| 28 de Agosto de 2019
Quarta-feira
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Em 28/08/2019
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| | | | | Na comparação com igual período do ano passado, o faturamento recuou 5,2%
Segundo a Abimaq, o consumo aparente da indústria de máquinas e equipamentos, que considera o consumo interno de parte da produção do setor mais as importações, subiu 1,7% em julho ante junho
O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos subiu 2,4% em julho em relação a junho, segundo divulgou nesta terça-feira, 27, a Abimaq, entidade que representa as empresas do setor.
Na comparação com julho do ano passado, o faturamento recuou 5,2% e, no acumulado dos primeiros sete meses do ano, registrou um crescimento de 2,4%.
Segundo a Abimaq, o consumo aparente da indústria de máquinas e equipamentos, que considera o consumo interno de parte da produção do setor mais as importações, subiu 1,7% em julho ante junho.
Na comparação de julho ante o mesmo mês do ano passado, houve queda de 0,9%. No acumulado dos primeiros sete meses de 2019, a Abimaq registrou crescimento de 9,6% no consumo aparente.
Exportações
As exportações de máquinas, equipamentos e componentes cresceram 24,1% em julho ante junho, de acordo com a Abimaq. Na comparação com julho do ano passado, houve crescimento da mesma magnitude (24,1%). No acumulado do ano até julho, houve queda de 3,2%.
Em valores, as exportações em julho somaram US$ 846,24 milhões. No ano até o mês passado, as exportações somaram US$ 5,278 bilhões.
As importações subiram 11,1% em julho ante junho. Na comparação de julho com julho de 2018, houve um crescimento de 19,9% e, no acumulado do ano, avanço de 10,8%. Em valores, as importações somaram em julho US$ 1,674 bilhão. E no ano, US$ 9,455 bilhões.
O saldo entre exportações e importações em julho foi deficitário em US$ 828,69 milhões e no ano, de US$ 4,176 bilhões.
Emprego
O nível de emprego na indústria de máquinas e equipamentos teve leve alta de 0,6% em julho ante junho, de acordo com a Abimaq. Com isso, o quadro de empregados diretos no setor no mês passado era de 308.967 trabalhadores.
Na comparação com julho do ano passado, o número de empregados no setor cresceu 3,5%. No acumulado do ano até julho, houve um crescimento de 4,1% no nível de emprego do setor.
No ano, o setor de máquinas e equipamentos registrou uma média de 306.667 empregados diretos.
| DCI ( publicado em 27-08-2019) | | | | Ao mesmo tempo que a indústria de máquinas e equipamentos amarga uma queda de 5,2% na receita líquida em julho de 2019 sobre o ano anterior, caindo para R$ 6,9 bilhões, o governo publica no Diário Oficial da União (DOU) uma isenção de tributos sobre importação para bens de capital e de informática que não são fabricados no País.
A medida deve pressionar ainda mais o setor, que pode perder ainda mais capacidade competitiva diante dos produtos estrangeiros. “Estamos fazendo estudos para mostrar ao governo que não somos contra a abertura comercial, mas é preciso eliminar a diferença competitiva entre os players internacionais e a indústria nacional. Em média, o custo geral de uma fábrica brasileira é 30% superior em relação ao estrangeiro”, justifica o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan.
Ele diz que “conversas e reuniões” estão ocorrendo com a equipe econômica para que a abertura comercial possa ocorrer de forma gradual nos próximos oito anos. Em 2011, a indústria de máquinas empregava 386 mil pessoas e hoje está com 309 mil, o que representa uma perda da mão de obra qualificada durante a crise, diz Marchesan.
| DCI | | | | Receita líquida do setor de máquinas e equipamentos caiu 5,2 % em julho de 2019 sobre igual período do ano passado; baixa competitividade preocupa
indústria máquina equipamento
Após registrar queda de 5,2% na receita líquida em julho de 2019 sobre o ano anterior – caindo para R$ 6,9 bilhões –, a indústria de máquinas e equipamentos deve amargar um gradual retrocesso na capacidade competitiva diante da iminente entrada de mais produtos estrangeiros no País.
Isso porque ontem (27), o governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma isenção de tributos sobre importação para os bens de capital e de informática que não são fabricados no território nacional.
“O nosso trabalho tem sido na elaboração de estudos com consultorias a fim de mostrar ao governo federal que não somos contra à abertura comercial, mas existe a necessidade de eliminar a diferença competitiva entre os players internacionais e a indústria nacional. Em média, o custo geral de uma fábrica brasileira é 30 pontos percentuais superior em relação ao estrangeiro”, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan.
De acordo com ele, “conversas e reuniões” estão ocorrendo juntamente com a equipe econômica do governo com o objetivo dessa abertura comercial ocorrer de forma gradual nos próximos oito anos. “A mão de obra apresenta uma perda de qualidade, uma vez que as pessoas que antes ocupavam cargos de alta qualificação passaram a desempenhar outras funções apenas para garantir a própria subsistência”, complementou ele. Em 2011 o setor de máquinas e equipamentos empregava 386 mil pessoas. Atualmente, esse número está em 309 mil postos de trabalho.
Para Marchesan, a falta de paridade competitiva da indústria nacional – combinada com fatores negativos na macroeconomia – pode gerar um efeito em cascata e o surgimento de gargalos no futuro. “Tendo em vista a diminuição no número de pedidos, a tendência é que essa capacidade produtiva apresente retração ainda maior e que não sobreviva sem investimentos”, declarou o dirigente.
Segundo os dados divulgados pela entidade, a carteira de encomendas caiu 11,3% em junho de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda nesse sentido, a utilização da capacidade instalada indústria foi de 73,9% em julho de 2019. Já em relação as exportações, a indústria nacional viu uma participação dos Estados Unidos saltar mais de 27% em virtude da crise na Argentina – o maior parceiro comercial do País. No total, houve alta de 24% na comparação interanual nas exportações
| DCI | | | | Principal executivo do banco de investimentos Bradesco BBI, Alessandro Farkuh vê crescer o interesse de investidores pelo Brasil, mesmo com a economia não reagindo como o esperado. “O pacote de privatizações trará um aumento do fluxo de negócios”, diz. Mais recentemente, porém, em razão da crise ambiental, o Brasil entrou nos holofotes de maneira negativa. Para Farkuh, contudo, é preciso entender o que é barulho e o que pode ser preocupação genuína.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao Estado.
O Bradesco BBI tem sido ativo no mercados de capitais e em fusões e aquisições nos primeiros sete meses do ano. O mercado vai seguirá aquecido?
Há um claro ambiente de vento a favor, com o mercado de capitais aberto, muita liquidez e interesse dos principais investidores globais em entrar em empresas de diversos setores.
A retomada da economia tem sido mais lenta que o esperado. Esse vento a favor reflete a agenda econômica do governo?
Tem uma série de companhias que vão se favorecer por qualquer movimento de expansão da economia depois de um longo período recessivo. Há capacidade produtiva ociosa e empresas que, por terem sobrevivido nesses últimos anos, têm um plano de eficiência operacional, que se beneficiariam rapidamente do crescimento. E se posicionar nessas empresas, neste momento, é muito favorável para os investidores estrangeiros e locais.
Estamos falando de quais setores industriais?
Depois de muito tempo, temos um mercado receptivo a investir, independentemente da indústria. É uma indicação de que estamos entrando numa onda favorável, e não em um ciclo de curto prazo. Há empresas que estão indo a mercado com uma diversidade de temas e teses de negócios, como foi o caso de Centauro e do Banco Inter, e follow on (emissão de ações de empresas listadas), como o IRB. É algo que não tinha há muito tempo.
Há um fluxo de investidores estrangeiros seguindo os locais?
É um alinhamento de planetas. A gente tem um evento local forte que acaba criando um interesse internacional grande. Na nossa visão, os fundamentos vão levar a um cenário de juros e de inflação baixos por muito tempo.
Temos um fluxo de recursos imenso no Brasil para investimentos. O excesso de liquidez é tão grande que boa parte do movimento de alocação de recursos das grandes ofertas tem sido feita pelos locais, invertendo uma tendência histórica, onde globais tinham um papel mais relevante. E é benéfico para o mercado, uma vez que os investidores globais estão olhando o movimento dos investidores locais e podem trazer recursos que ainda não entraram no País.
O Brasil está à frente de outros emergentes nesta corrida?
Temos um ambiente pró-reforma, pró-mercado e empresários aumentando o nível de confiança. Hoje, há um descolamento do Brasil de outros emergentes. Há temas complexos, como Argentina, China em disputa comercial, México em um momento difícil. Isso coloca o Brasil em cenário favorável.
Mas há apetite de investidores estrangeiros para o Brasil?
Hoje, claramente, o volume relevante é de recursos dos locais. Há vários estrangeiros olhando várias companhias, mas ainda não se posicionaram. E há muito capital para ser colocado no mercado. Esses caras devem vir com mais força quando a gente tiver mais clareza no cenário macro.
E o que é preciso para ter mais clareza?
Conclusão da reforma da Previdência, os rumos da reforma fiscal e todas as microrreformas em torno da complexidade tributária no Brasil. E há outros temas de altíssima relevância. Marcos regulatórios, como o de saneamento, devem destravar investimentos com foco de infraestrutura no Brasil em um patamar que a gente nunca viu.
A crise ambiental pode afugentar investidores?
A percepção de sustentabilidade é cada vez mais importante em todos os aspectos. Seja em se posicionar no mercado ou como empresário. Boa parte dos investidores tem receio de alocar recursos em negócios que não tenham a percepção de convivência saudável com o meio ambiente e sociedades locais. Mas hoje tem muito barulho. Temos de ver como essa situação vai evoluir e entender o que é barulho e o que é preocupação genuína.
Qual a expectativa de operações no mercado de capital?
O mercado está muito próximo de R$ 60 bilhões. No ano passado, foram R$ 9 bilhões. Se pegarmos o ano histórico, de 2007, ficou em torno de R$ 70 bilhões. Em pouco mais de sete meses, a gente já está chegando nos recordes históricos de renda variável. Nossa estimativa é superar R$ 100 bilhões.
Os locais vão superar os estrangeiros?
Sob o ponto de vista de tendência, os investidores brasileiros têm tido um papel mais relevante na alocação das ofertas do que os estrangeiros. Isso é um fator novo. Dito isso, com o aumento de estrangeiros na alocação para o Brasil, essa tendência deve se equilibrar.
Olhando o atual pacote de privatização, há empresas que são mais atraentes?
O mercado de capitais está aberto. Hoje não há restrição de indústria. Da lista de 17 estatais, a sensação é que o tema de fusões e aquisições vai prevalecer e será mais relevante do que o mercado de capitais. Há ativos muitos interessantes – desde logística, processamento de dados, além de energia, que sem sombra de dúvidas atrairiam investidores globais e locais. É preciso saber como serão esses processos.
| Tribuna PR | | | |
O Diário Oficial da União (DOU) traz nesta quarta-feira (28) a mais nova estimativa da população brasileira feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados, o País já conta com mais de 210 milhões de habitantes, quantidade superior aos 208 milhões registrados em 2018. O número atualizado é de 210.147.125 de habitantes.
Três Estados do Sudeste estão no topo da lista dos mais populosos. São Paulo lidera com 45.919.049 de habitantes – a capital do Estado tem hoje 12.252.023 pessoas. Em seguida, vêm Minas Gerais, com 21.168.791 de habitantes, e Rio de Janeiro, com 17.264.943.
No Nordeste, a Bahia tem a maior população da região, com 14.873.064 de habitantes. No Sul, Paraná e Rio Grande do Sul quase empatam no número de pessoas, com 11.377.239 e 11.433.957 de habitantes, respectivamente. No Norte, o Estado do Pará é o mais populoso, com 8.602.865 de habitantes, e, no Centro-Oeste, é o Estado de Goiás, com 7.018.354. Pela nova estimativa, o Distrito Federal tem 3.015.268 de moradores.
Entre outros objetivos, a nova estimativa será utilizada para o cálculo das cotas dos fundos de participação de Estados e municípios. Os dados têm data de referência em 1º de julho de 2019 e estão organizados por Estados, Distrito Federal e municípios.
| Tribuna PR | | | | Intenção é que mudanças no sistema tributário entrem em vigor num prazo inferior a dez anos
O governo quer que mudanças no sistema tributário entrem em vigor num prazo inferior a dez anos. A transição em estudo, portanto, é mais curta que a prevista na reforma em andamento na Câmara.
O secretário especial adjunto da Receita Federal, Marcelo de Sousa Silva, citou como exemplo, nesta terça-feira (27), a possibilidade de o IVA (imposto sobre valor agregado) ser implementado em dois anos com a junção de PIS e Cofins.
Após mais um ano, o IPI seria incorporado a esse novo imposto. Depois, poderiam entrar o ICMS e o ISS, que são tributos estaduais e municipais.
"Será que vamos conseguir ter um ambiente de negócios de forma que a gente consiga já alavancar investimentos, fazer o Brasil crescer, mantendo a mesma estrutura durante dez anos?", questiona o secretário adjunto.
Ainda não há data para que o ministro Paulo Guedes (Economia) e o presidente Jair Bolsonaro enviem as sugestões próprias para a reestruturação de impostos e contribuições. O ministro se reúne nesta terça com o secretário da Receita, Marcos Cintra, para tentar arrematar a proposta.
Na Câmara, já está avançando um projeto encampado por líderes partidários. O texto prevê a criação de um IVA com transição de dez anos.
Silva avalia que a burocracia precisa começar a ser eliminada para estimular a economia.
“A diferença da proposta do governo e da proposta que está aí hoje [tramitando no Congresso] se chama transição. Uma transição que entregue simplicidade ao longo do processo”, completou.
O secretário especial da Receita, Marcos Cintra, voltou a falar que a reforma da equipe econômica deve prever a criação de um IVA (imposto sobre valor agregado), mudanças no IR (imposto de renda) e a criação de uma contribuição sobre transações financeiras, seguindo o molde da extinta CPMF.
Cintra e Silva participaram nesta terça de um café da manhã promovido pela Abrig (associação brasileira de relações institucionais e governamentais) para debater a reestruturação tributária no país. O governo apresentou as bases de sua proposta no evento.
Segundo Cintra, a ideia é priorizar a unificação de impostos federais (PIS, Cofins e IPI) num imposto sobre valor agregado, que deve ser chamada de CSBS (contribuição social sobre bens e serviços).
A junção de ICMS e ISS, porém, dependeria de consenso com estados e municípios.
Diante do histórico de fracasso de outras propostas tributárias, ele considera difícil uma reforma que inclua ICMS e ISS. “Mas vamos apoiar, vamos ajudar”, disse.
Cintra afirmou que não pretende obrigar nenhum estado e município a aderir à reforma. No entanto, quer deixar a opção para que, caso algum governador ou prefeito queria, o ICMS ou ISS possa ser incorporado ao imposto sobre valor agregado.
Além disso, o projeto do governo deve prever a criação da CST (contribuição social sobre transações), uma espécie de “nova CPMF” e que já —há algumas semanas— era apresentada como CP (contribuição previdenciária).
Cintra informou que a alíquota inicial deve ser entre 0,2% e 0,22%, mas que o objetivo é deixar o Congresso calibrar a taxas a serem cobradas sobre transações e na CSBS.
Ele voltou a declarar que a equipe deseja mudanças no Imposto de Renda, como redução da alíquota máxima para algo entre 20% e 25%, tributação sobre dividendos, criação de um teto para dedução de despesas médicas e de um IR negativo, no qual a baixa renda seria compensada com a devolução de dinheiro.
A “faxina” no Imposto de Renda, como descreveu Cintra, vai reavaliar ainda benefícios tributários para CRI (certificado de recebíveis imobiliários) e CRA (do agronegócio) e a isenção para pessoas com doenças graves.
O plano do time de Guedes inclui ainda a desoneração da folha de pagamentos. Esse tributo é pago pelas empresas e, segundo o governo, impede a criação de novos empregos no país.
Em troca, a “nova CPMF” financiaria os gastos da Previdência.
Em reuniões feitas no Ministério da Economia nesta segunda (26), entrou em discussão a possibilidade de que o governo apresenta uma reforma mais enxuta, apenas com a reforma do IR e a contribuição sobre pagamentos.
Nesse caso, o governo negociaria para que os dois pontos fossem acoplados a proposta que já tramita no Congresso. Na avaliação de auxiliares de Guedes, essa seria uma opção conciliadora e que não abriria disputa com o Legislativo.
Questionado sobre o prazo para enviar a reforma ao Congresso, Cintra disse isso é uma decisão do ministro Guedes.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 27-08-2019) | | | | Regimes tributários, mesmo os mais virtuosos no momento da instalação, sofrem a natural evolução da sociedade
Estamos vivendo o fim do sistema tributário da Constituição de 1988, que substituiu aquele imposto pelo regime autoritário instalado em 1964, que durou 24 anos. Os regimes tributários, mesmo os mais virtuosos no momento de sua instalação, não são invariantes com relação às condições históricas de pressão e temperatura: sofrem a natural evolução da sociedade. Vão, aos poucos, vendo as suas “virtudes” transformadas em empecilhos à boa prática produtiva, o que exige a sua substituição.
O Congresso está, hoje, diante de três propostas se excluirmos a do “comércio”, que insiste num imposto sobre transações que se supõe ser uma “simplificação tributária”, mas que é uma anarquia tributária: 1º.) distorce os preços relativos dos mercados competitivos, essenciais à determinação do custo de oportunidade de cada bem quando se maximizar o bem-estar social; 2º.) estimula a monetização das transações; 3º.) torna aleatória a “incidência” do imposto sobre a capacidade de pagar e 4º.) isola o país das relações comerciais: o consumidor de um par de sapatos produzido no Brasil e exportado para a Alemanha pagará, primeiro, um imposto: um aqui, outro lá. Coloca, assim, nossos produtos em desvantagem com seus competidores internacionais.
Temos em análise, no Senado, a PEC 293/2004 (agora PEC 110/2019), resultado de um incansável, minucioso e competente trabalho do ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly, e, na Câmara, a PEC 45/2019, proposta pelo deputado federal Baleia Rossi, apoiado num projeto do excelente economista Bernard Appy.
Ambos propõem uma enorme simplificação e obedecem aos critérios exigidos de uma boa reforma. Não é uma tarefa trivial escolher o “melhor” entre eles, mas o problema é que os dois propõem períodos de transição muito longos (Hauly, 6 e 15 anos; Rossi/Appy, 10 e 50 anos). É difícil acreditar que sobreviverão às voláteis condições políticas e econômicas dos próximos 50 anos. Sobre ambas, não tenho competência para assegurar, mas tenho a suspeita de que violam o pacto federativo.
Sobra, no “ar”, a proposta vinda originalmente do Ipea (TD 2418, set/2018). Trata-se de um IVA-Dual (de inspiração canadense), que poderia absorver a contribuição previdenciária das empresas, mantendo íntegros os preços relativos estabelecidos em mercados competitivos, cuja violação —para surpresa geral— o ilustre ministro Guedes parece não levar a sério.
Sugiro que seja em torno deste transparente e arejado projeto que devamos todos tentar construir um consenso para estabelecer uma emenda aglutinativa da reforma tributária que servirá bem ao Brasil nos próximos 30 anos.
Antonio Delfim Netto - Economista, ex-ministro da Fazenda (1967-1974). É autor de “O Problema do Café no Brasil”.
| Folha de S. Paulo | | | | Evento apoiado por bolsonaristas já tem 300 empresas cadastradas
A Semana do Brasil, evento promovido pelo governo e capitaneado por empresários do varejo alinhados a Bolsonaro, como Luciano Hang (Havan) e Flavio Rocha (Riachuelo), atraiu também a adesão de empresas e empresários que adotam postura neutra no cenário político.
Com discurso patriótico, o evento de promoções será promovido como uma espécie de Black Friday brasileira. Alguns estabelecimentos vão embarcar na onda de descontos mas sem aderir formalmente à logomarca verde e amarela da Semana do Brasil.
O discurso geral é o de deixar a polarização política em segundo plano. As companhias dizem apoiar qualquer iniciativa que incentive a economia, não importa sua origem.
O Bradesco afirma que todas as tentativas de melhora dos indicadores econômicos e fortalecimento do mercado interno são louváveis e devem ser prestigiadas. O banco vai participar do evento mas não especifica ainda com que tipo de ação promocional.
Luiz França, presidente da Abrainc (associação de incorporadoras) diz que o evento, que vai de 6 a 15 de setembro, acontece em semana emblemática, por incluir o dia da Independência do Brasil. "É uma campanha do bem e temos de aproveitar. Tudo o que vem para o bem da nação, não tem problema nenhum onde foi criado."
A brMalls, dona de 29 shoppings, diz que a semana é a oportunidade de aquecer as vendas em um mês sem datas fortes no varejo. "Nosso foco é no varejo. Independente de onde vem o estímulo".
Para Alfredo Coitait, presidente da Associação Comercial de São Paulo, a iniciativa do governo tem potencial para entrar na esteira das datas comemorativas do comércio: "Enxergamos um perfil duradouro na Semana do Brasil".
A CVC diz já ter participado de outras iniciativas do governo para estimular viagens e que todas as ações do tipo são bem-vindas.
| Folha de S. Paulo | | | | Economistas respondem a artigo de Joseph Stiglitz sobre papel de banco de desenvolvimento
Joseph Stiglitz é um dos maiores economistas da história, conhecido por contribuições seminais em várias áreas da teoria e por sua posição progressista, que compartilhamos. Um de nós (AF) foi aluno dele, um luxo. Escrevemos esta nota em linha com o que cremos ele teria feito se melhor conhecesse o caso do BNDES.
O BNDES nasceu BNDE, para apoiar a fase inicial da industrialização por substituição de importações do Brasil, por meio da provisão de financiamento de longo prazo na moeda nacional, uma lacuna de mercado à época.
Embora o preenchimento dessa lacuna se justificasse plenamente, vinculá-lo a política industrial não é consenso (somos do time dos que discordam). Já à época havia consciência de que se tratava de estratégia temporária, de proteção à indústria nascente. Os anos foram passando, e a rodinha ficou para sempre: a criança ficou velha e nunca aprendeu a andar de bicicleta.
A introdução do S ao seu nome poderia tê-lo levado a resolver uma falha de mercado: viabilizar projetos cujos retornos sociais superassem custos privados, com esses maiores, por sua vez, que retornos privados (o que inviabilizaria provisão privada).
Mesmo não sendo necessariamente a melhor resposta (uma alternativa mais transparente seria usar subsídios vindos direto do Tesouro, em orçamento aprovado pelo Congresso Nacional), valeria a pena.
Seria de todo essencial que o desempenho do BNDES fosse avaliado a partir desse critério, mas tal nunca ocorreu. Há, no entanto, evidências claras de que a prática do banco combinou ineficiência econômica e concentração de renda.
A seguir um resumo do caso.
A principal fonte de financiamento do BNDES são os recursos do FAT, historicamente remunerados a taxas abaixo de mercado acessíveis aos trabalhadores.
Para financiar o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), o Tesouro injetou quase R$ 500 bilhões no BNDES e arcou com a diferença entre o custo de seu financiamento e as taxas cobradas do banco.
A essas fontes de financiamento correspondeu, portanto, uma taxação de trabalhadores (FAT) e de todo cidadão brasileiro (o resto).
E para onde vão esses recursos? Para financiar i) projetos que ou não seriam levados a cabo não fossem os subsídios concedidos ou que poderiam ser financiados por alternativas de mercado e ii) aquisição de máquinas de produção nacional e estímulo a “conteúdo local”.
Projetos que não tenham retorno social maior que privado e que e são só viabilizados por subsídio geram ineficiências: de estaleiros quebrados a projetos de infraestrutura superdimensionados (Viracopos é um exemplo), o BNDES foi pródigo em contribuir para a péssima alocação de capital que responde por parte relevante do crescimento medíocre de nossa economia nos últimos anos.
Financiar máquinas produzidas localmente inibe, por um lado, que produtores comprem máquinas de melhor qualidade de outros países, e, por outro, insula produtores locais da força competitiva que os estimularia a serem mais eficientes.
Para projetos que teriam condições de serem financiados por alternativas de mercado, a atuação do BNDES corresponde a transferência de trabalhadores e contribuintes aos acionistas das empresas financiadas.
Essa atuação concentradora de renda também ocorre de outra forma: o BNDES usa, quando financia aquisição de máquinas, os bancos comerciais para emprestar. É como se os bancos comerciais tomassem emprestado do BNDES para emprestar para o tomador final. Portanto, o crédito barato também é em parte apropriado pelos bancos.
Concluindo: o BNDES pune os trabalhadores e contribuintes que subsidiam seu custo de captação e oferece empréstimos subsidiados a empresas que, na maioria dos casos, deveriam se financiar sem subsídios. Trata-se, portanto, de uma política de Robin Hood às avessas.
Recentemente, financiamento pelo BNDES foi amplamente substituído por fontes privadas, desarmando argumentos de que crédito do BNDES é indispensável ao bom funcionamento da economia.
Estímulo à competição (como nas agendas BC+ e #, do Banco Central) e melhoras institucionais aprofundarão esse processo e gerarão, via democratização do acesso ao crédito e inclusão financeira, crescimento maior, mais estável e equitativo.
Stiglitz, em artigo publicado na Folha, acerta ao dizer que instituições importam. Faltou dizer que são aquelas que estimulam o empreendedorismo, a eficiência e a disseminação da riqueza na sociedade as que geram desenvolvimento.
| Folha de S. Paulo | | | | O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 1,1 ponto na passagem de julho para agosto, para 92,3 pontos, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O recuo interrompe dois meses de avanços seguidos. Em médias móveis trimestrais, o índice ainda se mantém em alta, com elevação de 1,1 ponto.
“Depois de dois resultados positivos, a confiança de serviços volta a patinar. O resultado de agosto mostra que os empresários voltaram a ficar cautelosos com os próximos meses, enquanto o volume de serviços no momento continua melhorando lentamente. Essa combinação de resultados e o patamar baixo da confiança sugerem que a recuperação do setor deve continuar gradual, sem perspectivas de aceleração no curto prazo”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/GV), em nota oficial.
Em agosto houve piora na confiança em nove das 13 principais atividades pesquisadas. O Índice de Expectativas (IE-S) recuou 2,3 pontos, para 95,3 pontos. O componente da tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 2,4 pontos, enquanto a demanda prevista nos próximos três meses diminuiu 2,0 pontos.
Já o Índice da Situação Atual (ISA-S) ficou estável em agosto, aos 89,4 pontos. O componente de volume de demanda atual subiu 0,3 ponto, e o indicador de situação atual dos negócios caiu 0,3 ponto.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de serviços caiu 0,6 ponto porcentual em agosto ante julho, para 81,8%. A coleta de dados para a edição de agosto da Sondagem de Serviços foi realizada entre os dias 1º e 23 do mês.
| Tribuna PR | | | | Mesmo com a melhora do mercado de crédito e do recuo na taxa básica do País (Selic), a redução dos juros ao tomador de crédito na ponta só será sentida no médio prazo. A expectativa é de que a queda só seja refletida em linhas que ofereçam garantias e menor risco aos bancos.
Apesar do menor nível histórico da Selic, em 6%, a taxa média de juros do sistema financeiro ficou em 25,2% ao ano em junho, segundo informações do Banco Central (BC). O número representa alta de 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação a igual mês de 2018. De acordo com o diretor de estudos e pesquisas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, ainda que novas quedas devam acontecer na taxa, os juros continuarão elevados no curto prazo.
“A tendência é de queda, mas os efeitos disso na ponta ainda são muito baixos. De um lado, o ambiente doméstico onde a economia apresenta um cenário de melhora e de redução do risco é positivo. De outro, os riscos internacionais, com a guerra comercial [entre EUA e China] e o Brexit, podem influenciar negativamente”, explica o especialista. Levantamento realizado pela associação aponta que mesmo com todas as elevações na Selic observadas no período entre março de 2013 e junho de 2019, as taxas de juros médias para pessoas físicas mostraram uma elevação de 30 p.p. (34,1%), de 87,97% a.a. para um total de 118% a.a..
O mesmo movimento de alta é observado nas operações para empresas, que subiram 5,61 p.p. na mesma base de comparação, de 43,58% para 49,19%. “O spread no Brasil ainda é alto, apesar da tendência de queda”, diz o professor de economia do Mackenzie, Pedro Raffy Vartarian.
| DCI | | | | Reajuste foi anunciado a clientes e equivale a R$ 0,05 por litro
A Petrobras comunicou a seus clientes nesta terça (27) aumento de 3,5% no preço da gasolina em suas refinarias. A alta acompanha a elevação do petróleo e do dólar, que vem subindo nos últimos dias em função da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Foi o terceiro ajuste no preço do combustível em agosto. No dia 16, o valor de venda pelas refinaria da estatal foi reduzido em quase 6%, ou R$ 0,10 por litro. No primeiro dia do mês, houve aumento de 4%.
Tanques e dutos da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG). - Geraldo Falcão - 28.mai.18/Petrobras
Entre o último reajuste e esta terça, o dólar subiu 3,5% em relação ao real e o preço do petróleo teve alta de 2,3%. A companhia ainda não atualizou seu site com os novos valores.
Segundo comunicado aos clientes, ao qual a Folha teve acesso, o reajuste anunciado nesta terça equivale a R$ 0,0561 por litro e entra em vigor nesta quarta (28).
O repasse às bombas, porém, depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras. O valor de venda pelas refinarias equivale a 30% do preço de bomba - o restante são impostos, margens e etanol.
Desde 2017, a Petrobras vem acompanhando as cotações internacionais dos combustíveis, em maior ou menor grau. A política foi bastante criticada em 2018, quando a escalada do preço do petróleo levou a sucessivos reajustes do diesel, culminando com a greve dos caminhoneiros que paralisou o país por duas semanas.
O preço do diesel não foi alterado. A última modificação foi feita no dia 1º de agosto.
Segundo a Petrobras, os preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras têm como base a paridade de importação, formada pelas cotações internacionais mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo, além de uma margem que cobre os riscos.
| Folha de S. Paulo | | | | O aporte faz parte de um pacote já anunciado, que deve somar 2,4 bilhões de reais até 2022
Vista parcial do pátio externo da Mercedes-Benz, no bairro Taboão em São Bernardo do Campo
A filial brasileira da Mercedes Benz, líder local em caminhões e ônibus, anunciou nesta terça-feira investimento de 1,4 bilhão de reais para lançar uma nova linha de caminhões, apostando que o mercado interno crescerá em 2020, mesmo que a exportação caia.
"A Argentina é o nosso maior mercado de exportação e mostrou sinais de recuperação nos últimos dois meses, mas vai cair novamente, isso está claro", disse o presidente da Mercedes Benz no Brasil e na América Latina, Philipp Schiemer.
O investimento faz parte de um pacote já anunciado, que deve somar 2,4 bilhões de reais até 2022.
Schiemer disse a repórteres na fábrica da Mercedes Benz, em São Bernardo do Campo, que as exportações de caminhões e ônibus fabricados no Brasil representam agora menos de 30% de sua produção, enquanto no seu auge representaram "quase 50%".
O Brasil não se recuperou totalmente da pior recessão em um século, em 2015 e 2016. O consenso de analistas é que o PIB crescerá menos de 1% em 2019.
"O Brasil hoje está mais pobre do que em 2012, 2013", disse Schiemer.
A Mercedes Benz também afirmou que vendeu 500 caminhões para a Ambev e 1.600 ônibus para a cidade de São Paulo.
Ele acrescentou que iniciará um segundo turno em sua linha de produção de ônibus, a fim de atender à demanda.
| DCI ( publicado em 27-08-2019) | | | | É a maior venda da marca para operadores do transporte pública da cidade; entregas serão feitas até o fim do ano
No mesmo mês em que reabriu o segundo turno de produção de ônibus em São Bernardo do Campo (SP), o que não ocorria desde 2016, a Mercedes-Benz divulgou a venda de 1,6 mil chassis de ônibus urbanos para São Paulo, no maior negócio já fechado com operadores de transporte público da cidade. O veículos foram negociados dentro do programa de renovação da frota da capital paulista.
Os chassis serão entregues aos encarroçadores de forma gradual até o fim deste ano e os ônibus completos devem entrar em operação no primeiro trimestre de 2020.
A venda reforça a liderança absoluta da Mercedes nas vendas de ônibus no País. Este ano, 52% dos 11.297 chassis vendidos de janeiro a julho são da fabricante, que projeta mercado total de 18 mil a 19 mil unidades em 2019 inteiro, das quais dominar pouco mais da metade dos negócios. Os volumes, contudo, ainda estão bastante abaixo do pico histórico de 2013, quando foram comercializados quase 31 mil ônibus, mas estão bem acima da baixa de 2016, quando apenas 10,4 mil unidade foram negociadas.
Segundo aponta a Mercedes, os maiores volumes de vendas ônibus este ano são dos segmentos de fretamento, por causa da legislação, novas licitações de veículos para transporte escolar do Programa Caminho da Escola e linhas urbanas de micro-ônibus.
| Automotive Business (publicado em 28-08-2019) | | | | Juros subsidiados perderão espaço e linhas do governo focarão pequenos e médios agricultores
As linhas de crédito oferecidas pelo governo para compra de máquinas agrícolas perderão algum espaço para os bancos privados. A estimativa é do Agco Finance, banco das montadoras Massey Ferguson e Valtra e dos equipamentos para armazenagem GSI.
De um total de R$ 1,1 bilhão de desembolsos do Agco Finance para a compra de máquinas e equipamentos agrícolas, 90% serão de recursos do governo e os 10% restantes do banco da montadora.
“Nos próximos anos esses 10% subirão para 20% a 25%. O governo já sinalizou que haverá menos recursos e passou a praticar taxas mais altas de juros. A tendência de mercado aponta para menos subsídios e mais foco nos pequenos e médios agricultores”, recorda o gerente comercial da Valtra, Gustavo Ferreira.
O executivo concedeu entrevista a Automotive Business durante a Expointer, feira do setor agrícola que ocorre até domingo, 1º de setembro, na cidade de Esteio (RS). Ele afirma que os negócios pelo Agco Finance crescerão 10% este ano.
Ferreira recorda que o banco trabalha com leasing para máquinas e também com Crédito Direto ao Consumidor (CDC) não só em reais, mas também em dólares e euros. A divisão financeira não atua com consórcio, que neste caso é feito tanto para Massey Ferguson como Valtra em parceria com a administradora Maggi.
VENDAS DA AGCO SOBEM ATÉ 5% ESTE ANO
O vice-presidente de vendas da Agco para a América do Sul, Rodrigo Junqueira, acredita que as vendas totais do grupo cresçam entre 4% e 5% em 2019. Ele admite que o acumulado até julho foi fraco, mas recorda que as vendas tendem a se recuperar durante o segundo semestre, quando cresce a demanda por tratores e plantadeiras.
“A Expointer serve como termômetro para os negócios do ano seguinte. A temperatura de resposta da feira está alta e nos faz acreditar no segundo semestre e em um 2020 positivo”, afirma Junqueira.
Os destaques da Valtra e da Massey Ferguson para a Expointer foram tratores de pequeno porte voltados a fruticultores. A empresa também apresentou novos cultivadores da linha Momentum, que em 2020 terão versões para aplicação de fertilizantes.
| Automotive Business 9 publicado em 27-08-2019) | | | | Sistema de manufatura em Brusque foi premiado em 2018; este ano empresa venceu pela estratégia de crescimento
No ano passado o Sistema de Manufatura da Zen (SMZ) foi premiado pelo Kaizen Institute como o melhor da categoria “Excelência no Sistema de Melhoria Contínua”. Este ano o instituto escolheu o processo da empresa de Brusque (SC) para representar o Brasil na primeira edição mundial da premiação, o Global Kaizen Award, marcado para 14 de novembro na Itália. E na terça-feira, 27, a Zen levou mais um troféu na edição 2019 nacional do prêmio, desta vez em reconhecimento à “Excelência na Estratégia de Crescimento”.
Fundada em 1960, a empresa de capital nacional produz 11 milhões de componentes por ano, entre pinos impulsores de motores de partida, polias e tensores. O processo de manufatura da Zen foi avaliado por diversas filiais do Kaizen Institute, presente em mais de 30 países, e indicado como finalista para concorrer ao Global Kaizen Award com seis representantes de diferentes nacionalidades: Ducati Motor Holding (Itália), Galp (Portugal), Grupa Kapitałowa PKP Energetyka (Polônia), Leoni Kerpen (Alemanha), Royal Flora Holland (Holanda) e Zoetis (Espanha).
No Brasil, a premiação é realizada há quatro anos em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Fundação Vanzolini e Instituto Mauá de Tecnologia. A Zen participou de todas as edições do Prêmio Kaizen Lean e foi finalista em diferentes categorias, vencendo em 2018 e novamente este ano pela “Excelência na Estratégia de Crescimento”, em reconhecimento à iniciativa de produção eficiente em conjunto com a estratégia de vendas que garantiu entre 2013 e 2018 a competitividade em mercado até então pouco explorado pela empresa, o de polias e tensores.
RESULTADOS RECOMPENSADORES
Segundo Gilberto Heinzelmann, presidente da Zen que em 2018 recebeu o título de Embaixador Kaizen, os bons resultados alcançados pela empresa catarinense estão diretamente ligados à adoção da filosofia de melhoria contínua e produção enxuta.
Esses conceitos começaram a ser aplicados na fábrica de Brusque em 2012 e desde então o custo da não-qualidade teve redução de mais de 80%, a produtividade aumentou 30%, o tempo de produção caiu de 80 para 18 dias e a receita por empregado aumentou 60%. Graças a seu sistema eficiente de produção, a Zen consegue competir globalmente, de 30% a 60% de sua produção é exportada, e nos últimos cinco anos o faturamento cresceu 50%.
Para padronizar os conceitos da filosofia lean na manufatura de Brusque, a Zen lançou seu sistema próprio em 2017, o premiado Sistema de Manufatura Zen (SMZ), que envolve o monitoramento de cada posto de trabalho na fábrica por meio de indicadores. Funcionários das áreas de produção e apoio aplicam essas diretrizes com um sistema de certificação, que consiste em auditorias e planos de ação. Cada célula de trabalho recebe um selo de aprovação que atesta o cumprimento de níveis de qualidade, segurança e produtividade.
“O Brasil tem um caminho longo para melhorar sua competitividade, a filosofia e as ferramentas do lean manufacturing, o kaizen (melhoria continua), têm amplo potencial para colocar o País em outro patamar global. Depende apenas de nós, do portão para dentro de nossas organizações, reduzir perdas e desperdícios, conseguir fazer mais com muito menos, eliminar retrabalhos e maximizar a utilização de nossos ativos”, afirma Gilberto Heinzelmann.
| Automotive Business (publicado em 28-08-2019) | | | | Empresa está na Expointer com maior colheitadeira e maior trator voltados à produção de arroz
A New Holland espera aumentar em 5% este ano sua venda de tratores e colheitadeiras. A empresa do Grupo CNH Industrial é uma das grandes fabricantes do setor agrícola presentes na Expointer, feira que ocorre até domingo, 1º de setembro, em Esteio (RS).
“A Expointer é a primeira grande feira com o Finame rodando e o preço da soja anima os produtores. A safrinha do milho também foi boa. Estes são motivos que nos fazem acreditar num bom segundo semestre”, afirma o novo diretor de mercado da New Holland, Eduardo Kerbauy.
Ele é um dos três executivos recém-nomeados dentro da New Holland. Kerbauy estima que os recursos do governo sejam suficientes até o fim do ano. “Mas eles podem acabar no início do ano que vem, assim como ocorreu este ano.”
Entre os destaques da New Holland para a Expointer estão a maior colheitadeira para arroz à venda no Brasil (modelo CR 7.90) e também o maior trator para esse mesmo tipo de cultura (T9 435).
De acordo com informações divulgadas pela New Holland, embora a área de cultivo de arroz no Rio Grande do Sul tenha diminuído, a produção cresceu: “Essas novas máquinas vão ao encontro do que o produtor tem buscado, que é o aumento da produtividade.
Segundo Kerbauy, a New Holland responde por um em cada quatro tratores vendidos no Brasil e uma em cada três colheitadeiras. Sendo assim, a empresa vendeu de janeiro a julho deste ano cerca de 4,6 mil tratores e 950 colheitadeiras (estimativas a partir dos totais informados pela Anfavea, associação dos fabricantes).
| Automotive Business (publicado em 28-08-2019) | | | | Veículos serão entregues até o início de 2020; são 355 modelos extrapesados Axor e Actros
A Mercedes-Benz fechou com a Ambev o maior negócio do ano: até o início de 2020 serão entregues quase 500 caminhões (493) para renovar as frotas dos operadores que prestam serviços de transporte à fabricante de bebidas, dona das marcas Brahma, Skol e Antárctica, entre outras. A maioria dos modelos vendidos é de extrapesados, sendo 271 unidades do topo de linha Actros 2546 6x2 (235) e 2651 6x4 (36) e outros 84 Axor, além de 129 semipesados Atego e nove médios Accelo.
“Esta é a venda mais expressiva da Mercedes-Benz no mercado brasileiro este ano em volume para um único cliente. Também é a primeira vez que vendemos um grande lote de extrapesados para as operações da Ambev”, comemorou Philipp Schiemer, presidente da fabricante no Brasil.
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Segundo Guilherme Gaia, diretor de sustentabilidade e suprimentos da Ambev, a decisão em favor de incorporar os Actros à frota de seus operadores foi tomada depois de apurar os resultados de consumo de 16 caminhões adquiridos em outubro de 2018, que fizeram várias rotas de distribuição de bebidas da empresa.
“A eficiência dos veículos que usados em nossa distribuição, com redução de gasto de combustível e emissões de CO2, é um tema muito sensível em nosso objetivo de buscar soluções de logística verde. Focamos muito no custo de operação. Alguns desses caminhões rodam mais de 37 mil quilômetros por mês, portanto qualquer economia é significativa”, afirma o diretor.
Todos os novos veículos terão também sistema de telemetria embarcada. O objetivo da Ambev é usar a maior conectividade dos novos veículos para desenhar uma logística mais inteligente, evitando rotas com caminhões vazios por meio de sinergias de transporte com outras empresas da cadeia de produção.
Outro ponto levado em consideração foram os equipamentos de segurança ativos oferecidos pela Mercedes. Todos os modelos extrapesados foram adquiridos com pacote ADAS de assistência ao motorista, que inclui controle de velocidade de cruzeiro adaptativo (ACC), frenagem automática de emergência (AEB) e alerta de permanência na faixa de rodagem (LDW).
Foi uma venda completa, que além dos veículos envolveu a aquisição de planos de manutenção e sistema on-line de gestão de frota Fleetboard, com painel personalizado para todos os caminhões que irão atender a Ambev.
A Mercedes também promoverá treinamentos direcionados aos operadores e seus motoristas. Todas as concessionárias nas rotas dos distribuidores de bebidas serão abastecidas com cestas básicas de peças para garantir a reposição e manutenção mais rápidas. Por fim, a compra é financiada pelo Banco Mercedes-Benz e teve a participação da divisão de seminovos, com as lojas SelectTrucks, que adquiriu os veículos usados dos parceiros da Ambev e assim facilitou a renovação das frotas.
| Automotive Business (publicado em 28-08-2019) | | | | Modelos são substituídos por Constellation Robust e nova linha Delivery
A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) decreta o fim da produção da linha de caminhões Worker e do antigo Delivery, que eram vendidos em mais de 30 países. Seus sucessores são respectivamente o Constellation Robust, que abrange a categoria de médios e pesados, e a nova linha Delivery, que atende a faixa de modelos com PBT de 3,5 a 13 toneladas.
Lançada há 30 anos, a linha Worker teve 430 mil unidades produzidas, dos quais 86 mil vendidos em outros países. Já o VW Delivery vendeu mais de 100 mil unidades desde que foi lançado, em 2005.
“Adaptamos nossos caminhões a novos padrões de tecnologia, conforto e design. Os novos Delivery e Robust já são sucesso de vendas, carregando o DNA dos primeiros modelos da marca Volkswagen”, comenta o vice-presidente de vendas, marketing & pós-vendas da VWCO, Ricardo Alouche.
A rede de concessionárias continuará oferecendo assistência técnica e manutenção para os modelos descontinuados.
| Automotive Business (publicado em 28-08-2019) | | | | PowerLine está em fase de testes no Brasil e na Europa; projeto visa modelos Euro 6
Acaba de sair do forno da ZF e está em fase de testes no Brasil e também na Europa o câmbio automático PowerLine para aplicação em veículos comerciais pesados com potência de até 300 cv: caminhões semipesados com PBT entre 15 e 26 toneladas e ônibus midi (micrões) de 10 a 13 metros de comprimento. O projeto é inspirado na transmissão elétrica 8HP dedicada a veículos leves, incluindo híbridos, e que foi apresentada em junho deste ano pela matriz na Alemanha.
O produto está sendo apresentado para todas as montadoras, tanto no Brasil quanto na Europa. Por enquanto, os testes estão sendo feitos em veículos protótipos, dos quais oito estão em clientes europeus e dois em clientes brasileiros. A expectativa é de que os testes em frotas reais sejam feitos já no ano que vem.
Segundo Israel Vale, head de negócios e engenharia para transmissões comerciais da ZF no Brasil, ainda não há previsão de lançamento da PowerLine seja aqui ou na Europa: “A intenção agora é buscar aplicação nos clientes”, pondera. Contudo, já comemora a reação e a boa aceitação dos clientes: “Houve quem disse que parece ser uma transmissão elétrica, porque não percebem a modularização e a troca de marchas.”
O executivo afirma que a produção em série está planejada para iniciar em 2021 na Alemanha e há planos para talvez alocar sua fabricação na América do Norte, mas sinaliza que não há planos de montá-la no Brasil em sua planta de Sorocaba (SP) no curto ou médio prazo. Ele diz que é necessária uma demanda de 50 mil a 60 mil unidades por ano para justificar a fabricação local.
Embora não haja uma data de lançamento prevista, a ideia da ZF com a nova transmissão automática para pesados está casada com a introdução da nova legislação de emissões para veículos comerciais Proconve P8, equivalente à norma europeia Euro 6 que entra em vigor em 2022 para novos projetos e passa a valer em 2023 para todos os modelos existentes. Segundo Vale, a intenção é pegar uma carona e aproveitar a janela do Euro 6 para trazer a tecnologia” e indica que motivar um desenvolvimento de forma isolada sem um apelo não faz sentido.
CAIXA INTELIGENTE
A nova caixa de câmbio automática PowerLine carrega consigo um alto grau de evolução e de tecnologia agregada. Para o especialista em produto Adilson Papa o diferencial não está somente nas melhoras mecânicas que proporcionam maior desempenho ou outros tipos de ganhos, como menor consumo de combustível ou prolongamento da troca do óleo, mas em toda a sua capacidade de suportar novas tecnologias que potencializam sua função.
Ele cita alguns sistemas como o Low Speed Maneuvering, que limita o torque em manobras, inclusive em marcha a ré, o que evita arranques bruscos e acidentes em casos de manobras, e o Pré-Vision, que combinado a um GPS antecipa o cenário e a topografia adiante, melhorando o cálculo da troca de marchas.
Papa participa diretamente do processo de testes que estão sendo feitos no Brasil e responde pela calibração, cujos dados também são enviados para a matriz.
A nova transmissão automática faz parte do roadmap da ZF em trabalhar com novas caixas de câmbio que atendam a mudança das motorizações de veículos do futuro, como modelos híbridos e elétricos. A própria transmissão elétrica 8HP que inspirou a criação da PowerLine já está sendo encomendada pela BMW e pelo Grupo FCA para equipar seus modelos híbridos a partir de 2022, dada sua evolução tecnológica. Ambas as transmissões - a elétrica 8HP e a automática PowerLine - vão compartilhar do mesmo módulo mecatrônico produzido pela ZF na Alemanha, cuja demanda atual está em 3 milhões de unidades por ano graças ao modelo para veículos leves.
“Na atual visão da ZF a caixa manual faz parte do passado, o que não quer dizer que vamos parar de produzi-la: teremos o produto disponível, mas a tendência é ver cada vez menos sua participação em nosso portfólio. Acredito que em 10 ou 15 anos não teremos mais as transmissões manuais”, afirma Vale.
A empresa projeta que até 2025 um porcentual entre 40% e 50% das transmissões terão um nível de sofisticação maior, como as automatizadas, e que a presença de transmissões elétricas será muito maior do que a atual.
Para se ter uma ideia da mudança interna, o último desenvolvimento da ZF para transmissão manual foi feita há 3 anos: foi um redimensionamento da espessura da carcaça do câmbio para melhora de peso. Atualmente, a ZF ainda fabrica transmissão manual em cinco mercados: Alemanha, Brasil, China, França e Hungria. Por aqui, na planta de Sorocaba, elas representam 60% do faturamento da empresa.
| Automotive Business (publicado em 28-08-2019) | | | | Novos executivos assumem áreas comercial, marketing de produto e desenvolvimento de rede
A New Holland anuncia mudanças em sua diretoria na América do Sul com a nomeação de três novos executivos para as áreas comercial, marketing de produto e desenvolvimento de rede.
Eduardo Kerbauy será o novo diretor de mercado no Brasil. Com 20 anos de trajetória dentro do Grupo CNH Industrial, o engenheiro mecânico atua há 15 anos na New Holland Agriculture, uma das fabricantes de máquinas agrícolas do conglomerado. Com MBA em Administração, sua carreira inclui cargos na Itália, Inglaterra e França. Em 2016 assumiu a função de diretor de marketing de produto para a América do Sul.
“A New Holland e agricultura brasileira vivem em constante evolução. A nossa expectativa como marca é aumentar a participação em todos os segmentos do mercado, dado a importância estratégica do Brasil no cenário mundial”, afirma Kerbauy.
Cláudio Calaça Júnior o substitui como novo diretor de marketing de produto para a região. Formado em Engenharia e com MBA em Gestão Comercial pela FGV e Gestão Estratégica de Projetos pelo Insper, o novo diretor acumula 16 anos de carreira no grupo, com atuação em diferentes áreas tanto no Brasil quanto na Argentina. No último ano atuou no planejamento estratégico de produtos agrícolas da companhia.
Para assumir a direção do desenvolvimento de rede na América do Sul a New Holland nomeou Paulo Máximo, que está há sete anos no grupo. Sua experiência está no setor financeiro: nos últimos três anos, liderou as operações do Banco CNH Industrial na Argentina.
Atualmente, a rede da marca conta com 220 revendas no Brasil.
| Automotive Business (publicado em 28-08-2019) | | | |
Setor privado ficará responsável e receberá por resultado; para especialista, risco alto exige ajustes
O governo federal lançará um modelo de contrato inédito no país para tentar aumentar a chance de emprego de jovens de baixa renda.
Na iniciativa, chamada de contrato de impacto social (CIS), uma organização privada será responsável por qualificar 1.000 jovens de forma a que eles consigam trabalho e se mantenham nas vagas por pelo menos quatro meses.
A entidade só será paga se um avaliador independente comprovar que as metas foram cumpridas. O objetivo é aumentar a efetividade das políticas públicas, com menos custo para o governo.
Comum em vários países, como Reino Unido, Estados Unidos e Israel, o modelo não deslanchou nas duas vezes em que foi tentado no Brasil.
Na última gestão de Geraldo Alckmin, o projeto de um CIS para reduzir a evasão no ensino médio em São Paulo foi abandonado após pressão dos sindicatos, que o consideravam uma forma de privatização da educação.
No Ceará, contrato para reduzir a ocupação desnecessária de leitos hospitalares —transferindo doentes crônicos para atendimento domiciliar— aguarda licitação.
Segundo dados do Insper Metricis, que pesquisa desenho, execução e avaliação de programas de impacto social, 330 contratos foram lançados ou estão em fase de elaboração no mundo desde 2009. Do total, 18% tiveram objetivo semelhante ao do Ministério de Economia de Bolsonaro: aumento da empregabilidade.
A consulta pública, encerrada neste mês, estipulava um teto de R$ 4 milhões. Mas o custo pode ser menor, já que o vencedor —que precisará comprovar ao menos cinco anos de experiência em formação profissional— será o que apresentar menor preço.
Com o pagamento atrelado a resultados, “só as organizações comprometidas, que têm certeza que seu programa é muito bom, vão entrar”, diz Lycia Silva e Lima, coordenadora do FGV EESP Clear, que integra uma rede global voltada ao aperfeiçoamento de políticas públicas.
Mas bons candidatos podem ser desencorajados pelo risco mais alto do modelo proposto, segundo Bruno Pantojo, especialista da Sitawi Finanças do Bem, que desenvolve soluções de financiamento para CIS.
“É louvável o arrojo do governo de procurar soluções inovadoras, mas o edital está deixando de aproveitar aprendizados das experiências internacionais”, diz.
Os três pontos que elevam o risco, segundo o analista, são a forma “tudo ou nada” do pagamento, a ausência de identificação prévia do público alvo e a falta de definição clara do papel do investidor.
Para medir o resultado, após o curso, serão monitorados por 240 dias tanto os participantes quanto um grupo de faixa etária e características socioeconômicas semelhantes que tenha se candidato ao programa, mas ficado de fora do sorteio por restrição no número de vagas.
Será considerado empregado quem mantiver carteira assinada por ao menos 120 dias consecutivos, na mesma empresa, com carga horária mínima de 40 horas semanais.
A entidade contratada só receberá o pagamento se o resultado dos jovens participantes for no mínimo 30% superior ao do grupo que não participou da qualificação (chamado grupo controle).
Sérgio Lazzarini, fundador do Insper Metricis, diz que a vantagem desse tipo de avaliação é evitar que o governo pague por resultados que a contratada não gerou.
“Pode ser que o resultado tenha sido causado pela melhoria da economia e não pelos programas”, exemplifica.
Pantojo, porém, afirma que o método é mais caro e desnecessário em intervenções desse tipo, embora seja “padrão ouro” em experimentos científicos. Em 10 iniciativas de empregabilidade internacionais já concluídas e avaliadas, compiladas pelo Metricis, só 1 adotou comparação.
Nos outros 9, foi avaliado apenas o desempenho do grupo atendido pela contratada, e o mais comum foi o pagamento por faixas de resultado.
Pantojo, além de considerar que o pagamento “tudo ou nada” desincentiva desempenhos mais altos, questiona a meta de diferencial de 30%.
“Não está claro por que foi escolhido esse patamar, que nunca foi atingido em programas anteriores”, afirma.
A falta de tradição do Brasil na avaliação de políticas públicas dificulta a análise de programas anteriores, como o Planfor, o ProJovem Trabalhador e o Pronatec.
O melhor resultado, segundo texto do Ministério da Economia, foi o do SuperTec, adotado pelo antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior): 8,6% a mais de chance de conseguir trabalho, em comparação ao desempenho de grupo com características semelhantes, também acompanhado, mas que não foi treinado.
Segundo Lazzarini, que acompanhou parte das discussões durante a elaboração do projeto pelo governo, a barreira de 30% foi definida “a partir de experiências na faixa de renda e idade da população alvo do projeto”.
Uma gradação da meta, segundo ele, pode esbarrar em questões jurídicas, que o governo precisa avaliar.“É crucial avançarmos em uma legislação específica sobre o CIS”, diz Lazzarini. Dois projetos tramitam atualmente no Senado e na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Segundo ele, o vácuo jurídico também dificulta, por enquanto, a previsão no edital da existência de um financiador externo para projetos de CIS.
Porém nada impede que investidores de impacto se organizem para financiar o prestador de serviço que vencer a licitação, diz o especialista.
Mas, para Pantojo, a falta de previsão mais específica pode inibir eventuais candidaturas de executores para o projeto:
“As organizações sociais no Brasil estão em situação financeira muito difícil. É impensável imaginar que vão levantar o dinheiro sozinhas.”
Outro ponto que aumenta o risco, segundo o analista da Sitawi, é que não foi previsto um estudo prévio da população atendida nem uma remuneração para esse serviço.
Ele dá o exemplo do contrato cearense de desospitalização, do qual a Sitawi participa:
“No estudo, descobrimos que parcela expressiva dos pacientes crônicos não tinha núcleo familiar. Com isso, oferecer casas comunitárias passou a ser fundamental. Sem esse diagnóstico prévio, a intervenção pode ser mal desenhada e fracassar.”
Para o fundador do Metricis, o público alvo está bem definido no edital apresentado para consulta pública.
O texto estipula que os 1.000 beneficiários —de um conjunto de no mínimo, 2.000 inscritos— tenham entre 18 e 24 anos e façam parte de famílias com renda per capita mensal de até meio salário mínimo.
Para evitar fraude, na data da inscrição o candidato deverá estar desempregado há pelo menos 60 dias ou buscando seu primeiro trabalho formal.
O projeto pode ser feito em qualquer parte do país, a partir de um estudo do mercado de trabalho local.
A ideia é envolver o setor privado “em todo o fluxo da política, partindo de um mapeamento claro de qual tipo de trabalhador será necessário em qual localidade, para qual empresa”, segundo o texto.
Outra novidade da proposta é incluir as chamadas habilidades socioemocionais —como relações interpessoais no trabalho— na carga horária mínima de 20 horas destinada a conteúdo básico (como leitura e compreensão de textos e raciocínio lógico-matemático).
Já a formação profissional precisa ocupar pelo menos 30% do total mínimo de 250 horas presenciais.
A avaliação será feita por uma instituição independente, o que é considerado positivo por Lycia, da FGV.
“De um modo geral no Brasil, a gente lança a política e muito raramente avalia se ela teve impacto”, diz
Entidades do setor esperam que a licitação seja lançada até o final de setembro. O Ministério da Economia não deu entrevista sobre o projeto.
A experiência internacional
Contratos de Investimento Social para empregabilidade, já concluídos e avaliados
Colômbia (2017-2018)
Treinamento, apoio psicológico e apoio para emprego a 766 egressos do ensino médio com de 18 a 40 anos e em situação vulnerável.
Pagamento por indivíduo contratado e por tempo de retenção no emprego.
Resultados: 88% ficaram empregados por 3 meses e 60%, por 6 meses
Alemanha (2013-2016)
Aconselhamento vocacional e encaminhamento a programas de aprendizado ou vagas de trabalho, com acompanhamento posterior, para
100 desempregados com menos de 25 anos de idade que não completaram a escola.
Pagamento dependia de que 20 jovens ficassem no emprego ou treinamento por mais de 9 meses, com bônus caso superassem esse período.
Resultados: todos os objetivos foram atingidos
Holanda ( 2013-2015)
Treinamento, aconselhamento e acesso a uma rede de empreendedores para que 160 desempregados de 17 a 27 anos pudessem começar seu próprio negócio.
Pagamento de acordo com a redução do desemprego do grupo, em comparação com série histórica de estatísticas.
Resultados: mais de 50% do primeiro grupo treinado foi reempregado, com economia de 464 dias de seguro-desemprego
Reino Unido (2012-2015)
Quatro contratos diferentes para reinserir na escola, qualificar, aconselhar e inserir em vagas de aprendizes ou de emprego 10.037 jovens em situação vulnerável, com idades variando de 14 a 24 anos
Pagamento por faixas, de acordo com os objetivos atendidos.
Resultados: variáveis por programa. Um deles relata 68% dos jovens empregados com 100% de retenção; em outro, 44% atingiram mínimo exigido de educação e 31% melhoraram frequência
Fonte: contracting for socio-environmental outcomes throuhgout the world/insper metricis
O que já foi tentado no Brasil
Planfor - Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador (1995 a 2002)
Qualificação de trabalhadores em situação de vulnerabilidade social.
Atendeu a 15,3 milhões de pessoas, a um custo anual de R$ 493 milhões (em 2001)
Problemas encontrados: turmas fantasmas,descumprimento de condições como vale transporte e auxílio alimentação, taxa de evasão acima da permitida, ausência de fiscalização, ausência de participação de prefeituras e comissões de emprego
PNPE - Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (2003-2007)
Qualificação e criação de postos de trabalho para jovens de 16 a 24 anos de baixa renda, que nunca tivessem trabalhado
Atendeu a 294.913 jovens
Problemas encontrados: falta de estudo de demanda do mercado de trabalho, fragilidade na comprovação da inserção no mercado de trabalho, problemas na prestação de contas
Resultado: segundo o ministério, 94.548 jovens (32%) foram inscritos no mercado de trabalho
Projovem Trabalhador - Programa Nacional de Inclusão de Jovens (a partir de 2008)
Qualificação social e profissional de jovens de 18 a 29 anos em situação de desemprego
Problemas encontrados: reduções orçamentárias, demora na implantação de parcerias, baixa taxa de frequência
Resultado: 409.979 concludentes (58,7%), dos quais 27.200 (6,6%) inseridos no mercado de trabalho (apenas um quinto em emprego formal ou contrato de estágio ou aprendiz)
Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (a partir de 2012)
Educação profissional e tecnológica para estudantes do ensino médio da rede pública e bolsistas da rede privada, trabalhadores; beneficiários dos programas federais de transferência de renda
Recebeu 9.727.861 matrículas, a um custo de R$ 38,5 bilhões (de 2011 a 2016)
Problemas encontrados: redução orçamentária, alta evasão e ao distanciamento entre a formação escolar e as exigências do mercado de trabalho, ausência de indicadores sólidos de desempenho
Resultado: sem efeito na empregabilidade, com exceção do programa Supertec, que teve aumento de 8,6% na empregabilidade dos egressos.
| Folha de S. Paulo (publicado em 25-08-2019) | | | | Estudo da Ipsos alerta para grandes mudanças no comportamento do indivíduo, movimento que influencia diretamente o consumo
Como caminha o relacionamento entre indústria e consumidores. Esse foi o tema do estudo apresentado por Marcos Calliari, CEO da Ipsos Brasil, durante o Workshop Planejamento Automotivo ABPLAN 2020, realizado por Automotive Business na segunda-feira, 19, no WTC Events Center, em São Paulo.
“O momento hoje é de incerteza e, ao mesmo tempo, de muita expectativa”, explicou o executivo ao mostrar informações da pesquisa realizada pela consultoria, como o do índice de confiança do consumidor, que caiu de 54,9 pontos no início do ano para 48,2 pontos atualmente em função do que foi prometido pelo atual governo e não se realizou.
Sendo o consumidor a peça mais importante no contexto da indústria automotiva – quem compra o carro –, é mandatório que as empresas entendam como ele funciona e se esforcem para conquistá-lo. Boa medida para entender esse comportamento vem da correlação entre as vendas de automóveis e o índice de confiança, que mostra de maneira muito sintomática a percepção sobre o futuro do País. Enquanto o índice mundial de percepção da população sobre os rumos de seu país é 58% positivo, no Brasil 59% consideram que a rota por aqui está errada.
Tal constatação nada mais é do que a fotografia de uma população “massacrada” nos últimos anos nos âmbitos político e econômico, o que mexe demais com sua disposição de investir.
“Somos hoje um país em mudança dentro de um mundo em transformação e isso também precisa ser considerado, afinal influencia diretamente os comportamentos. São grandes os desafios das instituições em geral, que não estão preparadas para as mudanças que vêm acontecendo. E isso esbarra nas empresas, que precisam estar atentas”, alerta Marcos Calliari.
Como a população se manifesta
O fenômeno demográfico pelo qual o mundo vem passando, incluindo crescimento da expectativa de vida, da coexistência geracional, das novas configurações domésticas e, ao mesmo tempo, as baixas nas taxas de fertilidade, analfabetismo e casamento, têm suas implicações. No Brasil, por exemplo, os lares com um habitante saltaram de 9,2% em 2001 para 14,6% em 2015, enquanto 65% vivem com alguém com 50 anos ou mais. São mudanças que estabelecem novo cenário social e, consequentemente, comportamental.
Com isso, as instituições passaram a ser mais questionadas e a sociedade dividida. Apenas um quarto da população acredita que o diálogo é bom e 51% não confiam nas empresas. De acordo com a pesquisa da Ipsos, o Brasil é o país que mais produz memes e um cenário ainda mais explosivo: 61% das pessoas dizem utilizar WhatsApp para se informar e 62% acreditaram na notícia antes de verificar se era verdadeira ou falsa.
“Chegamos em um momento de convivência de paradoxos e a mudança de olhar de grupos que sempre prevaleceu deve mudar para o indivíduo. Como indústria, estamos caminhando para um universo de parcerias, especialmente em tecnologia, e compartilhamentos de carros, serviços e propriedades. E como fazer isso? Entendendo melhor as pessoas”, finalizou o consultor.
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