| 18 de Junho de 2019
Terça-feira
- Um ciclo que se repete
- Custos da indústria caem 1% no primeiro trimestre, diz CNI
- Presidente da CNI destaca investimentos das empresas brasileiras em compliance
- Setor produtivo critica e mercado financeiro minimiza queda de Levy
- Mercado passa a apostar em corte no juro após início fraco do 2º trimestre
- Abinee: corte de tarifa para eletrônicos importados prejudica investimentos
- Com dívidas de R$ 98,5 bilhões, Odebrecht pede recuperação judicial
- Diminuir imposto de importação de smartphone pode prejudicar indústria, diz associação
- Bolsonaro diz que se capitalização ficar fora de reforma, o ‘governo prossegue’
- Maia diz que trabalha para que reforma volte a incluir Estados e municípios
- Relator da reforma estuda poupar Bolsa de alta de tributo
- Será muito complexo discutir ISS com municípios na reforma tributária, diz Cintra
- Monitor do PIB da FGV aponta para queda de 0,1% em abril ante março
- IGP-M sobe 0,75% na 2ª prévia de junho ante 0,58% na 2ª prévia de maio, diz FGV
- ICCE mostra que economia segue em trajetória de lenta recuperação
- Carros elétricos terão isenção de IPVA até 2022 no Paraná
- Doria: negociações com Ford estão evoluindo; resposta positiva virá em breve
- Siemens disponibiliza trial de ferramenta de modelagem 3D em pré-lançamento
- Mercado precifica queda de juros no curto prazo e intensificará prefixados
|
Câmbio
Em 18/06/2019
|
|
Compra
|
Venda
|
Dólar
|
3,855
|
3,855
|
Euro
|
4,315
|
4,318
|
Fonte: BACEN
|
| | | | | Sumário
Nestes quatro primeiros meses de 2019, para os quais existem dados oficiais, estamos vendo uma série de sinais de enfraquecimento do dinamismo econômico. Dinamismo este que já se mostrava muito baixo diante da profundidade da crise pela qual o país passou em 2015-2016.
A contar pelo desempenho recente dos grandes setores da economia, o risco hoje é de que possa estar em processo um movimento semelhante ao que ocorreu no último ciclo recessivo. À frente dos demais, a indústria registrando taxas negativas, que se espalham para o conjunto da economia devido aos inúmeros vínculos que o setor estabelece com as outras atividades produtivas. Em seguida, o comércio e depois os serviços entrando no vermelho.
Após cair no 4º trimestre de 2018 e no 1º trimestre de 2019, a indústria permaneceu na região negativa em abril: -3,9% frente a abr/18. Muito contribuiu para este último resultado o forte declínio do ramo extrativo (-24%), devido aos efeitos diretos e indiretos do desastre de Brumadinho. Contudo, mesmo excluindo esta atividade, o quadro continua sendo de retrocesso. É o que mostra a queda de -1% na indústria de transformação.
De fato, o perfil das perdas industriais em 2019 é bastante generalizado. No acumulado de jan-abr/19, atingem 19 dos 26 ramos acompanhados pelo IBGE e 11 dos 15 parques regionais do setor. Isto é, 73% da indústria está no negativo seja do ponto de vista setorial seja do ponto de vista regional, gerando uma retração de -2,7% do agregado do setor no total nos quatro primeiros meses do ano.
Diante desta trajetória, a expectativa de crescimento da produção industrial para 2019, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, já encolheu para apenas +0,65%. O que significa que, caso a projeção se torne realidade, caminhamos para um nível de dinamismo que é quase a metade daquele de 2018, mostrando que a recuperação industrial pode ser um processo de fôlego curto: +2,5% em 2017, +1% em 2018 e provavelmente +0,65% em 2019.
Em um movimento menos intenso, mas também de nítida desaceleração está o comércio varejista. O resultado de +0,6% em jan-abr/19 frente ao mesmo período do ano anterior, embora ainda seja positivo, consiste em 1/3 da taxa de crescimento do último quadrimestre de 2018 e quase 1/6 da alta de +3,4% apresentada em jan-abr/18. Consideradas as vendas reais de veículos, autopeças e material de construção, o crescimento foi de +2,5% em jan-abr/19 contra +7,4% em jan-abr/18.
Dos 10 segmentos do varejo ampliado identificados pelo IBGE, 60% perderam ímpeto neste início de 2019 e metade ficaram no vermelho neste período. As vendas de bens de consumo duráveis, como móveis, eletrodomésticos e veículos, foram aqueles que mais desaceleraram, refletindo a piora da confiança dos consumidores e uma acomodação no quadro do crédito.
Além disso, as vendas de bens não duráveis, como as de supermercados, alimentos, bebidas e fumo não ficaram atrás. Este segmento reduziu seu resultado a ponto de voltar a registrar queda real em jan-abr/19. Desemprego elevado e crescimento muito moderado na renda das famílias ainda são obstáculos importantes à reativação dessas vendas.
Nos serviços, sinais de desaceleração só existem no 1º quadrimestre de 2019. Até então, conseguiam evitar quedas e tinham voltado a crescer no último quadrimestre de 2018. Ou seja, os serviços são os últimos a esmorecer, tal como ocorreu na última crise. Seu resultado no acumulado dos quatro primeiros meses do presente ano (+0,6%) ainda é positivo, mas ¼ inferior àquele de set-dez/18 (+0,8%).
Além de muito recente, por enquanto, a perda de ritmo está muito concentrada no segmento de serviços de transporte. Isso, contudo, funciona apenas como um alento parcial, porque a evolução do ramo de transporte reflete muito o nível de atividade da economia como um todo. Sua queda de -2,5% no 1º quadrimestre de 2019 consiste, então, em um sinal importante da fase adversa pela qual a economia brasileira está novamente passando.
Sintetizando as evidências de esmorecimento em todos os setores, o indicador IBC-Br do Banco Central, que funciona como uma proxy para o PIB, registrou pela quarta vez seguida uma variação negativa na série com ajuste sazonal no mês de abril de 2019: -0,47% frente a março. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda chegou a -0,62% em abril, mas já tinha sido expressiva em março, de -2,37%. Já as expectativas para o PIB de 2019, divulgadas pelo boletim Focus/BCB nesta segunda-feira, caíram pela primeira vez abaixo de 1%, ao registrar 0,93%.
Indústria
Em abril de 2019, a indústria continuou fora dos trilhos da recuperação. A perda de produção chegou a -3,9% frente ao mesmo mês do ano passado, acentuando o retrocesso acumulado nestes quatro meses de 2019. Nem a variação de +0,3% na série com ajuste sazonal retira, por enquanto, a conclusão de que a indústria entrou novamente em recessão.
Assim, um mês após o outro, as quedas vêm se renovando, como resultado de fatores que vão muito além de certas dificuldades, que embora importantes para o recuo mais recente, são de caráter pontual. A engrenagem do crescimento industrial está travada por razões muito mais sistêmicas do que o desastre de Brumadinho, por exemplo, que prejudicou muito o ramo extrativo.
Dentre os macrossetores industriais, bens de capital e bens de consumo duráveis acumulam queda de -3,1% e de -2,2% no quadrimestre jan-abr/19, respectivamente, sendo estes os líderes do atual quadro recessivo, que para a indústria como um todo implica declínio de -2,7%. Em bens de consumo semi e não duráveis, cuja evolução depende da renda corrente das famílias, a retração de -1,3% em jan-abr/19, embora não seja muito intensa, se dá sobre resultado de -0,3% no acumulado de 2018 como um todo.
Por sua vez, refletindo a involução industrial como um todo, bens intermediários, que produzem insumos e componentes para os demais, não só registraram o declínio mais acentuado em jan-abr/19 (-3,1%), ao lado de bens de capital, como também já tinham caído no 3º quadrimestre de 2018 (-2,0% ante o mesmo período do ano anterior).
Regionalmente, das 15 localidades acompanhadas pelo IBGE, 9 ficaram no vermelho em abril último em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de jan-abr/19, foram 11 localidades no negativo, isto é, 73% do total.
Estados em que o setor extrativista tem uma participação importante em sua estrutura industrial aparecem entre aqueles com os recuos mais acentuados em relação a um ano atrás, muito disso devido aos efeitos diretos e indiretos do rompimento de barragens de rejeitos deste setor. São os casos de Pará (-31% ante abr/18), Espírito Santo (-18%), Minas Gerais (-10,9%) e Rio de Janeiro (-8,8%).
Os desempenhos negativos, contudo, não se resumem a estas localidades e já vêm de muito mais tempo. Usando como critério a sequência de resultados dos últimos meses, há quatro destaques negativos e um positivo a serem feitos.
Dentre os negativos, é o polo industrial do Sudeste quem apresenta a sequência mais longa de retrocessos em relação a um ano atrás. Dos últimos oito meses, isto é, de set/18 a abr/19, tanto Rio de Janeiro como São Paulo registraram sete meses no vermelho. Com isso, ambos apresentaram perdas no 4º quadrimestre de 2018 e no 1º quadrimestre de 2019: -4,9% e -2,6%, respectivamente, para São Paulo; e -2,9% e -3,2% para o Rio de Janeiro. O único alento é que a queda de São Paulo tem se amenizado.
O terceiro destaque negativo é o desempenho da Região Nordeste como um todo. Dos últimos seis meses, registrou retrocesso na produção industrial em cinco deles. Assim, não só ficou no vermelho no último quadrimestre de 2018 (-0,8%), como o quadro se agravou mais no acumulado dos primeiros quatro meses de 2019 (-3,4%).
Outra localidade em que a fase de adversidade dura vários meses é o Amazonas. Dos últimos seis meses, caiu em quatro deles. Em abr/19 foi um dos que cresceram, mas a alta de +4% não chegou nem perto de compensar o declínio de março (-10,8%). Como resultado, registrou -6,2% no 4º quadrimestre de 2018 e -3,0% no primeiro de 2019.
Por fim, o único destaque positivo continua sendo os três estados da região Sul, cuja recuperação industrial tem se mostrado mais consistente. O Rio Grande do Sul é quem cresce mais e há mais tempo: dos 16 meses desde jan/18, 13 tiveram taxas positivas na comparação interanual, acumulando alta de +9,9% no 4º quadr/18 e de +6,2% no 1º quadr/19. Paraná também cresceu +6,2% em jan-abr/19 e Santa Catarina, +3,0%.
Comércio
Por enquanto, para o comércio varejista 2019 ainda não mostrou a que veio. As vendas reais no mês de abril recuaram -0,6%, mantendo a gangorra que tem marcado a série com ajuste sazonal desde janeiro. Se consideradas as vendas de automóveis, autopeças e material de construção, o varejo não saiu do lugar na passagem de março a abril.
Com isso, em seu conceito restrito, o nível real de vendas em abril voltou a ser exatamente aquele de dezembro do ano passado, isto é, resultado de 0% na comparação abr19/dez18 com ajuste. No caso do varejo ampliado, não ter ficado no vermelho no último mês ajuda um pouco, mas não muito: seu nível de vendas é equivalente ao do mês de novembro de 2018 (-0,2% em abr19/nov18, com ajuste sazonal).
Este estado de inércia nos primeiros meses de 2019, ao ser comparado com o início do ano passado, quando o varejo ainda mostrava algum vigor, significa uma desaceleração nada desprezível. O quadro não é tão ruim como na indústria, que vem acumulando sucessivos resultados negativos, mas nem por isso passa ileso à deterioração do estado de confiança dos consumidores e das limitações à melhoria das condições do crédito e do emprego no país.
O desempenho do acumulado de janeiro a abril de 2019 vis-à-vis aquele de janeiro a abril de 2018 mostra claramente a perda de ímpeto do varejo. Agora, as vendas reais crescem a um ritmo de apenas +0,6%, o que representa quase 1/6 da taxa de crescimento do 1º quadrimestre de 2018 (+3,4%). No caso do comércio ampliado, esta proporção é de 1/3: +7,4% em jan-abr/18 e +2,5% em jan-abr/19.
Em maior ou menor grau, a maioria dos segmentos do comércio varejista perderam dinamismo neste primeiro quadrimestre do ano. Foi o caso de 6 dos 10 segmentos que compõem o varejo em seu conceito ampliado. Também não foi pequeno o número de casos no vermelho, que atingiu 50% dos segmentos.
Em desaquecimento ou retração, encontram-se muitos daqueles segmentos que requerem do consumidor algum nível de endividamento e, por isso, certa confiança em relação ao futuro, para alavancar suas vendas.
O pior caso, ao registrar -1,4% em jan-abr/19, foi o segmento de móveis e eletrodomésticos, em queda desde o 2º quadrimestre de 2018. Tecidos, vestuário e calçados, cujo consumo para uma fração importante da população também exige endividamento, ficou igualmente no vermelho (-0,2% em jan-abr/19), tal como ocorreu na maior parte de 2018, fazendo de set-dez/18 (+1,5%) uma breve exceção.
Em seguida, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, embora se mantenham na faixa positiva, estão quase estagnados desde o final de 2018, registrando apenas +0,2% agora em jan-abr/19. Veículos e autopeças e outros artigos de uso pessoal e doméstico, apresentam as maiores taxas de crescimento entre os segmentos do varejo, mas não se livraram da desaceleração em 2019.
Outro segmento com uma das trajetórias mais nítidas de encolhimento de seus resultados, mas que foge à regra dos demais ramos porque suas vendas dependem principalmente do emprego e da renda corrente da população, é o de supermercados, alimentos, bebidas e fumo. Depois de registrar expansão real das vendas de +5% em jan-abr/18, o setor foi parando até chegar a -0,3% em jan-abr/19, o que pesou muito na involução do varejo como um todo no período.
Por fim, os poucos casos de segmentos no azul e em aceleração nos quatro primeiros meses de 2019 se resumem a apenas dois: material de construção, de +1,5% em set-dez/18 para +3,7% em jan-abr/19, ante o mesmo período do ano anterior; e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, de +5,9% para +6,1%, respectivamente.
Serviços
Último setor a sair da crise, os serviços vinham conseguindo evitar perdas de faturamento desde meados do ano passado. A expectativa era de que o setor pudesse finalmente recobrar seu crescimento em 2019, favorecendo a redução do desemprego e, consequentemente, aquecendo o mercado interno. Entretanto, pouco disto está ocorrendo.
Os sinais mais recentes podem estar indicando, na verdade, mais uma rodada de perda de dinamismo ou, no melhor dos casos, a mera continuidade de uma fase de estagnação. Isso porque nos raros meses em que as taxas de crescimento são positivas, elas têm sido tão baixas que é difícil considerar que o quadro geral do setor avança em direção à superação de sua crise.
Agora em abril de 2019, por exemplo, o resultado de +0,3% ante março, já com ajuste sazonal, além de modesto, foi a primeira variação positiva do ano, sendo incapaz de compensar integralmente o declínio dos meses anteriores. Assim, o nível de faturamento real dos serviços em abr/19 está 1,4% abaixo daquele de dez/18, descontados os efeitos sazonais.
Mas não é apenas em comparação com o final de 2018 que o setor de serviços gira em uma velocidade menor. Isso também ocorre em relação a exatamente um ano atrás, ou seja, em abr/19 frente a abr/18 houve queda de -0,7%, tal como ocorreu em mar/19, que registrou -2,3% em igual comparação. Desde o início da sua reativação que os serviços não apresentavam dois meses seguidos de queda interanual.
Com isso, o desempenho, que já era fraco, ficou ainda menor. Para o setor como um todo, o resultado de +0,8% no 3º quadrimestre de 2018 perdeu ¼ de sua força no 1º quadrimestre de 2019, que obteve variação de +0,6%.
Ao menos, a desaceleração recente decorre de efeitos bastante concentrados em apenas um segmento de serviços: transportes, seus auxiliares e correio, cujo faturamento real recuou -2,5% em jan-abr/19. Este fator funciona, porém, apenas como um alento parcial. Isso porque a evolução do ramo de transporte reflete muito o nível de atividade da economia como um todo. Sua queda no 1º quadrimestre de 2019 consiste, então, em um sinal importante da fase adversa pela qual estamos passando novamente.
Além do transporte, cabe notar que os serviços profissionais, administrativos e complementares, que são demandados pelas empresas, continuam fora do jogo. Isto é, embora caindo menos, não têm contribuído em nada para a recuperação do total do setor de serviços. Seu resultado de -0,7% em jan-abr/19 sugere que o setor corporativo segue combalido.
Diferentemente destes dois ramos, todos os outros três identificados pelo IBGE apresentaram faturamento real não só em expansão como também em aceleração. É notoriamente o caso de serviços prestados às famílias, que teve o melhor desempenho no acumulado dos quatro primeiros meses de 2019 (+4,3%), em função de seus dois componentes: serviços de alojamento e alimentação (+4,5%) e outros serviços prestados às famílias (+2,8%).
É também o caso dos serviços de informação e comunicação, com a segunda maior alta em 2019 (+3,0%), devido ao seu componente de serviços de tecnologia da informação (+13,7%). Este segmento também foi o que melhor se saiu no mês de abril, qualquer que seja a comparação: +0,7% ante mar/19 com ajuste sazonal e +2,1% ante abr/18. Ou seja, não fosse isso abril teria sido mais um mês perdido.
| IEDI( publicado em 17-06-2019) | | | | O indicador de custos industriais diminuiu 1% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre de 2019, na série livre de influências sazonais. Foi a maior queda do indicador desde o segundo trimestre de 2016, informa o estudo divulgado hoje (13) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda no custo industrial foi puxada pela retração de 2,7% nos custos com bens intermediários nacionais e importados, usados na fabricação de outros produtos.
De acordo com a CNI, o custo com os bens intermediários domésticos caiu 2,5% no primeiro trimestre do ano frente ao quarto trimestre de 2019. No mesmo período, o custo com bens intermediários importados recuou 4% devido à valorização do real frente ao dólar. “Um dos grandes impulsionadores da queda dos custos foi o câmbio. A valorização do real no primeiro trimestre fez com que os produtos importados ficassem mais baratos e isso se refletiu nos preços dos produtos nacionais”, afirma o gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca.
Segundo a CNI, os demais custos de produção da indústria aumentaram no primeiro trimestre na comparação com o quarto trimestre de 2018, na série livre de influências sazonais. O custo com energia subiu 1%, pressionado pelo aumento de 4,6% na energia elétrica. Foi a nona alta consecutiva do indicador. O custo com pessoal subiu 1%. Além disso, o custo tributário aumentou 3,3% e o de capital de giro subiu 2% no primeiro trimestre frente ao quarto trimestre de 2018, também na série livre de influências sazonais. A queda no Índice de Custos Industriais só ocorreu porque os custos com bens intermediários têm o maior peso na estrutura de custos da indústria.
De acordo com a CNI, o estudo mostra que, mesmo com a queda nos custos, a indústria brasileira perdeu competitividade e não conseguiu recompor as margens de lucro. No primeiro trimestre, os preços dos produtos manufaturados no mercado interno caíram 1,1%, acompanhando a retração dos custos. Além disso, os preços em reais dos produtos estrangeiros no mercado interno caíram 3,3% no primeiro trimestre frente ao quarto trimestre de 2018, superando com folga a queda dos custos. No mercado externo, os preços em reais dos produtos manufaturados no mercado dos Estados Unidos caíram 2,1%.
| CIMM | | | | Robson Braga de Andrade participou do “Fórum BandNews – Compliance e Democracia”, realizado nesta segunda-feira (17) em São Paulo
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, participou nesta segunda-feira (17) do “Fórum BandNews – Compliance de Democracia”, realizado em São Paulo pelo canal de TV Band News. Em sua fala, ele destacou que as empresas privadas brasileiras têm sido muito ágeis na implantação de sistemas de compliance e de controle de processos.
“O empresariado nacional segue as tendências mundiais nessa àrea e também às necessidades de transparência, que são fundamentais hoje para negociações no mercado global”, afirmou Robson Andrade.
O evento – que foi transmitido “ao vivo” pelo canal de TV a cabo BandNews e teve o apoio do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional e Aprendizagem Industrial (SENAI) – contou também com as participações de vários empresários e de autoridades públicas, como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes; e o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário.
Em sua palestra, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, falou sobre a importância de se combater a corrupção no setor público com afinco, mas preservando as instituições e empresas que tiveram seus agentes envolvidos em escândalos. "Não se pode matar a empresa junto com a punição de corruptores e corrompidos", ressaltou.
Transparência - O presidente da CNI, Robson Andrade, acrescentou que as empresas brasileiras estão cuidando de incrementar políticas de compliance para que os avanços na direção da transparência e da boa governança sejam um caminho natural. “O compliance é um tema que consideramos importantíssimo, não só em termos de conceito ou de legislação. É fundamental a implantação de sistemas de controle de processos e de transparência, tanto nas empresas privadas quanto no setor público”, concluiu.
Ao final do evento, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, fez uma exposição sobre o papel do STF e sua função de poder moderador no país.
De acordo com os organizadores, o “Fórum BandNews sobre Compliance e Democracia” teve como objetivo principal debater a agenda de modernização do Brasil e como transformar os desafios da governança e da transparência para destravar a retomada da economia nacional.
| CNI (publicado em 17-06-2019) | | | | Empresários elogiam gestão de economista à frente do BNDES e veem com preocupação eventual interferência
O pedido de demissão de Joaquim Levy da presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) neste domingo (16) foi visto com preocupação pela iniciativa privada. Há expectativa em relação ao sucessor e temor por interferência política.
Para José Roriz Coelho, ex-presidente da Fiesp (federação das indústrias de São Paulo) e presidente da Abiplast (associação da indústria plástica), Levy era um dos melhores quadros do governo.
“É um excelente nome, foi corajoso ao levantar questões importantes como a redução do tamanho do estado quando ministro do governo Dilma [Rousseff]. É muito ruim perder um nome como ele em um momento como este, em que o Brasil precisa de reformas.”
Sobre a crítica de Jair Bolsonaro à nomeação de Marcos Barbosa Pinto, que trabalhou no governo Luiz Inácio Lula da Silva, para uma diretoria do BNDES, Roriz diz não ver problema na indicação.
“O Brasil precisa de pessoas competentes independentemente de ter passado por governo de esquerda ou direita. Agora devemos ter o mínimo de mexida possível [na equipe econômica] e priorizar a entrega do que foi anunciado.”
A mudança de perfil do banco, que sofreu cortes no orçamento, vinha sendo bem conduzida pelo ex-ministro da Fazenda. “O banco fazia grandes empréstimos mal alocados e agora foca a pequena e média empresa. Seria importante que isso permanecesse”, diz.
A queda de Levy é uma crise mais política que econômica, segundo Fernando Figueiredo, da Abiquim (associação da indústria química).
“O banco está em um momento em que as linhas de crédito não são as mais vantajosas para financiar investimentos empresariais, dedica-se mais a projetos de infraestrutura. Esse perfil é criticado pelo setor [químico], mas não acredito em mudança na linha de atuação”, afirma.
Apesar de elogiar Levy, ele diz que a saída do economista do BNDES não deve ter grande impacto no mercado, desde que a agenda econômica do governo se mantenha.
“É uma pena sua saída, Levy é um nome suprapartidário e tem um nível de qualidade técnica de excelência”, diz Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma (associação de grandes redes de farmácia).
Para ele, Levy teve pouco tempo para mostrar resultados concretos no banco, e sua saída tende a ser mais política.
“Não adiantaria ele ficar em uma posição desgastada [com Bolsonaro] porque prejudicaria o governo e a imagem do Brasil junto ao mercado.”
Mena Barreto diz acreditar na nomeação de alguém alinhado com o discurso de Guedes e Bolsonaro.
“Seria interessante ter alguém do setor privado”, afirma, sobre a possibilidade de Salim Mattar, fundador da Localiza e atual secretário de Desestatização, assumir o cargo.
“A saída é um mau sinal para o mercado do ponto de vista de governança porque o presidente atropelou o ministro Guedes”, afirma Sandro Cabral, professor de políticas públicas no Insper.
A eventual reticência de Levy em cumprir as devoluções de recursos ao Tesouro pelo BNDES pode ter sido um dos fatores de desgaste.
“Guedes prometeu coisas sem exibir cálculos, metas que parecem inexequíveis. A receita que ele esperava do banco [R$ 126 bilhões] certamente ajuda [a desgastar a relação].”
“O governo precisa de um nome com perfil similar ao de Levy, com conhecimento da máquina pública, mas será difícil encontrar quem aceite dado esse histórico”, diz.
No mercado, a chancela que Guedes deu às críticas de Bolsonaro a Levy deve manter sob tranquilidade as operações desta segunda-feira (17), dizem economistas.
Eles consideram, porém, ruim a forma como a situação se desenrolou e avaliam negativamente a saída de Levy do banco público de fomento.
“O fato é ruim porque é mais um problema que vai se acumulando, mas acho que deve ficar um pouco em segundo plano diante de notícias envolvendo a Previdência e também o cenário externo”, diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos.
No sábado (15), após as declarações de Bolsonaro contra Levy, Guedes disse em entrevista a Gerson Camarotti, do G1, que entende “a angústia do presidente”.
“É Bolsonaro sendo Bolsonaro. Considerando isso e que ele agiu sobre um ator que não estava com muita repercussão nem com seu chefe, acho que não terá muito ruído [no mercado] amanhã [segunda-feira]”, diz João Mauricio Rosal, economista-chefe da Guide Investimentos.
Segundo Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, a perspectiva de operadores financeiros ao olhar para episódios como esse é entender o que a situação demonstra a respeito da equipe econômica —e, principalmente, sobre a permanência de Guedes.
“O primeiro sinal foi estranho. Mas seria ruim se fosse um evento isolado do presidente, porque o mercado poderia entender como um desmantelamento da equipe econômica”, afirma Vieira.
Rosal diz que, após o BNDES ter sido “um das pernas do desenvolvimentismo de governo do PT”, o banco sofre uma “crise de identidade”. Mas, na sua avaliação, Levy tentou dar os primeiros passos para trazer a instituição “de volta a seu espírito anterior”, de financiamento a empresas menores.
“Um banco de fomento tem de ter carteira pulverizada. Levy, quando assumiu, disse que faria, mas não se reduz e pulveriza uma carteira em três, seis meses. É coisa de ao menos um ano”, diz o economista João Augusto Salles, especialista em análise de bancos.
O mercado está de olho agora em quem substituirá Levy. “Vamos procurar entender como as peças vão se mexer, quem virá no lugar e quem vai ser fortalecido”, diz Rosal.
André Perfeito, economista-chefe da Necton, destaca que a saída de Levy é a primeira baixa na equipe econômica.
“Até agora, a gente imaginava que a economia estava vingada”, diz. Para ele, o nome indicado “tem de ser alguém com algum peso político”.
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-06-2019) | | | | O posicionamento dos investidores, principalmente em títulos de crédito privado, segue a queda na estimativa da Selic e acompanha a redução nas projeções para a atividade econômica do País
O mercado financeiro precifica novas quedas na taxa básica de juros (Selic) num horizonte de tempo mais próximo. Com isso, a posição em títulos de renda fixa prefixados se intensificará até o próximo ano, quando a melhora da economia deve exigir juros maiores.
Ontem, pela primeira vez no passado recente, o mercado projetou uma taxa Selic abaixo de 6,50% para 2019. A mediana das estimativas no relatório Focus, do Banco Central (BC) ficou em 5,75% até o final deste ano. Para 2020, a expectativa saiu de 7,25% há um mês para 6,50%. Para 2021, foi de 8% para 7,50% na mesma relação e para 2022, ficou em 7,50%.
Segundo o operador de renda fixa da Renascença Corretora, Luiz Laudisio, os investidores já começaram as movimentações baseadas na redução da taxa de juros desde a semana passada, com a divulgação dos “números frustrantes relacionados à atividade econômica”.
“A discussão no mercado está mais para entender qual seria a intensidade da redução por parte do Banco Central do que se ela realmente aconteceria. A curva precificada está em um corte entre 60 e 70 bps [base points] até o final do ano e todos se posicionam para ganhar com isso”, comentou o especialista.
Já para o responsável pela área de produtos da Monte Bravo, Rodrigo Franchini, a mudança drástica do patamar de juros brasileiro serviu como um estímulo maior para os títulos de renda fixa prefixado, situação que deve se intensificar nos próximos meses.
“O que resta fazer é pressionar um crescimento econômico por meio da política monetária. Essa redução de juros vai trazer mais ganhos para o mercado prefixado, principalmente com a expectativa de passagem da reforma [da Previdência] de um jeito não tão desidratado”, comenta.
O movimento, porém, já vem acompanhando a redução na curva de juros futuros desde a mudança na perspectiva sobre a evolução da economia. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para 2021, por exemplo, passou de 7,05% há um mês atrás para 6,03% na sessão regular de ontem. A taxa para 2023 passou de 8,30% para 7,00% na mesma base de comparação e a taxa do DI para 2025 passou de 8,91% para 7,56% no ajuste de ontem.
“Quando as taxas começaram a cair, o investidor começou a ficar desconfortável com a rentabilidade dos títulos públicos e passou a procurar o mercado de crédito privado. Primeiro pelos retornos maiores e, segundo, pela isenção do imposto de renda. E essa é uma tendência que continua”, avalia o estrategista da RB Investimentos, Daniel Linger.
“A curva futura já está bem precificada para baixo e a sinalização que o mercado está dando é que não acredita em aumento de juros no ano que vem, mas só em 2021. Ninguém trabalha com um cenário de não aprovação da reforma da Previdência, mas se isso acontecesse, as projeções mudariam e nós voltaríamos aos patamares bem mais altos que víamos antes”, completa Franchini, da Monte Bravo.
Relatório Focus
Ainda conforme o Focus do Banco Central (BC), divulgado ontem, a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano também recuou de 1,24% há um mês para 0,93% ontem. As projeções para a inflação, por sua vez, passaram de 4,11% para 3,83% na mesma base de comparação.
| DCI | | | | A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) divulgou nesta segunda-feira, 17, uma nota à imprensa afirmando que a proposta do governo federal de reduzir as alíquotas do Imposto de Importação de bens de informática e de telecomunicações gera insegurança jurídica para o setor e prejudica a decisão de investimentos no País.
O presidente Jair Bolsonaro declarou no domingo, por meio do Twitter, que o governo estuda reduzir o imposto para produtos de tecnologia. Segundo ele, o tributo poderia cair de 16% para 4% visando a estimular a competitividade e a inovação tecnológica no Brasil. Na semana passada, o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, havia antecipado a possibilidade de corte de alíquota durante discurso em evento.
“A indústria não se nega a enfrentar uma concorrência maior com os produtos importados por conta da redução da tarifa, mas defende que esse tema deve ser tratado com total transparência e de forma negociada com a indústria”, rebateu a Abinee, que representa cerca de 250 empresas nacionais e internacionais com operações no País.
Em nota, a Abinee defendeu que uma eventual redução de alíquotas deva envolver também a produção local, de modo a garantir condições iguais de competição no setor. “Uma redução limitada exclusivamente para bens de informática e de telecomunicações e bens de capital, sem a concomitante redução das tarifas incidentes sobre seus insumos, inviabilizará a continuidade da atividade das empresas, eliminando uma quantidade expressiva de empregos”, alertou.
Somente no setor de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), estimam-se mais de 100 mil empregos diretos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) citados pela Abinee.
A associação também reivindicou que uma eventual redução das alíquotas seja implementada de forma paralela a outras providências que reduzam o custo de produção no País, como a reforma tributária e a melhora da infraestrutura do País. “Sobre esse tema, já ouvimos respostas afirmativas do secretário da Produção, Carlos da Costa, e do próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, que haviam sinalizado que a abertura comercial seria gradual e envolveria contrapartidas, o que esperamos sejam mantidas”, afirmou a associação.
| Tribuna PR (publicado em 17-06-2019) | | | | Grupo, que já chegou a ter 193 mil funcionários, enfrenta crise desde a deflagração da Lava Jato
A Odebrecht S.A. protocolou nesta segunda-feira (17), na Justiça de São Paulo, o maior pedido de recuperação judicial da história brasileira. Com dívidas que chegam a R$ 98,5 bilhões, a solicitação supera a da Oi, que chegou a R$ 65 bilhões —valores da época.
Compõem o pacote R$ 51 bilhões em débitos diretamente sujeitos à recuperação judicial e R$ 14,5 bilhões extraconcursais —que possuem garantias extras, como as ações da Braskem—, além de R$ 33 bilhões em dívidas com empresas dentro do grupo.
A recuperação envolve 21 empresas do grupo, incluindo a holding ODB e a Kieppe, que congrega a participação da família Odebrecht.
As maiores companhias operacionais —OEC (construção civil), OR (incorporação imobiliária), Enseada (estaleiro), Ocyan (petróleo), Odebrecht Transport (infraestrutura) e Braskem (petroquímica)
— não fazem parte do pedido.
Fundado em 1944, o grupo baiano —que chegou a faturar R$ 132 bilhões e empregar 193 mil pessoas— enfrenta dificuldades desde a Lava Jato.
As investigações da operação revelaram esquema de corrupção em que executivos de empresa pagavam propinas a políticos e funcionários públicos. A crise atingiu o grupo num momento de alto endividamento. Entre 2008 e 2015, a dívida total das empresas da Odebrecht subiu de R$ 18 bilhões para R$ 110 bilhões.
“Diante do vencimento de diversas dívidas, da ocorrência de fatos imprevisíveis e dos recentes ataques aos ativos das empresas, a administração da ODB, com autorização do acionista controlador, concluiu que o ajuizamento da recuperação judicial se tornou a medida mais adequada para concluir o processo de reestruturação financeira”, informou a Odebrecht em nota.
Com R$ 22,8 bilhões a receber, os bancos públicos estão entre os principais credores. O BNDES encabeça a lista, com R$ 10 bilhões —R$ 7 bilhões concursais e R$ 3 bilhões extraconcursais (com garantia de ações da Braskem).
Em seguida vem o Banco do Brasil, com R$ 7,8 bilhões —R$ 4,8 bilhões concursais e R$ 3 bilhões extraconcursais. Depois, Caixa e FI-FGTS, com R$ 5 bilhões de dívida —sem garantia em ações da Braskem.
Os bancos privados, que emprestaram dinheiro para o grupo mais recentemente, foram mais eficientes e conseguiram colocar todas as suas dívidas como extraconcursais: R$ 4,4 bilhões do Bradesco, R$ 3,5 bilhões do Itaú e R$ 500 milhões do Santander.
Isso os deixa em uma situação mais confortável, embora as ações da Braskem tenham se desvalorizado significativamente depois que a holandesa LyondellBasell desistiu de fatia da Odebrecht na companhia. É provável que os papéis já não cubram mais todas as dívidas que garantem.
Segundo fontes próximas à empresa, a Odebrecht preferia ter feito uma negociação amigável com os bancos, mas estes foram surpreendidos com o pedido de recuperação da Atvos. Viram nessa medida uma maneira de a Odebrecht evitar a renegociação e partir para a recuperação judicial de todo grupo.
Isso porque, caso os bancos executassem dívidas vencidas, acionariam o gatilho das garantias cruzadas, arrastando todo o grupo para a vala da recuperação.
Foi o que fez a Caixa. Sob a gestão de Pedro Guimarães, executou duas dívidas já vencidas: R$ 650 milhões no Itaquerão (estádio do Corinthians) e R$ 250 milhões no centro administrativo Centrad (DF).
No pedido protocolado na Justiça, a Odebrecht argumenta que a Braskem é hoje o carro-chefe dos seus negócios e que a empresa precisa ser protegida para que a recuperação seja bem-sucedida. Por isso, pede, em caráter de urgência, o bloqueio de qualquer execução de ações da Braskem.
Em 2018, a Braskem gerou 79,4% das receitas do grupo Odebrecht e pagou R$ 5,5 bilhões em dividendos aos acionistas —R$ 2,1 bilhões para empresas do grupo. A Petrobras também é sócia da empresa.
Outro credor importante são os detentores de bônus no exterior, que chegam a R$ 12 bilhões. Esses papéis entraram na recuperação judicial porque foram emitidos por uma empresa chamada OSL, que é diretamente ligada à holding ODB. No entanto, como são garantidos pelo braço de construção do grupo, a OEC, haverá uma negociação separada.
A partir do momento em que o juiz aceitar o pedido, a Odebrecht terá 60 dias, prorrogáveis por mais 30, para propor um plano de recuperação aos credores. A empresa vem sendo assessorada por Eduardo Munhoz, do escritório Munhoz Advogados, e por Ricardo Knoepfelmacher, da RK Partners.
Conforme apurou a reportagem, o objetivo é deixar nas empresas operacionais apenas as dívidas que elas têm condição de pagar e colocar todo o demais sob o guarda-chuva das holdings. Essa dívida “extra” seria quitada num prazo longo com a venda de ativos e os dividendos gerados pelas próprias companhias.
A estratégia é arriscada, pois depende da venda de ativos, incluindo a participação na Braskem, e da recuperação da economia brasileira. Desde que foi atingido pela Lava Jato, o grupo fez melhoras de governança e vendeu R$ 7,2 bilhões em ativos, mas ainda não conseguir se desfazer de participações importantes, como a usina de Santo Antônio (RO).
A Odebrecht S.A. decidiu não incluir os valores devidos nas multas de seus acordos de leniência no processo de recuperação. Em dezembro de 2016, comprometeu-se a pagar R$ 3,83 bilhões para o Ministério Público Federal no Brasil, para o Departamento de Justiça nos EUA e para a Procuradoria-Geral na Suíça.
Em julho de 2018, outros R$ 2,72 bilhões foram empenhados com a Controladoria Geral da União e com a Advocacia-Geral da União. Os prazos já são bastante longos, respectivamente, 23 e 22 anos. Ainda assim, a empresa precisa negociar com as autoridades condições mais favoráveis.
| Folha de S. Paulo (publicado em 17-06-2019) | | | | Abinee, de eletrônicos, afirma que redução também deve acontecer na tributação dos insumos para não tirar competitividade do setor
A Abinee, associação brasileira do setor de eletrônicos, criticou a medida em estudo pelo governo para reduzir o imposto de importação de produtos como smartphones e computadores.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou no último domingo (16), por sua conta no Twitter, que os impostos poderiam cair de 16% para 4%.
Humberto Barbato, presidente da associação, diz que retirar o imposto dos produtos importados, mas manter a cobrança das mesmas alíquotas praticadas hoje sobre insumos usados na indústria prejudicaria a competitividade das empresas estabelecidas no Brasil.
"É preciso rever a tarifa, mas não só de um determinado tipo de bem. É preciso rever a tarifa que incide nos produtos que fabricamos", disse em entrevista à Folha.
Barbato criticou o fato de a proposta de desoneração vir de um governo que tinha como promessa não privilegiar setores escolhidos.
"Estamos sendo de certa forma escolhidos, mas de modo inverso, algo não muito producente. Se você diz para mim que não vou ser escolhido como setor privilegiado, também não quero ser escolhido como setor preterido", disse.
Segundo ele, a discussão sobre a possível mudança torna o mercado brasileiro inseguro para a atração de investimentos de fora em um momento em que o país precisa retomar a geração de empregos.
Ele também criticou o fato de o governo discutir uma desoneração que, em sua avaliação, traria poucos ganhos para o Brasil, levnado em conta que o mercado local já é maduro (com grande quantidade de aparelhos por pessoa).
"Não sei onde o celular vai aumentar a produtividade da economia, a automação industrial."
Segundo o presidente da Abinee, o que torna celulares caros no Brasil não são os impostos de importação, mas sim custos específicos do mercado local, como a necessidade do transporte dos aparelhos em carro-forte ou com escolta.
Barbato afirma que 90% dos eletrônicos consumidos no Brasil são fabricados no próprio país.
| Folha de S. Paulo (publicado em 17-06-2019) | | | | O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta terça-feira, 18, que o governo “prossegue” caso a proposta do regime de capitalização fique de fora do texto final da reforma da Previdência, e ponderou ainda que um eventual retorno da medida pode acontecer por iniciativa parlamentar. “Gostaríamos que tudo que propusemos fosse acolhido, mas sabemos que a Câmara tem legitimidade para alterar. Se não for acolhido, o governo prossegue”, disse a jornalistas antes da reunião do Conselho do governo.
Questionado se o governo vai tentar retomar a capitalização, o presidente destacou que o próprio Congresso pode propor que o regime volte ao texto da proposta que muda as regras da aposentadoria no Brasil. “As vezes nem o governo, as próprias bancadas, líder partidário pode propor uma emenda e destacá-la”, respondeu.
Além da capitalização, o parecer do relator da Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), retirou do texto alterações como as previstas para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e deficientes de baixa renda, e na aposentadoria rural.
| Tribuna PR | | | | O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçou nesta segunda-feira, 17, que está trabalhando para que o texto da reforma da Previdência volte a incluir Estados e municípios. “Nosso desafio é convencer os parlamentares e governadores”, disse Maia, dias depois de o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) para a reforma ter sido apresentado com a exclusão dos Estados e municípios.
Apesar do esforço para alterar esse ponto da proposta, Maia elogiou o relatório de Moreira. “Se essa economia (fiscal, de R$ 913,4 bilhões em 10 anos) for mantida, daremos um passo importante para que o setor privado volte a acreditar no País”, disse, durante discurso feito no Ethanol Summit, em São Paulo.
O presidente da Câmara reiterou também a expectativa de aprovação na reforma no plenário da Câmara ainda no primeiro semestre.
| Tribuna PR (publicado em 17-06-2019) | | | | Ao prever a elevação para 20% da CSLL para bancos, o relatório também poderia determinar a cobrança para a B3
O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), estuda rever o trecho da proposta que poderia impor aumento de tributação sobre a B3 (Bolsa de SP).
Ao prever a elevação para 20% da CSLL (contribuição sobre lucro líquido) para bancos, o relatório, na avaliação de associações de instituições financeiras, também poderia determinar a cobrança para a B3. As ações da Bolsa caíram mais de 5% desde sexta-feira (14).
A equipe de Moreira analisa como esse trecho da proposta foi escrito e, se entender que a B3 é afetada, poderá mudar o texto para poupá-la.
A alta da CSLL desagradou a integrantes do Ministério da Economia e aos bancos, que já intensificam o lobby para convencer o relator.
Para reduzir as resistências à reforma da Previdência, Moreira e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fecharam um acordo com partidos de centro para retirar pontos polêmicos da proposta.
Numa forma de manter o impacto da reforma nas contas públicas, o relator, então, apresentou sugestões de aumento de receitas, como a elevação da cobrança da CSLL para instituições financeiras, o que deve gerar R$ 5 bilhões por ano de receita.
No caso da B3, a alíquota subiria de 9% para 20%. Bancos já pagavam 20% até 31 de dezembro, mas, como era uma medida temporária, a taxa voltou para 15% em janeiro.
| Folha de S. Paulo | | | | O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, voltou a defender nesta segunda-feira, 17, que um imposto único obre bens e serviços federal é menos complexo do que envolver na discussão estados e municípios. Segundo ele, o setor de serviços ganhou importância nos últimos anos e será muito complexo discutir com 5 mil municípios a unificação do imposto em uma única base.
“A dificuldade de negociação com um grupo amplo nos faz antever que esse debate pode ser complexo e longo”, disse Cintra.
Por isso, o governo federal quer enviar ao Congresso Nacional uma proposta de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) federal, para tramitar em paralelo à PEC 45, de autoria do deputado Baleia Rossi, e que propõe um IVA nacional.
Para Cintra, a PEC 45 é um “bom modelo, bem formulado”, mas idealizado. “A PEC 45 atende os requisitos formais de um IVA de livro texto. Para que um IVA de livro texto funcione, existem hipóteses que economistas pressupõem estarem presentes para que o modelo consiga realizar os benefícios fundamentais de um bom IVA. No mundo real essas condições não estão presentes”, comentou.
Uma dessas condições seria a existência de uma alíquota única, o que, segundo Cintra, é impossível. Para ele, será muito difícil convencer o Congresso de que áreas como medicamentos e cesta básica não tenham alíquotas próprias, menores.
| Tribuna PR (publicado em 17-06-2019) | | | | O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,1% em abril ante março, segundo o Monitor do PIB, divulgado nesta terça-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Foi a terceira retração seguida nessa base de comparação. Em relação a abril de 2018, o PIB caiu 0,3%.
“O desempenho da agropecuária e da indústria explicam essa desaceleração da atividade econômica. A taxa acumulada em 12 meses chegou a 0,6%; menor crescimento registrado desde o acumulado em 12 meses até outubro de 2017. No acumulado em 12 meses até abril a indústria volta ao terreno negativo depois de 14 meses de crescimento. Chama atenção que a extrativa e a transformação também retornam a variações negativas”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB, em nota divulgada há pouco pela FGV.
Na passagem de março para abril, o PIB da agropecuária caiu 1,9%, enquanto o PIB industrial recuou 0,4%, nas estimativas da FGV. “Dentro da indústria a única exceção foi o crescimento de 0,3% da transformação”, diz a nota da FGV.
A agropecuária e a indústria também puxaram a queda da atividade na comparação com abril do ano passado. Nessa ótica de comparação, o PIB da agropecuária encolheu 2,0%. Já o PIB industrial tombou 2,3%.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias avançou 0,7% em abril ante março – alta de 2,1% ante abril de 2018. Segundo a FGV, no trimestre móvel terminado em abril, o consumo de serviços puxou esse movimento, com alta de 1,8% ante o trimestre móvel terminado em abril de 2018 – o consumo das famílias como um todo avançou 1,3% no trimestre móvel terminado em abril ante igual período do ano passado.
Já a formação bruto de capital fixo (FBCF, conta dos investimentos no PIB) avançou 0,4% em abril ante março. Ante abril de 2018, a alta foi de 1,4%. “Mais uma vez, o desempenho positivo é devido ao componente de máquinas e equipamentos”, diz a nota da FGV, numa referência ao desempenho da FBCF no trimestre móvel encerrado em abril, quando houve avanço de 0,6% ante igual período de 2018.
Segundo a FGV, entre os componentes da demanda, o Monitor do PIB de abril registrou quedas apenas nas importações. Houve recuo tanto na comparação com março (-2,6%) quanto em relação a abril de 2018 (-1,7%).
| Tribuna PR | | | | O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,75% na segunda prévia de junho, após ter aumentado 0,58% na segunda prévia de maio. A informação foi divulgada na manhã desta terça-feira, 18, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumulou elevação de 4,33% no ano e avanço de 6,46% em 12 meses.
A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de junho. O IPA-M, que representa os preços no atacado, subiu 1,15% ante um avanço de 0,72% na segunda prévia de maio.
O IPC-M, que corresponde à inflação no varejo, apresentou queda de 0,05% na segunda prévia de junho, depois de um avanço de 0,40% em igual leitura de maio. Já o INCC-M, que mensura o custo da construção, teve variação zero na segunda prévia de junho, depois da alta de 0,06% na segunda prévia do mês anterior.
O IGP-M é usado para reajuste de contratos de aluguel. O período de coleta de preços para cálculo do índice foi de 21 de maio a 10 de junho. No dado fechado do mês de maio, o IGP-M teve alta de 0,45%, segundo a FGV.
| Tribuna PR | | | |
O Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (Iace) caiu 0,9% em maio ante abril, para 116,1 pontos, informaram nesta segunda-feira, 17, o Instituto Brasileiro de Economia Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e o The Conference Board (TCB). Cinco dos oito componentes que medem a atividade econômica no Brasil contribuíram negativamente para a evolução do índice do mês, com destaque para o Índice de Expectativas dos setor de serviços, que recuou 5,3%.
Já o Indicador Coincidente Composto da Economia Brasileira (ICCE), que mensura as condições atuais da economia, subiu 0,7% em maio, para 103,8 pontos.
O economista do Ibre/FGV Paulo Picchetti avalia que o avanço no ICCE mostra que a economia brasileira segue em sua trajetória de lenta recuperação, mas a “forte influência negativa das expectativas sobre o resultado do Iace” evidencia a pequena probabilidade de aumento significativo no ritmo de expansão.
| Tribuna PR (publicado em 17-06-2019) | | | | Começou a tramitar na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (17) o projeto de lei do Governo do Estado que zera o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) na compra de veículos elétricos. Hoje, a alíquota cobrada é de 3,5%. A isenção irá vigorar até 31 de dezembro de 2022.
“A ideia é diminuir cada vez mais o preço dos veículos elétricos e torná-los mais acessíveis à população”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “A busca de soluções sustentáveis é uma realidade com o uso de carros que poluem menos”, acrescenta.
PROPOSTA - O projeto enviado à Assembleia Legislativa altera e acrescenta dispositivos na Lei 14.260, de 2003, que estabelece normas sobre o tratamento tributário do IPVA. No novo texto, os carros elétricos passam a integrar uma lista de isentos que inclui veículos de propriedade da União, Estados, Distrito Federal e municípios, autarquias e fundações mantidas pelo poder público, instituições de educação e de assistência social, partido político, entidade sindical de trabalhador e de templos de qualquer culto.
Outra alteração diz respeito aos veículos que utilizam Gás Natural Veicular (GNV). Para garantir isonomia, o benefício de alíquota 1%, que já era oferecido ao GNV, também irá vigorar até o final de 2022.
Na mensagem que acompanha o projeto de lei, o governador informa aos deputados que o objetivo das alterações é incentivar o uso de automóveis movidos à energia elétrica, “conferindo maior eficiência e menor consumo em comparação àqueles movidos à combustão”, e destaca a contribuição com o meio ambiente, já que os veículos elétricos não são poluentes.
PRONTO PARA CRESCER – Tendência global, o uso de veículos elétricos vem crescendo, ancorado por políticas de desenvolvimento sustentável. No Brasil, o Paraná é o Estado mais preparado para viabilizar esse mercado, com políticas de incentivo, a ampliação do programa Smart Energy (vinculado ao Tecpar), parcerias com o setor privado e o fortalecimento da eletrovia da Copel, a maior do país, que corta o Estado de Leste a Oeste via BR-277.
A Copel garante que a energia não será um gargalo para o desenvolvimento. A empresa se prepara para atender um incremento de até 700% no consumo. Hoje, a eletrovia possui 730 quilômetros de extensão, ligando o Porto de Paranaguá às Cataratas do Iguaçu. As estações existentes são todas de recarga rápida, entre meia hora e uma hora, e a cada carga os veículos elétricos ganham autonomia para rodar de 150 a 300 quilômetros.
Da mesma forma, o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) estabeleceu diversas parcerias e acordos de cooperação, entre elas, com a Renault, que vai disponibilizar ao instituto a plataforma do Twizy, o veículo elétrico produzido pela montadora. O Tecpar também atua na certificação da cadeia de eletropostos e no dimensionamento e otimização da distribuição.
| Bem Paraná | | | | O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a negociação com a Ford sobre a venda da planta da empresa em São Bernardo continua caminhando. “Está evoluindo positivamente. Esperamos em breve poder anunciar uma resposta positiva”, disse Doria, reforçando que, atualmente, dois grupos estão interessados na estrutura.
Previdência
Questionado sobre a importância do Congresso para a aprovação da reforma e se o Legislativo teria peso importante para o tema, Doria jogou responsabilidade também para o governo. “O Congresso e o governo. O Congresso é fiel importante para a reforma, mas o governo também. E é boa a participação do Judiciário”, afirmou, após participar do Ethanol Summit, em São Paulo.
| Tribuna PR (publicado em 17-06-2019) | | | | Está disponível gratuitamente no site da Siemens, maior conglomerado industrial da Europa e um dos maiores do mundo, versão trial do produto Solid Edge, software de projeto de produto desenvolvido com motor matemático próprio da empresa e voltado para todos os tipos de indústrias e tamanhos de negócio.
Classificado na categoria Indústrias Digitais da multinacional, o Solid Edge busca ajudar empresas a tornarem-se mais digitais. Na última semana, a versão 2020 do software foi lançada no evento Realize LIVE, da Siemens, nos Estados Unidos.
“Por meio do trial desta ferramenta, há um acompanhamento do lead que realizou o trial para ver como está o uso do software e, a partir disso, garantir o melhor atendimento a quem esteja utilizando a ferramenta”, afirma Allyson Faria, Diretor de Marketing da Siemens. O Solid Edge permite a criação de desenhos a partir do zero, de sólidos com diversos formatos, bem como de superfícies irregulares e cascas. Nele, é possível trabalhar desde peças simples, passando pela criação de 2D automáticos, até grandes montagens de ambientes.
Segundo Daniel Scuzzarello, Diretor de Desenvolvimento de Portfólio na Siemens, um dos principais desafios da indústria hoje no mundo inteiro é o reuso. “A reutilização de projetos existentes e sua transformação em outras possibilidades, a construção de 3D a partir de um 2D, faz parte da rotina de diversas indústrias em projetos de produtos, mas muitos softwares não permitem esse reuso com facilidade. O Solid Edge é a melhor ferramenta de reuso para um legado 2D e 3D do mercado”, afirma Daniel.
A Siemens atua em diversas áreas, uma delas é a Digital Industry, focada em digitalização e indústria 4.0. O objetivo deste segmento de atuação é ajudar as empresas de manufatura global do país a serem mais focadas na tendência de indústria 4.0, e o Solid Edge faz parte dessa indústria, engajado com a visão principal da empresa.
Na ferramenta, o produto passa por três etapas principais, divididas em fases menores e mais detalhadas, sendo elas: ideação, onde surgem as ideias de produto; realização, momento de colocar a ideia em prática; e utilização, onde são coletados dados sobre o uso do produto e isso retroalimenta a engenharia.
“As etapas de desenvolvimento de produto, planejamento e engenharia de produção, e manutenção são feitas, por meio de soluções como o Solid Edge, extraindo o gene digital do processo da cadeia produtiva, de forma a focar no resultado final mais digital possível para pequenas médias e grandes indústrias”, complementa Daniel.
Além da modelagem inteligente, o Solid Edge possui as funcionalidades de plataformas de colaboração, inovação digital, gestão, desenho generativo , que corresponde à otimização de peças com base em análise de esforços, e a Modelagem Convergente que abrange tanto projeto generativo como engenharia reversa, mesclando sólidos, superfícies, malha tetraédrica (Facet Body) e o Synchronous, até a manufatura aditiva. O software pode ser utilizado em projetos mecânicos, eletrônicos, sistemas de análise, simulação e tudo isso pode ser interconectado por meio das plataformas de integração PDM presentes na solução, reforçando a conexão com os conceitos da indústria 4.0.
A Siemens é reconhecida mundialmente, inclusive na Alemanha onde a empresa nasceu, como uma das precursoras da indústria 4.0, que é o uso de tecnologias de conectividade e máquinas inteligentes para melhoria de processos industriais. “No Brasil, estamos em uma trajetória de evangelização do consumidor e do mercado.
O Solid Edge já tem esse alinhamento e permite que uma pequena indústria ou negócio possa começar sua jornada rumo à indústria 4.0, utilizando a mesma tecnologia de uma empresa de grande porte, porém de forma modular e com mais baixo custo. A Siemens atua com produtos que atendem o desenvolvimento de projeto em todas as suas etapas”, reforça Daniel sobre o posicionamento da empresa perante a revolução 4.0.
| CIMM | | | | Pesquisa do BC mostra pela 1ª vez estimativa de queda na Selic ao fim do ano, de 6,5% para 5,75%
O resultado abaixo do esperado da maioria dos indicadores já divulgados sobre o segundo semestre aponta para uma economia quase estagnada, além de aumentar a pressão para o Banco Central começar a cortar juros.
Embora ainda mantenham projeções de crescimento para o período abril-junho, economistas já vislumbram um cenário mais próximo da estagnação e até de contração.
A segunda hipótese colocaria o Brasil no que se costuma chamar de “recessão técnica” —dois trimestres seguidos de PIB (Produto Interno Bruto) negativo. Nos três primeiros meses do ano, o PIB encolheu 0,2%, primeira queda desde o fim de 2016.
Dados recentes abaixo das expectativas corroboram para aumentar a pressão sobre o Copom (Comitê de Política Monetária do BC), que se reúne nesta terça (18) e quarta-feira (19), por um corte na Selic (taxa básica de juros).
Na pesquisa Focus divulgada nesta segunda (17) pelo BC, analistas projetam, pela primeira vez, redução da taxa neste ano, dos atuais 6,5% para 5,75% ao ano. A previsão para o PIB de 2019 segue em queda e foi abaixo de 1% (0,93%).
Os números de abril não foram animadores. A indústria avançou 0,3%. As vendas do comércio recuaram 0,6%. O volume de serviços registrou sua primeira alta no ano, mas também em 0,3%.O indicador de atividade do BC apontou recuo de 0,47%.
Logo após a divulgação dos números do PIB, em maio, analistas mantiveram suas projeções de pequeno avanço entre abril e junho. Em parte, foram motivados por um ajuste do IBGE na metodologia de mensuração de efeitos sazonais. O impacto estatístico dessa mudança nos modelos dos economistas indica atividade um pouco mais forte.
“O segundo trimestre vai ter um efeito estatístico por causa da greve de maio do ano passado. Na média, os números devem ser melhores do que no primeiro trimestre, mas seria efeito de base de comparação”, diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.
“O PIB do segundo trimestre deverá ser fraco, e aumentou a chance de que seja negativo, embora ainda não pareça ser preponderante a chance de uma recessão técnica”, afirma Braulio Borges, economista da LCA Consultores.
Na avaliação de Luka Barbosa, economista do Itaú Unibanco, os dados de abril não foram tão ruins, embora continuem demonstrando atividade fraca. Ele diz, porém, que maio pode ser pior, a partir de números da balança comercial e de índices de confiança.
“Dados preliminares apontam para um segundo trimestre entre 0,2% e 0,3%”, afirma.
Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia, da FGV), afirma que o instituto projeta um segundo trimestre melhor que o primeiro, com avanço de 0,4%. “O segundo trimestre será importante para ver se a gente não vai para o fundo do poço”, diz.
O pesquisador Leonardo Mello de Carvalho, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), diz que o indicador da instituição mostrou avanço dos investimentos em abril, mas resultados positivos têm sido pontuais.
“Por mais que a gente veja alguns fundamentos positivos, que poderiam dar início a um ciclo virtuoso, como juros, comprometimento de renda e inflação menores, tudo isso esbarra nesse cenário de incerteza e nos elevados indicadores de desocupação. São duas restrições que vêm enterrando a economia.”
Carvalho diz que a instituição irá rever sua projeção de crescimento de 2% para o ano, feita em março.
Matos afirma que o país caminha para um baixo crescimento em 2019, como nos anos anteriores, mas com composição pior para o PIB, por causa do comportamento fraco dos investimentos. O Ibre projeta expansão de 1,2% em 2019.
“Nosso cenário não é esse, mas você começa a não poder descartar a possibilidade de recessão. Podemos não cair em recessão, mas é quase estagnação. Enquanto o investimento não voltar de fato, fica um crescimento capenga.”
O Itaú revisou na sexta (14) sua previsão para o PIB de 2019 de 1% para 0,8% e cortou a expectativa de Selic para 5% já em 2019 —antes, esse patamar seria atingido em 2020.
Segundo Barbosa, o BC só deve começar a reduzir os juros após sinal de que a reforma da Previdência vá acontecer. Ele diz que aumentou a chance de que a votação do projeto na Câmara ocorra ainda neste semestre, possibilitando um corte da Selic já em julho.
Para Borges, o consumo de bens pelas famílias estagnado há cerca de seis meses reforça a percepção de que o nível dos juros básicos da economia não tem sido suficiente para estimular o consumo e o investimento no país. Ele está entre os analistas que defendem que o BC retome o quanto antes uma política de afrouxamento monetário.
| Folha de S. Paulo | | | |
|
| | |
|
|