| 24 de mARÇO de 2020
Terça-feira
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Em 24/03/2020
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Fonte: BACEN
| | | | Novos Projetos de Lei - Coordenação de Relações Governamentais - nº 06. Ano XV. 19 de março de 2020
Para acessar a íntegra, CLIQUE AQUI.
ÍNDICE
NOVOS PROJETOS DE LEI FEDERAL
INTERESSE GERAL DA INDÚSTRIA
REGULAMENTAÇÃO DA ECONOMIA
RELAÇÕES DE CONSUMO
Vedação da destruição de produtos não perecíveis não comercializados ou devolvidos pelo consumidor
PL 478/2020 do deputado Denis Bezerra (PSB/CE)
QUESTÕES INSTITUCIONAIS
GASTO PÚBLICO
Normas gerais para o funcionamento de fundos públicos
PLP 22/2020 do senador José Serra (PSDB/SP)
Proibição de decisão monocrática em ações diretas de inconstitucionalidade
PEC 6/2020 do deputado Eduardo Costa (PTB/PA)
Divulgação anual da estimativa de emissões de gases de efeito estufa por Sociedades por Ações
PL 588/2020 do deputado Felipe Rigoni (PSB/ES)
MEIO AMBIENTE
Recuperação energética de resíduos sólidos
PL 513/2020 do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP)
Instituição do valor de resgate obrigatório de vasilhames não biodegradáveis
PL 522/2020 do deputado Pedro Augusto Bezerra (PTB/CE)
Instituição do Sistema Nacional de Redução de Emissões por Desmatamento ou Degradação Florestal (REDD+)
PL 572/2020 do deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos/AM)
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
DURAÇÃO DO TRABALHO
Ampliação do descanso para amamentação até o filho completar um ano de idade
PL 479/2020 do deputado Rubens Bueno (Cidadania/PR)
OUTRAS MODALIDADES DE CONTRATOS
Prioridade de regime de teletrabalho ao empregado com filho menor de 3 anos
PL 561/2020 da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados
BENEFÍCIOS
Aumento da licença paternidade
PL 559/2020 da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados
Unificação do período de prorrogação das licenças maternidade e paternidade no Programa Empresa Cidadã
PL 560/2020 da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados
Ampliação do período de licença paternidade
PL 569/2020 da deputada Tabata Amaral (PDT/SP)
FGTS
Movimentação parcial do FGTS para quitação de dívidas condominiais
PL 498/2020 do deputado Geninho Zuliani (DEM/SP)
Movimentação do FGTS ao portador de Granulomatose de Wegener
PL 543/2020 do deputado Marcelo Brum (PSL/RS)
Movimentação do FGTS para aquisição de imóvel rural
PL 549/2020 do deputado Pedro Uczai (PT/SC)
Permissão de movimentação do FGTS quando o trabalhador se constituir em MEI
PL 577/2020 do deputado Eduardo Bismarck (PDT/CE)
INFRAESTRUTURA
Obrigatoriedade de autorização legal específica para inclusão de empresa estatal no Programa Nacional de Desestatização
PL 483/2020 do senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB/PB)
Cronograma do percentual de adição de biodiesel ao diesel vendido ao consumidor
PL 528/2020 do deputado Jerônimo Goergen (PP/RS)
Criação dos comitês gestores de reservatórios de usinas hidrelétricas
PL 547/2020 do deputado Odair Cunha (PT/MG)
SISTEMA TRIBUTÁRIO
CARGA TRIBUTÁRIA, CRIAÇÃO DE TRIBUTOS E VINCULAÇÃO DE RECEITAS
Reforma Tributária
PEC 7/2020 do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL/SP)
INTERESSE SETORIAL
AGROINDÚSTRIA
Sustação da Portaria que estabelece os prazos para aprovação tácita para os atos públicos de liberação da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
PDL 71/2020 do deputado Helder Salomão (PT/ES)
INDÚSTRIA DE BEBIDAS
Proibição do emprego do etilenoglicol e do dietilenoglicol na produção de cervejas
PL 575/2020 do senador Alvaro Dias (PODEMOS/PR)
INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA
Comercialização de energia por unidade consumidora com mini ou microgeração
PL 592/2020 do deputado Ruy Carneiro (PSDB/PB)
NOVOS PROJETOS DE LEI ESTADUAL
INTERESSE GERAL DA INDÚSTRIA
QUESTÕES INSTITUCIONAIS
Instituição do Código Estadual de Direitos Animais e revogação do Código Estadual de Proteção aos Animais
PL 65/2020, de autoria do Poder Executivo
MEIO AMBIENTE
Instituição da Semana da Reciclagem no Estado do Paraná
PL 138/2020, de autoria do Deputado Galo (PODE)
INFRAESTRUTURA
Criação da modalidade de pagamento automático nas praças de pedágio do Paraná denominado “Moto sem Parar”, destinado à motocicletas
PL 146/2020, de autoria do Deputado Do Carmo (PSL)
INTERESSE SETORIAL
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Regulamentação de veículos automotores apreendidos
PL 140/2020, de autoria do Poder Executivo
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Obrigação dos fabricantes de remédio de uso contínuo de produzir embalagens com, no mínimo, 30 (trinta) comprimidos
PL 155/2020, de autoria do Deputado Tercílio Turini (CIDADANIA)
| Sistema Fiep ( publicado em 23-03-2020) | | | Governador Carlos Massa Ratinho Junior encaminhou solicitações durante videoconferência com o presidente Jair Bolsonaro, ministros e governadores da região Sul. Medidas são essenciais para amenizar os reflexos da crise do coronavírus na economia.
O Governo do Paraná solicitou nesta terça-feira (24) agilidade da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) na liberação de empréstimos solicitados pelos Estados e já autorizados no Senado, e também propôs ao governo federal a ampliação do prazo para pagamentos de precatórios. As duas medias podem contribuir para o fluxo de caixa dos estados neste momento de crise em razão da pandemia do coronavírus.
O pedido foi feito pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior durante videoconferência com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Participaram também da reunião virtual os ministros Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde); além dos demais governadores do Sul do País: Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Carlos Moisés (Santa Catarina).
Ratinho Junior destacou que as medidas são essenciais para amenizar os reflexos da crise do coronavírus na economia. Segundo ele, permitirão por parte do Estado realocar recursos para o combate e tratamento da pandemia, além de aquecer a atividade econômica com a retomada de obras estruturantes.
“Postergar o prazo para a quitação dos precatórios melhora consideravelmente o fluxo de caixa dos Estados. Possibilita ainda um planejamento mais adequado em todas as áreas, especialmente na saúde neste momento de crise”, afirmou o governador.
De acordo com ele, o Paraná pagou R$ 1,7 bilhão em precatórios no ano passado, restando mais R$ 7 bilhões a ser quitado até 2024. “Recursos importantes que fazem a diferença no caixa do Estado neste momento, por isso pedimos que o prazo seja prolongado”, disse Ratinho Junior.
LOGÍSTICA – O governador aproveitou também a reunião para colocar as aeronaves do Paraná à disposição dos demais Estados do Sul. Ratinho Junior afirmou que os aviões podem ser usados para buscar equipamentos médicos e testes para identificação do coronavírus, entre outras ações.
Na semana passada o Paraná entrou em acordo com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o Ministério da Saúde para a aquisição de mais insumos para exames de detecção do novo coronavírus. Segundo o governador, as aeronaves podem buscar a carga e fazer a distribuição para Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A liberação do material, contudo, ainda depende do aval do Ministério da Saúde. “Uma ação que pode facilitar a logística, dando mais agilidade aos procedimentos”, afirmou Ratinho Junior.
SAÚDE – Ratinho Junior pediu também para que o Ministério da Saúde agilize a definição dos critérios para a distribuição dos recursos destinados ao combate ao coronavírus anunciados na segunda-feira (23) pelo presidente Jair Bolsonaro. O pacote de R$ 88,2 bilhões busca fortalecer Estados e Municípios.
Dentre as medidas está a transferência de R$ 8 bilhões para a saúde. “Trabalhamos em sintonia com o ministério, confiando nos critérios que serão adotados pelo governo federal”, comentou.
| G1 | | | |
Confiança cai 4,4 pontos em março
O ICEI caiu 4,4 pontos em março, na comparação com fevereiro, para 60,3 pontos. A queda observada é a maior desde junho de 2018, quando o ICEI caiu 5,8 pontos em decorrência da paralisação dos caminhoneiros. Mesmo com a queda, o índice mostra confiança dos empresários.
| CNI (publicado em 18-03-2020) | | | | Reportagem da Crise do novo coronavírus promove desafios para a indústria e para o Brasil série especial do site Poder 360, com apoio da CNI, Caminhos da Indústria - desafios e oportunidade fala sobre o impacto da pandemia sobre a economia
CNI alerta que o futuro da indústria e do país estão em jogo, com esta pandemia, e destaca que setor terá papel crucial no pós-crise
Após um 2019 difícil, a indústria brasileira começou a apresentar sinais de recuperação em janeiro deste ano. O faturamento real do setor teve alta de 1,5% na comparação com o mês anterior, e a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) atingiu 78%, elevação de 0,4 ponto percentual ante dezembro – dados dessazonalizados coletados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os números trouxeram alívio para um setor vital para o reaquecimento da economia brasileira. A indústria é responsável por 71,4% das exportações de bens e serviços do país e, no 2º semestre de 2019, só a indústria de transformação registrou 10,7 milhões de pessoas empregadas – 1,3% a mais do que no mesmo período de 2018 e o melhor dado desde 2015, quando o setor empregava 11,5 milhões de trabalhadores.
Os indicadores de janeiro apontavam que, certamente, iria ocorrer uma retomada expressiva da indústria brasileira, a ponto de todas as previsões indicarem que o crescimento do setor em 2019 ficaria em torno de 2,8% — acima da previsão de 2,5% de crescimento do PIB nacional.
Mas eis que, subitamente, chegou a crise do novo coronavírus, e todas as previsões otimistas se desfizeram. Agora, a perspectiva é de que o crescimento do país neste ano será negativo, culminando em uma recessão econômica sem precedentes. Neste novo cenário, o setor industrial, maior gerador de empregos do país, será o mais afetado.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, avalia que as dificuldades para produzir, geradas pela falta de insumos e pela falta de liquidez, com a queda nas vendas, poderão levar diversas empresas eficientes à falência – o que, certamente, aumentará as consequências sociais negativas da crise. “O uso de recursos públicos, escassos devido à situação fiscal, deve ser direcionado ao fortalecimento do sistema de saúde e ao alívio da situação financeira das empresas, para que se assegure a preservação dos empregos”, defende Robson Andrade.
Pandemia já impacta indústria nacional
A crise gerada pelo novo coronavírus interrompeu, de forma brusca, o ciclo de recuperação na atividade industrial do Brasil. O governo anunciou nos últimos dias medidas para evitar a desaceleração da economia, mas alguns setores já estão sendo impactados.
Pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) no começo de março mostrou que 70% das empresas associadas já apresentam problemas com o abastecimento de componentes, que são produzidos majoritariamente na China e em outros países asiáticos.
De acordo com o presidente da Abinee, Humberto Barbato, o número de empresas com dificuldades para obter itens indispensáveis para seus processos produtivos tem aumentado a cada semana.
“Nós temos feito pesquisas semanais, e a última mostrou que 70% das empresas do setor estão com dificuldades de abastecimento devido ao surto de coronavírus. No primeiro levantamento que fizemos, em meados de fevereiro, esse número era de 52%, depois passou para 57% e chegou a 70% na pesquisa que fizemos no começo de março. A cada dia que passa, é maior o número de empresas atingidas”, afirma.
Buscar novos fornecedores não é trivial, já que a Ásia concentra a produção de componentes de microeletrônica: “Quando a gente olha as importações do setor, 80% vêm de países asiáticos, sendo mais de 40% só da China. Cerca de 60% dos computadores e celulares feitos no país usam componentes feitos nesses países, então é certo que a produção de março e abril será afetada”.
Diretor de estudos e políticas macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Ronaldo Souza Júnior afirma que é difícil prever os impactos que a crise terá na economia brasileira porque não há registros históricos de ocorrências semelhantes, mas diz que a pandemia gera problemas tanto pelo lado da oferta quanto da demanda.
“O choque na oferta ocorre pelos problemas de suprimento de algumas cadeias produtivas, como a da indústria eletrônica. Já pelo lado da demanda é porque os mecanismos usados para a contenção do vírus reduzem a interação humana, e isso tende a refletir no PIB. Para a indústria, há também a preocupação com a contaminação de empregados, é um setor que utiliza mão de obra de forma intensiva”, diz.
Os efeitos que o distanciamento social provocam na economia são inegáveis, mas diversos setores industriais já estão adotando a medida. O presidente da Abinee diz que empresas do setor já estão adotando home office para as áreas administrativas e esquema de plantão de equipes para as áreas em que não é possível fazer teletrabalho.
As medidas são duras, mas, de acordo com o coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Gatúlio Vargas (FGV), são fundamentais para amenizar os efeitos do surto de coronavírus no país. “É, antes de tudo, uma questão de saúde pública. Temos que olhar os países que tiveram sucesso em segurar essa pandemia, como a Coreia do Sul. Quanto mais cedo ficar claro que o Brasil está conseguindo controlar a escalada do nível de contaminação, menor será o dano econômico. Em vez de ter uma recessão branda, podemos ter uma recessão grave. Isso vai depender de como o governo atuar para controlar o problema”, avalia Marçal.
Diante deste contexto, na semana passada, a CNI apresentou a autoridades do Executivo e do Legislativo, um conjunto de 37 propostas emergenciais –formuladas em parceria com federações estaduais e com o Fórum Nacional da Indústria (FNI), que congrega 60 associações setoriais– com medidas que o setor considera cruciais para a atenuação dos efeitos da grave crise econômica que se prenuncia no horizonte. As propostas se concentram nas áreas de tributação, política monetária, financiamento, regulação e legislação trabalhista. Leia a íntegra das medidas sugeridas pela CNI.
“Nosso objetivo principal é dar condições para que as empresas resistam no período de redução da atividade econômica, que não sabemos quanto tempo vai durar”, explica o presidente da CNI, Robson Andrrade. “Apenas mantendo a viabilidade das indústrias e dos demais segmentos, será possível preservar os empregos já existentes”.
Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica mostrou que 70% das empresas associadas já apresentam problemas com o abastecimento de componentes
Indústria terá papel central na recuperação econômica
Na avaliação de empresários e especialistas, a crise econômica decorrente do novo coronavírus ocorre em um momento crucial para a indústria brasileira. Não apenas com relação ao processo de desindustrialização que ocorreu nos últimos anos, mas também por que há vários desafios ainda a serem vencidos, para que o setor consiga se conectar com a quarta revolução industrial, que já está em curso, e, também, para se integrar de forma sustentada à economia global.
Abstraindo a crise atual, é necessário ter em mente que a saúde da indústria será decisiva para que o Brasil consiga se recuperar dos estragos feitos pelo vírus e retomar o caminho do desenvolvimento econômico e social que se prenunciava antes da eclosão da pandemia.
O encadeamento do ciclo produtivo de diversos segmentos da indústria faz com que o setor movimente também outras áreas da economia. De acordo com o coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Emerson Marçal, a indústria automotiva, por exemplo, tem uma ampla cadeia de insumos, assim como a indústria de aviação.
“Estes segmentos compram aço, plástico, computadores e outros componentes. Com isso, elas movimentam uma ampla cadeia de serviços”, explica.
Marçal destaca que a indústria investe maciçamente em tecnologia, fomentando o desenvolvimento de inovações. “Isso faz com que o setor industrial, de alguma forma, acabe puxando a economia do país. É um setor com externalidades positivas para a economia brasileira como um todo”, acrescenta.
O economista destaca, ainda, que o desenvolvimento de políticas públicas focadas no setor industrial será etapa fundamental para que a economia brasileira consiga voltar a crescer. E esse processo, hoje mais do que nunca, terá que se basear no aumento da produtividade do setor. Em 2018, a produtividade da indústria de transformação registrou alta de 0,8%, e, até o terceiro trimestre de 2019, o indicador apontava recuo de 0,2%.
“O futuro da indústria e do Brasil depende, mais do que nunca, da implementação da agenda de equilíbrio macroeconômico e reformas estruturais”, afirma o presidente da CNI, Robson Andrade
Recente estudo da CNI, apresenta critérios para a implementação de uma nova agenda de política industrial no país. No documento, a entidade defende que, diferentemente do que ocorreu no passado, quando era encarada como uma medida protecionista, agora a política industrial tem como objetivo promover a incorporação de novas tecnologias à produção, o desenvolvimento de novos produtos, a adoção de modelos inovadores de negócio e a diversificação da economia para setores e atividades com maior valor agregado.
Visto por essa ótica moderna, destaca o estudo, o crescimento industrial se torna um meio para promover o desenvolvimento econômico e social do país, pois os empregos do futuro só serão melhores que os atuais se as novas atividades econômicas forem mais intensivas em tecnologia, agregarem mais valor aos produtos e exigirem trabalhadores mais bem formados e qualificados.
De acordo com o presidente da CNI, Robson Andrade, o futuro da indústria e do Brasil, sobretudo com os efeitos da crise econômica decorrente do coronavírus, dependerá, mais do que nunca, da criação de condições de competitividade que coloquem o país em pé de igualdade com seus principais concorrentes.
“É a agenda do equilíbrio macroeconômico, das reformas estruturais, que perseguimos há décadas e que já foi superada ou, ao menos, razoavelmente enfrentada por outras nações. E a agenda da indústria do futuro é a agenda da política industrial. A segunda não existe sem a primeira”, conclui.
De acordo com o presidente da Abinee, Humberto Barbato, o número de empresas com dificuldades para obter itens indispensáveis para seus processos produtivos tem aumentado a cada semana.
“Nós temos feito pesquisas semanais, e a última mostrou que 70% das empresas do setor estão com dificuldades de abastecimento devido ao surto de coronavírus. No primeiro levantamento que fizemos, em meados de fevereiro, esse número era de 52%, depois passou para 57% e chegou a 70% na pesquisa que fizemos no começo de março. A cada dia que passa, é maior o número de empresas atingidas”, afirma.
Buscar novos fornecedores não é trivial, já que a Ásia concentra a produção de componentes de microeletrônica: “Quando a gente olha as importações do setor, 80% vêm de países asiáticos, sendo mais de 40% só da China. Cerca de 60% dos computadores e celulares feitos no país usam componentes feitos nesses países, então é certo que a produção de março e abril será afetada”.
Diretor de estudos e políticas macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior afirma que é difícil prever os impactos que a crise terá na economia brasileira porque não há registros históricos de ocorrências semelhantes, mas diz que a pandemia gera problemas tanto pelo lado da oferta quanto da demanda.
“O choque na oferta ocorre pelos problemas de suprimento de algumas cadeias produtivas, como a da indústria eletrônica. Já pelo lado da demanda é porque os mecanismos usados para a contenção do vírus reduzem a interação humana, e isso tende a refletir no PIB. Para a indústria, há também a preocupação com a contaminação de empregados, é um setor que utiliza mão de obra de forma intensiva”, diz.
Os efeitos que o distancioanmento social provocam na economia são inegáveis, mas diversos setores industriais já estão adotando a medida. O presidente da Abinee diz que empresas do setor já estão adotando home office para as áreas administrativas e esquema de plantão de equipes para as áreas em que não é possível fazer teletrabalho.
As medidas são duras, mas, de acordo com o coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da FGV, são fundamentais para amenizar os efeitos do surto de coronavírus no país. “É, antes de tudo, uma questão de saúde pública. Temos que olhar os países que tiveram sucesso em segurar essa pandemia, como a Coreia do Sul. Quanto mais cedo ficar claro que o Brasil está conseguindo controlar a escalada do nível de contaminação, menor será o dano econômico. Em vez de ter uma recessão branda, podemos ter uma recessão grave. Isso vai depender de como o governo atuar para controlar o problema”, avalia Marçal.
| CNI (publicado em 23-03-2020) | | | | Renato da Fonseca participou de webinar com o portal JOTA. Ele destacou propostas para atenuar a crise gerada pelo coronavírus e observou que indústrias essenciais continuarão abertas
O gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, afirmou nesta segunda-feira (23) que medidas como o adiamento por três meses do pagamento de tributos, de juros e de amortização de financiamentos públicos poderão contribuir para que empresas sobrevivam à crise provocada pelo coranavírus. Ele concedeu entrevista ao vivo, em vídeo, para o portal jurídico JOTA sobre o impacto econômico da pandemia nas indústrias.
“Uma soma de medidas pode gerar impactos para que as empresas sobrevivam a essa crise, como o adiamento do pagamento de tributos por três meses, que foi proposto pela CNI. Também, quem sabe, adiar o pagamento da parcela de tributos da conta de energia e o pagamento de juros e amortização de empréstimos de bancos públicos. Aquela empresa que está com despesa maior que a receita, aonde ela puder cortar ela vai ter um respiro”, pontuou o gerente da CNI. “O interessante é que possam adiar por três meses alguns tributos, mas deixando para pagar ainda este ano para não impactar nas contas públicas de 2020”, acrescentou.
Renato da Fonseca destacou que a CNI encaminhou, ainda na semana passada, aos poderes Executivo e Legislativo, uma série de sugestões para serem adotadas com o objetivo de atenuar os efeitos da crise. Foram 37 propostas nas áreas de tributação, política monetária, financiamento, normas regulatórias e legislação trabalhista.
De acordo com o gerente da CNI, haverá impacto forte nos setores de vestuário, calçados e bens duráveis, ainda que se possa comprar hoje com facilidade pela internet. Esses, segundo ele, são os bens que a população em geral deixa de comprar em um primeiro momento durante as crises. “Acredito que até o fim do ano a economia comece a voltar ao normal. Que a gente consiga vencer não só a doença, mas a crise econômica que vem acompanhando essa pandemia”, finalizou.
| CNI | | | | As 21 impressoras 3D dos Faróis do Saber e Inovação da prefeitura de Curitiba foram transferidas para o FabLab, na Rua da Cidadania do Cajuru. Ali ficará concentrada a impressão de máscaras para atender a demanda dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de coronavírus. A expectativa é produzir 220 máscaras por dia.
A prefeitura pede ajuda da população. Será preciso um grande volume de filamentos poliméricos, a matéria-prima de fabricação.“As empresas e mesmo pessoas que tenham a impressora 3D podem se unir a este grande esforço de toda a cidade e doar filamentos para a produção da estrutura das máscaras. Toda ajuda é muito importante para contermos a pandemia do coronavírus”, diz Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento.
A chapa frontal transparente da máscara (que cobre o rosto) será adquirida pela Prefeitura. As máscaras seguirão um modelo disponibilizado na internet por uma empresa da República Tcheca. Já os ajustes para simplificar e tornar um pouco mais rápida a produção foram feitos pela startup curitibana Maha 3D.
| Gazeta do Povo | | | | A crise causada pela pandemia do novo coronavírus pode ter sepultado a recuperação do emprego formal – e, além disso, ter agravado a situação dos trabalhadores informais. O alerta mais contundente foi feito por um grupo de empresários, durante uma videoconferência comandada pelo fundador e presidente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, no último domingo (22).
Benchimol afirmou que não é improvável que o Brasil chegue a ter 40 milhões de desempregados até o fim de junho. Ele usou como referência a previsão feita por James Bullard, presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, de que a taxa de desemprego nos EUA poderá chegar a 30%. “No Brasil, onde há mais de 10 milhões de desempregados, acredito que o impacto será muito maior”, afirmou.
Os empresários que participaram da videoconferência defenderam que o governo lance um “Plano Marshall” para reconstruir o país depois da crise – uma referência ao plano para a recuperação da Europa após a Segunda Guerra Mundial. "O risco é de aumento da quantidade de pessoas passando fome e no número de assassinatos", avaliou Benchimol.
As ações da equipe econômica: MP publicada às pressas teve de ser revogada
Até o momento, a equipe econômica tem provocado mais "caneladas" do que, de fato, lançado medidas de combate ao desemprego. A equipe chegou a anunciar, na semana passada, um programa “antidesemprego”
– mas no domingo à noite fez o contrário: editou uma medida provisória prevendo a suspensão do contrato de trabalho por até quatro meses, sem prever a obrigação de o empregador pagar o salário do funcionário.
A medida foi feita de surpresa: ela não havia sido anunciada em nenhuma das quatro coletivas de imprensa convocadas pela equipe econômica na semana passada, e foi publicada no Diário Oficial da União já no fim da noite de domingo (22). A repercussão foi negativa entre especialistas, parlamentares e órgãos do Judiciário, que avaliaram que a suspensão desacompanhada de outra fonte de renda para o trabalhador agravaria a crise.
Diante da repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a revogação da medida. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o texto foi fruto de um "erro de redação", porque a MP foi escrita às pressas. Já o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, disse que o dispositivo foi "mal interpretado".
Governo prepara texto para permitir corte de jornada e salários
Além da MP reescrita, também é esperado, para os próximos dias, outro texto, prevendo a possibilidade de redução de jornada e salário em até 50% mediante acordo individual entre empregador e trabalhador. Essa medida já havia sido anunciada pelo Ministério da Economia, dentro do programa antidesemprego, mas até agora não saiu do papel.
Essa MP também deve prever que os trabalhadores que recebem atualmente até dois salários mínimos e vierem a ter suas jornadas e salários reduzidos possam antecipar 25% do seguro-desemprego que receberiam caso fosse demitidos.
O que de fato saiu do papel até o momento para preservar o emprego foi a suspensão do recolhimento do FGTS por parte das empresas por até três meses, justamente para que elas tenham uma alívio de caixa e, quem sabe, demitam menos; a possibilidade de antecipação das férias, mesmo que o trabalhador não tenha cumprido o período aquisitivo; a possibilidade de antecipar feriados não religiosos; a concessão de férias coletivas sem precisar do aval do sindicato; e o teletrabalho.
Emprego formal estava em processo de recuperação
A crise causada pelo novo coronavírus estourou justamente num momento em o emprego formal estava em processo de recuperação. Em 2019, segundo dados do Cadastrado Nacional de Desempregados e Desempregados (Caged), o Brasil criou 644 mil empregos com carteira assinada. Foi o segundo ano consecutivo em que as admissões superaram as demissões. Em 2018, o Brasil criou 529,5 mil vagas e interrompeu um ciclo de três anos de resultado negativo das contratações.
O resultado do ano passado também foi o melhor em seis anos (2014-2019). Ele perde somente para 2013, quando o país criou 1,1 milhão de empregos formais. Também foi a primeira vez desde 2013 em que todos os oito setores da economia criaram vagas.
Os resultados positivos de 2019 levaram o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcomo, a prever que o país poderia criar 1 milhão de vagas formais em 2020, caso o crescimento econômico ficasse entre 2,5% a 3%. Essa previsão foi feita em coletiva de imprensa em janeiro. Na época, a equipe econômica acreditava que o Produto Interno Bruto (PIB) poderia avançar nesse patamar. Agora, a previsão do governo para o PIB é de crescimento zero.
Desemprego estava em leve queda, e informalidade, em alta
Já o desemprego teve leve queda em 2019. A taxa média de desocupação caiu de 12,3% em 2018 para 11,9% em 2019. Foi a segunda queda anual consecutiva, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE.
Eram, ao fim do ano passado, 12,6 milhões de pessoas desocupadas, 1,7% a menos do que em 2018. A taxa média de desocupação teve queda em 16 dos 27 estados (incluindo o Distrito Federal) do país. Já a população ocupada também aumentou no Brasil (2%) e em 23 estados, totalizando 93,4 milhões de trabalhadores em 2019.
A queda do desemprego, contudo, foi acompanhada da alta da informalidade em 2019, segundo o IBGE. Os trabalhadores sem carteira assinada atingiram 41,1% da população ocupada no ano passado, o maior contingente desde 2016.
Eram, ao fim do ano passado, 38,4 milhões de pessoas vivendo na informalidade – entregadores, motoristas de aplicativos, ambulantes, diaristas, entre outros, todos sem carteira assinada e sem a proteção de benefícios como FGTS, férias remuneradas e seguro-desemprego.
“Mesmo com a queda no desemprego, em vários estados a gente observa que a taxa de informalidade é superior ao crescimento da população ocupada. No Brasil, do acréscimo de 1,819 milhão de pessoas ocupadas [em 2019], um milhão é de pessoas na condição de trabalhador informal”, explicou a analista de pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, em fevereiro, na época da divulgação dos dados. “Em praticamente todo o país, quem tem sustentado o crescimento da ocupação é a informalidade”, resumiu.
Com as medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus, como o fechamento do comércio e de atividades do setor de serviços e a recomendação para que as pessoas não saiam de casa, os informais devem ser a classe de trabalhadores que mais vai sofrer nessa crise.
“Esse [o trabalhador informal] não vai ter negociação, aviso prévio, redução de jornada, nada. O cara que vende pipoca na rua, se não tem freguês para vender, ele para de ganhar a renda dele. Esse é o caso mais dramático”, afirmou Hélio Zylberstajn, professor sênior da Faculdade de Economia da USP e coordenador do projeto Salariômetro da Fipe, em entrevista à Gazeta do Povo.
O que o governo fará pelos informais
Para proteger os informais da queda de renda durante a pandemia, o governo anunciou que criará um auxílio de R$ 200 mensais, válido por três meses. Também terão direito desempregados e microempreendedores individuais (MEIs). Quem já recebe Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC), aposentadoria ou seguro-desemprego não terá direito.
A informação inicial do Ministério da Economia era de que o benefício seria criado via medida provisória, que tem vigência imediata. Mas, segundo a assessoria de imprensa da pasta, a medida será criada agora via projeto de lei, ainda a ser encaminhado ao Congresso.
Segundo projeções feitas pela Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal, com base em números da Pnad Contínua, 18 milhões de pessoas podem ser contempladas com o auxílio emergencial mensal de R$ 200. O custo potencial estimado, em três meses, é de R$ 11 bilhões."
| Gazeta do Povo (publicado em 23-03-2020) | | | | Metade da população prevê que coronavírus terá efeito prolongado na economia
Os brasileiros estão incertos sobre a duração da crise provocada pelo avanço do coronavírus, mas a maioria dos trabalhadores prevê que sua renda diminuirá com a paralisação da economia nos próximos meses, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha na semana passada.
De acordo com o instituto, 79% das pessoas preveem que a economia brasileira será muito afetada pela propagação da doença. Outros 16% acham que ela será pouco afetada, e somente 3% dizem que ela não será prejudicada.
O pessimismo é grande mesmo entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entre os que aprovam seu desempenho na administração da crise, 72% preveem que a economia brasileira será muito afetada pela disseminação da doença.
O Datafolha entrevistou 1.558 pessoas por telefone celular entre quarta (18) e sexta (20). O instituto realizou as entrevistas a distância e não presencialmente para evitar o contato pessoal entre pesquisadores e entrevistados.
Na semana passada, bancos refizeram projeções para estimar o impacto econômico do avanço do novo coronavírus e concluíram que a economia global está a caminho de uma nova recessão.
No Brasil, o Ministério da Fazenda rebaixou sua previsão de crescimento para este ano —de 2,1% para 0,02%.
Os economistas ainda estão inseguros em relação à duração da crise. A maioria trabalha com a hipótese de que as maiores economias irão se recuperar no segundo semestre, mas tudo ainda depende do alcance da infecção, que ainda está se espalhando rapidamente em países da Europa e nos Estados Unidos.
A paralisia da atividade econômica, o isolamento da população e outras medidas
restritivas necessárias para combater o vírus tendem a deprimir a demanda por bens e serviços no mundo inteiro, reduzindo a renda e o consumo e freando investimentos das empresas.
De acordo com o Datafolha, 50% dos brasileiros preveem que a crise terá efeitos prolongados e 44% acham que os prejuízos econômicos se esgotarão em pouco tempo. As mulheres estão mais pessimistas do que os homens. Entre elas, 53% preveem uma crise econômica prolongada.
A maioria tem a expectativa de que sua vida financeira pessoal será afetada pela crise. Para 45%, o prejuízo será passageiro, mas 28% acham que terão dificuldades por muito tempo. Somente 24% dos entrevistados disseram que não esperam ter prejuízos com a crise econômica.
A insegurança é maior entre as camadas mais pobres da população. De acordo com a pesquisa, 32% dos que têm renda familiar mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.090) preveem que sofrerão prejuízos causados pela crise por muito tempo e 41% acham que os efeitos serão passageiros.
Entre os mais ricos, com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos (R$ 10.450), somente 19% têm a expectativa de prejuízos prolongados com a disseminação da doença; outros 54% afirmam que os danos sofridos com a crise serão superados em pouco tempo.
A maioria das pessoas ouvidas pelo Datafolha diz que não terá condições de continuar trabalhando em casa na crise. Segundo 54% dos entrevistados, suas atividades não poderão continuar sendo realizadas remotamente enquanto durar o período de isolamento recomendado pelas autoridades.
A perspectiva de ficar sem trabalho e renda é maior nas camadas mais desprotegidas. Entre os mais pobres, 60% dizem que não terão condições de continuar exercendo suas atividades. Entre os mais ricos, somente 25% preveem que terão essa dificuldade com o aprofundamento da crise causada pela Covid-19.
As dificuldades serão grandes mesmo entre os trabalhadores que têm alguma proteção garantida pela legislação. Entre os trabalhadores com carteira assinada, só 35% afirmam que poderão trabalhar em casa. Entre profissionais liberais e autônomos, 51% dizem que poderão trabalhar remotamente.
O governo anunciou que criará um auxílio emergencial de R$ 200 por mês para trabalhadores do setor informal e outro para quem tiver registro em carteira receber até dois salários mínimos por mês e tiver a jornada de trabalho reduzida durante a crise, mas os detalhes ainda não foram divulgados.
Segundo o Datafolha, 57% dos trabalhadores têm expectativa de diminuição da renda nos próximos meses. A insegurança é maior para os mais pobres do que para os ricos. Entre os que têm renda familiar de até dois salários mínimos, 61% preveem que seus rendimentos encolherão com a crise.
Entre os assalariados com carteira assinada, 51% têm a mesma expectativa. Entre profissionais liberais e autônomos, 78% preveem que a redução ocorrerá.
Mesmo entre os ricos, com renda superior a dez salários mínimos, 49% esperam diminuição da renda nos próximos meses da crise.
| Folha de S.Paulo | | | Secretaria da Receita Federal informou que medida visa amenizar efeitos da pandemia de coronavírus na economia. Prorrogação também vale para certidões positivas com efeitos de negativas.
A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional informaram nesta terça-feira (24) a prorrogação por 90 dias do prazo de validade das certidões negativas de débitos (CND) e das certidões positivas com efeitos de negativas (CNEND), ambas relativas à créditos tributários federais e à dívida ativa da União.
As medidas, que valem apenas para as certidões conjuntas que já foram expedidas e ainda estão no período de validade, visam minimizar os efeitos decorrentes da crise da pandemia de coronavírus sobre a economia. A decisão foi regulamentada por meio de portaria, publicada no "Diário Oficial da União".
A CND é emitida quando não há pendências relativas a débitos, dados cadastrais e apresentação de declarações administrados pela Receita Federal, ou inscrição na dívida ativa da União.
Já a CPEND, segundo a área econômica, é emitida quando existe uma pendência, porém com seus efeitos suspensos (por exemplo, em virtude de decisão judicial). As duas certidões são necessárias para que as pessoas jurídicas exerçam uma série de atividades, como participar de licitações ou obter financiamentos.
| G1 | | | | Segundo Goldman Sachs, queda do Ibovespa em 2020 é pior do que a média das últimas crises
Segundo o banco americano Goldman Sachs, a Bolsa brasileira tem a maior desvalorização dentre os maiores mercados acionários do mundo com a crise do coronavírus. De 17 de janeiro a 20 de março, o Ibovespa em dólares se desvalorizou 52%, aponta relatório do banco divulgado nesta segunda-feira (23).
O segundo pior desempenho é da Indonésia, com queda de quase 50%. África do Sul e Rússia vêm em seguida, com quedas de cerca de 45%. Chile tem o quinto pior desempenho, caindo pouco mais de 40% no período.
Estados Unidos e Europa têm umas das menores quedas, com creca de 30% de desvalorização cada.
Em reais, a desvalorização do Ibovespa no período foi de 42,5%. No acumulado do ano, há queda de 42%.
De acordo com o Goldman Sachs, a forte desvalorização do mercado brasileiro neste ano supera a média de crises anteriores.
"Com a severidade do recente sell-off [venda rápida de ativos], o valuation [avaliação de valor] das ações brasileiras foram de uma das mais caras dentre emergentes para quase que um desvio padrão abaixo da média histórica", diz o relatório.
Com a queda, o Ibovespa, assim como as principais Bolsas do mundo, entrou em "bear market" (mercado do urso, numa tradução livre). Entre analistas, a figura do urso é uma alusão ao movimento do mercado que derruba o preço dos ativos –ao contrário do touro "bull market", símbolo de Wall Street, que lança os preços para cima.
Uma Bolsa entra em bear market quando cai 20% abaixo do seu recorde recente.
Segundo o Goldman, este é o pior bear market desde a crise de 2008, quando a Bolsa brasileira caiu 70% em dólares entre maio e novembro de 2008.
O banco afirma que um dos catalisadores de uma queda mais expressiva pode ser a forte presença de estrangeiros no país antes do sell-off. Em 2020, eles saíram em velocidade e em volume recorde da Bolsa brasileira. Até 19 de março, são R$ 59 bilhões a menos de investimento estrangeiro no mercado de ações brasileiro.
O relatório também destaca o desempenho do real, que tem a quarta maior desvalorização no mundo no período, atrás apenas do peso mexicano, rublo russo e coroa norueguesa.
Neste ano, o real perde 28% de seu valor ante o dólar, que ficou R$ 1,12 mais caro, cotado a R$ 5,136.
"Ainda estamos intensamente focados nos riscos globais de queda, mas para investidores de longo prazo que buscam valor, acreditamos que os movimentos de ações e câmbio no Brasil parecem exagerados", diz o Goldman.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 23-03-2020) | | | | Ideia é chegar a 1 milhão de unidades e atingir mais de 50 favelas no país
Alguns dos maiores empresários do Brasil montaram um fundo inicial de R$ 5 milhões para fazer chegar cestas básicas a cerca de 60 mil pessoas em 52 favelas e comunidades pobres durante a crise do novo coronavírus.
Entre as regiões atendidas na primeira fase do projeto estão, entre outras, o Capão Redondo e a Vila Nova Cachoeirinha, na capital paulista, cidades do interior como São José do Rio Preto (SP), o Complexo do Alemão, no Rio, e outras capitais, como Belo Horizonte, Vitória e Maceió.
A iniciativa é do Instituto Gerando Falcões, organização social sem fins lucrativos, e a ideia é que ela seja ampliada com doações de mais empresas e de pessoas físicas.
Os chamados “puxadores” da ação são os empresários Jorge Paulo Lemann (AB InBev), Abilio Diniz (Península), Pedro Bueno (Dasa), Olavo Setubal Jr. (Itaú), David Feffer (Suzano) e os sócios da 3G Capital Alexandre Behring, Mario Cunha Campos e Pedro Batista.
A Accenture, empresa de tecnologia e gestão, participa com a criação de um aplicativo que permitirá a líderes comunitários cadastrarem as famílias mais vulneráveis que receberão um vale para as cestas básicas e outros itens, como frascos de álcool em gel.
O laboratório Dasa e a GSC, empresa do grupo, também ajudarão a treinar, a partir desta terça (24), as pessoas que participarão da entrega das cestas em pontos predeterminados. O objetivo é tentar reduzir o risco de eventual contaminação pela Covid-19 dos envolvidos no projeto.
Além dos primeiros R$ 5 milhões, a ideia é desencadear uma campanha nacional para arrecadar e ampliar os fundos. Eles serão organizados e distribuídos para além das 52 comunidades iniciais pelo Instituto Gerando Falcões.
A entidade —com gestão certificada pela Ambev e auditada pela KPMG— é uma ONG sem fins lucrativos para a promoção social de crianças e adolescentes e capacitação profissional.
Segundo Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões, algumas personalidades, como o ex-jogador Ronaldo Fenômeno e a apresentadora Ana Paula Padrão, já se comprometeram a divulgar a iniciativa.
“A ideia é arrecadar, nas próximas semanas, pelo menos 1 milhão de cestas básicas e ajudar no combate à fome e à Covid-19. Precisamos que os líderes liderem. Não é hora de covardia”, diz Lyra.
Segundo ele, as primeiras cestas básicas devem ser entregues no começo de abril.
Lyra também já conversa com o governo de São Paulo para disponibilizar a tecnologia do aplicativo para um eventual programa oficial —o mesmo será feito em relação ao governo federal.
Outros empresários que participam da iniciativa são Nizan Guanaes e Donata Meirelles, a família Hawilla, Thiago Oliveira, Bernardo Paiva, Claudio Carvalho, João Paulo Coelho e Bruno Setubal, além da startup ZUP.
Um dos maiores problemas do isolamento humano provocado pela epidemia no Brasil é como prover renda para os 38,3 milhões de trabalhadores informais no país, cujo rendimento médio pode cair de cerca de R$ 1.400 mensais para quase nada.
Os R$ 200 que o governo agora promete fazer chegar até eles equivalem a um sétimo disso. E haverá dificuldades em encontrá-los por meio do Cadastro Único da Caixa, devido a inconsistências nos endereços da lista.
Em relação às favelas, o último Censo do IBGE mostrou que o Brasil tinha aproximadamente 12 milhões de pessoas (6% da população) morando em 6.329 “aglomerados subnormais” em 323 municípios.
Metade dessas moradias fica no Sudeste —sendo 23% em São Paulo e 19% no Rio de Janeiro. Belém era a capital brasileira com a maior proporção de pessoas residindo em favelas: 54,5%, ou mais da metade da população. Salvador (33%), São Luís (23%) Recife (23%) e o Rio (22%) vinham a seguir.
Considerando-se apenas a população carioca, praticamente um em cada cinco era morador de favelas.
Além de figurar entre as moradias que menos têm serviços básicos, as favelas brasileiras também concentram a maior parte da pobreza extrema no país.
Outros dados do IBGE, do ano passado, mostram que cerca de 13,5 milhões de brasileiros vivem com menos de R$ 145 por mês, o maior contingente da série histórica, iniciada em 2012.
Desde o início da crise econômica, em 2014, 4,5 milhões de brasileiros passaram a integrar essa parcela da população em situação miserável.
Em quatro anos, até 2018, o aumento foi de 50% no número de miseráveis. No mesmo período, a renda dos 5% mais pobres no Brasil caiu 39%, segundos a FGV Social.
A crise também provocou um aumento da desigualdade de renda por mais de quatro anos consecutivos. No período, os mais pobres não só foram os mais afetados pelo desemprego como perderam mais rendimentos.
Entre o fim de 2014 e o ano passado, a renda per capita do trabalho dos 50% mais pobres no país despencou 17,1% enquanto a dos 10% mais ricos subiu 2,5% em termos reais (acima da inflação). Já o 1% mais rico foi quem mais ganhou: 10,1%.
| Folha de S.Paulo | | | | Sindicatos, por sua vez, afirmam que regras enfraquecem os trabalhadores
De um lado, os sindicatos dizem que a medida provisória 927, ao afrouxar regras, enfraquece os trabalhadores. De outro, advogados dizem que o momento exige rapidez nas decisões e flexibilidade para evitar cortes mais profundos.
A medida publicada em edição extra do Diário Oficial da União no domingo (22) mexe em oito pontos princip ais, mas o mais polêmico deles não durou muitas horas.
Por meio de acordos individuais, as empresas poderiam suspender os contratos por quatro meses e, nesse período, não pagariam salários, INSS ou FGTS.
No início da tarde, o presidente Jair Bolsonaro informou que mandou revogar o artigo.
Para advogados, dos pontos que continuam de pé, como as regras para concessão de férias e banco de horas, a medida provisória privilegia os acordos individuais —e esse é um dos pontos principais da discórdia com as centrais sindicais, que divulgaram nota de repúdio e não descartam levar o caso ao STF.
Letícia Ribeiro, do Trech Rossi Watanabe, diz que a MP traz ações concretas que darão autonomia às empresas, dando celeridade às negociações. Para ela, o documento privilegia as negociações individuais e as decisões dos empregadores, como no caso do teletrabalho, que passa dispensar acordo prévio, e inclui estagiários e aprendizes.
As empresas também poderão antecipar dois períodos de férias. O pagamento, no entanto, poderá ser feito depois, diferentemente do que prevê a legislação até então.
As novas regras já estão em vigor —as medidas provisórias começam a valer na data da publicação e têm de ser aprovadas pelo Congresso.
O texto define que, caso o período aquisitivo ainda não tenha sido cumprido —o tempo mínimo de trabalho é de 12 meses contados da contratação—, o empregador poderá antecipar essa concessão.
O funcionário será informado com antecedência de dois dias. O pagamento do período, porém, não terá de ser feito nesse prazo. A MP permite que esse acerto seja feito apenas no quinto dia útil do mês seguinte ao das férias. Alguém que saia nesta semana, por exemplo, só receberá os valores no dia 7 de abril.
O adicional chamado 1/3 de férias, que também é pago em até dois dias antes do início do período de descanso, não terá de ser pago. O governo autorizou a postergação do pagamento para o dia 20 de dezembro, prazo final para a liberação do 13º salário.
Além desse período, o advogado Alexandre Cardoso, do TozziniFreire, explica que, mediante acordo com o funcionário, será possível antecipar também o período de férias seguinte, a que o trabalhador teria direito a partir do segundo ano de contrato.
Esse pagamento seguiria a mesma lógica dos demais e seria feito no quinto dia útil após início da férias.
Para ele, o texto enviado pelo governo traz alterações que darão agilidade às empresas, em linha com a urgência do momento. “A possibilidade de conceder férias coletivas a um grupo, o prazo menor de comunicação, por exemplo, são alterações que ajudam”, diz. “São medidas imprescindíveis para as empresas sobreviverem. Se não houver empregador, não há emprego. As medidas são fundamentais para a sobrevivência de muitas empresas.”
Até então, as empresas precisam comunicar os sindicatos e a secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. O comunicado precisa ser feito 15 dias antes e o afastamento é de, no mínimo, 10 dias.
Agora e enquanto durar o decreto de calamidade pública, o aviso pode chegar dois dias antes e ter a duração que a empresa decidir.
O advogado Rodrigo Takano, do Machado Meyer, diz que a maior facilidade em tomar medidas alternativas, como férias e banco de horas, deve levar empresas a reavaliar eventuais planos de demissão.
| Folha de S.Paulo | | | | Cúpula de países acontecerá em meio a guerra de preços do petróleo e disputa sobre origem do vírus
Ministros das finanças e banqueiros centrais das 20 maiores economias do mundo concordaram na segunda-feira (23) em desenvolver um "plano de ação" para responder à pandemia de coronavírus, que segundo o FMI deverá provocar uma recessão global. Eles não deram detalhes.
O secretariado do G20 divulgou o comunicado depois que as autoridades financeiras se reuniram por videoconferência durante quase duas horas, procurando afastar as críticas crescentes de que o "departamento de bombeiros" do mundo demorou a responder ao agravamento da crise.
Os líderes do G20 deverão se reunir para uma cúpula extraordinária nos próximos dias, pois o vírus continua se espalhando rapidamente, com 337.500 pessoas infectadas em todo o mundo e mais de 14.600 mortos.
A cúpula, convocada pela presidência do grupo neste ano, a Arábia Saudita, será complicada por uma guerra de preços do petróleo entre dois membros, Arábia Saudita e Rússia, e uma guerra de palavras entre dois outros, Estados Unidos e China, sobre a origem do vírus.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse à Fox News que seus homólogos concordaram em tomar medidas para apoiar suas próprias economias e coordenar-se internacionalmente, conforme necessário. Mas também não deu detalhes.
As autoridades do Japão e da Argentina emitiram suas próprias declarações pedindo uma ação mais decisiva, enquanto especialistas externos disseram que medidas específicas são urgentemente necessárias, e não as garantias gerais oferecidas pelo G20 até o momento.
Mnuchin disse que os Estados Unidos estão trabalhando em estreita colaboração com os países do G20, do Grupo dos Sete (G7), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial na resposta à crise.
"Este é um esforço de equipe para matar esse vírus e oferecer alívio econômico", disse Mnuchin, que está lutando simultaneamente para garantir a aprovação no Congresso de um pacote de resgate de quase US$ 2 trilhões para os Estados Unidos.
O Federal Reserve (banco central) anunciou na segunda-feira um enorme pacote de programas para reforçar a economia dos EUA, incluindo medidas para apoiar compras de títulos corporativos, financiar empréstimos diretos a empresas e obter crédito para pequenas e médias empresas, que empregam mais da metade da força de trabalho dos EUA.
O FMI e o Banco Mundial previram também na segunda que a pandemia provocará uma recessão global em 2020, e redobraram os pedidos de resposta global.
A diretora-administrativa do FMI, Kristalina Georgieva, saudou as medidas fiscais e monetárias já adotadas pelos países, mas disse que serão necessárias outras, especialmente no campo fiscal.
"Os custos humanos da pandemia de coronavírus já são imensuráveis, e todos os países precisam trabalhar juntos para proteger as pessoas e limitar os danos econômicos", afirmou ela em comunicado.
Os ministros das finanças e os banqueiros centrais do G7 realizarão uma teleconferência própria na terça-feira (24), segundo uma fonte familiarizada com os planos.
O Japão, que é membro do G7, expressou profunda preocupação com o impacto do coronavírus e instou os membros do G20 a agir "sem hesitação em tempo hábil".
A Argentina, cuja dívida foi considerada insustentável pelo FMI, alertou os membros do G20 de que devem agir decisivamente para "evitar um colapso social" à medida que a pandemia se espalha.
O ministro das Finanças da Argentina, Martin Guzman, disse a outros ministros no telefonema do G20 que os países devem usar "todo o conjunto de ferramentas" de políticas econômicas, incluindo a prorrogação de swaps bilaterais, para ajudar os países mais necessitados.
"É da maior importância que aprofundemos os esforços de coordenação e cooperação globais o máximo possível, a fim de preservar a estabilidade social global", disse Guzman em comentários preparados para distribuição ao grupo.
Harry Broadman, diretor-administrativo da Berkeley Research e ex-funcionário graduado do governo dos EUA, disse que a crise pede "uma ação coletiva extensa e sistemática para mitigar riscos transfronteiriços e criar uma solução tangível duradoura" para proteger a saúde pública e a prosperidade econômica mundiais.
Ele disse que o G20, e não apenas o G7, deve se reunir pelo menos mensalmente e conforme necessário para reforçar a confiança global. Mas eles precisariam fazer mais do que se concentrar em promessas de coordenação.
"Deve haver compromissos materiais executados para todo o mundo ver e avaliar os resultados reais", disse ele. "Sem prestação de contas, tudo isso pode ser inútil."
| Folha de S. Paulo ( publicado em 23-03-2020) | | | | A confiança do consumidor recuou 7,6 pontos em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 24, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) alcançou 80,2 pontos, o menor patamar desde janeiro de 2017, acumulando uma perda de 11,4 pontos nos primeiros três meses de 2020.
"A queda na confiança dos consumidores que já vinha ocorrendo nos dois meses anteriores, aprofundou-se em março, sob influência da pandemia de coronavírus. Apesar de dois terços da coleta de dados para esta edição ter ocorrido antes das medidas de restrição já é possível notar um impacto expressivo nas expectativas", avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em março, houve deterioração tanto nas avaliações sobre o presente quanto nas expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu 4,8 pontos, para 76,1 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 9,3 pontos, para 83,9 pontos, o menor patamar desde dezembro de 2016.
"O Rio de Janeiro foi a capital que registrou a maior queda na confiança, enquanto os paulistas já perceberam a piora da situação atual, possivelmente em função do maior número de casos e por seu imenso parque fabril. O cenário para os próximos meses é preocupante, com forte impacto econômico e social. Embora seja difícil imaginar alguma recuperação da confiança no horizonte visível, esperamos que o sucesso das medidas de isolamento para reduzir a disseminação do vírus possam ao menos conter parte do desânimo que virá com a queda do PIB e o aumento do desemprego", completou Viviane.
Entre os componentes do ICC, o item que mede as expectativas sobre a economia para os próximos meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança, com um tombo de 12,0 pontos, para 104,9 pontos.
Segundo a FGV, o aumento de incertezas gerado pela queda dos preços do petróleo e pelo avanço da contaminação do Covid-19 no Brasil contribuíram para um maior pessimismo em relação ao futuro da economia.
"Num cenário econômico mais difícil nos próximos meses, consumidores também preveem redução da oferta de empregos e uma piora da situação financeira das famílias", apontou a FGV.
O componente que mede as perspectivas sobre as finanças familiares piorou pelo terceiro mês consecutivo, com queda de 7,0 pontos, para 92,2 pontos. O ímpeto para consumo de bens duráveis diminuiu em 7,6 pontos em março, acumulando perda de 25,0 pontos em 2020.
Houve piora na confiança entre os consumidores de todas as classes de renda, puxada pelo aumento do pessimismo em relação à situação econômica nos próximos meses, exceto para as famílias de menor poder aquisitivo, que recebem até R$ 2,1 mil mensais e cuja queda de confiança foi influenciada pela redução forte na intenção de compras (-9,9 pontos).
"Apesar do impacto maior ter sido nas expectativas das famílias com relação à economia, há deterioração das expectativas em relação a situação financeira familiar e ao emprego, principalmente para os consumidores com renda familiar entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, o impacto afeta diretamente sua propensão a consumir cujo indicador caiu 12,8 pontos e suas perspectivas de obter emprego nos próximos meses, que reduziu 10,1 pontos", afirmou Viviane Seda Bittencourt.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.713 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 2 e 19 de março.
| Bem Paraná | | | | 'Cenário para os próximos meses é preocupante, com forte impacto econômico e social', diz coordenadora da FGV.
O índice de confiança do consumidor do Brasil caiu ao menor nível em mais de três anos em março, já como consequência dos impactos provocados pelo coronavírus e apontando um cenário preocupante para os próximos meses, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Os dados divulgados nesta terça-feira (24) mostraram queda de 7,6 pontos no Índice de Confiança do Consumidor em março, para 80,2 pontos, patamar mais baixo desde janeiro de 2017.
“A queda na confiança dos consumidores que já vinha ocorrendo nos dois meses anteriores profundou-se em março, sob influência da pandemia de coronavírus. Rio de Janeiro foi a capital que registrou a maior queda na confiança, enquanto os paulistas já perceberam a piora da situação atual, possivelmente em função do maior número de casos e por seu imenso parque fabril", explicou a coordenadora da FGV Viviane Seda Bittencourt, fazendo um alerta.
"O cenário para os próximos meses é preocupante, com forte impacto econômico e social. Embora seja difícil imaginar alguma recuperação da confiança no horizonte visível, esperamos que o sucesso das medidas de isolamento para reduzir a disseminação do vírus possam ao menos conter parte do desânimo que virá com a queda do PIB e o aumento do desemprego”, disse.
79% dos brasileiros acreditam que a economia será muito afetada pela crise do coronavírus, aponta Datafolha
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Entenda os impactos da pandemia de coronavírus nas economias global e brasileira
Os impactos econômicos do novo coronavírus
Em março, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 4,8 pontos, para 76,1 pontos, o menor nível desde julho de 2019. O Índice de Expectativas (IE) caiu 9,3 pontos para 83,9 pontos, mais baixo desde dezembro de 2016.
De acordo com a FGV, o aumento da incerteza gerado pela queda dos preços do petróleo e pelo avanço do coronavírus no Brasil contribuíram para o aumento do pessimismo em relação ao futuro da economia.
Faixas de renda
Segundo a FGV, houve perda de confiança para consumidores em todas as classes de renda, influenciado pelo aumento do pessimismo em relação à situação econômica nos próximos meses.
Nas famílias de menor poder aquisitivo (até R$ 2,1 mil), no entanto, a queda foi influenciada pela redução forte na intenção de compras, cujo indicador caiu 9,9 pontos.
Dentre as classes de renda, a maior queda advém na das famílias com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, cujo índice de confiança recuou 10,8 pontos.
Nesse cenário de economia mais difícil nos próximos meses, consumidores também preveem redução da oferta de empregos e uma piora da situação financeira das famílias.
“Apesar do impacto maior ter sido nas expectativas das famílias com relação à economia, há deterioração das expectativas em relação a situação financeira familiar e ao emprego, principalmente para os consumidores com renda familiar entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, o impacto afeta diretamente sua propensão a consumir cujo indicador caiu 12,8 pontos e suas perspectivas de obter emprego nos próximos meses, que reduziu 10,1 pontos”, afirma Viviane Seda Bittencourt.
| G1 | | | | Pesquisa Datafolha realizada entre os dias 18 e 20 de março indica que a maioria dos trabalhadores brasileiros temem que sua renda diminua por causa dos impactos econômicos causados pela propagação do novo coronavírus. Segundo a pesquisa, 79% dos entrevistados preveem que a economia brasileira será muito afetada pelo vírus, enquanto apenas 16% acham que ela será pouco afetada, e somente 3% dizem que ela não será prejudicada.
Entre eleitores do presidente da República, Jair Bolsonaro, o pessimismo é menor, mas segue como a opinião da maior parte dos entrevistados: 72% daqueles que disseram ter votado em Bolsonaro afirmam que a economia será muito afetada pelo coronavírus.
Os eleitores de Bolsonaro também consideram que a atuação do Ministério da Saúde diante da crise do coronavírus é melhor que a do presidente da República. Entre os que disseram ter votado em Bolsonaro, a aprovação do mandatário quanto ao andamento da crise é de 56%, 8 pontos porcentuais abaixo da aprovação do Ministério, de 64%.
Mesmo abaixo do Ministério, a aprovação de Bolsonaro entre seus eleitores ainda é bem maior que a avaliação positiva feita pela população em geral, de 35%.
O Datafolha ouviu 1.558 pessoas entre quarta, 18, e sexta, 20. Feita por telefone para evitar contato com o público, a pesquisa tem margem de erro de três pontos para mais ou para menos.
| Bem Paraná | | | | O avanço do novo coronavírus está gerando uma onda global de golpes digitais, que se aproveitam da incerteza para roubar dados, obter dinheiro e até servir de ponte para assaltos a residências. Segundo empresas de segurança digital, o movimento já chegou ao Brasil.
Os principais golpes são links falsos, normalmente distribuídos pelo WhatsApp, prometendo acesso a máscaras, álcool gel e exames em domicílio para detecção da covid-19. Também há casos de anúncios com preços abusivos.
Segundo a firma de segurança digital PSafe, 2 milhões de brasileiros foram alvo de golpes na última semana. A empresa detectou 19 golpes e seis apps maliciosos com falsas promessas de benefícios.
Na semana passada, a Ambev foi obrigada a desmentir que estava oferecendo álcool gel gratuito. Era uma página falsa que roubava dados.
Alguns golpes encontrados prometiam gratuidade em serviços de streaming e até pagamento extra para beneficiários do Bolsa Família.
"Páginas de vendas fraudulentas são frequentes, mas a maioria dos casos ocorre por mensagens ou links de informações falsas. As pessoas estão mais vulneráveis agora", disse Marc Asturias, vice-presidente de Comunicação e Relações Governamentais da Fortinet.
Na semana passada, a Kaspersky divulgou que o WhatsApp havia sido usado como ferramenta de golpistas
- um link que prometia informações do governo federal sobre a situação da pandemia foi usado para roubo de informações.
Com os dados, os golpistas podiam acessar contas bancárias para fazer compras e transferências.
Preços abusivos
No domingo, uma caixa com 50 máscaras descartáveis, que em situações normais custaria entre R$ 10 e R$ 15, era vendida no site do Mercado Livre por R$ 797,40. Na descrição do produto, o oportunista argumenta que, "nas circunstâncias atuais, todos sabemos que o suprimento de máscaras é escasso, portanto o preço será mais alto do que o habitual".
Luciano Benetti Timm, secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, disse ao Estado que os maiores sites de revendas de produtos do País estão fazendo uma lista com os anunciantes com preços abusivos. "Essa lista será entregue a nós. A regra aplicável é a mesma do Código de Defesa do Consumidor. Abriremos processos sancionadores contra esses anunciantes", disse.
A punição é uma multa que leva em consideração o faturamento da empresa, podendo chegar até a R$ 9,9 milhões.
O Mercado Livre informou que até agora quase 4 mil publicações (de 2,3 mil vendedores) foram excluídas do site, por aumentos excessivos de preços.
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Parlamentares avaliam emenda para conceder acesso ao FGTS ao trabalhador que eventualmente tenha salário reduzido
Apesar do recuo do presidente Jair Bolsonaro, Congresso e centrais sindicais ainda veem fragilidades na MP 927. O texto enviado ao Congresso previa a suspensão dos contratos e a obrigação de as empresas oferecerem curso de qualificação online ao trabalhador e a manter benefícios, como plano de saúde.
Também havia a possibilidade de que o empregador concedesse ajuda compensatória mensal durante a suspensão, com o valor definido pelas duas partes por negociação individual.
O anúncio de revogação levantou uma série de dúvidas. Não está claro se é possível revogar apenas o artigo controverso sem que o Congresso devolva a MP.
Além disso, persiste a avaliação de que o texto ainda deixa o trabalhador desamparado e oferece soluções apenas para empregadores.
Até o fim desta tarde desta segunda, nenhuma alteração ao conteúdo da MP havia sido publicada no Diário Oficial da União. Com isso, o texto e seu dispositivo contestado continuam valendo.
"Quando se faz coisa malfeita, só vai persistindo no erro. Isso [a MP] está valendo. Não é o WhatsApp que vale", disse o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). Para ele, ainda que o artigo seja suprimido, o texto deixa o trabalhador desamparado.
Para a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), o recuo afeta a já debilitada imagem do governo na crise.
"Este é um governo que está perdido. Já fez um estrago na imagem do governo, na credibilidade da equipe econômica. É um estresse que, em vez de matar o trabalhador na epidemia, vai matar do coração."
A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), disse aguardar a confirmação da revogação, mas afirmou que apresentará emenda para conceder acesso ao FGTS ao trabalhador que eventualmente tenha uma redução em seu salário.
"Enquanto na maior parte dos países o Estado, o governo, está procurando viabilizar os empregos e manutenção da renda das pessoas, aqui estamos vendo o governo querer proteger as empresas às custas dos trabalhadores. Isso é um desastre", afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Entre deputados, a resistência à MP foi igualmente forte, mesmo com a revogação do dispositivo.
Líder do Solidariedade, o deputado Zé Silva (MG) defendia a devolução do texto ao Executivo antes do anúncio de Bolsonaro.
Ele considerou a supressão do item um avanço, mas ainda defende mudanças na medida provisória.
Mesmo com a retirada do dispositivo, a oposição continua defendendo a devolução da MP. O líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), diz que a medida ainda traz "flagrantes ataques aos direitos dos trabalhadores".
Já as centrais sindicais vão insistir na estratégia de pressionar o Congresso a derrubar a proposta imediatamente.
| Folha de S.Paulo | | | | A Petrobras informou às distribuidoras que vai reduzir o preço da gasolina nas refinarias em 15% em média a partir da quarta-feira, 25. Esta é a décima vez que a petroleira diminuiu o preço do combustível este ano, e segue a queda do preço do petróleo no mercado internacional.
De acordo com a consultoria INTL FCStone, o aumento não foi linear, e em algumas praças o preço foi reduzido e R$ 0,20 centavos e em outras a queda foi ainda maior.
| Bem Paraná | | | | A General Motors anunciou nesta terça-feira, 24, que fortalecerá sua posição de caixa, em meio à pandemia do coronavírus. A fabricante de Detroit afirmou que planeja levantar quase US$ 16 bilhões de seus instrumentos de crédito já existentes, em uma media proativa para fortalecer seu caixa e preservar flexibilidade financeira.
A GM informou ainda que adota "medidas de austeridade agressivas" para preservar caixa e que avalia as medidas necessárias no atual "ambiente de mudanças e incerteza para gerenciar nossa liquidez, garantir a viabilidade atual de nossas operações e proteger nossos clientes e acionistas", segundo a executiva-chefe, Mary Barra.
A companhia ainda informou que estava suspendendo suas projeções para 2020, diante da incerteza sobre o impacto da pandemia.
Na semana passada, a GM informou que estava suspendendo as operações nas fábricas na América do Norte até pelo menos 30 de março.
| Bem Paraná | | | | Medidas de combate ao coronavírus atingem linhas de produção e escritórios das fabricantes de autopeças
As fabricantes de autopeças Bosch, Denso e Schaeffler darão férias coletivas a seus funcionários como forma de conter o avanço da Covid-19, doença causada pelo coronavírus. Na Bosch, a medida vale de 30 de março a 20 de abril, atingindo 8,3 mil trabalhadores em 14 localidades, sendo oito unidades produtivas, além de escritórios, centros de pesquisa e desenvolvimento e de distribuição de peças.
A Denso irá suspender gradualmente as atividades de 3 mil funcionários nas seis fábricas locais a partir de terça-feira, 24 de março. A paralisação vai até 6 de abril. A multinacional japonesa fornece itens como ar-condicionado, motores elétricos para acionamento de vidros e limpadores, centrais de gerenciamento eletrônico do motor e sensores. No Brasil, a empresa mantém unidades próximas dos principais clientes em Manaus (AM), Goiana (PE), Curitiba (PR), Santa Bárbara d’Oeste (SP) e duas em Betim (MG).
A Schaeffler interrompeu as atividades de sua fábrica de Sorocaba (SP) na segunda-feira, 23 de março, com retorno previsto em 13 de abril. A empresa tem atualmente mais de 3 mil funcionários e recorda que todas as operações foram suspensas.
| Automotive Business ( publicado em 23-03-2020) | | | | Escritórios em São Paulo e fábrica em Piracicaba vão parar até 13 de abril
Como resposta à epidemia de coronavírus que também já atinge o Brasil, a Hyundai informou que irá colocar em férias coletivas quase todos os 2,7 mil empregados no País entre os dias 26 de março e 9 de abril, mas as atividades só devem ser normalizadas em 13 de abril, pois a parada será emendada com mais três dias do feriado da Pascoa. Vão ficar fechados os escritórios na cidade de São Paulo e a fábrica em Piracicaba, no interior do Estado, onde são produzidos HB20, HB20S e Creta.
Segundo a empresa, apenas pequeno número de pessoas vai permanecer trabalhando em funções essenciais. Apesar de as férias coletivas começarem oficialmente na quinta-feira, 26, a Hyundai já adotou medidas restritivas do convívio social para evitar contágio da Covid-19. Nos escritórios de São Paulo os funcionários já estão trabalhando de maneira remota, em casa (home office), e na fábrica de Piracicaba as atividades de produção já foram suspensas a partir da segunda-feira, 23. A empresa orientou os funcionários a permanecer em casa.
A Hyundai informou ainda que poderá prorrogar as férias coletivas e tomar outras medidas que serão avaliadas conforme o desenvolvimento da pandemia de coronavírus e as determinações das autoridades.
| Automotive Business ( publicado em 23-03-2020) | | | | Decisão afeta unidades da empresa no Brasil e na Argentina. Retomada está prevista para acontecer em abril
A pandemia da Covid-19 segue paralisando linhas de produção da indústria automotiva em todo o mundo e amplia seus efeitos também na América do Sul. A Ford anunciou a interrupção temporária de suas fábricas no Brasil e na Argentina a partir da segunda-feira, 23. Segundo a empresa a medida tem como objetivo principal contribuir para manter a integridade dos trabalhadores, reduzir a proliferação do vírus e ajustar a produção à queda na demanda provocada pela situação emergencial.
“Essa ação adicional ajudará a reduzir o risco de disseminação da Covid-19, ao mesmo tempo em que potencializa a saúde dos nossos negócios durante esse período desafiador para toda a economia”, afirmou Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul.
No País, a interrupção das atividades vai afetar as fábricas de Camaçari (BA) e de motores em Taubaté (SP), bem como a planta da Troller em Horizonte (CE). A montadora também anunciou que pretende retomar o trabalho a partir de 13 de abril. Já na unida de General Pacheco, na Argentina, a suspensão passa a valer a partir do dia 25 e o retorno às está previsto para o dia 6 de abril.
“Continuaremos trabalhando em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros locais para explorar protocolos e procedimentos adicionais para ajudar a impedir a disseminação do vírus e definir novas práticas de trabalho para nossos planos de retorno das operações com base no que aprendemos”, concluiu Watters.
| Automotive Business ( publicado em 23-03-2020) | | | | Paralisação temporária de 7,5 mil empregados está prevista para durar até 14 de abril
A Renault decidiu antecipar para a segunda-feira, 23, a paralisação em sua fábrica no Paraná que estava prevista para começar na quarta-feira, 25. O período inicial previsto da parada foi mantido. Os 7,5 mil empregados das linhas de produção de veículos, motores e fundição do Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, vão permanecer em casa até o próximo dia 14 de abril.
Segundo a Renault, a interrupção de suas atividades industriais no Brasil foi antecipada em reação às informações do Ministério da Saúde, divulgadas no início da noite da sexta-feira, 20, de que todo o território nacional está sob o status de transmissão comunitária do coronavírus (Covid-19), o que levou a empresa a desistir dos dois dias de produção para se precaver de possível proliferação da doença em suas dependências e nas residências de seus funcionários e parentes.
A Renault informa ainda que as medidas adotadas são parte das ferramentas da flexibilização da jornada de trabalho de seus empregados já previstas em Acordo Coletivo de Trabalho.
| Automotive Business ( publicado em 23-03-2020) | | | | A JUNKER comprova o seu espírito pioneiro e é a primeira fabricante de retificadoras a se concentrar na usinagem completa para a fabricação de rotores. A retificadora JUMAT 6L 40-30 usina geometrias complexas de peças de pares de rotores em retificação de perfil e QUICKPOINT em uma só fixação
A JUNKER combina as etapas individuais de usinagem dos pares de rotores, sejam pré-fabricados ou fundidos, em apenas uma máquina. A usinagem completa na JUMAT 6L 40-30 permite reduzir os tempos não produtivos, diminui o esforço operacional, melhora a qualidade e aumenta a eficiência do produto final. Os campos de aplicação dos pares de rotores incluem compressores de ar e gás, expansores, bombas de vácuo e de líquidos. A inovadora JUMAT 6L 40-30 permite usinar rotores com comprimento de 200 até 650 mm e diâmetro circunferencial de, no máximo, 190 mm.
A retificadora de rotores retifica as peças, as mede e compensa os desvios em relação à geometria especificada – tudo isto em uma única máquina. A precisão de repetibilidade resultante garante que os pares de rotores sejam perfeitamente coordenados entre si. As operações de retificação são compostas pela retificação de desbaste do perfil, retificação do diâmetro externo e ressaltos planos através do método QUICKPOINT e da subsequente retificação de acabamento do perfil do parafuso.
Como opção adicional, é possível escovar a peça posteriormente na mesma fixação. Um sistema de balanceamento dinâmico automático e um sistema de sensor de medição de ruído são integrados nos cabeçotes para retificação QUICKPOINT e de perfil. As características de qualidade típicas da JUNKER, tais como o conceito operacional sofisticado e base da máquina altamente estável, também podem ser encontradas no novo conceito de máquina.
Graças ao trocador de ferramentas totalmente automático com até 20 ferramentas diferentes e o gerenciamento de dados autônomo, o operador da máquina não precisa instalar ou remover manualmente as ferramentas para retificação de perfis a cada processo de troca, incluindo os bicos de refrigeração e lavagem.
O conceito de máquina é equipado com um método de medição 3D de varredura, que determina correções sem uma máquina de medição externa e otimiza os parâmetros de usinagem em apenas uma etapa de trabalho. O resultado é um processo estável e fechado em si próprio, que permite resultados de retificação significativamente melhores, com uma precisão de forma de perfilde +/- 3 μm na prática.
Além disso, é possível realizar várias simulações em caráter preliminar, por exemplo, o trajeto de dressagem e a respectiva geometria do rebolo de diamante, bem como o efeito das alterações do perfil do rebolo sobre a peça.
Nos processos de retificação usados anteriormente, a evolução do perfil e do passo de uma peça deveriam, primeiro, ser medidos em uma máquina de medição após uma passagem. Em seguida, as correções eram lidas com base no relatório de medição criado anteriormente, a fim de retificar novamente a peça a ser usinada. Esta operação era repetida até ser alcançado o resultado desejado. Um processo extremamente complexo e muito demorado, que deixou de ser necessário com a versão da JUNKER.
O novo processo de varredura de perfil da JUNKER, por sua vez, permite retificação, medição e correção significativamente mais rápidas em uma única fixação. Além disso, é possível economizar um tempo valioso ao dressar adequadamente o rebolo CBN com liga de cerâmica e retificar a peça de trabalho novamente sem necessidade de nova fixação. A varredura dos gradientes de passo diretamente na máquina permite compensar e corrigir os erros de batimento radial, de entrada e de saída das ranhuras individuais.
O conceito de máquina é complementado com um carregador automático interno totalmente integrado, que realiza o manuseio das peças dentro da máquina e possui a opção de transferência das peças acabadas para fora da máquina. O carregador pode ser convertido para uma nova configuração da peça de modo simples, por meio de uma conexão rápida.
A JUMAT 6L 40-30 oferece uma usinagem completa econômica – e com precisão máxima.
| CIMM | | | | A Porsche apresentou uma tecnologia para mudar a forma como se produz bancos de carro. A novidade foi batizada de “assento integral com formato do corpo impresso em 3D”. Ela consiste em almofadas do assento e das costas parcialmente impressas em 3D.
O novo assento será disponibilizado pela Porsche Tequipment para as linhas 911 e 718. A previsão é que a novidade nestes modelos esteja disponível a partir de maio deste ano. A produção vai contar, inicialmente, com apenas 40 protótipos de bancos para uso em pistas de corrida na Europa.
A ideia da montadora alemã é que, no futuro, os clientes possam escolher o nível de firmeza para o assento: duro, médio ou macio. Com isso, aproxima a experiência dos clientes com o automobilismo esportivo, no qual o banco é personalizado.
Porsche aposta na vanguarda da tecnologia
Membro do Conselho Executivo da Porsche para Pesquisa e Desenvolvimento, Michael Steiner, explica que “o banco é a interface entre o ser humano e o veículo”. Para ele, com a novidade lançada pela Porsche, a montadora está dando aos “clientes de produtos feitos em série a oportunidade de experimentar a tecnologia trazida do automobilismo esportivo”.
O assento impresso em 3D é baseado no banco concha integral da Porsche. Na sua montagem, é feita uma base de apoio em polipropileno expandido (EPP), a qual é colada a uma camada de conforto respirável, onde usa-se a impressora 3D.
| Ind 4.0 (publicado em 21-03-2020) | | | | Números do setor no período ainda não refletiam reais impactos do coronavírus
O déficit na balança comercial de autopeças somou neste primeiro bimestre US$ 610 milhões, valor 2,6% mais baixo que o anotado no mesmo período do ano passado. Nos dois primeiros meses do ano o País exportou US$ 1,05 bilhão, 6,7% a menos que em iguais meses de 2019. Segundo o Sindipeças, entidade que reúne os fabricantes, os números até fevereiro ainda não refletiam os impactos do coronavírus nos embarques.
As importações somaram US$ 1,66 bilhão, recuando 5,2% ante o primeiro bimestre do ano passado. O resultado reflete a desaceleração do comércio mundial e também o que ocorreu com as fabricantes locais de veículos no primeiro bimestre, cuja produção caiu 13,4%.
A Argentina esboçou leve reação no primeiro bimestre, antes do impacto da Covid-19, e comprou do Brasil US$ 229,7 milhões em autopeças, 2,6% a mais que em iguais meses do ano passado, mas vale lembrar que a base de comparação é baixa.
IMPORTAÇÕES DA CHINA RECUAM 3,7%
A China permanece na liderança como maior fornecedor do Brasil, respondendo por 17,8% das autopeças trazidas do exterior. De lá vieram US$ 296 milhões em componentes, 3,7% a menos que em iguais meses de 2019. A Alemanha continua na vice-liderança. Forneceu no período US$ 199 milhões em componentes e anotou importante alta de 20,2%. Sua fatia é de 12% nas compras realizadas pelo Brasil.
| Automotive Business ( publicado em 23-03-2020) | | | | Plataforma expande serviços de usados e integra solução para a compra de veículos novos
A plataforma Auto Avaliar, empresa brasileira especialista em venda e compra de carros usados, ganha um reforço estratégico no Brasil a partir de uma nova parceria com a Karvi, startup argentina que oferece solução online para a compra e venda de veículos novos. As empresas vão integrar seus sistemas nas concessionárias brasileiras já cadastradas pela Auto Avaliar a fim de facilitar a compra e a venda de veículos novos e usados pelas revendas.
Na prática, enquanto a plataforma da Auto Avaliar continua focada no negócio B2B de veículos usados, o site da Karvi vai oferecer informações em tempo real incluindo preço e estoque dos veículos novos disponíveis para venda nas concessionárias já credenciadas pela Auto Avaliar. Deste modo, os consumidores podem consultar a disponibilidade do modelo/versão que buscam e após essa seleção poderão escolher entre as ofertas das concessionárias com base na proximidade, disponibilidade de estoque, velocidade e nível de atendimento, qualidade da resposta dos vendedores e preços finais.
Neste processo, o veículo usado do consumidor também pode ser automaticamente avaliado e repassado para a plataforma da Auto Avaliar para seus 30 mil lojistas multimarcas no País. No final, o cliente também escolhe de que maneira quer interagir com a concessionária, seja pessoalmente, por telefone ou atendimento online via aplicativo.
“A Auto Avaliar é muito focada no negócio B2B, enquanto o mercado do consumidor final é muito grande e requer expertise e outro know how. Desta forma, avaliamos que ir sozinho para esse mercado pode desfocar o negócio. A sociedade com a Karvi faz muito sentido, eles são especialistas, conhecem bem o mercado, entendem perfeitamente o que tem que ser feito”, avalia Daniel Nino, diretor da AutoAvaliar.
“Após nosso primeiro contato, foi imediata a certeza de que tínhamos uma ideia com muita complementaridade, mesmos valores, com muita sinergia e que podíamos fazer grandes coisas juntos”, comemora o cofundador e CEO da Karvi, Matías Fernández Barrio. “Sabemos que comprar um carro novo é uma experiência muito importante para qualquer pessoa e nosso objetivo é facilitar o processo e garantir uma boa experiência para o cliente”, completa.
Para JR Caporal, CEO da Auto Avaliar, integrar a venda de veículos zero quilômetros com o sistema de repasse online de carros usados ou seminovos representa uma evolução e grande vantagem tanto para os consumidores quanto para as concessionárias.
“O uso de plataformas digitais para comércio de veículos traz mais agilidade e facilidade, além de garantir, sobretudo, maior transparência nas transações entre clientes, concessionárias e lojistas”, comenta.
POTENCIAL DE EXPANSÃO
O Brasil é a primeira experiência da Karvi fora da Argentina. Segundo Barrio, que a fundou em 2018, em apenas três meses, a empresa conseguiu introduzir aqui sua plataforma em 200 concessionárias, todas na capital paulista e já cadastradas pela Auto Avaliar. A expectativa é fechar com mais de 400 lojas integradas em São Paulo e até o fim deste ano estar presente em mais quatro cidades. Atualmente, a Auto Avaliar está presente em 70% das revendas no País, dos quais 40% já contam com integração tecnológica de sistema com a empresa.
“Com essa sociedade, a AutoAvaliar se torna nosso acelerador, chegaremos muito mais rápidos às concessionárias porque nosso parceiro no Brasil têm o conhecimento e o relacionamento com seus empresários e tomadores de decisão e sabemos que o tempo é crucial para qualquer startup”, avalia Barrio.
O CEO da Karvi acrescenta que este é um negócio ganha-ganha uma vez que a concessionária só paga quando vende o carro e também não há obrigatoriedade em colocar 100% do estoque no sistema: o concessionário decide quais unidades estarão disponíveis para venda online aos consumidores.
Nino complementa que a parceria tem como missão desmitificar a má experiência do consumidor em ter o carro usado mal avaliado nas concessionárias. “Nosso negócio propõe mudar isso, para que o concessionário tenha a capacidade de avaliar o carro por um preço justo a partir dos nossos sistemas e com isso mudar a experiência do consumidor, que quer o carro novo e com a melhor oferta justa do carro usado.”
Segundo os executivos, ambas as equipes têm capacidade de integração entre os sistemas em todo o território nacional em um curto espaço de tempo.
“Nosso maior desafio agora é com o cliente, trazer uma boa experiência e ser atrativo, trazer inclusive aqueles que já estão na etapa final do processo de compra, oferecendo as condições da transação dentro do nosso site com transparência e simplicidade, assim como a AutoAvaliar já oferece em sua plataforma para os usados”, finaliza Barrio.
| Automotive Business ( publicado em 23-03-2020) | | | |
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