempo fazendo atividades relacionadas ao trabalho. Então, a busca é por trabalho que está alinhado com aquilo que a gente valoriza.
A gente não precisa mais separar o que é trabalho da vida, porque trabalho é uma extensão da gente como ser humano e a realização do ser humano. É preciso integrar as duas coisas.
E quanto aos horários?
Quanto aos horários, a grande maioria perde muito tempo, muita eficiência com reuniões. Esta semana vi em algum canto, não sei se foi em Harvard, falando da ineficiência das reuniões.
Acho que, quanto a horários, esse negócio de a gente entender essa integração (entre vida e trabalho) vai ser cada vez mais importante. A criação de acordos de quando o trabalho acontece ou é esperado vai ser mais importante também.
Frequentemente se fala que 70% a 80% das crianças de hoje trabalharão em funções que não existem: O que se deve fazer? Como se preparar?
Esta é uma das perguntas que mais me fazem: o que devo fazer com meu filho? A resposta curta é que quase não importa! Vai ter tanta mudança! Quase ninguém exerce aquilo que estudou na faculdade. Eu mesmo me formei em ciências políticas e nunca exerci a profissão. Uma coisa é fundamental: praticar a resiliência! Colocar os seus filhos em lugares onde tenham a oportunidade de lidar, sobreviver e prosperar frente ao desconhecido. Isto é mais fundamental do que qualquer outra coisa
O passado do trabalho era assalariado. O futuro, empreendedor: seja dentro de uma empresa que demanda que as pessoas tenham esse perfil, seja por necessidade ou desejo. As pessoas criarão empresas escaláveis, e também irão em direção ao trabalho freelancer. Então, é preciso entender o que é empreender, como que funciona, quais são os conceitos básicos como fluxo de caixa, nicho de mercado, etc, etc. Para preparar as crianças e nos preparar vai ser preciso: resiliência, resiliência e resiliência. E, em segundo plano, esse conceito empreendedor.
| Folha de S. Paulo (publicado em 10-06-2019) | | | | O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 6,7 pontos na passagem de abril para maio, para 85,8 pontos, o menor patamar desde junho de 2016, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, 10.
“A quarta queda seguida do IAEmp registrada em maio reforça o cenário de calibragem das expectativas sobre a evolução do mercado de trabalho em 2019, fruto de um desapontamento com o ritmo de recuperação da atividade econômica e dos elevados níveis de incerteza. Enquanto esse quadro persistir é difícil imaginar uma recuperação consistente do IAEmp”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 0,9 ponto em maio, para 95,7 pontos. “O ICD voltou a ficar acima dos 95 pontos em maio de 2019. Apesar de ainda estar abaixo do nível do período eleitoral, o terceiro resultado negativo e o patamar elevado confirmam a percepção de lentidão na recuperação do mercado de trabalho”, completou Rodolpho Tobler.
O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto menor o patamar, menos satisfatório o resultado.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
Todos os componentes do IAEmp registraram quedas na passagem para maio. As maiores contribuições para o recuo do indicador foram dos itens Emprego Local Futuro dos Consumidores (-13,4 pontos) e Tendência de Negócios do setor de Serviços (-9,1 pontos).
No ICD, as classes de renda que mais contribuíram para o aumento do indicador foram as que recebem até R$ 2.100,00 mensais (+2,3 pontos) ou acima de R$ 9.600,00 mensais (+3,4 pontos).
| Tribuna PR (publicado em 10-06-2019) | | | |
Está marcada para o dia 18 de junho a 6ª rodada de negociações entre a Eletrobras e seus empregados, depois que a empresa recusou modificar a proposta de ajuste salarial de 1,5%, contra os cerca de 4,5% pedidos, e insistir em acabar com cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) consideradas conquistas históricas pela categoria, principalmente a que proíbe demissões em massa.
Segundo informe do Sindicato Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF), a reunião poderá não ser realizada se o Tribunal Superior do Trabalho (TST) acatar requerimento da Federação Nacional dos Trabalhadores de Indústrias Urbanas para intermediar a negociação, considerada a mais dura da categoria em muitos anos.
A estatal está na lista de privatizações do governo e tenta melhorar a performance econômica com a redução de custos, entre eles, de gastos com pessoal.
A intenção é reduzir o quadro em 1.750 pessoas, segundo documento interno ao qual o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) teve acesso, depois de apenas 437 terem aderido ao Plano de Demissão Consensual (PDC).
Enquanto decidem o acordo, os empregados da Eletrobras no Rio de Janeiro vão se reunir na terça-feira, 11, em frente à ex-sede da companhia, para atualização das negociações e preparação para a greve geral do dia 14, que segundo a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) terá a adesão da categoria.
A quinta rodada de negociações entre Eletrobras e a direção da empresa foi realizada no dia 4 de junho, quando a estatal decidiu prorrogar a vigência do ACT até o próximo dia 30, para manter a negociação em andamento.
Um dos pontos que a Eletrobras não concorda é a manutenção de uma cláusula que garante o desconto das mensalidades dos sindicatos nos salários dos trabalhadores.
| Tribuna PR (publicado em 10-06-2019) | | | | Com a modificação, R$ 95 bi deixariam de ser economizados pelos cofres públicos
A equipe que trabalha na nova versão da reforma da Previdência estuda uma regra de transição mais vantajosa para trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos.
O objetivo é reduzir os impactos da reforma para aquelas pessoas que estão próximas a completar os requisitos de aposentadoria.
Cálculos preliminares indicam que, com a mudança, R$ 95 bilhões deixariam de ser economizados pelos cofres públicos.
A ideia dessa transição é cobrar um “pedágio” sobre o tempo de contribuição que falta para se aposentar.
O “pedágio” seria de 100%. Ou seja, para quem ainda precisa de três anos de contribuição para atingir os critérios de aposentadoria, a exigência seria de seis anos.
Pessoas que ingressaram no mercado de trabalho muito cedo conseguiriam, mesmo assim, cumprir as exigências antes de uma faixa etária considerada razoável por pessoas envolvidas nas discussões.
Por isso, o trabalhador que optar por esse modelo de transição também teria de completar 60 anos de idade, se homem, e 57 anos, se mulher.
A regra valeria para os trabalhadores da iniciativa privada e para servidores mais antigos que querem manter benefícios como a integralidade (aposentadorias com mesmo valor do salário) e paridade (aposentadoria com mesmos aumentos dados para quem está na ativa na carreira).
Essa seria mais uma opção de transição para as idades mínimas de 65 anos, se homem, e de 62 anos, se mulher.
O modelo final dessa transição ainda está em análise. Técnicos do governo resistem à ideia.
No caso do setor privado, ficariam mantidas as outras três alternativas para que o trabalhador calcule qual é o modelo mais vantajoso para conseguir se aposentar.
A alternativa em estudo tende a ser mais benéfica para aqueles que ainda precisam, por exemplo, de três, quatro ou cinco anos para se aposentar e que entraram no mercado de trabalho cedo.
Na proposta original, enviada pelo presidente Jair Bolsonaro, em fevereiro, o governo propôs uma transição mais suave para trabalhadores que precisariam de apenas mais dois anos para cumprir os requisitos da aposentadoria por tempo de contribuição (35 anos para homens e 30 para mulheres) no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Para aqueles que precisariam de mais de dois anos de contribuição, restariam apenas as outras duas regras de transição.
Segundo técnicos legislativos, quem entrou no mercado de trabalho cedo e ainda precisaria de três anos ou pouco mais para completar os requisitos da aposentadoria por tempo de contribuição teria de trabalhar muito mais.
Por exemplo, um homem de 50 anos de idade e que começou a contribuir com 18 anos teria hoje 32 anos de contribuição. Faltariam apenas três anos para ele se aposentar por tempo de contribuição.
Mas, se as regras a serem propostas pelo governo já estivessem valendo, ele se aposentaria em 2031 com 63 anos de idade, pelo sistema de transição que soma idade e tempo de contribuição.
Aplicando o “pedágio” de 100% sobre os três anos que faltariam atualmente, esse homem trabalharia até os 56 anos.
Por isso, há o piso de 60 anos, se homem, e de 57 anos, se mulher, para quem optar por esta transição.
No caso de um homem de 45 anos, que entrou no mercado de trabalho aos 20 anos e hoje teria 25 anos de contribuição, faltariam 10 anos para se aposentar. Aplicar o “pedágio” de 100% não seria vantajoso e, assim, ele teria que optar por outra regra de transição.
Como também vale para servidores, a transição em análise foi uma solução encontrada diante da pressão de corporações para aliviar as regras para aqueles que têm direito à integralidade e paridade.
A proposta do governo exige que servidores que ingressaram no funcionalismo público até 2003 só poderiam se aposentar com essas benesses após completar 65 anos de idade, se homem, e 62 anos, se mulher.
| Folha de S. Paulo | | | | A palavra “produtividade” tem circulado pela imprensa falada e escrita como sendo o principal obstáculo ao crescimento econômico e ao desenvolvimento social brasileiro. As palavras “produção” e “produtividade” permitem confusões, e não significam a mesma coisa. Produção é a quantidade total de bens e serviços produzidos pelo país, cuja medida mais usada é o PIB (Produto Interno Bruto).
É interno por se referir à produção feita dentro do território nacional, e é bruto por considerar a totalidade dos bens e serviços produzidos sem descontar o desgaste do “capital físico” (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, prédios, máquinas, equipamentos, etc.). Ao dividir o PIB pela população, tem-se o produto por habitante, que é exatamente igual a renda per capita (renda por pessoa) tão divulgada pelos meios de comunicação.
A produtividade por hora de trabalho é obtida dividindo o PIB do ano pelo número total de horas trabalhadas pelas pessoas no mesmo período. O Brasil encerrou 2018 com 208,5 milhões de habitantes e 104 milhões em condições de trabalhar. Como há desempregados e subempregados, as estatísticas revisadas mostram os seguintes dados referentes a 2017: O PIB brasileiro por habitante foi de US$ 10 mil/ano (nos Estados Unidos foi de US$ 59,5 mil) e a produtividade do trabalho foi de US$ 13,73 (nos Estados Unidos foi de US$ 70,00). Esses números explicam a diferença entre o padrão de vida médio no Brasil e o padrão médio norte-americano.
A comparação internacional e a pobre realidade brasileira conduzem à conclusão de que as duas metas mais importantes de qualquer governo no Brasil são (1) promover o aumento do PIB a uma taxa superior à taxa de aumento populacional e (2) elevar a produtividade do trabalho. O problema brasileiro mais relevante nos últimos 60 anos tem sido desperdiçar sistematicamente as décadas, com períodos raros de prosperidade.
Há um elemento lamentável e também responsável pelo atraso do país: o inchaço crônico e a desestruturação financeira do setor público, principalmente nos períodos de alguma prosperidade, quando o setor estatal, pela boa arrecadação tributária, desperdiçou, cresceu, gastou muito mal e contaminou-se de corrupção. A desordem fiscal e a falência financeira gritante da quase totalidade dos 5.570 municípios, 26 estados, Distrito Federal e na União são provas do caos das contas públicas.
Para piorar a situação, a produtividade mundial passou por períodos de desaceleração, por várias razões. A primeira, o baixo investimento em várias partes do mundo, sobretudo em infraestrutura física e empresarial (aqui no Brasil, esse investimento deveria ser pelo menos de 25% do PIB, mas não consegue chegar a 16%). A segunda, as inovações perderam fôlego durante alguns anos deste milênio e andaram fracas, embora nos últimos sete anos estejam dando mostras de que podem se acelerar.
A terceira razão está na baixa produtividade dos serviços, cujos setores têm dificuldade em aumentar a produto por hora de trabalho.
Quanto ao Brasil, o país está longe demais de atingir a produtividade dos países desenvolvidos e, por isso, não consegue elevar a renda por habitante, tanto pelo já citado baixo investimento em relação ao PIB, como pelo baixo nível de escolaridade, a insuficiente qualificação profissional, o baixo desempenho na expansão do conhecimento tecnológico, o ambiente jurídico-político inibidor do empreendedorismo e mais um leque de problemas que impedem o crescimento e a superação da pobreza.
O principal desafio deste fim de década é começar a consertar a trágica situação das contas do setor público e conter o crescimento da dívida consolidada do setor governamental. Sem isso, a lentidão da recuperação e os baixos índices de crescimento do PIB não serão revertidos. É um desafio que não será vencido em poucos anos, pois o quadro é grave. Não se trata de missão impossível, trata-se de missão factível desde que as reformas e as medidas necessárias para corrigir os problemas sejam aprovadas e executadas com um mínimo de eficiência.
| Gazeta do Povo (publicado em 10-06-2019) | | | | Economista é um dos responsáveis pelo plano de liberação desses recursos elaborado em 2017
O impacto da liberação de dinheiro extra do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do PIS/Pasep pode elevar em 50% o crescimento da economia neste ano.
A estimava é do economista Marcos Ferrari, um dos responsáveis pelo plano de liberação desses recursos elaborado em 2017, na gestão Michel Temer.
Na época, a equipe do antigo Ministério do Planejamento calculou um impacto de 0,61 ponto percentual no PIB (Produto Interno Bruto) do ano com a liberação de R$ 44 bilhões somente de contas inativas do FGTS.
Desta vez, Ferrari diz que é possível injetar R$ 37 bilhões na economia com parte das contas inativas, das contas ativas e também com o PIS/Pasep.
O impacto sobre o PIB seria de 0,58 ponto percentual, mais da metade do crescimento previsto para este ano pelos economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus, de 1%.
A injeção de recursos naquele ano teve impactos positivos, como redução de endividamento, queda da inadimplência e aumento do consumo, além de ajudar a sustentar a primeira alta do PIB após dois anos de recessão.
O crescimento foi de 1,1% em 2017 e em 2018, após a queda acumulada de 7,6% em 2015 e 2016.
“Os canais de transmissão dessas medidas são os mesmos de 2017. Não mudam no curto prazo. Por isso, usei um modelo bem próximo do que foi usado naquela época”, afirmou Ferrari, que era secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento em 2017.
Naquela época, foi liberado o saque de contas inativas do FGTS até dezembro de 2015. Do total disponível, sobraram R$ 4 bilhões sem serem sacados, boa parte, contas com pequenos valores.
Ferrari estima que, com os valores acumulados nos últimos três anos, os saques podem chegar a R$ 16 bilhões. O cálculo é mais conservador do que o número apresentado preliminarmente pelo Ministério da Economia, cerca de R$ 20 bilhões.
Em relação ao PIS/Pasep, o economista estima a liberação entre 40% e 60% de um saldo de R$ 22 bilhões, pois muitos beneficiários já morreram e as regras e normas operacionais dificultam o saque pelos seus herdeiros.
Dessa forma, o impacto das duas medidas ficaria em 0,429 ponto percentual (R$ 27 bilhões).
O governo tem falado ainda em liberar parte das contas ativas para saque, algo que também foi discutido há dois anos.
“A dificuldade de avançar nas contas ativas é manter os indicadores do FGTS previstos em lei”, afirmou Ferrari.
“Na nossa época, chegamos a cogitar liberar a conta ativa para pessoas endividadas em um limite de até 5% da conta vinculada, mas concluímos que seria um corte difícil de controlar. A melhor ideia foi ficar com as inativas, que foi linear e valendo para todo mundo”, disse.
Segundo Ferrari, se o governo estabelecer uma regra em que se chegue a R$ 10 bilhões de liberação em contas ativas, seria possível atingir o impacto de acréscimo de 0,58 ponto no PIB, praticamente o mesmo efeito verificado com o FGTS em 2017.
“O governo está no caminho certo de estudar a liberação de um novo lote de recursos do FGTS e PIS/Pasep. Toda medida é bem-vinda para reverter as expectativas baixistas do PIB”, afirma o ex-secretário.
Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (10) revisaram a projeção de crescimento da economia para este ano de 1,5% para 1% nos últimos 30 dias.
Para 2020, a projeção que seguia em 2,5% há seis semanas foi revisada para 2,23%, influenciada pelo resultado do PIB divulgado no fim do mês passado.
O IBGE informou em maio que o PIB recuou 0,2% de janeiro a março, ante o quarto trimestre de 2018.
Em relatório divulgado na sexta-feira (7), o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco informou que reduziu a projeção de crescimento do PIB em 2019 de 1,1% para 0,8% após a divulgação do resultado trimestral.
Essa estimativa pode ser alterada em função de eventuais estímulos ao consumo, como a liberação de recursos do FGTS e PIS/Pasep.
| Folha de S. Paulo | | | | Sine Bahia oportuniza vagas e serviços para cidadãos e empregadores baianos.
Além de as taxas de desocupação se manterem estáveis, a lenta retomada econômica também faz com que o tempo de permanência no desemprego permaneça elevado
A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado voltou a defender a necessidade de uma reforma sobre a estrutura de despesas obrigatórias do Estado brasileiro. Na edição de junho do Relatório de Acompanhamento Fiscal, publicada nesta segunda-feira (10), a IFI apontou que a pressão exercida por essas despesas, dentro do conjunto do Orçamento, comprometem os investimentos públicos.
“A manutenção da capacidade do Estado de conduzir políticas públicas nas áreas de saúde, educação e segurança pública, temas muito caros à população, passa por adequar os gastos obrigatórios. É importante repetir exaustivamente que a consolidação fiscal no país passa pela discussão do peso dos gastos obrigatórios no Orçamento público”, diz o relatório.
Devido à crise econômica prolongada, a taxa de investimento do país recuou para abaixo da sua média histórica no primeiro trimestre de 2019. Segundo a IFI, o setor público não compensa a retração do setor privado porque promove sucessivos apertos sobre as verbas discricionárias, a fim de cumprir regras fiscais.
No entanto, alerta a instituição, essa política, que se prolonga desde 2014, já dá sinais de esgotamento.
“A estratégia do Poder Executivo de promover o ajuste sobre os gastos discricionários está próxima do limite, em razão da impossibilidade de corte dessas despesas aquém de um montante mínimo correspondente ao funcionamento da máquina pública. Para 2019, a margem calculada é de R$ 110 bilhões, enquanto o nível mínimo para o funcionamento da máquina seria de R$ 75 bilhões.”
| Senado Notícias (publicado em 10-06-2019) | | | | Ciclo de queda acompanha as variações do mercado internacional de petróleo
A Petrobras anunciou nesta segunda (10) redução de 3% no preço da gasolina em suas refinarias. É o terceiro corte desde o dia 24 de maio, acompanhando a redução das cotações internacionais do combustível.
De acordo com a estatal, o litro da gasolina será reduzido em R$ 0,0549 a partir desta terça (11). Assim, o preço médio praticado pelas refinarias da empresa cairá de R$ 1,8144 para R$ 1,7595 por litro.
É o menor valor desde o dia 12 de março. Após três cortes consecutivos, o preço da gasolina vendida pela Petrobras acumula queda de 14%.
No dia 31 de maio, a estatal reduziu o preço da gasolina em 7,1%, fato que gerou comemoração do presidente Jair Bolsonaro no Twitter. Antes, no dia 24, a queda havia sido de 4,4%.
O repasse às bombas depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos de combustíveis. A gasolina vendida pela Petrobras corresponde a 31% do preço final do produto.
O ciclo de queda acompanha as variações do mercado internacional de petróleo. Desde a o fim de maio, quando o último corte foi anunciado, o preço da gasolina no Golfo do México caiu 4,5%, de acordo com a agência americana de informações em energia.
A política de preços dos combustíveis da Petrobras considera as variações das cotações internacionais e da taxa de câmbio. Acrescenta ainda os custos para trazer os produtos ao mercado brasileiro.
Para a gasolina, a política estabelece prazos máximos de 15 dias para reajustes. No caso do diesel, os reajustes não podem ocorrer em prazos inferiores a 15 dias, medida adotada em meio a crescentes insatisfações dos caminhoneiros.
O último ajuste no preço do diesel foi anunciado também no dia 31 de maio, quando o valor praticado pelas refinarias da Petrobras foi reduzido em 6%.
Desde março, a Petrobras pratica prazos mínimos de 15 dias para reajustes no preço do diesel. Já a política de preços da gasolina prevê prazos máximos de 15 dias para alterações.
| Folha de S. Paulo (publicado em 10-06-2019) | | | | Tentativa de reformar comitê é resultado da prisão do executivo Carlos Ghosn no Japão
A Renault informou à Nissan que bloqueará os planos da companhia japonesa para reformar sua conturbada governança empresarial, complicando ainda mais o relacionamento já turvo entre os dois parceiros de aliança.
A decisão - revelada em uma carta enviada no sábado por Jean-Dominique Senard, 66, o presidente do conselho da Renault, a Hiroko Saikawa, o presidente-executivo da Nissan - representa uma reversão abrupta de política, e ameaça destruir meses de trabalho pela Nissan.
A carta de Senard foi enviada apenas duas semanas antes da assembleia geral de acionistas da Nissan, na qual a empresa esperava votar uma transição há muito planejada, que alteraria seu sistema de governança de um modelo de auditoria estatutária a um sistema de três comitês que fiscalizariam indicações para cargos, remuneração e auditoria.
De acordo com pessoas informadas sobre a carta - cujo teor não foi revelado publicamente -, Senard escreveu que, como detentora de 43% das ações da Nissan, a Renault havia decidido que se absteria na votação, o que negaria a maioria de dois terços de que a companhia japonesa necessita para ser aprovada.
Pessoas próximas à Nissan condenaram a decisão como "ultrajante e irresponsável".
O plano de um sistema formado por três comitês, em favor do qual Senard votou pessoalmente em diversas ocasiões, em seu papel como conselheiro da Nissan, surgiu depois de meses de avaliação interna na empresa, depois da prisão, em novembro de 2018, de Carlos Ghosn, que foi presidente-executivo e do conselho de ambas as companhias.
Em seu período no posto, Ghosn vinha tentando tornar "irreversível" a aliança entre as duas montadoras, o que enraiveceu muita gente na Nissan, que também temia a influência do Estado francês na empresa. As relações entre as duas companhias andam conturbadas há muito tempo, mas a pressão se intensificou com a saída de Ghosn.
Senard buscou reiniciar as negociações para uma fusão com a Nissan, pouco depois de assumir o comando da Renault, em um esforço para estabilizar o relacionamento. Mas depois de ver seus planos rejeitados mais uma vez, ele se voltou à Fiat Chrysler (FCA). A Nissan só foi informada das conversações quanto a uma possível fusão com a FCA no último momento, solapando a confiança entre os dois lados.
A FCA retirou sua proposta de fusão depois que o Estado francês, que detém 15% das ações da Renault, exigiu mais prazo para garantir o apoio da Nissan à união.
Representantes do governo francês disseram que sua decisão de postergar a decisão foi causada em parte pela declaração dos representantes da Nissan no conselho da Renault de que eles se absteriam, em lugar de votar a favor da fusão.
E, embora o ministro francês das finanças Bruno Le Maire tenha expressado apoio a Senard publicamente, alguns representantes do governo francês disseram que, em conversas privadas, ele os assegurou de que a Nissan apoiava o acordo, e acusou o presidente da Renault de ingenuidade,
Nesta segunda-feira, contudo, o ministro da Economia Francês, Bruno Le Maire, disse que a fusão continua sendo uma boa oportunidade
Em Tóquio, ele reforçou o desejo de manutenção da atual aliança Renault-Nissan e dos postos de trabalho.
Pessoas próximas à Nissan especularam que a intervenção de Senard possa representar um esforço de ganhar influência sobre a parceira de aliança - ou pela expectativa de que a FCA retorne à mesa de negociação ou porque Senard deseja retomar as negociações de fusão com a Nissan.
Depois da prisão de Ghosn, a Nissan criou um comitê especial para analisar seus problemas de governança e propor melhoras. A principal recomendação foi a introdução imediata de um sistema de governança formado por três comitês. O conselho da Nissan, que inclui Senard, aprovou a ideia por unanimidade em 15 de maio.
Na carta de sábado, disseram pessoas informadas sobre seu conteúdo, Senard justificou a reviravolta abrupta argumentando que o sistema de três comitês poderia de alguma forma ser usado para reduzir a influência da Renault como maior acionista da Nissan.
Pessoas informadas sobre o raciocínio de Senard enfatizam que a carta era "um passo, mas só um passo", nos preparativos para a assembleia geral de acionistas da Nissan, e que a posição de Renault podia mudar.
As mesmas pessoas disseram que a Renault estava buscando garantir que seus direitos como acionista fossem mantidos, acrescentando que a montadora francesa tinha preocupações sobre a futura composição dos comitês e sobre como os poderes do conselho seriam transferidos a esses comitês.
"Senard claramente não quer que isso seja percebido como uma declaração de guerra, mas como o início de uma negociação", disse outra pessoa próxima à Renault.
Nissan e Renault se recusaram a comentar.
| Folha de S. Paulo (publicado em 10-06-2019) | | | | A Volkswagen dificilmente voltará a ter lucro em sua operação no Brasil em 2019. Foi o que afirmou nesta segunda-feira, 10, o vice-presidente de vendas e marketing da montadora, Gustavo Schmidt. Segundo ele, o principal problema é a alta do dólar, que encareceu insumos utilizados pela fabricante para a produção de veículos, em especial o aço.
A afirmação sinaliza uma mudança de expectativa em relação ao otimismo demonstrado pela empresa no final de janeiro. À época, o presidente da Volkswagen para a região da América do Sul e Caribe, Pablo Di Si, afirmou que a montadora estava muito perto de sair do prejuízo e que a operação voltaria a dar lucro em 2019, depois de seguidos anos no vermelho. Segundo ele, a virada só não havia ocorrido ainda por causa da crise da Argentina, para onde a fabricante envia a maior parte da produção brasileira destinada à exportação.
A expectativa de Di Si era sustentada principalmente pela aposta de recuperação da economia brasileira. Em janeiro, as principais instituições financeiras do País estimavam que o PIB cresceria entre 2% e 3% em 2019, impulsionado pelas reformas prometidas pelo governo Jair Bolsonaro.
No entanto, as dificuldades de articulação política do governo deixaram os bancos mais cautelosos, reduzindo as projeções para números mais tímidos, em torno de 1%. O dólar, por sua vez, subiu. No dia 23 de janeiro, quando o presidente da Volkswagen disse que a montadora voltaria a ter lucro em 2019, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 3,76. Depois de superar a casa dos R$ 4 ao longo das últimas semanas, fechou nesta segunda a R$ 3,88.
A dificuldade da Volkswagen de registrar lucro ocorre mesmo em um momento de aumento das vendas. O mercado de automóveis no Brasil cresceu 11,2% no acumulado de janeiro a maio. No entanto, a maior parte desse crescimento se deve a clientes corporativos. Os consumidores tradicionais, que resultam em vendas com maior margem de lucro, ainda apresentam resultados tímidos.
Para Schmidt, vice-presidente de vendas da Volkswagen, o mercado voltado ao consumidor comum só deve acelerar no segundo semestre deste ano, quando os níveis de confiança dos agentes econômicos estiverem maiores, impulsionados pela esperada aprovação da reforma da Previdência.
| Gazeta do Povo (publicado em 10-06-2019) | | | | Carros lançados desde 2017 representam 67% das vendas; participação da marca chega a 16,3% em maio
A Volkswagen já colhe bons resultados de sua safra de novos produtos no Brasil, que começou a ser plantada há dois anos, em 2017, quando foi iniciado o plano de 20 lançamentos até 2020, entre carros inéditos (como o novo Polo que deu início ao processo) e versões, nacionais e importados.
Os 13 veículos já lançados desde então hoje representam 64% das vendas da marca no País, enquanto os remanescentes de tempos anteriores ficam com 36%, incluindo o ex-campeão Gol e seus derivados Voyage e Saveiro, além do Fox. Com a gama atual, saltou de 78% para 92% a cobertura da gama sobre os segmentos do mercado brasileiro.
Mais do que apresentar novidades, a Volkswagen também mudou a maneira de se comunicar com seu público na forma e no conteúdo, com ênfase no marketing digital, boa dose de humanização do discurso e busca de engajamento espontâneo crescente de consumidores pela via das mídias sociais.
Exemplo: as webséries de lançamento que foram revelando aos poucos os novos carros da marca no Youtube, que no caso do Polo foram vistas por 22,6 milhões de pessoas e, dois anos depois, por 68 milhões de curiosos sobre o T-Cross.
Segundo o vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil, Gustavo Schmidt, para ampliar o tamanho da imagem da marca nos ambientes virtuais e reais, de 2016 para 2017 foi necessário aumentar em cerca de 15% as verbas destinadas às diversas ações de marketing dos muitos lançamentos, mas desde então o orçamento anual para isso tem se mantido estável. “Nem posso pedir mais sem mostrar resultado”, pontua. O que mais mudou, ele diz, foi o foco.
“Éramos uma empresa muito centrada em produto, mudamos o foco para centrar nas pessoas. Não é só um slogan de marketing, nos aproximamos mais do nosso público. Os clientes querem mais tecnologia, conectividade, inovação e serviços. Por isso é estamos oferecendo tudo isso nos novos produtos”, diz Gustavo Schmidt.
SEM OBJETIVO FIXO NA LIDERANÇA
Os resultados da estratégia apareceram em pesquisas que apontam o crescimento da marca no reconhecimento do público em atributos como conectividade, segurança, inovação, tecnologia avançada e prestígio. Tudo isso foi traduzido em números mais vigorosos no mês passado, quando a Volkswagen alcançou participação de mercado de 16,3%, o maior porcentual em quatro anos, o que por pouco não colocou a fabricante no topo do ranking de marcas. “Lideramos até o dia 20, mas depois fomos ultrapassados (pela GM) porque não quisemos rebaixar os preços [com vendas diretas]. Queremos crescer com preservação da rentabilidade”, afirma Schmidt.
Ainda assim, foi uma evolução e tanto: quando o atual ciclo de lançamentos foi iniciado, em maio de 2017, o índice de participação de mercado era 3,5 pontos menor, 12,8%, e subiu a 15,2% um ano depois, em maio de 2018. “Estamos crescendo consistentemente desde quando lançamos a estratégia”, afirma o vice-presidente.
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2019 o market share da Volkswagen é de 14,7%, fixando-se assim há mais der um ano como a segunda marca de veículos mais vendida no País. “Poderíamos até ficar em primeiro se fôssemos mais agressivos nas vendas diretas, com descontos maiores, mas o objetivo não é ser líder dessa forma”, garante Schmidt.
T-CROSS, A ESTRELA DO MÊS
A estrela do mês foi o T-Cross, primeiro SUV Volkswagen fabricado no Brasil, que mesmo sem ter chegado ainda a todas as 503 concessionárias da marca no País, vendeu mais de 5 mil unidades desde a segunda quinzena de abril, 3 mil só em maio (7,8% do total de 38,6 mil veículos VW emplacadas no mês), sendo 55% delas da versão mais cara, a Highline 250 TSI, equipada com motor 1.4 turbo de 150 cavalos, que parte de R$ 110 mil e já tem fila de espera de 60 dias.
Este mês a fábrica de São José dos Pinhais (PR) alcançou a capacidade máxima de produção do modelo em dois turnos de trabalho, iniciado em abril com mais 500 pessoas na linha resgatadas do regime de layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho). “Com a produção no topo e todas as concessionárias abastecidas, a tendência é de aumento nas vendas do T-Cross nos próximos meses”, projeta Schmidt.
O executivo avalia que o T-Cross representou mais do que ele próprio para a Volkswagen no mês: “O carro fez aumentar muito o fluxo de loja no mês passado, o que acabou atraindo clientes a comprar outros carros. Assim o modelo contribuiu mais do que suas 3 mil unidades vendidas”, diz o executivo. Como exemplo ele cita que o Polo foi o quinto carro mais vendido em maio, o Virtus bateu seu recorde mensal com 5 mil unidades emplacadas, a Amarok V6 alcançou 16,8% de participação no segmento de picapes médias, enquanto o Tiguan Allspace mexicano vende acima de 1,2 mil por mês.
Respondendo à demanda maior por carros mais bem equipados, Schmidt conta que algumas mudanças nos pacotes de equipamentos deverão ser feitas em breve. “Vamos oferecer de série a chave presencial (destravamento e travamento das portas por aproximação e partida por botão) em opções mais baratas do T-Cross, porque é algo que o cliente está procurando muito. De maneira geral, a tendência é incorporar mais itens e simplificar as versões”, afirma.
Ele revela também que é mais elevada do que se esperava a procura pelo quadro de instrumentos 100% digital, o Active Info Display, que começou a ser vendido em pacotes de opcionais acima de R$ 3 mil nos carros nacionais da nova safra, primeiro no Polo, depois no Virtus e agora no T-Cross.
O dispositivo, por enquanto, tem a limitação de ser importado e só é ofertado nas opções topo de linha dos modelos, mas está em vias de ser nacionalizado pelo fornecedor, a Continental, que planeja a produção do cluster digital no Brasil. Se isso acontecer, viabilizará a introdução em mais versões. om.br/noticia/29392/volkswagen-acelera-com-novos-produtos-e-marketing-digital
| Automotive Business (publicado em 10-06-2019) | | | | A robótica colaborativa é uma tecnologia recente que permite que robôs possam trabalhar lado a lado a operadores, de forma colaborativa. Isso é possível porque esses robôs possuem sensores que permitem detectar colisões com qualquer obstáculo, privilegiando a segurança.
O impacto disto nas indústrias é gigantesco, uma vez que esses robôs conseguem realizar a mesma tarefa que pessoas, sem a necessidade de alterar demais o ambiente fabril para acomodá-los. Com isso, as fábricas podem aumentar a sua produtividade com a mesma quantidade de funcionários.
Os robôs inseridos neste contexto, porém, têm algumas restrições se comparados com os tradicionais. Entre elas estão: carregam pesos menores, trabalham com velocidades menores, têm alcances mais limitados. Entretanto, a implementação de um robô colaborativo não difere tanto de um projeto de um robô tradicional: é necessário desenvolver a garra (a mão do robô), verificar o alcance, o tempo de ciclo, a disposição dos materiais ao redor do posto de trabalho e sua integração com os equipamentos existentes.
Um ponto importante é que no caso do robô colaborativo é necessário considerar ainda os potenciais riscos ligados ao trabalho próximo a pessoas (ferramentas cortantes ou não, altura da movimentação, monitoramento da área ao redor, ...). A tecnologia usada para executar tarefas repetidas, como a robótica colaborativa, se destaca pois ajuda a prevenir LER ou problemas de segurança aos operadores.
Robótica colaborativa na Indústria 4.0
A robótica foi elencada como uma das 9 tecnologias chaves para indústria 4.0. Os robôs mais modernos possuem a capacidade de conectividade para serem monitorados em tempo real e adaptarem a sua atividade em função do que está sendo produzido.
No mercado, começaram a aparecer novos tipos de robôs colaborativos nos últimos 2 anos, os robôs móveis. Estes são parecidos com pequenos carros elétricos, e permitem movimentar cargas de um lado ao outro da fábrica, de forma totalmente autônoma. Eles têm vários sensores e são capazes de identificar o ambiente onde são inseridos para desviar de obstáculos e planejar rotas diferentes caso o caminho ideal seja obstruído. A Pollux foi precursora em introduzir esses robôs no Brasil.
De acordo com Cedric Craze, diretor da Pollux, a densidade robótica no país hoje é de 10 robôs para cada 10.000 trabalhadores. Países desenvolvidos têm entre 350 e 450 robôs para cada 10.000 trabalhador. “Mesmo assim, esses países têm um índice de desemprego bem menor que o Brasil. Isso significa que o aumento de produtividade dessas fábricas permite gerar mais empregos, geralmente mais voltados para novos produtos, novos serviços, etc”, conclui Craze.
| INDY4.0 | | | | Até agora, são 10 fabricantes de veículos e 22 de autopeças
O Rota 2030, programa de desenvolvimento industrial voltado à indústria automotiva, já conta com 32 empresas habilitadas, com base nas portarias divulgadas até agora pela Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, vinculada ao Ministério da Economia. Deste total, 10 são fabricantes de veículos e as demais 22 são empresas de autopeças e componentes fornecidos ao setor.
Vale lembrar que o Rota 2030 é dividido em três vertentes e a habilitação das empresas diz respeito a apenas uma delas, que é o incentivo tributário que as empresas poderão receber ao investirem em pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Esta habilitação não é obrigatória, mas voluntária, e uma vez habilitada a empresa se compromete em investir um porcentual mínimo do faturamento em P&D; em troca a regra prevê o abatimento de 30% dos investimentos realizados no valor do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), limitado a 30% dos tributos a pagar - o desconto sobe para 45% se os aportes forem feitos no desenvolvimento de componentes considerados estratégicos
Até agora, as habilitações foram publicadas de forma diluída. A primeira delas veio a público na edição do Diário Oficial da União (DOU) de 28 de dezembro de 2018, ainda no governo anterior por meio de portarias do MDIC, extinto após o novo governo tomar posse. Naquela ocasião, quatro fabricantes foram as primeiras habilitadas ao programa: Agrale, Volkswagen, Volvo e Voss Automotive, esta última uma empresa de autopeças.
Desde janeiro de 2019, as portarias referentes à indústria têm sido publicadas pela Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, conforme determinação do Ministério da Economia, que integra várias secretarias. A segunda leva de habilitações veio no DOU de 21 de maio de 2019, onde constam 22 habilitações, das quais cinco montadoras e 17 autopeças.
O terceiro lote de empresas habilitadas foi divulgado há menos de uma semana, na edição do DOU de 5 de junho, com portarias para a habilitação de seis empresas, sendo duas montadoras e quatro autopeças.
Veja abaixo a lista completa das 32 empresas habilitadas até agora ao Rota 2030 com a data da publicação e a portaria correspondente.
Habilitadas em 5 de junho de 2019 (veja a edição do DOU página 25):
Fras-le (Portaria nº 243)
Volvo (244)
General Motors (246)
S Riko Automotive (247 e 248)
Brascabos (249)
Prometeon Tyre (250).
Habilitadas em 21 de maio de 2019 (veja a edição do DOU página 26, página 27 e página 28):
Viemar Indústria e Comércio (Portaria nº 211)
FCA Fiat Chrysler (212)
CNH Industrial (213)
KLL Equipamentos de Transporte (214)
Borghetti Turbos e Sistemas Automotivos/Master Power (215)
Valeo Climatização (216)
Gestamp (217)
Delphi Powertrain (219)
Dana (220)
Weidplas Brasil Indústria e Comércio de Plásticos (221)
Renault (222)
Rudolph Usinados (223)
Mercedes-Benz (224)
Schulz (225)
Marcopolo (226)
Brose (227)
Scania (228)
Setbus Soluções Automotivas (229)
Iochpe Maxion (230)
WEG Drivers & Controls Automação (231)
Metalmatrix Indústria Metalúrgica (232)
Nelson Metalurgia (233).
Habilitadas em 28 de dezembro de 2018 (veja a edição do DOU página 378):
PSA Peugeot Citroën (Portaria nº 2.177)
Voss Automotive (2.178)
Volkswagen (2.179)
Agrale (2.180)
| Automotive Business (publicado em 10-05-2019) | | | |
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