| |
Chamada de Notícias
Logística Reversa
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
| | | | | Recursos serão usados na implantação de parques urbanos em 30 diferentes cidades do Estado, além da aplicação em programas de castração e microchipagem de cachorros e gatos, coleta de recicláveis, implantação de poços e coleta seletiva, beneficiando municípios de todas as regiões.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior confirmou nesta terça-feira (17), durante evento no Palácio Iguaçu, um grande pacote voltado para o meio ambiente e a sustentabilidade. Foram destinados, entre liberações diretas e convênios, R$ 65 milhões para cidades de todas as regiões do Estado - veja abaixo a lista dos municípios beneficiados.
Os recursos serão usados na implantação de parques urbanos; castração e microchipagem de cachorros e gatos; construção de barracões de coleta de recicláveis; implantação de poços em comunidades rurais; trituradores de galhos; além da entrega de caminhões compactadores, pipas e para coleta seletiva.
Ratinho Junior destacou que a questão ambiental é umas das prioridades do Paraná, com a estratégia de aliar técnicas de conservação e despoluição com o desenvolvimento econômico do Estado. “Nosso foco é trabalhar muito a sustentabilidade, a preocupação com o meio ambiente. Parcerias como essa, com tantos municípios, colaboram para espalhar uma adequação ambiental correta. O Paraná mais uma vez sai na frente”, afirmou.
O governador reforçou que a maior fatia do montante de recursos será aplicada no programa Parque Urbano, que implantará parques lineares urbanos em 30 cidades de diferentes regiões. A intenção, ressaltou Ratinho Junior, é evitar ocupações irregulares, conter enchentes e erosões, colaborando com a preservação do solo e da água. “Serão grandes parques "bariguis" por todo o Paraná”, afirmou, em referência ao parque que é um cartão-postal e ambiental de Curitiba.
Márcio Nunes, secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, explicou que apesar de diferentes na natureza, as ações se conversam, com o foco em deixar o Paraná mais verde e melhorar a vida das pessoas. “O Paraná é o estado que mais está recuperando o meio ambiente, entendendo a importância desse grande tema mundial de uma forma correta”, destacou.
LIXO – Ainda de acordo com o secretário, os recursos liberados nesta terça-feira reforçam a atenção do Governo do Estado ao destino correto do lixo urbano. Estão previstas a construção de barracões de coleta reciclável em 14 cidades, além da compra de caminhões voltados exclusivamente para a atividade. “Isso fortalece muitos as cooperativas estaduais de lixo”, afirmou Nunes.
ANIMAIS – O secretário lembrou também que o governo credenciou clínicas veterinárias em todo o Paraná para fazer a castração e microchipagem de cães e gatos. O Estado fica responsável por pagar as cirurgias nos animais. “Trata-se de um pedido antigo de ONGs do setor. Agora poderemos colaborar com a contenção da população de cachorros e gatos, especialmente àqueles abandonados”, disse. “É uma questão de saúde pública também”, acrescentou o governador Ratinho Junior.
PREFEITOS – São José dos Pinhais, maior cidade da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), terá à disposição R$ 100 mil para a castração e microchipagem de gatos e cachorros. “É uma ajuda muito grande do Governo do Estado. Os animais de rua são uma questão social atualmente, que muitas vezes o município não tem condição de arcar com os custos sozinho”, afirmou Toninho Fenelon, prefeito da cidade.
Já Catanduvas, no Centro-Sul do Estado, vai investir na compra de 845 tubos de concreto para melhorar o manilhamento da cidade, com galerias destinadas à contenção de águas de chuva nos bairros mais baixos da cidade. “Serão duas mil pessoas beneficiadas, abrangendo um número considerável de ruas”, disse Professor Moisés, prefeito do município.
MUNICÍPIOS – O pacote de R$ 65 milhões contempla os seguintes municípios: Alto Paraíso; Alto Paraná; Alto Piquiri; Altônia; Andirá; Apucarana; Arapuã; Araruna; Assis Chateubriand; Bituruna; Boa Ventura de São Roque; Bom Jesus do Sul; Borrazópolis; Brasilândia do Sul; Cafelândia; Cafezal do Sul; Cambé; Cambira; Campina da Lagoa; Campina do Simão; Campo do Tenente; Campo Mourão; Capanema; Catanduvas; Cerro Azul; Colombo; Colorado; Corumbataí do Sul; Cruzeiro do Iguaçu; Cruzeiro do Sul; Cruzeiro do Oeste; Diamante do Sul; Doutor Camargo; Douradina.
Engenheiro Beltrão; Esperança Nova; Farol; Florida; Florestópolis; Formosa do Oeste; Foz do Iguaçu; General Carneiro; Guaíra; Honório Serpa; Icaraíma; Iguaraçu; Imbaú; Imbituva; Inácio Martins; Inajá; Indianópolis; Iporã; Itapejara do Oeste; Irati; Itaperuçu; Ivaiporã; Ivaté; Jandaia do Sul; Janiópolis; Japira; Jardim Alegre; Jardim Olinda; Jataizinho; Juranda; Jussara;Jundiaí do Sul; Kaloré; Lapa; Laranjal; Leópolis; Loanda; Luiziana; Mamborê; Mandaguaçu; Manfrinópólis; Mangueirinha; Marechal Candido Rondon; Maria Helena; Marilena; Mariluz; Maringá; Marquinho; Marumbi; Matelândia; Nova América da Colina; Novo Itacolomi; Nova Olímpia; Nova Santa Bárbara; Nova Senhora das Graças; Ourizona; Paiçandu; Palotina; Paranapoema; Paranavaí; Peabiru.
| Agência Estadual de Notícias ( publicado em 17-12-2019) | | | | Criado pelo Governo do Paraná neste ano, Certificado de Mérito Ambiental reconhece municípios que implementarem projetos de sustentabilidade. Fabricação de Combustível Derivado de Resíduos por Curitiba e geração de biogás por Cascavel foram premiados nesta terça-feira (17).
O Governo do Paraná criou neste ano o Certificado de Mérito Ambiental, que premia municípios pela implantação de projetos de sustentabilidade em prol do ecossistema. A intenção é reconhecer boas ações que podem ser replicadas em outras cidades do Estado. A iniciativa é da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.
Nesta primeira edição receberam o certificado Curitiba e Cascavel. O prêmio foi entregue pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta terça-feira (17), na mesma solenidade em que foram confirmados recursos para ações ambientais em 149 municípios. “Temos um histórico muito bom na área de meio ambiente, com boas ideias e boas práticas de preservação. E o Governo do Estado encontrou uma maneira de reconhecer essas ações”, afirmou o governador.
Curitiba recebeu o Certificado de Mérito Ambiental pela iniciativa de realizar o transporte final dos resíduos sólidos gerados no município para a fabricação de Combustível Derivado de Resíduo (CDR) – substituto energético do coque de petróleo usado como combustível para a fabricação de cimento.
Uma ação inovadora, que busca viabilizar alternativa para o tratamento deste tipo de resíduo, reduzindo o uso de aterros sanitários e atendendo a Política Nacional de Resíduos Sólidos. “É um reconhecimento ao trabalho de Curitiba para diminuir o volume de lixo aterrado. Avançamos e nos tornamos iguais a grandes cidades da Europa”, afirmou Rafael Greca, prefeito de Curitiba.
CONSÓRCIO – Os municípios do Consórcio Intermunicipal para Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol), formado por 23 Municípios da Região de Metropolitana de Curitiba (RMC), produzem diariamente, 2,6 mil toneladas de resíduos, que atualmente são enviados para um aterro privado em Fazenda Rio Grande.
A substituição traz uma série de benefícios: redução das emissões de carbono, diminuição de passivos ambientais nos aterros sanitários, economia financeira para o município e geração de emprego e renda.
CASCAVEL – Já Cascavel foi certificada pelo trabalho que vem realizando desde 2008 na utilização dos gases gerados no Aterro Sanitário Municipal para a produção de energia elétrica. A cidade do Oeste foi a primeira do Estado a gerar energia através do biogás do aterro sanitário pelo regime de geração distribuída, utilizando tecnologia totalmente nacional, tanto para a geração quanto para a conexão do sistema na rede de energia. Anteriormente, o biogás era apenas queimado.
Atualmente são gerados 149 KWh de energia, capacidade para abastecer 20 espaços públicos e praças de Cascavel. Para 2020 será atingida a capacidade máxima de geração de energia instalada, em torno de 300 kwh.
Perobal; Pérola; Perola D'oeste; Pinhais; Piraquara; Pitanga; Primeiro de Maio; Porecatu; Porto Rico; Quarto Centenário; Querência do Norte; Quinta do Sol; Rancho Alegre; Rancho Alegre do Oeste; Reserva; Roncador; Rondon; Rosário do Ivaí; Salto do Lontra; Santa Fé; Santa Isabel do Ivaí; Santa Isabel do Oeste; Santa Mônica; Santana do Itararé; Santo Antonio da Platina; Santo Antonio do Sudoeste; São João; São Jorge do Patrocínio; São José dos Pinhais; São Miguel do Iguaçu; São Tomé; Sapopema; Sarandi; Sengés; Tapejara; Tapira; Terra Boa; Terra Rica; Três Barras; Tuneiras do Oeste; Umuarama; Ventania; Vera Cruz do Oeste; e Xambrê.
PRESENÇAS – Participaram da cerimônia de lançamento o vice-governador Darci Piana; os prefeitos Rafael Greca (Curitiba) e Ulisses Maia (Maringá) e os prefeitos dos demais municípios beneficiados; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto; os deputados estaduais Hussein Bakri (líder do Governo na Assembleia Legislativa), Alexandre Curi, Anibelli Neto, Artagão Júnior, Boca Aberta Júnior, Cobra Repórter, Delegado Jacovós, Do Carmo, Doutor Batista, Emerson Bacil, Evandro Araújo, Francisco Bührer, Jonas Guimarães, Luiz Cláudio Romanelli, Luiz Fernando Guerra, Marcel Micheletto, Michele Caputo, Nelson Luersen, Paulo Litro, Reichembach, Rodrigo Estacho, Soldado Adriano José e Tercílio Turini.
| Agência Estadual de Notícas ( publicado em 17-12-2019) | | | | Ipês amarelos, roxos e brancos vão colorir a avenida João Gualberto em Curitiba, no Paraná. Os plantios integram o projeto 100 mil árvores, cuja meta deve ser alcançada até setembro de 2020.
Em cerca de dois anos, os ipês brancos devem começar a floração. “Já os amarelos e roxos podem aparecer coloridos já no ano que vem”, completou.
Quem mal pode esperar pela floração é o engenheiro agrônomo responsável pelo Horto da Barreirinha, que produz as mudas da cidade, Roberto Salgueiro. “Para mim também é um sonho realizado ver esse corredor verde se formando, 40 anos depois que fiz o plantio em volta da canaleta de ônibus da Rua Padre Anchieta”, lembrou.
Os cerca de 270 berços já abertos começaram a receber os plantios. “Novos berços serão abertos na sequência. Foram seis meses para poder fazer os cortes nas calçadas e camadas de asfalto para garantir o plantio e a saúde das árvores”, reforçou o engenheiro civil do Departamento, Murilo Fiorucci.
Ainda devem ter corredores semelhantes mais três avenidas da cidade: Sete de Setembro, República Argentina e Winston Churchill.
A flor nacional do Brasil
Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda, e é o nome popular usado para designar um grupo de nove ou dez espécies de árvores com características semelhantes de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lilás. Os ipês ocorrem principalmente em florestas tropicais, mas também aparecem no cerrado e na caatinga.
| Editora Expressão (publicado em 16-12-2019) | | | | Encontro, que deveria ter sido encerrado na sexta-feira (13), avançou pelo fim de semana com negociações travadas. Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono ficou para o ano que vem. Brasil protagonizou impasse e ministro Ricardo Salles disse que 'a COP 25 não deu em nada'.
COP 25 chega ao fim como a mais longa das conferências da ONU sobre o clima
A 25ª Conferência do Clima (COP 25) da Organização das Nações Unidas (ONU) terminou no domingo (15), em Madri, após dois dias de atraso. O encontro, que deveria ter sido encerrado na sexta-feira (13), avançou pelo fim de semana com negociações travadas. Ao fim, os quase 200 países participantes concordaram em apresentar "compromissos mais ambiciosos" para reduzir as emissões de gases poluentes – mas os detalhes destes compromissos só serão definidos na próxima conferência, que deverá ocorrer em Glasgow, na Escócia, em novembro de 2020.
Em um ano em que o avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia repercutiram na mídia internacional, o Brasil teve uma representatividade menor, enviando uma delegação sem representantes da sociedade civil. Além disso, observadores dizem que o país contribuiu para os impasses da conferência, principalmente sobre o mercado de créditos de carbono. Ao fim do evento, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que "a COP 25 não deu em nada".
Evento da ONU termina com promessa de metas mais ambiciosas em 2020
Mercado de carbono, fundos e créditos de Kyoto: entenda mecanismos de compensação financeira que travaram a COP 25
O G1 ouviu especialistas brasileiros que estiveram presentes na conferência para levantar 5 pontos positivos e 5 pontos negativos da participação do país no evento.
5 pontos positivos +
Existência do 'Brazil Climate Action Hub'
Parlamentares e governos estaduais da Amazônia presentes
Sociedade civil e cientistas presentes
Protagonismo indígena
Diplomatas brasileiros nas negociações
5 pontos negativos -
Perda de protagonismo do Brasil
Fechamento ao credenciamento da sociedade civil
Isolamento do país em pontos polêmicos
Prêmio 'Fóssil Colossal'
Isolamento nas negociações
Pontos positivos
+ Brazil Climate Action Hub
Sem pavilhão oficial nesta edição do evento, o "Brazil Climate Action Hub" se tornou o ponto de encontro e discussões sobre as políticas envolvendo o país.
Segundo o seu site, o estande é "um espaço aberto e plural onde governos subnacionais, sociedade civil, parlamentares e setor empresarial podem promover discussões sobre soluções e desafios da ação climática no contexto brasileiro e latino-americano". Foi organizado pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS) e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), em parceria com outras organizações.
"A sociedade civil pagou, organizou, arrumou agenda e virou mesmo o ponto para discutir Brasil, para a sociedade brasileira e o parlamento brasileiro se encontrarem e debaterem estes temas de clima", afirma Claudio Angelo, coordenador de comunicação do Observatório do Clima.
A presença de diversos políticos no evento chamou a atenção dos participantes.
"Houve uma presença especialmente em peso do parlamento brasileiro, o que demonstra que o Congresso está comprometido com a agenda ambiental. Foi a primeira vez que o presidente do Senado esteve na COP, por exemplo", afirma André Guimarães, diretor-executivo do Ipam e representante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
"Houve uma participação expressiva de atores da política institucional fora do poder executivo federal. Senado, Congresso, Governos de Estado, Prefeitos/as e até Ministério Público. Foi importante para trazer uma perspectiva diferente sobre o Brasil no contexto internacional", avalia Alice Amorim Vogas, coordenadora do Portfólio de Política Climática e Engajamento do ICS.
Outro ponto destacado pelos participantes foi o protagonismo dos governadores dos estados da Amazônia, que vêm se organizando para debater temas ambientais há alguns meses.
Karen Oliveira, gerente de Infraestrutura na "The Nature Conservancy" (TNC) Brasil destaca o "lançamento do Fundo Clima pelo Consórcio de Governadores que visa assegurar os recursos necessários para a implantação de medidas de combate ao desmatamento e outras ações pró-agenda clima".
Ela também destacou o "lançamento do Programa Amazônia Agora pelo governo do Pará, com ações concretas no combate às mudanças climáticas, afirmando não ser necessário derrubar nenhuma árvore para o crescimento das cadeias produtivas no Estado". O projeto tem apoio da TNC.
+ Sociedade civil e cientistas presentes
Representantes de organizações não-governamentais, povos indígenas, cientistas e pesquisadores estiveram em peso na COP 25, de acordo com os participantes ouvidos pelo G1.
"A participação da sociedade civil, dos povos indígenas e comunidades locais que, apesar da negativa do governo federal, que decidiu não levá-los na delegação oficial, fez com que suas vozes estivessem presentes na COP", avalia Karen Oliveira, da TNC.
Ela também aponta os embasamentos científicos apresentados pela sociedade civil. "Diversos resultados apresentados pela sociedade civil, fortemente baseados em ciências, comprovando ser possível reduzir as emissões de CO2, reduzir o desmatamento na Amazônia e conciliar perfeitamente conservação ambiental com desenvolvimento social e econômico", destaca.
+ Protagonismo indígena
Os grupos indígenas estiveram presentes durante a COP 25 e apontaram suas demandas em meio às negociações.
"A participação do movimento indígena, nas manifestações e debates paralelos, foi um dos pontos positivos. Desde a grande marcha da greve climática, com Soninha Guajajara, até várias atividades das cúpulas internas e paralelas, os indígenas conseguiram contar pro mundo sobre o que está acontecendo no Brasil na Amazônia", destaca Alice Amorim Vogas, coordenadora do Portfólio de Política Climática e Engajamento do ICS.
+ Diplomacia brasileira nas negociações
Outro ponto positivo, destacam Alice e Claudio Angelo, foi o trabalho dos diplomatas brasileiros. "Acho importante citar que o Itamaraty, na medida do possível, tentou seguir as posições históricas do Brasil, mas infelizmente não conseguiu", afirmou Alice Amorim Vogas, do ICS.
Claudio Angelo também citou o trabalho dos diplomatas. "Por mais que o Brasil tenha sido talvez 'o' grande vilão desta COP, a gente ainda tem um grupo de negociadores diplomáticos bastante qualificados. Eles foram amordaçados, espezinhados, ficaram no escuro, isolados pelo Ricardo Salles, mas grande parte ainda era o grupo de diplomatas que negocia este assunto há muito tempo, foram técnicos e negociadores muito competentes", avalia.
Pontos negativos
- Perda de protagonismo do Brasil
O Brasil havia inicialmente se apresentado para receber a COP 25, mas em novembro de 2018 desistiu de sediar a Conferência do Clima. Segundo o Itamaraty, a motivação seria a restrição orçamentária e a transição do governo.
Para André Guimarães, diretor-executivo do Ipam e representante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, a perda da presidência da conferência tirou do Brasil o protagonismo para influenciar o resultado final das negociações.
"Perdemos a chance de presidir as negociações dessa COP, ao cancelar a realização da conferência no Brasil. A presidência é estratégica para o resultado final das negociações", afirma.
Além disso, esta foi a primeira vez que o Brasil não montou um espaço no pavilhão das nações, diz Guimarães. A alternativa encontrada foi feita pela sociedade civil, que pagou o espaço 'Brazil Climate Action Hub'.
"Brasil perdeu sua característica de uma diplomacia agregadora, preocupada e esforçada em ajudar o mundo a chegar em consensos e a resolver problemas. Ao invés de solucionador, foi um criador de problema", afirma Alice Amorim Vogas, do ICS.
- Fechamento ao credenciamento da sociedade civil
Em COPs anteriores, o Brasil ofereceu lugar na delegação oficial do país a representantes da sociedade civil organizada. Neste ano, o Itamaraty não abriu credenciamento.
"O fato de o Itamaraty não ter concedido pela primeira vez em pelo menos 12 anos, desde 2007, credenciais para a sociedade civil [foi um ponto negativo], lobistas da CNI e CNA conseguiram se credenciar. Eu vi coisas constrangedoras de cientistas brasileiros tendo que se credenciar como delegações de outros países, inclusive gente da equipe de negociação do Brasil credenciado como grupo africano, porque não teve crachá do Itamaraty", destaca Claudio Angelo.
- Mercado de carbono
A pouca disposição em negociar metas mais pro-ativas e ambiciosas na redução das emissões que contribuem para o aumento do aquecimento global foi um dos pontos destacados por Karen Oliveira, da The Nature Conservancy (TNC) Brasil.
Ela também cita a defesa de "regras fracas" que poderiam resultar numa dupla contagem nos inventários nacionais dentro do mercado de carbono e a "dicotomia" entre cobrar que países dessem recurso para a preservação da Amazônia enquanto o desmatamento no bioma cresce.
"[Houve] Dicotomia entre a cobrança por recursos dado o desempenho ambiental do país frente a um ano em que o desmatamento voltou a aumentar e observou-se um enfraquecimento das políticas de comando e controle, além da fragilização de políticas ambientais", diz.
Mercado de carbono, fundos e créditos de Kyoto: entenda mecanismos de compensação financeira que travaram a COP 25
- Prêmio 'Fóssil Colossal'
Na sexta-feira (13), o Brasil recebeu o "prêmio" "Fóssil Colossal", um reconhecimento simbólico e não oficial por ações prejudiciais ao meio ambiente.
Para Fabiana Alves, coordenadora do Projeto de Justiça Climática, do Greenpeace, este foi um dos pontos negativos da presença do Brasil na COP. "O Brasil foi o país que ganhou o fóssil do ano da Organização Can (Climate Action Network) a qual o Greenpeace faz parte, prêmio dado para o país que menos fez pelo clima no ano de 2019", destaca.
"Salles foi o principal responsável pelo Brasil ter sido até premiado como fóssil do ano, o pior país da COP 25", aponta Claudio Angelo, do Observatório do Clima.
- Isolamento nas negociações
Para Claudio Angelo, do Observatório do Clima, "o Brasil ficou absolutamente isolado ao defender que se eliminasse menções de trabalhar com oceanos e uso da terra em relatórios do IPCC porque não queria intervenção", afirma.
André Guimarães, do Ipam e da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, também destacou o papel do Brasil nas negociações.
"O atraso nas negociações, que tiveram um resultado frustante, se deve a diversos fatores, entre eles a resistência de governos, como o brasileiro, ao se opor ao diálogo sobre clima e oceanos e clima e solo à vista dos relatórios do IPCC. No fim das contas, o governo cedeu, mas o episódio pode ter agravado a falta de consenso em outros temas", destaca.
| G1 (publicado em 16-12-2019) | | | | PL 3.592/2019 propõe desconto nos impostos para pessoa jurídica que adquirir sucatas e demais resíduos como insumos para produção
Usar sucatas e resíduos sólidos na produção poderá garantir às empresas brasileiras uma redução nos valores do pagamento de tributos. A mudança está em discussão no Senado e é prevista no PL 3.592/2019. O projeto concede crédito presumido da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Segundo o relator da proposta, senador Jayme Campos (DEM-MT), a iniciativa pode trazer benefícios econômicos, ambientais e sociais. O parlamentar afirma que a proposta pode gerar renda para os trabalhadores e fortalecer a indústria de reciclagem.
“É uma forma de estimular a adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo, inclusive abrindo as portas ao sistema de logística reversa”, explica Campos.
Atualmente, o Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo. O dado, tirado de um relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, em sua sigla em inglês), revela ainda que recicla apenas 1% de todo esse lixo produzido – a média mundial é 9%. Isso quer dizer que dos 11 milhões de toneladas de lixo plástico produzido no ano, os brasileiros reciclam apenas 145 mil toneladas.
Outro estudo, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2017, mostra que apenas 13% dos resíduos sólidos vão para reciclagem. De acordo com a pesquisa, de 30% a 40% do montante descartado por dia poderiam ser reaproveitados e reciclados.
Benefícios na reciclagem
Com a aprovação do projeto, a fábrica de Adilson Valera Ruiz poderia ser diretamente beneficiada. A empresa mato-grossense Plastibras atua há 16 anos no setor de reciclagem e trabalha com embalagens plásticas de defensivos agrícolas de três estados – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia – e transforma o material em dutos para serem usados em obras de infraestrutura, como passagem de cabos elétricos, drenagem em área rural e em campos de futebol.
Além disso, os produtos da empresa sediada em Cuiabá também são encontrados em setores de energia elétrica, telecomunicações e edificações comerciais e residenciais. Adilson garante que o processo é 100% sustentável em todas as etapas. O trabalho dele e das mais de 100 pessoas que trabalham diretamente na empresa é pioneiro e referência no mundo inteiro quando o assunto é logística reversa.
“A fábrica também não tem esgoto, a gente faz o reuso da água”, orgulha-se Adilson. Geólogo de formação, ele diz que “cansou de ver” embalagens plásticas tendo destino inadequado. “Antigamente, elas eram queimadas ou eram enterradas em valas, porque não tinham utilidade ou destino adequado”, lamenta. “Reciclagem é uma tecnologia que deu certo e hoje grandes obras estão usando produtos com essas características”, ressalta.
O empresário lembra que a matéria-prima do setor de reciclagem, de um modo geral, é o lixo que a sociedade descarta. Mas aí é que começa o problema de Adilson, visto por ele como uma barreira para que mais empresas como a dele cresçam no setor. “Pegamos os rejeitos das indústrias e da sociedade em geral. Esse material, que já era considerado um lixo, é tratado e vira um novo produto, que já havia sito tributado em seu primeiro uso. Depois de ter virado lixo, a empresa coleta, faz um tratamento e o novo produto é tributado novamente. Essa é uma grande briga do setor de reciclagem no Brasil todo”, explica.
Com o PL, a ideia é que esse problema seja solucionado. Adilson já comemora caso seja aprovado pela Casa. Para ele, isso gerará mais condições para o setor ser mais competitivo. “Isso tudo depende dos impostos, a nossa carga tributária é muito grande. Isso seria uma forma de alavancar mais empregos, trazer tecnologia para o setor. Vejo isso com muito bons olhos.”
Reciclagem no MT
Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Reciclagem de Resíduos Industriais, Domésticos e de Pneus (Sindirecicle), o estado mato-grossense arrecada cerca de 50 mil toneladas por mês de sucatas e outros materiais recicláveis, como papelão, plástico, pneus e garrafas pet. Atualmente, o Mato Grosso conta com quase 200 empresas de reciclagem – dessas, cerca de 40 trabalham com todo o processo de transformação do material, tornando-o um novo produto – entre elas, a de Adilson.
Tramitação
O PL 3592/2019, de autoria do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), concede crédito presumido da Contribuição para o PIS/PASEP, da COFINS e do IPI às pessoas jurídicas que adquirirem sucatas, desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, de papel ou cartão, de vidro, de ferro ou aço, de cobre, de níquel, de alumínio, de chumbo, de zinco e de estanho e retalhos de tecidos para fabricação de novos produtos.
Atualmente, o projeto se encontra em discussão na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
| Agência Rádio Mais (publicado em 14-12-2019) | | | | Na semana em que se comemora o Dia de Combate à Corrupção, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) anunciou o projeto vencedor de seu 1° Concurso de Jogos Digitais.
A premiação é realizada em parceria com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o programa Nordic Dialogues. O concurso selecionou um game de interesse público que receberá apoio financeiro para seu desenvolvimento.
“Cidade do Amanhã” é um jogo virtual de cartas e estratégias para estimular jovens a pensarem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e incentivar a participação social.
Na semana em que se comemora o Dia de Combate à Corrupção, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) anunciou o projeto vencedor de seu 1° Concurso de Jogos Digitais.
A premiação é realizada em parceria com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o programa Nordic Dialogues. O concurso selecionou um game de interesse público que receberá apoio financeiro para seu desenvolvimento.
Foram recebidas 14 candidaturas, entre as quais se elegeu o jogo “Cidade do Amanhã”, idealizado por uma equipe de cinco jovens do Rio de Janeiro.
O projeto já está em fase de desenvolvimento, e o game finalizado será apresentado em fevereiro de 2020. O tema do concurso era o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, focado em promover sociedades pacíficas e inclusivas, proporcionar o acesso à Justiça e construir instituições eficazes.
O representante da equipe vencedora, Paulo Eduardo Aragon, esteve em Brasília (DF) para receber o certificado de premiação e apresentar o projeto, em detalhes, para a equipe do PNUD e instituições parceiras.
“Cidade do Amanhã” é um jogo virtual de cartas e estratégias para estimular jovens a pensarem nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e incentivar a participação social. Nele, os jogadores assumem o papel de um personagem (que pode ser de um dos três poderes, da sociedade civil ou uma empresária ou empresário) e tomar decisões que levam a cidade rumo ao desenvolvimento sustentável.
Para o líder da equipe vencedora, atualmente o mercado se dedica pouco à área de jogos educativos. “Nós, jovens, olhamos a educação e vemos potencial. Nossa maior preocupação é usar técnicas de jogos de sucesso, que engajam, tornando a fantasia do jogo um elemento educativo”, explicou Aragon durante a entrega do certificado.
“Os jovens são o presente, não o futuro”, afirmou a representante-residente do PNUD, Katyna Argueta, no encontro para a certificação. “Se consideramos verdadeiramente que a juventude é a maior parte da população mundial e que ela está mais concentrada nos países em desenvolvimento, compreenderemos que precisamos focar em políticas públicas destinadas a eles”, disse.
Na opinião de Katyna, a busca por sociedades mais justas é uma das responsabilidades da comunidade internacional, que deve facilitar o diálogo e promover parcerias.
Para a gerente de projetos do PNUD, Raíssa Teixeira, a pauta da governança democrática e inclusiva é um dos pilares do trabalho da organização no Brasil. “É um tema que diz respeito ao fortalecimento das instituições, via transparência ativa, bem como de aumento das capacidades da sociedade para apropriação do que é coletivo”, afirmou. Como público alvo do concurso é de adolescentes, a ferramenta criada pretende também ser parte de uma estratégia de advocacy e de engajamento cívico.
Para a promotora de Justiça do CNMP, Luciana Asper y Valdés, para fortalecer instituições de forma efetiva, é preciso que as pessoas se aproximem da noção de integridade, desenvolvendo verdadeiro desejo de se engajar com causas como o combate à corrupção: “Unir tecnologia, jovens e gamificação nos pareceu uma forma de iniciar essa parceria. Os jovens só precisam ser fomentados, estimulados: se a gente dá um pouco, devolvem um universo para nós”.
| Editora EXpressão ( publicado em 13-12-2019) | | | | O estado de Santa Catarina, por meio do Instituto do Meio Ambiente e em parceria com as secretarias de Estado da Educação, da Saúde, do Desenvolvimento Econômico e Sustentável, de Administração Prisional e com a Polícia Militar Ambiental, lança nesta quarta-feira, às 10h, o projeto “Penso, Logo Destino”. A finalidade é conscientizar o envolvimento de todos os catarinenses pro descarte correto dos resíduos sólidos.
Com o lançamento, SC se torna o primeiro estado brasileiro a fazer a articulação da Logística Reversa, atuando como o mediador entre os comerciantes, administração municipal e população pro descarte adequado dos resíduos, e as entidades gestoras que realizam a coleta do material recolhido.
No Brasil, há ações isoladas de municípios no intuito de garantir que os resíduos completem o ciclo da Logística Reversa, mas uma operação sistematizada que tem como foco atingir todas as cidades é ação inédita no país.
O Programa Penso, Logo Destino, idealizado pela Coordenadoria Regional do IMA em Florianópolis, será executada em três etapas: Logística Reversa, Reciclagem e Resíduos Orgânicos. A intenção é que após o desenvolvimento das três fases do projeto, Santa Catarina seja o estado brasileiro que mais recicla e reutiliza e que menos produz resíduo.
Logística Reversa
A primeira fase do Projeto consiste na implantação de ações voltadas aos consumidores para a devolução dos produtos e embalagens após a utilização.
Os produtos que devem ser devolvidos aos comerciantes são lâmpadas fluorescentes, eletroeletrônicos e seus componentes, resíduos e embalagens de óleos lubrificantes e de agrotóxicos, pneus, pilhas e baterias.
Já os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm, nesta etapa, a responsabilidade de estruturar e implementar sistemas de logística reversa para que o material recolhido tenha a destinação adequada e mais ecologicamente correta.
Para isso, o IMA vai firmar parcerias com entidades gestoras responsáveis pelo recolhimento e destinação de produtos como lâmpadas, eletroeletrônicos, pneus, embalagens de agrotóxicos e óleos, pilhas e baterias que irão instalar pontos de coleta nos municípios que aderirem ao Programa, além de promover, em parceiras com as instituições parceiras, campanhas de conscientização e arrecadação dos materiais.
Por meio do recolhimento, os materiais recebem a destinação correta e muitos, inclusive, são transformados em novos produtos ou utilizados para outros fins, como é o caso do pneu que pode ser usado na construção civil e até na siderurgia.
| Diarinho ( publicado em 16-12-2019) | | | | Hoje, as cafeteiras vem aos poucos ganhando o coração de todos ao redor do mundo. Com suas diversas opções de sabores, entre as mais famosas são aquelas que utilizam cápsulas para desenvolver um café quentinho e bem diferente do tradicional coado. Já se perguntou onde vai parar todas aquelas cápsulas? Pois nós te contamos que na Suécia elas viram bicicletas!
Uma empresa sueca passou a construir suas bicicletas com alumínio reciclado. Se trata de alumínio reaproveitado de cápsulas de café pós consumo, projeto realizado em parceria com a Nespresso.
Foi nomeada como RE:CYCLE, é necessário 300 cápsulas de café para cada bicicleta. Em um conjunto de design suntentável, a beleza se demonstra nos detalhes. Seu quadro roxo representa um aroma da marca, o sino lembra uma cápsula e a cesta possui dois porta-copos.
bicicleta de capsula editado banco - Cápsulas de café recicladas se tornam bicicletas na Suécia
O fabricante Vélosophy (que também produz alguns outros modelos) citou que a cada bicicleta vendida outra é doada a um estudante de outro país em desenvolvimento.
“Criamos a Vélosophy com um propósito claro: ter um impacto positivo no mundo. Este propósito impulsiona tudo o que fazemos, desde a nossa promessa de doar bicicletas até a produção de elegantes bicicletas urbanas a partir de alumínio reciclado”, relatou Jimmy Östholm, CEO e fundador da companhia.
As bicicletas são vendidas por 1.290 euros e a RE:CYCLE possui edição limitada.
O alumínio é um material que pode ser derretido e reutilizado milhares de vezes tornando um recurso totalmente valioso.
| Revista CarpeDien ( publicado em 10-12-2019) | | | | Nanopartículas de prata são injetadas na espuma reciclada a partir do isopor
O poliestireno expandido (EPS), conhecido pela marca comercial “Isopor”, também é um plástico e deve ser reciclado. Na Paraíba uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) reutiliza o Isopor para produzir um filtro de água. O poliestireno é transformado em uma espuma sólida que é a base para substâncias que degradam toxinas.
Hoje o Brasil recicla uma média de 30% do Isopor utilizado, conforme dado da Plastivida – Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos.
O problema para reciclar esse material, apontado pelo professor Dr. Rodrigo José de Oliveira, membro permanente do Programa de Pós-graduação em Química da UEPB, é que é necessário muito volume de Isopor para extrair um quilo de material reciclável.
O Dr. Rodrigo, juntamente com sua equipe de pesquisa, desenvolveu um filtro de água capaz de eliminar toxinas da água mesmo depois de tratada, as microcistinas. Elas são originadas pelas cianobactérias, comuns em reservatórios mais vazios, onde a quantidade de bactérias aumenta muito. Quando ingeridas constantemente e em excesso, esse poluente causa infecções e pode levar ao câncer.
O especialista conta que o filtro é uma espuma reciclada a partir do isopor. Nessa espuma são injetadas nanopartículas de prata. “O que acontece: as pequeníssimas partículas de prata tem uma maior capacidade de degradar as microcistinas, resultado do seu tamanho nanométrico. Chamamos tecnicamente de um processo catalítico oxidativo, mas também se enquadra na nanotecnologia”. Os nanomateriais apresentam novas propriedades nesta escala de tamanho. O sucesso desse resultado se deve a isso.
Essa pesquisa teve início por volta de 2012, depois que Rodrigo Oliveira concluiu o doutorado “sanduíche” pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com estágio na Universidade de Bristol, na Inglaterra. No exterior ele estudava com o grupo de pesquisa liderado pelo professor Dr. Julian Eastoe. O pesquisador teve a oportunidade de conhecer dois trabalhos que traziam princípios básicos das técnicas empregadas que levaram, na Paraíba, ao reuso de isopor. Quando o Dr. Rodrigo começou a lecionar na UEPB, decidiu mudar sua linha de pesquisa e mergulhar na investigação desses novos materiais.
Com uma equipe enxuta na Paraíba, mas em contato com o professor Eastoe, os pesquisadores reutilizaram o isopor descartado como lixo para criar um sólido poroso, ao qual chamaram de “nanoespuma”. Esse sólido é a base para as nanopartículas agirem. “Descobrimos um fim nobre para uma poluição que tem mobilizado governos de países industrializados”, diz o Dr. Rodrigo Oliveira, ainda assim alertando para o consumo excessivo de isopor em embalagens para refeições, copinhos de café, bandejas de frios, os envoltórios de produtos frágeis.
Testes comprovam a eficiência da purificação
O filtro de nanoespuma foi testado preliminarmente em uma água contaminada por um corante magenta chamado rodamina B, tóxico para o sistema reprodutivo e neurológico, e pode até provocar câncer. O filtro conseguiu degradar 98,2% da rodamina B. Foram reutilizadas e degradaram mais de 96% da rodamina B nos quatro primeiros ciclos.
O próximo passo a ser dado pelos pesquisadores é comprovar a tese de que esse material poderá eliminar as microcistinas. Para isso, a nanoespuma será testada em águas de reservatórios na região rural do interior da Paraíba, onde esse poluente é comum. Nessa etapa o professor Dr. Wilton Lopes, do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental da UEPB se integrará ao time, o que tornará possível, também, aumentar a escala de produção e aplicação destes materiais para maiores volumes de água.
| Canal Ambiental ( publicado em 16-12-2019) | | | | O equipamento criado por acadêmicos do IFCE, campus Quixadá, possibilita utilizar o líquido condensado dos aparelhos em hortas suspensas. Além disso, a invenção pode ser utilizada para lavar banheiros, pisos e aguar jardins
Região
O equipamento foi inventado por alunos do curso de Engenharia Ambiental A invenção será instalada, no próximo ano, nos aparelhos de ar-condicionado do IFCE Foto: Alex Pimentel.
Estudantes do curso de Engenharia Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, em Quixadá, desenvolveram um protótipo capaz de reutilizar a água de ar-condicionado e aplicá-la em hortas suspensas.
Dezembro é um mês marcado pela elevação no consumo de água. A soma de fatores como, o início das férias escolares e o período com temperaturas mais quentes, resulta numa maior demanda hídrica. Para se ter uma ideia, o Ceará possui, de acordo com a Funceme, cinco municípios na lista com as maiores temperaturas máximas médias do País no mês de dezembro.
Diante deste cenário, é fundamental e imprescindível o uso consciente da água aliado a práticas de reúso. Preocupados com o futuro hídrico do Estado, onde 43 reservatórios estão no volume morto ou secos, e 89 possuem, atualmente, menos de 30% de sua capacidade, estudantes do curso de Engenharia Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), em Quixadá, desenvolveram um protótipo capaz de reutilizar a água condensada de aparelhos de ar-condicionados e aplicá-las em hortas suspensas.
Segundo o professor Lucas da Silva, os protótipos já foram testados, aprovados e serão instalados nos mais de 60 equipamentos da Universidade no início de 2020, quando começa o ano letivo. A água reutilizada vai irrigar as mini-hortas com opção de plantio de hortaliças de pequeno porte ou plantas ornamentais.
O processo é totalmente automatizado. A invenção conta com um sistema de irrigação por capilaridade, e uma placa eletrônica, de arduino, para programar o gotejamento. Desta forma, a única preocupação do usuário será a de colher os vegetais quando estiverem prontos para consumo. O equipamento foi desenvolvido pelos acadêmicos Nidson Maia Maciel, Ariane de Brito Silva e Alice Ferreira Mendes.
Desenvolvimento
A ideia surgiu há dois anos, quando o grupo ainda estudava na Escola Maria Edilce Dias Fernandes, na cidade vizinha, Ibicuitinga, onde concluíram o ensino médio. Nidson conta que o desejo de "criar algo para economizar água" surgiu ao ver as dificuldades do pai, agricultor, na roça plantada na localidade de Cipó dos Anjos, na zona rural de Quixadá. "Ainda pequenos, aprendemos a não desperdiçar", acrescenta o acadêmico.
Orientador do projeto, o docente Lucas da Silva, PhD em Desenvolvimento do Meio Ambiente, considera a proposta dos três alunos interessante. "Eles encontraram uma solução para um problema do nosso dia a dia. Geralmente, essa água vai embora pelo ralo. A ideia de dar uma utilidade a ela, inclusive para serviços domésticos, já que o excedente será armazenado em um depósito e usado para lavar banheiros, pisos e até nos jardins, merece atenção e interesse de empresários", ressaltou.
Ariane de Brito explica que um ar-condicionado de 9 mil BTUs condensa de 12 a 15 litros de água a cada 8h ligado. Os mais potentes, de 12 mil BTUs, também muito comuns para uso doméstico, produzem em média 20 litros pelo mesmo período de funcionamento. Toda essa água, agora, será reutilizada no campus de Quixadá, e a expectativa é que o protótipo seja patenteado e, posteriormente, comercializado. Alunos e professores da disciplina de Administração, também do IFCE, ficarão responsáveis por sugerir a melhor forma de aplicar o invento no mercado, definindo, por exemplo, valores.
Ao tomar conhecimento do protótipo, o engenheiro mecânico Newton Victor Filho, no ramo há mais de 40 anos, avaliou que a invenção pode ter boa aceitação no mercado diante do apelo e da necessidade do uso consciente de água. Ele observa ainda que o número de aparelhos condicionadores de ar cresceu nos últimos anos devido à baixa no valor praticado, aliado ao aumento no poder de consumo.
Importância
O desafio na utilização correta da água se torna vital diante da intensa variabilidade climática do Ceará. As chuvas se concentram entre os meses de fevereiro a maio. Fora deste período, o Estado convive com chuvas espaçadas e de baixa intensidade.
Segundo o secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, "gestão de água não é só gerir o recurso hídrico existente, mas está associada à operação, manutenção e economia da estrutura hídrica de forma planejada. Do contrário, há o risco de se ter falta de água",
Apesar da quadra chuvosa de 2019 ser uma das melhores dos últimos anos, as chuvas que atingiram o Ceará foram irregulares e não trouxeram aporte suficientemente aos principais reservatórios do Estado. Atualmente, o volume armazenado nos açudes do Ceará é de apenas 15,14%.
| Diário do Nordeste ( publicado em 14-12-2019) | | | |
|
| | |
|
|