| 31 de MAIO de 2019
Sexta-feira
Câmbio
Em 31/05/2019
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Venda
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Dólar
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Euro
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Fonte: BACEN
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| | | | | | Confira nessa edição as proposições apresentadas na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.
ÍNDICE
NOVOS PROJETOS DE LEI FEDERAL
INTERESSE GERAL DA INDÚSTRIA
REGULAMENTAÇÃO DA ECONOMIA
INOVAÇÃO
Importações de bens destinados à pesquisa científica e tecnológica
PL 2374/2019 do senador Romário (PODE/RJ)
MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE
Obrigatoriedade da emissão de cédula de crédito microempresarial
PLP 137/2019 do senador Flávio Arns (REDE/PR)
RELAÇÕES DE CONSUMO
Obrigatoriedade de notificação do consumidor no caso de transferência de cobrança ou de cessão de crédito relativo à relação de consumo
PL 3039/2019 do senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB/PB)
QUESTÕES INSTITUCIONAIS
Exclusão da possibilidade da exigência de caução para a interposição de recurso administrativo
PL 2919/2019 do senador Styvenson Valentim (PODE/RN)
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
JUSTIÇA DO TRABALHO
Discriminação e quitação das verbas constantes em acordo homologado judicialmente
PL 2896/2019 do senador Paulo Paim (PT/RS)
Fixação de critérios para alteração ou elaboração de súmulas pelo TST
PL 2922/2019 do deputado Valtenir Pereira (MDB/MT)
Prazo de regularização da representação processual
PL 3000/2019 da deputada Renata Abreu (PODE/SP)
Competência territorial da Justiça do Trabalho
PL 3013/2019 da deputada Alê Silva (PSL/MG)
PL 3043/2019 do deputado Valdevan Noventa (PSC/SE)
OUTRAS MODALIDADES DE CONTRATOS
Cota para contratação de pessoas com mais de 40 anos de idade
PL 2931/2019 do deputado Pastor Eurico (PATRI/PE)
TERCEIRIZAÇÃO
Reconhecimento da relação de emprego nos contratos de terceirização
PL 2938/2019 do deputado Dr. Jaziel (PR/CE)
POLÍTICA SALARIAL
Tipificação do crime de retenção salarial
PL 3009/2019 da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados
BENEFÍCIOS
Exigência de autorização prévia pela ANS para reajuste de planos de saúde coletivos
PL 3037/2019 do deputado Rafael Motta (PSB/RN)
FGTS
Movimentação do FGTS para aquisição de segundo imóvel
PL 2967/2019 do senador Irajá (PSD/TO)
Portabilidade dos valores da conta do FGTS
PL 2946/2019 do deputado Gilson Marques (NOVO/SC)
CUSTO DE FINANCIAMENTO
Limitação às taxas de juros
PEC 79/2019 da senadora Zenaide Maia (PROS/RN)
INFRAESTRUTURA
Exclusão da base de cálculo e dos limites para as despesas primárias as transferências a Estados e Municípios advindas do bônus de assinatura da partilha de produção
PEC 78/2019 do senador Cid Gomes (PDT/CE)
Compartilhamento gratuito da infraestrutura utilizada em concessões de energia elétrica de telecomunicações e radiodifusão
PL 2905/2019 do senador Alvaro Dias (PODE/PR)
Eliminação de restrições ao afretamento e à aquisição de embarcações para uso na navegação brasileira
PL 2948/2019 do senador Alvaro Dias (PODE/PR)
Classificação de despesa de saneamento básico como despesa com ações e serviços de saúde
PLP 133/2019 do deputado Otto Alencar Filho (PSD/BA)
Validade de contratos de infraestrutura estipulados em moeda estrangeira
PL 2889/2019 do deputado Lucas Gonzalez (NOVO/MG)
SISTEMA TRIBUTÁRIO
CARGA TRIBUTÁRIA, CRIAÇÃO DE TRIBUTOS E VINCULAÇÃO DE RECEITAS
Tributação de lucros e dividendos
PL 3061/2019 do senador Flávio Arns (REDE/PR)
INTERESSE SETORIAL
AGROINDÚSTRIA
Função social da propriedade urbana e rural
PEC 80/2019 do senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ)
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos alimentos
PL 2895/2019 do senador Jorge Kajuru (PSB/GO)
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Obrigatoriedade de controles de estabilidade e tração em veículos
PL 2965/2019 do senador Elmano Férrer (PODE/PI)
INDÚSTRIA DA MINERAÇÃO
Licenciamento ambiental de empreendimentos minerários
PL 2785/2019 do deputado Zé Silva (SOLIDARI/MG)
INDÚSTRIA DE BRINQUEDOS
Caracterização como crime o porte e o comércio de armas de brinquedo, réplica ou simulacro de arma de fogo
PL 3031/2019 do senador Ciro Nogueira (PP/PI)
INDÚSTRIA DE TELECOMUNICAÇÃO
Destinação dos recursos do FUST
PL 2904/2019 do deputado Hélio Leite (DEM/PA)
INDÚSTRIA DO FUMO
Instituição da CIDE- Tabaco
PL 2898/2019 do senador HUMBERTO COSTA (PT/PE)
INDÚSTRIA DO PLÁSTICO
Proibição da comercialização e fabricação de cosméticos que contenham plástico e sacolas e utensílios plásticos
PL 2928/2019 do deputado Luiz Lima (PSL/RJ)
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Prioridade para o exame de patentes de produtos e processos farmacêuticoS
PL 2969/2019 do senador Nelsinho Trad (PSD/MS)
INDÚSTRIA PETROLÍFERA
Revogação de benefícios fiscais das atividades de produção e extração de petróleo - Repetro
PL 3003/2019 do deputado Rogério Correia (PT/MG)
NOVOS PROJETOS DE LEI ESTADUAL
MEIO AMBIENTE
Altera a destinação de recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente – FEMA
PL 391/2019 de autoria do Poder Executivo
INTERESSE SETORIAL
AGROINDÚSTRIA
Criação da Política Paranaense da Agricultura de Interesse Social - PPAIS
PL 353/2019, de autoria do Deputado Professor Lemos (PT/PR)
Instituição do Programa de Melhoramento Genético em Bovinos no Estado do Paraná
PL 398/2019, de autoria do Deputado Tercílio Turini (PPS/PR)
Instituição da Semana de Defesa Agropecuária e do Fórum Estadual de Promoção da Sanidade Animal no Estado do Paraná
PL 363/2019, de autoria do Deputado Marcel Micheletto (PR/PR)
INDÚSTRIA DA ERVA-MATE
Inclusão da erva-mate no cardápio da merenda escolar da rede pública de ensino
PL 366/2019, de autoria do Deputado Emerson Bacil (PSL)
REGULAMENTAÇÃO ECONOMIA
RELAÇÕES DE CONSUMO
Informar o prazo de validade de produtos alimentícios comercializados
PL 369/2019, de autoria do Deputado Alexandre Amaro (PRB)
INFRAESTRUTURA
Proibição de interrupção ou bloqueio do tráfego nas rodovias do Estado do Paraná nos casos de manutenção ou construção
PL 360/2019, de autoria do Deputado Marcio Pacheco (PDT/PR)
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
SEGURANÇA E SAÚDE E DO TRABALHO
Obrigatoriedade de brigada civil de combate a incêndio – BCCI e bombeiro profissional civil
PL 384/2019, de autoria do Deputado Soldado Fruet (PROS)
OUTRAS MODALIDADES DE CONTRATOS
Obrigação das empresas que contratam com o Estado do Paraná de comprovar o cumprimento das leis e decretos de inclusão do Jovem Aprendiz
PL 385/2019, de autoria do Deputado Soldado Fruet (PROS)
Obrigação de contratação de percentual mínimo de 3% (três por cento) de idosos para empresas privadas com quadro funcional igual ou superior a 100 (cem) funcionários
PL 392/2019, de autoria do Deputado Boca Aberta Junior (PROS/PR)
| FIEP | | | | A economia brasileira vive, desde o final do ano passado, um quadro de estagnação, mas começa a se aproximar de um novo período de perdas, como sugere o resultado de -0,2% do PIB no primeiro trimestre de 2019, descontados os efeitos sazonais. Enquanto isso, a indústria já se encontra em recessão, acumulando dois trimestres de queda.
Como a indústria, notadamente a manufatura, é o setor que mais estabelece encadeamentos com o restante da economia, sua nova etapa recessiva tem grande possibilidade de se espalhar e atingir a evolução futura do PIB total. Em outros termos, sem crescimento na indústria, dificilmente a recuperação econômica irá deslanchar.
Na série com ajuste sazonal, o PIB da indústria total recuou -0,3% no 4º trim/18 e -0,7% no 1º trim/19. A indústria de transformação, por sua vez, se saiu ainda pior: -0,9% e -0,5%, respectivamente. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o quadro se mantém, com declínio de -0,5% e -1,1% para a indústria total e de -1,5% e -1,7% no segmento de transformação. Ou seja, perdas por todos os ângulos.
Ademais, em se tratando de um setor intensivo em capital, a situação adversa em que se encontra a indústria tem impacto sobre o investimento, que ficou igualmente no vermelho tanto no 4º trim/18 (-2,4%) como no 1º trim/19 (-1,7%) na série com ajuste sazonal. Na comparação interanual, o resultado de +0,9% em jan-mar/19 foi o mais baixo desde que o investimento parou de cair.
Sem investimento e sem indústria não teria como haver recuperação neste início de ano. Mas o mal desempenho no período não se restringe a estes componentes do PIB, como mostram as variações interanuais a seguir.
• PIB Total: +1,3% no 3º trim/18; +1,1% no 4º trim/18 e +0,5% no 1º trim/19;
• Agropecuária: +2,5%; +2,4% e -0,1%, respectivamente
• Indústria Total: +0,8%; -0,5% e -1,1%;
• Serviços Total: +1,2%; +1,1% e +1,2%, respectivamente.
As piores perdas couberam a ramos da indústria, como a construção (-2,2% ante 1º trim/18), em crise desde 2014, e o setor extrativista (-3,0%), sob influência do desastre de Brumadinho, além da indústria de transformação, como mencionado anteriormente. A agropecuária também ficou no vermelho: -0,1% frente ao 1º trim/18.
O setor de serviços foi, assim, o único a manter o mesmo ritmo de crescimento que vinha apresentando, assegurando que o PIB total crescesse ao menos +0,5% em relação ao início de 2018 – embora esta seja sua pior marca desde o 1º trim/17. Apesar disso, alguns ramos de serviços apresentaram as taxas de crescimento mais baixas desde o início de sua recuperação. Foi o caso do comércio (+0,5%) e também de transporte (+0,2%).
Pela ótica da demanda, além do fraquíssimo desempenho do investimento, que é um dos principais propulsores do crescimento econômico, chama também atenção o pífio resultado das exportações: +1% em relação ao 1º trim/18 e -1,9% frente ao 4º trim/18 com ajuste. A escalada das tensões no comércio internacional e a crise da Argentina são fatores importantes para isso e que não devem ser revertidos rapidamente.
Deste modo, o setor externo segue contribuindo muito pouco para a reativação do crescimento. Isso poderia ser diferente não tivesse sido a longa e persistente perda de competitividade do produto nacional, que nem mesmo a desvalorização cambial em 2019 tem sido suficiente para compensar.
Pelo lado do mercado interno, como os gastos do governo permanecem sob constante pressão, quem tem segurado certo dinamismo em nossa economia é o consumo das famílias, que ainda cresce acima de 1%. O problema é que isso pode não durar por muito tempo, se realmente estivermos dando início a mais uma fase recessiva. Neste caso, ainda que haja defasagem, emprego e rendimento serão impactados negativamente.
Na verdade, pode ser que já estejamos vendo uma sinalização inicial deste movimento. Vale observar que o consumo das famílias vem registrando uma desaceleração não desprezível. Na série com ajuste, alta de +0,6% no 3º trim/18 se reduziu para +0,5% no 4º trim/18 e então para +0,3% no 1º trim/19. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o resultado da ordem de 3% na entrada de 2018 caiu pela metade ao longo do ano e chegou a +1,3% no 1º trim/19.
As importações seguem na mesma linha, refletindo o enfraquecimento da demanda doméstica. Registraram queda de -2,5% frente ao 1º trim/18 e, nos dados livres de sazonalidade, apresentaram a menor taxa positiva de crescimento desde 2016, de mero +0,5% depois de um declínio acentuado de -6,1% no último trimestre do ano passado.
Segundo divulgado hoje pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou, no primeiro trimestre de 2019, R$ 1,713 trilhão a preços correntes, apresentando retração de 0,2% na comparação com o trimestre anterior, a partir de dados dessazonalizados.
Com relação ao primeiro trimestre de 2018, houve acréscimo de 1,0%. No que se refere à oscilação do acumulado nos últimos quatro trimestres frente a igual período do ano anterior houve incremento de 0,9%.
Ótica da oferta. Frente ao quarto trimestre de 2018, a partir de dados dessazonalizados, houve retração de 0,5% para o setor agropecuário, para o setor da indústria registrou-se decréscimo de 0,6% e para serviços houve acréscimo de 0,2%.
Para os subsetores da indústria, na mesma base de comparação, tivemos incremento no segmento de produção de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana (1,4%). Em sentido oposto, apresentaram retrações os seguintes segmentos: extrativa mineral (6,3%), construção (2,0%) e indústria de transformação (0,5%).
Nos subsetores de serviços, ainda sobre o trimestre anterior e com ajuste sazonal, apresentaram incrementos os seguintes segmentos: outros serviços (0,4%), intermediação financeira e seguros (0,4%), administração, saúde e educação pública (0,3%), serviços de informação (0,3%) e atividades imobiliárias e aluguel (0,2%). Para os demais segmentos houve decréscimos, sendo eles: transporte, armazenagem e correio (-0,6%) e comércio (-0,1%).
Em relação ao primeiro trimestre de 2018, houve crescimento no setor de serviços (1,2%). No entanto, os demais segmentos apresentaram retração: setor industrial (-1,1%) e agropecuária (-0,1%).
Para os componentes do setor industrial, ainda frente ao mesmo trimestre do ano anterior, o único segmento que registrou variação positiva foi produção e distribuição de eletricidade, gás e água (4,7%). Os demais segmentos apresentaram recuos: extração mineral (-3,0%), construção (-2,2%) e transformação (-1,7%).
No setor de serviços todos os segmentos que apresentaram incrementos na mesma base de comparação: serviços de informação (3,8%), atividades imobiliárias e aluguel (3,0%), outros serviços (1,4%), comércio (0,5%), administração, saúde e educação públicas (0,5%), atividades financeiras (0,3%) e transporte, armazenagem e correios (0,2%).
Ótica da demanda. Sob a ótica da demanda, frente ao quarto trimestre de 2018, para dados com ajuste sazonal, a exportação cresceu 3,6%, assim como o consumo das famílias, que aumentou em 0,4%. Por outro lado, as importações retraíram em 6,6%, bem como a formação bruta de capital fixo (-2,5%) e o consumo do governo (-0,3%).
Por fim, na comparação com o quarto trimestre de 2018, os seguintes segmentos apresentaram incremento: importação (0,5%), consumo do governo (0,5%) e consumo das famílias (0,3%). Já os segmentos restantes registraram retração: exportação (-1,9%) e formação bruta de capital fixo (-1,7%).
| IEDI( publicado em 30-05-2019) | | | |
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 2,0 pontos em maio ante abril, para 91,8 pontos, informou nesta sexta-feira, 31, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice diminuiu 1,6 ponto, a terceira queda consecutiva.
“A confiança empresarial acumula queda de 5,7 pontos desde janeiro, praticamente anulando a alta de 6,3 pontos entre outubro de 2018 e janeiro deste ano, período de lua de mel dos mercados com o novo Governo. O resultado geral continua retratando uma economia com um nível de atividade fraco e, o que é pior, um quadro de relativo pessimismo com a possibilidade de uma aceleração consistente nos próximos meses. De certa forma esse pessimismo moderado pode estar contribuindo para manter a economia andando de lado neste segundo trimestre”, avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
Em maio, o Índice de Situação Atual (ISA-E) caiu 0,7 ponto, para 89,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) cedeu pela terceira vez consecutiva, em 2,2 pontos, para 96,1 pontos.
Houve piora na confiança em todos os componentes do ICE.
Na Indústria, o recuo de 0,7 ponto foi determinado pela piora das expectativas. No setor de serviços, a confiança caiu pela quarta vez consecutiva, acumulando perda de 9,2 pontos no período. No Comércio, houve queda de 5,4 pontos, e na Construção, de 1,8 ponto. Na métrica de média móveis trimestrais, todos os setores recuaram.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 4.402 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 24 de maio.
| Tribuna PR | | | | Pesquisadora de Economia de Gênero do Insper, Regina Madallozo destaca que a participação de mulheres e pessoas com diferentes orientações sexuais, cor ou raça promove benefícios para quem investe pensando no futuro
Com a Indústria 4.0, novas oportunidades surgem para todos os trabalhadores brasileiros. E a demanda por profissionais de perfis cada vez mais diferentes entre si só aumenta. A pesquisadora de Economia de Gênero do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Regina Madallozo, acredita que a inclusão de pessoas com olhares diversificados se deve à busca das empresas para conquistar públicos variados e estar sempre evoluindo.
“As empresas se deram conta de que ter mulher, pessoas com orientações sexuais, cor ou raça diferentes e pessoas com deficiência, na verdade, é muito importante para atingir um público que não é tão quadradinho”, afirma Regina, que também é professora de Economia.
Em entrevista à Agência CNI de Notícias, ela explica que a 4ª Revolução Industrial vai reformular muitos métodos de trabalho e, mesmo com a chegada das máquinas, o ser humano não ficará de lado, apenas desenvolverá novas tarefas que exigem criatividade e raciocínio. Confira a entrevista completa:
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – Como a Indústria 4.0 incentiva a inclusão no mercado de trabalho?
REGINA MADALLOZO – Muito se fala sobre a questão da Indústria 4.0 levar em consideração mais pessoas que cursam faculdades ligadas às exatas como Ciência, Tecnologia, Engenharia, Matemática e outras, que são onde nós temos poucas mulheres. Mas acredito que falta perceber que a 4ª Revolução também dá oportunidades, pois promove uma forma de participação mais flexível e menos engessada no mercado de trabalho. Até mesmo nos formatos – a distância, presencial e/ou para várias empresas ao mesmo tempo – e nas formas de nos relacionarmos. Isso é uma oportunidade interessante para quem deseja conciliar melhor a vida pessoal com o trabalho.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – Você acredita que as empresas mais tecnológicas, que já estão inseridas na 4ª Revolução Industrial, oferecem mais oportunidades a pessoas com perfis diferentes?
REGINA MADALLOZO – O que essa nova indústria tem de diferente é uma necessidade muito grande de pessoas que sejam diversas entre si, não só na questão do sexo, mas em background de vida para conseguir evoluir.
Essas empresas precisam crescer de um jeito que a mudança seja absorvida facilmente, então é normal a gente ver mais inclusão nessas empresas tecnológicas. Elas já se deram conta de que ter mulher, ter pessoas com orientações sexuais, cor ou raça diferentes e pessoas com deficiência, na verdade, é muito importante para atingir um público que não é tão quadradinho. Por isso essas oportunidades parecem estar mais disponíveis nessas empresas e não nas outras.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – E o que as empresas que ainda não atuam dessa forma podem fazer para não ficar para trás?
REGINA MADALLOZO – O primeiro passo é perceber e se conscientizar de que há uma necessidade de incluir pessoas diferentes, seja no chão de fábrica ou em cargos executivos, pois assim surgem novas ideias e uma indústria mais criativa, com novas perspectivas para o crescimento.
Depois que a liderança dessas empresas entender isso, uma série de medidas podem ser tomadas em prol do crescimento e da evolução, que vão desde treinamentos contra os preconceitos na empresa; reformulação do sistema de recrutamento e seleção para que certas pessoas não sejam barradas; reavaliação dos métodos de promoção dentro da empresa para verificar se existe a meritocracia ou se outros grupos estão sendo penalizados por características pessoais que não influenciam na produtividade; entre outros.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – Ainda existem muitos desafios no ingresso de mulheres na indústria?
REGINA MADALLOZO – Bom, acho que os desafios são basicamente os mesmos. A gente tem um problema muito grande de má distribuição do trabalho não remunerado. Embora os homens tenham uma participação significativa e com tendência de aumento nas horas de afazeres domésticos no Brasil, eles ainda fazem menos trabalho doméstico e têm muito menos responsabilidade familiar, pois essas são algumas das tarefas que ainda são ligadas, culturalmente, à figura da mulher.
Também temos o problema de meninas e mulheres não conseguirem se identificar com carreiras que ainda são muito masculinas. Nós temos poucas mulheres nas áreas de Engenharia e de Economia, por exemplo, que exigem uma parte quantitativa muito grande e parecem não ser muito acolhedoras para elas.
Entretanto, já existem vários trabalhos sendo feitos por pesquisadoras para mostrar que qualquer trabalho pode ser desempenhado pelas mulheres. O objetivo é mostrar o sucesso feminino nessas áreas, tipicamente masculinas, para que meninas do ensino fundamental e médio vejam as possibilidades e digam: “Nossa! Eu gostaria de ser exatamente como essa pessoa”. Dar visibilidade para cases como das mulheres que assumiram funções importantes na Microsoft, AIRBNB e Google, entre outras, é uma das formas de incentivo desse estudo.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – Há maior interesse das mulheres por cursos nas áreas tecnológicas?
REGINA MADALLOZO – Não acredito que seja um interesse de agora, mas, culturalmente, a gente evoluiu a ponto de mostrar mais mulheres que trabalham nessas áreas. No passado, já tínhamos bastante participação delas em campos que exigiam muita matemática. O início da computação, por exemplo, foi baseado no trabalho de mulheres, mas depois que foi dado como “trabalho de homens” por exigir pouca comunicação social e muito foco na programação, parece que o estereótipo da mulher não cabia naquela profissão e elas foram abandonando a área.
Agora que a gente sabe da necessidade de criatividade e de interação com o consumidor, entendemos que elas podem e devem estar na indústria e isso faz com que elas tenham mais interesse em buscar esses trabalhos.
*Regina Madallozo é professora associada no Insper, onde atua desde 2002 e, atualmente, coordena o mestrado profissional em Economia. Sua área de pesquisa é economia do trabalho com foco no mercado de trabalho de mulheres.
| CNI (publicado em 30-05-2019) | | | | O governador de São Paulo, João Doria, anunciou na última quinta-feira, 22, a criação de 11 polos de desenvolvimento econômico, cada um deles ancorado em um segmento da indústria e que cobrirão virtualmente todas as regiões do estado.
Os polos serão beneficiados por regimes tributários especiais, financiamentos mais vantajosos, programas de qualificação de mão de obra, implantação de infraestrutura e estímulo à pesquisa e inovação, além de medidas destinadas a desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios.
Os 11 setores representam 75% da indústria da transformação paulista: máquinas e equipamentos; metalúrgico; automotivo; químico, borracha e plástico; saúde e fármacos; derivados de petróleo e petroquímico; biocombustíveis; alimentos e bebidas; têxtil, vestuário e acessórios; couro e calçados; e tecnologia e eco-florestal.
Um dos objetivos desta que já está sendo chamada de nova política industrial paulista é de gerar novas vagas de trabalho para reduzir o nível de desemprego em São Paulo, que hoje atinge 3,7 milhões de pessoas - quase 30% do total de desempregados no País.
“Um governo responsável é comprometido com a geração de empregos. Mas isto deve ser feito não com paternalismo ou assistencialismo, e sim com incentivos ao setor produtivo, com a criação de condições econômicas adequadas”, afirmou João Doria.
Os polos não serão geograficamente confinados. Os de máquinas e equipamentos e metal-metalúrgico, por exemplo, se distribuirão pela Capital, Ribeirão Preto, Piracicaba, Sorocaba e as regiões do Alto Tietê, Vale do Paraíba e Central. Já o automotivo se espalhará por São Paulo, ABC e Região Metropolitana, Sorocaba, Campinas, Piracicaba, Alto Tietê e Vale do Paraíba.
O programa vai, visivelmente, na contramão da equipe econômica federal, que é contrária a qualquer tipo de incentivo fiscal ao setor produtivo. A adoção de políticas industriais foi uma marca dos governos petistas nas gestões Lula e Dilma e sofreu críticas severas por apresentar gastos fiscais excessivos e poucos resultados.
A equipe de Doria, no entanto, afirma que a inspiração do programa vem de experiências liberais semelhantes com zonas econômicas especiais nos EUA, Grã-Bretanha, Israel e Coreia do Sul. “Esse é um governo liberal e de forma nenhuma estamos fazendo um programa de incentivo fiscal para setores específicos ou guerra fiscal. A atuação dos polos é para identificar falhas de mercado e atuar nas falhas de governo”, salientou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
| Usinagem Brasil (publicado em 26-05-2019) | | | | Participação do setor equivalia a 11,3% no fim de 2018 e recuou para 10,4% no começo deste ano
A leitura de que o Brasil vive uma precoce e rápida desindustrialização foi reforçada pela divulgação dos resultados da economia no início deste ano.
Uma nova redução da atividade na indústria de transformação fez com que o peso do segmento no PIB (Produto Interno Bruto) caísse para o menor patamar histórico desde o início de 1996 —quando dados trimestrais passaram a ser divulgados.
Os cálculos feitos pelo economista Paulo Morceiro mostram que a participação do setor no PIB equivalia a 11,3% no fim de 2018 e recuou para 10,4% no começo deste ano.
Até então, o pior resultado (11% do PIB) havia sido registrado no primeiro e repetido no segundo trimestre de 2018.
"Por uma questão sazonal, o peso da indústria tende a ser menor no início do ano e aumentar no segundo semestre", diz Morceiro, que pesquisou o setor industrial em seu doutorado, concluído na USP no ano passado.
Ele ressalta que, embora a participação do segmento industrial no PIB deva aumentar um pouco antes de voltar a recuar, a tendência de queda contínua nos últimos anos poderá derrubar a fatia para um nível inferior a dois dígitos já em 2020.
"Trata-se de um processo muito rápido de desindustrialização que o Brasil já atravessava e foi acentuado pela crise dos últimos anos", diz.
O resultado da indústria de transformação não inclui o desempenho de outros segmentos do setor no PIB, que abrange também a indústria extrativa, a construção civil e o segmento de eletricidade.
Segundo os dados divulgados nesta quinta (30) pelo IBGE, o setor industrial como um todo recuou 0,7% nos primeiros três meses do ano em relação ao período entre outubro e dezembro de 2018.
Boa parte dessa queda se deveu ao tombo de 6,3% da indústria extrativa em decorrência do rompimento da barragem em Brumadinho.
A última vez em que a indústria extrativa caiu tanto foi no quarto trimestre de 2008, quando os preços das commodities despencaram em resposta à crise financeira global detonada pela falência do banco Lehman Brothers, em setembro daquele ano.
"Sem dúvida Brumadinho teve um efeito grande, mas, mesmo descontando esse impacto, a indústria tem sofrido o impacto da demanda fraca", afirma Morceiro.
Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, sem a queda da indústria extrativa, o PIB poderia ter ficado estável, com resultado ao redor de zero, em vez de registrar a queda de 0,2%. "A indústria extrativa foi responsável pela queda do PIB", disse Palis.
O rompimento da barragem da Vale ocorreu no dia 25 de janeiro. Em seguida, houve reforço em restrições a operações de barragens construídas com tecnologia semelhante.
| Folha de S. Paulo | | | | PIB industrial caiu 0,7% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao período anterior. É o segundo trimestre seguido com queda. Resultados sugerem que a esperada saída definitiva da crise está em risco
A queda de dois trimestres seguidos no Produto Interno Bruto (PIB) industrial coloca o setor em recessão técnica. No primeiro trimestre de 2019, a indústria recuou 0,7%. A queda é significativa. Nos três últimos meses de 2018, o PIB do setor já tinha caído 0,3%. O investimento, medido pela formação bruta de capital fixo, também sofreu pelo segundo trimestre consecutivo. Esses resultados sugerem que a esperada saída definitiva da crise está em risco. A avaliação faz parte do Fato Econômico 8, publicação da Confederação Nacionalda Indústria (CNI) a partir a pesquisa Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Esse resultado ruim do PIB demonstra de forma cabal que apenas com a realização de reformas estruturais, como a da Previdência e a Tributária, será possivel o país retomar um novo e sustentável ciclo de crescimento ", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
O presidente da CNI avalia que o sistema previdenciário entrará em colapso e inviabilizará qualquer possibilidade de retomada do desenvolvimento econômico e social do País. “Outra urgente e essencial reforma é a tributária. A complexidade da legislação fiscal é um dos maiores obstáculos a que a atividade econômica brasileira se sujeita”, diz ele.
VISÃO DA CNI
Indústria segue perdendo participação no PIB. A indústria encerrou 2018 com uma participação de 21,6% do PIB daquele ano ante 27,3% em 2008. Considerando o acumulado em quatro trimestres até o primeiro trimestre de 2019, o percentual recua novamente, para 21,5%.
O processo de reavaliação das expectativas e cautela dos agentes econômicos pode se intensificar. Em outros momentos a confiança elevada do início do ano já teria se traduzido em mais produção e mais consumo. Contudo, a crise foi forte e longa demais, o que afetou as condições financeiras de empresários e consumidores. A atual reavaliação das expectativas significa um acirramento dessa cautela, se traduzindo em novo adiamento das decisões de consumo, produção e investimento.
O início de uma recuperação a partir do segundo trimestre passa pela tramitação da Reforma da Previdência – mas não se restringe a ela. O atraso na tramitação da reforma da Previdência dificulta avanços substantivos em outras agendas importantes para a competitividade e o crescimento, dentre as quais destacamos a Reforma Tributária. Esses avanços são necessários para a redução das diversas defasagens estruturais que dificultam o cotidiano das empresas brasileiras e reduzem nossa capacidade de competir com produtos estrangeiros.
A continuidade do baixo investimento preocupa. A capacidade produtiva instalada na indústria é mais do que suficiente para atender a demanda esperada até o final do ano, dada a alta ociosidade do parque produtivo. Contudo, o longo período de baixo investimento traz preocupações adicionais sobre a competitividade da indústria, tendo em vista a depreciação do capital já instalado, o avanço das tecnologias de automação e troca de dados na produção, conhecida como Indústria 4.0. Por isso, é fundamental que se dê condições para a retomada do investimento, reduzindo custos e incertezas, para que a indústria brasileira melhore sua condição competitiva e ocupe o seu potencial de mercado.
CONHEÇA DOS FATOS:
1. Indústria está novamente em recessão
Apenas os Serviços Industriais de Utilidade Pública cresceram (1,4%) no primeiro trimestre de 2019, frente ao trimestre anterior. A indústria extrativa recuou 6,3% na mesma comparação, devido ao rompimento da barragem em Brumadinho e a paralisação de outras unidades de mineração em Minas Gerais, com a consequente redução da extração de minérios ferrosos. A indústria de transformação recuou 0,5%, após queda de 0,9% no trimestre anterior. Já a indústria da construção recuou 2%, após queda de 0,1% no trimestre anterior.
2. Indústria de transformação volta a enfrentar baixa demanda e estoques elevados
A indústria de transformação continua mostrando dificuldades. Empresários estão reavaliando suas expectativas e passaram a perceber piora em suas condições de negócios, ao contrário do que ocorria no fim de 2018. A preocupação com a falta de demanda voltou a ganhar importância entre os principais problemas enfrentados pela indústria, segundo a Sondagem Industrial da CNI. Além disso, a mesma pesquisa mostra que há estoques em excesso e as condições financeiras das empresas pioraram e seguem debilitadas. A pesquisa Indicadores Industriais da CNI, referente a março, mostra queda de 4,1% do faturamento no primeiro trimestre de 2019, ante o quarto trimestre de 2018. Na mesma comparação, a média da utilização da capacidade instalada caiu 0,3 ponto percentual.
3. Investimento em queda
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 1,7% no primeiro trimestre de 2019, após queda de 2,4% no último trimestre de 2018. Essas quedas revertem a maior parte do crescimento de 5,7% ocorrido no terceiro trimestre de 2018. O investimento, medido pela FBCF, representou apenas 15,5% do PIB, neste primeiro trimestre, enquanto antes da crise esse percentual superava os 20%.
| CNI | | | | Contra PIB em queda, empresários pedem reação além das reformas
Empresas aguardam medidas que gerem redução da capacidade ociosa e aumento do consumo
Os números desanimadores do PIB pedem uma reação imediata para além das reformas, segundo o ex-presidente da Fiesp José Ricardo Roriz Coelho, hoje à frente da Abiplast (associação da indústria de plásticos).
"Somos totalmente favoráveis às reformas propostas, mas em paralelo às negociações, vemos que as empresas estão com capacidade ociosa grande e as famílias sem poder de compra. Se as pessoas e as companhias não têm acesso a crédito, a engrenagem do consumo não gira", afirma.
Para ele, é importante que a população sinta que as coisas estão melhorando. A reforma da Previdência é necessária, "mas a corda está muito esticada, é preciso dar algum fôlego para as empresas se reaquecerem".
A média de ociosidade da indústria de plásticos, segundo ele, varia entre 30% e 35%, índices considerados altos, o que desestimula o investimento. "Os aportes são feitos quando existe alguma perspectiva de aumento de vendas, o que não ocorre agora. Uma liberação de crédito feita de maneira responsável iniciaria esse processo", afirma.
Para José Adauto, presidente da rede Bristol, que possui 34 hotéis, a situação econômica do segmento hoteleiro piorou a partir de fevereiro e se aprofundou com o consumo em baixa e as passagens aéreas em alta.
"O setor vinha em retomada desde junho de 2018, mas estagnou. Ainda vejo o futuro com certo otimismo e mantive os investimentos. Lançaremos 11 empreendimentos nos próximos 12 meses, que foram planejados entre 2013 e 2014 e atrasados propositadamente para esperar o fim da crise."
Adauto considera que a aprovação da reforma da Previdência seria um marco importante para a retomada da economia. "Vejo com certa preocupação as rusgas [entre governo e Congresso] na negociação do texto, mas sou otimista [quanto ao avanço do projeto no Congresso]".
Mesmo com um início de ano fraco, o grupo projeta crescer 5%.
"No meu caso, estou fora da curva do mercado, em função de uma reestruturação da companhia e reposicionamento da marca", diz Sergio Bocayuva, diretor-executivo da marca de calçados Usaflex, que recentemente lançou linhas de produtos com preços 15% menores que a média do portfólio.
A companhia tem buscado expandir a rede de 234 lojas por meio de franquias e quer elevar a fatia da receita com exportação de 8% para perto dos 15%.
"A aprovação de uma reforma da Previdência que gere economia próxima dos R$ 800 bilhões trará retomada de investimentos estrangeiros. A população está insegura agora, mas voltará a consumir depois disso, ainda que em patamares menores que antes da crise", diz.
| Folha de S. Paulo | | | | Redução é vista por economistas como único instrumento de curtíssimo prazo que poderia ajudar retomada do crescimento
A contração de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2019 intensificou a pressão para que o governo adote medidas de estímulo à economia, além dos esforços para aprovar a reforma da Previdência, incluindo a retomada da política de cortes de juros.
Embora o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não tenha comentado os dados divulgados nesta quinta-feira (30), o ministro Paulo Guedes reagiu ao resultado, anunciando que o governo estuda liberar recursos de fundos como FGTS para animar o consumo.
O diagnóstico de analistas é que a medida vai na direção correta, mas que a piora do ritmo da atividade —que nunca chegou a engatar uma recuperação vigorosa após o fim da recessão em 2016— exige outras ações.
“[O resultado do PIB] é mais uma evidência de que o Banco Central pode cortar os juros. É o único instrumento de curtíssimo prazo para ajudar a economia a voltar a crescer”, diz Sérgio Werlang, ex-diretor de Política Econômica do BC.
Desde maio de 2018, a Selic, taxa básica de juros da economia, permanece em 6,5%.
A estabilidade sucedeu um período de repetidos cortes que levaram a taxa a cair a menos da metade (em outubro de 2016, a Selic era 14,25%).
A suspensão da política de afrouxamento monetário ocorreu na esteira da percepção de que a recuperação da economia poderia levar à volta das pressões inflacionárias.
O IPCA, índice oficial de inflação, ficou em 4,94% em abril, acima do centro da meta de 4,25%, mas dentro do intervalo de variação aceitável, que é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Apesar do resultado, com o diagnóstico de que a economia brasileira pode estar caminhando para uma nova recessão, o rumo da política monetária voltou ao centro do debate entre economistas.
A defesa de corte de juros não é consensual, mas o tema ganha espaço crescente em discussões e relatórios.
Para Alberto Ramos, diretor de pesquisa para América Latina do Goldman Sachs, por exemplo, não é tão claro que o BC deve reduzir os juros.
“Ninguém hoje não investe pelo custo do capital. A razão para não investir é a incerteza e o risco de insolvência fiscal no médio e longo prazo. Se eles continuarem, quem não investia por 6,5% não vai investir por 5,5%”, afirma.
Porém, um número crescente de analistas diz acreditar que mudanças ocorridas na economia fizeram com que a taxa de juros atual deixasse de ser baixa adequada para estimular decisões de consumo e investimento. E a expectativa de que os juros podem cair levou a Bolsa à máxima do mês nesta quinta — 97 mil pontos.
A LCA Consultores destaca que a profunda recessão da Argentina eliminou, num piscar de olhos, uma parte importante da demanda por produtos manufaturados brasileiros que eram exportados para o país vizinho.
Além disso, ressalta a consultoria, houve uma queda substancial da taxa de juros de longo prazo cobrada nos empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Esses dois movimentos teriam contribuído para uma queda da taxa de juros capaz de estimular a economia sem gerar pressões inflacionárias.
“Há espaço para cortar juros sem rasgar o sistema de metas de inflação”, diz Bráulio Borges, economista da LCA.
Segundo os cálculos do especialista, a taxa de juros deveria estar hoje entre 4,75% e 6%.
“Sem a retomada de cortes de juros, corremos o risco de prolongar esse cenário de recuperação anêmica”, afirma.
Para Werlang, a autoridade monetária tem sido “excessivamente conservadora”, ao atribuir um risco muito alto de aumento da inflação, caso os juros caiam.
“Esse risco existe? Sim, sem dúvida. Mas o fato é que do jeito que está hoje, com a economia parada, tudo indica que isso não vai acontecer”, diz Werlang, que foi um dos responsáveis pela implementação do regime de metas de inflação.
Outros economistas concordam com Werlang e Borges em relação à mudança na capacidade da política monetária de estimular a economia, mas discordam em relação à necessidade de mudar seu rumo o quanto antes.
Para os times de analistas de bancos como Bradesco, Itaú Unibanco e Safra, por exemplo, novos cortes de juros são necessários, mas só deveriam ocorrer após a aprovação da reforma da Previdência.
“Precisamos criar condições para que os empresários se sintam seguros em apostar que estamos diante de um novo ciclo de investimento, e não de mais um voo de galinha”, diz Carlos Kawall, economista-chefe do Safra.
Já Werlang e Borges dizem acreditar que quanto maior a demora para cortar os juros, pior poderá se tornar o quadro econômico.
A preocupação sobre a situação da economia tem feito com que especialistas ressaltem que, embora crucial, a reforma da Previdência não resolverá o problema da fraqueza da demanda doméstica.
Nesse debate, além dos juros, há menções sobre uma série de outras medidas consideradas necessárias:
“A reforma da Previdência é condição necessária, mas não é suficiente para o Brasil crescer”, avalia Mauricio Molon, economista-chefe do Santander Brasil.
“O país precisa avançar em termos de fluxo favorável de notícias”, afirma.
Para ele, a reforma tributária pode ser considerada até mais importante, pois sua aprovação teria o efeito positivo de ajudar na recuperação da confiança, especialmente dos investidores.
Pesquisas recentes mostram que as expectativas de empresários e consumidores em relação às perspectivas do país voltaram a piorar.
Economistas ressaltam que a aceleração da agenda de concessões e privatizações também seriam bem-vindas.
Há especialistas que afirmam, porém, que nenhuma dessas reformas será suficiente para estimular o investimento no curto prazo.
O economista Paulo Morceiro ressalta que a capacidade ociosa da indústria —máquinas, equipamentos e até mão de obra parados ou subutilizados— gira em torno de 25%.
“Isso significa que, mesmo que a confiança volte, antes de investir, os empresários tendem a usar os recursos que não estão sendo utilizados”, diz Morceiro, que é pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Para ele, medidas como a liberação de recursos do FGTS estudada pelo governo são as mais adequadas para estimular a economia no curto prazo.
| Folha de S. Paulo | | | | Para consultoria, recuperação brasileira é mais lenta do que a verificada em outros países
O recuo de 0,2% no PIB no primeiro trimestre coloca o Brasil na 38º posição de uma lista de 43 países elaborada pela consultoria Austin Rating, empatado com o México e acima apenas de Letônia, Coreia do Sul, Indonésia e Nigéria.
Outro estudo, da consultoria AC Pastore, do ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore, mostra ainda que a recuperação brasileira tem sido mais lenta do que a observada em diversos países que enfrentaram grandes recessões.
No primeiro trimestre, o desempenho da economia brasileira ficou bem abaixo do crescimento médio dos países selecionados pela Austin Rating, que neste primeiro trimestre foi de 2,3%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O país que mais cresceu no início de 2019 foi Cingapura (3,8%).
Com a revisão de projeções para o desempenho da economia ao longo de 2019, a tendência é que o Brasil termine o ano em posição ainda inferior. Considerando a expectativa média do último boletim Focus, de 1,23%, o Brasil ficaria em 37º lugar.
Mas especialistas já falam em crescimento inferior a 1%, o que colocaria o país em torno do 40º lugar, de acordo com as projeções atuais —e sem considerar eventuais revisões também em outros países.
"O atual resultado reforça a expectativa de desempenho pífio do PIB brasileiro", diz o economista da Austin Ratings, Alex Agostini, que aposta em crescimento de, no máximo, 1% da economia durante o ano.
"O principal fator dessa letargia econômica no Brasil é o baixo nível de confiança dos agentes econômicos na nossa economia e recorrente redução das expectativas futuras de crescimento melhor", acrescenta.
Considerando a comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, em que o PIB brasileiro cresceu 0,5%, o país ficou em 45º lugar de uma lista de 47 países, empatado com a Rússia e acima apenas da Itália.
A consultoria AC Pastore comparou o ciclo econômico brasileiro com o processo de recuperação de outros países que passaram por crises econômicas desde 1970 e concluiu que o Brasil está demorando mais a se recuperar.
"Caso o PIB brasileiro cresça a um ritmo de 2,5% ao ano a partir de 2020, levaremos 11 anos para recuperar o PIB per capita de 2013. Nesta altura do ciclo 24 dos 29 países que sofreram crises bancárias e sistêmicas já haviam retomado o patamar de produto por habitante anterior ao início do ciclo", diz o relatório.
A mais recente crise no Brasil não é classificada como bancária/sistêmica —que gera, por exemplo, quebra de instituições financeiras e demonstra uma retomada mais lenta.
Para melhor comparação, o estudo detalha três situações também não ligadas a crises bancárias: Portugal, em 1974, Turquia, em 1978, e Austrália, em 1983. "Todas essas tiveram recuperações mais rápidas que a brasileira", diz a consultoria.
Na Turquia, por exemplo, após dois anos de recuperação a renda per capita estava em 4,5% abaixo do pico anterior. No Brasil, a renda per capita estava, ao fim de 2018, 8,1% abaixo do pico de 2014.
No estudo, anterior à divulgação do PIB oficial do primeiro trimestre, nesta quinta-feira (30), a projeção da AC Pastore para o crescimento de 2019 era de 1%, o que já faria com que a renda per capita ficasse relativamente estável em relação ao ano anterior, "tornando esta a retomada mais longa da história", afirma o relatório.
| Folha de S. Paulo (publicado em 30-05-2019) | | | | Total de brasileiros nessa condição chega a 28,4 milhões
O número de brasileiros que não trabalham ou trabalham menos do que gostariam bateu novo recorde em abril. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), já são 28,4 milhões de pessoas, o equivalente a 24,9% dos brasileiros em idade para trabalhar.
É o maior número da série histórica da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, iniciada em 2012. Na comparação com o trimestre encerrado em janeiro, houve crescimento de 3,9%, ou 1,06 milhão de pessoas.
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, destacou, porém, que o mercado de trabalho mostrou sinais de reação, com estabilidade na população ocupada e melhora, pela primeira vez em 16 trimestres, no número de brasileiros com carteira assinada.
O índice de subutilização é composto por pessoas que estão procurando emprego, trabalhadores subocupados (que trabalham menos horas do que gostariam) e desalentados, aqueles que gostariam de trabalhar mas não procuraram emprego no período.
O contingente de pessoas desalentadas também bateu recorde no trimestre encerrado em abril, chegando a 4,9 milhões. Houve crescimento de 4,3%, ou 202 mil pessoas, em relação ao trimestre anterior.
No trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego no país foi de 12,5%, alta em relação aos 12% verificados no trimestre encerrado em janeiro. Ao todo, segundo o IBGE, 13,2 milhões de brasileiros procuraram emprego no período, 4,4% (ou 552 mil pessoas) acima do trimestre anterior.
"O aumento da desocupação ainda está muito relacionado à sazonalidade, nos meses de fevereiro e maio ainda tem a dispensa de temporários", disse Azeredo. "O choque é o aumento da carteira assinada", continuou.
No trimestre encerrado em abril, 33,1 milhões de pessoas tinham carteira de trabalho no país, estável em relação ao trimestre encerrado em janeiro, mas alta de 1,5% com relação ao mesmo período do ano anterior.
Foi o primeiro aumento nessa base de comparação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. "É uma surpresa, depois de 13 trimestres com queda e 3 com estabilidade em relação ao mesmo período do ano anterior", comentou o coordenador do IBGE.
De acordo com ele, os postos com carteira assinada foram gerados principalmente em São Paulo e ocupados principalmente por trabalhadoras. São postos nos setores de educação, serviços de informações e serviços financeiros, entre outros.
O número de trabalhadores ocupados no trimestre foi 92,4 milhões de pessoas, estável em relação ao trimestre anterior e 2,1% superior ao mesmo período de 2018. Isso significa que o número de ocupados cresceu 1,9 milhão.
Cerca de metade, 939 mil pessoas, foram trabalhadores por conta própria, principalmente no setor de transportes, o que indica que são motoristas de aplicativo. O restante foi dividido entre os novos trabalhadores com carteira assinada e os sem carteira.
"Se tivermos o foco na subutilização, a situação é negativa. Por outro lado, tem um processo de reação no mercado", frisou Azeredo.
De acordo com o IBGE, a renda do trabalhador ficou em R$ 2.295, estável em relação ao trimestre encerrado em abril e também ao mesmo período do ano anterior.
Nesta quinta (30), o IBGE informou que a economia brasileira recuou 0,2% no primeiro trimestre do ano, confirmando que a economia está estagnada. Foi o primeiro recuo em dois anos. O elevado desemprego contribuiu para desacelerar o consumo das famílias, que vinha se recuperando nos últimos dois anos.
| Folha de S. Paulo | | | | O País tinha 13,177 milhões de pessoas em busca de emprego no trimestre encerrado em abril deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, houve melhora em relação ao mesmo período do ano anterior: há menos 183 mil desempregados ante abril de 2018, o equivalente a um recuo de 1,4%.
O total de ocupados cresceu 2,1% no período de um ano, o equivalente à criação de 1,937 milhão de postos de trabalho. Como consequência, a taxa de desemprego passou de 12,9% no trimestre até abril de 2018 para 12,5% no trimestre encerrado em abril de 2019.
“A taxa de desocupação caiu porque houve alta expressiva na ocupação”, apontou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. “O que a gente tem de aumento de população ocupada está praticamente focado no terceiro setor”, completou.
O contingente de inativos avançou 0,1% em abril deste ano ante abril do ano passado, 40 mil pessoas a mais nessa condição. A população desalentada alcançou o recorde de 4,875 milhões de brasileiros no trimestre até abril de 2019.
O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 54,2% no trimestre até abril deste ano, ante 53,6% no trimestre até abril de 2018. No trimestre até janeiro de 2019, o nível de ocupação era de 54,2%.
Abertura de postos
O País abriu 74 mil novos postos de trabalho em apenas um trimestre, enquanto 552 mil pessoas se somaram ao contingente de desempregados. A taxa de desemprego era de 12,0% no trimestre até janeiro de 2019.
Houve pressão da redução na população inativa. A população inativa totalizou 64,951 milhões no trimestre encerrado em abril, 326 mil a menos que no trimestre anterior.
| Tribuna PR | | | | Emendas à proposta da Previdência chegam agora a 277, enquanto em 2017 deputados apresentaram 164
Deputados, inclusive do partido de Jair Bolsonaro, apresentaram, pelo menos, 277 sugestões de modificações à proposta de reforma da Previdência do governo até o fechamento desta reportagem.
Esse número, que poderá ser atualizado, supera as 164 emendas apresentadas, em 2017, ao projeto do ex-presidente Michel Temer, que fracassou ao tentar aprovar uma medida de endurecimento das regras de aposentadorias.
A pressão por mudanças na reforma de Bolsonaro, portanto, é maior que na proposta da gestão anterior.
Até membros do PSL querem alterações que reduziriam o efeito da PEC (proposta de emenda à Constituição) na economia de gastos, pois buscam beneficiar o setor de segurança pública.
Oposicionistas também fizeram sugestões, como os deputados Felipe Rigoni (PSB-ES) e Tabata Amaral (PDT-SP), que querem a criação de benefícios assistenciais a crianças de baixa renda.
O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), aguardava o fim do prazo de apresentação das emendas, o que ocorreu nesta quinta-feira (30), para analisar as demandas dos deputados.
Assim, ele espera construir relatório com maior chance de ser aprovado na comissão especial e, depois, no plenário.
Moreira trabalha com a perspectiva de apresentar o parecer antes de 15 de junho. "Estamos fazendo o relatório ouvindo as lideranças, os líderes de partidos. O presidente [da Câmara] Rodrigo Maia (DEM-RJ) também tem peso, as opiniões dele. Nós estamos construindo e partindo para o fechamento do relatório."
Algumas emendas coincidem com estudos Moreira.
Conforme a Folha publicou na quarta (29), o deputado avalia manter regra de cálculo de aposentadoria mais benéfica ao trabalhador, que considera 80% das maiores contribuições previdenciárias. A equipe econômica é contra, pois defende a proposta levado ao Congresso: cálculo que considera 100% dos salários.
Segundo técnicos do Ministério da Economia, a ideia do relator teria impacto considerável na redução da estimativa de economia prevista em dez anos —R$ 1,2 trilhão.
Além disso, dizem que a Previdência continuaria subsidiando as aposentadorias das classes média e alta do país.
Cerca 140 emendas à reforma foram protocoladas no último dia do prazo. Isso é mais do que em todos os outros dias. Os deputados estavam, no começo, com dificuldade de conseguir assinaturas de colegas para apoiar as sugestões de mudanças no texto. Por isso, Maia estendeu o prazo.
Partido que comanda a comissão da reforma, o PL (ex-PR) apresentou emenda ampla nesta quinta-feira.
Assinada pelo líder da sigla na Câmara, Wellington Roberto (PB), um dos mais descontentes com o governo, a proposta prevê uma transição mais suave para a idade mínima a ser criada pela reforma.
O PL quer regime de capitalização no qual cada trabalhador faz a própria poupança para a aposentadoria, diferente do desejado pelo ministro Paulo Guedes (Economia), e cria a possibilidade de imposto semelhante à CPMF ser usado para bancar a troca dos sistemas previdenciários.
Roberto estima que a proposta do partido representaria uma economia de R$ 600 ou R$ 700 bilhões em dez anos. Mas a emenda tem instrumentos para aumentar o financiamento à Previdência.
A ideia do partido não tem, por enquanto, apoio de demais líderes do centrão —grupo de deputados independentes aos governos e que representam maioria da Câmara.
"Não estou mandando uma nova reforma. É uma emenda à do governo", disse o líder.
A emenda do PL e, pelo menos, outras duas retiram os efeitos da reforma para servidores estaduais e municipais.
É grande o movimento na Câmara para que governadores e prefeitos tenham o desgaste de aprovar medidas impopulares para controlar os gastos com aposentadorias.
O governo e Moreira buscam alternativa para que os estados e municípios continuem na reforma —ou, pelo menos, parte desses entes.
A maioria da Câmara já se posicionou contra qualquer mudança nas regras atuais de recebimento do BPC (benefício pago a idosos carentes) e à aposentadoria rural —há diversas emendas nesse sentido.
| Folha de S. Paulo (publicado em 30-05-2019) | | | | Marcos Cintra afirma que renda básica universal serviria para criar rede de segurança social
O secretário Especial da Receita Federal, Marcos Cintra, afirmou nesta quinta-feira (30) que o governo estuda mudanças no Imposto de Renda, entre elas a criação de um imposto negativo.
O objetivo seria criar uma rede de seguridade social para camadas de renda inferior.
Com o mecanismo, também conhecido como renda básica universal, pessoas que tenham renda em uma faixa abaixo da definida pelo governo passam a receber um valor que as garantiria condições mínimas de subsistência.
De acordo com Cintra, o imposto negativo poderia funcionar tanto em paralelo com o Bolsa Família como também ocupar seu espaço. Segundo ele, a ideia não vem sendo discutida com o intuito de substituir qualquer programa, afirma. Sua diferença, segundo o secretário, é não estar vinculado a outras obrigações, entre elas a educacional, e deixar o cidadão definir como é a melhor forma de usar seu dinheiro.
“Seria um enorme avanço na direção de criar uma renda básica mínima. Isso nos permitiria. Garantir um patamar mínimo de sustentação, uma rede de segurança de toda a sociedade, o que é um sonho do liberalismo”, disse ele em evento promovido pelo Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços) em São Paulo.
Cintra lembra que projetos do tipo vêm sendo adotados de forma experimental em diferentes países (os testes mais conhecidos são realizados na Finlândia). Afirma que a inspiração para o projeto é o economista liberal Milton Friedman (1912-2006), laureado com o Prêmio Nobel.
Segundo Cintra, também está em discussão uma redução na alíquota do Imposto de Renda pago por empresas, que, via de regra, é de 34% sobre o lucro das companhias.
Cintra afirmou que em todo o mundo o imposto vem sendo reduzido, citando o caso dos Estados Unidos, que reduziu a alíquota para 21%.
Segundo ele, a medida é necessária para o Brasil se manter atraente para investimentos estrangeiros.
Sobre a viabilidade da aprovação de uma reforma tributária, Cintra diz acreditar que o momento atual é propício, pois tanto o Poder Executivo como também o Legislativo estão empenhados em ajustar o sistema.
“O executivo sempre teve papel muito reativo a qualquer tentativa de reforma tributária. Sempre houve protagonismo muito forte do Poder Legislativo, enquanto o executivo ficava como um árbitro, avaliava impactos, colocava empecilhos. Isso. Pela primeira vez, não acontece.”
Cintra disse que o governo apoia a PEC (proposta de emenda à Constituição) que tramita na Câmara, baseada em ideias desenvolvidas pelo Centro de Cidadania Fiscal e que unifica tributos federais, estaduais e municipais em um 'único imposto.
Segundo ele, a proposta é complementar a que será apresentada pelo governo, em sua estimativa em cerca de 20 dias.
Por outro lado, Cintra diz ver desafios para aprovação do projeto já no Congresso, em especial pelo risco de ele gerar restrições de governos estaduais com receio de perda de arrecadação.
“Não é fácil fazer governadores e prefeitos abrirem mão de suas competências tributárias. Há uma natural desconfiança em relação a fundos de participação, muitas vezes mutáveis.”
O secretário também voltou a defender a substituição dos encargos pagos pelo empregador sobre a folha de pagamento pela Contribuição Previdenciária, um tributo corado sobre pagamentos.
Segundo ele, a medida serviria para estimular a criação de empregos e a formalização.
Também tornaria o financiamento da Previdência Social mais sustentável no longo prazo, conforme o mercado de trabalho se move para novas formas de relações, como a economia compartilhada de aplicativos como Uber.
| Folha de S. Paulo (publicado em 30-05-2019) | | | | A Bosch está desenvolvendo um sensor específico para os chamados “táxis voadores”, veículos simultaneamente aéreos e urbanos que deverão entrar em fase de testes já no ano que vem, em cidades como Dubai, Los Angeles, Dallas e Singapura, e talvez já sejam disponibilizados para operação comercial em 2023.
Embora pilotos provavelmente estejam a bordo no início, os táxis voadores podem começar a voar de forma autônoma - isto é, sem a presença de um piloto - sobre os tetos das grandes cidades já em 2025, controlados remotamente do solo.
De acordo com Harald Kröger, presidente da divisão Automotive Electronics da Bosch, o sensor, de última geração, tem como principal objetivo justamente tornar os voos autônomos mais seguros, confortáveis e práticos. “Mas o nosso objetivo estratégico é desempenhar um papel de liderança nesse mercado”, diz o executivo.
Kröger acrescenta que a Bosch, com o sensor, também irá preencher uma lacuna do mercado: hoje, a tecnologia aeroespacial convencional é muito cara, volumosa e pesada demais para ser usada em táxis voadores autônomos.
“No entanto, sensores modernos que já são usados na condução autônoma ou no sistema ESP podem, potencialmente, preencher esta lacuna”, afirma ele. “Para chegar nisso, um time de engenheiros da Bosch combinou dezenas de sensores já testados e já em uso na indústria automotiva para criar uma unidade universal de controle para táxis voadores, que custará uma fração da tecnologia hoje disponível”.
O mercado de táxis voadores promete ser de um tamanho surpreendentemente grande. Segundo a previsão do Boston Consulting Group, até 2030 pessoas em todo o mundo farão 1 bilhão de viagens em táxis aéreos - uma vez que os serviços de carona compartilhada também terão estabelecidos rotas fixas acima do chão –, com a maioria destes veículos sendo capaz de operar sem a presença de um piloto.
Até 2025, cerca de 3 mil táxis aéreos estarão em operação ao redor do mundo, de acordo com a Roland Berger, consultoria que atua de forma importante na área automotiva. Esse número aumentará para 12 mil até 2030, com pouco menos de 100 mil táxis voadores dominando os céus até 2050.
| Usinagem brasil (publicado em 26-05-2019) | | | | Para a Simco, empresa que atua no segmento de importação e distribuição de máquinas, o conceito de Indústria 4.0 aplicado em pequenas e médias empresas pode torná-las mais competitivas e lucrativas. A equipe de engenharia da empresa desenvolveu um processo no qual é possível aplicar tecnologias de automação e troca de dados em apenas uma máquina. “Não podemos ficar pensando que a Indústria 4.0 é coisa dos vizinhos ricos ou das grandes corporações", diz o diretor técnico, Ricardo Oliveira.
Um dos cases da Simco é de uma microempresa de ferramentaria e usinagem de Santa Catarina que em 2015 tinha baixa produtividade e não conseguia competir com produtos importados. A fábrica estava defasada, o caixa comprometido e com altas despesas. Além disso, os equipamentos nunca eram suficientes para os trabalhos e a empresa não conseguia cumprir prazos, o preço era sempre alto e o lucro mal dava para fechar o mês.
No mesmo ano esse cliente optou por trocar uma de suas antigas máquinas, com mais de 20 anos de uso, por uma nova, com mais tecnologia, integrando o novo equipamento com os conceitos de Indústria 4.0.
De acordo com a Simco, o coneito aplicado a uma única proporcionou: medição do tempo exato operacional; previsão de paradas programadas para manutenção preventiva; integração com o sistema SAP; medição do consumo de insumos, óleos e ferramentas; Obtenção do tempo real de máquina em operação e de setup; monitoramento real da produção, do consumo de energia, logístico, de compras e horas trabalhadas.
O diretor técnico afirma que todos esses dados tiveram grande impacto nos negócios. “A aplicação do conceito de Indústria 4.0 trouxe controle de todos os processos, reduziu gastos, acabou com esperas e estoques mal calculados e máquinas subaproveitadas e tornou a produção on-demand. Os desperdícios e erros foram eliminados trazendo maior eficiência, tornando a empresa mais competitiva, sustentável e lucrativa”.
Segundo Oliveira, atualmente a empresa compete diretamente com marcas europeias e chinesas fornecendo moldes, usinagens e estampos para todo o Brasil e para países como EUA, Canadá e Argentina.
| Usinagem Brasil (publicado em 26-05-2019) | | | | Os quatro primeiros meses de 2019 foram de intenso trabalho na B Grob do Brasil. A fábrica da empresa, instalada em São Bernardo do Campo (SP), já tem contratos para operar a plena capacidade por 14 meses, ou seja, até junho de 2020. Um detalhe importante é que cerca de 80% da produção será destinada ao mercado local.
“A maioria desses contratos teve início em janeiro”, conta Ricardo Jorge Cruz, gerente geral de Projetos e Vendas da Grob do Brasil. Cruz avalia que muitos clientes já contavam com alguns projetos, que estavam aguardando apenas uma melhor clareza da situação política e estabilização da economia para dar início aos investimentos. “Praticamente todos esses projetos são de montadoras”, diz o diretor, acrescentando que os negócios abrangem toda a linha de produtos da empresa, incluindo máquinas de usinagem, linhas de montagem, equipamentos de testes e sistemas de automação.
O gerente informa que, para atender esta demanda, a Grob não planeja investir em aumento de capacidade. “A tendência é de que o faturamento deste ano seja igual ou levemente superior ao do ano passado, devido à melhoria de performance e produtividade da nossa fábrica”, diz. “Esperamos um aumento entre 5 e 7%”.
EXPOMAFE - De acordo com o diretor, a Expomafe 2019 confirmou a expectativa de que a tendência é de aquecimento do mercado. “Tivemos bom movimento no estande, excelentes contatos. Os clientes vieram atrás de informações sobre tecnologia, inclusive notamos muita procura por Indústria 4.0. A impressão é que a indústria brasileira está se movimentando, se preparando para investir. Nossos clientes acreditam que o mercado vai começar a aquecer realmente no segundo semestre”.
Na feira, a Grob lançou a 2ª geração do centro de usinagem universal 5 Eixos G550 com trocador de paletes, que possibilita o fresamento de peças nos mais diversos tipos de aplicação e materiais. De design compacto, conta com disposição inteligente do magazine de ferramentas em relação ao fuso, permitindo troca de ferramentas mais rápida, além da maior capacidade de posições para ferramentas, comportando um total de 140 (disco duplo) de até 465 mm, incluindo a possibilidade de que 14 ferramentas mais longas (de até 700 mm) em sua configuração HSK-A63.
Destaque também para o GROB-NET4Industry, conjunto de aplicativos que promove a transparência de todo o processo de produção, formando a base para os requisitos da Indústria 4.0. Dois apps mereceram destaque especial, o GROB4Line, GROB4Analyze+.
| Usinagem brasil (publicado em 26-05-2019) | | | | Transmissões EAO-6106 e EAO-6206 foram desenvolvidas no Brasil
É da Eaton o câmbio automatizado que passa a equipar o caminhão Mercedes-Benz Accelo nas versões leve, com os modelos 815 e 1016, e o médio 1316. Eles são os primeiros modelos urbanos que contam as transmissões automatizadas EAO-6106 e EAO-6206, ambas de 6 velocidades, e desenvolvidas no Brasil.
Concebida sob o conceito long life, que oferece maior vida útil aos componentes, as transmissões EAO-6106 e EAO-6206 possuem nova tecnologia de usinagem para o acabamento dos dentes das engrenagens, que possibilita menor ruído, além de maior durabilidade. Os produtos são indicados para veículos de 7 a 13 toneladas de PBT (peso bruto total).
De acordo com o gerente de desenvolvimento de mercado e planejamento de produto da Eaton, Henrique Uhl, o veículo com 6 velocidades possibilita melhor utilização da faixa de torque do motor, proporcionando um melhor consumo mesmo em circuitos urbanos.
“Com um sistema de troca de marchas inteligente, que identifica quando o veículo está em uma subida ou descida, por exemplo, a nova transmissão funciona em um modo de condução adaptativo, de acordo com as condições de topografia e carga, sempre buscando o melhor compromisso entre performance e consumo”, explica. O gerente acrescenta que um novo software identifica automaticamente se o veículo está sendo manobrado, o que permite uma condição mais adequada ao pedal do acelerador nas baixas velocidades usadas nas condições de manobra.
Todos os componentes do sistema de automação na periferia do câmbio (atuador de embreagem, acumulador de pressão, sensores, etc) podem ser trocados de forma individual, sem necessidade de troca de todo o sistema. O freio do veículo também foi melhorado a partir da nova transmissão. “Quando o motorista utilizar o pedal de freio ou ativar o freio motor do caminhão ou ainda a combinação dos dois, a transmissão entende automaticamente que precisa ajudar a frear o veículo, aumentando as rotações de troca de maneira a potencializar o freio motor do caminhão”, finaliza Henrique.
| Automotive Business (publicado em 30-05-2019) | | | | JAC importará caminhão elétrico da China
A JAC Motors do Brasil vai importar até o fim deste ano o caminhão elétrico iET 1200. Na quinta-feira, 30, o representante da marca chinesa no País, o Grupo SHC, abriu a pré-venda do modelo, que já pode ser encomendado por R$ 259.900. Segundo a empresa, o veículo tem peso bruto total (PBT) de 5,8 toneladas – enquadrado, portanto, na categoria de caminhão leve, mais aplicado na operação de entregas urbanas – e pode rodar até 200 km com a carga completa de 97 kWh das baterias.
Comunicado da JAC Motors do Brasil informa que a sigla iET 1200 identifica o termo Intelligent Energy Truck e o torque máximo de 1.200 Nm – equivalente à força motriz apresentada por motores diesel aplicados em caminhões de 25 a 30 toneladas de PBT. A potência é de 177 cavalos.
Antes de lançar o iET 1200 no Brasil, o Grupo SHC afirma que fez pesquisas para identificar o tipo de uso desses caminhões nas cidades, chegando à conclusão que a autonomia oferecida de 200 km é “mais do que suficiente”. Para recarregar 100% as baterias, o caminhão elétrico da JAC pode ser conectado a uma tomada de 220 volts por 17 horas, em modo de carga lenta. Se a tensão for trifásica de 380 V, o “reabastecimento” leva apenas 2 horas.
“E é preciso ponderar as duas grandes vantagens do caminhão 100% elétrico: a emissão zero de poluentes e o baixíssimo custo operacional. Enquanto o caminhão movido a diesel exige um custo de R$ 150 pra rodar 200 km na cidade, o JAC iET 1200 vai gastar R$ 30”, destaca Sergio Habib, presidente do Grupo SHC e da JAC Motors Brasil.
O executivo avalia que a economia direta de R$ 120 reais por dia (cerca de R$ 2,5 mil/mês) irá tornar o JAC iET 1200 extremamente atrativo para pequenos clientes ou grandes frotistas, à medida que, além do combustível, ainda há substancial economia no custo de manutenção. A JAC promete entregar os primeiros iET 1200 aos clientes ainda este ano.
| Automotive Business (publicado em 30-05-2019) | | | |
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