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Foi inaugurada em Curitiba na última sexta-feira (3) mais uma Casa so+ma, um programa que busca estimular o hábito da reciclagem por meio de benefícios. É possível trocar material reciclável por alimentos, serviços, desconto em comércio local e até mesmo cursos de qualificação profissional por meio do programa so+ma vantagens.
A iniciativa contou com o patrocínio da Sig Combibloc, fabricante de embalagens, e teve o apoio da Prefeitura de Curitiba e do Governo do Paraná. Funcionando em fase piloto na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o projeto já recebeu quase 7,5 toneladas de resíduos em apenas cinco meses de funcionamento.
Como funciona:
O cidadão leva o material reciclável já separado;
Cadastra-se no local e ganha uma carteirinha de participante;
Os resíduos são pesados (para cada tipo de material existe uma pontuação diferente);
O peso do material vira pontos no programa;
Os pontos são acumulados como créditos;
A pessoa então escolhe a recompensa que deseja trocar.
Entre as recompensas existem alimentos da cesta básica (como arroz, feijão, óleo e farinha) e diversos cursos de aprimoramento profissional como fotografia, artesanato, negócios, culinária, moda, beleza e confecção de joias. Os créditos também podem ser usados como desconto na compra de óculos de grau e até mesmo virar criptomoedas.
Todo o material reciclado vai para uma cooperativa de catadores da região, ajudando para que eles recebam um volume maior de resíduos recicláveis, com mais qualidade e higiene. “O objetivo é que ao mesmo tempo que a gente traga impacto ambiental, tirando os resíduos do meio ambiente, a gente consiga somar o impacto social”, disse Cláudia Pires, fundadora da Casa so+ma.
Índice de reciclagem
Com esta iniciativa junto à Casa so+ma, a Sig espera contribuir para a mudança de comportamento e ampliação dos índices de reciclagem nas comunidades próximas, mostrando que embalagens e outros materiais recicláveis têm valor.
“A Sig é uma empresa de embalagem, então é extremamente importante para nós garantir que elas sejam recicladas. O desafio é como fazer isso, pois é uma cadeia onde é preciso ter um cidadão educado que saiba reciclar, uma infraestrutura para receber os materiais e um mercado reciclador que dê valor comercial a estes resíduos”, disse Isabela De Marchi líder de sustentabilidade da Sig. “A iniciativa da so+ma impacta no hábito efetivo das pessoas, pois é mais fácil para elas mudarem seus hábitos quando estão praticando”, finaliza Isabela.
Reciclagem em Curitiba
O Prefeito de Curitiba, Rafael Greca, presente na inauguração, enxerga de forma inteligente a troca de vantagens para a população, pois além de gerar impacto positivo, ela ainda faz com que a prefeitura economize na limpeza da cidade e de suas galerias pluviais, evitando também as enchentes. “Se nós tratarmos bem o meio ambiente, os rios, os bairros, os parques e os terrenos baldios, nós estaremos tratando bem a nós mesmos.”
Segundo Marilza Dias, Secretária de Meio Ambiente de Curitiba, a cidade já separa 22% de seus resíduos para reciclagem, contra a média nacional de 3%. Todo o material que a prefeitura arrecada vai para 40 cooperativas de catadores.
A ideia da prefeitura é instalar dez unidades da casa so+ma na cidade junto aos novos ecopontos, que recebem resíduos de construção civil e vegetal. A prefeitura de Curitiba também já possui há trinta anos o Câmbio Verde, programa que troca resíduos recicláveis por alimentos e já funciona em 102 endereços pela cidade.
| Ciclo Vivo | | | |
Programa do Ministério do Meio Ambiente foi lançado em Curitiba, que é referência em gestão de resíduos sólidos. Governador Ratinho Junior disse que ação federal dialoga com a iniciativa do Paraná, que pretende acabar com os lixões nas cidades do Estado.
O Paraná foi escolhido para o lançamento nacional do programa Lixão Zero, do Ministério do Meio Ambiente, que prevê a erradicação de lixões no País por meio de projetos de gestão de resíduos sólidos, coleta seletiva e reciclagem. O lançamento foi nesta terça-feira (30) em Curitiba, em solenidade com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, realizada no Palácio .
O Lixão Zero atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), com o objetivo de eliminar os lixões e apoiar os municípios em soluções mais adequadas de destinação e manejo dos resíduos, como os aterros sanitários. Ratinho Junior destacou que a iniciativa do governo federal dialoga com programa que está sendo elaborado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo para solucionar o problema nos municípios paranaenses. A ideia é criar consórcios intermunicipais, que terão o acompanhamento técnico para fazer a gestão dos aterros sanitários.
“No Paraná, 45% dos municípios ainda têm lixão a céu aberto, o que vai na contramão de nossa preocupação com a preservação e com cidades mais sustentáveis”, disse o governador. “A ideia é que com o programa federal e o programa estadual, as cidades deem um destino correto aos resíduos sólidos, ao mesmo tempo em que gerem renda e energia e novas tecnologias de soluções para o problema”, afirmou.
REFERÊNCIA - O lançamento do programa federal foi em Curitiba porque a capital do Paraná é tida como referência em gestão de resíduos sólidos. A cidade trocou os lixões por aterros já em 1989, mais de 20 anos antes da lei do PNRS, aprovada em 2010. “A experiência de Curitiba pode ser levada às demais cidades brasileiras. Queremos que o exemplo seja transferido e compartilhado com os demais municípios, cada um com sua escala”, afirmou o prefeito Rafael Greca.
COOPERAÇÃO – O ministro Ricardo Salles explicou que haverá um aporte inicial de R$ 750 milhões – recurso que estava destinado para outras rubricas, além da previsão de mais R$ 2 bilhões para o projeto para ajudar os municípios e estados na solução do lixo.
“Temos que solucionar esse problema, e rápido. Lixão e falta de saneamento são os dois grandes problemas para o meio ambiente e para a qualidade de vida nas cidades”, destacou o ministro. A ideia do programa, afirmou, é dar apoio aos estados e municípios para solucionar o problema, também com a previsão de criação de consórcios e ações de educação ambiental para fomentar a coleta seletiva e reciclagem.
“O programa vai coordenar as iniciativas federais, estaduais e municipais, firmar parceria com o setor privado e administrar fundos para, finalmente, erradicar os lixões do País”, afirmou Salles.
CONSÓRCIOS - O Paraná conta hoje com sete consórcios que reúnem 47 municípios. A ideia, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Márcio Nunes, é estender essa política para todo o Estado.
“Ao se unirem para dar uma destinação comum ao lixo, os municípios economizam recursos e diminuem consideravelmente os danos ao meio ambiente, já que apenas uma área, entre várias cidades, será usada como aterro”, afirmou.
COMBUSTÍVEL - Uma das ideias do programa é transformar o lixo em combustível derivado de rejeitos (CDR), que é feito a partir do processamento dos rejeitos que não podem ser reciclados.
De acordo com o prefeito Rafael Greca, o processamento de rejeitos é uma solução viável para o município, que gasta cerca de R$ 3 milhões ao mês para dar a destinação correta a esses resíduos.
“O mais importante é que o programa dá a condição de aproveitar os rejeitos do processo seletivo do lixo como combustível derivado de resíduos inservíveis. Só aquilo que não se aproveita será usado para a geração de energia”, disse.
DESTINAÇÃO CORRETA – Considerado um problema ambiental por receber resíduos sólidos sem a preparação do solo e nem sistemas de tratamento de efluentes, os lixões ainda estão presentes em 60% das cidades brasileiras. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 3,3 mil municípios brasileiros depositam resíduos em locais inadequados, enquanto apenas 39,8% contam com aterros sanitários.
Em 2017, 12,9 milhões de toneladas de resíduos urbanos foram enviados a lixões, sem nenhum tipo de preparação, mostram dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O volume representa um aumento de 4,2% do que foi destinado em 2016.
PRESENÇAS – A deputada federal Aline Sleutjes e a secretária do Meio Ambiente de Curitiba, Marilza do Carmo Oliveira Dias, também acompanharam a solenidade.
Antes da solenidade, em encontro com o ministro Ricardo Salles, o governador Ratinho Junior apresentou pautas relacionadas a questões ambientais do Estado. O governador propôs trabalhos conjuntos dos órgãos de licenciamento do Estado com os do governo federal, incluindo a conversão a projetos ambientais de multas de órgãos como Ibama, ICMBio e do Instituto Ambiental do Paraná.
O Estado também busca uma maior delegação nos processos de Licenciamento Ambiental que necessitam de anuência do ente federal. A proposta é acelerar a análise no Ibama de projetos prioritários para o Paraná, incluindo importantes obras de infraestrutura.
| Agência de Notícias Prefeitura de Curitiba | | | |
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acompanhou o prefeito Rafael Greca em uma visita à fábrica da Votorantim Cimentos, em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, na manhã desta terça-feira (30/4). Lá acontecem os testes para que o município passe a destinar o resíduo inservível restante da reciclagem no coprocessamento nos fornos para produção de cimento.
Além de ser menos poluente que o agente energético usado atualmente - o coque de petróleo - o CDR (Combustível Derivado de Resíduo) é uma das opções da capital paranaense reduzir o uso do aterro sanitário. De acordo com Greca, a medida já é utilizada em países como a Suécia, Dinamarca, Alemanha e Holanda.
“Nós ganhamos um presente com a possibilidade definitiva de correção ambiental com uso dos combustível de derivados de resíduos inservíveis”, disse o prefeito.
A visita contou com a participação do conselheiro da Votorantim, Fábio Ermírio de Moraes; do secretário do Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur; da secretária do Meio Ambiente, Marilza Oliveira Dias; do prefeito de Rio Branco do Sul, Gibran Johnsson, e do prefeito de Itaperuçu, Helio Guimarães. Além de representantes das associações de recicladores.
Renda e economia
O beneficiamento e uso do CDR vai se tornar também mais uma alternativa de renda aos cooperados das 40 associações que fazem parte do Ecocidadão, da Prefeitura, que hoje separam e vendem a fração seca do resíduo coletado porta a porta pelo programa Lixo Que Não É Lixo.
“Essa sobra ainda vai para o aterro sanitário, onerando Curitiba e os demais municípios da Região Metropolitana que encaminham seus resíduos para Fazenda Rio Grande”, explicou o prefeito. “Com esse projeto, esperamos em 25 ou 30 anos reduzir o aterro da Grande Curitiba”, completou.
Outra vantagem apontada por Greca é a economia, uma vez que o coque é uma matéria-prima importada em dólar ou euro.
Mais soluções
Dentro das ações de lançamento do programa Lixão Zero, do governo federal, a Prefeitura reuniu uma série de iniciativas ligadas à gestão de resíduos sólidos em uma feira na Boca Maldita.
Um caminhão do Câmbio Verde, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, esteve à disposição da população para a troca de recicláveis por hortifrútis. Associações do programa Ecocidadão, de separação de materiais recicláveis, fizeram campanha para o descarte correto de resíduos.
Também foram apresentados o ônibus Ecoexpresso, de Educação Ambiental da Sanepar, e a campanha de logística reversa para entrega de diversos tipos de materiais.
| Agência de Notícias Prefeitura de Curitiba | | | | A maioria dos produtos que jogamos no lixo pode ser reaproveitada ou reciclada e há empresas que se preocupam em estimular uma mudança de comportamento dos consumidores. Elas recebem de volta as embalagens e oferecem algo em troca: é a chamada logística reversa.
Assista o vídeo clicando na imagem
| EBC | | | |
Com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, cooperativas e agroindústrias tem implantado programas de logística reversa, atendendo não só a legislação nacional, mas também as normativas estaduais, que tem atrelado essas ações à obtenção do licenciamento ambiental
O Brasil instituiu em 2010 uma política nacional específica para a destinação de resíduos sólidos. A legislação criou a necessidade de as empresas fabricantes, distribuidoras e comerciantes realizarem a logística reversa dos resíduos classificados como perigosos, dando correta destinação a eles. Isso envolve todas as áreas econômicas, inclusive o consumidor final que, mediante a apresentação da nota fiscal, pode, por exemplo, realizar a devolução de uma lâmpada fluorescente queimada no próprio local compra.
Nos sistemas de produção animal, essa necessidade passou a estar atrelada à questão do licenciamento ambiental. Sem a adoção de um programa de logística reversa, as propriedades não conseguem o seu licenciamento. Com isso, as cooperativas e agroindústrias começaram a implantar e coordenar esses programas por meio de parcerias com empresas especializadas na coleta e destinação de resíduos de serviços ligados à saúde humana e animal.
Confira a entrevista clicando aqui
| Suinocultura industrial | | | |
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, explicou que a ideia não é financiar projetos ou estudos, mas ações práticas que, de fato, ofereçam soluções para logística reversa nas cidades brasileiras. Com essa iniciativa, o governo federal retoma postura de liderança em relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos faz aniversário de dez anos em 2020, mas, por enquanto, não há o que comemorar.
A primeira fase da implantação da política determinava que as empresas ajudassem o governo a recolher parte daquilo que produziam e era descartado em 12 centros urbanos. O prazo pra isso acabou em 2017 e a área não foi expandida até agora.
Para tentar incentivar avanços, o governo Bolsonaro vai lançar uma linha de créditos de R$ 750 milhões. O plano é ajudar prefeituras e empresas a tirarem juntas do papel soluções pra logística do lixo, já que a lei de 2010 prevê responsabilidades compartilhadas, como explica o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles:
"Justamente pra ajudar os municípios que têm mais dificuldades em estruturar soluções concretas. O ministério não vai pagar para elaboração de projetos nem estudos. O ministério vai fornecer linhas de recursos, de financiamentos e investimentos para ações concretas que os municípios e as empresas se alinhem pra fazer. Então é uma mudança de comportamento."
Sem a liderança do governo federal, cada estado tem adotado regras próprias. Nessa semana, termina o prazo para que o Rio de Janeiro decida quais serão as diretrizes. A Federação das Indústrias, a Firjan, e a área ambiental do governo negociam os termos.
Em São Paulo, a companhia ambiental do governo decidiu atrelar o trabalho de recuperar os resíduos com a renovação da licença para o funcionamento das fábricas. É o que explica a presidente da Cetesb, Patrícia Iglesias.
"As empresas tinham um prazo pra entregar esse plano. Elas entregaram. Agora, nós estamos avaliando os planos e nos casos que a gente entender que não está 'ok' a gente chama as empresas pra discutir esse planejamento. Mas veja, a ideia não é chegar simplesmente para as empresas e falar 'olha, seu plano não foi aceito'. A ideia é chamar as empresas pra fazer as correções devidas."
A estratégia de São Paulo, que fez termos de compromissos, é a mesma do Paraná.
No Ceará, o governo tem apoiado os municípios em planos regionais de coleta seletiva. As prefeituras vão estimar os custos do processo pra cobrar das empresas, como prevê a política nacional.
Em outros estados, como o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso do Sul, quem tomou a frente foi o Ministério Público. Depois de identificar um impacto de R$ 86 milhões em danos ambientais pelo descarte de resíduos sólidos, o MP-MS entrou com mais de cem ações contra empresas que estavam fora dos padrões.
A variedade de regras e a falta de atitude do governo federal nos últimos anos são criticadas pelo arquiteto Carlos Henrique Oliveira, consultor que ajudou a criar o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
"Se você não tem uma estrutura em que todo mundo consiga, o Brasil todo consiga enxergar como é que vai ser implementado o sistema de logística reversa, o estado vai legislar de acordo com a cabeça dele ou os interesses dele e não seguindo uma lógica de implementação nacional, de você estabelecer de fato fluxos de resíduos", argumenta o arquiteto.
A linha de crédito que vai ajudar prefeituras e empresas a cumprirem sua parte da lei ainda está em elaboração. Uma das possibilidades é que os empréstimos sejam feitos pelo BNDES. A linha de crédito deve interessar prefeituras de cidades que procuraram ajuda como Paço do Lumiar, no Maranhão e São Manoel, em São Paulo.
| CBN | | | |
Lixo de 39 municípios são encaminhados para 13 aterros sanitários. Moradores vizinhos de aterros sofrem com as más condições.
Mais de 27 mil toneladas de lixo são produzidas por dia na região metropolitana de São Paulo, de acordo com levantamento realizado pelo Bom Dia São Paulo com os 39 municípios. Os resíduos são encaminhados para 13 aterros sanitários, dois deles fora da Grande São Paulo.
A capital paulista é a cidade que mais produz resíduos, cerca de 20 mil toneladas todos os dias, sendo 12 mil de coleta domiciliar e 8 mil de varrição. O lixo da cidade vai para dois aterros sanitários, um na Zona Leste e outro na Zona Sul.
Para carregar todo o lixo da região são necessárias pelo menos 2.282 viagens de caminhões trucados todos os dias. Em São Paulo, o transporte mais utilizado para carregar o lixo é o caminhão trucado de três eixos. Ele consegue levar até 12 toneladas de detritos por viagem.
A segunda maior cidade do estado ficou em segundo lugar no ranking das cidades que mais produzem lixo. Guarulhos gera diariamente mais de 1 mil toneladas. No final do ano passado, a cidade decretou estado de emergência por causa do deslocamento de parte do aterro sanitário Quitaúna, no bairro Cabuçu. A prefeitura informou que o lixo da cidade agora é depositado em um aterro particular no mesmo bairro.
Hoje, o único aterro considerado inadequado na Região Metropolitana pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) é o de Embu das Artes. Entre os principais problemas está a falta de terra suficiente para cobertura, acúmulo de lixo descoberto e a presença de animais que podem transmitir doenças.
Caieiras: o maior destino
Caieiras tem população estimada em 100 mil habitantes, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e recebe o lixo da própria cidade e de outros dez municípios. São eles: Cajamar, Mairiporã, São Lourenço da Serra, Embu-Guaçu, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapecerica da Serra, Juquitiba, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista.
A cidade produz 89 toneladas de resíduos por dia, mas acumula mais de 1 mil toneladas, a mesma quantidade produzida somente por Guarulhos. A coleta dos resíduos urbanos de Caieiras é realizada pela empresa Essencis. Em 2018 foram coletadas 32.454 toneladas, aproximadamente 890 gramas por habitante.
Osasco e Embu: multas e advertências
Dos 640 municípios que dispõem resíduos em aterros paulistas, 95,6% estão em situação adequada, segundo a companhia. O restante é acompanhado por ações de controle e fiscalização. No entanto, o aterro de Osasco, por exemplo, já foi interditado duas vezes e os moradores vizinhos ao local reclamam muito das más condições.
Os aterros de Osasco e Embu das Artes somam mais de 30 advertências e multas, mas são os próprios municípios os responsáveis pela destinação correta dos resíduos sólidos. A Cetesb informou que oferece apoio técnico e fiscaliza os locais onde o lixo é depositado (veja abaixo a nota).
As interdições em Osasco aconteceram em abril e em agosto de 2017. Segundo a companhia, o aterro operava acima de sua capacidade e estava irregular, pois misturava lixo orgânico com o lixo da construção civil, o que causa instabilidade no terreno.
Desde 1993, a Cetesb aplicou 12 advertências e 16 multas aos responsáveis. Em 2018, houve uma audiência de conciliação na 2ª Vara da Fazenda Pública de Osasco e foi assinado um termo que concedeu a reabertura mediante atendimento das exigências estabelecidas.
A Prefeitura da cidade informou em nota que o aterro está regular e deve ser desativado em até seis meses. Disse também que ele será substituído por um outro aterro na mesma região, no bairro Açucará (veja abaixo a nota).
Na cidade de Embu das Artes, local com o único aterro classificado como inadequado pela Cetesb, a prefeitura disse que vem realizando adequações como instalação de sistema de impermeabilização, drenagem e coleta de chorume, sistemas de exaustão e queima de gases, e monitoramento de águas subterrâneas.
Desde 2014, a Prefeitura de Embu das Artes recebeu uma advertência e duas multas da Cetesb. Em nota, a prefeitura informou que a implantação de um novo aterro está em estudo e que isso deve ocorrer em três anos
Aterros sanitários
Uma resolução de 11 de novembro de 2008 estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de um aterro sanitário. Esses critérios também são definidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os aterros se tornaram obrigatórios em 2014, quando os lixões foram proibidos por uma lei federal aprovada em 2010.
Para receber a licença ambiental, o empreendimento precisa seguir as seguintes orientações:
Os resíduos devem ser cobertos regularmente com terra para evitar odor e proliferação de insetos;
A base do aterro sanitário deve ser constituída por um sistema de drenagem de chorume acima de uma camada impermeável de polietileno de alta densidade, sobre uma camada de solo compactado para evitar o vazamento de material líquido para o solo, evitando assim a contaminação de lençóis freáticos;
O chorume deve ser tratado e reinserido ao aterro;
O interior deve possuir um sistema de drenagem de gases, que podem ser queimados na atmosfera ou aproveitados para geração de energia
A cobertura deve ser constituída por um sistema de drenagem de águas pluviais, que não permita a infiltração de águas de chuva para o interior do aterro;
Deve também possuir um sistema de monitoramento ambiental, pátio de estocagem de materiais, muro ou cerca limítrofe;
Respeitar critérios de distância mínima de um aterro sanitário, um curso de água e uma região populosa.
O que dizem as Prefeituras
Prefeitura de Osasco
A Prefeitura de Osasco, por meio da Secretaria de Serviços e Obras, informa que o Aterro Municipal funciona de forma regular, obtendo nota 8, de 0 a 10, em sua atual configuração.
Ele funcionará por mais 6 meses em total segurança e sem oferecer qualquer risco à população. O prazo é mais do que suficiente para a prefeitura formatar o segundo aterro no Jardim Açucará, para o qual já dispõe de todas as licenças. Tão logo comece a operar, o atual será desativado.
A região onde está implantado o aterro sanitário sofre um processo de invasão, mesmo sem urbanização adequada. Para resolver esse problema, a Prefeitura de Osasco está buscando recursos junto aos governos estadual e federal para urbanização da região.
Prefeitura de Embu das Artes
A Prefeitura de Embu das Artes informa sobre as medidas que estão sendo tomadas no aterro sanitário da cidade, de acordo com as solicitações da Cetesb:
- Está em busca do tipo de terra específica para este fim (não encontrada com facilidade). Ao mesmo tempo, está realizando a cobertura dos resíduos urbanos com material alternativo, que também pode ser utilizado, como cascalho ou brita, atendendo a mitigação;
- Todas as mantas de cobertura do solo foram providenciadas e colocadas no local;
- Há um centro de tratamento do chorume para reutilização da água e o monitoramento do mesmo;
- Retaludamento das células de resíduos e plantio de grama;
- Continuação da canalização das águas pluviais (descidas hidráulica e canaletas);
- Sistema de drenagem de líquidos percolados;
- Sistema de drenagem de gases;
- Com frequência, é realizada análise de estabilidade dos taludes;
- O aterro novo está em estudo e em elaboração de projeto;
Após todas as medidas mitigadoras serem apontadas e realizadas, a Cetesb fará uma nova avaliação.
O que diz a Cetesb
A Cetesb informa que não há registro de lixões na Região Metropolitana de São Paulo.
De acordo a Lei 12.305/2010, que trata sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos, cabe às prefeituras municipais coibir os pontos irregulares de descarte, promover a recuperação do local, e implementar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. À Cetesb, cabe o licenciamento e fiscalização dos aterros.
Os locais de destinação final de resíduos são periodicamente inspecionados. Anualmente publicamos o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos com a avaliação dos aterros. Essa avaliação é feita por meio de um índice denominado IQR - Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos, que os classifica como inadequados ou adequados. As vistorias nos aterros são realizadas, pelo menos, três vezes ao ano.
De acordo com as avaliações feitas em 2018, os municípios da Região Metropolitana destinam seus resíduos sólidos urbanos à aterros classificados como adequados, exceto o município de Embu das Artes, cujo aterro foi classificado como inadequado. Os responsáveis apresentaram um Plano de Encerramento do Aterro, que está sendo analisado. A população pode denunciar a existência de lixões ou aterros mal operados por meio do canal 0800-113560.
| G1 | | | |
Produto é barato, não compete com mercado de alimentos e contém antioxidantes, permitindo acondicionar hortifrútis
Pesquisas da USP em Ribeirão Preto avançam na busca de plástico 100% biodegradável e competitivo com o plástico comum. Testes que reúnem na fórmula resíduos agroindustriais resultaram num produto com qualidades técnicas e econômicas promissoras.
A boa nova saiu dos laboratórios do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. A química Bianca Chieregato Maniglia desenvolveu filmes plásticos biodegradáveis a partir de matrizes de amido presentes em resíduos agroindustriais de cúrcuma, babaçu e urucum.
O fato do novo material ser totalmente desenvolvido a partir de descartes da agroindústria faz toda diferença. Ao mesmo tempo, recicla resíduos; é biodegradável; é produzido com fontes renováveis que não se esgotam como o petróleo (de onde sai o plástico comum) e cultivadas em qualquer lugar do mundo. Bianca lembra de mais predicados de seu produto: matéria-prima barata, que não compete com o mercado alimentício e ainda “contém composição interessante com a presença de ativos antioxidantes”.
Essa fórmula com compostos antioxidantes, lembra a pesquisadora, pode ser ainda mais interessante no desenvolvimento de “embalagens ativas”.
Uma embalagem ativa interage com o produto que envolve, sendo capaz de melhorar a qualidade e segurança para acondicionamento de frutas e legumes frescos.
Os estudos parecem indicar o caminho certo para a obtenção de um plástico, ou pelo menos um filme plástico, totalmente biodegradável. Os pesquisadores da FFCLRP conseguiram produzir filmes plásticos com boa aparência, boas propriedades mecânicas, funcionais e ativas, o que os torna mais eficientes na conservação de hortifrútis. O grupo de pesquisa também tem trabalhado com a aplicação de aditivos como a palha de soja tratada, outro resíduo agroindustrial, para melhorar as propriedades destes filmes. A meta é o ganho de maior resistência mecânica e menor capacidade de absorver e reter água.
Bianca, porém, acredita que ainda demande mais pesquisa e teste para os 100% biodegradáveis chegarem ao mercado. Em perspectiva mais recente, comenta, “esse tipo de plástico deve atuar como alternativa ao comum”. Apesar de não substituir o tipo comum, pode ser aplicado a diversos tipos do produto, como já ocorre nas misturas de matérias-primas renováveis com polímeros não renováveis, formando as chamadas “blendas”. “Temos as boas propriedades dos plásticos comuns com parcial biodegradabilidade”, comenta.
Plásticos (não tão) “verdes”
O plástico comum, que é produzido com derivado do petróleo (matéria-prima não renovável, cuja composição não é metabolizada por microrganismos), leva até 500 anos para desaparecer.
Já o plástico biodegradável desenvolvido na USP é feito de material biológico, e por isso é atacado, na natureza, por outros agentes biológicos – bactérias, fungos e algas – e se transformam em água, CO2 e matéria orgânica. Ele se degrada em no máximo 120 dias.
Atualmente, existem no mercado outros tipos de plástico biodegradável. São feitos a partir de fontes renováveis – milho, mandioca, beterraba e cana-de-açúcar. Porém, estas fontes servem como matérias-primas para produzir um composto (ácido láctico) do qual se pode sintetizar o polímero (PLA – ácido polilático).
“Devido ao fato destes plásticos não serem produzidos com polímeros naturais, como proteína e carboidratos, por exemplo, o material apresenta estrutura mais complexa e só se biodegrada corretamente em usinas de compostagem, onde há condições adequadas de luz, umidade e temperatura, além da quantidade correta de microrganismos”, lembra Bianca.
Além de caros, os plásticos produzidos por fontes renováveis hoje comercializados ainda deixam a desejar em relação a algumas propriedades mecânicas e funcionais se comparados aos plásticos produzidos com fontes não renováveis, e também demandam outros custos para não poluírem o meio ambiente.
Outro plástico muito divulgado na busca por maior sustentabilidade é o “plástico verde”. No entanto, a pesquisadora faz um alerta sobre este tipo de plástico. É feito de cana-de-açúcar, mas não é biodegradável. A partir da cana, é produzido o polietileno igual ao obtido do petróleo, assim o tempo de decomposição do plástico verde é o mesmo do plástico comum. “Vai continuar a causar problemas nas cidades e na natureza.”
Bianca defende que a aceitação e demanda por plásticos biodegradáveis dependam mais de consciência ambiental, legislação e vontade política que de fatores econômicos. Avalia que, em perspectiva global, quando se incluem custos indiretos, como geração de lixo, poluição e outros impactos à saúde e meio ambiente, “os biodegradáveis assumem posições economicamente mais favoráveis”.
Falando em economia, os custos de produção desses materiais podem ficar bem menores que os atuais. E isso se deve à utilização dos resíduos agroindustriais, como o produto agora desenvolvido na USP, cujos componentes não competem no mercado com a indústria de alimentos.
Os resultados desse estudo foram apresentados em março deste ano à FFCLRP na tese de doutorado de Bianca, que trabalhou sob orientação da professora Delia Rita Tapia Blácido.
| Jornal da USP | | | | Estudo da Unicamp aponta falta de conhecimento dos consumidores sobre sustentabilidade
Pesquisa da Faculdade de Engenharia de Alimentos analisou a percepção livre das pessoas e constatou diferenças a partir do nível de escolaridade sobre o tema.
Uma pesquisa da Unicamp, em Campinas (SP), avaliou a percepção que consumidores têm sobre sustentabilidade e concluiu que muitas pessoas confundem conceitos, de acordo com seu nível de informação e escolaridade, e não priorizam comportamentos que podem beneficiar o meio ambiente.
Os efeitos práticos de uma alimentação saudável e sustentável dependem do investimento em educação e políticas públicas para tratar o tema de forma palpável junto aos consumidores, defende a nutricionista e pesquisadora Bruna Barone.
"Esse estudo contribui principalmente para as questões de políticas públicas, começar a pensar mais no sentido de promover a alimentação mais sustentável e saudável. A partir disso, ter mais campanhas, levar mais informações para os consumidores. Quando eles não têm informações, fica difícil cobrar algo deles".
Ao todo, 590 consumidores das regiões de Campinas, Jundiaí (SP) e São Paulo tiveram os comportamentos e crenças sobre o tema analisados.
O estudo foi realizado pelo Departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) como tese de doutorado de Bruna, com orientação do professor Jorge Herman Behrens.
Segundo Bruna, é a primeira pesquisa do Brasil que explora as representações mentais dos consumidores brasileiros sobre sustentabilidade, a relação deles com os alimentos e o que motiva as escolhas alimentares.
"Fiz pesquisa na literatura brasileira com relação ao que o Brasil já tinha sobre a percepção da sustentabilidade. Percebi que a gente só tinha pesquisas quantitativas em categorias fechadas (meio ambiente, recursos naturais), o que faz com que o consumidor se sinta forçado a responder dentro dessas categorias, mas não significa que ele sabe o que é", afirma Bruna.
"Esses resultados acabam auxiliando no desenvolvimento de estratégias de educação alimentar nutricional", explica.
Bruna Barone, nutricionista e pesquisadora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, em Campinas, estudou a percepção das pessoas sobre o conceito de sustentabilidade.
Conceito de sustentabilidade
A pesquisadora entrevistou pessoalmente 150 pessoas, com ensinos superior e médio, na primeira etapa do estudo, usando técnicas que permitem "respostas livres" dos consumidores, de acordo com o entendimento de cada um. Ao expor quatro questões, eles foram desafiados a escrever o que viesse às mentes deles.
"Técnicas que trabalham no sentido de dar um estímulo para o indivíduo. A partir delas, a gente consegue levantar as crenças, as atitudes, as motivações, tudo o que o indivíduo associa ao estímulo. A gente consegue, de uma forma indireta, levantar todas as informações que a gente precisa", explica a nutricionista.
A pesquisa traz o conceito da ONU sobre sustentabilidade como um "desenvolvimento que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras para atender às suas próprias necessidades".
Os entrevistados concluíram, ao responderem, que sustentabilidade se trata de alimentação saudável produzida de forma sustentável. Também citaram os alimentos orgânicos, apesar de não ser um hábito forte nos brasileiros.
"O conceito de sustentabilidade tem três pilares: ambiental, social e econômico. Mas, o meio ambiente é muito forte para os indivíduos, por uma questão histórica".
Superior x médio
"O ensino superior relacionou mais com as questões do meio ambiente e econômica, principalmente os homens. No ensino médio, as pessoas relacionaram mais com nutrição e o sustentar, principalmente as mulheres", afirma a pesquisadora.
O estudo ressalta que determinadas formas de produção têm forte impacto ambiental com prejuízos para a saúde. Se o consumidor não estiver conscientizado disso, não vai exigir mudanças em prol da preservação do meio ambiente por parte dos produtores e permitir maior consumo de alimentos saudáveis.
Hábitos alimentares
A segunda etapa da pesquisa foi aplicada online a 440 consumidores e focada nos hábitos alimentares sustentáveis.
A ideia era analisar o entendimento sobre os benefícios ambientais resultantes de um consumo sustentável e a capacidade que teriam de mudar o comportamento, reduzindo carne vermelha, por exemplo, que acarretaria na redução da emissão de gás carbônico na atmosfera.
"Uso de produtos com embalagens recicláveis, o uso do alimento de forma integral, compras que evitem desperdício, escolha de alimentos produzidos na região de moradia do entrevistado, aumento da ingestão de frutas e hortaliças, aquisição de produtos sazonais, orgânicos, e diminuição de alimentos processados e de carnes", afirma a pesquisadora.
O estudo identificou que a atitude de comprar em quantidade que evite o desperdício foi predominante entre os entrevistados, mas a realidade do país, analisada na pesquisa, é de um histórico de desperdício tanto no consumo quanto na produção de alimentos.
"As pessoas até consideram a questão do desperdício de alimentos, do benefício ambiental, mas, de uma forma geral, relacionando com dados da literatura, a gente vê que o Brasil é um dos países que mais desperdiçam alimentos, desde a produção até a mesa dos consumidores".
Ilustração de estudo da Unicamp, em Campinas, sobre sustentabilidade mostra nível de convencimento da mudança de alguns hábitos alimentares necessários para benefício do meio ambiente.
Sobre a carne, avaliou que a redução no consumo é algo muito difícil. A ilustração acima mostra o nível de convencimento demostrado na pesquisa com relação à mudança de alguns comportamentos.
"A carne para o brasileiro é a mistura do prato, é algo que tem um apelo muito afetivo. [...] Os homens têm uma dificuldade um pouco maior", explica Bruna.
Para Bruna, melhorar a relação das pessoas com a alimentação saudável e sustentável depende de incentivo para o consumidor e também para a produção, garantindo mais acessibilidade aos alimentos orgânicos, por exemplo.
"É uma questão mesmo de segurança alimentar e nutricional".
| G1 | | | |
Com material é possível recuperar a infiltração do solo, diminuir impacto de enchentes e reduzir efeito das ilhas de calor nos centros urbanos
Um estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF) está desenvolvendo pesquisas para aprimorar a tecnologia do concreto permeável. Com esse material, é possível recuperar a infiltração do solo, diminuir impacto de enchentes e reduzir efeito das ilhas de calor nos centros urbanos.
A pesquisa é parte do trabalho de conclusão de curso do estudante Lucas Caon Menegatti. Segundo ele, a ideia do concreto permeável é agregar valor sustentável para as edificações.
“Devido à porosidade deste tipo de concreto, é mais indicado para ruas de baixo tráfego, estacionamentos, calçadas, parques e pátios. Ele é mais para um uso, digamos, de estruturas que vão receber uma carga mais branda, mais leve como, por exemplo, estacionamentos e parques”, explica.
De acordo com Lucas, o material reduz o escoamento de águas de chuvas: parte da água que antes escoava, passa a filtrar os solos e subsolo, causando menos impacto de enchentes. Em alguns casos, essa redução pode eliminar até a necessidade de tanque de retenção e água pluvial em alguns municípios.
“Os edifícios passam a liberar essa água pluvial diretamente para a rede pluvial e essa rede não está conseguindo comportar essa vazão devido à alta impermeabilização dos centros urbanos. Então, alguns municípios colocam no seu plano diretor urbano, que edifícios que tenham um limite de taxa de impermeabilidade do terreno devem ter um tanque de retenção para armazenamento de chuvas e liberar aos poucos depois, quando passa o pico de vazão para evitar enchentes. Com o concreto permeável, você acaba aumentando essa área permeável do seu terreno e pode até sair dessa cláusula que exige que tenha o tanque de retenção”, explicou.
O modo de preparo do concreto permeável é praticamente o mesmo usado no tradicional: o que muda são as dosagens dos materiais.
“No concreto convencional, geralmente, temos uma quantidade de cimento, areia, brita e água, e alguns aditivos caso queira dar alguma propriedade especial para o concreto. No concreto permeável o que fazemos é reduzir bastante essa quantidade de areia, que seria o material mais fino”, explica Lucas.
“Essa redução fará com que o espaço que ela ocuparia na mistura do concreto fique formado por vazios. Esses vazios, que são o que chamamos de poros, vão conferir a propriedade de permitir a percolação de água através da estrutura do concreto”, completa.
Lucas contou que o interesse na pesquisa sobre o concreto permeável surgiu para estudar um material mais sustentável e tentar contribuir para o conteúdo disponível sobre esse tema no Brasil, que ainda é limitado. Segundo o estudante, o próximo passo é estudar algumas propriedades desse concreto em relação à mistura para melhorar o desempenho.
| Gazeta do Povo | | | | Uma equipa de 14 pessoas, enviada pelo governo nepalês, reuniu-se para limpar o Monte Evereste. E a tarefa é tão gigantesca quanto a dos aventureiros que o escalam
O Monte Evereste tem vindo a receber cada vez mais turistas e alpinistas que pretendem alcançar o topo, o que tem feito o lixo amontoar-se na montanha. Por isso, o governo nepalês decidiu lançar a "Campanha de Limpeza do Evereste", iniciativa que começou no dia 14 de abril e deve prolongar-se por 45 dias.
Duas semanas depois do começo, o porta-voz do Departamento de Turismo de Kathmandu no Nepal, Dandu Raj Ghimire,
disse ao The Kathmandu Post que a equipa já reuniu três toneladas de lixo. Além de latas, garrafas, plásticos e equipamento de escalada foram encontradas tendas florescentes, botijas de gás vazias e excrementos humanos.
A altura da recolha não foi escolhida ao acaso. Esta época é marcada pela abertura da temporada da escalada de primavera, que atraí centenas de alpinistas que tentam chegar ao pico de 8.848 metros. Cerca de 500 alpinistas tentam subir a montanha, acompanhados por mais de 1000 funcionários de apoio à escalada, segundo dados do departamento de Turismo, o que faz esta altura ser uma das épocas em que a montanha é mais poluída. Até dia 29 de maio, a equipa de limpeza pretende subir até aos 7.950 metros e conseguir limpar 10 toneladas se lixo.
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Ghimire diz que, para o Nepal, "o Evereste não é apenas a coroa do mundo, mas o orgulho nacional", daí o esforço do governo em limpar a montanha e "restaurar a sua glória". O governo nepalês compromete-se a manter a montanha limpa e a continuar a enviar equipas de limpeza para evitar a acumulação de lixo no local. Estima-se que sejam investidos cerca de 30 milhões de euros nesta limpeza de 45 dias.
"Tudo no Evereste, excetuando a montanha e a neve, será trazido de volta. O objetivo é enviar a mensagem de que devemos manter a montanha livre de poluição", disse Tika Ram Gurung, secretário da Associação de Alpinismo do Nepal ao The Kathmandu Post.
Esta não é a primeira vez que se tenta limpar a montanha mais alta do mundo. Em 2014, tornou-se obrigatório para todos os alpinistas descer com oito quilos de lixo, que é a quantidade estimada de produção de lixo para cada alpinista. Na opinião de Ghimire, bastava cada um ser responsável pelo seu próprio lixo para o problema ficar resolvido.
No mês passado, a China fechou o campo base do lado norte do Monte Evereste, interditando-o a turistas que não tivessem autorização para escalar. O governo pretendia realizar uma limpeza no local e lidar com a enorme quantidade de lixo que se encontrava no monte.
Na passada terça-feira, cientistas alertaram para outros perigos que o Evereste enfrenta, além da extrema acumulação de lixo. Graças ao aquecimento global, o derretimento do gelo do Evereste tem vindo a expor mais lixo e até corpos humanos que se acumularam ao longo dos anos - a equipa de limpeza atual já encontrou quatro corpos na zona de acampamento base. A aparência da montanha está a ser alterada e a cascata de gelo Khumbu encontra-se ameaçada, podendo vir a desaparecer nas próximas décadas.
O lixo recolhido vai ser exibido em Katmandu, no Nepal, no Dia Mundial do Ambiente, dia 5 de junho, com o objetivo de sensibilizar a população para o que se passa na montanha. Depois sim, será enviado para a reciclagem.
| Diário de Notícias | | | | Em um mês, cervejaria recolhe mais de 7 toneladas de vidro em bares
Para realizar o trabalho, cervejaria se uniu à startup Green Mining para ajudar no descarte correto.
A cervejaria Goose Island está liderando uma iniciativa para incentivar a logística reversa e ajudar a solucionar um dos principais problemas do bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP): a dificuldade dos bares e restaurantes da região em descartar corretamente as garrafas e embalagens de vidro. Assim, ao lado da startup Green Mining, a cervejaria vai recolher todos esses recipientes para enviar ao centro de reciclagem da Cervejaria Ambev, no Rio de Janeiro.
Bairro natal do Brewhouse de Goose Island, localizado no Largo da Batata, Pinheiros se tornou um dos locais mais badalados da capital paulista. Mas com tantos bares e restaurantes, como fica o descarte de resíduos, ainda mais no Brasil, onde menos de 50% das garrafas de vidro são recicladas? Preocupada com as questões urbanas da região e por sua forte ligação com o local, a Goose Island tomou a iniciativa com um trabalho de logística reversa em parceria com a Green Mining.
Agora um coletor, em uma bicicleta adaptada, percorre Pinheiros retirando as garrafas de vidro dos estabelecimentos parceiros e leva para uma central de recebimento no centro do bairro. A partir disso, o material é encaminhado para a Fábrica de Vidros da Cervejaria Ambev, no Rio de Janeiro, onde é processado e transformado em novas garrafas.
Esse trabalho, iniciado em março, já vem dando resultados. Em cinco semanas, 35 bares e restaurantes foram impactados, e a iniciativa juntou mais de 7,8 toneladas de garrafas de vidro. Todo esse material, agora, vai ser reaproveitado da maneira correta. E para garantir o funcionamento eficiente dessa economia circular, um sistema de certificação é feito em todas as fases do processo garantindo que todo o material coletado chegue ao seu destino final de maneira correta.
“Queremos ajudar os bares e restaurantes da região em relação à reciclagem. O vidro é um material reciclável, mas muitos ainda têm dificuldades em descartá-lo corretamente. Nossa ideia é levar essa iniciativa para o maior número de estabelecimentos”, afirmou Thiago Leitão, gerente de marketing da Goose Island.
A Green Mining é uma startup paulistana que desenvolveu um sistema de otimização de hubs para a coleta de vidro. Ela faz parte da Aceleradora 100+ da Cervejaria Ambev. A iniciativa, lançada globalmente em junho de 2018 pela AB Inbev, selecionou, em parceria com o Pacto Global da ONU, pequenos e médios empreendedores com propostas inovadoras e disruptivas para algumas das principais questões socioambientais da atualidade.
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