| 24 de JUNHO de 2020
Quarta-feira
- ATENÇÃO, Micro e Pequenas empresas!!! Mudanças nas condições do PRONAMPE
- Medidas emergenciais anunciadas pelos governos - atualizado - 24/06/2020
- MP que reduz contribuições de empresas ao Sistema S vai à sanção
- Índice de confiança da indústria continua baixo em junho, diz CNI
- Sondagem Indústria da Construção
- CNI: indústria da construção teve nova queda em maio, mas menos intensa
- Prioridade da indústria é manter empregos e projetar futuro mais forte, diz Robson Andrade
- Confira a programação de lives da indústria durante a pandemia
- Pequenos negócios oferecem novos produtos e adotam venda online
- Investimentos diretos no país despencam 68% em maio
- FMI piora estimativa de contração da economia do Brasil em 2020 a 9,1% por coronavírus
- BC: economia brasileira deve ter forte queda no primeiro semestre
- Indústria de alimentos contratou 8 mil pessoas durante a pandemia
- Risco de colapso em Curitiba: 5 consequências do afrouxamento do isolamento
- Isolamento social faz disparar a demanda por gás de cozinha em Curitiba
- Sobe o número de paranaenses que não conseguem pagar dívidas
- Entenda propostas do novo marco do saneamento básico no Brasil
- Mais de mil cidades têm contrato, mas ficam sem coleta de esgoto, diz CNI
- Novas regras para o saneamento básico vão privilegiar serviço eficiente, diz diretora de agência
- Carteira de projetos do BNDES soma R$ 45 bi em saneamento
- Senado aprova adiamento das eleições municipais para 15 de novembro; texto vai à Câmara
- Burocracia do Estado não combina com a urgência das demandas de crédito, diz Febraban
- Mansueto defende aceleração de privatizações e mudanças tributárias para alavancar receitas
- BC lança novo pacote com potencial de R$ 212 bi em crédito para empresas menores
- BC reduz FPR para Depósitos a Prazo Com Garantia Especial
- Apesar de pacote do BC para ampliar crédito, pequena empresa quer dinheiro na conta
- Sistema de pagamentos instantâneos do BC reduzirá custos para lojistas
- Juizados mudam regra para EPI e facilitam aposentadoria especial do INSS
- 9,7 milhões de trabalhadores ficaram sem remuneração em maio, diz IBGE
- BC permite que capital de giro a empresa seja deduzido do compulsório da poupança
- INSS prevê retomar perícias médicas a partir de 13 de julho
- Maia diz que Refis 'não é bom instrumento' mas será necessário após pandemia
- Pedágio pode ter tarifa 40% menor no Paraná com a nova
concessão de quase 4 mil km, a maior do Brasil
- Montadoras terão que adequar mão de obra à demanda, diz Anfavea após demissões na Nissan
- Na Europa, fabricantes calculam queda de 25% nas vendas de veículos em 2020
- Maioria dos consumidores adiou compra do carro, mostra pesquisa da Webmotors
- Ford lança serviço de retirada e entrega do veículo nas revisões
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Câmbio
Em 24/06/2020
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Compra
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Venda
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Dólar
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5,301
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5,302
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Euro
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5,974
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5,977
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Fonte: BACEN
| | | | O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), criado em maio, está operacional e teve algumas mudanças nas suas condições. Neste informativo, trazemos dados atualizados sobre a linha de crédito.
Clique na Imagem e abra o documento.
| SINDIMETAL/PR | | | Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
GOVERNO FEDERAL
Resolução nº 781, de 18 de junho de 2020, do Ministério da Infraestrutura. Referenda a Deliberação CONTRAN nº 190, de 20 de maio de 2020, que dispõe sobre a realização de vistoria de identificação veicular, de que trata a Resolução CONTRAN nº 466, de 11 de dezembro de 2013, enquanto durar o estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 2020.
Resolução nº 783, de 18 de junho de 2020, do Ministério da Infraestrutura. Referenda a Deliberação CONTRAN nº 189, de 28 de abril de 2020, que dispõe sobre a realização das aulas técnico-teóricas do curso de formação de condutores na modalidade de ensino remoto enquanto durar a emergência de saúde pública decorrente da pandemia de COVID-19.
Resolução nº 5.895, de 23 de junho de 2020, do Ministério da Infraestrutura. Altera a Resolução nº 5.879, de 26 de março de 2020, que dispõe sobre a flexibilização de prazos para cumprimento de obrigações contratuais e regulatórias, em razão da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, no âmbito da infraestrutura e serviço de transporte ferroviário de cargas e do transporte rodoviário de cargas e de passageiros, e dá outras providências.
Resolução Normativa nº 885, de 23 de junho de 2020, Ministério de Minas e Energia. Dispõe sobre a CONTA-COVID, as operações financeiras, a utilização do encargo tarifário da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para estes fins e os procedimentos correspondentes Edição Extra do dia 23/06/2020.
Resolução nº 822, de 23 de junho de 2020, do Ministério de Minas e Energia. Dispõe sobre a realização de audiências públicas por videoconferência, em razão do estado de emergência de saúde pública internacional decorrente da pandemia da Covid-19.
GOVERNO ESTADUAL
Decreto nº 4.889, do Poder Executivo. Abre crédito extraordinário ao Orçamento Geral do Estado, no valor de R$ 45.756.202,00 (quarenta e cinco milhões, setecentos e cinquenta e seis mil, duzentos e dois reais), Recursos Oriundos de Transferências Recebidas para uso Exclusivo no Tratamento da COVID-19.
Portaria nº 192/2020/DOE/SEFA, da Secretaria da Fazenda. Ajusta o detalhamento de despesa do Orçamento Fiscal, aprovado pela Lei Estadual nº 20.078, de 18 de dezembro de 2019, no valor de R$ 40.600.000,00 (quarenta milhões, seiscentos mil reais), na Gestão de ações de enfrentamento ao Covid-19.
GOVERNO MUNICIPAL
Decreto nº 817, de Curitiba. Abre crédito adicional suplementar de R$ 10.828,00, para reforço de dotação consignada no orçamento do FMAS, constante no vigente orçamento.
Decreto nº 816 de Curitiba. Abre crédito adicional suplementar de R$ 20.000,00, para reforço de dotação consignada no orçamento do FMAS, constante no vigente orçamento.
Decreto nº 810, de Curitiba. Estabelece medidas restritivas às atividades e serviços como mecanismo de enfrentamento da Emergência em Saúde Pública, decorrente do novo Coronavírus, de acordo com a situação epidêmica da COVID-19 e a situação de Risco Médio de Alerta - Bandeira Laranja - conforme Protocolo de Responsabilidade Sanitária e Social de Curitiba.
Projeto de Decreto Legislativo nº 11, de Arapongas. Reconhece, exclusivamente para os fins do que dispõem o caput e os incisos i e ii do art. 65 da lei complementar federal nº 101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência de estado de calamidade pública no município.
Decreto nº 8.713, de Pato Branco. Proíbe a circulação de pessoas nas vias públicas do Município de Pato Branco, por tempo indeterminado, a partir de 20 de junho de 2020, das 22:00 às 06:00 horas.
Decreto nº 8.688, de Pato Branco. Institui os Direitos de Liberdade Econômica e dispõe sobre a regulamentação da classificação de risco das atividades econômicas para fins de Licenciamento Municipal.
Projeto de Decreto Legislativo nº 11, de Pontal do Paraná. Reconhece, exclusivamente para os fins do que dispõem o caput e os incisos i e ii do art. 65 da lei complementar federal nº 101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência de estado de calamidade pública no município.
| Sistema FIEP | | | Texto foi aprovado pelos senadores nesta terça-feira (23); medida tem objetivo de dar fôlego financeiro às companhias
Os senadores aprovaram em sessão remota na noite desta terça-feira (23) uma MP (Medida Provisória) que reduz pela metade, nos meses de abril e maio, as alíquotas de contribuições de empresas para financiar entidades do Sistema S. A medida é uma tentativa de dar fôlego financeiro às companhias durante a pandemia causada pelo novo coronavírus.
A proposta foi aprovada em votação simbólica, por unanimidade. Como já foi apreciada pela Câmara, o texto será encaminhado diretamente para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A medida provisória tem por objetivo aliviar as contas das empresas durante a pandemia do novo coronavírus e tem efeito sobre a arrecadação de instituições do sistema S, como Sesc (Serviço Social do Comércio), Sesi (Serviço Social da Indústria), Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Também é afetado pela medida o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo.
A matéria foi relatada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que fez um apelo os colegas senadores para que retirassem os destaques feitos, a fim de que a matéria não precisasse retornar à Câmara.
“Neste momento, o que todos querem, empresários e trabalhadores, é a aprovação desta matéria”, disse.
A redução prevista pela MP não afeta o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). No entanto, a entidade terá que destinar no mínimo 50% dos recursos repassados como adicional de contribuição ao fundo de aval às micro e pequenas empresas em abril, maio e junho.
No texto enviado pelo governo, as alíquotas das contribuições, descontadas da folha de pagamento das empresas, seriam reduzidas à metade em abril, maio e junho, o que diminuiria em cerca de R$ 2,6 bilhões as despesas das empresas no período, conforme cálculos do ministério da Economia.
Os deputados, no entanto, decidiram aprovar uma proposta que reduz as contribuições à metade apenas em abril e maio. Em junho, a alíquota volta a ter o percentual permanente. No Senado, o texto foi mantido.
Na avaliação dos parlamentares, o sistema S realiza uma série de ações sociais destinadas ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) continua baixo em junho, apesar de ter registrado uma melhora em relação a maio. É o que mostra a pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Depois de cair a 34,7 pontos em maio em razão da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, o ICEI de junho subiu para 41,2 pontos. O indicador varia de zero a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e abaixo, falta de confiança.
A pesquisa traz o ICEI por setor e mostra que a confiança cresceu em 29 dos 30 setores pesquisados, apesar de a maioria continuar com indicador abaixo da linha dos 50 pontos. Somente o setor de produtos de limpeza, perfumaria e higiene registrou queda no índice (de 45,1 em maio para 43,9 em junho).
Entre os setores mais confiantes estão o de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (ICEI de 55,1 pontos), indústria extrativa (50,8 pontos), biocombustíveis (48,6 pontos), produtos de madeira (48,2 pontos), e outros equipamentos de transporte (47,9 pontos).
A CNI destaca que farmoquímicos e farmacêuticos foi o único setor de transformação que retomou a confiança em junho, já que no mês anterior o ICEI foi de 41,5 pontos. Assim, o setor voltou a ultrapassar a linha divisória dos 50 pontos que separa falta de confiança da confiança.
Empresários dos demais setores da indústria da construção e da transformação ainda mostram falta de confiança, com indicadores abaixo dos 50 pontos. Entre os com maior falta de confiança estão: couros e artefatos de couro (ICEI de 31,7 pontos), confecção de artigos do vestuário e acessórios (34,4 pontos), calçados e suas partes (35,5 pontos), impressão e reprodução de gravações (37,5 pontos), e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e outros (39,2 pontos).
Por porte, tanto pequenas, médias quanto grandes empresas ainda não retomaram a confiança, apesar da melhora em relação a maio. Todos os indicadores estão abaixo da linha dos 50 pontos.
A pesquisa foi feita com 2.273 empresas de todos os portes, entre os dias 1º e 10 de junho.
| Jornal O Estado de Minas | | | Impacto da pandemia segue forte, mas pior momento pode ter ficado para trás
23/06/2020 - Os impactos da crise causada pela da pandemia de Covid-19 ainda são graves na indústria de construção. Mas o impacto foi menor em maio: o nível de atividade da indústria da construção apresentou nova queda, porém mais restrita e menos intensa do que as de abril e março.
| CNI (publicado em 23-06-2020) | | | A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus segue afetando de maneira grave a indústria da construção, mas o pior momento pode ter ficado para trás. É o que aponta Sondagem Indústria da Construção divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira.
O estudo mostra que o nível de atividade e o de emprego do setor registraram nova queda em maio. No entanto, a retração nos dois indicadores foi menos intensa do que as de abril e março. A utilização da capacidade operacional também recuperou parte do declínio acumulado nos dois meses anteriores.
Os índices de atividade e de emprego permanecem em baixa como indicam os dados abaixo dos 50 pontos da linha divisória do estudo. "O indicador de evolução do nível de atividade chegou a 37,1 pontos em maio, após aumento de 7,7 pontos em relação ao mês anterior. O crescimento do indicador - que ainda se situa abaixo dos 50 pontos - significa uma queda menos disseminada entre as empresas. Já o índice de evolução do número de empregados registrou 37,5 pontos no mês, tendo crescido 2,8 pontos na mesma base comparação", diz o estudo.
Segundo a Sondagem, a ociosidade da construção segue elevada. A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) atingiu 53% no mês de maio, um aumento de 3 pontos porcentuais frente a abril. "Isto significa que pouco mais da metade da capacidade operacional da indústria da construção se encontra mobilizada. Mesmo com a ligeira melhora, o índice ainda se encontra em um baixo patamar, reflexo dos efeitos da queda de atividade", registra o levantamento. "O porcentual é 9 pontos percentuais inferior à média histórica".
"Ainda que a crise continue presente, seu pior momento foi em abril. Já há sinais de melhora em maio, como o aumento da utilização da capacidade operacional do setor", diz o gerente executivo de Economia, Renato da Fonseca.
De acordo com a pesquisa, os empresários continuam pessimistas, mas pouco a pouco vão aumentando a confiança. O índice que mede a confiança do setor alcançou 42,6 pontos nesta edição, um aumento de 5 pontos em relação ao estudo passado. Antes, o indicador já havia crescido 2,8 pontos em frente ao mês anterior. "Ainda assim, o índice permanece relativamente distante da linha divisória, o que aponta para uma falta de confiança da parte dos empresários do setor".
Os empresários seguem projetando queda da atividade, novos empreendimentos e serviços, compras de matérias-primas e número de empregados nos próximos seis meses. Além disso, a intenção de investir permanece baixa.
"Os índices de expectativas apresentaram nova melhora no mês, a segunda seguida, após a forte queda ocorrida em abril. Ainda assim, seguem abaixo da linha divisória, o que denota expectativas negativas (ou seja, perspectivas de queda de atividade, do emprego, de compras de insumos e matérias primas e de novos serviços e empreendimentos). Em junho, os índices se encontram a 6,0 pontos da linha divisória, em média. Em abril, essa distância era, em média, de 18,8 pontos", cita o estudo.
A Sondagem Indústria da Construção consultou 433 empresas, das quais 154 de pequeno porte, 193 de médio porte e 86 de grande porte. As entrevistas foram realizadas no período de 1º a 10 de junho.
| Bem Paraná ( publicado em 23-06-2020) | | | Presidente da CNI participou de live da IstoÉ Dinheiro. Ele destacou que a entidade tem mantido diálogos com o governo federal e o Congresso Nacional para colaborar com medidas para mitigar os efeitos da pandemia
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou nesta segunda-feira (22), durante live realizada pela IstoÉ Dinheiro, que a entidade persegue dois objetivos com muita obsessão durante o período de pandemia: manter os empregos da indústria brasileira e fazer com que a o setor sobreviva a esse período, com a possibilidade de, em um futuro próximo, sair mais fortalecido, com melhores processos e métodos de trabalho.
Robson Andrade destacou que a CNI mantém diálogos importantes com o Congresso Nacional e o governo federal, a fim de colaborar com medidas para que a indústria resista à crise gerada pelo novo coronavírus. Ele observou que a publicação e aprovação da Medida Provisória 936 foi essencial para a manutenção de empregos – a MP permite a redução da jornada de trabalho e do salário, bem como a suspensão temporária de contratos de trabalho.
Outra medida importante destacada pelo presidente da CNI foi a prorrogação de prazos para pagamentos de impostos. Robson Andrade disse que algumas medidas urgentes ainda precisam ser adotadas pelo poder público, como a viabilização de crédito para o pagamento de salários e para capital de giro das empresas. Segundo ele, o Fundo Garantidor de Operações ajudará tanto bancos públicos quanto privados a fazerem mais empréstimos.
“A gente tem tido uma interlocução muito forte com o governo. O Ministério da Economia tem sido aberto para escutar as demandas e tomar medidas cabíveis para minimizar os efeitos dessa crise”, disse. “Temos visto também na Câmara dos Deputados e no Senado Federal importantes discussões e decisões. A interlocução é bastante favorável para discutirmos as principais dificuldades do setor. Temos trabalhado muito com esses setores e tido o apoio tanto do Congresso Nacional quanto do governo federal. Claro que precisamos de mais. O Banco Central, por exemplo, poderia injetar dinheiro diretamente nas empresas”, acrescentou.
A queda da taxa básica de juros para o patamar histórico de 2,25% ao ano também foi uma medida favorável ao setor produtivo, na avaliação de Robson Andrade. Ele considera que ainda há espaço para mais uma redução na Selic. O presidente da CNI também comentou que o caminho para a retomada do crescimento econômico do país, no pós-pandemia, passa pelas obras de infraestrutura, tanto com a retomada de obras paradas, como com privatizações e a criação de novos empreendimentos.
Situação da indústria após 100 dias de pandemia
De acordo com o presidente da CNI, a situação da indústria depois de 100 dias do fechamento da maior parte das atividades “ainda é muito difícil e complicada”, principalmente em razão da queda brutal de arrecadação. Ele pontuou a complexidade do setor industrial, que tem mais de 40 segmentos com realidades completamente diferentes e disparidades regionais.
“A indústria junto com o comércio e o setor de turismo foi a primeira afetada. Paralisamos todas as atividades, com exceção dos fármacos, medicamentos, agroindústria e indústria do alimento. Temos entre 65% e 70% de ociosidade nas nossas fábricas, com retorno difícil e complexo, além de realidades diferentes em cada estado. Isso complica muito a logística e estratégia do retorno ao trabalho.
Durante a entrevista, o presidente da CNI frisou também a importância da agenda de ciência, tecnologia e inovação para o país voltar a crescer. Na avaliação de Robson Andrade, somente com uma indústria ultramoderna teremos condições de sermos competitivos, principalmente em um cenário de protecionismo que se desenha nas economias mundiais. “Temos possibilidade e muito de ampliar o volume de pesquisa e de inovação no Brasil, mas para que isso seja possível precisamos modificar legislações”, destacou.
Robson Andrade ressaltou, ainda, a importância do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para a inovação e educação no Brasil. Durante a pandemia, as duas instituições, observou Robson Andrade, têm colaborado fundamentalmente para a mitigação dos efeitos da Covid-19, por meio da produção de equipamentos essenciais, destinação de recursos e oferta de cursos – só o SENAI tem mais de 3 milhões de alunos.
| CNI (publicado em 22-06-2020) | | | A importância de investir depois da pandemia, o combate da desigualdade para o crescimento econômico e o impacto do coronavírus para as startups são alguns dos temas abordados nas lives
De forma on-line, empresários e pessoas interessadas poderão interagir sobre temas da indústria
As lives se tornaram uma altermativa bem sucedida para promover debates e conhecimento em meio à pandemia. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) organizaram uma série de lives e webinars. De forma on-line, empresários e pessoas interessadas poderão interagir sobre temas como as dificuldades e as oportunidades da indústria nesse momento de crise. Confira, a seguir, a agenda de lives previstas:
Webinar da CNI sobre assuntos internacionais:
24/06 - Barreiras comerciais no contexto da pandemia (11h)
Participantes: Fernando Silveira Filhos, presidente executivo da ABIMED; José Osvaldo Flosi, gerente geral de Exportação da Fanem; Renata Amaral, fundadora do Women Inside Trade (WIT) e professora da American University.
Moderador: Leandro Barcelos, analista de Políticas e Indústria da CNI.
Lives da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI)
25/06 - Respostas imediatas à pandemia: casos de cooperação entre ICTs e empresas (17h)
Participantes: Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Moderador: Pedro Wongtschowski, Grupo Ultrapar
08/07 - Por que o investimento em inovação é imprescindível no pós crise? O que têm a dizer lideranças em ciência e tecnologia no mundo (11h)
Participantes: Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), da Suiça; VTT, da Finlândia; Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), do Brasil.
Moderador: Luiz Mello, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
22/07 - Inovação no combate à covid-19: o impacto da pandemia na cena global de startups (9h30)
Participantes: SOSA, de Israel; Plug and Play, da China; 500 Startups, dos Estados Unidos.
Moderador: Renata Petrovic, Bradesco Inovação.
05/08 - Inovação no combate à desigualdade social e como catalisadora do crescimento econômico (17h)
Participantes: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Gávea Investimentos; Banco Interamericano Desenvolvimento (BID).
Moderador: Horácio Piva, Klabin.
Webinar de mentoria e gestão empresarial do IEL
25/06 - Futuring: Análise de Cenários para a Estratégia (17h)
Convidado: Luca Borroni, diretor acadêmico da Brain Business School.
Borroni possui PhD em Economia e Teorias Econômicas pela Università Luigi Bocconi de Milão e UNICAMP. O conselheiro emérito da UNICON – Consortium for University-based Executive Education é professor de Futuring e de Estratégia de Fusões e Aquisições em programas de Educação Executiva
| CNI (publicado em 19-06-2020) | | |
A cabeleireira Aline Lima viu sua renda despencar 90% entre março e abril, no primeiro mês em que passou a vigorar a quarentena e o fechamento do comércio não essencial na maior parte do país, por causa da pandemia do novo coronavírus. Proprietária de um salão de beleza em Araraquara, no interior de São Paulo, ela paralisou as atividades de forma repentina e teve dificuldade de pagar as contas, que continuaram chegando.
"No começo, eu ainda tinha um resto de dinheiro que havia entrado no mês anterior, mas logo as reservas acabaram e foi bem difícil pagar o aluguel do ponto do salão", afirma. Aline chegou a recorrer ao auxílio emergencial de R$ 600, mas não teve seu cadastro aprovado. Em meio ao cenário de incerteza, surgiu a oportunidade de um novo negócio. "A esposa de um amigo, que tem uma fábrica de pijamas, me ofereceu as peças de forma consignada, em que ganhava parte da comissão na venda de cada roupa, e tem dado muito certo. É o que tem salvado", relata.
Assim como Aline, milhares de microempreendedores têm buscado alternativas para minimizar a perda de renda durante a pandemia. Uma pesquisa da startup SumUp, instituição financeira com foco nos pequenos negócios, mostra que 35% passaram a adotar a venda online, inclusive de outros produtos e serviços. A SumUp, que oferece principalmente maquininhas de cartão para microempreendedores, vem realizando o levantamento para acompanhar a situação de seus clientes em todo o território nacional.
A terceira rodada da pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 20 de maio, com 3.800 pequenos negócios, para entender o impacto da covid-19 sobre o segmento. São profissionais das mais diversas áreas, como uma manicure que também oferece cosméticos, um vendedor de roupas e bijuterias, uma tatuadora com estúdio próprio ou até mesmo um profissional de assistência e instalação. A média de transações dessas pessoas é de cerca de R$ 2 mil mensais, segundo a SumUp.
Até março, menos da metade (35%) desses pequenos negócios usava a internet para vender produtos e serviços. Em pouco mais de três meses, já são 70%. Entre os novos produtos que passaram a ser vendidos pelos microempreendedores, os mais citados são máscaras e roupas, por exemplo.
É o caso de Dionísio da Silva Pereira, de Horizonte (CE), que vende cosméticos, mas que durante a pandemia viu a demanda pelo produto cair. Foi então que decidiu investir em novo negócio. "Eu trabalhava com venda direta de cosméticos, sem loja física, só que aí eu parei com os cosméticos, compramos umas máquinas e começamos a costurar para vender máscaras", conta. O novo negócio não resolveu a queda na renda, mas reduziu seu impacto negativo e abriu a perspectiva de uma nova atividade. "A gente pretende investir no ramo de vestuário, agora que temos a máquina e estamos desenvolvendo a costura", afirma.
Tanto para novos negócios digitais quanto para os que já funcionavam antes da pandemia, os aplicativos de mensagem, principalmente o whatsApp, são a principal ferramenta de vendas, utilizados em 67% dos casos, segundo a pesquisa. O Instagram é a rede social preferida por 22% dos microempreendedores que adotam a venda online.
Entre os negócios afetados pelo fechamento do comércio, serviços esportivos, serviços para eventos e fotografia foram os mais atingidos, com mais de 60% de paralisação temporária ou permanente. Dos negócios que estão paralisados, 27% passaram a adotar a venda online, mas 40% seguem sem a oferta desse tipo de serviço.
Mais do que oferecer pagamento a distância ou contar com uma loja virtual, o serviço de delivery foi considerado o item mais importante para quem passou a fazer venda online durante a pandemia. De acordo com a pesquisa, 40% dos microempreendedores disseram que o serviço de entrega é o mais importante, seguido de pagamento a distância (30%), ter uma loja virtual (20%) e anúncios nas redes sociais (10%).
"Como o comércio estava fechado, teve muita demanda por entrega. No meu caso, que estava vendendo pijama e entregava em casa, os clientes ainda podiam experimentar a roupa, para verificar o tamanho certo", conta Aline Lima. Quase a totalidade dos pequenos negócios (95%) usa um serviço de delivery próprio e só 5% disseram utilizar os aplicativos de entrega.
Situação financeira
O levantamento mostra que a queda na receita foi brutal para os pequenos negócios. A grande maioria (71%) dos entrevistados afirmou que a queda foi de mais de 60% na renda.
Em cidades que adotaram o lockdown, com regras mais rigorosas de isolamento social, um número ligeiramente maior de microempreendedores (74%) também registrou a mesma perda financeira. Entre os que tiveram o ponto de venda fechado por causa da pandemia, 63% relataram queda de mais de 80% no faturamento depois de um mês. Mesmo entre os empreendedores que puderam manter seu ponto de venda aberto, 58% amargaram perdas de mais de 60% na renda.
A pesquisa mostrou que 67% dos pequenos negócios mapeados tinham reserva financeira para a quarentena e, mesmo assim, vão precisar de auxílio financeiro nos próximos seis meses, principalmente para pagar contas do próprio negócio, como aluguel, luz, internet e contas pessoais. Cerca de 30% dos empreendedores afirmaram que já estão sem reservas.
Entre as pessoas que tiveram que fechar o negócio de forma permanente durante a pandemia, 56% solicitaram o auxílio emergencial e já tiveram o pedido aprovado ou ainda estão aguardando. Outros 21% tiveram o pedido negado. Do total de empreendedores que receberam o auxílio emergencial do governo, pelo menos 36% afirmaram que vão precisar de mais auxílio financeiro para sobreviver nos próximos meses. O auxílio emergencial do governo foi a única alternativa de renda emergencial para 95% dos entrevistados.
| Bem Paraná | | | Número mostra redução de apetite por ativos no país em meio à crise
Os investimentos diretos no Brasil caíram 68% em maio na comparação com o mesmo mês de 2019, para US$ 2,6 bilhões. O número mostra um menor apetite por ativos no país em meio à crise do coronavírus.
O indicador representa uma das principais fontes de financiamento da atividade no país e é a categoria de investimento de maior destaque no relacionamento econômico e financeiro do Brasil com o resto do mundo, na visão do Banco Central.
O fluxo do mês foi composto por ingressos líquidos de US$ 2,2 bilhões em participação no capital de empresas e de US$ 354 milhões em operações entre companhias.
Em abril, os ingressos líquidos em investimentos diretos no país também tinham caído, a US$ 234 milhões, o que representou uma queda de 95% ante os US$ 5,1 bilhões de abril de 2019.
Segundo os dados apresentados pelo BC, as transações correntes apresentaram superávit pelo terceiro mês consecutivo, a US$ 1,3 bilhão (uma reversão em relação ao déficit de US$1,4 bilhão em maio de 2019).
As transações correntes consideram o fluxo de bens e serviços entre os residentes do Brasil e o mundo. O superávit é registrado em meio à restrição na economia doméstica com as medidas de isolamento para conter o coronavírus.
| Folha de S.Paulo | | | O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou com força sua estimativa para a contração da economia brasileira em 2020 devido aos impactos da pandemia de coronavírus sobre a atividade, mas ao mesmo tempo passou a ver maior crescimento no ano que vem.
Na atualização de seu relatório Perspectiva Econômica Global divulgada nesta quarta-feira, o FMI passou a projetar contração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 9,1% neste ano, contra recuo de 5,3% previsto em abril, já calculado por reflexo da pressão das medidas adotadas contra o coronavírus.
Se confirmado, seria o pior resultado da série história que começou em 1900. Mas para 2021 a projeção de crescimento do FMI para o Brasil aumentou a 3,6%, de 2,9% no relatório anterior.
“Entre economias emergentes e em desenvolvimento, a projeção é que o impacto sobre a atividade decorrente de interrupções domésticas fique mais perto do cenário de baixa previsto em abril, mais do que compensando a melhora no sentimento do mercado financeiro”, explicou o FMI em seu relatório.
“A redução também reflete maior contágio da demanda externa mais fraca”, completou.
Para o grupo de mercados emergentes e em desenvolvimento, o FMI prevê retração de 3% em 2020, 2 pontos percentuais pior que a estimativa do relatório de abril, passando a um crescimento de 5,9% em 2021, refletindo em grande parte a recuperação prevista para a China (+8,2%).
Excluindo a China, as taxas para o grupo seriam de queda de 5,0% em 2020 e crescimento de 4,7% em 2021, de acordo com o FMI.
O cenário para o Brasil fica mais em linha ao de América Latina e Caribe, com recessão de 9,4% em 2020 e expansão de 3,7% em 2021. Ainda pior que o Brasil, o México deve registrar contração de 10,5% em 2020, antes de expansão de 3,3% em 2021, prevê o FMI.
O FMI explicou que, de forma geral, a pandemia de Covid-19 teve impacto mais negativo sobre a atividade no primeiro semestre de 2020 do que o esperado e que a recuperação deve ser mais gradual do que se projetava antes.
“Existe um grau mais alto do que o normal de incerteza em torno dessa projeção”, disse o FMI.
Na terça-feira, o Banco Central do Brasil avaliou que a atividade econômica brasileira atingiu o fundo do poço em abril e ressaltou que seu cenário básico considera queda forte do Produto Interno Bruto (PIB) em todo o primeiro semestre.
A nova projeção do BC para o PIB deste ano sairá na quinta-feira, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Dados do BC mostram que a economia brasileira iniciou o segundo trimestre com queda de 9,73% em abril sobre o mês anterior.
O Ministério da Economia ainda projeta contração do PIB em 2020 de 4,7%, dado que não foi revisado após a divulgação de que a economia encolheu 1,5% no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores.
Na mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC, o mercado prevê que a economia vai encolher 6,5% neste ano, expandindo 3,50% em 2021.
FISCAL
O FMI fez ainda avaliações sobre a resposta fiscal dos países à pandemia, destacando que nas economias emergentes ela foi estimada em 5% do PIB, “considerável, mas menos do que em economias avançadas”.
Para o Brasil, o FMI prevê um déficit fiscal de 16% do PIB em 2020 e de 5,9% em 2021, com a dívida bruta alcançando 102,3% do PIB neste ano e 100,6% no próximo.
De acordo com o FMI, a métrica para a dívida bruta brasileira se refere ao setor público não-financeiro, excluindo Eletrobras e Petrobras, e inclui dívida soberana detida pelo banco central.
| Reuters | | | Impacto da pandemia na economia será desinflacionário, diz Copom
A economia brasileira deve apresentar queda forte no primeiro semestre deste ano, seguida de recuperação gradual a partir do terceiro trimestre.
A previsão é do Banco Central (BC), que divulgou hoje (23), em Brasília, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada, quando o Copom reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual para 2,25% ao ano.
Segundo a ata, os membros do Copom (formado pela diretoria do BC) avaliaram que “os dados relativos ao segundo trimestre corroboram a perspectiva de forte contração do PIB (Produto Interno Bruto - a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) no período e sugerem que a atividade atingiu o seu menor patamar em abril, havendo recuperação apenas parcial em maio e junho”.
“O Copom considera uma queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre”, acrescentou.
Próximos passos
Na ata, o Copom reforça que um eventual futuro corte na Selic será “residual”. Para o Copom, a Selic chegou a um nível muito baixo e manutenção da taxa depende do controle das contas públicas.
“Neste momento, a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário [taxa de juros baixa] extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para a utilização de política monetária é incerto e deve ser pequeno.
O comitê avaliou que a trajetória fiscal ao longo do próximo ano e a percepção sobre sua sustentabilidade serão decisivas para determinar o prolongamento do estímulo”, destaca.
Na ata, o BC disse que o comitê retomou a discussão sobre um potencial limite mínimo para a taxa básica de juros brasileira.
“Para a maioria dos membros do Copom, esse limite seria significativamente maior em economias emergentes do que em países desenvolvidos devido à presença de um prêmio de risco [retorno adicional cobrado por investidores para aceitar correr maior grau de risco]”, explicou a ata do Copom.
Para o Copom, esse prêmio de risco é maior no Brasil, “dadas a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva”.
“Nesse contexto, já estaríamos próximos do nível a partir do qual reduções adicionais na taxa de juros poderiam ser acompanhadas de instabilidade nos preços de ativos e potencialmente comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos”, disse o BC.
A ata ainda afirmou que o comitê também refletiu sobre a importância relativa dos componentes principais do custo de crédito, e ressaltou que o prêmio por liquidez parece prevalecer no momento. “Esse conjunto de fatores e questões prudenciais justificam cautela na condução da política monetária [definição da Selic]”, disse a ata.
Pandemia
Para os membros do Copom, o impacto da pandemia da covid-19 na economia brasileira será desinflacionário, associado ao aumento do nível de ociosidade da economia.
“A elevação abrupta da incerteza sobre a economia deve resultar em aumento da poupança precaucional e consequente redução significativa da demanda agregada”, acrescentou. Entretanto, o comitê ponderou que programas de estímulo creditício e de recomposição de renda têm potencial de recompor parte significativa da demanda por bens e serviços, perdida devido aos efeitos da pandemia. “Com isso, a recuperação da economia pode ser mais rápida que a sugerida no cenário base”.
Estimativa de inflação
Na ata, o Copom destacou que as projeções para a inflação estão abaixo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que deve ser perseguida pelo Banco Central.
Para 2020, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de inflação de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), portanto, não poderá superar 5,5% neste ano, nem ficar abaixo de 2,5%. A meta para 2021 foi fixada em 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A projeção do Copom é que inflação pelo IPCA termine este ano em 2% e chegue a 3,2% em 2021. Esse cenário considera que a Selic encerrará 2020 em 2,25% ao ano e se elevará até 3% ao ano em 2021. A taxa de câmbio será de R$ 4,95.
No curto prazo, a inflação “tende a mostrar elevação refletindo, principalmente, os impactos da reversão do comportamento dos preços internacionais de petróleo e de reajustes de preços de itens administrados que foram postergados”.
| Agência Brasil ( publicado em 23-06-2020) | | | As contratações no primeiro quadrimestre cresceram 0,5% na indústria de alimentos em relação ao mesmo período de 2019. De acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o setor foi responsável pela criação de oito mil empregos de janeiro a abril deste ano. Por ser atividade essencial, a indústria de alimentos continuou a produzir durante a quarentena provocada pela pandemia da Covid-19.
As exportações de alimentos industrializados, segundo a Abia, tiveram alta de 10% em relação a abril de 2019, e em volume, de 13%. O aumento das exportações para o mercado asiático, em particular a China, foi o principal fator para o resultado.
Já as vendas reais, que são o total de vendas da indústria de alimentos e bebidas para os mercados interno e internacional, apresentaram queda de 4,5% em relação a abril de 2019. A produção física teve o mesmo comportamento de queda de 4% em abril.
| Bem Paraná ( publicado em 23-06-2020) | | | Distribuidoras de Curitiba se preparam para o aumento da demanda
Com a necessidade de isolamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus, a população acabou tendo de passar mais tempo de casa e, consequentemente, o consumo de gás disparou. Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, os brasileiros passaram a consumir 23% a mais do gás de cozinha, o GLP. Em Curitiba, há distribuidoras que relatam ter triplicado a demanda pelo produto.
Foi o caso, por exemplo, da Expresso Gás, Segundo Jéssica dos Santos, proprietária da empresa, a demanda aumentou mais de três vezes antes do inverno. “Foi uma loucura” comenta a empresária. Já na Gaslog, Wolney Pereira, CEO da distribuidora, comenta que o consumo de GLP nos condomínios residenciais atendidos pela empresa aumentou 15%.
“Apesar de o comércio, principalmente os serviços de gastronomia, terem sofrido com a crise e diminuindo a demanda por GLP; os condomínios residenciais aumentaram o consumo. Todo o abastecimento foi controlado para que não faltasse gás à população e a distribuição da Gaslog não sofreu alteração com a pandemia. Nossos técnicos continuam realizando abastecimentos, instalações e manutenção”, diz o CEO.
O verdadeiro ‘boom’ na demanda, dizem as distribuidoras, aconteceu ainda no início da crise sanitária na capital paranaense, entre o final de março e o começo de abril. Na época, chegou a acontecer o desabastecimento do mercado, com muita gente tendo dificuldade para conseguir adquirir o produto, especialmente aqueles que utilizam botijão, e não o GLP a granel. Desde então a demanda até deu uma normalizada, mas deve voltar a crescer nos próximos dias, por conta da chegada do inverno.
“Quando começa a esfriar, começa a ter uma procura muito grande. Devido à pandemia, o inverno meio que foi antecipado, já em março, antes mesmo de começar a quarentena, tivemos uma procura muito grande”, afirma Rafael Carlos Cardoso, proprietário da R10 Gás. “Nos próximos dias deve voltar a aumentar bastante [a procura]. Até aumentamos o estoque de gás, para já ficar preparado, porque se tiver um lockdown, algo assim, a possibilidade de falta [do produto] aumenta, é muito pedido”, finaliza.
Dicas dos especialistas da Gaslog para aquecer mais e gastar menos durante o inverno
1- Cozinhe de forma inteligente
Alguns detalhes parecem não influenciar na queima de GLP. No entanto, limpar e certificar-se que as bocas de seu fogão estão desobstruídas é essencial para ter uma boa chama e economizar gás LP. Além disso, é importante checar se seu fogão não está localizado em um local com corrente de ar. O vento impede que a chama saia com facilidade e também tende a demorar mais para finalizar sua receita.
2- Cuidado com banhos longos
É comum que os banhos fiquem mais longos com a chegada do frio. Nesta época, ter uma boa ducha, que cubra grande parte do seu corpo, faz com que o tempo no chuveiro se torne menor. Além disso, se o banheiro estiver bem aquecido, é possível desligar a ducha nos intervalos de esfrega.
3- Aquecimento de ambientes
Em dias mais frios, o aquecedor de ambientes é um bom aliado. No entanto, para economizar e não precisar tanto dele, uma dica é deixar o sol entrar ao longo do dia e manter a casa aquecida. Além disso, ligar o aparelho quando há pessoas no ambiente é o mais indicado, já que o calor do corpo ajuda a esquentar mais rápido.
| Bem Paraná ( publicado em 23-06-2020) | | | Vista como modelo no controle no início pandemia, Curitiba sente agora os reflexos do afrouxamento do isolamento social de quase um mês atrás. A curva da propagação do coronavírus, que antes parecia amenizada na capital paranaense, está crescendo vertiginosamente e pressionando o sistema de saúde da capital.
O problema é que, enquanto vemos os casos e mortes aumentando, estamos diminuindo o isolamento. Responsabilidade atribuída aos governantes, que afrouxaram regras para setores não essenciais, e aos cidadãos pela falta de coletividade no enfrentamento da doença, ainda sem cura ou vacina.
Por isso, a Tribuna lista cinco consequências da redução do distanciamento. E sempre é bom lembrar: se puder, fique em casa!
1 – Disparo da covid-19
Os casos de coronavírus dispararam na capital. Curitiba tinha uma média de 12 confirmações de covid-19 por dia até 28 de maio. Em junho, o número de infectados triplicou. Até 30 de maio, eram 1.109 casos confirmados e 46 mortes. No boletim epidemiológico mais recente, de terça-feira, 23 de junho, os casos saltaram para 3.298, com 116 mortes ao desde que a pandemia começou.
Além disso, o Paraná tem a terceira pior taxa de contaminação do coronavírus no país. “Nos últimos 10 dias nos encontramos numa espiral ascendente, isto é, estamos em um crescimento exponencial da curva aqui em Curitiba. Assim, todas as medidas necessárias precisam ser feitas por toda a população”, alerta a médica infectologista do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Marion Burger.
2 – Risco de UTIs lotarem
Curitiba está se aproximando da ocupação total dos leitos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada exclusivamente para pacientes com covid-19. Segunda-feira (23), chegaram à ocupação máxima de suas UTIs de covid-19 o Hospital do Trabalhador e o Hospital Evangélico Mackenzie, duas das principais unidades de enfrentamento à pandemia na cidade.
Outros hospitais estão no limiar das vagas de UTI. Segundo o boletim mais recente da Secretaria Municipal de Saúde, Curitiba tem 75% dos leitos destinados a pacientes com covid-19 já ocupados.
Todos os pacientes com sintomas suspeitos de síndromes respiratórias agudas graves vão para leitos exclusivos covid-19 e não apenas os com casos confirmados. O risco de atingir 100% é não ter mais espaço para tratar novos casos graves da doença quando chegarem à unidade emergencial.
3 – Chance de lockdown
O aumento expressivo dos casos em todo o Paraná, pôs a possibilidade de lockdown – fechamento total, com exceção de serviços essenciais – no horizonte.
O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, não descarta decretar lockdowns regionais no Paraná. “O lockdown regional é possível. Estamos analisando os números”, avisou o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, em entrevista à RPC. Em Curitiba
Os municípios da região metropolitana de Curitiba adotaram medidas comuns por 14 dias desde segunda-feira (22) para evitar o avanço da covid-19. A principal delas é a restrição de horários a serviços não essenciais, como academias, bares, restaurantes e até lojas de conveniência de postos de combustíveis. A medida mais severa na região metropolitana é a de proibir a abertura aos domingos de mercados, açougues e mercearias para evitar aglomerações. Tudo para evitar o lockdwon.
4 – Pronto-socorros sobrecarregados
Com mais gente na ruas, consequentemente aumentou o número de atendimentos nos prontos-socorros por outras razões, principalmente acidentes de trânsito.
Em abril, mês em que houve o maior isolamento social no Paraná, o Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal da Saúde registrou lotação nos pronto-socorros era em média por 12 dias. Em maio, a lotação ocorreu em todos os 30 dias do mês. Pelo ritmo de atendimentos, junho deve ter a mesma média de maio – ou seja, lotação máxima diária.
Para tentar controlar este quadro, o governador Ratinho Jr orientou em decreto que os municípios adotem a proibição da venda de bebidas alcoólicas e o consumo em via pública à noite, das 22h às 6h do dia seguinte. “O consumo de bebidas alcoólicas gera muitos acidentes de trânsito e mesmo acidentes com armas que lotam nossos hospitais. Com essas medidas, vamos poder diminuir esses traumas que sobrecarregam nossos profissionais de saúde”, reforça o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.
Os municípios da região metropolitana e outros do interior já adotaram a proibição de bebidas após as 22h nesta semana.
5 – Fechamento do comércio
O isolamento social em Curitiba despencou após o afrouxamento. O índice, que chegou a ser de 67% no final de março, caiu para 38% nas últimas semanas. A prefeitura de Curitiba decidiu criar o sistema de bandeiras para controlar o que abre e fecha na cidade.
Por conta das recentes aglomerações, a capital entrou em alerta laranja, com restrição de horário e fechamento de diversos serviços. Bares não podem abrir, assim como academias, igrejas e centros esportivos. Shoppings e comércio funcionam em horários menores e os parques seguem fechados.
| Tribuna PR | | | As dificuldades financeiras enfrentadas por grande parte das famílias, com demissões e redução da renda, começam a refletir na solvência das dívidas no Paraná. A parcela de pessoas com contas em atraso aumentou 16,9% em um único mês, passando de 25,6% em maio para 29,9% em junho. Já as famílias que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso chegam a 14,5%, maior porcentual da série histórica da pesquisa, iniciada em 2010.
Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Ainda segundo a pesquisa, 89,5% das famílias no Estado possuiam algum tipo de dívida em junho. Em maio, esse porcentual era de 89,6%. A média nacional de endividamento é de 67,1%.
Fato fora da curva, a parcela de consumidores das classes A e B que não terão condições de pagar seus débitos em atraso subiu de 1,3% em abril, para 7,6% em maio e, agora em junho, saltou para 14,5%, mostra que a crise da pandemia atinge todos os segmentos.
Nas famílias com renda inferior a dez salários mínimos, endividamento atinge 88,2%, e a falta de condições para pagamento das dívidas aumentou de forma mais branda, passando de 11,6% em maio para 14,2% em junho.
Apesar do cartão de crédito ser o tipo de dívida mais comum dos paranaenses (69,7% citaram que possuem dívidas no cartão), o crédito consignado foi a modalidade que mais aumentou no último mês, com elevação de 53,7%. No somatório do crédito consignado e do crédito pessoal, esse aumento foi de 83,4% em relação a maio.
| Bem Paraná ( publicado em 23-06-2020) | | | Projeto deverá ser votado nesta quarta (24) no Senado e há tendência de aprovação das novas regras do setor no país
O novo marco regulatório do saneamento básico deverá ser votado no Senado nesta quarta-feira (24) e a previsão é de que o projeto será aprovado com folga já que 49 senadores já sinalizaram ser favoráveis a proposta.
Os dados são da BMJ Consultores Associados. O levantamento mostra ainda que outros 6 senadores responderam ter possível posicionamento favorável, 17 são contrários à iniciativa e 9 ainda não definiram os votos.
Para que o projeto passe no Senado, é preciso a maioria de votos. Se os 81 senadores participarem da votação, a proposta seria aprovada com 41 votos favoráveis.
O projeto busca a universalização do saneamento básico até 2033. Atualmente, 100 milhões de pessoas não têm a coleta de esgoto e 34 milhões estão sem água tratada.
O modelo proposto abre mais caminho para o envolvimento de empresas privadas no setor. Atualmente, somente 6% das cidades são atendidas pela iniciativa privada. Nos outros 94% municípios o serviço é feito por estatais.
O custo estimado da universalização dos serviços é de R$ 700 bilhões durante o período. Se o projeto for votado sem alterações, será encaminhado para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
PRINCIPAIS PONTOS DA PROPOSTA
Projeto do Novo Marco Regulatório de Saneamento
O modelo proposto abre mais caminho para o envolvimento de empresas privadas no setor
Objetivo
O projeto busca a universalização do saneamento básico até 2033
A previsão de investimento é de até R$ 700 bilhões
Situação
Atualmente, 100 milhões de pessoas têm coleta de esgoto e 34 milhões estão sem água tratada
O projeto
Contratos
Os municípios não poderão transferir a execução dos serviços de saneamento para empresas públicas estaduais
Será preciso abrir licitação para que haja concorrência de empresas públicas e privadas
Prorrogação
Os acordos em vigor com a iniciativa privada têm até março de 2020 para serem prorrogados por mais 30 anos
Para isso, as empresas precisam comprovar viabilidade econômico-financeira
Meta
As empresas devem se comprometer com metas a serem cumpridas até o fim de 2033
Entre elas: cobertura de 99% para o fornecimento de água potável e de 90% para coleta e tratamento de esgoto
Não poderá ocorrer a interrupção dos serviços
Bloco
Para que municípios menores se tornem atraentes para as empresas, estados e municípios podem contratar serviço de forma coletiva, formando blocos
A adesão é voluntária e os participantes podem deixá-lo quando quiserem
Regulação
O saneamento básico do Brasil será regulado pela ANA (Agência Nacional de Águas)
O órgão poderá oferecer ajuda técnica e financeira para municípios e blocos de municípios implementarem planos de saneamento básico
Comitê
Será criado o Comitê Interministerial de Saneamento, sob a presidência do Ministério do Desenvolvimento Regional, com o objetivo de assegurar a implementação da política federal de saneamento básico e de coordenar a alocação de recursos financeiros
Subsídio
Famílias de baixa renda poderão receber subsídios para cobrir os custos do fornecimento dos serviços de saneamento
Poderão ter gratuidade na conexão à rede de esgoto
Lixão
Estabelece prazo para que as cidades encerrem lixões a céu aberto
Para capitais e regiões metropolitanas o prazo vai até 2024
Com cidades com mais de 100 mil habitantes até 2022
Entre 100 a 50 mil habitantes até 2023
E inferior a 50 mil até 2024
Cobrança de tarifa
Municípios e o Distrito Federal passarão a cobrar tarifas sobre serviços urbanos
Entre eles estão poda de árvores, varrição de ruas e limpeza de estruturas de drenagem de água da chuva
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | |
Região Norte concentra a maior parte dos problemas
À espera da votação do marco do saneamento no Senado, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) fez um estudo que aponta 1.277 municípios que mantêm contratos mas não contam com serviço de coleta de esgoto.
Outros 206 casos têm contratos que estão vencidos e 36, precários, ainda conforme o levantamento da confederação.
A região Norte concentra a maior parte dos contratos de esgotamento sanitário com algum tipo de problema. Cerca de 90% dos municípios operam de forma irregular. O Nordeste tem 80% dos contratos problemáticos, seguido por Sul (69%), Centro-Oeste (61%) e Sudeste (14%).
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | Órgão regulador que vai fiscalizar o setor caso marco seja aprovado pede servidores e verba para melhorar estrutura
Responsável pela gestão dos rios federais no Brasil, a ANA (Agência Nacional de Águas) começa a se planejar para assumir também o setor de saneamento, atribuição que lhe é conferida pelo novo marco regulatório que será votado nesta quarta (24) pelo Senado. Para isso, pede ao governo 166 novos servidores e um orçamento extra de R$ 7 milhões a R$ 10 milhões por ano.
A diretora-geral da agência, Christianne Dias, reconhece as restrições orçamentárias do governo federal, mas diz que a estrutura atual não é a necessária para assumir as novas funções, que vão desde propor modelo de funcionamento de agências reguladoras estaduais e municipais a estipular normas para cálculo de tarifas e metas de universalização do acesso a água e esgoto.
"O grande mote do projeto é criar um ambiente em que o investidor se sinta seguro para entrar e trazer o seu dinheiro", disse Dias, em entrevista à Folha. "Que ele saiba onde está entrando, qual o risco que assume e que as regras não vão ser alteradas de forma arbitrária no meio da concessão."
O governo calcula que a aprovação do projeto pode destravar R$ 600 bilhões em investimentos no país, ajudando na recuperação da economia após a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. O relator do texto no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), fala em R$ 700 bilhões.
Alçado ao status de prioridade pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esta semana, o projeto busca a universalização do saneamento básico no país por meio da atração de capital privado para o setor. Atualmente, 100 milhões de brasileiros não têm acesso a coleta de esgoto e 34 milhões vivem sem água tratada em suas casas.
O texto confere à ANA um papel de supervisão das relações entre as empresas de saneamento e os municípios, que têm a atribuição de regular o serviço. Não obriga a concessão ao setor privado, mas determina que mesmo os contratos com estatais devem ter metas de eficiência e universalização.
"Ninguém está obrigado a privatizar, a mudar o contrato, mas o projeto traz uma novidade que é privilegiar o prestador eficiente", afirma a diretora-geral da agência. "Quando coloca as metas, ele tem que cumprir. Se não cumpre, é excluído", completa.
As metas ou regras contratuais para caducidade dos contratos ainda serão definidas e devem respeitar especificidades regionais, afirma Dias. A ANA vai estabelecer também padrões para o funcionamento das agências reguladoras locais, como tempo de mandato e critérios técnicos para a escolha dos diretores.
Também nesse caso, não há obrigação compulsória de seguir as regras, mas Dias acredita que a possibilidade de atrair investimentos e o apoio do governo federal na gestão do setor serão incentivos para que prefeitos e governadores venham a aderir ao programa.
Ela diz, por exemplo, que estados e municípios que quiserem transferir o serviço à iniciativa privada, por meio de concessão ou PPPs (parcerias público-privadas) terão prioridades na oferta de recursos do governo federal, como apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O banco já iniciou a modelagem de processos de concessão de serviços de água e esgoto em estados como o Rio, Alagoas, Espírito Santo, Amapá e Acre e acredita que o novo marco regulatório vai atrair grande interesse de investidores de baixo risco, como fundos de pensão.
Governo e apoiadores da proposta estão confiantes com a aprovação do projeto nesta quarta, sem mudanças que determinem a volta do texto para a Câmara dos Deputados, onde foi aprovado em dezembro. O texto, no entanto, enfrenta ainda críticas sobre a possibilidade de deixar à margem cidades menos rentáveis, que não atrairiam o interesse de investidores privados.
A diretora-presidente da ANA diz que o projeto cria o conceito de regionalização, que evitaria esse risco ao permitir a concessão de blocos com vários municípios, incluindo mais atrativos com menos rentáveis.
Para iniciar a regulação do setor, a ANA pediu ao governo 26 cargos comissionados, 40 servidores remanejados, principalmente de outras agências, e a realização de um concurso para contratar outros 100. Dias afirma que recebeu sinalização positiva nos dois primeiros casos, mas ainda negocia o concurso.
"Hoje temos uma estrutura bastante engessada, não podemos contratar nem consultoria", diz ela, que conta com um orçamento de R$ 20 milhões para bancar os custos administrativos. "[Com a aprovação do marco] passaremos a fazer regulação de serviços, regulação econômica. É um desafio muito grande."
Se o projeto passar, os primeiros passos serão definir uma agenda regulatória para incluir a nova área de atuação, as prioridades e cronogramas. Até 2022, devem estar definidos os primeiros critérios para a definição de metas e avaliações econômico-financeiras dos chamados "contratos de programa", que envolvem empresas estatais
Todos terão que ser aditivados com os novos critérios dentro desse prazo. Hoje, diz ela, a maioria não tem previsões de investimentos nem metas claras. Em muitos casos, não há nem contratos formais. "Se a gente conseguir que os contratos sejam formalizados, já é um ganho. Se conseguirmos colocar algumas cláusulas essenciais, de caducidade, de eficiência, é outro ganho."
Embora o projeto preveja universalização dos serviços até 2033, Dias evita adiantar prazos e metas, alegando que serão definidas de acordo com as condições de cada região. "Estamos conscientes que setor não vai mudar da noite para o dia e nem vamos fazer movimentos bruscos que causem pânico", diz.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 24-06-2020) | | |
A carteira de projetos que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está estruturando no setor de saneamento básico soma mais R$ 45 bilhões em investimentos. São processos de concessão de água e esgoto de cinco Estados e um município: Alagoas, Acre, Amapá, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Porto Alegre. No total, os projetos devem alcançar 157 cidades e beneficiar uma população de 20 milhões de pessoas.
Todos os projetos devem ir a leilão até o segundo trimestre do ano que vem e preveem a universalização dos serviços de água e esgoto nessas regiões. O projeto mais expressivo é o da Cedae, que fará a concessão da distribuição de água e esgoto. Só nesse caso, o volume de investimento para universalização dos serviços será de R$ 32,5 bilhões, com expectativa de geração de 45 mil empregos, afirma o diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES, Fábio Abrahão. "Isso é maior que o pico da indústria naval no Rio de Janeiro."
Segundo ele, com o novo marco regulatório do setor de saneamento, que será votado nesta quarta-feira, 24, no Senado Federal, o processo de elaboração dos projetos pelo BNDES deverá ser simplificado. "Hoje boa parte da nossa tarefa vem antes da modelagem. É o trabalho de convencimento de que o projeto é importante. Com as novas regras, esse processo fica mais acelerado", avalia o executivo.
Desde 2017, quando o banco intensificou a estruturação de projetos do setor, vários Estados mostraram interesse. Inicialmente, o programa atraiu 15 Estados. Mas, como esse não é um processo simples e envolve questões políticas, aos poucos vários deles foram desistindo. A esperança é que, com o novo modelo aprovado, o número de interessados volte a crescer.
Atualmente, dos projetos que o banco está estruturando, o Amapá é o que apresenta o pior índice de coleta de esgoto. A cobertura é de apenas 7% da população, segundo dados do BNDES. O Rio Grande do Sul também está bem atrasado nesse serviço. Apenas 12% da população tem cobertura de esgoto. O objetivo do modelo desenhado pelo BNDES é universalizar esses serviços dos dois Estados até 2040.
Abrahão explica que o modelo de negócio escolhido para cada caso depende da situação local. Dos cinco projetos em estruturação no banco, quatro são de concessões e um de Parceria Público-Privada (PPP). A privatização será facilitada com o novo marco regulatório, mas continuará dependendo muito da situação da estatal e da disposições dos governos de adotar o processo, afirma o executivo do BNDES.
Na avaliação dele, o marco regulatório cria opções para mudar o cenário do saneamento no Brasil, onde 100 milhões de pessoas não têm coleta de esgoto e 35 milhões não têm água potável em casa. "Vai ficar difícil para o político que não quiser fazer essas melhorias. Eles serão mais cobrados pela população, que exigirá investimentos no setor."
Além de estruturador de projeto do setor, o BNDES vai atuar como financiador dos investidores. Mas Abrahão acredita que a questão financiamento não será um problema daqui para a frente. Os bancos privados e o mercado de capitais também devem entrar com força nesse segmento, diz o executivo.
| Jornal O Estado de Minas | | | Votação remota no Senado, nesta terça-feira
O Plenário do Senado Federal aprovou em dois turnos, em sessão remota nesta terça-feira (23), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 18/2020 que adia para 15 de novembro a data de realização do primeiro turno das Eleições Municipais de 2020. Pela proposta, o segundo turno das eleições ocorrerá no dia 29 de novembro. A PEC segue agora para análise da Câmara dos Deputados, também em dois turnos de votação. O motivo do adiamento é a pandemia do novo coronavírus.
Na sessão desta terça, o Senado aprovou o texto substitutivo apresentado pelo relator da matéria, senador Weverton Rocha (PDT-MA), ao conteúdo original da PEC nº 18, proposto por um grupo de senadores. O debate sobre a prorrogação das eleições surgiu a partir de alertas feitos por médicos e cientistas ouvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a necessidade de se adiar o pleito, inicialmente previsto para 4 de outubro, devido à pandemia da Covid-19.
Com o adiamento, haverá mudanças também no calendário eleitoral, incluindo prazos para desincompatibilização, registro de candidaturas, propaganda eleitoral e prestação de contas. O texto-base teve 67 votos favoráveis, 8 contrários e 2 abstenções no primeiro turno. No segundo turno, foram 64 votos a favor, 4 votos contrários e uma abstenção.
Datas
Pelo texto, as convenções partidárias para a escolha de candidatos e deliberação sobre coligações devem ocorrer entre 31 de agosto e 16 de setembro. O registro de candidaturas deve acontecer até 26 de setembro, e o início da propaganda eleitoral, inclusive na internet, após 26 de setembro, entre outras datas especificadas.
Já a prestação de contas dos candidatos (primeiro e segundo turnos) deve ser apresentada até 15 de dezembro à Justiça Eleitoral que deverá publicar a decisão dos julgamentos até o dia 12 de fevereiro de 2021. A diplomação dos candidatos eleitos deve ocorrer até o dia 18 de dezembro em todo o país. A data da posse dos eleitos permanece inalterada.
A PEC aprovada nesta terça-feira (23) também estabelece que outros prazos eleitorais, que não tenham transcorrido na data da promulgação da proposta, devem contabilizar para seus efeitos o adiamento das eleições, como é o caso da desincompatibilização, que deverá obedecer os novos dias de realização das votações.
Convenções e propaganda eleitoral
A proposta autoriza os partidos políticos a realizar, por meio virtual, independentemente de qualquer disposição estatutária, convenções ou reuniões para a escolha de candidatos e formalização de coligações, bem como para a definição dos critérios de distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
Os atos de propaganda eleitoral não poderão ser limitados pela legislação municipal ou pela Justiça Eleitoral, salvo se a decisão estiver fundamentada em prévio parecer técnico emitido por autoridade sanitária estadual ou nacional.
No segundo semestre de 2020, poderá apenas ser realizada publicidade institucional de atos e campanhas de órgãos públicos municipais e suas respectivas entidades da administração indireta destinada ao enfrentamento da pandemia da Covid-19 e à orientação à população quanto aos serviços públicos e outros temas afetados pela pandemia.
Mobilidade de datas
Se as condições sanitárias em determinado município não permitirem a realização das eleições nas datas previstas, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá, de ofício ou por provocação do presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) respectivo, e após oitiva da autoridade sanitária nacional, definir novas datas para o pleito, tendo como limite o dia 27 de dezembro de 2020, bem como dispor sobre as medidas necessárias para a conclusão do processo eleitoral, dando ciência do fato à comissão mista do Congresso Nacional que trata do impacto financeiro e na saúde pública da Covid-19.
Também se as condições sanitárias de um estado impedirem a realização das eleições nas datas previstas, o Congresso Nacional, por provocação do TSE, instruída com manifestação da autoridade sanitária nacional, e após parecer da comissão mista do Congresso, poderá editar decreto legislativo definindo novas datas para o pleito, tendo como limite o dia 27 de dezembro, cabendo ao TSE dispor sobre as medidas necessárias para a conclusão do processo eleitoral.
| Bem Paraná ( publicado em 23-06-2020) | | |
Bancos afirmam que emprestaram R$ 1 trilhão, mas que implementação de novas linhas está mais lenta do que o esperado
A burocracia do Estado não combina com a urgência das demandas de crédito no sistema financeiro ante a crise do coronavírus, afirmou, nesta terça-feira (23), Isaac Sidney, presidente da Febraban, federação que representa os bancos.
Sidney falou durante a abertura do CIAB, congresso de tecnologia bancária realizado anualmente pela entidade.
Segundo ele, os bancos já emprestaram mais de R$ 1 trilhão desde o início da pandemia, contabilizando renegociação, prorrogação e novos contratos, mas, ainda assim, precisam ter coragem para debater sobre a chegada do crédito na ponta consumidora e capacidade de demonstrar que o sistema agiu “rápido e certo” para resolver essa situação.
“Mas muita coisa também trava diante de uma burocracia estatal de décadas, com processos morosos que não combinam com a urgência das demandas. O momento, pelo lado do Estado, é de simplificação das regras, menos burocracia, flexibilidade e assumpção do risco de crédito de quem foi mais atingido pela crise”, afirmou.
Com a continuidade da crise, a expectativa, avaliaram os presidentes das maiores instituições financeiras do país, é que esse volume de empréstimos aumente e que novas linhas sejam implementadas.
Segundo Candido Bracher, presidente do Itaú, os bancos esperam a aprovação e implementação do governo em uma série de linhas, como o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), o FGI (Fundo Garantidor de Investimentos), a expansão da linha para folha de pagamento, entre outros.
“Há uma série de novas linhas que a gente vem discutindo há um bom tempo, mas cuja implementação, infelizmente, está muito mais lenta do que gostaríamos”, disse Candido Bracher, presidente do Itaú.
O Pronampe foi sancionado em maio pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e recebeu R$ 15,9 bilhões do Tesouro Nacional. Até 10 de junho, no entanto, contava com o pedido de participação de apenas 12 instituições financeiras – sendo três grandes bancos, dois bancos de cooperativa, duas fintechs e quatro agências e bancos de desenvolvimento. Os nomes não foram divulgados.
Já o FGI deve receber R$ 20 bilhões em aportes da União, que servirão como garantia de empréstimos para pequenas e médias empresas.
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou, ainda, que há a expectativa de que novas contratações, renovações e prorrogações de crédito sejam feitas dada a duração da crise.
“Prorrogamos primeiro por 60 dias, depois por 120 e pode ser que prorroguemos um pouco mais. Isso sem mudar as taxas de juros”, disse.
No início da crise, em março, a Folha mostrou que empresários já relatavam aumento de juros e restrição de negociações de contratos por parte dos grandes bancos. Em maio, outros relatos de que a burocracia e a demora de resposta dos bancos limitavam o acesso ao crédito também foram noticiados.
Para o presidente do BTG Pacutal, Roberto Sallouti, os bancos estão contribuindo para o “pleno funcionamento do mercado”. Segundo ele, a “sensação” de que os bancos não estão entregando acontece porque apesar do crédito ter crescido nos últimos meses, a demanda por recursos cresceu muito mais.
“Acho muito importante o desenvolvimento nas novas linhas que estão vindo e está muito claro para nós que o segmento de pequenas e médias empresas é onde realmente está faltando chegar o crédito. Mas os bancos têm que tomar suas medidas de avaliação de crédito e, portanto, os novos programas de desenvolvimento são fundamentais para ter certeza que os bancos poderão fazer o dinheiro chegar [na ponta consumidora]”, afirmou.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, disse nesta quarta-feira que o país precisa acelerar seus projetos de privatização e concessões no curto prazo, e também focar em mudanças em regimes tributários especiais, para lidar com a queda das receitas, duramente abaladas pela retração da atividade econômica.
Em live promovida pelo Citi, Mansueto afirmou que o país não voltará a registrar superávits primários neste governo, como era a expectativa antes da crise do coronavírus, principalmente por causa da queda das receitas.
Ele destacou que, enquanto o aumento das despesas públicas será concentrado neste ano, as receitas demorarão a se recuperar.
| Reuters | | | Autoridade monetária admitiu que a maior parte do crédito concedido depois do início da crise foi para grandes empresas
O Banco Central lançou, nesta terça-feira (23), novo pacote de medidas para ampliação da oferta de crédito em meio à pandemia do novo coronavírus. Desta vez, o BC direciona os empréstimos às micro, pequenas e médias empresas.
Juntas, as medidas têm potencial de gerar R$ 212 bilhões em novos empréstimos.
Desde o início da crise, muitas empresas reclamam que não têm acesso a crédito, mesmo com a injeção de liquidez anunciada pela autoridade monetária em março.
“Todas as medidas do BC passam pelos balanços dos bancos e dependem de uma análise de mercado que levam em consideração o risco e o retorno de cada operação. Como não fazemos transferência direta, os recursos precisam ser canalizados pelo sistema financeiro”, justificou o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.
Ele admitiu que a maior parte do crédito concedido depois do início da crise foi para grandes empresas. “Muitos recursos foram tomados pelas menores, mas a gente entende que a maior parte dos recursos foram para as grandes”, reconheceu.
“O objetivo claro [dessas medidas] é de direcionar para as micro, pequenas, médias empresas”, disse.
Campos Neto também afirmou que parte das medidas lançadas pelo BC tiveram baixa adesão e alegou que isso ocorre em outros países. "Preferimos errar por fazer medidas demais do que fazer medidas de menos. Não temos o medo de errar fazendo medidas demais", disse.
Uma das medidas autoriza que o saldo das operações de crédito para capital de giro de empresas de faturamento anual de até R$ 50 milhões, contratadas entre 29 de junho e 31 de dezembro, seja deduzido do recolhimento compulsório sobre depósitos de poupança, pelo prazo de três anos.
O Banco Central projeta que a iniciativa libere R$ 55,8 bilhões em recursos.
O recolhimento compulsório é a parcela do valor que investido pelo cliente em poupança que o banco precisa depositar no BC como forma de um seguro para diminuir a alavancagem —ou seja, que esse dinheiro seja emprestado indiscriminadamente.
Para obrigar a aderência dos bancos à medida, a autoridade monetária determinou que 30% do saldo do depósito não seja remunerado caso a instituição opte por deixar o recurso no BC.
Bancos que não possuem clientes com esse perfil ou que preferem não correr o risco poderão deduzir as aplicações em DPGE (Depósitos a Prazo com Garantia Especial) de instituições financeiras pequenas.
O DPGE é um título garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) criado pelo BC no início da crise. O papel pode ser emitido pelo banco e pode ser comprado por qualquer investidor.
“A fim de incentivar a aplicação, 30% do saldo da exigibilidade de depósito de poupança não será remunerada até o final do ano caso o montante total deduzido pela instituição financeira com as operações de crédito e as aplicações em DPGE não atinja 5% da exigibilidade dessas modalidades a partir de 10 de agosto e 10% a partir de 8 de setembro de 2020”, disse o comunicado.
A outra iniciativa anunciada pelo BC reduz de 50% para 35% o fator de ponderação de risco dos DPGEs para participantes do FCG.
Segundo o BC, a iniciativa pode reduzir até R$ 1 bilhão de capital exigido pela operação e pode aumentar em até R$ 12,7 bilhões a capacidade de concessão de crédito.
Os bancos menores também terão requerimento de capital reduzido temporariamente. Com isso, haverá liberação de recursos de R$ 1,3 e potencial no aumento da capacidade de concessão de crédito de até R$ 16,5 bilhões.
O requerimento de capital é um instrumento de regulação bancária criado depois da crise financeira de 2008.
A autoridade monetária exige que as instituições financeiras tenham um percentual mínimo de patrimônio para garantir que eles tenham recursos durante uma eventual crise.
Ao diminuir essa parcela, o BC permite que os recursos fiquem livres para serem utilizados e aumenta o potencial de geração de crédito."
Além disso, a autoridade monetária lançou um sistema de otimização de capital.
As instituições que quiserem emprestar em forma de capital de giro às empresas de pequeno e médio portes não terão que fazer provisionamento para os chamados “ativos decorrentes de diferenças temporárias”.
Provisionamento é a quantia, proporcional ao valor do empréstimo, que os bancos devem manter em caixa para que a operação seja assegurada.
Para terem o capital liberado, os bancos serão obrigados a concederem empréstimos para o segmento com prazo mínimo de três anos e carência de seis meses até o fim do ano. O potencial de geração de novos empréstimos é de R$ 127 bilhões.
Com os recursos, os bancos devem emprestar, no mínimo, 50% para empresas com faturamento anual de até R$ 100 milhões, 20% para empresas com faturamento anual entre R$ 100 e 300 milhões e 30% para programas com risco compartilhado com o Governo (Pronampe, FGI e Pese).
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | O Banco Central reduziu de 50% para 35% o Fator de Ponderação de Risco (FPR) nas exposições de Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE), quando o depositante se tratar de instituição associada ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). De acordo com o BC, a redução do FPR vem no sentido de garantir a estabilidade financeira, promover o funcionamento regular dos mercados e melhorar as condições de liquidez das instituições financeiras de pequeno porte.
"Ainda que as instituições financeiras individualmente apresentem atualmente níveis confortáveis de capital e de liquidez, acima dos requerimentos mínimos estabelecidos, a proposta possui caráter macroprudencial", afirmou a autoridade monetária, em nota.
Em 23 de abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou que as instituições financeiras captem DPGEs de outras instituições associadas ao FGC.
As captações são garantidas pelo FGC até o valor máximo de R$ 400 milhões do total de créditos de cada instituição titular contra a instituição ou conglomerado emissor do DPGE, informou o Banco Central na ocasião.
Para os demais titulares, foi mantido o valor garantido de até R$ 40 milhões aprovado pela Resolução nº 4.799, de 6 de abril de 2020.
| Bem Paraná ( publicado em 23-06-2020) | | | Em um esforço para ampliar a oferta de crédito às empresas de menor porte no Brasil, o Banco Central anunciou nesta terça-feira, 23, que permitirá que os bancos deduzam, do recolhimento compulsório exigido sobre os depósitos de poupança, o saldo de operações de crédito para financiamento de capital de giro. Isso será possível no caso das operações com empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões, contratadas de 29 de junho a 31 de dezembro de 2020.
A dedução da exigibilidade poderá ser feita pelo prazo de três anos. Conforme o BC, a medida tem potencial máximo estimado de R$ 55,8 bilhões.
"Trata-se de medida que visa mitigar e prevenir os efeitos econômicos e financeiros da propagação do novo Coronavírus (Covid-19)", afirmou o BC por meio de nota. "O BC avaliou que, embora as medidas já adotadas tenham sido efetivas em prover liquidez para o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e promover o regular funcionamento dos mercados, as empresas de menor porte continuam encontrando dificuldades no acesso a linhas de crédito que as possibilitem atravessar esse momento de incertezas."
O BC registrou ainda, na nota, que "a fim de incentivar a aplicação, 30% do saldo da exigibilidade de depósito de poupança não será remunerada até o final do ano caso o montante total deduzido pela instituição financeira com as operações de crédito e as aplicações em DPGE (Depósitos a Prazo com Garantia Especial) não atinja 5% da exigibilidade dessas modalidades a partir de 10 de agosto e 10% a partir de 8 de setembro de 2020".
Conforme o BC, "alternativamente, as instituições poderão deduzir as aplicações em Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE) de instituições financeiras dos segmentos de regulação prudencial S3, S4 e S5". A referência diz respeito às instituições financeiras que fazem parte dos Segmentos 3, 4 e 5 (S3, S4 e S5) - no caso, as instituições financeiras menores. "O BC avalia que a forte captação recente dos depósitos de poupança permite a adoção da medida sem comprometer o adequado gerenciamento dos ativos e passivos bancários, mesmo tendo em conta o alto volume de direcionamento dos depósitos de poupança", acrescentou a autarquia.
| Bem Paraná ( publicado em 23-06-2020) | | | Para Joseph Couri, apoio do governo seria mais eficaz com depósito direto
A despeito do pacote de medidas lançado pelo Banco Central nesta terça (23) para ampliar a oferta de crédito às empresas de menor porte na pandemia, Joseph Couri, presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria), avalia que as ações do governo têm sido ineficazes.
“Os bancos não vão e não querem correr o risco de colocar o dinheiro na ponta para o pequeno, porque se houver inadimplência ele vai perder”, afirma. Para Couri, a solução seria um depósito direto do governo na conta da empresa.
“O governo federal depositou o dinheiro para a economia informal, por que o empresário que está na economia formal, que tem CNPJ, não pode? Isso não é no mínimo injusto?”, questiona.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | PIX tende a diminuir gastos com maquininhas e transporte de dinheiro; bancos também serão afetados
O PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central a ser lançado em novembro deste ano, tende a reduzir os custos financeiros e operacionais de lojistas e a ajudar na retomada de crescimento do comércio em um momento pós-pandemia do coronavírus.
O potencial do projeto foi discutido nesta terça-feira (23) no Ciab, congresso de tecnologia bancária promovido anualmente pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
O novo modelo do BC fará transferências em até dez segundos e funcionará 24h por dia, inclusive em finais de semana e feriados. Além disso, a expectativa do BC é que o custo do PIX para o cliente final seja inferior a R$ 1 por transação.
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; PIX será lançado em novembro
Segundo especialistas, o PIX deve trazer uma redução de custos significativa para lojistas de todos os portes, além de antecipar o pagamento das compras feitas no cartão –que mesmo feitas no débito, por exemplo, ainda demoram uma média de dois dias para cair na conta do comerciante.
Essa situação poderia atingir diretamente os grandes bancos do país –que também estão por trás das grandes credenciadoras (maquininhas), como é o caso da Cielo (que tem o Banco do Brasil e o Bradesco como principais acionistas), da Rede (do Itaú) e da Getnet (do Santander)– e que teriam perdas significativas com receitas de tarifas.
Um levantamento divulgado pela Moody’s no início deste ano apontou que, em 2019, houve um total de R$ 1,5 trilhão transacionado em pagamentos com cartões, com uma “take rate” (total de tarifas cobradas dividido pelo volume de pagamentos) média de 2,2%.
Segundo a agência de classificação de risco, se entre 10% e 15% do volume total de pagamentos for perdido para o PIX —e considerando os valores de 2019— os bancos perderiam cerca de R$ 4,3 bilhões em receita com tarifas. No pior cenário simulado pela Moody's, com uma perda de 30% do volume para o PIX e sem cobrança de tarifas por parte dos bancos, a perda chega a R$ 9,9 bilhões.
“No mundo de pessoas jurídicas, a redução de custos é muito grande. Primeiro porque uma parcela do custo financeiro das empresas está no recebimento, ou seja, meios de pagamento por cartões ou boleto. Segundo porque o PIX, além de ser bem mais barato, também tem o recebimento imediato. O lojista não vai mais precisar esperar dias para receber”, disse o superintendente de open banking e pagamentos instantâneos do Itaú Unibanco, Ivo Mósca.
O executivo afirma ainda que as lojas físicas também terão menos custos com papel moeda e o transporte de cédulas para o banco.
Nesta segunda-feira (22), o Banco Central anunciou que o seu modelo de pagamentos instantâneos permitirá que o consumidor saque dinheiro no varejo, o que, segundo os especialistas, também permitirá reduzir custos com o dinheiro físico.
"Já no e-commerce, de 60% a 70% das transações ainda são feitas por boletos e tem um atraso pelo tempo que o lojista leva para saber que foi pago e mobilizar o estoque até transferir para o cliente. Com o pagamento instantâneo, isso também passa a ser imediato. Esperamos inclusive que as entregas feitas no mesmo dia da compra aumentem muito em grandes metrópoles”, disse Mósca.
Para o diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, o modelo também poderá aumentar, indiretamente, o crescimento potencial do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
“Tudo o que diminui o custo da transação, potencializa o crescimento até em um sentido mais técnico da palavra, de aumentar o crescimento potencial do PIB mesmo”, disse.
“O sistema financeiro terá que aprender muito rápido quais serão as facilidade e qualidades do sistema e precisará se adaptar. Independente de qual será o formato vencedor e se a entrada se dará primeiro entre companhias de maior ou menor porte, com certeza veremos uma rápida adoção e uma digitalização rápida de todo o sistema”, completou Mósca, do Itaú.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | Contestação de proteção poderá ocorrer só na Justiça Federal, que, na dúvida, será a favor do segurado
O reconhecimento do direito à antecipação da aposentadoria para trabalhadores expostos a riscos deverá ficar mais fácil nos JEFs (Juizados Especiais Federais) após uma nova decisão da TNU (Turma Nacional de Uniformização).
Ao concluir o julgamento do tema 213 na sexta-feira (19), a Turma decidiu que o segurado do INSS pode recorrer diretamente à Justiça Federal para exigir a aposentadoria especial por insalubridade nos casos em que o benefício foi negado porque o trabalhador utilizava EPI (Equipamento de Proteção Individual).
Antes dessa decisão, que padroniza a compreensão dos Juizados Federais sobre o tema, parte dos juízes considerava que a contestação da eficácia do EPI deveria ser questionada primeiro na Justiça do Trabalho, ou seja, em um processo contra o empregador.
Ainda sobre a possibilidade de questionar na Justiça a real proteção oferecida pelo equipamento, a decisão dispensa a obrigatoriedade de que essa contestação tenha sido feita no momento da apresentação do pedido de aposentadoria ao INSS. Porém, a Turma considerou que esse questionamento precisa ser feito já no pedido inicial da ação.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | Informais foram mais afetados; rendimento médio caiu 18,2% no mês
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou nesta quarta (24) que 19 milhões de brasileiros foram afastados do trabalho devido à pandemia do novo coronavírus e, dentre estes, 9,7 milhões ficaram sem remuneração.
Os dados foram coletados pela pesquisa Pnad Covid, que busca identificar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho e na saúde dos brasileiros. O levantamento detectou também que houve redução na renda do trabalhador brasileiro.
Ao todo, o brasil tinha em maio 84,4 milhões de trabalhadores ocupados, disse o IBGE. Deste total, 22,5% estavam afastados do trabalho na semana da pesquisa - 18,6% foram afastados devido ao distanciamento social.
Entre os afastados, 51,3% ficaram sem receber remuneração. O número de pessoas nessas condições representa 11,5% do total de ocupados do país. Os maiores percentuais de pessoas sem remuneração foram verificados nas regiões Norte e Nordeste.
A maior taxa de afastamento se deu entre trabalhadores informais: domésticos sem carteira assinada (33,6%), empregados do setor público sem carteira (29,8%) e empregados do setor privado sem carteira (22,9%).
De acordo com o IBGE, o rendimento efetivo dos trabalhadores brasileiros caiu 18,2% em maio, para R$ 1.899. As maiores quedas foram verificadas nas regiões Nordeste (19,7%) e Sudeste (19,3%).
Em maio, havia 75,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho, o que significa que não estavam trabalhando nem procurando emprego. Deste total, 34,9% não procuraram emprego mas gostariam de trabalhar e 24,5% disseram que não foram em busca de vaga por causa da pandemia.
A pesquisa do IBGE identificou também que 38,7% dos domicílios brasileiros receberam algum tipo de auxílio monetário relacionado à pandemia. O valor médio recebido pelos domicílios foi de R$ 847.
| Folha de S.Paulo | | | Portaria prevê regras para volta do atendimento; 70% dos postos podem abrir
O governo federal publicou na segunda-feira (22) uma portaria definindo as regras para a reabertura das agências da Previdência Social a partir de 13 de julho.
Em comunicado sobre a retomada do atendimento presencial, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) divulgou que serviços que não puderam ser realizados a distância, como as perícias médicas e a reabilitação, terão prioridade na reabertura.
Desde o início da quarentena de combate ao novo coronavírus, o INSS antecipa R$ 1.045 para segurados que solicitam o auxílio-doença, sem exigir a realização de perícia médica, pois os postos estão fechados.
A antecipação de apenas um salário mínimo, porém, prejudica trabalhadores que possuem renda mais elevada, pois poderiam receber auxílios com valores mais altos.
Os demais serviços não estarão disponíveis de forma presencial neste primeiro momento, segundo o INSS, e permanecerão nos canais remotos: o Meu INSS (gov.br/meu INSS, site e aplicativo) e telefone 135.
Atualmente, 753 agências estão aptas a voltar a funcionar, o que representa 70% da capacidade de atendimento do instituto (são 1.525 no total), informou o instituto.
Para a reabertura ao público, o governo ainda prevê diversas restrições.
As agências só poderão funcionar se atenderem às medidas mínimas de segurança sanitária recomendadas pelo Ministério da Saúde e às regras de isolamento, quarentena e outras condições de funcionamento estabelecidas por estados, Distrito Federal e municípios.
Algumas das medidas a serem adotadas são fornecimento e instalação de equipamentos de proteção individual e coletiva contra a disseminação da Covid-19; acesso controlado ao interior das agências, que ficará restrito aos servidores e contratados, e aos usuários que tenham feito prévio agendamento para atendimento presencial.
| Folha de S.Paulo | | | Presidente da Câmara disse que discussão deve começar no segundo semestre
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na manhã desta terça-feira que uma discussão para um programa de refinanciamento de dívidas tributárias, conhecido como Refis, deve ser iniciada no segundo semestre. Segundo Maia, o Refis "não é um bom instrumento" e ele disse esperar ser o último programa desse tipo.
Em entrevista para a MoneyWeek, um evento de investimentos, Maia afirmou que o debate sobre um novo programa que permita que empresas renegociem suas dívidas com a União ainda não foi iniciado, mas deve ser necessário para socorrer empresas que tiveram problemas com a crise do novo coronavírus.
"O Refis não é um bom instrumento, mas em um momento como este, de pandemia em que a atividade econômica vai cair muito rápido, de forma muito abrupta, certamente será necessário", afirmou Maia.
Ele estima que a discussão se dê em conjunto com a reforma tributária, que deve ser votada já em agosto, segundo previsão de Maia.
"No segundo semestre, quando vamos ter mais clareza do tamanho das dívidas das empresas, somada à discussão da reforma tributária, a gente consegue fazer uma discussão mais ampla e resolver esse Refis, que espero que seja o último" afirmou.
Maia ressaltou que um novo Refis deverá ser completamente focado no período da pandemia. O último programa de refinanciamento de dívidas tributárias foi aprovado no Congresso em 2018.
"Óbvio que nós já fizemos Refis no passado, há dois anos. Certamente não há necessidade de nenhum outro que não seja focado no período da pandemia, a partir de 20 de março, quando as empresas tiveram uma queda muito grande do seu faturamento".
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | Após quase 24 anos pagando uma das tarifas de pedágio mais caras do país, em contratos reconhecidamente superfaturados – várias empresas confessaram desvios, pediram desculpas à população e devolveram recursos – , os paranaenses se preparam para entrar em uma nova concessão de estradas à iniciativa privada.
A modelagem proposta para os novos contratos está prestes a ser apresentada ao Ministério da Infraestrutura. Serão 3,8 mil quilômetros (300 a menos do que queria o governo do Paraná e 1,3 mil a mais do que hoje fazem parte do chamado Anel de Integração). O total será dividido em oito lotes (atualmente são seis), cada um com aproximadamente 500 quilômetros.
As empresas que venceram a licitação a ser realizada no ano que vem deverão investir cerca de R$ 56 bilhões em obras, o maior valor exigido em um pacote de concessões de rodovias no Brasil. Serão cerca de R$ 7 bilhões por lote.
Além de contornos para desviar o tráfego no perímetro urbano de pelo menos 20 cidades paranaenses, será necessário fazer 2,4 mil quilômetros de duplicações (atualmente apenas 800 km são em pistas duplas no Anel de Integração). As próximas concessões devem ser pelo prazo de 30 anos – mais longas do que os contratos vigentes (de 24 anos) como forma de diluir os investimentos e aumentar o período de arrecadação para custear as obras.
As decisões sobre tarifas ainda estão em aberto, mas a determinação do Ministério da Infraestrutura foi de que o edital estabelecesse que deveriam ser, no mínimo, 20% mais baratas do que as atualmente praticadas. Além disso, caso a escolha das concessionárias seja por modelo híbrido, como vem sendo aventado, combinando o pagamento de outorga e tarifa, os valores podem cair mais: de 12% a 20%.
Na prática, significa que os valores a serem cobrados dos motoristas podem chegar a ter desconto de 40% sobre os atuais (abaixo do esperado pelo governo do Paraná, que pedia que fossem, no mínimo, 50% mais baratos). Isso tudo ainda vai ser mais debatido. A quantidade de obras propostas impacta diretamente nos valores a serem cobrados.
A Gazeta do Povo já antecipou qual deve ser a Taxa Interna de Retorno (TIR), que funciona, na prática, como o lucro para o investimento feito pelas concessionárias. O porcentual está fixado em 8,47%. É menos da metade do que é praticado nos contratos agora vigentes. Esse valor é um indicativo de que as tarifas do novo pedágio devem ser bem menores do que as atuais. Outras inovações a serem implantadas, como a cobrança reduzida para usuários frequentes, também foram adiantadas pelo jornal.
Algumas dessas informações foram apresentadas em uma reunião da bancada parlamentar do Paraná em Brasília, nesta segunda-feira (22) e confirmadas pela Gazeta do Povo. Na manhã desta terça (23), as definições do projeto serão mostradas a entidades do estado, por videoconferência, como as federações da Indústria e da Agricultura (Fiep e Faep) e o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e Movimento Pró Paraná.
A proposta de modelagem foi construída pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) em parceria com o IFC, braço de projetos do Banco Mundial, e com a colaboração de vários profissionais contratados. O trabalho, orçado em R$ 60 milhões, será repassado ao Ministério da Infraestrutura e à Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os primeiros dois lotes serão entregues nesta semana e os demais, de forma escalonada, até 8 de agosto.
Depois de análises pelo governo federal, as propostas serão submetidas a audiências públicas abertas para a participação dos paranaenses e também avaliadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O resultado deve começar a ser divulgado nos primeiros meses de 2021, buscando investidores e empresas internacionais, com licitação a ser realizada em meados do ano que vem, a tempo de que as novas concessionárias assumam as rodovias em novembro de 2021, quando vencem os atuais contratos.
Quais rodovias farão parte do sistema
Além das principais rodovias que atualmente fazem parte das concessões do Paraná, foram incluídas no pacote a ser pedagiado algumas PR que o governo estadual gostaria de ceder à União. Entre as principais que foram incluídas está a PR-323, para fazer a ligação entre Maringá e Guaíra, a Transbrasiliana, no trecho entre o Norte Pioneiro e os Campos Gerais, e uma parte da PR-280, criando um corredor entre Guaíra e União da Vitória.
A intenção inicial era de que a malha concedida subisse dos atuais 2,5 mil quilômetros para, pelo menos, 4,1 mil km. Mas a análise da viabilidade, considerando fluxos e projeções, descartando a Estrada de Ribeira (BR-476), na ligação entre Curitiba e Adrianópolis. Também foram excluídos alguns contornos na região de Curitiba e um pequeno trecho na região Noroeste.
Chegou a ser aventada a inclusão da Rodovia do Frango, mas também ficou de fora porque o governo federal pretende fazer uma concessão à parte, uma vez que seria uma rota entre Chapecó, em Santa Catarina, passando pelo Paraná, até chegar a portos do Sul. A única porção que não estava na proposta originalmente desenhada e foi adicionada foi a PR-445, entre Mauá e Londrina.
| Tribuna PR ( publicado em 23-06-2020) | | |
Com previsão de queda de 40% nas vendas, outras empresas podem optar por reduzir turnos após retomada
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes, disse nesta terça (23) não descartar a possibilidade de que outras montadoras sigam o exemplo da Nissan, que decidiu fechar um turno de sua fábrica de Resende (RJ) e promoveu a primeira demissão em massa no setor após o início da pandemia.
Moraes afirmou que as empresas devem reavaliar o planejamento para a retomada das operações em função da demanda reduzida pela crise, o que pode levar a reduções nos turnos das fábricas, já que as soluções criadas pela MP 936, como redução de jornada ou suspensão de contratos, são temporárias.
"Tem que olhar o que vem de demanda no futuro próximo, se vai precisar de dois turnos, ou de apenas um turno", disse o executivo, em encontro virtual com jornalistas. "O emprego está em risco, sem dúvida, e essa foi a primeira decisão tomada por uma empresa que concluiu que era melhor reduzir o turno."
Nesta segunda (22), a Nissan anunciou a demissão de 398 funcionários que estavam afastados havia três meses, mesmo tendo que pagar indenizações previstas pela MP 936. Segundo a empresa, a decisão tem com objetivo "adequar seu negócio à nova situação do mercado automotivo no Brasil".
Desde março de 2017, o complexo industrial da companhia em Resende vinha trabalhado em dois turnos, o que demandou a contratação de 600 novos funcionários. As operações foram suspensas após o início da pandemia e serão retomadas nesta quinta (24) com apenas um turno.
Com estoques elevados e vendas ainda patinando, outras companhias também estão optando pelo turno único na retomada das operações em suas fábricas, o que eleva as expectativas de novas demissões. "O planejamento da capacidade de mão de obra será feita em função da demanda e a demanda vai ser muito baixa", comentou Moraes.
Com base no cenário atual, A Anfavea projeta que as vendas de automóveis fecharão o ano em um volume 40% inferior ao verificado em 2019. Antes da pandemia, a estimativa era de crescimento de 9,4%. Nos primeiros meses da pandemia, a indústria automotiva foi uma das mais afetadas.
Em março, diz o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as vendas do setor caíram 28%. Em abril, o tombo foi ainda maior: 88,5%. Moraes disse que o número de licenciamentos mostrou recuperação em junho, mas é difícil dizer se houve mais vendas ou se há um acúmulo de vendas realizadas nos meses anteriores.
O setor negocia programas de apoio com o governo em diversas frentes. Na principal delas, busca alternativa para usar R$ 25 bilhões em créditos tributários acumulados no passado como garantia para obter empréstimos. Em outra, pede programa de incentivo ao consumo após a pandemia.
"Diferente de outros países que o governo entrou dando incentivo para a renovação de carros, o Brasil até agora não teve nenhuma iniciativa nessa direção", disse ele. "Infelizmente, a gente não vê nenhum motivo, pelo menos por enquanto, para considerar a hipótese de uma recuperação mais rápida."
O setor vem negociando crédito também com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que ofereceu um pacote de ajuda em conjunto com um sindicato de bancos. Segundo fontes do governo, GM e Fiat já teriam iniciado as conversas.
O valor do pacote para as maiores empresas pode chegar a cerca de R$ 4 bilhões, com o BNDES entrando com 25% do total. Um dos objetivos da Anfavea era liberar o uso dos créditos tributários como garantia a esse empréstimo também, mas o tema ainda está em discussão com o governo.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 23-06-2020) | | | Acea projeta redução de 3 milhões nos volumes do ano, que devem somar 9,6 milhões de unidades vendidas
Após registrar queda de 41,5% nas vendas nos primeiros cinco meses do ano, a Acea, associação dos fabricantes europeus de veículos, revisou sua projeção para 2020: a estimativa é que sejam vendidos 3 milhões de unidades a menos em relação a 2019, com volume total de 9,6 milhões nos mercado europeus, o que equivale a queda de 25% na comparação com o ano anterior.
A Acea avalia que após a primeira onda de choque trazida pela pandemia de coronavírus entre o meio de março até o fim de maio, a situação deve melhorar nos próximos meses, conforme as medidas de isolamento social forem sendo amenizadas nos diversos países europeus.
Ainda assim, se a projeção for confirmada, segundo a Acea este ano a Europa irá registrar o menor volume de carros novos vendidos desde 2013, quando a indústria acumulava de seis anos consecutivos de declínio após a eclosão da crise financeira global de 2008 e 2009. Em termos porcentuais, a retração esperada de 25% para 2020 será a maior já testemunhada pelo setor automotivo na Europa.
“A Acea mantém a esperança que este cenário dramático possa ser mitigado por rápidas e fortes medidas [de recuperação] tomadas pela União Europeia e pelos governos nacionais”, afirma Eric-Mark Huitema, secretário geral da associação.
“Dado o colapso sem precedentes nas vendas até agora, incentivos às compras e programas de renovação de frota são urgentemente necessários em toda a região para criar a necessária demanda por carros. No interesse da indústria e da economia europeia como um todo, estamos pedindo apoio econômico e político à UE e seus estados membros, com o objetivo de reduzir os danos à produção e ao emprego nos meses à frente”, defendeu o dirigente.
| Automotive Business ( publicado em 23-06-2020) | | | Levantamento encomendado pela Anfavea aponta que incerteza financeira é o principal motivo para desistir de trocar o veículo
Pesquisa encomendada pela Anfavea à Webmotors, para entender o perfil dos consumidores de veículos que ainda restam no mercado, aponta que a maioria dos visitantes do portal ainda sustenta a intenção de comprar um carro novo ou usado – como parece óbvio entre frequentadores de um site de negociação de veículos –, mas 64% responderam que adiaram essa decisão nos próximos seis meses após a instalação da crise econômica trazida pela pandemia de coronavírus – entre os interessados em um modelo zero-quilômetro essa prorrogação aumenta para 84% dos respondentes.
A Webmotors apurou as respostas de 1.668 pessoas na terceira semana de maio, das quais 89% mostraram manter o desejo de trocar de automóvel, mas 27% prorrogaram essa compra para seis meses adiante, outros 21% adiaram para os próximos três meses, 12% para algum momento de 2021, enquanto 21% queriam tomar a decisão ainda em maio e outros 16% no mês seguinte (junho).
Dos 11% que responderam à pesquisa e disseram não ter a intenção de comprar um carro, 57% relataram que não pretendem fazer isso por causa de incertezas financeiras, como desemprego, que eleva o medo de assumir um compromisso que não poderá ser honrado, enquanto 34% esperavam por melhores condições de pagamento, 18% não conseguiram vender o usado na compra de outro, e 17% avaliam ser muito alto o valor da entrada do financiamento.
Já os 89% que responderam ter a intenção de comprar um carro, 45% responderam que adiaram essa decisão para os próximos seis meses porque têm medo do desemprego, outros 37% querem ver o carro pessoalmente (o que ficou difícil com as revendas fechadas), 33% vão esperar por condições melhores de pagamento e 29% não conseguiram vender o usado ppara comprar outro.
“Esta pesquisa nos sugere ferramentas para atrair clientes neste momento, como planos mais acessíveis de financiamento e ajudar o consumidor a vender seu usado por preço melhor”, avalia Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
MOTIVOS PARA MUDAR DE IDEIA
A pesquisa da Webmotors também mostrou o que poderia fazer mudar de ideia o consumidor que disse não planejar trocar de carro. Para 48% a redução de impostos aumentaria o desejo de compra, 45% apontam que taxas de juros mais baixas seriam um incentivo e outros 41% relatam que ficariam propensos a adquirir um veículo se obtivesse valor maior pela venda de seu usado.
Melhores condições de financiamento (29%), bônus do governo para compra de um zero-quilômetro (29%) e início do pagamento de parcelas em 2021 (18%) são os outros motivos bem ranqueados para fomentar a decisão de comprar um carro no cenário atual.
Para os que mantêm o interesse em comprar um carro, entre os motivos que levariam a antecipar essa decisão, 46% disseram que seria o pagamento de 100% da tabela Fipe no usado, a redução de impostos seria um bom motivo para 42% e 39% ficariam motivados com taxas de juros menores. Bônus do governo para compra de um zero-quilômetro (32%), melhores condições de financiamento (28%) e início do pagamento em 2021 (24%) são os outros incentivos melhor ranqueados pelos consumidores.
“A pesquisa deixa bem claro que redução de impostos e juros mais baixos são os principais fatores que moveriam o consumidor da posição de adiar a compra para decidir comprar”, afirma Eduardo Jurcevic, CEO da Webmotors, que fez a apresentação dolevantamento na terça-feira, 23.
Entre aqueles 89% que mantêm a decisão de comprar um veículo, o levantamento aponta leve tendência de crescimento da opção por um zero-quilômetro: 16% querem ser o primeiro dono do carro, outros 16% têm dúvidas e 68% optariam por um usado – em 2019, a Webmotors destaca que 85% tinham intenção de adquirir um modelo de segunda-mão.
A pesquisa revela ainda que entre os ouvidos, 66% disseram que após a quarentena descartam usar o transporte público (ônibus, metrô e trens), 37% não querem usar ônibus fretados, 36% vão evitar ônibus para viagens rodoviárias e 29% vão fugir de carros por aplicativos e táxis.
Esse resultado aponta para o maior desejo das pessoas de ter um carro próprio para reduzir as chances de contágio pela Covid-19, ao mesmo tempo em que demonstra a necessidade de implementar medidas de segurança sanitário nos meios de transporte coletivo.
| Automotive Business ( publicado em 23-06-2020) | | | Solicitação é feita pelo site da montadora e cobrança toma por base a distância percorrida
A Ford lançou o “Serviço Sem Sair de Casa”, um programa que oferece comodidade e proteção àqueles que precisam fazer a revisão do veículo. Para utilizar é preciso entrar na área de “Serviços Ford” do site www.ford.com.br. O cliente preenche um formulário com dados pessoais, do veículo e a forma como quer ser contatado (por telefone, e-mail ou mensagem).
Também é preciso encontrar as concessionárias participantes e escolher uma delas. O valor do serviço é calculado com base na distância de deslocamento. A Ford garante que o valor é compatível com outros serviços desse tipo.
O novo programa adota os mesmos procedimentos de higiene incorporados à rotina das revendas Ford, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e da Anvisa para proteção contra a Covid-19. Segundo a montadora, na hora combinada um motorista equipado com máscara e luvas vai até a casa do cliente e faz com ele uma inspeção do veículo antes de levar para a concessionária.
Quando utiliza o novo programa o cliente tem um consultor à disposição durante o período em que o veículo estiver na concessionária. Ele pode acompanhar o andamento do serviço por troca de mensagens com fotos e vídeos. Caso haja a necessidade de reparos não previstos, eles só são realizados após a comunicação e aprovação prévia do cliente.
| Automotive Business ( publicado em 23-06-2020) | | |
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