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04 de SETEMBRO de 2019
Quarta-feira
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Em 04/09/2019
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| | | | | Estudo aponta que fatia da indústria de transformação no PIB do Brasil recuou aos níveis da década de 1950
Na contramão da tendência mundial, a indústria brasileira de transformação perdeu participação no PIB (Produto Interno Bruto) do país desde o final de 2009 e, dez anos depois, retornou aos patamares da década de 1950. O movimento foi puxado pelo encolhimento dos segmentos de alta tecnologia.
A conclusão é parte de estudo inédito elaborado pelo Departamento de Economia, Competitividade e Tecnologia da Fiesp (federação das indústrias de São Paulo).
A participação da indústria de transformação mundial no PIB global passou de 15,1% para 16,4% de 2009 a 2017. No mesmo período, no Brasil, o setor viu sua fatia na economia encolher de 15,3% para 12,2%.
Esse percentual caiu para 11,3% no fim de 2018 e voltou aos níveis da década de 1950.
Nos anos 1980, chegou a mais de 20%. Hoje, está abaixo do verificado em países como Argentina (12,2%), México (17,5%) e Coreia do Sul (27,6%).
O estudo da Fiesp mostra que apenas a indústria de baixa intensidade tecnológica e baixa produtividade cresceu acima do PIB nacional no período. Os segmentos de média intensidade perderam 1,1 ponto percentual de participação, enquanto os de alta encolheram 2,2 pontos percentuais.
José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp e presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), afirma que o processo de desindustrialização no Brasil se dá em um momento em que o mundo passa por uma nova revolução industrial e países desenvolvidos e emergentes lutam para atrair investimentos de alta tecnologia.
“É uma disputa desses países para estar à frente na digitalização do processo industrial. Eles têm tido incentivos para investimentos em máquinas e equipamentos com conectividade, inteligência artificial, manufatura aditiva, que é impressão em 3D, visando sair na frente nesse novo processo industrial”, afirma Roriz.
Para a entidade, a reindustrialização do país passa pela solução para questões como tributação elevada, câmbio valorizado e custo de capital e insumos maior que dos concorrentes externos e que contribuem para um adicional de 30,4% no preço do produto brasileiro, considerando a média do período 2008-2016.
Segundo Roriz, os benefícios fiscais dados pelos governos na última década não chegaram à indústria de transformação, mas a poucos grupos, e não é esse o caminho para destravar o setor.
“O investidor não gosta de saber que o que viabiliza a fabricação dele é o benefício fiscal. Ele quer é competitividade equivalente à de outros países, sem que seja necessário benefício para que a empresa pare em pé”, diz Roriz.
“O Brasil deveria ter carga tributária menor no setor produtivo e no investimento, segurança jurídica maior, energia a preço competitivo.”
De acordo com o estudo, a indústria tem uma produtividade 32% maior que os demais setores da economia, responde por 18% do emprego privado formal, 20% da massa salarial e 27% dos investimentos, além de representar 70% dos recursos em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Por isso, é o setor com mais capacidade para ajudar reverter o cenário atual de baixo crescimento da economia e alta taxa de desemprego.
Segundo a instituição, se a indústria brasileira de transformação tivesse acompanhado a tendência mundial, o crescimento acumulado do PIB de 2010 a 2017 teria sido de 18,5%, 65% maior do que os 10,7% verificados.
“O que gera emprego é investimento. Embora o investimento tenha crescido no último trimestre, ainda é muito baixo. Para a economia crescer 3,5% ao ano, tem de investir de 20% a 25% do PIB. Estamos próximos de 15%. Nossa capacidade de crescer com esse nível de investimento é 1%, 1,5%. Precisamos atrair investimentos, principalmente voltado para a modernização do país e do parque industrial, e ter uma agenda de reformas que torne o país competitivo.”
Com essa agenda, segundo Roriz, o país poderia em um prazo de cinco anos, por exemplo, evoluir rapidamente e recuperar parte do atraso verificado nos últimos anos.
“A crise atrasou a entrada do Brasil nesse mundo digital. O país ficou ao largo disso porque as empresas estavam muito preocupadas com sua sobrevivência financeira, investiram pouco em inovação e tecnologia. Temos de correr para tirar essa diferença, com investimentos em recursos humanos para qualificação de pessoal para esse novo mundo digital, que permita melhorar os processos produtivos”, afirma.
Produção industrial cai em julho pelo 3º mês consecutivo
A produção industrial brasileira recuou 0,3% em julho, na comparação com o mês anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (3). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda chegou a 2,5%. Economistas ouvidos pela agência Bloomberg previam alta de 0,5% na relação junho e julho de 2019 e queda de 1,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Na divulgação também foi atualizado o dado de junho, revisado para pior, em contração de 0,7% sobre maio, ante queda estimada anteriormente de 0,6%.
Na medida acumulada em 12 meses, o percentual fechou mais uma vez em queda, de 1,3%, dando sequência ao movimento decrescente.
Em agosto do ano passado, o crescimento da indústria nesse recorte começou a recuar e, desde então, o setor vem perdendo fôlego. Em fevereiro, ficou estável e em março apresentou a primeira retração, de 0,2%. Em maio houve um respiro, mas nos meses seguintes o acumulado voltou a recuar.
| Folha de S. Paulo | | | | No governo, defensores da proposta esperam que o tributo seja mantido
Que bicho é esse? Enquanto o governo não envia ao Congresso sua reforma tributária com a nova CPMF, empresários começam a dizer que resgate do imposto do cheque é bode na sala, isto é, deve sair durante as negociações. Segundo um dos principais envolvidos no caso, não é bode, pois o governo leva a proposta a sério. É o projeto de vida do secretário Marcos Cintra e o ministro Paulo Guedes gosta. Seria como a capitalização na Previdência: não ficou na sala, mas não era o bicho indesejado.
Que seja deputado Baleia Rossi, autor de proposta contrária à CPMF na Câmara, reitera que há resistência na casa, mas se o governo quiser fazer o debate, ele terá de ser feito. Para interlocutores de Guedes, a esperança é que a ideia irá agradar quando for apresentada e o apoio vai crescer.
E eu? O setor de serviços diz ter reunido a assinatura de 238 deputados para apresentar uma emenda que diminui sua tributação na proposta de Baleia. A sugestão, do deputado Laercio Oliveira (PP-SE), define que bens intangíveis só podem ser tributados com alíquota de até 30% da cobrada nos bens tangíveis.
Desigual Para João Diniz, da Central Brasileira do Setor de Serviços, sem a alteração, a reforma eleva a carga sobre o seu segmento de forma desproporcional aos demais.
| Folha de S. Paulo | | | | Empresário, fundador do grupo Brasil 200, apresentou nova tributação em comissão nesta terça
O empresário Flávio Rocha, da Riachuelo, apresentou uma nova proposta de imposto na comissão especial da PEC 110 da reforma tributária do Senado, nesta terça.
Fundado por Rocha, o grupo Brasil 200, que reúne empresários defensores de uma renovação do sistema tributário com um imposto único capaz de atingir todas as movimentações financeiras, criou o conceito do Microimposto, um imposto digital, que será a nova bandeira do movimento.
Segundo o empresário, a nova tributação lembra a ideia inicial do imposto único, mas com uma alíquota menor, já que todas as transações do mercado financeiro serão taxadas.
| Folha de S. Paulo (publicado em 03-09-2019) | | | | O governo está preparando mudanças no mercado de trabalho que serão a versão 2.0 da reforma trabalhista. O debate se dá em duas frentes: novas ideias sobre tributação do emprego e novas leis trabalhistas. É uma reação a uma realidade na qual a carteira de trabalho e os sindicatos estão sumindo.
A abordagem do Ministério da Economia tem como ponto de partida a reforma tributária. A equipe econômica insiste em fazer uma desoneração da folha de pagamentos em troca da criação de um imposto sobre movimentações financeiras, nos moldes da CPMF. Essa ideia tem evoluído para um proposta intermediária, em que a desoneração seria parcial para todos os trabalhadores e de 100% para os jovens.
Com isso, a equipe do ministro Paulo Guedes teria como colocar na rua a carteira de trabalho verde-amarela prometida na campanha eleitoral. Jovens entrariam no mercado de trabalho sem que as empresas precisem recolher os 20% da contribuição patronal. Como esse dinheiro é o que financia a Previdência, seria necessário outro imposto, no caso, a CPMF reformulada.
Por trás da ideia de Guedes está o crescimento da informalidade no mercado de trabalho nos últimos anos, como reflexo da maior recessão da história. O ministro promete a criação de milhões de empregos a partir da desoneração, visão que está longe de ser consenso entre especialistas. O efeito mais provável é um aumento da formalização de empregos já existentes e uma criação marginal de vagas em setores exportadores competitivos, nos quais esse custo é uma barreira para entrar em novos mercados.
Há três problemas nesse caminho. O primeiro é que a CPMF é um imposto ruim, que incide em toda a cadeia produtiva e onera exportações (retirando parte do ganho, portanto, dos setores mais competitivos). O segundo é que os portadores da carteira verde-amarela precisarão entrar em um sistema de capitalização previdenciária que dificilmente será viável sem uma participação dos empregadores (o que limita a desoneração, na prática). E o terceiro é a criação de um mercado de trabalho dual, em que com o tempo pessoas um pouco mais velhas se tornarão mais caras do que os jovens, jogando o problema da informalidade para outro lado na pirâmide etária.
Tratar o problema do desemprego entre jovens é uma necessidade, mas o governo terá de estudar bem o tamanho da distorção que quer introduzir no mercado de trabalho. A experiência da desoneração feita pelo governo Dilma Rousseff indica que nem sempre as empresas criam mais empregos por causa da desoneração. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho publicado em 2015 chegou à conclusão de que a redução na contribuição sobre a folha de pagamento de jovens em países desenvolvidos é ineficiente. Subsídios diretos para a contratação de jovens, em contraste, teve efeitos melhores - uma subvenção que na prática paga pelo treinamento de quem entra no mercado.
A conta para a carteira verde-amarela é mais complexa do que os milhões de empregos propagados pelo governo. E a medida não atuaria sobre o que parece ser a tendência mais forte no mercado de trabalho: a atividade por conta própria. Com a ascensão de dezenas de serviços prestados via plataformas, como Uber e iFood, é crescente o número de brasileiros que trabalham na categoria por conta própria. As alternativas de formalização são o MEI (cuja proteção é muito básica e a um custo fiscal crescente) e a pejotização completa, que tem uma carga burocrática que pode ser excessiva a empreendedores de renda mais baixa, ao mesmo tempo em que é um custo fiscal injusto do ponto de vista de distribuição de renda.
É por essa tendência que podemos afirmar que a carteira de trabalho está morrendo e não é esse ponto que seria atacado pela versão verde-amarela da equipe econômica. Ao mesmo tempo, uma desoneração pequena mas linear para todos os trabalhadores pode aumentar a formalização, com efeitos melhores para a economia do que uma ampla desoneração só para jovens.
A segunda ponta da reforma trabalhista
Além do lado fiscal, que precisa ser discutido com mais profundidade, a reforma trabalhista 2.0 terá uma nova revisão da CLT. Um grupo de trabalho foi criado pelo governo e ele deve discutir uma proposta de modernização da legislação. Se na reforma 1.0 a grande evolução foi dar o poder para o negociado sobre o legislado, na versão 2.0 devem ser esclarecidas as novas relações de trabalho e o papel dos sindicatos.
Na reforma que entrou em vigor em 2017, os sindicatos perderam a receita fácil do imposto sindical. Essa mudança, aliada ao maior papel das negociações diretas entre empregadores e trabalhadores, precisa agora ser acompanhada de uma revisão do sistema sindical. Ele tem um papel importante de contrapeso nas relações trabalhistas, mas no Brasil está engessado por uma combinação de reserva de mercado, sindicatos de fachada e baixa representatividade. É importante que a unicidade sindical seja quebrada e que o trabalhador tenha liberdade para procurar a entidade que preste os melhores serviços ao custo mais baixo.
Ao mesmo tempo, é preciso reduzir a incerteza jurídica sobre o trabalho por conta própria. Recentemente, o TRT-3 reconheceu o vínculo empregatício de um motorista de aplicativo. Isso gera insegurança para o funcionamento de negócios que, durante a crise, têm permitido que milhões de pessoas obtenham renda prestando serviços. A questão aqui é que a proteção a esses trabalhadores precisa ser buscada de outra forma que não o velho vínculo da carteira assinada.
A reforma 2.0 deve continuar a "limpeza" da CLT e normas acessórias que não foram alteradas na primeira leva. Aparentemente, o governo não vai entrar agora em pontos mais polêmicos, como limites a horas extras, pagamento do terço de férias e a multa do FGTS nas demissões sem justa causa. O caminho da modernização da legislação será longo.
| Gazeta do Povo (publicado em 03-09-2019) | | | | O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que a desoneração da folha de pagamentos – a ser compensada por um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da extinta CMPF – seria uma ferramenta para combater o desemprego. A ideia vem sendo gestada há tempo pela equipe econômica e deve constar da proposta de reforma tributária que o governo pretende enviar ao Congresso.
A leitura da equipe econômica é que os impostos que incidem sobre a folha de pagamento elevam em muito o custo do trabalhador. E que ao reduzir parcialmente ou totalmente esses tributos, o custo de manter um trabalhador ficará mais barato, o que pode gerar um "choque de empregabilidade", principalmente entre os jovens, que têm menos qualificação e experiência.
"Acho um crime você tributar a folha de pagamento. A sociedade vai ter de decidir entre ter 40 milhões de desempregados ou ter um imposto feio [a CP, contribuição sobre pagamentos] para permitir a desoneração da folha de pagamento", afirmou Guedes na última segunda-feira (26), ao participar de premiação da revista Exame. Na semana anterior, o ministro já havia feito afirmação similar.
Mas não há consenso entre os economistas sobre os efeitos positivos da desoneração da folha de pagamentos sobre o emprego. Uma frente de especialistas defende que a desoneração, apesar de reduzir os custos de um trabalhador, não resulta necessariamente em mais vagas. E, caso tenha algum impacto positivo, o custo tende a ser muito elevado, o que vai acabar sendo bancado diretamente ou indiretamente por toda a sociedade.
Mas também há especialistas favoráveis à redução dos encargos, não só pelo possível impacto no emprego, mas também para melhoria do ambiente de negócios e pela redução do chamado custo Brasil. Esses economistas defendem, porém, que a desoneração seja feita em momentos de taxa alta de desemprego, pois quando o nível está baixo, o efeito positivo de tal redução tende a ocorrer apenas sobre o salário dos empregados.
Ex-presidente Dilma adotou a medida
A chamada desoneração da folha nada mais é do que substituir impostos que incidem sobre a folha de pagamentos por outro tributo, de alíquota menor e que vai incidir sobre outra base.
O primeiro governo de Dilma Rousseff (PT) adotou essa política ao editar, em 2011, uma medida provisória – que depois foi aprovada no Congresso e virou lei em definitivo – dispensando 42 setores da economia de recolher os 20% que incidem sobre a folha e que vão para a Previdência, em troca de pagar um imposto de 1% a 2% sobre o faturamento da empresa. Logo depois, o número de setores foi ampliado, chegando a 56.
Foi só a partir de 2015, com Joaquim Levy como ministro da Fazenda, que a política começou a ser revista, porque não vinha dando resultado na geração de emprego e ainda resultava em grande renúncia de arrecadação. Primeiro, foi editada uma lei em 2015 tornando a desoneração opcional e também elevando a alíquota cobrada na substituição. Depois, o governo Temer reduziu o número de setores beneficiados para 17 e também estabeleceu que a desoneração só vai valer até dezembro de 2020.
"Essa brincadeira [desoneração da folha] nos custa R$ 25 bilhões por ano, e vários estudos nos mostram que isso não tem protegido o emprego. Tem que saber ajustar quando não está dando resultado. Não deu os resultados que se imaginava e se mostrou extremamente caro", disse Levy em 2015, na época que editou a medida provisória para reduzir a desoneração da folha.
O resultado da experiência brasileira
Estudos e cálculos da Receita Federal mostram que a experiência brasileira não foi bem-sucedida. Estudo de 2018 feito por pesquisadores do Ipea – entre eles Adolfo Sachsida, hoje secretário de Política Econômica do Ministério da Economia – constatou que a desoneração da folha feita pelo governo Dilma não cumpriu o objetivo de geração de empregos formais em nenhum dos cenários analisados e simulados.
Segundo o estudo, no período anterior à lei de desoneração (2009-2011), a média de emprego nas empresas que vieram depois a ser beneficiadas pela desoneração foi de 32,72 [funcionários]. Depois, com a desoneração, no período de 2012 a 2015, a média de emprego ficou em 32,77 [funcionários], uma variação mínima.
“Usamos uma metodologia estatística superior, mais sofisticada do ponto de vista econométrico. Os resultados se mantêm e reafirmam constatações anteriores, da não efetividade dessa desoneração”, explicou Sachsida ao Ipea, fevereiro de 2018. Além dele, assinam o estudo os pesquisadores Alexandre Ywata e Felipe Garcia.
O custo da desoneração foi alto. Segundo cálculos da Receita Federal, somente entre 2012 e 2016 a desoneração custou cerca de R$ 80 bilhões aos cofres públicos.
No fim de 2017, o Banco Mundial recomendou ao governo brasileiro o fim das desonerações, não só pelo custo e pela falta de efetividade, mas porque, segundo a instituição, experiências internacionais na Argentina, Chile, Finlândia e Suécia indicam que a geração de empregos com as isenções tributárias na folha de pagamento não é automática.
"A Desoneração da Folha de Pagamento mantém empregos, mas a um custo altíssimo. (...) Tais programas podem levar a um aumento dos salários ou à formalização dos contratos de trabalho com impacto limitado sobre a geração de empregos", escreveu o Banco Mundial.
E agora vai funcionar?
Caso o governo resolva apostar na desoneração, há quem acredite que a prática pode sim trazer resultado desta vez, mas há quem afirma que dependerá – e muito – de como será feita.
José Márcio Camargo, professor do departamento de economia da PUC-RJ e economista-chefe da Genial Investimentos, diz que a experiência vai sim ser bem-vinda, devido à alta taxa de desemprego. Ele afirma que o erro da ex-presidente Dilma foi ter lançado a desoneração em um momento de desemprego baixo, o que fez com que o impacto fosse apenas nos salários.
Camargo defende que o governo concentre a desoneração da folha nos empregados de 15 a 25 anos, faixa em que o nível de desemprego é maior e a qualificação, menor. “Se você desonerar a folha dos mais jovens, o efeito sobre o efeito do desemprego vai ser maior do que desonerar de todo mundo.”
O pesquisador associado do FGV/Ibre Bruno Ottoni, por sua vez, diz que a desoneração não é algo ruim, mas o governo, se quiser implementá-la, deverá mostrar que é uma política permanente. “O empresário pode acabar optando por não contratar, porque lá na frente pode ter uma reoneração. O custo de demitir é muito alto.”
Ottoni também diz que é preciso que a política de desoneração atinja todos os setores, e não somente alguns, como se fez no governo Dilma. “Políticas horizontais têm mais chances de serem bem-sucedidas.”
O pesquisador do Ibre alerta que, para de fato convencer as empresas a contratar mais, é preciso que o país tenha uma situação fiscal equilibrada, o que será conquistado com as reformas estruturantes.
Ele alerta, ainda, para o custo da desoneração. “Desoneração por si só não é ruim. Tem que ver se é um custo que vai sair do bolso do empregador, do governo ou do trabalhador. E se for sair do bolso do governo, quem [quais setores] vai arcar com essa perda?
| Gazeta do Povo ( publicado em 02-09-2019) | | | | Perda de arrecadação seria compensada por ações como a limitação das deduções no IR com despesas médicas
O governo estuda encaminhar sua reforma tributária ao Congresso diminuindo todas as alíquotas cobradas do Imposto de Renda de pessoa física, além de fazer uma correção da tabela. Com isso, a redução no pagamento de impostos dos mais ricos seria estendida também para os contribuintes de menor renda.
O governo já tinha estabelecido que a faixa salarial mais alta, que paga até 27,5% de imposto sobre o salário, passará a pagar até 25%. Agora, planeja que os contribuintes das demais faixas sejam contemplados com ao menos uma pequena redução.
A perda de arrecadação decorrente da medida seria compensada por ações como a limitação das deduções com despesas médicas no Imposto de Renda. Dentre os cenários estudados pelo governo, está a implementação de um teto anual de R$ 10 mil para o desconto.
O subsídio é autorizado pela legislação, que prevê a possibilidade de pessoas físicas deduzirem da base de cálculo do IRPF os pagamentos sem qualquer limite efetuados a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, além de despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias.
Relatório da Secretaria Especial de Fazenda mostra que as deduções de despesas médicas no Imposto de Renda de pessoa física apresentam um crescimento praticamente contínuo desde 2010. O número subiu 42% desde aquele ano, para R$ 15 bilhões em 2017.
O principal item de dedução das despesas médicas são gastos com planos de saúde, representando 72% do total em 2017. E os mais ricos são os que mais usam o benefício. Os contribuintes da faixa de maior rendimento totalizaram R$ 11,2 bilhões em 2017, equivalente a 76,5% do total, enquanto os de menor rendimento apropriaram apenas 5,5% do total.
Além disso, o governo estuda qual alíquota seria aplicada sobre os dividendos (parte do lucro da empresa que é distribuída aos acionistas). Hoje, o instrumento é isento de Imposto de Renda.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já mencionou uma taxação de 20% sobre dividendos e a diminuição do Imposto de Renda de pessoa jurídica (para uma alíquota entre 20% e 25%, de acordo com números mencionados recentemente).
A tributação de 20% sobre dividendos poderia gerar uma arrecadação de R$ 24,6 bilhões em 2020, segundo cálculos feitos pela Receita Federal que chegaram às mãos de Guedes.
Nos estudos feitos sobre eventuais mudanças na tributação de dividendos, a Receita também projetou outras alíquotas (que variam de 5% aos 20% mencionados por Guedes). Cada acréscimo de 5 pontos percentuais na tributação geraria uma arrecadação de R$ 500 bilhões aos cofres públicos.
O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, já afirmou querer fazer uma “faxina” no imposto de renda para tirar penduricalhos. Isso incluiria a reavaliação de benefícios tributários para as letras de crédito do setor imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), além de CRI (certificado de recebíveis imobiliários), CRA (do agronegócio) e benefícios para pessoas com doenças graves.
As alíquotas a serem propostas pelo governo ainda estão em estudo. Cintra menciona que está sendo usado um modelo de “gangorra” para calibrar as taxas de cada tributo, e por isso a diminuição de uma alíquota pode resultar na necessidade de aumentar outra.
O Imposto de Renda é apenas uma das três pernas da reforma tributária sendo elaborada pelo Executivo.
Além disso, o governo vai propor a criação de um imposto único federal que fundiria outros existentes hoje (como PIS, Cofins, IPI e IOF). A terceira frente é a criação da CST (contribuição social sobre transações), uma espécie de “nova CPMF” e que já —há algumas semanas— era apresentada como CP (contribuição previdenciária).
Enquanto estuda os detalhes de sua reforma tributária, o governo também avalia qual a melhor estratégia para enviar seu texto ao Congresso. Como Câmara e Senado têm propostas próprias sobre o tema, a equipe econômica vê os dois caminhos “obstruídos”.
Com isso, o Ministério da Economia passou recentemente a avaliar o envio de uma reforma mais enxuta, que consideraria apenas os pontos que não foram contemplados pelos textos dos parlamentares.
Outra decisão a ser tomada é para qual Casa o governo vai enviar sua proposta. O formato tradicional é a tramitação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) do Executivo pela Câmara dos Deputados.
Mas o Senado pressiona o governo para ter protagonismo na reforma e a equipe de Guedes considera a tramitação na Casa por meio de emendas de parlamentares.
| Folha de S. Paulo | | | | Com a avaliação do PIB do segundo trimestre de 2019/2, revelam-se cinco anos de complicações derivadas da recessão iniciada no segundo trimestre de 2014/2. Se dermos o índice 100 para o PIB de 2014/2, o índice de 2019/2 será de 96,48, revelando uma queda média de 0,7% ao ano. Como a população total do país cresce a 0,8%, a queda do PIB per capita foi, na média do período, em torno de 1,5%.
Para medir a produtividade do trabalho temos de considerar a mão de obra diretamente envolvida no processo produtivo (carteira assinada, empreendedores, biscateiros etc.) cuja melhor estimativa é o volume dos ocupados na pesquisa do IBGE. Esse número era de 91,5 milhões em 2014/2 e cresceu para 93,5 milhões em 2019/2 (apesar do dramático aumento do desemprego), um crescimento médio anual da ordem de 0,44% no período, o que nos deixa com:
1. Aumento da produtividade: - 1,1%
2. Aumento do trabalho: 0,4%
3. Aumento médio do PIB: - 0,7%
A verdadeira tragédia da completa desarticulação do sistema produtivo no período 2014-2016 foi uma redução média da produtividade do trabalho de 1,1% ao ano! A partir de 2017/2, já no governo Temer, tivemos uma mudança de sinal.
Esses números são aproximações grosseiras. Sugerem, entretanto, que a despeito de nenhum de nossos problemas ter sido resolvido até agora, a política econômica implementada a partir do terceiro trimestre de 2016 vem apresentando pequenos ganhos incrementais em condições que não são tranquilizadoras nem interna nem externamente.
A situação fiscal continua gravíssima. O investimento líquido é negativo, e não há a menor esperança que o investimento público possa garantir um crescimento robusto, equânime e estável. Todos concordamos que há um problema de demanda. A questão é como resolvê-lo: impulsionar diretamente a demanda com aumento da dívida pública, como sugerem os críticos, ou impulsioná-la com uma política de oferta, como o governo está tentando fazer?
Para convencer-se de que a primeira não funcionará, basta saber que o investimento previsto no Orçamento de 2020 é de apenas R$ 19,3 bilhões e que Bolsonaro, para evitar um impeachment por descumprimento da "regra de ouro", precisará de um crédito suplementar de R$ 370 bilhões que dissipará em despesas correntes! Não há outra saída que não estimular a demanda com uma forte, urgente e rápida ("fast track") política de oferta (privatizações, concessões e parcerias), que será financiada pelo capital nacional e estrangeiro se lhe for oferecida segurança jurídica.
Antonio Delfim Netto: Economista, ex-ministro da Fazenda (1967-1974). É autor de “O Problema do Café no Brasil”.
| Folha de S. Paulo | | | | Prestes a completar um ano de sua sanção, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ainda é fonte de preocupação em diferentes setores da sociedade brasileira. Ainda que uma medida provisória tenha prorrogada sua adoção obrigatória para agosto de 2020, as Empresas começam a sofrer os primeiros impactos neste período de transição. Independentemente do setor, as organizações precisam adaptar suas estruturas para atender as exigências de privacidade das informações. Para isso, devem contar com soluções tecnológicas que automatizam a gestão eletrônica de seus documentos e, principalmente, facilitem seu armazenamento, tratamento e utilização. Confira cinco áreas já impactadas:
1 – Mercado de turismo ganha dupla camada de proteção jurídica
As OTAs (agências de viagens online, na sigla inglesa) já são uma realidade no setor de turismo. Seja a lazer ou a negócio, é comum reservar hotéis, passagens aéreas e pacotes de lazer nos ambientes digitais – consequentemente, resultam em dados cadastrais e transacionais desses consumidores. A Lei Geral do Turismo, marco regulatório da área, já obrigava essas Empresas a criarem procedimentos para tratar e armazenar essas informações. A LGPD, contudo, reforça esse procedimento, obrigando a criação de uma arquitetura capaz de garantir a segurança e privacidade das informações em cada etapa na jornada do consumidor.
2 – Instituições de ensino precisam levantar dados ‘essenciais’ e ‘suplementares’
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A LGPD exige que as Empresas sejam transparentes com os usuários sobre a finalidade da coleta, tratamento e armazenamento das informações. No caso das escolas e instituições de ensino, isso demanda que elas levantem todos os dados para identificar quais são essenciais para o serviço, como matrícula e histórico escolar, e quais são suplementares, como dados cadastrais socioeconômicos. Além disso, é necessário tomar cuidado com alunos menores de 12 anos, pois a utilização dessas informações depende de autorização dos pais ou responsáveis.
3 – Hospitais e clínicas buscam soluções para trabalhar com ‘dados sensíveis’
Um bom atendimento de saúde passa pela análise de informações pessoais dos pacientes, como histórico médico, hábitos, rotinas, entre outros pontos. Para a LGPD, todos esses dados são considerados “sensíveis”, ou seja, precisam de autorização prévia da pessoa. Ou seja, essas instituições buscam novos métodos para poder trabalhar com essas informações sem prejudicar a prestação de serviço em saúde, principalmente na necessidade de compartilhamento com outros hospitais em caso de transferência do paciente.
4 – Jornada de compra do varejo precisa ter autorização do consumidor
Hoje, é impensável imaginar o varejo sem a utilização de dados dos consumidores. Por MEIo dessas informações, e-commerces e até lojas físicas podem oferecer produtos e serviços a partir do monitoramento do perfil de compra e dos interesses com as buscas em portais e a navegação online. A dependência é grande, mas precisa ser revista. Com a LGPD, a jornada do consumidor precisa ganhar mais uma etapa antes da conversão: a autorização oficial do cliente para que aquele dado possa ser coletado, tratado e armazenado pelo varejista. Esse processo precisa ficar claro e transparente em toda a trajetória dele com a marca.
5 – Governos têm regras flexíveis, mas deve atender a finalidade pública
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O texto original da LGPD já apresentava medidas diferenciadas no tratamento de dados por parte do poder público, mas a flexibilização aumentou com a Medida Provisória 869, de 2018. Agora, as regras não valem em casos de Segurança Pública e a informação pode ser compartilhada se estiver previsto em convênios ou quando for para prevenir fraudes. Em todo o caso, os órgãos governamentais só podem coletar e tratar dados pessoais se estes estiverem de acordo com a finalidade do serviço oferecido e, principalmente, se atender o interesse do público.
*Rodrigo Reis é diretor comercial e sócio da Reis Office, empresa líder em outsourcing de impressão e soluções para digitalização, transmissão e armazenamento de documentos.
| Rede Jornal Contábil | | | | Apesar de sinalização, presidente não deu detalhes sobre o que o governo pretende fazer
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicou nesta quarta-feira (4) que pode apoiar a revisão da emenda constitucional do teto de gastos.
"Eu vou ter que cortar a luz de todos os quarteis do Brasil, por exemplo, se nada for feito. Já te respondi", disse Bolsonaro, ao ser questionado se endossaria uma revisão da norma.
"Temos um orçamento, tem as despesas obrigatórias, estão subindo. Acho que daqui a dois ou três anos vai zerar as despesas discricionárias. É isso? Isso é uma questão de matemática, nem preciso responder para você, isso é matemática", afirmou o mandatário.
Apesar da sinalização, ele não deu mais detalhes sobre o que o governo pretende fazer em relação ao teto de gastos.
Criada em 2016, a emenda constitucional do teto de gastos estabelece que as despesas totais da União não podem ultrapassar determinado nível independentemente do volume arrecadado.
A criação da lei teve como objetivo barrar o crescimento da dívida pública. A base de cálculo para o limite de cada ano foi a despesa de 2016, que depois passou a ser reajustada anualmente pela inflação. Para 2019, o teto é de R$ 1,34 trilhão.
Desde a implementação do teto, o governo assiste a uma redução das despesas discricionárias e um aumento dos gastos obrigatórios, que incluem as aposentadorias.
O governo Bolsonaro entregou na sexta-feira (30 de agosto) sua primeira proposta orçamentária. Pelo projeto enviado ao Congresso, as despesas com custeio e investimentos no ano que vem devem ficar no patamar mínimo histórico.
Em 2020, o governo estima que terá R$ 89,2 bilhões para as chamadas despesas discricionárias, que englobam gastos com energia elétrica, água, terceirizados e materiais administrativos, além de investimentos em infraestrutura, bolsas de estudo e emissão de passaportes, por exemplo.
Bolsonaro já reclamou publicamente da situação fiscal do país em outras ocasiões e das limitações orçamentárias que o cenário impõe.
Em meados deste mês, ao comentar a situação "grave" das contas públicas, Bolsonaro disse que os ministros na Esplanada estavam "apavorados" e que o Exército "vai ter que entrar em meio expediente".
Ao deixar o Palácio da Alvorada para cumprir uma agenda em Anápolis (GO) nesta quarta, Bolsonaro defendeu ainda a importância da aprovação da reforma da Previdência. Reconheceu que as mudanças no sistema de aposentadorias são uma medida "salgada", mas disse que, se nada for feito, "todo mundo vai ficar sem receber num curto espaço de tempo".
"É melhor um pássaro na mão do que dois voando. Infelizmente, gostaria que não fosse obrigado a fazer isso aí", concluiu o presidente.
| Folha de S. Paulo | | | | Principal desentendimento está no plano de saúde pago a mães e pais de funcionários
Os Correios rejeitaram uma mediação feita pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) com funcionários. É a primeira vez que uma empresa fecha as portas, de forma unilateral, em negociação capitaneada pela corte.
Com a decisão, sindicalistas ameaçam deflagrar greve a partir de terça-feira (10).
A Vice-Presidência do TST é responsável por arbitrar impasses envolvendo categorias de empresas com abrangência nacional.
A mediação se dá em fase pré-processual para evitar a judicialização —o chamado dissídio. Na terça-feira (3), esse procedimento foi extinto pelo vice-presidente do TST, ministro Renato de Lacerda Paiva.
Desde abril, o órgão tentava encontrar uma solução para os conflitos entre empresa e trabalhadores. A data-base dos funcionários dos Correios é em 1º de agosto. O acordo coletivo foi prorrogado por 30 dias.
Na sexta-feira (30), a empresa encaminhou ofício ao TST no qual recusou formalmente a proposta elaborada pela corte. O acordo 2018-2019 perdeu então a validade nessa data.
Os termos da mediação foram negociados entre as partes, sob a liderança de Paiva.
O principal desentendimento está no plano de saúde pago a mães e pais de funcionários dos Correios. No ofício, a empresa afirmou que gasta por ano mais de R$ 500 milhões com planos de saúde desses dependentes.
A empresa disse ainda que precisa cortar gastos com a folha para manter os serviços. Segundo os Correios, os salários consomem R$ 12 bilhões por ano, ou 62% do custo operacional.
Segundo a estatal, houve “mal dimensionamento das contratações e, muito especificamente, da inclusão paulatina de cláusulas sociais e econômicas [direitos] díspares ao longo dos sucessivos acordos coletivos”.
O documento do Departamento Jurídico é assinado pelos advogados Raphael Ribeiro Bertoni, Gustavo Esperança Vieira e Mariana Nunes Scandiuzzi.
Nele, a empresa afirmou também que, com 79 cláusulas do acordo coletivo —benefícios dados aos trabalhadores, mas não previstos em lei—, gasta por ano mais de R$ 70 milhões.
Pela lei, o adicional de uma hora extra, por exemplo, é de 50%. Para os trabalhadores dos Correios, o valor acordado é de 70%. Desde o início de setembro, essa regra não vale mais.
Além disso, mães e pais de funcionários da estatal não têm mais direito ao plano de saúde desde então.
Segundo José Aparecido Gimenes Gandara, presidente da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios), é assegurado apenas atendimento a pacientes em tratamento ou casos de emergência e urgência.
O plano era garantido a pais e mães com renda mensal de até 1,2 salário mínimo. De acordo com Gandara, 80% dos empregados dos Correios têm salário entre R$ 1.700 e R$ 2.500. A empresa tem mais de 101 mil funcionários.
“Solicitamos a mediação do TST nesse momento de discussão de privatização. Tivemos a preocupação de evitar a greve”, afirmou Gandara. A empresa entrou na lista de estatais que o governo Jair Bolsonaro quer vender.
O presidente da Findect disse que a intenção era manter as cláusulas sociais e econômicas. Os sindicalistas queriam ainda garantir a reposição da inflação nos salários.
De acordo com Gandara, a empresa se recusou a negociar e, por fim, recusou a proposta do vice-presidente do TST.
Para que o benefício médico às mães e aos pais dos funcionários fosse mantido, foi proposto reajuste salarial de 1%. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ficou em torno de 3%. Essa diferença subsidiaria o plano de saúde.
“A estratégia é empurrar os trabalhadores para a greve. Jogar com a opinião pública contra a categoria e, assim, facilitar a privatização”, afirmou Gandara.
Os custos da empresa com os trabalhadores, segundo ele, ficarão menores, o que agilizaria a venda da estatal. No ofício, os Correios afirmaram que os sindicalistas não cederam.
Segundo os advogados da estatal, “restou claro que os representantes obreiros não se mostraram receptivos a qualquer solução que não implicasse considerável aumento de custo para a empresa”.
Ainda de acordo com eles, em apenas 324 dos 5.570 municípios brasileiros a empresa apresenta lucro.
Gandara afirmou que funcionários de 36 sindicatos do país vão deliberar pela greve na próxima semana. A Fentect, outra federação de entidades de representação dos funcionários, também informou que participa da iniciativa.
Se a categoria parar, terá início o dissídio coletivo, e o processo, que se tentou evitar com a mediação do TST, é iniciado.
Em nota, os Correios afirmaram que desde o início de julho participam da mesa de negociação sob mediação do TST e que não houve consenso nas propostas apresentadas ao longo de dez encontros.
“Durante as reuniões, a empresa apresentou sua real situação econômica e propostas para o Acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.”
| Folha de S. Paulo | | | | Em relatório apresentado na semana passada, impacto estimado era de R$ 990 bilhões em dez anos para a União
O relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), fez mais concessões ao apresentar a nova versão da proposta nesta quarta-feira (4).
Com isso, a estimativa de economia com a reestruturação das regras de aposentadoria recuou para R$ 962 bilhões em dez anos para o governo federal.
Essa projeção, porém, considera a PEC (proposta de emenda à Constituição) já aprovada pela Câmara e também mudanças que Jereissati incluiu em um anexo do texto. Esse anexo será separado do projeto principal e ainda terá que ser votado tanto pelo Senado como pela Câmara.
Chamada de PEC paralela, a complementação da reforma da Previdência prevê a inclusão de estados e municípios na reforma, medidas de aumento de arrecadação, que vêm sendo criticadas por parlamentares, e alterações em pontos do projeto original do governo.
Portanto, a expectativa de uma reforma com uma economia de R$ 962 bilhões é considerada otimista por líderes partidários.
No relatório apresentado por Jereissati na semana passada, o impacto estimado era de R$ 990 bilhões em dez anos para a União.
Para estados e municípios, é esperado um corte de gastos de R$ 350 bilhões em uma década com o endurecimento das regras de aposentadorias para servidores. Isso foi mantido na nova versão do parecer do tucano.
Mas, para que a reforma tenha efeito para esses entes da federação, é necessário o aval das assembleias. Ou seja, governadores e prefeitos também precisarão ter o desgaste político de aprovar medidas impopulares.
Os cálculos de impacto da proposta foram feitos pela IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão ligado ao Senado.
Para tentar aprovar a reforma ainda nesta quarta na CCJ (comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o relator cedeu em alguns pontos, como pensão por morte.
Ele aceitou sugestões de senadores para garantir que a pensão não seja menor que um salário mínimo (R$ 998) em qualquer caso. Antes, o texto impedia que o benefício ficasse abaixo do piso apenas quando a pensão fosse a única renda formal da pessoa.
Com essa medida, a economia com a reforma caiu R$ 10 bilhões em dez anos.
Jereissati também fez uma alteração na proposta para exigir a criação de um modelo especial de contribuição para trabalhadores informais e de baixa renda.
O relatório estabelece que uma lei criará regras diferentes para quem, hoje, está à margem da Previdência Social, como trabalhadores informais, pessoas de baixa renda, inclusive aquelas que se dedicam apenas a atividades domésticas na própria residência.
O senador também derrubou mudanças aprovadas pela Câmara que alteravam regras para anistiados políticos.
| Folha de S. Paulo | | | | Ao menos dois estados brasileiros registraram movimentação na manhã desta quarta-feira (4)
Grupos de caminhoneiros fazem manifestações pontuais em estradas de pelo menos dois estados do país na manhã desta quarta-feira (4), segundo informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e das concessionárias das vias.
Os caminhoneiros protestam pela manutenção da tabela do frete. A constitucionalidade da criação dos preços mínimos do transporte rodoviário seria discutida nesta quarta-feira pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas o presidente da Corte, Dias Toffoli, decidiu retirar a pauta do plenário e o julgamento foi adiado.
A decisão de Toffoli atendeu a pedido apresentado pelo relator das ações no STF, ministro Luiz Fux, que não justificou a iniciativa, segundo a assessoria do presidente do Supremo.
No Paraná, um grupo de aproximadamente dez caminhoneiros está reunido desde o início da manhã no pátio de um posto de combustíveis às margens da BR-116 em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, na altura do quilômetro 67 da pista sentido São Paulo.
Até o momento, não há nenhuma interdição de rodovia federal provocada por manifestantes no Paraná. As informações são da PRF.
Um dos articuladores do movimento de Curitiba, Rodrigo Bernini Souza disse que o protesto ocorre porque o governo não cumpriu com o que havia prometido.
"Está rolando [a paralisação]. No estado do Paraná, cidade de Ponta Grossa, na saída de Curitiba, em Quatro Barras, e em Resende, no Rio. Motivo: falta de palavra do governo, que não nos apoia como apoiamos eles. Fomos a Brasília, ele fez um vídeo e não cumpriu com sua palavra", diz Souza.
No vídeo, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, fala sobre os acordos coletivos, de julho, que surgiram na esteira de uma mobilização depois que a ANTT publicou uma tabela de frete contestada por grande parte dos caminhoneiros.
A expectativa da categoria era de que até 2 de agosto eles recebessem o piso acertado. Apesar das ameaças em julho, a paralisação não ganhou grandes proporções.
No caso da rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro, houve manifestação no km 268, sentido São Paulo, próximo à cidade de Volta Redonda por volta das 8h15.
Teve movimentação também em Barra Mansa tanto no sentido São Paulo (km 274,6) quanto no sentido Rio de Janeiro (km 276), às 7h15.
De acordo com atualizações da concessionária Nova Dutra, no momento não há mais nenhum ponto de manifestação em toda a rodovia.
Não houve registros de ocorrências em Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais
Segundo informações da coluna Painel S.A. desta quarta, houve um racha entre líderes dos caminhoneiros sobre o movimento. Isso porque, enquanto os novatos prometeram vias fechadas com faixas de "Fora, Bolsonaro", os mais antigos se negaram a protestar e pediram foco na negociação com o governo.
| Folha de S. Paulo | | | | Autorização da Superintendência de Seguros Privados tem objetivo declarado de baratear seguro automotivo
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou as seguradoras a reparar veículos com peças usadas ou novas não originais. Objetivo declarado: baratear o seguro automotivo.
Considerando-se o que costuma ocorrer por aqui, as apólices vinculadas a peças e componentes originais ficarão muito mais caras. As demais custarão tanto quanto já custam. Sem contar o risco de fortalecer o roubauto, ou seja, desmanche de veículos.
Sim, sei que, em tese, haverá fiscalização para garantir a procedência dos itens utilizados no reparo de veículos sinistrados (envolvidos em eventos acidentais, como colisões). Sabemos, contudo, o quanto funcionam as fiscalizações por aqui.
Afinal, não temos sequer inspeção veicular em todo o território nacional. Nem mesmo em São Paulo, com frota superior a oito milhões de veículos –entre carros, motos, ônibus e caminhões. Por que funcionaria justamente para garantir que o conserto do veículo foi feito com peças legítimas?
As estimativas são de redução de até 10% no prêmio do seguro, ou seja, na prestação paga pelo segurado. Já vimos este filme no transporte aéreo, cujas passagens ficariam mais baratas se houvesse cobrança de despacho de bagagens. Alguém recebeu estes descontos nos bilhetes?
Essa medida, deve-se ressaltar, não confronta o Código de Defesa do Consumidor (CDC). O artigo 21 do CDC é claro: nos serviços de reparo, está implícita a obrigação do fornecedor “de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor”.
Então, se o consumidor for informado previamente e aceitar o uso de peças similares, tudo certo. Lembro o que diz o artigo 70 do Código: “Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor: pena de detenção de três meses a um ano e multa”.
Mas o artigo 31 do CDC acrescenta outra questão: “A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores”.
No caso, as tais peças paralelas deverão ter comprovação de origem e prazo de validade. Ou seja, algo que assegure ser legítimas. Se isso já é fundamental em um para-choque ou para-lama, imagine no caso de um freio, de um sistema de injeção eletrônica ou airbag.
Além disso, o eventual emprego de peça não original, caso seja detectado de alguma forma, poderá desvalorizar o veículo usado na hora de negócio (como entrada para carro zero, em venda simples ou troca).
Vamos ver como isto vai ocorrer.
Maria Inês Dolci - Advogada especialista em direitos do consumidor, foi coordenadora da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).
| Folha de S. Paulo | | | | Valores não foram revelados e ambas as partes podem recuar e não fechar o negócio
A fabricante de automóvel Caoa anunciou nesta terça-feira (3) que iniciará processo de diligência prévia para a compra da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP). Não foram revelados os valores envolvidos na transação e ambas as partes podem recuar e não fechar o negócio.
A divulgação oficial das negociações, que são conduzidas há meses, foi feita em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, com a presença do presidente da Ford para a América do Sul, Lyle Watters, do presidente do conselho de administração da Caoa, Carlos Alberto Oliveira Andrade, e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Watters, porém, não se manifestou durante o evento.
"Há pouco mais de quatro meses iniciamos entendimento após visita da Ford que dizia que a marca havia tomado decisão estratégica mundial da companhia que afetaria a fábrica de São Bernardo. O governo ajudou a buscar comprador que necessariamente deveria preservar os empregos ali existentes. Agora, temos um bom entendimento entre as partes [Caoa e Ford]. Será feito em duas etapas. Temos nos próximos 35 a 45 dias o processo de due dilligence [diligência prévia]. A opção de compra será confirmada ao final desse prazo", disse Doria.
"Até o fim de outubro o negócio deverá sair. Nossos planos A e B são com a Caoa, que deverá manter pelo menos 850 funcionários", disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB).
A diligência é uma espécie de investigação de uma oportunidade de negócio que avalia, por exemplo, os riscos da transação. Nessa etapa, as partes ainda podem desistir da transação.
A Ford anunciou em fevereiro que desativaria sua planta na Grande São Paulo como parte da estratégia global de sair do mercado de caminhões e deixar de fabricar o Fiesta. A unidade de São Bernardo produz ambos.
O governador afirmou que a intenção da Caoa é manter a fabricação de caminhões na planta e iniciar a fabricação de um modelo de carro de passeio.
A aquisição seria feita com recursos próprios, segundo Carlos Alberto Oliveira Andrade, presidente do conselho de administração da Caoa. Ele negou que a marca tenha a intenção de reduzir a atividade na fábrica do grupo em Anápolis (GO). O governo goiano, que enfrenta problemas fiscais, tem buscado aumento da arrecadação.
"Nossa intenção é lançar três carros em Anápolis e ter outra marca em São Bernardo", disse Oliveira Andrade.
Doria disse, ainda, que se a Caoa gerar 400 empregos e investir R$ 1 bilhão no estado, poderá aderir ao programa de incentivos fiscais IncentivAuto, que dá desconto de até 25% do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aos fabricantes.
Segundo o sindicato dos metalúrgicos do ABC, se a compra da planta for confirmada, haverá a dispensa de ao menos 1.200 dos atuais funcionários. Os remanescentes deverão ganhar salários que variam entre 70% e 80% do que atualmente é pago pela Ford.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 03-09-2019_) | | | | Empresa manterá produção dos caminhões na unidade do ABC e fará também um automóvel
O Grupo Caoa confirmou na tarde de terça-feira, 3, a compra da fábrica da Ford de São Bernardo do Campo (SP). Representantes da Caoa, da Ford e o governador do Estado de São Paulo, João Doria, concederam entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. O desfecho da negociação será divulgado em até 45 dias, num processo conhecido como “due diligence”.
O termo é utilizado em aquisições corporativas e se refere ao processo de análise das informação sobre a empresa à venda. Mais adiante serão divulgados o valor da negociação e novos investimentos. O grupo brasileiro dará continuidade à produção dos caminhões e também fará um automóvel ali, cuja marca ainda não foi divulgada.
“Não haverá dinheiro do BNDES na negociação, mas talvez venhamos a utilizar o IncentivAuto”, afirma o chairman e fundador do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade.
Andrade deu a entender que o automóvel a ser produzido em São Bernardo do Campo terá marca diferente daquelas que ele já produz no Brasil (Chery e Hyundai). Disse que a fábrica “passará por mudanças para se tornar viável e lucrativa” e descartou a saída de Anápolis (GO), onde produz hoje veículos Hyundai e Chery. “Temos três lançamentos programados para lá”, garante o proprietário do Grupo Caoa, que também monta veículos da Chery em Jacareí (SP).
De acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Ford montará ela própria os caminhões até o fim de outubro. Depois disso o grupo brasileiro assumirá a operação, “produzindo sob licenciamento da montadora”, afirma o presidente do sindicato, Wagner Santana.
“Hoje há 600 pessoas na linha de montagem da Ford. A Caoa vai gerar 750 vagas num primeiro momento”, afirma Santana. Segundo o líder sindical, a Ford mantém também 600 funcionários das áreas administrativas, que permanecerão ligados à montadora.
Segundo o sindicato, os trabalhadores que serão recontratados pela Caoa terão os salários até 30% mais baixos que aqueles pagos pela Ford.
| Automotive Business ( publicado em 03-09-2019) | | | | A compra da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo, pela Caoa já tem objetivo definido: produzir automóveis da Changan, uma das cinco maiores montadoras da China, apurou o Estado. Na cerimônia do anúncio do negócio, no Palácio dos Bandeirantes, ontem, havia pelo menos dois representantes da marca chinesa.
Um deles, que preferiu não se identificar, disse que há uma comitiva da empresa no Brasil acertando os detalhes da parceria. Seria um retorno da Changan ao País: a empresa já esteve no Brasil, com veículos importados, mas acabou desistindo do mercado.
A coletiva de imprensa sobre a aquisição da fábrica pelo grupo brasileiro teve a presença do governador de São Paulo, João Doria, e dos presidentes da Ford América Latina, Lyle Watters, e do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade. O empresário brasileiro confirmou que pretende usar a fábrica do ABC para fazer carros "de uma marca chinesa", sem citar nomes. Logo após o fim do evento, Andrade saiu sem falar com os jornalistas.
O acordo encerrou sete meses de incertezas em relação à unidade. A compra da fábrica da Ford pela Caoa passará agora para a fase de due dilligence - em que detalhes financeiros são analisados - por 45 dias. Depois disso, a aquisição deve ser oficializada.
O negócio ocorrerá menos de dois anos depois de a Caoa assumir as operações da Chery no Brasil. Em novembro de 2017, o grupo brasileiro, que já detinha as marcas Subaru e Hyundai, comprou metade da operação da marca chinesa, por US$ 60 milhões, criando a Caoa Chery.
Com expansão de 131%, a Caoa Chery foi a marca que mais avançou no Brasil em 2018. A empresa vendeu 8.640 carros no País no ano passado, ante 3.734 de 2017.
Retorno. A Changan está entre as cinco maiores montadoras chinesas. Em 2017, teve o melhor resultado histórico, ocupando o quarto lugar no seu mercado de origem, com mais de 2,8 milhões de veículos vendidos.
Segundo fontes do setor, a Changan deverá produzir principalmente SUVs (utilitários esportivos) no ABC Paulista. Os modelos, porém, deverão ser mais baratos do que os produzidos pela Caoa Chery.
A Changan já atuou no Brasil. A empresa chegou ao País em 2006, por meio de um importador, e ficou até 2016. Durante esse período, vendeu veículos comerciais da subsidiária Chana Motors - que, assim, como a Hafei, pertence à Changan. À época, oferecia três modelos: uma picape e duas vans, uma de carga e outra de passageiros.
Em 2011, a marca passou a se chamar Changan no Brasil e anunciou a importação de automóveis de passeio. No entanto, a promessa - que incluía o hatch compacto Ben Ben, o crossover CX20 e o sedã Yuexiang - nunca se concretizou.
Procurada, a Caoa disse que não há nenhum tipo de acordo firmado com uma marca chinesa para a fábrica do ABC. "Caso isso ocorra, o grupo fará um anúncio público e comunicará a imprensa a respeito."
| Bem Paraná | | | | Segundo sindicato, novas bases são aceitáveis diante do que é pago no ABC
As novas vagas geradas pelo Grupo Caoa para produção de veículos em São Bernardo do Campo (SP) terão salários mais baixos que aqueles pagos pela Ford. Os valores serão correspondentes a 70% ou 80% daqueles pagos pela montadora americana. A informação partiu do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, durante entrevista concedida no Palácio dos Bandeirantes, no dia em que o Grupo Caoa confirmou a intenção de comprar as instalações da Ford no ABC.
“Há novas bases menores para funções de produção direta, mas aceitáveis diante do que é pago no ABC”, afirma Santana.
De acordo com o líder sindical, o Grupo Caoa vai recontratar 750 metalúrgicos da Ford, necessários para manter rodando a produção dos caminhões da montadora americana.
De acordo com o presidente do sindicato, a Ford tinha 2,7 mil funcionários em 20 de fevereiro de 2019, dia em que comunicou a decisão de sair do segmento de caminhões. Nesse meio tempo, 1,5 mil trabalhadores foram demitidos.
A fábrica do ABC também montava o Fiesta hatch, cuja produção se encerrou. Hoje a montadora de origem americana mantém 600 funcionários produzindo caminhões. Eles fazem parte de um total de 1,8 mil candidatos às 750 vagas a ser criadas pela Caoa. Dentro da Ford há também 600 trabalhadores em funções administrativas, que permanecerão trabalhando para a empresa.
| Automotive Business (publicado em 03-09-2019) | | | | Anúncio do plano de negócios para os próximos cinco anos foi feito na Bolsa de Nova York
A CNH Industrial, gigante global que envolve 12 marcas como Case, New Holland e Iveco, anunciou nesta terça-feira (3) a separação de seus negócios em duas empresas e a aquisição de mais uma marca.
O anúncio do plano de negócios para os próximos cinco anos foi feito a investidores na Bolsa de Nova York durante o Capital Markets Day. Das 12 empresas, 9 têm atuação no Brasil, em setores como agronegócio, construção e infraestrutura, motores e transporte.
São sete fábricas, em Piracibaba, Sorocaba e Curitiba (máquinas agrícolas), Contagem (máquinas de construção) e três em Sete Lagoas (caminhões e chassis de ônibus, veículos de defesa e motores), com 7.300 funcionários no total.
A separação das operações está prevista para ser concretizada em 2021 e resultará nas empresas "on-highway" e "off-highway". De um lado, ficarão veículos comerciais (Iveco, Iveco Bus e Heuliez Bus) e FPT (fabricante de motores diesel e transmissões) e, de outro, as empresas de agricultura e construção (New Holland, Case, ambas com duas marcas cada, e Steyr, fabricante de tratores austríaca). Isso inclui todo o maquinário agrícola produzido, como colhedoras e tratores.
A primeira teve receita de US$ 13,1 bilhões (R$ 54,6 bilhões) no ano passado, enquanto a segunda alcançou US$ 15,6 bilhões (R$ 65,05 bilhões).
A empresa "fora da estrada" será predominantemente agrícola, setor que representa 75% da receita obtida no ano passado.
O plano, conforme o grupo, é apresentar estratégias robustas a serem implementadas em cada uma das empresas, para terem crescimento de vendas, simplificação de negócios e otimização de ativos.
Entre os pontos anunciados estão o plano de crescimento anual de 5% e dobrar o avanço do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
A estratégia inclui a redução de custos operacionais e aumento de eficiência com ações de reestruturação, que devem estar implementados totalmente até o fim de 2022. A expectativa é que os encargos fiquem entre US$ 450 milhões e US$ 500 milhões (de R$ 1,8 bilhão a R$ 2,08 bilhões), dos quais R$ 250 milhões (R$ 1,04 bilhão) em dinheiro.
Presidente da CNH Industrial, Suzanne Heywood disse que o plano levará à criação de dois líderes globais em seus respectivos campos de atuação.
Já Hubertus Mühlhäuser, CEO da CNH Industrial, afirmou que as metas são ambiciosas, mas alcançáveis. "Todos os negócios conseguirão atingir seu potencial em termos de desempenho financeiro, geração de valor para acionistas, mais acionistas e compromissos de sustentabilidade."
Ambas serão listadas separadamente nas Bolsas de Nova York e da Itália em 2021. O nome de uma delas ainda não está definido.
Além de anunciar a separação das operações do grupo, a CNH informou aos investidores a aquisição da AgDNA, empresa de sistema de informações de gerenciamento agrícola, que faz integração, mapeamento e análise de dados. O valor da negociação não foi revelado.
Na tarde desta terça-feira, as ações do grupo operavam em baixa de 3,12%, num dia em que a Bolsa norte-americana opera em queda de 1,39%.
| Folha de S. Paulo (publicado em 03-09-2019) | | | | Plano é criar duas empresas, uma reúne máquinas agrícolas e de construção, outra veículos comerciais e motores
Depois de estudar a natureza de cada uma de suas quatro unidades de negócios industriais, a CNH Industrial decidiu que o melhor caminho para crescer mais rápido – e lucrar em dobro – é se dividir em duas empresas, com balanços e ações distintas.
O plano estratégico da companhia para os próximos cinco anos, apresentado na terça-feira, 3, na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), nos Estados Unidos, prevê a criação de duas novas corporações, uma até o momento chamada “on-highway”, que ficará com as operações de veículos comerciais da Iveco e os motores produzidos pela FPT, enquanto a organizaçãooff-highway fica com a produção e vendas das máquinas agrícolas e de construção das marcas Case e New Holland – que originaram o nome CNH da holding e provavelmente será mantido para um dos lados do negócio, que será completamente dividido no começo de 2021, após aprovação de acionistas e das entidades de fiscalização do mercado.
Esta é a segunda vez que a companhia passa por uma separação. Na origem, todas as operações faziam parte do Grupo Fiat, como fruto de diversas aquisições que a empresa italiana fez ao longo de décadas. Até que, em 2011, o lado das marcas de veículos leves e autopeças ficou sob o guarda-chuva da Fiat SPA, em 2014 transformada na Fiat Chrysler Automobiles (FCA), e os negócios relacionados com a produção e venda de bens de capital ficaram com a Fiat Industrial, criada em 2011 e renomeada como CNH Industrial em 2013.
No plano estratégico “Transform 2 Win” apresentado pela CNH em seu Capital Markets Day realizado na NYSE, o CEO Hubertus Mühlhäuser explicou que a decisão de dividir a empresa em duas foi tomada após o exame aprofundado das operações, que têm desafios tecnológicos e regulatórios diferentes. O objetivo primário da divisão é criar duas corporações mais focadas em suas atividades fim, para dessa forma alinhar investimentos e torna-los mais eficientes, com maior retorno sobre o capital aplicado.
“ Temos baixo aproveitamento conjunto para operações de manufatura, distribuição e engenharia. Vemos que os negócios de veículos comerciais e motores têm sinergias potenciais e o mesmo acontece na manufatura de máquinas agrícolas e de construção, que têm tecnologias e regulamentações similares. Concluímos então que o melhor caminho era criar duas empresas”, disse Hubertus Mühlhäuser.
EXPECTATIVAS DE CRESCIMENTO E INVESTIMENTO
Mühlhäuser, que assumiu o comando há apenas um ano, irá orquestrar a transformação mais profunda já feita na holding de bens de capital que, embora tenha sido formalmente separada da FCA, permanece sob o controle acionário da família Agnelli. O executivo afirma que nos próximos cinco anos o portfólio de ambas as duas novas empresas será transformado com o objetivo de aumentar as margens e aproveitar oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico.
Com isso, em termos práticos a CNH Industrial espera que as iniciativas do plano estratégico quinquenal devem mais que dobrar o EBIT (lucro antes de despesas financeiras e impostos) de US$ 1,6 bilhão registrado em 2018 para US$ 3,4 bilhões em 2024, fazendo a margem sobre o faturamento saltar dos atuais 5,7% para 10% no período. Com isso, a estimativa é elevar o ganho por ação dos atuais US$ 0,86 para US$ 2.
Com a divisão, o retorno sobre capital investido é projetado em respeitáveis 20% – e os investimentos previstos no período 2020-2024 em todas as operações somam US$ 13 bilhões, sendo 58% direcionados ao desenvolvimento de produtos, 22% em manutenção de plantas e 20% em novas tendências tecnológicas, como direção autônoma, propulsões alternativas, digitalização e oferta de serviços.
Segundo calcula a CNH, as duas companhias nascidas da divisão serão similares em tamanho e sinergias. Baseado no faturamento apurado em 2018, as vendas da empresa on-highway (caminhões, ônibus e comerciais leves da Iveco e motores FPT) somam atualmente US$13,1 bilhões, com EBIT de US$ 500 milhões.
O lado off-highway (máquinas agrícolas e de construção Case e New Holland, além de veículos especiais da Magirus) fatura US$ 15,6 bilhões e teve EBIT de US$ 1 bilhão no ano passado. Espera-se que as vendas de todas as operações cresçam 5% ao ano nos próximos anos, saltando dos US$ 27 bilhões esperados para 2019 para US$ 35 bilhões em 2024, ao fim do plano estratégico quinquenal.
Ao menos por enquanto, os executivos da CNH se negaram a informar como será a repartição regional do investimento global, nem o que esperam exatamente de cada mercado nos próximos anos. Nada específico foi divulgado para a América do Sul, onde a empresa tem quatro fábricas no Brasil e uma na Argentina.
“O Brasil é um mercado importante para nós, temos participação relevante nos mercados de máquinas agrícolas e de construção”, limitou-se a dizer o CEO Mühlhäuser. Sobre a Argentina, avaliou que o país “sempre está em crise” e que deverá sair dela independentemente do vencedor das próximas eleições presidenciais de outubro.
TRANSFORMAÇÃO
Diversas ações já começaram a ser tomadas e continuarão a ser até 2022 para dividir a companhia em duas organizações mais eficientes e lucrativas. Segundo Mühlhäuser, entre as iniciativas para atingir os objetivos financeiros descritos está o aumento de utilização da capacidade instalada das fábricas da média atual de 66% para 85%, com enxugamento de 1,2 milhão de metros quadrados de áreas fabris em todo o mundo –ele evitou dar qualquer pista sobre quais fábricas serão fechadas ou reduzidas.
Está previsto que 85% dos novos produtos das diversas marcas da CNH serão digitalizados e conectados. A venda de serviços, muitos deles relacionados com a digitalização dos produtos da CNH, deve crescer dos atuais 16% do faturamento para 20%.
Entre as ambições de cortes de custos, o plano prevê economia com compras de suprimentos de 1% ao ano até 2024. Também está entre os objetivos aumentar a produtividade das linhas de produção em 4% ao ano, com adoção do sistema World Class Manufacturing em todas as operações industriais. A linha de produtos de todas as marcas será drasticamente simplificada. “Mas não vamos abandonar nenhum dos segmentos que já estamos, o objetivo é simplificar e reduzir a complexidade, para ganhar produtividade e escala”, explica Mühlhäuser.
A ideia central é transformar as duas empresa que nascerão da CNH em corporações mais atrativas aos investidores. “Vemos que o mercado prefere empresas mais focadas em seus negócios, com portfólio mais simples e menos complexo”, avalia o CEO. Segundo ele, as mesmas pessoas que trabalham hoje na direção da CNH Industrial deverão levar todas as transformações adiante.
Segundo o plano estratégico divulgado, a nova empresa off-highway terá 75% do faturamento centrado nas vendas de máquinas agrícolas, as de construção vão representar 19% das receitas e os restantes 6 virão da divisão de veículos especiais.
As marcas do agronegócio Case IH, New Holland Agriculture e Steyr terão linhas de produtos e redes de distribuição fortalecidas com a aceleração de investimento em automação e digitalização. No mercado de construção, Case Construction Equipment, New Holland Construction e a marca Astra de caminhões para mineração, o foco é aumentar a rentabilidade com simplificação da linha de produtos e aumento de participação em segmentos específicos. Veículos da divisão de defesa e caminhões Magirus para bombeiros continuarão a desenvolver soluções para sua base de clientes específicos.
Para o lado on-highway da empresa, 69% do faturamento deverá vir das marcas Iveco, Iveco Bus e Heuliez Bus, os 31% restantes serão faturados pelo braço de motores e transmissões reunidos no guarda-chuva da FPT Industrial. Está previsto o desenvolvimento de novos produtos para as marcas Iveco, com inclusão de novas tecnologias de direção autônoma e propulsão alternativa. A FPT seguirá fornecendo powertrain para maquinário agrícola e de construção.
| Automotive Business (publicado em 03-09-2019) | | | | Reservas e pagamentos serão feitos tudo por app e valerá para todos os modelos da marca, incluindo novo Corolla
Na segunda quinzena de setembro, mais precisamente no dia 12, a Toyota vai aproveitar o lançamento nacional do novo Corolla 2020 na sua rede de concessionárias para lançar a plataforma Mobility Services, serviço de aluguel de carros da marca. Tudo acontece por meio de um aplicativo para smartphone no qual o consumidor poderá fazer reservas e pagamentos via cartão de crédito e terá à sua disposição todos os modelos da marca, incluindo o novo Corolla 2020.
A novidade chega ao Brasil após testes realizados internamente, com os próprios funcionários da empresa. O presidente da montadora, Rafael Chang, conta que os testes serviram para aprimorar o serviço, que já é oferecido pela empresa em países como o Japão e Argentina.
Segundo Chang, a princípio, estarão disponíveis 200 carros em uma frota composta por todos os modelos que a marca vende no Brasil. O novo Corolla 2020 também estará na lista, incluindo sua versão com motor híbrido flex.
A frota será compartilhada entre montadora e rede, sendo que 90% da frota pertencerá às concessionárias. O projeto contará inicialmente com dez concessionárias em São Paulo e interior do estado, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e também no Distrito Federal.
| Automotive Business | | | | Unidade de Sapucaia do Sul vai fornecer sistemas de filtragem de ar para a GM
A fabricante de filtros Mann+Hummel inaugurou na segunda-feira, 2, uma unidade em Sapucaia do Sul (RS). A nova planta adota conceitos da indústria 4.0. A cidade foi escolhida para facilitar o atendimento logístico à fábrica de automóveis da General Motors de Gravataí (RS). A nova unidade produzir sistemas de filtragem do ar.
“Estamos em um momento de retomada de negócios com nosso cliente e esse novo projeto permitirá à Mann+Hummel Brasil uma posição de destaque”, afirma o diretor de desenvolvimento de negócios OEM, Marcos Vanussi.
A fábrica de Sapucaia do Sul gerou cerca de 70 empregos diretos e indiretos. Vai operar em dois turnos com 14 equipamentos. A fabricante de filtros ressalta que a abertura de uma nova unidade é sempre um grande desafio, mas também a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos e testar novos conceitos industriais.
| Automotive Business ( publicado em 03-09-2019) | | | | Principal lançamento é o Angel Scooter, produzido no Brasil em 16 medidas
A Pirelli mostrou no Brasil três novos modelos de pneu para o segmento de duas rodas. Um deles é o Angel Scooter, à venda no País em 17 medidas, sendo 16 fabricadas no Brasil. Ele pode ser aplicado nos principais scooters do mercado (em produção ou fora de linha) com aros de 10 a 16 polegadas. O desenho e o composto, com alta concentração de sílica, favorecem a aderência em piso molhado.
O Angel Scooter pode ser aplicado nos modelos Honda Lead 110, PCX 150 (todos), Sh 150 e 300, Dafra Cityclass 200 e Citycom 300, Suzuki Burgman 125 (todos), Yamaha Neo 125 (segunda geração) e NMax 160.
A Pirelli também passa a vender dois outros modelos de pneu. Um deles é o Angel GT II, que pode calçar motocicletas de diferentes perfis (esportivas, nakeds ou sport tourers, por exemplo). Durabilidade e boa aderência em piso molhado são os destaques, segundo a Pirelli. Ele é importado da China ou da Alemanha em 14 medidas, todas para aros de 17 polegadas.
A fabricante já traz também o Diablo Supercorsa PS V3, para motos de alto desempenho. O pneu chega à sua terceira geração com características semelhantes àquelas empregadas em pneus de pista, mas adaptadas às condições de ruas e estradas.
O composto aplicado na região dos ombros (SC2) é o mesmo utilizado em modelos de competição. Segundo a Pirelli, ele foi desenvolvido com a Ducati e é o pneu original da nova Panigale V4. Também é trazido da China ou da Alemanha em 12 medidas, sempre para aros de 17 polegadas.
| Automotive Business ( publicado em 03-09-2019) | | | | Empresários brasileiros poderão conhecer detalhes da transformação que está ocorrendo em Taiwan no estande da Taitra, durante a Intermach, em Joinville
A indústria de transformação tem papel vital na economia de Taiwan. Para estar em linha com as inovações exigidas pela Indústria 4.0, o Governo e as indústrias locais se uniram e estão promovendo ações conjuntas desde o final de 2016, quando foi lançado o "Plano de Inovação da Indústria”, colocando as máquinas inteligentes no centro da pauta.
O resultado não demorou a surgir. No ano seguinte, 2017, o valor de produção da indústria de máquinas e equipamentos de Taiwan ultrapassou a marca de trilhões de NT$ (novo dólar taiwanês, a moeda local). Em 2018, o valor atingiu NT$ 1,18 trilhão (acima de USD 37bilhões), 7,3% acima do ano anterior. A exportação de máquinas e equipamento alcançou NT$ 825,7 bilhões (cerca de USD 26 milhões), com alta de 7,2%, o que é um número recorde para a economia taiwanesa.
No ano passado, o Governo local reuniu o Ministério da Economia, o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério da Educação e associações industriais, mirando o aprimoramento das máquinas produzidas no país, especificamente a indústria de máquinas-ferramenta. Este grupo de trabalho coordenou várias ações, que auxiliam e aceleram o ritmo de indústrias locais na rota da Indústria 4.0.
Entre as principais ações, destacam-se:
Fábrica Experimental de Manufatura Inteligente:
Fábrica montada para demonstrar a Manufatura Inteligente na cidade Taichung. São linhas de produção mistas, com diversos equipamentos e capacidade de produção flexível e customizada, fornecendo rápido serviço de confecção de protótipos e produção de produtos em escala experimental. Mais que 1400 indústrias de diferentes níveis de automação conheceram esta instalação.
Ao mesmo tempo, o Governo formou grupo de consultores de manufatura, convidando 67 especialistas na área de manufatura, automação e gestão industrial, para prestar serviço de consultoria e diagnóstico para assessorar as pequenas e médias empresas a introduzir a manufatura inteligente nas suas empresas. Cinquenta e oito fabricantes foram assistidos por esta iniciativa do Governo, o que levou os fabricantes a investir NT$ 855 milhões (cerca de USD 27 milhões) para acelerar a transformação das empresas no conceito de Indústria 4.0.
Plano de Smart Machine Box do Industrial Development Bureau:
Tendo em vista que muita indústria tradicional tem dificuldade de “digitalizar-se”, ou seja, conectar digitalmente todos os seus processos e serviços, os dados de produção são ainda em grande parte registrados em papel, muitas vezes, de forma manual. Para ajudar as pequenas e médias empresas, foi criado um dispositivo onde é possível implantar a digitalização de dados operacionais, chamado Smart Machine Box (SMB).
O termo "SMB" refere-se a um PC que integra software e hardware e é anexado à máquina de produção. Ele possui funções de processar, armazenar, interpretar e transmitir dados captados em linguagem tecnológica na forma de protocolos de comunicação.
Muitas vezes, máquinas da mesma fábrica não são capazes de se comunicar entre si e os dados operacionais são obtidos de forma manual, o que dificulta o acompanhamento ao vivo da produção. Por meio do SMB, é possível saber instantaneamente o status de cada estação de trabalho, reduzindo o tempo para coleta de informações e a otimização do equipamento, melhorando significativamente a produtividade.
O Industrial Development Bureau subsidia a implantação de SMB na linha de produção. Lançado no ano passado, o programa gerou grande demanda; para este ano foram abertas mais 1.500 inscrições. Para conhecer o SBM, acesse:
Programa de Incentivo à Renovação do Parque Industrial:
A fim de encorajar as empresas a acelerar sua transformação para a Indústria 4.0, e estimular os empresários taiwaneses a investirem em nova planta no país, tramita entre os ministérios uma nova lei, que incentiva a renovação do parque fabril. As empresas que investirem em máquinas e equipamentos inteligentes poderão ter o valor convertido em dedução de impostos, nos próximos quatro anos.
Taiwan no mundo
Para promover as relações comerciais internacionais, com impacto nos negócios de importação e exportação, o governo de Taiwan conta com a Taitra, a mais importante agência de promoção comercial do país. Além de sua sede em Taipei, Taitra possui cinco escritórios domésticos em Taiwan e 61 escritórios no exterior, em todo o mundo.
Como um dos promotores da exportação de máquinas e equipamentos de Taiwan, Taitra realizará em Taipei, em 2020, a Feira Internacional de Máquinas e Manufatura Inteligente (iMTDUO). Em 2021, acontecerá mais uma edição da terceira maior feira de máquinas-ferramentas do mundo, a TIMTOS .
Para divulgar os eventos organizados pela Taitra, o Taiwan Trade Center do Brasil estará na Intermach -- Feira de Tecnologia e Automação Industrial para a Indústria Metal Mecânica, que ocorrerá de 17 a 20 de setembro, em Joinville (SC). Os visitantes serão recebidos em um estande próprio, onde poderão conhecer as oportunidades de participar das feiras em Taiwan e/ou ser um fornecedor de produtos manufaturados taiwaneses no mercado brasileiro.
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