| 22 de maio de 2020
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Em 22/05/2020
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Fonte: BACEN
| | | | | Novos Projetos de Lei - Coordenação de Relações Governamentais - nº 15. Ano XV. 21 de maio de 2020
Confira nessa edição os novos projetos de lei apresentados no Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.
ÍNDICE
NOVOS PROJETOS DE LEI ESTADUAL
INTERESSE GERAL DA INDÚSTRIA
AÇÕES DE COMBATE AO COVID-19
Reconhecimento da declaração de estado de calamidade pública em 22 (vinte e dois) municípios do Estado do Paraná
PDL 09/2020, de autoria da Comissão Executiva, que reconhece, exclusivamente para os fins do que dispõem o caput e os incisos i e ii do art. 65 da lei complementar federal nº 101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência de estado de calamidade pública nos municípios que especifica.
Reconhecimento da declaração de estado de calamidade pública em 18 (dezoito) municípios do Estado do Paraná
PDL 10/2020, de autoria da Comissão Executiva
Reconhecimento da declaração de estado de calamidade pública em 14 (quatorze) municípios do Estado do Paraná
PDL 11/2020, de autoria da Comissão Executiva
Destinação de valores de contratos de cessação de rodovias ao Fundo Estadual de Saúde
PL 279/2020, de autoria do Deputado Anibelli Neto (MDB)
Determinação da redução da mensalidade das instituições de ensino privadas do Estado do Paraná
PL 281/2020, de autoria dos Deputados Ricado Arruda (PSL) e Deputada Cantora Mara Lima (PSC)
Proibição de cobrança de juros e mulas devido a atrasos no pagamento de mensalidades de instituições de ensino no Estado do Paraná
PL 296/2020, de autoria do Deputado Anibelli Neto (MDB)
Estabelecimento de normas complementares para as farmácias autorizadas a realizarem testa rápido para detectar a Covid-19
PL 298/2020, de autoria do Deputado Michele Caputo (PSDB)
Proibição de cobranças inadequadas e excessivas por parte das concessionárias de água, esgoto e energia elétrica do Estado do Paraná
PL 313/2020, de autoria do Deputado Arilson Chiorato (PT)
Possibilita as implementações dos atos aprovados no Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) relativos ao regime de substituição tributária sejam efetivadas por meio de ato do Poder Executivo
PL 268/2020, de autoria do Poder Executivo
| Sistema Fiep | | | Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira, 21, projeto que estabelece o pagamento de uma indenização no valor de R$ 50 mil a profissionais de saúde que, atuando no combate à pandemia, se infectaram com o novo coronavírus e ficaram permanentemente incapacitados.
A proposta será agora encaminhada ao Senado. Câmara e Senado já haviam aprovado projeto de teor semelhante, mas que foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro sob a justificativa de falta de precisão e clareza.
Pelo texto aprovado nesta quinta pelos deputados, no caso de morte desses profissionais, o valor será repassado a cônjuges, dependentes ou herdeiros, que poderão dividir o dinheiro. A cifra pode ultrapassar os R$ 50 mil no caso de morte de trabalhadores com dependentes menores de 21 anos.
Nessa hipótese, a proposta estabelece que cada um dos dependentes menores de 21 anos deverá receber um valor que será variável conforme a idade.
O montante será calculado por meio da multiplicação da quantia de R$ 10 mil pelo número de anos inteiros e incompletos que, para cada um dos dependentes, falte para atingir a idade de 21 anos - ou seja, em caso de morte de um profissional da saúde que tenha dois filhos de 18 anos, cada um terá direito a uma indenização de R$ 30 mil.
Por sugestão do líder do PT, Ênio Verri (SP), os deputados decidiram que, se o dependente tiver alguma deficiência, os R$ 10 mil serão multiplicados pelo número mínimo de cinco anos, independentemente da idade.
A proposta restringe o pagamento aos trabalhadores que atuaram no atendimento direto aos pacientes e aos que fizeram visitas domiciliares e adoeceram. Pelo texto, o valor será devido a: agentes comunitários de saúde e de combate a endemias; profissionais com nível superior reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde; aqueles cujas profissões, de nível técnico ou auxiliar, sejam vinculadas às áreas de saúde; trabalhadores que auxiliam ou prestam serviço de apoio presencialmente nos estabelecimentos de saúde, desempenhando atribuições em serviços administrativos e de copa, lavanderia, limpeza, segurança, condução de ambulâncias, dentre outros.
O recebimento da indenização não prejudica o direito ao recebimento de benefícios previdenciários ou assistenciais, de acordo com a proposta. Como tem caráter indenizatório, também não incidirá sobre o benefício de desconto por imposto de renda ou contribuição previdenciária.
Dispensa de atestado
Os deputados aprovaram ainda uma emenda do líder Verri (PT-SP) para garantir o afastamento de qualquer trabalhador sem atestado médico por sete dias em caso de imposição de isolamento social.
O texto diz que o profissional poderá apresentar como justificativa válida documento de unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) ou documento eletrônico regulamentado pelo Ministério da Saúde no oitavo dia de afastamento.
| Bem Paraná ( publicado em 21-05-2020) | | | | Texto, aprovado em votação simbólica, vai à análise dos senadores
A Câmara aprovou nesta quinta-feira (21) um projeto que suspende ações judiciais referentes a dívidas de empresas vencidas após 20 de março, data em que foi decretado o estado de calamidade por causa da pandemia do novo coronavírus.
A flexibilização na legislação, se aprovada no Senado e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, valerá até o fim do estado de calamidade –31 de dezembro.
O texto, aprovado em votação simbólica, vai à análise dos senadores.
Segundo o projeto, ficam suspensas as ações judiciais referentes a dívidas vencidas após 20 de março, assim como ações revisionais de contrato.
A proposta também veda a incidência de multas de mora, previstas nos contratos e decorrentes de inadimplência de dívidas tributárias.
Impede, ainda, a execução judicial ou extrajudicial forçada das garantias, decretação de falência e o rompimento unilateral de contratos firmados entre duas partes.
A exceção, segundo o texto, são dívidas de natureza salarial e contratos assinados ou renegociados após 20 de março.
O devedor poderá, independentemente de autorização judicial, contratar financiamento e fazer operações de desconto de recebíveis com bancos, fundos e inclusive com seus próprios credores para arcar com sua reestruturação e com as despesas de reorganização e de preservação do valor de ativos.
Esse crédito e o dinheiro decorrente das operações de desconto não serão submetidos à recuperação extrajudicial ou judicial.
O projeto protege empresas que deixarem de pagar suas obrigações após 20 de março e suspende por 30 dias a execução judicial ou extrajudicial forçada das garantias, decretação de falência e o rompimento unilateral de contratos firmados entre duas partes no caso de inadimplência das obrigações.
Além disso, estimula os acordos extrajudiciais, prevendo que, durante a suspensão, devedor e credores deverão buscar, de forma direta, a renegociação das obrigações, levando em consideração os impactos econômicos e financeiros causados pela pandemia.
No caso de recuperação judicial, o período de suspensão estabelecido pelo projeto será deduzido do período de suspensão de prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor.
Se o devedor pedir prorrogação do prazo, será automaticamente autuado como pedido de recuperação judicial para os devedores.
Pedida a recuperação judicial ou extrajudicial, o credor terá reconstituído seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos valores pagos, em até 360 dias do acordo firmado durante o período da suspensão legal ou da negociação preventiva.
O texto muda o quórum necessário para requerer a homologação de plano de recuperação extrajudicial.
Na lei atual, isso exige a assinatura de credores que representem mais de 60% de todos os créditos abrangidos. O projeto reduz esse quórum à metade mais um dos créditos abrangidos pelo plano.
As obrigações previstas nos planos de recuperação judicial ou extrajudicial já homologados, independentemente de deliberação da assembleia geral de credores, não serão exigidas do devedor por 120 dias.
O projeto também eleva para R$ 100 mil o patamar de endividamento para que seja decretada a falência de uma empresa.
Na lei atual, isso acontece no caso de não pagamento de títulos ou títulos protestados cuja soma ultrapasse 40 salários-mínimos (o que equivaleria a quase R$ 42 mil).
A falência também não poderá ser aplicada no caso de descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação.
O projeto amplia o parcelamento do plano especial de recuperação judicial de micro e pequenas empresas.
Na lei atual, o número de parcelas mensais previstas é de 36, acrescidas de Selic. Na proposta aprovada, são 60 parcelas, que poderão ter desconto. Se houver correção, isso será feito também tomando como base a taxa básica.
A primeira parcela poderá ser paga em até 360 dias, a partir da distribuição do pedido de recuperação judicial.
Além disso, ainda que o pedido de recuperação seja declarado improcedente, isso não acarretará a decretação da falência.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 21-05-2020) | | | | Na medida em que o mundo virtual vai se tornando mais presente em nosso cotidiano, também vai se tornando mais comum o registro de crimes digitais, categoria que inclui desde golpes estelionatários até os casos de violência contra a mulher. No Paraná, por exemplo, dados disponibilizados pelo Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) da Polícia Civil mostram que no primeiro trimestre deste ano houve aumento de 21,9% no registro de ocorrências desse tipo.
Nos três primeiros meses de 2019, haviam sido registrados 806 boletins de ocorrência sobre crimes digitais. Já neste ano, mesmo com uma forte desaceleração em março, já por conta da crise do coronavírus, o número de BOs cresceu 21,9%, alcançando 983 registros (sendo 437 em janeiro, 353 em fevereiro e 193 em março).
Os dados da Polícia Civil mostram ainda que, em 2018, foram feitos 2.365 boletins de ocorrência relacionados a crimes eletrônicos, enquanto no ano passado o total foi de 4.250. Dessa forma, temos um total de 7.598 registros entre janeiro de 2018 e março de 2020, o que dá uma média de 9 registros de crimes virtuais a cada dia, aproximadamente.
Em decorrência da crise causada pelo novo coronavírus, no entanto, o Núcleo teve de alterar o atendimento à população, com o intuito de diminuir a aglomeração de pessoas na unidade pessoal. Dessa forma, estão sendo atendidos apenas os casos de exploração sexual de menores, ameaças de morte pela internet ou meio eletrônico e extorsão pela internet ou meio eletrônico, com vítimas domiciliadas em Curitiba. O atendimento presencial acontece de segunda a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas.
Para os demais crimes digitais, a recomendação do Nuciber é que a vítima guarde o material probatório (em arquivos eletrônicos) para registro presencial do BO assim que a situação de atendimento se normalizar.
De toda forma, tem chamado a atenção o aumento no número de notícias falsas circulando, segundo o delegado José Barreto por conta do fato de as pessoas estarem passando mais tempo em casa e, consequentemente, também estarem passando mais tempo navegando pela internet. Recentemente, inclusive, o delegado emitiu um alerta à população:
“As pessoas devem usar o bom senso, tomar muito cuidado antes de compartilhar qualquer informação. Importante olhar a fonte, pesquisar antes de compartilhar para verificar se isso procede, até porque fake news pode se caracterizar como crime ou contravenção”, afirma o delegado. “O fato da pessoa propagar uma informação [falsa], só compartilhar, ela pode responder por esse crime”, reforça.
Ata notarial vira ferramenta para as vítimas
Ao mesmo tempo em que o registro de crimes virtuais cresce no Paraná, também vai se tornando mais comum o uso da ata notarial, feita pelos Cartórios de Notas de todo o país, como uma forma de garantir respaldo jurídico e proteção às vítimas diante das ameaças.
Uma evidência disso é que nos últimos nove anos a busca pela ata notarial teve crescimento de 251% no Paraná, passando de 5.600 em 2011 para 19.702 em 2019. Já nos primeiros meses de 2020, foram feitas 3.625 atas.
Por meio desse documento público, o tabelião, a pedido do interessado, constata fatos e publicações em mídias físicas ou digitais, com o ato registrando fielmente determinada situação com fé pública, ou seja, com presunção de veracidade, sendo considerada uma prova pré-constituída perante ações levadas ao Poder Judiciário. Dessa forma, pode servir como prova legal de um crime, aceita por qualquer juiz em processos que visem à busca de reparações por dano moral e a exclusão de conteúdos veiculados indevidamente.
Se uma pessoa, então, está sendo difamada nalguma rede social, ela pode ir ao Tabelionato de Notas mais próximo para indicar onde se encontram as provas dessa difamação. Com os dados em mãos, o tabelião lavará uma ata notarial detalhando, de forma imparcial, tudo o que vir: o que consta no conteúdo e qual a página na internet que esse conteúdo foi veiculado.
“Com base nessa informação, nessa prova robusta que a pessoa consegue no Tabelionato, é possível, então, entrar com processo judicial e conseguir, de certa forma, ressarcir esse prejuízo à imagem da vítima. Um funcionário do cartório irá acessar o conteúdo que está disponível na internet e fazer captura das telas para que, então, esse conteúdo possa ser reduzido como se fosse uma escritura pública”, aponta o oficial substituto do Serviço Distrital Do Boqueirão, Maurício Scolaro.
SAIBA
Como fazer a solicitação
Para solicitar uma ata notarial que ateste uma situação de crime virtual por exemplo, o interessado deve comparecer a um Tabelionato de Notas com seus documentos pessoais e fornecer uma cópia dos materiais que comprovam o crime.
O tabelião verificará o conteúdo, inclusive acessando páginas na internet e aplicativos, e transcreverá todo o conteúdo verificado em uma certidão. No documento, é possível adicionar fotos, vídeos e outras informações que comprovem a autenticidade dos fatos. Pessoas jurídicas também podem solicitar uma ata notarial mediante apresentação dos documentos que o certificam como representante da empresa.
Esse serviço também pode ser utilizado em vários outros contextos “analógicos”. Dessa forma, é possível solicitar a lavratura de atas notariais de diálogo telefônico; de presença (em diligência ou no cartório); de declaração; de abertura de cofre bancário; de entrega de chaves em alugueis; de verificação do estado de um imóvel ou um bem móvel; de reunião de condomínio; e de reunião societária.
Conforme determina a Lei Federal nº 10.169/2000, amparada pelo § 2º, do art.236 da Constituição Federal, os valores dos serviços realizados pelos Tabelionatos de Notas são definidos por Lei Estadual. No Paraná, a lavratura da primeira folha custa R$17,74 e R$11,58 as demais folhas acrescentadas, além dos encargos: ISS (4%), Funrejus (25%), Fadep (5%) e selo FUNARPEN (R$6,42).
| Bem Paraná ( publicado em 21-05-2020) | | | | Itens do tipo escudo facial utiliza policarbonato cristal, mesmo material aplicado no painel de instrumentos dos carros
A Continental ajudou a desenvolver e a produzir máscaras do tipo escudo facial como forma de ajudar no combate ao avanço do novo coronavírus. O padrão face shield são equipamentos de proteção individual (EPIs) que protegem o rosto por completo, impedindo que gotículas entrem em contato com áreas expostas, como os olhos, que não cobertos por outros modelos de máscaras. Os itens produzidos pela empresa foram doados neste mês para três unidades da rede pública de saúde em Guarulhos (SP), cidade onde está localizada a sede e fábrica da companhia.
Os equipamentos foram produzidos com policarbonato cristal transparente, material que confere resistência e durabilidade ao item e é o mesmo utilizado no painel de instrumentos dos carros onde ficam impressas as marcações de velocidade.
“Reprogramadas, as máquinas de corte a laser entram em ação para dar agilidade e precisão ao trabalho. Após uma última etapa final de montagem, as máscaras já estão prontas para serem usadas”, explica o gerente de engenharia de desenvolvimento da Continental, Iaran Gadotti.
Segundo ele, todo o processo de desenvolvimento dos escudos faciais foi pensado para ser o mais assertivo possível, considerando os materiais, softwares e maquinário da linha de produção disponíveis. Com isso, foram preparados quatro protótipos.
“Com a ajuda dos colegas de ambulatório, bombeiros e segurança do trabalho, recebemos sugestões de melhorias e pudemos seguir com o modelo mais seguro e confortável”, comenta Gadotti.
Essa versão do EPI pode ser reutilizada, desde que seja devidamente higienizada de acordo com os padrões de esterilização hospitalares.
| Automotive Business ( publicado em 20-05-2020) | | | |
CSP-Conlutas diz que medidas atuais são insuficientes e pede bloqueio rígido de atividades
A central sindicial CSP-Conlutas apresentou uma ação civil pública na quinta-feira (21) em que pede a decretação de um "lockdown", o bloqueio total as atividas econômicas, na região metropolitana de São Paulo, como meio de conter a propagação do novo coronavírus.
A Conlutas pede que a Justiça determine ao Estado de São Paulo a restrição de todas as atividades econômicas que estejam fora da cadeia de serviços essenciais como saúde, segurança, rede alimentar, transporte público, imprensa e judiciário.
No pedido, afirma que as medidas aplicadas pelo governo do estado são insuficientes para conter o avanço da pandemia de Covid-19.
“Os números na capital e região metropolitana são preocupantes e comprovam que o isolamento parcial não é suficiente para impedir a escalada da contaminação. O lockdown para é medida urgente para garantir a vida nos termos e competências constitucionais”, afirma, em nota, Altino Prazeres, dirigente da CSP-Conlutas em São Paulo.
Na última quarta (20), o governador João Doria (PSDB) voltou a falar na possibilide de decretar uma quarentena mais severa caso os índices de isolamento continuem em queda.
Na ação apresentada pela CSP-Conlutas, os sindicalistas afirmam haver urgência na definição de medidas mais restrititvas. Pedem também que o governo paulista seja "compelido a implantar políticas públicas de proteção às micro e equenas empresas para manutenção de empregos e renda".
Nesta semana, o governo e a prefeitura da capital articularam um megaferiadão de 6 dias que começou na quarta-feira (20) e deve terminar na segunda-feira (25). O objetivo é diminuir a circulação de pessoas para desacelerar o contágio por coronavírus.
| Folha de S.Paulo | | | | As montadoras foram atingidas em cheio pela crise causada pelo coronavírus. No Brasil, a demanda por veículos pode cair até 40% este ano, para 1,8 milhão de unidades. "Vamos retroceder 15 anos", afirmou na quinta-feira, 21, Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) para a América Latina, durante a série de entrevistas ao vivo Economia na Quarentena, do jornal O Estado de S. Paulo.
O executivo também afirmou que o grupo não tem "nenhuma intenção" de deixar o mercado brasileiro. Segundo ele, a montadora manterá os investimentos de R$ 14 bilhões em novas fábricas, produtos e serviços no País. Esses aportes, que estavam previstos para ser concluídos até 2024, deverão ser esticados até 2025.
A cadeia automotiva está em negociações com o governo e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para negociar liberação de crédito às empresas do setor. "A Anfavea (associação que reúne as montadoras) está trabalhando com o governo (para recursos para reforçar o caixa) e recebendo respostas positivas", afirmou.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
Como o sr. vê a demanda por carros no País? Não se corre o risco de alta de estoques?
É o "x" da questão. Tivemos, em abril, queda de 90%, enquanto o mês de maio caminha para retração de 70% a 75%. No terceiro trimestre, a demanda deve cair entre 40% e 50% e, no quarto, de 20% a 30%. Assim, devemos fechar o ano com venda de 1,8 milhão de veículos, queda de 40% sobre 2019. Vamos retroceder 15 anos no nosso mercado, na soma do ano. Outro dado interessante é o da produção. A de abril foi menos de 2 mil unidades na indústria automobilística toda. Um dado tão baixo que leva a 1957.
Ou seja, pré-industrial...
Talvez essa seja a definição perfeita. Com a Medida Provisória 936, temos flexibilizado a jornada e os salários. Nós não vamos produzir todos os dias da semana. Teremos produções e paradas alternadas de acordo com a demanda.
Algumas montadoras já começaram a vender carros para pagar a primeira parcela em 2021. Isso ajuda?
Também temos programas comerciais nesse sentido, até porque essa é uma crise global. Dependendo dos estímulos de retomada da demanda e de como o governo se posiciona, a crise pode se arrastar mais, por até um ano e meio. Por isso, esses programas comerciais foram colocados. A gente protege o caixa do consumidor que precisa comprar o carro.
Até agora, o BNDES só concretizou a ajuda às aéreas, que vai ser subsidiada. Como está a negociação com as montadoras?
No começo da crise, identificamos dois problemas. O do trabalho e da flexibilização da jornada e o de caixa. O problema do trabalho foi resolvido. Já o segundo problema está em aberto. A receita caiu de forma dramática. É problema das montadoras, fornecedores e concessionárias. É uma cadeia de 7 mil empresas, que emprega 1,2 milhão de pessoas.
E o BNDES vai exigir contrapartida das montadoras? A Fiat está preparada para assumir compromissos?
O diálogo foi iniciado há mais ou menos um mês e teremos reuniões finais em alguns dias. É uma situação sem precedentes, porque empresas globais não têm como compensar o risco de um país com outra região do mundo. A Anfavea está trabalhando com o governo e recebendo respostas positivas. Mas até agora não houve nenhuma resposta concreta.
O BNDES disse que vai exigir que as empresas assumam o compromisso de ficar no Brasil...
A FCA, independentemente dessa mesa de negociação, nunca teve objetivo de sair do Brasil. Estamos no meio de um plano de investimento de R$ 14 bilhões para o Brasil e a América Latina. Revimos o tempo. Dentro do plano até 2024, já perdemos entre três e seis meses. O plano, que começou em 2018, continua em pé, mas com o 'timing' postergado entre 6 e 12 meses. Agora, estamos pensando em terminar o plano em 2025.
Como é explicar para a matriz o fato de o Brasil viver a crise do coronavírus e uma crise política?
Eu tenho a vantagem de fazer parte do conselho global de administração da empresa, que se reúne todos os meses. O nosso acionista italiano também viveu no Brasil e conhece muito bem o País, incluindo a capacidade única da economia brasileira de se reinventar depois de crises. E isso é associado ao nosso histórico de bons resultados tanto no Brasil quanto na América Latina.
| Jornal O Estado de Minas | | | | Apesar da crise, quase 8.000 empresas foram abertas de 1º de abril a 5 de maio
Em meio ao cenário econômico conturbado por causa da pandemia de coronavírus, 7.779 empresas foram abertas no estado de São Paulo de 1º de abril a 5 de maio, queda de 72% em relação ao mesmo período de 2019.
Os dados fazem parte de um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base nas informações publicadas pela Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) no Diário Oficial do estado.
O estudo, realizado pelo pesquisador do Ipea Bruno Filomeno da Rocha e pelo técnico de planejamento e pesquisa do instituto Alexandre Samy de Castro, mostra que alguns segmentos ganharam participação entre as empresas abertas. Principalmente os de informação e comunicação e de saúde humana e serviços sociais.
Por outro lado, foi aberto, proporcionalmente, um número menor de empresas nas áreas de alojamento e alimentação, de serviços e de artes, cultura, esporte e recreação.
Apesar da abertura menor de empresas em todos os segmentos, os pesquisadores afirmam que o dado mostram que ainda há pessoas empreendendo e olhando para o período pós-pandemia.
“Houve uma queda muito grande, mas, ainda assim, a economia não está morta. Se você está abrindo uma empresa, está olhando para a frente, está vendo perspectiva de negócios”, diz Alexandre Samy de Castro.
Os dados da junta mostraram também o fechamento de apenas 111 empresas no período (foram 1.491 no mesmo período de 2019), mas o número, segundo os autores, não deve ser interpretado como sinal da baixa mortalidade das companhias.
Em primeiro lugar, há uma defasagem média de publicação de um cancelamento de 20 dias. No caso da criação de companhias, ele é de sete dias.
Além disso, o fechamento de uma empresa gera custos imediatos, sendo em muitos casos inviável diante do cenário de restrição de liquidez. Há ainda a expectativa de ajuda governamental (transferências diretas ou empréstimos a fundo perdido), o que pode levar empresas a postergar o fechamento. Para os pesquisadores, muitas empresas poderão ser simplesmente abandonadas, não fechadas.
“A queda acentuada no fechamento de empresas, observada num primeiro momento, não deve ser interpretada como uma redução na mortalidade de empresas. A tendência é que, após a pandemia, observemos um número maior de empresas que encerraram atividades de fato, mas não formalmente”, afirma o estudo.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 21-05-2020) | | | | Compromisso de não demitir, uma das exigências da linha, também é vista como um problema
Pequenas e médias empresas que precisam aderir à linha emergencial de financiamento para pagar seus funcionários ante a pandemia do coronavírus relatam que esbarram em burocracia, excesso de exigências e demora na resposta dos grandes bancos.
Liberado no fim de março pelo governo federal, o programa de R$ 40 bilhões foi desenhado para empresas com faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões por ano. Desse total, 85% é garantido pelo Tesouro Nacional. A taxa máxima é de 3,75% ao ano.
A adesão até agora, entretanto, foi baixa: apenas R$ 1,4 bilhão haviam sido emprestados na modalidade até 11 de maio —menos de 4% do orçamento total disponível.
Parte do motivo para o resultado aquém do esperado são as várias exigências da linha. Empresários relatam comprometimento com a não demissão, alta quantidade de documentos e garantias exigidos e demora de bancos para aprovar a solicitação como entraves ao acesso.
Dono de duas lojas de vestuário na capital paulista, o empresário Alexander Oltman, que emprega nove pessoas, afirma que seu gerente de banco cortou o problema já na raiz.
“Já me informou, de cara, que era um dinheiro difícil de acessar porque, além de precisar de mil documentos, ia me fazer cair em produtos do banco privado. Tentei por uma semana, desisti pela burocracia”, afirma Oltman, dono da Free Hand Surf Shop e da Kidstok, uma franquia de roupa infantil.
O empresário diz que as garantias solicitadas pelo banco foram muito além do limite que ele poderia pagar, em especial no momento em que viu seu faturamento cair 10% em relação ao que vendia antes do confinamento.
“Pedi R$ 100 mil, o banco pediu R$ 70 mil de garantia. Quem tem essa garantia não está precisando de dinheiro”, afirma.
Segundo o gerente técnico da FGV Projetos, Maurício Wanderley, apesar das medidas anunciadas pelo governo para evitar o estrangulamento dessas empresas, as taxas de juros apresentadas pelas instituições bancárias variam de 0,41% a 10,99% ao mês, principalmente ante a oferta de produtos não subsidiados.
"Há ainda exigência de avalistas, cartas de garantia de SGC (Sociedades Garantidoras de Crédito), fiança, além de recebíveis e ativos das empresas. Nesse formato, o dinheiro não chega às empresas que mais precisam", afirma.
No setor de alimentação, a dificuldade no acesso ao crédito com subsídio público é citado como empecilho até para o momento de retomada. Estabelecimentos preveem uma receita muito abaixo do normal, o que dificultará o pagamento desses compromissos.
Cerca de 85% das empresas que fizeram pedidos de empréstimos gerais no período da pandemia tiveram propostas recusadas, de acordo com recente pesquisa da ANR (Associação Nacional de Restaurantes), que representa mais de 9.000 pontos no país.
Com corte estimado de 1 milhão de pessoas, 21% dos empresários afirmam que não devem conseguir manter seus negócios após a crise.
Dono de sete empreendimentos do segmento na capital paulista, o empresário Marcos Livi também conta que não conseguiu acessar o crédito. Além de impedimentos burocráticos, ele cita que foi informado que suas empresas não se enquadravam nos critérios definidos pelo programa. Apesar de CNPJs independentes, elas configuraram como grupo econômico pelas critérios da linha.
“Fomos muito bem atendidos por linhas de cooperativa, que estenderam pagamentos para janeiro de 2021, e também pelo banco, mas não conseguimos entrar na linha de crédito de folha de pagamento”, afirma Livi, que é dono de locais como Verissimo, Quintana e Napoli Centrale. Para ele, a estabilidade de dois meses para os funcionários como exigência para a obtenção do auxílio não seria um problema.
Ao todo, as dez lojas de todas as suas marcas, que também incluem padaria e hamburgueria, demitiram 96 dos 294 funcionários empregados antes da crise. As empresas adotaram a medida de redução de jornada e de salário a 160 trabalhadores.
Mesmo atuando com delivery, o faturamento caiu 90%. Entre as outras tentativas de acesso a linhas de crédito, o empresário ainda tentou recursos do BNDES e do Investe SP via site, aplicativo e outros canais. Segundo ele, foram duas tentativas por semana desde o início da quarentena, todas frustradas.
O mesmo imbróglio é realidade para microempresários do setor industrial. Levantamento do Simpi SP, sindicato estadual das micros e pequenas indústrias, desta quarta-feira (20), mostra que 86% das marcas não estão acessando crédito durante a crise de Covid-19.
Entre as que estão, 9% conseguiram capital de giro novo e 4% têm recursos por meio de linhas que já possuíam antes da crise.
A marca Fábrica de Puf, em Osasco, que emprega quatro funcionários e três terceirizados em sua fábrica e na loja física, ainda está no processo inicial para pleitear o acesso a verbas federais.
O empresário Marcos Bassanezi afirma que as linhas do governo têm exigências difíceis de atender. “Não devo nada para a Receita e para o INSS. Minha empresa é redonda, não tenho CND [Certidão Negativa de Créditos] e tenho saldo para fluxo de caixa. Se é burocrático assim [para quem não tem dívida], imagina para quem tem”, diz.
A loja reabriu neste mês com uma operação para a entrega. Em março e abril, registrou quedas de faturamento de 90% e 75%, respectivamente. O empresário reduziu a carga horária e o salário de empregados para poder mantê-los, mas considera a linha de crédito para pagamento de folha pouco atraente diante do cenário incerto de retomada.
OUTRO LADO
Procurada, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) confirma que exigência de estabilidade de emprego tenha influenciado em adesões aquém do esperado para a linha e cita outros fatores, como a possibilidade de acordos individuais para redução ou suspensão de jornada e salário e a existência de débitos previdenciários que, até então ,proibiam a empresa de contratar recursos públicos.
“A Febraban destaca que, diante das incertezas quanto ao cenário futuro da economia, muitas empresas, consultadas na oferta ativa, demonstram dúvidas sobre qual o melhor caminho a seguir em relação aos débitos que possam vir a assumir”, afirmou a federação em nota.
A Febraban disse, ainda, que os cinco maiores bancos participantes do programa – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander – processam efetivamente a folha de pagamento de 260 mil empresas com faixa de faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões, e que esse volume deve aumentar caso seja aprovado pelo Congresso o projeto de lei que estende o limite de adesão para empresas com receita bruta de até R$ 50 milhões.
“Para atender plenamente a esse universo, os bancos, com apoio do BNDES, montaram processos totalmente eletrônicos para facilitar o acesso destes limites, realizando uma análise prévia da elegibilidade destas empresas”, disse a federação.
Segundo a Febraban, a análise prévia identificou, no primeiro mês de operação da linha, aproximadamente 150 mil pessoas jurídicas elegíveis. Do total de 260 mil empresas com folhas de pagamento em bancos, cerca de 20% (52 mil empresas) apresentaram débitos de seguridade social, o que, até a promulgação da Emenda Constitucional 106, as excluíam do processo.
Outras 10% (26 mil) apresentam históricos de crédito em atraso não compatível para a liberação dos recursos.
“Esse volume tende a aumentar com a promulgação da Emenda Constitucional 106, de 7 de maio de 2020, que suspendeu temporariamente a exigência de regularização de débitos previdenciários das empresas devedoras, e ampliará a quantidade de trabalhadores beneficiados com mais opções para a empresas elegíveis enfrentarem a crise”, afirmou em nota.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 21-05-2020) | | | | Governo reservou quase R$16 bi para capital de giro de negócios de menor porte
A nova linha de crédito criada para amparar financeiramente negócios menores durante a crise do coronavírus tenta corrigir deficiências de programas anteriores para fazer com que o dinheiro chegue ao caixa de micro e pequenas empresas.
Poderão aderir negócios com até R$ 4,8 milhões de receita anual.
A linha, que será oferecida por bancos, cooperativas e fintechs, terá uma taxa de juro anual máxima formada pela taxa básica de juros (Selic), hoje em 3% ao ano, acrescida de 1,25%. O prazo de pagamento é de 36 meses.
As empresas que contratarem a linha de crédito no âmbito no Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) precisarão assumir, em contrato, a obrigação de fornecer informações verdadeiras e de preservar a quantidade de funcionários em número igual ou superior até 60 dias após o recebimento da última parcela –o que já dribla o comprometimento com a não demissão exigido em outras linhas.
Segundo o professor da Saint Paul Escola de Negócios Maurício Godoi, a expectativa é que a nova linha tenha pelo menos 20% de adesão, uma vez que o novo texto contornou diversos entraves de adesão existentes nas outras linhas com subsídio público.
Desde o começo da pandemia até agora foram aprovadas pelo menos cinco iniciativas do governo entre a criação e a extensão de linhas de crédito.
“As condições estão mais flexibilizadas e um maior número de instituições financeiras poderão aderir ao novo programa, o que, por si só, já aumenta a possibilidade de acesso ao crédito. É uma medida feita para apagar incêndios, mas que dá um respiro importante para essas empresas no atual momento”, afirma.
Foram liberados R$ 15,9 bilhões para a linha no total. Os bancos que fizerem parte do programa terão de operar com recursos próprios para conceder os recursos, mas contarão com garantia aportada pelo Tesouro de até 85% do valor de cada operação.
Foram reservados até R$ 1,4 milhão em empréstimos dentro do Pronampe, a depender do seu faturamento anual.
O novo projeto de lei que viabiliza o programa foi sancionado nesta terça-feira (19) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e também determina que o valor máximo a ser cedido por empresa é de 30% de seu faturamento anual registrado em 2019.
Segundo Godoi, a decisão do governo em considerar o faturamento dos 12 meses encerrados e 2019 acaba sendo positivo. “Isso já descarta os impactos que a pandemia teve nos primeiros meses deste ano na receita das empresas e dá espaço para concessões maiores”, diz.
No caso de empresas com menos de um ano de funcionamento, o limite pode ser de até 50% do seu capital social ou de até 30% da média do seu faturamento mensal—o que for mais vantajoso.
Em um primeiro momento, as instituições financeiras participantes poderão formalizar operações de crédito pelo novo programa até 19 de agosto, sendo possível a prorrogação por mais três meses.
Os bancos participantes poderão consultar bases de dados públicas ou privadas com informações para negar as concessões.
SOBRE A NOVA LINHA
Quanto a linha oferece para cada empresa?
Até 30% do faturamento registrado em 2019. Caso a empresa tenha menos de um ano de funcionamento, o limite pode ser de até 50% do seu capital social ou de até 30% da média do seu faturamento mensal—o que for mais vantajoso.
Quais as taxas de juros?
A taxa de juro anual máxima é formada pela Selic (hoje em 3% ao ano), acrescida de 1,25%.
Qual o prazo para pagamento?
36 meses.
Exige algum tipo de estabilidade de funcionários?
Sim, a empresa se compromete a manter o número de funcionários contratados até 60 dias depois do recebimento da última parcela.
| Folha de S.Paulo | | | |
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) criticou, em pronunciamento nesta quinta-feira (21), os vetos do Executivo à lei que concede uma linha de crédito para pequenas e microempresas enfrentarem os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Lei 13.999, de 2020). O Palácio do Planalto barrou quatro dispositivos do projeto original (PL 1.282/2020), aprovado em abril pelo Congresso.
Entre os vetos criticados pelo senador está o que acaba com a carência de oito meses para os empresários começarem a pagar o empréstimo, e o que proibia os bancos de negarem a contratação dos empréstimos as empresas que estiverem com restrições.
— Essa carência de 8 meses é fundamental para que as empresas possam se erguer e se reinventar. Se muitas empresas estão paradas ou com poucas atividades não estão tendo receita, estão sem renda, e as despesas fixas continuam.
Portanto, como vão conseguir empréstimo logo no mês seguinte de o mesmo ser contratado? Isso é impossível. Ora, quem não está com restrição não precisa tanto de acesso ao crédito nesse momento. São justamente as empresas que estão passando por dificuldades que precisam de um credito facilitado — disse.
Segundo o senador, parlamentares estão trabalhando pela derrubada do veto. Gurgacz salientou que se o veto for derrubado não será por oposição ao governo, e sim, para facilitar a vida dos microempreendedores.
| Senado Notícias ( publicado em 21-05-2020) | | | | Mudança permite que empresário mantenha empregos na mesma proporção do financiamento contratado
Com o fracasso da linha de crédito que financia a folha de pagamento, o relator da medida provisória que cria o programa de socorro estuda flexibilizar o dispositivo que proíbe demissões em uma tentativa de destravar os recursos represados.
Pelo texto enviado pelo governo, a empresa tem que contratar empréstimo para pagar 100% de sua folha de pagamento. Como contrapartida, é obrigada a manter os funcionários por dois meses.
A linha é voltada a empresas com faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões por ano —pequenas e uma parte das médias empresas.
A exigência de não demitir é apontada por empresários como um entrave e um dos principais motivos para a baixa demanda pelo crédito. Eles dizem que, diante da piora da economia, não há como garantir que haverá condições de manter os postos de trabalho.
Ciente das queixas, o relator do texto, deputado Zé Vitor (PL-MG), prepara reformulações no dispositivo de demissões. Ele quer permitir que a empresa contrate percentuais menores da folha de pagamento, se comprometendo a manter o mesmo percentual de funcionários empregados por dois meses.
“Propomos que o recurso seja para parte da folha de pagamento. Ou seja, pega 30% para manter 30% dos funcionários. Na proporção que tomar o crédito, ela se compromete a manter o mesmo percentual de funcionários”, afirma. “Os empresários estão preocupados, não sabem o tamanho de seu negócio após a pandemia.”
Segundo dados do Banco Central, até a última segunda (18), 69.603 empresas haviam contratado o empréstimo para financiamento de folha de pagamento, o equivalente a R$ 1,64 bilhão. Ao todo, 1.153.078 empregados foram beneficiados.
Quando o programa de R$ 40 bilhões foi lançado, em 27 de março, o BC estimou que cerca de 12 milhões de pessoas e 1,4 milhão de empresas seriam contemplados.
A baixa adesão levou o próprio governo a revisar o programa. Na última sexta (15), o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que a obrigatoriedade de manter os empregos gerava insegurança nos empresários e que, por isso, a iniciativa estava sendo recalibrada.
O relator da medida provisória também quer ampliar as empresas atendidas pela linha de crédito. Em vez de limitar o empréstimo a companhias com faturamento até R$ 10 milhões, o relator propõe aumentar esse valor para R$ 50 milhões.
Nas estimativas dele, essa mudança elevaria o número de trabalhadores beneficiados pela MP de 12,2 milhões para 17 milhões.
Outro ponto em estudo é permitir que produtores rurais possam tomar esse crédito.
Uma medida que começou a ser ventilada nos últimos dias, o aumento da participação do Tesouro, é vista com ressalvas por Zé Vitor.
Pela MP, o governo entra com 85% dos recursos e os bancos, com 15%. Ou seja, dos R$ 40 bilhões, R$ 34 bilhões seriam dinheiro público, e o restante, privado.
Na linha, o custo para a empresa é igual à taxa básica (a Selic está em 3% ao ano), sem spread (diferença entre a taxa de captação de recursos e a taxa cobrada em financiamentos) para os bancos, com carência de seis meses para pagar e em 36 parcelas.
Segundo o deputado, a proposta que o Tesouro assuma 100% do risco chegou recentemente às suas mãos. “Não é algo que estava sendo imaginado. Haverá resistência do governo, mas é uma medida importante”, avalia.
Ele afirma estar conversando com seus colegas para sondar a viabilidade de aprovar a proposta, mas reconhece que, se avançar, possivelmente o governo vetaria o trecho.
“Faz sentido essa conversa, mas temos que achar um texto passível de ser aprovado em tempo hábil e que seja eficiente para não ter veto”, ressalta. “Não tenho segurança de que essa medida não teria veto.”
Zé Vitor diz que o momento exige uma atuação mais forte de bancos públicos. “É um chamado para os bancos participarem desse momento. Não tem caridade, mas é uma questão de responsabilidade, em especial os bancos públicos e cooperativas, que, na sua essência, foram desenhados para cumprir um lado social.”
O deputado diz ainda que, em conversa com o senador Omar Aziz (PSD-AM), surgiu a ideia de destinar 10% do valor público da linha a um projeto específico voltado a socorrer profissionais liberais. Mas as negociações ainda estão nos trâmites iniciais, ressalta.
| Folha de S.Paulo | | | | Na semana passada, presidente disse que é guerra e que setor empresarial precisa jogar pesado com governadores
Acionistas das maiores empresas do Brasil são taxativos ao dizer que não é papel dos empresários pressionar governadores pela flexibilização do distanciamento social adotado para conter o coronavírus, como sugerido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na semana passada em reunião com membros da Fiesp.
O presidente disse que “é guerra” e que o setor empresarial precisa “jogar pesado” com os governadores. “Os senhores, com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado. Jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra”, disse Bolsonaro na ocasião.
O pedido do presidente, no entanto, não encontrou eco no setor. “Neste momento, não é guerra. É união”, diz a empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza. “Não estou contra o governo federal, eu também estou divulgando medidas que são boas.”
O empresário Pedro Passos, cofundador da Natura e hoje copresidente do conselho de administração da empresa, diz que empresário não tem que pressionar governador.
“Essa é uma medida que tem ser tomada baseada na opinião de especialistas. Não faz muito sentido uma convocação para empresários pressionarem governadores. Ao contrário, os empresários deveriam estar apoiando.”, Pedro Passos, cofundador da Natura
Para Horácio Lafer Piva, acionista e membro do conselho de administração da Klabin, o pedido de Bolsonaro é um absurdo. “É inacreditável ele pedir para os empresários pressionarem os governadores. Está lidando com gente séria, não um bando de criança.” Lafer Piva diz ainda que não entende o pedido do presidente.
“Ele parte do princípio de que governadores não sabem o que fazem e que, portanto, precisam de um puxão de orelha. Todos foram eleitos como ele foi. São gestores da máquina pública”, Horácio Lafer Piva, acionista e membro do conselho de administração da Klabin
Segundo ele, os governadores estão se comportando bem. “Não só os que liberaram [o comércio] como os que seguraram também. Tudo o que existe de malfeito está vindo do governo federal.”
João Guilherme Sabino Ometto, um dos principais acionistas da usina São Martinho, diz que participou da reunião com Bolsonaro e que não sentiu necessidade de falar com o governador paulista. Ometto, no entanto, diz que João Doria (PSDB) deveria olhar cada cidade separadamente.
“Sou do interior [de São Paulo], a gente vê cidade que não tem nenhum caso e está com tudo parado, tudo fechado. Acho que isso também não está certo. Essa regras gerais são muito perigosas. O estado de São Paulo é um país de 40 milhões de habitantes.”, João Guilherme Sabino Ometto, acionistas da São Martinho
Pedro Wongtschowski, acionista e presidente do conselho de administração da Ultrapar, discorda de Ometto. Ele diz que as medidas tomadas por Doria são adequadas, apropriadas e tecnicamente fundamentadas.
“Doria montou uma equipe de crise competente, com qualidade e quantidade de informações. As pessoas estão detalhando para preparação para uma retomada adequada.”, Pedro Wongtschowski, acionista Ultrapar
Para Passos, a manutenção ou não da quarentena tem que ser determinada pela capacidade hospitalar e infraestrutura de saúde.
“Essa é a prioridade. Ainda estamos na fase de crescimento da doença. A única saída é o isolamento para diminuir a curva. É o que funcionou na maior parte dos países do mundo”, defende.
Luiza Helena também usa como exemplo a experiência de outros países acometidos pelo surto de coronavírus. “Países que entraram no isolamento horizontal foram mais bem-sucedidos no pico da doença.”
Para ela, a falta de um esclarecimento adequado para a população acabou dividindo o país. “O inimigo não é o isolamento, é o vírus. O que se sabe até agora é que a proporção de contágio é muito alta. Se não fosse, não teria adiado Olimpíada ou fechado Nova York.”
A divisão de opiniões chama a atenção de Lafer Piva, da Klabin. “Está muito próximo entre os que acham que devem liberar e os que acham que devem segurar. Sou pró-vida e acho que vamos pagar um preço mais alto com vidas se a gente liberar de qualquer maneira.”
Segundo ele, no entanto, uma volta agora seria irresponsável. “Pequenos empresários do setor de serviços estão muito ansiosos pela volta. Está difícil captar dinheiro para as pequenas empresas.”
Ele diz que compreende o desespero dos pequenos empresários. “Obviamente venceram todo período de férias coletivas e estão começando a demitir. Mas é uma questão de convicção. Quando você mantém um isolamento, está cuidando de você e do outro. E o ente público tem que olhar floresta inteira, não os interesses individuais”, diz.
Luiza Helena afirma estar em contato com o governo na tentativa de minimizar essas perdas econômicas.
“Em primeiro lugar é saúde. Eu estou lutando muito e o governo fez medidas muito boas. Elas podem não estar chegando até os pequenos empresários, mas sei que o governo tem se esforçado para acabar com esse problema”, Luiza Helena Trajano, Magazine Luiza
João Ometto, da São Martinho, segue a mesma linha de raciocínio. “A gente tem que prezar pela vida das pessoas. A vida acaba, mas a economia dá para a gente ir acertando depois.”
KLABIN
Considerada a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, teve um faturamento de R$ 10,24 bilhões em 2019. A Klabin tem 121 anos de história, 19 unidades fabris, uma delas na Argentina, e 19 mil funcionários.
MAGAZINE LUIZA
Rede varejista de eletrônicos e móveis, fundada em 1957 na cidade de Franca, interior de São Paulo. É um dos líderes do setor varejista nacional. O faturamento em 2019 foi de R$ 27 bilhões. A empresa tem 35 mil funcionários e mais de mil lojas.
NATURA
Fundada em 1969, a Natura é uma multinacional brasileira do setor de cosméticos e cuidados pessoais, líder em venda direta. O grupo da empresa também é dono das marcas Avon, The Body Shop e Aesop, e é o quarto maior do mundo dedicado exclusivamente ao segmento de beleza. A receita bruta anual combinada é de mais de US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões) Conta com mais de 40 mil colaboradores e associados e presença global em mais de 100 países.
SÃO MARTINHO
O Grupo São Martinho foi fundado em 1949 e é composto de quatro usinas com 12 mil funcionários e faturamento de R$ 314 milhões em 2019. É considerado um dos maiores processadores de cana-de-açúcar do mundo, com a moagem de 24 milhões de toneladas por ano. Atua com produtos como açúcar, etanol e energia elétrica.
ULTRA
Com mais de 80 anos de história, o Ultra é um dos principais grupos empresariais do país. A empresa é dona das marcas Ipiranga, no setor de combustíveis, Ultragaz, no segmento de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), Extrafarma, no varejo farmacêutico, Oxiteno, indústria de especialidades químicas, e Ultracargo, de armazenagem de granéis líquidos. O grupo conta com 17 mil funcionários e teve um faturamento de R$ 89 bilhões em 2019.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 21-05-2020) | | | | Entre os empresários, 45% reclamaram de inadimplência dos clientes
Sondagem especial feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 91% da indústria brasileira relatam impactos negativos por causa da pandemia da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Três quartos (76%) das empresas industriais reduziram ou paralisaram a produção.
Três de cada quatro empresas, novamente 76% dos entrevistados, apontaram queda da demanda por seus produtos, metade desses (38%) observou que a queda foi “intensa”. Os setores que descreveram a diminuição da demanda foram de vestuário (82%), calçados (79%), móveis (76%), impressão e reprodução (65%) e a indústria têxtil (60%).
Dentre os empresários, 45% reclamaram de inadimplência dos clientes e 44% informaram ter tido encomendas e pedidos cancelados.
Além de queda da demanda, 77% dos empresários identificaram que houve diminuição da oferta de matérias primas e de insumos para a produção – por causa da desorganização da estrutura logística, o sistema de transporte em especial, – o que dificultou acesso a insumos ou matérias primas necessários à produção.
Quase a totalidade dos empresários entrevistados (95%) afirmou ter adotado medidas em relação aos empregados desde campanhas de prevenção, medidas de higiene e afastamento de empregados de grupos de risco ou que apresentaram sintomas.
Metade das empresas deu férias para parte dos empregados, 36% fizeram uso do banco de horas, 19% reduziram a jornada de trabalho, 16% iniciaram férias coletivas, 15% dispensaram os trabalhadores e 8% suspenderam temporariamente os contratos de trabalho.
Com garantia do tesouro
Os dados da sondagem da CNI foram apurados junto a 1.740 empresários da indústria de transformação (fábricas), extrativa (como mineração e petróleo) e construção civil. A coleta ocorreu na primeira quinzena de abril.
Sete de cada dez empresas assinalam perda de faturamento. Entre os entrevistados, 59% descreveram dificuldades para cumprir pagamentos dos fornecedores e manter em dia salários, aluguel e impostos. Mais da metade (55%) apontaram que o acesso ao crédito para capital de giro ficou mais difícil.
De acordo com o gerente executivo de economia da CNI, Renato da Fonseca, após medidas de aumento de liquidez do sistema bancário autorizadas pelo Banco Central, “houve aumento de empréstimos” por parte dos bancos.
Segundo o economista, no entanto, a procura das empresas, especialmente das pequenas, foi maior que o crédito ofertado. Em situações de crise, como a atual, os bancos temem a insolvência dos tomadores de empréstimo. Para Fonseca, a solução para o aumento do crédito pode ser a criação de um fundo com garantia do Tesouro Nacional, como ocorre em outros países.
Reformas e retomada
Além de cuidar da saúde da população, do funcionamento das empresas e da manutenção dos empregos, Renato da Fonseca espera que o país se prepare para a saída da crise e não abandone a agenda de reformas.
“Se a gente conseguir focar na agenda de competitividade, o Congresso Nacional trabalhando nela e o governo também, reduzindo as brigas políticas, reverteremos o problema e daremos sinal para que o investidor volte”, defende o economista da CNI.
A confederação projeta queda do Produto Interno Bruto em 4,2%. Não descarta, em pior cenário, que a perda chegue a 7% – equivalente à recessão econômica entre 2014 e 2016.
Renato da Fonseca assinala que nem as piores projeções e os problemas apontados pelos empresários na sondagem não corroboram medidas de relaxamento do distanciamento social e outros cuidados sanitários.
“Não adianta acabar com isolamento de imediato se isso gera uma contaminação altíssima. Aí não vai ter o trabalhador para trabalhar de qualquer jeito. Na verdade, começará a haver um excesso de mortes e as pessoas vão se isolar automaticamente.”
Segundo Fonseca, o Serviço Social da Indústria (Sesi) começa a trabalhar em protocolo de cuidados para a retomada das atividades do setor no futuro. “O retorno tem que ser muito planejado”, alerta.
Renato da Fonseca acredita que as empresas deverão ter que tomar medidas de controle, como testagem regular dos trabalhadores para detecção da covid-19. Além disso, será preciso redesenhar o projeto industrial, reduzir a velocidade de produção e, quando possível, afastar os trabalhadores nas linhas de montagem.
| CIMM | | | | Especialistas alertam sobre cuidado para que reabertura não leve a aumento de casos. Shoppings e academias têm protocolo de ações
Com a possibilidade de retomada das atividades não essenciais nas próximas semanas em Belo Horizonte, o que pode ser confirmado hojenesta sexta-feira pelo prefeito Alexandre Kalil, especialistas e associações setoriais alertam que é preciso estar preparado e planejar o retorno às operações de forma a garantir a segurança dos usuários, com a adoção de medidas para redução da possibilidade de contágio entre funcionários e clientes, neste momento.
“As empresas vão ter primeiro uma obrigatoriedade maior com a questão da higienização, mas é preciso detalhar mais um pouco as ações. Não dá para imaginar que tudo voltou ao normal”, afirma o médico Ricardo Ramos, presidente da Aliança para a Saúde Populacional (Asap). “É preciso uma preocupação estratégica de como colocar em prática as medidas para evitar o contágio”, acrescenta Ramos, que é cirurgião-geral, com pós-graduação em administração de empresas.
Guedes pede que empresários conversem com outros poderes sobre retomada
Para o presidente da Aliança, que reúne grandes empresas, hospitais, operadoras de plano de saúde e seguradoras, é preciso que a estratégia seja colocada em prática e cumprida de forma efetiva, para evitar que a retomada seja uma alavanca para o crescimento dos casos de COVID-19 de forma que exijam medidas restritivas ainda mais duras. “À medida que o contágio for visto como decrescente após a retomada as empresas terão como fazer com que essa onda de reabertura aconteça sem que haja retrocesso”, observa Ricardo Ramos.
O presidente da Asap lembra que pequenas empresas do comércio e serviços estarão mais expostas e precisam ter em mente a necessidade de medidas de proteção. Ricardo Ramos acredita que tanto os departamentos de RH das grandes companhias como os micro e pequenos negócios brasileiros têm como vantagem o fato de o Brasil estar com quatro ou cinco semanas de atraso em relação aos outros países. “Isso nos dá a chance de aprender o que está dando certo e é factível de se adaptar melhor à nossa realidade”, diz o presidente da Asap.
Protocolos E é exatamente isso que associações de academias e de shopping centers fizeram nos últimos dias. Com base em experiências fora do Brasil e o auxílio de especialistas em saúde, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e a Associação Brasileira de Academias (Acad) elaboraram protocolos com um conjunto de medidas para unificar as ações a serem adotadas em todo o país para permitir que academias e centros de compras possam efetivamente voltar a operar.
Entre as medidas propostas pela associação dos shoppings estão o controle de tráfego, com o número de vagas dos estacionamentos limitado a 50%, funcionamento em horário reduzido, o uso obrigatório de máscaras para clientes, lojistas e funcionários, testagem para a COVID-19 de todos os funcionários e lojistas, aferição de temperatura dos clientes com termômetros manuais e higienização dos ambientes internos a cada três horas, entre outras. “O nosso lema agora é higienização total e aglomeração zero. Temos segurança para receber todos de maneira gradual, onde conseguimos colocar a saúde e a economia no mesmo lado, por meio das medidas de segurança que criamos”, afirmou o presidente da Abrasce, Glauco Humai, em nota.
Para Ricardo Ramos, todos os procedimentos e equipamentos de limpeza que antes eram terceirizados agora passam a ser uma preocupação e foco de mais atenção por parte das empresas. “Não vejo os governos com um plano para dar uma lista de checagem para a volta ao trabalho em fases planejadas e mais preocupados com medidas de afastamento e lockdown”, critica o presidente da Asap.
Ginástica
As academias se prepararam para a retomada das atividades, o que não ocorreu efetivamente, apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter incluído os empreendimentos de atividade física entre os setores essenciais que estão aptos a funcionar. Como a decisão de reabertura é de governadores e prefeitos, a medida do presidente apenas serve de pressão para que ocorra a retomada no mercado fitness. Diretores da Acad apresentaram na semana passada, em um webinar, o protocolo de medidas elaborado para dar suporte às academias de todo o país.
Entre as medidas previstas pelas academias estão a paralisação por duas vezes ao dia para higienização de todo o ambiente, renovação do ar 7 vezes ao dia, medição de temperatura de todos que entrarem no ambiente, com restrição para quem tiver temperatura acima de 37,8 graus, e redução pela metade no uso dos armários e aparelhos cardio, entre outras. “Não é uma norma, é um direcionamento, uma cartilha de recomendações, para que seja discutido com as autoridades locais para que a forma de abertura seja adequada”, diz o presidente da Acad, Gustavo Borges.
| Jornal O Estado de Minas (publicado em 22-05-2020) | | | | Depois de hotéis e restaurantes, indústria também precisou reduzir jornadas e salários
Os meses de março e abril, os primeiros sob o impacto no novo coronavírus, marcaram um novo momento nas negociações de acordos entre empresas e empregados.
As discussões para reajustes salariais praticamente desapareceram e deram lugar às negociações para reduzir jornada e salário, segundo o Salariômetro, levantamento feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Do total de 1.154 acordos e convenções coletivas negociados em março e abril, somente 3% resultaram em reajuste salarial, seja ele acima da inflação em 12 meses, ou apenas com a reposição do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) calculado pelo IBGE.
O professor da USP (Universidade de São Paulo) Hélio Zylberstajn, coordenador do Salariômetro, calcula que essas negociações afetem entre 300 mil e 400 mil trabalhadores formais.
Em março, o índice médio de reajuste já estava negativo em 13,6%, , impactado pelos primeiros acordos de redução de salário e jornada. Naquele mês, 51,5% das negociações resultaram em acertos com reajuste abaixo da inflação.
Agora, somadas as negociações fechadas em abril, esses números disparam –96,8% dos acordos ficaram abaixo da inflação. Com isso, o reajuste médio no período ficou negativo em 34%
Segundo o levantamento, o setor com o maior número de acordos para redução de salário e jornada e suspensão de contrato de trabalho, até o dia 19 de abril, foi a indústria. Até março, bares, restaurantes, hotéis e o comércio em geral já tinham fechado acordos para reduzir esses pagamentos.
Para o professor Hélio Zylberstajn, no primeiro mês sob a pandemia da Covid-19, os acordos foram mais volumosos em setores que precisaram parar imediatamente, como foi o caso do comércio, do setor de alimentação e alojamentos.
“Essa parada chegou também à indústria, que primeiro usou outros dispositivos, como férias, banco de horas. Agora há também um ajuste às necessidade de consumo, à queda nas encomendas de bens. O volume de acordos concentrado em São Paulo também indica um efeito da redução na indústria”, afirma.
Das 1.154 acordos e convenções coletivas negociadas em março e abril, 328 –quase 30% do total– foram em São Paulo.
Na indústria metalúrgica de todo o país foram fechados 183 negociações desde o início da crise sanitária, o equivalente a 16% do total acordado. Na sequência aparecem os setores de transporte, armazenagem e comunicações (175 acordos), comércio atacadista e varejista (143), bares, restaurantes, hotéis, diversão e turismo (137) e indústria química (69).
Essas negociações coletivas analisadas pela Fipe mostram uma predominância nos acordos por redução de salário e jornada, mas a suspensão de contrato não fica muito atrás. São 854 do primeiro tipo e 750, do segundo.
A redução de 25% apareceu em 549 negociações, a de 50%, em 530, e a de 70%, em 460.
Zylberstajn diz que em boa parte das negociações analisadas os termos finais preveem também outras condições, como o pagamento de ajuda compensatória. Esse pagamento é previsto na MP que liberou a realização de acordo individual de salário e jornada.
A vantagem, para a empresa, é que não existem encargos como INSS ou FGTS sobre esses valores, tornando-os mais baratos.
A Medida Provisória 936, de 1º de abril, facilitou a realização de acordos para cortar jornada e salário e também para suspender contratos de trabalho, e incluiu a possibilidade de, para reduções de 25%, as empresas fazerem a redução por meio de negociação individual.
Os dados coletados pelo Salariômetro da Fipe consideram os acordos e convenções coletivas registrados no Ministério do Economia. O contador de acordos do governo –que inclui negociações individuais– aponta pouco mais de 8 milhões de trabalhadores com salário reduzido.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 22-05-2020) | | | | Serviço de emergência da economia é de uma lentidão tenebrosa
A pandemia do novo coronavírus anunciou chegada há alguns meses no Brasil. Tal qual banhistas que acreditam que encontrarão porto seguro para um tsunami na avenida beira-mar, tomamos medidas econômicas modestas desde que percebemos que as ondas gigantes fariam estrago.
O tímido e limitado Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda alocou até agora pouco mais de R$ 12 bilhões. Os cerca de 45 milhões de brasileiros que não têm conta bancária puderam sacar os recursos do auxílio emergencial apenas a partir do dia 27 de abril, isto é, mais de um mês após o início das medidas de afastamento social. Além do baixo valor disponibilizado, há também gargalos operacionais impedindo o dinheiro de chegar a quem mais precisa.
A crise sanitária acelerou o ritmo legislativo, mas não o suficiente. A PEC do Orçamento de Guerra, louvável iniciativa, saiu dois meses após o início da guerra: muito rápido para uma emenda constitucional, muito lenta para uma guerra.
O serviço de pronto socorro da economia é de uma lentidão tenebrosa. Dependem deste atendimento milhões de vidas: as humanas, as que mais importam, e as pessoas jurídicas, que só existem, pasme-se, por causa das humanas.
Os pacientes chegam aos montes enquanto os economistas prendem-se a debates sobre como atendê-los. Alguns sugerem fazer uma transfusão de moeda. A reação de vários colegas foi intensa: no atual regime monetário em que vivemos, isso disparará compromissadas no mercado de reservas.
Outro presente na sala enxergou, pela porta entreaberta, as crescentes filas para saques de moeda.
Lembrou aos demais que os gastos públicos financiados por emissão, se bem direcionados, esterilizam reservas bancárias ao se tornarem papel moeda no bolso vazio dos mais carentes.
E há aqui uma grande diferença: no regime monetário em que vivemos, emitir dinheiro para os bancos, e esperar eventualmente chegar às pessoas, aumenta as reservas bancárias e força redução na Selic obrigando o aumento de operações compromissadas.
Porém, dar o dinheiro para as pessoas e esperar chegar aos bancos dilui a elevação de compromissadas no tempo, reduzindo a pressão imediata sobre a Selic. Com a PEC do orçamento de Guerra faremos a primeira emissão, mas não a segunda. Por que a inexplicável diferença?
Por sinal, traço da grande desigualdade brasileira, a exclusão bancária mantém 50% dos meios de pagamento em dinheiro vivo, enquanto outros países já caminham para a digitalização plena de suas moedas. Do antagonismo, uma ideia: por que não optar por meios não tradicionais para fazer o recurso chegar ao povo? Quem sabe ampliamos o PIX para as pessoas terem contas no Banco Central?
Ainda não convencidos, os economistas prosseguem na controvérsia. Um adverte que a transfusão de moeda causará inflação, afinal é mais dinheiro para menos bens e serviços. Ouve-se uma questão: inflação em um paciente com atividade parada? Outro alerta: mas, e a taxa de câmbio nas alturas? Escuta-se uma resposta: câmbio só tem efeito se houver atividade econômica, uma preocupação adequada à fase de reabilitação.
Pede a palavra a medicina econômica fiscalista. Em tom austero, um de seus defensores professa: não temos capacidade de reanimar o paciente com dívida pública, ela não pode mais crescer!
O diabo, que mora nos detalhes, relembra o fiscalista: famílias e empresas não são como o Estado. Ele emite dívida em sua própria moeda, tem 35% do PIB como receita e, como é um ente com expectativa de vida virtualmente ilimitada, tem maior capacidade para rolar sua dívida. Engajado, o diabo insiste: e por que deixaram de olhar a dívida líquida como indicador?
Ela não instigava austeridade? O fiscalista fecha os olhos e ensaia uma fuga para a capela do hospital para pedir pela alocação eficiente da mão invisível do mercado. Vendo a cena, alguém grita feroz: e a mudança da cesta de componentes do IPCA? Ouve-se um último suspiro.
Sem entender muito bem o pronto socorro de economistas, uma médica afirma-lhes que desconhecem o que é um pronto socorro de verdade. Acossados, consentem calados.
A médica então lhes conta que os tratamentos eletivos são diferentes dos procedimentos de emergência. Nesta, salva-se a vida momento a momento. Estabiliza-se o paciente para reativar a atividade de forma autônoma. Mantém-se parte da medicação estabilizadora durante o início da sua recuperação. Inicia-se a reabilitação, diminui-se a dose das drogas de estabilização.
Transfere-se, então, o paciente ao quarto e libera-se a unidade intensiva para receber novas emergências. Dá-se alta ao paciente e prescrevem-se novas medidas e novos remédios. A conversa com os pacientes é clara para coordenar suas expectativas.
Toda a ansiedade precisa ser administrada para não gerar intermitências na recuperação.
É este protocolo que vem aumentando a expectativa de vida da população, ano após ano. A emergência exige ação imediata e efetiva de acordo com o protocolo da ciência econômica para calamidades. Poucos economistas são mais protocolares do que Gregory Mankiw e Kenneth Rogoff. A prescrição deles é inconfundível: “façam o que for preciso”. Sem pessoas físicas, as jurídicas fenecem. Se não fosse a vida humana, não haveria economia. Que a política econômica cuide logo da vida, pois é esta sua prioridade.
Monica de Bolle
diretora do Programa de Estudos Latino Americanos da Universidade Johns Hopkins e pesquisadora do Peterson Institute for International Economics
Élida Graziane
professora da FGV-SP
Luiz Gonzaga Belluzzo
professor da UNICAMP e da FACAMP
Fábio Terra
professor da UFABC e do PPGE-UFU
André Roncaglia
professor da UNIFESP e pesquisador do CEBRAP
Marcelo Medeiros
professor do Departamento de Sociologia da UnB
Nelson Marconi
professor da FGV-SP
João Prates Romero
professor da UFMG
| Folha de S.Paulo | | | | Em evento virtual, Fabio Kanczuke diz que que quebras de contrato ou mudanças de regras durante a crise podem ter custos
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, afirmou nesta sexta-feira (22) que a autoridade monetária vê como "bastante deletério para a economia e para a saúde do sistema financeiro" limitação de regras pré-existentes, como a aprovação de projetos como o do tabelamento de juros e de aumento da taxação dos bancos, em tramitação no Congresso Nacional.
Em evento virtual organizado pelo banco suíço UBS, ele reforçou que o Congresso é soberano e que a autoridade monetária não toma esse tipo de decisão, mas ponderou que quebras de contrato ou mudanças de regras durante a crise podem ter "custos imensos para a sociedade brasileira" e seriam prejudiciais à economia.
"A posição do BC que tem sido bastante repetida pelo presidente e outros diretores, é 'não alterem contratos, mantenham os contratos da forma como eles estão'. Os custos do rompimento de contratos vão ser imensos para a sociedade brasileira, vão ter efeitos bastante negativos sobre crédito futuro", disse.
"Qualquer limitação de regras pré-existentes e quebra de contratos, o BC como instituição vê como bastante deletério para a economia e para a saúde do sistema financeiro", concluiu.
Na última segunda-feira (18), o Senado Federal retirou da pauta de votações o projeto que aumenta a taxação sobre o lucro dos bancos de 20% para 50%, cedendo à pressão de representantes de instituições financeiras.
Também não há mais prazo para votar a proposta que limita a 20% ao ano os juros do cheque especial do cartão de crédito. Para os bancos, as iniciativas são consideradas "pautas-bomba".
| Folha de S.Paulo | | | | Sinalização de melhora no ambiente político foi responsável pelo maior apetite a risco no mercado
A Bolsa brasileira encerrou esta quinta-feira (21) com alta de 2,1%, aos 83.027 pontos – patamar que não atingia desde 29 de abril, quando fechou em 83.170. O movimento veio descolado de seus pares no exterior e teve influência positiva da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores.
O volume financeiro movimentado no pregão desta quinta ficou em R$ 27,8 bilhões.
Segundo o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro, o apoio dos governadores e do Legislativo em vetar o reajuste dos servidores públicos, somado ao fato de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu um cenário de reformas pós-pandemia, acabou aumentando o apetite de risco no mercado.
“Essa boa melhora no ambiente político, também ajudou na queda do dólar, que caminha para a pior semana do ano. Além desses fatores, pesou a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto”, afirmou.
Campos Neto afirmou que o BC pode ampliar sua intervenção no câmbio se necessário e justificou o aumento das atuações nos últimos dias pelo descolamento da moeda brasileira em relação aos pares emergentes.
Para a analista de ações da Spiti Corretora Cristiane Fensterseifer, a fala de Campos Neto de que o BC pode atuar vendendo dólar, ajudou a moeda americana a encerrar esta quinta-feira (21) com queda de 1,82%, para R$ 5,58.
“Este clima de maior alinhamento no governo ajudou a bolsa a subir hoje, e o dólar cair, levando consigo as exportadoras: Ao final do dia Suzano estava em queda de 3% e Marfrig caia 2,45% . O segmento de bancos apresentou fortes altas de até 6% e os shoppings Multiplan e Iguatemi negociavam com alta de mais de 8%”, disse.
Dentre as blue chips (ações de grandes empresas, que já possuem nome forte no mercado e negócio consolidado), os papéis preferenciais da Petrobras (sem direito a voto) caíram 0,57%, perdendo fôlego apesar dos preços do petróleo no exterior. As ações ordinárias (com direito a voto) da petrolífera, no entanto, subiram 0,35%.
Vale, por sua vez, registrou queda de 2,61%, também na contramão dos futuros do minério de ferro, que fecharam acima dos US$ 100 por tonelada ante preocupações sobre um possível aperto na oferta brasileira ante o agravamento da crise do coronavírus.
No setor financeiro, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco registraram avanços de 7,06%, 5,55% e 5,74%, respectivamente.
No exterior, as bolsas americanas fecharam em queda: S&P caiu 0,78%, Dow Jones recuou 0,41% e Nasdaq, 0,97%.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 21-05-2020) | | | | Em Live #ABX20, CEO da Ipsos aponta que setor será prejudicado pela alta taxa de mortes por Covid-19, apesar do País ter uma das quarentenas mais longas do mundo
O mercado automotivo brasileiro deve demorar de dois a três anos para voltar ao patamar de antes da pandemia de Covid-19. A estimativa é de Marcos Calliari, CEO da Ipsos, um dos maiores institutos de pesquisa e inteligência de mercado do mundo. O executivo falou com exclusividade a Automotive Business durante Live #ABX20.
“No Brasil temos o pior de dois mundos: uma quarentena particularmente longa, que afeta a economia de forma dura, e um problema de saúde muito grave. Quando tudo isso tudo acabar devemos ser um dos países com maior número de mortes do mundo”, avalia.
Calliari aponta que a maior parte dos países que enfrentaram picos da doença já estavam saindo da quarentena ou ao menos programando este momento depois de dois meses. Algo que parece distante de acontecer no Brasil. O cenário é agravado ainda pela crise política que, segundo ele, mantém a população em constante estágio de tensão.
Com isso, o executivo avalia que vai faltar poder de compra para o consumidor investir em carros novos nos próximos meses, apesar do interesse maior em ter veículo próprio. Estudo da Ipsos indica que, na China, 62% se mostraram mais favoráveis a ter automóvel próprio por causa da preocupação sanitária.
“No Brasil este interesse é ainda maior. A questão é que não vai fazer sentido do ponto de vista econômico”, diz, citando que 40% das famílias apontam já ter a renda reduzida após a pandemia, segundo estudo do instituto. “Boa parte do restante das pessoas espera que essa queda da renda ainda aonteça.”
NÃO HÁ EXPLOSÃO DA DEMANDA APÓS A PANDEMIA
Com esta visão, Calliari descarta a possibilidade de uma recuperação em V da demanda, em que logo depois da depressão profunda, o mercado volta ao seu patamar anterior. Segundo ele, estudos conduzidos pela Ipsos em outros países indicam que, após a liberação da quarentena, as pessoas não retomam imediatamente seus antigos hábitos de consumo.
“Essa visão eufórica do fim da quarentena não existe. Na maioria dos países, as pessoas não voltaram a exercer as mesmas atividades e a consumir em ritmo equivalente. As únicas exceções foram a busca por salões de beleza e por consultas médicas”, aponta.
DIGITALIZAÇÃO E INTERESSE POR CARROS MAIS BARATOS
Calliari conta que os levantamentos da Ipsos indicam como tendência para o novo normal, quando a pandemia estiver controlada, o interesse por veículos mais baratos. “Por causa do menor poder de compra, veremos um downgrade no Brasil”, prevê.
Segundo ele, seguirá forte no País as tendências que já estavam presentes antes da crise, como o maior interesse por veículos utilitários esportivos. A questão é que a situação econômica deve represar boa parte desta demanda.
Outra direção clara é a digitalização, aponta. O executivo lembra que o e-commerce vem batendo recordes em todo o mundo no momento em que as pessoas evitam sair de casa. “Este pico não vem dos usuários tradicionais, que já compravam on-line, mas de pessoas que se inseriram neste canal justamente por causa da Covid-19”, conta.
Para ele, o grande desafio das empresas automotivas está em justamente acolher estes consumidores menos acostumados ao meio virtual.
“As pessoas precisam ser acolhidas, ter uma jornada única e sentir que conseguem falar com alguém caso tenham um problema. O grande desafio do setor automotivo é unir as soluções digitais com esta humanização do atendimento”, diz.
Segundo dados da Ipsos, 25% das pessoas que querem comprar carro nos próximos meses já consideram usar ferramentas virtuais para isso.
| Automotive Business ( publicado em 21-05-2020) | | | | Demanda das montadoras cai 95% na comparação com março; mercado de reposição recua 67%
A indústria de pneus registrou forte queda nas vendas de abril em comparação com março, segundo dados divulgados na quarta-feira, 20, pela Anip, associação das fabricantes de pneumáticos. Abril foi o primeiro mês completo da adoção das medidas de isolamento e quarentena em vários municípios brasileiros, o que afetou fortemente tanto a demanda das montadoras de veículos quanto do mercado de reposição.
Com um total de 1,2 milhão de unidades entregues no mês passado, a queda foi de 73% com relação aos mais de 4,47 milhões de pneus vendidos em março.
O fechamento da maior parte das fábricas de automóveis, caminhões e ônibus do País fez com que a demanda pelas montadoras diminuísse 95,4% em abril na comparação com março, segundo a Anip, com pouco mais de 45,8 mil unidades. Em março, o volume vendido às montadoras foi de 988,7 mil pneus.
Já as vendas de pneus para o mercado de reposição recuaram 67% no comparativo mensal, passando de 3,48 milhões para 1,15 milhões.
De janeiro a abril, as vendas de pneus no Brasil acumulam queda de 26,3% sobre igual período do ano passado, que passou de 19 milhões para pouco mais de 14,5 milhões.
“À medida que a indústria de veículos como um todo voltar à atividade, acreditamos que será possível reativar o mercado de vendas de equipamento original. Quanto ao mercado de reposição, ele segue de acordo com as restrições de cada município e estado.
Esse retorno heterogêneo e de longo período tem um alto custo para a indústria, por isso é preciso definir um novo conjunto de ações que suportem o retorno da indústria e da economia como um todo, como outros países já estão fazendo", afirma o presidente executivo da Anip, Klaus Curt Müller.
QUEDA ACENTUADA EM TODOS OS SEGMENTOS
Entre as categorias, o que mais puxou as vendas para baixo foi o segmento de pneus para automóveis, cujos volumes reduziram 85,5% em abril contra março. Para se ter uma ideia, todos os 352,3 mil pneus de automóveis vendidos pela indústria em abril foram para o mercado de reposição: as montadoras não compraram nenhuma unidade em abril, segundo a Anip.
Já nos pneus de carga, a queda foi de 55,1% na passagem de março para abril, passando de 616,4 mil para pouco mais de 276,3 mil unidades.
No mercado de motos, a Anip, que só registra os números para o mercado de reposição, anotou queda mensal de 45%.
| Automotive Business ( publicado em 20-05-2020) | | | | Fábrica deveria retomar produção em 21 de maio, mas vai continuar parada até 22 de junho
A Nissan adiou pela segunda vez a volta ao trabalho na fábrica de Resende (RJ), onde produz Kicks, March e Versa. A paralisação foi prorrogada por mais um mês em mais um mês. A unidade está parada desde 25 de março e a retomada da produção estava prevista para esta quinta-feira, 21 de maio, mas a empresa informou um dia antes que o retorno foi reagendado para 22 de junho.
Em nota, a Nissan informa que tomou a decisão de estender a paralisação da produção “com o objetivo de assegurar a saúde de seus colaboradores, fornecedores, suas famílias e a sociedade em geral, além de também refletir a situação dos estoques à nova realidade do mercado automotivo, em decorrência da pandemia da Covid-19 no País”. A fábrica emprega 2,4 mil pessoas e antes da chegada da pandemia operava em dois turnos.
Com a decisão, também foi prorrogada em mais um mês a suspensão temporária do contrato de trabalho dos funcionários da produção que foi negociada em abril, com pagamento de 75% dos salários líquidos. Os empregados administrativos seguem com redução proporcional da jornada de trabalho e salários de 20%. Ambas as ações estão previstas no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, criado pelo governo federal.
LANÇAMENTOS
A Nissan se preparava para lançar em agosto uma versão remodelada do sedã compacto Versa, também produzido em Resende. A escalada da pandemia coloca o plano em dúvida. A empresa agendou para a próxima quinta-feira, 28, a divulgação de seu novo plano estratégico global.
Já para 2021 está prevista a chegada do novo Kicks, que foi apresentado semana passada na Tailândia com a nova versão híbrida e-Power, que use um motor 1.2 a combustão que serve de gerador para alimentar baterias e um propulsor 100% elétrico de 129 cavalos. A opção deve ser vendida no Brasil também somente em 2022. Antes disso, segue em uso o atual motor 1.6 de 111 cv.
| Automotive Business ( publicado em 20-05-2020) | | | | No Star Online marca vai fazer vendas de caminhões, ônibus, vans novos e usados, além de peças e serviços
A Mercedes-Benz é mais uma que precisou acelerar os processos de negociação e vendas on-line para não perder clientes no cenário de fechamento do comércio causado pela pandemia de coronavírus. Em apenas três semanas, em conjunto com concessionários e a startup Mobiauto, a empresa desenvolveu o Showroom Mercedes-Benz Star Online, uma sala de negócios virtual que será inaugurada no próximo sábado, às 10h, onde é possível comprar caminhões, ônibus e vans Sprinter novos e usados, incluindo financiamentos e consórcio do Banco Mercedes-Benz, além de reservar peças e agendar serviços na rede.
Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, conta que a chegada da pandemia e suas consequências fez a equipe pensar em como atender melhor o que ele chama de “novo cliente 4.0, mais digital e conectado, que procura por um processo de decisão de compra mais rápido e eficiente”. O executivo informa que esta será a primeira loja virtual centralizada de veículos comerciais do País.
“O Showroom Mercedes-Benz Star Online vai facilitar muito a vida de quem está trabalhando em home office agora, mas no futuro essa também será uma ferramenta muito eficaz de negociação. Sabemos que temos clientes mais tradicionais que preferem ir à concessionária, mas avaliamos que essa disrupção traz vantagens que ele vai aprender a gostar”, diz Roberto Leoncini.
O executivo afirma que é crescente o número de clientes que fazem toda a pesquisa on-line do que vão comprar, mas ficam garimpando informações na internet. “Centralizamos esse processo em um portal, mas mantivemos o contato pessoal com um vendedor da concessionária para fechar o negócio”, explica. Esse primeiro momento, ele avalia, será de adaptação: “Parte dos clientes vão mergulhar de cabeça e outros terão mais resistência”.
“Para desenvolver tudo tão rápido fomos buscar ajuda no universo das startups e encontramos a Mobiauto. Fizemos tudo em conjunto com a Assobens, a associação dos concessionários, pois muitos deles já usavam canais on-line com os clientes.” Segundo Leoncini, “toda a rede embarcou na ideia e ajudou a desenhar a ferramenta”.
No portal, o cliente faz um tour virtual por toda a linha de caminhões, ônibus e vans Sprinter da Mercedes-Benz. Também tem acesso ao estoque e ofertas dos concessionários de sua região, que pode encomendar a produção caso o produto não esteja disponível para pronta entrega. Ao entrar no Showroom Star Online, o potencial comprador faz um cadastro rápido e é direcionado para a mais próxima das 180 concessionárias da marca. Quando quiser, pode iniciar as negociações com um vendedor via chat da plataforma.
A sala virtual também inclui a negociação de compra e venda de veículos comerciais usados da rede SelecTrucks da Mercedes, que conta com 10 revendas no País atualmente. “Na SelecTrucks quase todos os contatos hoje já começam por canais virtuais, então será um passo natural colocar esse estoque para negociação em nosso ambiente virtual”, afirma Leoncini.
O executivo não revela o valor investido no desenvolvimento da nova plataforma virtual, mas diz que “não foi tão alto”. Leoncini afirma não ter ideia do potencial de negócios do Star Online, porque “foi tudo na base do estômago, não nos baseamos em números ou estudos, fizemos tudo seguindo nosso sentimento, até porque não seria possível desenvolver tão rápido se não fosse assim”.
Segundo o executivo, o lançamento do showroom virtual em prazo tão curto é devido a uma mudança cultural da empresa: “Aconteceu porque lá atrás decidimos inovar e assumir riscos, para sermos ágeis e não perder oportunidades. Claro que pensamos se este momento de crise profunda era o melhor para lançar o Star Online, mas talvez as grandes iniciativas precisem acontecer nesses momentos. Já fizemos assim antes e deu certo”, assume.
| Automotive Business ( publicado em 20-05-2020) | | | | Deste total, 16 já foram devolvidos para hospitais do interior e da capital de São Paulo
A Toyota já consertou 18 dos 48 respiradores danificados que recebeu por meio da iniciativa que também envolve outras montadoras de veículos e empresas voluntárias para a manutenção dos respiradores, principal equipamento utilizado no tratamento de pacientes com sintomas graves da Covid-19.
Dos que foram reparados, 16 já foram devolvidos para hospitais e estabelecimentos de saúde das cidades de Taubaté, Itapetininga, Votorantim, Sorocaba, Leme e Vinhedo, no interior de São Paulo, e também em São Bernardo do Campo, na capital paulista.
O trabalho conta com o apoio do Senai, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, que treina e capacita os funcionários das montadoras para realizarem a manutenção nos aparelhos. No caso da Toyota, 12 empregados voluntários estão trabalhando no conserto dos respiradores dentro da fábrica de Sorocaba (SP) em um espaço exclusivamente montado para receber os aparelhos, onde eles são desmontados, consertados montados novamente, embalados e enviados para os órgãos competentes.
“Nossa equipe está motivada, pois sabemos que com esse trabalho podemos salvar muitas vidas. Por isso, é importante que hospitais e estabelecimentos de saúde realizem o cadastro no site do Senai para solicitar o reparo de seus aparelhos que estão inoperantes”, afirma o diretor da fábrica de Sorocaba, Ademir Rogério Canal.
Os hospitais ou unidades de saúde com respiradores inoperantes podem solicitar o conserto pelo site do Senai (senai.br/respiradores) e inserir informações obrigatórias como quantidade de equipamentos, marca, modelo, defeito, entre outros, para que as empresas parceiras possam retirar o aparelho.
A iniciativa conta com 39 pontos de manutenção para receber os equipamentos, dos quais 20 são unidades do Senai e os demais 19 das empresas da rede voluntária. Em caso onde não há ponto de recebimento, especialmente em outros estados, o Senai e o Ministério de Defesa fecharam um acordo para a realização do transporte desses equipamentos.
| Automotive Business ( publicado em 20-05-2020) | | | | FGV IBRE fez levantamento sobre diminuição dos turnos e paralisação total
Os indicadores macroeconômicos já vêm registrando o forte impacto negativo da pandemia na economia, em diferentes setores. Levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) trouxe mais um indício de que a queda da atividade será brusca: 14,4% das 1006 empresas da indústria de transformação participantes na pesquisa paralisaram sua produção.
Segundo Renata de Mello Franco, economista do FGV IBRE e responsável pela análise, o percentual representa um aumento de 10,2 pontos percentuais (p.p.) em comparação a março, e de 11,5 p.p. em relação à média para os meses de abril. Os segmentos de Veículos Automotores, Couros e Calçados e Vestuário foram os que mais sofreram, registrando o maior percentual de empresas paralisadas, respectivamente 59,5%, 38,9% e 34,1%.
"Em abril observamos o maior número de empresas paralisadas desde o início da série histórica. Mesmo em épocas de crise, como 2008-2009, ou 2014-2016, a média de empresas paralisadas não passou de 2%. Esse fato nos chama a atenção pela particularidade do momento: além da queda da demanda, principalmente por bens não essenciais, houve a necessidade de fechamento de fábricas por questões sanitárias", explicou a economista.
Parte da indústria não paralisou totalmente, mas reduziu os turnos de trabalho. A média de turnos em abril deste ano ficou em 2,2. O resultado é menor do que o da média da série (2,6) ou mesmo da média da série a partir do primeiro trimestre de 2014 (2,4), quando o Brasil havia entrado em recessão. Nesse quesito, dois setores repetem o resultado ruim: Veículos Automotores (-75,7%), Couros e Calçados (-54,2%) e Derivados de Petróleo e Biocombustíveis (-35,5%) apresentaram as maiores quedas em relação à média dos meses de abriu.
Na outra ponta, Farmacêutica foi o único setor que apresentou crescimento no número de turnos, de 2,2 para 2,7, representando crescimento de 20,3%.
O Nível da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) teve queda recorde, segundo Renata, não apenas pela paralisação. O que indicaria que o mal desempenho se deve a outros fatores, que se somaram ao da crise sanitária.
"Em exercícios realizados com os microdados da pesquisa, ainda que fossem excluídas as empresas paralisadas, o NUCI do setor industrial teria sido, aproximadamente, 9,5 p.p. acima do que o observado, ao nível de 66,8%. Portanto, mesmo considerando apenas as empresas que estavam produzindo, abril ainda teria a maior queda na variação mensal e o menor patamar da série histórica iniciada em 2000", avaliou.
Ao analisar os fatores limitativos ao crescimento da produção, o estudo identificou que, para aproximadamente 20% do setor industrial, a pandemia foi diretamente a principal restrição ao aumento da produção, enquanto 34% indicaram como problema o nível da procura, ou seja, baixa demanda.
Em quesito especial sobre os efeitos diretos da pandemia sobre o setor, 75,1% das empresas responderam que houve redução da demanda interna, 44,1% assinalaram redução da demanda externa, enquanto 53,5% informaram que precisaram suspender totalmente ou parcialmente sua produção por questões de saúde. Além desses, 31,6% das empresas assinalaram que tiveram problemas no fornecimento de insumos importados, 27,1% tiveram problemas no fornecimento de insumos nacionais e 29,5% tiveram problemas na entrega de seus produtos.
| CIMM | | | | Fábrica de motores da VW em São Carlos retoma atividades dia 26, fábricas de São Bernardo do Campo e Taubaté também retornam de forma parcial nesta data
A Volkswagen do Brasil retoma a produção de motores em sua fábrica localizada em São Carlos/SP no próximo dia 26 de maio. As unidades de São Bernardo do Campo e Taubaté, ambas no estado de São Paulo, retornam às atividades de forma parcial, com algumas áreas produtivas nesta data, e o restante de forma completa no dia 1º de junho. A unidade de São José dos Pinhais/PR foi a primeira da Volkswagen do país a retomar a produção no último dia 18 de maio.
A retomada na unidade de São Carlos, responsável pela produção de dos motores da família EA211 nas versões 1.0l MPI, 1.0l TSI, 1.4l TSI e 1.6l MSI, e também do consagrado motor EA111 1.6l, será com todas as áreas produtivas atuantes, mas de forma gradual, inicialmente com dois turnos.
"Estamos priorizando neste primeiro momento o abastecimento para os mercados externos, como a exportação dos motores 1.4 TSI para o México, bem como a produção de motores para nossa unidade em São José dos Pinhais", explica Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen para a América Latina.
A prioridade para o retorno nas fábricas continua sendo a saúde e segurança dos empregados. Assim como em São José dos Pinhais, medidas de higiene e segurança foram intensificadas e adotadas com base nas experiências das fábricas do Grupo VW na China e Alemanha, em conformidade também com os protocolos internacionais e também alinhadas às determinações do governo. A equipe administrativa continuará realizando suas atividades de forma remota.
A empresa estabeleceu mais de 80 regras e medidas, inclusas em uma cartilha digital de forma clara e didática, para serem seguidas por todos os empregados no regresso às atividades:
Distanciamento de 1,5 m entre as pessoas,
- Todas as instalações estão preparadas com sinalização e orientações de segurança e higiene, tais como limitadores de distância nas portarias de entrada e coletoras de ponto;
- Obrigatório o uso de máscaras nas dependências das fábricas para cobrir a boca e o nariz - para isso, a VW providenciou 67 mil máscaras de tecido do projeto Costurando o Futuro;
- Limpeza periódica das dependências das fábricas e escritórios e reforço na desinfecção dos ambientes;
- Medição de temperatura dos empregados antes de ingressar no ônibus fretado e na fábrica;
- Aumento do número de ônibus fretado para garantir o distanciamento das pessoas;
- Nos refeitórios uso de luvas para servir-se e demarcação de assentos;
- Postos avançados de atendimento médico dentro das fábricas - 3 em São José dos Pinhais, 6 na Anchieta (SBC), 3 em Taubaté e 1 em São Carlos para orientação, triagem e atendimento mais rápido de todos;
- Orientações e melhores práticas compartilhadas com fornecedores - em função dos componentes e peças da cadeia produtiva - e rede de concessionárias, com distribuição de cartilhas e treinamentos virtuais.
"Este reinício está sendo um grande aprendizado para todos nós. Começamos em São José dos Pinhais na semana anterior e tudo correu de forma tranquila. Os empregados entenderam a importância da implementação das medidas e estamos retomando aos poucos a produção. Tenho a certeza que o mesmo vai ocorrer nas demais fábricas que temos no Brasil", finaliza Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen para a América Latina.
| CIMM | | | | Aprodução de petróleo e gás no Brasil ficou praticamente estável em abril, em 3,738 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), contra 3,739 milhões de boe/d em março, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O resultado decorreu de uma queda de 0,51% na produção de petróleo, para 2,958 milhões de barris diários (b/d) e o aumento de 1,85% da produção de gás natural, para 124 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d).
A Petrobras, maior concessionária brasileira, registrou queda de 0,78% na produção total, para 2,767 milhões de boe/d, resultado da queda de 1,14% na produção de petróleo, para 2,162 milhão de b/d e aumento de 0,4% na produção de gás natural, para 96,1 milhões de m3/d.
A empresa reviu a medida anunciada no final de março, de cortar a produção de 200 mil b/d de petróleo, depois de perceber melhora da demanda global.
O pré-sal correspondeu a 69,5% do total produzido em abril, aumentando a fatia registrada em março (66,7%), com produção de 2,597 de boe/d.
A produção de petróleo na região foi de 2,057 milhões de b/d e de gás natural, de 85,9 milhões de m3/d.
O campo de Lula, na bacia de Santos, continua sendo o maior campo produtor, registrando em abril produção de 1,032 milhão de b/d de petróleo e 45,6 milhões de m3/d de gás natural. Ou 1,21 milhão de boe/d. Búzios foi o segundo colocado, com 380 mil boe/d.
| Jornal O Estado de Minas | | | |
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