| 27 de Agosto de 2019
Terça-feira
- Paraná lança maior banco de projetos executivos de sua história
- Curitiba segue entre as capitais que mais geram empregos
- Com três trimestres de queda, indústria perde peso no PIB e vê recuperação mais distante
- Mais de 1,3 bilhão de pessoas têm qualificação abaixo ou acima do exigido pelo mercado de trabalho, aponta estudo
- Dodge quer que Ministério Público Federal investigue Sistema S
- Gestão operacional de riscos melhora a produtividade das empresas
- Despesas de custeio e investimento tiveram redução de 23,6%
- Governo tenta atrair Estados para reforma tributária
- Reforma tributária: nova PEC cria imposto sobre movimentação financeira e mantém IPI
- Guedes defende tributos sobre movimentação financeira de 0,20%
- O Brasil não vai voltar a crescer 3% ao ano
- Confiança da construção sobe 2,2 pontos em agosto, revela FGV
- INCC-M sobe 0,34% em agosto após 0,91% em julho, revela FGV
- IPC-Fipe avança 0,28% na 3ª quadrissemana de agosto
- Preço do biodiesel dispara e pode elevar diesel nas bombas
- Sem acordo sobre frete, caminhoneiros veem julgamento no STF como final de Copa
- Vendas na Argentina podem ter nova alta em agosto
- VW amplia digitalização na jornada do cliente
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Em 27/08/2019
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| | | | | Lançado pelo governador Ratinho Junior, iniciativa envolve R$ 350 milhões e vai agilizar obras de infraestrutura e de segurança pública. É o maior aporte de recursos para planejamento da história do Estado.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior lançou nesta segunda-feira (26), no Palácio Iguaçu, um banco de projetos executivos de R$ 350 milhões para viabilizar e agilizar obras de reestruturação de rodovias, ferrovias e da segurança pública. É o maior aporte de recursos para planejamento da história do Estado. Ele tem formato inédito e foi desenvolvido para resolver os grandes gargalos históricos do Paraná.
Ratinho Junior destacou que a iniciativa demandou o envolvimento de diversas áreas do Governo e é parte de um programa maior de investimentos e atração de recursos para renovar toda a infraestrutura do Estado, preparando o Paraná para ser o hub logístico da América do Sul. “Esse não é um programa do nosso mandato, mas um banco que vai ficar por muitos anos à disposição dos próximos governadores, deputados e secretários. É um plano diretor de infraestrutura”, afirmou.
O governador também destacou que assumiu o Governo sem nenhum projeto executivo estruturado, o que inviabilizava a atração dos recursos necessários para as obras. Ele também afirmou que a produção do agronegócio dobra de tamanho a cada dez anos, ritmo que precisa ser acompanhado pela administração pública.
“Nós temos que começar pela base, pelos projetos, o Paraná nunca pensou dessa maneira. Com os projetos executivos estruturados nós teremos condições de buscar recursos para concretizar as obras que são vitais para o nosso desenvolvimento econômico”, complementou.
RECURSOS - Fazem parte do banco de projetos R$ 290 milhões para melhorar ou implementar pavimentação, trevos, contornos e pontes em ligações rodoviárias; R$ 40 milhões para estruturar a malha ferroviária e concretizar as ligações Foz do Iguaçu-Cascavel e Dourados-Paranaguá; e R$ 20 milhões para segurança pública, o que inclui a Cidade da Polícia, penitenciárias, institutos de criminalística e batalhões. A maior parte dos recursos será disponibilizado pelo Tesouro Estadual, mas também serão usadas linhas de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
OBRAS - Nessa primeira etapa serão liberados editais para a licitação de R$ 51 milhões em projetos executivos para 26 trechos de rodovias em todas as regiões do Estado, envolvendo as PRs 323 (Norte/Noroeste), 280 (Sul/Sudoeste), 092 (Capital/Campos Gerais), 445 (Norte), 317 (Noroeste), 412 (Litoral), 466 (Centro/Norte), 151 (Campos Gerais/Norte) e 180 (Oeste).
O banco de projetos prevê investimentos de R$ 105 milhões nos primeiros doze meses (2019 e 2020) e outros dois aportes de R$ 155 milhões e R$ 90 milhões nos anos subsequentes.
PLANEJAMENTO - O chefe da Casa Civil, Guto Silva, disse que o banco de projetos prepara o Estado para tirar do papel as grandes obras. Ele também destacou o apoio da Assembleia Legislativa, que contribuiu para apontar os maiores gargalos das regiões. “É uma decisão que não é eleitoreira, não é em função do processo eleitoral, é de quem está pensando o futuro do Paraná. Essas obras serão compartilhadas com todos os deputados estaduais, que também vão ajudar a fiscalizar e eventualmente incluir verba no orçamento para tocar as obras”, afirmou.
O governador Ratinho Junior disse, ainda, que o banco de projetos aponta para um planejamento de médio e longo prazos. “Os próximos governadores terão projetos à disposição para tocar, duplicações a serem feitas, terceiras faixas. O Paraná terá planejamento. Nós temos um potencial geográfico e o mínimo que temos que fazer é ter inteligência para planejar o Estado como um grande referencial logístico próximo da maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) de toda a América do Sul”, complementou.
REFERÊNCIA - Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, o banco de projetos do Paraná será uma referência no País. A área recebeu os maiores recursos para dar conta da evolução da economia do Estado. Estarão incluídos, por exemplo, os contornos de Umuarama, Campo Mourão, Cascavel, Londrina e Cianorte; o Trevo das Cataratas; trechos de rodovias que somam mais de mil quilômetros; e a ponte de Guaratuba.
“São rodovias que precisam de pavimentação, o que é aguardado há décadas. Que precisam de ampliação de capacidade, o que oferece mais segurança. O Paraná é um Estado logístico e que tem um fluxo muito grande de movimentação para escoamento da produção”, afirmou o secretário. “Vamos estruturar as malhas viária e ferroviária para atender o setor produtivo e ampliar nossa capacidade de gerar emprego e renda”.
MAIS ENGENHEIROS - O governador Ratinho Junior também autorizou a incorporação de cinquenta novos engenheiros ao quadro técnico do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) para dar conta da demanda dos projetos.
G7 – Antes da solenidade de lançamento do banco de projetos, o governador apresentou o pacote ao G7, grupo formado pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Federação e Organização das Cooperativas do Paraná (Fecoopar), Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), Associação Comercial do Paraná (ACP) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) e Sebrae-PR.
José Roberto Ricken, coordenador do G7, disse que o setor empresarial vê com entusiasmo a ideia. “O setor produtivo do Paraná não aguenta mais produzir sem investimentos decisivos em infraestrutura. O poder de competição em nível internacional depende da redução do custo da logística. Nós não temos outro endereço. Queremos produzir no Paraná e gerar desenvolvimento principalmente no interior, onde é mais necessário”, afirmou.
PRESENÇAS – Estiveram presentes o vice-governador Darci Piana; os secretários Valdemar Bernardo Jorge (Planejamento e Projetos Estruturantes) e Márcio Nunes (Desenvolvimento Sustentável e Turismo); o diretor-geral do DER-PR, Fernando Furiati; o presidene da Comec, Gilson dos Santos; os deputados estaduais Hussein Bakri (líder do Governo), Ademar Traiano, Alexandre Curi, Tiago Amaral, Nelson Justus, Artagão Junior, Delegado Recalcatti, Boca Aberta Júnior, Cobra Repórter, Delegado Fernando, Douglas Fabrício, Elio Rusch, Alexandre Amaro, Emerson Bacil, Evandro Araújo, Gilson de Souza, Jonas Guimarães, Romanelli, Luiz Fernando Guerra, Marcel Micheletto, Paulo Litro, Márcio Pacheco, Wilmar Reichembach e Tercílio Turini; além de 75 prefeitos municipais.
Box 1
Conheça os projetos que integram o banco
Integram o pacote de projetos executivos mais de mil quilômetros de trechos de rodovias importantes para o Paraná, como as Prs 092, 180, 280, 323, 158, 151, 239, 506, 466, 445, 412, 317, 574, 575, 460, 486, 082, 170 e 281. Eles envolvem melhoria e ampliação da capacidade, restauração, implementação de pavimentação e Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA).
Também estão presentes os contornos de Londrina (Norte), Cianorte, Umuarama, Campo Mourão, Castro, Curitiba (Norte), além do Trevo Cataratas, em Cascavel, e as pontes Querência e Japurá (Noroeste), Ariranha Ivaí (Centro), Guaratuba e Nhundiaquara (Litoral).
No pacote de infraestrutura ferroviária, de R$ 40 milhões, o Governo do Estado incluiu os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) dos trechos Foz do Iguaçu-Cascavel, Dourados-Cascavel, e Guarapuava-Paranaguá.
De acordo com estudos da Secretaria de Infraestrutura e Logística, cerca de 10 milhões de toneladas circularam pelas ferrovias paranaenses com destino aos portos do Paraná em 2018, contra 43 milhões de toneladas transportadas por caminhões, o que mostra um desequilíbrio no escoamento que precisa ser enfrentado.
SEGURANÇA - Fazem parte do banco de projetos executivos os Institutos de Criminalística de Maringá, Ivaiporã, Londrina e Curitiba (Sítio Cercado), o 19° Batalhão da PM de Toledo, a Cadeia Feminina de Londrina e o 4º CIPM de Londrina, a Cadeira Feminina de Guarapuava, a Cadeira Pública do Litoral, o Centro Integrado da Ilha do Mel, a Cidade da Polícia e recursos para sede, almoxarifado e centro de ensino e treinamento dos funcionários do Depen.
Box 2
Governo lança estudo para tirar do papel a nova Estrada de Guaraqueçaba
O governador Carlos Massa Ratinho Junior também anunciou, durante o lançamento do banco de projetos, a ordem de serviço para o estudo de viabilidade da Estrada de Guaraqueçaba, trecho de 80 quilômetros sem pavimentação que será modernizado para finalmente conectar os moradores do município ao Estado. A licitação da empresa já foi feita. “É uma região que sempre foi esquecida pelo Poder Público e finalmente vamos colocar no mapa logístico do Estado do Paraná”, afirmou Ratinho Junior.
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, disse que Guaraqueçaba é um símbolo do Paraná e que a população do Litoral aguarda há décadas uma solução de pavimentação. “A estrada tem que ser ecológica. Esse estudo vai indicar qual é a obra que nós vamos licitar para poder colocar a comunidade em contato com o Estado, porque estão isolados. Essa assinatura é o passo mais importante: o projeto para a concretização de um sonho”, complementou.
| Agência de Notícias do Paraná (publicado em 26-08-2019) | | | | Em julho, a cidade foi terceira capital do país a criar mais vagas, com um saldo positivo de 2.684 empregos, atrás apenas de Belo Horizonte (3.829) e São Paulo (6.327). No acumulado de janeiro a julho é a segunda cidade que mais criou empregos dentre os mais de 5 mil municípios brasileiros.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), recém-divulgados pelo Ministério da Economia, mostram que Curitiba segue entre as primeiras capitais em termos de geração de empregos. Em julho, a cidade foi a terceira do país a criar mais vagas, com um saldo positivo de 2.684 empregos, atrás apenas de Belo Horizonte (3.829) e São Paulo (6.327).
No acumulado de janeiro a julho, Curitiba é a segunda cidade que mais criou empregos dentre os mais de 5 mil municípios brasileiros (saldo de 15.632 vagas), depois apenas do município de São Paulo (50.251 empregos criados).
“Curitiba é estratégica quando falamos em geração de postos de trabalho por ter a maior concentração populacional do Estado. Por isso atuamos de forma intensa na Agência do Trabalhador da capital e fomentamos programas de geração de emprego e renda na região. O resultado é este, o melhor saldo de empregos na capital paranaense nos últimos cinco anos”, analisa o secretário estadual da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost.
A Agência do Trabalhador de Curitiba tem intensificado os esforços de intermediação de mão de obra para acelerar a colocação dos trabalhadores no mercado. De janeiro a julho, cerca de 10 mil pessoas já foram atendidas e encaminhadas para entrevistas em empresas. Em média, cada trabalhador que procura a agência é encaminhado para cinco entrevistas de emprego.
PARANÁ – Entre os estados, no acumulado de janeiro a julho de 2019, o Paraná manteve a quarta colocação no ranking das unidades federativas que mais geraram empregos, com um saldo de 40.537 vagas – um crescimento expressivo de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado (35.131 vagas de janeiro a julho de 2018).
SERVIÇO - A Agência do Trabalhador de Curitiba fica na Rua Pedro Ivo, 503, no Centro, e atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Ranking de geração de emprego nas capitais (saldo de janeiro a julho de 2019)
São Paulo: 50.251
Curitiba: 15.632
Brasília: 14.884
Belo Horizonte: 13.824
Manaus: 7.092
São Luiz: 4.356
Goiânia: 2.890
Vitória: 2.842
Campo Grande: 2.358
| Agência Estadual de Notícias (publicado em 26-08-2019) | | | | Setor tem sido afetado pela demanda fraca e baixa competitividade. Participação da indústria de transformação caiu para 11,2% do PIB no 1º trimestre – menor percentual desde 1947.
Com a maior fraqueza da economia brasileira em 2019, a produção industrial entrou novamente em um quadro de retração na primeira metade do ano e o setor manufatureiro viu sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) encolher ainda mais, acentuado o processo de desindustrialização que já vem ocorrendo no país nas últimas décadas.
A produção industrial fechou o 1º semestre com uma queda de 1,6% e já acumula 3 trimestres seguidos no negativo, após uma pequena recuperação em 2018. Segundo o IBGE, o nível de produção da indústria em junho retrocedeu para o patamar de 2009, atingindo um volume 17,9% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, alcançado em maio de 2011.
Apesar da relativa reação da indústria de transformação nos últimos meses, a expectativa dos analistas é que o PIB da indústria geral (que inclui também as atividades extrativas, construção civil, eletricidade e outros) deve ter ficado mais uma vez no vermelho no 2º trimestre, na comparação com o trimestre anterior, após duas quedas seguidas – de 0,7% no 1º trimestre e de 0,3% no 4º trimestre. Os números oficiais do PIB do segundo trimestre serão divulgados pelo IBGE em 29 de agosto.
"A economia não vai bem justamente porque a indústria está em um quadro de recessão. A indústria está no negativo há 3 trimestres consecutivos e isto não é pouca coisa para um setor que já perdeu muito ao longo da crise de 2014, 2015 e 2016", afirma o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin. "Na nossa avaliação, é um ano que tem mais cara de estagnação do que de recessão, mas o risco de ficar um pouco abaixo de zero existe".
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda não revisou a sua projeção para o PIB da indústria em 2019 (de alta de 0,4%), mas afirma que ainda não há garantia de crescimento no ano. "Estamos à beira da recessão, mas preferimos usar a palavra estagnação", diz o economista da CNI, Flávio Castelo Branco.
Efeito Brumadinho e piora do cenário internacional
Além da recuperação lenta da economia e da ociosidade ainda elevada das fábricas, a indústria tem sido abalada neste ano pelo tombo da produção atividade extrativa mineral (queda de 13,7% no semestre), como reflexo ainda da tragédia de Brumadinho (MG) na Vale. Além disso, o setor passou a ter também as suas exportações pressionadas pela recessão da Argentina e pela guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Na visão dos analistas, até mesmo a melhora da confiança diante da perspectiva de aprovação da reforma da Previdência e o impacto positivo das medidas de liberação do FGTS podem ser anulados pela piora do cenário internacional em meio aos temores de desaceleração global.
"Falta demanda. Não temos um processo de recuperação sólido, o que vemos são espasmos de crescimento, com uma melhora de confiança aqui, um pouco mais de exportação ali, mas a coisa não engrena. A indústria pode até ter saído do fundo do buraco, mas ficamos estagnados no barranco", resume Cagnin.
Desindustrialização acelera
O ritmo mais lento de reação da indústria tem levado o setor a perder peso na economia brasileira. Levantamento da economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostra que a participação da indústria na soma de todos os bens e serviços produzidos no país vem encolhendo continuamente desde 2010 para mínimas históricas.
No 1º trimestre, ficou em 21,5% do PIB ante 21,6% do PIB no final de 2018 e um pico de 29,1% no 2º trimestre de 2005. Desde 1995, quando começa a série de dados trimestrais do IBGE, a participação da indústria encolheu 5,4 pontos percentuais. No mesmo período, a agropecuária se manteve na faixa de 5% do PIB e o setor de serviços viu seu peso aumentar em 6,1 pontos percentuais, para 73,5% do PIB. Veja gráfico abaixo:
Analisando o conjunto de componentes da indústria, a perda de protagonismo do setor é resultado direto do encolhimento da indústria manufatureira. Série elaborada pela economista do Ibre/FGV, com metodologia de correção dos valores a preços correntes, mostra que o peso da indústria de transformação caiu de 16,8% do PIB em 1995 para 11,2% do PIB no 1º trimestre de 2019 – menor patamar desde 1947, ano em que se inicia a série histórica do IBGE.
O tombo da atividade foi ainda maior que o da construção civil, cuja participação no PIB recuou de 7% em 1995 para 4,4% no 1º trimestre. Já a fatia da indústria extrativa avançou de 0,7% para 3,1% no período, e a de eletricidade, de 2,4% para 2,9%, de acordo com o levantamento.
A melhor marca do setor manufatureiro foi registrada em 1985, quando o peso da indústria de transformação chegou a 24,5%. A partir de então, entrou em trajetória praticamente contínua de queda, com exceção de um breve período de recuperação no início dos anos 2000.
Embora a perda de participação da indústria no PIB e avanço do setor de serviços seja um fenômeno mundial, a desindustrialização no Brasil preocupa não só por tornar ainda mais lenta a retomada da economia, mas também por ser considerado um processo "prematuro". Ou seja, por acontecer a uma velocidade mais rápida do que a verificada em outros países e por ocorrer antes de o país ter atingido um maior nível de desenvolvimento e de renda per capita.
Nos países desenvolvidos, a perda de participação da indústria de transformação foi acompanhada quase sempre de um aumento de renda per capita, que resultou num avanço de setores de serviços destinados a atender uma demanda cada vez maio por atividades de tecnologia e informação, turismo e lazer, serviços financeiros e pessoais, saúde privada, educação, entre outros. Já no Brasil, os pesquisadores destacam que o espaço deixado pela indústria tem sido ocupado pelo setor de serviços, geralmente em atividades de pouca especialização.
"O setor de serviços é o mais importante no mundo todo e é natural que a indústria perca participação, a tendência estrutural é isso. A questão toda é que o Brasil se desindustrializou de uma maneira muito rápida e com uma taxa de crescimento muito baixa. Então não tem muito espaço de realocação de fatores. É muito mais difícil crescer e ter ganhos de produtividade pelo setor de serviços, porque ele é intensivo em trabalho", observa Matos.
O setor industrial se destaca dos demais no Brasil não só por pagar salários médios mais altos, como também por seu efeito multiplicador na economia, pela capacidade de reduzir custos e agregar valor a produtos básicos e por desempenhar um papel estratégico na dinamização de todo o setor produtivo, como ofertante e demandante de tecnologias e inovação.
Cálculos da CNI mostram que, em média, um aumento de R$ 1 na produção industrial se multiplica pela produção da própria indústria e dos demais setores da economia, resultando em uma aumento adicional de R$ 1,40.
Trabalho
A estagnação da indústria de transformação também ajuda a explicar a lenta recuperação do mercado de trabalho. Embora a participação no PIB tenha caído para o patamar de 11%, o segmento ainda concentra 18,7% dos empregos com carteira assinada no país.
O número de trabalhadores formais no segmento, que chegou a atingir 8,5 milhões no final de 2013 está praticamente estacionado em 7,2 milhões desde 2017, de acordo com números do Ministério da Economia. O encolhimento reflete não só a alta ociosidade como também a dificuldade de sobrevivência das empresas. Dados da Serasa Experian mostram que, desde 2013, mais de 9,3 mil indústrias tiveram a falência decretada no Brasil.
Caso mais grave de declínio prematuro
Estudo divulgado recentemente pelo Iedi aponta o Brasil como o caso mais grave de declínio prematuro da indústria no período entre 1970 e 2017, quando o peso da atividade manufatureira na economia caiu quase pela metade, superando a desindustrialização observada em países como Argentina, Filipinas e Rússia.
Considerando uma lista de 30 países que representam cerca de 90% da indústria de transformação mundial, o Brasil registrou o 3º maior retrocesso desde a década de 70, ficando atrás apenas para a desindustrialização registrada no período na Austrália (de 16,5% do PIB para 5,9% do PIB) e Reino Unido (de 17,4% para 9,1% do PIB). Esses dois últimos, países que, diferentemente do Brasil, já tinham alcançado um renda média elevada no momento que a indústria começou a perder espaço para os serviços na estrutura produtiva, observa a pesquisa assinada pelos economistas Paulo Morceiro e Milene Tessarin, da Fipe/USP.
O estudo observa ainda que o declínio industrial não é um fenômeno mundial e que, além da China e Coreia do Sul, países como Indonésia, Malásia, Índia, Turquia e Polônia também conseguiram registrar um crescimento expressivo do parque industrial, sustentado por inovações tecnológicas e internacionalização de suas empresas.
Muito além do "fator China", o retrocesso da indústria brasileira, segundo os analistas, está diretamente relacionado à baixa produtividade do país e problemas estruturais crônicos gerados pelo chamado "custo Brasil", que inclui elevada carga tributária e de custo do trabalho, burocracia, baixa taxa de poupança, entre tantas outras desvantagens competitivas.
"Para não correr o risco de encolher ainda mais, a indústria precisa superar os seus problemas de produtividade e competitividade, com reformas estruturais e uma agenda focada em inovação e educação", afirma Castelo Branco.
Aumentar a produtividade significa não só reduzir custos como também agregar valor na estrutura de produção, mediante maior eficiência, uso mais intensivo de tecnologia e desenvolvimento de produtos finais mais sofisticados. "Basicamente é fazer mais limonada com menos limão. É gerar muito mais valor adicionado com menos insumos intermediários", explica a economista do Ibre/FGV.
Produtividade ficou estagnada nos últimos anos com piora da qualidade do emprego
Os economistas chamam atenção também para baixa participação do Brasil no comércio mundial e nas cadeias globais de produção.
"O Brasil segue como um país relativamente fechado, com a indústria muito voltada para o mercado doméstico. Para exportar muito, a indústria também tem que importar muitos insumos intermediários de outros países, faz parte do jogo. Proteger a indústria não é a saída para aumentar a participação no PIB", afirma Matos.
Outro obstáculo para a retomada da indústria nacional é a baixa participação nos setores mais intensivos em tecnologia. "Perdemos um pouco o bonde da microeletrônica, da 3ª revolução industrial lá nos anos 80. Além disso, outros setores que deveriam ter surgido não vieram e é isso que compromete a onda que estamos vendo agora e que está sendo chamada de indústria 4.0", afirma Cagnin.
O economista vê, entretanto, uma nova janela de oportunidade para a indústria brasileira. "Nem tudo passa pela microeletrônica. Há novas atividades surgindo em que o Brasil pode entrar, como os químicos verdes, que são a união entre o agro e o setor químico. Hoje em dia as tecnologias são mais abertas, existe muito mais cooperação e tem como se inserir", acrescenta.
Para Matos, do Ibre/FGV, tanto a recuperação da indústria como a retomada do crescimento do país dependem não só de reformas estruturais como também de uma agenda pró-produtividade, que estimule o investimento em capital humano e inovação em todos os setores da economia.
"Não é só uma questão de agenda de industrial, mas de uma agenda de país. Isso vale também para serviços inovadores. A indústria demanda cada vez mais serviços associados, como a produção de softwares", afirma. "Estamos falando hoje de uma indústria muito mais intensiva em capital e em inovação, mas ainda estamos distante dessa indústria 4.0", diz.
| G1 | | | | Levantamento divulgado durante a WorldSkills, na Rússia, nesta segunda (26), mostra que “lacuna de competências” custa cerca de 6% do PIB mundial; no Brasil, qualificação do SENAI atende exigências do mercado
Estudo mostra que mais de 1,3 bilhão de pessoas no mundo deixa de atender às exigências dos empregos que ocupa, seja por falta ou excesso de qualificação para a vaga. A "lacuna de competências" custa cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
A conclusão é do relatório "Missão Talento - Unicidade: um desafio global para um bilhão de trabalhadores”, apresentado, nesta segunda-feira (26), durante a 45ª WorldSkills, a olimpíada global de profissões técnicas, realizada na Rússia.
O déficit de talentos é um "imposto" sobre produtividade empresarial que pesa tanto para os indivíduos quanto para as empresas, e ocorre devido ao descompasso entre as qualificações de trabalho que estão em demanda dos empregadores e do que realmente está em oferta. Segundo dirigentes da WorldSkills, certas competências técnicas estão se tornando obsoletas duas a três vezes mais rápido do que há 50 anos, o que está acentuando essa lacuna.
O trabalho foi realizado pelo Boston Consulting Group (BCG), empresa de consultoria em gestão e estratégia de negócios, pela WorldSkills Rússia e pela Rosaton, companhia estatal russa de energia nuclear. O estudo incluiu entrevistas com 100 dirigentes de empresas em 12 países. O objetivo principal era pesquisar as melhores práticas em desenvolvimento de pessoas em comparação com o atual cenário de mudanças econômicas, tecnológicas e sociais sem precedentes.
EXEMPLO – A empresa nuclear russa, por exemplo, possui um "ecossistema de talentos" que acompanha o indivíduo em sua jornada profissional desde o jardim de infância, passando pela escola, a universidade até a própria empresa. Atualmente, esse universo inclui cerca de 400 creches e escolas, mais de 230 faculdades e universidades e um sistema de progressão na carreira para os 260 mil funcionários.
“No nosso projeto, prestamos muita atenção na qualidade das escolas de ensino médio e temos parcerias com universidades que capacitam nossos profissionais nas competências que precisamos”, conta a diretora de recursos humanos da Rosaton, Tatyana Terentyeva. “As mudanças que estão ocorrendo no mundo são tão drásticas e rápidas que temos, junto com nossos parceiros, escolas e universidades, de buscar manter atualizados os programas de qualificação”, diz ela.
De acordo com o presidente eleito da WorldSkills, Jos de Goey, o caminho para superar a lacuna de competências existente e evitar que ela se aprofunde é ofertar diferentes opções de formação para os jovens. “A resposta é: educação, educação e educação. Além disso, os governos devem assegurar que os investimentos não sejam apenas no ensino superior, em universidades, mas também na educação profissional”, defende.
No Brasil, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) possui um observatório dos 28 setores da indústria para manter atualizados seus cursos, de acordo com as necessidades do mercado de trabalho. O Modelo SENAI de Prospecção permite prever quais serão as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho em um horizonte de cinco a dez anos, o que reduz a lacuna de competências e oferece os melhores talentos às empresas.
A metodologia já foi transferida a instituições de mais de 20 países na América do Sul e no Caribe. O método foi apontado ainda pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como exemplo de experiência bem sucedida na identificação da formação profissional alinhada às necessidades futuras das empresas.
ATUALIZAÇÃO – “O SENAI tem duas metodologias: o Mapa do Trabalho Industrial, com o qual acompanhamos a geografia do emprego, e o observatório tecnológico. Com ele fazemos uma análise de cenários, acompanhando sempre cinco anos à frente em cada um setores industriais”, explica o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
“Estamos sempre treinando e capacitando os nossos alunos nas novas tecnologias em todos os setores, de tal forma que o estudante do SENAI está sempre atualizado com o que o mundo do trabalho vai exigir dele no futuro”, completa.
O competidor de Aplicação de Revestimento Cerâmico, Lucas Giovani Gomes, relata que, na sua área, a maioria dos profissionais não tem formação específica para oferecer serviços de excelência
O competidor brasileiro na WorldSkills de Aplicação de Revestimento Cerâmico, Lucas Giovani Gomes, de Bauru (SP), relata que, na sua área, a maioria dos profissionais não tem formação específica para oferecer serviços de excelência, o que compromete a qualidade para o consumidor final.
“Hoje, no Brasil, as pessoas aprendem mais na prática, o que prejudica o contratante do serviço”. Ele, que fez curso no SENAI e chegou à cidade russa de Kazan, no mundial de profissões técnicas, acredita que será um profissional diferenciado. “O mercado está mudando, está exigindo mais, porque o mundo inteiro está evoluindo. A construção civil também segue esse caminho e profissional também precisa evoluir”, afirma.
Marcelo Augusto dos Santos, de Pederneiras (SP), competidor de Pintura Automotiva, por sua vez, diz que, em sua área, a qualificação já é uma exigência para atuar no mercado. “Antigamente, os profissionais atuavam apenas a partir da experiência, mas agora com as novas tecnologias chegando ao Brasil é necessário fazer algum curso e se manter atualizado, senão você fica ultrapassado. A qualificação é essencial”, diz ele.
A COMPETIÇÃO - A WorldSkills é o maior torneio de educação profissional do planeta. A cada dois anos, jovens de até 22 anos disputam medalhas de ouro, prata e bronze em provas que reproduzem o dia a dia das profissões. Cada ocupação tem provas específicas, nas quais os competidores precisam demonstrar habilidades individuais e coletivas para realizar provas que reproduzem o dia a dia do mercado de trabalho em padrões internacionais de qualidade. O Brasil é representado por 63 jovens, ex-alunos do SENAI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Os medalhistas e o resultado geral serão conhecidos nesta terça-feira (27).
"Qualificação é essencial", diz Marcelo Augusto dos Santos, competidor de Pintura Automotiva na WorldSkills 2019
MULTIMÍDIA - Saiba tudo sobre a WorldSkills 2019 aqui na Agência CNI de Notícias, no perfil do SENAI no Facebook, Twitter e Instagram. Todas as fotos estão disponíveis no Flickr da CNI.
| CNI ( publicado em 26-08-2019) | | | |
PGR também propõe que TCU passe a fiscalizar entidades
Os recursos bilionários do Sistema S entraram na mira da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ela cobra transparência no uso do dinheiro público repassado às entidades.
O Sistema S é formado por nove organizações, entre elas Sesi, Sesc e Sebrae. Fundadas a partir dos anos 1940, elas prestam serviços de educação, cultura e treinamento de mão de obra.
No foco da PGR estão recursos de contribuições obrigatórias sobre folha de pagamento instituídas por leis federais. Em 2018, a Receita repassou às entidades R$ 17,1 bilhões.
O ministro Paulo Guedes (Economia) já disse que é preciso “meter a faca” no Sistema S. Em maio, decreto do presidente Jair Bolsonaro enquadrou as organizações na LAI (Lei de Acesso à Informação). A norma entrou em vigor no início deste mês.
Ao STF (Supremo Tribunal Federal), Dodge defendeu que fiquem na Justiça Federal eventuais casos de desvios de recursos no Sistema S. A manifestação é de 7 de agosto.
Com a recomendação de Dodge, o MPF (Ministério Público Federal) passaria a investigar crimes nas organizações. Hoje, Justiça comum e MPs estaduais tratam desses casos.
Uma ação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), ajuizada em abril de 2016, pede que os casos criminais sejam julgados na Justiça Federal. O STF ainda não decidiu sobre a ação.
“Tratando-se de recurso proveniente de tributo federal, o produto decorrente da arrecadação de contribuição possui natureza de recurso público federal, o que impõe a observância dos princípios da moralidade, eficiência, economicidade, impessoalidade e publicidade”, escreveu Dodge.
A procuradora-geral destacou que, embora esses princípios estejam na Constituição de 1988, só em 2016 o TCU (Tribunal de Contas da União) impôs ao Sistema S normas contábeis do setor público, após uma auditoria.
A procuradora-geral propôs a revisão do entendimento do STF sobre a competência da Justiça comum. A atual jurisprudência é dos anos 1960, anterior à Constituição. Há divergências sobre o tema.
“Deve prevalecer a orientação jurisprudencial que fixa, como regra, a competência da Justiça Federal para processar e julgar delitos relacionados ao desvio ou à apropriação de verbas em detrimento dos serviços sociais autônomos [Sistema S]”, afirmou.
Essa não é a primeira investida de Dodge sobre as entidades neste ano. Em fevereiro, em parecer e despacho, ela colocou o acompanhamento dos recursos como uma prioridade.
A cruzada da PGR começou com uma manifestação chamada notícia de fato, apresentada pelo então senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Ele presidiu a Comissão de Transparência do Senado.
Oliveira foi até a PGR para pedir investigações sobre as prestações de contas das entidades após a auditoria do TCU. A fiscalização foi realizada sobre recursos de 2015 e 2016.
Em parecer de 4 de fevereiro, Dodge afirmou que “é a primeira vez que o TCU faz um levantamento global e sistemático” das entidades.
Segundo ela, o levantamento “demonstrou o absoluto desconhecimento e acompanhamento por parte dos órgãos de controle do Estado, ao longo dos anos, sobre a forma de arrecadação e aplicação desses vultosos valores”.
A auditoria apontou que, em 2015, o orçamento total do Sistema S foi de R$ 34,9 bilhões e, em 2016, de R$ 32,2 bilhões.
Desse total, no primeiro ano analisado, 62,06% (R$ 22 bilhões) tiveram origem em tributos. No segundo ano, foram 65,73% (R$ 21,2 bilhões).
Só em imóveis são R$ 23 bilhões. “Parte considerável desse patrimônio está sendo usada para atividades não relacionadas às atribuições das entidades”, escreveu Dodge.
Ela destacou ainda dúvidas apontadas na auditoria do TCU sobre dispensa de licitação e divergências entre valores de despesas e valores de contratos.
Embora as entidades sejam regidas pelo direito privado, a procuradora-geral defendeu maior controle sobre elas por os recursos públicos serem federais e de interesse da União.
Na ocasião, Dodge afirmou que não há “informações suficientes para fundamentar a deflagração de providências apuratórias na esfera criminal” na PGR.
Porém, segundo ela, “é certo que as situações retratadas, pela magnitude dos valores envolvidos na arrecadação desse tributo, pela natureza pública do recurso e pela finalidade essencialmente pública na sua aplicação, demandam uma atuação coordenada entre o MPF e o TCU”.
A procuradora-geral acionou câmaras especializadas da PGR, entre elas a de combate à corrupção, para tomar providências.
No dia 7 de fevereiro, Dodge então enviou o despacho ao ministro do TCU Augusto Sherman Cavalcanti, relator da auditoria na corte.
Nele, afirmou que “a natureza privada das entidades beneficiárias destes recursos não obsta a incidência das regras constitucionais e legais de controle orçamentário e financeiro, sob pena de a sociedade não ter o devido esclarecimento e o acompanhamento da gestão de recursos”.
Dodge informou ao ministro que as câmaras da PGR deverão adotar “as providências cabíveis em suas respectivas esferas de atribuição”.
O mandato de dois anos da procuradora-geral termina em setembro. Ela pode ser reconduzida ao cargo.
O presidente Jair Bolsonaro ainda não anunciou o nome do próximo procurador-geral. A indicação depende de aprovação do Senado após sabatina.
Confederações afirmam que são transparentes
Procuradas pela reportagem, as confederações do Comércio, da Indústria, dos Transportes e das Cooperativas afirmaram que mantêm seções voltadas à transparência em seus sites.
A CNT é a única a defender que a competência para julgamento de questões referentes ao sistema S seja da Justiça Federal.
Em nota, a entidade disse que “também não se opõe a nenhuma investigação que, porventura, queira fazer o MPF. Pelo contrário, adota postura colaborativa, embora repudie a insinuação de que crimes sejam lugar comum na entidade.”
A CNC, por outro lado, entende que o STF “pacificou o entendimento de que os recursos destinados às entidades de serviços sociais autônomos vinculados ao sistema sindical, caso do Sesc/Senac, quando ingressam em seus cofres, assumem natureza de patrimônio privado, não se confundindo com a administração pública.”
Para a entidade, a corte “também já fixou o entendimento de que essas entidades possuem patrimônio e receitas próprias, que (...) não integram o patrimônio público” e, por isso, “o único órgão com competência constitucional para exercer o controle finalístico de suas atividades seria o Tribunal de Contas da União”.
Segundo a CNC, o decreto de Bolsonaro, que regulamentou a Lei de Acesso à Informação, “incluiu, de forma equivocada, as entidades do chamado Sistema S em seu escopo, pois a lei (...) se aplica a órgãos públicos e entidades controladas pelo poder público, o que não guarda qualquer relação com o Sesc e o Senac.”
“Por conta disso, a questão foi submetida à apreciação do Poder Judiciário em ação própria”, disse a confederação em nota.
“As informações e os dados tanto do Sesc quanto do Senac são objeto de fiscalização regular e disponibilizados para apreciação dos órgãos competentes (...), além de estarem sujeitos a rigorosos controles internos dos Conselhos Fiscais e auditorias.”
Na mesma linha, a CNI defende que a “jurisprudência pacífica (...) estabelece que os serviços sociais autônomos estão sujeitos à Justiça comum e não à Justiça Federal. Caso o STF decida rever o seu posicionamento, isto será indiferente”.
A entidade também diz que “não está sujeita ao Decreto 9.781/2019 nem à Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011). Quanto ao Sesi e ao Senai, os seus sites da transparência atendem às normas que lhe são pertinentes”.
Para a confederação, os sites das duas entidades atendem ao espírito e ao objetivo do decreto e da LAI.
Dois advogados da entidade se reuniram em 25 de julho com o ministro Raimundo Carreiro, do TCU, para falar sobre o processo que tramita no tribunal sobre os recursos do sistema S. A CNI diz que no encontro foram tratados “assuntos jurídicos de interesse” do Sesi e do Senai referentes ao processo.
Para o TCU, “faz parte da rotina dos ministros do tribunal receber as partes interessadas nos processos para ouvir suas considerações, como ocorrido na reunião”. O processo está nas mãos do relator, o ministro Bruno Dantas, que tem o poder de colocá-lo na pauta do tribunal.
O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) afirma que seus recursos se dividem em 80% para atividade finalística (como cursos de formação e atividades de monitoramento de cooperativas) e 20% para administração, controladoria e auditoria.
“Somos seguros em dizer que a atuação do Sescoop (...) se faz com transparência”.
A CNA não respondeu aos questionamentos da reportagem.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 26-08-2019) | | | | Os incidentes mais significativos em uma planta industrial não ocorrem por causa de apenas uma falha. Podem ter origem na gestão, na liderança da empresa ou na ausência de cultura voltada à segurança operacional. Foi o que afirmou Shakeel H. Kadri, CEO do Centro de Segurança de Processos Químicos, e especialista internacional renomado em segurança, em sua palestra no segundo dia do Congresso Aço Brasil, em Brasília.
Segundo Shakeel H. Kadri, a Segurança do Processo é fator essencial para melhorar a competitividade das empresas: "uma boa gestão operacional de risco significa bons negócios".
Empreender elenca uma série de desafios. Principalmente quando se trata de negócios que geram impactos para funcionários, população e meio ambiente. Por isso, é necessário uma ampla gestão operacional de risco que ajude a evitar perdas materiais, danos à natureza e, principalmente, perda de vidas humanas, disse.
Ganhos na imagem e reputação da empresa, flexibilidade de negócios e redução de riscos são alguns dos pontos positivos que podem ser conquistados com uma boa gestão. "A prática também leva ao aumento de produtividade, melhora da qualidade do produto final e aumenta o valor das ações da empresa", explica.
Para ilustrar sua palestra, Kadri mostrou vários casos de acidentes graves em plantas petroquímicas, em foguetes da NASA e também na indústria do aço no Reino Unido e na Índia. Ele fez algumas recomendações para que os industriais brasileiros evoluam sua gestão operacional de riscos e, assim, evitem maior exposição a danos.
Ele recomendou aos dirigentes industriais que desenvolvam "senso de vulnerabilidade operacional relacionada ao seu negócio", ou seja, que estejam conscientes de que suas companhias podem vir a sofrer danos por causas de incidentes na operação e que, portanto, precisam tomar medidas para mitigar os riscos. Podem, por exemplo, proceder avaliações de riscos periódicas, conferir independência à área de segurança em relação à operação, dar liberdade para as manifestações dos empregados (e ouvi-las).
| CIMM | | | | Em mais um alerta sobre o grau de estrangulamento da máquina pública, o Ministério da Economia apontou uma queda real de 23,6% nas despesas com custeio e investimentos do governo federal no primeiro semestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O quadro de dificuldade deve permanecer em 2020, o que levará o governo a adotar medidas duras para tentar segurar o avanço de despesas obrigatórias, como a contenção de aumentos ao funcionalismo público, adverte o subsecretário de Política Fiscal da pasta, Marco Cavalcanti, em entrevista ao Estadão/Broadcast.
“Muitas medidas serão tomadas para tentar segurar o crescimento das obrigatórias, mas não tem como, de um ano para o outro, mudar drasticamente a situação. O quadro de restrição fiscal vai continuar forte no ano que vem”, diz Cavalcanti. O governo finaliza a proposta de Orçamento para 2020 nesta semana.
Segundo boletim da Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta, os chamados gastos discricionários (que podem ou não ser efetuados) somaram R$ 43,8 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, ante R$ 57,4 bilhões em igual período de 2018. O valor também está 10% abaixo das despesas discricionárias do primeiro semestre de 2017, ano em que houve paralisação na emissão de passaportes e ameaça à prestação de outros serviços.
“Isso é reflexo do drama fiscal que nós vivemos”, diz Cavalcanti. “O governo vem cortando muito fortemente as despesas discricionárias. No passado, digamos que havia gordura, mas essa gordura já se foi. Estamos no osso”, afirma o subsecretário. Segundo ele, a reforma da Previdência ajuda no médio e longo prazos, mas ainda não surte impacto fiscal suficiente para trazer um alívio significativo já no ano que vem.
“No médio prazo, outras medidas serão necessárias e estão sendo pensadas. A gente tem de segurar gastos com pessoal. A ideia é segurar aumento de salários do funcionalismo público. Provavelmente, vai ter de segurar, não tem condição de dar aumento neste momento”, diz.
Gastos. Os gastos discricionários em saúde aparecem em segundo lugar entre as maiores reduções de despesas neste ano, com queda real de 42,5%. Passaram de R$ 16 bilhões no primeiro semestre de 2018 para R$ 9,2 bilhões nos seis primeiros meses deste ano. De acordo com dados da SPE, houve cortes em gastos com o programa Farmácia Popular, manutenção de unidades de saúde e custeio do serviço de atendimento de urgência do Samu. Por outro lado, houve no primeiro semestre ampliação nos gastos com a implementação do programa Mais Médicos.
A educação, área cujos cortes de recursos foram alvo de protestos no início do ano, teve uma redução de 17,2% nas despesas discricionárias no primeiro semestre, de acordo com o boletim da SPE.
Diante desse quadro, a estratégia traçada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é “escancarar” a situação. Portaria da pasta publicada na quinta-feira prevê desde a suspensão do tradicional cafezinho até a limitação do expediente dos funcionários – a partir de 18h, sistemas são desligados e luzes são apagadas. A medida foi adotada para priorizar sistemas de atendimento ao cidadão, como os da Receita Federal e do INSS. O órgão que paga as aposentadorias e pensões deve ficar sem dinheiro para quitar a conta de luz já a partir de setembro.
| Tribuna PR | | | | A ideia é que a adesão ao IVA seja optativa para governadores e prefeitos
Para atrair os Estados e municípios para a proposta de reforma tributária do governo federal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda a possibilidade de conceder um "incentivo" para governadores e prefeitos aderirem ao Imposto sobre Valor Agregado (IVA) federal.
A ideia é que a adesão ao IVA seja optativa para governadores e prefeitos. Em troca, o governo aceitaria negociar uma fatia da parcela da arrecadação que caberia à União. Pelos cálculos do Ministério da Economia, a alíquota do IVA federal, que unificaria os tributos federais incidentes sobre consumo, teria de ser de 15%.
Para que o IVA abarque também o ICMS (estadual) e o ISS (municipal), a alíquota necessária é estimada em 25%, com a fatia da União em 15%. Mas, para incentivar os Estados e municípios, aceita reduzir essa fatia entre 2 e 2,5 pontos, para que a parcela que vai para os cofres dos governadores e prefeitos aumente dos 10% para algo em torno de 12% a 12,5%.
A proposta é que esse debate ocorra dentro das discussões do pacto federativo, que pretende dar mais poderes e mais recursos aos Estados e municípios. Mas a área técnica reconhece que essa pode ser uma mudança de difícil execução, por causa da dificuldade do governo federal em abrir mão de arrecadação.
Projeto
Fontes graduadas da equipe econômica disseram que o governo não pretende abrir mão de uma proposta própria de reforma tributária, ao contrário de notícias que circularam no Congresso. Mas está aberta ao diálogo. Hoje, já há dois projetos de reforma tramitando no Congresso - uma na Câmara dos Deputados e outra no Senado A proposta do governo é fazer um IVA com a unificação dos impostos federais, que depois poderia ter a adesão de Estados e municípios.
Já a proposta de reforma em discussão da Câmara, a PEC 45, prevê de saída a criação de um IVA com os tributos de Estados, municípios e União. A equipe econômica, porém, vê dificuldade de tramitação já com Estados e municípios incluídos, como ocorreu com a reforma da Previdência.
Incômodo.
A demora do governo em encaminhar sua proposta de reforma tributária tem incomodado um grupo de deputados. Há parlamentares que defendem nos bastidores que a equipe econômica encaminhe logo suas sugestões para finalmente se chegar a um texto comum, ou então que haja uma desaceleração no ritmo das discussões. Por trás dessa preocupação há também o lobby de setores que temem ver sua carga tributária elevada, como é o caso do setor de serviços, que paga hoje proporcionalmente menos imposto que a indústria, por exemplo.
Outros deputados acham que a demora do governo é até favorável ao Congresso. "Quando mais demorar, mais prova de que eles não têm projeto tributário", diz o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), para quem isso ajuda a concentrar esforços na reforma já em tramitação na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), "está convencido" de que o texto, relatado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), é a melhor proposta.
Na Câmara, técnicos avaliam que seria uma "saída sábia" a equipe econômica desistir de uma proposta própria de reforma tributária, encaminhando apenas sugestões ao relator. Encaminhar um texto de autoria do Executivo seria "buscar equivocadamente" o protagonismo dessa pauta, segundo uma fonte próxima ao relator.
| PEGN | | | | A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 128/19 promove mudanças no sistema tributário brasileiro com o objetivo de reduzir a participação dos impostos sobre o consumo e aumentar a tributação sobre a renda. O texto também cria um imposto sobre movimentação financeira (IMF), nos moldes da antiga CPMF, extinta em 2007, mas com outras regras e um novo objetivo: ele será usado para compensar a redução da contribuição previdenciária das empresas. A proposta tramita na Câmara dos Deputados.
O projeto é de autoria do deputado Luis Miranda (DEM-DF), coordenador da Frente Parlamentar Mista da Reforma Tributária, e é fruto de conversas com o setor produtivo e com especialistas em tributação. Miranda afirma que o projeto aproveita “80% da proposta do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) [PEC 45/19]”, que está sendo debatida na comissão especial da reforma tributária, mais prioriza a redução da carga tributária sobre o dia a dia dos cidadãos e empresas, e mantém prerrogativas tributárias de estados e municípios.
Entre as mudanças, além do tributo sobre movimentação financeira, está a manutenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que é extinto pela PEC 45/19, e a criação de uma “IVA dual”, com desmembramento do imposto em dois tributos, um federal e outro dos estados e municípios.
Miranda: o objetivo é diminuir tributos sobre consumo e aumentar sobre lucros e ganhos
Propostas na Casa
A proposta de Miranda é a terceira em análise na Casa que altera o sistema tributário. Além da dele e a de Baleia Rossi, existe a do ex-deputado Luiz Carlos Hauly (PEC 293/04), que está pronta para votação no Plenário.
Em regra, matérias análogas são imediatamente apensadas na Câmara, sendo que a mais antiga ‘puxa’ as demais. PECs, no entanto, têm regras distintas. A proposta de Miranda só será apensada à de Rossi após passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). E as duas só serão reunidas à de Hauly, a mais antiga delas, quando chegarem ao Plenário.
Destino idêntico deve ter uma eventual reforma tributária enviada pelo governo. Essa regra pode mudar se houver acordo político, permitindo que uma proposta pule etapas.
Nova CPMF
Conforme a PEC 128/19, o IMF será regulamentado por lei específica, que definirá a alíquota e a faixa de renda isenta, incidirá sobre a movimentação de valores dentro e fora do sistema financeiro (as operações tributáveis serão definidas na lei) e sobre pagadores e recebedores de valores. Haverá uma alíquota provisória, a ser definida pelo Senado, até a sanção da lei.
Miranda afirma que a criação do IMF terá uma alíquota pequena, sem impactar a renda das pessoas.
IPI e IBS
A proposta do deputado determina que o IPI incidirá apenas para desestimular o consumo de produtos que trazem riscos à saúde e à segurança pública, como cigarros e bebidas. Hoje, o imposto atinge todos os produtos industrializados, fabricados no País ou importados. A PEC também mantém os mecanismos de incentivo da Zona Franca de Manaus baseados no IPI. Miranda alega que o Brasil ainda não pode abrir mão da região produtora.
O deputado defende que o IPI é um bom tributo, desde que bem usado. "Não faz sentido abrir mão da segurança jurídica e previsibilidade lentamente construídas em contenciosos no Judiciário", disse.
Em relação ao IVA dual, a PEC cria um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) de âmbito federal, que unificará PIS, Cofins e IOF, e outro para os estados e municípios, que unificará ICMS e ISS, atendendo à reivindicação dos secretários de fazenda dos entes federativos. A proposta do deputado difere da PEC em discussão na comissão especial da reforma tributária, que propõe um IBS único para todo o País, reunindo IPI, ICMS, ISS e PIS/Cofins.
O novo tributo será não cumulativo, compensando-se o imposto devido em cada operação com aquele incidente nas etapas anteriores. Também não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros. Nas operações interestaduais e intermunicipais, a cobrança será sempre no destino.
Dividendos
A PEC 128/19 resgata a tributação, pelo Imposto de Renda, dos lucros e dividendos recebidos pelos sócios e acionistas das empresas, que deixou ser cobrada em 1996. Segundo o texto, os lucros ou dividendos pagarão alíquota de 4%, exclusivamente na fonte. A cobrança ocorrerá independentemente da forma de tributação da empresa (lucro real, presumido, arbitrado ou outra).
Como compensação, a alíquota do Imposto de Renda das empresas será reduzida na mesma proporção da tributação sobre os lucros e dividendos.
Tramitação
A PEC 128/19 será examinada agora pela CCJ, que se restringirá a analisar a admissibilidade do texto.
| Agência de Notícias /Câmara dos Deputados | | | | Ministro da Economia avalia que parte da reforma tributária poderá ser aprovada ainda neste ano
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (26) que um imposto sobre transações financeiras de 0,20% poderia ajudar na desoneração da folha de pagamento.
Disse ainda que a proposta que o governo irá apresentar prevê que transações feitas em espécie e sem o recolhimento do tributo não terão validade, citando como exemplo a compra de um apartamento feita por um traficante de drogas em dinheiro vivo.
Guedes avalia que pelo menos parte da reforma tributária poderá ser aprovada ainda neste ano e começaria a valer em 2020.
“Você troca 20% de encargo trabalhista por um negocinho que não dá nem 2%. É 10% de 2% [0,20%]. Traficante paga, traficante de droga paga, traficante de arma paga. Tem um monte de gente, tem coisa que eu não vou falar, que também paga”, afirmou durante evento de premiação da revista Exame.
O ministro disse que essa é a parte da reforma tributaria onde há um “barulhinho” desde a campanha eleitoral. Foi nessa época que o presidente Jair Bolsonaro negou pela primeira vez que iria apoiar a volta de uma CPMF.
“O que você prefere? Encargos trabalhistas ou desonerar a folha e pagar esse imposto horroroso? É um crime tributar a folha de pagamento”, afirmou.
Sobre a cumulatividade de tributo, o ministro afirmou que o imposto é “tão pequenininho que não dá nem para acumular”, tese questionada por vários tributaristas desde a época da CPMF de 0,38%.
Como a ideia do governo é tributar com a mesma alíquota o crédito e débito, o tributo final no exemplo do ministro seria de 0,40%, ligeiramente maior que o tributo criado no governo FHC e extinto pelo Congresso no governo Lula.
O ministro disse ainda que vai acabar com a diferença entre o Imposto de Renda sobre pessoas físicas e jurídicas. Afirmou também que hoje não é mais necessário usar as deduções no IRPF para “dedurar o dentista” que não paga imposto.
“Hoje tem muita dedução. Tira essa papelada toda, coloca alíquota mais baixa e acabou. Você precisava que a pessoa dedurasse o dentista. Se pagar em espécie não tem problema, a gente vai dar um jeito de monitorar isso. Não precisamos mais disso”, afirmou.
“Vamos acabar com essa diferença de PJ para pessoa física. Vamos passar a linha na metade. Está cheio de advogado e jornalista esperto que só recebe na PJ. Enquanto isso, o operário paga. Vamos acabar com isso.”
| Folha de S. Paulo ( publicado em 26-08-2019) | | | | As reformas estruturantes do País estão andando devagar – daí a lentidão na recuperação econômica -, e a única medida que o governo pode tomar para que o PIB cresça de forma mais expressiva é acelerar essa agenda.
Ainda assim, a economia brasileira não vai mais repetir números superiores a 3%, pois a população não cresce mais como antes, segundo o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper. “Tudo indica que o Brasil não vai voltar a crescer 3% de forma sustentável. O que aprendemos no passado é que, se a gente consegue sinalizar que o Brasil está enfrentando com rigor a questão fiscal, isso dará maior segurança sobre o futuro da economia”, diz ele, que foi secretário de política econômica entre 2003 e 2005.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
As reformas estão avançando, mas ainda não há um resultado prático na vida das pessoas…
Opa, parou de piorar.
Não deveríamos esperar um resultado mais significativo?
Não. Fizemos muito pouco até agora. Olha a questão do déficit dos Estados. O que fizemos para resolver isso? A agenda está andando muito devagar.
Com mais velocidade nas reformas, sairemos da estagnação?
Tem de fazer muita reforma. Primeiro: o Brasil vai crescer menos daqui para frente. O Brasil tinha uma população que crescia 4% ao ano. Agora, cresce menos de 1%. Se você quer crescer 3%, a produtividade tem de crescer 2%.
A produtividade do Brasil não cresce isso há 40 anos. Uma série de intervenções pioraram a produtividade. A incerteza sobre os investimentos aumentou. Você começa o projeto e não sabe quais serão suas obrigações. Olha o fracasso das concessões dos aeroportos no governo Dilma.
A área de infraestrutura não consegue investir hoje no Brasil. Segundo: desde o segundo governo Lula, você voltou a fechar a economia. Terceiro: em vez de fazer reforma da Previdência lá atrás, o Brasil começou a inventar maneiras de aumentar a arrecadação para fechar as contas.
Em vez de se fazer reformas para corrigir problemas estruturais e de aceitar as regras da competição – que é melhor ter acesso a máquinas mais eficientes do exterior, porque isso ajuda a produtividade interna -, fomos pelo caminho oportunista. O problema foi ficando maior e o ambiente de negócios, pior.
Mas aumentar a velocidade das reformas é suficiente para o Brasil crescer mais?
A sociedade não quer fazer reforma. A culpa é nossa. Como não fizemos a reforma da Previdência dos Estados agora? A parte tributária: o setor privado resiste, porque grupos isolados têm receio de pagar mais. Abertura comercial: setores de bens de capital resistem.
Se há necessidade de reformas, mas a sociedade resiste, o PIB poderá crescer mais de 1%?
Não vou fazer previsão. Se o País quiser um crescimento de 3% sustentável, tem de fazer reformas, o que implica perdas para alguns grupos. O Brasil hoje é o resultado de uma sociedade que acha normal a distribuição de benefícios: política de proteção regional, barreiras comerciais, incentivos tributários…
A boa notícia é: não tem problema novo. Todos esses problemas já existiam antes, alguns há 20 anos, como o da Previdência. Quanto mais demora, pior a situação fiscal. A conversa de abertura comercial começou, mas não andou. Tem muitas medidas que estão na mão do secretário de Comércio Exterior (Marcos Troyjo) que poderiam estar sendo tomadas, como redução de restrições não tarifárias.
A agenda micro está parada?
Isso podia estar andando. A grande degradação do País é (nas áreas) tributária, de comércio exterior e de previsibilidade para investimento em infraestrutura. A da infraestrutura está andando mais. O ministro Tarcísio de Freitas está fazendo um trabalho de normalizar o processo. Se acertar, vai ser um salto para o País.
Mas as concessões devem demorar para impulsionar o PIB, não?
Nada é rápido. Esse tipo de agenda de reforma para crescimento demora muitos anos. A Inglaterra fez a reforma rápido, com (a primeira-ministra Margaret) Thatcher. Foram três anos de sofrimento, mas depois o crescimento foi rápido. Austrália e Nova Zelândia preferiram fazer essa agenda lentamente para não criar muita dor no caminho. Mas tiveram seis, oito anos de crescimento medíocre.
Para aliviar essa situação no curto prazo, não se deve adotar alguma medida?
Deve-se acelerar a agenda de reformas.
Mas as reformas não vão ter impacto já. Enquanto isso, há 13 milhões de desempregados…
Não sei o que fazer nesse caso. Estamos atrapalhando a redução do desemprego ao demorar para fazer o ajuste. Consigo imaginar várias medidas de estímulo no curto prazo, mas que vão piorar a economia no médio prazo.
Liberação do FGTS prejudica no curto prazo?
Está batendo um pouco de ansiedade porque o diagnóstico estava otimista. Tudo indica que o Brasil não vai voltar a crescer 3% de forma sustentável nos próximos anos. O que aprendemos no passado é que, se a gente consegue sinalizar que o Brasil está enfrentando com rigor a questão fiscal, reduzindo gastos obrigatórios e enfrentando a situação dos Estados, isso dá maior segurança sobre o futuro da economia. Isso auxilia a retomada da produção e do emprego.
| Tribuna PR | | | | O Índice de Confiança da Construção subiu 2,2 pontos em agosto, para 87,6 pontos, a terceira alta consecutiva, alcançando o maior nível desde dezembro de 2014 (88,7 pontos), informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, a confiança avançou pelo terceiro mês seguido, ao variar 2,3 pontos.
A coordenadora de Projetos de Construção da FGV, Ana Maria Castelo, afirma que a sondagem de agosto mostra que os empresários estão mais confiantes na recuperação do setor e a melhora pelo terceiro mês seguido indica consistência do movimento de retomada. Mas ela pondera que o Índice de Situação Atual (ISA) permanece em um patamar que indica atividade baixa. “Vale notar que o ritmo de melhora se mostra muito lento, insuficiente para alavancar a economia.”
O ISA subiu 2,5 pontos, para 77,6 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2015 (81,4 pontos), com destaque para a situação atual da carteira de contratos, que avançou 2,3 pontos, para 75,8 pontos, e do indicador da situação atual dos negócios, que subiu 2,7 pontos, para 79,6 pontos.
O Índice de Expectativas (IE) avançou 1,9 pontos, atingindo 97,9 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (99,1 pontos), com os dois quesitos componentes contribuindo para a alta. O indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 2,7 pontos, para 98,2 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 0,9 ponto, para 97,5 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) também teve alta no mês, somando a quinta seguida. O aumento foi de 0,7 ponto porcentual, para 69,6%. Tanto o Nuci para Máquinas e Equipamentos quanto o Nuci para Mão de Obra subiram, 0,2 e 0,8 ponto porcentual, respectivamente.
Ana Maria ainda comenta que o contingenciamento do Orçamento da União tem prejudicado o programa Minha Casa Minha Vida, que exerceu um papel fundamental de sustentação da atividade durante a crise, segundo a coordenadora de Projetos de Construção.
“Desde o início do ano, com o contingenciamento do orçamento da União, a falta de repasse de recursos tem levado à paralisação de obras, invertendo o quadro em que as empresas que operavam com o programa eram mais confiantes e otimistas. Ou seja, o programa perde cada vez mais sua capacidade para atenuar os efeitos da crise”, observou Ana Maria Castelo.
| Tribuna PR | | | | O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) subiu 0,34% em agosto, desacelerando o ritmo de alta em relação a julho (0,91%), segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços, por sua vez, acelerou de 0,07% no sétimo mês para 0,23% neste mês. Já o índice referente à Mão de Obra arrefeceu de 1,63% para 0,44% no período.
Materiais e Equipamentos avançou 0,22% ante alta de 0,04% em julho, influenciado por materiais para estrutura, cuja taxa passou de 0,01% para 0,37%. Já a parte de Serviços passou de 0,20% no mês anterior para 0,29% em agosto, com destaque para projetos, que variou de 0,00% para 0,63%.
O INCC-M desacelerou em três das sete capitais analisadas: Recife (2,16% para 0,05%), Rio de Janeiro (0,17% para 0,16%) e São Paulo (1,77% para 0,12%). Por outro lado, registraram aceleração no período as cidades de Salvador (-0,06% para 0,02%), Brasília (0,11% para 1,21%), Belo Horizonte (0,08% para 0,11%) e Porto Alegre (-0,03% para 1,18%).
O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
| Tribuna PR (publicado em 27-08-2019) | | | | O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,28% na terceira quadrissemana de agosto, mostrando leve aceleração ante o ganho de 0,27% verificado na segunda quadrissemana deste mês, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na terceira leitura de agosto, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe subiram com mais força ou reduziram deflação. Foi o caso de Habitação (de 0,88% na segunda quadrissemana para 0,90% na terceira quadrissemana), Alimentação (de -0,05% para -0,02%), Transportes (de 0,13% para 0,27%) e Despesas Pessoais (de -0,37% para -0,27%).
Por outro lado, dois itens avançaram em ritmo mais contido, caso de Saúde (de 0,41% para 0,38%) e Educação (de 0,33% para 0,12%), enquanto a categoria Vestuário passou de estabilidade nos preços para deflação de 0,30%.
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na terceira quadrissemana de agosto:
– Habitação: 0,90%
– Alimentação: -0,02%
– Transportes: 0,27%
– Despesas Pessoais: -0,27%
– Saúde: 0,38%
– Vestuário: -0,30%
– Educação: 0,12%
– Índice Geral: 0,28%
| Tribuna PR | | | | Alta ocorre logo apos aumento do percentual mínimo de mistura ao diesel de petróleo
O preço do biodiesel no país disparou e deve impactar o preço final do óleo diesel vendido nos postos brasileiros. No último leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o biodiesel foi vendido, em média, a R$ 2,857, 22,6% acima do verificado no leilão anterior.
A alta ocorre logo após a elevação, de 10% para 11%, do percentual mínimo obrigatório de adição biodiesel ao diesel vendido nos postos, o que amplia o impacto final. O setor alega que a escalada é fruto da elevação da cotação internacional da soja.
Por lei, distribuidoras são obrigadas a adicionar biodiesel no diesel de petróleo antes da venda aos postos. As compras são feitas por meio de leilões organizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) a cada dois meses.
Preço do biodiesel dispara e pode elevar diesel nas bombas - Federico Parra/AFP
O último leilão foi realizado no dia 19 de agosto, 13 dias após a autorização para elevação do percentual mínimo para 11%. O leilão movimento 1,14 bilhão de litros, ao preço médio de R$ 2,857 por litro - nos três leilões anteriores, o valor situava-se em torno dos R$ 2,30.
Segundo estimativa do consultor Luis Henrique Sanches, com o aumento da mistura a valores mais elevados, as distribuidoras estão pagando R$ 0,05 a mais por litro de diesel com biodiesel. O repasse aos postos, porém, depende de políticas comerciais das empresas.
A conta considera o preço do diesel de petróleo em R$ 2,15 por litro (valor vigente no Rio). Assim, considerando impostos, o preço do diesel já com a adição do biocombustível pode chegar a R$ 3,10 nas distribuidoras com atuação no estado, contra R$ 3,05 no mês anterior.
O aumento ocorre em um momento de relativa estabilidade do preço do diesel de petróleo, após um início de ano conturbado, como ameaças de nova greve de caminhoneiros como a que paralisou o país por duas semanas em maio de 2018.
O último reajuste no preço do combustível foi promovido pela Petrobras no dia 1º de agosto, com alta de 3,74%. Antes, em 19 de julho, havia reduzido o valor em 2,15%.
O presidente do conselho de administração da Aprobio (Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil), Erasmo Carlos Battistella, alega que o aumento de preços segue o mercado internacional e que no último leilão da ANP os valores estavam baixos.
"Durante esses últimos dois ou três meses, houve um aumento significativo nas matérias primas, com a valorização do câmbio e dos prêmios em cima da principal matéria prima, em função da guerra comercial entre Estados Unidos e China e da quebra da safra norte-americana por problemas climáticos", diz ele.
Battistella afirma ainda que o atraso na implementação do novo percentual de mistura, decorrente de estudos adicionais feitos pelas montadoras, também impactou. "A gente defende que elevações de mistura ocorram na safra, entre março e abril, que o período em que as empresas estocam e os preços estão mais baixos."
Ele defende, porém, que mesmo com o alto preço, o aumento da mistura é benéfico ao país, já que o biodiesel substitui diesel importado, que não gera empregos no Brasil. A regra atual permite que distribuidoras misturem até 15% de biodiesel ao produto vendido nos postos.
Embora a Aprobio acredite que percentuais maiores devem ser praticados no Centro-Oeste, onde está concentrada a produção de biodiesel, em outros estados as distribuidoras devem cumprir os requisitos mínimos para minimizar repasses mais elevados ao preço final.
O país vem elevando a mistura de biodiesel em um ponto percentual por ano. O cronograma prevê que, em 2023, a mistura vendida nos postos tenha no mínimo 15%. Battistella diz que a capacidade instalada dará conta do mercado.
O Brasil tem hoje capacidade de produção de 8,8 bilhões de litros de biodiesel por ano e a estimativa de consumo para 2019 é de 5,9 bilhões de litros. "Não significa que daqui a 60 dias o preço ficará nesse patamar, ele pode recuar. Nosso preço efetivamente é a mercado, quando a matéria-prima baixa, ele também baixa", afirmou.
A ANP diz que o aumento no preço do biodiesel foi provocado pela aproximação entre oferta e demanda. "A demanda se elevou, em função do aumento da mistura obrigatória, enquanto a oferta não se elevou na mesma medida", afirmou a agência, em nota.
O órgão regulador disse ainda que os preços são livres no mercado e que o impacto final para o consumidor ainda não pode ser avaliado, pois depende de questões de mercado.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 26-08-2019) | | | | Categoria terá frente parlamentar no Congresso atuando a partir de setembro
Sinal fechado Caminhoneiros não chegaram a um acordo em relação ao principal problema nas rodadas de reuniões com o governo e o setor privado: o que fazer com a tabela de fretes, depois da suspensão daquela que havia sido publicada em julho.
Placar Líderes da categoria dizem que vão esperar o julgamento da ação no Supremo Tribunal Federal que discutirá a constitucionalidade da tabela, no dia 4 de setembro. Para Marcelo Paz, líder do Porto de Santos, será como final de Copa do Mundo. Caso haja vitória, haverá mais força para retomar as discussões, afirma.
De novo Caminhoneiros ameaçam cruzar os braços caso o resultado seja desfavorável. O governo diz que segue com as tratativas.
Mais poder A categoria quer ampliar sua representação. No dia 25 de setembro, vão inaugurar a frente parlamentar mista do caminhoneiro autônomo e celetista. O presidente dessa frente será o deputado Nereu Crispim (PSL-RS). São 235 assinaturas de deputados e 22 de senadores.
| Folha de S. Paulo | | | | CEO da Volkswagen na América Latina Pablo Di Si analisa cenário e planos para o mercado local
O programa de descontos para a compra de veículos lançado pelo governo na Argentina para incentivar o setor e as vendas internas pode inflamar as vendas de agosto. A análise é do presidente e CEO da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, ao avaliar o cenário atual daquele mercado.
Segundo o executivo, as vendas do mês mostram uma boa reação, embora sejam reflexo do boom de vendas de julho impulsionadas pelo programa de incentivo. No mês passado, as vendas no atacado subiram 7% na comparação com junho graças à iniciativa que dá descontos aos clientes na compra de um zero quilômetro, efeito que deve ser repetir no fechamento de agosto.
Apesar disso, o programa não será suficiente para salvar o ano no mercado argentino, cuja queda dos emplacamentos está acima dos 50%.
Contudo, Di Si comemora o fato de que a Argentina é um forte polo exportador para a Volkswagen: 80% do que produz em sua fábrica localizada em Pacheco pé destinado à exportação. Atualmente, a unidade produz apenas a picape Amarok: em janeiro, deixou de produzir a perua Suran, no Brasil conhecida como Spacefox.
A fábrica de Pacheco está passando por transformações: está recebendo investimento de US$ 650 milhões desde 2018 para a produção de um SUV a partir da plataforma MQB, a mesma utilizada para a fabricação de Polo e Virtus feitos no Brasil. O projeto Tarek, como tem sido chamado, deve entrar em linha ainda no fim deste ano, mas o lançamento está agendado apenas para o fim de 2020.
Di Si comemora o fato de que assim como o Brasil, o mercado argentino virou a chave quando o assunto é preferência de modelo: atualmente quase 30% das vendas lá são de SUVs. Segundo ele, a decisão de produzir seu primeiro SUV na Argentina foi tomada há dois anos: na época, o anúncio do investimento para Pacheco foi feita pelo presidente global do Grupo VW, Herbert Diess.
| Automotive Busines (publicado em 26-08-2019) | | | | Agendamento online por aplicativo estará disponível a partir de setembro
Após iniciar uma transformação em sua rede de distribuição com a implementação do conceito de concessionária digital, a VW amplia a digitalização na jornada do cliente com o lançamento do agendamento online e outras soluções que visam facilitar o atendimento no pós-venda.
Por meio do aplicativo Meu VW, disponível para smartphones com sistema Android ou iOS, o cliente que possui um modelo da marca cria um login e a partir disso tem a liberdade de agendar quando quiser as revisões programadas dentro do período da garantia, escolhendo melhor data, horário e em qual concessionária quer realizar os serviços para veículos a partir de ano/modelo 2014. O app informa ainda os itens que devem ser checados, além de informar o preço de cada item e da revisão total.
Os certificados da revisão também se tornam digitais com o app, substituindo os carimbos no livreto/manual. Os selos digitais ficam gravados no sistema da VW e também à disposição do cliente no próprio aplicativo, certificando que o veículo passou pelas revisões necessárias. O app também traz pesquisa de satisfação do cliente que pode ser respondida e enviada tudo por meio digital.
Outra novidade é o manual cognitivo, que substitui o manual do veículo impresso nos modelos topo de gama da VW e que utiliza o sistema de inteligência artificial Watson, da IBM, para responder questões dos motoristas sobre o veículo, incluindo informações contidas no próprio manual do carro. A solução está disponível para as versões 2020 dos modelos Polo, Virtus, Tiguan Allspace, Jetta e T-Cross.
Segundo o diretor de pós-venda da VW no Brasil, Daniel Morroni, o agendamento online não substitui os demais canais de atendimento, como as chamadas por telefone ou mesmo o balcão da própria concessionária, ainda disponíveis para atendimento ao cliente. O executivo informa que o sistema conversa com a agenda das concessionárias que já estão integradas ao software.
“Atualmente, 20% da rede está integrada ao agendamento online, ou seja, o cliente faz o agendamento pelo smartphone e seu horário fica garantido na agenda da concessionária escolhida por ele. Nossa meta é que até o fim deste ano 50% da rede esteja integrada e 100% delas no fim de 2020”, aponta o diretor de pós-venda da VW, Daniel Marroni.
Atualmente, a rede Volkswagen conta com 500 revendas. Além da expansão do serviço para a rede, o executivo diz que o sistema está sendo aprimorado: a empresa já estuda o desenvolvimento do manual cognitivo para outros modelos da gama
Por sua vez, o presidente e CEO da Volkswagen para a América Latina, Pablo Di Si, destaca o pioneirismo da VW do Brasil com a criação de soluções para o pós-venda. A tecnologia, desenvolvida pela equipe brasileira, deve expandir sua atuação na América Latina com um projeto piloto já previsto na Argentina, onde a VW também já lançou a concessionária digital, também uma criação brasileira.
“Todas as ferramentas foram desenvolvidas no Brasil pela Volkswagen juntamente com os vendedores e consumidores”, afirma o presidente e CEO, Pablo Di Si. “Ganhamos agilidade, velocidade, melhor custo e conexão transparente com o cliente”.
Di Si revela que a matriz se interessou pela solução: “Recebi aqui no Brasil representantes do conselho que conheceram a solução e querem levar muitas ferramentas para a Alemanha”, conta. “Com isso, exportamos não só produtos, mas também podemos nos tornar exportadores de tecnologia e de toda a inteligência que está por trás do aplicativo.”
O executivo explica ainda que o sistema pode ser flexível e se adequar à necessidade de aplicação: “No Brasil, a simplicidade do sistema é fundamental para que as pessoas comecem a adotá-lo, mas na Alemanha, a cultura exige mais detalhes e outros passos adicionais”, explica.
| Automotive Business (publicado em 26-08-2019) | | | |
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