| Clipping de Logística Reversa - 11-10-2019 - Ano 3 - Edição 100
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Chamada de Notícias
Logística Reversa
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| | | | | Participaram da Reunião Ordinária do Grupo R-20 cerca de 200 pessoas, entre prefeitos, representantes do Ministério Público, de associações e cooperativas de catadores e lideranças comunitárias.
A Divisão de Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo promoveu encontro nessa quarta-feira (02), em Curitiba, um encontro para discutir os principais avanços, projetos e dificuldades na área de resíduos sólidos no Paraná. O tema foi abordado na Reunião Ordinária do Grupo R-20, um órgão consultivo formado por representantes dos 399 municípios paranaenses para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e leis estaduais de resíduos sólidos.
O encontro reuniu cerca de 200 pessoas, entre prefeitos e representantes de municípios, do Ministério Público, de associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis e lideranças comunitárias.
Um dos principais avanços nessa área é o atendimento da logística reversa de pneus. “Somos o único Estado do Brasil que terá 100% dos municípios atendidos no recolhimento de pneus inservíveis”, enfatiza o secretário da pasta, Márcio Nunes. “Estamos trazendo o Ministério Público e as pessoas para andar lado a lado com a gente, para mostrar nossa preocupação em resolver a questão dos resíduos no Estado”, completa.
Segundo o presidente do Grupo R-20 e coordenador da Divisão de Resíduos Sólidos, Laerty Dudas, o apoio dos municípios é essencial e a política funciona de baixo pra cima. “O Estado é virtual, os resíduos são gerados nos municípios e nós precisamos estar sempre em conversa constante com os eles”, diz. “Nós geramos 11 mil toneladas de resíduos por dia e os municípios estão cansados de pagar a conta sozinhos”.
REUNIÃO ORDINÁRIA – Os encontros ocorrem a cada dois meses para apresentar o que está sendo feito na área de resíduos sólidos, ouvir os representantes dos municípios sobre suas demandas e acolher pessoas que trabalham diretamente com os resíduos. Segundo a secretaria estadual, é um momento oportuno para discutir um tema que gera muita polêmica, mas que já vem mostrando avanços.
“O grupo R-20 só é forte quando todos nós trabalhamos juntos. Ver que este evento teve uma presença maciça dos municípios mostra o quanto o Paraná está engajado em fazer uma logística reversa de qualidade”, explica o segundo-secretário-executivo do Grupo R-20, Marcos Chaves.
No evento foi apresentado ainda um case de sucesso da Itaipu Binacional sobre a produção de biomassa, que pode servir de exemplo para aplicação nos municípios.
A destinação correta de embalagens de medicamentos veterinários foi outro ponto discutido na reunião. A iniciativa mais recente da Coamo – Cooperativa Agroindustrial, é disponibilizar aos proprietários rurais cooperados pontos de coleta para que eles possam fazer o retorno das embalagens de produtos veterinários. Estão previstos cinco postos de coleta localizados nas farmácias veterinárias das unidades da Coamo em Campo Mourão, Toledo, Guarapuava, Ivaiporã e Mangueirinha.
Uma demonstração positiva dessa parceria governo/municípios foi a atitude da cidade de Ribeirão Claro, no Norte Pioneiro, que notificou a empresa Pepsico, no Reino Unido, sobre o recolhimento de embalagens de salgadinhos, um problema encontrado nos 399 municípios. A explanação foi feita pela engenheira florestal Daiane Palmoneri, da prefeitura.
PRESENÇAS – Participaram da reunião, do futuro Instituto Água e Terra, o diretor de Saneamento e Recursos Hídricos, José Luiz Scroccaro, e o diretor-presidente, Everton Luiz da Costa Souza; o promotor de Justiça do Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Justiça de Proteção ao Meio Ambiente e de Habitação e Urbanismo, Leandro Garcia Algarte Assunção; e o representante das Cooperativas e Associações de Catadores de Materiais Recicláveis, Leo Marcio da Silva.
MUNICÍPIOS-POLO – Nesta terça-feira (01/10) foi realizada no auditório da secretaria, em Curitiba, a reunião dos municípios-polo. O Grupo de Trabalho referente a essas cidades, formado por 20 regiões, visa o planejamento e a execução das ações propostas no Plano Estadual de Resíduos Sólidos 2018 e Política Nacional de Resíduos Sólidos nº 12.305/2010.
Os municípios designados como membros do grupo, são Umuarama, Paranavaí, Maringá, Apucarana, Londrina, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Toledo, Cascavel, Campo Mourão, Pitanga, Telêmaco Borba, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Pato Branco, Guarapuava, Irati, Curitiba e Paranaguá.
“Esses municípios foram escolhidos por representarem quase 50% da população paranaense e por serem responsáveis por 80% dos resíduos gerados no Estado”, explica Dudas.
No encontro foram apresentadas ainda as ações propostas pelas indústrias de pneus, baterias chumbo/ácido e embalagens cartonadas longa vida, além de notificações realizadas. Também foi assinada a Resolução Sedest nº 072/2019, que formaliza o Grupo de Trabalho.
| Agência Estadual de Notícias (publicado em 03-10-2019) | | | |
O Comitê Gestor de Logística Reversa do Setor Metalmecânico se reuniu, no dia 02 de outubro, para mais uma reunião. O encontro aconteceu na sede do SINDIMETAL/ PR e tratou sobre os encaminhamentos para o Plano de Logística Reversa (PLR), apresentado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA).
Durante a reunião foi discutida a necessidade de uma atualização no Plano de Logística Reversa do setor, a fim de melhor atender a legislação e foram analisadas propostas para o trabalho.
Os membros do comitê puderam contar, também, com a presença do sócio e advogado do escritório De Paola & Panasolo Sociedade de Advogados, Dr. Alessandro Panasolo, que prestou esclarecimentos sobre a possibilidade de parceria com a Associação Brasileira de Energia Sustentável (ABES).
Participaram da reunião, presencialmente ou por via remota, representantes dos SINDIMETAIS de Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Londrina, Maringá, Pato Branco, Paraná e Ponta Grossa.
| SINDIMETAL/PR (publicado em 03-10-2019) | | | |
Multinacional é referência em logística reversa, já que recicla 98% de todas as baterias que produz
A equipe de Assuntos Governamentais da Clarios, líder em soluções inteligentes de armazenamento de energia e fabricante das Baterias Heliar, iniciou as negociações que levaram o Ministério do Meio Ambiente a elaborar um acordo de reciclagem responsável, assinado por 70% da cadeia de fornecimento de baterias automotivas do País, incluindo fabricantes, importadores, distribuidores e recicladores.
A Clarios é referência em logística reversa no setor, pois já recicla 98% de todas as baterias que produz. O acordo prevê que em 2019 produtores e importadores devem reciclar 75% das baterias de carros vendidas. Essas porcentagens aumentam para 80% em 2020, 85% em 2021 e 90% em 2022.
O Instituto Brasileiro de Energia Reciclável (IBER) e a Associação Brasileira de Baterias Automotivas e Industriais (ABRABAT), ambas tendo a Clarios como membro fundador, ajudaram a criar e negociar os acordos.
O termo foi firmado em agosto, depois de três anos de negociações, tornando obrigatória a logística reversa para as baterias automotivas de chumbo ácido. Dessa forma, os infratores passam a estar sujeitos às sanções previstas na Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998).
As punições vão de suspensão das atividades e perda do licenciamento, até multas que variam de R$ 500 mil a R$ 50 milhões.
Estima-se que os acordos resultem na reciclagem de 153 milhões de quilos de chumbo por ano que serão fundamentais para diminuir a quantidade de baterias que são ilegalmente recicladas no mercado ilegal. “As baterias do mercado ilegal são armazenadas, transportadas e recicladas de maneira inadequada, causando frequentemente contaminação da água e prejudicando o processo de economia circular”, afirma o vice-presidente e gerente geral da Clarios, Alex Pacheco.
A Clarios já cumpre o acordo com um índice atual de reciclagem de 98%. A empresa mantém contratos com a maioria de seus distribuidores, como a devolução obrigatória de pelo menos 1 kg de baterias esgotadas para cada 1 kg de produto novo comprado. “Esse acordo é importante para nossos negócios no Brasil, pois além de promover nossos compromissos com práticas e liderança sustentáveis no setor, também permite que nossos distribuidores coloquem ainda mais baterias esgotadas de fornecedores de segundo e terceiro níveis, que não possuem operações de reciclagem próprias”, declara Pacheco.
Preocupação com o meio ambiente
As questões ambientais e de sustentabilidade são parte das prioridades da Clarios. A empresa trabalha com chumbo 100% reciclado, vindo de recicladoras devidamente registradas e com certificação ambiental.
Além disso, a Clarios tem um programa de logística reversa, que garante a reciclagem das baterias produzidas pela empresa. Globalmente, a multinacional recicla 98% do volume de baterias que produz. Os outros 2% são de produtos que o mercado não consegue retornar à empresa.
No Brasil o programa garante a reciclagem de uma bateria esgotada para cada nova bateria fabricada. Desde que foi iniciado em 2004, o programa já garantiu que mais de 25 milhões de baterias fossem recicladas.
A Clarios também investe em técnicas de reciclagem e para isso mantém plantas inteiras ou processos voltados para a reciclagem deste produto.
Sobre a Clarios
Antes Johnson Controls Power Solutions, a Clarios é líder mundial em soluções de armazenamento de energia avançado. Aqui no Brasil, a Clarios é a fabricante das baterias Heliar. Em parceria com nossos clientes, buscamos atender a uma demanda cada vez maior por aplicações mais inteligentes, em escala global.
Nossos 16 mil funcionários desenvolvem, fabricam e distribuem um portfólio de baterias em constante evolução para praticamente todos os tipos de veículos. Utilizamos tecnologias que oferecem desempenho único e de última geração e trazem ao dia-a-dia confiança, segurança e conforto. Agregamos valor a cada elo na cadeia de suprimentos, contribuindo para o progresso das comunidades que atendemos e do planeta que compartilhamos. Saiba mais sobre a Clarios em www.clarios.com.
A Clarios é uma subsidiária da Brookfield Business Partners, uma empresa de serviços comerciais e industriais, focada na propriedade e operação de negócios de alta qualidade que se beneficiem das barreiras para entrar no mercado e/ou dos baixos custos de produção. A Brookfield Partners está nas Bolsas de Valores de Nova Iorque e Toronto (NYSE: BBU) (TSX: BBU.UN). Para mais informações, acesse https://bbu.brookfield.com.
| Segs (publicado em 08-10-2019) | | | | Porcentuais de reciclagem aumentaram nos últimos anos, mas dependem sobretudo do engajamento de quem compra e consome
Disponível ao toque de um botão, o café em cápsulas se popularizou rapidamente no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o segmento cresceu cerca de 40% nos últimos cinco anos, e 8% dos lares já têm máquina de café, de acordo com a consultoria Euromonitor. Experimentar novos tipos da bebida de maneira rápida e cômoda, no entanto, também trouxe a preocupação com a reciclagem desses resíduos.
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De fato, trocar o popular café passado no filtro de papel pela cápsula é 14 vezes mais prejudicial ao meio ambiente. O dado é do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que comparou em um pesquisa o impacto ambiental entre os métodos.
“Dá para afirmar que o impacto do papel é menor, tomando como base os aspectos consumo de energia e matéria-prima virgem. Para uma tonelada de papel produzida com madeira de reflorestamento, há geração de 22 kg de resíduos. Já o mesmo montante de alumínio [material usado nas cápsulas] gera 183 kg.
Os materiais poliméricos também consomem mais energia, sem mencionar que o primeiro é um recurso renovável, os demais, não” diz a pesquisadora e chefe do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT, Cláudia Teixeira.
O processo de reciclagem
Apesar de as marcas contarem com programas de reciclagem, logística reversa e de coleta de cápsulas, há controvérsias sobre a real capacidade de destinar corretamente esses resíduos.
| Gazeta do Povo ( publicado em 07-10-2019) | | | |
A Unilever , fabricante do sabão em pó Omo , dos sorvetes Kibon e Ben & Jerry, da margarina Bece l e do sabonete Dove , prometeu reduzir pela metade o uso de plástico até 2025, enquanto a indústria de bens de consumo enfrenta críticas crescentes ao impacto ambiental das embalagens descartáveis.
A empresa informou que reduzirá o uso geral de 100 mil toneladas anuais do material e intensificará a reciclagem para conseguir atingir essa meta.
Meio Ambiente : saiba quanto cada marca produz de plástico
As empresas de alimentos e bebidas vêm enfrentando uma pressão crescente de consumidores e grupos ambientais, como o Greenpeace, para reduzir o uso de plástico, produto que mais polui os oceanos do mundo.
Anteriormente, a Unilever assumiu compromissos semelhantes. Enquanto persegue os novos objetivos, a empresa disse que está testando novas maneiras de reduzir o uso de plástico em recipientes para produtos como sabão em pó e xampu, incluindo a instalação de estações de recarga ou a venda de versões concentradas do conteúdo.
Outras empresa também seguem o mesmo caminho. A Nestlé , também do segmento de alimentos, já apresentou uma embalagem de papel para suas barras de cereais e frutas Yes e prometeu tornar todas as suas embalagens recicláveis ou reutilizáveis também até 2025.
A rede de fast food Burger King vai parar de distribuir brinquedos de plástico nos lanches infantis e está lançando uma campanha para que os clientes devolvam os brindes numa tentativa de diminuir os resíduos de plástico no meio ambiente. Com a ação em seus restaurantes na Grã-Bretanha , deixarão de ser descartada cerca de 320 toneladas de plástico todos os anos.
O McDonald's , rede rival do Burger King, anunciou que alguns de seus restaurantes na Grã-Bretanha e na Irlanda permitiriam que os clientes trocassem os brinquedos do McLanche Feliz por um saco de frutas a partir do próximo mês. Além disso, está planejando introduzir livros como uma opção de brinde a partir do início do próximo ano.
A fabricante de brinquedos Hasbro , conhecida pelos bonecos Transformers, Power Rangers e Sr.Cabeça de Batata e jogos como o Monopoly, está prometendo reduzir os componentes de plástico usados para embalar seus produtos. A empresa disse que começará a retirar gradualmente o plástico das novas embalagens, incluindo tiras elásticas e embalagens a vácuo, a partir de 2020, com um plano para eliminar praticamente todo o tipo de plástico das embalagens de novos produtos até o fim de 2022.
| Jornal o Globo ( publicado em 07-10-2019) | | | |
Após a utilização nos veículos elétricos, as baterias ainda possuem uma grande capacidade de carga remanescente. Na próxima quarta-feira, 2 de outubro, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Nissan irão iniciar os testes para o uso de baterias de segunda vida do Nissan LEAF (veículo 100% elétrico). O objetivo é o armazenamento da energia de postes de luz equipados com painel solar fotovoltaico.
Durante o evento, postes solares serão ligados usando as baterias do modelo e passarão a iluminar parte do pátio do Centro Fotovoltaica da UFSC, localizado no Sapiens Parque S.A., no Norte da Ilha de Santa Catarina. Os postes são alimentados por uma combinação de painéis solares e baterias do veículo elétrico na base. No futuro, este estudo pode permitir o acesso à iluminação pública para regiões que não são abastecidas pela rede tradicional de energia elétrica.
O projeto é fruto do memorando de entendimento assinado, no ano passado, entre a fabricante japonesa e a UFSC, tendo como objetivo estudar soluções futuras para as baterias usadas em carros elétricos. Estarão presentes no evento o coordenador do Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar da UFSC, professor Ricardo Rüther, e o diretor de Comunicação da Nissan, Rogério Louro. A imprensa poderá acompanhar os testes e realizar gravações e fotos.
| Notícias da UFSC (publicado em 30-09-2019) | | | |
Bom, condomínios são hoje grandes geradores de resíduos e isso vai se tornando um problema para a cidade, principalmente quando o encaminhamento não é feito de forma correta. E mesmo que você construa bons hábitos dentro de casa, separando e deixando tudo certinho, é importante que o mesmo seja feito em todo o condomínio para que o resíduo não se transforme em lixo nesse processo.
É que de acordo com uma gestão Lixo Zero, a geração de lixo ocorre quando os resíduos recicláveis, orgânicos e rejeitos são misturados. Nesse caso, é mais difícil de fazer a reciclagem ou compostagem.
Diante disso, quais são os passos para implementar uma gestão de resíduos dentro do seu condomínio? Vamos ver:
Gestão de resíduos: comece separando
Para que você não produza lixo, tenha recipientes específicos para cada tipo de resíduo - de preferência em casa e na área comum do condomínio. Esse trabalho ajuda na organização do condomínio, evitando vetores como ratos e baratas, e ainda facilita o trabalho dos profissionais responsáveis pela coleta.
O padrão que a Oudiser usa é de 5 residuários, sendo o de recicláveis, não recicláveis, orgânicos, especiais e doação.
Comunicação e sinalização
Bom, nem todo mundo está acostumado a uma gestão de resíduos, portanto, é preciso um acompanhamento inicial para que ninguém se perca e jogue no residuário errado.
Nos condomínios que nós atendemos, existe uma padronização e comunicação eficientes para que não restem dúvidas. Além disso, contamos com uma equipe que comparece para tirar dúvidas, fazer cursos e pensar na melhor forma de ajudar o condomínio quando o assunto é resíduo.
Orientação da equipe
Bom, quando o condomínio está com os residuários certos e os condôminos cientes das obrigações, é hora de fazer uma formação com os funcionários responsáveis. Afinal, o ambiente exige uma higienização específica e constante, evitando cheiros fortes.
Lembrando que os funcionários não dão conta de fazer toda a separação e normalmente não são responsáveis por essa atividade, por isso cada condômino deve se responsabilizar pelo que produz em sua casa e encaminhar corretamente.
| Oudiserbrasil (publicado em 07-10-2019) | | | | Ex-dependente químico, presidente da Coopercaps fez parceria com a Boomera, finalista do Empreendedor Social 2019
Telines Basílio do Nascimento Júnior, 54, veio do Rio de Janeiro para São Paulo em busca de uma oportunidade de trabalho e de rumo para sua vida.
Sem êxito na busca, encarando o preconceito e também o desemprego, começou a se virar com bicos. Ao mesmo tempo em que mergulhava no mundo das drogas, ele descobria a dureza da rotina de um catador de material reciclável numa grande metrópole.
“Eu desci ao fundo do poço. Não tinha família, não tinha ninguém. Só as ruas”, recorda-se.
Conhecido como Carioca, o ex-catador é hoje um dos principais nomes da reciclagem na capital paulista.
Ele preside a Coopercaps (Cooperativa de Trabalho de Coleta Seletiva da Capela do Socorro), na zona sul de São Paulo, que conta com 235 cooperados, sendo responsável por reciclar 12 toneladas de lixo por dia —um terço do que é reaproveitado em São Paulo.
“Eu sou o que sou hoje muito por ter conhecido o Guilherme, da Boomera. O que ele me ensinou e fez a gente crescer não está escrito”, afirma, referindo-se a Henrique Guilherme Bramme Jr., 42, fundador do negócio social que reaproveita materiais difíceis (leia-se plásticos compostos).
O engenheiro é um dos finalistas do Prêmio Empreendedor Social como fundador da Boomera, que inova e gera impacto social fazendo do conceito de economia circular uma realidade por meio de engajamento de indústria, academia e cooperativas.
Carioca diz que conhecer o empreendedor social foi um divisor de águas na vida dele e da cooperativa. "A gente não tirava nem R$ 50 por mês." A renda dos catadores, agora na pele de agentes ambientais, pode chegar a R$ 1.500. "Guilherme se mostrou preocupado com a saúde e com a segurança dos trabalhadores, reformou os vestiários e nos deu aulas de gestão, de como poderíamos nos tornar autossustentáveis. Isso melhorou a autoestima e a renda de todos."
Leia a seguir o depoimento de Carioca.
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Minha trajetória em São Paulo é parecida com a de vários cariocas, de muitos Joões e Marias. Cheguei ainda jovem. Via que era a cidade das oportunidades. Porém, logo me encontrei desempregado, sem ter uma fonte de renda.
Fui apresentado por um colega a um ferro-velho. Eu deixava meu documento e ficava com uma carroça para trabalhar durante o dia. Nessa brincadeira, foram 12 anos, difíceis, muito difíceis.
Isso porque, na rua, um dia você almoça, no outro você janta. Carroceiro é como burro sem rabo. Quando você está na rua, não tem consciência. Eu era jovem e aquilo mexia. No frio, o álcool vale muito mais. Então fui me entregando a essas coisas. Do álcool você parte para a maconha, depois para a cocaína. Então você vai caindo, caindo. E eu fui salvo pelo lixo.
Em 2002, fizeram uma mobilização, um senso dos carroceiros. Aí selecionariam 46 pessoas para uma capacitação na Prefeitura de Santo André, duas vezes por mês. Eles davam a passagem e uma cesta básica. Imagina isso! Para quem não tinha nada, largado nas ruas, agora eu tinha uma chance e eu a agarrei.
Minha vida mudou completamente quando fui apresentado ao cooperativismo e à possibilidade de criar uma cooperativa. Isso foi um divisor de águas.
Até então, eu não sabia que poderia ser um líder. Hoje as pessoas já veem no Carioca a possibilidade de transformar vidas.
Por meio da cooperativa, consegui fazer uma faculdade. Sou formado em gestão ambiental e pós-graduado em gestão de projetos. Posso ser um multiplicador. Eu compartilho com os meus cooperados aquilo que eu aprendi.
Fui convidado pelas prefeituras de São Paulo e de Osaka, no Japão, para ir lá falar um pouco do nosso trabalho. Acredito que me saí bem, porque acabei ganhando um curso de resíduos sólidos urbanos [em Osaka].
Tudo o que tenho e tudo o que sou eu devo àquilo que as pessoas chamam de lixo. Ele me reciclou.
A Coopercaps foi constituída há 16 anos. Hoje, representa três unidades, a Interlagos, a Paraisópolis e a Central Mecanizada de Triagem Carolina Maria de Jesus. Contamos com 235 cooperados associados.
O lixo é o luxo. E, com certeza, ele transforma vidas. Quando se fala em sustentabilidade, a gente enxerga logo o tripé econômico, social e ambiental. Mas a cooperativa tem uma missão social muito forte.
A parceria com a Boomera foi um marco de mudança de atitude da cooperativa. A parte principal foi a formação e capacitação em gestões de cooperativismo e de administração. Começamos a ter uma visão de um negócio sustentável.
Houve uma preocupação maior com a segurança e a saúde dos nossos trabalhadores, com a criação de departamentos e de processos internos. Aumentou o fluxo produtivo e os ganhos. Hoje, nossos cooperados têm uma renda média em torno de R$ 1.700, R$ 1.800 por mês. Se compararmos com a média nacional, que está em cerca de R$ 500, R$ 600, foi um salto muito grande.
Isso ocorreu a partir do momento em que nós começamos a entender que precisávamos diversificar o nosso faturamento. Só coletar, separar, prensar e vender não seriam suficientes para que conseguíssemos fechar as contas.
Começamos a criar produtos e, a partir daí, vender outros tipos de serviços, como palestras, gestão ambiental em prédios residenciais e industriais, prestação de serviço para o município e empresas. Isso incrementou o ganho dos cooperados.
O resultado impacta completamente na vida das pessoas. Aumenta autoestima, diminui a rotatividade. Os cooperados conseguem obter conquistas, comprar um PlayStation para o filho, um carro, um terreno ou um apartamento. São vitórias individuais, mas que a gente acaba compartilhando.
Há também cooperados estudando em faculdades, outros que conseguem pagar os estudos dos filhos. O nosso objetivo maior é gerar emprego e renda. As pessoas são o mais importante de tudo.
Cerca de 70% do nosso quadro são mulheres. Elas se sentem seguras de trabalhar perto das residências. O filho estuda perto. A creche é próxima, o posto de saúde é também.
A cooperativa tem um relacionamento grande com todos os atores envolvidos ao redor da comunidade.
A gente tem um trabalho há dois anos com uma casa de recuperação de drogados. Uma vez por mês, passamos um dia lá com o pessoal, tentando motivá-lo.
Por meios de exemplos que temos na cooperativa, buscamos mostrar que é possível mudar. Quando termina o tratamento, a cooperativa absorve a mão de obra deles também.
A gente reintegra essas pessoas que se sentiam excluídas da sociedade.
Essa parceria com a Boomera tem um significado, para nós, muito forte, porque a gente não recicla só o lixo, a gente recicla vidas. E isso, depois de 16 anos, a gente percebe que é o carro-chefe da cooperativa: reciclar vidas.
Foi um incentivo para que eu voltasse a estudar, um ex-dependente químico e ex-catador de lixo. E, mesmo com o lado econômico, com a nossa profissionalização, vejo que a Boomera se preocupa, primeiro, com as pessoas.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 09-10-2019) | | | | Parceria da cervejaria Kona com a startup Green Mining realiza programa de logística reversa inteligente no bairro da Lapa
Unindo a boemia carioca à sustentabilidade no bairro mais movimentado do Rio de Janeiro, a cervejaria Kona, da Ambev, e a startup Green Mining desembarcaram na Lapa liderando uma iniciativa de logística reversa para solucionar um dos principais problemas da região: a dificuldade dos bares e restaurantes para descartar corretamente as garrafas e embalagens de vidro. Em apenas um mês, a ação já conta com 50 bares participantes e recolheu 8,4 toneladas de vidro que serão reencaminhas à linha de produção.
De acordo com Rodrigo Oliveira, presidente da Green Mining, o processo de coleta dos materiais é feito de maneira ambientalmente correta, por meio de triciclos, sem emissão de gás carbônico. "Os coletores uniformizados e empenhados retiram e levam as garrafas até o ponto de concentração, que chamamos de HUB. Quando se atinge um certo volume, o vidro é levado direto à fábrica de vidros da própria Ambev, localizada também no Rio de Janeiro, devolvendo o material à cadeia produtiva da empresa", explica Rodrigo.
O projeto, que possui HUBs em São Paulo e Brasília, já encaminhou para reciclagem mais de 315 toneladas de vidro, evitando a emissão de mais de 52 toneladas de CO2 desde o início da ação, em dezembro do ano passado.
Para a gerente de marketing da cervejaria, Carolina Aguiar Ventura, a havaiana Kona tomou a iniciativa com um trabalho proativo. "O Havaí e o Rio de Janeiro possuem muitas similaridades, até por isso, consideramos as cidades como 'Sister Cities'. Assim como em nossa terra natal, temos uma grande preocupação com a sustentabilidade e com o descarte correto dos materiais. Essa iniciativa visa ajudar os comerciantes da Lapa e também a conscientizar as pessoas sobre esse assunto", afirmou Carolina.
A eficiência dessa economia circular é baseada em um sistema de certificação que é feito em todas as fases do processo garantindo que todo o material coletado chegue ao seu destino de maneira correta. "Todas as informações são registradas no aplicativo da Green Mining por cada coletor, que recebe um smartphone para realizar o trabalho. Com informações como data e local da coleta, quilos e destinação dos recicláveis, o sistema permite, também, rastrear o percurso de cada triciclo, garantindo a transparência da informação", finaliza o CEO da Green Mining.
Sobre a Green Mining
Startup fundada em 2018 para criar soluções em reaproveitamento de embalagens, a Green Mining detém um sistema inteligente de logística reversa que consegue identificar os locais de maior geração de resíduos pós consumo, além de capacitar e contratar catadores de rua para uma coleta sustentável, que evita a emissão de gás carbônico.
A Green Mining é uma das 21 empresas selecionadas em todo o mundo pela cervejaria Ambev, por meio do programa 100+ Accelerator, que visa impulsionar o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e os Objetivos de Sustentabilidade 2025 da multinacional, que inclui dez desafios, lançados a cientistas, especialistas e startups de tecnologia. Mais informações: www.greenmining.com.br.
| Segs (publicado em 08-10-2019) | | | |
Zero glamour. Assim foi o recomeço da cabeleireira Lenir Bragantin, hoje com 62 anos. Há 15, mesmo sem dinheiro e com uma dívida de R$ 20 mil no banco, ela deixou o emprego de duas décadas como cabeleireira na rede Studio W, em São Paulo, para realizar o antigo sonho do salão próprio. Enquanto reformava o imóvel em Higienópolis, se virava atendendo os clientes em seu apartamento. “O que eu ganhava em um dia, usava para pagar a obra no dia seguinte”, diz.
Lenir levou para o novo empreendimento sua experiência com a tesoura e um bom número de clientes, algumas das quais estão com ela até hoje. Nesses 15 anos, viu seu salão — o NaBahia — crescer e incorporar seis funcionários fixos e 50 colaboradores, além de duas sócias: as filhas Rafaella Crepaldi, 32, e Ruchelle Crepaldi, 33, que assumiu a administração há cinco anos.
É Ruchelle quem lidera um projeto que vem revolucionando a forma como o NaBahia encara a sustentabilidade. Em busca da certificação de Lixo Zero (que estabelece uma destinação máxima de 10% do lixo a aterros sanitários), o salão já vive o conceito na prática: apenas os resíduos dos banheiros seguem sendo recolhidos pelo serviço de coleta urbana. Todo o resto é reaproveitado.
UMA PRIMEIRA CONVERSA COM CATADORES SENSIBILIZOU OS FUNCIONÁRIOS
Ruchelle via a importância da empresa estar alinhada a um mundo que precisa ser mais sustentável. Em meados de 2016, convidou a Cooperativa do Glicério para conversar com os 50 profissionais que colaboram com o salão e mostrar que lixo é dinheiro e renda para muitas famílias. “Foi quando virou a chave e começamos os processos de separação”, conta.
Não demorou para perceber que simplesmente separar os resíduos recicláveis era muito pouco para um salão de beleza. Nesse tipo de negócio, há um lixo contaminado que exige tecnologia para ser destinado corretamente.
“Fui entendendo que o nosso resíduo era muito complexo e uma cooperativa comum não poderia recebê-lo. A cooperativa conseguia ficar com papelão e plástico, mas não tinha como aproveitar ou dar destino para os tubos de coloração, spray, esmalte, lixa e algodão”
Ela foi então em busca de soluções. Encontrou a empresa Beleza Verde, que faz o recolhimento, processamento e encaminhamento do lixo, principalmente os mais perigosos, como os aerossóis — pense nos sprays de cabelo. “Fiquei um ano negociando, porque não era barato. Até que chegamos a um acordo e eles assumiram a gestão dos nossos resíduos.”
RESTOS DE TINTA VIRAM COMBUSTÍVEL PARA A INDÚSTRIA DE CIMENTO
A Beleza Verde recolhe o resíduo uma vez por semana para dar a destinação correta. Mesmo com esse apoio, Ruchelle e sua equipe precisam atuar corretamente nos processos internos de separação. Manicures, cabeleireiros e assistentes foram convidados a aprender sobre o tema e a colaborar na criação dos processos internos de separação.
Foi um funcionário que deu ideia de juntar num recipiente todo o resto de tinta de cabelo que sobra nas preparações. Antes, tudo era jogado no lavatório e escorria ralo abaixo, contaminando a água. Hoje, o resto de tinta é recolhido e transformado por meio de processos químicos, junto com outros resíduos não recicláveis, como cera depilatória, lixa de unha e algodão.
Se fosse destinado ao aterro sanitário, todo esse material geraria gás metano. Em vez disso, a Beleza Verde transforma tudo em um blend que serve de combustível para a indústria de cimento, evitando o uso de energia fóssil. Em 2018, 460 quilos de resíduos — leia-se, os restos de tinta, cera etc. — foram coletados no salão e reaproveitados dessa maneira acima.
EMBALAGENS GERAM PONTOS QUE PODEM SER TROCADOS POR SERVIÇOS
No caso dos sprays, a Beleza Verde faz a despressurização e separa os componentes da lata, como ferro, alumínio e plástico, que são encaminhados para a reciclagem (assim como todo o papel usado no local).
Os vidros de esmaltes também são reciclados. Já o esmalte em si é tratado e tem dois destinos possíveis: volta para a indústria como solvente ou é transformado em zarcão, substância utilizada para evitar ferrugem.
O salão NaBahia tem esse nome porque fica na Rua Bahia, em São Paulo. Ao lado, em um contêiner, Lenir abriu uma pequena floricultura, a Contém Flores, onde ela vende os arranjos que sempre gostou de fazer.
O lixo orgânico gerado pela cafeteria e pelo consumo interno é compostado em uma composteira automática no salão; o adubo resultante é usado nas áreas verdes do local. O NaBahia também instalou cisternas para recolher água da chuva e do ar condicionado e se tornou um ponto de coleta do lixo reciclável de moradores e empresas do bairro.
Para incentivar a coleta, o NaBahia criou um programa de milhagem que permite trocar pontos por serviços. Cada embalagem gera 4 pontos. Pouco diante dos 800 pontos necessários por uma manicure — mas cada real gasto no salão também gera um ponto.
Ruchelle conta que a gestão de resíduos tem ajudado a dar visibilidade ao NaBahia e permitido reposicionar sua marca. Hoje, diz, ela recebe outros donos de salões que querem conhecer a iniciativa de perto. “Abro as portas para apresentar esse trabalho com o maior prazer, porque o intuito é mudar todo o setor, não somente a mim.”
O CABELO ESTOCADO PODE AJUDAR A CONTER MANCHAS DE ÓLEO NO MAR
Até o cabelo cortado no salão é reaproveitado. As mechas longas são doadas para a ONG Cabelegria, que faz perucas para crianças e mulheres com câncer. Enquanto isso, o cabelo curto, picotado, é varrido para um cano de onde segue para um recipiente coletor. O material está sendo estocado para dar origem a mantas usadas na contenção de manchas de óleo no mar.
Esse recurso ganhou destaque a partir de 2010, quando a ONG Matter of Trust orquestrou uma mobilização internacional para coletar fibras e materiais diversos, incluindo cabelo, num esforço para conter a enorme mancha que se formou depois que a explosão de uma plataforma despejou o equivalente a milhões de barris de petróleo no Golfo do México.
Segundo Márcio Matana, gerente de operações da Beleza Verde, são necessárias três toneladas de cabelo para se começar a produzir essas mantas de contenção. Em um ano, o NaBahia já juntou 100 quilos. Ainda falta bastante, mas Ruchelle se entusiasma: “Não vejo a hora de expor essa manta aqui no salão e mostrar para todo mundo o que o cabelo pode virar!”.
A REVENDA DE PRODUTOS DOBROU AO FOCAR EM MARCAS COM ATIVOS NATURAIS
A sócia do NaBahia conta que investiu R$ 5 mil para colocar todo o projeto de gestão de resíduos de pé. Um valor irrisório diante dos R$ 3,5 milhões de faturamento em 2018 e dos benefícios para o meio ambiente e a reputação do negócio.
Para Ruchelle, a sustentabilidade é um caminho sem volta: quando as pessoas começam a olhar o resíduo como recurso, isso logo se torna natural. Um impacto econômico evidente foi na revenda de produtos de cabelo, que dobrou com a troca das marcas tradicionais por outras que dispensam derivados de petróleo na formulação, privilegiando ativos mais naturais.
“No começo, as clientes foram um pouco resistentes. Mas persistimos e as convidamos a experimentar. Isso aumentou nosso alcance. Hoje temos clientes que vêm por causa dos produtos naturais e aquelas que fazem questão de prestigiar empresas sustentáveis”
Ela diz que ainda gostaria de trocar as colorações, mas depende de um avanço dos fabricantes que, nas suas palavras, não disponibilizam esse tipo de produto com a performance necessária.
“Também esperamos uma resposta da indústria. Quando esse movimento começar a crescer, vai ser incrível porque poderemos juntar muitas empresas com o mesmo propósito.”
| Draft (publicado em 02-10-2019) | | | | Os resíduos podem ter um efeito devastador na saúde pública, no meio ambiente e no clima, mas a inovação e a tecnologia de ponta podem fornecer soluções melhores e mais baratas para este desafio, além de ajudar cidades e comunidades a ver os resíduos como uma oportunidade de negócios. Esta foi a mensagem que marcou o Dia Mundial do Habitat, lembrado nesta segunda-feira (7), cujo foco foi o gerenciamento de resíduos.
“Temos de reduzir a quantidade de resíduos que produzimos”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado. “E, ao mesmo tempo, comece a vê-lo como um recurso valioso que pode ser reutilizado e reciclado, inclusive para energia.”
Posto de coleta para recebimento de resíduos eletrônicos. Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Os resíduos podem ter um efeito devastador na saúde pública, no meio ambiente e no clima, mas a inovação e a tecnologia de ponta podem fornecer soluções melhores e mais baratas para este desafio, além de ajudar cidades e comunidades a ver os resíduos como uma oportunidade de negócios. Esta foi a mensagem que marcou o Dia Mundial do Habitat, lembrado nesta segunda-feira (7), cujo foco foi o gerenciamento de resíduos.
“Temos de reduzir a quantidade de resíduos que produzimos”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado. “E, ao mesmo tempo, comece a vê-lo como um recurso valioso que pode ser reutilizado e reciclado, inclusive para energia.”
Para a ocasião, o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) lançou a campanha “Waste Wise Cities”, cujo objetivo é enfrentar os crescentes desafios de lidar com os resíduos sólidos.
Como parte da campanha, as cidades são convidadas a confirmar seu compromisso de defender um conjunto de princípios. Eles incluem avaliar a quantidade e o tipo de resíduo, melhorar a coleta, garantir que as cidades sejam ambientalmente seguras e implementar esquemas de aproveitamento dos resíduos para gerar energia.
A campanha observa que lidar com resíduos consome uma proporção significativa do orçamento da cidade e que a gestão de resíduos não está sendo suficientemente financiada. As chamadas “tecnologias de fronteira”, no entanto, podem fornecer respostas econômicas para o problema de como limpar as cidades.
Exemplos incluem automação e inteligência artificial que, quando usadas em conjunto, podem ajudar a classificar os recicláveis com mais eficiência. A embalagem inteligente é outra solução em potencial, usando sensores para ajudar a reduzir a quantidade de alimentos jogados fora e novas tecnologias inovadoras que podem transformar resíduos orgânicos em energia renovável.
A tecnologia também oferece uma oportunidade para as cidades mais novas e de rápido crescimento nos países em desenvolvimento “ultrapassarem” as cidades mais antigas, aproveitando as soluções mais recentes e evitando métodos mais estabelecidos, mas menos eficientes.
O uso eficaz dessas ferramentas, disse o chefe da ONU nesta segunda-feira, pode nos ajudar a construir cidades bem planejadas e gerenciadas com inteligência, que podem nos orientar para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento com baixas emissões.
Os benefícios potenciais das tecnologias de fronteira para os países em desenvolvimento são descritos na Pesquisa Econômica e Social Mundial das Nações Unidas em 2018, que concluiu que elas podem ajudar o mundo a mudar para melhor e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e abordar as mudanças climáticas.
O estudo também alerta que a introdução generalizada dessas ferramentas deve ser acompanhada de políticas apropriadas e eficazes, para ajudar os países a evitar armadilhas e minimizar os custos econômicos e sociais da inovação tecnológica.
| Nações Unidas Brasil ( publicado em 07-10-2019) | | | |
Idealizado pela Owens Illinois e pela RCTEC, ação recolhe os resíduos vidreiros na capital paraibana, conscientizando comerciantes e consumidores
Uma pesquisa feita pelo Ibope, em 2018, mostra que 95% dos brasileiros concordam que o mais correto a se fazer é separar os diferentes tipos de lixo e dar a eles o destino correto. Mas apenas 25% das pessoas fazem essa separação, enquanto 66% afirmam saber pouco ou muito pouco sobre coleta seletiva. A falta de informação é apontada como a principal responsável pelos baixos índices de reciclagem no País.
Para ajudar a mudar essa realidade, a Owens Illinois (O-I), líder mundial na fabricação de embalagens de vidro, se uniu no estado da Paraíba com a RCTEC Soluções Ambientais, consultoria especializada em desenvolver projetos voltados para destinação correta de resíduos, criando o projeto Glass Reciclying. A ação busca mostrar alternativas para a destinação dos vidros gerados nos bares e restaurantes de João Pessoa, fomentando a reciclagem e reduzindo a extração de recursos naturais para a fabricação de novos produtos.
Apesar de ser um material 100% reciclável, o vidro ainda é constantemente descartado de forma incorreta pela população brasileira, o que faz com que apenas parte desse material chegue às fábricas para ser reciclado. O descuido com o descarte, como misturar cacos de vidro com resíduos orgânicos, usar garrafas como depósito de outros tipos de lixo ou simplesmente descartar o vidro em local inadequado, são hábitos ruins muito praticados no cotidiano brasileiro e que são entraves para promoção da proteção ao meio ambiente.
Mesmo não liberando resíduos contaminantes no solo ou nos lençóis freáticos, o vidro é o material que mais demora a se decompor na natureza e o descarte incorreto faz com que ele ocupe um grande espaço em aterros sanitários. Todo esse vidro descartado pode ser transformado em novas embalagens: 1 kg de vidro reciclado ou de cacos beneficiados substitui o uso de 1,2 kg de matéria-prima virgem. Além disso, o uso de 10% de vidro reciclado no processo de fabricação de embalagens diminui em 5% as emissões de carbono e economiza 3% de energia.
Parceria
A ideia de estabelecer um negócio que facilitasse a prática da logística reversa (PNRS — Lei nº 12.305/2010) em João Pessoa nasceu de uma percepção de Flávio Costa, gestor do projeto Glass Reciclying, de que os bares, restaurantes e quiosques da orla da capital não conseguiam descartar os resíduos vidreiros de forma correta. A consultoria passou a fazer visitas nesses estabelecimentos e criar parcerias, disponibilizando compartimentos próprios para o descarte de vidro nesses locais, evitando assim que o vidro se misturasse com outros resíduos — tais como comida, plásticos e latas – como acontecia anteriormente.
A O-I faz parte dessa iniciativa com a RCTEC desde maio de 2019, quando os primeiros coletores foram disponibilizados nos comércios parceiros para receber essas embalagens. “No primeiro semestre, foram coletadas e enviadas à companhia cerca de 320 toneladas de vidro. A perspectiva é arrecadar mais 468 toneladas até o final do primeiro ano de projeto. Ou seja, em 12 meses a iniciativa deverá recolher mais de 700 toneladas de materiais que antes não tinham destino adequado”, explica Lucia Moreira, coordenadora dos projetos de reciclagem da O-I.
Dada a sua importância e o impacto positivo que a iniciativa é capaz de causar, a expectativa é que o projeto continue, cresça e seja expandido para, pelo menos, mais 12 pontos de coleta nos próximos meses. A partir de maio de 2020, Flavio sinaliza que há planos para expandir o projeto também para outras cidades. “O nosso foco principal agora é investir na ação em João Pessoa, mas pensamos na expansão para outras capitais, replicando o mesmo formato que já vem dando bons resultados”, adianta Flavio Costa.
O Bar do Cuscuz, um dos mais importantes da orla de João Pessoa, abraçou a iniciativa após receber a proposta de participação, que inicialmente precisou de alguma adaptação — como criar o hábito de separar o vidro nas lixeiras adequadas e não misturá-lo com outros resíduos. “Percebemos a seriedade do projeto e a grande ajuda ao meio ambiente e ao município que poderíamos proporcionar. Temos satisfação em poder afirmar que fazemos o descarte adequado e, com certeza, queremos passar esse aprendizado para a nossa clientela”, conta Erivaldo dos Santos Andriola, gerente do estabelecimento.
Como acontece
Além dos recipientes de coleta instalados nos estabelecimentos, também são disponibilizados contêineres em Pontos de Entrega Voluntária (PEV’s), para receber o acúmulo de vidro. Essas caçambas têm 7 m³ e capacidade para armazenar até 4 toneladas de cacos. Após essa coleta, é a vez a operadora logística da região, Atrevida Locações, responsável pela coleta e armazenamento, e transporte da carga até o destino final: as fábricas da Owens Illinois.
Sobre a O-I
A Owens Illinois, Inc. (NYSE: OI) é apaixonada pelo vidro e se orgulha em ser a líder global na fabricação de embalagens feitas a partir do material mais puro, saudável e sustentável. Com sede em Perrysburg, Ohio, é a parceira preferida de marcas líderes de alimentos e bebidas. Ao trabalhar lado a lado com seus clientes, a empresa une paixão e experiência para criar garrafas icônicas que ajudam a construir marcas para um mercado global crescente. Com mais de 26.500 colabores em 77 fábricas, a O-I está presente em 23 países. Seu impacto global financeiro alcançou receita de US$ 6,9 bilhões em 2018. Para mais informações, acesse www.o-i.com .
Sobre a RCTEC
A RCTEC Soluções Ambientais é uma consultoria presente no estado da Paraíba com expertise no mercado de resíduos sólidos recicláveis desde 2010. Tem como foco principal apresentar um conceito diferenciado para seus clientes e parceiros, levando soluções ambientais inteligentes e inovadoras, com procedimentos éticos, transparentes, responsáveis e sustentáveis.
| folhageral ( publicado há 4 dias) | | | |
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