| 09 de Outubro de 2019
Quarta-feira
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Em 09/10/2019
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| | | | | O SINDIMETAL/PR convida para o evento Outubro Rosa SINDIMETAL/PR 2019. Venha passar uma tarde agradável conosco, se informar sobre tratamento e prevenção do câncer e, ainda, participar do sorteio de brindes e vouchers de renomados restaurantes da cidade!! Faça a sua inscrição pelo email comunicacao@sindimetal.com.br .
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| SINDIMETAL/PR | | | | A indústria automotiva foi a grande responsável (novamente) por colocar o Paraná em destaque no segmento. Ela tem alavancado os números daqui e colocou o Paraná mais uma vez na liderança da produção industrial no Brasil no acumulado deste ano, segundo números referentes a agosto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta segunda-feira (8).
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, o Paraná teve alta de 6,5% na sua produção de janeiro a agosto, comparado ao mesmo período do ano anterior. O segundo colocado no ranking, Rio Grande do Sul, teve alta de 4,9%. O peso da indústria de automóveis nessa conta foi quase o dobro da alimentícia, por exemplo.
Embora o estado destoe de uma realidade preocupante do Brasil, em que o setor industrial patina, não significa que estamos livres de preocupações. É que a crise na Argentina, principal comprador de veículos brasileiros, e uma desaceleração no consumo interno apontada pelos produtores do setor podem fazer os números serem menos expressivos nos próximos meses.
| Gazeta do Povo | | | | Acordo entre eles promete capacitar detentos pelo Senai e trocar informações sobre combate ao roubo de cargas
Visitantes Depois de receber Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão e outros nomes de peso do governo, Paulo Skaf prepara uma recepção na sede da Fiesp para o ministro Sergio Moro, na segunda-feira (14). Além da diretoria da entidade, foram convidadas lideranças empresariais.
Lotação Assim como ocorreu nas visitas de Mourão e Bolsonaro, a presença de Moro deve encher a casa. Em vez de fazer a reunião na sala de eventos da direção da Fiesp, Skaf decidiu levá-lo para o teatro, que comporta 470 pessoas.
Alinhado Em reunião com Moro há duas semanas, Skaf fez acordo de cooperação técnica que promete capacitar detentos pelo Senai e trocar informações em temas como combate ao roubo de cargas.
| Folha de S. Paulo | | | | A simplificação das regras para abrir e fechar empresas, a inflação sob controle e uma melhora na eficiência do mercado de trabalho fizeram com que o Brasil subisse, neste ano, uma posição no ranking global de competitividade elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. O País ficou em 71.º lugar, com uma nota de 60,9 pontos (em escala de 0 a 100) – a média de 141 economias foi de 61 pontos. Na primeira posição, ficou Cingapura, com 84,8 pontos.
Apesar da melhora, o Brasil ainda precisa de progressos mais significativos em estabilidade econômica (quesito em que ficou no 115.º lugar), abertura comercial (125.º), segurança (123.º) e estabilidade governamental (130.º), segundo relatório do fórum. A organização analisou 103 indicadores agrupados em 12 pilares.
Ainda de acordo com o documento, para líderes empresariais brasileiros, a burocracia (141.º) e a falta de visão de longo prazo do governo (129.º) são os principais entraves da competitividade no País.
O relatório aponta também que, no longo prazo, governantes brasileiros terão de estabelecer políticas mais inclusivas socialmente e responsáveis ambientalmente para o País conseguir competir em um mundo onde as principais economias têm se esforçado nessas frentes.
Por enquanto, o Brasil tem ganhado pontos no ranking graças ao tamanho de seu mercado (10.º lugar) e ao nível elevado de capacidade em inovação (40.º). Entre os países da América Latina e do Caribe, no entanto, o País ficou na oitava posição do ranking. Nessa região, Chile, México e Uruguai lideraram a lista dos mais competitivos, seguidos por Colômbia, Costa Rica, Peru e Panamá. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as economias latino-americanas precisam avançar, principalmente, na qualidade das instituições (a média regional foi de 47,1 pontos) e na capacidade de inovação (34,3 pontos).
Globalmente, além de Cingapura, Estados Unidos, Hong Kong, Holanda e Suíça apareceram nos primeiros lugares. A região Ásia-Pacífico foi a que registrou uma maior média entre as analisadas, com Japão e Coreia do Sul também bem posicionados no ranking, no 6.º e no 13.º lugar, respectivamente. A China ficou na 28.ª posição.
Pós-2008
O documento do Fórum Econômico destaca que o crescimento da competitividade tem sido fraco nos últimos dez anos mesmo após os bancos centrais de todo o mundo terem injetado US$ 10 trilhões na economia global. Afirma ainda que a política monetária global expansionista, apesar de ter tido sucesso para evitar uma recessão mais profunda após 2008, não foi suficiente para alocar recursos em investimentos que aumentam a produtividade.
“À medida que as políticas monetárias começam a perder força, é crucial que as economias confiem na política fiscal e nos incentivos públicos para impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento, aprimorar as habilidades da força de trabalho, desenvolver novas infraestruturas e integrar novas tecnologias”, diz o relatório do Fórum.
| Tribuna PR | | | | País registrou até setembro, 2 operações de IPO e 22 follow-ons
O volume de ofertas de ações e de fusões e aquisições no Brasil neste ano são um indicador de confiança no país, especialmente em um cenário de poucas operações desse tipo ao redor do mundo, afirmou Eduardo Cruz, chefe da área de corporate e banco de investimento do Citi na América Latina.
“Não temos praticamente nenhum tipo de atividade no mercado de capitais em nenhum outro lugar”, afirmou Cruz em referência ao cenário de maior aversão a risco no mundo.
O país registrou até setembro, 2 operações de IPO (aberturas de capital) e 22 follow-ons (ofertas de ações de empresas já listadas, na maior parte, de ofertas secundárias, nas quais o dinheiro vai para o acionista). Nesta semana, deverá ocorrer o terceiro, da Vivara.
Parte da explicação está no fato de que o governo está vendendo ações de empresas públicas, caso da privatização da BR Distribuidora na Bolsa e das vendas das ações do Banco do Brasil que eram detidas pela Caixa.
Na avaliação de Cruz, o fato dessas operações não se converterem investimentos não é um problema. Segundo ele, o benefício para a economia brasileira se dará pela redução da dívida pública e pela aplicação do dinheiro em outras áreas da economia.
Ele se considerou otimista com o Brasil, salientando que a aprovação da reforma da Previdência deve sair em um prazo em linha com o esperado pelo banco –a votação em segundo turno no Senado está prevista para ocorrer em duas semanas —e apontou ainda as discussões da reforma tributária. Lembrou, porém, que neste caso há uma disputa de propostas que tornará o debate mais complexo no Congresso.
Para ele, o cenário brasileiro não é mais positivo porque sucede uma campanha eleitoral, que sempre cria incertezas para investidores.
Argentina
Para Cruz, igualmente a Argentina deve continuar enfrenando dificuldades devido a uma potencial transição polarizada. As eleições no país serão no final do mês a há favoritismo para a chapa de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner.
“Os mercados não sabem o que será o governo de Fernandez. Eles [chapa] estão começando a se aproximar do setor privado e de investidores. Acredito que o mais importante é o que vão fazer com a dívida e a negociação com FMI”, afirma.
Após as primárias argentinas, o peso sofreu uma forte desvalorização que levou o governo de Mauricio Macri a decretar moratória de parte da dívida e a abrir renegociação com o FMI. A medida levou a uma nova rodada de desvalorização da moeda.
| Folha de S. Paulo (publicado em 08-10-2019) | | | | Após a notícia de que dados pessoais de brasileiros estariam sendo negociados em ambientes da dark web, a Sputnik Brasil conversou com o especialista em Tecnologia e Segurança da Informação, Arthur Igreja, sobre a vulnerabilidade de dados de brasileiros.
A empresa norte-americana Bleeping Computer anunciou que um banco de dados com informações de 92 milhões de cidadãos brasileiros está sendo leiloado na "dark web" através de fóruns clandestinos.
Os dados dos brasileiros, que incluem nome, endereço, data de nascimento, CPF e, em alguns casos, até CNPJ, estão sendo negociados em vários ambientes da dark web, onde o acesso é restrito e só é possível a navegabilidade a partir de um convite de alguém da comunidade ou mediante o pagamento de uma taxa.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o especialista em Tecnologia e Segurança da Informação, Arthur Igreja, explicou que a dark web "é uma camada da internet que tem muita criptografia, que as pessoas não querem ser rastreadas, porque justamente grande parte do material que circula dark web está relacionado com compra e venda de artigos ilícitos".
"A dark web seria um ambiente em que a pessoa precisa receber um convite e usar um navegador criptografado, então tem alguns navegadores que disponibilizam essa função", afirmou o especialista.
"Na dark web, nessas camadas mais obscuras da internet tem gente vendendo pacotes de informação à respeito de 90 milhões de brasileiros, e constam dados cadastrais, informações que devem ser respeitadas e mantidas em sigilo", acrescentou.
Ao comentar as formas com que foi feita essa coleta de dados, o especialista explicou que isto se deu através de vazamentos de dados ou através de mecanismos automáticos que realizam varreduras em sites.
"Então nós sabemos que, ou alguém conseguiu vazar um volume importante de informações, de muitas pessoas, ou alguém usou algum artifício de crawling, que são mecanismos que ficam varrendo os sites, que ficam tentando acessar servidores de prefeitura, de entes estaduais e ficam fazendo consultas randômicas testando CPF", afirmou Arthur Igreja.
De acordo com ele, esse processo é utilizado em sites de pesquisas como o Google, Bing, por exemplo.
Lei Geral de Proteção de Dados
O especialista em Tecnologia e Segurança da Informação destacou também que a Lei Geral de Proteção de Dados, que entrará em vigor no ano que vem, é um mecanismo que vai ajudar na privacidade dos dados dos usuários.
"Por isso que entra em vigor ano que vem a Lei Geral de Proteção de Dados, que é uma lei muito rígida, que penaliza eventualmente as empresas que não protegerem de forma adequada os dados de seus usuários. E uma empresa que sofrer um ataque e tiver informações vazadas, até o presente momento ela não tem a obrigação de reportar isso, mas a partir do ano que vem sim. E se ela não fizer isso, a multa ainda é mais severa", completou.
A Lei Geral de Proteção de Dados (No 13.709 de 2018) completou um ano neste mês de agosto. No entanto, a norma que estabelece regras de coleta e tratamento de informações de pessoas, empresas e instituições públicas só entrará em vigor em agosto de 2020.
| Sputniknews ( publicado em 08-10-2019) | | | | Será instalada hoje na Câmara a comissão especial para analisar a PEC 17/19, que insere a proteção de dados pessoais, incluindo os digitalizados, entre os direitos fundamentais previstos na Constituição. A proposta determina que compete privativamente à União legislar sobre o assunto.
No ano passado, foi sancionada a Lei Geral de Proteção dos Dados Pessoais (Lei 13.709/18), que deve entrar em vigor em agosto de 2020, com sanções para quem compartilhar dados sem autorização. Também foi criada neste ano uma Autoridade Nacional de Proteção de Dados (Lei 13.853/19) para cuidar da fiscalização do setor.
A reunião está prevista para as 14h30, no plenário 16. Após a instalação, serão escolhidos o presidente e os vice-presidentes da comissão.
| Senado Notícias ( publicado em 08-10-2019) | | | | Congresso está conflagrado pelos interesses antagônicos na distribuição de recursos
No fim do nono mês do seu governo, penso que o grande erro de Bolsonaro tenha sido não ter levado ao Congresso, na sua primeira semana, uma proposta de Lei Delegada (Art. 68 da Constituição) redigida por competente constitucionalista.
Talvez fosse a única saída rápida para o imbróglio em que estamos metidos. Aprovada, o que era muito provável diante: 1º.) da tragédia fiscal da União e, principalmente, dos estados e municípios de interesse de deputados e senadores e 2º.) do entusiasmo da formidável vitória eleitoral, ela teria dado ao ministro Guedes, com instrumentos de ação direta, não com promessas, uma fundada expectativa de algum crescimento social e econômico que, se equânime e sustentável, poria em marcha toda a economia.
Os fautores da "nova política", a despeito da longa vivência no Congresso, não aprenderam que ela tem regras. Palavra empenhada é palavra cumprida. Quando apoiada na promessa de uma autoridade a um líder político, não pode ser retirada, porque este a transmitiu a seus liderados e pagará o preço da leviandade com sua própria desmoralização.
Suspeito que essa seja uma das causas do fracasso de algumas propostas do governo no Congresso. Não entenderam que todos têm interesses (como eles próprios tinham quando estavam lá) e que os embaraços e as facilidades concedidas às proposições do Executivo podem vir de sutileza, como a "escolha" dos relatores dos projetos.
O que tem acontecido no Congresso põe em dúvida a proclamada inteligência controlada, telepaticamente, pelo misterioso reduto palaciano, aquele que promete benesses sem autoridade e não entregou porque lhe faltou poder. No Congresso, o "fiado" tem prazo curto de validade! Na semana passada, a tal base mítica foi explodida por um coice de R$ 76 bilhões em dez anos que acertou, no peito, o ministro Guedes.
Deveria ser claro que o Congresso está conflagrado pelos interesses antagônicos e irredutíveis na distribuição de recursos (do resultado da cessão onerosa, por exemplo) pela proximidade da eleição de prefeitos e vereadores de 2020, que elegerá "um amigo ou um inimigo" de quem está no Congresso. Não é por acaso que a aprovação em segundo turno da reforma da Previdência foi posta em banho-maria. Na "emenda do coice", faltaram sete votos. Meu Deus, imagine o que eles valem!
Como disse o competente Rogério Marinho, "é evidente que alguma coisa não está correta. O governo terá tempo para se debruçar sobre o problema e tentar corrigi-lo". É o que o Brasil espera para não perder, mais uma vez, o crescimento que parece já ter começado.
Antonio Delfim Netto - Economista, ex-ministro da Fazenda (1967-1974). É autor de “O Problema do Café no Brasil”.
| Folha de S. Paulo | | | | Além disso, a inadimplência tem crescido neste ano, principalmente no crédito aos consumidores
A retomada de cortes dos juros básicos da economia pelo Banco Central reacendeu a discussão sobre o ritmo de redução das taxas de empréstimos bancários.
Na contramão da Selic, que iniciou 2019 em 6,5% e, após duas reduções desde julho, chegou a 5,5%, a taxa dos financiamentos bancários subiu de 37,7% para 37,9% anuais no mesmo período.
Por trás dessa tarifa média, há dois movimentos distintos. Os juros cobrados de empresas caíram de 20,4% para 18,9%; enquanto as taxas pagas pelas pessoas físicas passaram de 51,3% para 52,1%
Dentro desses dois grupos, existem subcategorias com tendências também distintas. Para ficar em dois exemplos: o consumidor pagava, em média, 22,4% para comprar um veículo financiado no início do ano, atualmente, essa taxa é de 20,1%.
Mas, no caso do cartão de crédito parcelado, houve um aumento dos juros anuais de 163,1% para 177,3%. Os dados são do Banco Central e não incluem o crédito concedido em linhas subsidiadas.
Segundo Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a expansão lenta da economia aumenta a percepção de riscos dos bancos, freando uma queda mais acelerada dos juros. “O aumento da inadimplência, a queda lenta do desemprego e o baixo crescimento da renda criam alguma cautela do ponto de vista de quem está concedendo o crédito”, diz.
Mas ele ressalta que, nos últimos meses, quando a Selic voltou a ser reduzida, as taxas de algumas linhas —como cheque especial e crédito pessoal não consignado— caíram, proporcionalmente, mais do que a Selic, embora os juros do cartão de crédito tenham subido.
A persistência de uma grande diferença entre o nível dos juros básicos e dos financiamentos bancários alimenta questões que têm ganhado espaço no debate econômico.
Será que as instituições financeiras repassam seu menor custo de captação para os consumidores na mesma velocidade com que reagiam aos movimentos da Selic no passado? Ou fazem esse ajuste em ritmo mais lento, embolsando parte da diferença para manter sua alta rentabilidade?
A preocupação em investigar essas perguntas se torna mais premente à medida em que o país atinge juros básicos cada vez menores historicamente e a economia, a despeito disso, demora a reagir.
Cálculos feitos pelo economista Márcio Issao Nakane, da USP (Universidade de São Paulo), a pedido da Folha, indicam que os juros bancários estão respondendo, no mesmo ritmo de sempre, a mudanças nos fatores que mais o influenciam. Ou seja, segundo ele, que estuda o tema, o custo do endividamento reage à queda dos juros básicos conforme o esperado.
O problema, diz o pesquisador, é que, no Brasil, outros fatores têm peso significativo no chamado spread bancário, diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram em seus financiamentos.
Um deles, a inadimplência, tem se movido em direção contrária aos juros básicos neste ano, principalmente no segmento de crédito aos consumidores. “Pesquisas recentes mostram que a inadimplência é um fator que precisamos olhar com atenção no Brasil. O que esse modelo captou está de acordo com esse diagnóstico”, diz Nakane.
Depois de registrar tendência de queda desde o fim de 2016, afatia inadimplente das carteiras de empréstimos às famílias subiu nos últimos meses, atingindo 4,88% do total em agosto deste ano, nível mais alto desde outubro de 2018.
O conceito de inadimplência se refere a parcelas vencidas há mais de 90 dias. O percentual de financiamentos com atrasos entre 15 e 90 dias também tem aumentado.
Os dados levantados por Nakane mostram como as taxas médias cobradas de clientes em operações de crédito acompanham, desde 2011, os movimentos dos juros de empréstimos entre os bancos —o chamado CDI—, da inadimplência e dos atrasos inferiores a 90 dias.
A partir de outubro de 2016, quando teve início o atual ciclo de queda da Selic, o modelo busca estimar o comportamento esperado dos juros bancários com base em sua reação passada a esses três fatores. No caso dos empréstimos aos consumidores, a taxa projetada para este ano (52,4%) é muito próxima aos juros cobrados, de fato, pelos bancos (52,1%).
Já o custo do financiamento atual das empresas (18,9%) está um pouco acima do projetado pelo economista (17,5%).
“Os resultados mostram que a velocidade de reação dos juros à queda da Selic está dentro do esperado. Isso é muito diferente de dizer que estamos contentes com o nível das taxas”, diz o pesquisador.
Embora tenha caído de 41,9% entre outubro de 2016 para 31,4% em agosto desde ano, o spread médio das operações de crédito no Brasil ainda é um dos mais altos do mundo.
Além das análises sobre seu ritmo de queda, pesquisas têm investigado por que esse indicador é tão elevado no país.
Procura-se entender, por exemplo, a relação entre o impacto da grande concentração dos ativos nas mãos de poucas instituições —os cinco maiores bancos detinham 84,5% do crédito comercial no Brasil no fim de 2018— e o nível dos juros.
Uma hipótese muito debatida é se alta concentração implica, necessariamente, baixa competição. Alguns estudos indicam que não. Isso ajuda a explicar por que a autoridade monetária brasileira tem tentado transferir o foco da discussão da concentração para o nível efetivo de concorrência.
“Acho que o Banco Central está certo em tentar disciplinar esse debate porque, de fato, há evidências de que alta concentração não é sinônimo de baixa competição”, afirma Klenio Barbosa, professor da Skema Business School, na França.
O economista ressalta que o debate sobre esse tema no Brasil ainda não é conclusivo.
Há análises que indicam um nível saudável de disputa entre os bancos e outras, como estudos feitos pelo próprio Barbosa, que apontam uma competição menor do que o desejável.
Em um deles, o economista e dois coautores estimam que, embora a Lei de Falências aprovada em 2005 tenha contribuído para uma queda dos juros médios do crédito corporativo, seu efeito teria sido maior se houvesse concorrência mais acentuada.
Mas Barbosa diz entender decisões das autoridades regulatórias de não barrar o movimento de concentração do setor. “O veto a fusões e aquisições pode inibir ganhos de escala que trazem outros benefícios”, afirma.
A via preferível, diz o economista, é o estímulo que já vem sendo dado pelo BC à atuação de outros atores, como fintechs e cooperativas, na concessão de crédito.
Desde novembro de 2018, 13 novas instituições —9 sociedades de crédito direto e 4 sociedades de empréstimo entre pessoas— receberam autorização para operar. Outros 19 pedidos são, atualmente, analisados pelo BC.
A expectativa é que esse movimento aumente a competição, reduzindo juros. Outra mudança é o chamado cadastro positivo, que deverá entrar em vigor nos próximos meses e facilitará o compartilhamento de informações sobre o perfil dos tomadores de crédito.
Ao conhecer melhor cada cliente, segundo os defensores da medida, os bancos podem cobrar juros mais baixos dos que tendem a pagar suas parcelas em dia, puxando a média das taxas para baixo.
Um entrave importante que, no entanto, persiste é a baixa eficiência jurídica. Dados do Banco Mundial mostram que, no Brasil, os bancos recuperam 14,6% dos empréstimos com garantias dados a empresas que entrem em recuperação judicial. Na média dos países emergentes, essa taxa é de 52,7%.
Além disso, esse processo leva quatro anos, em média, no caso brasileiro, contra menos da metade em nações com nível de desenvolvimento parecido.
Para resolver essa questão, novas medidas —como uma reformulação da Lei de Falências atualmente em análise pelo Congresso— são consideradas necessárias.
| Folha de S. Paulo | | | | A nota enviada anteriormente trazia incorreções no 2º parágrafo. A taxa acumulada do IPCA em 12 meses é de 2,89% e não 2,92% como constou. Segue o texto corrigido.
A queda de 0,04% do IPCA de setembro, o acordo para partilha do pré-sal entre Estados e município e o bom humor no exterior colaboram para mais uma sessão de fechamento da curva de juros. O índice de preços ao consumidor veio no piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast.
O IPCA em 12 meses ficou em 2,89%, mais próximo do piso da meta de inflação deste ano (2,75%) e no piso das estimativas (2,89% a 3,20%, com mediana de 2,97%). O dado reforça a percepção de espaço para Selic abaixo de 5% neste ano.
Além desse dado, no acordo fechado nesta terça-feira, 8, dos 30% da cessão onerosa que irão para os entes federativos após o pagamento à Petrobras, R$ 10,95 bilhões ficarão com os municípios, seguindo os critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O mesmo montante será destinado aos Estados, sendo dois terços distribuídos pelas regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e um terço, seguindo a determinação da Lei Kandir.
A proposta poderá ser votada nesta quarta-feira, 9, pela Câmara e, no dia 15, pelo Senado. Após o acordo, o relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), manifestou expectativa em concluir a votação da proposta no próximo dia 22.
Às 9h08 desta quarta, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 estava em 4,77%, na mínima, de 4,81% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2023 marcava 5,92%, de 5,97% no ajuste de ontem, enquanto o DI para janeiro de 2025 exibia 6,56%, na mínima, de 6,61% no ajuste anterior.
| Tribuna PR | | | | O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro variou -0,04%, enquanto a taxa registrada em agosto foi de 0,11%. Este é o menor resultado para um mês de setembro desde 1998, quando o IPCA ficou em -0,22%. No acumulado do ano, o índice registrou 2,49% e, na ótica dos últimos 12 meses, ficou em 2,89%, abaixo dos 3,43% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2018, a taxa foi de 0,48%.
Três dos nove grupos pesquisados apresentaram deflação de agosto para setembro, com destaque para Alimentação e bebidas (-0,43%), grupo responsável pela maior contribuição negativa no IPCA de setembro, com -0,11 ponto percentual (p.p.). A maior queda veio de Artigos de residência (-0,76%), que contribuiu com -0,03 p.p. no índice do mês. No lado das altas, o destaque ficou com Saúde e cuidados pessoais, maior variação (0,58%) e maior impacto positivo (0,07 p.p.) no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,01% em Comunicação e a alta de 0,27% em Vestuário.
O grupo Alimentação e bebidas (-0,43%) apresentou queda mais intensa na comparação com o mês anterior (-0,35%), especialmente por conta da alimentação fora de casa, cuja alta passou de 0,53% em agosto para 0,04% em setembro. A refeição registrou queda de preços (-0,06%), e o lanche apresentou alta de 0,17%, frente à variação de 0,47% observada no mês anterior.
Já a alimentação no domicílio (-0,70%) caiu pelo quinto mês consecutivo, embora esta tenha sido menos intensa que a registrada em agosto (-0,84%). Os destaques foram o tomate (-16,17%), maior impacto individual negativo no índice do mês (-0,04 p.p.), a batata-inglesa (-8,42%), a cebola (-9,89%) e as frutas (-1,79%). No lado das altas, o leite longa vida (1,58%) e as carnes (0,25%) apresentaram variações positivas após as deflações verificadas em agosto (de -0,33% e -0,75%, respectivamente).
Em Artigos de residência (-0,76%), as quedas nos preços dos eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e dos itens de Tv, som e informática (-0,90%) contribuíram para a variação negativa observada no mês.
No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,58%), o destaque ficou com os itens de higiene pessoal, com 1,65% de variação e 0,04 p.p. de contribuição, maior impacto positivo no IPCA de setembro. Além disso, a aceleração do subitem plano de saúde (de 0,03% em agosto para 0,57% em setembro) deve-se à apropriação integral da fração mensal do reajuste de 7,35% autorizado, em 23 de julho, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a ser aplicado nos planos individuais novos – aqueles com contratos vigentes a partir de 1999.
Após o resultado de 1,19% em agosto, o grupo Habitação teve ligeira alta de 0,02% em setembro. A energia elétrica (0,00%) ficou estável na comparação com o mês anterior, principalmente em virtude da manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,00 para cada 100 quilowatts-hora consumidos na conta de luz. Em Belém (0,72%), houve reajuste de 1,94% no valor das tarifas, vigente desde 7 de agosto.
Nessa mesma data, entrou em vigor a redução de 6,48% nas tarifas residenciais em Vitória (0,10%), onde a variação positiva se deveu ao aumento da alíquota de PIS/COFINS. Em São Luís (-6,97%), houve redução nas tarifas da ordem de 3,94%, a partir do dia 28 de agosto.
Ainda em Habitação, destaca-se o resultado do item gás de botijão (-0,17%), após o reajuste de 3,16% anunciado pela Petrobras no preço do botijão de gás de 13 kg, nas refinarias, a partir de 9 de setembro. Já o resultado da taxa de água e esgoto (0,09%) é consequência dos reajustes de 8,73% e 4,93% em Belo Horizonte (0,56%) e Vitória (0,32%), respectivamente, ambos vigentes desde 1º de agosto.
O grupo dos Transportes (0,00%) ficou estável na passagem de agosto para setembro. Os preços dos combustíveis (0,12%) subiram, puxados pelas altas do etanol (0,46%) e do óleo diesel (2,56%). Já a gasolina (-0,04%) mostrou ligeira queda, menos intensa que a do mês anterior (-0,45%), com as áreas variando entre a deflação de 1,66% em Porto Alegre e a alta de 2,80% em Goiânia. Ainda no lado das quedas, destaca-se a redução nos preços das passagens aéreas (-1,54%), com impacto de -0,01 p.p. no índice do mês.
Quanto aos índices regionais, a maior variação ficou com o município de Goiânia (0,41%), principalmente por conta da alta no preço da gasolina (2,80%). Já o menor índice ocorreu em São Luís (-0,22%), em função da queda de energia elétrica (-6,97%). No dia 28 de agosto, houve redução de 3,94% nas tarifas praticadas na capital maranhense.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 28 de agosto a 27 de setembro de 2019 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de julho a 27 de agosto de 2019 (base).
INPC de setembro fica em -0,05%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de setembro variou -0,05%, enquanto, em agosto, havia registrado 0,12%. Este resultado é o menor para um mês de setembro desde 1998, quando o INPC ficou em -0,31%. A variação acumulada no ano ficou em 2,63% e, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice desacelerou para 2,92%, abaixo dos 3,28% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2018, a taxa foi de 0,30%.
Os produtos alimentícios caíram 0,42% em setembro, enquanto no mês anterior registraram -0,49%. O agrupamento dos não alimentícios variou 0,11%, enquanto em agosto havia registrado 0,39%.
No que diz respeito aos índices regionais, o município de Goiânia (0,37%) teve a maior variação, em função da alta nos preços da gasolina (2,80%). Já o menor índice foi registrado na região metropolitana de Fortaleza (-0,21%), principalmente por conta da deflação de alguns alimentos como as frutas (-7,52%).
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 28 de agosto a 27 de setembro de 2019 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de julho a 27 de agosto de 2019 (base).
| Agência IBGE de Notícias | | | | IBGE informou nesta quarta-feira que foi o menor resultado para o mês desde 1998
O mês de setembro registrou deflação de 0,04% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). É o menor resultado para este mês desde 1998, divulgou nesta quarta-feira (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O principal fator que contribuiu para a deflação foi o grupo alimentação e bebidas (-0,43%), de acordo com o IBGE. O item caiu pelo segundo mês seguido e viu a alimentação no domicílio ter queda de 0,70% nos preços.
Alimentos e bebidas tiveram deflação e contribuíram para o resultado do IPCA - João Wainer - 29.nov.10/Folhapress
O tomate (-16,17%), a batata-inglesa (-8,42%), a cebola (-9,89%) e as frutas (-1,79%) foram registros que contribuíram para a variação negativa.
Dez dos 16 locais pesquisados pelo IBGE registraram deflação em setembro. O principal deles foi São Luís, com -0,22%, principalmente devido à queda da energia elétrica, que chegou a -6,97%.
Goiânia, por sua vez, teve a maior variação positiva: 0,41%. De acordo com o IBGE, a inflação na capital de Goiás se deu por causa da alta no preço da gasolina, que chegou a 2,80%.
No acumulado de 2019, o IPCA chegou a 2,49%.
Nos últimos 12 meses, ficou em 2,89%. Essa também foi a primeira deflação desde novembro do ano passado, quando o país registrou -0,21%.
O recuo no preço dos alimentos já havia refletido no registro de agosto, segundo o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. "Já tinha apresentado queda de -0,35%, que se intensificou para -0,43%", disse.
Na ocasião, tomate (-24,49%), batata inglesa (-9,11%), e verduras e hortaliças (-6,53%) tiveram significativas reduções nos preços. "Alimentação no domicílio, que caiu pelo quinto mês consecutivo”, afirmou Pedro Kislanov.
Outro fator que contribuiu para a deflação foram os preços dos eletrodomésticos e equipamentos, com redução de -2,26%. Assim, o item artigos de residência (-0,76%) contribuiu com -0,03 pontos percentuais no índice do mês.
Outro grupo que apresentou deflação foi comunicação, com -0,01%. Já a energia elétrica, que tem grande peso no item habitação e tinha aumentado 3,85% em agosto, por conta da mudança da bandeira de amarela para vermelha patamar 1, permaneceu estável em setembro.
Transportes também demonstrou estabilidade, com aumento nos combustíveis de 0,12%, puxado pelas altas no óleo diesel (2,56%) e etanol (0,46%), indo em sentido contrário à ligeira queda na gasolina (0,04%).
| Folha de S. Paulo | | | | A fábrica brasileira do grupo PSA vai receber a nova plataforma modular CMP. Com isso, poderá produzir as novas gerações de modelos Peugeot e Citroën.
A empresa confirmou um investimento de aproximadamente R$ 220 milhões para adequar a linha de produção de Porto Real (RJ) à nova base. Haverá 30 novos robôs: ao todo, serão 275 máquinas em operação.
Hoje, a fábrica nacional produz as gerações atuais dos Peugeot 208 e 2008 e dos Citroën Aircross e C3, além do recém-lançado C4 Cactus. Todos são derivados da antiga plataforma BVH1.
O grupo PSA ainda não divulgou quais serão os novos carros produzidos no Brasil, mas os planos incluem uma nova geração de compactos.
É provável que, nos próximos dois anos, toda a linha de produtos seja renovada, com exceção do C4 Cactus.
A plataforma CMP também estará na linha de produção do grupo PSA na Argentina. De lá sairá o novo Peugeot 208, que chega ao Brasil em 2020.
Há chances de a fábrica de Porto Real ser dedicada a um modelo de entrada posicionado abaixo do 208 argentino e também a utilitários compactos, a exemplo das novas gerações de 2008 e Aircross.
Outra possibilidade é a chegada do novo Citroën C3, já com o visual renovado que estreia na França em 2020.
A atualização da linha de montagem de Porto Real ocorrerá na virada de 2019 para 2020: a produção será interrompida entre novembro e janeiro, período que inclui as férias coletivas.
| Folha de S. Paulo (publicado em 08-10-2019) | | | | Executivo substitui a Carlo Martorano, novo contratado pela AGCO
A CNH Industrial anuncia a promoção de Claudio Henrique Bretz Brizon como seu novo diretor de compras para a América do Sul em substituição a Carlo Martorano, que ocupou o cargo por três anos e é recém contratado pela AGCO, empresa que detém as marcas de máquinas Massey Ferguson e Valtra.
Brizon possui longa trajetória no setor automotivo, sendo os últimos 19 anos dedicados à área de compras. Grande parte desse período trabalhou na FCA, onde coordenou projetos de novos motores, transmissões e novos veículos, como os Fiat Palio, Uno, Punto e Linea. Assumiu a área de desenvolvimento de produto da FCA para a América Latina em 2010 e neste período participou diretamente dos lançamentos de Jeep Renegade e da picape Toro, da Fiat.
Migrou para o grupo CNH Industrial em 2013 para a área de compras, onde ocupou até então o cargo de líder do grupo relacionados a materiais metálicos destinados ao segmento agrícola na América do Sul.
Formado em Engenharia de Produção, com ênfase em Gerenciamento de Projetos, o executivo possui MBA em Gestão de Custos.
| Automotive Business (publicado em 08-10-2019) | | | | Setor não terá tempo hábil para recuperar trimestre perdido com a falta de crédito do Moderfrota
Ao contrário do que a Anfavea previa, o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias (construção) deverá encerrar o ano com queda nas vendas e não mais com crescimento, conforme nova estimativa divulgada pela associação que reúne as fabricantes. Ao revisar sua projeção, a entidade agora espera uma queda de 3,6% das vendas com relação a 2018, com a entrega de 46 mil unidades.
Na projeção divulgada ainda em janeiro, estava previsto volume de 53 mil máquinas, o que representaria crescimento de 10,9% sobre as 47,8 mil de 2018. Até agora, as fabricantes não tinham alterado seus números com relação ao mercado interno.
O desempenho no acumulado do ano até setembro confirma o cenário negativo: as vendas no atacado recuaram 5,7% no comparativo anual, passando de 34,5 mil para 32,5 mil.
Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, dois fatores influenciaram na análise da entidade que gerou a previsão de queda: o fim antecipado do crédito na linha de financiamento Moderfrota, que deveria ter terminado em junho, mas acabou em abril, gerando um trimestre inteiro praticamente sem financiamentos. Além disso, os primeiros meses do ano renderam volumes menores de vendas com relação aos do ano passado.
“Provavelmente o setor não vai conseguir recuperar os meses perdidos”, afirma o presidente da Anfavea.
Com isso, o volume de produção do setor deverá recuar 8,6%, para 60 mil máquinas, segundo a nova projeção. Antes, a Anfavea trabalhava com um cenário estável e leve crescimento de 0,5% da produção em 2019, contando com 66 mil unidades. No ano passado, as fábricas montaram 47,8 mil máquinas em todo o País.
As exportações do setor já tiveram seus números revisados pela Anfavea em julho, graças ao agravamento da crise na Argentina e queda abrupta daquele mercado. Para as fabricantes, o ano deve encerrar com 13 mil máquinas vendidas para mercados externos, crescimento de 2,5% com relação às exportações de 2018, quando a indústria nacional embarcou 12,7 mil unidades.
Até setembro, as exportações somaram pouco mais de 9,6 mil máquinas, leve queda de 0,4% no comparativo anual.
“No acumulado, as vendas ao exterior estão mais ou menos estáveis; até ocorre o impacto com a Argentina, mas está influenciando menos. O aumento de vendas de máquinas de construção para os Estados Unidos está ajudando a compensar um pouco a queda das exportações para nosso vizinho”, afirma Moraes.
| Automotive Business (publicado em 08-10-2019) | | | | Em nova projeção, fabricantes apostam em crescimento de 35% no segmento pesado
“Fizemos em nove meses o que fizemos em todo o ano de 2018”. É com este registro que o presidente da Anfavea, Luiz Carlos de Moraes, comemora o desempenho das vendas de caminhões, cujo volume atingiu as 74,2 mil unidades no acumulado de janeiro a setembro, quase o total dos emplacamentos registrados em todo o ano passado, quando chegaram a 75,9 mil caminhões.
Com a forte recuperação do segmento de transporte de carga ao longo do ano, puxado pela categoria de caminhões pesados (com PBT acima de 15 toneladas) graças à demanda do agronegócio, e também com o aumento expressivo das vendas de ônibus, a associação das fabricantes revisou suas projeções para o ano elevando o volume de vendas e de produção de ambos os segmentos, enquanto diminuiu as expectativas para suas exportações.
Segundo a nova previsão, o mercado brasileiro deverá consumir 123 mil veículos comerciais pesados, dos quais 103 mil caminhões e 20 mil ônibus. Na projeção anterior, divulgada em janeiro, as fabricantes esperavam elevar as vendas do segmento pesado em 15,3% e atingir pouco mais de 105 mil unidades.
“O crescimento continua forte para caminhões e ônibus”, reforça o presidente da Anfavea.
No caso de caminhões, os licenciamentos de 103 mil unidades representarão crescimento de 35,7% sobre o volume de vendas de 2018, que foi de 75,9 mil. Esta será a primeira vez que o segmento supera a casa das 100 mil unidades desde 2014, quando as vendas de caminhões somaram 137 mil. Na previsão anterior, as montadoras contavam com aumento de 15,8% das vendas e esperavam vender pouco mais de 88 mil caminhões.
Até agora, entre janeiro e setembro, os emplacamentos de caminhões aumentaram 40,7% com a venda de 74,2 mil unidades. Segundo dados da Anfavea, a média diária de vendas do segmento está em 9 mil unidades por dia útil de venda.
Para ônibus, o novo volume estimado em 20 mil chassis significará crescimento de 17,6% sobre os 15 mil licenciados no ano passado. As previsões anteriores apontavam para a venda de 17 mil ônibus e alta de 12,7%. A categoria de ônibus urbanos e escolares estão impulsionando este mercado, sendo que este último vem sendo incentivado pelas entregas previstas nas licitações do programa Caminho da Escola, que promove a renovação de frota de ônibus escolares no País.
Segundo o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, a média diária de vendas de ônibus saltou de 1,1 mil para quase 1,8 mil unidades por dia útil ao longo dos meses, chegando a atingir 2 mil em agosto e voltando a 1,6 mil e setembro.
PRODUÇÃO EM ALTA, EXPORTAÇÃO EM BAIXA
Com o aumento das vendas ao mercado interno, a produção também teve seus números de projeções revisados pela Anfavea. Se antes as fabricantes previam entregar 150 mil caminhões e ônibus, agora o volume passou para 145 mil. Se estimativa for confirmada, a produção terá crescido 8,2% e não mais 11,9%, conforme previsto anteriormente pelas empresas. Até agora, foram produzidos 8,9% mais veículos pesados no acumulado de nove meses, para 109,2 mil, sendo 87,4 mil caminhões (+13,2%) e 21,7 mil ônibus (-5,5%).
Este volume de produção só não será maior por causa da queda das exportações, que segundo a entidade deverá encerrar o ano na ordem de 40,7%. De janeiro a setembro, as vendas ao exterior diminuíram 44%, considerando a soma de caminhões e ônibus pouco acima das 15 mil unidades. Bonini acrescenta que o número reflete a queda das exportações para a Argentina.
E A FENATRAN?
Neste mês entre os dias 14 e 18 a indústria de caminhões realiza a 22ª edição da Fenatran, a maior feira do setor de transporte de carga da América Latina. Segundo Bonini, as novas projeções de vendas para o mercado não refletem necessariamente o efeito da feira, que se tornou uma evento onde se fecha negócio, deixando de ser apenas uma exibição de novos produtos e serviços.
O executivo ressalta que a projeção levou em conta o comportamento dos últimos meses e aponta que a avaliação das montadoras é com base no cenário econômico, tratando-se apenas de um ajuste técnico.
“A expectativa é de que seja uma boa feira, mas que possa motivar o transportador a antecipar sua compra, que é sempre programada ao longo do ano”, explica Bonini.
| Automotive Business (publicado em 07-10-2019) | | | | Anfavea projeta crescimento de 2%, alta do mercado interno não compensa queda das exportações
A aprofundada e contínua queda das exportações, de 35% no acumulado de janeiro a setembro, já comprometeu o desempenho das fábricas de veículos. Ao mesmo tempo, a alta de menos de 10% nas vendas domésticas não foi suficiente para compensar a retração externa. Nos primeiros nove meses de 2019 foram produzidos 2,26 milhões de unidades, o que representa pequena elevação de 2,9% ante o mesmo período de 2018.
Com isso, a Anfavea, associação dos fabricantes, passou a trabalhar com a projeção que a produção vai andar de lado em 2019, com menos de 3 milhões de veículos montados, ficando em 2,94 milhões, em inexpressiva variação positiva de 2% sobre o ano passado, segundo balanço da entidade divulgado na segunda-feira, 7.
“Quase toda a perda de produção este ano será por causa da queda nas exportações para a Argentina, mas mesmo assim vamos fechar o ano com um número importante”, justificou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
No início deste ano, a Anfavea estimava aumento de 9% na produção nacional de veículos, que com isso deveria superar a barreira das 3 milhões de unidades produzidas (a previsão era de 3,14 milhões) pela primeira vez desde 2014. Mas a retração das exportações foi muito mais forte do que era esperado e este mês a associação dos fabricantes revisou a projeção para 2,94 milhões, “o que também é um número importante, com crescimento; pequeno, mas é”, pontua Moraes.
Na nova estimativa apresentada pela Anfavea, as exportações revisadas de 590 mil para 420 mil representam a maior perda de produção este ano, de 170 mil unidades – praticamente o mesmo número da retração projetada das compras de veículos brasileiros na Argentina, calculadas em menos 175 mil.
Segundo a entidade, por causa do cenário de estagnação econômica no Brasil, o mercado doméstico deverá comprar 30 mil veículos a menos do que foi inicialmente previsto. Somando os recuos internos e externos, as fábricas deverão produzir 200 mil unidades a menos do que a Anfavea projetava no início de 2019.
Segundo Moraes, mesmo com a estagnação da produção, o nível de emprego das fábricas de veículos não deve se alterar nos próximos meses, “tende a ficar estável”. Já houve redução de 3,4%, ou 4.542 vagas, no número de trabalhadores da indústria entre setembro de 2018 e de 2019, que fechou com 127.938 pessoas na folha de pagamentos. A pequena redução de 215 pessoas no quadro de funcionários das montadoras entre agosto e setembro é creditada inteiramente ao processo de fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo e ao encerramento do terceiro turno de produção da Toyota em Sorocaba (SP).
Os estoques de veículos nos pátios das fábricas e concessionárias permaneceu quase estável entre agosto e setembro, crescendo levemente 1,57%, de 343,2 mil para 348,6 mil unidades à espera de compradores, o que representa 45 dias de vendas, um pouco acima do nível considerado ideal pelos fabricantes. “Houve muitos lançamentos nos últimos meses, o que costuma aumentar um pouco o volume de estoques”, explica Moraes.
| Automotive Business (publicado em 07-10-2019) | | | | Fabricantes esperam encerrar o ano com 110 mil unidades; até setembro, volume fechou em 88,7 mil
A indústria nacional de implementos rodoviários está contando com a Fenatran para atingir o volume de vendas previsto para o ano, quando espera emplacar 110 mil unidades, entre leves e pesados, conforme nova projeção divulgada no início de agosto após revisão dos números do mercado. Se confirmado, este número representará aumento de 20% sobre as vendas de 2018.
No acumulado do ano até setembro, o setor registra a venda de mais de 88,7 mil unidades, na soma de leves (carrocerias sobre chassis) e pesados (reboques e semirreboques). O volume representa crescimento de 39% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com os dados divulgados pela entidade na terça-feira, 8.
Isso representa ainda uma média de quase 10 mil unidades vendidas por mês, em linha com a projeção da entidade.
A Fenatran, que será realizada na próxima semana, entre os dias 14 e 18, é a maior feira de transporte de carga na América Latina. Consolidada como um evento de negócios e não mais apenas como exibição de produtos, a feira representa uma oportunidade para todos os fabricantes de caminhões e consequentemente para os de implementos para fechar negócios.
Durante a mostra, a Anfir será representada por 46 empresas associadas, 25 a mais do que na edição anterior, em 2017.
“A presença dos principais fabricantes da indústria com a concentração dos maiores clientes do setor cria o ambiente propício a realização de negócios”, explica Norberto Fabris, presidente da Anfir. “Esperamos que a Fenatran ajude a concretizar nossa expectativa [para o ano]”, acrescenta.
A Anfir também vai aproveitar a Fenatran para realizar uma rodada internacional de negócios com importadores da Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. A ação será feita em parceria com a Apex-Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações.
| Automotive Business (publicado em 08-10-2019) | | | | Fabricante de ônibus quer desenvolver serviços e sistemas que facilitem deslocamento e conexão com usuários
A Marcopolo anunciou a criação da divisão Next, área de inovação voltada ao futuro da mobilidade. Com a Marcopolo Next, a fabricante de ônibus pretende desenvolver serviços e sistemas que facilitem o deslocamento e a conexão com usuários.
A área terá equipes dedicadas e multidisciplinares, além de contar com parceiras tecnológicas para o desenvolvimento de projetos. As equipes vão atuar em hubs em São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Caxias do Sul (RS). A divisão também contará com postos avançados no exterior.
Para acelerar as soluções desenvolvidas pela Marcopolo Next, a companhia criou a Marcopolo Ventures e Capital, que destinará recursos ao novo setor e também investirá em startups.
| Automotive Business (publicado em 08-10-2019) | | | | Aporte vai para modernizar fábrica brasileira e produzir novos modelos
O Grupo PSA fará um novo investimento de R$ 220 milhões para modernizar a fábrica de Porto Real (RJ) a fim de prepará-la para produzir novos carros sobre a plataforma modular compacta CMP (common modular plataform) a partir de 2020. Em comunicado enviado na terça-feira, 8, a empresa informa que além desse aporte fará outros incrementais futuramente para a produção dos modelos que serão montados sobre a nova base.
As mudanças começam no mês que vem. Para isso, o complexo vai paralisar suas operações industriais entre novembro e janeiro, já considerando o período de férias coletivas estabelecidas anteriormente para a unidade.
“Continuamos investindo em Porto Real, que tem passado por uma grande transformação industrial e digital para mantê-la como uma das fábricas mais competitivas do Groupe PSA no mundo, e a implementação das mudanças para recebermos a nova plataforma CMP vem coroar este processo”, afirma o presidente do Grupo PSA Brasil e América Latina, Patrice Lucas.
O executivo reforça que a nacionalização da nova plataforma permitirá o lançamento de novos veículos no Brasil, embora não cite quais. A alta flexibilidade da CMP permite montar modelos de categoria B e C com carrocerias hatch, sedã ou SUV.
Esta última opção é a mais provável para o Brasil, uma vez que a fábrica da PSA em Palomar, na Argentina, está em processo final da introdução de uma das variantes da plataforma CMP para o lançamento de um novo veículo, provavelmente o novo Peugeot 208 totalmente redesenhado e apresentado na Europa durante o Salão de Genebra, em março deste ano. Cogita-se na imprensa especializada que o hatch compacto pode ser o eleito para a fábrica argentina com produção a partir de 2021. Com isso, abre-se um possível espaço para a produção de um SUV no Brasil.
“Nossa intenção é de lançar um novo produto por ano, por marca, na região da América Latina, em linha com nosso plano estratégico Push to Pass”, completa o executivo.
A plataforma CMP é considerada bastante moderna por ser flexível e por agregar características relevantes aos projetos de veículos cuja estrutura oferece menores níveis de vibração, além de maior conforto acústico e térmico. Em Porto Real, ela será fabricada na mesma linha de produção da plataforma BVH1 utilizada atualmente pela unidade para a montagem dos modelos Peugeot 208 e 2008 e os Citroën C3, Aircross e C4 Cactus.
O processo de modernização contará com uma transformação em diferentes áreas produtivas da fábrica. O investimento contemplará a instalação de 30 novos robôs, especialmente na área da chaparia (solda de carrocerias), que se somarão aos 245 já existentes. Também neste mesmo setor, a empresa vai alocar um processo polivalente inédito para a produção tanto dos novos veículos na CMP quanto os montados na atual plataforma BVH1.
Já nas áreas de pintura e montagem, o foco é a automação de processos, incluindo novas parametrizações e equipamentos, o que vai garantir maior eficiência nas linhas. A empresa também diz que o projeto de transformação industrial contempla ações estruturais para uma significativa redução no consumo de energia da planta fabril.
Grande parte dos processos e equipamentos existentes continuarão sendo utilizados para também montar os modelos a serem produzidos a partir da CMP.
| Automotive Business (publicado em 08-10-2019) | | | | Presidente da montadora usa exemplos adotados na Europa como medidas de estímulo
A Renault defende a necessidade de incentivos para a utilização de carros elétricos no Brasil, como demostra o presidente da montadora no País, Ricardo Gondo. O executivo participou da inauguração, em Brasília, do VEM DF, programa de compartilhamento para 16 unidades do Renault Twizy. No mesmo dia foi anunciada a isenção de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) por cinco anos no Distrito Federal para qualquer carro elétrico.
“A experiência em outros países mostra que todas as iniciativas são bem-vindas. Morei na Espanha em um período em que havia incentivo de € 6 mil para a compra de carros elétricos. O estacionamento livre em grandes centros foi outra forma de atrair usuários”, afirma Gondo.
“Nosso objetivo não é vender carros elétricos no Brasil, queremos ser líderes em mobilidade sustentável”, garante o presidente da Renault do Brasil. Ele recorda que este ano a empresa entregou seis carros elétricos à administração de Fernando de Noronha e que a montadora também desenvolve em Curitiba (PR) um projeto semelhante ao VEM DF “por causa da proximidade com a fábrica da Renault, em São José dos Pinhais”.
A Renault também incentivou o compartilhamento de veículos elétricos dentro de um condomínio fechado a partir da demanda de uma construtora. Ricardo Gondo acredita que experiências como essas precedem a entrada da Renault no mercado de compartilhamento de veículos.
| Automotive Business (publicado em 07-10-2019) | | | | Recessão econômica da Argentina sem previsão de melhora provoca revisão de expectativas
Com a ausência de qualquer sinal de melhora da economia argentina, a Anfavea “jogou a toalha”, admitiu excesso de otimismo com a projeção de exportações feita no início do ano. A associação dos fabricantes de veículos instalados no Brasil previu em janeiro passado vendas externas de 590 mil unidades em 2019 e baixa de 6% sobre 2018. Nove meses depois, com queda acumulada de 35,6% nos embarques de janeiro a setembro (337,5 mil), a entidade revisou sua expectativa para não mais que 420 mil veículos exportados este ano, o que significará forte retração de 33,2% ante o ano anterior.
“A Argentina continua com dificuldades enormes, é pouco provável qualquer recuperação este ano ou mesmo para 2020. É o nosso mercado externo mais importante, que sozinho representa 175 mil veículos exportados a menos em 2019”, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
Em agosto e setembro as exportações de veículos se mantiveram estáveis em 36,7 mil unidades, com imperceptível variação negativa de 0,2% de um mês para o outro, em baixa de 7,1% em relação a setembro de 2018. No acumulado do ano a retração já chegou a ficar acima de 40% e na soma de nove meses o porcentual melhorou para 35,6%. A explicação é que a crise na Argentina se instalou com mais força no segundo semestre do ano passado, o que agora torna a comparação mais próxima.
De acordo com as novas projeções da Anfavea, houve crescimento de 25 mil unidades, de 155 mil para 180 mil, nas expectativas de exportações para México, Colômbia, Peru e Chile somados, o que nem de longe é suficiente para compensar a retração projetada de 175 mil unidades nas vendas para Argentina, de 370 mil esperados no início de 2019 para apenas 195 mil agora. Também houve recuo de 20 mil veículos, de 65 mil para 45 mil, na previsão de vendas para os demais países atendidos por fabricantes no Brasil.
Em valores, as exportações do setor seguem o mesmo ritmo de queda verificado em unidades. De janeiro a setembro as vendas externas dos fabricantes de veículos somaram faturamento de US$ 7,58 bilhões, valor 36,1% abaixo do registrado no mesmo período de 2018.
| Automotive Business (publicado em 07-10-2019) | | | | Expectativa da Anfavea sobre o aumento das vendas passa de 11% para 9% com relação a 2018
A Anfavea, associação das fabricantes de veículos, refez sua projeção de vendas para 2019 e aponta que o crescimento do mercado será menor do que o esperado anteriormente. Na nova previsão divulgada na segunda-feira, 7, a entidade baixou de 11,4% para 9,1% a estimativa de alta das vendas domésticas e agora espera o emplacamento de 2,80 milhões de unidades, na soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, contra o volume de 2,86 milhões previstos ainda em janeiro.
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, argumenta que a primeira previsão feita nos meados de novembro e dezembro do ano passado e divulgada em janeiro foi baseada em uma expectativa econômica diferente do que está atualmente. O executivo lembra que naquela época, logo após as eleições, a indústria trabalhava com um PIB de 3% a 3,5% para 2019 e esperava uma economia mais positiva com a consolidação das reformas, que continuam tramitando no Congresso Nacional.
Vale lembrar que o relatório Focus com as projeções do Banco Central divulgado nesta mesma segunda-feira mantém pela quarta semana um crescimento do PIB que beira a estabilidade com alta de 0,8% sobre o ano passado. Há 12 meses, a estimativa estava em 2,5%. Apesar disso, a meta da Selic para fechar o ano está em 4,75% (a taxa atual é de 5%) enquanto a estimativa para o IPCA (que mede a inflação) está em 3,4%.
Com a mudança do cenário para uma economia estagnada e outros fatores, como a demora do Legislativo em aprovar a reforma da previdência e o agravante da crise na Argentina, o presidente da Anfavea confirmou a necessidade de revisar as projeções.
NÚMEROS: O QUE MUDOU
Em janeiro, as fabricantes esperavam emplacar 2,86 milhões de veículos em 2019, volume derivado da soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Naquela época, isso significava um aumento de 11,4% sobre os 2,56 milhões licenciados no ano passado. No entanto, cada segmento em sua particularidade se comportou de maneira bem diferente ao longo do ano, com destaque para a forte recuperação do mercado de caminhões graças à demanda do agronegócio por modelos de alta capacidade de carga.
Para se ter ideia das diferenças, no acumulado de janeiro a setembro, os licenciamentos de veículos pesados (caminhões + ônibus) somam pouco mais de 84,4%, alta de 41,4% no comparativo anual. No mercado de veículos leves, a demanda até permaneceu dentro do previsto, mas indicadores como a baixa confiança do consumidor e a alta do desemprego enfraqueceram a intenção de compra das pessoas.
Ao mesmo tempo, as vendas diretas das montadoras para pessoas jurídicas e também físicas elevaram sua participação nos emplacamentos para 45%, o maior patamar histórico. Tal volume inclui locadoras, frotistas que prestam serviços e que atendem empresas que não querem ter frota própria, licitações governamentais e também PCDs (pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida).
Esse efeito ajudou a manter os níveis de vendas acima dos volumes do ano passado, mas com crescimento menos expressivo: nos nove meses completos do ano, as vendas foram 8,8% maiores no comparativo anual, para 1,94 milhão de unidades, entre automóveis e comerciais leves.
Na soma de leves mais pesados, as vendas de veículos atingiram os 2,02 milhões de unidades licenciadas entre janeiro e setembro, o que não se via desde 2014 para o acumulado de nove meses. No entanto, a Anfavea reajustou os volumes de previsão de vendas para os dois segmentos: nos leves, a nova estimativa aponta para o emplacamento de 2,67 milhões de automóveis e comerciais leves, o que representará um aumento de 9,1% sobre os 2,56 milhões feitos no ano passado. Em sua estimativa anterior, era esperado o licenciamento de 2,86 milhões e alta de 11,4%. No caso dos leves, o volume diminuiu em 234 mil unidades, enquanto nos pesados aumentou em 32 mil.
“É um ajuste técnico, pequeno. Não representativo”, defende Moraes.
Embora ainda não comente sobre os números de mercado para 2020, Moraes aponta que a Anfavea vai considerar um PIB que ele chamou de moderado ao definir as projeções do ano. O produto interno bruto poderá contar com um fator positivo, a liberação de parte do FGTS para a população, que pode injetar até R$ 40 bilhões na economia, adicionando cerca de 0,3% a 0,5% no PIB. Ele aponta também aponta outros fatores que deverão ser incluídos na análise econômica e de mercado da entidade, como a tendência de queda da Selic e que pode continuar no próximo ano, além da inflação sob controle.
“Vemos [2020] com mais otimismo; acho possível ter um PIB 2% maior, que é razoável. A taxa de juros é um item importante, para este ano se fala em uma Selic de 4,75% e até de 4,5%. Com isso os bancos estão mais propensos a dar crédito ao setor automotivo: aumentou a competição e esse efeito vai se propagar no ano que vem com a taxa caindo um pouco mais. A expectativa é de que com os riscos sob controle a oferta adicional de crédito para o setor seja de 20%”, afirma.
Segundo o executivo, é esperado mais investimentos em infraestrutura a partir de 2020, estimado em R$ 208 bilhões para os próximos anos, com a promessa das privatizações, que podem elevar a necessidade de obras em diversos setores.
“Em 2020, o impacto [dos investimentos] não será muito forte, será maior a partir de 2021 ou 2022, mas começa em 2020”, afirma.
Além disso, ele reforça sua defesa sobre a necessidade de concluir a reforma da Previdência, que está em fase de voto no Senado.
| Automotive Business (publicado em 07-10-2019) | | | |
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