| 01 de JuLho de 2019
Segunda-feira
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Em 01/07/2019
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Para Rogelio Golfarb, é importante que acordo venha de maneira gradual
São Paulo
Há mais de três décadas no setor, Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul, acompanhou os 20 anos da negociação entre União Europeia e Mercosul. O desfecho foi considerado importantíssimo por ele, muito porque vem “de maneira bem gradual”.
No mercado automotivo, haverá carência de sete anos até que as alíquotas de importação, hoje em 35%, caiam. Para ele, é tempo para o país resolver o ajuste fiscal e se preparar para a revolução de carros autônomos e elétricos.
Enquanto isso Após a aprovação do acordo, não vem redução tarifária por sete anos, mas no período há uma cota de importação de 50 mil veículos. “É uma cota pequena no contexto do mercado brasileiro, e é para o Mercosul”, diz.
Sobrevivência Para Golfarb, é complicado para o país abrir um mercado como este quando a prioridade é a Previdência. “Após o sétimo ano, exportar e ter níveis altos de competitividade global não é uma questão de oportunidade, é sobrevivência. Temos de estar preparados.”
Lição de casa Dá para fazer, mas é preciso começar já, ele diz. “Hoje, a prioridade estratégica é ajuste fiscal, com razão, mas exportação tem que ser também. É como futebol: quem não ataca leva gol. Quando se faz um acordo dessa magnitude e se assume que em alguns anos a tarifa será zero, precisa estar afiado na competitividade dos seus produtos.”
Receita O VP da Ford cita um tripé que daria poder à exportação, mas é insolúvel no curto prazo: 1) questão tributária, 2) crédito e 3) infraestrutura logística, nos aspectos de marco regulatório, cabotagem, portuário e outros.
| Folha de S. Paulo | | | | A lista de produtos típicos europeus protegidos no Brasil saltará de sete para 357 após a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), assinado na semana passada. Em contrapartida, o governo pediu que 61 bens exclusivamente brasileiros não possam ser replicados com o mesmo nome na Europa. O Itamaraty ainda não confirmou se todos entraram no texto final do tratado.
Além da redução de tarifas comerciais, o acordo traz um capítulo sobre propriedade intelectual que ampliará o rol de bens que deverão contar com proteção especial pelos governos dos dois blocos. A lista é composta principalmente por alimentos e bebidas com selos de “indicação geográfica”, que atestam que aquele produto só pode ser produzido com aquele nome em determinado local.
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – ligado ao Ministério da Economia – só reconhece hoje nove denominações de origem estrangeira, sendo sete europeias. Nenhuma empresa brasileira pode produzir e vender com esses nomes Vinhos Verdes e Vinhos do Porto (Portugal); Cognac, Champagne e queijo Roquefort (França); presuntos San Daniele e Vinhos de Franciacorta (Itália).
A partir da ratificação do acordo, outros 350 produtos também ganharão essa proteção no Mercosul, aumentando em muito as restrições a determinados setores da indústria, sobretudo para fabricantes de queijos, embutidos e bebidas.
Entre os itens destacados pela própria UE após a assinatura do acordo estão o presunto tirolês (Áustria), o queijo Herve (Bélgica), a cerveja de Munique (Alemanha), o queijo Comté (França), o presunto de parma (Itália), a vodca polonesa, o queijo São Jorge (Portugal), o vinho tokaji (Hungria) e o presunto jabugo (Espanha).
A lista de produtos brasileiros levados pelo Mercosul nas negociações é bem menos extensa. Atualmente, o INPI reconhece indicações geográficas de 61 produtos regionais, e todos foram colocados na mesa de debate com os europeus.
As cachaças de Paraty (RJ), Salinas (MG) e Abaíra (BA) encabeçam a lista. A relação de queijos não chega perto em quantidade das dezenas de laticínios protegidos dos europeus, mas inclui os queijos Canastra e Serro (MG), além do Colônia Witmarsum (PR).
As indicações geográficas brasileiras incluem tipos regionais de vinhos, arroz, mel, cacau, própolis, café, camarão, frutas diversas, carne, doces e biscoitos. Variedades de pedras, mármores, calçados, têxteis, artesanatos e até peixes ornamentais também constam na lista.
Há dois tipos de “indicação geográfica” reconhecidos pela maioria dos países. A “indicação de procedência” diz respeito à fama que determinado produto adquiriu por ser vinculado à região que o produz. É o caso das “Uvas do Vale do São Francisco”. Já o selo de “denominação de origem” requer processo mais apurado de validação científica, pois trata de produtos que têm características só encontradas nas regiões onde são produzidos. São os casos do “Própolis Vermelho dos Manguezais de Alagoas” e da “Pedra Carijó do Rio de Janeiro”.
| Tribuna PR | | | | Depois de longas negociações, tropeços e demora (o processo teve início no ano de 1999), saiu o tão esperado “Acordo de Associação Mercosul-União Europeia”, concluído em 28 de junho passado em Bruxelas. O feito recompensa os esforços do governo Bolsonaro (embora há de se lembrar o mérito de Michel Temer por retomar as negociações) por uma maior abertura econômica do Brasil ao mercado internacional, bem como a reconfiguração do bloco do Mercosul como propulsor de desenvolvimento regional.
O acordo estabelece as bases para as relações políticas e econômicas entre os países membros do Mercosul e os países da União Europeia (UE), sobretudo as relações multilaterais de comércio de bens e serviços, investimento, intercâmbio tecnológico e fluxo financeiro. De saída vale lembrar que, em razão do aumento da população mundial e da busca de superação da pobreza, a tendência é que essas relações multilaterais cresçam a taxas anuais superiores à taxa de crescimento populacional global.
Há justificada esperança de que os acordos entre blocos de países contribuam para aumentar a produtividade do trabalho internamente e faça aumentar a capacidade de competitividade das nações. No caso do Brasil, espera-se que o acordo Mercosul-União Europeia eleve a competitividade sistêmica da economia brasileira e tenha, como um dos efeitos principais, o barateamento dos bens de capital, bens de consumo e serviços para os produtores e consumidores nacionais. De forma resumida, a expectativa é de que esse acordo ajude o país a crescer, a melhorar a renda por habitante, a reduzir a pobreza e a aumentar o nível de emprego.
O acordo comercial entre o Mercosul e a UE cria uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, representa o maior e mais complexo acordo que o Mercosul já negociou e atinge larga extensão ao estabelecer regras tarifárias, normas regulatórias de tributação e de serviços, compras governamentais, maior abertura comercial, questão de barreiras técnicas, medidas sanitárias e temas de propriedade intelectual. Para o Brasil, o acordo se insere na política de maior inserção internacional, ampliação da abertura ao comércio exterior e ampliação dos mercados para bens e serviços brasileiros.
O acordo abrange três pilares essenciais: diálogo político, cooperação e livre comércio, cujos detalhes são bem amplos e pegam uma gama de temas vinculados aos três pilares, fazendo que este seja o acordo mais amplo e mais significativo para os países do Mercosul, do qual se espera contribuição significativa para o progresso da América do Sul, sobretudo porque os termos do acordo equilibram as condições de competição com outros países que já têm acordos de livre comércio com a UE. Assim, o acordo ajudará a reverter a condição de desigualdade que os países do Mercosul têm de enfrentar para ter acesso a um mercado de 510 milhões de pessoas.
O Brasil será beneficiado em vários aspectos, incluindo os produtos agrícolas que terão suas tarifas eliminadas, a exemplo de suco de laranja e outras frutas, café solúvel, peixes e óleos vegetais, e o acesso preferencial para exportadores brasileiros de carnes bovina, suína e de aves, açúcar, etanol, arroz, ovos e mel. Outro ponto, cujo detalhamento virá mais adiante, refere-se à eliminação de tarifas na exportação de 100% de produtos industriais brasileiros.
O acordo prevê ainda melhoria nas normas não tarifárias, com vistas a estimular o ambiente de negócios, redução das restrições ao comércio e maior segurança jurídica aos investimentos. As definições sobre os aspectos da cooperação estão em fase de finalização e devem fixar novas bases para o fortalecimento das relações em áreas estratégicas como ciência, tecnologia e inovação, defesa, infraestrutura, meio ambiente, energia, segurança cibernética, educação, direitos do consumidor e combate ao terrorismo.
O acordo é extenso, vai muito além dos aspectos aqui citados, mas seguramente vem carregado de otimismo e expectativas positivas para o crescimento econômico, o desenvolvimento social e a melhoria das relações dos países membros do Mercosul com o resto do mundo. Os próximos passos incluem o envio do acordo, pela Presidência da República, para o Congresso Nacional e, após aprovação, o Senado deve dar autorização ao Poder Executivo para ratificar o acordo. Esse processo na União Europeia é parecido, cabendo ao Parlamento Europeu a apreciação em nome dos países membro daquela comunidade. O acordo foi um grande passo para o desenvolvimento do Brasil e dos países vizinhos.
| Gazeta do Povo (publicado em 30-06-2019) | | | | Tratado reúne um PIB de US$ 19 trilhões e um mercado de 750 milhões de pessoas, com US$ 101,6 bilhões de comércio bilateral e impacto significativo para a indústria brasileira
O acordo prevê um período de mais de uma década de redução de tarifas
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera o acordo entre Mercosul e União Europeia o mais importante acordo de livre comércio que o Brasil já firmou. O tratado abre o mercado europeu para bens agrícolas industriais e prestadores de serviços brasileiros. Assim que for internalizado, os produtos nacionais passarão a ter acesso preferencial a 25% do comércio do mundo com isenção ou redução do imposto de importação. Atualmente, eles só entram, nessas condições, em 8% dos mercados internacionais.
O acordo reduz, por exemplo, de 17% para zero as tarifas de importação de produtos brasileiros como calçados e aumenta a competitividade de bens industriais em setores como têxtil, químicos, autopeças, madeireiro e aeronáutico. De acordo com estudo da CNI, dos 1.101 produtos que o Brasil tem condições de exportar para a União Europeia, 68% enfrentam tarifas de importação ou quotas. Além disso, dados da indústria mostram que o agronegócio consome R$ 300 milhões em bens industrializados no Brasil para cada R$ 1 bilhão exportado.
“Esse acordo pode representar o passaporte para o Brasil entrar na liga das grandes economias do comércio internacional. Cria novas oportunidades de exportação devido à redução de tarifas europeias, ao mesmo tempo que abre o mercado brasileiro para produtos e serviços europeus, o que exigirá do Brasil aprofundamento das reformas domésticas. O importante é que essa mudança será gradual, mesmo assim as empresas devem começar a se adaptar a essa nova realidade”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Para os países do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o acordo prevê um período de mais de uma década de redução de tarifas para produtos mais sensíveis à competitividade da indústria europeia. No caso europeu, a maior parte do imposto de importação será zerada tão logo o tratado entre em vigor. O acordo cobre 90% do comércio entre os blocos.
Os dois blocos formarão uma área de livre comércio que soma US$ 19 trilhões em Produto Interno Bruto (PIB) e um mercado de 750 milhões de pessoas. A depender do movimento europeu de abertura de seu mercado agrícola, o acordo pode agregar US$ 9,9 bilhões às exportações do Brasil para a União Europeia, segundo cálculos da CNI. Um aumento de 23,6% em dez anos, com potencial de gerar 778,4 mil empregos.
Na avaliação da indústria, esse aumento nas exportações não é trivial. Entre 2012 e 2016, as exportações brasileiras para os europeus caíram de US$ 49,1 bilhões para US$ 33,4 bilhões. Registrou leve recuperação em 2017 e encerrou 2018 em US$ 42,1 bilhões. Desse total, 56% foram de bens industrializados.
| CNI (publicado em 28-06-2019) | | | | Acordo UE-Mercosul tem efeito ainda desconhecido sobre setor automotivo
Mecanismos de cotas e redução gradual de tarifas só serão divulgados mais adiante
Ainda é desconhecida em que extensão o setor automotivo brasileiro será afetado pelo acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul, anunciado na sexta-feira, 28, após 20 anos de negociações. Isso porque ainda são desconhecidos os mecanismos de cotas e reduções graduais de tarifas, que só serão divulgados nos próximos meses, após um longo caminho de formalizações jurídicas, revisões do texto pelas partes envolvidas, assinatura formal dos países e aprovação dos respectivos parlamentos. Por esse motivo, a Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos no Brasil, prefere não se pronunciar sobre o acordo até que todas as suas regras e implicações sejam entendidas.
Segundo as primeiras notícias divulgadas, o entendimento entre os dois blocos comerciais prevê que mais de 90% do comércio internacional entre os quatro membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e 28 países da UE terá as tarifas de importação zeradas no prazo de até 10 anos, incluindo 100% dos produtos industriais – o que, em tese, deve beneficiar veículos e autopeças.
O que não se sabe é qual será a velocidade dessa degravação de alíquotas aduaneiras. Integrantes da Anfavea sempre afirmam que são a favor da maior abertura comercial do País, mas defendem a redução gradual das tarifas ao longo de dez anos, para dar tempo à indústria nacional de alcançar os mesmos níveis de produtividade e competitividade de preços dos fabricantes europeus.
Atualmente, o Brasil aplica a veículos importados de fora do Mercosul e México tarifa de 35%, o maior imposto de importação permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Para autopeças a tarifação varia entre 14%, 16% e 18%, dependendo do produto, mas pode ser de 2% para componentes sem produção nacional, ou de zero se este recurso for investido na nacionalização.
A corrente de comércio do setor automotivo é amplamente favorável aos europeus. Segundo acompanhamento do Sindipeças, em 2018 a Europa foi o quarto maior comprador de autopeças brasileiras, as exportações para lá somaram cerca de US$ 1,7 bilhão, ou 21,3% do total exportado pelos fabricantes instalados no Brasil. Na mão contrária, no mesmo período foram importados US$ 4,2 bilhões em componentes automotivos de países europeus, que responderam por 31% das importações do setor.
Inexistem atualmente exportações de automóveis brasileiros para a Europa, que em contrapartida enviaram ao Brasil em 2018 perto de US$ 700 milhões em veículos de passageiros de alto valor agregado. Com o livre comércio, as indicações atuais levam a crer que essa balança deve continuar pendendo mais favoravelmente para o lado dos europeus.
ANEXO AUTOMOTIVO
Segundo documento divulgado pelo governo brasileiro, entre as negociações de barreiras técnicas ao comércio bilateral foi criado um “anexo automotivo”, que desde já determina a aceitação mútua de resultados de testes emitidos para avaliação da conformidade, diminuindo custos relacionados à dupla testagem. Com isso, em tese, um veículo homologado por autoridades europeias em testes de emissões e equipamentos de segurança para rodar na União Europeia seria aceito no Mercosul sem a necessidade de nova homologação – e o mesmo valeria na mão inversa.
| Automotive Business (publicado em 28-06-2019) | | | | A alta verificada no PMI Industrial do Brasil em junho, de 0,8 ponto para 51 pontos em relação a maio foi determinada pelo aumento de pedidos. As empresas indicaram que as condições de demanda melhoraram no final do segundo trimestre. Os dados sugeriram ainda que o mercado interno foi a principal fonte de crescimento das vendas, já que as exportações se contraíram ao menor nível dos últimos 29 meses.
“A fim de cumprir seus pedidos de venda e criar reservas de estoques, os produtores de mercadorias aumentaram suas quantidades de compras em junho. A recuperação no volume de compras de insumos aconteceu após ter caído em maio”, dizem os técnicos da IHS Markit.
Os fornecedores, segundo a Markit, foram capazes de acomodar confortavelmente o crescimento na demanda de insumos, o que ficou provado pelos prazos mais curtos na entrega dos materiais comprados. “Como resultado, os estoques de pré-produção dos fabricantes aumentaram ainda mais”, dizem os técnicos da Markit.
De modo geral, o sentimento em relação aos negócios melhorou e interrompeu um período de 19 meses de baixa até maio. As empresas começara a antecipar contratos para diversificação de produtos e reformas estruturais nas plantas para ajudar o crescimento da produção nos próximos doze meses.
Por outro lado, os custos de insumos aumentaram novamente, o que as empresas atribuíram à valorização do dólar americano, tornando os materiais importados mais caros. A taxa de inflação permaneceu acentuada, apesar de ter se atenuado e atingido o menor nível em três meses.
“Para manter os custos sob controle, as empresas reduziram ainda mais o número de funcionários e aumentaram seus preços. A inflação de preços cobrados alcançou sua maior alta em oito meses”, dizem os especialistas da Markit.
| Tribuna PR | | | | O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 0,6 ponto em junho ante maio, para 92,6 pontos, informou nesta segunda-feira, 1, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice diminuiu 0,4 ponto, a quarta queda consecutiva.
“A primeira alta da confiança empresarial desde janeiro é um resultado favorável, mas que deve ser interpretada como uma acomodação e não como um marco de reversão da tendência declinante dos meses anteriores. Somente uma mudança no quadro atual, que combina nível de atividade fraco e incerteza elevada, levará a uma recuperação consistente da confiança. Entre os setores, destaca-se o primeiro sinal positivo da Construção no ano, enquanto a indústria de transformação segue patinando”, avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
Em junho, o Índice de Situação Atual (ISA-E) subiu 0,3 ponto, para 89,9 pontos. Apesar da ligeira melhora, o ISA-E tem oscilado numa estreita faixa em torno dos 90 pontos – considerada baixa em termos históricos – desde março de 2018.
Já o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 1,1 ponto no mês, para 99,3 pontos, recuperando parte da perda acumulada nos dois meses anteriores.
Houve piora na confiança em junho apenas da Indústria, que recuou 1,5 ponto. O setor de Serviços avançou 2,2 pontos, o Comércio cresceu 1,2 ponto, a Construção subiu 2,1 pontos.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 4.543 empresas dos quatro setores entre os dias 3 e 25 de maio.
| Tribuna PR | | | | Confiram a Pesquisa CNI Ibope sobre a avaliação do governo.
Os três indicadores que medem a popularidade do presidente Jair Bolsonaro registram piora entre abril e junho de 2019. O percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo sobe de 27% para 32%, enquanto o percentual da população que avalia o governo como ótimo ou bom oscila, indo de 35% para 32% (dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais para cima e para baixo).
Junho/2019
| CNI | | | | Na indústria 4.0, a inovação não está presente apenas na automação e na adoção da inteligência artificial. Além de novas tecnologias, há um conjunto de metodologias — incorporadas já há alguns anos por startups — que passaram a ser aplicadas também na manufatura para torná-la mais eficiente e menos onerosa.
A manufatura enxuta é uma filosofia de gestão focada na melhora de gestão, redução de desperdícios e aumento da produtividade — avanços fundamentais para uma indústria se manter competitiva no mercado hoje em dia.
A sondagem especial “Manufatura Enxuta na Indústria de Transformação Brasileira” realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com 2.338 indústrias de transformação do Brasil neste ano aponta que os setores de veículos automotores, equipamentos de informática e metalurgia são os que mais aplicam as técnicas. Os que menos adotam a metodologia, por outro lado, são os de alimentos, artefatos de couro e móveis.
De acordo com Vinícius Fornari, especialista em políticas e indústria da CNI, o tempo de transformação da indústria varia de setor para setor, mas o importante é que todas as empresas se modernizem. “Os segmentos que mais avançaram têm o centro de negócios ligado à tecnologia, então é natural que estejam mais adiantados”, explica.
Scania investiu R$ 340 milhões em fábrica 100% automatizada
A Scania, fabricante sueca de caminhões, ônibus e motores a diesel, é uma das indústrias que está em plena transformação. Em agosto do ano passado, a multinacional inaugurou uma fábrica 100% automatizada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a partir de um investimento de R$ 340 milhões.
E junto com os 75 novos robôs adquiridos exclusivamente para o processo de solda de cabinas, o processo de trabalho da equipe também foi modernizado. Não à toa, a montadora afirma ter investido também em processos mais inteligentes e eficientes, que resultam principalmente na redução do consumo de energia e no reaproveitamento da água da chuva.
Pelo menos 15 técnicas enxutas estão presentes nas indústrias brasileiras
Existem diversas técnicas para enxugar custos e processos em uma indústria. E quanto maior a empresa, mais ações podem ser implantadas. A sondagem da CNI levantou as 15 principais técnicas de manufatura enxuta adotadas no Brasil, como: padronização de atividades, redução de perdas, distribuição de trabalho por ferramentas gráficas e monitoramento da eficiência produtiva.
Na prática, a pesquisa aponta que 63% das indústrias adotam pelo menos uma das técnicas para reduzir o desperdício, os defeitos e o retrabalho. O aumento da produtividade, por sua vez, atrai 59% das empresas. Com 44% das menções, a metodologia enxuta é vantajosa pela qualidade de produtos e serviços (confira mais informações no gráfico acima).
“Diante do desafio da indústria 4.0, a melhoria da gestão nas empresas se torna ainda mais relevante, pois é essencial eliminar perdas e enxugar processos”, justifica Samantha Cunha, economista da CNI responsável pela sondagem.
E o enxugamento de custos e processos gera impacto direto no segmento como um todo, segundo a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial). Levantamento realizado em junho pela agência aponta que os ganhos de eficiência produtiva das empresas brasileiras que adotaram as técnicas da indústria 4.0 são equivalentes a uma economia de R$ 31 bilhões. Há também uma redução adicional de R$ 7 bilhões com a diminuição de custos com energia.
“As pequenas e médias empresas têm mais dificuldade de adaptação porque são mais vulneráveis ao mercado e têm menos recursos para investir em tecnologia”, adverte Bruno Jorge, coordenador de indústria 4.0 da ABDI.
Na avaliação de Jorge, as pequenas indústrias devem priorizar a digitalização de dados e a modernização de processos internos antes de investirem em robótica. “Robôs exigem muito investimento financeiro e maturidade da companhia. Há etapas que precisam ser concluídas primeiro”, aconselha.
| | | | | Escalada de preços afeta indústria e ainda não sofreu impacto da queda nas cotações internacionais do petróleo
O preço do gás natural para a indústria atingiu no primeiro trimestre o maior valor pelo menos desde 2012, quando o MME (Ministério de Minas e Energia) começou a compilar valores médios de venda do combustível pelas distribuidoras.
A escalada se intensificou nos últimos dois anos e vem afetando a atividade de setores dependentes do produto, que acompanham com expectativa os planos do governo para tentar reduzir os preços via quebra de monopólios no setor.
Segundo o MME, o gás natural vendido a indústrias com consumo médio (de 20 mil a 50 mil metros cúbicos por dia) custou R$ 2,27 por metro cúbico no primeiro trimestre, alta de 32,8% acima da inflação em relação ao vigente em 2017.
A alta acompanha principalmente a variação do câmbio, que como ocorre na gasolina e no diesel, compõe a fórmula de preços da Petrobras para o gás, ao lado das cotações internacionais do petróleo.
Ao contrário desses combustíveis, porém, os reajustes são trimestrais e baseados na variação de trimestres anteriores —por isso ainda não houve repasse da queda das cotações internacionais nos últimos meses.
“Trazendo para real, [o preço praticado hoje pela Petrobras] é o mais caro da história”, diz a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan (Federação das Indústrias do Rio), Karine Fragoso.
“A gente não tem isonomia para competir.” Entidades industriais reclamam que o cenário vem afetando a capacidade da indústria nacional para enfrentar a concorrência. O setor químico, por exemplo, coleciona em 2019 recordes negativos de ociosidade e importações.
Segundo a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) a taxa de utilização do parque fabril do setor é hoje de 73%, a menor da história. “O nível adequado teria que ser entre 92% e 93%”, diz a diretora de Economia e Estatística da entidade, Fátima Giovanna.
A ociosidade ocorre em um momento em que o mercado é atacado por importações que, hoje, respondem por 39% do consumo aparente, também um recorde. “Se o importado está entrando no mercado e a indústria nacional está com ociosidade, é um indicador claro de falta de competitividade”, afirma Giovanna.
Ela diz que o alto custo levou o Brasil a parar de produzir metanol, mercado hoje atendido por importações, e afeta também a indústria de fertilizantes, outra com grande dependência do gás natural.
Em fevereiro, após anúncio de aumento de 33% da tarifa da distribuidora Comgás, a norueguesa Yara anunciou a possibilidade de fechar uma fábrica em Cubatão. A própria Petrobras já hibernou duas de suas fábricas e suspendeu a construção de outras três.
Em setores que não usam o gás como matéria-prima, mas como combustível, há estudos para a substituição do produto por biomassa na geração de energia e vapor.
É o caso da Sal Cisne, em Cabo Frio (RJ), que analisa um projeto de US$ 40 mil (cerca de R$ 160 mil) para usar madeira em suas caldeiras. “A energia representa 25% a 30% do nosso custo. Qualquer alteração de preço tem impacto negativo grande”, diz o diretor-corporativo da companhia, Luiz Césio Caetano.
Para enfrentar a alta de custos, a Sal Cisne cortou 15% de seus funcionários em 2018.
Para a indústria, o monopólio estatal do setor está por trás dos elevados preços. A Petrobras é dona de 77% do gás natural produzido no Brasil, mas abastece quase todo o mercado, já que seus parceiros preferem lhe vender a produção por falta de alternativa de escoamento.
Esse é um dos pontos que o governo pretende atacar com as medidas propostas para quebrar o monopólio. A proposta é elogiada pela indústria, mas o mercado não espera resultados no curto prazo, já que a competição depende de aumento da produção privada e acesso a gasodutos.
“Não acho que vai acontecer tão rapidamente, é uma coisa que o mercado vai demorar a responder”, diz a especialista em energia da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Juliana Falcão.
O mercado cobra mais transparência na formação de preços de produção e distribuição de gás. Do lado da distribuição, o governo propõe a separação entre a comercialização e o uso dos dutos e o incentivo a consumidores livres.
Pela produção, a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis sugere que a Petrobras abra mão de contratos de fornecimento em favor de outros produtores no país, deixando de comprar e repassar o produto de seus sócios.
Com o fim da política de descontos praticada até 2015, diz a agência, o gás nacional ficou mais caro que o boliviano e, hoje, é mais caro também do que o importado via navios.
“Um programa de liberação de gás se faz necessário uma vez que proporcionaria mais ofertas, aumentando a concorrência”, diz, em nota técnica ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A Petrobras diz que a precificação do gás segue práticas internacionais e que sua política tem mecanismos para suavizar as oscilações dos preços para os consumidores.
A empresa afirmou ainda que o preço final é composto por outras parcelas, como o custo de transporte, as tarifas de distribuição e os impostos.
| Folha de S. Paulo | | | | Dentro dos diversos assuntos relacionados a desenvolvimento pessoal e profissional, o intraempreendedorismo vem crescendo em larga escala. Trata-se de ter um apurado e atento olhar para dentro da própria organização.
"Tem muito a ver com a cultura da empresa. Se a cultura for positiva e os colaboradores estarem engajados nisso, a sintonia é ótima. Tentar ser a sua melhor versão o tempo todo, buscando ter atitude de dono. Se for o contrário, vai ser difícil esperar boas atitudes do colaborador. O ambiente e a cultura são essenciais", explica Cesar Rossi, especialista no assunto, CEO e co-founder do grupo BWG, um dos principais players do mercado nacional de RH e Comunicação Corporativa no segmento de tecnologia aplicada a gestão de pessoas.
Assim o intraempreendedorismo influencia de modo direto na satisfação de quem trabalha na empresa. De modo que interfere diretamente na retenção de talentos e otimização de recursos, por exemplo.
O foco das empresas está em ficar atentas aos colaboradores que se destacam pelo desejo de inovar. E fomentar meios para que sigam desejosos por buscar novidades e permanecerem engajados na empresa.
| Gazeta do Povo (publicado em 30-06-2019) | | | | Exemplos bem-sucedidos em setores como alimentação, cosméticos e energia revelam a importância do investimento numa cultura criativa
Você já imaginou usar um molho a base de acerola, beterraba e abóbora como substituto do ketchup? Desenvolvido por estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) e colocado no mercado a partir de uma parceria entre a universidade e a empresa Frutã, o produto Natchup, que usa os três ingredientes, foi premiado em outubro do ano passado no Salão Internacional de Alimentação (Sial), realizado em Paris (França). Lá recebeu o selo Innovation Sial 2018, reconhecimento que abre portas no mercado internacional e pode, ainda, estimular as vendas domésticas.
“Tinha mais de 7.000 expositores lá e apenas dois produtos brasileiros receberam o selo. Esse reconhecimento causou uma reviravolta nas nossas vidas”, afirma Ana Patrícia Diógenes, uma das sócias da Agroindústria de Frutas Tropicais Diógenes, que atua com o nome comercial Frutã. “Mais do que uma inovação, esse produto é gostoso e saudável”, destaca. Segundo ela, cada porção de 10 g (uma colher de sopa) possui 8 calorias, 67,3 mg de vitamina C e 9,9 mg de vitamina A. Além disso, não possui conservadores e tem validade de seis meses.
Considerado um produto natural, o Natchup tem até seis meses de validade
A aliança entre a universidade e a empresa começou no início da pesquisa. Ana Patrícia conta que estava em busca de produtos inovadores quando se deparou com a ideia dos estudantes de graduação Bárbara Denise, Carolinne Filizola e Thiago Tajra. Eles queriam desenvolver um produto saudável e funcional, rico em vitamina C e livre de defensivos agrícolas, que seria uma alternativa ao ketchup, muito popular entre jovens. A base veio com a acerola, antioxidante rico em vitamina C, abundante no Ceará, diz ela, cuja empresa exporta polpas pasteurizadas de 20 tipos de frutas.
A abóbora entrou para dar a consistência, além de ser rica em fibras. A beterraba é um corante natural, além de também ser antioxidante. Foram 22 alterações depois da parceria universidade-empresa até chegar à formulação final, voltada para a comercialização de um molho consistente, vermelho-alaranjado e levemente adocicado, comercializado atualmente em sete estados. Depois de apresentar o Natchup em São Paulo, em maio, Ana Patrícia quer fazer a divulgação do produto em feiras nos Estados Unidos, em Portugal, na Alemanha e em Macau.
A participação da Frutã em eventos no exterior conta com o apoio do programa Rota Global, executado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e com o Sindicato das Indústrias da Alimentação e Rações Balanceadas no Estado do Ceará (SindAlimentos), associado ao Sistema Indústria. A Frutã comercializará o Natchup durante cinco anos, de acordo com a parceria firmada com a UFC, onde foi desenvolvido por estudantes e professores do curso de Engenharia de Alimentos. O ketchup natural é o primeiro produto licenciado pela UFC.
COSMÉTICOS - Com sabor semelhante ao do amendoim, o baru é uma castanha nativa do cerrado brasileiro com alto valor nutricional e cujas propriedades são usadas também na indústria cosmética. O óleo é utilizado na recuperação de cabelos danificados, proporcionando hidratação, restauração, brilho e maciez. Na pele, esse óleo hidrata, estimula a regeneração celular, atenua marcas de estria, tem ação oxidante e ainda combate os radicais livres e o envelhecimento precoce.
Também rica em antioxidantes, a castanha-do-Pará, outro produto tipicamente brasileiro, ajuda a reduzir o risco de aterosclerose e a baixar o colesterol. Foi a partir desses dois insumos que a Biodiversité, instalada em Londrina (PR), produziu um esfoliante natural. Criada em 2009, a empresa foi construída com base no diferencial da inovação tecnológica e sustentável, usando nanotecnologia verde baseada nos biomas brasileiros, diz Renan Cuenca, diretor-executivo da empresa.
“O nosso DNA é trabalhado com inovação. A Biodiversité vai buscar no mundo inteiro as melhores tecnologias, justamente para ofertar ao mercado um diferencial, um produto que tenha um desempenho acima da média. Fomos ganhadores do prêmio Finep da categoria de pequena empresa”, afirma Cuenca.
Segundo ele, a empresa investe, anualmente, de 10% a 15% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento e participa, ainda, dos projetos e editais de inovação. Atualmente, exporta os seus pigmentos para a França, o Japão, a Tailândia, a Coreia do Sul, a Itália e os EUA.
Parte de uma multinacional atuante nos mercados globais de energia e gás, presente em mais de 30 países, a Enel Brasil tem se destacado pela oferta de produtos inovadores, como a digitalização da rede no estado do Rio de Janeiro. A marca da inovação também está presente no modelo de negócios da empresa, que fornece energia a 17 milhões de clientes no Rio, no Ceará, em Goiás e em São Paulo.
Uma das ações mais bem-sucedidas da companhia é o Ecoenel, projeto que permite aos consumidores trocar resíduos por bônus na conta de energia. Desde o início do programa, em 2006, foram arrecadadas cerca de 54 mil toneladas de resíduos recicláveis, que resultaram em R$ 9,2 milhões em bônus na conta de energia dos clientes da Enel nos quatro estados em que a empresa opera por meio de distribuidoras de energia. O programa surgiu como um projeto de P&D na distribuidora de energia da Enel no Ceará (Enel Distribuição Ceará).
“É um projeto completo, pois atende aos eixos da sustentabilidade (ambiental, social e econômica), com criação de valor compartilhado para todos os envolvidos. Além de permitir a destinação correta dos resíduos para a reciclagem, o programa exerce sua função social e econômica, na medida em que ajuda o cliente a pagar a sua conta de luz com os bônus concedidos com os resíduos”, afirma Márcia Massotti, diretora de Sustentabilidade da Enel no Brasil.
| CNI (publicado em 28-06-2019) | | | | INEC recuou para 47 pontos em junho. Queda do indicador foi puxada especialmente pela piora das expectativas em relação ao desemprego e ao maior endividamento das famílias
O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) caiu 1,4 pontos em relação a abril e ficou em 47 pontos neste mês. Foi a segunda queda consecutiva do indicador, que continua acima da média histórica de 46,1 pontos, informa a pesquisa divulgada nesta quinta-feira (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O ICEI varia de zero a cem pontos. Quando está abaixo dos 50 pontos mostra que consumidores estão sem confiança.
A queda da confiança em junho é resultado, especialmente, da piora da percepção dos brasileiros sobre o emprego e o aumento do endividamento das famílias. O índice de expectativas em relação ao desemprego subiu de 54,7 pontos para 56,4 pontos. O índice de endividamento aumentou de 49 pontos para 51 pontos.
Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando mais acima dos 50 pontos, maior é a expectativa de aumento do desemprego nos próximos seis meses e maior é o nível de o endividamento das famílias.
A confiança dos brasileiros é menor entre os moradores da região Nordeste, onde o INEC recuou para 45,3 pontos neste mês. No Norte/Centro-Oeste, o índice é de 47,7 pontos, no Sudeste, de 47 pontos, e no Sul, de 49,3 pontos.
Entre as diferentes faixas etárias, a maior queda do otimismo foi registrada entre as pessoas que têm entre 35 e 44 anos de idade. Nessa faixa da população, o INEC caiu 2,7 pontos entre abril e junho e está em 45,9 pontos. “O INEC também recuou para todos os graus de instrução, sobretudo entre aqueles com ensino médio e superior”, diz a pesquisa. Entre os que têm ensino superior, a queda foi de 2,1 pontos e o INEC ficou em 47,5 pontos. Com a retração de 1,9 pontos, o INEC ficou em 47 pontos entre os que têm o ensino médio.
O INEC é um indicador que ajuda a antecipar variações na atividade econômica. Consumidores menos confiantes tendem a diminuir as compras. Com a redução do consumo, aumentam as dificuldades de recuperação da economia.
Feita em parceria com o Ibope, esta edição do INEC, que agora é trimestral, ouviu cerca de 2 mil pessoas em todo o país de 20 a 23 de junho.
SAIBA MAIS - Acesse a página de Estatísticas do Portal da Indústria e conheça outras pesquisas da CNI.
| CNI (publicado em 28-06-2019) | | | | Selic menor compromete ganho de aplicação na renda fixa e pode causar perdas se a taxa subir
Um pequeno investidor que decida aplicar em um título público poderá ter que se contentar com taxas tão baixas quanto 6,25% ao ano pelos próximos três anos.
O patamar, visto em um título prefixado no Tesouro Direto, é ainda menor que a atual taxa Selic, de 6,50%.
O caso extremo reflete no bolso do pequeno investidor o que acontece no mercado de contratos de juros futuros, títulos negociados em Bolsa e que refletem as expectativas dos grandes investidores para a taxa Selic.
Esses grandes investidores redobraram suas apostas na queda acentuada e de longa duração dos juros básicos do país. É isso que tem feito especialistas reforçarem o mantra de que, para conseguir rentabilidades mais polpudas, investidores precisarão migrar para investimentos mais arriscados.
Terminado o primeiro semestre, a Bolsa brasileira acumula alta de quase 15%, mas investimentos em renda fixa registraram ganhos ainda mais expressivos.
Exemplo: o Tesouro IPCA+ —título público que rende uma taxa fixa e mais a variação da inflação— com vencimento em 2045 pode ter rendido quase 50% a um investidor que tenha comprado o papel no começo do ano e vendido na sexta-feira (28).
Isso é reflexo do que aconteceu com os juros do papel. No começo do ano, o investimento rendia 5% mais a inflação. Agora está em 3,65%. O que acontece é que o juro e o valor do investimento são inversamente proporcionais: se o juro cai, o valor do papel sobe. Foi exatamente o que aconteceu neste primeiro semestre.
O problema é que essa queda pode ter se aproximado de uma espécie de piso.
Repetir essa rentabilidade pode ficar mais difícil daqui para frente, porque os juros precisariam cair ainda mais.
As taxas cederam porque investidores estavam convictos de uma aprovação rápida da reforma da Previdência, apesar do atraso recente no calendário fixado pela Câmara, e, ao mesmo tempo, por uma percepção de que a Selic precisa cair para estimular a fraca economia brasileira.
Estimativas de economistas ouvidos pelo Banco Central apontam para juro a 5,75% ao final do ano.
Um terceiro fator para a queda da taxa básica é a previsão de que os juros americanos também poderão ser reduzidos, reflexo dos sinais de desaceleração da economia dos Estados Unidos.
“Essa queda de taxa de juros foi mais intensa, em nível de queda, e mais rápida do que todo o mundo esperava. Isso vai atrapalhar —já atra-palhou— o planejamento financeiro de vários investidores. Não só o pessoa física, de todo o mundo”, diz o professor Michael Viriato, do Insper.
Gestores de fundos de Previdência, por exemplo, têm mais dificuldades de garantir a rentabilidade necessária para pagar aposentadorias com os juros baixos, especialmente nos planos que limitam aplicações em Bolsa.
Na semana passada, o Banco Central fincou pé e afirmou que a Selic, em 6,50% desde março do ano passado, só muda de patamar quando reformas forem encaminhadas.
O BC não cita especificamente a Previdência, mas é ela considerada a reforma essencial para equilibrar as contas públicas e garantir que a inflação se mantenha controlada.
“O BC se posicionou politicamente no final do governo Temer. Disse ‘só vou baixar a taxa de juros se vocês, políticos, aprovarem a Previdência’. O BC [novo] ficou com essa herança”, afirma George Wachsmann, sócio da gestora digital Vitreo.
Ele endossa a necessidade de queda de juros alardeada pelo mercado para estimular a economia.
“Teve uma surpresa negativa nesse ano [com o PIB], está ficando urgente, precisa entrar com desfibrilador no peito da economia, com juros mais baixos”, complementa.
As divergências de sinalização entre mercado e BC podem, porém, fazer balançar essa curva; depende da forma como os próximos serão lidos.
Se a maioria acreditar que de fato a aprovação da Previdência está próxima, então pouco importa a posição do BC. Em caso de dúvidas, a queda poderia ser atenuada.
“Essas curvas se mexem rápido de um lado para o outro, depende da narrativa”, afirma Wachsmann. Para o pequeno investidor, isso também é crucial.
Se ele acredita que há espaço para mais quedas nas taxas de juros, então talvez ele deva fazer investimentos agora. É algo que o mercado está defendendo, mas pode ser questionado, segundo Viriato.
“Se aprova [a reforma], isso traz perspectiva positiva para crescimento da economia, e o juro tem que subir”, avalia o professor do Insper.
Uma frustração com as novas regras para aposentadoria também fariam os juros voltarem a subir, reflexo do desequilíbrio das contas públicas.
O investidor que tivesse comprado um título público nesse vale de rentabilidade teria perdas com juro muito baixo ou com venda antecipada.
“Quem compra nesse patamar vai perder dinheiro. Agora o investidor pessoa física vai para o CDI [investimentos pós fixados], senta e espera”, diz Viriato.
“Talvez seja a hora de ele ir pra Bolsa. Se o mundo só fosse feito desses dois ativos [renda fixa ou ações], está mais atraente tomar risco de mercado do que de juros”, acrescenta o gestor da Vitreo.
Investimento em juro baixo
Pequeno investidor não deve investir em produtos mais arriscados sem que tenha disposição a perdas
Pós-fixado
3,07% foi o ganho no semestre de investimentos como Tesouro Selic
O investidor que está inseguro com o cenário atual e não acredita que os juros ficarão baixos por muito tempo pode investir em títulos que acompanhem a taxa Selic, à espera de uma oportunidade melhor. No curto prazo, porém, a tendência é de queda, o que reduzirá a rentabilidade do investimento
Inflação
48,5% foi a rentabilidade no semestre estimada para Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045
Títulos ligados à inflação protegem o poder de compra do investidor em caso de mudança de cenário e disparada da inflação. Rendem a taxa contratada, atualmente em 3,65% mais a inflação. Em caso de venda antecipada, podem gerar ganhos (como neste semestre) ou perdas (caso o juro passe a subir, em vez de cair)
Bolsa
14,8% foi a alta acumulada pelo Ibovespa no primeiro semestre deste ano
O mercado financeiro espera que a Bolsa termine o ano ao redor de 110 mil pontos. Isso significa que um investidor que entrar agora em ações ainda poderia ter um ganho de 10% com o investimento no ano. Apenas uma parcela pequena dos investimentos deve ser aplicada em Bolsa, entre 5% e 20%, conforme o perfil de risco do investidor, afirmam especialistas
| Folha de S. Paulo (publicado em 30-06-2019) | | | |
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou, na sexta-feira (28), a suspensão de todas as ações trabalhistas no País que analisam casos de contestação de acordos coletivos que limitam ou restringem direitos trabalhistas não assegurados pela Constituição.
A discussão começou quando um funcionário de uma mineradora entrou na Justiça trabalhista pedindo o pagamento de horas extras pelo o período em que ele gastava para se deslocar ao trabalho com o transporte cedido pela empresa.
O trabalhador perdeu a causa na primeira instância, mas recorreu e teve seu pedido aceito pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e ratificado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que desconsiderou o acordo coletivo de trabalho firmado entre a empresa e as entidades representativas das bases sindicais da categoria, invalidando suas cláusulas.
Em sua defesa, a empresa rebateu a decisão da corte trabalhista e disse que a manutenção do que foi pactuado em negociação coletiva tem prevalência.
O pedido de suspensão de todos os casos similares ao da mineradora foi feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que entrou para participar do processo na condição de amicus curiae, ou “amigo da Corte”, por ter interesse no tema. Nesta condição, a CNI poderá elaborar manifestações para serem consideradas pelo Supremo.
| Tribuna PR | | | | Medida buscava reforçar regra da reforma trabalhista pela qual os trabalhadores precisam autorizar previamente o desconto da contribuição; texto também determinava o pagamento somente por boleto
Proposições legislativas
A Medida Provisória 873/2019 não foi votada pelas duas Casas do Congresso Nacional e teve seu prazo de validade expirado nesta sexta-feira (28). A medida, publicada em 1º de março, reforça as mudanças já determinadas pela reforma trabalhista (Lei 13.467, de 2017), no âmbito da contribuição sindical.
O texto impedia o desconto em folha salarial da contribuição sindical, que passaria a ser feita através de boleto bancário encaminhado à residência do empregado ou à sede da empresa. Também estabelecia que a contribuição seria paga apenas pelos trabalhadores que tivessem expressado seu consentimento individualmente.
Desde que a reforma trabalhista entrou em vigor, em 2017, a contribuição sindical deixou de ser obrigatória e os trabalhadores precisam manifestar a vontade de contribuir para o sindicato da categoria. As empresas, no entanto, ainda podiam descontar o pagamento direto da folha salarial.
Antes da reforma, a contribuição, equivalente a um dia de trabalho, era obrigatoriamente descontada do salário todos os anos na folha do mês de março. A lei de 2017 determinou, então, que o desconto só poderia acontecer mediante autorização prévia e expressa do empregado.
O governo alegou que, ainda assim, houve centenas de decisões judiciais permitindo o desconto sem a autorização prévia e individual do trabalhador. Daí a necessidade de edição da medida provisória.
Polêmica
O texto, que recebeu 513 emendas, causou polêmica desde que começou a tramitar no Legislativo. Os críticos alegaram que a proposta era uma ingerência na autonomia dos sindicatos, ferindo o artigo 8º da Constituição, que trata da associação sindical e profissional.
Pelas redes sociais, a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) disse que uma manobra fez a medida provisória caducar. Ela informou que vai apresentar um projeto de lei semelhante.
A MP 873/2019 não teve a menor chance de ser aprovada. A comissão mista que analisaria o texto foi instalada somente em maio e sequer se reuniu para eleger presidente e definir o relator, o que a impediu de chegar aos Plenários da Câmara e do Senado.
O prazo inicial de vigência de uma medida provisória, de 60 dias, é prorrogado automaticamente por igual período, caso não tenha sua votação concluída nas duas Casas do Congresso Nacional.
| Agência Senado (publicado em 28-064-2019) | | | | Segundo o ministro Luís Roberto Barroso, a decisão da Justiça do Trabalho que delegou à assembleia geral o poder de aprovar a cobrança para todos os membros da categoria aparentemente esvazia o conteúdo da nova regra da CLT declarada constitucional pelo STF.
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu liminar na Reclamação (RCL) 35540 para suspender decisão do juízo da 48ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro que determinou que a Claro S.A. efetuasse o desconto em folha da contribuição sindical de seus empregados sem autorização individual prévia e expressa. Em análise preliminar do caso, o relator verificou violação à autoridade da decisão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5794, na qual a Corte julgou constitucional o fim da cobrança compulsória da contribuição.
Segundo a sentença, proferida em ação civil coletiva ajuizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações no Estado do Rio de Janeiro (SINTTEL/RJ), a modificação introduzida pela Reforma Trabalhista seria inconstitucional e a cobrança poderia ser autorizada por assembleia geral da categoria. De acordo com a decisão da primeira instância da Justiça do Trabalho, qualquer norma infraconstitucional, como o novo texto do parágrafo 2º do artigo 579 da CLT, que relativize ou reduza o poder dado aos sindicatos de estabelecer a vontade coletiva da categoria profissional, inclusive no campo das contribuições, seria inconstitucional. “No direito coletivo do trabalho, a vontade coletiva se sobrepõe à vontade individual”, assentou a sentença.
Ao deferir a liminar na RCL ajuizada pela Claro, o ministro Barroso observou que, no julgamento da ADI 5794, o STF concluiu pela extinção da compulsoriedade da contribuição sindical. “A leitura dos dispositivos declarados constitucionais pelo STF apontam ser inerente ao novo regime das contribuições sindicais a autorização prévia e expressa do sujeito passivo da cobrança”, verificou. Ele ressaltou que o entendimento do juízo de primeira instância, que delegou à assembleia geral o poder de aprovar a cobrança para todos os membros da categoria, presentes ou não à reunião, aparentemente “esvazia o conteúdo das alterações legais declaradas constitucionais pelo STF”.
| STF (publicado em 28-06-2019) | | | | Decisão foi tomada na análise de 20 ações que discutiam dispositivo da Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que acabou com a obrigatoriedade da contribuição.
Por 6 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na manhã desta sexta-feira (29), declarar a constitucionalidade do ponto da Reforma Trabalhista que extinguiu a obrigatoriedade da contribuição sindical. O dispositivo foi questionado na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5794, em outras 18 ADIs ajuizadas contra a nova regra e na Ação Declaratória de constitucionalidade (ADC) 55, que buscava o reconhecimento da validade da mudança na legislação. Como as ações tramitaram de forma conjunta, a decisão de hoje aplica-se a todos os processos.
Prevaleceu o entendimento do ministro Luiz Fux, apresentado ontem (28), quando o julgamento foi iniciado. Entre os argumentos expostos por ele e pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Cármen Lúcia, está o de não se poder admitir que a contribuição sindical seja imposta a trabalhadores e empregadores quando a Constituição determina que ninguém é obrigado a se filiar ou a se manter filiado a uma entidade sindical. Além disso, eles concordaram que o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical não ofende a Constituição.
O ministro Fux foi o primeiro a divergir do relator dos processos, ministros Edson Fachin, que votou pela inconstitucionalidade do fim contribuição sindical obrigatória. Entre os argumentos expostos por Fachin e pelo ministro Dias Toffoli e pela ministra Rosa Weber, o fim da obrigatoriedade do tributo vai impedir os sindicatos de buscar formas de organização mais eficazes para defender os direitos dos trabalhadores perante os interesses patronais.
A ADI 5794, à qual as demais ações foram apensadas, norteou o julgamento. A ação foi ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (CONTTMAF). Nela e nos demais processos, o objeto de contestação foi o artigo 1º da Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), que deu nova redação aos artigos 545, 578, 579, 582, 583, 587 e 602 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para condicionar o recolhimento da contribuição sindical à expressa autorização dos trabalhadores
Contribuição facultativa
Nesta manhã, o julgamento foi retomado com o voto do ministro Alexandre de Moraes, para quem a liberdade associativa, uma premissa constitucional, é a questão primordial envolvida na discussão sobre o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. Na avaliação do ministro, essa regra constitucional amplia a liberdade do trabalhador de se associar ou não a um sindicato e de contribuir ou não com essa representação.
Segundo o ministro, desde a Constituição de 1988 houve uma diminuição do tradicional "sistema de cabresto", instituído pelo Estado Novo em 1937, tanto no nível do Estado perante os sindicatos, quanto no dos sindicatos sobre os trabalhadores. Nesse sentido, em sua avaliação, a Reforma Trabalhista busca a evolução de um sistema sindical centralizador, arcaico e paternalista para um modelo mais moderno, baseado na liberdade. “Se o empregador tem a opção de se filiar a um sindicato, ele também tem a opção de se não se filiar, de não recolher essa contribuição”, disse.
“Não há autonomia enquanto um sistema sindical depender de dinheiro estatal para sobreviver”, complementou, acrescentando que o legislador constituinte não constitucionalizou a contribuição sindical, mas apenas recepcionou a legislação que a havia criado e permitiu a existência da contribuição sindical de forma subsidiária, mas não compulsória. “Não criou e também não vetou”, disse.
O ministro Luís Roberto Barroso também acompanhou a divergência iniciada pelo ministro Fux ao defender que o fim da contribuição sindical obrigatória não está em desarmonia com a Constituição Federal. Na avaliação dele, não há que se falar em inconstitucionalidade formal ou material, uma vez que é o Congresso Nacional o protagonista dessa discussão que é eminentemente política, por envolver modelo de gestão sindical que se pretende adotar no Brasil.
“O Congresso Nacional é o cenário para que essas decisões sejam tomadas. O STF deve ser autocontido, de forma a respeitar as escolhas políticas do Legislativo”, disse, aproveitando para fazer um apelo para que o Poder Legislativo conclua a Reforma Trabalhista, acabando com a chamada unicidade sindical.
Para Barroso, o princípio constitucional envolvido no caso é o da liberdade sindical, o direito de o trabalhador filiar-se ou não, ou e de contribuir ou não, a uma entidade. Nesse sentido, ele considera o modelo de contribuição compulsória ruim porque não estimula a competitividade e a representatividade, levando um verdadeiro “business” privado. “O sistema é bom para os sindicalistas, mas não é bom para os trabalhadores.”
Também seguindo a divergência, o ministro Gilmar Mendes não verificou nenhuma inconstitucionalidade nas novas regras sobre a contribuição sindical. A seu ver, o modelo anterior causou uma “brutal distorção” com a criação de 16,8 mil sindicatos no país. “Era um modelo de associativismo subsidiado pela contribuição sindical. A África do Sul tem 191 sindicatos, os Estados Unidos, 160, e a Argentina, 91”, citou.
Para ele, o novo regime não suprime a sustentabilidade do sistema. “Simplesmente irá fazer com que os sindicatos sejam sustentados como todas as demais associações por contribuições voluntárias”, ponderou.
O ministro Marco Aurélio, por sua vez, ressaltou que não considera a contribuição sindical como tributo propriamente dito. “Não concebo que pessoa jurídica de direito privado seja parte ativa tributária”, sustentou.
Na sua avaliação, a contribuição sindical não se enquadra no artigo 149 da Constituição Federal, que trata das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. “Não me consta que essa contribuição vise a atuação do estado. Visa sim a atuação do fortalecimento das entidades sindicais”, assinalou.
O ministro Marco Aurélio frisou ainda que o artigo 8º da Carta Magna repete duas vezes que é livre a associação profissional ou sindical e o inciso X do artigo 7º prevê a proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa.
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, finalizou o julgamento avaliando que as novas regras não ofendem a Constituição Federal. “Seria conveniente haver normas de transição. Entretanto, não considero que isso seja suficiente para tornar incompatível com a Constituição Federal as normas promulgadas”, apontou.
Para a presidente do Supremo, a mudança leva a um novo pensar da sociedade de como lidar com todas as categorias econômicas e trabalhistas e com todas as formas de atuação na sociedade, sem depender necessariamente do Estado, que nem sempre pode acudir todas as demandas de forma automática.
Contribuição compulsória
Na sessão de hoje, a primeira a acompanhar o voto do ministro Edson Fachin foi a ministra Rosa Weber. Ela iniciou sua fala destacando não ter “simpatia nenhuma pela contribuição sindical obrigatória”, porém destacou que da Constituição Federal emerge um sistema sindical que tem três pilares. “Não podemos mexer em parte sem que haja uma alteração do todo, sob pena de uma desarmonia que atenta contra os comandos constitucionais”, disse a ministra. “É um tripé. Afasta um, a casa cai”, complementou.
Rosa Weber explicou que a Constituição Federal, sem materializar em sua completude o princípio da liberdade sindical, afasta de forma expressa o pluralismo e impõe a unicidade sindical para a legitimidade da representação da atuação sindical. De acordo com ela, é nessa perspectiva que se insere a contribuição compulsória, receita fundamental para o fortalecimento e manutenção dos sindicatos.
A ministra citou dados que apontam para uma queda de 79,6% na arrecadação da contribuição sindical, a maior fonte de receita do sistema, após a Reforma Trabalhista. “É inegável, portanto, o enorme prejuízo na arrecadação do sistema sindical brasileiro, com profundos reflexos na atuação das entidades sindicais como agentes centrais da representação coletiva trabalhista, responsáveis pela defesa dos interesses e direitos de todos os integrantes das respectivas categorias”.
O ministro Dias Toffoli, por sua vez, deu o terceiro voto acompanhando o relator. “Do ponto de vista constitucional, me convenceram os votos dos ministros Edson Fachin e o veemente voto da ministra Rosa Weber.” Toffoli disse concordar com afirmação feita pelo ministro Barroso no sentido de que o país precisa de mais sociedade, argumentando que, “no Brasil, o Estado veio antes da sociedade”.
Mas ponderou que seria necessário que o Congresso fizesse uma reforma gradativa na área, e não, “da noite para o dia”, subverter todo o sistema sem ter uma regra de transição, sem ter uma preparação para a substituição desse financiamento. “Penso que aí está a grande fragilidade do ponto específico que estamos a discutir. Não é possível essa subtração que houve da contribuição sindical sem ter preparado essa transição, sem ter preparado a assunção de mais sociedade civil com menos Estado”, finalizou.
Os ministros Ricardo Lewandowski e Celso de Mello não participaram do julgamento, pois estavam ausentes justificadamente. O ministro Luiz Fux será o redator do acórdão.
| STF (publicado em 29-06-2019) | | | | Prevaleceu, no julgamento, o entendimento de que a criação de mecanismos de compensação fiscal é discricionariedade do Congresso Nacional, desde que respeitados os princípios relacionados ao sistema tributário. A matéria foi discutida em recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida.
Por maioria dos votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, nesta quinta-feira (27), o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 591340, interposto contra decisão que considerou legal a limitação em 30% para cada ano-base do direito do contribuinte de compensar os prejuízos fiscais do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Sobre a matéria, a Corte formulou a tese de repercussão geral de que é constitucional a limitação do direito de compensação de prejuízos fiscais no IRPJ e da base de cálculo negativa da CSLL.
No recurso, o Pólo Industrial Positivo e Empreendimentos Ltda. alegava que a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) violou os artigos 145, parágrafo 1º; 148; 150, inciso IV; 153, inciso III, e 195, inciso I, alínea c, da Constituição.
Segundo a argumentação, as limitações impostas pelas Leis 8.981/95 e 9.065/95, cuja constitucionalidade é discutida no processo, configuram tributação sobre o patrimônio ou o capital das empresas, e não sobre o lucro ou renda, o que adultera os conceitos delineados pelo Direito Comercial e pela Constitucional. Assim, sustentou ter sido instituído verdadeiro empréstimo compulsório, pois o contribuinte desembolsa antecipadamente o recolhimento dos tributos para, posteriormente, recuperá-los com a compensação da base de cálculo negativa não utilizada.
Corrente majoritária
A análise do RE teve início em 29/5, com a leitura do relatório pelo ministro Marco Aurélio e, em seguida, com as sustentações orais dos representantes das partes e dos interessados (amici curiae). Na sessão de hoje, foram proferidos os votos. A maioria dos ministros negou provimento ao recurso, acompanhando o voto divergente do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com ele, a limitação de 30% não viola os princípios constitucionais do direito tributário. Para o ministro Alexandre de Moraes, conforme a Constituição Federal, a compensação fiscal é de discricionariedade do Congresso Nacional, desde que respeitados os princípios relacionados ao sistema tributário. “É uma benesse ao contribuinte”, observou.
O ministro lembrou que alguns países editam normas para auxiliar o empreendedorismo e que a legislação brasileira também dispõe de mecanismos para tentar, principalmente em momentos de crise, manter a empregabilidade e a renda. O sistema de compensação de prejuízos, que existe desde 1947, é um desses mecanismos, mas não há direito adquirido a ele.
Ao examinar o caso, o ministro destacou que as normas questionadas configuram técnica fiscal de compensação de prejuízos fiscais registrados em determinado ano-base, e não de taxação de lucro não existente. “Não se pode, a meu ver, entender que a legislação ordinária possibilitou a taxação de renda ou lucros fictícios em patrimônio inexistente”, concluiu, ao citar vários precedentes, entre eles o RE 344994. Essa vertente foi acompanhada pelos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Luiz Fux e o presidente da Corte, Dias Toffoli.
Relator
O relator, ministro Marco Aurélio, considerou inconstitucional a limitação e votou pelo provimento do RE para reformar o acórdão questionado e assentar a inconstitucionalidade dos artigos 42 e 58 da Lei 8.981/1995 e dos artigos 15 e 16 da Lei 9.065/1995. Segundo ele, o que se pretende com a limitação é fazer incidir tributação sobre a renda no próprio patrimônio do contribuinte em violação aos artigos 153, inciso III, e 195, inciso I, alínea “c”, da Constituição Federal. O relator também entendeu que as normas desrespeitam o princípio da capacidade contributiva e o princípio da anterioridade, ao verificar que esta é uma garantia do contribuinte.
Para o ministro Marco Aurélio, as normas contestadas compelem o contribuinte a adimplir obrigação tributária sem a existência real de lucro de fato gerador. A seu ver, a medida implementada pelas leis acarreta incidência sobre resultados “que não necessariamente acrescem o patrimônio do recorrente, mas tão somente repõem perdas verificadas nos períodos anteriores”. A tributação de renda ficta, segundo ele, alcança o patrimônio do contribuinte e coloca em risco a manutenção da própria fonte produtora”. O relator foi seguido pelos ministros Edson Fachin e Ricardo Lewandowski.
A tese de repercussão geral da matéria constitucional foi aprovada por maioria dos votos, vencido o ministro Marco Aurélio.
| STF (publicado em 28-06-2019) | | | |
Projeto de lei foi encaminhado à Assembleia Legislativa. Do total, 16 empreendimentos são hidrelétricos, de baixo impacto ambiental. Objetivo é o desenvolvimento econômico, com preservação e inclusão social.
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O Governo do Estado encaminha para a Assembleia Legislativa na próxima semana um projeto de lei propondo a aprovação para construção de 19 empreendimentos de geração de energia. São 14 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH), duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), além de duas termelétricas e uma usina eólica.
Todos já possuem Licença Prévia (LP) ou Licença de Operação de Regularização (LOR) concedidas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). As atividades devem cumprir as normas ambientais e serem regidas pelas legislações municipal, estadual e federal.
Os empreendimentos hidrelétricos serão construídos nas cidades de Palmeira, Cascavel, Honório Serpa, Clevelândia, Francisco Beltrão, Boa Ventura do São Roque, Pitanga, Santo Antônio do Sudoeste, Nova Tebas, Palmas, Tibagi, Rio Branco do Sul, Renascença, Toledo, Nova Aurora e Marechal Cândido Rondon. As duas termelétricas serão implantadas em Jacarezinho e Pitanga e a usina eólica em Palmas.
HIDRELÉTRICAS - Os 16 empreendimentos hidrelétricos que receberam licenciamentos do IAP neste ano representam 15% do total de licenciamentos concedidos em sete anos, de 2012 a 2018. “Todo o setor ambiental do Paraná está dando mais celeridade para análise dos pedidos de licenciamento de PCHs e CGHs, empreendimentos que possuem impacto ambiental muito baixo, ajudam, inclusive, na produção de energia limpa e contribuem para o desenvolvimento econômico dos municípios”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Ele destaca que para este ano a previsão é de mais 41 projetos para geração de energia limpa, que aguardam licenciamento ambiental no Estado.
“A energia elétrica é um fator decisivo para a melhoria da qualidade de vida da população. Estamos enviando esse projeto de lei para que os paranaenses tenham acesso à energia elétrica gerada por fontes de baixo impacto ambiental”, explica o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes.
POTENCIAL - Segundo a Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), o Paraná possui centenas de áreas possíveis de aproveitamento hidroelétrico para geração de energia. Há 271 empreendimentos (totalizando 1.934 megawatts) já cadastrados na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aguardando licenciamento.
Isso deve corresponder a mais de 100 mil empregos e investimentos na ordem de R$ 13,5 bilhões para o Estado. “O Governo do Estado será parceiro neste projetos e avaliará os pedidos de estudo de viabilidade”, disse o governador Ratinho Junior.
ENTRAVES – Um dos principais entraves para empreendimentos neste setor é o licenciamento ambiental. A demora média é de nove anos, segundo levantamento da Abrapch.
O presidente da entidade, Paulo Arbex, diz que após a emissão da licença prévia, exigida para que o projeto dispute leilões de energia, o processo ambiental leva, em média, mais cinco anos e nove meses, extrapolando o prazo exigido pela Aneel para o início de operação da usina.
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Autorização é condicionada a pagamentos de indenizações e benfeitorias
O projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa propõe a aprovação da construção dos empreendimentos hidrelétricos que receberam a Licença Prévia do IAP e exige o cumprimento das normas ambientais, observadas as legislações municipal, estadual e federal.
O documento condiciona a autorização a comprovação do pagamento de indenização das terras e benfeitorias aos proprietários diretamente atingidos pelo empreendimento e aprova a empreendimentos hidrelétricos, já implantados e em operação, que obtiveram a regularização do empreendimento através da Licença de Operação de Regularização – LOR.
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Pequenas centrais ajudam a preservar áreas e proteger nascentes
Além do potencial disponível e do tamanho do mercado, as PCHs apresentam vantagens como, por exemplo, o impacto ambiental baixo e distribuído, a criação de áreas de preservação permanente, a proteção de nascentes, o estímulo ao turismo e a garantia do fornecimento de energia elétrica de baixo impacto ambiental.
“Além disso, a maioria das PCHs em construção, em análise ou em estudo está situada em áreas com baixos índices de desenvolvimento humano (IDH), proporcionando para estes municípios desenvolvimento, geração de emprego e renda”, destaca o vice-presidente do Conselho Executivo da Abrapch, Pedro Dias.
As PCHs estão situadas em 3º lugar entre as fontes de energia do país com 5.943 MW gerados. São 1.124 PCHs e CGHs em operação, que geram 420 mil empregos diretos. Apenas para os projetos de 1.806 centrais que podem ser viabilizados no Brasil, os investimentos previstos são da ordem de R$ 49 bilhões.
Ao todo, no Brasil, 493 empreendimentos aguardam licenciamento ambiental. Considerando aquelas em operação, em construção, em estudos e inventariadas, totaliza-se algo em torno de 3 mil plantas.
| Agência de Notícias do Paraná (publicado em 28-06-2019) | | | | Julho começa com a vigência da bandeira tarifária amarela, utilizada como referência nas contas de luz do mês. O anúncio foi feito na sexta-feira, 28, em comunicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e representa um custo a mais na conta de energia. Com a medida, as cobranças terão um acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
O adicional retorna às contas após a autoridade reguladora ter definido bandeira verde em junho, situação em que não é cobrado acréscimo nas contas. No comunicado, a Aneel justificou a bandeira amarela pelo fato de julho ser um mês “típico da seca nas principais bacias hidrográficas do país”.
“A previsão hidrológica para o mês sinaliza vazões abaixo da média histórica e tendência de redução dos níveis dos principais reservatórios. Esse cenário requer o aumento da geração termelétrica, o que influenciou o aumento do preço da energia (PLD) e dos custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) em patamares condizentes com o da Bandeira Amarela”, justificou a agência.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado, de acordo com a Aneel, para sinalizar aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica. O funcionamento das bandeiras tarifárias tem três cores, a verde, a amarela e a vermelha (nos patamares 1 e 2), que indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.
O cálculo para acionamento das bandeiras tarifárias leva em conta, principalmente, dois fatores: o risco hidrológico e o preço da energia. Os recursos pagos pelos consumidores vão para uma conta específica e depois são repassados às distribuidoras de energia para compensar o custo extra da produção de energia em períodos de seca.
No dia 21 de maio, a Aneel aprovou um reajuste no valor das bandeiras tarifárias. Com os novos valores, caso haja o acionamento da bandeira amarela, o acréscimo cobrado na conta passou de R$ 1 para R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos. Já a bandeira vermelha patamar 1 passou de R$ 3 para R$ 4 a cada 100 kWh e no patamar 2, passou de R$ 5 para R$ 6 por 100 kWh consumidos. A bandeira verde não tem cobrança extra.
Como economizar energia e diminuir em até 30% a conta de luz
Com a conta de luz aumentando assustadoramente em quase todas as regiões do Brasil, aprender a economizar energia pode diminuir em até 30% o valor por esse serviço essencial.
Se você desconfia que sua conta de luz vem aumentando muito, aprenda a calcular o seu consumo diário de energia elétrica:
Mês vigente:
Anote a leitura atual do seu medidor e subtraia da última leitura emitida em sua conta de luz. Agora divida esse valor pela quantidade de dias restantes entre elas.
Leitura Atual – Última Leitura / quantidade de dias restantes = consumo médio diário
Meses anteriores:
Divida o total da leitura pelo número de dias do mês.
Leitura do mês / número de dias do mês
Identifique quais são os aparelhos que estão consumindo mais energia e adote medidas preventivas
Se mesmo assim você reparar que a sua conta de luz está muito mais alta do que o normal, siga estes passos para identificar as possíveis causas:
Erro de anotação da leitura: Pode ser que o seu medidor esteja desregulado. Faça o teste do medidor. O site Elektro (http://www.elektro.com.br/) montou uma imagem bem ilustrativa que explica como fazer o teste:
como economizar energia
Se o medidor estiver desregulado, peça uma solicitação de análise para a empresa responsável pela distribuição de energia da sua região. No site da Agência Nacional de Energia Elétrica você pode encontrar as concessionárias responsáveis:
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/links/Default_Detail.cfm?idLinkCategoria=14
Alíquota do ICMS: O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pode aumentar ou diminuir o valor da conta de luz. Dependendo da faixa de consumo você pode se enquadrar em uma alíquota maior ou menor.
Acumulo de contas: Em alguns casos as contas anteriores podem vir com valor inferior ao valor correto, ou até não vir, mas não se deixe enganar… em algum momento a diferença chega, e quando vier você pode tomar um belo susto.
Troque as lâmpadas incandescentes por Fluorescentes ou LED
Se não for usar, desligue os aparelhos da tomada (quando apertamos o botão desliga, na maioria das vezes o aparelho fica em stand by, consumindo energia… e vamos combinar que é uma energia inútil. E o pior, pode custar até 12% a mais no fim do mês).
Ao viajar, que tal desligar a chave geral da sua residência (é garantia de que os eletrodomésticos não consumirão energia)
Quando puder, use o ventilador ao invés do ar condicionado. A economia chega à 20% em média.
Se o calor estiver mesmo insuportável, daqueles que só o ar condicionado salva, tente manter a temperatura entre 25 e 26 graus. Evite lâmpadas incandescentes nos ambientes em que o ar condicionado está instalado (elas aumentam a temperatura do ambiente). E tente protejer o equipamento do Sol.
Evite colocar alimentos quentes na geladeira, desse modo você não força o aparelho que acaba utilizando mais energia para equilibrar a temperatura interna.
Instale a geladeira com pelo menos 10cm de distância da parede. Isso evita que o calor aumente muito na parte traseira e que a geladeira precise trabalhar mais para dissipá-lo.
Limpe o freezer regularmente. O gelo acumulado pode fazer o aparelho consumir mais energia.
Vai pintar as paredes? Use cores claras, que possam manter o ambiente mais iluminado apenas com a luz solar.
Evite apagar e acender luzes o tempo todo. Algumas lâmpadas consomem mais energia quando são acesas (a lâmpada fluorescente, por exemplo).
Use corretamente extensões e benjamins
Usar muitas extensões, além de não ajudar a economizar energia, também podem fragilizar a segurança elétrica da sua residência ou escritório.
Veja algumas dicas para utilizar corretamente estes acessórios.
Quando não usar
Apesar de práticos, este acessórios podem ser muito perigosos de usados de maneira incorreta.
Quando Usar
Estes acessórios são ideais para aparelhos que consomem pouca energia elétrica como um abajur, ventilador portátil ou telefone. Mas cuidado para não ultrapassar o limite da corrente elétrica da tomada.
Dê um pouco de atenção aos cabos e disjuntores
Em um projeto de construção é muito comum deixar a fase elétrica um pouco de lado, até porquê o custo com materiais elétricos costuma representar de 5% a 7% do custo de uma obra. Uma grande diferença em relação aos 30% da fase de revestimento e decoração, normalmente a fase mais querida.
Porém, ao escolher corretamente o cabo elétrico que será instalado em sua obra, você irá economizar energia por muitos e muitos anos no futuro. Ou então terá de quebrar todas as paredes para trocar os cabos… um desastre.
Um cabo elétrico com baixa espessura (bitola) possui menor capacidade de suportar corrente elétrica do que um cabo de maior bitola. E quando a quantidade de corrente elétrica presente no cabo for superior a máxima a primeira coisa que acontece é o aquecimento desnecessário e um gasto superior de energia elétrica.
Em conjunto com os cabos elétricos, os disjuntores são essenciais para garantir a segurança e a economia de energia. Adeque os disjuntores para que eles não permitam passagem de corrente elétrica maior do que os condutores aguentam.
| Bem Paraná | | | | Brasil é exímio elaborador de planos, mas ainda não os conseguimos executar
No dia 25 de junho foi publicado o decreto que cria o Plano Nacional de Internet das Coisas no Brasil. O termo internet das coisas (ou IoT, internet of things) diz respeito à onda crescente de dispositivos, sensores e outros aparelhos que estão progressivamente se conectando à internet.
IoT é a camada que faz a intermediação entre o mundo digital e o mundo real. É a partir da IoT que dados do mundo real são coletados para o digital e também por meio dela que decisões tomadas no mundo digital (inclusive automaticamente) são concretizadas no mundo real.
Em síntese, estamos falando de uma questão que tem impacto direto no desenvolvimento de qualquer país e que permitirá a implementação de temas como cidades inteligentes, GovTechs etc.
Se bem utilizado, pode até levar a saltos de produtividade na indústria, à melhoria de serviços públicos e ao aumento da competitividade no campo, com a chamada agricultura de precisão.
Por tudo isso é muito positivo que o Brasil tenha agora um plano de IoT para chamar de seu. O plano consagra a livre concorrência e a livre circulação de dados como seus pilares, respeitados os princípios da segurança da informação e da proteção de dados pessoais.
Esses princípios estão fundamentados em um estudo que desenvolve cada um deles de forma ampla, tendo em vista sua implementação pelo poder público.
O estudo foi elaborado por um consórcio de organizações a pedido do Ministério das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação e do BNDES (vale mencionar que participei da sua elaboração).
Além disso, o decreto prioriza quatro temas para implementação da IoT no país: saúde, cidades, indústrias e aplicações rurais.
O plano também amplia a definição de sistemas de comunicação chamados de “máquina a máquina”, que são o pilar da IoT. Essa definição é importante, porque permite reduzir o valor das taxas pagas para o Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações), criando assim condições tributárias mais favoráveis a esses dispositivos.
O decreto cria também um órgão responsável por implementar todas as medidas, chamado de Câmara IoT. Esse órgão é formado por representantes de cinco ministérios, incluindo Economia e Saúde.
Nesse ponto o decreto foi insuficiente. O modelo mais adequado para implementar um plano como esse é sempre o do multissetorialismo.
A Câmara IoT deveria ser formada de forma permanente por representantes de diversos setores da sociedade, incluindo o setor privado e a comunidade científica.
O setor público sozinho pode fazer muito pouco em processos complexos de implementação tecnológica, como é o caso da IoT.
Cabe agora executar o plano. Nos últimos anos, o Brasil tornou-se um exímio elaborador de planos, que no papel são incríveis. No entanto, ainda não nos tornamos executores dos planos que elaboramos. A maior parte deles logo é abandonada ou é deixada de lado em nome do improviso e de mudanças de última hora.
Para um país se desenvolver, a premissa é simples. É preciso ter um plano. E depois é preciso seguir esse plano. Que a área de IoT se torne um exemplo positivo também na sua execução.
Reader
Já era Grandes cidades sem veículos compartilhados
Já é Compartilhamento de carros, bicicletas e patinetes
Já vem Compartilhamento de pula-pulas (como o Cangoroo.tech)
Ronaldo Lemos - Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.
| Folha de S. Paulo | | | | Número de pessoas sem trabalho há mais de 2 anos no país chegou a 3,3 milhões
Enfrentando fila em frente a uma agência de emprego no Rio de Janeiro, Thaysa dos Santos se diz disposta a aceitar qualquer oferta de emprego. Como os mais de 13 milhões de desempregados no país, ela não pode se dar ao luxo de ser exigente.
Enquanto a maior economia da América Latina corre o risco de voltar à recessão dois anos depois de uma crise devastadora, encontrar trabalho está mais difícil do que nunca.
"Hoje em dia é muito difícil", diz a jovem de 27 anos, auxiliar administrativa há três meses em busca de um emprego em tempo integral.
"A gente não pode escolher segundo nosso currículo. Tem que pegar qualquer vaga", explica.
O desemprego no país, de 12,3%, é maior do que em qualquer momento da recessão que abalou o país entre 2015 e 2016 e fez a economia encolher mais de 7%.
Um crescimento letárgico desde então —a economia se expandiu 1,1% em 2017 e 2018, e analistas apontando para um crescimento ainda mais lento este ano— desencoraja as empresas a aumentar sua folha de pagamento, apesar do governo de viés liberal empossado em janeiro.
O presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o mandato com a promessa de impulsionar a economia, diz que a chave para o crescimento é a aprovação da reforma da Previdência, que enfrenta a resistência de sindicatos e de um Congresso hostil.
Com a pouca ajuda formal disponível, muitos desempregados dependem do apoio da família ou aceitam empregos informais, apesar disto significar ganhar menos e abrir mão de benefícios, como seguro de saúde e INSS.
Ele se considera afortunado pela esposa trabalhar como recepcionista. Com o dinheiro que ganha fazendo bicos, o casal consegue sobreviver.
"Sou homem, então preciso trabalhar para levar alimento para minha casa, preciso ajudar", conta César, enquanto espera para entrar na agência de empregos.
Falta de investimento em educação
O problema não é apenas a falta de oportunidades. Algumas empresas lutam para conseguir candidatos qualificados para as vagas disponíveis, afirma Aline Cardoso, secretária do Trabalho em São Paulo.
"Isso pode ser tanto no nível mais técnico, mais sofisticado, em profissões muito tecnológicas, mas às vezes até em profissões mais básicas faltam profissionais qualificados", diz ela.
O lastimável sistema educacional no país é parcialmente responsável.
Em 2017, o Banco Mundial estimou que os brasileiros de 15 anos vão precisar de 75 anos para alcançar a proficiência média dos adolescentes da mesma idade em países da OCDE em matemática e mais de 260 anos em leitura.
E isto se eles de fato concluírem os estudos. Apenas 69% dos brasileiros com idades entre 15 e 19 anos se dedicam aos estudos, reportou a OCDE no ano passado, uma das taxas mais baixas neste grupo.
Lúcia Santos está entre os muitos brasileiros que não conseguiram concluir os estudos. Esta jovem de 23 anos, mãe de duas crianças, procura há cinco anos um emprego de caixa em tempo integral.
"Agora é mais complicado porque eles [os empregadores] pedem o ensino fundamental completo", lamenta ela, que parou de estudar na oitava série.
O desemprego crônico está piorando no país.
O número de pessoas sem trabalho há mais de dois anos alcançou 3,3 milhões de pessoas no primeiro trimestre —um aumento de 42,4% em quatro anos, informou em pesquisa recente o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O desemprego prolongado pesa sobre quem procura emprego, explica Paulo Vasconcelos, coordenador do grupo de voluntários Comunidade Católica Gerando Vidas, que administra a agência de emprego.
"Temos gente com um ano, um ano e meio, dois anos desempregada", diz Vasconcelos, reportando um aumento nos casos de depressão e desamparo entre aqueles que procuram trabalho.
"Este ano a gente começou a perceber que muitas pessoas que vêm procurar oportunidades de trabalho não têm nada em casa para comer", acrescenta.
Alguns meses atrás, Yanca Castro, de 22 anos, viajou milhares de quilômetros de Manaus para o Rio em busca de uma oportunidade, que ela ainda está procurando.
Em São Paulo, Marcelo dos Santos está sem trabalho há 15 meses depois de perder o emprego na área da construção civil.
Ele se candidatou para várias vagas, mas até agora "ninguém o chamou", conta este homem de 48 anos em uma agência de emprego pública.
"Passar 10, 15 meses [sem emprego] nunca aconteceu", afirma.
Muitos acabam desistindo.
O número de pessoas que pararam de procurar trabalho no período de março a maio chegou a 4,9 milhões, batendo o recorde anterior de 4,8 milhões, segundo os últimos dados oficiais.
Sem solução fácil
O crescimento estagnado dificulta a criação de emprego, disse recentemente à AFP o economista do Ipea José Ronaldo Souza, alertando que a taxa de desemprego "pode piorar".
Isto tem um efeito em cascata.
"Com tantos desempregados, provavelmente o aumento do consumo vai permanecer baixo", diz William Jackson, do Capital Economics.
"É difícil ver outros motores de crescimento na economia brasileira: o crescimento global está fraco, o que vai conter as exportações, e a política fiscal está cada vez mais restritiva", prossegue.
Não há solução fácil para um problema que Alex Agostini, da Austin Ratings, diz ser tanto estrutural quanto cíclico.
A falta de investimento em educação e treinamento em um país com uma grande população jovem intensificou o desemprego.
Apesar dos desafios, Thaysa diz que é otimista sobre o futuro.
"Tem que ser", diz. "Tem bastante [competição], cada vez mais".
| Folha de S. Paulo (publicado em 30-06-2019) | | | | Fala de General Heleno contrasta, porém, com oferta do governo de R$ 20 milhões em emendas a parlamentares
Na semana em que deve ser definido se a Câmara irá votar a reforma da Previdência ainda em julho ou se irá adiar a análise para agosto, o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) mandou um recado ao Congresso Nacional neste domingo (30), ao participar da manifestação de rua em apoio ao ministro Sergio Moro (Justiça) e à Lava Jato.
O general subiu em um dos carros de som na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e, em tom exaltado, conclamou os parlamentares que não estão em busca de “ganhar cargos ou estatais” a aprovar a reforma “com o menor desgaste possível”, frisando que os congressistas são “diretamente responsáveis” pelo que acontecer.
“Vim aqui falar, apelar aos nossos brilhantes parlamentares, aqueles que têm a pátria acima de tudo, aqueles que não têm ideais de troca-troca, de ganhar cargos, de ganhar estatais. Parem para pensar, esqueçam ideologia, esqueçam partidos políticos, e votem na reforma da Previdência. Aprovem essa reforma e essa nova Previdência com o menor desgaste possível”, discursou o ministro.
“O início desse novo horizonte do Brasil, os nossos congressistas são diretamente responsáveis. (...) O Brasil precisa deles e eles precisam de vocês”, acrescentou Heleno.
Os principais políticos atacados no ato deste domingo foram os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), dois dos principais entusiastas da reforma.
As declarações de Heleno, no ponto em que tratam do fisiologismo, contrastam com a ação da articulação política do Palácio do Planalto.
Na semana que passou, o governo de Jair Bolsonaro apresentou aos parlamentares uma oferta de R$ 20 milhões em emendas extras ao Orçamento, em troca do voto favorável à Nova Previdência.
Pelo acerto, seriam R$ 10 milhões na comissão especial da Câmara e outros R$ 10 milhões no plenário. O sistema de registro dessas emendas nos ministérios foi aberto na quarta-feira (26), conforme mostrou a Folha.
A expectativa do governo é votar o relatório final da reforma na comissão especial da Câmara nesta semana.
O colegiado é o último passo de tramitação antes da análise pelo plenário da Casa, onde o governo precisa do apoio de pelo menos 60% (308 de 513) dos deputados em dois turnos de votação.
Há, porém, o risco de a deliberação ser adiada e de a votação no plenário ficar somente para agosto, depois do recesso parlamentar, que começa no dia 18.
Prioridade legislativa do governo Bolsonaro, a reforma já sofreu sucessivos atrasos em sua tramitação e também já teve pontos do texto original retirados pelos parlamentares, diminuindo a economia prevista pela equipe econômica de Paulo Guedes em cerca de R$ 300 bilhões.
O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), presidente da comissão especial, afirma que pedidos de adiamento na comissão podem fazer com que a votação no plenário ocorra apenas de agosto em diante.
Isso porque, nesta semana, o texto ainda precisa vencer requerimentos apresentados pela oposição, que pedem o adiamento da votação na comissão. Alguns pedem a dilação por até cinco sessões.
“Se for aprovado por cinco sessões, inviabiliza votar em plenário no primeiro semestre [antes do recesso]”, diz Ramos.
Líderes do centrão já afirmam que a votação final na Câmara só ocorrerá de agosto em diante, apesar do empenho de Maia de encerrar a tramitação ainda antes das férias parlamentares.
A leitura do relatório final do deputado Samuel Pereira (PSDB-SP) tem sido adiada em meio às discussões no colegiado. Antes prevista para a semana passada, foi postergada para esta terça-feira (2) diante de impasses como a inclusão de estados e municípios na proposta.
Por enquanto, a programação do presidente é fazer a leitura do relatório nesta terça e votar os requerimentos no mesmo dia. Caso todos sejam reprovados, já seria possível fazer a votação na mesma semana —na quarta (3) ou na quinta-feira (4).
Ramos diz acreditar que o relator não vai fazer mudanças no texto que alterem de forma significativa o impacto fiscal calculado com o texto atual, de cerca de R$ 913 bilhões (considerando o aumento da tributação sobre bancos) —a proposta original do governo falava em impacto de R$ 1,2 trilhão.
| Folha de S. Paulo (publicado em 30-06-2019) | | | | Fabricantes buscam reduzir custos de produção com conceito de manufatura 4.0
As fabricantes de veículos cumprem a cartilha global no Brasil: investem bilhões em modernização rumo à manufatura 4.0.
O conceito integra a quarta revolução industrial, quando a automação atinge nível alto com a inteligência artificial e a internet das coisas.
O resultado esperado é a redução dos custos de produção por meio do aumento na eficiência produtiva.
De acordo com pesquisa feita pela KPMG em parceria com a agência Autodata, estabelecer os padrões de manufatura 4.0 é a prioridade das montadoras, com 42,6% das citações. Foram ouvidos 256 executivos do setor.
O resultado do estudo é comprovado pela manutenção de planos definidos há cinco ou seis anos, época em que a produção local chegou a 3,7 milhões de veículos, recorde registrado em 2013.
Contudo, a crise fez o setor encolher: em 2016, a fabricação caiu para 2,2 milhões de unidades, e só não foi pior na época devido às exportações.
Mas o setor avaliou que congelar investimentos não é solução. De acordo com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), a migração para o conceito 4.0 irá gerar redução de R$ 73 bilhões ao ano nos custos industriais.
As primeiras a investir em fábricas tecnológicas foram as montadoras que chegaram por último, operando em sistema CKD. Esse modo de produção consiste em importar toda a carroceria e a parte mecânica de um carro. As peças são encaixadas no país de destino dos componentes.
Inaugurada em 2016, a unidade da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ) opera nesse sistema. É uma das mais atualizadas da marca inglesa.
“Talvez seja a nossa fábrica mais moderna. Quem entra lá fica de queixo caído”, afirma Paulo Manzano, diretor de marketing da Jaguar Land Rover no Brasil.
Atualmente, a unidade produz apenas o Discovery Sport e está com capacidade ociosa: 3.000 veículos devem ser montados em 2019, mas é possível fazer 24 mil.
Apesar do baixo volume, Manzano afirma que não há arrependimento. “Naquele momento, produzir no país era a decisão certa a ser tomada”, diz o executivo, que aguarda a melhora na economia.
Quem não tem motivo para se arrepender é o grupo FCA Fiat Chrysler. A empresa investiu R$ 7 bilhões na construção da fábrica de Goiana (PE), inaugurada em 2015. A unidade produz os modelos Compass e Renegade, da marca Jeep, além da picape Fiat Toro. Somados, tiveram 165 mil unidades emplacadas em 2018.
A linha de produção pernambucana é a mais adaptada aos preceitos de manufatura 4.0 entre as plantas do grupo. O padrão de automação Cars, desenvolvido pela Siemens, permite que os automóveis nacionais tenham o mesmo nível de suas versões feitas nos EUA e na Itália.
Além disso, há boa rentabilidade: o modelo mais em conta custa R$ 80 mil (Renegade Sport 1.8 MT).
As veteranas também evoluíram. A General Motors investiu R$ 1,2 bilhão em São Caetano do Sul (SP), onde produz automóveis nacionais desde os anos 1960.
A unidade recebeu prensas atualizadas e um novo sistema de montagem do motor e da transmissão. Até o transporte de veículos na linha de produção foi atualizado.
Na Volkswagen, a novidade é o Laboratório de Protótipo Virtual, que foi inaugurado neste mês na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). O equipamento permite visualizar e modificar virtualmente peças de carros que ainda serão lançados.
O segmento de caminhões segue o mesmo caminho de modernização. A Scania vai investir R$ 1,4 bilhão na sua fábrica entre 2021 e 2024 e aposta na melhora da operação logística para reduzir custos e diminuir as emissões de CO².
A empresa tem feito estudos por meio do laboratório SLL (Scania Latin Logistics Lab). As soluções valem tanto para a planta de São Bernardo como para seus clientes.
Também localizada em São Bernardo, a fábrica de veículos pesados da Mercedes-Benz recebeu investimento de R$ 500 milhões entre 2015 e 2018. Há um novo prédio para a montagem, adequado às necessidades da indústria 4.0.
Todas essas ações são feitas na esperança de que o mercado se aproxime das 4 milhões de unidades vendidas ou exportadas. Para a Fenabrave, que representa os distribuidores de veículos, isso deve ocorrer entre 2024 e 2025.
Empresas constroem e modernizam unidades no Brasil
Investimentos feitos nos últimos cinco anos adequam unidades a novas exigências do mercado nacional.
FCA Fiat Chrysler investiu R$ 7 bilhões em fábricas. Empresa investe mais R$ 16 bilhões até 2023 nas unidades de Betim (MG) e Goiana (PE)
Volkswagen investiu R$ 7 bilhões em fábricas. Montadora prepara novo ciclo de investimentos para período de 2021 a 2015
General Motors investiu R$ 4,5 bilhões em fábricas. Empresa prevê investir mais R$ 10 bilhões até 2014 nas unidades de produção instaladas em São Paulo
Toyota investiu R$ 1,6 bilhão em fábricas. Investe R$ 1 bilhão em Indaiatuba (SP) até 2020
Honda investiu R$ 1 bilhão em fábricas. Até 2021, serão aplicados R$ 500 milhões na fábrica de motocicletas (Manaus)
Jaguar Land Rover investiu R$ 750 milhões em fábricas. Empresa aguarda retomada do mercado para definir novas aplicações
Mercedes-Benz investiu R$ 700 milhões em fábricas. Aplica mais R$ 2,4 bilhões em um ciclo que vai até 2022
BMW investiu R$ 600 milhões em fábricas. Montadora está investindo R$ 125 milhões para produzir em Santa Catarina o novo sedã Série 3 e R$ 9 milhões na linha de produção de motos, em Manaus
| Folha de S. Paulo (publicado em 28-06-2019) | | | | Nas principais rodovias do estado de São Paulo, preço sobe 4,6% a partir de segunda
Os caminhoneiros, que travaram o Brasil no ano passado para reclamar dos custos do transporte, como frete, combustível e pedágio, receberam resignados a notícia do reajuste de 4,6%, que começa nesta segunda (1º) nas principais rodovias do estado de São Paulo. Na Imigrantes e na Anchieta, os preços chegam a R$ 27,40.
“Com certeza afeta a nossa categoria. Mas esses reajustes são repassados ao consumidor final”, diz José Roberto Stringasci, da Associação Nacional de Transporte do Brasil.
A NTC, associação do transporte de cargas e logística, faz ressalva. “Quem fizer trajeto dos contêineres, de Santos a São Paulo, uma rota curta em que se gasta de pedágio quase o mesmo que de combustível, é que vai sentir o impacto. De resto, o peso não é grande”, Lauro Valdivia, assessor técnico.
Segundo ele, a alta estadual segue padrões da inflação e da contratação de funcionários no setor, de 5%.
Outras lideranças de caminhoneiros que protagonizaram a paralisação de 2018 demonstram receptividade com a gestão do ministro da Infraestrutura, Tarcisio de Freitas. A expectativa da categoria, agora, gira em torno da decisão do Supremo Tribunal Federal, marcada para 4 de setembro, que julga a tabela do frete.
| Folha de S. Paulo (publicado em 30-06-2019) | | | | Os ônibus híbridos e híbridos elétricos já estão entre nós há um certo tempo, mas não deslancharam como alternativa viável no transporte coletivo na América Latina. Com exceção de Santiago, no Chile, que conseguiu montar uma frota consistente de veículos elétricos, outros países, como o Brasil, testaram os modelos e frearam a expansão. O custo da nova tecnologia e a falta de infraestrutura para suportar a mudança de matriz energética são as principais razões para essa interrupção.
“A Volvo acredita que, sim, o futuro é elétrico, não temos dúvidas disso. Mas, a gente tem que ser muito cauteloso no momento de fazer essa transição, porque vender um veículo elétrico é muito mais do que só um ônibus”, pondera Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Bus Latin America. As operadoras de transporte coletivo e cidades que optam por adotar esse tipo de veículo precisam ter uma rede compatível para mantê-los, com investimentos em redes de distribuição e capacidade energética. Ou correm o risco de, ao recarregar um conjunto de ônibus, derrubar a energia de um bairro todo, por exemplo.
Todeschini explica que a recomendação da Volvo, por exemplo, é de que esses processos sejam paulatinos. “Recomendamos que você coloque uma quantidade [de veículos híbridos ou elétricos] e teste, e não faça grandes lotes no início, porque é uma troca de tecnologia que ainda não é economicamente viável. A questão é que se o veículo é mais caro e o pacote final é mais caro, alguém paga essa conta, ou através de impostos ou através da tarifa. E sabemos que no Brasil, a questão da tarifa é muito sensível”, explica.
Em Curitiba, primeira cidade brasileira a testar os modelos híbridos e híbridos elétricos da Volvo, a experiência começou em 2012. Há veículos de pelo menos duas gerações de híbridos que circulam na capital paranaense e, embora tragam muitas vantagens do ponto de vista ambiental, o custo mais elevado para aquisição e manutenção pesam na planilha de custos que acaba definindo o valor da tarifa – tanto a que a prefeitura repassa para as empresas operadoras quanto a que o usuário do transporte público desembolsa todos os dias, usando esses veículos ou não. “O veículo elétrico será economicamente viável e a tecnologia está avançando muito rápido nesse sentido. Mas, ainda não é”, diz Todeschini.
Panorama dos híbridos
A capital paranaense tem uma frota diminuta de híbridos em circulação. Em 2018, eram 30 veículos que fazem linhas convencionais, troncais e de Interbairros. Em Bogotá, na Colômbia, a Volvo tem 360 veículos desse tipo em operação.
O sistema de transporte da capital colombiana está passando por uma renovação de frota. A Volvo, por exemplo, fez a maior venda da década para o Transmilenio: são 700 veículos articulados e biarticulados, que já começaram a ser entregues, em um negócio de US$ 210 milhões. Todeschini lembra que a cidade vai renovar a frota de ônibus alimentadores, que fazem parte do sistema chamado de SITP e inclui a região metropolitana de Bogotá, e também fará uma nova licitação para veículos elétricos.
Mas é no Chile, em Santiago, que esse modelo está mais consolidado: a cidade possui a maior frota de ônibus elétricos da América Latina, com 200 unidades. O plano do país é ter uma frota totalmente elétrica no transporte público até 2040.
| Gazeta do Povo (publicado em 30-06-2019) | | | | Programa pode ser interessante para 600 empresas, mas só tem 33 habilitadas, aponta a Pieraccciani Consultoria
Sancionado ainda no fim de 2018, o Rota 2030 não registrou até agora o efeito esperado na cadeia automotiva. Até junho, 33 empresas se habilitaram para cumprir as exigências e receber os incentivos do conjunto de regras para a indústria automotiva. O número é baixo quando comparado ao universo estimado em 600 organizações em que o programa se encaixaria, aponta Francisco Tripodi Neto, sócio-diretor da Pieracciani Consultoria. O especialista vai participar de entrevista ao vivo sobre o tema no AB Webinar, no dia 3 de julho.
Segundo ele, o principal motivo para a baixa adesão é a dificuldade das organizações em identificar se os incentivos oferecidos pelo Rota 2030 compensam os investimentos necessários para cumprir obrigações impostas pelo programa. “Há uma série de dúvidas sobre como ter certeza de que será possível atingir às metas da política industrial, evitando multas e garantindo os benefícios”, conta. E complementa:
“A dificuldade para avaliar corretamente se vale a pena entrar no Rota 2030 não é exclusiva das pequenas empresas. Há muitas grandes companhias automotivas com dificuldade de se encaixar no programa”, diz.
FALTA ESTRATÉGIA DE SAÍDA
O Rota 2030 é estruturado em três ciclos de cinco anos de duração. Ao se habilitar, montadoras e fornecedores se comprometem com uma fase completa. Assim, se entrou em 2018 ou 2019, a empresa só têm a chance de repensar a habilitação em 2023, quando o primeiro ciclo se encerra.
Além da natural dificuldade de entender se o complexo programa é ou não benéfico para as organizações, a ausência de uma cláusula de saída ou desabilitação do Rota 2030 também pesa para as empresas, segundo Tripodi. Sem detalhar nomes, ele aponta que já há um caso de companhia que entrou no programa sem um cálculo preciso das obrigações, se arrependeu e agora enfrenta dificuldade para sair.
“Em um contexto volátil como o brasileiro, as organizações pensam duas vezes antes de assumir um compromisso de cinco anos que exigirá investimentos”, afirma.
DESCOMPASSO NO CICLO DE INVESTIMENTO
Na lista das organizações habilitadas até agora, entre fabricantes de veículos e de componentes, chama a atenção a ausência de algumas montadoras, como as japonesas. Tripodi avalia que, em muitos casos, os investimentos obrigatórios em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) exigidos pelo Rota 2030 estão em descompasso com os ciclos programados pelas empresas.
“Algumas fabricantes têm um grande aporte previsto para os próximos dois anos, mas depois vão diminuir drasticamente até uma possível próxima fase”, diz. Tripodi lembra que isso é algo que não está previsto no Rota 2030, que impõe aportes anuais. Segundo o consultor, a curva de aprendizagem do setor automotivo sobre o Rota 2030 ainda é longa e, portanto, será preciso algum tempo para medir o eventual sucesso ou fracasso do programa.
| Automotive Business (publicado em 28-06-2019) | | | |
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