| Clipping Logística Reversa - 18/07/2019 – Ano 3 – Edição 89
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Chamada de Notícias
Logística Reversa
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No último dia 15 de julho, o Comitê Gestor de Logística Reversa do Setor Metalmecânico se reuniu, na sede do SINDIMETAL/PR, para mais uma reunião. Nesse 12º encontro, os membros do comitê trataram de encaminhamentos para o Plano de Logística Reversa do setor (PLR).
A reunião contou com participação do sócio do escritório De Paola & Panasolo Sociedade de Advogados, Dr. Alessandro Panasolo, recém contratado para auxiliar o comitê na condução dos trabalhos. Essa foi a segunda participação do advogado na reunião do Comitê, comentando sobre os aspectos jurídicos regulatórios da Política de Resíduos Sólidos.
Panasolo frisou a necessidade de adequação das empresas do setor metalmecânico à legislação sobre a destinação dos resíduos sólidos. Além disso, o advogado tratou sobre possibilidades de parcerias com outros setores a fim de viabilizar, de maneira adequada, a Logística Reversa para o setor metalmecânico.
“É importante construir sinergias com outros setores e, a partir de então, desenvolver ações diretas ou indiretas de logística reversa para o setor”, declara.
Para Panasolo, iniciando a fase de parceria é possível que, em médio prazo, seja possível elaborar documentos técnicos sobre LR do setor. “Dessa forma o setor metalmecânico terá respaldo e segurança jurídica nas tratativas para a logística reversa”, disse.
Participaram da reunião representantes dos SINDIMETAIS de Pato Branco, Ponta Grossa, Londrina, Paraná e Maringá.
| SINDIMETAL/PR (publicado em 17-07-2019) | | | | |
Título estranho, né?! Pois é, pra quem não sabe, a definição de logística reversa é ampla e depende de cada área produtiva. Mas, em linhas gerais, a logística reversa inicia-se quando o ciclo de vida de um produto acaba e, por meios tecnológicos, é recuperado e retorna para o mercado com as mesmas condições de quando fabricado pela primeira vez.
Fiquei sabendo da morte de "seu" Alberto Trecenti no escritório de advocacia do Laurindo Tipó. Coincidência ou não, Tipó também é de Lençóis Paulista. Meu Deus, o que é o destino! Tive o prazer de conhecer "seu" Alberto e o irmão, "seu" Renato, durante uma entrevista para o livro comemorativo dos 40 anos do Grupo Lwart. Momento inesquecível!
Uma dupla e tanto de seres humanos. Ao narrarem a saga dos Trecenti para meu gravador era como se tivessem dentro do túnel do tempo revivendo cada momento do passado. Fui junto com eles e me deliciei com cada história fantástica! Foi uma viagem e tanto. Naquele dia, renovei com eles, no silêncio do meu íntimo, meus votos de humildade e solidariedade.
"Seu" Alberto, não tenho procuração para representar a natureza, o meio ambiente e muito menos as gerações futuras, mas eles agradecem pela sua colaboração inestimável para suas preservações - homenagem também extensiva aos demais irmãos Trecenti.
Fico aqui imaginando o que três irmãos tão empreendedores e irriquietos como os Trecenti - Luiz, Wilson e agora com a companhia do "seu" Alberto - estariam fazendo no céu, ao lado de São Pedro e São Francisco - este protetor dos animais e do meio ambiente.
Será que existe uma logística reversa para almas?! Claro, existe sim! Então, tenho pra mim que eles estão cotidianamente ajudando a transformar as almas penosas em boas almas! É o ciclo da vida espiritual, é a logística reversa do bem, um trabalho gratificante.
Luiz, Wilson e agora Alberto - enquanto incorporados em carne e osso - sempre fizeram o bem sem olhar a quem. Não tive a chance de conhecer o "seu" Luiz e nem o "seu" Wilson. Mas, pela lógica da Ciência, o DNA deles era marcado pela solidariedade, pela imensa vontade de sempre querer ajudar o próximo, pelo empreendedorismo.
Gratidão, esta é a palavra que reverbero junto com os todos os lençoenses.
| JCNET ( publicado em 14/07/19) | | | | |
A compra e a venda de resíduos podem ser consideradas práticas ainda complexas no Brasil. Existem diversos fatores que dificultam compradores e vendedores a investirem mais nesse nicho, sem medo de errar na escolha: dificuldade em encontrar parceiros qualificados, custos de logística e alto custo de prospecção para fornecedores qualificados, dificuldade em alocar equipe 100% dedicada, bitributação dos materiais recicláveis, outras prioridades de investimento ou falta de tempo e capital são alguns dos motivos mais comuns.
Para se ter uma ideia, o Brasil enterra, anualmente, cerca de 120 bilhões em resíduos que poderiam ser reciclados como matéria-prima. Isso significa que instituições privadas, estatais e órgãos do governo precisam se conscientizar ainda mais de como devem proceder com seus resíduos de maneira sustentável. Porém, a distância e dificuldade de interlocução entre as partes ainda são aspectos que geram bloqueio para essa atitude se tornar cada vez mais real no mundo industrial e corporativo.
Renato Paquet é formado em Ecologia com ênfase em economia circular e gestão na UFRJ, Diretor Presidente de Cleantechs da Associação Brasileira de Startups e fundador da Polen, uma startup de sustentabilidade que realiza a logística reversa e transforma resíduos em matéria-prima e para mais de 800 empresas no Brasil e em seis países.
Vivemos um momento de grandes mudanças na forma como as empresas fazem seus negócios, o chamado business as usual vem sendo ressignificado nas indústrias mais inovadoras e também naquelas tradicionais que já enxergam resíduos como fonte de receita acessória e matéria-prima. Porém ainda muito se ouve falar sobre a relevância da implementação de práticas sustentáveis e pouco sobre a solução efetiva dos problemas e a grande oportunidade que há por trás da valoração dos resíduos. E o quanto isso representa para o nosso futuro, tendo em vista serem alarmantemente os maiores problemas da era antropocênica tanto a poluição quanto a escassez de recursos ecossistêmicos.
O processo está sendo desencadeado pouco a pouco pela revolução tecnológica e cultural já existente, ou seja, utilizar artifícios tecnológicos que otimizam a venda e compra de resíduos para além de maior rentabilidade às empresas, agrega diferentes benefícios para o futuro da sociedade e das instituições: toda vez que consumimos resíduos como matéria-prima, temos dois ganhos diretos – deixar de explorar ecossistemas para extrair recursos virgens e gastar menos energia no processo de fabricação de um produto, já que 75% da energia necessária para este processo é consumida entre etapa de extração do recurso e sua transformação e matéria-prima.
Por meio de soluções tecnológicas, por exemplo, é possível implementar a logística reversa e conectar compradores e vendedores de resíduos, diminuindo também as barreiras da distância, eliminando os custos e a necessidade de uma equipe interna para vender e comprar resíduos, além de cumprir a lei necessária de forma lucrativa e estimulando a economia circular.
A inovação dentro desse segmento permite que novas tecnologias ressignifiquem resíduos em coprodutos, ou seja, altere o mindset do industriário para tratar resíduos de uma outra forma, enxergando-o também como resultado do seu processo produtivo e o comercializando, reduzindo os impactos negativos no meio ambiente, gerando valor para uma empresa e contribuindo para a redução de consumo de recursos naturais. Por isso, vale a pena repensar em como armazenar, descartar e classificar seus resíduos. Eles podem ser a matéria-prima de alguém, nova fonte de receita e um grande agente de mudança para transformarmos a qualidade ambiental do nosso planeta!
| Página Sustentável.com (publicado em 12-07-2019) | | | |
Várias cidades brasileiras já proibiram o uso das sacolinhas plásticas, inimigas do meio ambiente, mas o que fazer com as embalagens plásticas, que servem de embrulho pra quase tudo o que a gente compra?
Nos Estados Unidos, a solução que está ganhando espaço são as embalagens de vida longa. A ideia é que o consumidor leve potes até o mercado para encher com o que precisa, ou recebe os potes em casa, em bolsas. Tudo reutilizável.
| Fantástico (publicado em 14-07-2019) | | | | Jornalista conta como é ficar 30 dias sem comprar produtos embalados com o material. Spoiler: é possível!
"Vamos fazer uma pauta de como é ficar um mês sem comprar nada embalado em plástico?"
Mal ouvi a pergunta na redação e saí logo levantando a mão: eu faço! Estava animada porque havia visto alguns posts nas redes sociais de amigas que deram dicas de como diminuir o consumo do material e fizeram parecer possível. É uma tendência mundial. E, naquele momento, estava especialmente incomodada por ter comprado um bolo que vinha dentro de uma embalagem de plástico, envolto em um saquinho plástico amarrado com uma fitinha de plástico acompanhado de um garfinho de plástico. Estava uma delícia, mas eu pensei que o lixo que a minha gula estava gerando não era certo.
Mas como aplicar um mês assim na minha vida trabalhando fora, acumulando empregos, cuidando de um bebê de dois anos, morando com dois adolescentes e uma gata? Como fazer isso dar certo enquanto revezo com meu marido as coisas da vida real, como deixar almoço pronto, tirar o lixo, trocar as fraldas? Antes de dizer que não conseguia enfiar uma rotina mais ecológica na minha maluca não-rotina, decidi criar algumas regras e pensar até que ponto eu conseguiria ir.
Eu sabia que teria que abrir mão do bolo de chocolate no pote na hora do lanche -- ou poderia, quem sabe, fazer meu próprio bolo e levar para o trabalho.
Mas teria que criar algumas saídas para as situações incontornáveis, que não partiam de mim. A primeira conclusão foi: não vou conseguir convencer dois adolescentes a abandonar tudo o que consomem por um mês assim, de supetão. Ou a matéria que você está lendo seria: como transformei minha casa num inferno por 30 dias.
Então decidi tirar os três menores dessa. A exclusão do bebê me daria um alívio na história das fraldas. Mas a fralda de pano é possível e viável -- hoje eu vejo que poderia ter embarcado nessa com facilidade.
O que eu me impus foi: eu não vou comprar para mim nada que venha embalado em plástico de único uso, como o do potinho de bolo. Nem de comida, nem de cosmético, nem de roupa, nem de nada. Segui usando o que já tinha do material na casa até acabar. Queria entender em que ponto do mês a história ficaria emergencial -- se é que ficaria.
E principalmente: afinal, quanto é possível tirar essas embalagens da nossa vida sem ir morar numa cabana nas montanhas vivendo daquilo que planta. Eis o que descobri:
Primeiro, para saber que não está comprando plástico, você precisa saber ler as embalagens. Tem chocolate que parece embrulhado no papel alumínio e eu pensava: "Oba, esse pode". Que nada, é uma mistura de plástico com outros materiais. E tem outras guloseimas que vem no celofane (esse sim, parece plástico), mas é feito de celulose - ou seja, se decompõe bem rápido.
Conversei com os professores Yoshio Kawano e Denise Petri, do departamento de Química da USP. Eles fazem trabalhos de pesquisas variadas com polímeros (o jeito acadêmico de chamar plástico) e me contaram algumas coisas:
Essa tabela abaixo diz se existe polímero nas embalagens. Foi bem assim que descobri que, sendo bem dramática, não podia comprar mais nada. Depois aceitei sem tanto drama e descobri um jeito bem legal -- e saudável -- de fazer compras.
Isopor é poliestireno, portanto é um polímero sintético. Ele é leve porque tem bolhas de ar no interior. Portanto, vetado. Adeus, bandejas de filé de peixe que já estão prontas no mercado (e são cobertas por plástico, aliás).
Mas dá para olhar e ver se é plástico ou celofane? "Só olhando é difícil. Tem que fazer alguns ensaios físico-químicos para diferenciar", diz Denise Petri. Ou seja: melhor evitar.
As latas de refrigerante são feitas de alumínio, mas o forro interno é um material feito de filme de polímero. Sem cerveja, sem chá gelado e sem Coca-cola -- e sem água mineral também. Bebida em restaurante, só se viesse em garrafa de vidro ou suco natural. Se parecer exagero, pense que nos Estados Unidos são usadas 2 milhões de garrafas plásticas a cada 5 minutos. Quando você acabar de ler essa matéria, provavelmente haverá 4 milhões de novas garrafas no lixo daquele país. E você não vai sentir culpa de jogar mais uma no lixo?
Surpresa! Os copos de refri dos fast food agora podem ser feitos de papel. Vale pesquisar. Aí é só recusar a tampa e o canudo. Quem disse que para viver ecologicamente você precisa só comer mato? Lógico que essas lanchonetes usam toneladas de plástico na elaboração do sanduíche produzido em série. Mas minha proposta era não jogar nada que não fosse de papel no lixo da praça de alimentação do shopping -- só tive de evitar o molho barbecue.
O glitter que usamos no carnaval é vetado -- não sofri com isso, porque não era fevereiro. Mas há uma conscientização por parte da indústria de usar uma mistura com corantes naturais extraídas de beterraba, urucum ou cúrcuma na confecção. Aí é preciso buscar com atenção e confiar no fabricante.
Depois de aprender tudo isso, era hora de ir ao mercado. Mas uma das questões é que não dá para fazer compras sem certo preparo. É nessa hora que a gente quer desistir -- e a correria do dia a dia de fato pode fazer esquecer até de comprar a mistura, imagina comprar sem embalagens "proibidas".
Não basta a ecobag. Se você não estiver armado de potes, não consegue comprar carne, por exemplo. Arroz, feijão e outros alimentos desse tipo tem de ser comprados em lojas a granel. Você pode levar saquinhos de tecido muito fino (tem muitas marcas vendendo isso na internet já mirando nesse público) para pesar e, chegando em casa, coloca nos seus potes.
Há queijos embrulhados em papel ou alumínio. Os vegetais e frutas podem ir direto para a sacola de tecido. Era o que eu mais temia, mas fazer compras foi até bem parecido com o que era antes.
Quem saiu perdendo foi a indústria de guloseimas e, por consequência, os dois adolescentes aqui de casa. Nada de salgadinhos, bolachas, chocolates (apenas umas duas marcas são embrulhadas em papel ou papel alumínio -- e são caras), sucos de caixinha, refrigerantes de garrafa... na verdade, foi a saúde do pessoal que ganhou.
Iogurte foi o que pessoalmente eu senti falta, mas poderia ter usado uma iogurteira para fazer meu próprio alimento. Não fiz por preguiça, e garanto que não morri.
Mas que tem um momento do mês em que o que você mais quer é jogar tudo para o alto e encher a cara de besteira, ah, isso tem. Segurei, entretanto.
Para não derrapar nos lanches no trabalho, tive que levar todos os dias pão, comprado na padaria, com requeijão -- de pote de vidro, claro. Frutas quebram um galho. Nos dias em que não levei, passei fome, ou andei até um posto de gasolina onde havia salgados que não eram embrulhados em isopor ou mil plásticos, apenas um saquinho branco de papel. Deu para resolver bem e, olhando agora, até que foi bem fácil.
Tanto que nunca mais tive coragem de comprar o tal bolo da caixinha transparente que está no começo da matéria. O crime nem compensa tanto assim.
Na limpeza da casa, o bicarbonato é nosso rei
Por incrível que pareça, a faxina foi a parte que menos doeu. Limpo vidros com uma mistura que faço de sabão em pó, bicarbonato e água. Tudo pode ser comprado em caixas de papelão ou a granel. O piso laminado, não tem jeito: vassoura e pano com água até o pano sair limpo. Se quiser colocar um cheirinho, essência borrifada (vem em embalagem de vidro).
Não uso amaciante e o sabão em pó para a máquina vem na caixa de papelão. Na cozinha, bucha vegetal, que se deteriora organicamente, e sabão de coco em barra -- dá para comprar no caminhão que passa na rua. Acredite, é uma questão de hábito. Quando começar a lavar louça assim, nem vai lembrar que existia detergente que, além de gerar lixo, detona suas mãos.
Os banheiros sentiram falta de cândida, é verdade. Mas a mistura de bicarbonato com água fervendo deixou as privadas bem limpas, assim como o box (aliás, mais limpos). O que me faz crer que tudo é questão de tentar. Deu bem certo. Se não abrir mão, pode ir ao caminhão da limpeza com seus próprios potes e garrafas de vidro e fazer a festa. Mas não há quase nada que o bicarbonato não resolva, como você pode ver no quadro abaixo.
No caso dos cosméticos, resolvi adiar meu problema. Usei o xampu até acabar -- o que aconteceu mais ou menos uma semana depois de o mês começar. Aí troquei por um sabonete que eu já sabia que faz muito bem para o meu cabelo e vem em embalagem de papel. Existem outros xampus em barra desse tipo.
O condicionador eu compro potes bem grandes, que duram muito tempo e depois até aproveito embalagens para plantar ervas em casa. Tem também alguns em embalagens de alumínio (um pouco mais caros, mas ótimos). Acabei com todos os restinhos de cosmético que tinha no armário e fiquei assustada com a quantidade de plástico que gerei sem comprar nada, só botando ordem na zona. Todas as embalagens estão reunidas na foto que encerra essa matéria.
Sabonete foi fácil, a maioria vem em papel. Hidratatante para o corpo pode vir em embalagem de vidro. Creme para pentear foi um desafio, mas usei linhaça comprada a granel (2 colheres de sopa) e fervida com água (1 xícara). É só coar antes de esfriar e guardar na geladeira. Vira um gel potente que ativa meus cachos. Tudo certo.
Existe creme para o rosto em lata de alumínio. Há desodorantes em pedra que duram mais de um ano (o bicarbonato também quebra esse galho). Maquiagem em não uso muito, só batom e máscara, e eles duram um ano mais ou menos -- então não entraram nesse cálculo. O coletor menstrual resolve o absorvente para sempre e você não vai querer outra vida.
O difícil mesmo foi a pasta de dente. Quando acabou e eu não podia comprar outra... tentei o método Bela Gil de escovar com o bicarbonato, mas aquilo me incomodava. Já havia tirado o enxaguante bucal que tinha acabado e não daria conta de passar o resto do mês assim. Acabei comprando outro tubo no dia seguinte, na minha primeira e única contravenção de plástico do mês. Não aceitei sacolinha na farmácia, escondi meu delito na bolsa e fui para casa escovar o dente como eu merecia. Glória!
Além da pasta de dente contrabandeada, um dia ganhei um pacote de pastilhas coloridas do meu marido. Era um domingo, 10 minutos antes de entrar no plantão e ele comprou para "alegrar meu dia". Em vez de lembrá-lo da "dieta do plástico" apenas aceitei o doce, agradeci e coloquei na bolsa. Metade por educação, metade porque era uma senhora oportunidade de agir na ilegalidade.
Dez minutos depois eu estava enfiando todas as balas na boca de uma vez e guardando a embalagem, que você também vê nessas fotos. As balas estavam uma delícia, mas tive dor de cabeça depois de um tempo. Aparentemente, meu corpo curtiu ficar tanto tempo sem corantes.
Outro dia, curtindo uma bela ressaca, dei de cara com um suco de beterraba, cenoura e laranja, que vem numa garrafinha de plástico, fresquinho, recém chegado do hortifruti. Peguei a garrafa sem titubear e guardei a embalagem para lembrar de contar a história. Podia ter evitado, mas também não me arrependo.
Mais uma: a escola de meu filho pediu que mandássemos uma camiseta branca para que ele fizesse um "trabalho de artes". Fui ao shopping comprar, passei por um stand de sorvetes artesanais, me ofereceram um de pistache de degustação. Meu estômago pensou mais rápido que meu cérebro e lá estava eu andando com uma colherzinha de plástico na mão. Desnecessário.
Chegando na loja, comprei a camiseta, não aceitei a sacola e só percebi que a camiseta veio embalada em plástico quando estava de volta ao trabalho. Quando você faz as coisas com pressa, não pensa direito e erra. Fiquei chateada.
E o lixo orgânico?
O lixo da casa era outra questão: apesar de eu não estar gerando nada, todo mundo estava e o plástico que aparecia no lixo reciclável de casa começou a me incomodar bastante. Não tem muito jeito: não é de um dia para o outro que você muda os hábitos de uma vida, especialmente se a vida não é a sua.
A consciência a respeito da questão do lixo e de repensar os hábitos de consumo é recente. Viemos de décadas de compras por impulso associadas ao poder e status. Virou costume e praticidade. O que pode ser feito é um trabalho de formiguinha. Quer convencer a galera na sua casa? Tente mostrar imagens de animais com os canudinhos vilões na barriga nos oceanos. Costuma funcionar. Ninguém se importa? Diga que um dia seus filhos vão achar um canudinho mastigado dentro do sushi. Verdade.
O que fiz para diminuir a quantidade de lixo foi aproveitar cascas de legumes para caldos e só então colocar na composteira (não tenho em casa, mas minha mãe tem e é superfácil guardar os restos num pote na geladeira e levar para a casa dela nos fins de semana). Acha bizarro guardar lixo na geladeira? Pense que é só por alguns dias e que um pote fechado com cascas de fruta e arroz não vai fazer mal a ninguém. Reduz muito os resíduos que vão para o lixo (carnes e cítricos não podem ir para a composteira e devem ser descartados mesmo).
Também é fácil montar uma dessas em casa (veja no quadro abaixo). Não custa nada, não ocupa espaço e o adubo que ela gera ainda melhora a qualidade de sua própria horta -- o que diminui ainda mais as compras, como um ciclo vicioso do bem. Basta cobrir muito bem os resíduos nas caixas com serragem para evitar moscas (tem uma explicação detalhada de tudo o que fazer no site).
Mas era desesperador comparar a quantidade mínima de lixo que eu estava gerando todos os dias com o que quem não pensa em reduzir esse consumo produz. Tenho certeza que você, depois de ler isso, vai começar a reparar no seu e se incomodar também.
Eu diria que o maior desafio nem foi a vontade de comer guloseimas, nem o trabalho que dá repensar sua rotina. O problema mesmo é a pressa.
É a correria que faz a gente comprar o que é mais prático, que invariavelmente está embrulhado em plástico. O simples fato de parar e pensar faz com a gente não aceite o canudo no restaurante, por exemplo. Ou a tampa do copo de refri no fast food. Mas quem para e pensa quando está cheio de coisa na cabeça, com a cara enfiada no celular?
Há um supermercado holandês que já separa o que não é embalado com o material em corredores "plastic free". Mão na roda. O mundo todo está embarcando nessa. Por aqui, por enquanto, depende de nosso esforço individual, mas também é importante cobrar autoridades e fabricantes para que mudem um pouco esse sistema. Aí sim, a coisa muda de verdade.
Passar esse mês tomando esse cuidado me alertou para quanto de plástico inútil a gente usa todos os dias. Tem coisa que é inevitável -- eu não vou abrir mão da minha pasta de dente, está decidido -- mas a maioria dá para resolver. Se tomássemos essa consciência, a vida seria um pouco mais organizada, teria mais pausas e a alimentação acabaria sendo mais saudável. Vale tentar.
Para quem ainda acha que não tem nada a ver com o assunto, é bom assistir o TED de Charles Moore sobre poluição dos oceanos. É impossível não se sensibilizar com as imagens aterrorizantes das ilhas de plástico no Pacífico. A artista visual Diana Cohen afirma que hoje, há pelo menos cinco ilhas como essa em cinco oceanos diferentes.
Ela também fala sobre isso no TED "Duras verdades sobre a poluição do plástico", quando diz que há um passo anterior à reciclagem: recusar o material de único uso. Mike Biddle traz ainda informações sobre reciclagem: apenas 5% de tudo que é produzido com plástico no mundo é reciclado, pela dificuldade de separar e recuperar.
Tem muita gente no mundo recusando canudinhos, levando sua própria caneca, lavando louça para evitar descartáveis. O que você está fazendo?
| Universa UOL (publicado em 12 -07-2019) | | | |
A campanha não traz incômodos, mas o 'politicamente correto' quer mais que isso
Em matéria de ecologia, estou pronto a apoiar qualquer iniciativa —em especial as que não me custam grande sacrifício. A guerra aos canudinhos de plástico, por exemplo, me parece justa.
Ainda mais depois de eu ter visto aquela foto horrível de uma tartaruga marinha, encontrada morta com um canudinho enfiado na narina. O pobre animal passou por dias ou semanas de tortura, sem ter condição nem mesmo de expressar seu desespero.
E nosso prazer com canudinhos de plástico, vamos admitir, não é dos mais vitais. Faço uma exceção para os milk-shakes: aí nenhuma colher resolve, e será necessário recorrer a canudos de metal laváveis.
Mas o canudinho no copo é obviamente supérfluo. O na lata de refrigerante, ainda que bem-vindo, é sobretudo questão cultural. Pois ninguém toma cerveja em lata com canudinho.
Reconheço que os canudinhos de papel, que começam a aparecer, são péssimos. Viram uma gosma muito antes de eu terminar a bebida.
Seja como for, a abolição dos canudinhos de plástico é mais uma causa politicamente correta que não vejo problema em apoiar.
De modo geral, o plástico nunca foi uma das coisas mais simpáticas —ou é pegajoso em excesso ou duro demais. Quase todas as cores, no plástico, adquirem uma aparência barata e infantil.
No mundo dos brinquedos, a borracha é viva, sabe resistir, pular, produzir grasnidos e assobios. Mesmo seu cheiro, sem ser bom, é lúdico. Já o plástico é morto, passivo, doentio. Não se decompõe na natureza, talvez porque possua algo de cadavérico em sua própria origem.
Alguém escreveu, para uma revista americana, o diário de sua experiência ao abolir completamente o plástico da vida.
Nos Estados Unidos, isso começa a se tornar menos irreal do que parece. Algumas cidades baniram completamente os sacos de plástico —especialmente depois de uma revelação vinda da China.
Muito do plástico que se enviava até lá para ser reciclado vinha tão cheio de restos de comida e outras porcarias que não servia para as usinas de processamento. Pesquisadores americanos avisam: só deu para reciclar 9% do plástico produzido em 2017.
Importante engajar-se, assim, na vida sem plástico. A autora do artigo, Janette Nanos, estava dando uma bola dentro ao chamar a atenção para o problema.
Mas é nesse momento que as coisas se complicam. O politicamente correto, nos Estados Unidos, não tem limites.
Uma semana depois de publicado o artigo, apareceu um leitor levantando duas dificuldades na empreitada ecológica de Janette.
Primeira. Ninguém ignora, diz o (a) autor (a) da carta, a violência que há por trás da discriminação do lixo.
Discriminação do lixo? Como assim?
Diz a carta que nos bairros pobres, latinos ou negros, o lixo não é tão “certinho”. Há mais plástico, mais coisa malcheirosa e menos cuidado com a reciclagem. Assim, quando o ecologista branco faz tudo conforme o manual, no fundo está reafirmando —basta ver o lixo dele— seus privilégios de classe e de raça!
Pensei que fosse alguma brincadeira, alguma ironia do (da) missivista. Mas a carta continuava.
Muito bonito abolir os canudinhos de plástico, dizia ele (ela). Mas isso também discrimina outra parte da população.
As pessoas com dificuldades de movimento, tetraplégicas ou sofrendo de Parkinson precisam de canudinhos.
Vamos agora lhes impor o desconforto do canudinho de papel? Ou, pior, os canudos de metal indobrável?
Não era gozação. Provavelmente seria o caso de criar uma lei autorizando a essas minorias o uso dos canudinhos de plástico.
Imagino que a carta seja resultado, não direi do espírito de porco, mas de uma espécie de vocação do politicamente correto para o dissenso.
A psicologia da coisa talvez esteja, sem dúvida, no desejo de criar dificuldades. E no impulso de defender alguma voz minoritária.
O processo vai longe, porque toda minoria terá sempre uma minoria dentro dela.
Talvez existam tartarugas marinhas cocainômanas.
Na Inglaterra, o termo “retardado” (“retarded”) está na lista dos xingamentos a evitar. Advoga-se agora a mesma censura para “crazy” e “insane” (doido, louco). Seria discriminatório contra quem sofre de doenças mentais.
Como refutar esse argumento? Afinal, quem defende esse ponto de vista deve ser louco mesmo. Só pode
ficar ofendido, portanto.
Marcelo Coelho - Membro do Conselho Editorial da Folha, autor dos romances “Jantando com Melvin” e “Noturno”. É mestre em sociologia pela USP.
| Folha de S. Paulo (publicado em 17-07-2019) | | | |
Apesar da mudança na legislação de classificação de adjuvantes, empresa continua associada ao inpEV para o descarte correto de embalagens
Como parte de suas ações de sustentabilidade, a Momentive decidiu pela permanência de seu adjuvante superespalhante Silwet* ECO no Sistema Campo Limpo, programa de logística reversa do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), adotado na cadeia produtiva de defensivos agrícolas.
O inpEV atua como núcleo de inteligência da iniciativa, que tem como base o princípio de responsabilidades compartilhadas entre agricultores, fabricantes e canais de distribuição, com apoio do poder público para realizar a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas. O Brasil é referência mundial na destinação ambientalmente correta do material, encaminhando 94% de embalagens plásticas primárias (que entram em contato direto com o produto) para reciclagem ou incineração.
Em 2018, uma mudança na legislação brasileira reclassificou os adjuvantes agrícolas e, consequentemente, desobrigou as empresas fabricantes desses produtos a adotar a logística reversa.
Apesar da não obrigatoriedade, a Momentive manteve a associação ao inpEV para garantir que as embalagens vazias do adjuvante Silwet* ECO, lançado recentemente no Brasil, sejam descartadas ou recicladas adequadamente. “A permanência da empresa no Sistema Campo Limpo demonstra um de nossos principais valores que é atuar de maneira segura e ambientalmente responsável, protegendo nossos colaboradores, clientes e a comunidade”, afirma Marcos Belle, gerente de Marketing de Agricultura da Momentive na América Latina.
O superespalhante Silwet* ECO, único adjuvante aprovado atualmente pelo IBD para agricultura orgânica, possibilita que os agricultores reduzam o desperdício do produto, os custos gerais da aplicação e a quantidade de água por conta do aumento da cobertura da pulverização em até 10 vezes mais do que um adjuvante convencional. “Há mais de 35 anos, os adjuvantes Silwet* melhoram o desempenho das aplicações de pulverização e, assim, promovem o uso responsável dos recursos naturais. Continuaremos com essa prática”, acrescenta Belle.
Para o inpEV, a continuidade da empresa no Sistema Campo Limpo, mesmo com a mudança da legislação, é bastante relevante. “Essa iniciativa revela a preocupação da empresa em promover a logística reversa das embalagens vazias e cuidar do Meio Ambiente e das futuras gerações”, avalia Maria Helena Z. Calado, gerente de Sustentabilidade do inpEV.
Para demonstrar seu compromisso ambiental, a Momentive também adotará agora o selo do InpEV nas embalagens do superespalhante Silwet* ECO. “Queremos promover a divulgação do Sistema Campo Limpo e a importância de manusear adequadamente as embalagens vazias de defensivos agrícolas”, acrescenta Belle.
O Silwet* ECO é produzido na planta brasileira da Momentive, em Itatiba, interior de São Paulo. “Além da produção local, estamos constantemente investindo em soluções inovadoras para atender cada vez mais às demandas do setor agrícola”, diz o executivo Paulo Vianna, gerente geral da empresa na América Latina.
| Noticias Agricolas (publicado em 15-07-2019) | | | |
Norma tem 12 meses para ser regulamentada e começar a valer. Sacolinhas devem ser substituídas por biodegradáveis ou biocompostáveis.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou, nesta quinta-feira (11), uma lei que proíbe a venda e a distribuição gratuita de sacolas plásticas por estabelecimentos comerciais do Distrito Federal.
A norma foi publicada no Diário Oficial do DF e deve ser regulamentada em até 12 meses, quando começará a valer.
Como alternativa, o dispositivo prevê o uso de sacolas biocompostáveis e até biodegradáveis, desde que não haja qualquer percentual de substâncias sintéticas na composição (entenda particularidades abaixo).
As sacolinhas permitidas pela lei devem ser feitas a partir de matérias orgânicas como fibras naturais celulósicas, amidos de milho e de mandioca, bagaço de cana, óleo de mamona, cana-de-açúcar, beterraba e proteína de soja.
Segundo o presidente do Sindicato de Supermercados do DF (Sindsuper-DF), Gilmar Pereira, cerca de 100 milhões de sacolas plásticas são utilizadas a cada mês em 1,2 mil estabelecimentos na capital.
Pereira afirma que o setor ainda vai discutir como aplicar a norma, mas encara a lei de forma positiva. "O intuito é que, em uma ação conjunta entre o setor produtivo e a sociedade civil, possa haver uma mudança de hábito em relação ao cuidado com o meio ambiente."
"O setor acredita que a lei é benéfica, principalmente pelo ponto de vista ambiental."
Para o autor do projeto tornado lei, o deputado distrital Leandro Grass (Rede), a medida é a etapa inicial de um processo amplo de conscientização.
"Esse é um primeiro passo. O fato dessas sacolas serem feitas de matéria-prima orgânica reduz o impacto ambiental, porque elas vão se decompor dentro de 2 a 3 meses", explica.
Ele reconhece que o cenário ideal, necessariamente, compreende uma mudança nos processos de armazenagem, descarte e reaproveitamento de lixo – produzido por grandes geradores, dos setores público e privado, e também pelo moradores.
"O ideal é trabalhar essa consciência dentro de casa e nos comércios. Depois que a norma for regulamentada, nós vamos fazer seminários e trazer experiências de outras cidades para ampliar o debate e avançar."
A norma também prevê que os estabelecimentos "devem estimular o uso de sacolas reutilizáveis" – feitas de material resistente.
O projeto de lei foi elaborado após a proibição da venda e da distribuição de canudos e copos de plástico nos comércios capital. A norma sugere o uso descartáveis feitos de material biodegradável. No entanto, as condições do termo não haviam sido especificadas na primeira versão da lei.
Pela definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), biodegradável é todo produto que não tenha, exclusivamente, composição sintética.
Isso significa que uma sacola deste tipo pode ter 10% de amido de milho na composição e 90% de polietileno, ou 90% de amido de milho e 10% de polietileno e ser considerada biodegradável em ambas as condições.
A última redação da norma sobre canudos e copos descartáveis define biodegradável como quaisquer materiais "não oriundos de polímeros sintéticos fabricados à base de petróleo".
A proibição ao uso de sacolas plásticas comuns não vale para:
Embalagens originais dos produtos
Embalagens de produtos alimentícios vendidos a granel
Embalagens de produtos alimentícios que carregam ou podem vazar líquido
Quem descumprir as regras ficará sujeito às penalidades definidas na lei federal de 1998 que trata das condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Bio o quê?
As sacolas plásticas tradicionais são feitas, majoritariamente, à base de polietileno – o polímero mais comum e barato do mercado – e de polipropileno – um polímero termoplástico e reciclável. Ambas as substâncias são sintéticas e derivadas do petróleo.
"Essas são as de menor custo, mas levam cerca de 50 a 100 anos para se decompor, a depender das condições de ambiente", explica o professor de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Francisco Rossetti.
"A maior questão são as partículas de até 5 milímetros, que se desfazem e são incorporadas à cadeia alimentar, porque poluem os rios e o solo."
As sacolas biodegradáveis são o "meio-termo" da proteção ao meio-ambiente, porque a composição delas permite a existência de compostos sintéticos. A ABNT não define valores máximos ou mínimos destas substâncias na mistura.
Por isso, o autor da lei distrital que determina o fim da venda e distribuição de sacolas plásticas convencionais espera que a regulamentação preveja a obrigatoriedade da informação sobre a composição nas sacolas biodegradáveis e biocompostáveis.
"Não pode ter nada de propileno, nada de substância sintética."
As sacolas menos prejudiciais à natureza são as biocompostáveis, produzidas essencialmente a partir de substâncias orgânicas.
Mudanças de hábito
Se a redução dos impactos ambientais em nível macro pressupõe uma mudança de hábitos desde o pequeno consumidor – inclusive na armazenagem e descarte do lixo – o projeto Compostar ajuda moradores, bares e restaurantes a alcançar este objetivo.
Desde 2017, o projeto recolhe matéria orgânica descartada em estabelecimentos, casas e apartamentos do DF e transforma tudo em adubo por meio da compostagem.
Para as residências são distribuídas sacolas biocompostáveis, feitas à base de biomassa, onde os alimentos devem ser depositados para, depois, serem recolhidos por agentes do Compostar.
Como as sacolas se decompõem dentro de um mês, elas também vão parar na leiras – montes de alimentos em decomposição misturados a poda triturada que permitem a proliferação de micro-organismos responsáveis por transformar o lixo orgânico em fertilizante.
| G1 ( publicado em 11-07-2019) | | | |
A preocupação com o volume de resíduos gerados diariamente pelo consumo dos mais variados produtos não é exclusividade dos consumidores mais conscientes. Cada vez mais, gigantes da indústria buscam alternativas não somente para tornar sustentáveis seus processos internos, mas para impactar todo o ciclo de vida dos seus produtos.
Ter essas respostas possibilitou à Boomera, empresa paulista especializada em soluções para resíduos considerados difíceis de reciclar (como embalagens de biscoitos e cápsulas de café, que misturam dois ou mais tipos de plástico) saltar de um faturamento de R$ 6 milhões em 2016 para 40 milhões no último ano. Para 2019, a perspectiva é que este número fique entre R$ 60 e R$ 70 milhões.
“Conseguimos crescer mesmo em um período de crise no Brasil. O mundo entendeu que a questão do lixo é um problema gravíssimo, e nós ajudamos as empresas entregando soluções de forma clara e organizada”, aponta Guilherme Brammer, sócio-fundador da empresa, que tem entre seus clientes nomes de peso como Natura, Adidas, P&G e Nestlé, para citar alguns.
O desenvolvimento de uma metodologia própria, batizada de CircularPack, foi um dos pontos que favoreceu o crescimento em escala. Composta por seis passos, ela parte do engajamento e sensibilização das áreas, passa pela avaliação técnica para compreender a melhor forma de recuperar os resíduos, pela pesquisa e desenvolvimento de novos materiais a partir deles, pela elaboração de sistemas de logística reversa, ideação e prototipagem de produtos até chegar a um novo ciclo deles na indústria e/ou mercado.
“A elaboração do pacote de jornada com seis passos facilitou muito [o trabalho], pois temos clientes que já estão em algum deles e outros que estão começando, que querem entrar na economia circular, mas não sabem por onde”, explica Guilherme.
Ciência com consciência” para fazer diferente
O foco na cadeia como um todo, e não apenas no resíduo em si, foi outro dos pontos que estimularam o avanço do negócio. Quando foi fundada em 2011, a atuação da Boomera estava concentrada na pesquisa e desenvolvimento de novos materiais gerados a partir dos resíduos complexos sólidos.
Mas não demorou para que Guilherme notasse a necessidade de ajudar os clientes a organizar o sistema de logística reversa, estruturando pontos de coleta e trabalhando com cooperativas de catadores, que recebem equipamentos e treinamento para fazer a gestão dos resíduos. Hoje, mais de 200 cooperativas e de seis mil catadores estão envolvidos no processo em todo o país. A empresa também conta com cem pontos de entrega voluntária de resíduos distribuídos em lojas do grupo Pão de Açúcar, e planeja implementar mais 200 por meio de novas parcerias.
A ciência por trás de todo o processo, por sua vez, conta com um pé na fábrica e o outro dividido entre a academia e a indústria. Isso porque a Boomera mantém um laboratório próprio instalado dentro do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP), e tem parcerias com gigantes do setor, como a Dow Química.
“A inovação não acontece sozinha. Nós somos o catalisador em um processo de inovação colaborativa, aberta, que pega o melhor de cada elo da cadeia e coloca para circular”, resume Guilherme.
Dele, já resultaram produtos como cones feitos a partir de resíduos retirados de águas do Rio de Janeiro para a Adidas, porta-cápsulas de café feito a partir da resina reciclada de cápsulas utilizadas da Dolce Gusto, e cadeiras desenvolvidas pelo designer Marcelo Rosenbaum e O Fetiche produzidas com resíduos eletrônicos e comercializadas na loja da Oppa, por exemplo.
Pensar grande para crescer
Tudo isso foi possível pelo foco da Boomera no ganho de escala e pelo fato de ela estar aberta às oportunidades. A primeira delas aconteceu há cerca de dois anos, quando a empresa foi acelerada pela Quintessa, como lembra o sócio-fundador. “Estava chegando em um ponto em que ou apostava em um modelo de crescimento ou iria focar eternamente na consultoria. Eles me ajudaram a repensar o modelo e olhar para o caminho da industrialização”, conta Guilherme. Logo depois, a Boomera foi convidada para participar de outro programa de aceleração, pela Endeavor, que a colocou definitivamente na trilha da indústria.
Neste período, a empresa, que antes trabalhava com terceiros ou com arrendamento de áreas em plantas ociosas, adquiriu sua primeira fábrica, em Cambé, no interior do Paraná. Junto com ela, veio uma área destinada à reciclagem e produção de lonas agrícolas feitas a partir de uma tecnologia exclusiva, que utiliza entre 70% e 80% de material reciclado em sua composição.
E não para por aí. A Boomera, que conta com 140 funcionários e 400 clientes ativos, planeja para o final do segundo semestre a inauguração de sua segunda fábrica, em São Paulo, que será focada na produção de resina plástica. Para setembro próximo também está programado o lançamento de uma série de produtos que terão na vida longa e na transparência sobre sua origem alguns de seus destaques. “Ainda não posso falar o que é, mas será algo que irá provocar a questão referente [à poluição] por plástico nos oceanos”, adianta Guilherme.
| Gazeta do Povo (publicado em 15-07-2019) | | | |
Os primeiros quatro Pontos de Entrega Voluntária (PEV) foram instalados em Santos, São Vicente, Guarujá e Itanhaém, e em breve chegará em outras cidades da baixada.
A Baixada Santista ganhou seus primeiros quatro postos “Prolata” de coleta de latas de tinta pós-consumo, instalados nas lojas do Baratão das Tintas da Av. Pedro Lessa e também nas lojas de São Vicente, Guarujá e Itanhaém (endereços completos ao final da matéria).
O ponto de entrega voluntária (PEV) faz parte da estratégia da cadeia de produção e comercialização de tintas de cumprir todas as etapas da chamada logística reversa, garantindo que as embalagens vazias possam ser coletadas e recicladas da forma correta, sem serem descartadas no meio ambiente e gerando valor para toda a cadeia de reciclagem, especialmente para os catadores.
A implantação dos primeiros pontos Prolata para coleta de latas de tinta vazias da Baixada Santista faz parte do plano de ação definido no Termo de Cooperação Ambiental celebrado, em novembro do ano passado, entre o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA), do Ministério Público de São Paulo; a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), criadora e coordenadora da Prolata; a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (ABRAFATI); e a Associação dos Revendedores de Tintas do Estado de São Paulo (Artesp).
Em sua primeira etapa, o plano previa a implantação dos quatro primeiros PEVs de latas de tinta do Prolata em Santos, Guarujá, São Vicente e Itanhaém até novembro de 2020, porém foram antecipadas para ainda este ano devido a ser um assunto prioritário. O Plano de ação também prevê a instalação de outros PEV´s em outras cidades do litoral paulista como Cubatão, Praia Grande, Peruíbe, Bertioga e Mongaguá.
Desde a primeira unidade fundada em 1982, o Baratão das Tintas assumiu junto a seus clientes um compromisso de “ser melhor a cada dia” proporcionando soluções definitivas e inovações, como oferecer
uma assessoria exclusiva na região, onde um profissional altamente treinado e qualificado atua visitando o local e orientando o cliente ou até mesmo o prestador de serviço sobre o modo correto de aplicação para cada produto, de acordo com as normas recomendadas pelo fabricante e isso vai além de todos os tipos de tintas, mas também no caso das massas e até mesmo impermeabilizantes.
BARATÃO DAS TINTAS - Conheça como funciona o Clube Baratão
Além de toda a assessoria ao cliente, a equipe do Baratão das Tintas desenvolveu o Clube Baratão, que é um Clube de Fidelidade onde os clientes acumulam pontos em suas compras, que podem ser usados para resgatar diversos prêmios e para se cadastrar é muito simples: basta ir uma das lojas do Baratão das Tintas! A partir daí, cada R$ 1,00 em compras valerá 1 ponto e na medida que você vai comprando e acumulando pontos, poderá realizar o resgate dos prêmios, desde vale compras, smartphones, televisores e até mesmo equipamentos profissionais.
Expansão
Novas Lojas Baratão das Tintas - Vale do Paraíba
Hoje a rede de loja de tintas conta ao todo com treze lojas, sendo oito na Baixada Santista em cinco cidades (Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande e Itanhaém) e cinco lojas inauguradas recentemente no Vale do Paraíba, nas cidades de Guaratinguetá, Lorena, Cruzeiro, Cachoeira Paulista e Campos do Jordão. Isso tudo é fruto de um trabalho contínuo e dedicado a mais de 35 anos, sempre em parceria com as melhores marcas do país.
| G1 (publicado em 12-07-2019) | | | |
Produtos da Kaffeeform são feitos com resíduos fornecidos por cafeterias
Nos últimos tempos, a guerra contra os canudinhos de plástico vem ilustrando uma crescente preocupação com o uso excessivo desse material. Mas, sucos e bebidas de caixinha à parte, há vários outros "vilões" sendo jogados diariamente no lixo. Os copos de café descartáveis são um grande exemplo.
A empresa desenvolveu copos, xícaras e pires que, além de serem biodegradáveis, usam resíduos de grãos de café que seriam descartados por cafeterias.
O projeto surgiu em 2009, quando o empreendedor Julian Lechner estudava design de produtos. "Nós tomamos muito café o tempo todo. Um dia, eu me perguntei o que acontece com todos esses grãos de café gastos", disse ele ao site Insider.
Surgiu, então, a ideia de usar esses resíduos para tornar o consumo dessas bebidas mais sustentável. Após anos de pesquisa e desenvolvimento, a Kaffeeform lançou sua linha de produtos em 2015.
Além do café, os objetos levam fibras vegetais, grãos de madeira e resinas naturais em sua composição. Embora sejam reutilizáveis, a startup afirma que eles também são biodegradáveis.
Os resíduos da bebida vêm de estabelecimentos, como cafeterias, que mantêm parcerias com a startup. O próprio transporte dos resíduos, feito de bicicleta, é pensado para não prejudicar o meio ambiente.
Segundo Lechner, o objetivo final da startup é destacar o valor da reclicagem para a sociedade.
O valor de cada copo ou conjunto de xícara e pires varia de 14 a 22 euros (cerca de R$ 59 a R$ 93).
| Fonte: PEGN (publicado em 10-07-2019) | | | |
Os japoneses comemoram o Dia do Mar
Voluntários coletaram lixo das praias em várias partes do Japão, em um esforço para reduzir a poluição por plástico no oceanos.
As atividades de limpeza das praias foram realizadas hoje (15), data em que o Japão comemora o Dia do Mar.
Cerca de 20 pessoas se reuniram em uma praia na cidade de Miura, na província de Kanagawa, perto de Tóquio. Elas coletaram resíduos plásticos, que incluem embalagens de lanches e garrafas, bem como latas vazias que foram trazidas de volta do mar pelas ondas.
Mergulhadores também entraram na água para coletar embalagens e sacolas plásticas, pois pode ser difícil coletar resíduos plásticos quando passam a flutuar em direção ao alto mar.
Na cúpula do G20, no mês passado, líderes mundiais concordaram em tomar medidas para reduzir a poluição adicional por plástico nos oceanos para zero, até 2050.
Um mergulhador de cerca de 30 anos de idade disse que é muito triste que os peixes comam resíduos plásticos e fiquem doentes.
Uma mulher de cerca de 60 anos disse que recentemente começou a praticar mergulho e que estava surpresa com a quantidade de plástico que existe nos mares. Ela afirmou que vai continuar a coletar todo o lixo que encontrar.
| Agência Brasil (publicado em 15-07-2019) | | | |
Um simples chiclete pode demorar cerca de cinco anos para se decompor. Para lidar com esse problema, um projeto inovador criou um tênis parcialmente feito de goma de mascar reciclada.
Trata-se de uma parceria entre a marca holandesa Gumdrop e o designer Explicit Wear. Juntos, chegaram ao conceito de uma sola de sapato feita com os compostos recicláveis do chiclete.
A tecnologia ganhou o nome de Gum-Tec e é a base para a fabricação do tênis Gumshoe. Para criação dos sapatos, foram usadas gomas de mascar retiradas das ruas de Amsterdã. A relação com a cidade é tão forte que o mapa da capital holandesa também estampa a sola do calçado.
De acordo com o projeto, a prefeitura da cidade gastaria milhões de euros anualmente para limpar os chicletes descartados nas ruas. Agora, cada quilo de goma de mascar poderá ser usado na criação de até quatro pares de tênis.
Como o chiclete é feito a partir de uma borracha sintética, foi possível criar um novo tipo de borracha ao quebrar as propriedades da matéria original. Assim nasceu a tecnologia usada nos calçados Gumshoe, que estarão disponíveis a partir de junho nas cores rosa e preto/vermelho. Embora estejam sendo vendidos por € 49,95 por tempo limitado, cada par deverá custar aproximadamente € 199,95 após o lançamento.
Embora seja uma das primeiras iniciativas a focar na reciclagem de chicletes, os produtos criados pela Gumdrop (como a sola do tênis) possuem um mínimo de 20% de materiais reciclados. Para o restante da confecção, podem ser usadas novas matérias primas. A superfície do tênis, por exemplo, é feita de couro, segundo o site do fabricante.
| Hypeness | | | |
Nesta quarta-feira (17) é celebrado o Dia de Proteção às Florestas. E embora possa não parecer (em especial para quem mora nas zonas mais urbanizadas de Curitiba), no Paraná há floresta para todo lado, em todo lugar. Ao menos é isso o que revela o Inventário Florestal Nacional, estudo coordenado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o qual revela existir no Paraná um total de 6.909.910,7 hectares (ha) de área florestal, o equivalente a 34,7% de todo o território paranaense.
Apenas nas áreas com florestas naturais, que somam aproximadamente 5,8 milhões de há (29,3% do território), foram identificadas 587 espécies arbóreas (árvores e palmeiras), distribuídas em 265 gêneros e 86 famílias. Considerando-se todas as espécies vegetais (árvores, palmeiras, arbustos, palmeiras, cactos, lianas e herbáceas), registraram-se 587 espécies distribuídas em 279 gêneros e 89 famílias botânicas.
A má notícia é que, desse total de espécies, 19 se encontram em categorias ameaçadas de extinção. Dentre elas, algumas são de interesse econômico e social, como a Araucaria angustifolia (araucária), e o Euterpe edulis (palmito juçara). Quanto á tipologia, predomina a Floresta Estacional Semidecidual, que representam cerca de 47% das áreas de florestas naturais no estado (cerca de 2,8 milhões de ha). Já a Floresta Ombrófila Mista vem em seguida, somando 2,7 milhões de ha (45%); as várzeas (3,1%), as florestas ombrófilas densas (2,9%), mangues (0,5%) e restinga (0,1%).
Outro esforço feito pelo estudo foi de identificar a sanidae das árvores nas florestas do Paraná. 73% foram consideradas sadias, 17% apresentaram sinais de deterioração, 4% apresentaram comprometimento da sanidade pela presença de sinaisa avançados de deterioração e 5% das árvores encontravam-se mortas em pé. Importante destacar que os indicadores de sanidade das árvores são diversos, como a aparência, estágio de deterioração e grau de comprometimento da árvore.
Também se destaca no Inventário a interferência humana nas áreas florestais, uma vez que foram encontradas evidências de antropismo (ação do ser humano sobre o meio ambiente) em 76% dos locais amostrados. A ocorrência mais frequente refere-se à presença ou vestígio de animais domésticos de grande porte (46%). A segunda são os sinais de exploração de madeira (17%), seguido pelos vestígios de caçadores (8%) e sinais de incêndios (5%). Em apenas 24% dos locais visitados não foram observadas evidências de antropismo.
Para produzir o Inventário, o SFB realizou, a partir de 2013, a coleta de dados em 550 pontos amostrais, distribuídos sobre todo o território estadual. Os esforços para coleta de dados foram finalizados em 2017, ao passo que o relatório com os principais dados sobre o Paraná foram divulgados no ano passado. Para conferir o estudo completo, acesse o site www.florestal.gov.br/inventario-flore
Estado é o terceiro com maior área de florestas plantadas
Outra revelação feita pelo IFN é que o Paraná possui 1.066.479 ha de florestas plantadas, as quais ocupam 5,4% do território estadual.Considerando-se todas as unidades da federação, o Paraná fica atrás apenas de São Paulo (1.070.303 ha) e Minas Gerais (1.426.796 ha).
Os plantios florestais no Paraná se concentram, principalmente, em dois gêneros: Pinus spp. e Eucalyptus spp, sendo o estado o maior detentor de plantios de Pinus do país, representando 65,8% da área total plantada no estado, enquanto o gênero Eucalyptus abrange 34,2% da área total plantada. A região Centro-Sul se destaca com 83% da área de plantio do estado, principalmente devido à presença de grandes empresas florestais, com destaque para a indústria de celulose e papel e indústria de painéis. Em outras regiões, é possível observar uma predominância de plantios de Eucalyptus.
Espécies nativas listadas como ameaçadas de extinção
Espécie (nome popular, quando houver)
Araucaria angustifolia (araucária)
Colletia exserta
Dicksonia sellowiana (xaxim)
Eugenia malacantha
Eugenia pruinosa
Myrcia isaiana
Ocotea odorifera (canela-sassafrás)
Ocotea porosa (imbuia)
Quillaja brasiliensis(sabão-de-soldado)
Virola bicuhyba (bicuíba-branca)
Apuleia leiocarpa (grápia)
Butia eriospatha (butiá-da-serra)
Campomanesia reitziana (guabiroba)
Cedrela fissilis (cedro)
Euterpe edulis (palmito-juçara)
Gleditsia amorphoides (sucará)
Nectandra paranaensis
Ocotea catharinensis (canela-preta)
Ocotea mosenii (canela-preta)
Fonte: Inventário Florestal Nacional (IFN)
| Bem Paraná (publicado em 16-07-2019) | | | |
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