| 02 de JUlho de 2020
Quinta-feira
- Medidas emergenciais anunciadas pelos governos - atualizado - 02/07/2020
- Produção industrial sobe 7% em maio ante abril, revela IBGE
- Produção industrial recua em 22 das 26 atividades em maio ante maio de 2019
- Artigo: É preciso salvar empresas e empregos
- Senado analisa MP que oferece R$ 40 bi para empresas pagarem salários
- Indústrias do Mercosul pedem diálogo com governos do bloco
- PMI industrial sobe para 51,6 pontos em junho, diz IHS Markit
- 83% das empresas afirmam que precisarão de mais inovação para sobreviver no pós-pandemia, aponta CNI
- Parceria CNI-SOSA possibilitará que empresas brasileiras participem do desenvolvimento mundial
- Queda das importações faz balança comercial bater recorde em junho
- Produção de automóveis puxa alta na indústria, ainda longe de perdas da pandemia
- Tesla passa Toyota e se torna montadora mais valiosa
- Pesquisa inédita testa impressão 3D com máquina de solda
- Novo decreto atualiza normas válidas para as sete regionais da Saúde
- Governo do PR faz mudanças em decreto de 'lockdown parcial', inclusive no transporte coletivo
- 35% dos bares e restaurantes do país já fecharam as portas, mas número pode ser maior
- Com limitação de 30%, supermercados de Curitiba já registram filas e Apras prevê 'correria'
- Centro de Curitiba tem maioria das lojas fechadas, mas muita gente nas ruas no primeiro dia do 'lockdown parcial'
- Municípios reconhecem empenho do Congresso no combate à pandemia, diz prefeito
- Entregadores defendem preço mínimo por corrida unificado a todos os apps
- Nova contagem de tempo do INSS pode facilitar aposentadoria
- Airbus demitirá 15 mil trabalhadores antecipando desaceleração longa nas viagens aéreas
- Sanepar suspende rodízio no abastecimento de água em Curitiba e Região por dois dias
- IPC-S acelera em todas as 7 capitais pesquisadas no fechamento de junho, diz FGV
- Artigo: O que é usinagem por descarga elétrica e como funciona?
- Artigo: Indústria 4.0 depende da convergência entre OT e TI para avançar no Brasil
- Pesquisa mostra que apenas 3% dos RHs brasileiros já passaram por Transformação Digital
- Filosa: “O setor automotivo tem obrigação de mudar. Empresas precisam espelhar a sociedade
- Mercedes-Benz passa a produzir em dois turnos em São Bernardo do Campo
- Junho soma 122.790 emplacamentos
- Ceva renova contrato para operar centro de peças da Volkswagen
- Que fim levaram as três fábricas da Ford fechadas em São Paulo
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Câmbio
Em 02/07/2020
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Compra
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Venda
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Dólar
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Euro
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Fonte: BACEN
| | | | Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
GOVERNO FEDERAL
Ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 73, de 2020, do Congresso Nacional. Prorroga, por sessenta dias, a Medida Provisória nº 960, de 30 de abril de 2020, que "Prorroga os prazos de suspensão de pagamentos de tributos previstos nos atos concessórios do regime especial dedrawback, que tenham sido prorrogados por um ano pela autoridade fiscal e tenham termo em 2020".
ortaria nº 215/DPC, de 30 de junho de 2020, do Ministério da Defesa. Altera os prazos estabelecidos nas Portarias no 459/2019, …
GOVERNO FEDERAL
Ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 73, de 2020, do Congresso Nacional. Prorroga, por sessenta dias, a Medida Provisória nº 960, de 30 de abril de 2020, que "Prorroga os prazos de suspensão de pagamentos de tributos previstos nos atos concessórios do regime especial dedrawback, que tenham sido prorrogados por um ano pela autoridade fiscal e tenham termo em 2020".
Portaria nº 215/DPC, de 30 de junho de 2020, do Ministério da Defesa. Altera os prazos estabelecidos nas Portarias no 459/2019, 85/2020, 86/2020 e 155/2020 que prorrogam a validade dos Certificados de Aquaviários e não Aquaviários, Certificados Estatutários, de Vistorias e outros documentos.
Portaria nº 1.086, de 29 de junho de 2020, do Ministério da Economia. Altera a Portaria RFB nº 696, de 9 de abril de 2020, que disciplina, no âmbito da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB), a aplicação da suspensão das disposições normativas que restringem o percentual de servidores designados para trabalho remoto e das que estabelecem acréscimo de produtividade a que se refere o § 3º do art. 6º-A da Instrução Normativa SGP/SEDGG/ME nº 19, de 12 de março de 2020, em virtude das medidas de proteção para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19).
Portaria nº 144, de 1 de julho de 2020, do Ministério da Economia. Altera a Portaria SRRF05 nº 71, de 23 de março de 2020, que disciplina o atendimento ao contribuinte no âmbito das unidades da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil na 5ª Região Fiscal, para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (SARS-CoV-2).
Portaria nº 445, de 29 de junho de 2020, do Ministério da Economia. Regulamenta os procedimentos a serem observados pelas empresas com projetos industriais que usufruem dos incentivos fiscais da ZONA FRANCA DE MANAUS em razão das medidas de prevenção para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19) no âmbito da SUFRAMA.
Circular nº 916, de 1 de julho de 2020, do Ministério da Economia. Regulamenta a suspensão temporária de pagamentos relativos a financiamentos para mobilidade urbana.
Portaria nº 1.666, de 1 de julho de 2020, do Ministério da Saúde. Dispõe sobre a transferência de recursos financeiros aos Estados, Distrito Federal e Municípios para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da Coronavírus - COVID 19. Edição Extra do dia 01/07/2020.
GOVERNO ESTADUAL
Decreto nº 4.951, do poder Executivo. Altera dispositivos do Decreto nº 4.942, de 30 de junho de 2020.
Resolução SESA nº 855/2020, da Secretaria de Saúde. Determina às indústrias de abate e processamento de carnes em todas as suas plantas frigoríficas a adoção de medidas de prevenção e controle da transmissão do SARS-CoV-2 no âmbito do Paraná.
Resolução CES/PR nº 006/2020, da Secretaria de Saúde. Recomenda ao gestor Estadual e aos gestores Municipais que promovam e adotem medidas restritivas da circulação e aglomeração de pessoas em locais públicos e de atividades profissionais em regime de quarentena ou “lockdown” objetivando a diminuição da circulação viral para a redução do contágio e as condições mais adequadas para o tratamento das pessoas acometidas pela COVID-19.
GOVERNO MUNICIPAL
Decreto nº 148/2020, de Balsa Nova. Estabelece medidas restritivas às atividades e serviços como mecanismo de enfrentamento da Emergência em Saúde Pública, decorrente do novo Coronavírus, de acordo com o Decreto nº 4.942, de 30 de junho de 2020, do Governo do Estado do Paraná e dá outras providências.
Nota de Esclarecimento, de Campina Grande do Sul .A Prefeitura Municipal de Campina Grande do Sul informa que está estudando, através da assessoria jurídica, o Decreto Estadual nº. 4942/2020, a fim de adequar tal norma às peculiaridades locais, devendo, por ora, ser respeitado o Decreto Municipal nº. 1325/2020.
Decreto nº 199/2020, de Contenda. Estabelece medidas restritivas às atividades e serviços como mecanismo de enfrentamento da Emergência em Saúde Pública, decorrente do novo Coronavírus, para o município de Contenda/PR, de acordo com o Decreto nº 4.942, de 30 de junho de 2020, do Governo do Estado do Paraná e dá outras providências.
Decreto nº 5.500,de Rio Branco do Sul. Dispõe sobre a regulamentação do auxílio emergencial ao transporte coletivo nas linhas Rio Branco do Sul - Curitiba - Rio Branco do Sul aos Munícipes residentes no Município de Rio Branco do Sul, e dá outras providências.
Decreto n° 3.865, de São José dos Pinhais. Dispõe sobre novas medidas restritivas às atividades e serviços como mecanismo de enfrentamento da emergência em Saúde Pública – COVID-19 e de acordo com as recomendações estabelecidas pelo Estado do Paraná através do Decreto Estadual nº 4.942 de 30 de junho de 2020 e dá outras providências.
Decreto nº 487/2020, de Pinhais. Dispõe sobre novas medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública, em decorrência da Infecção Humana pela COVID-19, em atendimento ao contido no Decreto Estadual nº 4942/2020.
Nota de Esclarecimento, de Cafelândia. O Decreto Estadual limitou o poder dos Municípios de decretar regras diferentes apenas quando entenderem que as regras devam ser mais severas, ou seja, as regras estaduais são, a partir de hoje, as que valem no território de Cafelândia, podendo o Município apenas emitir regras mais limitativas que a do Estado.
Nota de Esclarecimento, de Ibiporã. Prefeitura aguarda reunião com prefeitos da Amepar na tarde desta quarta-feira (01) para definir posicionamento do Município sobre decreto estadual que determina quarentena em sete regiões do Estado.
Nota de Esclarecimento, de São Miguel do Iguaçu. O Município de São Miguel do Iguaçu vem através desta nota esclarecer que, o Decreto Federal nº 13.979/2020 dispõe sobre serviços essenciais durante a pandemia do novo Coronavírus, e o Decreto Estadual nº 4.317/2020 corrobora com o que são esses serviços. Devido ao aumento dos casos, ontem (30) o Governo do Estado do Paraná publicou outro Decreto (nº 4.942/2020) recomendando o fechamento das atividades não essenciais. Diante disso, os Decretos Municipais de São Miguel do Iguaçu que foram publicados no Diário Oficial Eletrônico desde o início da pandemia no Brasil, vão além das recomendações que o Governo do Estado determinou.
Decreto nº 154/2020, de Itaipulândia no Brasil. Dispõe sobre medidas a serem adotadas nas repartições públicas do Município de Itaipulândia, em atendimento ao disposto no Decreto nº 4.942, de 30 de junho de 2020, do Governo do Estado do Paraná, em que suspende as atividades econômicas não essenciais, pelo período de 14 (quatorze) dias como medida de enfrentamento da emergência da saúde pública em decorrência da infecção humana pela COVID-19, e dá outras providências.
“Decreto nº 1.093”, de Bocaiuva do Sul. Dispõe sobre novas medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública, em decorrência da Infecção Humana pela COVID-19, para o Município de Bocaiúva do Sul, conforme deliberações do Fórum Metropolitano de Combate a Covid-19.
“Decreto nº 1.089”, de Bocaiuva do Sul. Dispõe sobre novas medidas para enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente da Infecção Humana pelo COVID-19 e dá outras providências.
“Decreto nº 1.039”, de Bocaiuva do Sul. Dispõe sobre as alterações de prazos das obrigações fiscais em decorrência da pandemia de COVID-19.
Decreto nº 216”, de Campo Largo. Procede a abertura de um Crédito Adicional Extraordinário no Orçamento do Município de Campo Largo para o exercício de 2020 e efetua outros procedimentos de natureza orçamentária.
“Decreto nº 043”, de Colombo. Recepciona no âmbito do Município de Colombo, as medidas restritivas para enfrentamento da COVID-19, estabelecidas no Decreto Estadual n° 4942 de 30 de junho de 2020.
“Decreto nº 7.483*, de Quatro Barras. Dispõe sobre a aplicabilidade do Decreto Estadual nº 4942, de 30 de junho de 2020, que “Dispõe sobre medidas restritivas regionalizadas para o enfrentamento da COVID19” no Município de Quatro Barras, e dá outras providências.
Decreto nº 774, de Londrina. Restabelece as medidas de restrição previstas pelo Decreto Municipal nº 541, de 04 de maio de 2020 e pelo Decreto Municipal nº 558, de 07 de maio de 2020.
Decreto nº 28.264, de Foz do Iguaçu. Ratifica no âmbito do Município de Foz do Iguaçu, as medidas constantes no Decreto no 4.942, de 30 de junho de 2020, do Governo do Estado do Paraná, suspendendo as atividades econômicas não essenciais, pelo período de 14 (quatorze) dias como medida de enfrentamento da emergência da saúde pública em decorrência da infecção humana pela COVID-19.
Portaria nº 9/2020 – ipplam, de Maringá. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá, Estado do Paraná, neste ato representado por Edson Luiz Cardoso Pereira, no uso de suas atribuições legais, considerando a necessidade de medidas para combate e prevenção ao COVID-19 (novo Coronavírus) e o Decreto nº 798/2020, que permite a realização das Audiências Públicas no Município.
Portaria nº 006/2020-seide, de Maringá. Dispõe sobre medidas adicionais àquelas dispostas no decreto n° 445/2020 que declarou situação de emergência em saúde pública, bem como àquelas dispostas nos demais atos que definem medidas para enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (covid-19).
Portaria Nº 055/2020 – Saúde, de Maringá Medidas restritivas da Secretária de Saúde de Maringá.
Edital de Chamamento Público, de Maringá. Edital de chamamento público para apresentação de soluções inovadoras.
Decreto nº 919, de Maringá. Dispõe sobre a prorrogação dos prazos estabelecidos pelos decretos 862/2020 e 889/2020 e outras medidas adicionais para o período de enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (covid-19).
| Sistema FIEP | | | | A produção industrial subiu 7% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quinta-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado superou a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, calculada em 6,15%, e ficou dentro do intervalo de previsões, de queda de 1,50% a avanço de 12,20%.
Em relação a maio de 2019, a produção caiu 21,9%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma queda de 28,9% a 17,1%, com mediana negativa de 22,2%. A indústria acumula queda de 11,2% no ano de 2020. Em 12 meses, a produção acumula baixa de 5,4%.
A produção da indústria de bens de capital cresceu 28,7% em maio ante abril, informou o IBGE. Na comparação com maio de 2019, o indicador recuou 39,4%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF). No acumulado em 12 meses, houve redução de 9,6% na produção de bens de capital.
Em relação aos bens de consumo, a produção registrou alta de 14,5% na passagem de abril para maio. Na comparação com maio de 2019, houve redução de 31%. No acumulado em 12 meses, a produção de bens de consumo diminuiu 6,3%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção aumentou 92,5% em maio ante abril. Em relação a maio de 2019, houve queda de 69,7%. Em 12 meses, a produção diminuiu 14,7%.
Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve elevação de 8,4% na produção em maio ante abril. Na comparação com maio do ano anterior, a produção caiu 19,3%. A taxa em 12 meses ficou negativa em 4,0%.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção subiu 5,2% em maio ante abril. Em relação a maio do ano passado, houve uma queda de 14,6%. No acumulado em 12 meses, os bens intermediários tiveram redução de 4,2%.
O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou queda de 8% em maio.
| Bem Paraná | | | | A queda de 21,9% registrada pela indústria em maio de 2020 ante maio de 2019 foi decorrente de perdas na produção em 22 das 26 atividades pesquisadas, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além dos reflexos negativos da pandemia do novo coronavírus, o efeito-calendário negativo contribuiu para intensificar a magnitude de perdas na produção, segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. O mês de maio de 2020 teve dois dias úteis a menos do que maio de 2019.
Entre as atividades, o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias despencou 74,5%, a maior influência negativa para a média da indústria. Houve perdas relevantes ainda nos ramos de máquinas e equipamentos (-35,5%), metalurgia (-28,0%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-60,8%), produtos de borracha e de material plástico (-26,4%), outros produtos químicos (-17,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-36,5%), couro, artigos para viagem e calçados (-56,3%), produtos de minerais não-metálicos (-25,0%), produtos de metal (-25,0%), outros equipamentos de transporte (-71,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-31,1%), produtos têxteis (-46,5%), indústrias extrativas (-5,7%), produtos diversos (-50,6%) e bebidas (-16,5%).
Entre as quatro atividades que apontaram expansão na produção em relação a maio do ano passado, os avanços mais relevantes foram registrados por produtos alimentícios (2,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,6%).
O Índice de Difusão da indústria - que mostra o porcentual de produtos investigados com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior - desceu de 19,1% em abril para 17,3% em maio, o pior desempenho da série histórica.
"É o pior da série. O segundo porcentual mais baixo foi o do mês passado. O Índice de Difusão há oito meses está mostrando predomínio de produtos com taxas negativas. Não é um movimento de agora, mas houve aumento de intensidade de produtos com taxas negativas", frisou Macedo.
Segundo o gerente do IBGE, a flexibilização das medidas de isolamento social no combate à covid-19 pode levar a algum tipo de melhora da produção industrial no País nos próximos meses.
"Uma maior flexibilização pode se traduzir em resultado melhor à frente, mas sempre tendo a ressalva de que é um crescimento que se dá sobre uma base de comparação depreciada", ressaltou Macedo.
No caso de uma eventual necessidade de novo endurecimento das medidas de isolamento social, se a crise sanitária voltar a piorar, um novo fechamento de plantas industriais poderia novamente ter reflexos sobre a produção.
"A priori não tenho como dizer se esse movimento de crescimento (de maio ante abril) vai permanecer", disse Macedo. "(A indústria) Pode ter também problemas de natureza de demanda menor do âmbito doméstico. Com os dados do mercado de trabalho com contingente importante de pessoas fora dele, o ritmo da produção também vai estar diretamente associado à dinâmica desse demanda doméstica.
E tem a questão do mercado externo, as exportações, para onde (a indústria) vai escoar a produção. São vários fatores que podem de alguma forma acelerar ou evitar a recuperação dessa produção industrial", alertou o pesquisador.
| Jornal O Estado de Minas | | | | O setor de transporte de cargas sofreu uma forte colisão com a pandemia da Covid-19. Com os negócios em ascensão até o primeiro bimestre de 2020, empresários que atuam no setor estão se vendo em cenário bastante crítico e com dificuldades de obter apoio governamental para salvar seus negócios.
De maneira prática isso significa que as ações anunciadas pelos governos (federal, estaduais e municipais) para apoiar o setor, durante a crise que se instalou, ainda não chegaram às empresas e não representaram o socorro emergencial necessário.
A terceira rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte - Covid-19, da Confederação Nacional do Transporte (CNT) realizada na primeira quinzena de junho com empreendedores do setor em todo o Brasil – incluindo o estado do Paraná, mostra que 80% dos transportadores tiveram redução de demanda em maio, sendo que 64% dos entrevistados apresentaram queda no faturamento no mesmo mês. Outros 74% estimam um cenário negativo nos próximos quatro meses.
No Paraná o cenário é bastante similar. O setor de transporte de cargas é fatia significativa de 6% do PIB Estadual, formado por mais de 20 mil empresas, as quais juntas, empregam mais de 200 mil pessoas. Ou seja, é um bolo bastante expressivo da economia.
Porém, os empresários também reclamam da dificuldade em ter acesso ao crédito que possa dar fôlego aos seus negócios neste período de pandemia.
Eles engrossam o coro, apurado pela pesquisa da CNT em todo o Brasil, que mostra que 34% dos empreendedores do setor estão com a capacidade de pagamento muito comprometida e que outros 42% já recorreram a crédito desde o início da pandemia e, pasmem: 44,8% desses, tiveram a solicitação de crédito para capital de giro negada.
Analisando esses números e conversando com muitos desses empresários, chega-se à conclusão de que existe algo errado neste contexto. Os discursos dos governos – de todas as esferas - é de que o emprego precisa ser mantido.
Algo que parece óbvio para uma nação que deseja retomar suas atividades. Mas, para se ter a população economicamente ativa, empregada é necessário, antes de mais nada salvar os negócios. E isso não está acontecendo. Discurso e prática estão divergindo.
Segundo o mesmo empresariado, com a negativa nos pedidos de crédito, as empresas se viram obrigadas a lançar mão de medidas de ajuste nas relações de trabalho – previstas na Medida Provisória 936. Sendo assim, 45,6% delas já adotaram a suspensão temporária do contrato de trabalho, outros 42,2% aplicou redução proporcional de carga horária e salários e 38% afirmam que, infelizmente, já efetuaram demissões.
A crítica aqui é: se tem crédito, o governo, principalmente o Federal, precisa ser mais ágil. Há recursos, porém grande parte represado.
O que falta neste sentido é uma operacionalização adequada de pessoas técnicas que possam se dedicar a fazer com que o crédito chegue as mãos sem burocracia, de maneira que o dinheiro público seja protegido, mas que efetivamente circule para um bem maior. Somente editar medidas provisórias ou sancionar leis não atende. É preciso fazer valer – é preciso vislumbrar resultados dos atos.
As instituições financeiras também têm uma grande parte de responsabilidade neste cenário. Elas estão trabalhando ainda no modo "2019", onde a exigência para se conseguir o crédito hoje sãos as mesmas para cenários onde a economia nem imaginava um vírus pandêmico.
E, de quebra ainda, algumas praticam juros exorbitantes. Tudo o que for acima de 1% ao mês é algo fora da realidade. Para quem está do lado de cá no balcão, o empresário, parece até que falta vontade e empenho em disponibilizar esse capital.
Essas instituições precisam rever com rapidez essas exigências e traçar um plano emergencial efetivo – ou seja, uma proposta para atender o agora – algo que não vai perdurar para sempre. Desta forma todos ganham, inclusive elas mesmas."
"É verdade, porém, que muitas dizem que o risco é altíssimo para se liberar o crédito por não se ter um cenário definido lá na frente. Sabe-se também que para isso elas dependem de ordens do próprio governo para poder oferecer taxas mais maleáveis. Logo, também cabe a elas propor alternativas ao governo, mostrando que os gargalos não estão permitindo o recurso chegar a ponta. E, cá para nós, o ente governamental, neste momento, nem deveria de pensar em cobrar juros. Deveria estar preocupado mesmo é em salvar empresas e empregos. Isso sim é fazer um bom colchão de investimentos para o futuro. A demora em dar uma resposta está sufocando muitos empresários.
Contudo, é importante frisar que ninguém está pedindo nada de graça. O que se exige é que o dinheiro proveniente de impostos pagos pelas empresas e pela sociedade possa retornar em forma de benefícios aos contribuintes neste momento de pandemia. É valor disponibilizado que será pago por elas no futuro. São linhas de crédito que, além de salvar empresas, também vão contribuir para que a economia de milhares de famílias brasileiras não sofra ainda mais com o desemprego em um setor tão estratégico para todo o país.
Coronel Sérgio Malucelli é presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná e do Conselho Estadual do Sest Senat no Paraná"
| Gazeta do Povo (publicado em 01-07-2020) | | |
O Senado recebeu nesta quarta-feira (1º) a Medida Provisória (MP) 944/2020, aprovada na véspera pela Câmara dos Deputados. A MP abre crédito de até R$ 40 bilhões para que pequenas e médias empresas (PMEs) possam honrar salários ou dívidas trabalhistas com seus funcionários. A medida é uma tentativa de ajudar as PMEs e os trabalhadores a atravessar a forte crise econômica que se abateu sobre o país com a pandemia de coronavírus.
Pelo texto, o Programa Emergencial de Suporte a Empregos é lastreado no repasse de R$ 34 bilhões de reais da União para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que será o agente financeiro do governo. Outros R$ 6 bilhões (15% do total) devem ser oferecidos pelos bancos privados às PMEs. Com isso, cada linha de crédito deve manter essa proporção, com o poder público assumindo 85% do risco operacional de cada empréstimo.
Empresários, sociedades empresariais ou cooperativas (exceto as de crédito), organizações da sociedade civil e empregadores rurais (pessoas físicas e jurídicas) poderão acessar as linhas de crédito, até dia 31 de outubro, para cobrir o período de emergência sanitária. Mas o empréstimo só será concedido a quem, em 2019, obteve receita bruta entre R$ 360 mil e R$ 50 milhões.
Taxa de juros
A taxa de juros das operações será de 3,75% ao ano, com prazo para de 36 meses para quitação e carência, já incluída neste prazo, de seis meses para começar a pagar.
Para conceder os empréstimos, os bancos poderão seguir suas próprias políticas, com consultas a sistemas de proteção ao crédito e registros de inadimplência referentes aos seis meses anteriores. Os riscos de inadimplência e perdas financeiras serão suportados na mesma proporção da participação (85% de recursos públicos e 15% de recursos privados).
Na conta do empregado
Caso o empregador realize o pagamento da folha de salários no banco com o qual negociar o empréstimo, o pagamento aos funcionários deverá ser feito diretamente pelo banco. De qualquer modo, o pagamento será feito por meio de depósito direto na conta titular do trabalhador.
As empresas ficam proibidas de demitir funcionários, na proporção em que participarem do programa. Por exemplo: se a linha de crédito acessada cobrir 100% da folha de pagamento, então nenhum empregado poderá ser demitido sem justa causa por um prazo que vai até 60 dias após o recebimento da última parcela do empréstimo. Se a linha de crédito cobrir 75% da folha, então um quarto dos trabalhadores poderá ser demitido, e assim sucessivamente.
Os pedidos de empréstimo podem ser feitos no valor de até dois salários mínimos por empregado (R$ 2.090). Sob nenhuma hipótese o contratante poderá se valer dos recursos para finalidade diferente do pagamento de salários ou verbas trabalhistas. Se for constatado outro tipo de gasto, o vencimento da dívida será antecipado.
Verbas trabalhistas
O empregador poderá usar os recursos para quitar verbas trabalhistas decorrentes de condenações transitadas em julgado na Justiça do Trabalho, e referentes a execuções que tenham começado desde o início da calamidade pública do coronavírus (20 de março), ou que venham a ocorrer até 18 meses após o fim da vigência do estado de calamidade.
Como o decreto que institui a calamidade pública por causa da covid-19 tem vigência até 31 de dezembro de 2020, estariam abarcados os processos iniciados até junho de 2022. Poderão ser financiados também débitos resultantes de acordos homologados, inclusive extrajudiciais, nesse mesmo período.
Poderão ser financiadas ainda verbas rescisórias pagas ou pendentes, decorrentes de demissões sem justa causa ocorridas entre 20 de março e a data de publicação da futura lei, inclusive os débitos relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), contanto que haja a recontratação do empregado demitido.
O texto considera o acesso a este tipo de linha de crédito uma confissão de dívida irrevogável, limitando o valor a R$ 15 mil para o total de dívidas e a R$ 15 mil por contrato de trabalho, no caso do FGTS, quando comprovada a recontratação pelo mesmo empregador. Essa recontratação também deverá perdurar por 60 dias, sob pena do vencimento antecipado da dívida.
Incentivo ao turismo
Foi incluído pelo relator da MP na Câmara, deputado Zé Vitor (PL-MG), artigo permitindo que o Fundo Geral do Turismo (Fungetur) libere dinheiro para agentes financeiros credenciados concederem empréstimos com pagamento de taxa efetiva de juros de 1% ao ano ao Fundo. Os recursos só poderão ser usados na manutenção ou eventual geração de empregos no setor, um dos mais afetados pela pandemia.
O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe - Lei 13.999, de 2020) permite aos bancos que concedem empréstimos com recursos do Fungetur, contar com a garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO), podendo chegar a até 100% em cada operação.
O Senado tem até o dia 31 de julho para analisar a MP 944/2020, podendo inclusive modificá-la.
| Senado Notícias ( publicado em 01-07-2020) | | | | Declaração conjunta foi assinada por CNI e congêneres nesta terça (30)
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) assinou nesta terça (30) uma declaração com a União Industrial Argentina, a União Industrial Paraguaia e a Câmara de Indústrias do Uruguai em defesa da importância do Mercosul para o crescimento do setor.
Segundo a entidade, o documento também pede mais diálogo entre o setor privado e os governos do grupo. A declaração foi aprovada por representes do conselho industrial do Mercosul na véspera da reunião da cúpula dos presidentes do bloco, que será online nesta quinta-feira (2).
| Folha de S.Paulo ( publicado em 01-07-2020) | | | | O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) Industrial deu um salto entre maio e junho, saindo de 38,3 pontos para 51,6 pontos, patamar que já indica alguma expansão da atividade (acima de 50 pontos), informou a IHS Markit nesta quarta-feira, 1º de julho. Foi o primeiro mês de crescimento desde fevereiro.
Desde então, a pesquisa mostrava patamares baixos em função da crise desencadeada pelo coronavírus.
Segundo a IHS Markit, o retorno à expansão dos volumes de produção e de novos pedidos foi o que sustentou o PMI em junho.
"Contudo, o crescimento foi principalmente a nível interno - já que as vendas para exportação continuaram a cair - e os entrevistados continuaram a mencionar que os volumes de novos negócios permanecem, de um modo geral, extremamente baixos quando comparados com os observados antes do início da pandemia."
Então, com a operação abaixo da capacidade, as empresas também continuaram a cortar tanto os níveis de empregos quanto a atividade de compra, embora a taxas mais baixas do que no mês anterior, revela a nota da IHS Markit.
"As empresas indicaram uma necessidade de reduzir os custos nas suas fábricas, tanto os relativos à quantidade de compras quanto ao número de empregos, com o objetivo de aumentar a produtividade, ou utilizar estoques existentes na produção sempre que possível.
Os estoques de insumos foram cortados pelo nono mês sucessivo em junho, ao passo que houve uma modesta queda nos produtos armazenados pelo décimo mês consecutivo."
Segundo a IHS Markit, a inflação dos insumos foi a mais acentuada em vinte e um meses devido ao câmbio depreciado e também ao encarecimento de produtos alimentícios.
Dessa forma, as empresas repassaram, segundo a instituição, o aumento para os produtos, o que elevou essa taxa de inflação ao maior nível desde setembro de 2018.
Com o aumento da produção e de novos pedidos, assim como com projeções otimistas para a demanda e para as vendas nos próximos meses, o grau de otimismo dos empresários industriais atingiu o maior nível desde fevereiro.
"Temos que colocar os valores mais recentes no contexto do colapso da produção observado em abril e maio.
O crescimento modesto é apenas uma pequena, embora positiva, forma de compensar as perdas recentes, e como resultado, as empresas - enfrentando um grande excesso de capacidade - continuam a cortar empregos e compras a um ritmo rápido", analisa o diretor de Economia da IHS Markit, Paul Smith.
| Jornal O Estado de Minas (publicado em 01-07-2020) | | | | Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mapeou a percepção de executivos de médias e grandes indústrias sobre inovação e sua importância no atual cenário do país
Cultura da inovação já vem sendo praticada na maioria das empresas consultadas
Pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que as soluções inovadoras serão decisivas para o país enfrentar os efeitos da Covid-19 sobre a saúde da população e minimizarem os prejuízos sociais e econômicos. O levantamento destaca que, em uma segunda etapa, a inovação será decisiva para acelerar a retomada da atividade e do crescimento da economia no Brasil.
Entre as mais de 400 empresas ouvidas, 83% afirmam que precisarão de mais inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mundo pós-pandemia. Os executivos das indústrias destacaram que a linha de produção é a área prioritária para receber inovações (58%), seguida pela área de vendas (19%).
Essa percepção se dá ao mesmo tempo em que o setor produtivo sofre impactos negativos decorrentes das restrições impostas pela disseminação do novo coronavírus. No estudo encomendado pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa, 65% das médias e grandes empresas informam que tiveram sua produção reduzida ou paralisada devido à pandemia. Além disso, 69% garantem ter perdido faturamento.
“O atual contexto de pandemia deixou ainda mais evidente para as empresas a necessidade de se investir em tecnologias inovadoras e, principalmente, em aperfeiçoamento das metodologias de gestão”, afirma a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio. Ela acrescenta que “a crise tende a acelerar o desenvolvimento de inovações já em curso”.
Impactos na produção
Os números da pesquisa relativos aos impactos na produção revelam que, diante do cenário, mudar se tornou imperativo. Entre as empresas consultadas, 68% alteraram de alguma forma seu processo produtivo (74% nas grandes e 66% nas médias), mas só 56% dessas consideram ter inovado, de fato, após essa mudança. Entre todas as empresas pesquisadas, 39% dizem que a mudança empreendida foi uma inovação.
Entre as mudanças efetuadas, a mais citada diz respeito à relação com os trabalhadores (90%), depois vêm mudanças na linha de produção (84%), nos processos de venda (82%), na gestão (75%), na logística (62%), na cadeia de fornecedores (61%) e no controle de estoques (55%).
Outro dado interessante mostra que a cultura da inovação já vem sendo praticada na maioria das empresas consultadas, entre as quais, 92% informaram que inovam. Dessas, 55% garantem que a inovação aumentou muito a produtividade – regionalmente, são as empresas do Centro-Oeste, relacionadas ao agronegócio, as que mais relatam muito ganho de produtividade (69%) em decorrência de inovações.
Por outro lado, das empresas que inovam, só 37% dizem ter orçamento específico para inovação e 33% têm profissionais dedicados exclusivamente aos processos inovativos. Além disso, a falta de recursos e de pessoal qualificado para inovar foram citados pelos executivos que dizem dar importância média ou baixa à inovação.
Plataforma de inovações
Para vencer essas limitações e impulsionar a cultura da inovação entre as indústrias brasileiras, a CNI anuncia nesta quarta-feira (1º/07) parceria estratégica com a SOSA, plataforma israelense com atuação global em inovação aberta, que tem centros de Inovação em Tel Aviv; Nova York, nos Estados Unidos; e Londres, no Reino Unido.
O acordo possibilitará que indústrias e startups no Brasil tenham acesso aos ecossistemas de tecnologia da SOSA em Nova York e Tel Aviv, inaugurando um processo de engajamento e colaboração com as tecnologias 4.0 mais disruptivas em desenvolvimento fora do país.
A pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa para a CNI revelou que só duas em cada dez empresas possuem programa ou estratégia de inovação aberta (30% entre as grandes empresas e 18% entre as médias). Dois terços das empresas consultadas disseram ter interesse em uma plataforma global de inovação e, dessas, 59% afirmaram que uma plataforma como essa ajudaria muito sua empresa a inovar.
Informações sobre a metodologia
o Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, entre os dias 18 e 26 de junho, executivos de 402 empresas industriais de médio e grande portes, compondo amostra proporcional em relação ao quantitativo total de empresas desses portes em todos os estados brasileiros. Dentro de cada Estado, a amostra foi controlada por porte das empresas (média e grande) e setor de atividade.
Após a pesquisa, foi aplicado um fator de ponderação para corrigir eventuais distorções em relação ao plano amostral. Devido ao arredondamento, a soma dos percentuais pode variar de 99% a 101%. Confira a pesquisa completa no link abaixo:
| CNI ( publicado em 01-07-2020) | | | | Indústrias de todos os portes terão acesso à plataforma de inovação com soluções tecnológicas disruptivas que estão sendo desenvolvidas em todo o mundo e startups poderão oferecer produtos para outros mercados
“Tenho confiança no sucesso dessa iniciativa não só para CNI e SOSA, mas principalmente para as indústrias e demais empresas” - Robson Braga de Andrade
A cultura da inovação ganha novo impulso na indústria brasileira com o lançamento da parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o SOSA, empresa israelense com atuação global em inovação aberta. O acordo foi lançado nesta quarta-feira (1º) em evento virtual transmitido pelas principais redes sociais da CNI, com participação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade; do CEO e membro do conselho do SOSA, Uzi Scheffer; e da diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio.
O presidente da CNI destacou que “essa grande parceria possibilitará a grandes empresas participar do desenvolvimento mundial e às startups e pequenas empresas, que têm grande capacidade de inovação e tecnologia, oferecer produtos e serviços no mundo inteiro. “Tenho confiança no sucesso dessa iniciativa não só para CNI e SOSA, mas principalmente para as indústrias e demais empresas brasileiras”, disse Robson Andrade.
O evento também teve como convidados Pedro Passos, co-fundador da Natura, co-presidente do conselho de administração da Natura e um dos líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI); Emmanuel Lagarrigue, diretor de inovação e membro do comitê executivo da Schneider Electric; e Norbert Gaus, chefe de pesquisa em digitalização e automação da Siemens Corporate Technology – estas duas últimas, exemplos de grandes empresas que atualmente utilizam os serviços do SOSA.
Com centros de Inovação em Tel Aviv (Israel), Nova York (Estados Unidos), Londres (Reino Unido), Sydney (Austrália), Bilbao (Espanha) e Colônia (Alemanha), o SOSA cria oportunidades para empresas e organizações do mundo todo compartilharem soluções tecnológicas disruptivas capazes de atender às suas necessidades e resolver seus problemas. A partir da parceria da CNI com a empresa israelense, abre-se um caminho para empresas e startups brasileiras também participarem desse ecossistema de inovação.
Na avaliação do presidente da CNI, o atual cenário de queda nas atividades econômicas e sociais traz uma perspectiva ainda desconhecida de quando será o retorno à normalidade e de que forma isso se dará. Mas, por outro lado, também chegam notícias animadoras de pesquisas, estudos e atividades de empresas que têm procurado soluções para o momento que vivemos.
“Acho que, passado o primeiro impacto, as empresas começam a pensar em como fazer um retorno seguro e participar da economia mundial, com o intuito, em primeiro lugar, de gerar renda, emprego e trazer para as pessoas as primeiras necessidades. O trabalho, a pesquisa, a tecnologia e a dedicação de pessoas voltadas para este momento nos dá certa confiança no futuro. Mostra que temos grandes possibilidades”, afirmou Robson Andrade. “O momento tem mostrado a necessidade de uma indústria sólida, com condições de produzir e desenvolver equipamentos, mas principalmente que possa inovar”, completou.
Ambiente de negócios que movimenta US$ 33 bilhões
Uzi Scheffer apresentou um panorama geopolítico e cultural de Israel para explicar o que propicia, naquele país, o surgimento de startups e aceleradoras, trabalhando com inovação aberta, num ambiente de negócios que movimenta anualmente U$$ 33 bilhões. “Isso demonstra que o mercado israelense tem muita experiência com tecnologia, com parcerias com organizações mundiais e B2B em diferentes áreas onde as empresas tendem a buscar soluções escaláveis”, afirmou o CEO do SOSA.
Na opinião de Scheffer, a pandemia do coronavírus não apenas criou uma revolução, mas aumentou a adoção de tecnologia e deixou claro que as organizações precisam buscar soluções de fora para lidar com o mundo pós-pandemia. “Quando falamos em indústria 4.0, não falamos apenas de uma tendência, uma onda em que temos que surfar. Falamos de transformar fábricas em fábricas inteligentes, em melhorar a produção, reduzir custos”, acrescentou.
Confiança no futuro
Gianna Sagazio explicou como se dará, em princípio, a parceria entre CNI e SOSA: “Vamos operar conjuntamente. As empresas que se interessarem devem entrar em contato com a CNI e vamos organizar reuniões virtuais onde serão explicados com mais detalhes todas as oportunidades disponíveis nessa plataforma. O objetivo é conectar empresas do Brasil, de todos os portes, com a tecnologia disruptiva disponível em todo o mundo, que pode ser aplicada ao produto, ao serviço ou modelo de negócio”, detalhou a diretora de Inovação da CNI.
| Brasil 4.0 | | | | Exportações superaram importações em US$ 7,463 bilhões
A queda nas importações provocada pela alta do dólar e pela retração na atividade econômica fez a balança comercial bater recorde em junho. No mês passado, o país exportou US$ 7,463 bilhões a mais do que importou. Esse é o maior superávit para o mês desde o início da série histórica, em 1989.
Apesar do recorde em junho, o saldo da balança comercial fechou o primeiro semestre abaixo do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2020, o Brasil exportou US$ 23,035 bilhões a mais do que importou. O resultado é 10,3% inferior ao saldo do mesmo período do ano passado, de US$ 25,68 bilhões, e está no nível mais baixo para o primeiro semestre desde 2015.
No mês passado, tanto as exportações como as importações caíram. O Brasil exportou US$ 19,912 bilhões em junho, montante 12% inferior ao de junho de 2019, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, recuaram mais. O Brasil comprou US$ 10,449 bilhões no mês passado, retração de 27,4% na mesma comparação, também pelo critério da média diária.
No acumulado do ano, as exportações ainda caem mais que as importações. De janeiro a junho, o Brasil vendeu US$ 102,43 bilhões ao exterior, valor 6,4% inferior ao do mesmo período de 2019. As importações somaram US$ 79,395 bilhões, com recuo de 5,2%.
Produtos
A queda nas exportações em junho foi puxada pela indústria. A indústria de transformação exportou US$ 118,08 milhões a menos que em maio do ano passado, queda de 21% pela média diária. A indústria extrativa exportou US$ 54,64 milhões a menos, queda de 26,1%.
Na indústria de transformação, os principais produtos responsáveis pela queda das exportações são veículos automóveis de passageiros, com redução de 50,1% na média diária; carnes de aves processadas, retração de 38,6% pela média diária; e celulose, com recuo de 24,9% na média diária.
A nova classificação adotada pelo Ministério da Economia, alinhada com os padrões internacionais, passou a considerar produtos industrializados alimentos que passaram por algum processamento.
Na indústria extrativa, as principais quedas ocorreram na venda de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (37,3%) e de minério de ferro e seus concentrados (17,4%).
Agropecuária
Somente a agropecuária exportou mais do que em junho do ano passado. O setor vendeu US$ 57,49 milhões a mais para o exterior, alta de 29,7% pela média diária. Os principais destaques foram a soja, o arroz com casca e látex e borracha.
Em relação às importações, as compras de itens ligados à agropecuária caíram US$ 2,49 milhões, redução de 15,6% pela média diária, na mesma comparação. As importações da indústria extrativa recuaram US$ 10,42 milhões (22,3%), e as compras da indústria extrativa encolheram US$ 174,28 milhões (28,1%).
Os principais produtos responsáveis pela queda nas importações foram os óleos combustíveis de petróleo, com retração de 60,8% pela média diária em relação a junho do ano passado; veículos automóveis de passageiros, retração de 75,7%, e partes e acessórios de veículos, menos 57,2%.
Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2019 em US$ 46,657 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima menor superávit em 2020, motivado principalmente pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit de US$ 53 bilhões para este ano. O Ministério da Economia atualizou a estimativa de saldo positivo para US$ 55,4 bilhões.
| Agência Brasil ( publicado em 01-07-2020) | | | | Crescimento de 7% em maio ainda está distante de queda acumulada de 26,3% entre março e abril
A retomada gradual das atividades em meio à pandemia da Covid-19 fez a produção industrial do Brasil esboçar recuperação em maio, o terceiro mês com medidas de isolamento social decretadas em todo o país para conter o avanço do novo coronavírus.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor se recuperou 7% na comparação com abril, quando havia caído 18,8%, indicando que o fundo do poço já ficou para trás. Em março, o recuo tinha sido de 9,2%.
Na comparação com maio do ano passado, porém, ainda é possível ver como os efeitos econômicos ainda são sentidos, com recuo de 21,9%. É o sétimo resultado negativo nessa base de análise.
A recuperação se deve principalmente por uma base de comparação muito baixa, ocasionada pela queda generalizada durante a pandemia. Com algum tipo de volta à produção em maio, após um mês praticamente inteiro de paralisação, todas as grandes categorias econômicas registraram crescimento.
A influência positiva mais relevante foi no setor de Veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 244,4%, interrompendo dois meses seguidos de queda na produção. Apesar disso, a expansão ainda ficou 72,8% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, último mês antes da Covid-19 começar a causar impactos na economia. Na comparação com maio de 2019, o setor registrou recuo de 74,5%.
Outros destaques foram nos setores de Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com alta de 16,2%, após perda acumulada de 20% nos três meses anteriores, e também no segmento de Bebidas, com 65,6%, recuperando parte da redução de 49,6% acumulada entre março e abril.
A projeção da Bloomberg era de 7% de recuperação com relação a abril de 2020 e 21,8% de recuo na comparação com abril do ano passado.
O registro negativo de abril havia superado até a queda de 11% de maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. Porém, aquela produção foi reposta no mês seguinte, algo que não aconteceu agora, já que as medidas de isolamento social continuaram em maio.
O primeiro óbito conhecido de Covid-19 no país ocorreu no dia 17 de março. A partir daí, com o avanço da doença, o país promoveu o distanciamento social como forma de combater a pandemia.
As medidas restritivas causaram efeitos econômicos e intensificaram o aumento do desemprego no Brasil, que chegou a 12,9% no trimestre encerrado em maio, e contribuiu para que 7,8 milhões de posto de trabalho fossem perdidos. A população ocupada teve uma queda recorde de 8,3% na comparação com o trimestre anterior.
| Folha de S.Paulo | | | | A Tesla se tornou ontem a montadora com maior valor de mercado do mundo, ultrapassando a rival japonesa Toyota, à medida que suas ações atingem níveis recordes.
Os papéis da fabricante de carros elétricos do bilionário americano Elon Musk encerraram o dia com alta de 3,7%, fazendo a empresa ser cotada a US$ 207,6 bilhões. Já a Toyota encerrou ontem avaliada em US$ 202,9 bilhões - o valor de mercado da empresa inclui cerca de US$ 30 bilhões em ações da companhia mantidas em tesouraria.
Além de superar a Toyota, a Tesla também alcançou ontem outra marca histórica: ela vale mais do que três vezes o valor combinado das duas tradicionais montadoras americanas Ford e General Motors.
Desde o início do ano, a empresa de Musk teve uma valorização de 160% em seus papéis, saltando de US$ 430, em 2 de janeiro, para US$ 1.120 ontem. Na visão de analistas, a alta se deve à crescente confiança entre investidores sobre o futuro dos veículos elétricos e a mudança da Tesla de uma montadora de nicho para uma líder global em um segmento considerado promissor.
Após vários anos de prejuízos, a Tesla teve três períodos lucrativos desde o terceiro trimestre de 2019 e surpreendeu os investidores com resultados sólidos no primeiro trimestre, apesar da pandemia de coronavírus. Em 2019, a empresa teve receita de US$ 24,6 bilhões e entregou 367,2 mil veículos.
São números bem menores do que os da Toyota, considerada uma das montadoras mais rentáveis do mundo: em seu último ano financeiro, que compreende o período de abril de 2019 a março de 2020, a companhia vendeu 10,5 milhões de veículos e registrou faturamento de US$ 281,2 bilhões.
Potencial
A diferença entre as duas companhias, segundo analistas, é o potencial que a empresa de Elon Musk tem para os próximos anos. Apesar da pandemia, a expectativa de Musk é que sua companhia entregue 500 mil veículos em um ano pela primeira vez. Na semana que vem, a empresa vai divulgar os números de carros que entregou no segundo trimestre de 2020.
Outro fator que auxiliou a Tesla nas últimas semanas foi a alta demanda na China, país que passou primeiro e é considerado relativamente pouco afetado pela pandemia de coronavírus. "Há a expectativa de que pelo menos 100 mil veículos da Tesla sejam produzidos e vendidos na China até o fim deste ano. É um raio de luz em meio a uma tempestade global", afirmaram os analistas Daniel Ives e Strecker Backe, da corretora Wedbush Securities, em nota.
| Bem Paraná | | | Proposta está sendo desenvolvida nos laboratórios da Faculdade Satc.
A revolução promovida pela indústria 4.0 estimula a inserção de novas tecnologias no processo produtivo. Criar uma peça específica, que não está inserida no portfólio da indústria, mas que é necessária para o cliente pode ter uma solução mais prática. Estudantes e professores da Faculdade Satc realizam pesquisa inédita que testa a impressão 3D utilizando máquinas de solda.
O acadêmico de Engenharia Mecânica, Henrique Cechinel Casagrande, está aproveitando o período de férias para comprovar o que já estudou. Monitorado pelo professor e orientador Anderson Daleffe, ele testa a manufatura aditiva, processo que não tira material, só adiciona. “Isso é muito comum na área de polímeros. Agora, estamos testando adicionando metal. É uma técnica já realizada nos Estados Unidos e na Europa, mas relativamente nova no Brasil”, explica Casagrande.
No laboratório de solda, o aluno faz a testagem dos corpos de prova que foram desenvolvidos para confirmar a técnica. “Ajustamos uma máquina de solda, com uma programação CNC, para fazer o que a impressora de plástico faz”, ressalta o professor.
Segundo Daleffe, este momento da pesquisa serve para avaliar os corpos de prova, que são os resultados da solda, e verificar se o aço que está sendo soldado possui as propriedades mecânicas de durabilidade, resistência necessárias. Além dos estudos desenvolvidos por Casagrande, a linha de pesquisa ainda inclui a produção de outro Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado.
| Ind 4.0 | | | | A principal mudança em relação aos termos do decreto 4942/20 é na questão do transporte público. Também houve alteração nas determinações sobre a atividade de feiras livres e lojas de conveniência. Todas as outras normas continuam valendo até próximo dia 15 de julho.
O Governo do Estado emitiu nesta quarta-feira (1º) um decreto (4951/20) para atualizar termos do decreto 4942/20, que trata de medidas mais restritivas para conter o avanço da Covid-19 em sete regionais de Saúde: Cascavel, Cianorte, Cornélio Procópio, Região Metropolitana de Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Toledo. As medidas devem ser adotadas em 134 municípios do Paraná.
A principal mudança é em relação ao transporte público. O sistema deverá atender com prioridade os passageiros que trabalhem em serviços considerados essenciais, e com até 65% de capacidade das 5 horas às 8 horas e das 15h30 às 19h30 (horários de pico), e até 55% da capacidade nos demais períodos do dia.
As outras duas mudanças são a retirada das feiras livres da lista atividades suspensas e uma nova redação para o funcionamento das lojas conveniências dos postos de combustíveis, que poderão abrir normalmente, dentro dos municípios e nas rodovias, mas sem a comercialização de bebidas alcoólicas.
Todas as outras normas continuam valendo até próximo dia 15 de julho. Entre elas estão a suspensão das atividades não essenciais.
O cálculo epidemiológico para essas sete regionais de Saúde levou em consideração a taxa de incidência por 100 mil habitantes, o número de mortes pela mesma faixa populacional e a ocupação de leitos de UTI nas quatro macrorregionais de Saúde (Leste, Oeste, Norte e Noroeste).
Tira dúvidas sobre o Decreto 4.942/20:
Funcionamento de panificadoras/frutarias/mercearias:
Devem se adequar às mesmas regras dos supermercados. Funcionamento das 7h às 21 horas, de segunda a sábado, e fechamento aos domingos. Podem operar com apenas 30% do fluxo de clientes e terão que impedir a entrada de crianças menores de 12 anos.
Funcionamento de lojas de material de construção:
Estão integradas ao setor de construção civil, que é atividade essencial.
Funcionamento de pet shops:
Podem funcionar as clínicas de assistência veterinária e aquelas especializadas em produção, distribuição e comercialização de medicamentos para uso veterinário.
Funcionado de oficinas e lojas de autopeças:
Serviços de manutenção, assistência e comercialização de peças de veículo automotor terrestre ou bicicleta são considerados essenciais.
Funcionamento de distribuidoras de bebidas:
Devem fechar.
A interrupção de cirurgias eletivas:
Vale para todos os municípios do Estado e abrange as redes pública e privada. O disposto não se aplica a intervenções cardiológicas, oncológicas e nefrológicas, além de exames considerados essenciais por prescrição médica. A medida leva em consideração a necessidade de equilibrar o uso de analgésicos e relaxantes musculares.
Fiscalização:
A fiscalização será realizada pela Secretaria de Segurança Pública, em parceria com as guardas municipais e outras secretarias designadas pelas prefeituras. Haverá multas para infratores, de R$ 106,60 (uma Unidade Padrão Fiscal do Paraná) a R$ 533,00 para pessoas físicas; e entre R$ 2.132,00 a R$ 10.660,00 para pessoas jurídicas. O valor poderá ser dobrado em caso de reincidência.
| Agência Estadual de Notícias (publicado em 01-07-2020) | | | | O Governo do Estado emitiu nesta quarta-feira (1º) um decreto (4951/20) para atualizar termos do decreto 4942/20, que trata de medidas mais restritivas para conter o avanço da Covid-19 em sete regionais de Saúde: Cascavel, Cianorte, Cornélio Procópio, Região Metropolitana de Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Toledo. As medidas devem ser adotadas em 134 municípios do Paraná.
A principal mudança é em relação ao transporte público. O sistema deverá atender com prioridade os passageiros que trabalhem em serviços considerados essenciais, e com até 65% de capacidade das 5 horas às 8 horas e das 15h30 às 19h30 (horários de pico), e até 55% da capacidade nos demais períodos do dia.
Em Curitiba, por exemplo, a Urbs vai manter a lotação máxima de passageiros sentados nos ônibus - prevista no decreto anterior- até a publicação de um novo decreto pela Prefeitura para seguir as novas determinações do governo do Estado.
As outras duas mudanças são a retirada das feiras livres da lista atividades suspensas e uma nova redação para o funcionamento das lojas conveniências dos postos de combustíveis, que poderão abrir normalmente, dentro dos municípios e nas rodovias, mas sem a comercialização de bebidas alcoólicas.
Todas as outras normas continuam valendo até próximo dia 15 de julho. Entre elas estão a suspensão das atividades não essenciais.
O cálculo epidemiológico para essas sete regionais de Saúde levou em consideração a taxa de incidência por 100 mil habitantes, o número de mortes pela mesma faixa populacional e a ocupação de leitos de UTI nas quatro macrorregionais de Saúde (Leste, Oeste, Norte e Noroeste).
Tira dúvidas sobre o Decreto 4.942/20:
Funcionamento de panificadoras/frutarias/mercearias:
Devem se adequar às mesmas regras dos supermercados. Funcionamento das 7h às 21 horas, de segunda a sábado, e fechamento aos domingos. Podem operar com apenas 30% do fluxo de clientes e terão que impedir a entrada de crianças menores de 12 anos.
Funcionamento de lojas de material de construção:
Estão integradas ao setor de construção civil, que é atividade essencial.
Funcionamento de pet shops:
Podem funcionar as clínicas de assistência veterinária e aquelas especializadas em produção, distribuição e comercialização de medicamentos para uso veterinário.
Funcionado de oficinas e lojas de autopeças:
Serviços de manutenção, assistência e comercialização de peças de veículo automotor terrestre ou bicicleta são considerados essenciais.
Funcionamento de distribuidoras de bebidas:
Devem fechar.
A interrupção de cirurgias eletivas:
Vale para todos os municípios do Estado e abrange as redes pública e privada. O disposto não se aplica a intervenções cardiológicas, oncológicas e nefrológicas, além de exames considerados essenciais por prescrição médica. A medida leva em consideração a necessidade de equilibrar o uso de analgésicos e relaxantes musculares.
Fiscalização:
A fiscalização será realizada pela Secretaria de Segurança Pública, em parceria com as guardas municipais e outras secretarias designadas pelas prefeituras. Haverá multas para infratores, de R$ 106,60 (uma Unidade Padrão Fiscal do Paraná) a R$ 533,00 para pessoas físicas; e entre R$ 2.132,00 a R$ 10.660,00 para pessoas jurídicas. O valor poderá ser dobrado em caso de reincidência.
| Bem Paraná ( publicado em 01-07-2020) | | | Três em cada 10 bares ou restaurantes brasileiros já fecharam as portas por conta da pandemia do coronavírus e a previsão é de que esse número aumente ainda mais até o fim do ano caso não haja novas medidas emergenciais de ajuda ao setor. É o que revela a quarta pesquisa da série Covid-19 realizada pela Galunion Consultoria para Foodservice em parceria com a Associação Nacional de Restaurantes (ANR).
O levantamento divulgado na última semana foi realizado com 800 empresários de Norte a Sul do país com pelo menos duas unidades de estabelecimentos de alimentação fora do lar, entre os dias 5 e 17 de junho. Destes, 35% já fecharam as portas definitivamente em menos de 100 dias de restrições e outros 15% afirmam que provavelmente não conseguirão manter as operações até o fim da pandemia.
No entanto, o número de estabelecimentos que fecharam definitivamente pode ser ainda maior do que o apurado na pesquisa. Segundo Simone Galante, CEO da Galunion Consultoria, muitos dos que responderam aos primeiros levantamentos já não participaram mais destes últimos, o que indica que não estão mais operando.
“Essa é a quarta pesquisa desde o início da pandemia e quem não está mantendo os negócios também não está mais respondendo. Nas pesquisas passadas, o número de quem achava que não iria sobreviver era de 20%, e agora baixou para 15%. A nossa leitura é que já tem um volume de pessoas que nem se importa mais com as pesquisas do setor”, afirma.
Para Simone, é isso que indica um índice de mortalidade maior do que o verificado até agora. Segundo ela, o índice de fechamentos pode chegar até 40% do total de estabelecimentos até o fim do ano.
Entre os ramos mais afetados estão as lanchonetes de fast food, com mais da metade dos fechamentos (53%), os de serviço completo (18%) e o autosserviço (15%), mais recentemente por conta das medidas restritivas em muitos lugares do país. Curitiba, por exemplo, proibiu a reabertura de restaurantes de buffet por quilo, permitindo apenas o atendimento no formato de rotisseria.
Para o presidente da Associação Nacional de Restaurantes, Cristiano Melles, a causa para tamanha mortalidade é o longo período de quarentena sem ajuda financeira efetiva para o pagamento de aluguéis, tarifas de serviços públicos, fornecedores e funcionários que não tenham sido incluídos no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do governo federal.
“Quando você está a mais de 100 dias sem entrada nenhuma de faturamento e, muitas vezes, a conta jurídica se mistura com a pessoal, o que temos é as contas chegando sem ter mais o que cortar. Os empresários acabam entregando o ponto sem condições de reabrir quando for permitido”, diz.
O fechamento definitivo dos bares e restaurantes brasileiros já provocou a demissão de 1,3 milhão trabalhadores, de um total de 6 milhões de pessoas em todo o país ligadas diretamente ao setor.
De acordo com a pesquisa, 63% deles demitiram pelo menos dois colaboradores e 16% demitiram mais da metade. A ANR estima que 72% das empresas tiveram que encerrar contratos de trabalho sem conseguir ter acesso a algum benefício do governo federal.
Rede não é segurança
A pesquisa apontou ainda que a proporção de fechamento de operações foi a mesma para restaurantes independentes ou aqueles que fazem parte de uma rede. A concorrência e a dificuldade de pagar as contas provocou o fechamento de 1/3 dos estabelecimentos que servem comida variada (33%), seguido pelas hamburguerias e sanduicherias (15%) e de pratos asiáticos (11%).
A maior dificuldade dos empreendedores será a de manter a rentabilidade do modelo dos negócios com o comportamento do consumidor no chamado "novo normal", que terá de aliar a dificuldade financeira de ter capital de giro com a adaptação a novos protocolos de higiene e segurança alimentar. E ainda a concorrência das novas operações baseadas apenas no delivery – 20% dos entrevistados afirmam que irão investir nas dark kitchens.
“A concorrência é saudável, deve existir. O que não pode é ter operadores que não seguem os protocolos de higiene, e há ainda a questão das altas taxas de delivery cobradas pelos aplicativos. É inviável operar com uma plataforma que cobra de 20% a 30% de taxa”, afirma Melles.
Os números da ANR são um reflexo do que já vem sendo registrado desde o início da pandemia do coronavírus pelo Instituto Foodservice Brasil, que reúne cerca de 10 mil lojas e quiosques de 12 operadores brasileiros. No último levantamento, a entidade apontou uma queda de 48,4% no faturamento em maio deste ano na comparação com o mesmo período de 2019.
Expectativa
Por outro lado, entre os que fecharam as portas nos últimos três meses, apenas 25% descartam abandonar definitivamente os negócios. Uma grande parcela dos empreendedores acredita que conseguirá voltar ao mercado.
“Eles realmente acreditam que as coisas estão mais difíceis, mas 45% dos respondentes acham que voltam a obter vendas e lucratividade que tinham antes da pandemia e 30% daqui a dois anos”, afirma Simone Galante.
Eles se somam aos 60% de entrevistados independentes que acreditam que conseguirão se manter em pé até o final, que estão mais otimistas com o mercado. Há ainda um acumulado de 96% de empreendedores que operam lojas de redes alimentícias esperançosos com o que vier no pós-Covid.
“É como eles próprios se veem, a vida deles está ali no restaurante. A crise tem começo, meio e fim, e acreditamos que vamos ter uma retomada. Precisamos ter resiliência e adaptação, mas também ajuda do governo para termos fluxo de caixa e voltarmos aos negócios. É algo como um grito de ‘quero sobreviver’”, afirma o presidente da ANR.
Entre as mudanças apontadas pelos empresários que devem ocorrer na retomada dos negócios estão o uso massivo de dados digitais para gerir o negócio; a colaboração com parceiros, fornecedores e franqueados e a migração de produtos do restaurante para o varejo, possibilitando aos clientes levarem os alimentos para preparar em casa.
A pesquisa também apurou que 66% deles vão investir em novos processos para reduzir desperdícios, 57% pretendem renegociar preços e trocar de fornecedores, e 56% planejam promover e incentivar produtos mais lucrativos. Esses objetivos virão com a reforma da loja para levar ao consumidor uma nova experiência, com preços mais em conta e, se for preciso em último caso, sacrificar um pouco a qualidade e comprar insumos mais baratos.
| Gazeta do Povo | | | Fila para entrar no Condor da Avenida Marechal Floriano nesta quarta
Os supermercados de Curitiba já registraram filas no primeiro dia de quarentena mais restritiva, determinada por decretos estadual e municipal. Como as novas regras, que valem a princípio por 14 dias, determinam a limitação de 30% da capacidade física das lojas e o fechamento do setor aos domingos, a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) teme 'correria' com aglomerações principalmente aos sábados e segunda. A associação acredita no risco de uma ''corrida aos supermercados', como aconteceu no início da pandemia, quando houve temor de desabastecimento e os supermercados ficaram lotados e produtos chegaram a faltar nas prateleiras.
"A experiência adquirida nesta pandemia mostra que a população é extremamente afetada psicologicamente quando existe algum risco de abastecimento. Assim como diversas pessoas correram para os supermercados no início da pandemia para estocar produtos, o fechamento das lojas aos domingos poderá ocasionar uma correria para a população se abastecer, inclusive fazendo muitas pessoas irem às compras sem a real necessidade", diz a nota, divulgada pela Apras nesta quarta (1).
Para a associação, a medida do governo do Estado, que abrange 134 cidades de sete regionais, que concentram 75% dos casos de Covid-19, surtirá um efeito contrário: "Ao invés de garantir o distanciamento social, criará longas filas na parte externa dos estabelecimentos, o que será muito complicado nestes dias em que a previsão é de muita chuva e frio". Nesta quarta (1), várias lojas já registravam filas nos estacionamentos e do lado das lojas.
"Os supermercadistas estão empenhados em oferecer o melhor atendimento possível, inclusive intensificando as suas operações para agilizar o atendimento, mas as empresas estão preocupadas que as mudanças coloquem a população em uma situação mais vulnerável. A Apras acredita que por se tratar de atividade essencial, a opção mais segura e eficaz é garantir que os supermercados estejam abertos e seguindo todos os protocolos de segurança, possibilitando que a população consiga se abastecer com tranquilidade e sem riscos", diz a nota da Apras.
| Bem Paraná (publicado em 01-07-2020) | | | No primeiro dia da "quarentena restritiva" determinada por decretos estadual e municipal, a maioria da lojas do Centro de Curitiba estava fechada, mas o movimento de pessoas nas ruas ainda era praticamente normal. A reportagem do Bem Paraná flagrou algumas lojas abertas, entre elas de acessórios de celular, de eletrônicos e salões de cabeleleiros.
Os decretos suspendem as atividades não essenciais por 14 dias a partir desta quarta (1) para conter o avanço de casos, internamentos e mortes por Covid-19. Segundo o decreto estadual, o "lockdown parcial" inclui, o além de Curitiba e Região Metropolitana, outros 133 municípios de sete regionais do Paraná que concentram 75% do casos do novo coronavírus.
Uma das principais medidas adotadas pelo Estado foi a suspensão do funcionamento das atividades econômicas não essenciais, de shopping centers, galerias comerciais, comércio de rua, feiras livres, salões de beleza, barbearias, clínicas de estéticas, academias de ginásticas e clubes. A fiscalização quanto ao respeito às medidas impostas pelo decreto deve ser feita pela Polícia Militar e pelas Guardas Municipais.
Haverá multas para infratores, de R$ 106,60 (uma Unidade Padrão Fiscal do Paraná) a R$ 533,00 para pessoas físicas; e entre R$ 2.132,00 a R$ 10.660,00 para pessoas jurídicas. O valor poderá ser dobrado em caso de reincidência. As denúncias sobre estabelecimentos abertos e aglomerações podem ser feitas no 156, da Prefeitura de Curitiba, e no 190, da Polícia Militar.
O decreto permite que restaurantes e lanchonetes sigam funcionando, mas deveram atender aos clientes com serviço de entrega em domicílio (delivery), retirada expressa sem desembarque (drive thru) e/ou retirada em balcão (take away). Bares, casas noturnas e similares, por outro lado, ficam suspensos.
Serviços de conveniência em postos de combustíveis também estão suspensos, exceto aqueles localizados à margem de rodovias, que podem continuar funcionanando sem horário definido.
Mercados, supermercados e similares poderão abrir as portas de segunda a sábado, das 7 às 21 horas - no domingo, são obrigados a fechar. O fluxo de pessoas deve ser 30% da capacidade total, com controle por meio da distribuição de senhas na entrada. A cada acesso, apenas uma pessoa por família pode entrar, sendo vedado o acesso a menores de 12 anos.
Parques e praças fechados
Parques, praças, passeios, equipamentos de musculação e demais áreas de atividades coletivas ficam suspensas em todos os municípios obrigados a respeitar as medidas do decreto.
Procedimentos cirúrgicos eletivos suspensos
Os procedimentos cirúrgicos eletivos, ambulatoriais e hospitalres, ficam também suspensos. A medida, conforme o governo0 estadual, se deve à escassez de medicamentos anestésicos e relaxantes musculares. Dessa forma, a suspensão ajudaria o governo a otimizar os estoques existentes, preservando sua utilização para terapias. Também importante destacar que, diferente das outras medidas do decreto, obrigatórias apenas para as sete regionais expressamente citadas acima, essa suspensão de cirurgias eletivas vale para todo o Paraná, ou seja, para todas as 22 regionais do estado.
Ônibus só para quem precisar dos serviços essenciais
O transporte coletivo seguirá atendendo os municípios em quarentena mais restritiva. Entretanto, deve atender apenas os passageiros que atuam ou necessitam dos serviços essenciais. Além disso, somente serão transportados passageiros em quantidade limitada ao número de assentos.
Reuniões profissionais devem ser realizadas virtualmente
Reuniões profissionais ou particulares devem ser realizadas virtualmente. Se imprescindíveis, devem ocorrer com no máximo cinco pessoas, sendo exigido afastamento físico de dois metros entre elas, além do respeito a todas as demais medidas de prevenção da Covid-19.
Veja as atividades essenciais consideradas pelo decreto 470 da Prefeitura de Curitiba
I - assistência à saúde, incluídos os serviços médicos, odontológicos, fisioterápicos, laboratoriais,
farmacêuticos e hospitalares;
II - assistência social e atendimento à população em estado de vulnerabilidade;
III - atividades de segurança privada, incluído vigilância.
IV - atividades de defesa civil;
V - transporte coletivo, inclusive serviços de taxi e transporte remunerado privado individual de
passageiros;
VI - telecomunicações e internet;
VII - serviço de call center;
VIII - serviços relacionados à tecnologia da informação e processamento de dados (data center), para
suporte de outras atividades previstas neste decreto;
XIX - captação, tratamento e distribuição de água;
X - captação e tratamento de esgoto e lixo;
XI - serviços de zeladoria urbana e limpeza pública;
XII - lavanderias;
XIII - serviços de limpeza;
XIV - geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, incluído o fornecimento de suprimentos
para o funcionamento e a manutenção das centrais geradoras e dos sistemas de transmissão e
distribuição de energia, além de produção, transporte e distribuição de gás natural;
XV - iluminação pública;
XVI - serviços relacionados à imprensa, por todos os meios de comunicação e divulgação disponíveis,
incluídos a radiodifusão de sons e imagens, a internet, os jornais e as revistas, dentre outros;
XVII - produção, armazenagem, distribuição, comercialização e entrega, realizadas presencialmente ou
por meio do comércio eletrônico, de produtos de saúde, farmacêuticos, óticos, higiene, alimentos e
bebidas, a exemplo de farmácias, hipermercados, supermercados, mercados, feiras livres, açougues,
peixarias, hortifrutigranjeiros, quitandas, centros de abastecimento de alimentos, lojas de conveniência,
lojas de venda de água mineral, padarias e lojas especializadas na venda de artigos médicos,
odontológicos, ortopédicos e hospitalares;
XVIII - serviços de entrega (“delivery”) e “drive thru” de bares, restaurantes, lanchonetes, padarias e
similares;
XIX - produção, armazenagem, distribuição, comercialização e entrega, realizadas presencialmente ou
por meio do comércio eletrônico, de produtos de saúde, farmacêuticos e alimentos para animais, não
incluídos os serviços de banho, tosa e estética;
XX - assistência veterinária;
XXI - serviços funerários;
XXII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, de equipamentos e de materiais nucleares;
XXIII - vigilância e certificações sanitárias e fitossanitárias;
XXIV - prevenção, controle e erradicação de pragas dos vegetais e de doença dos animais;
XXV - controle de tráfego aéreo e terrestre;
XXVI - serviços de pagamento, de crédito e de saque e aportes prestados pelas instituições financeiras;
XXVII - serviços prestados por lotéricas, observadas as normas de higiene e segurança, conforme
orientação das autoridades de saúde;
XXVIII - serviços postais;
XXIX - transporte e entrega de cargas em geral;
XXX- inspeção de alimentos, produtos e derivados de origem animal e vegetal;
XXXI - distribuição e transporte de numerário à população;
XXXII - distribuição e comercialização de combustíveis, gás liquefeito de petróleo e demais derivados de
petróleo;
XXXIII - levantamento e análise de dados geológicos com vistas à garantia da segurança coletiva,
notadamente por meio de alerta de riscos naturais e de cheias e inundações;
XXXIV - mercado de capitais e seguros;
XXXV- cuidados com animais em cativeiro;
XXXVI - vigilância agropecuária;
XXXVII - fretamento para transporte de funcionários de empresas e indústrias, cuja atividade esteja
autorizada ao funcionamento;
XXXVIII - transporte de profissionais da saúde e de coleta de lixo;
XXXIX - serviços agropecuários para manter o abastecimento de insumos e alimentos necessários à
manutenção da vida animal;
XL - administração tributária e aduaneira;
XLI - fiscalização ambiental;
XLII - atividade de assessoramento em resposta às demandas que continuem em andamento e às
urgentes;
XLIII - setores industrial e da construção civil, em geral;
XLIV - monitoramento de construções e obras de contenção;
XLV - serviços de manutenção, assistência e comercialização de peças de veículos automotores e
bicicletas, incluído oficinas e borracharias;
XLVI - atividades médico-periciais relacionadas com a seguridade social, compreendidas no artigo 194
da Constituição;
XLVII - atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico, mental,
intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da integração de equipes multiprofissionais
e interdisciplinares, para fins de reconhecimento de direitos previstos em lei, em especial na Lei Federal
nº 13.146, de 6 de julho de 2015 - Estatuto da Pessoa com Deficiência; e
XLVIII - outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico indispensáveis ao atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade;
XLIX - atividades acessórias, de suporte e de disponibilização dos insumos necessários à cadeia
produtiva relativas ao exercício e ao funcionamento dos serviços públicos e das atividades essenciais;
L - fiscalização do trabalho;
LI - atividades de pesquisa, científicas, laboratoriais ou similares relacionadas com a pandemia de que
trata este decreto;
LII - atividades de representação judicial e extrajudicial, assessoria e consultoria jurídicas exercidas pelas
advocacias públicas, relacionadas à prestação regular e tempestiva dos serviços públicos;
LIII - outras atividades que vierem a ser definidas, em ato conjunto das Secretarias Municipais do
Governo e da Saúde, ouvido o Comitê de Técnica e Ética Médica.
§2º Na execução dos serviços públicos e das atividades essenciais, de que trata esse artigo, devem ser
adotadas todas as cautelas para evitar a propagação da infecção e a transmissão local do Coronavírus.
§3º É vedada a restrição à circulação de trabalhadores, que possa afetar o funcionamento das atividades
e dos serviços essenciais de que trata este decreto, e de cargas de qualquer espécie, que possa
acarretar o desabastecimento de gêneros necessários à população.
| Bem Paraná ( publicado em 01-07-2020) | | | Proposições legislativas
O empenho do Congresso Nacional na liberação de recursos para o combate à pandemia do novo coronavírus tem sido observado pelos gestores municipais de todo o país. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (2) pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, na 17ª reunião da comissão mista parlamentar que acompanha a situação fiscal e a execução orçamentária das medidas relacionadas à emergência de saúde pública em razão da covid-19.
Aroldi disse que a atuação dos congressistas para aprovar os recursos emergenciais tem sido fundamental para amenizar os problemas financeiros das prefeituras. E afirmou que a CNM tem ajudado os prefeitos e secretários de saúde a administrar corretamente essa verba, por meio da elaboração e distribuição de notas técnicas. O intuito, disse ele, é evitar problemas no momento da prestação de contas obrigatória.
— Na verdade, houve uma liberação considerável, em que já vamos chegar a um valor de R$ 19 bilhões para custeio, e até mesmo para pagamento da folha dos trabalhadores em saúde. É bem verdade que um bom percentual desse valor ainda está nas contas dos municípios, até porque há um processo de execução, um processo que, muitas vezes, é demorado: licitação, compra, empenho, pagamentos. Mas aquilo que o governo tratou com a gente e encaminhou para o Congresso Nacional, por meio de medidas provisórias, está razoavelmente acontecendo.
Pauta
Glademir Aroldi disse que, imediatamente após a decretação de calamidade pública pelo Parlamento, em março, a CNM elaborou uma pauta com 17 itens, que depois aumentou para 23, apresentados ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Segundo Aroldi, todos os pontos foram acolhidos, debatidos e muitos já aprovados.
— Foi uma verdadeira força-tarefa realizada pelo movimento municipalista. E, para nossa satisfação, deputados e senadores tiveram a possibilidade de, através de medidas provisórias, de leis complementares, aprovar todas essas posições, essas ações e essas transferências de recursos para os municípios brasileiros e também para os estados da Federação.
FPM e FPE
O presidente da CNM demonstrou preocupação com a recomposição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Segundo Glademir Aroldi, um acerto feito com o ministro Paulo Guedes para recomposição de março, abril e maio foi cumprido, com teto estabelecido em R$ 8 bilhões para municípios e R$ 8 bilhões para estados. Aroldi disse, no entanto, que, mesmo havendo um saldo para junho, ficariam faltando cerca de R$ 3 bilhões para a recomposição. Por isso, o presidente da CNM pediu aos senadores que acatem o PL 1.161/2020, já aprovado na Câmara, a fim de ampliar o prazo até dezembro. O texto garante piso de transferência de recursos do FPE e FPM devido aos efeitos financeiros provocados pela pandemia de coronavírus.
— Evidentemente, o governo tem lá as suas dificuldades, e nós compreendemos isso. Mas imagino que nós poderíamos usar esse saldo para fazer a recomposição de mais alguns meses futuros, ou estender o prazo de recomposição. Isso seria muito importante para todos os municípios do Brasil.
Previdência
A dívida dos entes federados com a Previdência, que já ultrapassa R$ 50 bilhões, também foi apresentada à comissão mista pelo presidente da CNM. Aroldi se queixou que os municípios estão pagando o débito, mas não estão recebendo a parcela a que têm direito da Previdência Social. Ele explicou que, em virtude da pandemia, o pagamento está suspenso até dezembro, conforme a Lei Complementar 173, aprovada pela Câmara e pelo Senado. Mas ressaltou que isso ainda não foi posto em prática, pela falta de regulamentação por parte do Tesouro Nacional.
— Este encontro de contas seria extremamente importante. Isso está estabelecido na legislação, mas nem o governo anterior cumpriu, nem o governo atual está cumprindo. Nós devemos, queremos pagar, mas queremos receber também ou sermos compensados com aquilo que a gente tem de crédito junto à Previdência.
Assistência social
Outro tema apresentado pela CNM à comissão mista da covid-19 foi o acordo para a liberação de R$ 2,5 bilhões, pelo governo federal, para assistência social no enfrentamento à crise sanitária atual. Glademir Aroldi disse que, desse total, ainda faltam ser disponibilizados R$ 1,3 bilhão. Além disso, ele questionou a diminuição da previsão orçamentária para ações continuadas no Orçamento de 2020, em relação a 2019. Aroldi afirmou que a CNM tem trabalhado para aumentar essa verba no Orçamento de 2021, mesmo que os problemas em decorrência da pandemia de coronavírus estejam contornados.
— Os programas sociais continuarão por conta desta pandemia. Eles não vão diminuir imediatamente; nós vamos continuar trabalhando com essa situação e com essas dificuldades. Então, é muito importante e eu gostaria, na medida do possível, do trabalho de cada senador e deputado, no sentido de que quando chegar a proposta orçamentária deste ano no Congresso Nacional, a gente possa olhar para os valores da assistência social, pois vamos precisar ampliar esses valores dos programas continuados — alertou.
| Senado Notícias | | | | Grupos ligados a sindicatos pedem reconhecimento de vínculo, mas demanda não é consenso
Eles são identificados como ‘entregadores de aplicativos’, trabalham nas ruas com isopores que carregam a marca dessas empresas, mas não são funcionários de ninguém. O protesto desta quarta (1º) em São Paulo e em outras cidades não nasceu do pedido de reconhecimento de direitos convencionais, como carteira assinada e salário mínimo —embora o movimento sindical tenha incluído o pleito em sua pauta.
As principais reivindicações do ‘Breque dos Apps’ são o aumento do valor por quilômetro rodado e do pagamento mínimo e o fim dos bloqueios considerados injustificados.
Os motoristas também reclamam de passar muito tempo aguardando em restaurantes, de não terem orientação e auxílio durante a pandemia e do desabastecimento de itens básicos como álcool em gel.
O isolamento social aumentou o número de pedidos por meio de aplicativo e levou mais gente a se cadastrar para atender essas plataformas.
“Fazemos a mesma carga horária, mas encheu de gente na rua e a pontuação precarizou nosso trabalho. São 15 horas na rua para fazer R$ 80. Dia bom é só no domingo com chuva”, diz Kelvin Brito, 21, que reclama que as taxas ficaram quase inalteradas nos últimos anos.
O iFood diz ter recebido mais de 175 mil pedidos de cadastro em março deste ano —um aumento expressivo ante os 85 mil de fevereiro. Nem todos são aceitos. Atualmente, 170 mil entregadores estão com cadastro ativo.
A empresa afirma que o valor médio pago por rota é de R$ 8,46 e que o valor considera a distância entre o restaurante e o cliente, o tipo de veículo e o dia da semana. O valor mínimo por corrida é de R$ 5. Em maio, segundo o aplicativo, o valor médio por hora trabalhada foi de R$ 21,79.
A Uber Eats e a Lalamove não informam o número de cadastrados, nem o número de pedidos atendidos diariamente.
“As empresas não são transparentes. Cada uma tem uma forma de cobrar. O sistema de pontuação da Rappi te faz refém. Defendemos tabela mínima de R$ 9, com R$ 2 de adicional por quilômetro rodado”, afirma Edgar Franscisco da Silva, diretor da AMABR (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), que representa 8.000 motoristas regulamentados.
Estudo da Remir (Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista) realizado com 298 entregadores diz que pelo menos 10% dos motoristas, motoboys e ciclistas começaram a atuar no segmento durante a pandemia.
O procurador do trabalho Renan Kalil, que integra o grupo de trabalho da Remir, afirma que a redução no ganho final desses entregadores deve-se também o fim de bônus e premiações.
“Esses trabalhadores estão enfrentando longas jornadas, a remuneração caiu e a entrega de proteção não é suficiente”, diz.
O ajuste nos pagamentos feito pelos aplicativos acabou exigindo que os entregadores passem mais horas na rua para manter a mesma renda.
Desde o março, o MPT (Ministério Público do Trabalho), fez diversas recomendações aos aplicativos e impetrou ações civis públicas para obrigar as empresas a cumprirem medidas mínimas de higiene e limpeza, como fornecimento de equipamentos de proteção. As empresas recorreram ao TRT e conseguiram suspender a obrigação, mas todas dizem fornecer álcool em gel, por exemplo.
Kalil, do MPT, diz que os cuidados em relação ao coronavírus ocorre mais por iniciativa dos próprios entregadores e motoristas. Nas ações apresentadas a partir de março, segundo o procurador, não se discutiu o tipo de relação entre as empresas e esses trabalhadores.
Em todo o Brasil, o MPT é autor de diversas ações em que pede a declaração de vínculo de emprego entre esses apps —iFood, Rappi, Uber, Cabify, Loggi— e os trabalhadores que utilizam as plataformas para prestar serviços de entrega e transporte.
Existem decisões favoráveis e contra esse entendimento. No ano passado, a 5ª Turma do TST (Tribunal Superior do Trabalho) considerou que o tipo de relação entre a Uber e os motoristas não preenche os requisitos de vínculo de emprego. Foi a primeira vez em que a instância superior da Justiça do Trabalho discutiu o assunto.
No julgamento, o ministro Douglas Alencar afirmou que “essa nova realidade de emprego” não pode ser enquadrada no conceitos clássicos de funcionário e empregador, mas há a necessidade de uma legislação que garanta proteção social a esses trabalhadores.
A advogada Priscila Novis Kirchhoff, sócia trabalhista do Trench Rossi Watanabe, diz que a pandemia trouxe uma visibilidade maior para o trabalhado do entregadores.
“Eles estavam atuando quase como uma atividade essencial, mas nada disso resultou em ganho de remuneração ou de qualidade de trabalho, e ainda passaram a gastar mais, por conta dos EPIs”, afirma.
Para ela, a relação entre aplicativos e entregadores é a de uma prestação de serviços típica -eles são trabalhadores autônomos, sem obrigatoriedade de atender aos chamados e sem chefes. “Veja que eles também não estão cobrando esse reconhecimento, querem é um reajuste nos valores pagos.”
O professor Rodrigo Zeidan, da New York University Shanghai, na China, afirma em sua coluna na Folha que a greve dos entregadores deverá guiar as relações trabalhistas nos próximos anos.
Para ele, as empresas de entregas criam um oligopsônio, ao aumentar o próprio poder. Nesse modelo de oligopólio, poucas empresas compram certo serviço e, diante dessa limitação, também conseguem derrubar os preços -ou, no caso dos entregadores, o valor pago por entrega ou quilômetro rodado.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 01-07-2020) | | | | Decreto que regulamenta reforma da Previdência troca dia de contribuição por mês
O governo do presidente Jair Bolsonaro publicou nesta quarta-feira (1º) o decreto 10.410, que regulamenta a reforma da Previdência de 13 de novembro de 2019.
Por um lado, o novo regramento facilita a aposentadoria ao considerar que o recolhimento ao INSS feito a partir do valor mínimo deve contar como um mês inteiro de contribuição, mesmo que o segurado tenha trabalhado um único dia na competência. Por outro, o decreto cria empecilhos para a concessão do benefício ao trabalhador que coloca a saúde em risco ou se acidenta no emprego.
A nova forma de contar o tempo de contribuição é a principal alteração apresentada pelo decreto, segundo a advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário).
“O INSS substituiu a contagem em dias por mês de competência”, diz Bramante. “Na prática, se o profissional trabalha um, cinco ou dez dias, caso o valor da contribuição alcance o mínimo exigido, ele terá todo o mês contado no seu tempo de contribuição”, explica.
A nova contagem está entre as poucas partes do decreto a serem comemoradas pelo trabalhador. No geral, as mudanças vão estimular ações judiciais contra o governo, sendo que muitas vão na contramão de conquistas que já haviam sido obtidas pelos segurados no Judiciário.
Para a contagem do tempo especial (que antecipa a aposentadoria) de trabalhadores expostos a agentes cancerígenos, por exemplo, o governo passará a exigir provas de que equipamentos individuais e coletivos oferecidos pela empresa não eram eficientes para afastar o risco à saúde.
“Hoje esse tempo é presumido, não pela profissão, mas pela substância à qual o trabalhador está exposto”, afirma Bramante. “É o caso do frentista de posto, que é exposto ao benzeno, ou do mecânico da indústria petroquímica, que lida com óleos minerais”, diz.
A publicação do decreto regulamentando a reforma da Previdência não significa que as medidas serão imediatamente aplicadas pelo INSS.
Ainda é necessária a publicação de uma IN (Instrução Normativa), cuja função é detalhar ainda mais os pontos da reforma e de sua regulamentação, permitindo assim a interpretação correta das novas regras pelos funcionários que realizarão as análises de pedidos e revisões de benefícios.
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA | PRINCIPAIS PONTOS
O governo federal publicou nesta quarta (1º) um decreto que regulamenta a reforma da Previdência aprovada em novembro de 2019
A medida preenche lacunas no texto promulgado pelo Congresso e explica algumas mudanças nas regras para acesso e manutenção de benefícios
Veja abaixo os pontos da regulamentação da reforma que, segundo especialistas, terão maior impacto na vida dos segurados do INSS
1) Nova contagem do tempo de contribuição
O tempo de contribuição passa a ser contado em meses de competência e não mais em dias
Exemplo:
Um funcionário demitido em 10 de junho tinha apenas dez dias contados como tempo de contribuição.
Agora, se a demissão ocorre em 10 de junho e o valor recolhido atinge a contribuição mínima, será contado um mês de contribuição.
Esse tipo de contagem já era realizado para a carência (período mínimo para se aposentar por idade). Agora também entra na conta do tempo de contribuição.
2) Tempo especial
O trabalhador exposto a agentes que colocam a saúde em risco terá mais dificuldade para antecipar a aposentadoria
A mudança impacta casos de agentes cancerígenos, cujo risco era reconhecido independentemente do uso de equipamento de proteção
Agora, é necessário provar que o EPI (equipamento de proteção individual) e outras medidas adotadas pela empresa não são eficientes para afastar o risco
O INSS passa, oficialmente, a só aceitar a conversão do tempo especial em comum até 13 de novembro de 2019 (data da publicação da reforma da Previdência)
3) Afastamento por acidente
O período de afastamento do trabalho por acidente ou doença ocupacional deixa de contar como tempo especial
A medida vai na contramão das discussões na Justiça, onde o STJ (Superior Tribunal de Justiça) considerou que até mesmo o auxílio-doença comum pode ter contagem especial
4) Carência
O segurado que está recebendo auxílio-doença poderá contribuir para ter esse período reconhecido como carência
Antes da mudança, não havia a possibilidade, na via administrativa, de contar o afastamento na carência. A contagem só valia como tempo de contribuição
5) Trabalhador intermitente
Se o valor da contribuição for inferior ao valor mínimo exigido para o recolhimento, não há contagem do tempo contribuído, assim como não será considerado como carência e tampouco para a manutenção da qualidade de segurado
Fontes: Decreto 10.410/2020 e IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário)
| Folha de S.Paulo ( publicado em 01-07-2020) | | | | Gigante europeia avalia que pode levar até 2025 para que viagens retomem patamar anterior à pandemia
A pandemia do coronavírus continua a causar desgaste na aviação mundial, e a gigante aeroespacial Airbus anunciou na terça-feira que cortaria quase 15 mil empregados de sua força de trabalho mundial, o maior corte de pessoal na história da companhia.
Mencionando uma queda de 40% nas atividades de negócios do setor de aviação comercial e a “crise sem precedentes” que a indústria aeronáutica enfrenta, a Airbus anunciou que cortaria cerca de 10% de seus postos de trabalho em todo o mundo, com demissões em suas operações na França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.
Guillaume Faury, o presidente-executivo da companhia, vinha preparando o pessoal para um período difícil por meio de uma série de memorandos nos quais alertava que a companhia teria de se adaptar a um declínio duradouro na demanda por jatos de passageiro. A Airbus disse na terça-feira que não acreditava que a demanda por viagens aéreas venha a retornar ao nível anterior à pandemia antes de 2023, ou possivelmente antes de 2025.
“A Airbus está enfrentando a crise mais grave que este setor já encarou”, afirmou Faury em comunicado na terça-feira. “Devemos garantir nossa capacidade de sustentar nossa empresa e emergir da crise como um líder saudável do setor aeroespacial mundial, nos ajustando aos pesados desafios que nossos clientes enfrentam”.
As demissões representam uma reviravolta dramática na situação da maior fabricante mundial de aviões, fundada 50 anos atrás.
Em fevereiro, quando sua rival americana, a Boeing, continuava a sofrer os efeitos da paralisação das operações de seu modelo 737 Max, que já durava um ano, a Airbus tinha uma longa lista de encomendas esperando atendimento. A produção do jato A320 – o principal concorrente do 737 Max e responsável pelo grosso das vendas da Airbus – estava atrasada em meses devido à desaceleração do trabalho em algumas das fábricas europeias da companhia.
Quando a pandemia do coronavírus causou a paralisação de boa parte do setor mundial de viagens aéreas, o desempenho da Airbus caiu como o do restante do setor. As companhias de aviação agora planejam enfrentar alguns anos de demanda reduzida, e com isso uma necessidade menor de aviões novos.
A empresa vai demitir cinco mil de seus 49 mil trabalhadores na França, 5,1 mil dos 45,5 mil trabalhadores que tem na Alemanha, 900 dos 12,5 mil empregados na Espanha e 1,7 mil dos 11 mil empregados no Reino Unido. Outros 1,3 mil trabalhadores serão demitidos em outras unidades da Airbus em todo o mundo, com cerca de 900 desses cortes acontecendo em função de uma reestruturação planejada antes da pandemia.
Os cortes de pessoal serão discutidos com os sindicatos que representam os trabalhadores da companhia na Europa, afirmou a Airbus, e devem ser concluídos no máximo até a metade do ano que vem. A companhia vai buscar atingir suas metas por meio de demissões voluntárias, aposentadorias antecipadas e esquemas para emprego de tempo parcial em longo prazo, nos casos em que isso seja apropriado, anunciou a Airbus.
O governo francês, que vem tentando impedir ondas de demissões por meio de medidas de apoio às empresas, classificou o número de demissões como “excessivo”. “Antecipamos que a Airbus utilize os recursos oferecidos pelo governo para reduzir o número de cortes de empregos”, disse um porta-voz do Ministério das Finanças da França.
A Airbus já tinha começado a reduzir em cerca de um terço a produção de seu popular jato A320, de fuselagem estreita, e do modelo A350, de longo alcance, desde abril, quando quarentenas para conter a expansão da pandemia começaram a ser impostas em toda a Europa. Isso representou um declínio de 40% no número de aviões que a companhia planejava produzir em 2020 e 2021.
Pesquisas publicadas na semana passada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), alertavam que o setor aeronáutico europeu deve sofrer prejuízos de US$ 21,5 bilhões em 2020, com a queda de mais de 50% na demanda por passagens devido às restrições mundiais continuadas às viagens.
A Boeing anunciou 16 mil demissões no final de abril, depois que seu presidente-executivo David Calhoun afirmou que o coronavírus havia criado “desafios completamente inesperados”.
A receita da Boeing com a venda de aviões comerciais caiu em quase 50%, e a fabricante de aviões só recebeu 49 pedidos novos e teve 196 aviões cancelados entre janeiro e março. A companhia recebeu recentemente autorização para iniciar os testes de voo do 737 Max reformulado.
A Airbus está enfrentando problemas a despeito do enorme programa de assistência para a indústria da aviação anunciado em junho pelo governo francês, que inclui assistência de 15 bilhões de euros (quase US$ 17 bilhões) à Air France, Airbus e aos grandes fornecedores franceses de componentes aeronáuticos.
Mas embora o governo tenha apelado às empresas que receberão assistência para que não recorram a demissões, não há regras que proíbam cortes.
“A Airbus agradece pelo apoio do governo, que permitiu que ela limitasse as medidas de adaptação necessárias”, afirmou a companhia.
“No entanto, já que o tráfego aéreo não deve voltar aos níveis anteriores à Covid antes de 2023 e possivelmente nem antes de 2025”, o comunicado prosseguia, “a Airbus agora precisa tomar medidas adicionais a fim de refletir o panorama do setor depois da Covid-19”.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 01-07-2020) | | | | A Sanepar informa que está suspenso o rodízio programado para esta quarta e quinta-feira (01 e 02) em Curitiba e Região Metropolitana devido ao temporal desta terça, que causou queda de energia e desabastecimento de água em toda a região.
Ainda sem previsão de retorno da energia elétrica em vários sistemas de abastecimento da Sanepar, a falta de água nesta manhã afeta mais de 1,1 milhão de pessoas na Grande Curitiba, nos municípios de Adrianópolis, Almirante Tamandaré, Araucária, Agudos do Sul, Queimados, Tijucas do Sul, Lapa, São José dos Pinhais, Colombo, Contenda, Campo do Tenente e Mandirituba.
Estão sem energia a Estação de Tratamento de Água Miringuava e os centros de reservação de Guarituba Redondo, Campo Comprido, São Braz, Aeroporto, Colônia Farias, Jardim Nezita, Jardim Araçatuba, Lapa, Mariental, Mandirituba, que distribuem água para vários bairros da Capital e cidades da Região Metropolitana. Em São José dos Pinhais também está parada a Estação de Tratamento de Água Cotia.
A orientação é evitar desperdícios. O Serviço de Atendimento ao Cliente Sanepar é feito pelo telefone 0800 200 0115, que funciona 24 horas. Ao ligar, tenha em mãos a conta de água ou o número de sua matrícula.
Para esta e outras informações utilize o aplicativo para celular Sanepar Mobile ou acesse sempre o site da Sanepar.
| Bem Paraná ( publicado em 01-07-2020) | | | | O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ganhou tração em todas as sete capitais pesquisadas no fechamento do mês de junho, informou nesta quinta-feira (2) a Fundação Getulio Vargas (FGV). No período, o indicador subiu 0,36%, 0,27 ponto porcentual acima da taxa de 0,09% apurada na divulgação anterior.
Todas as cidades pesquisadas encerraram o mês com suas taxas em terreno positivo. As últimas que ainda registravam deflação eram Belo Horizonte (-0,07% para 0,24%) e Porto Alegre (-0,10% para 0,44%).
Também houve acréscimo nas taxas de São Paulo (0,0% para 0,18%), Rio de Janeiro (0,24% para 0,35%), Recife (0,26% para 0,37%), Brasília (0,40% para 0,91%) e Salvador (0,32% para 0,41%).
| Bem Paraná | | |
Peças como essa não são produzidas usando práticas tradicionais de usinagem, mas são fabricadas usando um processo chamado usinagem por descarga elétrica ou EDM.
O EDM permite peças de precisão incrivelmente alta com tolerâncias incrivelmente baixas.
O processo é um método de usinagem não tradicional, pois o material é removido da peça de trabalho não por meio de perfuração ou fresagem, mas sim por energia térmica. Você pode pensar nesse processo como um corte a laser, mas se fosse usado em objetos de máquinas.
Um dos principais casos de uso desse material é a fabricação de ferramentas e moldes, pois pode ser incrivelmente preciso em metais relativamente duros, como o titânio. Então, como exatamente isso funciona?
O processo de usinagem EDM
Antes de começarmos a usinagem EDM, como ela é diferente da usinagem mecânica e como ela funciona, dê uma olhada no vídeo abaixo se você precisar de uma atualização nos processos de usinagem mecânica.
Agora vamos ver como o EDM funciona exatamente.
A usinagem por descarga elétrica é a usinagem de um material através da direção de descargas elétricas de alta frequência de uma ferramenta, geralmente feita de grafite. Esta ferramenta de grafite atua como um eletrodo que desintegra materiais condutores no processo de usinagem.
Basicamente, há um eletrodo que passa uma corrente através de um material que faz com que derreta ou vaporize, e é assim que a usinagem é realizada. No entanto, esse processo não pode acontecer em qualquer lugar, na verdade a peça de trabalho e o eletrodo precisam ser submersos em um fluido dielétrico.
Quando se trata de processos técnicos, geralmente a melhor maneira de entender como eles funcionam é vê-los em ação. Dê uma olhada neste pequeno vídeo educacional sobre EDM.
Os diferentes tipos de EDM
No processo principal do EDM, existem três subprocessos. Esses são EDM de fio, Sinker EDM e EDM de furação.
Sinker EDM é um tipo de usinagem que permite aos usuários produzir formas altamente complexas. A razão pela qual é chamado EDM de chumbada é que, nesse processo, os eletrodos precisam ser altamente precisos e pré-usinados para que possam ser afundados na peça de trabalho para criar uma versão negativa de sua forma.
O EDM de fio, por outro lado, envolve um fio fino usado para cortar a peça de trabalho, atuando como um eletrodo. O fio é alimentado através de uma alimentação automática e os cortes são feitos ao redor da peça. Neste aparelho, o fio é mantido com guias de diamante e o próprio fio é geralmente feito de latão ou cobre.
Finalmente, há o EDM de perfuração, que é um processo projetado especificamente para fazer furos em materiais. É capaz de perfurar incrivelmente pequenos furos que de outra forma não seriam possíveis com a usinagem mecânica. Os eletrodos, neste caso, são tubulares com o fluido dielétrico fluindo através do bico do eletrodo.
Agora que abordamos o básico dos processos, em que você pode usar essa técnica? Qualquer material condutor.
Quando você usaria usinagem de descarga elétrica
A maior vantagem que o EDM representa para a usinagem moderna é o quão versátil é para uso com metais, particularmente com metais mais duros, mais difíceis de usinar mecanicamente. Metais como carboneto de tungstênio ou titânio podem ser facilmente usinados com EDM. Outra vantagem dessa técnica é a capacidade de produzir contornos altamente precisos nas peças sem precisar rebarbar ou limpar a borda.
Devido à natureza do processo de usinagem ser puramente baseado na corrente elétrica, a EDM pode fazer cortes longos em profundidade que, de outra forma, seriam impossíveis. Projetos como ranhuras ou nervuras são particularmente adequados para EDM.
Por fim, o EDM pode ser feito após o tratamento térmico de uma peça, o que significa que o processo não atrapalha a têmpera ou o tratamento do metal, como a usinagem mecânica.
Então, se o EDM pode fazer tudo isso, o que não pode fazer?
Bem, não é um método de usinagem particularmente rápido, portanto não é ótimo em escala. Também requer uma imensa quantidade de energia elétrica, muito mais do que qualquer processo de usinagem mecânica.
Os eletrodos EDM também precisam frequentemente ser substituídos, assim como bits em máquinas mecânicas, mas os eletrodos EDM às vezes são feitos sob medida para cada trabalho. Isso significaria etapas adicionais no processo.
Aplicações de EDM
Discutimos quando o EDM seria usado e alguns dos prós e contras, mas vamos falar sobre exemplos específicos em que seria um bom ajuste. O EDM é ótimo para lotes de produção de volume incrivelmente pequeno ou peças únicas que precisam de um grau intenso de precisão.
O EDM é amplamente utilizado na indústria de moldes, mas também nas indústrias aeroespacial e automotiva. Essas indústrias também veem processos de usinagem mecânica que também estão na vanguarda.
No final do dia, enquanto você pode apenas aprender sobre o que é EDM, na verdade, é um processo que se tornou bastante padrão no setor. As chances são de que isso tenha impactado os produtos da sua vida de alguma maneira – e certamente é um processo de usinagem fascinante para ser visto em ação.
| CIMM | | | | A convergência entre plantas industriais e a área de TI está mudando a face do mundo. Essa nova realidade é uma das colunas da Indústria 4.0 e é fruto da digitalização da economia, que constantemente amplia o que é considerado infraestrutura de TI.
Isso tem duas consequências: a primeira é que a digitalização força a modernização de setores da infraestrutura que sempre viveram de forma isolada. A segunda é que a digitalização exige que essas partes mais fechadas sejam capazes de conectar-se com novos ambientes.
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
Isso resulta em uma convergência de múltiplas tecnologias díspares, algo que traz desafios de gerenciamento e segurança nunca vistos antes.
Podemos chamar essa nova realidade de TI Industrial, um ambiente onde três tipos de tecnologia convergem: tecnologia operacional (operational technology, OT), tecnologia da informação (TI) e a Internet Industrial das Coisas (IIoT).
Tecnologia Operacional (OT)
Eis como a Wikipedia define OT: “Tecnologia operacional (OT) é formada por hardware e software que detecta ou causa uma mudança, mediante monitoramento direto e/ou controle de equipamentos, sobre ativos, processos e eventos industriais”.
A OT inclui sistemas de controle industrial (ICS) tais como sistemas de supervisão e aquisição de dados (SCADA), controladores lógicos programáveis (PLC), unidades terminais remotas (RTU), PCs industriais (IPC) e sistemas de controle distribuído (DCS), para citar alguns. Por décadas, esses sistemas operaram de forma fechada e isolada, não necessitando comunicar-se muito com o “mundo externo”. O resultado disso é que o chão de fábrica conta, historicamente, com sistemas e plataformas que usam seus próprios padrões e protocolos.
Tecnologia da Informação (TI)
Essa é a infraestrutura “tradicional” que poderia ser encontrado em qualquer ambiente de TI.
Internet Industrial das Coisas (IIoT)
Desde o início da transformação digital nas indústrias, um número cada vez maior de dispositivos conectados e inteligentes estão sendo usados em ambientes industriais. A digitalização é responsável pelo retrofit de soluções existentes. A meta é fazer com que as máquinas existentes se tornem mais inteligentes graças à adoção, nessas plantas, de dispositivos IIoT.
O desafio da agregação de dados no ambiente industrial
Anteriormente, TI e OT existiam de forma isolada dentro da empresa. No chão de fábrica, os engenheiros gerenciavam os aspectos de OT e, no Datacenter, os administradores de sistemas gerenciavam os aspectos de TI. Com a digitalização, tudo mudou.
Os dados – fundamentais para a eficácia no gerenciamento de processos produtivos – precisam ser coletados, analisados e utilizados em todos os níveis, desde a área de produção até as próprias instalações. Isso significa que os dispositivos que, anteriormente, eram isolados – por exemplo, os controladores lógicos programáveis – agora precisam conectar-se a sistemas de coleta de dados. Em razão disso, os novos PCs industriais, RTUs ou PLCs usam protocolos para conectar-se à nuvem ou a outros sistemas de coleta de dados.
Tudo isso fez com que os dispositivos implementados no perímetro industrial se tornem pontos de agregação de dados, conectados a diversos sistemas e, assim, parte fundamental de uma solução para monitorar a infraestrutura.
O Gartner descreve esses dispositivos como “gateways de IoT”:
“Um gateway de IoT industrial é uma ponte entre uma rede de chão de fábrica e a plataforma IoT. O gateway de IoT Industrial pode, também, conectar uma rede de chão de fábrica com, por exemplo, uma plataforma ERP ou outra aplicação de negócio. Gateways de IoT Industriais podem ser vistos como pontos de agregação de dados provenientes do chão de fábrica. Para isso, proporcionam capacidades de armazenamento local e capacidades de computação, bem como uma interface de usuário para processamento de dados e gerenciamento de sistemas.”
Tanto os dispositivos IIoT como os gateways de IoT são essenciais para a gestão convergente e unificada do chão de fábrica (OT) e da TI.
Como monitorar mundos tão diferentes entre si?
A convergência OT/TI exige uma nova abordagem de monitoramento. Anteriormente, a OT seria monitorada por meios fornecidos pelas máquinas ou dispositivos, ou pelo sistema de controle industrial do chão de fábrica. Enquanto isso, a TI seria monitorada usando-se ferramentas tradicionais de gerenciamento. Os dispositivos IIoT, por outro lado, costumam fornecer seus próprios painéis de controle para monitoramento.
O desafio do monitoramento dessa infraestrutura convergente é juntar diversas métricas em uma única visão. É preciso visualizar instantaneamente se há um problema em um sistema de controle industrial, como um IPC, e se há problemas na TI. A visualização do que se passa em ambientes híbridos deve oferecer estatísticas da saúde de equipamentos como RAID, dados sobre armazenamento, uso de CPU e rotação da ventoinha de equipamentos industriais. Todas essas métricas podem ajudar a evitar interrupções da produção.
O monitoramento fim a fim tem, também, de suportar protocolos e padrões presentes na infraestrutura industrial. Historicamente, muitos sistemas de controle industrial permitiam acesso SNMP, mais abertos. Mas muitos ambientes de chão de fábrica só são acessáveis por meio de protocolos bem específicos de fieldbus como o Modbus TCP. MQTT, por exemplo, é um protocolo frequentemente usado para levar dados do dispositivo de perímetro industrial para um data center ou para a nuvem. A infraestrutura de fábrica também está presenciando um aumento da adoção de OPC-UA, uma arquitetura aberta multiplataforma, orientada a serviços, para automação industrial.
Esses protocolos, e todos os protocolos que se costuma encontrar em ambientes TI têm de ser igualmente integrados à plataforma de monitoração dos ambientes OT/TI.
Se a chave é reunir o maior número possível de métricas em uma única visão geral, várias são as exigências para uma solução de monitoração OT/TI:
Ela precisa ser neutra em relação a fornecedores de OT e de TI.
Ela precisa entender os protocolos e padrões comuns de comunicação usados no chão de fábrica.
Ela precisa enviar notificações para a equipe correta – seja OT, seja TI – quando ocorrem falhas em qualquer ponto da infraestrutura.
Ela precisa proporcionar painéis de controle com métricas de TI, OT e IIoT entregues de forma unificada e, também, painéis de controle específicos para cada grupo de usuários.
Indústria 4.0 no Brasil: próximos passos
A indústria brasileira está sendo reinventada nesse exato momento. Setores como as indústrias extrativistas (petróleo, gás e mineração), além de utilities como provedores de serviços de água, esgoto e energia elétrica, estão na vanguarda da Indústria 4.0. Isso exige mudanças intensas na cultura dessas empresas, com a convergência entre OT e TI melhorando a gestão, acelerando a produção e trazendo crescimento econômico para o Brasil. O monitoramento integrado dos mundos OT e TI é essencial para que esse avanço aconteça.
Luis Arís, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Paessler América Latina
| Ind 4.0 | | | | Em meio à discussão sobre como será o mundo dos negócios pós-pandemia, poucas empresas brasileiras têm todos os meios digitais para fazer essa migração, na verdade, esse número é bem pequeno, segundo nossa mensuração com lideranças de RH.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, muitas empresas se viram diante do desafio da adaptação às mudanças decorrentes do isolamento social, como colocar os funcionários em home office sem deixar de manter a produtividade e o engajamento.
Agora, em que as empresas já discutem como vão atuar no mundo pós-pandêmico, uma pesquisa da Apdata revela que elas não estão preparadas para essa nova realidade: os dados mostram que apenas 3% das organizações do país já passaram por uma Transformação Digital. São aquelas que possuem suas estruturas de software de Recursos Humanos na nuvem ou utilizam tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e automação.
Para fazer a pesquisa, a Apdata entrevistou 106 líderes de Recursos Humanos de diversas empresas do país entre novembro de 2019 e fevereiro deste ano.
A maioria (73%) das organizações está em algum ponto dessa transição digital - quando alguns processos permanecem manuais, enquanto outros já são digitais. Dessas, 47% já adotaram inclusive algumas tendências de Transformação Digital, como a implementação de Portais de RH, plataformas e processos automatizados, como assinatura de ponto eletrônica pelos funcionários.
Outras 22% contam apenas com sistemas internos para folha de pagamento e registro de ponto, com a maior parte das tarefas ainda manuais, como mensurações básicas de produtividade e atividades do dia a dia, que exigem a presença física no escritório.
Para Paulo Oliveira, coordenador de marketing da Apdata, a pandemia fez com que mais empresas percebessem a realidade demonstrada na pesquisa. "Antes da crise, havia um processo tímido de percepção do RH como um lugar estratégico para as organizações. Agora, no meio dela, ficou mais claro o quanto esse processo de Transformação Digital da área é fundamental não apenas para que as operações continuem no mesmo ritmo, mas para as empresas entrem no mundo pós-covid prontas para as mudanças que o mercado vai exigir", diz.
"Agora, é importante que o Recursos Humanos direcione os projetos de Transformação Digital das suas organizações, porque ele está no centro da discussão desse futuro próximo, desse 'novo Normal' que está sendo tão falado pelos especialistas", completa.
Outros dados da pesquisa apontam para o status da Transformação Digital nas empresas: 74% delas ainda não usam Inteligência Artificial, enquanto outras 16% possuem algumas ferramentas com esse conceito. Quatro em cada dez lideranças (40%), enfim, dizem que não estão familiarizadas com o assunto Transformação Digital. "Nosso desafio será apontar caminhos para a Transformação Digital das empresas, porque, se por um lado há um processo lento nessa direção, por outro a gente já percebe que a pandemia fez com que elas entendessem a importância de implementá-la", finaliza Paulo.
| CIMM ( publicado em 01-07-2020) | | | | Presidente da FCA comenta os resultados da pesquisa Liderança do Setor Automotivo e defende que companhias tenham equipes mais diversas
“É preciso dar espaço para que as pessoas trabalhem, se expressem e proponham coisas”. É assim que Antonio Filosa, presidente da FCA para a América Latina, resume o que entende ser uma dinâmica eficiente para as organizações, capaz de gerar resultados imediatos e também inovações futuras. Segundo ele, o maior ativo das empresas automotivas instaladas no Brasil é justamente o capital humano local.
Apesar disso, ele entende que há um erro nas organizações automotivas, que ainda estão distantes de espelhar a diversidade encontrada na população brasileira – que é mais de 50% feminina e negra. “É obrigação do setor mudar”, enfatiza
Esta entrevista é parte do especial Liderança do Setor Automotivo, que traz as principais conclusões da pesquisa e os comentários de grandes profissionais do segmento.
Ainda no fim de 2019, o executivo foi um dos convidados a comentar em primeira-mão os resultados da pesquisa Liderança do Setor Automotivo, feita por AB em parceria com a Mandalah e com a MHD Consultoria. Apesar da intensa mudança do cenário para a indústria e a sociedade desde então, a discussão sobre os aspectos mais humanos de comandar uma organização ganha ainda mais relevância diante da crise atual, que testa as decisões tomadas pelas pessoas em posição de gestão.
O estudo é resultado de entrevistas com 673 profissionais que atuam em empresas automotivas. Na entrevista a seguir, Filosa fala sobre os desafios da liderança, da necessidade de permanecer próximo das pessoas e aponta, ainda, que a motivação que encontra no trabalho vai além da busca por números e resultados financeiros.
Segundo a pesquisa Liderança do Setor Automotivo, 93% das pessoas em posição de alta gestão nas empresas do segmento são homens e 87% são brancos. A maioria é formada em engenharia. Que leitura você faz deste perfil tão homogêneo?
Este cenário mostra um erro porque, em uma sociedade tão diversa, multiétnica, multicultural, não deveríamos ter um setor tão monocromático. Precisamos espelhar a sociedade que queremos servir. É uma responsabilidade ética, mas também uma questão de mercado: se mais de 50% dos consumidores são mulheres e pessoas negras, porque não temos esta representação nas lideranças das empresas? Estamos inseridos em um contexto de alta competitividade que exige que sejamos meritocráticos, premiando quem tem performance superior. Por isso, precisamos garantir paridade de oportunidades.
O setor tem obrigação de mudar – e aqui falo tanto de montadoras, quanto de fornecedores e concessionárias, todos os elos da cadeia de valor.
O Brasil está em busca de abertura comercial. Ainda assim, as lideranças avaliam que a indústria automotiva brasileira só será polo de desenvolvimentos locais, sem protagonismo na oferta de soluções globais. Qual é a sua visão sobre o tema?
Acho que esta visão precisa ser mais ambiciosa. O Brasil tem milhões de consumidores que estão inseridos em um contexto global. Tirando pequenas diferenças, o cliente italiano, o americano e o chinês querem coisas parecidas, como serviços conectados e redução do impacto ambiental.
Quanto mais localizamos a produção, mais trazemos coisas interessantes: fornecedores novos, instalação de fábricas, geração de empregos, tecnologia e desenvolvimento. Nossa indústria investe muito em pesquisa e desenvolvimento e, se temos soluções alinhadas globalmente, mas produzidas localmente, ganhamos força para competir com todo mundo lá fora.
E qual é a competência local? O que a indústria automotiva brasileira tem a oferecer para o mundo?
Uma coisa que o Brasil não pode invejar de ninguém é o capital humano. Os brasileiros e as brasileiras são os trabalhadores com capacidades mais reconhecidas do mundo.
O nível de absenteísmo das nossas fábricas locais ficam abaixo de 2%, o que significa que a dedicação e a garra dos nossos colegas no Brasil é quatro vezes maior do que em todo mundo. Temos geração espontânea de projetos entre os nossos 20 mil colegas na América Latina que fica entre as maiores da FCA globalmente.
Então, além da dedicação do trabalhador, também lideramos em proatividade, na iniciativa para propor projetos e melhorias. Precisamos oferecer soluções para o mercado global e tecnologias com base no grande potencial do capital humano brasileiro.
Um dos recortes da pesquisa mostra que a liderança automotiva enfrenta dificuldade para equilibrar a entrega de resultados no curto prazo e a construção de soluções para o longo prazo. Como manter a harmonia na condução destas duas frentes?
Nós temos admiração pelas startups, empresas que nasceram pequenas e se tornaram globais. E qual é a diferença entre elas e as grandes organizações, como nós? Não temos grande assimetria nas pessoas, já que a distribuição de talentos é muito parecida. A verdadeira questão é que dentro de organizações tradicionais esses talentos ficam presos no rigor dos processos. Para equilibrar o curto e o longo prazo precisamos criar oportunidades para que as pessoas se expressem e dialogarem com a liderança.
Uma vez que você faz o trabalho de recrutar bem, fomentar a diversidade e a inclusão, é preciso dar espaço para que as pessoas trabalhem, se expressem e proponham coisas. É isso que temos feito na FCA.
As pessoas são a chave para atravessar o momento de transformação?
Temos falado muito sobre a transformação atual, mas somos resultado de uma longa história de transformações. Claro que a onda digital alavanca determinados investimentos e mudanças exponenciais. Mas de qualquer forma, somos transformação sempre.
Dos entrevistados para a pesquisa, 60% se dizem moderadamente preparados para entregar bons resultados no setor, enquanto 37% apontam estar altamente preparados. Como permanecer relevante profissionalmente diante de tantas mudanças de contexto?
Tenho o privilégio de liderar uma organização que tem 20 mil pessoas na América Latina e 200 mil globalmente. O primeiro que preciso fazer para entregar bons resultados é estar próximo destas equipes. É aí que está o enorme potencial de geração de ideias e projetos.
Precisamos trabalhar para anular hierarquias e manter a proximidade porque isso me permite ficar antenado e captar mudanças.
Tenho certeza que, em muitos aspectos, outras pessoas da empresa sabem mais do que eu e podem me inspirar. Precisamos promover integração porque as grandes empresas estão acostumadas a trabalhar em áreas e, com uma comunicação transversal, você gera trocas e novas possibilidades. Por fim, outra necessidade é estarmos abertos a parcerias externas, ter intercâmbio de ideias com outras organizações, fornecedores, competidores e entidades.
A maioria dos entrevistados disse que empatia é a principal característica de uma boa liderança, mas quase metade dos respondentes avaliam que os gestores das empresas em que trabalham não têm esta qualidade. O setor automotivo tem um desafio cultural? Como criar esta proximidade das pessoas que você mencionou?
Ser empático é necessário a um líder, mas concordo que é algo que não está completamente presente no setor automotivo. Mudar isso será resultado de um recrutamento de profissionais bem feito, mas também de um ambiente organizacional que permita isso. Uma coisa que mata qualquer evolução neste sentido é a cultura da culpa.
Por exemplo, se temos um problema dentro da empresa, existe a possibilidade do profissional dizer que não foi culpa dele e se isentar. Outra possibilidade é reunir um grupo de pessoas serenamente e trabalhar coletivamente nas possíveis soluções, tirar o foco da busca por culpados. O comportamento das pessoas em momentos como este depende muito da cultura corporativa.
Na sua opinião, quais são as características necessárias a uma boa liderança?
Empatia, capacidade de integrar pessoas e ideias, respeito e abertura são características humanas que um líder deve ter. Através disso e dos resultados que ele é capaz de entregar será possível construir uma boa reputação.
O conceito de Candura Radical aponta que a boa liderança mantém o equilíbrio entre desafiar as pessoas da equipe e, ao mesmo tempo, ser empático e importar-se pessoalmente com cada colaborador. Como você equilibra estas duas frentes?
Uma liderança não faz nada sem o próprio time, seja ele de 20 mil ou de 6 pessoas, então é fundamental estar próximo e conseguir integrar este grupo. Agora, o balanceamento entre ser paternalista demais ou desafiador demais é um exercício diário que começa com um forte alinhamento estratégico sobre os resultados que precisam ser entregues.
É fundamental construir relações com as pessoas e, ao mesmo tempo, direcioná-las para o objetivo.
Dentro da FCA fazemos muito este alinhamento. Uma vez que temos um acordo entre as lideranças e suas equipes, é quase natural que todos corram na mesma direção e alcancem resultados.
Vemos um movimento positivo das empresas automotivas em busca de um propósito. Nesta edição da pesquisa, 36% dos entrevistados disseram que a companhia em que trabalham tem um propósito definido, claro e capaz de orientar as estratégias. Qual é a sua visão sobre este assunto?
Somos uma empresa de várias marcas e cada uma tem um propósito muito claro. Como organização, a FCA tem alguns propósitos claros e prioridades estratégicas, como a inclusão de pessoas para refletir toda a diversidade que existe na sociedade. Ninguém é perfeito, mas cada vez mais, através de alinhamento e comunicação, isso começa a se enraizar na cultura da empresa. Hoje, globalmente, a inclusão já é um propósito dos nossos acionistas e, portanto uma transformação que precisamos fazer.
Pessoalmente você se sente motivado no trabalho por algo que vai além da entrega de resultados?
Sim, por várias coisas. O que mais me motiva são as pessoas, gosto muito de estar perto delas e também da cultura da empresa. Estou na FCA há 20 anos e, sem querer desmerecer qualquer organização, não trocaria nenhum dia desse período por uma experiência em outra empresa. Achei o meu lugar aqui e a principal motivação é o contato que tenho com as pessoas. Sou muito orgulhoso do que construímos como time.
| Automotive Business ( publicado em 01-07-2020) | | | | Medida foi adotada para garantir maior afastamento entre os trabalhadores
A Mercedes-Benz retomou na quarta-feira, 1º, o segundo turno de produção de caminhões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) na quarta-feira, 1º de julho. Segundo a montadora, a medida serve para ampliar o distanciamento entre os colaboradores como forma de prevenção à Covid-19. A volta do primeiro turno ocorreu em 11 de maio.
“Com essa programação teremos menos pessoas trabalhando por turno. Além disso, ajustamos temporariamente nosso volume de produção para atender pedidos específicos de clientes de caminhões”, diz o vice-presidente de recursos humanos para a América Latina, Fernando Garcia.
Outra mudança ocorrida neste início de julho foi o retorno dos trabalhadores que estavam com os contratos suspensos desde o início de maio, enquanto outra parte da equipe trabalhava na fábrica. E aqueles que vinham trabalhando de maio até 30 de junho entraram agora em lay-off.
Esse revezamento é parte de um acordo fechado entre a montadora e o sindicato dos metalúrgicos. Segundo a Mercedes-Benz, a maioria dos funcionários de setores administrativos permanece em trabalho remoto (home office). A produção da fábrica da Mercedes de Juiz de Fora (MG) permanece em um único turno e também com metade da equipe em lay-off. Lá ocorre a produção de cabines e do caminhão extrapesado Actros.
Segundo a Mercedes, o agronegócio e também os segmentos de mineração, produtos químicos, gás, celulose, alimentos, bebidas e itens farmacêuticos têm gerado novos pedidos à empresa. A produção em dois turnos como forma de garantir distanciamento adequado entre os trabalhadores na linha de montagem já havia sido adotada pela Scania no fim de abril.
| Automotive Business ( publicado em 01-07-2020) | | | | Volume de veículos leves emplacados supera 100 mil pela primeira vez desde início da pandemia
Pela primeira vez desde o início da pandemia de coronavírus no Brasil o mercado de veículos leves superou a marca de 100 mil unidades emplacadas em um mês. Após resultados muito impactados pelo fechamento de concessionárias e Detrans, o volume de junho somou 122.790 automóveis e utilitários leves emplacados, segundo dados obtidos por Automotive Business.
O resultado superou as expectativas de analistas e entidades do setor como Fenabrave e Anfavea. O total de emplacamentos registrados em junho é mais que o dobro do verificado em maio (56.639), representa alta de 117% sobre o mês anterior. Contudo, os impactos da pandemia ainda são muito fortes nos resultados do mercado nacional de veículos: o volume de junho está 42,5% abaixo do número do mesmo mês um ano atrás (213.438).
Dois fatores puxaram para cima o resultado mensal: a reabertura ao público da maioria das concessionárias no País e a retomada de atividades nos Detrans. Por isso ainda não é conhecido o quanto emplacamentos que ficaram represados ajudaram a inflar o volume do mês.
Os licenciamentos de junho devem incluir número relevante de carros vendidos em abril e maio que ainda não tinham sido emplacados, porque a maioria dos Detrans no País estava fechada, incluindo o de maior movimento, em São Paulo. Esse impacto será melhor avaliado em julho, quando vendas e veículos lacrados terão números semelhantes, apontando melhor a tendência do mercado.
Também ajudou a inflar os emplacamentos de junho o fato de o mês ter mais dias úteis, 21, o que fez a média de vendas diárias dobrar, para 5.847, contra apenas 2.831 em cada um dos 20 dias úteis de maio – substancialmente reduzidos na cidade de São Paulo, que adiantou três dias de feriados e decretou ponto facultativo em uma sexta-feira.
Considerando os 122.790 emplacamentos de junho, o volume acumulado de veículos leves emplacados no primeiro semestre de 2020 soma 763,3 mil unidades, o que representa retração de 39% sobre os 1,25 milhão de automóveis e utilitários vendidos no mesmo período de 2019.
| Automotive Business ( publicado em 01-07-2020) | | | | Empresa coordena desde 2010 a distribuição de componentes de reposição em Vinhedo
A Ceva Logistics renovou o contrato de operação do centro de peças de reposição da Volkswagen em Vinhedo (SP), onde desde 2010 executa a distribuição componentes enviados às concessionárias da marca no País. O armazém de 132 mil metros quadrados é o maior do gênero na América Latina, com 25 milhões de itens estocados de 600 fornecedores nacionais e giro de cerca de R$ 100 milhões em pedidos a cada mês. Todos os dias são manuseadas 90 mil peças no local, trazidas por 40 caminhões.
A Ceva não divulga o valor do novo contrato nem seu prazo – no ano passado a informação era que a empresa iria coordenar a operação por mais três anos, com possibilidade de nova prorrogação.
Os mais de 500 empregados da Ceva em Vinhedo trabalham no recebimento de peças, verificação, embalagem, carpintaria (onde são fabricadas embalagens de madeira para armazenamento e despacho), exportação, armazenamento e expedição.
Simultaneamente à renovação do contrato, a Ceva informa que sua operação em Vinhedo recebeu a classificação máxima da auditoria global da Volkswagen no programa LoPA (Logistics Process Assessment). Segundo a operadora logística, foi a primeira vez que a Volkswagen concedeu o status Green superior desde a introdução do LoPA.
| Automotive Business ( publicado em 01-07-2020) | | | | A Ford passa por um momento delicado no mundo, e é claro que o Brasil também é atingido.
Em meio a uma grande reestruturação de sua operação por aqui, que inclui o fim de modelos consagrados (como Focus e Fusion) e a mudança de foco em SUVs e picapes, a empresa anunciou em fevereiro de 2019 que fecharia sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP).
As atividades foram interrompidas definitivamente em outubro daquele ano. Começava um impasse que só seria resolvido (parcialmente) em junho deste ano, quando a empresa anunciou a venda do local para a Construtora São José.
O terreno deve ser repassado para outra montadora ou então será sede de um centro logístico.
Seja qual for o destino do local, a decisão selou uma triste coincidência na história da Ford. Afinal, com o fim dos trabalhos em São Bernardo, a empresa já acumula três fábricas fechadas no estado de São Paulo desde sua chegada ao Brasil.
O começo no Bom Retiro
A primeira fábrica da Ford em São Paulo também foi a primeira fábrica de automóveis do país. Presente no Brasil desde 1919, a fabricante começou a montar automóveis por aqui dois anos depois.
Do belo prédio projetado por B.R.Brown, engenheiro norte-americano que assinou o projeto da fábrica da Ford em Highland Park (Estados Unidos) saíam exemplares do Modelo T, o carro mais popular da história da Ford e um dos mais icônicos da indústria automotiva mundial.
Logo os carros da Ford já dominavam a paisagem da capital paulista nos anos 1920. Segundo informações do site "São Paulo Antiga", os 124 funcionários da empresa produziam 4.700 automóveis e 360 tratores por ano, um ritmo bastante frenético para a época.
É por isso que, em 1927, a Ford adquiriu um terreno na Vila Prudente. A intenção era construir uma fábrica muito maior para produzir automóveis de passeio, tratores e caminhões.
Assim, o ritmo de trabalho na fábrica da Rua Sólon, no bairro do Bom Retiro, foi caindo até a produção ser encerrada com a inauguração da nova fábrica, que ficava nos arredores do Ipiranga.
Ao contrário da maioria das antigas construções, o imóvel ainda existe e até pouco tempo atrás sediava o estúdio do YouTube Creators.
O auge no Ipiranga
Batizada informalmente de Ford Ipiranga, a nova fábrica foi inaugurada na Vila Prudente em 1953.
Lá eram produzidos automóveis, tratores, caminhões e chassis de ônibus. Inicialmente os veículos eram importados e montados aqui, mas isso mudou no final da década de 1950, quando o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, começou a incentivar o crescimento da indústria automotiva nacional.
Depois de lançar veículos pesados (incluindo o primeiro caminhão médio movido a diesel feito no país) e as picapes da linha F, a Ford finalmente começou a produzir seu primeiro automóvel no Brasil.
Lançado em 1967, o Galaxie 500 se tornaria referência no segmento de luxo nos anos seguintes. No mesmo ano, a empresa assumiu o controle da Willys-Overland do Brasil. Isso abriu as portas para a produção de vários modelos da marca recém-adquirida, como os sedãs Aero Willys e Itamaraty.
Com o passar dos anos, a fábrica passou a produzir caminhões e picapes. Deixou de operar definitivamente entre 1999 e 2000, e sua produção foi transferida para o complexo da Ford em São Bernardo do Campo (SP). Parte do terreno que abrigava a fábrica hoje é ocupado pelo Mooca Plaza Shopping, inaugurado em 2011.
A mudança para São Bernardo do Campo
Foi a aquisição da Willys-Overland que fez a Ford ir para São Bernardo do Campo. A empresa norte-americana já tinha construído uma fábrica em 1947, bem no limite com a capital paulista.
Lá foram produzidos clássicos da indústria nacional, como o mundialmente famoso CJ-5, a Rural e até o Renault Dauphine, que era feito por aqui sob licença dos franceses.
Já sob o comando da Ford, a fábrica começou sua nova fase em 1967.
Além do Corcel, a empresa fez Maverick, Escort, Pampa e Del Rey por lá. Até modelos da VW foram produzidos em São Bernardo do Campo, fruto da fracassada aliança com a rival alemã firmada nos anos 80.
Após o divórcio da Volkswagen em 1996, a Ford nacionalizou a produção do Fiesta, cuja nova geração passou a sair da planta de São Bernardo. Nos anos seguintes, Ka e Courier também começaram a ser feitos por lá.
O triste fim
Em 2001, a Ford decidiu levar a produção de caminhões para o ABC Paulista, uma vez que os automóveis estavam sendo feitos na recém-inaugurada fábrica de Camaçari, na Bahia.
Enquanto Fiesta e EcoSport eram fabricados no Nordeste, São Bernardo produzia a segunda geração do Ka, que era feita sob a plataforma do antigo Fiesta e tinha peças do primeiro Ka.
Com o fim da produção do modelo, em 2013, a Ford decidiu nacionalizar o New Fiesta, que era importado do México desde 2010. Foi ele o último automóvel a sair da linha de montagem, em junho de 2019.
Depois de 52 anos, a fábrica de São Bernardo fechou as portas, e assim permaneceu até ser adquirida pela Construtora São José neste ano.
Bônus: fábrica de Osasco
A Ford também manteve uma fábrica em Osasco. Inaugurada em 1958, ela teve os primeiros fornos elétricos de indução da América do Sul. Lá eram produzidas ferramentas de estamparia e peças fundidas para veículos da Ford e de outras marcas.
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