| 01 de Agosto de 2019
Quinta-feira
- Everardo Maciel pede tributação que neutralize preço de produtos paraguaios no Brasil
- Produção industrial cai 0,6% em junho ante maio, revela IBGE
- Indústria do Brasil tem pior junho em 3 anos e termina 2º tri com perdas
- Indústria brasileira registra estagnação no 1º semestre, informa CNI
- Micro e pequena indústria paulista tem alto patamar de inadimplência
- Desemprego cai, mas renda média diminui e crescem trabalhadores informais
- É preciso avisar Bolsonaro que escravidão foi abolida no Brasil, diz Força Sindical
- Artigo: Reforma tributária - Para retomar o crescimento robusto, são necessárias mudanças que tornem mais competitiva nossa economia
- FecomercioSP apoia corte da Selic, justificado por inflação contida e Previdência
- IPC-S sobe 0,31% em julho, após deflação de 0,02% em junho, aponta FGV
- Por que o BC cortou e deve continuar cortando os juros no Brasil
- Copom reduz taxa básica de juros para 6% ao ano, primeiro corte em 16 meses
- CNI: Copom acertou ao reduzir Selic; para indústria juros podem cair para 5,25%
- Após Copom, BB anuncia redução de juros para pessoas físicas e jurídicas
- BB e Itaú cortam juros após Copom reduzir Selic para 6% ao ano
- Diferença entre taxa brasileira e americana nunca foi tão baixa
- Petrobras aumenta preço de diesel e gasolina na refinaria
- Multinacional Vitol compra 50% da 6ª maior rede de postos do Brasil
|
Câmbio
Em 01/08/2019
|
|
Compra
|
Venda
|
Dólar
|
3,835
|
3,836
|
Euro
|
4,242
|
4,243
|
Fonte: BACEN
|
| | | | | O combate ao mercado ilegal, especialmente no caso do cigarro, passa por uma revisão tributária bem elaborada e por acordos de colaboração com o Paraguai. Essa é a opinião de Everardo Maciel, consultor tributário, professor do Instituto Brasiliense de Direito Público e secretário da Receita Federal entre 1995 e 2002 – durante os governos de Fernando Henrique Cardoso.
Ainda que seja crítico do modelo de reforma tributária que consta na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, recém-aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o especialista não deixa de defender a necessidade de repensar a tributação no Brasil.
Em artigo publicado junto de outros juristas, Maciel advoga por uma "reforma tributária que não implique em aumento de impostos e garanta segurança, transparência, simplificação e neutralidade".
No caso dos cigarros ilegais, que já abocanham mais da metade do mercado, ele acredita que é necessário ir além da repressão e da cooperação internacional. No âmbito da reforma, defende ele, seria necessário um esquema tributário que torne os produtos brasileiros competitivos em relação aos paraguaios, que entram no país de forma ilegal – e assim o Brasil deixa de arrecadar R$ 11,5 bilhões em tributos apenas relativos ao cigarro, como aconteceu em 2018.
Confira a entrevista com o especialista:
Ajustes fiscais podem funcionar como uma medida de combate ao contrabando? Por quê?
Evidentemente que o combate ao contrabando é uma função inerente ao Estado. Mas, no caso específico do cigarro, eu acho que há um erro de concepção. E esse erro de concepção visível é, precisamente, o modelo de tributação adotado. Ele faz com o que cigarro produzido no Brasil tenha uma tributação desproporcionalmente mais elevada do que o que é produzido no Paraguai.
É muito difícil fazer a fiscalização nas fronteiras no Brasil – elas são muito extensas, as condições de enfrentamento são muito difíceis. Nessa condição, o contrabando entra fácil. E o contrabando já representa uma parcela muito significativa dos cigarros comercializados pelo Brasil.
É preciso que seja concebido um tipo de tributação que permita enfrentar em condições de igualdade o preço do cigarro paraguaio no Brasil. E, é claro, isso sem reduzir a carga tributária agregada – quer dizer, fazendo uma redistribuição da carga tributária. Tendo em conta que não se defende aqui a redução da carga tributária agregada, mas sim uma redistribuição da carga tributária dos cigarros como um todo para que se tenha, portanto, um cigarro com um preço compatível com o que chega do Paraguai.
Isso porque, junto vem uma série de outros crimes, como contrabando de armas, narcotráfico e contrabando de outros produtos. Portanto, isso estrutura o crime organizado do País.
O senhor acredita que somente as ações de repressão e de fiscalização nas fronteiras dão conta de lidar com o contrabando de cigarros?
Não. É preciso muito mais do que isso. E não estou dizendo que não se deva ter o controle na fronteira, longe disso. Ao contrário, a repressão deve continuar existindo. Mas ela isoladamente é ineficiente.
Implica dizer que duas coisas são necessárias: temos que ter um modelo tributário capaz de neutralizar o preço do cigarro paraguaio no Brasil e é preciso que, enfim, tenhamos uma conversa séria com o Paraguai - que é parceiro do Brasil no Mercosul e na exploração de energia elétrica de Itaipu – para dizer que isso é inadmissível.
Um Grupo de Trabalho do Ministério da Justiça está analisando a questão tributária frente ao contrabando. Quais são suas expectativas?
Eu não sei o que eles estão fazendo. Não conheço nada disso. E nem acho que sequer foi dada alguma divulgação. Acho que eles ainda não têm nenhuma conclusão, nenhuma proposição estruturada.
O senhor acha que a gente pode esperar algum resultado desse GT ainda esse ano?
É difícil especular sobre o que vai ou não acontecer. Espero que dê certo, que de fato sejam medidas efetivas. Mas dentro plano que eu mencionei. Acho que tem dois pontos: é preciso discutir-se um programa conjunto, Brasil e Paraguai, no enfrentamento do contrabando de um modo geral, e em particular de cigarros. E segundo, tem que ter uma estrutura tributária no Brasil capaz de enfrentar o preço do cigarro paraguaio.
Na sua percepção, a gente já tem algum avanço sentido de diálogo com o Paraguai?
Já foi feita uma tentativa [em 2000], justamente comigo, quando eu era secretário da Receita Federal. Nós avançamos, chegamos a celebrar um tratado da cooperação para enfrentamento, inclusive, do contrabando. Esse convênio foi proposto por nós e celebrado pelos ministros das Relações Exteriores. Entretanto, o processo lento de aprovação desses tratados no âmbito do Congresso fez com que apenas três anos depois ele fosse aprovado. E, aí, foi rejeitado pelo Senado paraguaio.
| Gazeta do Povo (publicado em 31-07-2019) | | | | A produção industrial caiu 0,6% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, divulgou na manhã desta quinta-feira, dia 1º, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi maior do que o valor apontado pela mediana das estimativas calculada pelo Projeções Broadcast. O intervalo de expectativas ia desde uma queda de 1,2% a um avanço de 0,4%
Em relação a junho de 2018, a produção caiu 5,9%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma queda de 8,1% a 3,8%, com mediana negativa de 6,05%, segundo o Projeções Broadcast. No ano de 2019, a indústria teve queda de 1,6% no ano. No acumulado em 12 meses, a produção da indústria acumulou recuo de 0,8%.
| Tribuna PR | | | | Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 5,9%
De janeiro a março deste ano, a produção de manufaturas no Brasil cresceu acima da média da taxa na América Latina
Esse é o quarto resultado negativo no ano e o pior para meses de junho desde 2016 (-1,1%)
A indústria brasileira encerrou o segundo trimestre em contração depois de a produção recuar em junho pela segunda vez seguida e no ritmo mais forte para o mês em três anos, em meio ao ritmo fraco da economia brasileira.
A produção industrial do Brasil contraiu 0,6% em junho na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse é o quarto resultado negativo no ano e o pior para meses de junho desde 2016 (-1,1%)
Em relação a junho do ano anterior, houve perda de 5,9%, também o quarto dado negativo no ano e o mais fraco para o mês desde 2014.
Com esses resultados, a indústria terminou o segundo trimestre com contração de 0,7%, somando-se às perdas de 0,6% nos três primeiros meses do ano.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de quedas de 0,2% na variação mensal e 5,8% na base anual.
"Há claramente uma indústria perdendo fôlego. Embora possa haver sinais positivos para o mercado de trabalho e confiança, os resultados da indústria não têm nenhum sinal de uma recuperação no setor. Os sinais de junho não indicam qualquer possibilidade de uma reversão", avaliou o gerente da pesquisa, André Macedo.
O IBGE informou que houve perdas generalizadas entre as categorias, sendo a mais acentuada em bens de consumo semi e não-duráveis, de -1,2%.
Os segmentos de bens de consumo duráveis (-0,6%), de bens de capital (-0,4%) e de bens intermediários (-0,3%) também apresentaram recuo na produção em junho.
Entre os 26 ramos pesquisados, 17 tiveram queda, sendo as principais influências negativas produtos alimentícios (-2,1%), máquinas e equipamentos (-6,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,7%).
A indústria brasileira segue refletindo a morosidade da economia como um todo, prejudicada pela demanda doméstica em meio ao alto nível de desemprego ainda no país.
A mais recente pesquisa Focus do Banco Central mostra que a economia deve crescer este ano 0,82%, com a produção industrial expandindo 0,50%.
"O ambiente econômico até junho ainda tinha muita incerteza e a possibilidade de reformas não reverte na prática expectativas ou resultados do setor", completou Macedo.
Para a entidade, uma das possíveis causas é o crescimento das vendas diretas ao consumidor final. Em 2016, 51% das empresas da categoria vendiam principalmente para o consumidor final, e na sequência apareciam comércio e distribuidores (25%) e outras indústrias (19%). Atualmente, a taxa dos que vendem diretamente para o consumidor final subiu para 61%, e caiu para 20% a dos que negociam com distribuidores e comércio.
| DCI | | | | Horas trabalhadas na produção, indicador de atividade, apresentou crescimento zero nos seis primeiros meses do ano e emprego industrial caiu 0,1%, informou a entidade.
A indústria brasileira registrou estagnação no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado nesta quinta-feira (1º).
As horas trabalhadas na produção, indicador do nível de atividade, apresentaram crescimento zero no período, ao mesmo tempo em que o emprego industrial apresentou queda de 0,1%. Já o faturamento da indústria recuou 1% nos seis primeiros meses deste ano.
"A indústria encerra o semestre sem avanços em termos de atividade e emprego. Fica evidente que, além das medidas estruturantes, de longo prazo, necessárias para um novo ciclo de crescimento, também são urgentes e críticas medidas de curto prazo para estimular a economia", avaliou o economista da CNI, Marcelo Azevedo.
Na semana passada, a área econômica do governo anunciou a liberação de saques de contas ativas e inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS-Pasep. A previsão é injetar R$ 42 bilhões na economia até 2020. Os saques do PIS-Pasep começam em agosto.
Para o economista da CNI, a redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, para 6% ao ano, anunciada nesta quarta-feira pelo Banco Central, foi um "fundamental primeiro passo nesse sentido". Ele avaliou que "há espaço para novas quedas" da taxa Selic.
"Adicionalmente, medidas que facilitem e reduzam o custo do financiamento também seriam muito importantes", concluiu Marcelo Azevedo.
Expectativa de crescimento menor em 2019
No fim de julho, a entidade cortou mais uma vez a projeção de crescimento da indústria brasileira para todo este ano. A taxa estimada de 0,4% de crescimento é quase um terço da prevista em abril, quando o setor esperava uma expansão de 1,1% para este ano.
Segundo a CNI, o fraco resultado do primeiro trimestre, associado aos problemas enfrentados pela indústria extrativa, explicam a revisão.
A entidade lembra que a indústria extrativa recuou 6,3% no primeiro trimestre de 2019, afetada pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
| G1 | | | | Nível de calote apresenta aumento nos últimos meses e empresas enfrentam dificuldades de acesso a crédito; setor vê falta de medidas de impacto para aquecer economia e gerar demanda
Com alto patamar de inadimplência, a micro e pequena indústria do Estado de São Paulo reporta ausência de medidas de impacto para reaquecer a economia e melhorar demanda no curto prazo.
“De abril para maio, a inadimplência subiu de 34% para 44%. Em junho, houve um pequeno recuo para 42%. Também chama atenção que 25% das empresas estão usando cheque especial, o que deve agravar mais ainda a situação”, apontou o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri.
Os dados são referentes ao indicador de atividade da micro e pequena indústria de São Paulo de junho, encomendado pelo Simpi. O levantamento mostra que 25% das empresas tomaram calotes que representam até 15% do faturamento. “Você tem inadimplência nas duas pontas, no recebimento e no pagamento”, destaca Couri.
Entre maio e junho, o Índice de Satisfação das MPI’s, que contempla satisfação geral com o negócio, satisfação com o faturamento e satisfação com o lucro, passou de 104 para 103 pontos. O índice no mesmo período de 2018 era de 89 pontos, mas foi registrado sob impacto da paralisação dos caminhoneiros.
Couri avalia que, após um início de ano otimista, houve uma frustração com a ausência de uma retomada econômica. “No início do ano, havia 78% das micro e pequenas indústrias acreditando em uma melhora. “O tempo foi passando e o setor caiu na realidade. A reforma da Previdência vai fazer o País parar de sangrar nos próximos anos, mas nada que afete o caixa de imediato.”
O dirigente assinala que há um cenário de fechamento de empresas, desemprego, dificuldade de crédito e inadimplência elevada, que configuram um ciclo recessivo. “Há uma tentativa do governo federal de tomar medidas para aquecer a economia, mas nada de impacto. Mesmo se ocorrer alguma iniciativa do tipo, demoraria de três a quatro meses para chegar à ponta. Assim, não deveremos ver uma mudança profunda de cenário nesse ano.”
Ele ressalta que, historicamente, o segundo semestre sempre é melhor que o primeiro. “Deveremos ter um desempenho um pouco melhor, mas nada que seja uma mudança de cenário em função de medidas macroeconômicas.”
Para Couri, a forma de mudar essa situação é promover imediatamente o aquecimento econômico. “Se o governo fizer, vai arrecadar mais, criar empregos e girar a economia. Isso poderia ser feito com investimentos em infraestrutura e negociações de exportações, por exemplo.”
Concentração
Outro dado que ilustra o cenário de crise é o aumento percentual de micro e pequenas indústrias que restringem atendimento e vendas na região em que estão localizadas De acordo com a pesquisa, as empresas se tornaram mais locais ao longo dos últimos três anos, diminuindo a participação nos outros estados brasileiros. “Em 2016, 53% das MPIs tinham negócios diretos ou indiretos em outros estados. Esse número caiu para 43% em 2019”, conta Couri.
| DCI | | | | IBGE diz que 12,8 milhões de brasileiros seguem desempregados e 11,5 trabalhadores não têm carteira assinada
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12% no segundo trimestre de 2019, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (31). O período teve um aumento no número de profissionais com carteira de trabalho, mas trabalhadores informais também cresceram, enquanto sublocados ou por conta própria bateram recordes.
Isso explica porque o rendimento médio habitual da população também caiu: ficou em R$ 2.290, 1,3% a menos do que no trimestre anterior e sem variação significativa com o mesmo período do ano passado.
Pessoas observam ofertas de emprego na rua Barão de Itapetininga no centro de São Paulo. - Danielo Verpa/Folhapress
O número de trabalhadores sem carteira assinada atingiu 11,5 milhões, 3,4% (376 mil pessoas) a mais com relação a janeiro, fevereiro e março deste ano e 5,2% (565 mil pessoas) comparando com o segundo trimestre de 2018. No setor privado, foram 33,2 milhões de pessoas com carteira assinada, subindo 0,9% (294 mil pessoas) em comparação ao trimestre anterior, e 1,4% (450 mil pessoas) frente ao mesmo período do ano passado.
Já a população disponível para trabalhar mais horas, chamada de subocupada, atingiu 7,4 milhões de pessoas, enquanto o número de trabalhadores por conta própria alcançou 24,1 milhões. São dois recordes na série iniciada em 2012.
"Cresceu a informalidade. Mas a gente já tem assistido essa informalidade crescer. Agora, pela primeira vez a carteira de trabalho também cresceu. A primeira alta em cinco anos, é importante, foi um aumento efetivamente expressivo", explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Os números divulgados nesta quarta-feira (31) representam o recuo de 621 mil em busca de trabalho em comparação ao trimestre anterior, permanecendo estável em relação ao mesmo período de 2018. No total, são 12,8 milhões de pessoas desocupadas.
O percentual está abaixo dos 12,7% registrados nos três primeiros meses do ano. E é menor também do que os 12,4% registrados no mesmo trimestre de 2018.
| Folha de S.Paulo (publicado em 31-07-2019) | | | | Organizações criticam declaração de presidente contra tirar propriedade com trabalho escravo
A Força Sindical divulgou uma nota nesta quarta-feira (31) dizendo que a crítica de Bolsonaro sobre tirar propriedade por trabalho análogo à escravidão "é um absurdo e remete à ideia de Casa Grande e Senzala dos tempos antigos".
O comunicado é assinado pelo presidente da organização, Miguel Torres, e afirma que "é preciso avisar o presidente da República que a escravidão foi abolida no Brasil em maio de 1888".
De acordo com a Força Sindical, a declaração de Bolsonaro atende a interesses de empresários do setor ruralista e do agronegócio.
Torres afirmou que a "fragilização institucional da fiscalização acarretará no aumento da escravidão contemporânea". Segundo a entidade, mudanças em normas trabalhistas devem ser debatidas "de forma democrática e transparente".
Para Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), a lei trabalhista está sendo desestruturada no governo Bolsonaro. "Em um ambiente onde muitas normas sobre o trabalho vão deixar de existir, tudo que tange o trabalho análogo à escravidão é preocupante", disse.
Diante dessa situação, segundo ele, a UGT tem se preocupado com a saúde do trabalhador e com o futuro das relações profissionais.
"Nós esperávamos que o governo Bolsonaro fosse pautado pelo atraso nas relações sociais", disse Wagner Gomes, secretário geral da CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil). De acordo com ele, "com esse posicionamento [de Bolsonaro], a sociedade brasileira caminha a passos largos para o obscurantismo".
Álvaro Egea, secretário geral da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), afirmou que a declaração do presidente sinaliza "um retrocesso institucional e civilizatório imenso". Na opinião dele, a população e o movimento sindical precisa "reagir e sair às ruas para protestar".
Bolsonaro (PSL) disse nesta quarta-feira que a prática de trabalho escravo tem que ser mais bem tipificada para que a punição seja restrita a quem cometeu o crime, mas atinja também quem está na área urbana.
"Quem pratica trabalho escravo tem que ter uma punição. Agora, por outro lado, vamos supor que o cara estava acorrentado lá, era o trabalho escravo, você tem que punir o Seu João, com 80 anos de idade. Ao você expropriar, você puniu a Dona Maria, que estava há 60 anos trabalhando com ele na fazenda, os filhos, que estavam há 40 anos trabalhando, os netos, que estavam há 20 anos trabalhando. Você pune todo mundo. A punição tem que atingir você, não todo mundo", disse ele.
Bolsonaro criticou as mesmas regras, que caracterizam trabalho análogo à escravidão, nesta terça-feira (30), em cerimônia no Palácio do Planalto. Ele disse que o governo discute mudanças no legislativo atual.
"Tem juristas que entendem que trabalho análogo à escravidão também é escravo", disse. Sem citar detalhes, afirmou que o aperfeiçoamento das normas "é muito bem-vindo".
"De acordo com quem vai autuar ou não aquele possível erro da função do trabalho, a pessoa vai responder por trabalho escravo. E aí, se for condenado, dada a confusão que existe na Constituição no meu entender, o elemento perde sua propriedade", afirmou o presidente.
A última portaria editada pelo governo federal, em 2017, detalha que para ser configurado um trabalho análogo à escravidão basta ele se enquadrar em um dos seguintes requisitos: trabalho forçado, jornada exaustiva, condição degradante de trabalho, restrição de locomoção em razão de dívida ou retenção no local de trabalho.
Sem citar números, Bolsonaro disse que no Brasil há uma "minoria insignificante" que explora seus trabalhadores de forma semelhante à escravidão.
Leia a nota completa da Força Sindical abaixo.
A Direção da Força Sindical lamenta a nefasta declaração do presidente da República Jair Bolsonaro que criticou a Medida (Portaria) que manda expropriar propriedade que explorar trabalho análogo à escravidão.
Tal declaração é um absurdo e remete a ideia de Casa Grande e Senzala dos tempos antigos, demonstrando claramente que o atual ocupante do Palácio do Planalto desconhece a realidade do mundo do trabalho no País. É preciso avisar o presidente da República que a escravidão foi abolida no Brasil em maio de 1888.
Infelizmente, a declaração atende a interesses espúrios de uma pequena parcela de maus empresários, principalmente do setor ruralista e do agronegócio.
É bom ressaltar que a fragilização institucional da fiscalização acarretará aumento da escravidão contemporânea, uma das mais graves violações aos direitos humanos, com a exposição do Brasil a sanções comerciais internacionais.
As entidades sindicais brasileiras, ao longo de muitas décadas, vêm promovendo inúmeras ações pelo fortalecimento do conceito de trabalho decente. No mundo globalizado, as normas do trabalho devem seguir as orientações da Organização Internacional do Trabalho – OIT, que defende o Trabalho Decente, cobra mais transparência nas relações capital e trabalho e uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores em todo o mundo.
Ressaltamos que qualquer mudança nas normas trabalhistas deve ser amplamente debatida nas comissões tripartites de forma democrática e transparente.
Miguel Torres - Presidente da Força Sindical
| Folha de S.Paulo (publicado em 31-07-2019) | | | | Quando olhamos o funcionamento da sociedade e sua ligação difusa e porosa com os mecanismos que produzem a sua subsistência material, estamos diante de um profundo mistério. Como, por exemplo, os produtores de sapatos “sabem” (sem o comando de uma autoridade) quantos, de que tamanho e que tipos devem produzir para atender à demanda? Qual sinal os informa?
Talvez a mais espetacular descoberta dos economistas tenha sido que o sinal é o sistema de preços do mercado, que reduz a demanda pela restrição da renda do consumidor e aumenta o incentivo dos produtores quando os preços sobem, o que restabelece o equilíbrio.
Quanto menor a interferência externa na formação dos preços em mercados competitivos, mais os preços estabelecidos refletem o seu “custo de oportunidade”, ou seja, o maior valor que poderia ser produzido de outros bens com os mesmos fatores de produção nele utilizados, o que significa que estamos no ponto ótimo de sua utilização. É por isso que a primeira qualidade de um sistema tributário é não interferir na formação dos preços competitivos.
Nosso problema, entretanto, é como fazer para retomar o crescimento robusto, única solução para o mais grave problema nacional: 13 milhões de desempregados? A resposta é fazer reformas que tornem mais competitiva nossa economia.
Na reforma da Previdência, o Executivo forneceu a diretriz, sem comprometer-se com ela. Foi politicamente “ajustada” na Câmara com o entusiasmado apoio de seu presidente, o ilustre deputado Rodrigo Maia, na montagem estratégica das comissões e na escolha inteligente dos atores principais.
No caso da reforma tributária, o quadro é muito diferente. A Câmara assumiu seu protagonismo apoiado no projeto do deputado Baleia Rossi/Appy, a PEC 45/2019; o Senado parece flertar com a PEC 293/2004, de autoria do ilustre ex-deputado Luiz Carlos Hauly, e o Executivo continua fechado em copas, mas revelou um apoio a um IVA Federal que admite a assimilação posterior de entes subnacionais com alíquotas por estes fixadas, o modelo canadense, o que supera possíveis objeções constitucionais à PEC 45/2019, mas namora um equivocado imposto sobre transações.
O melhor seria o ministro Guedes assumir o protagonismo da discussão e convidar um ou dois consagrados tributaristas canadenses comprometidos com a reforma que fizeram e promover um simpósio com tributaristas e economistas nacionais para apresentar ao Congresso uma só diretriz. Esse, com seu novo e bem-vindo protagonismo, a ajustaria politicamente para tentar obter o mesmo sucesso da reforma da Previdência.
Antonio Delfim Netto - Economista, ex-ministro da Fazenda (1967-1974). É autor de “O Problema do Café no Brasil”.
| Folha de S. Paulo (publicado em 31-07-2019) | | | | A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avaliou como positiva a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6%. Para a entidade, a decisão é justificada pela aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados, além do quadro de inflação sob controle.
“Por outro lado, o nível de desemprego ainda é alto e o câmbio se valorizou recentemente. Por isso, a queda dos juros pode contribuir para o equilíbrio econômico”, disse a entidade em nota. De acordo com a FecomercioSP, “reduzir a Selic é indispensável para acelerar a retomada do emprego e diminuir o custo da dívida, o que é muito relevante para um país com alto grau de endividamento como o Brasil”.
A entidade afirma na nota que apoia o processo de redução de juros e espera que seja o início de um ciclo de quedas.
Supermercados
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) avaliou como acertada a decisão do Copom em reduzir a taxa Selic para 6% ao ano e, por meio de nota, disse que os efeitos do corte serão sentidos pelos supermercadistas no médio prazo.
O corte, segundo o economista da Apas, Thiago Berka, vai beneficiar o setor supermercadista no sentido de reduzir as despesas financeiras e deixar os empresários mais confortáveis para investir.
Berka alerta, porém, que para que a redução da Selic tenha mais efetividade são necessárias mais medidas microeconômicas para reduzir a concentração bancária.
| Tribuna PR (publicado em 31-07-2019) | | | | O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) deixou a deflação registrada em junho, de 0,02%, e acelerou para alta de 0,31% em julho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (1). Frente a terceira quadrissemana, o avanço foi de 0,13 ponto porcentual, de 0,18%.
O resultado superou o teto de expectativas da pesquisa do Projeções Broadcast, de 0,30%. O piso era de 0,17% e a mediana, de 0,25%. Em 12 meses, o indicador também acelerou em relação período finalizado em junho (3,73%), marcando 3,87%.
Ante a terceira quadrissemana, o avanço ocorreu em seis dos oito grupos que compõem o indicador, sendo que a maior contribuição foi de Habitação (0,61% para 1,02%). Dentro dessa classe de despesa, a FGV destacou o item energia elétrica, que acelerou a alta de 3,04% para 5,56%, influenciado pela adoção da bandeira amarela no mês, em substituição à verde, e também pelo reajuste aos consumidores de São Paulo.
Também registraram acréscimo nas taxas de variação os segmentos de Transportes (-0,59% para -0,48%), com destaque para gasolina (-2,28% para -1,93%); Alimentação (0,29% para 0,35%), influenciado por frutas (1,37% para 3,38%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,33% para 0,38%), com contribuição de medicamentos em geral (0,01% para 0,20%); Vestuário (-0,30% para -0,24%), com influência de acessórios do vestuário (0,12% para 0,81%); e Despesas Diversas (0,29% para 0,35%), no qual a FGV destacou o comportamento de alimentos para animais domésticos (1,80% para 2,32%).
Em contrapartida, o grupo Educação, Leitura e Recreação apresentou decréscimo na taxa entre a terceira quadrissemana de julho e o fechamento do mês, de 0,23% para -0,03%, com influência de passagem aérea (5,50% para -3,55%).
Já o grupo Comunicação repetiu a taxa de 0,03% registrada na medição anterior. Em sentido ascendente, o maior impacto foi de tarifa de telefone residencial (0,00% para 0,03%), enquanto, no sentido contrário, aparece mensalidade para internet (0,39% para 0,32%).
Influências individuais
Entre as maiores influências de alta no IPC-S entre a terceira e a quarta quadrissemana, a FGV destacou cebola (19,54% para 29,26%), mamão papaia (24,70% para 31,48%), condomínio residencial (0,76% para 1,43%) e plano seguro de saúde (que manteve a taxa de 0,63%), além de energia elétrica.
Por outro lado, as principais contribuições de baixa são tomate (-5,31% para -9,57%), etanol (apesar da taxa mais elevada, de -3,58% para -3,49%), gás de bujão (-0,56% para -1,08%), além de gasolina e passagem aérea.
| Tribuna PR | | | | Selic foi reduzida a 6% e mercado espera terminar o ano em 5,5%
O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (31) o primeiro de uma série de cortes esperados para a taxa básica de juros do país.
A baixa de 0,5 ponto percentual leva a Selic para 6% após quase um ano e meio na mínima histórica de 6,50% ao ano.
A expectativa de consenso do mercado é que o juro encerre 2019 em 5,50%.
Para alguns economistas, o corte deveria ter vindo antes, dado o fraco desempenho da economia brasileira. Veja em gráficos por que o BC pode cortar ainda mais os juros do país.
O compromisso do BC é manter a inflação brasileira dentro da meta, atualmente em 4,25% ao ano, com uma tolerância que permite oscilação entre 2,75% e 5,75%.
No dado mais recente divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA em 12 meses está em 3,37%, ou seja, caminhando para o piso da meta.
Já o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, ficou ainda mais baixo em julho, em 3,27%
Para o final do ano, os economistas esperam uma leve alta do atual patamar, a 3,80%. Ainda abaixo do centro da meta da inflação, portanto
Desemprego
Um dos motivos para a inflação controlada no país é o desemprego, que, apesar de estar em queda, ainda é elevado.
Outro problema é que o desemprego está caindo porque mais pessoas estão trabalhando por conta própria ou na informalidade. Essas pessoas tendem a ter renda menor.
Consumo
Com a renda comprimida, o consumo apresenta dificuldades de recuperação.
As vendas do varejo têm dificuldade de recuperação. O setor de serviços e a produção industrial, que também dependem de pessoas com renda para consumir, patina
Crédito
Quando a renda está comprimida, um dos instrumentos para estimular o consumo é o crédito. Quando a Selic recua, o custo do crédito tende a diminuir, estimulando consumidores a contratarem empréstimos.
A queda dos juros também pode ajudar empresas a investir, porque diminui o custo de financiamento
Crescimento
Com medidas a queda dos juros, a expectativa é que o crescimento da economia brasileira possa ser maior que os 0,82% esperados pelo mercado atualmente.
O número é muito inferior que os mais de 2,5% previstos no começo do ano.
| Folha de S. Paulo (publicado em 01-08-2019) | | | | BC havia colocado como condição para o novo ciclo de cortes o avanço da reforma da Previdência
Com a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara, o Banco Central anunciou nesta quarta-feira (31) o primeiro corte na taxa básica de juros no governo Jair Bolsonaro.
De acordo com a instituição, essa deverá ser a primeira de uma série de reduções que dependerão do andamento dessa e de outras reformas na área econômica.
Em decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária), a Selic caiu de 6,5% para 6% ao ano. Esse é o menor patamar desde que a taxa passou a ser utilizada como instrumento de política monetária, em 1999.
Para esta reunião do comitê, as projeções do mercado estavam praticamente divididas entre um corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual. Agora, a expectativa dos analistas é de juros próximos de 5,5% ao ano no final de 2019.
"O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural", afirma o BC em seu comunicado.
A instituição também sinalizou que haverá novos cortes. "O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo."
Também nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, cortou a taxa de juros, para uma faixa de 2 a 2,25%. Foi a primeira redução desde a crise financeira que atingiu o país no final de 2008.
Apesar da economia fraca, da inflação abaixo da meta e da expectativa de queda de juros americanos e europeus, , o BC havia condicionado um corte na taxa à continuidade da agenda de reformas.
Segundo a instituição, uma eventual frustração das expectativas de aprovação da Previdência pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação, hoje sob controle.
"O Copom reconhece que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que a continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia."
O Comitê disse ainda que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação.
O BC enfatizou ainda o risco de uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas, o que pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação.
De acordo com o BC, as expectativas de inflação para 2019 e 2020 estão abaixo das metas para esses dois anos. O IPCA nos últimos 12 meses está em 3,37%, para uma meta de 4,25%.
"Com essa projeção da inflação de 3,6% em 2019, tem espaço para cortar mais. Cada corte de um ponto percentual na Selic tem um impacto de 0,3% na inflação", diz Jankiel dos Santos, economista do Santander.
A instituição financeira projeta mais dois cortes neste ano, o que levaria a taxa a 5% ao final de 2019, patamar que deve ser mantido em 2020.
Segundo o economista, o cenário de redução de juros muda apenas se a reforma da Previdência não passar no Senado ou se as demais economias globais encerrarem o ciclo de cortes.
A XP Investimentos está entre as instituições que esperavam um corte de 0,25 ponto percentual.
"Achávamos mais adequada uma redução gradual, pois não prevíamos um avanço tão rápido da reforma da Previdência quanto aconteceu", afirma Marcos Ross, economista da corretora.
O texto-base do projeto foi aprovado em primeiro turno no plenário da Câmara em 10 de julho, antes do recesso parlamentar, e ainda será votado novamente pelos deputados antes de ir ao Senado.
Além disso, para a XP, o BC poderia testar taxas de juros mais baixas por mais tempo com cortes graduais.
"Cortando mais e mais rápido, a Selic tem menos espaço de ficar em 5% por mais tempo", diz Ross.
Com decisão desta quarta, a corretora vê espaço, inclusive, para a taxa chegar a 4,5% em dezembro, caso os dados de inflação e atividade econômica não decepcionem e a reforma da Previdência seja aprovada. O cenário base, no entanto, é que a taxa termine o ano a 5%.
"Não é porque você corta o juro que tudo vai andar bem na economia. O corte é um dos elementos favoráveis, pois ele deixa o crédito mais barato e empresas mais confiantes. Para além da política monetária, que não traz crescimento estrutural, dependemos das pautas reformistas", afirma o economista.
André Perfeito, economista-chefe da Necton, também afirma que o BC adotou uma postura bastante ousada ao iniciar um novo ciclo de cortes com uma redução de 0,50 ponto percentual e falar em ajuste adicional no grau de estímulo. Principalmente diante dos riscos que ainda existem para a tramitação de reforma da Previdência.
Para ele, seria mais prudente "colocar o pé na água primeiro", antes de dar um mergulho dessa magnitude.
Em relação aos efeitos da política monetária sobre o crescimento do país, Jankiel, do Santander, afirma que há uma defasagem até que a medida possa impactar no crédito e outros indicadores.
"São três trimestres até vermos um impacto prático desta redução. Se eu corto juros hoje, até o consumidor perceber que está mais barato, demora", afirma Jankiel.
Em seu comunicado, o BC afirmou que indicadores recentes sugerem possibilidade de retomada do processo de recuperação da economia em ritmo gradual.
Antecipando-se ao BC brasileiro, a Caixa anunciou mais cedo um novo corte nos juros em linhas para pessoas físicas e empresas.
Após o resultado do Copom, o Itaú Unibanco também anunciou redução nas taxas de juros de suas linhas de crédito e disse que está repassando integralmente a seus clientes o corte na taxa básica. Para pessoa física, a redução será no empréstimo pessoal. Para pessoas jurídicas, no capital de giro.
Também nesta quarta, antes do anúncio do BC, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que estava torcendo por um corte de juros, mas disse que não iria influenciar na decisão. "Não sou o 'Dilmo' de calça comprida", disse.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 17 e 18 de setembro. O comitê ainda tem outras duas reuniões neste ano, em outubro e dezembro.
| Folha de S. Paulo (publicado em 01-08-2019) | | | | A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acertou ao reduzir em 0,50 ponto porcentual os juros básicos da economia, fixando a taxa Selic em 6% ao ano.
“O fraco desempenho da atividade, a inflação baixa e o movimento global de corte nos juros, especialmente nos países emergentes, justificam a decisão do Banco Central”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nota divulgada pela entidade.
Andrade acrescenta ainda a aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência pela Câmara como um passo importante para o ajuste de longo prazo das contas públicas. Para ele, “a conclusão da reforma abrirá caminho para novas reduções dos juros”.
Para a indústria, a taxa de juros ainda pode cair para 5,25% ao ano no final de 2019. Segundo Andrade, a queda dos juros é importante para estimular o consumo das famílias e os investimentos das empresas, além de reativar a economia.
Firjan e Fiesp
Duas das maiores entidades que representam a indústria brasileira, a Firjan, do Rio, e a Fiesp, de São Paulo, comemoraram a decisão do Banco Central de cortar a Selic de 6,5% para 6,0%, mas argumentam que é preciso mais ações para fazer a economia crescer mais, incluindo o avanço das reformas estruturais e novos cortes de juros.
“A Firjan acredita que a redução da taxa básica de juros vai na direção correta, estimulando o crescimento econômico sem correr o risco de perder o controle da inflação”, ressalta nota da entidade. “A Firjan reitera a necessidade da concretização da reforma previdenciária e ressalta a importância da inclusão de Estados e municípios”, ressalta o comunicado.
“A redução é positiva, mas já existe espaço para mais cortes na Selic”, defende o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, argumentando que a taxa poderia cair para o nível de 5% nos próximos encontros. “Com as projeções de inflação medidas pelo boletim Focus abaixo dos 4% desde maio – frente à meta de 4,25% – e as sucessivas revisões para baixo que temos verificado na projeções de crescimento para 2019, uma Selic na casa de 5% ao ano pode estimular a retomada do crescimento econômico e a geração de emprego que o Brasil tanto almeja”, afirma em comunicado.
| Tribuna PR (publicado em 31-07-2019) | | | | O Banco do Brasil acaba de anunciar redução de juros para pessoas físicas, jurídicas e no financiamento imobiliário, seguindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que cortou a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6,0% ao ano. As novas taxas entram em vigor a partir da próxima segunda-feira, dia 5.
Além do BB, mais cedo, a Caixa Econômica Federal anunciou redução horizontal de seus juros, com foco na pessoa física e jurídica, nas linhas de cheque especial, crédito pessoal e capital de giro. Um movimento de corte dos juros também é esperado por parte dos players privados, em linha com a decisão do Copom.
Com o anúncio do BB, as taxas mínimas do financiamento imobiliário para pessoa física passarão de 8,49% para 8,29% ao ano, nas linhas para aquisição de imóveis por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Na carteira hipotecária, o juro passou de 8,85% para 8,65% ao ano.
O financiamento para a compra de veículos também ficará mais barato. Na linha em que o cliente oferece seu automóvel como garantia, a taxa mínima pelo BB será reduzida de 1,57% para 1,53% ao mês. A condição vale apenas para contratações feitas no aplicativo do BB.
Já o juro do crédito para a compra de veículos novos e seminovos, contratados pelo mobile passará para 0,84% ao mês, ante 0,88% ao mês cobrados até então.
Nas linhas de empréstimo pessoal sem garantia, o BB reduzirá sua taxa mínima de 2,99% para 2,95% ao mês. No cheque especial, passará de 1,99% para 1,95% ao mês.
Empresas
O BB também cortará os juros para pessoas jurídicas. Na linha desconto de cheque – prazo de 30 dias, os juros mínimos passarão de 1,26% para 1,22% ao mês. Para o desconto de títulos (30 dias), a queda é de 1,16% para 1,12% ao mês.
Os juros para empresas tomarem capital de giro também foram cortados. As taxas mínimas das linhas BB Giro Digital e BB Giro Empresa para até 360 dias cairão de 2,52% para 2,48% ao mês e de 0,95% para 0,91% ao mês, respectivamente.
| Tribuna PR (publicado em 31-07-2019) | | | | Caixa se antecipou à redução e já havia comunicado diminuição de taxas para pessoas físicas e jurídicas
Após o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduzir a taxa básica Selic para 6% ao ano nesta quarta-feira (31), Banco do Brasil e Itaú Unibanco anunciaram o corte nas taxas de empréstimos para pessoas físicas e empresas.
A Caixa Econômica Federal já havia se antecipado ao movimento de redução e comunicado a diminuição de suas taxas para pessoas físicas e jurídicas durante a tarde desta quarta.
No caso do BB, os cortes foram no crédito para pessoas físicas, jurídicas e financiamento imobiliário, em taxas que passam a valer na próxima segunda (5). No crédito imobiliário, a taxa mínima no SFI (Sistema Financeiro de Habitação) cairá de 8,49% para 8,29%. O SFI abrange imóveis até R$ 1,5 milhão e permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Haverá redução ainda na linha de carteira hipotecária, em que os juros cairão de 8,85% para 8,65%.
O banco decidiu reduzir ainda os juros mínimos no crédito com garantia de veículo (de 1,57% para 1,53% ao mês) e no financiamento para compra de carros novos e seminovos (de 0,88% para 0,84%). No empréstimo pessoal sem garantia, a taxa mínima diminuirá de 2,99% para 2,95% ao mês.
No caso de empresas, a redução se deu em algumas linhas, como desconto de cheque, em que os juros vão cair de 1,26% ao mês para 1,22%.
Já o Itaú Unibanco afirmou que repassará integralmente, a partir de segunda, o corte de 0,5 ponto percentual na Selic. As diminuições se darão no crédito para pessoas físicas e em capital de giro para empresas. A instituição financeira não quis informar as taxas de juros cobradas hoje nas duas linhas.
Mais cedo, a Caixa anunciou corte de até 40% em algumas linhas de crédito para pessoas físicas e empresas.
Segundo o banco, a partir de 1º de agosto, a taxa máxima de cheque especial para pessoas físicas cairá de 13,45% ao mês para 9,99%.
No crédito pessoal tradicional, a taxa começará em 3,99% ao mês —antes, partia de 4,99% mensais. No empréstimo para quem recebe salário na Caixa, o juro diminuirá para 2,29% ao mês. No cartão de crédito, o banco decidiu isentar os clientes de pagar anuidade.
Para empresas, a Caixa também reduziu a taxa em algumas linhas. No cheque especial, o recuo foi de 14,95% para 9,99% mensais. O empréstimo de antecipação de recebíveis caiu de 1,89% para 1,85% ao mês.
Além disso, o banco decidiu oferecer a partir de 19 de agosto, para pessoas físicas e jurídicas, o chamado pacote Caixa Sim.
Para quem contratar, as taxas no cheque especial cairão para 8,99%, para pessoas físicas e empresas.
No crédito pessoal tradicional e para conta-salário, as taxas para pessoas são iguais às de clientes que não têm o pacote.
A vantagem, para as pessoas físicas que contratarem o pacote, é que o valor mensal pago em tarifa (R$ 25) será devolvido ao cliente em bônus para celular. O produto inclui um seguro de vida prestamista com cobertura de até R$ 4.000 de operações de crédito, em caso de sinistro.
Para empresas, a tarifa é de R$ 49,50, mas sem reversão de crédito para celular e sem o seguro.
| Folha de S. Paulo (publicado em 31-07-2019) | | | | Apesar da coincidência, não há sinais de que as duas instituições iniciaram um ciclo de cortes de juros
As decisões dos comitês de política monetária dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos reduziram a diferença entre as taxas de juros nos dois países a 3,75 pontos percentuais.
Trata-se de patamar inédito desde que o Banco Central do Brasil passou a usar a taxa Selic como instrumento de política monetária, em 1999.
Essa diferença, que era de quase 40 pontos naquela época, oscilou durante esses 20 anos refletindo um certo descompasso entre o ritmo das duas maiores economias da América.
Apesar da coincidência de movimentos nesta quarta-feira (31), não há sinais de que as duas instituições iniciaram um ciclo de cortes de juros.
De acordo com André Perfeito, economista-chefe da Necton, o BC brasileiro promoveu um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic e já falou em cortes adicionais.
O banco central norte-americano, por outro lado, promoveu uma redução de 0,25 ponto e não sinalizou que haverá novas reduções da taxa nos próximos meses.
Com isso, a diferença entre as taxas de cair ainda mais, retirando a atratividade do ganho com a diferença de juros nos dois países.
"Com um diferencial de juros tão baixo, a gente tem um desestímulo a operações de arbitragem entre as taxas de juros e ao fluxo de câmbio", afirma o economista.
"Esse mercado pode enfrentar alguma volatilidade até entender qual é plano do BC e qual o plano do Fed [Federal Reserve]."
Nos últimos dois anos, o diferencial de juros caiu cerca de 40%, enquanto o risco-país recuou cerca de 15%.
Marcos Ross, economista da XP Investimentos, afirma que o diferencial de juros está apertado, mas que existe a possibilidade de o Brasil voltar a crescer e os Estados Unidos desacelerarem mais.
"Há chances de isso acontecer com as reformas. O Brasil já está com um patamar de juros adequado para o investidor estrangeiro.
Para ele, importa mais a relação dívida/PIB do que a Selic para investir. O estrangeiro é o primeiro a sair e o último a entrar."
| Folha de S. Paulo | | | | Valores entram em vigor já nesta quinta-feira (1)
A Petrobras anunciou que a partir desta quinta-feira (1) os preços da gasolina e do diesel serão reajustados, com aumento em ambos.
A gasolina terá um reajuste médio de R$ 0,0658, enquanto o aumento no diesel será de R$ 0,0757.
Com isso, o preço médio da gasolina nas refinarias vai de R$ 1,6457 para R$ 1,7115 (3,99%), no que representa a primeira alta em três meses.
Já o diesel nas refinarias foi de R$ 2,0205 para R$ 2,0962 (3,74%), também a primeira alta em um mês.
Os preços consideram valores à vista, sem encargos e sem tributos, praticados nas modalidades de venda padrão nos diversos locais de entrega, disse a Petrobras.
"Nossa política de preços para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo", informa a petroleira.
| Folha de S. Paulo (publicado em 1-07-2019) | | | | Perspectiva é consolidar a posição do GDE, com vendas de 1,4 bilhão de litros por ano
A gigante do setor de energia e commodities Vitol anunciou nesta terça (31) a compra de 50% do GDE (Grupo Dislub Equador), sexta maior rede de postos do país.
Não foi a primeira aquisição da Vitol no Brasil, ainda altamente concentrado nas mãos de companhias como BR, Raízen e Ipiranga.
Em outubro de 2018, a Vitol já havia adquirido 50% da empresa de distribuição de combustíveis Rodoil, líder do setor no Sul.
A GDE abastece cerca de 430 postos bandeirados e outros clientes em 15 estados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Com o negócio, a perspectiva é consolidar a posição do GDE, com vendas de 1,4 bilhão de litros por ano e faturamento anual de R$ 5 bilhões.
Também no ano passado, a multinacional Glencore havia comprado 78% de participação na Ale Combustíveis, quarta maior distribuidora do Brasil.
O grupo Total anunciou ainda em 2018 o negócio de distribuição do Grupo Zema no Brasil, com uma rede de 280 postos de serviços e instalações de armazenamento de derivados de petróleo e etanol, localizados principalmente em Minas, Goiás e Mato Grosso.
| Folha de S. Paulo (publicado em 31-07-2019) | | | |
|
| | |
|
|